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ESTILO DE VIDA E PERCEPÇÃO DE BEM-ESTAR
EM TRABALHADORES DA ASSOCIAÇÃO FRANCISCANA DE
ENSINO SENHOR BOM JESUS EM SANTA CATARINA
por
Alexandre Jahn
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina
como Requisito Parcial à Obtenção do Título de Mestre
Dezembro, 2009
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE DESPORTOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
A dissertação: ESTILO DE VIDA E PERCEPÇÃO DE BEM-ESTAR EM
TRABALHADORES DA ASSOCIAÇÃO FRANCISCANA DE
ENSINO SENHOR BOM JESUS EM SANTA CATARINA
Elaborada por: Alexandre Jahn
e aprovada por todos os membros da Banca Examinadora, foi aceita pelo
Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de
Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de
MESTRE EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Área de Concentração: Atividade Física Relacionada à Saúde.
Data: 22 de dezembro de 2009
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________________
Prof. Dr. Markus Vinicius Nahas - Orientador
______________________________________________
Profa. Dra. Márcia Silveira Kroeff
______________________________________________
Profa. Dra. Maria Ferminia Luchtemberg De Bem
ii
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos os meus familiares
e em especial a minha filha Ana Júlia e a companheira
de todos os dias Eliane.
iii
AGRADECIMENTOS
A todos os que contribuíram para esta formação.
Ao professor Artur José Novaes pela oportunidade e incentivo para a
realização desta empreitada.
À Direção geral da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus,
aos gestores das Unidades envolvidas na pesquisa e colegas (professores e
funcionários) que responderam aos questionários.
Ao Prof. Dr. Markus Vinicius Nahas que se mostrou um professor e
orientador exemplar e um ser humano acima de qualquer expectativa, ao
incentivar-me de forma especial em um momento crítico de saúde.
Aos colegas de turma, Ana Mara Soletti Rotta, Augusto César Freitas do
Carmo, Carlos Miguel Porto Almeida, Daniel Rogério Petreça, Deonilde Balduíno
Munaretti, Ema Maria Egerland, Gilson Brun, Leoberto Ricardo Grigollo, Luciane
Fanderuff, Marcos Adelmo dos Reis, Marizete Lemes da Silva Matiello, Marly
Baretta, Nei Tesser, Neusa Dendena Kleinubing, Ruy Fernando Marques
Dornelles, Samaroni Vôos, Sandra Fachineto, Sérgio Dimas de Paula, pelo
convívio especial e troca de experiências.
A todos os Professores que ministraram as aulas deste Mestrado.
À minha Família, pela compreensão e carinho que me dedicaram, sendo
por isso merecedores de todo o meu amor.
À minha avó Hildegard, pelo exemplo de luta diária.
A meus pais, Henri e Eunice (in memoriam), e irmã Suzanne que sempre
procuraram dar o melhor de si, e que sempre estiveram ao meu lado em todos os
momentos.
iv
RESUMO
ESTILO DE VIDA E PERCEPÇÃO DE BEM-ESTAR
EM TRABALHADORES DA ASSOCIAÇÃO FRANCISCANA DE ENSINO
SENHOR BOM JESUS EM SANTA CATARINA
Autor: Alexandre Jahn
Orientador: Markus V. Nahas
O objetivo do estudo foi analisar o estilo de vida e os indicadores de saúde de
funcionários da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, das
cidades de Blumenau, Florianópolis e Jaraguá do Sul, do Estado de Santa
Catarina. Os dados foram coletados com a aplicação de questionário já validado e
aplicado com trabalhadores da indústria com as devidas adaptações para a
pesquisa em escolas. Os questionários (n=327) foram distribuídos a todos os
professores e funcionários das três unidades de ensino, obtendo-se um retorno de
130 questionários respondidos de forma completa. Foi utilizado o programa SPSS
for Windows (versão 16.0) para análise dos dados. Quanto às características
demográficas obtiveram-se os seguintes resultados: a maioria possui menos de
40 anos de idade (67,7%); são casados (61,2%); possuem pós-graduação
(57,5%); recebem acima de cinco salários mínimos (60,6%) e tem um ou mais
filhos (60%). Relativamente à autopercepção de saúde, somente 19,4% entre os
homens e 16% entre as mulheres tem percepção negativa com relação ao seu
atual estado de saúde. Mais da metade dos homens (52,8%) e das mulheres
(60,9%) tem percepção positiva com relação ao bem-estar no lazer. Na percepção
de bem-estar no lar os resultados mostram que 91,7% dos homens e 87% das
mulheres se sentem bem ou muito bem. No item relacionado ao bem-estar no
trabalho, 91,7% dos homens e 87% das mulheres tem percepção positiva. Como
fatores relevantes para o bom desempenho no seu trabalho, 40,5% destacam as
condições físicas e materiais adequados; 30,2% respeito por parte do cliente
(alunos e pais); e 23,3% reconhecimento dos superiores. Quanto à prática de
atividade física, mais de 80% dos sujeitos deslocam-se de maneira passiva para
os colégios. Em geral, 76,4% realizam atividades domésticas mais pesadas em
pelo menos um dia da semana. A atividade física no lazer é um hábito mais
significativo entre os homens, com participação de 83,3% dos entrevistados
contra 53,8% das mulheres. Comparando com pessoas de mesma idade e sexo a
sua condição física, 38,9% dos homens se vêem em melhor condição e 46,2%
das mulheres se vêem em condição semelhante. Quanto ao fumo, 94,5% dos
entrevistados afirma não fumar e 79,8% não fazem uso de bebida alcoólica.
Quanto ao IMC observou-se que 52,8% dos homens apresentam-se com excesso
de peso, enquanto apenas 20,9% das mulheres encontram-se nesta condição.
Observando a frequência de almoço fora de casa, 42% dos entrevistados
almoçam fora todos os dias de trabalho. a refeição matinal é feita em número
maior ou igual a cinco dias semanais por 73% dos trabalhadores. Em geral,
observa-se que os sujeitos têm uma percepção bastante positiva de bem-estar no
trabalho, no lar e, um pouco menos positiva, no lazer. Os indicadores do estilo de
vida também se apresentam, em geral, como positivos, com os homens
apresentando mais comportamentos negativos que as mulheres.
Palavras-chave: Estilo de vida e saúde; trabalhador da educação; bem-estar.
v
ABSTRACT
LIFESTYLE AND WELL-BEING PERCEPTION AMONG WORKERS AT THE
ASSOCIAÇÃO FRANCISCANA DE ENSINO SENHOR BOM JESUS
IN SANTA CATARINA
Author: Alexandre Jahn
Advisor: Markus V. Nahas
The objective of this study was to conduct a survey about the lifestyle and health
indicators of workers from the Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom
Jesus, at Blumenau, Florianopolis and Jaragua do Sul, State of Santa Catarina.
Data was collected via questionnaire, previously validated for industrial workers,
and adapted to the school setting. The questionnaires (N=327) were distributed to
all workers in the three schools, with a return of 130 of them (40%). The SPSS
16.0 software ws utilized for data analysis. Demographic characteristics indicated
that 67.7% were less than 40 years of age, 61.2% were married, 57.2% had a
graduate degree, 60.6% had a monthly salary of R$ 2,075.00 or more, and 60%
had at leas one child. Perceived health status was negative for only 19.4% of men,
and 16% of women. Over half of the men (52.8%) and women (60.9%) had a
positive perception of well-being during leisure time. At home, that positive
perception was higher (91.7% for men and 87% for women), similar to the working
context. The subjects considered as relevant factors for good performance at work
the following: structural conditions and materials (40.5%), respect from the client’s
part (students, parents; 30.2%), and value from their superiors (23.3%). As for
physical activity, over 80% use motorized transportation, and 76.4% do some
house heavier work during the week. Leisure-time physical activity was more
prevalent among men (83% did some during the typical week) than women (53%
reported some physical activity during the week). Self-assessment of physical
condition showed that 38.9% of men see themselves as fitter than other men with
similar age, while 46.2% of women see themselves as fit as others with similar
ages. Half of men (52.8%) and one in every five women (20.9%) had BMI25,
indicative of excess body weight. Four in ten workers have lunch outside their
homes during week days, and 73% informed that they have breakfast five or more
days per week. In general, these workers have a positive perception of their own
health, well-being at home and work (less pronounced for leisure), with men
demonstrating less positive indication of health habits than women
Key-words: Lifestyle and health; school personnel; wellness.
VI
ÍNDICE
Página
Resumo ...................................................................................................... v
Abstract ...................................................................................................... vi
Lista de tabelas ........................................................................................... viii
Capítulo
I. INTRODUÇÃO
.......................................................................................... 01
Formulação do problema
Questões investigadas
Definição de termos
Organização do estudo
II. REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................
08
Considerações iniciais
Atividade física
Saúde no mundo contemporâneo
Saúde do trabalhador
Estilo de vida
Qualidade de vida
III. MÉTODOS .............................................................................................
18
Caracterização do estudo
População e amostra
Coleta e Análise dos dados
IV. RES
ULTADOS E DISCUSS
ÃO
............................................................ 21
................................................ 37
REFERÊNCIAS ....................................................................................
41
ANEXO
S
................................................................................................. 45
vii
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1. Distribuição das funções, por unidade de ensino e gênero ........... 19
Tabela 2. Características sócio-demográficas dos trabalhadores da
Associação Bom Jesus, Santa Catarina (2009) .............................................
23
Tabela 3. Características de saúde e bem-estar em trabalhadores da
Associação Bom Jesus, Santa Catarina (2009) .............................................
24
Tabela 4. Índices de comportamentos preventivos em trabalhadores da
Associação Bom Jesus, Santa Catarina (2009) .............................................
27
Tabela 5. Características da prática de atividades físicas e opções de lazer
em trabalhadores da Associação Bom Jesus, Santa Catarina (2009) ...........
29
Tabela 6. Características de controle de peso e hábitos alimentares em
trabalhadores da Associação Bom Jesus, Santa Catarina (2009) .................
33
viii
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
Formulação do Problema
Nas últimas décadas, as principais causas de morte da população mundial,
passaram das doenças infecto-contagiosas para doenças crônico-degenerativas,
como o câncer, as doenças cardiovasculares e o diabetes (World Health
Organization, 2005). Uma das principais formas de prevenção para estas doenças
encontra-se na mudança do estilo de vida, incluindo a atividade física regular, que
passou a ser considerada fundamental na promoção da saúde e redução da
mortalidade por todas as causas. Para a maior parte da população, os maiores
riscos para a saúde e o bem-estar advêm do próprio comportamento individual,
resultante tanto da informação e vontade da pessoa, como também das
oportunidades e barreiras sociais presentes (NAHAS, 2006).
Embora o estilo de vida seja uma característica da pessoa, ele pode ser
mudado, porque dois componentes que regem a sua expressão: 1) cognição
ou conhecimento de riscos, como, por exemplo, quando a pessoa reconhece os
prejuízos do fumo, da influência de alimentos gordurosos ou de um estilo de vida
inativo; 2) sentimento ou afeto, como, por exemplo, repulsa ao fumo ou atração
pela prática de esportes na natureza. Portanto, a mudança deve ser interna,
cognitiva e afetiva, para que ocorra a transformação da atitude ou do
1
comportamento do indivíduo, isto é, da expressão do estilo de vida (NAHAS,
2006).
Segundo Nahas (2006) existem, no estilo de vida, fatores negativos
modificáveis como o fumo, álcool, drogas, distresse, isolamento social,
sedentarismo, esforços intensos ou repetitivos. No entanto, conforme afirma
também o referido pesquisador, mais do que nunca é grande o impacto dos
hábitos pessoais e do estilo de vida em nossa saúde. As pesquisas de hoje
mostram que as mudanças comportamentais podem ser muito efetivas na área de
prevenção e controle das doenças associadas à inatividade, referidas como
doenças hipocinéticas, haja vista que o organismo humano foi construído para ser
ativo.
Estimativas globais da OMS Organização Mundial da Saúde indicam que
a inatividade física é responsável, anualmente, por quase dois milhões de mortes,
por 22% dos casos de doença isquêmica do coração e por 10% a 16% dos casos
de diabetes e de câncer de mama, cólon e reto (World Health Organization,
2005).
O Ministério da Saúde do Brasil, por meio do estudo VIGITEL (Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico)
levantamento realizado anualmente desde 2006, mostra uma prevalência de
inatividade física geral indivíduos que não praticam qualquer atividade física no
lazer, não realizam esforços intensos no trabalho, não se deslocam para o serviço
a ou de bicicleta, nem fazem a limpeza pesada de suas casas atinge cerca
de 30% da população brasileira (BRASIL, Ministério da Saúde, 2008).
Também entre os professores e funcionários das escolas o estilo de vida é
fator importante na busca do bem-estar. O exercício do ensinar é função antiga e
2
os problemas decorrentes dele e que os acompanham desde os primórdios tem
se agravado sensivelmente nas últimas décadas. Há uma relação importante
entre a saúde dos profissionais de educação e suas condições de vida e de
trabalho.
Em pesquisa com professores da rede particular de ensino na Bahia,
foram relatadas entre as principais queixas um ritmo acelerado de trabalho,
esforço físico e ambiente de trabalho estressante (DELCOR, 2004). As referidas
condições acarretam danos à saúde dos professores levando-os a sentirem
estresse, faringite, lombalgia, doenças do aparelho locomotor e circulatório e
neuroses.
Sobre a saúde mental dos profissionais da Educação, o estresse pode
levar a uma síndrome especial de esgotamento do trabalho também conhecida
como burnout. De fato, os quadros de ansiedade crônica e depressão, cada vez
mais comuns entre trabalhadores, também estão presentes entre profissionais da
educação e merecem toda a atenção de gestores e profissionais de saúde
(CARLOTTO; PALAZZO, 2006).
A indisciplina de alguns alunos, assim como o mau comportamento e o
desrespeito com os educadores durante a aula podem gerar um mal-estar diário,
também associado ao burnout, resultante da constante e repetitiva pressão
emocional associada ao intenso envolvimento com pessoas e tarefas complexas
por longos períodos de tempo (CARLOTTO; PALAZZO, 2006).
Diante de problemas como esses, interesses por estudos envolvendo
levantamentos em grupos populacionais específicos têm sido cada vez maiores
nas últimas décadas, principalmente para estabelecer indicadores referenciais
3
que possam contribuir para com a monitoração do nível de saúde e qualidade de
vida dos indivíduos.
É importante identificar quais são os comportamentos de risco à saúde que
melhor caracterizam o estilo de vida e as condições de trabalho de cada grupo.
Esse tipo de informação é necessário para o desenvolvimento de ações que
visam à promoção da saúde e o direcionamento para estudos em população
específica.
Este trabalho teve como objetivo geral (problema de pesquisa) realizar um
levantamento dos hábitos do trabalhador da educação (docente e administrativo),
as reais condições nas quais ele desenvolve seu trabalho, seu estilo de vida e
hábitos de lazer. Procurou-se obter respostas para os possíveis fatores
associados ao adoecimento físico e mental e a forma como se encontra o estilo
de vida dos profissionais catarinenses da rede privada de Ensino “Senhor Bom
Jesus”, para que sirvam de referência na busca de ações que possam dar aos
servidores mais qualidade de vida no âmbito pessoal e de trabalho.
Os dados encontrados nesta pesquisa podem servir de parâmetro para a
promoção da saúde e futuras comparações em pesquisas com outras redes de
ensino, sejam elas privadas, municipais, estaduais ou federais.
Nesta perspectiva, realizou-se o projeto, investigando-se os seguintes
aspectos:
1. informações pessoais e relacionadas ao local de trabalho;
2. indicadores de saúde atual e características de seu estilo de vida;
3. hábitos de lazer e prática de atividades físicas no seu deslocamento, no
trabalho, em casa e no lazer;
4. controle de peso e hábitos alimentares.
4
4
Questões Investigadas
1. Quais as características sócio-demográficas dos trabalhadores
pesquisados?
2. Qual o atual estado de saúde e bem-estar na percepção dos
trabalhadores?
3. Quais fatores são mais relevantes com relação ao bem-estar no
trabalho entre os pesquisados?
4. Qual o nível habitual de práticas de atividade física no trabalho, em
casa e no lazer?
5. Qual a proporção de trabalhadores com excesso de peso?
6. Quais as características gerais dos hábitos alimentares nesta
população?
Definição de Termos
Atividade Física: “pode ser entendida como qualquer movimento
corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto
energético, tendo componentes e determinantes de ordem
biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada
por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos, atividades laborais
e deslocamentos” (PITANGA, 2002).
Estilo de vida: “é um modo geral de se viver, baseado na interação
entre as condições de vida em um sentido amplo e os padrões de
5
conduta individuais determinados por fatores sócio-culturais e
características pessoais (Organização Mundial de Saúde, 1989).
Qualidade de Vida
: “é considerada como o conjunto de parâmetros
individuais, sócio-econômicos e ambientais que caracterizam as
condições em que vive o ser humano”. (NAHAS, 2006).
Saúde: “modernamente, o se entende saúde apenas como o estado
de ausência de doenças. É considerada como uma condição humana
com dimensões física, social e psicológica, caracterizada num contínuo,
com pólos positivo e negativo” (NAHAS, 2006).
Saúde do Trabalhador: “apesar das dificuldades teórico-metodológicas
enfrentadas, a saúde do trabalhador busca a explicação sobre o
adoecer e o morrer das pessoas, dos trabalhadores em particular,
através dos estudos dos processos de trabalho, de forma articulada
com o conjunto de valores, crenças e idéias, as representações sociais
e as possibilidades de consumo de bens e serviços, na “moderna”
civilização urbano-industrial”. (MENDES & DIAS, 1991).
Organização da Dissertação
Este estudo está organizado em cinco capítulos. O primeiro Capítulo
contém a introdução, com a formulação do problema, o contexto, os objetivos a
serem atingidos, as questões investigadas e a definição de termos.
6
O capítulo seguinte abrange a revisão da literatura, que aborda: a
atividade física, a saúde no mundo contemporâneo, a saúde do trabalhador, o
estilo de vida e a qualidade de vida.
Os materiais e métodos da pesquisa são apresentados na sequência
descrevem a população e amostra, os passos para execução da pesquisa,
instrumento de coleta e tratamento estatístico.
Os resultados obtidos com a realização da pesquisa e a respectiva
discussão são apresentados no capítulo quatro, seguido das conclusões e
recomendações.
7
CAPÍTULO II
REVISÃO DE LITERATURA
Neste capítulo serão colocadas algumas definições sobre atividade física e
saúde no mundo contemporâneo, do trabalhador, seu estilo e qualidade de vida,
vislumbrando as diversas formas de enfoque dos referidos termos pelos
pesquisadores da área de saúde.
Serão comentadas, também, ações relacionadas à saúde entre os
trabalhadores e a importância da mudança de hábitos comportamentais na busca
de melhorias com relação à qualidade de vida.
Atividade Física e Saúde
A atividade física relacionada à saúde, no contexto das redes multicausais,
aparece como um dos fatores que poderia modificar o risco dos indivíduos para
adoecerem. Em primeiro lugar, existem evidências bastante significativas da
influência da atividade física na melhoria da eficiência do sistema imunológico,
fato que pode reduzir a incidência de alguns tipos de câncer e melhorar a
resistência de pacientes com AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Por
outro lado, a adoção de estilo de vida ativo fisicamente, irá proporcionar mudança
de comportamento dos indivíduos (PITANGA, 2002).
8
Os benefícios da prática de atividade física para a saúde e qualidade de
vida de pessoas de todas as idades estão bem documentados na literatura
científica. Durante a adolescência, especificamente, há evidências de que a
atividade física traz benefícios associados à saúde esquelética (conteúdo mineral
e densidade óssea) e ao controle da pressão sangüínea e da obesidade. Além
dos benefícios diretos, estudos que analisaram o tracking da atividade física
evidenciaram que a exposição à inatividade física, quando iniciada na infância ou
adolescência, torna-se mais estável na vida adulta e, portanto, mais difícil de
modificar (TASSITANO et al., 2007).
A atividade física regular é uma necessidade nos dias atuais, visto que as
pessoas são afetadas pela automação e pela falta de tempo para a prática regular
de exercícios físicos, fatores agravados pela alimentação inadequada e pelo
estresse advindo da sobrecarga de trabalho. Assim, a inatividade física vem
sendo encarada como um problema de saúde pública, geradora de várias
doenças crônico-degenerativas (KRAVCHYCHYN et al., 2007).
O genoma do ser humano foi programado para a prática regular de
atividade física; logo, a inatividade física pode produzir um fenótipo patológico,
acarretando uma série de condições crônicas, como doença cardíaca, câncer,
diabetes, hipertensão, obesidade, desordens musculares e doença mental. Ainda
assim, grande parcela da população é totalmente sedentária, e uma elevada
proporção de indivíduos que começam um programa estruturado de atividades
físicas o abandona em menos de seis meses (DUMITH et al. , 2008).
9
Saúde no Mundo Contemporâneo
Do ponto de vista epistemológico, a dificuldade de conceituar saúde é
reconhecida desde a Grécia antiga. A carência de estudos sobre o conceito de
saúde propriamente definido, parece indicar uma dificuldade do paradigma
científico dominante nos mais diversos campos científicos de abordar a saúde
positivamente. Por outro lado, tal pobreza conceitual pode ter sido resultado da
influência da indústria farmacêutica e de uma certa cultura da doença, que têm
restringido o interesse e os investimentos de pesquisa a um tratamento teórico e
empírico da questão da saúde como mera ausência de doença. (CANGUILHEM,
2006).
Com relação à noção de saúde, a pretensão tem sido de pensá-la
positivamente, e não apenas como ausência de doença. Embora o conceito de
promoção da saúde tenha surgido na década de 1940, com Sigerist, ainda hoje
essa perspectiva vem se sustentando, muitas vezes apenas no plano retórico e
ideológico, visto que tanto as políticas e as ações quanto as pesquisas no campo
da saúde têm-se pautado predominantemente pelo conceito de doença.
(MENDES, 1996),
Para que o indivíduo tenha uma saúde positiva, ele deve ser capaz de
identificar e realizar suas aspirações, de satisfazer suas necessidades e de mudar
ou adaptar-se ao meio ambiente. (World Health Organization, 2005)
No entanto, salienta-se que a saúde depende, além de uma boa aptidão
física, do nível socioeconômico, pois este último associa-se com: as condições
inadequadas de trabalho, o ambiente familiar, as dietas inadequadas, a falta de
conhecimento sobre hábitos saudáveis de vida e acesso limitado aos serviços de
10
saúde. Desta maneira, fica evidente que a saúde de uma pessoa não depende de
um fator, mas sim de uma série deles. Deixa-se claro que a atividade física
isolada não é o único remédio para manter ou promover saúde, bem como curar
doenças. A saúde é conseqüência de um continuum. (GLANER, 2003).
No relatório final da VII Conferência Nacional de Saúde encontra-se a
seguinte concepção de saúde:
Saúde é o resultante das condições de alimentação, habitação, renda,
meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso
e posse de terra e acesso aos serviços de saúde. É assim, antes de
tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as
quais podem gerar grandes desigualdades nos veis de vida.
(MINAYO, 1992, p. 10).
Modernamente, não se entende saúde apenas como o estado de ausência
de doenças. Em uma perspectiva mais holística, a saúde é considerada como
uma condição humana com dimensões física, social e psicológica, caracterizadas
num contínuo, com polos positivo e negativo. A saúde positiva seria caracterizada
como a capacidade de ter uma vida satisfatória e proveitosa, confirmada
geralmente pela percepção de bem-estar geral e a saúde negativa estaria
associada com morbidade e, no extremo, com mortalidade prematura (NAHAS,
2006).
Saúde do Trabalhador
A saúde e a qualidade de vida de uma pessoa dependem grandemente das
atitudes positivas no trabalho. Para melhor entender isto basta lembrar que pelo
menos um terço do dia é gasto trabalhando, além do trajeto feito para ir e retornar
do serviço.
11
A saúde do trabalhador é, por natureza, um campo interdisciplinar e
multiprofissional. As análises dos processos de trabalho, pela sua complexidade,
tornam a interdisciplinaridade uma exigência intrínseca que necessita "ao mesmo
tempo, preservar a autonomia e a profundidade da pesquisa em cada área
envolvida e de articular os fragmentos de conhecimento, ultrapassando e
ampliando a compreensão pluridimensional dos objetos" (MINAYO, 1991, p. 10).
Atualmente a tecnologia, a automação e as mudanças nos processos de
trabalho facilitam o aumento do sedentarismo. Dados do Cooper Institute mostram
que em 1900 o gasto calórico médio do ser humano era de 5000 Kcal/dia; em
1945 diminuiu para 4000 Kcal/dia e em 1990 este gasto era de cerca de 2500
Kcal/dia. Hoje, além do baixo gasto calórico diário, tem-se alimentação deficiente
e altos níveis de estresse (KALAS, 2006).
Segundo a Academia Americana de Médicos de Família, mais de 75% das
consultas médicas são, de alguma forma, relacionadas com o estresse, e o custo
estimado do tratamento de doenças decorrentes do estresse no trabalho nos
Estados Unidos é de 150 bilhões de dólares. Sob estresse, problemas como
insônia, dores no corpo, dor de cabeça, problemas estomacais, irregularidade
menstrual, ansiedade e depressão podem surgir ou serem agravados seriamente.
O sistema imunológico, responsável pelas ações de defesa do organismo contra
infecções, é o mais afetado nas situações de estresse. A liberação de substâncias
do grupo denominado glucocorticóides, em situações de estresse crônico, está
associada a uma sensível diminuição da capacidade de defesa do sistema
imunológico, aumentando o risco de infecções. Este conhecimento compõe uma
área científica recente, denominada psiconeuroimunologia, cujos estudos mais
12
significativos iniciaram em 1991, com o Dr. Sheldon Cohen, um pioneiro nas
investigações da relação do estresse com o sistema imunológico. (NAHAS, 2006).
Diversas empresas norte-americanas interessadas na saúde de seus
trabalhadores têm implantado programas de atividade física para os funcionários,
objetivando um aumento de produtividade e a redução dos custos de cuidados
com a saúde. Em estudo prospectivo realizado com 13.000 homens e mulheres
trabalhadores de uma indústria, durante oito anos consecutivos, constatou-se que
o exercício regular foi um dos mais importantes hábitos de vida incorporados para
prevenção de infarto agudo do miocárdio (HEIRICH et al., 1993).
Também no Canadá um programa de promoção de atividade física
selecionou algumas empresas, e depois de 12 anos, avaliou a relação custo-
benefício de cada empregado com o aumento dos níveis de exercício físico. Para
cada trabalhador, o programa de intervenção economizou US$ 679 dólares em
custos médicos por ano - incluindo aqui gastos com medicamentos, serviços de
enfermagem e gastos hospitalares - com um retorno estimado de U$ 6,85 para
cada dólar investido (OLIVEIRA, 2000).
Obviamente, somente a prática de atividade física não garante um bom
nível de qualidade de vida e saúde do trabalhador. A atividade física é um dos
fatores que associados à dieta adequada e organização somática, favorecem a
adoção de outros comportamentos e atitudes. Existem evidências apontadas na
literatura, demonstrando que ao incorporar um comportamento favorável à saúde,
as pessoas acabam operando outras mudanças em seu estilo de vida que
proporcionam melhores níveis de saúde e qualidade de vida. Exemplo disso são
os trabalhos demonstrando que entre os sujeitos fisicamente ativos, está também
13
a maior proporção de pessoas que se alimenta adequadamente, que não fuma e
adota outros comportamentos preventivos (KELEMAN, 1994).
Com relação à saúde do trabalhador docente existe um cenário onde é
exigido que os profissionais de educação ofereçam qualidade de ensino, dentro
de um sistema de massa, ainda baseado na competitividade, entretanto, os
recursos materiais e humanos são cada vez mais precarizados, como baixos
salários, aumento das funções das/os professoras/es, contribuindo, assim, para
um esgotamento e uma contradição quanto à formação que é oferecida (GOMES
& BRITO, 2006).
A busca de razões para o adoecimento do(a) docente trouxe à tona um
cenário de um(a) trabalhador(a) desconhecido(a), e um processo de trabalho que
também o é, tanto para a sociedade como para seu próprio realizador e que
apresenta diversas leituras (MARTÍNEZ, VALLES & COHEN,1997).
A promoção da saúde, como vem sendo entendida nos últimos 20-25 anos,
representa uma estratégia promissora para enfrentar os ltiplos problemas de
saúde que afetam as populações humanas e seus entornos neste final de século.
Partindo de uma concepção ampla do processo saúde-doença e de seus
determinantes, propõe a articulação de saberes técnicos e populares, e a
mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para
seu enfrentamento e resolução. (BUSS, 2000).
A implantação de ações de vigilância em saúde do trabalhador
desenvolvidas a partir do setor de saúde no país é recente. Esse processo é
desencadeado por grupos institucionais localizados em vários pontos do Brasil e
resulta em uma gama de experiências distintas, voltadas para esse tema. As
diferenças observadas estão relacionadas às potencialidades regionais, que
14
giram em torno da força e qualidade da organização dos trabalhadores quanto às
questões de saúde e, em termos institucionais, dependem das políticas regionais
e da estrutura organizacional, da capacidade instalada, da qualidade dos
profissionais envolvidos e de influências advindas das instituições acadêmicas
(MACHADO, 1997).
Estilo de Vida e Saúde
Entre as teorias que buscam explicar as causas das doenças, a teoria do
“estilo de vida”, congruente com a ideologia dominante de saúde, sugere que a
prevenção é uma responsabilidade pessoal, cujo foco de intervenção se dará
sobre o controle dos fatores de risco individuais. (PALMA , 2000).
O estilo de vida passou a ser considerado fundamental na promoção da
saúde e redução da mortalidade por todas as causas. De fato, para grande parte
da população, os maiores riscos para a saúde e o bem-estar têm origem no
próprio comportamento individual, resultante tanto na informação e vontade da
pessoa, como também das oportunidades e barreiras presentes na realidade
social. (NAHAS, 2006).
O estilo de vida que os indivíduos levam é o principal responsável por atingir
idades mais avançadas, 70 a 80 anos ou mais, do modo mais saudável possível.
Ele representa 50% dos fatores envolvidos nesse objetivo. Os outros 50% estão
divididos entre meio ambiente (onde se vive e a adaptação a ele), hereditariedade
(carga presente em nossos genes, relativa à longevidade e outros antecedentes
familiares) e condições de assistência médica (qualidade e freqüência de
15
cuidados médicos). Isso mostra que saúde e qualidade de vida dependem
principalmente de gerenciamento dos hábitos do dia-a-dia (GUISELINI, 2004).
Entre os pólos positivo e negativo estão os comportamentos de alto risco
(dieta rica em gordura, inatividade física, abuso de drogas e álcool, estresse
elevado) e as doenças. Para a maioria das pessoas antes da morte vem a
doença, a qual é precedida por um período latente de comportamentos de alto
risco. Sendo assim, a saúde pode ser promovida ou mantida evitando os
comportamentos de alto risco, diminuindo conseqüentemente o risco de doença
prematura e a morte precoce. (GLANER, 2003).
Qualidade de Vida do Trabalhador
A qualidade de vida é um conceito intensamente marcado pela
subjetividade, envolvendo todos os componentes essenciais da condição
humana, quer seja físico, psicológico, social, cultural ou espiritual. (MARTINS et
al., 1996).
Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido
aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e
ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar
uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera
seu padrão de conforto e bem-estar. (MINAYO, HARTZ & BUSS, 2000).
Na área da saúde, o interesse pelo conceito QV (qualidade de vida) é
relativamente recente e decorre, em parte, dos novos paradigmas que têm
influenciado as políticas e as práticas do setor nas últimas décadas.
16
Os determinantes e condicionantes do processo saúde-doença são
multifatoriais e complexos. Assim, saúde e doença configuram processos
compreendidos como um continuum, relacionados aos aspectos econômicos,
socioculturais, à experiência pessoal e estilos de vida. Consoante essa mudança
de paradigma, a melhoria da QV passou a ser um dos resultados esperados,
tanto das práticas assistenciais quanto das políticas públicas para o setor nos
campos da promoção da saúde e da prevenção de doenças (SEIDL & ZANNON,
2004).
A prática regular de atividade física, em todas as idades, ou seja, a adoção
de um estilo de vida ativo, é fundamental para minimizar o risco de incubação e
desenvolvimento precoce de doenças crônico-degenerativas, consequentemente,
possibilitando uma longevidade com maior qualidade de vida (GLANER, 2003).
Qualidade de vida pode ser definida, de modo mais genérico, como a
percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema
de valores, nos quais ele vive em relação aos seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações (WHOQOL GROUP, 1995).
O conceito de qualidade de vida é diferente de pessoa para pessoa e tende
a mudar ao longo da vida de cada um. Existe, porém, consenso em torno da ideia
de que são múltiplos os fatores que determinam a qualidade de vida de pessoas
ou comunidades. A combinação de fatores como: estado de saúde, longevidade,
satisfação no trabalho, salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer e
espiritualidade resultam numa rede de fenômenos e situações que,
abstratamente, pode ser chamada de qualidade de vida. Num sentido mais amplo,
qualidade de vida pode ser uma medida da própria dignidade humana, pois
pressupõe o atendimento das necessidades humanas (NAHAS, 2006).
17
CAPÍTULO III
MÉTODOS
Caracterização do Estudo
Esta pesquisa descreve o perfil geral do estilo de vida, a percepção de
bem-estar e hábitos de lazer dos professores e funcionários da Associação
Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, nas unidades situadas nas cidades de
Blumenau, Jaraguá do Sul e Florianópolis, em Santa Catarina. O estudo, com
caráter descritivo (levantamento) foi realizado com a aplicação de um questionário
validado e aplicado anteriormente com os trabalhadores da indústria
(FONSECA, BLANK, BARROS & NAHAS, 2008) com as devidas adaptações para
a pesquisa em escolas.
População e Amostra
A população pesquisada foi constituída por 327 professores e funcionários
das unidades da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus de Santa
Catarina, das cidades de Blumenau, Jaraguá do Sul e Florianópolis. Os
questionários foram distribuídos a todos os trabalhadores das unidades
(administrativos e docentes), conforme Tabela 1. Houve um retorno de 130
18
questionários completamente respondidos e que constituem a amostra neste
estudo.
Tabela 1: Distribuição dos Funcionários, por unidade de ensino e gênero
CIDADE
FUNCIONÁRIOS
Masculino Feminino Total %
Blumenau
49 85 134 41
Jaraguá do Sul
21 39 60 18
Florianópolis
43 90 133 41
Total
113 214 327 100
Procedimentos de Coleta e Análise dos Dados
As informações foram coletadas através de um questionário (Anexo 1),
com adaptações para o tema deste trabalho, validado para trabalhadores da
indústria de Santa Catarina (SESI), elaborado para avaliação do estilo de vida e
outros comportamentos de saúde, contendo questões que orientam o estudo,
apresentando as seguintes partes:
I. informações pessoais;
II. indicadores de saúde e comportamentos preventivos;
III. atividade física e opções de lazer;
IV. controle de peso e hábitos alimentares.
Os questionários foram enviados às unidades de ensino para coleta das
informações e devolvidos ao pesquisador para montagem de um banco de dados,
19
utilizando o programa SPSS, versão 16, para análise descritiva (frequências,
médias e desvio-padrão) e de associação (Qui-quadrado e correlação de
Pearson) entre as variáveis de estudo. O nível de significância estatística
considerado foi de 5% (p<0.05).
Após o primeiro prazo de devolução dos questionários, o pesquisador
retornou às unidades de ensino para um segundo contato, na tentativa de
ampliação do número de respondentes, o que de fato aconteceu, ampliando-se o
número total de respondentes em aproximadamente 50%. Ainda assim, o retorno
foi considerado baixo (40% do total de sujeitos na população), constituindo-se
numa das limitações deste estudo.
Todos os sujeitos receberam informações sobre os objetivos da pesquisa e
a condição de anonimato das respostas, assinando um termo de consentimento
livre e esclarecido caso concordassem em participar. Não foi possível, entretanto,
identificar o número de pessoas que não foi encontrada para responder ao
questionário, nem o número daqueles que se negaram a responder.
20
CAPÍTULO IV
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O presente capítulo foi estruturado na ordem das questões investigadas,
subdividindo-se em:
a. Características sócio-demográficas (local de trabalho, sexo, idade,
estado civil, filhos, nível de escolarização, renda familiar, número de pessoas
residentes em casa).
b. Características de saúde e bem-estar (autopercepção de saúde,
autopercepção de sono, autopercepção de estresse, autopercepção de
tristeza/depressão, religiosidade, como se sente no lazer, no lar e no trabalho).
c. Indicadores dos comportamentos preventivos (tabagismo, consumo de
bebidas alcoólicas, frequência de proteção contra o sol, diagnóstico de pressão
alta, de colesterol alto e de diabetes).
d. Características da prática de atividade física e opções de lazer
(deslocamento ao trabalho, atividades físicas domésticas, atividade física no
lazer, autopercepção de aptidão física, percepção de cansaço após o trabalho,
tempo de TV na semana, tempo de TV no final de semana, interesse por
atividades artístico-culturais e participação em atividades artístico-culturais).
21
e. Características de controle de peso e bitos alimentares (IMC - índice
da massa corporal), satisfação com o peso corporal, perda de peso com
orientação, estratégias para o controle de peso, frequência de almoço fora de
casa, refeição matinal e consumo de frutas e verduras).
Caracterízação dos Sujeitos
Os profissionais que atuam no colégio da cidade de Blumenau constituíram
43,8% da amostra da pesquisa; Florianópolis correspondeu a 30,8% e Jaraguá do
Sul com 25,4% dos pesquisados.
Observa-se na Tabela 2 que a maioria dos profissionais pesquisados
possui menos de 40 anos (67,7%; n= 88); são casados (61,2%; n=79); possuem
pós-graduação (57,5%; n=73); recebem acima de cinco salários mínimos (60,6%;
n=77); residem em moradias com número igual ou maior de 4 pessoas (43,8%;
n=57), e possuem um ou mais filhos (60%; n=78). Essas características não
diferem em função do gênero.
Tem-se, portanto, uma amostra composta por profissionais ainda jovens,
em sua maioria com menos de 40 anos de idade, com mais da metade deles
tendo escolaridade em nível de pós-graduação e com renda superior a cinco
salários mínimos na época da coleta de dados (R$ 465,00)
.
A pesquisa também revelou que a maioria dos profissionais é do sexo
feminino (72%), o que corrobora com o que foi citado por Delcor (2004): a
predominância da mulher na profissão de educar também aparece em outras
22
pesquisas sobre a saúde e trabalho dos professores de ensino básico, variando
de 75 a 85,6%.
Tabela 2. Características sócio-demográficas dos trabalhadores da Associação
Bom Jesus, Santa Catarina (2009)
Variáveis
Masculino
Feminino
Total
n (%)
n (%)
n (%)
p
Cidade
0,06**
Blumenau 11 (30,6) 46 (48,9) 57 (43,8)
Jaraguá do Sul 14 (38,9) 19 (20,2) 33 (25,4)
Florianópolis 11 (30,6) 29 (30,9) 40 (30,8)
Faixa etária
0,49**
39 anos 26 (72,2) 62 (66,0) 88 (67,7)
40 anos 10 (27,8) 32 (34,0) 42 (32,3)
Estado civil
0,99**
Casado 22 (61,1) 57 (61,3) 79 (61,2)
Não casado 14 (38,9) 36 (38,7) 50 (38,8)
Escolaridade
0,33**
Ensino médio 11 (30,6) 17 (18,7) 28 (22,0)
Superior completo 6 (16,7) 20 (22,0) 26 (20,5)
Pós-Graduação 19 (52,8) 54 (59,3) 73 (57,5)
Renda familiar mensal
0,93**
R$ 2.325,00 14 (40,0) 36 (39,1) 50 (39,4)
> R$ 2.325,00 21 (60,0) 56 (60,9) 77 (60,6)
Pessoas na moradia
0,051**
Sozinho 7 (19,4) 5 (5,3) 12 (9,2)
2 7 (19,4) 18 (19,1) 25 (19,2)
3 11 (30,6) 25 (26,6) 36 (27,7)
4 11 (30,6) 46 (48,9) 57 (43,8)
Quantidade de filhos
0,30*
Nenhum 17 (47,2) 35 (37,2) 52 (40,0)
1 19 (52,8) 59 (62,8) 78 (60,0)
Características de saúde e bem estar
A importância de buscar parâmetros que identifiquem as características de
saúde e bem-estar do grupo pesquisado, conforme demonstrado na Tabela 3,
pode ser confirmada com a definição de Nahas (2006):
O estilo de vida passou a ser considerado fundamental na promoção da
saúde e redução da mortalidade por todas as causas. De fato, para
grande parte da população, os maiores riscos para a saúde e o bem-
estar, têm origem no próprio comportamento individual, resultante tanto
na informação e vontade da pessoa, como também das oportunidades e
barreiras presentes na realidade social. (Nahas, 2006, p. 21).
23
Relativamente às características de saúde e bem-estar dos trabalhadores
pesquisados, os resultados obtidos constam na Tabela 3 a seguir:
Tabela 3. Características de saúde e bem-estar em trabalhadores da Associação
Bom Jesus, Santa Catarina (2009)
Variáveis
Masculino
Feminino
Total
n (%)
n (%)
n (%)
p
Autopercepção de saúde
0,63**
Positiva 29 (80,6) 79 (84,0) 108 (83,1)
Negativa 07 (19,4) 15 (16,0) 22 (16,9)
Autopercepção de sono
0,17**
Positiva 31 (86,1) 69 (75,0) 100 (78,1)
Negativa 05 (13,9) 23 (25,0) 28 (21,9)
Autopercepção de estresse
0,54**
Positiva 33 (91,7) 80 (87,9) 113 (89,0)
Negativa 03 (8,3) 11 (12,1) 14 (11,0)
Autopercepção de tristeza/depressão
0,7**
Positiva 32 (91,4) 85 (93,4) 117 (92,9)
Negativa 3 (8,6) 6 (6,6) 9 (7,1)
Religiosidade
0,002**
Sim, praticante 06 (16,7) 41(45,6) 47 (37,3)
Sim, mas não pratico 22 (61,1) 45 (50,0) 67 (53,2)
Não tenho religião 01 (2,8) 1 (1,1) 2 (1,6)
Não quero responder 07 (19,4) 3 (3,3) 10 (7,9)
Sentimento no seu lazer
0,4**
Positiva 19 (52,8) 56 (60,9) 75 (58,6)
Negativa 17 (47,2) 36 (39,1) 53 (41,4)
Sentimento no seu lar
0,3**
Positiva 33 (91,7) 78 (84,8) 111 (86,7)
Negativa 3 (8,3) 14 (15,2) 17 (13,3)
Sentimento no seu trabalho
0,45**
Positiva 33 (91,7) 80 (87,0) 113 (88,3)
Negativa 03 (8,3) 12 (13,0) 15 (11,7)
Conforme os resultados da Tabela 3, observou-se no item relacionado a
autopercepção de saúde, que somente 19,4% (n=07) entre os homens e 16%
(n=15) entre as mulheres se observam negativamente com relação ao seu atual
estado de saúde.
Com relação à qualidade do sono, os números mostraram que entre os
homens 13,9% (n=05) possuem uma autopercepção negativa e 25% (n=23) das
mulheres também apresentaram autopercepção negativa. No geral, 78,1%
24
percebem de modo positivo a qualidade do sono. Comparativamente, é possível
mencionar o estudo de Oliveira (2005) junto a servidores da UFSC, que apontou
que 79,4% dos profissionais pesquisados relataram ter boa qualidade de sono.
Quanto aos profissionais da Associação Franciscana de Ensino Senhor
Bom Jesus, ora em análise, a autopercepção negativa de estresse trouxe
números de 8,3% (n=3) para os homens e 12,1% (n=11) para as mulheres. No
geral, apenas 11% relataram percepção negativa para o estresse.
Nesse mesmo aspecto, estudo realizado por Petroski (2004) junto a
professores da UFSC, tratando da qualidade de vida no trabalho percebida e suas
relações com o estresse, nível de atividade física e risco coronariano, mostrou
que quanto melhor a qualidade de vida no trabalho percebida consequentemente
menor é o estresse percebido pelos professores. Vale observar que, de acordo
com a constatação de Petroski (2004), os professores do ensino de
graduação/especialização têm menores percepções de estresse do que aqueles
que atuam no mestrado/doutorado.
no item relacionado à tristeza e depressão, somente 8,6% (n=3) dos
homens e 6,6% (n=6) das mulheres se observam negativamente, conforme se
pode visualizar na Tabela 3.
Para a questão relacionada com a religiosidade, 16,7% (n=6) dos homens
e 45,6% (n=41) das mulheres se dizem religiosos e praticantes; 61,1% (n=22) dos
homens e 50% (n=45) das mulheres são religiosos, mas não praticam; 2,8% (n=1)
dos homens e 1,1% (n=1) das mulheres não possuem religião e, por fim, 19,4%
(n=7) dos homens e 3,3% (n=3) das mulheres não quiseram responder essa
questão.
25
Mais da metade dos homens 52,8% (n=19) e das mulheres 60,9% (n=56)
têm uma percepção positiva com relação ao lazer. Na autopercepção e vida no lar
os números foram ainda melhores e mostram que 91,7% (n=33) dos homens e
87% (n=80) das mulheres se sentem bem ou muito bem.
No item relacionado ao sentimento quando está no trabalho, apesar de se
observar constantes reclamações no boca-a-boca, os profissionais mostraram
que se sentem bem ou muito bem, que 91,7% (n=33) dos homens e 87%
(n=80) das mulheres se observam de maneira positiva.
Indicadores de comportamentos preventivos
Relativamente aos indicadores dos comportamentos preventivos dos
trabalhadores pesquisados, os resultados obtidos na pesquisa estão
apresentados na Tabela 4 a seguir:
26
Tabela 4. Indicadores dos comportamentos de risco e preventivos em
trabalhadores da Associação Bom Jesus, Santa Catarina (2009)
Variáveis
Masculino
Feminino
Total
n (%)
n (%)
n (%)
p
Tabagismo
0,8**
Não 32 (88,9) 88 (96,7) 120 (94,5)
Sim 04 (11,1) 03 (3,3) 07 (5,5)
Consumo de bebidas alcoólicas
0,00**
Não 19 (52,8) 84 (90,3) 103 (79,8)
Sim 17 (47,2) 09 (9,7) 26 (20,2)
Frequência de proteção contra o sol
0,08**
Sempre/quase sempre 14 (38,9) 59 (64,8) 73 (57,5)
Às vezes/Nunca ou raramente 22 (61,1) 32 (35,2) 54 (42,5)
Diagnóstico de pressão alta
0,92**
Sim 04 (11,1) 11 (11,7) 15 (11,5)
Não 28 (77,8) 81 (86,2) 109 (83,8)
Não lembro 04 (11,1) 02 (2,1) 06 (4,6)
Diagnóstico de colesterol elevado
0,21**
Sim 10 (27,8) 23 (24,5) 33 (25,4)
Não 23 (63,9) 69 (73,4) 92 (70,8)
Não lembro 03 (8,3) 02 (2,1) 05 (3,8)
Diagnóstico de diabetes
0,02**
Sim 03 (8,3) 8 (8,5) 11 (8,5)
Não 30 (83,3) 86 (91,5) 116 (89,2)
Não lembro 03 (8,3) 0(0) 03 (2,3)
Números favoráveis ficam evidenciados em relação ao fumo, visto que
mais de 85% dos homens e 95% das mulheres alegam que não possuem o hábito
de fumar. em relação ao consumo de bebidas alcoólicas, 52,8% (n=19) dos
homens e 90,3% (n=84) das mulheres não fazem uso (ver Tabela 3). Em
pesquisa realizada por Vedovato e Monteiro (2008), quanto ao tabagismo e
ingestão de bebidas alcoólicas, constatou-se que 27,5% dos indivíduos
pesquisados ingeriam bebidas alcoólicas e 9,3% fumavam.
Por outro lado, os homens que participaram da presente pesquisa não se
mostraram cuidadosos com relação à exposição ao sol, pois 61,1% (n=22)
assinalaram que às vezes ou raramente/nunca utilizam protetor solar. entre as
mulheres, 64,8% (n=59) sempre ou quase sempre fazem uso do mesmo.
27
Outrossim, entre os profissionais desta pesquisa, o número de pessoas
que receberam algum diagnóstico positivo de pressão alta mostrou-se muito
parecido entre homens e mulheres, ou seja, 11,1% (n=4) e 11,7% (n=11)
respectivamente.
No quesito colesterol elevado também foram encontrados valores
parecidos para ambos os sexos para um diagnóstico positivo, sendo 27,8%
(n=10) para os homens e 24,5% (n=23) para as mulheres.
Também no diagnóstico positivo de diabetes foram encontrados números
parecidos, sendo 8,3% (n=30) e 8,5% (n=8) para homens e mulheres
respectivamente.
Características da prática de atividade física e opções de lazer
O presente estudo objetivou verificar também as características relativas à
prática de atividades físicas e opções de lazer dos trabalhadores, sendo que os
resultados respectivos estão demonstrados na Tabela 5 a seguir.
28
Tabela 5. Características da prática de atividades físicas e opções de lazer em
trabalhadores da Associação Bom Jesus, Santa Catarina (2009)
Variáveis
Masculino
Feminino
Total
n (%)
n (%)
n (%)
p
Deslocamento ao trabalho
0,85**
Deslocamento ativo 06 (17,6) 15 (16,3) 21 (16,7)
Deslocamento passivo 28 (82,4) 77 (83,7) 105 (83,3)
Atividades físicas domésticas
0,10**
Sim, 1 dia por semana 24 (66,7) 73 (80,2) 97 (76,4)
Não 12 (33,3) 18 (19,8) 30 (23,6)
Atividade física no lazer
0,02**
Ativo 30 (83,3) 49 (53,8) 79 (62,2)
Inativo 06 (16,7) 42 (46,2) 48 (37,8)
Autopercepção de aptidão física
0,38**
Melhor 14 (38,9) 26 (28,6) 40 (31,5)
Semelhante 11 (30,6) 42 (46,2) 53 (41,7)
Pior 04 (11,1) 11 (12,1) 15 (11,8)
Não sei responder 07 (19,4) 12 (13,2) 19 (15,0)
Percepção de cansaço após o trabalho
0,23**
Positiva 17 (47,2) 33 (35,9) 50 (39,1)
Negativa 19 (52,8) 59 (64,1) 78 (60,9)
Tempo de TV na semana
0,31**
< 2 horas 19 (52,8) 58 (62,4) 77 (59,7)
2 horas 17 (47,2) 35 (37,6) 52 (40,3)
Tempo de TV no final de semana
0,4**
< 2 horas 04 (11,1) 16 (17,6) 20 (15,7)
2 horas 32 (88,9) 75 (82,4) 107 (84,3)
Interesse por atividades artístico
-
cultural
0,23**
Dança 05 (17,9) 32 (39,5) 37 (33,9)
Música 12 (42,9) 20 (24,7) 32 (29,4)
Teatro 06 (21,4) 20 (24,7) 26 (23,9)
Mostra de arte 01 (3,6) 07 (8,6) 08 (7,3)
Outra 04 (14,3) 02 (2,5) 06 (5,5)
Participação em atividades artístico
-
cultural
0,4**
Dança 06 (22,2) 31 (39,7) 37 (35,2)
Música 14 (51,9) 16 (20,5) 30 (28,6)
Teatro 02 (7,4) 11 (14,1) 13 (12,4)
Mostra de arte 01 (3,7) 06 (7,7) 07 (6,7)
Outra 04 (14,8) 14 (17,9) 18 (17,1)
Fica claro na tabela acima que os trabalhadores pesquisados da
Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus deslocam-se de maneira
passiva para o colégio com um percentual acima de 80% entre homens e
mulheres.
Entre homens e mulheres 76,4% afirmaram que realizam atividades
domésticas pesadas em número igual ou maior que um dia por semana.
29
Os números também revelam que a atividade física no lazer é um hábito
mais significativo entre os homens, com uma participação de 83,3% dos
entrevistados, contra 53,8% entre as mulheres. De modo geral, ou seja, sem
distinguir por gênero, verificou-se que 37,8% dos indivíduos pesquisados
declararam que não incluem atividade física no seu lazer. Esse resultado é
favorável se comparado ao obtido por Souza et al. (1998) que encontraram 77%
de indivíduos com baixa atividade física entre os servidores da Universidade de
Pernambuco.
A esse respeito pode-se citar Araújo e Araújo (2000) que afirmam que:
Hoje, em pleno século XX, se perguntarmos às pessoas que têm acesso
à informação se exercício físico regular faz bem à saúde, talvez
encontremos um grande percentual que responda afirmativamente.
Todavia, se perguntarmos a essas mesmas pessoas se elas gostam de
fazer exercícios regulares, esse percentual certamente diminuirá. Se
formos adiante e perguntarmos se elas são ativas fisicamente, não
podemos ter a certeza sobre quais respostas obteremos, mas um
percentual muito baixo deverá responder positivamente. Dentre esses,
alguns ainda responderão dessa maneira porque fazem diariamente o
serviço de casa ou do seu quintal. Outros nos dirão que são atletas
porque praticam esportes no final de semana e assim por diante. [...]. (p.
197).
Estudo realizado por Martins (2000) especificamente com professores da
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina, mostrou que o nível de
atividade física habitual é reduzido e irregular. Petroski, em 2004, voltou a
investigar a mesma população antes analisada por Martins (2000), e nesse
estudo de 2004 verificou que não ocorreu mudança significativa nos hábitos de
atividade física daqueles profissionais, pois o percentual de professores
sedentários e insuficientemente ativos foi similar.
No entanto, pode-se também fazer uma comparação destes resultados
com os números obtidos na pesquisa realizada por Vedovato e Monteiro (2008),
30
onde a maioria dos professores realizava tarefas domésticas em casa (88,4%) e
possuíam atividades de lazer (93,4%)
Outrossim, na presente pesquisa, comparando-se com pessoas de mesma
idade e sexo relativamente à sua condição física, 38,9% dos homens se vêem em
uma melhor condição física e 46,2% das mulheres também se vêem em melhor
condição física do que outras pessoas da mesma faixa etária.
É válido aqui mencionar Mello, Luft e Meyer (2004) que atestam que o
exercício é considerado uma categoria de atividade física planejada, estruturada e
repetitiva. A aptidão física, por sua vez, é uma característica do indivíduo,
abrangendo potência aeróbica, força e flexibilidade. O estudo desses
componentes pode ser fundamental na identificação de indivíduos em risco de
obesidade.
Neste estudo, em relação a percepção de cansaço após o trabalho, 64,1%
das mulheres e 52,8% dos homens se mostraram mais ou menos cansados ou
muito cansados ao final do dia.
Com relação ao tempo que assistem TV durante a semana, homens e
mulheres na sua maioria, assistem menos de 2 horas. no final de semana,
mais de 84% entre os dois sexos assistem mais de 2 horas de TV.
O tempo dedicado a assistir TV também é um fator importante no lazer dos
indivíduos pesquisados, pois nos finais de semana 84,3% assistem 2 horas ou
mais de TV, e durante a semana 40,3% assistem 2 horas ou mais. É sabido que
hábitos sedentários, como assistir TV, contribuem para a diminuição do gasto
calórico diário (Mello, Luft & Meyer, 2004). Diante disto, o aumento da atividade
31
física seria uma meta a ser seguida por esses indivíduos com tendência mais
sedentária identificados na pesquisa.
Verifica-se um número cada vez maior de estudos evidenciando os
benefícios da aptidão física para a saúde. Pesquisadores nas áreas de exercício
físico, Educação Física e de Medicina do Exercício e do Esporte, pelos todos
de pesquisa epidemiológica, demonstraram que tanto a inatividade física como
a baixa aptidão física são prejudiciais à saúde. (Araújo e Araújo, 2000).
Analisando comparativamente o tempo dedicado a assistir TV,
relativamente às atividades no âmbito artístico-cultural, constata-se que a TV tem
preferência entre a maioria das pessoas que participaram da presente pesquisa.
Isso, em parte, pode estar relacionado ao fato de que 60,9% das pessoas
afirmaram que chegam do trabalho sentindo-se cansadas, portanto, tendem a
preferir ficar relaxadas e passivas em frente da TV do que sair de casa para
participar de outras atividades.
No interesse por atividades artístico-culturais, 42,9% dos homens se
interessam por música e 39,5% das mulheres por dança. E, nas participações
artístico-culturais, também a música é mais relevante entre os homens e a dança
entre as mulheres.
Características de controle de peso e hábitos alimentares
No tocante às características relacionadas ao controle de peso e hábitos
de alimentação dos trabalhadores pesquisados, constata-se que, relativamente ao
índice de massa corporal (IMC), 61,1% dos homens pesquisados encontram-se
com excesso de peso (IMC
25) e 33,3% deles estão na faixa recomendável de
32
peso. Enquanto isso, 68,1% das mulheres estão na faixa recomendável de peso e
25,3% estão na condição de excesso de peso.
Tabela 6. Características de controle de peso e hábitos alimentares em
trabalhadores da Associação Bom Jesus, Santa Catarina (2009)
Variáveis
Masculino
Feminino
Total
n (%)
n (%)
n (%)
p
Índice de massa corporal (kg/m
2
)
0,02**
Baixo peso 02 (5,6) 06 (6,6) 08 (6,3)
Faixa recomendável 12 (33,3) 62 (68,1) 74 (58,3)
Sobrepeso 19 (52,8) 19 (20,9) 38 (29,9)
Obesidade 03 (8,3) 04 (4,4) 07 (5,5)
Satisfação com o peso corporal
0,12**
Sim 19 (52,8) 35 (37,2) 54 (41,5)
Não, gostaria de diminuir 15 (41,7) 57 (60,6) 72 (55,4)
Não, gostaria de aumentar 02 (5,6) 02 (2,1) 04 (3,1)
Pe
rda de peso com orientação
0,25**
Sim 03 (8,3) 17 (18,3) 20 (15,5)
Não 11 (30,6) 32 (34,4) 43 (33,3)
Não estou tentando perder peso 22 (61,1) 44 (47,3) 66 (51,2)
Estratégias para o controle do peso
0,18**
Dieta 03 (9,7) 21 (24,1) 24 (20,3)
Dieta e exercícios 06 (19,4) 20 (23,0) 26 (22,0)
Dieta e uso de remédios 0 (0) 02(2,3) 02 (1,7)
Não estou tentando perder peso 22 (71) 44 (50,6) 66 (55,9)
Frequência de almoço fora de casa
0,8**
Nenhum dia 02 (5,6) 21 (22,3) 23 (17,7)
Às vezes 17 (47,2) 35 (37,2) 52 (40,0)
Todos os dias de trabalho 17 (47,2) 38 (40,4) 55 (42,3)
Refeição matinal
0,8**
5 dias 27 (75,0) 67 (72,8) 94 (73,4)
4 dias 09 (25,0) 25 (27,2) 34 (26,6)
Consumo de frutas e verduras
0,14**
5 dias 14 (38,9) 59 (62,8) 73 (56,2)
4 dias 22 (61,1) 35 (37,2) 57 (43,8)
Alguns resultados são similares aos obtidos por Oliveira (2005) em estudo
efetuado junto a servidores da UFSC, onde também foi constatado que as
mulheres se encontravam em maior proporção dentro da faixa recomendável de
peso e os homens estavam em maior proporção na faixa de sobrepeso e
obesidade.
O fator sobrepeso acima demonstrado (que atinge 29,9% dos profissionais
pesquisados) não pode ser desprezado e merece atenção. Como afirmam Mello,
33
Luft e Meyer (2004, p. 177), “a atividade física de obesos é geralmente menor do
que a de não-obesos.
Diante do exposto entende-se que os indivíduos devem ser incentivados a
participar de programas que estimulem a atividade física espontânea e, ao final de
um programa de atividade intensa, é recomendável verificar se foi incorporada
uma mudança no estilo de vida da pessoa. O condicionamento físico
comprovadamente contribui em relação a vários fatores de risco, como diminuição
do peso, da pressão arterial e dos triglicerídeos. Melhora também o bem-estar, a
autoconfiança, reduz a depressão, hipocondria, tensão, fadiga, melhora o sono e
a libido, principalmente em pacientes cardiopatas. (Benetti, 1997).
Em relação à satisfação com o peso corporal, os homens mostram-se mais
satisfeitos (52,8%), ao passo que 60,6% das mulheres gostariam de diminuir o
peso. Isso mostra uma contradição entre o IMC real e a percepção corporal dos
respondentes. Perguntados se estão buscando perder peso com orientação
profissional, 61,1% dos homens e 47,35% das mulheres disseram não estar
tentando perder peso. Entre as estratégias mais utilizadas por aqueles que estão
tentando perder peso destaca-se a combinação de dieta e prática de exercícios,
para 22% dos trabalhadores pesquisados.
Segundo Trombetta, Neves e Kedor (1994), os benefícios proporcionados
pela prática de atividades físicas, no que diz respeito também à qualidade de vida,
são indubitáveis, e são evidenciados sob o aspecto psicossocial e favorecendo
assim os âmbitos social e profissional da vida do indivíduo, além de motivar a
mudança dos hábitos de vida e o controle dos fatores de risco ligados a doenças
diversas como a hipertensão e outras.
34
Segundo Araújo e Araújo (2000, p. 200), “atividade física e alimentação
inteligente são a chave para a perda de peso, melhora da capacidade física e
controle de doenças.”
Além disso, observando a freqüência de almoço fora de casa, ficam
evidentes as características de um mundo dinâmico, com 42% dos entrevistados
almoçando fora todos os dias de trabalho. a refeição matinal antes de ir para o
trabalho é feita em número maior ou igual a cinco dias semanais por 73% dos
trabalhadores. Quanto ao consumo de frutas e verduras, observa-se um perfil
mais favorável por parte das mulheres, com 62,8% delas consumindo tais
alimentos em número igual ou maior que cinco dias por semana, contra 38,9%
dos homens.
Chor (1999) afirma que ambientes coletivos podem ser especialmente
adequados para a elaboração e implementação de ações de saúde, uma vez que
podem ser ajustadas a cada contexto específico. Assim, o trabalho de
profissionais da saúde, entre os quais os professores de Educação Física, é cada
vez mais necessário nas organizações escolares e nos ambientes de trabalho.
Além do que, programas que promovem a saúde servem como
catalisadores de comportamentos saudáveis, estimulando mudanças adicionais.
Evidentemente, somente o trabalho, mesmo que demande determinado grau de
atividade física, não consegue cumprir esse papel catalisador e tem potencial
limitado para as necessárias mudanças e, além do mais, sabe-se que nem todos
os indivíduos realizam atividades de trabalho fisicamente ativo. (Araújo & Araújo,
2000).
Ademais, a valorização dos trabalhadores do setor educacional perpassa
pela questão salarial. A busca por vida digna, status, capacitação e qualificação
35
profissional torna-se desfavorecida pelo ritmo de vida dos professores, que
correm de escola para escola em busca de melhores condições salariais. (BOTH
et al., 2006).
36
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES E RECOMENDÕES
Em face da análise de dados do perfil dos entrevistados, pode-se constatar
que a maioria dos profissionais da amostra da pesquisa possui menos de 40 anos
(67,7%), portanto, constituída por uma força de trabalho ainda jovem; 61,2% são
casados; 60% têm 1 ou mais filhos; 57,5% são s-graduados e 60,6% possuem
renda acima de 5 salários-mínimos. Em suma, tem-se entre os indivíduos
pesquisados um perfil socioeconômico satisfatório.
A maioria dos entrevistados (94,5%) não fuma e 79,8% não fazem uso de
bebidas alcoólicas.
Quanto a doenças diagnosticadas, 11,5% apresentam diagnóstico de
pressão alta; 25,4% têm colesterol elevado e 8,5% têm diagnóstico de diabetes.
Indicadores de saúde, como a percepção do estado de saúde atual,
sentimento de tristeza e depressão, qualidade do sono e nível de estresse, foram
positivamente avaliados pelos respondentes. Destaca-se o alto percentual de
respondentes que consideram seus níveis de estresse como “baixos” (89%),
mesmo na condição de professores (uma das atividades consideradas mais
estressantes!).
37
No que se refere à percepção de bem-estar no lar, no trabalho e no lazer,
os indicadores são bastante positivos (um pouco menos para o lazer, em relação
aos demais contextos).
Como fator relevante para a adequada realização do seu trabalho, os
trabalhadores destacam, por ordem de importância, as condições físicas e
materiais adequadas, o respeito por parte do cliente (alunos e pais) e o
reconhecimento dos seus esforços por parte dos superiores.
No que se refere à prática de atividades físicas, a maioria dos sujeitos
utiliza veículo motorizado para deslocar-se a o colégio (mais de 80%) e, no
lazer, 37,8% afirmar não praticar qualquer atividade física no tempo livre.
O fato é que, sem dúvida, resultados de índices de saúde estão
intimamente ligados ao estilo de vida das pessoas e uma baixa mortalidade é
mais comumente verificada em indivíduos que incluem na sua rotina práticas
saudáveis.
Podemos constatar entre os indivíduos que foram pesquisados no presente
estudo, que quase 40% deles não são ativos no lazer e aproximadamente 24%
não realizam atividades físicas no lar. Além do que, 80% deslocam-se de forma
passiva para o trabalho, conforme citado anteriormente. Apreende-se, a partir
de tais números, uma tendência ao sedentarismo por parte dos profissionais
participantes do presente estudo.
Chamou a atenção o fato de que 60,9% dos indivíduos pesquisados se
sentem cansados após o trabalho; enquanto que 39,1% têm percepção positiva
nesse quesito, sentindo-se mais dispostos ao final do dia de trabalho.
38
No tocante à participação dos profissionais pesquisados em atividades
artístico-culturais, 35,2% informaram que costumam participar de danças; 28,6%
envolvem-se com música; 12,4% com teatro; 6,7% com mostras de arte e 17,1%
com outras atividades artístico-culturais.
Quanto aos fatores relacionados com o peso corporal e hábitos
alimentares, a pesquisa denotou que, de acordo com a percepção dos próprios
indivíduos pesquisados, 58,3% deles encontram-se na faixa de peso
recomendável, enquanto que 29,9% apresentam sobrepeso. Somente 5,5% são
obesos e 6,3% estão abaixo do peso recomendável. Ao mesmo tempo, 55,4%
dos indivíduos afirmaram que gostariam de diminuir seu peso, enquanto que
41,5% afirmaram que estão satisfeitos com o peso.
Os resultados do questionário aplicado no presente estudo mostraram,
ainda, que entre aqueles indivíduos que desejam perder peso, usam como
estratégia a dieta (20,3%); dieta associada com exercícios físicos (22%) e dieta e
uso de remédio (1,7%). No entanto, 55,9% afirmaram não estar preocupados em
perder peso.
Os resultados apurados mostraram, também, que 42% dos entrevistados
almoçam fora todos os dias de trabalho. a refeição matinal é feita em número
maior ou igual a 5 dias semanais por 73% dos trabalhadores. E o consumo de
frutas e verduras possui um número mais favorável entre as mulheres (62,8%) em
número igual ou maior a 5 dias semanais, contra 38,9% dos homens.
A atividade profissional, quase sempre realizada dentro de organizações
formais, é um dos aspectos que mais influenciam na qualidade de vida das
pessoas, em vista da grande parcela de tempo que o trabalho ocupa na vida (em
média 1/3 de nossos dias). Além da questão tempo, é também por meio do
39
trabalho que o indivíduo se mantém economicamente, e procura ainda atingir
suas aspirações sociais e pessoais.
Ao finalizar o presente trabalho, este pesquisador acredita ter atingido os
objetivos inicialmente traçados, tendo conseguido realizar um levantamento dos
hábitos e comportamentos dos trabalhadores da instituição pesquisada, revelando
as reais condições nas quais os mesmos desenvolvem seu trabalho, estilo de vida
e hábitos de lazer. Identificaram-se os possíveis motivos causadores de redução
da qualidade de vida, como também de eventual adoecimento, ligados a estresse,
sedentarismo, obesidade que atingem parte da amostra pesquisada, ao mesmo
tempo em que buscou apresentar, com base na literatura especializada, os
fatores causadores desses problemas e as respectivas ações corretivas passíveis
de adoção tanto por parte dos indivíduos como pela instituição.
Espera-se que as análises aqui colocadas possam efetivamente contribuir
na reflexão dos comportamentos de risco e possíveis mudanças no estilo de vida
de cada um e este pesquisador permite-se sugerir à instituição a realização de um
programa de saúde direcionado à população pesquisada que, junto de
levantamentos realizados em intervalos de tempo regulares, possam monitorar as
mudanças no estilo de vida destes trabalhadores e propor ações corretivas em
benefício desses profissionais.
40
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44
ANEXOS
45
ANEXO 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
46
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
ESTILO DE VIDA E PERCEPÇÃO DE BEM-ESTAR
RELACIONADA AO TRABALHO, EM PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DA
ASSOCIAÇÃO FRANCISCANA DE ENSINO SENHOR BOM JESUS EM SC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
PROG DE PÓS-GRADUAÇÀO EM ED. FÍSICA
Florianópolis, 2 de Setembro de 2009.
Colega professor:
Você é convidado a participar desta pesquisa que tem como objetivo conhecer as
relações entre o estilo de vida e a percepção de bem estar relacionada ao trabalho entre
os professores de nossa rede de ensino, na busca de respostas que sirvam de alicerce
na busca de uma maior qualidade de vida dos que dela participam.
O responsável pela condução científica, metodologia e ética do projeto é o mestrando em
Atividades físicas relacionadas a saúde e qualidade de vida Alexandre Jahn, professor do
Colégio Bom Jesus Santo Antônio Blumenau, que vem sendo orientado pelo Professor,
Doutor Markus Vinicius Nahas, do Programa de Pós-graduação em Educação Física da
Universidade Federal de Santa Catarina.
Não é necessária sua identificação, mas caso seja de seu interesse conhecer os
resultados desta pesquisa, mande e-mail para alexa[email protected] e os mesmos
serão repassados. O sigilo sobre dados pessoais de saúde é uma imposição de ordem
legal e ética, visando preservar a integridade física, psíquica, moral e social dos
participantes. Será observado o que prescreve a resolução No. 196/1996 do Conselho
Nacional de Saúde, que regulamenta as pesquisas com seres humanos e que exige que
o participante conheça a finalidade da pesquisa, manifestando o seu consentimento livre
e esclarecido.
Conto com sua efetiva participação para o aprofundamento do conhecimento sobre a
saúde do Profissional de Educação da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom
Jesus unidades de Blumenau, Jaraguá do Sul e Florianópolis e as relações com seu
estilo de vida e percepção de bem-estar na busca de hábitos e atitudes mais saudáveis
para a vida de todos.
Solicito a gentileza de preencher todos os campos do formulário para que sua
colaboração seja realmente válida. Ao dedicar 10 minutos respondendo as questões a
seguir, você estará ajudando de forma significativa a melhor compreendermos a saúde
e o bem-estar de si mesmo e de seus colegas.
Grato por sua colaboração .
Alexandre Jahn
Termo de consentimento
Ciente dos objetivos do Projeto sobre estilo de vida e percepção de bem-estar
relacionada ao trabalho, em professores e funcionários da Associação Franciscana de
Ensino Senhor Bom Jesus em Santa Catarina, declaro estar respondendo este
questionário com plena consciência, razão porque registro minha manifestação com o
presente termo
Concordo Não concordo
47
ANEXO 2
QUESTIONÁRIO
48
QUESTIONÁRIO
ESTILO DE VIDA E PERCEPÇÀO DE BEM-ESTAR DOS TRABALHADORES DA
ASSOCIAÇÃO BOM JESUS – SANTA CATARINA/2009
As questões 01 a 08 referem-se a informações pessoais.
01. Em qual das UNIDADES abaixo relacionadas você trabalha ?
Blumenau Jaraguá do Sul Florianópolis
02. Qual o seu SEXO ?
Masculino Feminino
03. Qual a sua IDADE ?
Menos de 30
anos
30 a 39 40 a 49 50 anos ou
mais
04. Qual o seu ESTADO CIVIL ?
Solteiro (a) Casado(a) /
vivendo com
parceiro(a)
Viúvo(a) Divorciado(a) /
separado(a)
05. Quantos FILHOS você tem ?
Nenhum 1 ou 2 filhos
3 ou 4 filhos
mais de 4 filhos
06. Qual o seu NÍVEL DE ESCOLARIZAÇÃO ?
Ensino médio
completo
Superior
completo
Especialização
Mestrado/DR
07. Qual a sua RENDA FAMILIAR BRUTA mensal ?
até 1245 reais
(até 3 SM)
1246 a 2075
reais (3 a 5 SM)
2076 a 4150
reais (5 a 10 SM)
acima de 4150
reais (>10SM)
08. Quantas pessoas (incluindo você) MORAM JUNTAS em sua residência ?
moro sozinho 2 3 4
5 6 7 8 pessoas ou +
Atenção:
Você não precisa escrever o seu nome; suas respostas são anônimas e
serão mantidas em sigilo.
Por favor, para cada uma das 48 perguntas, leia atentamente todas as
alternativas de resposta antes de responder.
Assinale apenas uma opção.
INFORMAÇÕES PESSOAIS
49
As questões 09 a 25 referem-se a indicadores de saúde atual e características de seu
estilo de vida.
09. Como você classifica seu ESTADO DE SAÚDE ATUAL ?
Excelente Bom Regular Ruim
10. Com que freqüência você considera que DORME BEM ?
Sempre Quase sempre Ás vezes Nunca /
raramente
11. Como você classifica o NÍVEL DE ESTRESSE em sua vida?
Raramente
estressado
Às vezes
estressado,
vivendo
razoavelmente
bem
Quase sempre
estressado
Sempre
estressado, com
dificuldade para
enfrentar a vida
diária
12. Com que freqüência você tem se sentido TRISTE OU DEPRIMIDO?
Sempre Quase sempre Ás vezes Nunca /
raramente
13. Você se considera uma pessoa RELIGIOSA?
Sim, praticante Sim, mas não
pratico
Não tenho
religião
Não quero
responder
14. Como você se sente, atualmente, em relação ao seu LAZER?
Muito bem
Bem Mais ou
menos
Mal Muito mal
15. Como você se sente, atualmente, em relação à sua vida no LAR?
Muito bem
Bem Mais ou
menos
Mal Muito mal
16. Como você se sente, atualmente, quando está no TRABALHO?
Muito bem
Bem Mais ou
menos
Mal Muito mal
17. Qual dos fatores abaixo é RELEVANTE com relação ao SEU BEM-ESTAR NO
TRABALHO?
Condições físicas e materiais
adequados para a realização do
mesmo
Reconhecimento pelos superiores do
trabalho realizado
Respeito por parte do cliente (aluno)
com relação a seu trabalho
Outro _________________________
INDICADORES DE SAÚDE E COMPORTAMENTOS PREVENTIVOS
50
18. Qual dos fatores abaixo você gostaria que a empresa oportuniza-se com o objetivo de
AJUDAR SUA SAÚDE através de atividades físicas e/ou de lazer?
musculação/ginástica eventos de confraternização
aulas de alongamento e relaxamento
Outro _________________________
19. Com relação ao FUMO, qual a sua situação?
Nunca fumei Parei de fumar há mais de 2 anos
Parei de fumar há menos de 2 anos FUMO até 10 cigarros /dia
FUMO de 10 a 20 cigarros /dia
FUMO mais de 20 cigarros /dia
20. Quantas DOSES DE BEBIDAS ALCOOLICAS você toma em uma SEMANA
NORMAL?
(1 dose = ½ garrafa de cerveja, 1 copo de vinho ou 1 dose de
uísque/conhaque/cachaça/vodka)
Nenhuma 1 a 7 doses 8 a 14 doses 15 doses ou
mais
21. Nos ULTIMOS TRINTA DIAS, você tomou 5 ou mais DOSES DE BEBIDA
ALCOOLICA numa mesma ocasião?
Sim Não
22. Quando você esta em ambiente ensolarado, por mais de 30 minutos, COM QUE
FREQUENCIA VOCE USA FILTRO SOLAR, BONÉ OU CHAPEU, OU OUTRO TIPO DE
PROTECAO CONTRA O SOL?
Sempre Quase sempre Ás vezes Nunca /
raramente
23. Algum medico, enfermeiro ou agente comunitário de saúde já lhe disse que você tem
PRESSÃO ALTA?
Sim Não Não lembro Nunca medi
minha pressão
sangüínea
24. Algum medico, enfermeiro ou nutricionista já lhe disse que você tem COLESTEROL
ALTO (um tipo de gordura presente no sangue ?)
Sim Não Não lembro Nunca fiz exame
para medir o
colesterol
25. Algum medico, enfermeiro ou nutricionista já lhe disse que você tem DIABETES ?
Sim Não Não lembro Nunca fiz exame
para medir o
açúcar no
sangue
51
As questões 26 a 39 referem-se a pratica de atividades físicas no seu deslocamento, no
trabalho, em casa e no lazer.
26. Na maioria dos dias da semana, COMO VOCE SE DESLOCA para ir ao trabalho ?
A pé De bicicleta De ônibus De carro/moto
27. Considerando os trajetos de IDA e VOLTA ao trabalho, na maioria dos dias da
semana, QUANTO TEMPO do percurso você gasta CAMINHADO ou PEDALANDO ?
Não
caminho ou
pedalo para
o trabalho
Menos de
10 minutos
De 10 a 29
minutos
De 30 a 59
minutos
60 minutos
ou mais
28. Você costuma fazer TAREFAS DOMÉSTICAS MAIS PESADAS (lavar vidros,
esfregar o chão, lavar roupa, faxina, cuidas do quintal)?
Sim, 1 ou 2
vezes por
semana
Sim, 3 ou 4
vezes por
semana
Sim, 5 ou mais
vezes por
semana
Não faço tarefas
pesadas em
casa
29. Você realiza regularmente, algum tipo de ATIVIDADE FÍSICA NO SEU LAZER, como:
exercícios físicos (ginástica, caminhada, corrida), esportes, danças ou artes marciais ?
Sim, 1 ou 2 vezes por semana
Sim, 3 ou 4 vezes por semana
Sim, 5 ou mais vezes por semana
Não, mas estou interessado(a) em realizar atividade física no meu lazer num futuro
próximo
Não estou interessado(a) em realizar atividade física no meu lazer num futuro
próximo
30. Qual o TIPO PRINCIPAL DE ATIVIDADE FÍSICA que você pratica no seu lazer?
(marque somente uma opção)
Esportes Corrida Caminhada Ciclismo
Ginástica /
Musculação
Natação /
Hidroginástica
Dança/atividade
s rítmicas
Yoga/tai-chi-
chuan /
alongamentos
Artes marciais /
lutas
Outra
_____________
Não pratico
atividades
físicas de lazer
31. COMO você pratica atividades físicas no lazer ?
Sozinho (a)
Com parceiro
(a)
Em grupo
Não pratico
atividades físicas
de lazer
ATIVIDADES FISICAS E OPÇÕES DE LAZER
52
32. ONDE (em que local) você MAIS FREQUENTEMENTE pratica as suas atividades
físicas de lazer?
Instalações
do Colégio
Clubes /
academias
Nas ruas /
parques
Outro
Não pratico
atividades
físicas de
lazer
33. Qual a maior dificuldade que você sente para a prática de ATIVIDADES FÍSICAS NO
SEU LAZER? (Marque somente uma opção)
Cansaço Clima desfavorável
Excesso de trabalho Falta de vontade
Obrigações de estudos Obrigações familiares
Distância até o local da prática Falta de habilidade motora
Falta de condições físicas (aptidão,
disposição)
Falta de instalações
Falta de dinheiro Outra
Condições de segurança NÃO TENHO DIFICULDADES
34. Comparando com pessoas de sua idade e sexo, como você considera a SUA
CONDIÇÃO FÍSICA (aptidão física ou preparo)?
Melhor Semelhante Pior Não sei
responder
35. COMO VOCÊ SE SENTE (fisicamente) ao chegar em casa após um dia de trabalho?
Bem
disposto
Disposto Mais ou
menos
Cansado Muito
cansado
36. Quantas horas em média você assiste televisão num DIA DE SEMANA normal?
Até 1
hora
2
horas
3 horas
4 horas 5 horas
ou mais
Não
assisto
TV
37. Quantas horas em média você assiste televisão num DIA DE FINAL DE SEMANA ?
Até 1
hora
2
horas
3 horas
4 horas 5 horas
ou mais
Não
assisto
TV
38. Qual das ATIVIDADES ARTÍSTICO-CULTURAIS abaixo você acha mais
interessante:
Dança sica
Teatro Exposição / mostra de arte
Outra __________________________
53
39. Em que ATIVIDADE ARTÍSTICO-CULTURAL você participou com mais freqüência
nos últimos 12 meses:
Dança sica
Teatro Exposição / mostra de arte
Outra __________________________
As questões de 40 a 47 referem-se ao seu peso, sua altura e hábitos alimentares
40. Qual o seu PESO? Exemplo: 77,5 kg.
___________ kg Se estiver grávida, assinale aqui
41. Qual a sua ALTURA? Exemplo 1,68 m
___________ m
42. Você está SATISFEITO (A) com o seu peso ?
Sim Não (gostaria de
diminuir)
Não (gostaria de
aumentar)
43. Se você está tentando PERDER PESO, é com orientação de um profissional de
saúde?
Sim Não Não estou tentando
perder peso
44. Se você está tentando PERDER PESO, o que está fazendo?
Dieta Dieta e
exercícios
Dieta e tomando
remédios
Não estou
tentando perder
peso
45. Com que freqüência, numa semana típica (normal), você ALMOÇA FORA DE CASA
?
Nenhum dia Ás vezes Todos os dias de
trabalho
46. Em quantos dias de uma semana normal você faz uma refeição matinal (toma CAFÉ
DA MANHÃ) antes de sair para o trabalho?
Nenhum dia 1 dia
2 dias
3 dias
4 dias
5 dias
6 dias
7 dias
47. Em quantos dias de uma semana típica (normal) você inclui frutas e verduras em sua
alimentação diária?
Nenhum dia 1 dia
2 dias
3 dias
4 dias
5 dias
6 dias
7 dias
CONTROLE DE PESO E HÁBITOS
ALIMENTARES
54
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