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que lhe deu origem. No entanto, dada a sua relevância no contexto de desenvolvimento
sócio/econômico/cultural da região em destaque, cabe aqui apontar alguns estudos que
merecem destaque, pela clareza com que trazem à tona a realidade, até certo ponto
camuflada. Ou, nas palavras de Nazira Vargas
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, “[...] vista por olhares diferentes a
enxergar uma mesma realidade”. Merecem destaque, nesse sentido, os estudos
realizados à época da construção, pela então professora do Departamento de Serviço
Social, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), cujo acervo pode ser
consultado no Núcleo de Estudos das Secas da referida Instituição de Ensino Superior
(IES) e pela professora do mesmo Departamento, Doutora Severina Garcia de Araújo,
que em recente estudo sobre assentamentos rurais, aborda o tema, ao mesmo tempo em
que aponta outras fontes de informação, como os registros dos eventos coordenados
pela Fetarn e das Assembléias Pastorais da Arquidiocese de Natal e da Diocese de
Mossoró. É, em especial, as pesquisas da professora Doutora Nazira Vargas (1987),
que oferecem uma visão abrangente dessa problemática.
Neste sentido, Araújo (2005) trata da face oculta do projeto de irrigação da
Barragem e argumenta que,
[...] é somente após a instalação de várias empresas nacionais e
algumas estrangeiras de fruticultura, que se transforma essa região,
juntamente com a Fazenda Maisa e Fazenda São João, em Mossoró,
no terceiro mais importante pólo de fruticultura irrigada do Nordeste,
ficando claro aquilo que não era dito pelos mentores e construtores
do projeto da barragem Armando Ribeiro Gonçalves naquele
momento. O dinamismo da fruticultura irrigada, sob o mais moderno
sistema tecnológico, tem, na sua contra face, não apenas um grande
contingente de trabalhadores assalariados, estimado em torno de seis
mil em momento de pico, segundo os dirigentes sindicais, mas
também um grande número de desempregados compondo uma
população considerada indigente (ARAÚJO, 2005, p. 49)
Retornando ao Pólo Fruticultor, este, durante a sua trajetória, sofreu algumas
alterações na sua definição, ao serem incorporados novos conhecimentos às pesquisas
iniciais. O próprio Banco do Nordeste, que o definiu, no decorrer dos anos de 1970,
como Pólo Agroindustrial do Açu, passou, a partir da incorporação de novos padrões, a
denominá-lo de Pólo de Desenvolvimento Integrado Açu/Mossoró. Segundo Gomes da
Silva
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, uma nova delimitação daquela área tornou-se necessária, uma vez que o (Banco
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Educadora preocupada na viabilização da expressão cultural do povo brasileiro, sobretudo, no RN.
Autora de obras como: História que o povo conta: opressão e sobrevivência, 1987.
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Engenheiro agrônomo, doutor em economia, professor. do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais, UFRN; Pesquisador do Rurbano.