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DISCUSSÃO
As lesões em E. globulus incitadas por Mycosphaerella e Teratosphaeria
podem variar de acordo com a espécie do patógeno e hospedeiro (Hunter et al.
2004). Neste trabalho, observaram-se diferenças na forma, na coloração, no
tamanho, na quantidade e na distribuição de pseudotécios nas lesões que
podem estar relacionadas à espécie do fungo presente. Não raro, patógenos
secundários e oportunistas colonizam tecidos necróticos resultantes de
infecção de patógenos primários, injúrias por insetos ou senescência natural
das folhas (Crous et al. 2006). Acredita-se que M. marksii, M. parkii, T.
nubilosa, T. suberosa e T. suttonii sejam as espécies mais comuns no Brasil
(Alfenas et al. 2009), associadas à Eucalyptus spp. Patógenos primários como
T. nubilosa e T. cryptica colonizam o tecido foliar vivo e adquirem nutrientes de
forma hemibiotrófica (Hunter et al. 2009).
A identificação de espécies de Mycosphaerella e Teratosphaeria
baseada em características morfológicas é complexa. Em geral é baseada em
pequenas diferenças nas dimensões, na forma, no padrão de germinação dos
ascósporos e na associação com a espécie hospedeira (Crous, 1998). Os
padrões de germinação dos ascósporos observados, neste estudo, foram C, D,
F, G, I, K e L típicos respectivamente de T. nubilosa, T. parkii, T. africana, T.
juvenis, M. lateralis, T. flexuosa e T. suttoniae. Contudo, somente foram
isoladas as espécies T. nubilosa, T. lateralis e T. flexuosa. O padrão de
germinação parece não ser um bom critério para diferenciação de espécies,
uma vez que pode variar dependendo do meio de germinação (água ou meio
de cultura) (Crous,1998), e com o estádio fenológico da folha. Perez et al.
(2009a) ao examinarem o padrão de germinação de ascósporos de T. nubilosa
ejetados de lesões de E. globulus verificaram padrão de germinação F a partir
de folhas juvenis e intermediárias, diferentemente do observado em
ascósporos ejetados de lesões de folhas adultas. Analogamente Carnegie
(2007a), ao estudar T. nubilosa observou ascósporos germinados com
múltiplos tubos germinativos.
Neste trabalho, não foi realizado um monitoramento entre a lesão e a
espécie de Mycosphaerella e Teratosphaeria isolada, porém observou-se a