afirmam que o livro enviado para as unidades não estava entre as três opções
desta escolha.
Geralmente, a escolha do livro perpassa por aspectos, como por
exemplo, a contextualização de conteúdos, o uso de imagens para ilustrar
assuntos, as sugestões de atividades reflexivas, entre outros. Mas, mesmo não
sendo a escolha feita pelos docentes, eles utilizam este manual didático nas
escolas em que trabalham, pois acham que o livro didático, é um instrumento
de referência, que ajuda a organizar conteúdos e a elaborar atividades.
Além disso, ele já faz parte do processo educativo, e é uma tradição
imbricada nos valores das escolas brasileiras. Não só no Brasil, mas também
no exterior, onde “os livros didáticos (...) estabelecem grande parte das
condições materiais para o ensino e a aprendizagem nas salas de aula de
muitos países através do mundo” (CASSIANO, 2004, pg. 33).
Para compensar qualquer tipo de ineficiência que o livro possa
apresentar para a realidade da escola onde foi imposto, os professores
recorrem a outros tipos de materiais, como por exemplo, textos
complementares de outras fontes de informação (jornais, revistas, internet),
filmes, documentários, apresentação de slides, músicas, poesias, mapas,
fontes primárias, dentre outros.
Logicamente que, para a maioria dos materiais de apoio citados, são
necessários determinados aparatos tecnológicos como o data show, o aparelho
de DVD ou de reprodução de áudio. No caso das escolas – já citadas nos
capítulos anteriores deste texto – os professores salientaram que, apesar de
existir esta tecnologia nas mesmas, a dificuldade se dá por não haver número
suficiente de aparelhagem disponível para utilização, cujo fato muitas vezes
atrapalha o planejamento de uma aula inteira.
Acerca do uso que os professores fazem do livro na aula, é pertinente
destacar o que escreveu a professora Maria
13
, quando questionada sobre o que
pensava do livro didático e do seu uso em sala de aula:
“O livro didático é importante como ferramenta de aprendizagem, mas
não tenho de usá-lo na ordem em que vem organizado. Ele não é uma
camisa de força que prende o aluno ou o professor. Se necessário, eu
o uso de trás para frente, ou do meio em diante”. (MARIA, professora
do Colégio Polivalente de Itabuna. Conforme resposta ao questionário
aplicado no dia 19 de maio de 2010).
13
O nome dado aqui é fictício para proteger a docente de quaisquer
constrangimentos que possam ser ocasionados.