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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBA
MESTRADO EM ENGENHARIA DA ENERGIA
ELABORAÇÃO DE MANCHAS DE
INUNDAÇÃO PARA O MUNICÍPIO DE
SANTA RITA DO SAPUCAÍ / MG,
UTILIZANDO SIG
Thales Leandro Berti Sarlas
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ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBA
MESTRADO EM ENGENHARIA DA ENERGIA
THALES LEANDRO BERTI SARLAS
ELABORAÇÃO DE MANCHAS DE
INUNDAÇÃO PARA O MUNICÍPIO DE
SANTA RITA DO SAPUCAÍ / MG,
UTILIZANDO SIG
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Itajubá como parte dos requisitos
para obtenção do Título de Mestre em
Engenharia da Energia
ORIENTADOR: Professor Alexandre Augusto Barbosa
Itajubá - 2010
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iii
A minha mãe Gleide e irmãs Dani e Lud, pelo companheirismo e amor.
Ao meu pai, que lá do céu está guiando os meus passos.
À minha noiva, Luciene, pelo carinho e incentivo.
A todos que, de alguma forma, torceram para essa conquista.
iv
Agradeço a DEUS, por tudo que tenho e sou.
Ao meu orientador e amigo, Alexandre, pela confiança e ajuda.
A Prof.(a) Ana Moni, pela ajuda com SPRING.
Ao amigo Adriano Campos, pelos conhecimentos de AutoCad.
Ao amigo Edson Riera, sempre ajudando.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santa Rita do Sapucaí que
forneceu os dados do município.
Ao Laboratório de Informações Hídricas (LIH) pelo apoio técnico.
A todos os amigos e amigas que de alguma maneira contribuíram para a
elaboração desta.
v
“A cultura forma sábios, a educação, homens.”
Louis Bonaldi.
vi
Lista de Figuras
Figura 2.1 Perfis de ocupação de áreas inundáveis (Fonte: Internet) ..... 07
Figura 2.2 Geoprocesamento (LAZZAROTTO, 2003) ............................. 24
Figura 2.3 Sistema de Informações Geográficas (RÖHM, 2003) ............. 25
Figura 2.4 Função do SIG. Fonte: SERRA (2003) ................................... 27
Figura 2.5 Esquema de uma rede de sensores sem fio POF .................. 41
Figura 2.6 Protótipo do POF e MICA2DOT .............................................. 42
Figura 2.7 Simulação de cheia ................................................................. 42
Figura 2.8 Imagem de satélite TerraSAR-X ............................................. 44
Figura 2.9 Área de inundação – Sudeste do Texas ................................. 45
Figura 2.10 Fluxograma para elaboração do mapa de Risco de
Inundação ............................................................................... 46
Figura 2.11 Mapa de risco a inundação ..................................................... 47
Figura 2.12 Modelo Digital de Elevação ..................................................... 48
Figura 2.13 Área inundável considerando a cota de 0,5m ......................... 49
Figura 2.14 Área inundável considerando a cota de 1,0m ......................... 49
Figura 2.15 Área inundável considerando a cota de 2,0m ......................... 49
Figura 2.16 Área inundável considerando a cota de 3,0m ......................... 49
Figura 2.17 Área inundável considerando a cota de 6,0m ......................... 50
Figura 2.18 Área inundável considerando a cota de 8,0m ......................... 50
Figura 2.19 Mancha de Inundação para TR = 1 ano. Cota de inundação
= 840,76m (MONI SILVA, 2006) ............................................. 52
Figura 2.20 Mancha de Inundação para TR = 10 anos. Cota de
inundação = 845,27m (MONI SILVA, 2006) ........................... 53
Figura 2.21 Mancha de Inundação para TR = 100 anos. Cota de
inundação = 846,32m (MONI SILVA, 2006) ........................... 54
Figura 2.22 Mancha de Inundação para TR = 500 anos. Cota de
inundação = 846,83 m (MONI SILVA, 2006) ........................... 55
Figura 2.23 Mancha de Inundação para TR = 1000 anos. Cota de
inundação = 847,04 m (MONI SILVA, 2006) ...........................
56
vii
Figura 2.24 Mancha de Inundação para TR = 1500 anos e Cota de
inundação = 847,16 m (MONI SILVA, 2006) ........................... 57
Figura 3.1 Localização do Município de Santa Rita do Sapucaí. Fonte:
Internet .................................................................................... 59
Figura 3.2 Bacia do Município de Santa Rita do Sapucaí. Fonte: BERTI
SARLAS .................................................................................. 61
Figura 3.3 Localização das primeiras áreas urbanas a serem alagadas.
Fonte: BERTI SARLAS ............................................................ 62
Figura 3.3.1 Início de alagamento na Av. Beira Rio ................................... 63
Figura 3.4 Régua marcando 6,86m (2007) ............................................. 63
Figura 3.5 Cheia de 2007, em destaque matriz central da cidade .......... 64
Figura 3.6 Vista parcial da cheia de 2007 ............................................... 64
Figura 3.7 Cheia de 2007 com outra sem alagamento (10/2009) ........... 65
Figura 3.8 Perfil topobatimétrico da seção em Santa Rita do Sapucaí ... 66
Figura 3.9 Características hidráulicas da seção em Santa Rita do
Sapucaí .................................................................................. 67
Figura 3.10 Curva-chave da seção em Santa Rita do Sapucaí ................ 68
Figura 3.11 Declividade do Rio Sapucaí ................................................... 71
Figura 3.12 Levantamento altimétrico, com curvas de nível de 1 em 1m –
Região Central de Santa Rita do Sapucaí. Fonte: Secretaria
do Meio Ambiente de Santa Rita do Sapucaí .......................... 74
Figura 3.13 AutoCAD 2006 ...................................................................... 75
Figura 3.14 SPRING 5.0 ............................................................................ 77
Figura 3.15 Fluxograma para elaboração de Mancha de Inundação
(MONI SILVA, 2006) ................................................................ 80
Figura 4.10 Arruamento de Santa Rita do Sapucaí. Fonte: BERTI
SARLAS .................................................................................. 92
Figura 4.11 Contorno da mancha de inundação da cheia de 2000. Fonte:
BERTI SARLAS ....................................................................... 92
Figura A1 Cheia de 2007 ......................................................................... 103
Figura A2 Cheia de 2007 ........................................................................ 103
Figura A3 Cheia de 2007 ......................................................................... 104
Figura A4 Cheia de 2007 ......................................................................... 104
viii
Figura A5.1 AutoCad 01a. Fonte: BERTI SARLAS ..................................... 115
Figura A5.2 Spring 01b. Fonte: BERTI SARLAS ....................................... 117
Figura A5.3 Spring 02b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 118
Figura A5.4 Spring 03b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 119
Figura A5.5 Spring 04b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 120
Figura A5.6 Spring 05b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 121
Figura A5.7 Spring 06b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 122
Figura A5.8 Spring 07b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 123
Figura A5.9 Spring 08b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 124
Figura A5.10 Spring 09b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 125
Figura A5.11 Spring 10b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 126
Figura A5.12 Spring 11b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 127
Figura A5.13 Spring 12b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 128
Figura A5.14 Spring 13b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 128
Figura A5.15 Spring 14b. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 129
Figura A6 Foto trabalho de campo ........................................................... 131
Figura A7 Foto trabalho de campo ........................................................... 131
Figura A8 Foto trabalho de campo ........................................................... 131
Figura A9 Foto trabalho de campo ........................................................... 131
ix
Lista de Desenhos
DES A4-01 MANCHA – TR 2 ANOS ................................................ 83
DES A4-02 MANCHA – TR 5 ANOS ................................................ 84
DES A4-03 MANCHA – TR 10 ANOS .............................................. 85
DES A4-04 MANCHA – TR 25 ANOS ………………….................... 86
DES A4-05 MANCHA – TR 50 ANOS .............................................. 87
DES A4-06 MANCHA – TR 100 ANOS ............................................ 88
DES A4-07 MANCHA – TR 500 ANOS ............................................ 89
DES A4-08 MANCHA – TR 1000 ANOS …………………………...... 90
DES A4-09 MANCHA – CHEIA DE 2000 …………………………..... 91
x
Lista de Tabelas
Tabela 2.1 Evolução dos métodos de análise de cheias (VIANNA,
2000) ................................................................................... 09
Tabela 2.2 Medidas não estruturais para controle de inundações
urbanas. Fonte: ENOMOTO, (2000) – Alterado .................. 18
Tabela 3.1 Valores médios das grandezas hidráulicas na seção de
monitoramento (para níveis de vazante) ............................. 68
Tabela 3.2 As cotas de inundação para alguns TR’s, para o Rio
Sapucaí. Fonte: BERTI SARLAS ........................................ 70
Tabela 3.3 As cotas de inundação para cheia de 2000 em seções ao
longo do Rio Sapucaí. Fonte: BERTI SARLAS ................... 72
Tabela A1 Cotas de inundação para TR = 2, 5, 10, 25 anos, para as
seções de 1 a 29, para o Rio Sapucaí. Fonte: BERTI
SARLAS .............................................................................. 106
Tabela A2 Cotas de inundação para TR = 2, 5, 10, 25 anos, para as
seções de 30 a 60 para o Rio Sapucaí. Fonte: BERTI
SARLAS .............................................................................. 107
Tabela A3 Cotas de inundação para TR = 50, 500, 1000 anos, para
as seções de 1 a 29, para o Rio Sapucaí. Fonte: BERTI
SARLAS .............................................................................. 108
Tabela A4 Cotas de inundação para TR = 50, 10, 500, 1000 anos,
para as seções de 30 a 60, para o Rio Sapucaí. Fonte:
BERTI SARLAS ................................................................... 109
xi
Lista de Abreviaturas
AM Automated Mapping
BDM Busca por Distância Mínima
CADD Computer-Aided Drafting and Design
CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
DEM Digital Elevation Model
FLDWAV Dynamic Wave Model Simulation
FM Facilities Management
GPS Global Positioning System
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBM-PC International Business Machines – Personal Computer
IGAM Instituto Mineiro de Gestão de Águas
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
LEGAL Linguagem Espacial para Geoprocessamento Algébrico
LIS Land Information System
MDE Modelo Digital de Elevação
MDT Modelo Digital de Terreno
MG Minas Gerais
MIT Massachussetts Institute of Technology
MNT Modelo Numérico de Terreno
POF Fibra ótica de Plástico
xii
RAM Random Access Memory
SIG Sistemas de Informação Geográfica
SPRING Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas
TR Período de retorno
xiii
Lista de Símbolos
% Porcento
σ
Desvio padrão
§ Parágrafo
µ Medida de vazões máximas
cm Centímetro
e Exponencial
km Quilômetro
Km
2
Quilômetro quadrado
m Metro
m
2
Metro quadrado
m
3
Metro cúbico
mm Milímetro
Q Vazão
xiv
Sumário
1. INTRODUÇÃO .........................................................................................1
1.1. Objetivo .........................................................................................2
1.2. Justificativa ....................................................................................2
1.3. Limitações .....................................................................................3
1.4. Estrutura do trabalho .....................................................................3
2. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................5
2.1. Inundação ......................................................................................6
2.2. Inundações urbanas ....................................................................10
2.3. Drenagem urbana ........................................................................12
2.4. Controle de inundações ...............................................................15
2.4.1. Medidas estruturais ...........................................................16
2.4.2. Medidas não-estruturais ...................................................17
2.5. Construção de mapas de inundação ...........................................19
2.6. Sistema de informação geográfica ..............................................23
2.7. Mapeamento das áreas inundáveis utilizando um SIG ...............29
2.8. Plano diretor ................................................................................29
2.8.1. O que é e o que deve ser um plano diretor ......................29
2.8.2. Como elaborar um plano diretor .......................................35
2.8.3. Lei orgânica de Santa Rita do Sapucaí ............................37
2.9. Panorama mundial ......................................................................40
2.10. Panorama brasileiro ....................................................................46
3. MATERIAIS E MÉTODOS .....................................................................58
3.1. Caracterização da área de estudo...............................................59
xv
3.1.1. O Município .......................................................................59
3.1.2. O Rio Sapucaí ...................................................................60
3.2. Histórico das inundações ............................................................62
3.3. Dados ..........................................................................................66
3.3.1. Características hidráulicas ................................................66
3.3.2. Cotas de inundação x TR – Período de Retorno ..............69
3.3.3. Levantamento altimétrico ..................................................74
3.4. Programas ...................................................................................75
3.4.1. O AutoCad ........................................................................75
3.4.2. O SPRING ........................................................................75
3.4.3. Função e elaboração da mancha de inundação do
SPRING...................................................................................................77
4. RESULTADOS .......................................................................................81
4.1. Mancha de inundação para Santa Rita do Sapucaí ....................81
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.................................................93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................96
ANEXO 01 ......................................................................................................102
A.1 - Fotos da cheia de 2007 em Santa Rita do Sapucaí ....................103
ANEXO 02 ......................................................................................................105
A.2 - Tabela de cotas de inundação para alguns TR ...........................106
ANEXO 03 ......................................................................................................110
A.3 - Arquivo tipo texto com as distâncias e cotas de inundação ........111
ANEXO 04 ......................................................................................................113
A.4 - Tutorial para elaboração da Manchas de Inundação ..................114
ANEXO 05 ......................................................................................................130
A.5 - Fotos do trabalho de campo em Santa Rita do Sapucaí/MG.......131
xvi
Resumo
A inundação de áreas urbanas é um problema com o qual a população
de Santa Rita do Sapucaí vem sofrendo principalmente nos últimos 20 anos. A
cidade está vivenciando um processo de urbanização dos mais intensivos já
observados. O aumento populacional desencadeou uma série de elementos,
como o aumento das áreas impermeabilizadas. Isso traz como conseqüências,
modificações no sistema de drenagem anteriormente existente, propagação
das velocidades de escoamento superficial reduzindo os tempos de picos de
enchentes. As inundações são eventos naturais, que têm seus efeitos
potencializados pela ação antrópica. A ocorrência desse tipo de evento crítico
exige algumas medidas, para diminuir as perdas humanas e econômicas. Uma
dessas medidas é o mapeamento de áreas inundáveis. Historicamente, a
população de Santa Rita do Sapucaí fixou-se nas áreas planas, ocupando o
leito maior do rio Sapucaí, sem contar com um planejamento urbano de uso de
solo. A determinação de um método para a elaboração de mapas de inundação
foi o objetivo principal deste trabalho. A motivação para este estudo surgiu da
observação de que os planos diretores atualmente têm inserido em seu
contexto a prevenção de inundações. Os mapas de inundação são ferramentas
poderosas na visualização das áreas alagadas, pois através deles é possível
definir áreas de risco para o zoneamento. A partir do histórico das cheias, do
levantamento altimétrico e do sistema de drenagem de Santa Rita do Sapucaí
foi possível à geração de manchas de inundação para vários períodos de
retorno para esta cidade, através do programa SPRING.
Palavras-chave: Manchas de inundação, SPRING, Plano diretor, enchentes em
Santa Rita do Sapucaí.
xvii
Abstract
The flooding of urban areas is a problem with which the people of Santa Rita do
Sapucaí has suffered especially in the last 20 years. The city is experiencing a
process of urbanization of the most intense ever observed. The population
increase has fostered a series of elements such as the increase in impermeable
areas. This brings the consequences, changes to previously existing drainage
system, propagation velocities of runoff by reducing the times of peak floods.
Floods are natural events that have effects enhanced by human action. The
occurrence of this type of critical event requires some measures to reduce
human and economic losses. One such measure is the mapping of flooded
areas. Historically, the population of Santa Rita do Sapucaí settled the plains,
occupying the largest river bed Sapucaí, excluding urban planning land use.
The determination of a method for mapping flood was the main objective of this
work. The motivation for this study arose from the observation that the master
plans are now embedded in its context to prevent flooding. The flood maps are
powerful tools in the visualization of wetlands, because through them it is
possible to define risk areas for zoning. From the historic flood of altimetric
survey and drainage system of Santa Rita do Sapucaí was possible the
generation of patches for various flood return periods for this city, through the
SPRING.
Key-words: Flood inundation map, SPRING, Master Plan, floods in Santa Rita
do Sapucaí.
Capítulo 01 – Introdução
1
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Capítulo 1 - Introdução
“O mapeamento de áreas inundáveis representa uma ferramenta
importante para direcionamento das expansões urbanas e a ordenação do
uso e ocupação do solo, pois se dispondo do zoneamento dessas áreas,
pode-se delimitá-las e designá-las para usos adequados” (FIGUEIREDO,
2003, p.1791).
A partir da década de 50, as cidades brasileiras tiveram um
crescimento elevado em virtude da industrialização. O grande contingente
populacional que hoje habita as cidades exerce uma enorme pressão sobre
este espaço, seja através do desmatamento, da ocupação de encostas e ou
através da impermeabilização do solo. As áreas urbanas hoje vivenciam
graves problemas referentes tanto a processos erosivos como aos
movimentos de massa, desencadeados por ocupações irregulares de
encostas, de planícies de inundação e de outras áreas de frágil equilíbrio
ecológico. A impermeabilização dos solos provoca ainda um aumento
significativo no escoamento superficial, causando inundações nas regiões
mais próximas do nível de base local e de topografia mais plana (COSTA,
2007).
A previsão de áreas atingidas por inundações é fortemente
dependente da topografia, ocupação e mudanças climáticas. Trata-se de um
processo dinâmico, complexo tanto no contexto espacial como no temporal.
Para tanto, pode-se, através de modelos hidrodinâmicos associados a
Sistemas de Informações Geográficas (SIGs), elaborar previsões de
inundações.
Capítulo 01 – Introdução
2
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
1.1 Objetivo
O objetivo principal desta dissertação é elaborar manchas de
inundação para a área urbana de Santa Rita do Sapucaí/MG. Temas como
“plano diretor” são também bem destacados. E no final o desenvolvimento
de um passo a passo ensinando como trabalhar com o Spring, para que
possa ser aplicado em outras áreas urbanas com as mesmas
características.
Como objetivos específicos têm-se:
¾ Mapeamento da cidade de Santa Rita do Sapucaí: elaborar
mapas utilizando levantamento topográfico;
¾ Elaboração de um tutorial no SPRING para manchas de
inundação com passo a passo;
¾ Simulação de manchas de inundações no SPRING,
considerando as cheias para vários períodos de retorno;
¾ Levantamento de cotas de inundação para região de estudo,
que servirá de ferramenta para entidades de gerenciamento e
controle de inundações (Prefeitura Municipal de Santa Rita do
Sapucaí), assim como para o planejamento urbano da cidade,
delimitação das zonas urbanas e de expansão urbana,
estabelecida por lei no Plano Diretor.
1.2 Justificativa
Em Santa Rita do Sapucaí ainda não se tem nenhum estudo de
histórico de cheias feito por pesquisadores, professores ou qualquer trabalho
científico. E para minimizar as perdas esporádicas por tais eventos, este
trabalho objetiva a elaborar manchas de inundação que servirá de utilidade
para estudos. Os resultados obtidos pela mancha de inundação através do
SPRING utilizando SIG e as cotas de inundação na área urbana do
Capítulo 01 – Introdução
3
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
município, serão comparados com cotas medidas para cheias históricas da
cidade. Assim, poderão ser comparados os dados e verificar a eficiência do
programa.
Através das cotas de inundação geradas para a área em estudo,
poderão ser definidos pontos sujeitos a alagamento. Essas informações são
relevantes, como por exemplos, na elaboração de planos diretores,
zoneamento urbano, localização de empresas e subestações.
Assim, a definição de regiões que poderão ser inundadas, sob
determinadas condições hidrológicas, torna-se uma ferramenta para tomada
de decisão e elaboração do plano diretor.
1.3 Limitações
» Dados: Eles são à base de todo o trabalho, assim, é necessário que
sejam de qualidade e confiáveis.
» Hardware: A manipulação de uma grande quantidade de dados e
seu processamento exige computadores robustos, para que o
processamento seja rápido e os resultados confiáveis;
» Software: A geração de informações requer uma validação entre os
resultados obtidos computacionalmente e aqueles oriundos de medição
direta, para tanto os programas usados devem ser apropriados, para que
sejam capazes de gerar informações corretas e que condizem com a
realidade.
O item “Dados” foi o única barreira encontrada para o
desenvolvimento do trabalho apresentado, devido uma grande dificuldade
para obtê-los.
Capítulo 01 – Introdução
4
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
1.4. Estrutura do Trabalho
A dissertação tem como base a estrutura utilizada por MONI (2006),
que aplicou o mesmo estudo na cidade de Itajubá/MG. No Capítulo 02
algumas considerações sobre inundações urbanas, geoprocessamento,
plano diretor e uma revisão de alguns artigos publicados sobre manchas de
inundação no Brasil e no Mundo.
Capítulo 03 é caracterizado a área em estudo: o município de Santa
Rita do Sapucaí – MG, os equipamentos utilizados, o método proposto
também como o histórico das inundações, manipulação dos dados obtidos e
a descrição dos programas SPRING 5.0, AutoCAD 2006 e suas
características.
Capítulo 04 serão apresentados os resultados. Considerando os
períodos de retorno de alguns eventos extremos ocorridos na cidade serão
elaboradas manchas para tais períodos de retorno. Um tutorial para
elaboração de manchas de inundação será descrito detalhadamente no
anexo 04. No anexo 05 estão algumas fotos do trabalho de campo realizado
em Santa Rita do Sapucaí/MG.
Conclusões e recomendações serão feitas no capitulo 05, além de
sugestões para trabalhos futuros.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
5
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Capítulo 2 – Revisão de Literatura
O desenvolvimento urbano brasileiro tem “protagonizado” um
aumento desordenado na freqüência das inundações, na produção de
sedimentos que levam ao assoreamento dos condutos e canais e na
deterioração da qualidade da água. Tais alterações provocam maior volume
de água pluvial escoados mais rapidamente, gerando um dos maiores
problemas hidrológicos: a ocorrência das enchentes. Quando à precipitação
é intensa a quantidade de água que chega simultaneamente ao rio pode ser
superior à sua capacidade de drenagem, ou seja, a da sua calha normal,
resultando inundações das áreas ribeirinhas. Os problemas resultantes da
inundação dependem do grau de ocupação da várzea pela população e da
freqüência com a qual ocorrem as inundações (TUCCI, 2002).
Existe uma distinção conceitual entre os termos enchente e
inundação: a diferença fundamental é que o primeiro termo refere-se a uma
ocorrência natural, que normalmente não afeta diretamente a população,
tendo em vista sua ciclicidade. Já as inundações são decorrentes de
modificações no uso do solo e podem provocar danos de grandes
proporções mundiais
A relação homem e natureza vêm provocando alterações e impactos
no ambiente há muito tempo, existindo uma crescente necessidade de se
apresentar soluções e estratégias que minimizem e revertam os efeitos da
degradação ambiental e do colapso dos recursos naturais que se observam
cada vez com mais frequência.
O problema das inundações em áreas urbanas existe em muitas
cidades brasileiras. Seus fatores são tão variados como assoreamento do
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
6
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
leito dos rios, o crescimento desordenado das cidades, desmatamento,
sistemas de drenagem deficiente, rompimento de diques ou barragens,
planos diretores mal elaborados, fatores climáticos, entre outros. O homem
por sua vez procura combater os efeitos de uma cheia nos rios construindo
represas, diques, desviando o curso natural dos rios, obras estruturais que
requerem altos investimentos. Já as medidas não-estruturais envolvem
prevenção que tendem a diminuir as perdas decorrentes das inundações.
Educação da população, sistemas de alertas contra cheias, mapeamento
das áreas inundáveis, entre outros.
Mesmo com todo esse esforço, as inundações continuam
acontecendo, causando prejuízos de vários tipos e grandezas.
2.1. Inundação
Enchentes são fenômenos que ocorrem quando o volume da água
que atinge o leito de um rio é superior à capacidade de drenagem de sua
calha normal, também chamado de leito menor ou calha principal. Quando
essa capacidade de escoamento é superada acontece à inundação das
áreas ribeirinhas também denominadas como planícies de inundação ou
leito maior do rio (CPRM et al., 2004). As áreas de uma inundação são
mostradas na Figura 2.1.
A população de alta renda tende a habitar os locais seguros ao
contrário da população carente que ocupa as áreas de alto risco de
inundação, provocando problemas sociais que se repetem por ocasião de
cheia na região. Quando a frequência das inundações é baixa, a população
ganha confiança e despreza o risco, aumentando significativamente o
investimento e a densificação nas áreas inundáveis. Geralmente a enchente
assume características catastróficas. As áreas hoje desocupadas devido a
inundações sofrem considerável pressão para serem ocupadas. A ocupação
das áreas urbanas impróprias pode ser evitada através do planejamento do
uso dos solos das várzeas, o qual deve ser regulado no Plano Diretor
Urbano das Cidades (TUCCI, 2002).
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
7
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Figura 2.1: Perfis de ocupação de áreas inundáveis
Fonte: http://geoportal.no.sapo.pt/meio_natural.htm, 2009.
MONI (2006) relata que as circunstâncias meteorológicas e
hidrológicas propiciam a ocorrência de inundação. Que a informação do
comportamento meteorológico de longo prazo é muito pequeno devido ao
grande número de fatores envolvidos nos fenômenos meteorológicos e à
interdependência dos processos físicos a que a atmosfera está sujeita. As
condições hidrológicas que geram a inundação podem ser naturais ou
artificiais. As condições naturais são aquelas cuja ocorrência é propiciada
pela bacia em seu estado natural. Algumas dessas condições são: relevo,
tipo de precipitação, cobertura vegetal e capacidade de drenagem. As
condições artificiais são aquelas provocadas pela ação do homem. Alguns
exemplos são: obras hidráulicas, urbanização, desmatamento,
reflorestamento e uso agrícola.
A bacia rural possui maior interceptação vegetal, maiores áreas
permeáveis (infiltração do solo), menor escoamento na superfície do solo e
drenagem mais lenta. A bacia urbana possui superfícies impermeáveis, tais
como telhados, ruas e pisos, e produz aceleração no escoamento, através
da canalização e da drenagem superficial. Os resultados da urbanização
sobre o escoamento são: aumento da vazão máxima e do escoamento
superficial, redução do tempo de pico e diminuição do tempo de base. A
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
urbanização e o desmatamento produzem um aumento na freqüência da
inundação nas cheias pequenas e médias (TUCCI, 2002).
A dificuldade em estimar a vazão de cheia, imprescindível para os
dimensionamentos hidráulicos dos projetos de engenharia, motivou o
desenvolvimento dos métodos de estimativa de vazão de pico. ROSSI
(1992) apud VIANNA (2000)
1
apresenta através da Tabela 2.1, os anos
marco de início de utilização dos métodos considerados na evolução das
cheias, indicando os objetivos principais para cada método desenvolvido e
uma comparação entre os avanços na aquisição de dados hidrológicos e o
processamento das novas técnicas.
1
ROSSI, G. (1992). Historical Development of Flood Analysis Methods, in: Rossi, G.;
Harmancioglu, N.; Yevjevich, V. (ed) – Coping With Floods.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Tabela 2.1: Evolução dos métodos de análise de cheias (VIANNA, 2000)
Período
(anos)
Método de análise de
cheia
Principais objetivos
Aquisição e
processamento técnico
Prático
Conhecimento
científico
Projeto Previsão
1750-
1850
Formulação Empírica. X X
Início das observações
regulares de chuva e nível.
1850-
1900
Método Racional
(Mulvaney, 1851).
X X
Coleta sistemática de
dados de chuva e vazão.
Curvas envoltórias para
determinação de cheias
(Dickens, 1863).
X Contador elétrico (1860)
Linhas Isócronas
(Imbeaux, 1898).
X Venturi (1898)
1900-
1945
Método de
armazenamento em
canais (Fantoli, 1904;
Puppini, 1923).
X
Utilização de
computadores com leitores
de cartão (1900).
Aplicações de cálculo
diferencial.
Aplicação de métodos
estatísticos.
Primeira geração de
Computadores digitais
(1943).
Análise de freqüência
(Füller, 1913; Foster,
1924; Hazen, 1930).
X X
Hidrograma unitário
(Sherman, 1932).
X X
Precipitação máxima
provável (NWS, 1937).
X
Teoria dos valores
extremos (Gumbel, 1941).
X X
1945-
1970
Modelos conceituais
(Nash, 1957; Dooge,
1959).
X X
Modelos análogos para
propagação de cheias
(1948).
Modelo de Stanford
(Linsley – Crawford,
1960).
X
Segunda Geração de
computadores digitais
(1949).
Aplicações de análise de
sistemas (1956).
Análise regional de
cheias (Dalrymple, 1960).
X X
Transmissão de dados a
longa distância – telefone
e rádio (1958). Aplicações
de sensoriamento remoto
início da década de 60.
Sistemas de alerta de
cheias através de estações
de chuva e de nível (1960).
Onda cinemática
(Wooding, 1960).
X
Modelo de escoamento
comparado com
resultados experimentais
(Kibler, Woolhiser, 1970).
X
1970-
Análise de séries
temporais e previsões de
tempo (Box, Jenkins,
1970)
X
Sistema de transmissão de
dados via satélite (1972)
Sistema linear com
restrições (Natale,
Todini, 1973).
X
Radar meteorológico e
previsão hidrológica em
tempo real (1975)
Comparação entre
modelos hidrológicos
(WMO, 1975).
X
Bancos de dados
hidrológicos (1979).
Métodos ultra-sônicos e
eletromagnéticos de
medição de vazão (início
da década de 70).
Relatório dos estudos de
cheias (UK, NERC, 1975)
X
Sistema hidrológico
europeu (Beven et al.,
1980).
X
Microcomputadores e
computadores pessoais
para processamento de
dados (início da década de
80).
Hidrograma unitário
geomorfológico
(Rodriguez-Iturbe,
Valdas, 1979).
X
Sistemas de radares e
satélites para previsões de
curto prazo (1980).
Sistemas de informações
geográficas em modelos
hidrológicos distribuídos
(1980).
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
2.2. Inundações urbanas
ENOMOTO (2004), fala que enchente não é necessariamente
catástrofe. É um fenômeno natural dos rios e outros corpos de água. Por
outro lado, todo e qualquer rio tem sua área natural de inundação. As
inundações passam a ser um problema para o homem quando deixa de
respeitar os limites naturais dos rios. A urbanização agrava os efeitos da
chuva trazendo consigo o conceito de canalizar e tornar subterrâneo tudo o
que se quer esconder. No séc. XIX, o conceito de canalização foi adotado
para a drenagem urbana, ficando caracterizado pela construção de vastas
galerias subterrâneas onde a drenagem da água era equacionada pela força
da gravidade, resultando numa rápida descarga nas áreas urbanas.
No início do século XX, os projetos de canalização foram
aprimorados pelo desenvolvimento de modelos matemáticos, hidrológicos e
hidráulicos, além da análise estatística de eventos extremos. Paralelamente,
o conceito de separação do esgoto das águas da chuva foi amplamente
implantado, principalmente por razões sanitárias. Após a década de 1950 e
como resultado da intensa urbanização, uma crise nesses sistemas foi
percebida, e as conseqüências ainda estão acontecendo. Na década de
1970 o conceito de soluções alternativas e compensatórias para a drenagem
urbana foi adotado, principalmente na Europa e América do Norte. Estas
soluções ajudaram na compensação dos efeitos da urbanização progressiva
sobre os processos hidrológicos. Atualmente, conceitos de preservação do
meio ambiente e qualidade de vida também estão sendo levados em
consideração diz ENOMOTO (2004).
Com este histórico pode-se perceber como o aumento da
densidade populacional de uma comunidade traz problemas de ordem
quantitativa na demanda de água para abastecimento público, aumento na
geração de resíduos sólidos, poluição dos rios e lençol freático, deterioração
da qualidade dos corpos d’água e deterioração da qualidade do ar, o que
gera problemas de poluição ambiental. Já o aumento da densidade de
ocupação por edificações e obras de infra-estrutura viária, por sua vez, traz
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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como conseqüência direta o aumento das áreas impermeáveis, modificando
o sistema de drenagem anteriormente existente, incrementando a velocidade
de escoamento superficial, reduzindo o tempo de pico de enchentes,
amplificando a vazão desses picos, e reduzindo as vazões de recarga do
lençol freático.
CHOW, MAIDMENT E MAYS (1988), resumiram os efeitos bem
conhecidos da urbanização nos processos hidrológicos de duas maneiras:
a) a quantidade de água aumenta na mesma proporção em que
aumentam as áreas impermeabilizadas e, como conseqüência,
há a redução no volume de água infiltrada;
b) a velocidade da drenagem superficial e o pico de enchente
aumentam devido à maior eficiência do sistema de drenagem.
TUCCI (1995) classificou os impactos provocados pela
urbanização em 3 impactos, são eles:
a) impactos ambientais: ocorrem devido ao aumento da produção
de sedimentos, degradações da qualidade da água e
contaminação dos aqüíferos; suas conseqüências
compreendem o assoreamento da drenagem e o transporte de
substâncias poluentes agregadas ao sedimento e a água da
chuva;
b) impacto no balanço hídrico: o balanço hídrico altera-se com o
aumento do volume de escoamento superficial e a redução da
recarga natural dos aqüíferos e da evapotranspiração;
c) impacto no hidrograma de enchente: a urbanização diminui a
infiltração e aumenta o volume que escoa pela superfície.
As inundações urbanas podem ser divididas de acordo com os
fatores que as provocam, relatou ENOMOTO (2004). Na várzea natural, as
enchentes ocorrem devido à má ocupação das regiões ribeirinhas. Essas
regiões, geralmente pertencem ao poder público e são freqüentemente
invadidas por sub-habitações e não têm valor imobiliário. Nas áreas
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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urbanizadas, as ocupações do espaço são normalmente feitas de jusante
para a montante. A urbanização geralmente se preocupa com a drenagem
da área do loteamento (esgotos pluviais), sem se preocupar com os efeitos
para a macrodrenagem. Há, portanto, uma sobrecarga da drenagem
secundária sobre a macrodrenagem. As áreas mais afetadas ficam a
jusante.
2.3. Drenagem urbana
Ao contrário da área urbana, na área rural a chuva é retida pela
vegetação, infiltra-se no subsolo e o que resta escoa pela superfície
gradualmente, produzindo um hidrograma com variação lenta de vazão e
com picos de enchente moderados, mas nas áreas urbanizadas a
impermeabilização reduz a infiltração. Os sistemas de drenagem urbana são
sistemas essencialmente preventivos de inundações, principalmente nas
áreas mais baixas das comunidades sujeitas a alagamentos ou em
marginais de cursos naturais de água.
Os sistemas de drenagem são classificados de acordo com suas
dimensões em sistemas de microdrenagem, também denominados de
sistemas iniciais de drenagem, e de macrodrenagem, segundo TUCCI
(2000).
A microdrenagem inclui a coleta e a condução das águas
superficiais através de pequenas e médias galerias, fazendo ainda parte do
sistema todos os componentes para que tal projeto ocorra.
A macrodrenagem inclui, além da microdrenagem, as galerias de
grande porte e os corpos receptores, tais como canais e rios canalizados ou
não.
Quando um sistema de drenagem não é considerado desde o
início da formação do planejamento urbano, é bastante provável que esse
sistema ao ser projetado revele-se, ao mesmo tempo, de alto custo e
deficiente. É conveniente para a comunidade que a área urbana seja
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planejada de forma integrada. Se existirem planos de desenvolvimento
regionais, estaduais ou federais, é interessante a perfeita compatibilidade
entre o plano de desenvolvimento urbano e esses planos.
Todo plano urbanístico de expansão deve conter em seu bojo um
plano de drenagem urbana, visando delimitar as áreas mais baixas e
potencialmente inundáveis a fim de diagnosticar a viabilidade ou não da
ocupação destas áreas do ponto de vista da expansão dos serviços
públicos.
Geralmente a capacidade da microdrenagem é planejada para
expulsar água do loteamento, porém a macrodrenagem muitas vezes não
está preparada para receber esse acúmulo continuado de ampliação urbana,
considerando que não existe nenhuma regulamentação ou planejamento da
macrodrenagem.
Um sistema de drenagem adequado proporcionará uma série de
benefícios, tais como:
a) desenvolvimento do sistema viário;
b) redução de gastos com manutenção das vias públicas;
c) valorização das propriedades existentes na área beneficiada;
d) escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego
por ocasião das precipitações;
e) eliminação da presença de águas estagnadas e lamaçais;
f) recuperação de áreas alagadas ou alagáveis;
g) maior segurança e conforto para a população habitante ou
transeunte pela área de projeto.
Existem ações que influenciam na eficácia das soluções de
Drenagem Urbana, conforme cita ANDRADE et al., (1997):
a) políticas que definam os objetivos a serem alcançados e os
meios legais, institucionais, técnicos e financeiros para atingi-los;
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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b) políticas de ocupação do solo urbano compatíveis com a
política de drenagem urbana, com destaque para ocupação das
várzeas de inundação;
c) processos de planejamento com medidas de curto, médio e
longo prazos em toda a bacia;
d) entidades eficientes para exercer liderança do setor,
promovendo a participação pública, estabelecendo critérios e
aplicando leis;
e) domínio de tecnologia adequada para planejamento, projeto,
construção e operação das obras;
f) campanhas de educação e esclarecimento da opinião pública.
Com relação às ações supracitadas, algumas conseqüências
devem ser observadas, advindas do comportamento político e
administrativo:
a) tendência em atuar corretivamente em pontos isolados devido
a disputas por recursos entre diversos setores da administração
urbana;
b) dificuldade em disciplinar a ocupação do solo devido a conflitos
de interesses;
c) políticas de médios e longos prazos são invariavelmente
relegadas a um segundo plano.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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2.4. Controle de inundações
O controle de inundações consiste em um repertório de medidas
que tem por objetivo minimizar os riscos a que as populações estão sujeitas,
diminuindo os prejuízos causados por inundações e possibilitando o
desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e sustentável.
A decisão ideal é definida em função das características do rio, do
beneficio da redução das enchentes e aspectos sociais do seu impacto.
Os princípios para controle de inundações urbanas, segundo
TUCCI (1995) são:
a) considerar a bacia como sistema (as medidas não podem
reduzir o impacto de uma área em detrimento à outra);
b) analisar as medidas de controle no conjunto da bacia
(estruturais e não-estruturais);
c) os meios de implantação das medidas de controle de
enchentes são: o PLANO DIRETOR URBANO, as Legislações
Municipal, Estadual e Federal, e o Manual de Drenagem.
d) o horizonte de expansão;
e) o critério fundamental de não ampliar a cheia natural;
f) o controle permanente (violação à legislação);
g) a educação (conscientização e modificação);
h) a administração da manutenção e controle;
i) as normas.
As medidas de controle do escoamento da inundação podem ser
efetuadas das seguintes maneiras, segundo TUCCI (1995).
a) por infiltração e percolação: criar espaço para que a água tenha
por onde infiltrar;
b) por armazenamento: para reter parte do escoamento
superficial;
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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c) pelo aumento da superfície eficiente de escoamento: condutos
e canais (mais benéfico quando em conjunto com reservatórios de
detenção);
d) diques e estações de bombeamento: controle localizado de
enchentes (para áreas sem espaço para o amortecimento da
inundação).
O estudo do controle de enchente considera tanto os meios
estruturais quanto os não estruturais como alternativa para o fornecimento
de proteção contra enchente, para a redução dos riscos e importância dos
danos
2.4.1. Medidas Estruturais
As medidas estruturais consistem em obras de engenharia
implementadas com o objetivo de reduzir o risco de enchentes. Elas
modificam o sistema fluvial e são as mais onerosas. TUCCI (1995) as
classifica em extensivas ou intensivas. As extensivas são aquelas que agem
na bacia, procurando modificar as relações entre precipitação e vazão,
como, por exemplo, a alteração da cobertura vegetal do solo, que reduz e
retarda os picos de enchente e controla a erosão da bacia. As medidas
intensivas são aquelas que agem no rio e podem ser de três tipos:
a) aceleração do escoamento: aumento da capacidade de
descarga dos rios e corte de meandros;
b) retardamento do escoamento: reservatórios e as bacias de
amortecimento;
c) desvio do escoamento: obras como canais de desvios,
construção de diques e polders.
Estas medidas são essenciais e necessárias para a solução de
grande parte dos problemas de inundações urbanas. Porém, além de
onerosas, não representam por si só soluções eficazes e sustentáveis dos
problemas mais complexos de drenagem urbana. As melhores soluções são
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
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alcançadas através de compreensão mais integrada do ambiente urbano e
das relações entre os sistemas que o compõem.
2.4.2. Medidas não-estruturais
As medidas não-estruturais defendem a melhor convivência da
população com enchentes. Não são projetadas para dar proteção completa,
pois isso exigiria uma atuação contra a maior enchente possível.
Constam na tabela 2.2 algumas medidas diferenciadas
selecionadas após a consulta de bibliografia especializada e suas
descrições.
No Brasil, institucionalmente, a infra-estrutura de microdrenagem é
reconhecida como da competência dos governos municipais que devem ter
total responsabilidade para definir as ações no setor; ampliando-se esta
competência em direção aos governos estaduais, na medida em que
crescem de relevância as questões de macrodrenagem, cuja referência
fundamental para o planejamento é as bacias hidrográficas. Isto é, devem
ser de competência da Administração Municipal os serviços de infra-
estrutura urbana básica relativa à microdrenagem e serviços correlatos -
incluindo-se terraplanagens, guias, sarjetas, galerias de águas pluviais,
pavimentações e obras de contenção de encostas, para minimização de
risco à ocupação urbana, já ações de macrodrenagem devem envolver a
administração Estadual, uma vez que as bacias hidrográficas geralmente
estão localizadas dentro de vários municípios.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
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Tabela 2.2: Medidas não-estruturais para controle de inundações urbanas
Medida Características Objetivos
Plano diretor
Panejamento das áreas a serem
desenvolvidas e a densificação das
áreas atualmente loteadas
Evitar ocupação sem prevenção
e previsão
Zoneamento
Conjunto de regras para a ocupação
das áreas de maior risco de
inundação. É incorporado ao PLANO
DIRETOR
Visa à minimização futura de
perdas materiais e humanas em
face das grandes cheias.
Controle do
desmatamento
(BEG e MOHD,
1998).
Além do controle do desmatamento, o
reflorestamento deve ser feito em
todos locais possíveis
Prevenir a erosão e o
assoreamento.
Educação
Ambiental
Para ser realizado junto à população.
A conservação das margens dos
arroios, sua vegetação típica e taludes
são essenciais.
Conscientizar a população que
sofre ou poderá sofrer com as
inundações
Medidas de apoio
à população (BEG
e MOHD, 1998).
Lugares seguros para preservar a
pessoa, a família e trabalhos
Construção de abrigos temporários,
meios de evacuação, patrulhas de
segurança.
Inserir nos possíveis atingidos
pelas inundações um senso de
proteção
Distribuição de
informação sobre
as enchentes
(BEG e MOHD,
1998).
Programa de orientação da população
sobre as previsões de enchentes para
que ela aprenda a se prevenir contra
as cheias.
Aprimorar a qualidade da
assistência externa e a reduzir
falhas como a falta de
informações, a má avaliação das
necessidades e formas
inadequadas de ajuda.
Reassentamento
Reassentamento de residentes ilegais
ocupantes das margens de rios, e de
residentes legais nas áreas de
enchente.
Retirar a população dos locais
de risco
Soluções de
mitigação
Promover o aumento das áreas de
infiltração e percolação e
armazenamento temporário.
Aumentar a eficiência do
sistema de drenagem à jusante
e da capacidade de controle de
enchentes dos sistemas.
Sistema de alerta
Sistema utilizado para prevenir a
população com antecedência de curto
prazo, em eventos mais raros.
Ajudar no controle das
estruturas hidráulicas no sistema
do rio, e evitar o pânico.
Construções a
prova de
enchentes
Pequenas adaptações nas
construções.
Reduzir as perdas em
construções localizadas nas
várzeas de inundação
Seguro contra
enchentes
Proteção econômica contra
inundações
Diminuir os prejuízos individuais
causados pelas inundações
Sistemas
hidrológicos
Histórico hidrológico da bacia e
modelos que mostram o
comportamento hidráulico e
hidrológico do sistema do rio.
Fornecer subsídios para os
estudos de comportamento da
bacia, assim como previsão de
cenários futuros.
Fonte: ENOMOTO (2000) - Alterado
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
2.5. Construção de mapas de inundação
O mapeamento das áreas de risco de inundação é uma ferramenta
auxiliar muito poderosa no controle e prevenção de inundações.
O processo de mapeamento utilizando uma base cartográfica
confiável e adequada com a localização precisa dos elementos da bacia
hidrográfica e de suas características hidráulicas constituem material
importante para avanços do setor técnico em relação à população, por
serem ilustrativos dos problemas a serem solucionados, uma vez que a
população tem dificuldade em perceber o espaço urbano e o sistema de
drenagem como um todo.
Segundo TUCCI (2003), os mapas de inundação podem ser de
dois tipos:
a) mapa de planejamento: define as áreas atingidas por cheias de
tempo de retorno escolhidos;
b) mapa de alerta: informa em cada esquina ou ponto de controle o
nível da régua para o qual inicia a inundação. Este mapa permite o
acompanhamento da enchente por parte dos moradores, com base nas
observações das réguas.
Para NASCIMENTO (1998), um mapa para medidas não
estruturais deve ter:
a) cobertura vegetal;
b) grau de impermeabilização dos lotes, considerando o seu
tipo de utilização;
c) solo de acordo com seu nível de permeabilidade e com a
vulnerabilidade à erosão;
d) declividade;
e) informações topográficas com linhas mais densas
contornando as áreas críticas;
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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f) redes de drenagem natural e artificial.
Ainda segundo NASCIMENTO (1998), para mostrar os
mapas para a população alguns itens devem aparecer:
a) divisões para água, com referências que possam existir ao longo
das partes mais altas;
b) localização dos nomes de pontos altamente conhecidos;
c) uso de logotipos e ícones fáceis de identificar;
d) declividades, com áreas de alta declividade identificadas por
sombras progressivas de cores;
e) rodovias principais e secundárias;
f) áreas de inundação (de acordo com dados atuais e probabilidade
de ocorrência).
SHIDARAWA (1998), conta que no Japão em 1994 o
Ministro da Construção começou a encorajar as prefeituras a publicar
um Mapa de Prevenção de Enchentes, que ajudaria a minimizar os
prejuízos em caso de inundação, dando informações à população.
Este mapa é baseado em um mapa de áreas de inundações.
No inicio, o governo ficou apreensivo com a possibilidade da
população não aceitar os mapas, mas a partir de um questionário,
obtiveram estatísticas da boa receptividade dos mapas.
As seguintes informações constaram no mapa:
a) contornos de possíveis profundidades de água de enchente;
b) abrigos e seus telefones;
c) abrigos para idosos, deficientes e crianças;
d) abrigos temporários de emergência ou lugares para
aglomeração;
e) capacidade de abrigo e número de residentes em cada área;
f) telefones de escritórios relacionados
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g) modelos de sons de alarme de sirenes e sinos e seus
significados;
h) rota de transmissão de informações oficiais e avisos;
i) sugestões de refúgios;
j) lista do que levar quando tiver que fugir;
k) cuidados com deslizes de terra;
l) histórico das principais enchentes da cidade;
m) fotografias, hietogramas e hidrogramas de outras enchentes;
n) características do clima em outras enchentes;
o) história e natureza do rio.
A construção de mapas de linhas de inundação envolve a coleta de
diversas informações. Dentre estas informações, TUCCI (2003), destaca:
a) nivelamento da régua ao um zero absoluto;
b) topografia do local;
c) estudo de probabilidade de inundações de níveis para uma
seção na proximidade do local;
d) níveis de enchente;
e) seções batimétricas ao longo do rio;
f) cadastramento de obstruções ao longo do trecho.
O desenvolvimento destes mapas envolve a necessidade de
investimento em topografia, incluindo aí a batimetria do local, serviços
onerosos.
É necessário saber as vazões para o período de retorno, a partir de
dados confiáveis e consistidos, o que no Brasil ainda é difícil de obter.
Em geral, os dados de vazão utilizados correspondem a dados
obtidos por modelos hidrológicos, de acordo com o tempo de retorno a ser
utilizado e da duração da precipitação.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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Os dados de níveis de inundação, geralmente, são obtidos a partir
de modelos hidráulicos que, a partir de dados de escoamento permanente
ou não permanente e dados geométricos da área estudada, definem quais
são os níveis de inundação para cada uma das vazões desejadas.
O resultado final, ou seja, o mapa de inundações é formatado,
normalmente, com auxílio de uma ferramenta de geoprocessamento que
pode agrupar um número grande de informações, além dos níveis, tais
como: arruamento, vegetação, hidrografia, etc.
Segundo TUCCI (2003) para se regulamentar o uso de
áreas inundáveis, estabelecendo um zoneamento
adequado, é necessário estabelecer o risco de inundação
de diferentes cotas das áreas ribeirinhas. Nas áreas de
menor risco são permitidas habitações, mas podem ser
utilizadas para recreação, desde que o investimento
necessário seja baixo e não se danifique como parques e
campos esportivos. Para cotas com riscos menores são
permitidas construções com precauções especiais, com
sistemas de esgoto e viário.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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2.6. Sistema de informações geográficas
Geoprocessamento pode ser entendido como um conjunto de
tecnologias que tem como objetivo coletar e tratar informações espaciais
para um fim específico. Cada aplicação de geoprocessamento é executada
por um sistema específico, que recebe o nome de Sistema de Informações
Geográficas (SIG).
Um sistema de geoprocessamento tem por objetivo o processamento
de dados referenciados geograficamente, desde a coleta até a geração e a
exibição das informações por meio de mapas convencionais, relatórios,
arquivos digitais e gráficos, entre outros.
LAZZAROTTO (2002) descreve Geoprocessamento como o conjunto
de pelo menos quatro categorias de técnicas relacionadas ao tratamento da
informação espacial, são elas:
Técnicas para coleta de informação espacial: Cartografia,
Sensoriamento Remoto, GPS, Topografia Convencional, Fotogrametria,
levantamento de dados alfanuméricos;
Técnicas de armazenamento de informação espacial: Banco de dados
– Orientado a Objetos, relacional, Hierárquico, etc;
Técnicas para tratamento e análise de informação espacial: Como
Modelagem de Dados, Geoestatística, Aritmética Lógica, Funções
Topológicas, Redes;
Técnicas para o uso integrado de informação espacial: Como os
sistemas GIS – Geographic Information Systems, LIS – Land Information
System, AM/FM – Automated Mapping / Facilities Management, CADD –
Computer-Aided Drafting and Design.
Com isso o Geoprocessamento pode ser representado pela figura 2.2.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Figura 2.2: Geoprocessamento (LAZZAROTTO, 2002)
O geoprocessamento está relacionado com o processamento de
dados georreferenciados, possuindo referência de localização, enquanto um
Sistema de Informações Geográficas (SIG) processa dados gráficos e não
gráficos com ênfase nas análises espaciais e nas modelagens de
superfícies. Logo abaixo se apresenta os conceitos e as principais
características do SIG.
A evolução dos Sistemas de Informações Geográficas está associada
a diversas fases de evolução da humanidade em busca da representação do
seu mundo real. As primeiras aplicações dos SIGs ocorreram no início dos
anos sessenta do século XX e buscavam soluções para os problemas de
gerenciamento de dados espaciais georreferenciados, relativos ao uso da
terra, dos recursos naturais e das análises ambientais (RÖHM, 2003, p.1).
Diversas universidades e instituições se interessaram pelos Sistemas
de Informações Geográficas e contribuíram para o avanço da comunidade
de geoprocessamento, desenvolvendo tecnologias como a mesa
digitalizadora, as plotters e a computer-aided drafting criada pelo MIT
(Massachussetts Institute of Technology).
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
25
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Porém, foi somente na década de noventa do século XX que a
tecnologia de geoprocessamento se difundiu e se estabeleceu
definitivamente, em função dos avanços da informática, das linguagens de
computação e das áreas de sensoriamento remoto e processamento de
imagens.
CALKINS e TOMLINSON (1977) apud RÖHM (2003) descrevem:
“Os Sistemas de Informações Geográficas são seqüências
ordenadas de operações, desenvolvidas para auxiliar o usuário nas tarefas
de observar, coletar, armazenar e analisar dados, com a finalidade de dar
apoio aos processos de decisões”.
Conforme CÂMARA (2005), o termo sistemas de informação
geográfica (SIG) é aplicado para sistemas que realizam o tratamento
computacional de dados geográficos. A principal diferença de um SIG para
um sistema de informação convencional é sua capacidade de armazenar
tanto os atributos descritivos como as geometrias dos diferentes tipos de
dados geográficos.
Os sistemas de informações geográficas são desenvolvidos para
trabalhar com dados georreferenciados, e são compostos por um banco de
dados que opera com estes tipos de dados espaciais e por um conjunto de
operações que os beneficia, afirma (RÖHM, 2003).
De acordo com a afirmação anterior, um Sistema de Informação
Geográfica pode ser exemplificado na figura 2.3:
Figura 2.3: Sistema de Informações Geográficas (RÖHM, 2003)
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
26
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Com o objetivo de melhoria da qualidade de vida do ser humano, o
Sistema de Informações Geográficas é caracterizado por blocos de ações do
usuário, os quais demonstram suas necessidades. A partir destas
necessidades se desdobra o planejamento; em seguida, o sistema
gerenciador de banco de dados coleta, armazena, manipula, analisa e
através destas informações é possível a utilização dos dados resultantes
deste processo de melhoria de qualidade de vida.
Como se percebe, as definições do SIG possuem diversas
características que refletem a multiplicidade de usos e visões possíveis
desta tecnologia e mostram a interdisciplinaridade de sua utilização. Vale
destacar duas características importantes:
- SIGs possibilitam a integração, em um único banco de dados, das
informações geográficas geradas de infinitas fontes, tais como dados
cartográficos, dados censitários, cadastro urbano e rural, imagens de
satélites, etc e
- SIGs disponibilizam ferramentas para a recuperação, a manipulação
e a visualização das informações armazenadas, através de formas de
análise e manipulação.
Sistemas de informações geográficas podem ser divididos em duas
gerações:
1ª) Geração (“CAD Cartográfico”): caracteriza-se por sistemas
herdeiros da tradição de Cartografia, com suporte de banco de dados
limitado e cujo paradigma típico de trabalho é o mapa.
2ª) Geração de SIGs (“banco de dados geográfico”): chegou ao
mercado no início da década de 90 e caracteriza-se por ser concebida
para uso em ambientes cliente-servidor, acoplado a gerenciadores de
bancos de dados relacionais e com pacotes adicionais para processamento
de imagens.
Os Sistemas de Informações Geográficas podem ser utilizados em
muitas aplicações: Planejamento e Gestão Urbana e Regional, Meio
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Ambiente, Infra-estrutura, Agricultura, Segurança, Transportes, Educação e
Marketing.
Os SIGs podem ser classificados de acordo com as suas funções,
das quais se destacam como principais a captura de dados, a análise, o
armazenamento de dados, a visualização, a consulta e a saída, conforme a
figura 2.4 a seguir:
Figura 2.4: Função do SIG
Fonte: SERRA (2003), Montagem: BERTI SARLAS
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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DRUCK et al. (2004) cita em seu livro alguns programas
especializados em análise espacial e SIGs:
9 IDRISI: Realiza análise geo-estatísticas; possui interface com o
ambiente GSTAT;
9 GRASS: Realiza análise geo-estatísticas; possui interface com o
ambiente GSTAT;
9 GSTAT: Ambiente para desenvolvimento de programas em geo-
estatística, escrito em C; possui interface com IDRISI e GRASS;
9 SpaceStat: Software para análise espacial de áreas, com ênfase em
técnicas de regressão espacial; possui interface com ArcView;
9 SPRING: Software de geoprocessamento de propósito geral, com
funções de processamento de imagens, modelagem de terreno,
álgebra de mapas e consulta a bancos de dados geográficos; possui
interface com SpaceStat e suas funções de geo-estatística utilizam a
GSLIB;
9 ArcGIS Geostatiltical Analyst: Extensão do ArcGIS (software de
geoprocessamento de propósito geral).
Vários são os programas de SIG, cada um com determinadas
características. Dentre os citados acima está o programa que foi utilizado
nesta dissertação: o SPRING. Alguns dos motivos que levaram a escolha de
tal programa para ser usado foram às seguintes:
9 Trata-se de um programa livre, disponível em www.dpi.inpe.br/spring;
9 Apresenta funções específicas na área de processos hidrológicos,
modelagem numérica de terreno, entre outras;
9 Possui um sistema de ajuda rápido e eficiente, oferecido pelo Instituto
de Pesquisas Espaciais (INPE);
9 Permite alterações em seu código fonte, de acordo com determinadas
necessidades dos usuários (fato ocorrido nesta dissertação);
9 Apresenta uma interface amigável e simples.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
2.7. Mapeamento de áreas inundáveis utilizando um
SIG
Mapeamento das planícies de inundação através de um SIG consiste
basicamente no relacionamento entre o modelo digital de terreno (MDT) da
área em estudo, também chamado de modelo numérico de terreno (MNT), e
os perfis da linha d’água dos eventos de cheia com diferentes probabilidades
de excedência (CPRM, 2004).
2.8. Plano diretor
O planejamento urbano mais efetivo no Brasil é algo bastante novo e
que existe de forma isolada em alguns municípios. Alguns gestores
municipais, diante do quadro de crescimento desordenado e das
possibilidades de utilizar ferramentas que visam à melhoria da qualidade de
vida dos seus municípios vêm trabalhando neste sentido. Para tal, priorizam
como ações a elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento, Leis de uso
e Parcelamento do solo urbano, entre outras.
Atualmente, os municípios têm autonomia para escolher em qual
direção caminhar no que se refere ao planejamento urbano e isto varia de
acordo com suas possibilidades econômicas para este investimento. Esta
autonomia é importante, pois um bom planejamento e gestão de questões
urbanas implicam no bom conhecimento da realidade local.
2.8.1. O que é e o que deve ser o plano diretor
Plano diretor é uma lei municipal, obrigatória para os municípios com
cidade de população superior a 20.000 habitantes e que deve ser o
instrumento básico da política municipal de desenvolvimento e expansão
urbana, a qual tem como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes
(Constituição Federal de 1988, artigo 182).
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
O plano diretor é um instrumento eminentemente político, cujo
objetivo deverá ser o de dar transparência e democratizar a política
urbana. Três aspectos importantes do plano diretor são relatados por
BRAGA (1995), são eles:
1º) A sua característica política. Geralmente o plano diretor é vendido
como um produto eminentemente técnico, de difícil elaboração e
entendimento por leigos, devendo, sua elaboração estar a cargo de
especialistas em urbanismo e demais ciências esotéricas na qual a
participação do agente político é encarada como uma excrescência, algo a
ser evitado a todo custo, a bem da racionalidade do plano. Tal concepção
tecnocrática do planejamento, até bem pouco tempo hegemônica, deve ser
afastada. A técnica tem um papel fundamental no planejamento, mas não é
tudo. Se um plano for muito bom tecnicamente, mas inviável politicamente,
não será executado; o mesmo se dá ao inverso, as propostas de um plano
podem ser muito justas politicamente, mas se não tiverem nenhuma
viabilidade técnica de serem implementadas, não passam de demagogia
barata. É necessário que haja um equilíbrio entre os aspectos técnicos e
políticos do planejamento.
2º) O aspecto da transparência. Este é o aspecto mais importante. O
principal objetivo do plano diretor é o de dar transparência à política urbana,
na medida em que esta é explicitada num documento público, em uma lei.
Tornar públicas as diretrizes e prioridades do crescimento urbano, de forma
transparente, para a crítica e avaliação dos agentes sociais, esta é a
principal virtude de um bom plano diretor. Diretrizes e prioridades para o
crescimento e expansão urbana, sempre houve, com plano ou sem plano, a
diferença é que com um plano, estas devem ficar mais claras. O plano
diretor deve ter o papel de um livro de regras no jogo da cidadania, que até
hoje tem obedecido à lei do mais forte.
3º) O da democratização, é fundamental, pois só ele garante a
transparência necessária das regras do jogo. A democratização do processo
de elaboração do plano diretor é garantida, ao menos em tese, pela própria
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
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constituição federal, que torna a obrigatória a participação das entidades
representativas da sociedade no processo de planejamento municipal (art.
29, inciso X).
Esclarecida a questão política do plano diretor, o aspecto técnico tem
havido muito engano em torno do plano diretor, que tem uma significação
ideológica bastante clara.
Primeiro, ao tornar o plano diretor uma peça técnica, elide a
participação da sociedade civil e, pior ainda, justifica, pela aparente
neutralidade científica, tomadas de decisões que vão favorecer
determinadas camadas da sociedade em detrimento de outra.
Um bom exemplo desse mecanismo perverso se dá nas normas de
uso e ocupação do solo que promovem uma verdadeira segregação social
no espaço urbano, afastando as populações mais pobres das áreas nobres
da cidade com índices e padrões de uso e ocupação restritivos.
Outro engano tecnocrática refere-se à necessidade de extensos e
exaustivos estudos técnicos, precedentes à elaboração das diretrizes do
plano diretor. Tais estudos técnicos, muitas vezes pouco tem de técnicos, e,
via de regra, pouco influenciam as diretrizes do Plano, que geralmente já
estão decididas antes deste começar a ser elaborado. Os estudos técnicos
são necessários sim, mas somente na medida em que dão subsídios e/ou
avaliam a viabilidade técnica das propostas discutidas politicamente.
Em geral, mais de 50% do tempo, e dinheiro, gastos na elaboração de
planos diretores, são empregados em levantamentos e estudos que têm um
efeito muito mais cosmético do que prático na determinação das diretrizes
do plano. Além de representar um desperdício de tempo e dinheiro, este
emaranhado de tabelas, gráficos e mapas inúteis, tem geralmente o efeito
de dificultar o entendimento por parte dos leigos, das propostas, dificultando
a participação mais efetiva da sociedade, comprometendo assim a
transparência e democratização do plano. Assim que por mais tecnicista que
possa parecer o plano, ele esconde, na verdade, intenções políticas muito
concretas.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Mas e o conteúdo do Plano diretor? Do que especificamente deve ele
tratar?
A Constituição diz:
Segundo a Constituição Federal, a política de desenvolvimento e de
expansão urbana, da qual o plano diretor é o instrumento básico, deve
expressar as exigências fundamentais de ordenação da cidade (art. 182).
Pois bem, na política de desenvolvimento urbano o texto constitucional,
inclui a habitação, o saneamento básico e os transportes urbanos (art. 21,
XX), e a mencionada ordenação da cidade é definida no seu Título III,
Capitulo IV, Dos municípios, diz:
“ART 30. Compete aos municípios:
VIII – “Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação
do solo urbano”.
Deste modo deve o plano diretor, minimamente, dispor sobre os
seguintes tópicos:
uso do solo urbano;
expansão urbana;
parcelamento do solo urbano;
Habitação;
saneamento básico;
transportes urbanos.
Além destes, a Carta Magna define ainda, mais um objeto a ser
tratado pelo plano diretor, a delimitação das áreas urbanas onde o poder
público municipal poderá exigir dos proprietários de solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, a promoção do adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente de: parcelamento ou edificação
compulsórios; imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
progressivo no tempo e desapropriação com pagamento mediante títulos da
dívida pública (art. 182, par. 4º).
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
O conteúdo constitucional do plano diretor tem um caráter
eminentemente urbanístico, o que seria ponto pacífico se a sua
obrigatoriedade da elaboração fosse limitada apenas aos municípios
metropolitanos. No entanto, a maioria absoluta dos municípios obrigados a
elaborarem seu plano diretor, possui características muito mais rurais do que
urbanas. Transporte urbano é assunto de suma importância em certas
cidades, o transporte na zona rural é muito mais crítico. O mesmo se dá com
o controle do uso do solo urbano.
Em São Paulo a constituição determinou a obrigatoriedade da
inclusão da zona rural na abrangência territorial do plano diretor. Embora
alguns especialistas em direito urbanístico considerem que a Carta Estadual
extrapolou em suas atribuições (MUKAI, 1990:154 e LEITE, 1991:273), pois
não poderia determinar o conteúdo ou forma dos planos diretores
municipais, não é vedado aos municípios, se assim o julgarem necessário,
que incluam a zona rural como objeto do plano diretor.
O plano diretor deve considerar a zona rural, e não há lei que proíba
isso, conforme coloca LEITE (1991:273):
...não se pode assegurar que o plano diretor só deve
considerar a zona urbana, a cidade, já que o
desenvolvimento desta depende daquela, ou seja, a zona
rural. Assim, o Município pode e deve considerar todo o
seu território para promover o seu desenvolvimento
urbano... O que o município não pode é promover uma
política agrária e instituir um zoneamento rural.
No mesmo sentido, nos afirma (GODOY, 1990, p. 218)
No caso específico do plano diretor, por exemplo, é
inquestionável o direito de a administração municipal
dispor da área rural para decidir sobre reserva de
mananciais, a fim de garantir o abastecimento de água,
sobre bota fora de lixo domiciliar coletado, áreas de lazer
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
e sobre chácaras de recreio, para ficarmos nos casos
mais evidentes. Desta forma, a competência municipal do
uso e ocupação do solo rural, fora da específica
destinação agro-pecuária, permite condições de incluir, no
plano diretor, a área conveniente à atividade decorrente
da vida da cidade.
Uma outra questão que sempre levantada em qualquer discussão
entre planejadores: o plano deve ser de detalhe ou de diretrizes gerais? Qual
o nível de abordagem das questões arroladas acima?
O plano diretor, como o próprio nome indica é um plano de diretrizes
e, como tal, deve estabelecer diretrizes, metas e programas de atuação do
poder público nas diversas áreas atinentes à sua atribuição. Os projetos e
leis ordinárias decorrentes de tais diretrizes serão elaborados a posteriori.
É importante observar, no entanto, que tais diretrizes devem de fato
dirigir a política urbana, e para tanto devem ser claras, objetivas e
detalhadas para que não se tornem apenas uma carta de boas intenções,
genéricas e de pouco significado prático. Quanto mais claras e objetivas
forem às diretrizes do plano diretor, tanto melhor para a sua implementação.
Importante que: se o plano vai ser mais ou menos detalhista, deve
depender única e exclusivamente das condições objetivas de elaboração do
plano diretor encontradas em cada município.
O que se pode concluir sobre o conteúdo do plano diretor é que sendo
ele obrigatório para municípios de características demográficas,
socioeconômicas, geográficas e políticas tão diferenciadas, não deve haver
um conteúdo específico padronizado, devendo este ser determinado de
acordo com as características socioeconômicas, políticas e geográficas do
município, dentro dos critérios básicos estabelecidos constitucionalmente, ou
seja: estabelecer as diretrizes básicas da política de desenvolvimento e
expansão urbana, compreendida dentro dos seguintes tópicos: uso do solo
urbano, expansão urbana, parcelamento do solo urbano, saneamento
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
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básico, habitação e transportes urbanos, podendo ou devendo, ainda, tratar
dos problemas atinentes à zona rural.
2.8.2. Como elaborar um plano diretor que de certo
O plano diretor deve ser elaborado pela própria municipalidade.
Nunca deverá ser encomendado a uma empresa ou órgão público ou
privado. No máximo poderá haver uma parceria, ou assessoria para
assuntos técnicos específicos, mas os agentes da administração local
deverão participar efetivamente de todas as etapas de elaboração, pois só
assim terão plenas condições e interesse em implementar o plano diretor.
Não é necessária muita assessoria técnica para a elaboração de um
plano diretor. Qualquer prefeitura (ou pelo menos a maioria delas) é capaz
de, com um mínimo de ajuda, elaborar um plano diretor na medida de suas
necessidades. O Plano diretor deve ser do tamanho do município, nem
maior, nem menor. Municípios pequenos em geral possuem um corpo
técnico pequeno, mas os problemas urbanos também são (salvo exceções)
de menor complexidade. BRAGA (1995), diz: “O que adianta um pequeno
município do interior contratar uma empresa de planejamento da Capital
para elaborar um plano diretor que nem o prefeito nem os vereadores serão
capazes de entender”.
Afirmação acima não quer dizer que se possa prescindir da
competência técnica para a elaboração do plano diretor. O que quer dizer é
que os temas básicos tratados em um plano diretor como: controle do uso do
solo, expansão urbana, parcelamento do solo, habitação, transportes e
saneamento básico, são assuntos simples para qualquer municipalidade, em
maior ou menor grau. A diferença é que quando tais temas são discutidos
em um plano diretor, devem ser pensados de maneira integrada e numa
perspectiva de médio e longo prazo e dentro de uma escala de prioridades.
As dificuldades de ordem técnica, como a escolha de uma opção mais
viável economicamente ou de uma que cause menores problemas de
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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impacto socioambiental, podem ser superadas com o apoio técnico de
órgãos públicos, como as universidades, ou mesmo de consultores privados
idôneos. As dificuldades mais difíceis de serem superadas, no entanto, são
de ordem mais política, pois é necessário romper com as práticas
clientelistas e imediatistas (eleitoreiras) que caracterizam, infelizmente, o
processo de tomada de decisão em todos os setores da administração
pública.
Deverá haver uma participação efetiva da comunidade, através de
suas entidades representativas na elaboração do plano diretor. A forma mais
aconselhável de participação de tais entidades é através de um Conselho de
Planejamento, no qual terão assento representante de entidades de classe,
universidades, associações de moradores, representantes do poder público
e outros. O conselho de planejamento tem como atribuições: convocar
membros da administração pública direta ou indireta para prestar
esclarecimentos sobre projetos ou atos administrativos ao nível de suas
competências e convocar audiências públicas para a discussão de projetos
de impacto social. Como condição fundamental, sem a qual qualquer outra é
inútil, que é a necessidade de que a administração municipal tenha interesse
legítimo em elaborar o plano diretor, ou seja, que o veja como um
instrumento, dentro de um processo de planejamento democrático mais
amplo, que possibilite um aprimoramento da gestão territorial do município e
não somente como uma imposição legal ou um modismo. Com algumas
doses de interesse público, criatividade e profissionalismo, é possível se
chegar a um bom plano diretor (BRAGA, 1995).
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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2.8.3. Lei orgânica de Santa Rita do Sapucaí - MG
Ao Município compete prover tudo quanto diga respeito ao seu
peculiar interesse e ao bem estar de sua população cabendo-lhe,
privativamente, dentre outras, a atribuição de elaborar o Plano Diretor.
TÍTULO VI - Da Ordem Econômica
CAPÍTULO I - Da Atividade Econômica
SEÇÃO I - Da Política Urbana
SUBSEÇÃO II - Do Plano Diretor
Art. 188 - O Plano Diretor, aprovado pela maioria dos membros da Câmara
Municipal, conterá:
I - exposição consubstanciada das condições econômicas, financeiras,
sociais, culturais e administrativas do Município;
II - objetivos estratégicos, fixados com vista à solução dos principais
entraves ao desenvolvimento social;
III - diretrizes econômicas, financeiras, administrativas, sociais de uso e
ocupação do solo, de preservação do patrimônio, ambiental e cultural,
visando atingir os objetivos estratégicos e as respectivas metas;
IV - ordem de prioridades, abrangendo objetivos e diretrizes;
V - estimativa preliminar do montante de investimentos e dotações
financeiras necessárias à implantação das diretrizes e consecução dos
objetivos do Plano Diretor, segundo a ordem de prioridade estabelecida;
VI - cronograma físico-finaceiro com previsão dos investimentos municipais.
Parágrafo Único: - Os orçamentos anuais, as diretrizes orçamentarias e o
plano plurianual serão compatibilizados com as prioridades e metas
estabelecidas no Plano Diretor.
Art. 189 - O Plano Diretor definirá áreas especiais, tais como:
I - área de urbanização preferencial;
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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II - área de reurbanização;
III - área de urbanização restrita;
IV - área de regularização;
V - áreas destinadas á implantação de programas habitacionais;
VI - áreas de transferências do direito de construir.
§ 1º - Áreas de urbanização preferencial são destinadas a:
a) aproveitamento adequado de terrenos não edificados, subutilizados ou
não utilizados observados o disposto no Art. 182, § 4º, incisos I, II e III da
Constituição Federal;
b) implantação prioritária de equipamentos urbanos e comunitários;
c) adensamento de áreas edificadas;
d) ordenamento e direcionamento da urbanização;
§ 2º - Áreas de reurbanização são as que, para a melhoria da condições
urbanas, exigem novo parcelamento do solo, recuperação ou substituição de
construções existentes.
§ 3º - Áreas de urbanização restrita são aquelas de preservação ambiental
em que a ocupação deve ser desestimulada ou contida em decorrência de:
a) necessidade de preservação de seus elementos naturais;
b) vulnerabilidade a intempéries, calamidades e outras condições
adversas;
c) necessidade de proteção ambiental e de preservação do patrimônio
histórico, artístico, arquitetônico, cultural, arqueológico e paisagístico;
d) proteção aos mananciais, represas e margens de rios;
e) manutenção do nível ocupação da área.
§ 4º - Áreas de regularização são ocupadas por população de baixa
renda, sujeitas a critérios especiais de urbanização, bem como a
implantação prioritária de equipamentos urbanos e comunitários.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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§ 5º - Áreas de transferência de direito de construir são as passíveis
de adensamento, observados os critérios estabelecidos na lei de
parcelamento, ocupação e uso do solo.
Art. 190 - A transferência do direito de construir pode ser autorizada
para o proprietário do imóvel considerado de interesse de preservação ou
destinado à implantação de programa habitacional.
§ 1º - A transferência pode ser autorizada para o proprietário que doar
ao Poder Público, imóvel para fins de implantação de equipamentos urbanos
ou comunitários, bem como de programa habitacional.
§ 2º - Uma vez exercida a transferência de construir, o índice de
aproveitamento não poderá ser objeto de nova transferência.
Art. 191 - A operacionalização do Plano Diretor dar-se-á mediante a
implantação do sistema de planejamento e informações, objetivando a
monitoração, a avaliação e o controle das ações e diretrizes sociais.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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2.9. Panorama Mundial
Em alguns países, afetados por cheias, são desenvolvidas normas
para a elaboração de projetos de mapeamento, planos de emergência,
monitoramento de cheias, entre outros.
Disponíveis técnicas de sensoriamento remoto são utilizadas para
recuperar a amplitude das inundações e os estágios de água a partir do
espaço, e posteriormente, tentar integrá-los com modelos hidrodinâmicos
para uma avaliação mais rigorosa de tais modelos ou melhoria das previsões
de inundação.
A) Estudo de caso: Singapura, 2008
Na Universidade Nacional de Singapura, testes de sistema de
monitoramento vêm sendo desenvolvido por KUANG et al., (2008) e tem
demonstrado o uso bem sucedido de um sensor base de fibra óptica de
plástico para a detecção do nível líquido.
O sistema consiste em um sensor de fibra óptica de plástico (POF),
interligadas a uma rede sem fio wireless (MICA2DOT) que é transmitida a
uma estação base para análise de dados, figura 2.5.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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Figura 2.5: Esquema de uma rede de sensores sem fio POF
Um protótipo do sensor sem fio foi construída (figura 2.6), tornando-o
possível para implantar uma unidade autônoma em vários pontos de
monitoramento, conforme necessário. Uma simulação de enchente
monitoramento foi realizada em um tanque de 24m x 10m x 9m, onde quatro
destes sensores sem fio de fibra óptica foram usados para detectar o nível
da água subindo no tanque conforme mostra a figura 2.7.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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Figura 2.6: Protótipo do POF e MICA2DOT
Figura 2.7: Simulação de cheia
A novidade do trabalho está na integração bem sucedida da
plataforma wireless para um sensor de nível POF para fins de aplicações de
monitoramento de cheias.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
43
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
B) Estudo de caso: Gloucester / Cheltenham - Inglaterra
SCHUMANN (2009), fala que a capacidade de controlar as
inundações com sensores instalados em aviões e satélites tem sido
conhecida há décadas. Lançamentos de satélites e da disponibilidade de
fotografias aéreas permitiram o estudo do potencial para apoiar o controle de
inundações. Estudos notáveis têm sido feitos em integração de dados a
partir destes instrumentos com a modelagem de inundação desde o final dos
anos 1990. Existe agora um consenso entre as agências espaciais de
reforçar o apoio que os satélites podem oferecer. Esta tendência tem
estimulado mais pesquisas nessa área, e um progresso significativo foi
alcançado nos últimos anos na promoção da nossa compreensão das
maneiras em que o sensoriamento remoto pode suportar ou até mesmo
avançar na modelagem de inundação.
Em um sentido muito semelhante, argumentam que os cientistas têm
muito a ganhar a partir de observações de satélite atuais e futuras missões à
prestação (global) conjuntos de dados hidrológicos que poderiam ser usados
para avaliar os modelos de processo.
Além disso, espera-se que as medições por satélite combinadas com
modelos que permitem a integração direta desses dados que servirão de
base para a assimilação de dados de sensoriamento remoto, por exemplo,
em sistemas operacionais de previsão de cheias.
A figura 2.8, um subconjunto de um TerraSAR-X, mostra a
inundações de 2007 na Inglaterra. Coletada em 25 de julho de 2007, a
imagem mostra as cidades de Gloucester (baixo) e Cheltenham (médio
direito) durante a enchente. Note que os edifícios individual dentro da área
inundada são facilmente identificáveis, o que permiti a detecção de
inundação em áreas urbanas com imagens SAR de alta resolução como de
espaço.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
44
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
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Figura 2.8: Imagem de satélite TerraSAR-X
Fonte: Schumann et al., 2009.
C) Estudo de caso: Texas
Este estudo foi desenvolvido para elaboração de um mapa SIG
baseado na inundação de 1998 que é considerado um dos mais importantes
eventos hidrológicos ter ocorrido no interior do Estado do Texas, na história
recente. Fluxos associados a esta inundação foram de tal magnitude que
ultrapassou largamente a vazão de pico de 100 anos em vários locais.
O Serviço Nacional de Meteorologia modelo de ondas dinâmicas
(FLDWAV) foi contatado para reconstruir o evento de 1998. As elevações
máximas de água de superfície foram calculadas pela FLDWAV para
mapear a extensão da área do dilúvio em ambiente SIG.
Conhecimentos adquiridos a partir deste estudo está sendo
incorporada a previsão das inundações, missão do Serviço Meteorológico
Nacional, West Gulf River Forecast Center, localizado em Fort Worth, Texas.
O estudo abrange o baixo Guadalupe, drenagem do rio que está
localizado no sudeste do Texas (figura 2.9). Os locais a montante da área de
estudo são o rio em Guadalupe Gonzales e dois afluentes, Peach Creek e
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
45
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Creek Sandies. A localização a jusante do rio em Guadalupe Victoria. O local
intermediário é o rio Guadalupe em Cuero.
O escopo deste projeto consistiu em duas componentes: O
desenvolvimento de uma simulação hidráulica utilizando FLDWAV no rio
Guadalupe para inundação de 1998. E a integração das elevações máximas
de água de superfície calculada pelo FLDWAV em um ambiente GIS para
desenvolver os mapas de inundação.
Figura 2.9: Área de inundação – Sudeste do Texas
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
46
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
2.10. Panorama Brasileiro
A) Estudo de caso: Itabuna – Bahia
Mapas de inundação se configuram em um instrumento importante na
prevenção, zoneamento urbano, planos diretores, controle e gestão das
inundações, pois através deles é possível definir as áreas de risco e com
isso apresentar as regiões mais afetadas. Itabuna município localizado ao
sul da Bahia, com cerca de 97,20% (IBGE, 2000) de sua população vivendo
na zona urbana, vem sofrendo com as constantes cheias do rio Cachoeira.
Em geral, ocorrem cheias anuais que inundam, principalmente, trechos de
ocupação subnormal ao longo do rio. Abaixo o fluxograma para elaboração
do mapa de risco de inundação.
Figura 2.10: Fluxograma para elaboração do mapa de Risco de Inundação.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
47
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
A partir da análise do Mapa de Risco a Inundação (Figura 2.11) é
possível verificar que os níveis simulados foram bem representados nas
áreas subnormais que se encontram às margens do rio Cachoeira. Essas
áreas são as mais atingidas e se caracterizam pela ocorrência de graus de
risco alto e muito alto.
Figura 2.11: Mapa de risco a inundação.
Fonte: HORA, 2009.
C) Estudo de caso: Caratinga – Minas Gerais
Em Caratinga, como na maioria dos municípios brasileiros, não há
uma organização adequada para que se tenha uma ocupação ordenada do
perímetro urbano. No ano de 2006 o município foi obrigado a elaborar um
plano diretor para estabelecer alguns direcionamentos sobre a ocupação e
uso do solo urbano e rural. Um dos mais graves problemas sofrido pelo
município se refere às inundações das áreas baixas em anos que choveu
acima da média.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
48
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Em 2004 a cidade começou a ter problemas quando o nível do rio
aumentou 1,5 metros.
O município de Caratinga se transformou de uma pequena cidade em
meados dos anos cinqüenta do século XX numa típica cidade média no
inicio do novo século, com todos os problemas e benefícios que isto
acarreta. A cidade teve um rápido crescimento populacional, sendo que em
1958 era o sexto mais populoso do estado e hoje ocupa o 37º lugar.
Conforme o Modelo Digital de Elevação (MDE) que pode ser visto na
figura 2.12 percebe-se a predominância de baixas altitudes na área onde se
localiza o perímetro urbano, variando de 560 a 600 m. Isto confirma a
preferência das pessoas pela ocupação das áreas mais planas como o leito
maior do rio. Os cenários de inundação foram obtidos considerando as cotas
de 0,5; 1,0; 2,0; 3,0; 6,0 e 8,0 metros, representados pelas figuras 2.13 a
2.18.
Figura 2.12: Modelo Digital de Elevação.
Fonte: COSTA, 2007
.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Figura 2.13: Área inundável
considerando a cota de 0,5 m.
Fonte: COSTA, 2007.
Figura 2.14: Área inundável
considerando a cota de 1,0 m.
Fonte: COSTA, 2007.
Figura 2.15: Área inundável
considerando a cota de 2,0 m.
Fonte: COSTA, 2007.
Figura 2.16: Área inundável
considerando a cota de 3,0 m.
Fonte: COSTA, 2007.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
D) Estudo de caso: Itajubá – Sul de Minas Gerais
A cidade de Itajubá convive com o problema de cheias há muitas
décadas, sendo bastante vulnerável às inundações. Desde sua fundação,
sofre com problemas de inundações. De acordo com MORAES (2003) foram
74 eventos de cheia, desde 1821. Sendo algumas consideradas de grande
porte e algumas localizadas. PINHEIRO (2005) apresentou um levantamento
técnico sobre esses eventos em Itajubá, além do levantamento de algumas
características hidráulicas do Rio Sapucaí dentro do município de Itajubá.
A planície de inundação apresenta uma topografia favorável às
ocupações pelas atividades antrópicas, com seus terrenos planos, sendo
praticamente a única área passível de desenvolvimento, no domínio dos
vales encaixados e estreitos da Serra da Mantiqueira. No caso do rio
Sapucaí, fica notável a crescente ocupação a partir da foz do rio de Bicas,
inicialmente, com estabelecimentos rurais, culturas irrigadas e pastagens,
evoluindo, progressivamente, para a zona urbana da cidade de Itajubá.
Figura 2.17: Área inundável
considerando a cota de 6,0 m.
Figura 2.18: Área inundável
considerando a cota de 8,0 m.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
MONI (2006) desenvolveu um estudo na elaboração de mancha de
inundação para Itajubá utilizando SIG para TR de 1, 10, 100, 500, 1000 e
1500 anos, com o programa SPRING.
As figuras abaixo apresenta o resultado obtido por MONI (2006).
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
52
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Figura 2.19: Mancha de Inundação para TR=1 ano. Cota de inundação=840,76m. Fonte: MONI SILVA, 2006.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Figura 2.20: Mancha de Inundação para TR=10 anos. Cota de inundação=845,27m. Fonte: MONI SILVA, 2006.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Figura 2.21: Mancha de Inundação para TR=100 anos. Cota de inundação=846,32m. Fonte: MONI SILVA, 2006.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Figura 2.22: Mancha de Inundação para TR=500 anos. Cota de inundação=846,83m. Fonte: MONI SILVA, 2006.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Figura 2.23: Mancha de Inundação para TR=1000 anos. Cota de inundação=847,04 m. Fonte: MONI SILVA, 2006.
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2008.
Figura 2.24: Mancha de Inundação para TR=1500 anos e Cota de inundação=847,16 m. Fonte: MONI SILVA, 2006.
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos
O município de Santa Rita do Sapucaí – MG vem sofrendo há mais
de 100 anos com as enchentes. O Instituto Mineiro de Gestão de Águas
(IGAM) registrou em um relatório várias inundações nos anos de 1874 a
2007 entre os municípios de Itajubá, Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre.
Estudos afirmam que a ocupação da planície do rio Sapucaí nessas cidades
e irreversível.
Este capítulo apresenta a localização do município de Santa Rita do
Sapucaí; a caracterização da Bacia Hidrográfica que Santa Rita está
localizada. O conjunto de fotos da cheia de 2007; também apresenta o
levantamento da declividade do Rio Sapucaí no perímetro urbano. Os
programas utilizados, os dados coletados em campo, para tanto propõe a
elaboração de manchas de inundação para a área urbana do município de
Santa Rita do Sapucaí.
Para a elaboração da mancha de inundação foram necessários:
9 Dados hidrológicos;
9 Levantamento altimétrico;
9 Medições das inundações (Prefeitura Municipal);
9 Cotas de Inundações, para vários períodos de retorno;
9 Os programas: AutoCad e SPRING;
9 Equipamentos: Estação total (Leica TS02), DGPS (Magellan ProMark
X) e um aparelho para medir a vazão (Q-liner).
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
59
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
3.1. Caracterização da área de estudo
3.1.1. O Município
A área de estudo localiza-se no município de Santa Rita do Sapucaí –
Minas Gerais, que está compreendida numa área de 321 Km
2
, com altitude
de 821 m e temperatura entre 6º e 32º C. Com uma localização geográfica
privilegiada conforme mostra a figura 3.1, em uma das regiões que mais se
desenvolve no país, Santa Rita do Sapucaí tem fáceis meios de
comunicação com os 3 maiores centros econômicos e comerciais do Brasil.
Atualmente é Comarca Intermediária e dista, em linha reta 316 Km da
Capital do Estado, Belo Horizonte. Situa-se em região onde se alternam
montanhas e vales que formam a Bacia do Sapucaí.
Figura 3.1: Localização do Município de Santa Rita do Sapucaí
Fonte: http://www.pmsrs.mg.br/localizacao.asp, 2009.
A topografia da região de Santa Rita do Sapucaí está inserida no
domínio do Planalto Dissecado do Sul de Minas Gerais, caracterizado por
um planalto decorrente dos movimentos de ascensão e subsidências de
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
60
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
blocos, comuns na região da Mantiqueira. Ocorrem cristas com até 1.600 m
e, entre estas, predominam colinas de topos arredondados, vertente
côncavo convexo e extensas planícies alunionares. O município de Santa
Rita do Sapucaí apresenta-se plano (15%), ondulado (65%) e montanhoso
(20%).
Os solos das áreas mais elevadas são classificados como Latossolo
Vermelho-Amarelo e Cambissolos, ambos distróficos com horizonte A
moderado, textura argilosa, fase floresta subperenifólia em relevo ondulado
a forte ondulado. Depósitos de “talus” são comuns nas encostas mais
abruptas, caracterizados por sedimentos coluvionares pouco coesos,
presença abundante de fragmentos rochosos e horizonte orgânico
incipiente. Estes depósitos mostram grande instabilidade, sendo mantidos
estáveis graças à cobertura arbórea. Nas várzeas predominam os solos
hidromórficos.
O clima da região define duas estações, uma chuvosa (verão) e outra
seca (inverno), com um curto período de estiagem de junho a setembro,
com significativa redução térmica, a precipitação média anual fica em torno
de 1500 mm. Santa Rita do Sapucaí fica às margens do Rio Sapucaí, a 22
km de Pouso Alegre, 42 km de Itajubá e 90 km de Varginha. De acordo com
IBGE (2007), Santa Rita do Sapucaí possui 34.246 habitantes.
3.1.2. O Rio Sapucaí
O Rio Sapucaí e a artéria principal do corpo de 46 cidades, 43 no
estado de Minas e 3 no estado de São Paulo. O Rio Sapucaí em sua bacia
vivem mais de meio milhão de pessoas (Empório de notícias, 2008). A Bacia
hidrográfica do Sapucaí é uma sub-bacia do rio Grande que, por sua vez,
pertence à bacia do rio Paraná. O rio Paraná pertence à bacia do Prata que,
após margear a Argentina, deságua no Oceano Atlântico. A bacia do
Sapucaí engloba micro regiões do Vale do Paraíba Paulista, Alto da
Mantiqueira, Planalto Mineiro e Furnas. O rio Sapucaí é o principal rio da
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
61
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
bacia. Nasce com o nome de Sapucaí Guaçu, acima da Vila de Jaguaribe,
em Campos do Jordão, a 1700 m de altitude, na serra da Mantiqueira.
O rio está dividido em três segmentos distintos: curso superior (Alto
Sapucaí), curso médio (Médio Sapucaí) e curso inferior (Baixo Sapucaí) - O
alto Sapucaí inicia-se na nascente em Campos do Jordão e vai até a
confluência com o rio Bicas, próximo a Wenceslau Brás - O médio Sapucaí
estende-se da confluência do rio Bicas até o encontro com o Sapucaí Mirim,
no município de Pouso Alegre - O baixo Sapucaí vai do encontro do
Sapucaí Mirim até a represa de Furnas. O agrupamento de várias nascentes
das vilas de Campos do Jordão dá forma ao rio, ainda dentro do município.
A declividade do relevo nessa região montanhosa favorece o
aparecimento de corredeiras e cachoeiras. A Figura 3.2 apresenta um mapa
da Sub-bacia do município de Santa Rita do Sapucaí.
Figura 3.2: Bacia do Município de Santa Rita do Sapucaí
Fonte: BERTI SARLAS
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
62
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
3.2. Histórico das Inundações
As cheias no município de Santa Rita do Sapucaí existem há muito
tempo e é algo que vem preocupando as autoridades municipais, bem como
a população que se fixou nas áreas planas, ocupando o leito maior do rio,
sem contar com planejamento urbano de uso do solo.
Em Santa Rita do Sapucaí, como na maioria dos municípios
brasileiros, não há uma organização adequada para que se tenha uma
ocupação ordenada do perímetro urbano.
Um dos mais graves problemas sofrido pelo município se refere às
inundações das áreas baixas em anos que choveu acima da média. De
acordo com os dados fornecidos pela Secretária de Meio Ambiente da
cidade, a Av. Beira Rio começa a ser alagada acima de 3 m (Régua de
medição de nível) em alguns pontos, até 5 metros a cidade não tem perigo e
acima de 5 m começa aparecer água em algumas ruas próximas ao final da
rua “Deodato Seda”, “Francisco Nascimento”, esquina com a rua “Capitão
Vicente” e rua” Ribeiro do Vale”, conforme mostra a figura abaixo:
Figura 3.3: Localização das primeiras áreas urbanas a serem alagadas.
Fonte: BERTI SARLAS
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
63
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
A figura 3.3.1 mostra mais um ponto de início de alagamento no
decorrer da Av. Beira Rio (Praça Alcides Mendes Pereira)
Figura 3.3.1: Início de alagamento na Av. Beira Rio
As fotos
1
apresentadas a baixo mostram a cheia ocorrida em 2007
umas das mais atuais de grande porte ocorridas em Santa Rita do Sapucaí,
onde o nível de cheia atingiu 6,86m conforme mostra a foto tirada em uma
das régua de medição acoplada à ponte José Neves. (Cota da cheia:
821,076m)
Figura 3.4: Régua marcando 6,86m (2007)
____________________________
1
As fotos das cheias de 2007 foram cedidas pela Secretaria de Meio Ambiente de Santa
Rita do Sapucaí - MG. No Anexo 01 mais fotos da cheia de 2007.
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
64
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Figura 3.5: Cheia de 2007, em destaque matriz central da cidade
Figura 3.6: Vista parcial da cheia de 2007
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
65
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
A seguir uma foto comparando a cheia de 2007 com outra tirada no
mês de outubro de 2009.
Figura 3.7: Cheia de 2007 com outra sem alagamento (10/2009)
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
66
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
3.3. Dados
3.3.1. Características hidráulicas
Para a seção transversal do rio, é preciso que conheçamos algumas
características hidráulicas necessárias para cálculos de nível d’água e
vazão. Este levantamento é o topobatimétrico, que fornece a conformação
da seção transversal; os cinemáticos: que são as velocidades na seção do
canal e os dinâmicos: estimativa do coeficiente de rugosidade de Manning.
O levantamento topobatimétrico objetiva a determinação da área da
seção para cada nível d’água encontrado. O levantamento da seção em
Santa Rita do Sapucaí pode ser observado na figura abaixo:
Figura 3.8: Perfil topobatimétrico da seção em Santa Rita do Sapucaí
O levantamento topobatimétrico foi obtido a partir de uma estação
total, utilizada para conformidades das margens e o Qliner utilizado para
vazões e conformidade do rio como mostra os gráficos gerados pelo Qliner
na figura 3.9. Na tabela 3.1 são mostradas as grandezas hidráulicas da
seção trabalhada.
Coordenadas Geográficas da Régua de Medição
UTM – Zona 23
X UTM – 426981,33
Y UTM – 7539250,16
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
67
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Figura 3.9: Características hidráulicas da seção em Santa Rita do Sapucaí
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
68
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Tabela 3.1: Valores médios das grandezas hidráulicas na seção de
monitoramento (para níveis de vazante)
Dados obtidos Santa Rita do Sapucaí
Vazão [m
3
/s] 35,5 ± 0,3
Velocidade [m/s] 0,41
Área de escoamento [m
2
] 86
Largura de topo do escoamento [m] 35
Profundidade [m] 2,4
Baseado no programa elaborado por BARBOSA & MATOS (2004) de
geração de curvas-chave, construiu-se a curva-chave apresentada na forma
Cota x Vazão da seção em estudo.
Figura 3.10: Curva-chave da seção em Santa Rita do Sapucaí
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
69
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
3.3.2. Cotas de Inundação x TR – Período de Retorno
Os tempos de recorrência foram obtidos por meio da regionalização
da curva de tempo de retorno da seção hidráulica situada em Santa Rita do
Sapucaí, no Rio Sapucaí.
Os tempos de retorno para a seção trabalhada foram calculados pelo
Ajuste de Gumbel:
σ
σ+μ
=
78,0
45,0Q
e
e1
1
TR
Onde: TR é o tempo de retorno para vazões máximas em [anos];
Q são as vazões para um determinado período em [m
3
/s];
µ é média das vazões máximas para o período considerado em [m
3
/s];
σ é o desvio padrão das vazões máximas para o período em [m
3
/s];.
Para a transformação dos tempos de retorno dessa seção calculada para a
estação de monitoramento de Santa Rita do Sapucaí foi utilizada a seguinte
relação:
=
SRSapucaí
SRSapucaídrenagem
ndrenagem
n
TR
A
A
fTR ,
Onde: TR
n
é o tempo de retorno para cada um dos estações de
monitoramento em [anos];
TR
SRSapucaí
é o tempo de retorno para a seção Santa Rosa em [anos];
A
drenagem
é a área de drenagem para cada um das estações de
monitoramento em [km
2
];
A
drenagemSRSapucaí
é a área de drenagem para a seção de Santa Rita do
Sapucaí.
Para elaboração das manchas são necessários alguns dados e
tabelas, que devem ser calculados previamente.
Considerando seção estudada como referência e a curva-chave do Rio
Sapucaí, pode-se construir a Tabela 3.2:
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
70
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Tabela 3.2: As cotas de inundação para alguns TR’s, para o Rio Sapucaí.
Onde TR são os períodos de retorno mais usados em projetos de
construção civil e na elaboração de planos diretores. No Anexo 02 estão
todas as tabelas usadas, para o curso d’água (Rio Sapucaí).
As cotas de inundação para seção foram calculadas, considerando a
declividade do Rio Sapucaí que foi calculada no decorrer de cinco pontos do
rio que corta o município de Santa Rita do Sapucaí, conforme mostra a
figura 3.11.
Para o cálculo da TR da cheia de 2000, entrou-se com sua cota de
822,56m no gráfico “curva-chave” (figura 3.10) para obtermos sua vazão e
com isso aplicou-se na fórmula de sua TR (obtida pela estação de
monitoramento em Santa Rita do Sapucaí), conforme mostra abaixo:
TR = 0,8.e
0,0031.Q
TR Q Cotas de inundação
[anos] [m
3
/s] [m]
2 296 817,10
5 591 817,60
10 815 817,85
25 1110 818,10
50 1334 818,25
100 1558 818,40
500 2077 818,65
1000 2300 818,75
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
71
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Onde sua vazão (Q) da cheia de 2000 foi de 3200 [m
3
/s], logo obteve
uma TR de 16266 [anos].
Figura 3.11: Declividade do Rio Sapucaí
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
72
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Na Tabela 3.3 é apresentado um exemplo das tabelas com as cotas
de inundação geradas para as várias seções ao longo do Rio Sapucaí, para
a cheia de 2000.
Tabela 3.3: As cotas de inundação para cheia de 2000 em seções ao longo
do Rio Sapucaí. Elaborado por BERTI SARLAS.
Rio Distância Cota
RIO_SAPUCAI 0 820,7093
Distância Trecho
RIO_SAPUCAI 295,4750 820,8794 295,4750 1 2
RIO_SAPUCAI 441,4846 820,9634 146,0096 2 3
RIO_SAPUCAI 559,1518 821,0312 117,6672 3 4
RIO_SAPUCAI 738,6796 821,1345 179,5278 4 5
RIO_SAPUCAI 878,0778 821,2147 139,3982 5 6
RIO_SAPUCAI 1.048,2389 821,3127 170,1611 6 7
RIO_SAPUCAI 1.178,4438 821,3876 130,2049 7 8
RIO_SAPUCAI 1.330,9525 821,4754 152,5087 8 9
RIO_SAPUCAI 1.500,9747 821,5733 170,0222 9 10
RIO_SAPUCAI 1.654,4464 821,6616 153,4717 10 11
RIO_SAPUCAI 1.816,9259 821,7551 162,4795 11 12
RIO_SAPUCAI 1.937,4978 821,8245 120,5719 12 13
RIO_SAPUCAI 2.134,8214 821,9381 197,3236 13 14
RIO_SAPUCAI 2.264,5456 822,0128 129,7242 14 15
RIO_SAPUCAI 2.415,0567 822,0994 150,5111 15 16
RIO_SAPUCAI 2.555,1872 822,1801 140,1305 16 17
RIO_SAPUCAI 2.684,1387 822,2543 128,9515 17 18
RIO_SAPUCAI 2.850,8349 822,3503 166,6962 18 19
RIO_SAPUCAI 2.993,8099 822,4325 142,9750 19 20
RIO_SAPUCAI 3.225,6611 822,5660 231,8512 20 21 Régua
RIO_SAPUCAI 3.303,8874 822,6110 78,2263 21 22
RIO_SAPUCAI 3.453,0227 822,6969 149,1353 22 23
RIO_SAPUCAI 3.610,6902 822,7876 157,6675 23 24
RIO_SAPUCAI 3.767,3356 822,8778 156,6454 24 25
RIO_SAPUCAI 3.898,6616 822,9534 131,3260 25 26
RIO_SAPUCAI 4.052,6543 823,0420 153,9927 26 27
RIO_SAPUCAI 4.214,2455 823,1350 161,5912 27 28
RIO_SAPUCAI 4.342,4237 823,2088 128,1782 28 29
RIO_SAPUCAI 4.513,4360 823,3072 171,0123 29 30
RIO_SAPUCAI 4.641,7695 823,3811 128,3335 30 31
RIO_SAPUCAI 4.815,7572 823,4813 173,9877 31 32
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
73
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Tabela 3.3: As cotas de inundação para cheia de 2000 em seções ao longo do Rio
Sapucaí. Elaborado por BERTI SARLAS. (Continuação)
Rio Distância Cota Distância Trecho
RIO_SAPUCAI 4.961,64 823,5652 145,8808 32 33
RIO_SAPUCAI 5.136,65 823,6660 175,013 33 34
RIO_SAPUCAI 5.253,11 823,7330 116,4578 34 35
RIO_SAPUCAI 5.416,97 823,8273 163,8573 35 36
RIO_SAPUCAI 5.560,93 823,9102 143,9676 36 37
RIO_SAPUCAI 5.708,83 823,9953 147,8924 37 38
RIO_SAPUCAI 5.840,32 824,0710 131,4901 38 39
RIO_SAPUCAI 5.979,11 824,1509 138,7888 39 40
RIO_SAPUCAI 6.184,97 824,2694 205,8663 40 41
RIO_SAPUCAI 6.322,35 824,3485 137,3787 41 42
RIO_SAPUCAI 6.443,28 824,4181 120,9296 42 43
RIO_SAPUCAI 6.595,63 824,5058 152,3485 43 44
RIO_SAPUCAI 6.786,12 824,6154 190,4968 44 45
RIO_SAPUCAI 6.916,13 824,6902 130,0013 45 46
RIO_SAPUCAI 7.032,66 824,7573 116,5334 46 47
RIO_SAPUCAI 7.215,21 824,8624 182,5547 47 48
RIO_SAPUCAI 7.341,96 824,9353 126,7442 48 49
RIO_SAPUCAI 7.538,75 825,0486 196,7958 49 50
RIO_SAPUCAI 7.676,34 825,1278 137,5884 50 51
RIO_SAPUCAI 7.832,19 825,2175 155,8514 51 52
RIO_SAPUCAI 7.947,95 825,2841 115,7562 52 53
RIO_SAPUCAI 8.075,86 825,3578 127,9109 53 54
RIO_SAPUCAI 8.245,32 825,4553 169,454 54 55
RIO_SAPUCAI 8.420,37 825,5561 175,0547 55 56
RIO_SAPUCAI 8.546,62 825,6287 126,2482 56 57
RIO_SAPUCAI 8.685,09 825,7084 138,4686 57 58
RIO_SAPUCAI 8.824,28 825,7886 139,1948 58 59
RIO_SAPUCAI 9.046,70 825,9166 222,419 59 60
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
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3.3.3. Levantamento Altimétrico
A Secretaria municipal de meio ambiente de Santa Rita do Sapucaí
forneceu o levantamento altimétrico que não estava completo.
O material, disponibilizado em formato digital, estava dividido em
arquivos com curvas de nível de 1 em 1 m (em vários arquivos contendo
altimetria);
Na Figura 3.12 é apresentado um trecho do município retirado dos
arquivos de curvas de nível de 1 em 1 m (região central de Santa Rita do
Sapucaí).
Figura 3.12: Levantamento altimétrico, com curvas de nível de 1 em 1m - Região
Central de Santa Rita do Sapucaí
Fonte: Secretaria do Meio Ambiente de Santa Rita do Sapucaí.
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
75
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3.4. Programas
3.4.1. O AutoCad
AutoCAD é um software criado e comercializado pela Autodesk,
desde 1982. É utilizado principalmente para a elaboração de peças de
desenho técnico em duas dimensões e para criação de modelos
tridimensionais. Além dos desenhos técnicos, o software vem
disponibilizando, em suas versões mais recentes, vários recursos para
visualização em diversos formatos. É amplamente utilizado em arquitetura,
design de interiores, engenharia mecânica, engenharia geográfica e em
vários outros ramos da indústria. O AutoCAD é atualmente disponibilizado
apenas em versões para o sistema operacional Microsoft Windows, embora
já tenham sido comercializadas versões para UNIX e Mac OS.
A partir da versão R14 (publicada em 1997) potencializa a expansão
de sua funcionalidade por meio da adição de módulos específicos para
desenho arquitetônico, SIG, controle de materiais, etc. O AutoCad é um
programa que cada vez ganha mais adeptos devido a sua funcionalidade em
várias áreas da engenharia. Muito útil em topografia, o AutoCAD é uma
ferramenta poderosa em desenhos topográficos. Neste trabalho a maioria
dos arquivos fornecidos e trabalhados como dados altimétricos, arruamento,
topobatimetria, foram gerados no AutoCad.
Arquivos do quais posteriormente foram utilizados no programa
SPRING. A versão utilizada foi AutoCad 2006.
Figura 3.13: AutoCAD 2006
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
76
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3.4.2. O SPRING
O produto SPRING (Sistema para Processamento de Informações
Georeferenciadas) é um banco de dados geográfico de 2º geração,
desenvolvido pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para
ambientes UNIX e Windows com as seguintes características:
9 Opera como um banco de dados geográfico sem fronteiras e suporta
grande volume de dados (sem limitações de escala, projeção e fuso),
mantendo a identidade dos objetos geográficos ao longo de todo
banco;
9 Administra tanto dados vetoriais como dados matriciais (“raster”), e
realizar a integração de dados de Sensoriamento Remoto num SIG;
9 Prove um ambiente de trabalho amigável e poderoso, através da
combinação de menus e janelas com uma linguagem espacial
facilmente programável pelo usuário (LEGAL - Linguagem Espaço-
Geográfica baseada em Álgebra);
9 Consegue escalonabilidade completa, isto é, ser capaz de operar com
toda sua funcionalidade em ambientes que variem desde micro-
computadores a estações de trabalho RISC de alto desempenho.
Para alcançar estes objetivos, o SPRING é baseado num modelo de
dados orientado a objetos, do qual são derivadas sua interface de menus e a
linguagem espacial LEGAL. Algoritmos inovadores, como os utilizados para
indexação espacial, segmentação de imagens e geração de grades
triangulares, garantem o desempenho adequado para as mais variadas
aplicações.
Outra característica, considerada extremamente importante, é que a
base de dados é única, isto é, a estrutura de dados é a mesma quando o
usuário trabalha em um micro computador (IBM-PC) e em uma máquina
RISC (Estações de Trabalho UNIX), não havendo necessidade alguma de
conversão de dados. O mesmo ocorre com a interface, a qual é exatamente
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
77
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
a mesma, de maneira que não existe diferença no modo de operar o produto
SPRING.
A motivação básica para o desenvolvimento do SPRING baseia-se
em duas premissas: integração de dados e facilidade de uso. No primeiro
caso, constatamos que a complexidade dos problemas ambientais do Brasil
requer uma forte capacidade de integração de dados entre imagens de
satélite, mapas temáticos e cadastrais, e modelos numéricos de terreno.
Adicionalmente, muitos dos sistemas disponíveis no mercado nacional
apresentam alta complexidade de uso e demandam tempo de aprendizado
muito longo.
Os objetivos do sistema SPRING são:
9 Integrar as tecnologias de Sensoriamento Remoto e Sistemas de
Informação Geográfica.
9 Utilizar modelo de dados orientado-a-objetos, que melhor reflete a
metodologia de trabalho de estudos ambientais e cadastrais.
9 Fornecer ao usuário um ambiente interativo para visualizar, manipular
e editar imagens e dados geográficos.
A versão utilizada do SPRING,
Figura 3.14: SPRING 5.0
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
78
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
3.4.3. Função e elaboração da Mancha de Inundação do
SPRING
O método proposto é o mesmo utilizado por MONI (2006), é um
processo simples de interpolação, por:
¾ Vizinho mais próximo.
Ou seja, para cada posição do terreno, o método busca a cota de
inundação mais próxima e compara o valor da cota com o valor de altimetria
daquela posição, já se a altimetria for um valor menor ou igual ao valor da
cota, naquela posição haverá inundação. Esse método proposto é chamado
de Busca por Distância Mínima – BDM, que necessita de dados de entrada
como: altimetria, rede hidrográfica e cotas de inundação. A seguir algumas
considerações sobre os dados de entrada, o método e as possíveis
visualizações de resultados.
Dados de entrada:
¾ Altimetria: A partir de mapas altimétricos da área a ser analisada,
foram gerados modelos numéricos de terreno – MNT, de grade
regular retangular. Quanto menor os espaçamentos entre as células,
melhor o resultado e maior o tempo de processamento.
¾ Rede Hidrográfica: o rio deve ser representado por uma única linha
que será um objeto cadastral no SPRING. Este objeto terá um atributo
que conterá o nome do rio, informação necessária para vincular o rio
ao conjunto correspondente de cotas de inundação arquivado em
arquivo próprio.
¾ Cotas de Inundação: Os valores de cotas de inundação foram obtidos
através da prefeitura de Santa Rita do Sapucaí.
Metodologia
A idéia básica utilizada na delimitação da mancha de inundação é a
expansão da mancha a partir das cotas de inundação. Os passos listados a
seguir mostram como é realizado este procedimento.
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
79
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
1. Uniformização da representação vetorial dos rios (se houver mais de um);
2. Determinação da posição de cada cota de inundação na representação
vetorial do rio correspondente;
3. Interpolação de novas cotas de inundação;
4. Delimitação da mancha de inundação a partir das cotas de inundação
originais e interpoladas.
Visualização
O primeiro resultado é a grade de inundação gerada diretamente pelo
processo de expansão descrito anteriormente. Outro resultado é a criação
de um plano de informação temático que permita ao especialista visualizar o
resultado de forma mais amigável, em relação à grade de inundação. Uma
outra forma de mostrar o resultado é por meio de um fatiamento que crie um
plano de informação temático com mais de uma classe. Dessa forma, pode-
se melhorar a análise visual em termos do crescimento da mancha de
inundação e não somente em relação à área por ela abrangida. MONI
(2006).
Para elaboração da mancha de inundação foi usado os programas
AutoCad 2006 e SPRING 5.0 conforme o esquema apresentado na figura
3.15.
Lembrando que o tempo de processamento consumido na geração
das manchas é variável considerando a quantidade de dados, o computador
utilizado, o tipo de dados e a metodologia empregada.
Capítulo 03 – Materiais e Métodos
80
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Figura 3.15: Fluxograma para elaboração de Mancha de Inundação. Fonte: MONI SILVA. Modificado: BERTI SARLAS (2010)
Elaboração do arquivo DXF
Topografia Drenagem
AutoCad 2006
C
ri
ação
de
B
a
n
co
de
D
ados
Criação de Projeto
SPRING 5.0
C
ri
ação
de
Catego
ri
as
Drenagem
Objeto
Altimetria
Geração de Grade
Regular Topografia
Geração da Mancha de inundação
Transformação dos rios
em objetos
Cotas de inundação ao longo do rio
Séries históricas Declividade
Curvas-Chave
Plotagem da Mancha de
inundação
Capítulo 04 – Resultados
81
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Capítulo 4 – Resultados
Foram gerados 9 mapas mostrando as áreas de inundação para 2, 5,
10, 25, 50, 100, 500 e 1000 anos de período de retorno mais a cheia do ano
de 2000. A partir da análise dos mapas é possível comparar a área
inundável de uma mancha em relação à outra.
- Mancha de inundação para TR de 5 anos em relação a mancha de
TR de 2 anos: aumento de 29,51% de área inundável;
- Mancha de inundação para TR de 10 anos em relação a mancha de
TR de 5 anos: aumento de 33,37% de área inundável;
- Mancha de inundação para TR de 25 anos em relação a mancha de
TR de 10 anos: aumento de 6,86% de área inundável;
- Mancha de inundação para TR de 50 anos em relação a mancha de
TR de 25 anos: aumento de 11,14% de área inundável;
- Mancha de inundação para TR de 100 anos em relação a mancha
de TR de 50 anos: aumento de 5,79% de área inundável;
- Mancha de inundação para TR de 500 anos em relação a mancha
de TR de 100 anos: aumento de 13,50% de área inundável;
- Mancha de inundação para TR de 1000 anos em relação a mancha
de TR de 500 anos: aumento de 1,22% de área inundável;
- Mancha de inundação da cheia de 2000 em relação a mancha de TR
de 1000 anos: aumento de 62,22% de área inundável;
Capítulo 04 – Resultados
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A partir dos resultados deste trabalho serão apresentados:
¾ As manchas de inundação que foram geradas para o município de
Santa Rita do Sapucaí para determinados TR e a cheia de 2000;
¾ No anexo 04, o tutorial para elaboração de manchas usando a função
“Mancha de Inundação”.
4.1. Mancha de Inundação para Santa Rita do Sapucaí
Algumas considerações devem ser feitas com relação às manchas
elaboradas:
9 Foi considerado o principal curso d’água que atravessa o Município
de Santa Rita do Sapucaí: Rio Sapucaí. Se houver mais rios é só
seguir o passo a passo e acrescentar;
9 A área de estudo refere-se apenas ao município de Santa Rita do
Sapucaí;
9 Em alguns arquivos topográficos com curvas de 1 em 1 metros foram
complementados com curvas de nível de 20 em 20 metros;
9 As cotas de inundação, coletadas para elaboração das manchas
referem-se à que a prefeitura coletou na régua nas respectivas
cheias.
A seguir serão apresentadas as manchas de inundação para o
perímetro urbano de Santa Rita do Sapucaí.
Capítulo 04 – Resultados
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Capítulo 04 – Resultados
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As figuras 4.10 e 4.11 possibilita a visualização e quantificação através de imagem coletada no Google Earth e
georeferenciadas no AutoCad a abrangência da cheia de 2000 que arrasou Santa Rita do Sapucaí.
Figura 4.10: Arruamento de Santa Rita do Sapucaí Figura 4.11: Contorno da mancha de inundação da cheia de 2000
Fonte: BERTI SARLAS Fonte: BERTI SARLAS
Arruamento
Rio Sapucaí
Contorno cheia de
2000
Rio Sapucaí
Capítulo 05 – Conclusões e Recomendações
93
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Capítulo 5 – Conclusões e Recomendações
As inundações urbanas têm sido motivo de grande preocupação para
a população atualmente, principalmente para os moradores de Santa Rita do
Sapucaí no qual pude estabelecer contato no decorrer do trabalho de
campo.
As medidas de controle de inundação são de grande diversidade. A
elaboração de mancha de inundação é uma importante ferramenta de
suporte à decisão para tomadas o controle de inundações.
Com o objetivo de se estabelecer um método de construção de
mapas procurou-se neste trabalho selecionar um método que fosse de fácil
uso e acesso para a sua elaboração. MONI (2006), obteve dados próximos a
realidade utilizando o SPRING como ferramenta na geração das manchas
de inundações.
Os programas usados foram AutoCad 2006 (para os dados
topográficos e de drenagem), SPRING 5.0 (geração de mancha) e EXCEL
da Microsoft Office (tratamento dos dados de cheias).
O AutoCad foi utilizado como base para o SPRING devido aos
arquivos trabalhados se encontrarem no formato do AutoCad e pela precisão
nas construções de linhas e polígonos que o AutoCad nos oferece.
O SPRING é uma ferramenta robusta de geoprocessamento, que
permite a construção de banco de dados, seria de grande proveito para o
Município de Santa Rita do Sapucaí a elaboração de um banco de dados
com diversas informações sobre o município. Este seria uma ferramenta
para a administração pública, na elaboração de planos diretores,
zoneamento urbano, definição de áreas de risco, entre outros.
Capítulo 05 – Conclusões e Recomendações
94
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utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
As pequenas variações encontradas entre os dados medidos e os
gerados computacionalmente podem ter ocorrido em função de alguns
fatores: declividade usada na geração das cotas de inundação falta de
dados de outros eventos extremos. Mas mesmo com tais variações o
programa se mostrou eficiente ao manipular grande quantidade de dados e
gerar resultados tão significativos.
Para que os valores simulados possam convergir para valores os
mais reais possíveis, ainda são necessárias maiores campanhas de medição
das características hidráulicas do Rio Sapucaí e seus afluentes em Santa
Rita do Sapucaí, principalmente nos futuros eventos de cheias extremas.
As inundações são eventos que ocorrem de tempos em tempos,
dependendo de diversas variáveis hidrológicas, topográficas, climáticas e
temporais. Algumas recomendações de caráter prático e estrutural são
sugeridas abaixo:
¾ Elaboração de um plano diretor para a cidade de Santa Rita do
Sapucaí e adequar o plano diretor as características fisiográficas e
hidráulicas da região, tendendo a diminuição das áreas impermeáveis e
preservando as áreas verdes. Além da definição das áreas de maior risco de
inundação, tornando-as impróprias para construção de moradias;
¾ Sugere-se que seja feito um levantamento da declividade mais
detalhado;
¾ Limpeza e manutenção da calha: os lixos que chegam até a calha
principal ao longo do tempo alteram o regime fluvial;
¾ Estudo de uso e ocupação do solo: determinar áreas de solo exposto,
que contribuem com sedimentos, que ao longo do tempo alteram a calha do
rio;
¾ Educação ambiental: levar ao conhecimento da população as atitudes
que podem potencializar os problemas causados pelas inundações. Isto
pode ser feito através de cartilhas e palestras nas escolas;
Capítulo 05 – Conclusões e Recomendações
95
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
¾ Implantação e investimentos em medidas não-estruturais: melhora do
sistema de alerta contra inundações, através da instalação de mais estações
de coleta de dados ao longo da bacia;
¾ Mapeamento topográfico melhorado e atualizado com:
o fotos aerofotogramétrico;
o levantamentos altimétrico com curvas de 1 e 1m;
¾ Organização com os dados relacionados a cheia futuras para futuros
trabalhos e estudos (registros históricos).
Anexos
96
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
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Anexos
97
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
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Anexos
98
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
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Anexos
99
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Anexos
100
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
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Anexos
101
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
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Município de Itajubá – MG. Dissertação de Mestrado em
Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos. UFMG – Belo
Horizonte. 107 p.
Anexos
102
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
ANEXO 01
Anexos
103
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
A1. Fotos da cheia de 2007 no Município de Santa
Rito do Sapucaí
Figura A1: Cheia de 2007
Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santa Rita do Sapucaí, 2009.
Figura A2: Cheia de 2007
Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santa Rita do Sapucaí, 2009.
Anexos
104
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Figura A3: Cheia de 2007
Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santa Rita do Sapucaí, 2009.
Figura A4: Cheia de 2007
Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santa Rita do Sapucaí, 2009.
Anexos
105
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
ANEXO 02
Anexos
106
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
A.2. Tabela de cotas de inundação para alguns TR
Tabela A1: Cotas de inundação para TR = 2, 5, 10, 25 anos, para as seções
de 1 a 29, para o Rio Sapucaí
Seção
Distância Cotas de inudação [m]
[m] TR = 2 anos TR = 5 anos TR = 10 anos TR = 25 anos
1
0,00 815,24 815,74 815,99 816,24
2
295,48 815,41 815,91 816,16 816,41
3
441,48 815,50 816,00 816,25 816,50
4
559,15 815,57 816,07 816,32 816,57
5
738,68 815,67 816,17 816,42 816,67
6
878,08 815,75 816,25 816,50 816,75
7
1048,24 815,85 816,35 816,60 816,85
8
1178,44 815,92 816,42 816,67 816,92
9
1330,95 816,01 816,51 816,76 817,01
10
1500,97 816,11 816,61 816,86 817,11
11
1654,45 816,20 816,70 816,95 817,20
12
1816,93 816,29 816,79 817,04 817,29
13
1937,50 816,36 816,86 817,11 817,36
14
2134,82 816,47 816,97 817,22 817,47
15
2264,55 816,55 817,05 817,30 817,55
16
2415,06 816,63 817,13 817,38 817,63
17
2555,19 816,71 817,21 817,46 817,71
18
2684,14 816,79 817,29 817,54 817,79
19
2850,83 816,88 817,38 817,63 817,88
20
2993,81 816,97 817,47 817,72 817,97
21
3225,66 817,10 817,60 817,85 818,10
22
3303,89 817,15 817,65 817,90 818,15
23
3453,02 817,23 817,73 817,98 818,23
24
3610,69 817,32 817,82 818,07 818,32
25
3767,34 817,41 817,91 818,16 818,41
26
3898,66 817,49 817,99 818,24 818,49
27
4052,65 817,58 818,08 818,33 818,58
28
4214,25 817,67 818,17 818,42 818,67
29
4342,42 817,74 818,24 818,49 818,74
Anexos
107
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Tabela A2: Cotas de inundação para TR = 2, 5, 10, 25 anos, para as seções
de 30 a 60 para o Rio Sapucaí
Seção
Distância Cotas de inudação [m]
[m] TR = 2 anos TR = 5 anos TR = 10 anos TR = 25 anos
30
4513,44 817,84 818,34 818,59 818,84
31
4641,77 817,92 818,42 818,67 818,92
32
4815,76 818,02 818,52 818,77 819,02
33
4961,64 818,10 818,60 818,85 819,10
34
5136,65 818,20 818,70 818,95 819,20
35
5253,11 818,27 818,77 819,02 819,27
36
5416,97 818,36 818,86 819,11 819,36
37
5560,93 818,44 818,94 819,19 819,44
38
5708,83 818,53 819,03 819,28 819,53
39
5840,32 818,60 819,10 819,35 819,60
40
5979,11 818,68 819,18 819,43 819,68
41
6184,97 818,80 819,30 819,55 819,80
42
6322,35 818,88 819,38 819,63 819,88
43
6443,28 818,95 819,45 819,70 819,95
44
6595,63 819,04 819,54 819,79 820,04
45
6786,12 819,15 819,65 819,90 820,15
46
6916,13 819,22 819,72 819,97 820,22
47
7032,66 819,29 819,79 820,04 820,29
48
7215,21 819,40 819,90 820,15 820,40
49
7341,96 819,47 819,97 820,22 820,47
50
7538,75 819,58 820,08 820,33 820,58
51
7676,34 819,66 820,16 820,41 820,66
52
7832,19 819,75 820,25 820,50 820,75
53
7947,95 819,82 820,32 820,57 820,82
54
8075,86 819,89 820,39 820,64 820,89
55
8245,32 819,99 820,49 820,74 820,99
56
8420,37 820,09 820,59 820,84 821,09
57
8546,62 820,16 820,66 820,91 821,16
58
8685,09 820,24 820,74 820,99 821,24
59
8824,28 820,32 820,82 821,07 821,32
60
9046,70 820,45 820,95 821,20 821,45
Anexos
108
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Tabela A3: Cotas de inundação para TR = 50, 100, 500, 1000 anos, para as
seções de 1 a 29, para o Rio Sapucaí
Seção
Distância Cotas de inudação [m]
[m]
TR = 50
anos
TR = 100
anos
TR = 500
anos
TR = 1000
anos
1
0,00 816,39 816,54 816,79 816,89
2
295,48 816,56 816,71 816,96 817,06
3
441,48 816,65 816,80 817,05 817,15
4
559,15 816,72 816,87 817,12 817,22
5
738,68 816,82 816,97 817,22 817,32
6
878,08 816,90 817,05 817,30 817,40
7
1048,24 817,00 817,15 817,40 817,50
8
1178,44 817,07 817,22 817,47 817,57
9
1330,95 817,16 817,31 817,56 817,66
10
1500,97 817,26 817,41 817,66 817,76
11
1654,45 817,35 817,50 817,75 817,85
12
1816,93 817,44 817,59 817,84 817,94
13
1937,50 817,51 817,66 817,91 818,01
14
2134,82 817,62 817,77 818,02 818,12
15
2264,55 817,70 817,85 818,10 818,20
16
2415,06 817,78 817,93 818,18 818,28
17
2555,19 817,86 818,01 818,26 818,36
18
2684,14 817,94 818,09 818,34 818,44
19
2850,83 818,03 818,18 818,43 818,53
20
2993,81 818,12 818,27 818,52 818,62
21
3225,66 818,25 818,40 818,65 818,75
22
3303,89 818,30 818,45 818,70 818,80
23
3453,02 818,38 818,53 818,78 818,88
24
3610,69 818,47 818,62 818,87 818,97
25
3767,34 818,56 818,71 818,96 819,06
26
3898,66 818,64 818,79 819,04 819,14
27
4052,65 818,73 818,88 819,13 819,23
28
4214,25 818,82 818,97 819,22 819,32
29
4342,42 818,89 819,04 819,29 819,39
Anexos
109
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Tabela A4: Cotas de inundação para TR=50, 100, 500, 1000 anos, para as
seções de 30 a 60, para o Rio Sapucaí
Seção
Distância Cotas de inudação [m]
[m]
TR = 50
anos
TR = 100
anos
TR = 500
anos
TR = 1000
anos
30
4513,44 818,99 819,14 819,39 819,49
31
4641,77 819,07 819,22 819,47 819,57
32
4815,76 819,17 819,32 819,57 819,67
33
4961,64 819,25 819,40 819,65 819,75
34
5136,65 819,35 819,50 819,75 819,85
35
5253,11 819,42 819,57 819,82 819,92
36
5416,97 819,51 819,66 819,91 820,01
37
5560,93 819,59 819,74 819,99 820,09
38
5708,83 819,68 819,83 820,08 820,18
39
5840,32 819,75 819,90 820,15 820,25
40
5979,11 819,83 819,98 820,23 820,33
41
6184,97 819,95 820,10 820,35 820,45
42
6322,35 820,03 820,18 820,43 820,53
43
6443,28 820,10 820,25 820,50 820,60
44
6595,63 820,19 820,34 820,59 820,69
45
6786,12 820,30 820,45 820,70 820,80
46
6916,13 820,37 820,52 820,77 820,87
47
7032,66 820,44 820,59 820,84 820,94
48
7215,21 820,55 820,70 820,95 821,05
49
7341,96 820,62 820,77 821,02 821,12
50
7538,75 820,73 820,88 821,13 821,23
51
7676,34 820,81 820,96 821,21 821,31
52
7832,19 820,90 821,05 821,30 821,40
53
7947,95 820,97 821,12 821,37 821,47
54
8075,86 821,04 821,19 821,44 821,54
55
8245,32 821,14 821,29 821,54 821,64
56
8420,37 821,24 821,39 821,64 821,74
57
8546,62 821,31 821,46 821,71 821,81
58
8685,09 821,39 821,54 821,79 821,89
59
8824,28 821,47 821,62 821,87 821,97
60
9046,70 821,60 821,75 822,00 822,10
Anexos
110
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
ANEXO 03
Anexos
111
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
A.3. Exemplo de arquivo tipo texto com as distâncias
e cotas de inundação.
Na primeira coluna vem o nome do rio, um espaço, e na segunda coluna é
a distância considerando 0 (zero) o ponto mais a jusante da curso d’água a
ser considerado. Mais um espaço e na terceira coluna são as cotas de
inundação. Neste exemplo foram definidas 60 seções.
RIO_SAPUCAI 0.0000 820.7093
RIO_SAPUCAI 295.4750 820.8794
RIO_SAPUCAI 441.4846 820.9634
RIO_SAPUCAI 559.1518 821.0312
RIO_SAPUCAI 738.6796 821.1345
RIO_SAPUCAI 878.0778 821.2147
RIO_SAPUCAI 1048.2389 821.3127
RIO_SAPUCAI 1178.4438 821.3876
RIO_SAPUCAI 1330.9525 821.4754
RIO_SAPUCAI 1500.9747 821.5733
RIO_SAPUCAI 1654.4464 821.6616
RIO_SAPUCAI 1816.9259 821.7551
RIO_SAPUCAI 1937.4978 821.8245
RIO_SAPUCAI 2134.8214 821.9381
RIO_SAPUCAI 2264.5456 822.0128
RIO_SAPUCAI 2415.0567 822.0994
RIO_SAPUCAI 2555.1872 822.1801
RIO_SAPUCAI 2684.1387 822.2543
RIO_SAPUCAI 2850.8349 822.3503
RIO_SAPUCAI 2993.8099 822.4325
RIO_SAPUCAI 3225.6611 822.5660
RIO_SAPUCAI 3303.8874 822.6110
RIO_SAPUCAI 3453.0227 822.6969
RIO_SAPUCAI 3610.6902 822.7876
RIO_SAPUCAI 3767.3356 822.8778
RIO_SAPUCAI 3898.6616 822.9534
RIO_SAPUCAI 4052.6543 823.0420
RIO_SAPUCAI 4214.2455 823.1350
RIO_SAPUCAI 4342.4237 823.2088
RIO_SAPUCAI 4513.4360 823.3072
RIO_SAPUCAI 4641.7695 823.3811
RIO_SAPUCAI 4815.7572 823.4813
RIO_SAPUCAI 4961.6380 823.5652
RIO_SAPUCAI 5136.6510 823.6660
RIO_SAPUCAI 5253.1088 823.7330
RIO_SAPUCAI 5416.9661 823.8273
Anexos
112
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
RIO_SAPUCAI 5560.9337 823.9102
RIO_SAPUCAI 5708.8261 823.9953
RIO_SAPUCAI 5840.3162 824.0710
RIO_SAPUCAI 5979.1050 824.1509
RIO_SAPUCAI 6184.9713 824.2694
RIO_SAPUCAI 6322.3500 824.3485
RIO_SAPUCAI 6443.2796 824.4181
RIO_SAPUCAI 6595.6281 824.5058
RIO_SAPUCAI 6786.1249 824.6154
RIO_SAPUCAI 6916.1262 824.6902
RIO_SAPUCAI 7032.6596 824.7573
RIO_SAPUCAI 7215.2143 824.8624
RIO_SAPUCAI 7341.9585 824.9353
RIO_SAPUCAI 7538.7543 825.0486
RIO_SAPUCAI 7676.3427 825.1278
RIO_SAPUCAI 7832.1941 825.2175
RIO_SAPUCAI 7947.9503 825.2841
RIO_SAPUCAI 8075.8612 825.3578
RIO_SAPUCAI 8245.3152 825.4553
RIO_SAPUCAI 8420.3699 825.5561
RIO_SAPUCAI 8546.6181 825.6287
RIO_SAPUCAI 8685.0867 825.7084
RIO_SAPUCAI 8824.2815 825.7886
RIO_SAPUCAI 9046.7005 825.9166
Anexos
113
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
ANEXO 04
Anexos
114
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
A.4. Tutorial para elaboração de Manchas de
Inundação
Neste tutorial serão apresentados os passos para a elaboração das
manchas de inundação. Os passos apresentados para o programa AutoCad
2006, são a base para a das manchas: usando a função do SPRING 5.0.
Passos para elaboração de uma mancha de inundação,
utilizando o AutoCad 2006
A base topográfica serve como base para o SPRING. Considerando
que o levantamento topográfico esteja em arquivos de AutoCad (.dwg) deve-
se seguir os passos:
Anexos
115
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Passo AutoCad 01a:
O SPRING requer que os arquivos vindos do Auto Cad estejam no formato
DXF R12, verifique se a versão do Auto Cad a ser usada permite que os
arquivos sejam salvos com esta extensão. Ex: abra qualquer arquivo em seu
Auto Cad e manda “Salvar como” (Save Drawing As) conforme a figura
abaixo.
Figura A5.1: AutoCad 01a
Passo AutoCad 02a:
Verificar de quantos em quantos metros estão as curvas de nível. Dê
preferência para os espaçamentos menores que 1m. Se não houver curvas
de níveis verificar se existem cotas de terreno (x,y,z).
Anexos
116
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Passo AutoCad 03a:
Verificar a rede de drenagem: traçar se necessário uma nova linha
contínua para representar os rios (Use o comando Polilyne).
Passo AutoCad 04a:
Verifique os “layers” correspondentes aos rios, curvas de nível, cotas, eles
serão usados no SPRING.
Passo AutoCad 05a:
Salve o arquivo em formato DXF R12, caso o arquivo fique muito grande
(por exemplo, 250 MB) pode-se dividir em dois ou mais arquivos. Porém isso
irá requerer mais atenção no SPRING. Esse processo pode consumir um
tempo considerável dependendo do tamanho do arquivo.
Passos para elaboração de uma mancha de inundação,
utilizando a “Função Mancha de Inundação” do SPRING
São necessários 03 itens básicos para elaboração da mancha de
inundação no SPRING, utilizando a função Mancha de Inundação:
a) Grade Regular: trata-se da topografia ou relevo do terreno.
b) Plano de informação (PI) da hidrografia.
c) Arquivo do tipo .txt com os dados de cota de inundação e posição.
Os passos a serem seguidos no SPRING devem ser:
Anexos
117
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Passo Spring 01b: Criação de Banco de Dados.
Crie um banco de dados dando o nome que desejar e clique em ativar.
Figura A5.2: Spring 01b
Passo Spring 02b: Criação do Projeto
Defina a projeção a ser usada, em seguida de um nome e defina o
“Retângulo Envolvente”, inserindo as coordenadas de projeto, entre com as
coordenadas do canto inferior esquerdo e do canto superior direito, marque
coordenadas planas e clique em ativar.
Anexos
118
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Figura A5.3: Spring 02b
Anexos
119
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Passo Spring 03b: Criação de Categorias
Em Modelo de Dados criar as seguintes categorias:
a) [altimetria] – MNT
b) [drenagem] – cadastral
c) [rio] – objeto
d) [mancha] – MNT
Selecione a categoria “rio” e vá a atributos definindo um nome
[NOME] de tamanho [40] do tipo texto, inserir, executar e fechar atributos.
As palavras altimetria, drenagem, rio e mancha foram escolhidos pelo
autor deste trabalho, se o leitor desejar alterá-las preste atenção quando
forem usadas.
Figura A5.4: Spring 03b
Anexos
120
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Passo Spring 04b: Importação de arquivos com as curvas de nível
Vá no menu Arquivo e escolha a opção Importar. Escolha o diretório dos
arquivos e formato: DXF/R12. Ficará liberada uma opção para escolha do
layer em layer DXF, escolha o correspondente às curvas de nível, mostrar
conteúdo e executar.
Escolha Entidade a opção amostra (MNT), com Escala: 1/ 200 e
Resolução: X:5 e Y:5. Verifique se a projeção e o retângulo envolvente são
os definidos inicialmente.
Verifique o projeto e escolha a categoria altimetria, como plano de
informação- PI, de saída nomeie como [topografia].
Clique em executar. Se seu trabalho estiver dividido em vários layers não
esqueça de que a partir do segundo marcar a opção “mosaico”. Em seguida
deverá aparecer na caixa de diálogo Painel de Controle a categoria e o PI
criados. Mande então desenhar.
Figura A5.5: Spring 04b
Anexos
121
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Passo Spring 05b: Geração de Grade Regular
A opção no menu MNT deverá estar ativada, selecione-a e escolha a
opção Geração de Grade Retangular. Uma caixa de diálogo será aberta.
Então escolhe amostra, dê um nome ao PI de saída, [topografia], verifique o
retângulo envolvente e defina resolução 50 x 50. O interpolador pode ser
média simples.
Figura A5.6: Spring 05b
Clique em executar. Em seguida deverá aparecer na caixa de diálogo
Painel de Controle a categoria e o PI criados. Mande então desenhar.
Anexos
122
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Passo Spring 06b: Importação do arquivo com a rede de drenagem
Repita o passo 04, citado anteriormente, alterando o nome do layer para o
do rio a ser inserido, e escolhendo como Entidade a opção linha sem ajuste.
Escolha a categoria drenagem e o PI de saída como RIO_NOME.
Figura A5.7: Spring 06b
Anexos
123
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Passo Spring 07b: Transformação dos rios em objetos
Clicar em cima de RIO na tela ativa para selecioná-lo. Vá ao menu Editar
escolha a opção objeto. Para rótulo digite o nome do rio, selecione “nome =
rótulo”, operação: “associar” e entidade: “linha”. Em seguida vá em atributos
selecione RIO, digite o nome do rio igual ao anterior, selecione “texto” e
clique em “CR” e em executar. Fecha a janela e em seguida clique na linha
correspondente ao rio no desenho. Verifique se a linha virou objeto ativando
o PI.
Figura A5.8: Spring 07b
Anexos
124
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Passo Spring 08b: Ajustando Objeto
Menu Cadastral Edição Vetorial Ícone “edição de linhas”
Tolerância 0,25
Logo em seguida,
Ícone “ferramentas” ajustar
Figura A5.9: Spring 08b
Passo Spring 09b: Geração da Mancha de Inundação.
Vá ao menu MNT escolha a opção Processos Hidrológicos e Mancha de
Inundação. Escolha a opção Grade, defina o PI de entrada do rio. Em cota
de inundação escolha o arquivo do tipo texto que contenha as seguintes
informações: nome do rio, distância do ponto até a jusante e a cota de
inundação (exemplo no Anexo 03). Escolha a categoria de saída e o PI de
saída. Para exportar vá em arquivos, exportar ou use o programa Scarta que
é instalado junto com o Spring.
Anexos
125
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Figura A5.10: Spring 09b
Anexos
126
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Após gerar a mancha pelo spring, também podemos transportá-la
para o AutoCad para melhorar a qualidade da imagem e assim a sua
impressão. Seguindo um pequeno procedimento que é muito simples,
vejamos:
Voltamos ao “Passo spring 03b: Criação de categorias” e criamos
mais uma categoria “temático” e acrescentando em baixo uma classe
temática com um nome qualquer. No exemplo foi utilizado
“mancha_tematica”, não se esquecendo de criar e executar.
Figura A5.11: Spring 10b
Deixando a tela ativa principal em “mancha” para habilitar a opção
MNT. Clicamos em MNT e depois em Fatiamento conforme mostra a figura
abaixo.
Anexos
127
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Figura A5.12: Spring 11b
Ao abrir “Fatiamento MNT” seguiremos o seguinte passo:
1º) Em categoria de Saída: escolhemos “temático”.
2º) PI de saída: escolhemos qualquer nome, aqui foi utilizado
“mancha_tematica_cheia2009”.
3º) Definição de fatias: entramos com as cotas mínimas e máximas
(geradas pelo Excel). O passo fica em “Fixo”, em inicial e final colocamos
cota abaixo da cota mínima e superior a cota máxima, de preferência utilizar
número inteiro múltiplo de 5. Inserir e executar. Ver exemplo utilizado na
figura 4.13.
Anexos
128
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Figura 4.12: Spring 11b
Figura A5.13: Spring 12b
Gerada a mancha temática ir à barra de ferramentas em “Temática” depois
em “Matriz - Vetor”, não mudar nada e clicar em executar.
Figura A5.14: Spring 13b
Anexos
129
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
Gerada a mancha agora vamos exportar para o AutoCad. Primeiro
deixaremos só as linhas e classes marcadas. Em arquivos escolhemos a
opção “Exportar”, e em seguida na caixa de diálogo que abrir em formato
escolhemos a extensão do AutoCad “DXF-R12” e clicamos em salvar, figura
4.15.
Ao clicar em salvar o programa abre uma caixa para escolhermos um
lugar para salvar o arquivo exportado. Escolhida a pasta o spring exportará
dois arquivos um _L2D e o outro _LAB. Utilizaremos o _L2D para abri-lo no
AutoCad, e pronto! Bom trabalho no AutoCad.
Figura A5.15: Spring 14b
Anexos
130
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
ANEXO 05
Anexos
131
BERTI SARLAS, T. L. Elaboração de Manchas de Inundação para o Município de Santa Rita do Sapucaí,
utilizando SIG. UNIFEI. Engenharia da Energia 2010.
A.5. Fotos do trabalho de campo em Santa Rita do
Sapucaí/MG
Figura A6: Trabalho de campo
Figura A7: Trabalho de campo
Figura A8: Trabalho de campo
Figura A9: Trabalho de campo
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