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fósforo, este mostrou uma elevada dependência micorrízica (SIQUEIRA et al.,1986a); em
soja, a associação com fungos micorrízicos arbusculares, mostrou um efeito negativo na
colonização micorrízica com um aumento nas doses de fósforo (NOGUEIRA & CARDOSO,
2000). Assim, é necessário o conhecimento do teor de fósforo disponível no solo, para se
obter o melhor resultado da associação micorrízica, que geralmente caracteriza-se por um
incremento da massa seca, tanto da parte aérea, quanto radicular das plantas em simbiose
(ANTONIOLLI & KAMINSKI, 1991; SMITH & READ, 1997; NOGUEIRA & CARDOSO,
2000; SOUZA & CARDOSO, 2001).
O efeito positivo dos fungos micorrízicos arbusculares na nutrição das plantas, pode estar
relacionado a uma melhora na eficiência de absorção de P pelas plantas inoculadas com
fungos micorrízicos arbusculares (MARX, 1980; CASTELHANO & MOLINA, 1989;
BOUGHER et al., 1990; CARNEIRO et al., 1999; ALVES et al., 2001). Desse modo, a
utilização de fungos micorrízicos arbusculares pode ser uma importante alternativa na
nutrição de espécies florestais nativas do Rio Grande do Sul.
A germinação dos esporos dos fungos endomicorrízicos está relacionada ao pH do meio e
varia entre os gêneros de fungos micorrízicos arbusculares. De uma forma geral, considera-se
que os gêneros Gigaspora, Scutellospora e Acaulospora preferem pH mais ácido de 4,0 a 6,0,
enquanto Glomus, na faixa de 6,0 a 8,0 (SIQUEIRA & FRANCO, 1988; SMITH & READ,
1997; SILVEIRA, 1998).
Para as análises do pH, realizadas neste trabalho com espécies nativas, o pH variou entre
4,0 à 5,0 (Tabelas 3, 4, 5, 6, 7 e 8). A variação no pH pode alterar a solubilidade de elementos
como Al, Fe, Mn e Cu, que em níveis tóxicos podem reduzir a germinação de esporos e o
crescimento do tubo germinativo (LAMBAIS & CARDOSO, 1989; SIQUEIRA et al.,1982).
Embora, os fungos micorrízicos tenham sido encontrados em solos com pH variando de 2,7 a
9,2, ocorrem diferenças entre as espécies e isolados de fungos quanto à capacidade de
germinar e colonizar o hospedeiro em função do pH do solo (MALUF et al., 1988;
SIQUEIRA et al., 1986b). A maior ocorrência de Acaulospora e Scutellospora, encontradas
neste trabalho, pode estar relacionado a habilidade dessas espécies em desenvolver-se no pH
deste solo que variou de 4,4 à 5,0.
Os fungos micorrízicos arbusculares não ocorrem de maneira generalizada nas essências
florestais, mas são de grande importância na fase inicial de estabelecimento dessas espécies
(BELLEI & CARVALHO, 1992). Algumas espécies como por exemplo o eucalipto, podem
apresentar tanto ectomicorrizas como endomicorrizas (BELLEI & CARVALHO, 1992),
contudo, quando adultos, são sobretudo colonizadas essencialmente por fungos