Estudiosos do folclore incluíam-no [o Boi-Bumbá] na categoria folguedo,
assinalando o caráter festivo característico da encenação, além da
combinação de música, dança e drama (op. cit.).
Dependendo da região em que é realizada, a brincadeira do boi pode variar em muitos
aspectos: em relação às características da ação ritual, da época do ano em que se desenrola, ou
do nome que recebe. No Amazonas e no Pará, recebe o nome de boi-bumbá; no Rio Grande
do Norte, boi calemba; chama-se cavalo marinho na Paraíba; boi pintadinho, no Rio de
Janeiro; boi de mamão, em Santa Catarina; bumba de reis ou reis de bumba, no Espírito
Santo; além de bumba-meu-boi, no Maranhão. Apesar das variações, podemos classificar
todos da mesma forma, como folguedos do boi, pois têm características em comum
fundamentais. Sempre encontramos um boi-artefato, feito em madeira ou outro material, que é
animado por um brincante, e em torno do qual está uma série de personagens, que cantam,
dançam, atuam, tocam etc. (CAVALCANTI, 2000).
Existe uma densa bibliografia que abordou esse folguedo: Andrade, 1982; Azevedo
Neto, 1997; Borba Filho, 1966; Pereira de Queiroz, 1967; Cavalcanti, 2006b, 2006c, 2000.
Entre os que estudaram mais especificamente o bumba-meu-boi do Maranhão, destacam-se:
Albernaz, 2004; Araújo, 1983; Bueno, 2001; Carvalho, 2005; Carvalho, 1995; Lima, 1982;
Prado, 2007.
Não só entre os estados brasileiros existem diferenças na forma de brincar, já que
alguns folguedos do boi da mesma região e que recebem a mesma denominação se expressam
de maneira heterogênea entre si. É o caso do bumba-meu-boi que se realiza no Maranhão, o
qual se apresenta sob diversas formas. Uma classificação bastante disseminada neste estado
divide os grupos de boi em diferentes sotaques, que designariam estilos e/ou demarcariam
regiões de origem. Existiriam cinco sotaques predominantes: zabumba, costa-de-mão,
matraca, orquestra e baixada (CARVALHO, 1995). O cazumba é um personagem
encontrado principalmente nos grupos considerados como pertencentes ao sotaque intitulado
baixada. Este sotaque compreende principalmente aqueles grupos que estão sediados na
região da Baixada maranhense
ou se localizam em São Luís e foram formados por pessoas
que migraram desta região.
As discussões trazidas por alguns destes autores foram contempladas nesta dissertação, sendo possível
encontrar informações e conteúdos procedentes de seus estudos.
“A Baixada maranhense é assim denominada por ser uma região de campos baixos, possuindo numerosos rios,
lagos e campos alagados. Economicamente essa região sobrevive da agricultura e da pesca. Dividida em 21
municípios, temos como os mais conhecidos: Pindaré, Penalva, Pinheiro, Viana, São João Batista, São Vicente
de Ferrer, Arari, Anajatuba, Cajari, Monção, Matinha, Pinheiro, Santa Helena e Cajapió” (MATOS, 2010, p.13).