Segundo os autores Gepts (1988) e Alzate-Marin
et al. (1999a), existe uma co-
evolução na origem das raças de
C. lindemuthianum com a origem de seu hospedeiro P.
vulgaris
, ou seja, os isolados originados de genótipos mesoamericanos tendem a ser
mais agressivos em plantas de origem mesoamericana e isolados andinos mais
agressivos em genótipo andinos. Estudos realizados por Sicard
et al. (1997) também
relatam a existência de uma co-evolução patógeno hospedeiro para
Phaeoisariopis
griseola,
agente causal da mancha-angular em feijoeiro.
A interação entre origem do hospedeiro e origem do patógeno também foi
verificada por diversos autores como Balardin & Kelly (1998), que estudaram 62
genótipos de feijoeiro procedentes do Brasil, República Dominicana, Honduras, México
e Estados Unidos e classificados nos dois conjuntos gênicos Andinos e Mesoamericanos
e algumas raças distintas de
C. lindemuthianum procedentes da Argentina, Brasil,
Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Honduras, México, Peru e Estados
Unidos, observaram que as raças Mesoamericanas eram virulentas nos genótipos
Andinos e Mesoamericanos que as raças Andinas foram virulentas em genótipos
andinos. Melotto & Kelly (2000) relatam que o fato do germoplasma vindo de ambos os
conjuntos ser suscetível às raças Mesoamericanas é porque esse grupo apresenta maior
diversidade patogênica.
Thomazella
et al. (2000) e Alzate-Marin et al. (2003) relataram, em um estudo
feito no Estado no Paraná com as raças 7, 31, 69, 65, 73, 81, 87, 89 e 95 de
C.
lindemuthianum
, que dentre as doze diferenciadoras, apenas seis foram resistentes a
todos os isolados sendo que, das cultivares Mesoamericanas, apenas Michelite, México
222 e Cornell 49-242 foram suscetíveis e, das Andinas, apenas Kabbon foi resistente a
todas as raças estudadas. A raça 31 foi virulenta para Michelite, DarK Red Kidney,
Perry Marron, Cornell 49-242 e Widusa. As raças 65 e 73 foram virulentas em diferentes
cultivares Mesoamericanas, porque foram isoladas de cultivares pertencentes ao
conjunto gênico Mesoamericano, mostrando, dessa maneira, a especialização do
patógeno ao conjunto gênico do hospedeiro
P. vulgaris.
Das 35 raças do patógeno já identificadas no Brasil (1, 7, 8, 23, 31, 55, 64, 65,
67, 69, 71, 72, 73, 75, 79, 81, 83, 86, 87, 89, 95, 97, 101, 102, 117, 119, 121, 137, 217,
249, 320, 339, 343, 453, e 585) (ANDRADE
et al., 1999; THOMAZELLA et al., 2000)
os patótipos mais freqüentes foram os 65, 72, 73, 81, e 89 (ALZATE-MARIN
et al.,
2003). Destes, a raça 89, que estava geograficamente restrita à região sudoeste do Estado
de São Paulo nas proximidades do município de Capão Bonito e Itararé, aparece agora
também em Campinas (CARBONELL
et al., 1999) e as raças 65, 81 e 89 são mais
freqüentes no Estado do Paraná. A ampla distribuição das raças indica a adaptação
destas, facilitada pelo livre comércio de grãos entre os Estados e pela reutilização por
muitos produtores dos mesmos grãos para futuros plantios em uma mesma área,