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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE MEDICINA
Curso de Pós-Graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde
Área de Concentração em Geriatria
Tese de Doutorado
ASSOCIAÇÃO ENTRE FATORES
METABÓLICOS, ANTROPOMÉTRICOS E
CLÍNICOS E ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSOS
César Luís Reichert
Porto Alegre
2006
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE MEDICINA
Curso de Pós-Graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde
Área de Concentração em Geriatria
Tese de Doutorado
ASSOCIAÇÃO ENTRE FATORES METABÓLICOS, ANTROPOMÉTRICOS E
CLÍNICOS E ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSOS
Aluno: César Luís Reichert
Orientador: Prof. Dr. José Luiz da Costa Vieira
Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde,
Área de Concentração em Geriatria, da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, para
obtenção do título de Doutor em Medicina.
Porto Alegre
2006
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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Rosária Maria Lúcia Prenna Geremia
Bibliotecária CRB10/196
R351a Reichert, César Luís
Associação entre fatores metabólicos, antropométricos e funcionais e atividade física
em idosos / César Luís Reichert; orient. José Luiz da Costa Vieira. Porto Alegre:
PUCRS, 2007.
62f.: tab.
Inclui um artigo de periódico.
Tese(Doutorado)–Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Faculdade
de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde. Área de
concentração: Geriatria.
1.
ATIVIDADE MOTORA
. 2.
ESTILO DE VIDA
. 3.
METABOLISMO DOS LIPÍDEOS
.
4.
ÍNDICE
GLICÊMICO
.
5.
GLICEMIA
/metabolismo.
6.
ANTROPOMETRIA
.
7.
HIPERTENSÃO
.
8.
IDOSO
.
9.
GERIATRIA
.
10.
ESTUDOS TRANSVERSAIS
.
I. Vieira, José Luiz da Costa. II. Título.
C.D.D. 618.97
C.D.U. 613.72-053.9:572.087(043.2)
N.L.M. WE
103
SUMÁRIO
I - BASE TEÓRICA .......................................................................................................................................4
A ATIVIDADE FÍSICA E O IDOSO............................................................................................................4
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................5
2. REFERENCIAL .....................................................................................................................................7
2.1 ASPECTOS GERAIS DA ATIVIDADE FÍSICA............................................................................................7
2.2 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DO EXERCÍCIO E DA ATIVIDADE FÍSICA...............................................10
2.3 ATIVIDADE FÍSICA E DOENÇAS CARDIOVASCULARES........................................................................12
2.4 ATIVIDADE FÍSICA. TRANSTORNOS METABÓLICOS E OBESIDADE......................................................14
2.5 ATIVIDADE FÍSICA EM OUTRAS SITUAÇÕES CLÍNICAS .......................................................................23
2.6 O IMPACTO ECONÔMICO DO SEDENTARISMO....................................................................................23
2.7 O QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADES FÍSICAS IPAQ...............................................24
3. OBJETIVOS .........................................................................................................................................26
3.1 GERAL.............................................................................................................................................26
3.2 ESPECÍFICOS ....................................................................................................................................26
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................27
ANEXO..........................................................................................................................................................34
II - ARTIGO PORTUGUÊS........................................................................................................................35
ASSOCIAÇÃO ENTRE FATORES METABÓLICOS, ANTROPOMÉTRICOS E FUNCIONAIS E
ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSOS............................................................................................................35
RESUMO ......................................................................................................................................................37
ABSTRACT ..................................................................................................................................................38
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................39
POPULAÇÃO E MÉTODOS......................................................................................................................40
Procedimentos estatísticos......................................................................................................................42
RESULTADOS.............................................................................................................................................43
DISCUSSÃO .................................................................................................................................................46
CONCLUSÕES.............................................................................................................................................57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................58
4
I - BASE TEÓRICA
A ATIVIDADE FÍSICA E O IDOSO
5
1. INTRODUÇÃO
Desde a época da revolução industrial, a tecnologia tem avançado sempre
e cada vez mais, provocando uma notável transformação no ser humano: de
uma sociedade rural, trabalhadora braçal, fisicamente ativa, surgiu uma
população urbana atribulada e estressada, com poucas oportunidades de
desenvolver atividades físicas.
Considerando que o sedentarismo é um fator de risco cardiovascular e de
morbidade geral aumentada, ao passo que uma vida fisicamente ativa traz
benefícios à saúde, torna-se imperioso estudar o processo de atividade física no
ser humano, especialmente em idosos, fração de nossa população que está em
franco aumento numérico, pois o envelhecimento traz consigo umarie de
patologias que devem ser alvo de prevenção e tratamento eficazes, para que
haja longevidade com qualidade de vida.
Deve-se observar, também, que os benefícios conhecidos da atividade
física dependem da freqüência, da duração e da intensidade com que é
realizada. Finalmente, é necessário persistência, de forma que o processo seja
uma constante na vida de cada indivíduo.
Ainda o poucos os estudos que avaliam, através do International
Physical Activity Questionnaire IPAQ, o nível de atividade física em idosos.
6
Além disto, o encontraou-se, revisando a literatura, trabalhos que associem
dados levantados por este questionário e fatores metabólicos, antropométricos e
funcionais.
O objetivo deste estudo é verificar a associação dos fatores acima citados
a um maior nível de atividade física em idosos.
7
2. REFERENCIAL
2.1 ASPECTOS GERAIS DA ATIVIDADE FÍSICA
O conceito de que atividade física e saúde estão relacionados consta em
textos de várias civilizações da antigüidade, como gregos, romanos e hindus. Por
outro lado, apenas nas últimas três décadas estabeleceu-se que baixos níveis de
atividade física constituem fator de risco ao desenvolvimento de doenças
crônico-degenerativas.(1)
Em verdade, um comportamento sedentário (pouca atividade física
recreacional, ocupacional ou nas tarefas domésticas) constitui-se em um dos
mais fortes fatores de risco para, entre outras, doenças cardiovasculares,
hipertensão, diabetes, obesidade, osteoporose.(2) Dados do Nurses Health
Study (3) apontaram que a adesão a um estilo de vida envolvendo padrões de
dieta (rica em fibras e gorduras poliinsaturadas), exercícios físicos e abstinência
do hábito de fumar estão associados com um baixo risco de doença coronariana.
A prática de atividades físicas regulares produz uma série de adaptações
morfológicas e funcionais no organismo (cardiovasculares, osteomusculares,
pulmonares, etc), claramente benéficas. Numa população, a atividade física tem
como objetivos a manutenção ou recuperação da saúde, o lazer ou a melhora de
8
padrões estéticos, diferentemente daquela de caráter esportivo, onde o
aprimoramento físico determina um melhor desempenho.(4)
As tentativas de estabelecer cientificamente, com estudos
epidemiológicos, a importância de ser fisicamente ativo, iniciaram na segunda
metade do culo passado. Comparações da incidência de doença coronariana
entre carteiros e seus colegas que desempenhavam funções burocráticas (5),
motoristas de ônibus em Londres e cobradores (que subiam e desciam as
escadas dos ônibus de dois andares) (6), mostraram a menor ocorrência de
doenças cardiovasculares nos mais ativos. Embora, posteriormente, o método
destes estudos tenha sido discutido e criticado, sua importância histórica
permanece.
Em 1986, surgiu o clássico estudo de Paffenbarger (7), analisando 17.000
ex-alunos de Harvard, demonstrando que um gasto calórico de 2000 kcal
(quilocalorias) semanais ou mais (o equivalente a uma hora de caminhada todos
os dias da semana) estava associado a menores mortalidade geral e
cardiovascular.
A tradicional prescrição de exercícios das décadas de 1970 e 1980
buscava melhorar a aptidão física, promovendo a participação em exercícios
vigorosos de longa duração. A crença geral era que se uma pessoa não se
exercitasse dentro de determinada faixa de freqüência cardíaca ou intensidade
de exercício, os benefícios do programa seriam mínimos. Visto em retrospectiva,
não é de surpreender que estas recomendações levaram cerca de 85% dos
adultos norte-americanos a não aderirem às recomendações de tornarem-se
fisicamente mais aptos.(8)
9
Os obstáculos citados para a obtenção dos objetivos acima citados
incluíram: falta de tempo, os programas de exercícios não eram agradáveis ou
eram muito “pesados” e lesões musculoesqueléticas. O resultado final foi que o
público norte-americano permaneceu sedentário.(8)
A partir destes resultados, surgiram conceitos de que a quantidade de
exercício necessária para produzir benefícios à saúde seria menor que a
necessária para melhorar a aptidão física. Mesmo sem ganhos na capacidade
física ou perda substancial de peso, o exercício melhoraria a homeostase da
glicose, as lipoproteínas, a distribuição de gordura abdominal e a pressão
arterial.(8)
Campanhas foram criadas para estimular as pessoas a manter um padrão
de atividade física incluindo, por exemplo, subir escadas, em vez de utilizar o
elevador, caminhar até o supermercado e a padaria evitando o uso do
automóvel, etc... No Brasil, merece destaque o programa “Agita São Paulo”
lançado em dezembro de 1996, com dois objetivos sicos: a) incrementar o
conhecimento da população sobre os benefícios da atividade física e, b)
aumentar o envolvimento da população com a atividade física.(9)
Novas observações surgiram ao final de 2002, com Myers J. et al (10), em
um estudo com cerca de 6200 homens que realizaram teste ergométrico em
esteira rolante e foram acompanhados por seis anos. Ao final, a capacidade de
exercício, medida em MET (equivalentes metabólicos), foi o principal fator de
predição do risco de morte, tanto em sujeitos normais quanto em portadores de
doença cardiovascular. Além disto, cada incremento de um MET na capacidade
de exercício conferiu um aumento de 12% na sobrevida do grupo avaliado.
10
Poder-se-ia depreender que os benefícios da atividade física à saúde o
um continuum relacionado à quantidade. Assim, o equivalente entre 700
kcal/semana (sair do estado de sedentarismo para um mínimo de atividade)
seria benéfico, mas 2000 kcal/semana (quase uma hora de caminhadas todos os
dias) trariam, ainda, benefícios adicionais.(11)
Por outro lado, hábitos sedentários constituem parte substancial do risco
de morte por doença arterial coronariana, diabetes tipo dois e câncer de cólon. A
partir de 1992, a Associação Americana de Cardiologia passou a considerar a
inatividade física como um fator de risco independente para doença
cardiovascular. A evidência acumulada também indica que um estilo de vida
ativo auxilia a preservar habilidades funcionais e a manter vida independente em
idosos.(12)
Programas de estilo de vida que encorajem atividades físicas de
moderada intensidade através de mudanças comportamentais, associadas com
a adoção e manutenção de atividades, têm sido advogados como uma
alternativa a exercícios vigorosos, que visem aptidão física.(12)
2.2 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DO EXERCÍCIO E DA ATIVIDADE
FÍSICA
Apesar dos benefícios que a atividade física proporciona, milhões de
pessoas, em todo o mundo, continuam com hábitos sedentários. Diante desta
verdadeira “epidemia” de sedentarismo, crescente necessidade de
intervenções que promovam a atividade física em todos os segmentos
populacionais.(13)
11
Estima-se que apenas 22% dos adultos americanos são ativos (isto é,
praticam atividade física diária leve a moderada, por pelo menos 30 minutos),
54% são pouco ativos (ou seja, não atingem o índice descrito) e 24% são
totalmente sedentários.(14) Este percentual não teria sofrido alteração desde a
década de 1980.(12) Além disto, apenas um em cada dez americanos adultos
seguiria um padrão de constância na prática de atividades físicas.(15) A
desistência a programas de atividade física para adultos atinge, entre dez e vinte
semanas, 25% a 35% dos participantes.(11)
Na Inglaterra, os dados evidenciam que seis em cada dez homens e sete
em cada dez mulheres, com idade entre 16 e 74 anos, não são suficientemente
ativos para beneficiar a sua saúde.(16)
No Brasil, em pesquisa realizada em 1996 e 1997, nos estados do
nordeste e sudeste (17), apenas 13% dos entrevistados informaram estar
praticando atividades físicas em horas de lazer por pelo menos 30 minutos, em
um ou mais dias da semana. Mais, apenas 3% as faziam cinco ou mais dias. Os
dados são muito inferiores aos de pesquisas realizadas em países
desenvolvidos.
Quanto ao tipo de atividade desenvolvida, especialmente por idosos, a
caminhada é a mais freqüente, seguida por jardinagem. Corridas e atividades
esportivas envolvem menos de 10% dos indivíduos.(18)
12
2.3 ATIVIDADE FÍSICA E DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Pessoas que se exercitam mais o melhor condicionadas e apresentam
menor risco para as doenças cardiovasculares. A inatividade física é, hoje,
considerada um fator maior de risco para estas doenças.(19) Ingerir frutas e
vegetais, ser fisicamente ativo e não fumar reduziria em 80% o risco relativo de
infarto agudo do miocárdio.(20)
A atividade física regular reduz as pressões arteriais sistólica e diastólica,
em repouso, reduz triglicerídeos circulantes, eleva o HDL-C e reduz a quantidade
de gordura visceral. Desta forma, um estilo de vida ativo pode auxiliar na
prevenção de doenças cardiovasculares.(21, 22) Mesmo atividades leves a
moderadas estão associadas com menores taxas destas patologias.(23)
Em uma coorte de mais de 44 mil homens norte-americanos, seguidos
por 12 anos,(24) observou-se que, aqueles que corriam ao menos uma hora por
semana apresentaram uma redução de 42% no risco de doença arterial
coronariana, enquanto que treinamento com pesos, por pelo menos 30 minutos
semanais, foi associado com redução de 23%. Outro estudo, com mais de 70 mil
mulheres em pós-menopausa, também norte-americanas, comparou exercícios
físicos vigorosos e caminhadas na prevenção de eventos cardiovasculares.
Ambos associaram-se a substanciais reduções destes eventos. Além disto, as
mulheres que realizavam tanto exercícios vigorosos quanto caminhadas tiveram
maior redução de risco cardiovascular do que aquelas que praticavam apenas
uma das opções.(25)
Na Grã-Bretanha, o acompanhamento de mais de seis mil homens com
idades entre 40 e 59 anos, durante vinte anos, permitiu concluir que a ocorrência
13
de infartos do miocárdio e cerebral, fatais ou não, ocorreram três vezes mais nos
fisicamente inativos do que nos moderadamente ativos.(26)
Comparativamente, uma coorte com mais de nove mil mulheres norte-
americanas, acompanhadas por mais de cinco anos, demonstrou menores
mortalidade geral e doenças cardiovasculares nas fisicamente ativas, em relação
às sedentárias.(27)
A hipertensão arterial sistêmica é um importante fator modificável para as
doenças cardiovasculares. Estudos epidemiológicos indicam que a pressão
arterial elevada predispõe ao acidente vascular cerebral, doença arterial
coronariana e insuficiência cardíaca congestiva, entre outros. Pessoas menos
ativas têm um risco aumentado de 30% a 50% para hipertensão arterial. Uma
metanálise de 54 estudos randomizados e controlados (28) para determinar o
efeito de exercícios aeróbicos na pressão arterial, com seguimentos de três
semanas a dois anos (mediana de 12 semanas), evidenciou redução da pressão
sistólica em 83% e da pressão diastólica em 84% das pesquisas, embora com
significância estatística em apenas 37% e 32% respectivamente. Para a pressão
sistólica, a redução foi, em média, de 3,8 mmHg e, para a diastólica, 2,6 mmHg.
Especificamente no caso de idosos, os efeitos da atividade física e do
exercício na pressão arterial são incertos. Um programa de exercícios aeróbicos,
com duração de seis meses, reduziu a pressão diastólica, mas não a sistólica,
em pacientes de 55 a 75 anos de idade.(29)
14
2.4 ATIVIDADE FÍSICA. TRANSTORNOS METABÓLICOS E OBESIDADE
Estamos vivendo uma “epidemia” de obesidade, atribuída a fatores
ambientais que promovem inatividade física e excessiva ingestão calórica. A
prevalência de obesidade (IMC > 30 kg/m²), nos Estados Unidos, passou de
12% em 1991 para 17,9% em 1998. Adultos com sobrepeso (IMC > 25 kg/m²) ou
obesidade somam 54,9% dos indivíduos daquele país.(30)
Dados obtidos em 2001 (31) com 195 mil norte-americanos com 18 ou
mais anos de idade apontaram um prevalência de obesidade de 20,9%
(comparada com 19,8% em 2000). Para IMC de 40 kg/m2 ou acima, a
prevalência foi de 2,3%. Estes últimos, comparados com adultos de peso
normal, apresentaram odds ratio 7,4 para diabetes e 6,4 para hipertensão
arterial, evidenciando a importância de comorbidades em obesos graves.
Um comportamento sedentário está associado a maior risco para
obesidade, enquanto que atividade física, mesmo leve, implica em substancial
redução deste risco. Dados interessantes sobre o bito de assistir TV apontam
que, para cada duas horas assistidas por dia, o aumento de risco para
obesidade foi de 23%.(32)
Indivíduos regularmente ativos tendem a baixar o percentual de gordura,
em relação aos sedentários. Isto ocorre devido ao aumento do gasto energético.
A combinação de dieta e atividade física regular forma o meio mais efetivo de
controle do peso.(33-35)
Uma análise dos efeitos do treinamento físico sobre a preservação da
massa livre de gordura em pacientes submetidos à dieta hipocalórica
15
demonstrou que, naqueles que não faziam atividade física, 24% a 28% da perda
de peso veio de massa magra, enquanto que naqueles engajados em exercícios
aeróbicos e de resistência, apenas 11% a 13% de perda foi de massa magra.
Desta forma, o exercício físico parece atenuar a perda de massa magra quando
submete-se pacientes à dietas para perda de peso. Este aspecto é muito
importante, pois sabe-se que a massa magra está muito relacionada à taxa de
metabolismo basal.(36) Acrescente-se a isto os achados de pesquisa (37) que
apontou a gordura corporal como um melhor preditor de fatores de risco
cardiovascular do que a capacidade aeróbica, pelo menos em homens. Os
autores concluem que, embora a atividade física seja uma estratégia efetiva na
prevenção de doença arterial coronariana, uma gordura corporal elevada é fator
adverso para esta doença, sendo independente da capacidade aeróbica.
É de certa forma surpreendente que maior atenção não seja dedicada ao
problema da obesidade entre os idosos. Neste grupo, a obesidade tem efeitos
quantitativamente diferentes em mortalidade e morbidade, se comparado a
faixas etárias menores. Ao longo da vida, o IMC tende a aumentar
gradualmente, atingindo um pico por volta de 60 anos e tendendo a declinar
após. A massa muscular passa por um processo de perda gradual, que se inicia
por volta de 30 a 40 anos, persistindo até idades avançadas. Em contrapartida, a
gordura corporal aumenta por toda a vida adulta. Vários estudos demonstram
que IMC e massa de gordura elevados associam-se positivamente à
incapacidade (por exemplo, limitação em atividades da vida diária, subida de
escadas), doenças pulmonares, diabetes, etc. Desta forma, indivíduos mais
idosos tendem a maior proporção de gordura corporal do que outros mais
jovens, com o mesmo IMC. Também, uma tendência a maior concentração
16
da gordura em vísceras e abdome, que se associa a maior mortalidade,
independendo da gordura total.(38)
Os custos, direto e indireto, da obesidade o consideráveis,
representando 7% do orçamento nacional para a saúde, nos Estados Unidos e
Holanda, 4% na França e 2% na Austrália.(33) Esta doença está fortemente
relacionada, entre outros, com incapacidade ao trabalho, utilização prolongada
de medicamentos e morbidade geral.(39)
A prevalência de diabetes do tipo dois está aumentando em todo o
mundo. Ela é um fator de risco maior para morte e várias complicações não
fatais, que acarretarão um grande impacto aos pacientes, aos seus familiares e
aos sistemas de saúde. Estudos têm demonstrado, claramente, que a doença
pode ser efetivamente prevenida por modificações no estilo de vida.(40)
Em verdade, poder-se-ia considerar que a diabetes tornou-se epidêmica
nas últimas décadas, devido não ao avanço na idade das populações, mas
também a um substancial aumento na prevalência de obesidade e à diminuição
nos níveis de atividade física, ambos passíveis de serem atribuídos ao estilo de
vida ocidental.(41)
No Brasil, a prevalência de diabetes em indivíduos entre 30 e 75 anos de
idade foi estimada em 4,2%, sendo que aproximadamente 70% estavam em uso
de hipoglicemiantes orais ou insulina.(42)
Um estudo dinamarquês demonstrou que, nos anos de 1996 e 1997, a
prevalência de diabetes foi de 12,3% em homens e 6,8% em mulheres com 60
ou mais anos de idade. Comparando dados da mesma população, obtidos em
17
1974 e 1975, o aumento do número de casos foi de 58% para os homens e 21%
para as mulheres. Um concomitante aumento no IMC, no mesmo período,
explicaria o aumento na prevalência de diabetes.(43) É interessante observar a
estimativa de que 30% a 60% dos indivíduos com esta doença, na comunidade,
estejam sem o diagnóstico.(40)
O risco estimado de desenvolvimento de diabetes ao longo da vida, para
norte-americanos nascidos em 2000, é de 32,8% para os homens e 38,5% para
as mulheres. Estas, têm maior risco em todas as idades. Diabéticos sofrem
importante redução na expectativa de vida. Calcula-se que homens que tenham
a doença diagnosticada aos 40 anos perderão 11,6 anos de vida, enquanto que
mulheres perderão 14,3 anos. Os dados apresentados dão uma idéia do impacto
da diabetes, individual e coletivamente.(44)
Sedentários apresentam maior ocorrência de diabetes e obesidade do
que indivíduos que fazem atividade física.(44) Esta última associa-se,
significativamente, com a redução da prevalência de diabetes tipo dois e suas
morbidades associadas.(45, 46)
A atividade física exerce efeito benéfico na tolerância à glicose. A
caminhada parece ser um modo conveniente de atividade física de baixo
impacto, sendo a mais recomendada para diabéticos.(47) Porém, várias formas
de atividade física, contanto que praticadas com regularidade e persistência,
aumentam o fluxo sanguíneo cutâneo, permitindo a prevenção e a reversão de
transtornos vasculares que resultam em úlceras e outra complicações no
paciente diabético.(48)
18
Inversamente, como mencionado anteriormente, um comportamento
sedentário associa-se com significativo aumento de risco de desenvolvimento de
obesidade e diabetes tipo dois.(32) Em uma coorte de 84.941 mulheres
acompanhadas por 16 anos, nos Estados Unidos,(49) 91% dos casos de
diabetes puderam ser atribuídos a hábitos e formas de comportamento (falta de
exercício, dieta inadequada, tabagismo e álcool). É interessante que este estudo
ainda utilizou, como critério diagnóstico, uma glicemia em jejum de 140 mg/dl, e
não 126 mg/dl.
A associação entre diabetes do tipo dois e doenças cardiovasculares
originou a hipótese de que ambas têm um antecedente comum, que foi
denominado síndrome metabólica. Esta entidade é caracterizada pela ocorrência
simultânea de obesidade (especialmente central), dislipidemia (triglicerídeos
elevados e HDL-C baixo), hiperglicemia e hipertensão arterial.(50, 51)
O National Cholesterol Education Program (NCEP) (52, 53), define
síndrome metabólica pela presença de pelo menos três dos fatores
apresentados na tabela abaixo.
diferenças por gênero para as medidas de cintura e HDL-C. Para os
demais aspectos, não há diferença estabelecida entre homens e mulheres.
Pensa-se que a ndrome metabólica é um transtorno comum que resulta
da prevalência crescente de obesidade (54), aumentando o risco para a doença
arterial coronariana e para a diabetes do tipo dois.(55) A gênese desta condição
tão prevalente é, assim como a obesidade e a diabetes tipo dois, de
considerável heterogeneidade.(53) Além de fatores ambientais, a
hereditariedade parece explicar uma proporção substancial dos fatores
19
envolvidos.(56) Também, parece que regiões dos cromossomas 2, 6, 7, 12, 14 e
15 influenciem os fatores que representam a síndrome metabólica. (57, 58)
A prevalência apontada por alguns estudos situa-se em 20% a 30% para
norte-americanos de 30 a 79 anos de idade (59-61), sendo 43,5% na faixa etária
de 60 a 69 anos e 42% para 70 ou mais anos (62). Parece não haver dados
quanto à prevalência no Brasil.(63)
O tratamento para pacientes que apresentem síndrome metabólica
apresenta, primeiramente, uma dieta com baixas gorduras saturadas e
colesterol, além de restrição calórica. Exercícios devem ser encorajados, pelo
menos 30 minutos em cinco dias da semana. Não há necessidade de os
exercícios serem aeróbicos.(64) Estudos transversais mostram que atletas
apresentam menores níveis de insulina e maior sensibilidade à mesma, em
comparação com sedentários. Além disto, atletas másteres parecem ter proteção
Tabela 1. Definição de síndrome metabólica
Fator de risco Valor
Obesidade abdominal
(circunferência da cintura)
Homens >102 cm
Mulheres >88 cm
Triglicerídeos >150 mg/dl
HDL-Colesterol
Homens <40 mg/dl
Mulheres <50 mg/dl
Pressão arterial >130/80 mmHg
Glicemia de jejum >110 mg/dl
20
contra a deterioração da tolerância à glicose associada ao envelhecimento. O
efeito do exercício sobre a sensibilidade à insulina perdura entre 12 e 48 horas,
o que reforça a necessidade de ser fisicamente ativo freqüente e
regularmente.(65) É importante salientar que tanto a atividade física quanto o
exercício diminuem o risco relacionado a cada componente da síndrome
metabólica.(63) A este propósito, um recente estudo (66) demonstrou que a
atividade física, definida através do gasto calórico, foi capaz de predizer a
progressão para a síndrome metabólica, de forma independente da capacidade
aeróbica, obesidade e outros fatores de confusão. Estes achados conduzem à
importância das atividades do dia-a-dia como parte do tratamento e a
necessidade de enfatizá-las em sociedades cada vez mais sedentárias.
Ainda muito a fazer, integrando os achados da síndrome metabólica à
prática clínica, identificando indivíduos que estejam em risco. Mais, apenas
iniciou-se o entendimento das bases da patologia desta condição e suas
implicações terapêuticas.(67)
Tanto o colesterol total sérico quanto o LDL-C estão associados
significativamente com o processo de aterosclerose e suas seqüelas clinicas.(68)
O risco, ao longo da vida, de doença arterial coronariana aumenta agudamente
com maiores níveis de colesterol total para homens e mulheres em todas as
idades, de modo que justifica-se o screening de níveis de colesterol em
pacientes mais jovens, auxiliando a descobrir aqueles de alto risco para
modificações no estilo de vida ou terapia medicamentosa.(69) Esta relação
colesterol e mortalidade foi estabelecida pelo estudo de Framingham, que
21
demonstrou que os níveis de colesterol em pessoas com menos de 50 anos
correlaciona-se diretamente com a sobrevida nos próximos 30 anos.(70)
Dados do estudo de Framingham também apontam para uma prevalência
de hipercolesterolemia maior em mulheres do que em homens idosos. Na faixa
de 65 a 74 anos, a hipercolesterolemia afeta, segundo o mesmo estudo, 40%
das primeiras e 17% dos segundos. Após os 75 anos de idade, a prevalência
declina progressivamente. Até os 80 anos de idade, as dislipidemias continuam
sendo fator de risco para a doença coronariana. Após os 80 anos, tal evidencia
não é tão clara.(71)
Estudos epidemiológicos sugerem, fortemente, uma correlação inversa
entre a concentração plasmática de HDL-C e o risco de doença cardíaca
isquêmica. Também, evidências experimentais que indicam efeitos
cardioprotetores. Contudo, os mecanismos de proteção das partículas HDL-C
contra a isquemia cardíaca ainda não são totalmente compreendidos. O
mecanismo amplamente aceito do transporte reverso do colesterol tem
acompanhamento de outros independentes, como a habilidade do HDL-C em
inibir a expressão de moléculas de adesão, a potencialização e a liberação de
prostaciclinas(72), e a redução da aterosclerose através da proteção da LDL-C
de oxidação.(73)
Risco aumentado para doença arterial coronariana, re-estenose após
angioplastia e morte por causas cardiovasculares, ocorre quando os níveis de
HDL-C forem inferiores a 40 mg/dl em homens e 50 mg/dl em mulheres.
Também, é comum que aqueles com HDL-C baixo apresentem outros fatores de
risco cardiovascular, como diabetes, hipertensão, ou ambos. Estudos
22
epidemiológicos e pesquisas com animais sugerem que o aumento do HDL-C
possa retardar o desenvolvimento de aterosclerose. Em humanos, cada
incremento de 1 mg/dl está associado com um decréscimo de seis por cento no
risco de morte por doença coronariana.(74)
A abordagem terapêutica para aqueles com baixos níveis de HDL-C
incluem exercícios aeróbicos regulares, que podem elevar em três a nove por
cento os níveis da lipoproteína, em pessoas saudáveis e sedentárias. Este
aumento está relacionado com a freqüência e intensidade da atividade física. Os
maiores aumentos ocorrem com exercícios freqüentes, de baixa intensidade. O
tempo necessário para as alterações serem notadas pode ser de apenas oito
semanas mas, às vezes, até dois anos.(74)
Além de exercícios físicos regulares, outras modificações do estilo de
vida (controle de peso corporal, cuidados alimentares e cessação do tabagismo)
devem ser recomendados como primeira abordagem a elevação dos níveis de
HDL-C.(74)
Estudos randomizados têm demonstrado a eficácia na redução de
recorrência de eventos com a diminuição dos níveis de LDL-C em pacientes sem
doença arterial coronariana.(75, 76) Por outro lado, em um estudo (77) com
quatro anos de duração, com 599 indivíduos de 85 anos de idade no início da
pesquisa, que demonstrou como principal causa de mortalidade as doenças
cardiovasculares, níveis elevados de LDL-C o estiveram associados com
maior ocorrência de morte enquanto, níveis baixos de HDL-C foram relacionados
com um aumento de duas vezes da mortalidade.
23
Estudos prospectivos demonstraram uma associação entre os níveis de
triglicerídeos e doença arterial coronariana, com risco relativo entre 1,2 e 1,6.(78)
2.5 ATIVIDADE FÍSICA EM OUTRAS SITUAÇÕES CLÍNICAS
A atividade física é importante na manutenção da densidade óssea,
objetivando a prevenção de osteoporose. Nos últimos anos, demonstrou-se que
exercícios de resistência progressiva são efetivos na melhora da força em
idosos. Esta melhora está associada com maiores massas muscular e óssea,
além de maior mobilidade. Estes fatores são importantes na prevenção de
fraturas e melhor qualidade de vida.(79)
O câncer ocupa o segundo lugar como causa de morte nos países
desenvolvidos. Pelo menos, para o câncer de reto evidências suficientes de
que a atividade física regular exerça um fator protetor. Provavelmente, o mesmo
possa ser dito em relação aos tumores malignos de mama e próstata.(79)
2.6 O IMPACTO ECONÔMICO DO SEDENTARISMO
Um interessante aspecto, pouco mencionado pela dificuldade de
execução de estudos científicos, é o do impacto econômico da inatividade física
no sistema de saúde de um país.
Baseado em dados do National Medical Expenditures Surveyde 1987,
com uma amostra de 35 mil pessoas em 14 mil domicílios, calculou-se os gastos
24
anuais dos Estados Unidos com indivíduos sedentários, comparando-os aos
gastos com indivíduos ativos.(80)
Naqueles com idade a partir de 15 anos, sem limitações físicas e
regularmente engajados em atividades físicas, os custos médicos diretos foram,
em média, U$ 1.019, contra U$ 1.349 dos inativos fisicamente. Observou-se que
a maior diferença entre os dois grupos ocorreu em mulheres com 55 ou mais
anos.
Aplicando-se a diferença de aproximadamente U$ 300 à população norte-
americana com idade a partir de 15 anos (algo em torno de 205 milhões de
pessoas), teríamos a possibilidade de economia de U$ 76 bilhões anuais, se as
pessoas fossem ativas.
2.7 O QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADES FÍSICAS – IPAQ
A maioria da população, composta por sedentários, aponta como
barreiras à prática de exercícios físicos, entre outros, a ausência ou distância de
locais adequados e insegurança. Uma abordagem alternativa a estes aspectos é
o reconhecimento da importância de ambientes físico e social, como
determinantes de atividade física, tanto de forma utilitária como por lazer.(81)
A idéia de criar um instrumento para medir e classificar o dispêndio
calórico em atividades físicas tomou forma em Genebra, no ano de 1998,
quando foi proposto o Questionário Internacional de Atividades Físicas
IPAQ.(82) Este questionário tem duas formas, uma longa e outra curta. A forma
curta compreende sete questões, abrangendo as atividades físicas dos últimos
25
sete dias. (Anexo) A forma longa utiliza o conceito de uma semana usual na vida
do entrevistado.
O IPAQ tem sido recomendado pela Organização Mundial de Saúde como
um instrumento útil na avaliação de atividades físicas em populações.(83) A
validação do questionário foi realizada por um estudo envolvendo 14 centros em
12 paises, no ano de 2000.(83) A forma curta foi respondida por 1974 pessoas,
com uma média semanal de 2514 METs. As formas curta e longa mostraram
razoável concordância. Um estudo de validade e reprodutibilidade do IPAQ no
Brasil demonstrou que as duas formas são comparáveis entre si.(84)
Um trabalho comparando os níveis de atividade física das populações
adultas de Pelotas RS e São Paulo SP, teve como instrumento o IPAQ
versão curta. Os resultados apontaram para um percentual próximo a 39% de
indivíduos insuficientemente ativos em ambas as cidades. Por outro lado,
enquanto que em Pelotas 23,7% eram muito ativos, em São Paulo o foram
apenas 6,4% (85)
Um estudo australiano,(86) analisando quatro instrumentos de avaliação
do nível de atividade física, sendo um deles o IPAQ na forma curta, demonstrou
níveis aceitáveis para todos eles, no teste e reteste. Os autores concluem que os
instrumentos o confiáveis na avaliação de níveis de atividade física e
sedentarismo.
Desta forma, utilizando um instrumento que possa ser mais adequado na
avaliação de atividades físicas do cotidiano dos idosos, pretendeu-se
estabelecer a existência de associações entre o nível destas atividades e
variáveis metabólicas, antropométricas e funcionais deste grupo etário.
26
3. OBJETIVOS
3.1 GERAL
Determinar fatores metabólicos, antropométricos e funcionais em idosos,
associando-os ao nível de atividade física.
3.2 ESPECÍFICOS
- Estimar, utilizando a forma curta do Questionário Internacional de
Atividades Físicas – IPAQ – o dispêndio calórico em atividades físicas semanais.
- Verificar se existe associação entre atividade física e os níveis de
colesterol total, HDL-C, LDL-C, triglicerídeos e glicemia de jejum.
- Verificar a pressão arterial, a medida da cintura, o percentual de gordura
corporal, o peso e a estatura, determinando, a partir dos dois últimos, o Índice de
Massa Corporal, associando-os ao nível de atividade física.
27
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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34
ANEXO
IPAQ curto
IDENTIFICAÇÃO:
Para responder as questões lembre que:
atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço
físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal
atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e
que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal
Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por pelo
menos 10 minutos contínuos de cada vez:
1
a
Em quantos dias da última semana você caminhou por pelo menos 10 minutos
contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para
outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?
Dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
1b Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo
no total você gastou caminhando por dia?
Horas: ______ Minutos: _____
2
a
. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por pelo
menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar,
fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços
domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou
qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do
coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA)
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos
contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?
Horas: ______ Minutos: _____
3
a
Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo
menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar
futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em
casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que
fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração.
Dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos
contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?
Horas: ______ Minutos: _____
35
II - ARTIGO PORTUGUÊS
ASSOCIAÇÃO ENTRE FATORES METABÓLICOS,
ANTROPOMÉTRICOS E FUNCIONAIS E ATIVIDADE FÍSICA EM
IDOSOS
36
Original Article
ASSOCIAÇÃO ENTRE FATORES METABÓLICOS, ANTROPOMÉTRCIOS E
CLÍNICOS E ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSOS
Association of metabolic, anthropometric and clinical parameters and
physical activity in elderly
César Luís Reichert
1
José Luiz Vieira
1
Correspondência para:
Dr César Luís Reichert, Av. Dr. Maurício Cardoso, 303/808. Novo Hamburgo, RS
93510-250 Brasil.
Tel: +55 51 81564444; Email: cesar@sinos.net
1
Curso de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde, Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul
37
RESUMO
Introdução e objetivos- Embora inúmeros estudos demonstrem a
importância de um estilo de vida ativo para a prevenção e a manutenção da
saúde, dados conflitantes quanto à associação entre perfis lipídico, medidas
antropométricas e níveis de pressão arterial e atividade física, especialmente na
população idosa. Este estudo teve por objetivo avaliar o nível de atividade física
realizada por um grupo de idosos e associá-lo a fatores metabólicos,
antropométricos e funcionais.
População e Métodos - Participaram do estudo 379 idosos (252 mulheres e
127 homens), com média de idade de 69 anos. O nível de atividade física foi
estimado pelo IPAQ (Questionário Internacional de Atividade Física), sendo
utilizado regressão linear múltipla para verificar sua associação com parâmetros
bioqímicos, antropométricos e funcionais.
Resultados -o houve associação significativa entre os perfil lipídico,
glicemia, índice de massa corporal e níveis de pressão arterial com o nível de
atividade física.
Conclusão - Embora um estilo de vida ativo deva ser encorajado, pelo
menos nesta população de idosos, uma clara associação entre melhores perfis
lipídico, glicêmico, antropométrico e pressórico e nível de atividade física não foi
observada.
Palavras-chave Idoso; Lipídeos; Glicemia; Antropometria; Hipertensão;
Atividade Física
38
ABSTRACT
Background and aims Although many studies show the importance of
an active life style for health promotion and disease prevention, there are
conflicting data regarding the association of physical activity and lipidic profile,
anthropometric measures and blood pressure, especially in the elderly. This
study aimed to evaluate the physical activity levels of a group of elderly people
and associate it to lipidic profile, anthropometric measures and blood pressure.
Methods Three hundred and seventy nine elderly (252 women and 127
men) were enrolled in the study, mean age 69 years old. The physical activity
level was estimated by IPAQ (International Physical Activity Questionnaire) and
the association with lipids, blood sugar, body mass index, and blood pressure
was made using multiple linear regression.
Results There was no significant association of the of physical activity
and lipid profile, any anthropometric measure and blood pressure.
Conclusion Even though an active life style should be encouraged, at
least in this elderly group a clear association of physical activity level and a better
lipid profile, blood sugar, anthropometric measures and blood pressure was not
observed.
Key-words Elderly; lipids; blood sugar; anthropometry; hypertension;
phy.sical activity
39
INTRODUÇÃO
As tentativas de estabelecer, cientificamente, com estudos
epidemiológicos a importância de ser fisicamente ativo, iniciaram na segunda
metade do século passado.(1, 2) Em 1986, foi publicado o clássico estudo de
Paffenbarger (3) analisando 17.000 ex-alunos de Harvard, demonstrando que
um gasto calórico de 2000 kcal (quilocalorias) semanais ou mais (o equivalente a
uma hora de caminhada todos os dias da semana) estava associado a uma
menor mortalidade geral e cardiovascular.
Os benefícios da atividade física à saúde são, aparentemente, um
continuum relacionado à quantidade praticada. Assim, um equivalente a 700 kcal
/ semana (quilocalorias por semana) - sair do estado de sedentarismo para um
mínimo de atividade - já traria algum benefício, mas um nível de atividade maior,
como 2000 kcal / semana (quase uma hora de caminhada diária) traria
benefícios adicionais.(4)
De modo inverso, um estilo de vida sedentário constitui-se em um fator de
risco para, entre outras, doenças cardiovasculares como hipertensão e doença
arterial coronariana, diabetes, obesidade e osteoporose.(5-8) A partir de 1992, a
Associação Americana de Cardiologia passou a considerar a inatividade física
como um fator de risco independente para doença cardiovascular. A evidência
acumulada também indica que um estilo de vida ativo auxilia a preservar
habilidades funcionais e a manter vida independente em idosos.(9, 10) Mais
40
ainda, a atividade física reduz as pressões arteriais sistólica e diastólica, reduz
os níveis de triglicerídeos plasmáticos, eleva o HDL-C e reduz a quantidade de
gordura visceral.(11-16)
Embora esses potenciais benefícios metabólicos e fisiológicos da
atividade física sejam amplamente difundidos, especificamente no caso de
idosos, os efeitos da atividade física e do exercício na pressão arterial são
incertos.(17) Além disso, pesquisas têm demonstrado dados conflitantes em
relação a alterações significativas no perfil lipídico, relacionadas à atividade
física, havendo poucos dados disponíveis em idosos. O objetivo deste trabalho
foi avaliar fatores metabólicos, antropométricos e funcionais associados ao nível
de atividades físicas realizadas por este segmento da população.
POPULAÇÃO E MÉTODOS
Este estudo foi a segunda etapa do “Estudo longitudinal sobre
envelhecimento em Novo Hamburgo RS Brasil”. A primeira ocorreu no ano
de 2001, composta de uma amostra probabilística de 426 idosos de um total de
17.101 pessoas acima de 60 anos de idade residentes no município de Novo
Hamburgo. Essa amostra foi calculada com intervalo de confiança de 95% e
margem de erro de 5%, com controle para classe econômica, sexo, idade e
bairro de moradia, seguindo proporcionalidade pelos dados do IBGE, Censo
2000, e de acordo com os percentuais apresentados pela Associação Nacional
de Empresas de Pesquisa para a região.
41
Houve tentativa de novo contato por telefone ou carta com todos os
participantes da primeira etapa, convidando-os a participar de uma entrevista e
de uma avaliação metabólico-funcional no Centro Universitário FEEVALE, entre
janeiro e julho de 2005. Dos 426, 16 haviam morrido, segundo informações de
familiares, e 80 não foram encontradas. Dos 330 restantes, 173 aceitaram
participar, tentando-se repor os demais mantendo os mesmos critérios de
proporcionalidade. Depois das reposições, 379 idosos aceitaram participar do
estudo (127 homens e 252 mulheres), assinando termo de consentimento
informado. O projeto foi aprovado pelo comitê de bioética do Hospital São Lucas
da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil.
Todos os participantes foram solicitados a comparecer a uma visita clínica
para avaliação, onde responderam ao Questionário Internacional de Atividade
Física IPAQ forma curta (18) além de questionários relacionados à história
médica pessoal, tabagismo e outros fatores comportamentais e de estilo de vida.
A estimativa de dispêndio calórico semanal seguiu o protocolo
internacionalmente aceito, havendo um cálculo de gasto energético semanal
expresso em equivalentes metabólicos (MET / semana), com posterior
conversão em kcal / semana através da fórmula kcal = MET x peso / 60.
Finalmente, classificaram-se os indivíduos, com base no gasto energético
semanal estimado em MET, em insuficientemente ativos (até 600 MET /
semana), suficientemente ativos (entre 601 e 1500 MET / semana) e muito
ativos (acima de 1500 MET / semana).(19)
Medidas clínicas incluindo peso, estatura, percentual de gordura corporal,
circunferência da cintura, pressão arterial e coleta de sangue, foram realizadas
por pesquisadores treinados. O peso e estatura foram avaliados em uma
42
balança antropométrica Welmy e o percentual de gordura corporal com
equipamento Tetrapolar Maltron BF 900. A circunferência da cintura foi medida
no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca, sendo considerada
elevada se acima de 102 cm nos homens e acima de 88 cm nas mulheres.(20) A
pressão arterial foi verificada nos dois braços, com o paciente sentado, com um
esfigmomanômetro aneróide previamente calibrado, sendo utilizado o maior
valor. Consideraram-se portadores de hipertensão arterial sistêmica (HAS)
aqueles que relataram a utilização de medicamentos antihipertensivos ou
apresentassem níveis pressóricos sistólicos iguais ou superiores a 140 mmHg ou
diastólicos iguais ou superiores a 90 mmHg.
Sobrepeso foi definido por um índice de massa corporal (IMC) (peso em
kg dividido pelo quadrado da altura em metros) entre 25 e 29,9 e obesidade por
um IMC igual ou acima de 30. Diabetes (DM) foi considerada presente naqueles
com níveis glicêmicos iguais ou superiores a 126 mg/dL, bem como a utilização
de hipoglicemiantes orais e/ou insulina. Para os lipídeos, os pontos de corte
foram de 200 mg/dL para o colesterol, 150 mg/dL para os triglicerídeos, 40
mg/dL para o HDL-C dos homens e 50 mg/dL para o HDL-C das mulheres. Por
fim, para o LDL-C foram considerados valores desejados até 130 mg/dL e, para
diabéticos ou com história de cardiopatia isquêmica, 100 mg/dL.(20).
Procedimentos estatísticos
A análise da associação do nível de atividade física com as várias
características foi estratificada por gênero. Para as variáveis categóricas como
hipertensão arterial sistêmica, diabetes e tabagismo, foi utilizado o teste qui-
43
quadrado. Para a análise da associação com as demais variáveis, utilizou-se
correlação e regressão linear ltipla, ajustada para idade, IMC e medida da
cintura. Os dados apresentados são de análise estratificada por gênero, que
essencialmente mostrou o mesmo resulado de uma análise conjunta de todos os
participantes, ajustando também para gênero. Foram considerados significativos
os testes que atingiram um p<0,05. Utilizou-se o programa estatístico Epiinfo,
versão 5.0 (Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta).
RESULTADOS
Participaram do estudo 379 idosos, 252 mulheres e 127 homens, com
idades entre 60 e 88 anos. As características da amostra estão apresentadas na
Tabela 1. Do total, 37% apresentavam sobrepeso e 33% eram obesos, com a
prevalência de obesidade sendo significativamente maior nas mulheres (36% vs
26%, p<0,05). Apenas 28% (34% dos homens vs 26% das mulheres, p>0,05)
apresentaram IMC abaixo da faixa de sobrepeso . A medida da cintura elevada
foi encontrada em quase metade da amostra, significativamente mais nas
mulheres que nos homens (56% vs 28%, p<0,01). Houve boa correlação entre a
medida da cintura e o IMC (r=0,75, p<0,01).
A prevalência encontrada de diabetes foi de 10%, sem diferença entre os
gêneros, e de HAS 77% (69% dos homens vs 81% das mulheres, p<0,01). No
44
total, o tabagismo foi encontrado em 11%, com significativa predominância nos
homens (20% vs 7%, p<0,01) .
Em relação ao perfil lipídico, houve um maior percentual de mulheres com
valores elevados de colesterol total do que homens (60% vs 35%, p<0,01), LDL-
C (59% vs 45%, p<0,01) e com valores diminuídos de HDL-C (72% vs 55%,
p<0,01). Níveis de HDL-C acima de 60 mg/dL, considerado fator de proteção
cardiovascular, foi encontrado em 7% da amostra, sem diferença entre homens
e mulheres. Os triglicerídeos estavam elevados em 36%, também sem diferença
entre os gêneros.
A idade dos participantes não apresentou correlação com o dispêndio
calórico semanal (r<0,01; p=0,29). Somente 26% apresentaram gasto superior a
2000 kcal / semana, sem diferença por gênero (32% homens vs 24% mulheres,
p>0,05).
Não houve associação do nível de atividade física com medidas
antropométricas como peso, IMC ou porcentagem de gordura corporal, nem com
características clínicas como presença de DM, HAS ou hábito de tabagismo
(tabela 2). No caso da hipertensão, não se encontrou associação com a
atividade física, mesmo observando-se os casos de hipertensão sistólica isolada.
Não houve associação entre o nível de atividade física e glicemia,
colesterol total, HDL-C e triglicerídeos, tanto em homens como em mulheres. É
interessante que as mulheres ativas apresentaram maiores níveis de LDL-C
(p=0,01) (tabela 3). Níveis de HDL-C acima de 60 md/dL também não estiveram
associados ao nível de atividade física.
45
Tabela 1. Características demográficas, bioquímicas e clínicas dos participantes.
Característica Todos
(n=379)
Homens
(n=127)
Mulheres
(n=252)
Idade, média ±DP, anos
69 ±5,8
69 ±6,4 68 ±5,5
Peso, média ±DP, kg
70,1 ±13,4
74,8 ±12,7
67,8 ±13,1
Estatura, média ±DP, cm
158,1 ±8,7
166,4 ±6,6 153,9 ±6,2
Índice de massa corporal
1
, média ±DP
28,1 ±4,9
27,0 ±4,1 28,7 ±5,1
Sobrepeso, n (%) 141 (37) 49 (38) 92 (36)
Obesidade, n (%) 124 (32) 33 (26) 91 (36)
Percentual de gordura corporal, média ±DP
38,7 ±9,1
30,7 ±6,8 42,8 ±7,1
Cintura abdominal, média ±DP, cm 92 ±12 96 ±11 90 ±11
Cintura acima do ponto de corte
2
, n (%) 177 (46) 36 (28) 141 (56)
Glicemia, média ±DP, mg/dL
95 ±38
97 ±39 95 ±38
Perfil lipídico, média ±DP, mg/dL
Colesterol
203 ±49
186 ±44 213 ±50
HDL colesterol
43 ±11
40 ±13 45 ±10
Triglicerídeos 154 ±126 146 ±115 159 ±131
LDL colesterol 130 ±43 117 ±42 136 ± 43
Dislipidemia
3
, n (%) 271 (71) 80 (63) 191 (76)
Hipertensão arterial sist6emica, n (%) 293 (77) 87 (69) 206 (82)
Diabete, n (%) 39 (10) 12 (9) 27 (11)
Tabagismo, n (%) 43 (11) 25 (20) 18 (7)
Atividade física, medi a ±DP
METs por semana
1482 ±1608
1496 ±1648 1474 ±1591
Kcal por semana
1739 ±1941
1917 ±2147 1666 ±1822
Nível de atividade física
4
, n (%)
Insuficientemente ativo
128 (34)
42 (33) 85 (34)
Suficientemente ativo
132 (35)
37 (29) 95 (38)
Muito ativo
119 (31)
47 (37) 72 (28)
1
Calculado;como o peso em kg dividido pelo quadrado da altura em metros;
2
Definido segundo (20) como
acima de 88 cm para mulheres acima de 102 cm para homenes;
3
Definido segundo (20) como
apresentando um de: colesterol total acima de 200 mg/dL, LDL-C acima de 130 mg/dL (acima de 100
mg/dL ou mais para diabéticos e portadores de cardiopatia isquêmica), HDL-C abaixo de 50 mg/dL para
mulheres e abaixo de 40 mg/dL para homens ou triglicerídeos acima de 150 mg/dL; 4 Definida segundo
(18) como até 600 MET/semana insuficientemente ativo, acima de 600 e abaixo de 1660 MET/semana
suficientemente ativo e acima de 1600 MET/semana muito ativo; DP – desvio padrão.
46
Tabela 2. Características clínicas e antropométricas e sua associação com o nível de atividade
física.
Homens
(n = 126)
Mulheres
(n = 252)
Nível de atividade física Nível de atividade física
Característica
(média ±DP ou n (%)
Insuficiente
(n=42)
Suficiente
(n=37)
Muito ativo
(n=47)
Insuficiente
(n=85)
Suficiente
(n=95)
Muito ativo
(n=72)
Peso, kg
74 ±12 73 ±11 77 ±14
66 ±13 69 ±14 67 ±12
Indice de massa corporal
26,0 ±3,9 26,2 ±8,4 27,8 ±4,7
27,0 ±5,0 29,6 ±5,4
28,4 ±4,9
Percentual de gordura corporal
30 ±6 29 ±6 31 ±8
42 ±7 34 ±6 42 ±7
Hipertensão arterial sistêmica
30 (71) 24 (65) 33 (70)
70 (82) 78 (82) 58 (80)
Diabete
7 (17) 3 (8) 2 (4)
6 (7) 14 (15) 7 (10)
Tabagismo
11 (26) 7 (19) 7 (15)
8 (9) 4 (4) 6 (8)
p>0,05 para todas as associações
Tabela 3. Médias para as variáveis bioquímicas, associadas ao nível de atividade física,
conforme gênero.
Homens
(n = 126)
Mulheres
(n = 252)
Nível de atividade física Nível de atividade física
Característica
(média ±DP)
Insuficiente
(n=42)
Suficiente
(n=37)
Muito ativo
(n=47)
Insuficiente
(n=85)
Suficiente
(n=95)
Muito ativo
(n=72)
Glicemia 98 ±33 100 ±58 93 ±24 92 ±33 96 ±37 96 ±46
Colesterol 180 ±38 185 ±42 192 ±51 207 ±52 210 ±46 222 ±50
HDL-C 40 ±15 40 ±11 40 ±12 44 ±11 46 ±10 44 ±9
LDL-C 112 ±42 119 ±41 120 ±42 134 ±42 129 ±36 148 ±48
1
Triglicerídeos 145 ±71 129 ±63 160 ±168 156 ±182 166 ±110
151 ±71
1
p=0,01; p>0,05 para todas as demais associações
DISCUSSÃO
Em estudo anterior, com amostra escolhida aleatoriamente como
representativa da população acima de 60 anos de Novo Hamburgo, as
entrevistas foram realizadas no domicilio e o foram coletados exames,
praticamente não havendo recusa em participação. Da amostra de 426 pessoas
47
participantes do primeiro estudo, 16 morreram, 80 não foram encontrados e 157
se recusaram a participar, com apenas 173 permanecendo nesta segunda
etapa. Na substituição dos o participantes, tentou-se convidar pessoas com o
mesmo perfil para manter a mesma representatividade da população, mas houve
uma importante recusa de homens em integrarem a pesquisa, de modo que a
proporção por gênero foi de 66% de mulheres e 34% de homens, quando dados
do DATASUS (90) apontam que dentre a população acima de 60 anos de Novo
Hamburgo-RS, 59% de mulheres e 41% de homens. Esta desproporção deve
ser reconhecida como um possível limitante dos achados deste trabalho, embora
outros estudos brasileiros tenham se deparado com este mesmo problema,
talvez por algum aspecto cultural. (21, 22) As razões alegadas pelos homens
para não participarem foram, entre outras, terem realizado exames
recentemente, não verem importância em fazer exames, falta de tempo, achar o
local de coleta distante (embora localizado em região central da cidade) ou, por
vezes, simples recusa.
O nível de atividade física (1482 MET / semana; 1739 kcal / semana), sem
diferença de gênero, ficou abaixo do encontrado em outros estudos. No estudo
internacional de validação do IPAQ, a média de dispêndio calórico foi de 2514
MET / semana (18), acima do por nós encontrado, mas com dados referentes à
população adulta em geral, e o especificamente idosa. Além disto, o
dispêndio calórico ficou abaixo de 2000 kcal semanais, recomendadas por
Paffenbarger para redução de morbimortalidade.(3)
A classificação de aproximadamente um terço dos indivíduos em cada
categoria (insuficientemente, suficientemente ou muito ativos), foi diferente de
um estudo com mais de 700 obesos (75% mulheres), no qual, apesar de
48
também cerca de 30% ter sido classificado como insuficientemente ativo, mais
de 50% foram ativos e apenas 14% muito ativos.(23) Em outro estudo, com
método semelhante, (24) efetuado na região metropolitana de São Paulo,
considerando-se apenas o pequeno número de participantes com 60 ou mais
anos, cerca de 61% dos homens e 91% das mulheres foram insuficientemente
ativos, proporção de sedentários muito acima de nosso resultados.
Em nosso estudo, a atividade física dos participantes, determinada pelo
IPAQ, não teve correlação com a idade; e, mais ainda, não se associou a
variáveis antropométricas, metabólicas e níveis pressóricos. Naturalmente, deve-
se considerar o fato de se tratar de um estudo transversal, avaliando o nível de
atividade física baseado no relato, apenas, dos últimos sete dias.
Enquanto nos Estados Unidos, para a população geral, o percentual de
sobrepeso / obesidade é de 61% (25), com 31% dos homens e 33% das
mulheres sendo obesos (26), em nosso estudo, 70% dos participantes tiveram o
peso acima do recomendado (37% com sobrepeso e 33% com obesidade),
sendo esses achados mais predominantes nas mulheres. Em adultos da região
metropolitana de São Paulo (24), 22% foram considerados obesos. Em idosos
longevos (idade acima de 80 anos) de Veranópolis – RS, a prevalência de
sobrepeso e obesidade foi de 59% (55% dos homens e 62% das mulheres), sem
diferença significativa entre os gêneros.(27) Os dados por nós encontrados o
foram muito diferentes dos da literatura.
A alta prevalência de sobrepeso / obesidade causa preocupação,
especialmente por ocorrer em uma população acima de 60 anos,
apresentando vários agravos à saúde. Aqueles com IMC na faixa de 27 a 28,9
49
apresentam mortalidade até 40% maior em relação aos com esse índice entre
19 e 21,9. É interessante observar que a mortalidade parece aumentar
linearmente com o aumento do IMC até os 75 anos. Acima dessa idade, a
associação é mais fraca.(28)
Em nosso estudo, o foi encontrada associação entre os níveis de
atividade física e o IMC. Ao contrário de nossos resultados, um estudo
prospectivo com mais de 500 mil homens e mulheres, entre 50 e 71 anos,
examinando o IMC em relação à mortalidade por qualquer causa evidenciou que
aqueles com sobrepeso ou obesidade eram fisicamente menos ativos do que os
com IMC normal. Sobrepeso e obesidade foram associados a maior risco de
morte.(29) Esta associação também foi encontrada em mulheres de 30 a 55
anos acompanhadas por 24 anos. Ressalte-se que maiores níveis de atividade
física pareceram benéficos em qualquer grau de obesidade, mas não eliminaram
o maior risco de morte.(30)
Em outra pesquisa, a obesidade associou-se a maior risco de morte
cardiovascular. Entretanto, após os 70 anos, a associação deixou de existir. Em
qualquer idade, menores níveis de atividade física resultaram em maior
mortalidade por causa cardiovascular. Nas mulheres, altos níveis de atividade
física (pelo menos 30 minutos de atividades moderadas a intensas, mais de uma
vez por semana) parece que compensaram o efeito da obesidade. Em
contraponto a esses resultados, em homens obesos, altos níveis de atividade
física implicaram em maior risco do que em homes magros igualmente ativos.
(31) Por outro lado, em um estudo caso-controle, foi observado que a atividade
física de lazer teve efeito protetor para infarto do miocárdio em homens e
50
mulheres com IMC normal ou sobrepeso. Porém, obesos e fisicamente ativos
apresentaram risco quase dobrado para esta patologia. (32)
A medida da cintura é um preditor de risco para doenças crônico-
degenerativas. A média da medida de cintura por nós encontrada (96 cm para
homens e 90 cm para mulheres) assemelha-se à encontrada em uma amostra
de mais de 800 idosos em Londrina PR, Brasil (93,8 cm para homens e 91,2
cm para mulheres).(33) em amostra participante do Framingham Heart Study
(34), a medida foi muito semelhante para os homens (97 cm), mas bastante
diferente para as mulheres (81 cm). Em nossa população, considerando os
valores limites do NCEP (20), valores elevados de cintura foram mais freqüentes
entre mulheres (56% vs 28%). Adams e colaboradores também encontraram
freqüência maior de medidas de cintura elevada em mulheres (40% vs 24%).
(35).
A hipertensão torna-se mais prevalente com o avançar da idade, mais
provavelmente devido à redução na complacência arterial, (36) estimando-se
que mais de 50% dos indivíduos com mais de 65 anos apresentem hipertensão,
especialmente sistólica isolada. Indivíduos normotensos aos 55 anos m um
risco de desenvolver hipertensão, ao longo do restante de suas vidas, de mais
de 90%.(37) Chama a atenção a alta prevalência de hipertensão arterial
sistêmica encontrada em nosso estudo, praticamente de três em cada quatro
indivíduos. Novamente, esta patologia foi significativamente mais prevalente em
mulheres. Em idosos longevos de Veranópolis, encontrou-se prevalência de
mais de 80% em homens e 90% em mulheres.(27) Em outro estudo brasileiro,
moradores de São Paulo com idade entre 50 e 59 anos, portanto indivíduos mais
jovens do que os nossos, a prevalência de HAS foi de cerca de 60% em homens
51
e 45% em mulheres.(38) Em um estudo realizado com mais de 13 mil idosos
institucionalizados espanhóis, sendo 70% mulheres, a prevalência encontrada de
HAS foi de 62%, abaixo da por nós encontrada em uma população vivendo na
comunidade.(39) Nos Estados Unidos a prevalência estimada, a partir dos 60
anos, é de 66% (40)
A prevalência de 10% de diabetes foi inferior a esperada. Dados
americanos do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES III)
apontam para uma prevalência de mais 20% de diabetes acima dos 65 anos.
Este grupo etário comporia mais de 40% de toda a população com esta
patologia (41).
Em nosso estudo, também para diabetes o foi encontrada associação
aos níveis de atividade física. Em um estudo com mais de 3000 não-diabéticos
(idade média de 51 anos, 68% mulheres, IMC médio de 34 kg/m2), mas com
glicemia acima do normal, recebendo metformina ou um programa de redução
de peso aliado a, pelo menos, 150 minutos de atividade física por semana,
apresentaram redução na incidência de diabetes com as duas intervenções.
Porém, as modificações no estilo de vida foram mais eficientes.(42) Outro
estudo, com pouco mais de 500 indivíduos (68% mulheres) com intolerância à
glicose, recebendo o grupo de intervenção aconselhamento quanto à dieta e
recomendação de, pelo menos, 30 minutos de atividades físicas diárias,
apresentou, após três anos de seguimento 58% de redução no risco para
diabetes, em relação ao grupo controle.(8) Dados semelhantes foram
encontrados em uma pesquisa com quase 69 mil mulheres, seguidas por 16
anos. A conclusão foi que tanto a obesidade quanto a inatividade física
contribuem, de modo independente, para o desenvolvimento de diabetes do tipo
52
dois. Entretanto, a magnitude do risco da obesidade foi significativamente maior
do que o do sedentarismo.(43) Um outro estudo retrospectivo com idosos
diabéticos participantes em um programa comunitário de atividades físicas não
apresentou menores índices de hospitalização ou custos para o sistema de
saúde.(44)
Em nosso estudo, 63% dos homens e mais de 76% das mulheres
apresentaram alguma forma de dislipidemia, se definirmos dislipidemia pela
presença de pelo menos um dos parâmetros lipídicos fora dos valores
preconizados pelo NCEP.(20) Nos Estados Unidos, com pessoas de 45 a 84
anos de idade, a prevalência de dislipidemias foi de 29%.(45) O perfil lipídico de
nossa amostra, estratificado por gênero, difere dos achados de outra população
de idosos brasileiros, de Bambui MG (46), com os parâmetros lipídicos mais
elevados, com exceção dos níveis de TG em homens. Nossa alta prevalência de
hipercolesterolemia entre as mulheres (60%), no entanto, ainda foi menor do que
a encontrada em mulheres obesas de Pernambuco (47), que foi superior a 70%.
Também, estima-se que considerando toda a população, 65 milhões (23%) de
norte-americanos apresentem níveis elevados de colesterol.(48) Estes dados
estão bastante abaixo dos por nós encontrados numa população somente de
idosos.
O perfil lipídco dos participantes de nosso estudo não diferiu entre os
sedentários, ativos e muito ativos nos dois gêneros, com exceção dos níveis de
LDL-C que surprendentemente foram um pouco mais elevados nas mulheres
muito ativas. As evidências disponíveis sugerem que a atividade física regular
traga substanciais benefícios à saúde, reduzindo o risco de várias doenças
crônicas e também se associando à redução de despesas médicas,
53
especialmente em mulheres e de forma mais significativa com o aumento da
idade (49). Embora a atividade física regular produza benefícios à saúde, a
quantidade necessária para redução dos fatores de risco cardiovascular em
indivíduos sedentários permanece incerta. Um acompanhamento de dois anos
de quase 500 indivíduos submetidos a programas de exercícios físicos
demonstrou significativo aumento de VO2máx (consumo máximo de oxigênio),
mas nenhum efeito importante nos níveis de colesterol total e HDL-C (50). Outro
acompanhamento, com mais de 100 homens e mulheres, por oito meses,
divididos em grupos que realizaram exercícios de alta intensidade (corrida de 32
km por semana) ou moderada intensidade (caminhada de 19 km por semana)
não apresentou efeitos significativos nas concentrações de colesterol total e
LDL-C. Entretanto, no grupo que exercitou-se em alta intensidade, houve
aumento no tamanho dio das partículas de LDL e importante redução das
subfrações pequenas e densas. O HDL-C aumentou significativamente somente
no grupo que treinou em alta intensidade. Os triglicerídeos apresentaram
redução importante, mas deve-se ressaltar que houve concomitante redução de
peso dos participantes, o que poderia constituir-se em um viés (51).
Um pequeno grupo de oito homens sedentários, submetidos por um mês
e meio, cinco dias por semana, a duas horas de atividades físicas
correspondentes a 40% de seu VO2máx, não apresentaram alterações em
lipídeos sangüíneos (52). Outro grupo, com 56 homens e mulheres entre 40 e 66
anos, caminhando entre cinco e 120 minutos diários, durante 18 semanas, o
apresentou variações significativas nos lipídeos entre os homens, mas
importante redução no LDL-C entre as mulheres. Os autores ressaltam a não-
modificação do HDL-C nos dois gêneros.(53). Um estudo transversal, também
54
utilizando o IPAQ, com mais de 160 mulheres na s-menopausa, o
encontrou diferenças no colesterol total e na glicemia de jejum entre os grupos
ativo e não-ativo (54)
Uma metanálise sobre os efeitos da caminhada no perfil lipídico de
adultos (55), não encontrou alterações significativas no colesterol total, HDL-C,
triglicerídeos e composição corporal.
Uma avaliação sobre a influência de programas não-formais de exercícios
sobre perfil lipídico e glicemia de hipertensos (56), mais de acordo com a
abordagem do IPAQ, que avalia atividades físicas do cotidiano, também não
revelou alterações significativas das variáveis estudadas.
Os níveis pressóricos também não apresentaram associação com o nível
de atividade física relatado pelos participantes do estudo. Dados semelhantes
foram encontrados em um estudo com mulheres pós-menopausa (54), citado
anteriormente. O JNC7 Report (37) relata que a atividade física aeróbica regular,
como caminhar por pelo menos 30 minutos a maioria dos dias da semana, está
associada com uma redução da pressão arterial sistólica de 4 a 9 mmHg, o que
não foi confirmado em nossos achados. Uma metanálise sobre os efeitos do
exercício aeróbico na pressão arterial (57) concluiu que indivíduos sedentários
que passem a exercitar-se regularmente apresentam redução de 3,8 mmHg na
pressão sistólica e 2,6 mmHg na diastólica, efeito observado em normotensos e
hipertensos. É interessante a observação dos autores de que os programas de
mais longa duração (acima de seis meses) apresentaram menores reduções de
pressão arterial, fato atribuído às dificuldades em manter-se regularidade nos
programas. Por outro lado, uma redução de apenas 2 mmHg na pressão
55
diastólica, através de modificações no estilo de vida, especialmente redução na
ingestão de sódio, aliadas ao tratamento farmacológico, poderia ter grande
impacto populacional, reduzindo o número de casos de doença arterial
coronariana e acidentes vasculares cerebrais.(58)
Dados obtidos em outra cidade no mesmo estado brasileiro – Pelotas, RS,
(59) no acompanhamento de hipertensos adultos, a prevalência de sedentarismo
foi de 85%. Nos indivíduos entre 60 e 69 anos, 83% consideraram o manejo não-
farmacológico efetuado por seus médicos como inadequado. Entre as
recomendações estava redução de sal e álcool na dieta. A medida menos citada
pelos médicos foi o incentivo à atividade física.
Por outro lado, é interessante mencionar um estudo (60) em que avaliou-
se a complacência de grandes artérias em programa de treinamento físico
aeróbico, em pacientes com hipertensão arterial sistólica isolada, uma forma
comum de hipertensão em idosos. Após oito semanas, não foram notadas
alterações nas propriedades mecânicas arteriais e na pressão arterial, sugerindo
que, talvez, este tipo de hipertensão seja mais resistente a modificações por
programas de exercícios.
Uma questão interessante a ser abordada é se a atividade física,
considerando-se incluídas as formas de lazer, é capaz de reduzir a mortalidade
geral. Neste sentido, uma pesquisa realizada com mais de sete mil alemães,
entre 30 e 69 anos, acompanhados por 12 anos, utilizando como instrumento
para avaliar atividades físicas uma forma adaptada do Minnesota leisure time
physical activity questionnaire, apresentou como conclusão que atividades em
56
nível moderado foram inversamente associadas à mortalidade geral em
mulheres, mas não em homens.(61)
Uma revisão de 38 estudos, abordando atividade física e mortalidade em
mulheres (62) apontou, em 23, significativa associação inversa entre estas
variáveis. Considerando apenas atividades físicas de lazer, o risco relativo foi
0,66 e, nas atividades ocupacionais e não-recreacionais, 0,54. Nesta revisão, os
homens também apresentaram menor mortalidade geral, com riscos relativos,
respectivamente de 0,70 e 0,65.
Considerando-se o instrumento para avaliação do nível de atividade física
IPAQ se aceita que a confiabilidade das informações seja maior com
intervalos curtos de tempo (últimos sete dias, em nosso caso), evitando-se
períodos superiores a três meses. Também, amostras maiores reduzem a
probabilidade de classificações imprecisas. A despeito das limitações, os
questionários de avaliação de níveis de atividade física têm valor prático na
indicação de condições em que um aumento destas atividades seria benéfico e
no monitoramento de mudanças comportamentais populacionais.(63) O principal
problema parece ser uma tendência à superestimação do nível de atividade
física por parte dos mais sedentários (64, 65), havendo uma necessidade clara
de cuidados do pesquisador na aplicação destes questionários.
Finalmente, dois possíveis vieses devem ser levados em conta na análise
de nossos resultados negativos, em que não houve associação entre o nível de
atividade física e as variáveis estudadas: o primeiro aspecto é o efeito de
sobrevivência (healthy cohort effect); o segundo é o viés de causalidade reversa
(reverse causality).
57
No efeito de sobrevivência, a história natural de toda a vida de um
indivíduo é de difícil determinação.(66) A maior parte dos dados relacionados a
alterações funcionais que ocorrem com o envelhecimento provêm de estudos
transversais, como no nosso caso, tornando impossível distinguir alterações que
ocorrem com o passar do tempo.(67, 68) Hipoteticamente, pela sua maior faixa
etária, os indivíduos participantes de nossa pesquisa teriam sobrevivido ao
período em que os fatores estudados determinam maior morbimortalidade, de
forma que estes mesmos fatores tenham menor impacto nessa população do
que em outras em fases mais precoces da vida. Dentro dessa linha de
pensamento, a “amostra de sobreviventes” por nós estuda poderia ser de
alguma forma “resistente” ao fator de risco sedentarismo e à sua influência
deletéria nas variáveis estudadas.
O viés de causalidade reversa caracteriza-se pela possibilidade de os
desfechos terem causado a exposição.(69, 70) Em um estudo transversal, pode
ser difícil estar-se seguro quanto à ordem de ocorrência de exposição e
doença.(71) Poder-se-ia considerar a possibilidade de os indivíduos com
condições de saúde mais desfavoráveis como dislipidemia, hipertensão e
sobrepeso / obesidade terem sido orientados à prática de atividade física. Deste
modo, o nível de atividade física tenderia a ser maior, justamente, naqueles com
piores perfis de risco.
CONCLUSÕES
Esta pesquisa procurou explorar um aspecto ainda não totalmente claro
em populações idosas. Embora se considere que atividades físicas sejam
58
benéficas à saúde, muito está embasado em programas formais de exercícios
físicos, enquanto pouco é sabido quanto ao potencial de atividades cotidianas
(caminhar, varrer a casa, fazer compras, etc...), exploradas pelo IPAQ, em trazer
os mesmos benefícios.
Mesmo considerando os potenciais vieses, abordados na discussão, a
inexistência de associações entre os perfis metabólico, antropométrico e
funcional e o nível de atividade física chama a atenção.
Um estilo de vida ativo, sem dúvida, deve ser incentivado, Porém, os
objetivos e desfechos pretendidos devem ser ainda melhor avaliados.
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