EM TEMPOS DE CRISE
Sonia Maria Dornellas Morelli*
Em tempos de crise, somos convocados, ininterruptamente, a usar de nossa criatividade
e nosso knowhow. Cobram-nos atitudes que, muitas vezes, nem sabemos aonde ou como
chegar.
É assim mesmo. Nestas horas é que começamos a descobrir quem somos, o que
sabemos realmente, o valor que tem o que fazemos, a quem interessa o trabalho que,
cotidianamente, desenvolvemos sem nem percebermos.
Se você está sofrendo pressões, saiba: não é o único. A experiência me trouxe alguns
conhecimentos que nem um livro aborda, e nós, na correria do dia-a-dia, nem prestamos
atenção. Mas ... Vá lá. Ei-los.
Se o seu setor, o seu departamento deu uma despencada nas vendas no último mês, não
foi o único. Muitos já sentiram isso anteriormente e, dependendo das atitudes, tiveram
de tomar medidas drásticas. Apenas sobreviveram aqueles que tiveram o bom senso de
procurar saídas. Fizeram liquidações, visitaram clientes velhos e novos, usaram da
propaganda boca-a-boca, sondaram (ou uniram-se aos) os concorrentes... Procuraram
ajuda e, na união, descobriram novos caminhos.
Há firmas do seu ramo oferecendo preços melhores? Procure saber como conseguem
viabilizar e administrar, quais os caminhos percorridos pelos concorrentes, mas sem
lamentações sobre o momento. Todos estamos no mesmo barco; pânico, desânimo e
mau humor não ajudam em nada.
Você está desanimado com a perspectiva de seu salário despencar? Todos estão:
empregados e patrões. Corte gastos supérfluos, administre os pequenos serviços como
ventiladores ligados em ambientes vazios, lâmpadas acesas onde não há ninguém,
torneiras pingando, papéis de expediente descartados com possibilidade de uso para
rascunhos, idas constantes a restaurantes, festas, compras supérfluas... Enfim, pequenas
atitudes não vão salvar sua empresa, mas poderão diminuir seus gastos.
O seu patrão, seu chefe anda cobrando atitudes? Tenha a certeza de que ele está tão
preocupado com o momento quanto você. E tem mais. Quando se tem apreço pelo
funcionário, a atitude mais normal é falar, insistir, sugerir. É sinal de consideração, caso
contrário, ele poderia, simplesmente diminuir o quadro de funcionários, o número de
filiais... A desculpa já tem: “Estamos em crise, é preciso enxugar a máquina
administrativa”. Em vez de sair reclamando, coloque-se ao lado dele como quem
procura soluções, como aliado: “O que podemos fazer? Como podemos agir para sair da
crise? Sugira atitudes!”
Aproveite estas horas para descobrir como é bom brincar com os filhos, sair com o
esposo(a), trocar conversa fiada com os vizinhos, observar a natureza no final de mais
um dia de trabalho. A ideia é furada? Acontece que, em momentos de estresse, focamos
o problema e não a tentativa de soluções. É aí que passamos a nos consumir e perdemos