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UNIMEP, PUC-SP e UNICAMP.
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Sua reflexão partia do princípio filosófico de que a
necessidade primeira era a de que, aos educadores, haveria a necessidade de elaboração de
uma teoria educacional voltada para uma “práxis”, buscando uma sistematização da educação,
articulando uma filosofia educacional na discussão epistemológica das categorias estrutura e
sistema.
Das principais obras que influenciaram o campo educacional da década de 1980, há
uma característica comum entre elas, onde são definidas a partir dos textos, artigos e palestras,
excetuando “Educação Brasileira: Estrutura e Sistema” (1978, 3ª edição). Em “Educação:
Do Senso Comum à Consciência Filosófica” (1985), uma das principais obras sobre a
filosofia da educação brasileira no período, reúniu fragmentos, resultados de sua trajetória de
trabalhos sobre a educação brasileira. Neste leque de temas, a convergência esteve na análise
da educação nacional buscando interpretar filosoficamente seus aspectos fundamentais como
a filosofia na formação do educador e sua importância como área de estudos, valores e
objetivos da educação trazendo certa homogeneidade para a obra. Por outro lado, espalham-se
pela obra ensaios como o problema da pesquisa na pós-graduação em educação, subsídios
para o equacionamento do problema do livro didático em face da Lei N° 5692/71, dentre
outros. A obra “Educação: Do Senso Comum à Consciência Filosófica” teve importância de
se discutir a superação do senso comum, o ideário fragmentado, incoerente e desarticulado,
mecânico, passivo e simplista na passagem à “consciência filosófica”, numa concepção
unitária, coerente, articulada e explícita, original, intencional, ativa e cultivada. (SAVIANI,
1985, p. 10). A leitura realizada por Saviani sofreu influência do ideário gramsciano, quando
da justificativa das categorias, senso comum e consciência filosófica. Sua referência ao senso
comum esteve na concepção intrínseca à “mentalidade popular”, percebendo o povo como
“um conjunto de classes subalternas”; por outro lado a consciência filosófica constituía
“expressão de hegemonia” favorável a “elevação cultural” da sociedade. No ensaio “Para
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Foram orientandos de Dermeval Saviani: Betty Antunes (mestrado 1974 – Universidade Metodista de
Piracicaba - UNIMEP, doutorado 1978 – PUC-SP); Neidson Rodrigues (doutorado, 1979 – PUC-SP), Guiomar
Namo de Mello (doutorado, 1981- PUC-SP), Paolo Nosella (doutorado, 1981, PUC-SP), Carlos Roberto Jamil
Cury (doutorado, 1979, PUC-SP), Osmar Fávero (doutorado, 1984, PUC-SP), Luis Antônio Cunha (doutorado,
1980, PUC-SP), Miriam Jorge Warde (mestrado, 1976, PUC-SP) - (primeira turma, 1977, PUC-SP/ Depoimento
dado ao autor por Dermeval Saviani, em 26 de abril de 2010). Das referências que faço neste trabalho, cabe
ainda destacar aqueles que também receberam as orientações acadêmicas de Saviani e fizeram parte desta
geração de intelectuais que influenciaram o pensamento educacional dos anos de 1980: José Carlos Libâneo
(doutorado, 1990, PUC-SP), Gaudêncio Frigotto (doutorado, 1983, PUC-SP), Acácia Z. Kuenzer (doutorado,
1984, PUC-SP), Selma Garrido Pimenta (mestrado, 1979, PUC-SP), Ester Buffa (mestrado, 1975, UNIMEP),
Paulo Ghiraldelli Jr. (doutorado, 1990, PUC-SP) e Maria de Lourdes Chagas Deiró Nosella (mestrado, 1979,
PUC-SP).