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da Índia no mercado mundial é pequena, correspondendo a apenas 6%, isso devido à alta
demanda interna do produto, impossibilitando o comércio externo, o que também faz da Índia
o maior consumidor de gengibre do mundo. A China, por sua vez, tem liderado este mercado.
Já no que tange ao comércio de oleoresina e óleo, aproximadamente 50% são provenientes da
Índia. O preço do gengibre no mercado mundial varia grandemente de acordo à sua origem e
limpeza. O preço de importação do gengibre seco geralmente está entre US$ 700,00 e US$
1.350,00 por tonelada. O gengibre jamaicano tem um nicho particular, sendo vendido no
mercado europeu a preços que variam entre US$ 5.000,00 e US$ 6.000,00 por tonelada. O
preço do óleo varia de acordo com sua concentração e pureza. O óleo de origem chinesa é
vendido em uma faixa de US$ 22,00 a US$ 30,00 por kg, o de origem chinesa de US$ 40,00 a
US$ 50,00 por kg e o proveniente de Sri Lanka chega a US$ 70,00 por kg, preço que tem se
elevado. A oleoresina é cotada entre US$ 40,00 e US$ 50,00 por kg (CROP PROFILE, 2006).
2.3.2 No cenário nacional
No Brasil, acredita-se que a introdução do gengibre deu-se durante a invasão
holandesa, em função da permuta de plantas com valor econômico entre os dois países
naquela época (LISSA, 1996). Esta lavoura foi implantada inicialmente no Rio de Janeiro,
espalhando-se para São Paulo, Paraná, Santa Catarina (SANTOS, 2000) e, mais recentemente,
no Espírito Santo, onde é cultivada, principalmente, nas regiões litorâneas e altimontanas.
Embora o Brasil seja considerado um dos grandes fornecedores mundiais de gengibre,
a produção é pequena, comparada a de outras culturas, envolvendo um conjunto pequeno de
agricultores (SANTOS, 2000). A produtividade média brasileira tem sido registrada em torno
de 20 t/ha, cifra bastante inferior à obtida nos principais produtores mundiais (60 t/ha)
(RÜCKER, 1993). Esta diferença, segundo a autora, estaria atrelada à variabilidade das
condições de solo e clima de cada região produtora, tratos culturais, diversificação e rotação
de culturas, tecnologia apropriada, mão-de-obra treinada e organização do setor produtivo.
Há carência de informações no tocante à evolução da produção brasileira. Segundo
RÜCKER (2002), a produção de gengibre no Brasil em 1999 foi estimada em torno de 10 mil
toneladas. Não foram encontrados registros das produções dos anos subseqüentes, porém
dados referentes à exportação brasileira (Figura 2a) sugerem aumento de produção no ano de
2001 com queda acentuada até o ano de 2003.
De acordo com NURIN/BANCO DO BRASIL, 2003, citado por NEGRELLE et al.
(2005), o gengibre brasileiro é geralmente comercializado no estado in natura e se destina
essencialmente à exportação (70% a 80%), principalmente para os Estados Unidos, Reino
Unido, Holanda e Canadá. Os rizomas que não atingem a qualidade tipo exportação são
destinados ao mercado regional. De 73 t em 1972, a exportação de gengibre alcançou 3.800 t
em 1985, estabilizando-se e voltando a crescer a partir de 1993 (6721 t em 1994), com o preço
médio a US$ 1,04 por kg em 1995 (TAVEIRA MAGALHÃES et al., 1997). Foi registrada em
1998, cifra recorde de exportação ultrapassando US$ 7 milhões, seguida por um expressivo
decréscimo, em 2002, cujo valor correspondeu à quase metade do comercializado em 1998.
O aumento de 31,3% no volume exportado de gengibre de 1995 a 1998 justificou-se
pela maior demanda no mercado importador, além de melhor preço oferecido ao produto
brasileiro em detrimento ao dos outros países. No período seguinte a queda de cerca de 17%
foi relacionada à menor qualidade do produto brasileiro, segundo informações de produtores
do litoral paranaense e de técnicos da SEABPR (Figura 2a), registradas em BRASIL (2003).
A variação da importação brasileira de gengibre tem um movimento pendular, em
função da oferta e a demanda do mercado. No período de 1996 a 2003, o menor volume
importado foi no ano de 2000, correspondente a 22 mil kg. A partir de 2001, os preços médios
negociados no comércio exterior diminuíram, competindo com os preços médios do mercado