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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Programa de Pós-Graduação em Ciência e
Tecnologia Agroindustrial
EFEITOS DO MÉTODO DE SECAGEM SOBRE A QUALIDADE
E O DESEMPENHO INDUSTRIAL DE GRÃOS DE ARROZ
ARMAZENADOS EM AMBIENTE CONTROLADO
COM TEMPERATURA REDUZIDA
RAFAEL DE ALMEIDA SCHIAVON
Engenheiro Agrônomo
PELOTAS
Rio Grande do Sul - Brasil
2010
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RAFAEL DE ALMEIDA SCHIAVON
Engenheiro Agrônomo
EFEITOS DO MÉTODO DE SECAGEM SOBRE A QUALIDADE
E O DESEMPENHO INDUSTRIAL DE GRÃOS DE ARROZ
ARMAZENADOS EM AMBIENTE CONTROLADO
COM TEMPERATURA REDUZIDA
Orientador: Prof. Dr. Moacir Cardoso Elias
Co-Orientadorres: Prof. Dr. Álvaro Renato Guerra Dias
Dr. Irineu Lorini
PELOTAS
Rio Grande do Sul - Brasil
2010
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Tecnologia Agroindustrial
da Universidade Federal de Pelotas,
como requisito parcial à obtenção do
título de Mestre em Ciência e
Tecnologia Agroindustrial.
- 4 -
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Moacir Cardoso Elias (Orientador) – DCTA – FAEM – UFPEL
Prof. Dr. Manoel Luiz Brenner de Moraes – DER – FAEM- UFPEL
Prof. Dr. Wolmer Brod Peres – DEA – FEA - UFPEL
- 5 -
DEDICO
Aos meus pais, Davi e Gilma, e
à Fernanda, minha esposa e
amor da minha vida.
- 6 -
AGRADECIMENTOS
Ao professor Moacir Cardoso Elias, pela orientação, pelo incentivo e,
principalmente, pela compreensão e amizade demonstradas a todo momento.
Aos professores Álvaro Renato Guerra Dias, Pedro Luiz Antunes (in
memoriam) e ao pesquisador da Embrapa Dr Irineu Lorini, pelo auxilio e pela
orientação dedicada.
Ao professor Manoel Artigas Schirmer e aos demais professores do PPGCTA,
aqui citados ou não, pelos conhecimentos sempre compartilhados.
A todos os colegas, bolsistas e estagiários do Laboratório de Pós-Colheita,
Industrialização e Qualidade de Grãos, em especial a Mauricio de Oliveira, Jeferson
Cunha da Rocha, Alexandra Morás, Juliane Mascarenhas Pereira, Ricardo Tadeu
Paraginski, Nathan Levien Vanier e Daniel Rutz, por me suportarem, sempre
estarem dispostos a ajudar e pela convivência que tivemos passamos nestes anos
Aos demais colegas e estagiários do DCTA, pelos vários ensinamentos e
auxílios prestados.
À Fernanda, minha esposa, amiga e sempre companheira, pela compreensão
e pelas palavras de incentivo em todos os momentos. Te amo.
Aos meus pais, Davi e Gilma, por todos os ensinamentos de vida que fizeram
com que eu chegasse onde hoje estou, a minhas irmãs Greice e Amanda, e ao meu
primo quase irmão Jone pela fraternidade e pelo carinho sempre demonstrado.
A DEUS, nosso Senhor Jesus Cristo, e aos santos a quem posso sempre
pedir ajuda e que sempre me iluminaram para que eu superasse meus desafios.
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“É na experiência da vida
que o homem evolui”
Harvey Spencer Lewis
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RESUMO
SCHIAVON, RAFAEL de ALMEIDA. EFEITOS DO MÉTODO DE SECAGEM
SOBRE A QUALIDADE E O DESEMPENHO INDUSTRIAL DE GRÃOS DE ARROZ
ARMAZENADOS EM AMBIENTE CONTROLADO COM TEMPERATURA
REDUZIDA. 2010. 72f. Dissertação (mestrado) Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Tecnologia Agroindustrial. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
Foram estudados efeitos do sistema de secagem e do tempo de armazenamento em
temperatura reduzida, com avaliação de desempenho industrial, parâmetros de
conservabilidade e qualidade de consumo, em grãos de arroz colhidos com umidade
próxima a 20% e secados até 13%, em três métodos de secagem: (a) intermitente
clássico, (b), intermitente escalonado e (c) por seca-aeração. Foi utilizado
equipamento piloto, em escala laboratorial, dotado de resistências elétricas para o
aquecimento do ar, possibilitando sua operação de forma a se obter secagem dos
grãos conforme o método. No intermitente clássico, o ar teve temperaturas
crescentes de 70+5ºC, 90+5ºC e 100+5ºC, respectivamente na 1ª, e da até a
penúltima hora, havendo redução gradual da temperatura na última hora. No método
intermitente escalonado, com o mesmo manejo térmico do ar do método intermitente
clássico, a operação ocorreu em duas etapas: a primeira a15 a 16% de umidade,
e a segunda, secagem complementar, após 30 dias da primeira etapa, com os grãos
armazenados sob resfriamento. No terceiro método, de seca-aeração, a primeira
etapa foi realizada em secador de coluna com ar a 100°C nas duas câmaras e os
grãos serem retirados com 15-16% de umidade e transferidos para um silo secador,
ficando em repouso por 6 horas antes de ligar a aeração com ar ambiente para
complementar a secagem. Depois de secados, os grãos foram armazenados em
ambiente com temperatura reduzida para 17ºC. No primeiro e no décimo segundo
meses de armazenamento foram avaliados umidade, peso volumétrico, peso de mil
- 9 -
grãos, rendimento de grãos inteiros, incidência de defeitos, perfil texturométrico,
perfil branquimétrico, e parâmetros de cocção, em grãos beneficiados pelos
processos convencional e parboilizado. Foi também estudada a preferência de
consumo do inseto Sitophilus sp em arroz com casca, integral e branco, colocando
os mesmos em uma arena e sendo avaliado após 60 dias com contagem de insetos
e consumos. Concluiu-se que: (1) os métodos de secagem intermitente clássica,
intermitente escalonada e por seca-aeração apresentam similaridades de efeitos nos
parâmetros físicos, de desempenho industrial e de cocção, tanto para
industrialização por processo convencional de arroz branco como por parboilização;
(2) a parboilização e o aumento do tempo de armazenamento provocam
intensificação na incidência de grãos com defeitos, na acidez do óleo e na coloração
no arroz, independentemente do método de secagem utilizado; (3) os parâmetros
texturométricos são afetados pelo decorrer de armazenamento e pelo processo de
industrialização, independentemente do método de secagem; (4) o armazenamento
em ambiente com temperaturas reduzidas preserva a qualidade do arroz por pelo
menos um ano; (5) o inseto Sitophilus sp. tem maior preferência para sua
reprodução e pelo consumo de grãos de arroz integral do que pelos grãos com
casca e grãos polidos, nesta ordem.
Palavra-chave: arroz, método de secagem, qualidade, cocção e insetos.
- 10 -
ABSTRACT
SCHIAVON, RAFAEL de ALMEIDA. EFFECTS OF DRYING METHODS ON THE
QUALITY AND PERFORMANCE OF INDUSTRIAL GRAIN OF RICE STORED IN
CONTROLLED ENVIRONMENT WITH LOW TEMPERATURE. 2010. 72f.
Dissertação (mestrado) Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia
Agroindustrial. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
We studied effects of the drying system and the storage time at low temperature, with
evaluation of industrial performance and quality parameters conservability
consumption in rice grains harvested with moisture content around 20% and dried up
to 13% by three methods drying: (a) classic intermittent, (b) intermittently scaled and
(c) by dry-airing. Going to make use of the pilot scale equipment in a laboratory
scale, equipped with electric heaters to heat the air, was operated in order to obtain
drying grain according to the method. In the classic intermittent air temperature had
increased from 70+5ºC, 90+5ºC e 100+5ºC, respectively in the 1st, 2nd and 3rd
hours until the penultimate, with a gradual reduction temperature in the last minute.
In method intermittent scaled, with the same thermal management of method
intermittent air classic, the operation took place in two stages: the first by 15-16%
humidity, and the second supplementary drying, after 30 days of the first stage, the
grain stored under cooling. In the third method, dry-airing, the first step was made in
column dryer with air at 100°C in the two chambers and the grains were removed
with 15-16% humidity and transferred to a silo dryer and rested for six hours before
turning on the aeration with ambient air to supplement the drying. Once dried, the
grains were stored at room temperature reduced to 17 ° C. In the first and twelfth
months of storage were evaluated humidity, volume and weight of thousand grains,
whole grain yield, incidence of defects, Texture profile, profile branquimétrico and
cooking parameters in grains by conventional processes and parboiled. Was also
studied consumer preference insect Sitophilus sp in paddy, full and white, putting
- 11 -
them in an arena and being evaluated after 60 days with counts of insects and
consumption. It was concluded that: (1) drying methods intermittent fever, intermittent
and staggered by drought-airing show similarities in the effects of physical
parameters, performance industrial and cooking, both for industrialization by the
conventional process like white rice by parboiling; (2) the parboiling and increased
storage time cause increased incidence of grains with defects in the acidity of the oil
and color in rice, irrespective of drying method used, (3) Texture parameters are
affected by the ongoing storage and by the industrialization process, regardless of
drying method, (4) storage in an environment with low temperatures preserves the
quality of rice for at least a year, (5) the insect Sitophilus sp. has greater preference
for their reproduction and consumption of grains of rice than the grain shell and
polished grains, in that order.
Keyword: rice, drying method, quality, cooking and insects.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Consumo per capita de arroz beneficiado no mundo e na Ásia, em
Kg.(hab.ano)ֿ¹, período entre 1990 e 2007.......................................
23
Figura 2
Consumo per capita de arroz beneficiado e em base casca no
Brasil, em Kg.(hab.ano)ֿ¹, período entre 1990 e 2007......................
23
Figura 3 Consumo per capita de arroz beneficiado nos países
desenvolvidos e em desenvolvimento, em Kg.(hab.ano)ֿ¹, período
entre 1990 e 2007............................................................................. 24
Figura 4 Esquema do secador de coluna........................................................
37
Figura 5 Silo secador.......................................................................................
37
Figura 6 Representação do delineamento experimental.................................
38
Figura 7 “Arena” utilizada no estudo de preferência de consumo do inseto
Sitophilus sp......................................................................................
39
Figura 8 Isotermas de hidratação ...................................................................
47
- 13 -
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Evolução das exportações brasileiras de produtos agrícolas de
arroz....................................................................................................
21
Tabela 2 Produção mundial de arroz (base casca), safra 2008........................
22
Tabela 3 Composição centesimal média (% na matéria seca) de arroz
integral, branco polido e parboilizado polido...................................... 25
Tabela 4 Umidade (%) dos grãos em casca, secados por três métodos e
armazenados por doze meses sob resfriamento............................... 48
Tabela 5 Peso de mil grãos (g) e peso volumétrico (g) dos grãos de arroz
natural em casca, secados por três métodos e armazenados por
doze meses sob resfriamento............................................................ 49
Tabela 6 Peso de mil grãos (g) e peso volumétrico (g) dos grãos
parboilizados em casca, secados pelos por todos e
armazenamento por doze meses sob resfriamento........................... 49
Tabela 7 Rendimento de grãos inteiros (%) em arroz, secado por três
métodos, armazenados por doze meses sob resfriamento e
beneficiados pelo processo convencional de arroz branco................
50
Tabela 8 Defeitos não metabólicos (%) e defeitos metabólicos (%) de arroz
branco polido, secados pelos três métodos de secagem no período
de armazenamento............................................................................ 50
Tabela 9 Rendimento de grãos inteiros (%) em arroz parboilizado, secado
por três métodos e armazenados sob resfriamento...........................
50
Tabela 10
Defeitos não metabólicos (%) e defeitos metabólicos (%)de arroz
parboilizado, secados pelos três todos de secagem no período
de armazenamento............................................................................ 51
Tabela 11
Parâmetros do perfil branquimétrico dos grãos de arroz, secados
por três métodos, armazenados sob resfriamento antes de serem
beneficiados pelo processo industrial convencional do branco
polido..................................................................................................
53
- 14 -
Tabela 12
Parâmetros do perfil branquimétrico dos grãos de arroz, secados
por três métodos, armazenados sob resfriamento antes de serem
beneficiados pelo processo industrial de parboilização..................... 53
Tabela 13
Percentagem de proteína bruta, minerais e de óleo dos grãos de
arroz, secados por três métodos de secagem, armazenados e
beneficiados pelo processo industrial branco polido..........................
54
Tabela 14
Percentagem de proteína bruta, de minerais e de óleo dos grãos
de arroz, secados por três métodos de secagem, armazenados e
beneficiados pelo processo industrial parboilizado............................ 55
Tabela 15
Percentagem acidez do óleo dos grãos de arroz, secados por três
métodos de secagem, armazenados e beneficiados pelo processo
industrial branco polido...................................................................... 55
Tabela 16
Parâmetros de cocção em grãos secados por três métodos de
secagem, armazenados sob condições de refrigeração e
beneficiados pelo processo industrial de arroz branco...................... 56
Tabela 17
Parâmetros de cocção em grãos secados por três métodos de
secagem, armazenados sob condições de refrigeração e
beneficiados pelo processo industrial de parboilização..................... 57
Tabela 18
Firmeza (g) e adesividade (J) dos grãos de arroz cozidos e
beneficiados pelo processo industrial branco polido que foram
secados por três métodos de secagem e armazenados....................
58
Tabela 19
Gomosidade (N), mastigabilidade (N.mm) e elasticidade (mm) dos
grãos de arroz cozidos e beneficiados pelo processo industrial
branco polido que foram secados por três métodos de secagem e
armazenados......................................................................................
58
Tabela 20
Firmeza (g) e adesividade (J) dos grãos de arroz cozidos e
beneficiados pelo processo industrial parboilizado que foram
secados por três métodos de secagem e armazenados....................
58
Tabela 21
Gomosidade (N), mastigabilidade (N.mm) e elasticidade (mm) dos
grãos de arroz cozidos e beneficiados pelo processo industrial
parboilizado que foram secados por três métodos de secagem e
armazenados......................................................................................
59
Tabela 22
Incidência proporcional de ataque de Sitophilus sp. nos grãos
secados por três métodos antes do armazenamento por um mês,
sob resfriamento em três formas de apresentação do arroz
.
.............
60
Tabela 23
Incidência proporcional de ataque de Sitophilus sp. nos grãos
secados por três métodos antes do armazenamento por dose
meses, sob resfriamento em três formas de apresentação do arroz
.
60
- 15 -
Tabela 24
Consumo por Sitophilus sp. nos grãos secados por três métodos
antes do armazenamento por um mês, sob resfriamento em três
formas de apresentação do arroz...................................................... 60
Tabela 25
Consumo por Sitophilus sp. nos grãos secados por três métodos
antes do armazenamento por dose meses, sob resfriamento em
três formas de apresentação do arroz............................................... 60
- 16 -
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................... 09
ABSTRACT............................................................................................................
11
LISTA DE FIGURAS..............................................................................................
13
LISTA DE TABELAS..............................................................................................
14
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................
19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................... 21
2.1 Produção de arroz ..................................................................................... 21
2.2 Características do grão...............................................................................
24
2.3 Princípios e aspectos operacionais da secagem........................................
26
2.4 Secagem intermitente.................................................................................
27
2.5 Seca-aeração............................................................................................. 29
2.6 Efeitos na qualidade dos grãos ................................................................. 30
2.7 Armazenamento......................................................................................... 33
3.MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 35
3.1 Material....................................................................................................... 35
3.2 Métodos Experimentais.............................................................................. 35
3.3 Avaliações.................................................................................................. 39
3.3.1 Umidade............................................................................................ 39
3.3.2 Massa específica............................................................................... 39
3.3.3 Peso de mil Grãos............................................................................. 39
3.3.4 Operações de Beneficiamento Industrial...........................................
40
3.3.4.1 Processo Convencional........................................................... 40
3.3.4.2 Processo Parboilizado............................................................. 41
3.4 Desempenho Industrial...............................................................................
42
3.5 Composição Centesimal.............................................................................
42
3.5.1 Proteínas Bruta ................................................................................
42
3.5.2 Extrato Etéreo...................................................................................
42
- 17 -
3.5.3 Acidez do Extrato Etéreo................................................................... 43
3.5.4 Cinza..................................................................................................
43
3.6 Parâmetros de Cocção............................................................................... 43
3.7 Perfil texturométrico....................................................................................
45
3.8 Preferência de reprodução e consumo pelo Sitophilus sp.........................
46
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................
47
5. CONCLUSÕES..................................................................................................
62
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 63
- 18 -
1 INTRODUÇÃO
O arroz é o principal componente da dieta básica de grande parte da
população mundial. Segundo a FAO (2008), o arroz representa 20% da fonte de
energia alimentar da população do mundo, enquanto trigo fornece 19% e o milho
5%. Somente nos países asiáticos, mais de dois bilhões de habitantes têm o arroz e
seus derivados como fontes de 60 a 70% das calorias ingeridas diariamente. Este
cereal é, portanto, um alimento de extrema importância para a segurança alimentar
no planeta. No Brasil tem seu consumo difundido em todas as classes sociais, ocupa
posição de destaque tanto do ponto de vista econômico como do social.
No arroz, por ter produção sazonal, é utilizada a secagem como método de
conservação. Entretanto, cada vez mais a produtividade vem crescendo, em
conseqüência do grande incremento de tecnologias na área de produção, mas este
incremento não é acompanhado na pós-colheita, o que causa gargalos ou pontos de
estrangulamento no fluxo das etapas de recepção e secagem dos grãos. Isso, além
de reduzir a cadência operacional, provoca redução na qualidade dos grãos, pois
são elevados os graus de umidade e impurezas que eles contêm quando da colheita
mecanizada, que predomina no pais.
O Brasil se destaca como o maior produtor entre os países ocidentais.
Apesar das reduções de produção em algumas safras nos últimos anos, por
adversidades climáticas, a produção brasileira de arroz vem apresentando tendência
de crescimento, em função, principalmente, do constante incremento da
produtividade (CONAB, 2010). O Rio Grande do Sul, principal estado produtor, onde
predomina o sistema de cultivo irrigado, produz mais de 60% do arroz nacional,
sendo que a cadeia produtiva do arroz representa R$ 2,9 bilhões ao ano no PIB,
gerando 232.000 empregos diretos e indiretos. (IRGA, 2008)
- 19 -
O consumo brasileiro de arroz vem aumentando num ritmo inferior ao
crescimento da produção. Nos últimos 20 anos, o aumento da população brasileira
vem sendo compensado por uma redução no consumo per capita do cereal, em
conseqüência de uma série de modificações nos padrões e hábitos de consumo da
população (FAO, 2009)
Problemas encontrados no processo de secagem de arroz com casca são
similares aos de outros cereais, porém o arroz exige operação mais controlada, em
razão da suscetibilidade a quebras durante e após a secagem. Durante a secagem
do arroz, pode haver consideráveis perdas, seja pela sua característica de
sensibilidade, pelo método utilizado, pelo manejo térmico do ar de secagem, ou
pelos controles da operação e do equipamento.
Como produto agrícola, o arroz tem seu valor comercial dependente da
qualidade física e tecnológica dos grãos, sendo o percentual de grãos íntegros um
dos parâmetros de influência na comercialização com as indústrias.
Dentre outros
fatores, os métodos e as condições de manejo da secagem, as quais o produto é
submetido, afetam diretamente o beneficiamento, interferindo, principalmente, em
reduções no rendimento industrial e no valor comercial, além de diminuir a
conservabilidade durante o armazenamento e dificultar as operações de preparo
para o consumo.
Objetivando ampliar o acervo de informações técnicas e científicas sobre
operações de pós-colheita de arroz, e minimizar limitações operacionais nas etapas
de recepção e secagem, visa-se com este trabalho: a) estudar métodos de secagens
que possam diminuir esta limitação operacional, reduzindo perdas de qualidade dos
grãos causadas por esta limitação, sem causar danos nos grãos; b) estudar efeitos
do processamento industrial e do tempo de armazenamento em ambiente com
controle ambiental em temperatura reduzida sobre a qualidade de arroz
armazenados.
- 20 -
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Produção de arroz
O arroz é considerado pela FAO (Food and Agriculture Organization of the
United Nations) como o alimento mais importante para a segurança alimentar do
mundo. Além de fornecer um excelente balanceamento nutricional é uma cultura
bastante rústica, o que a faz também ser considerada a espécie de maior potencial
de aumento na produção para combate a fome no mundo (GOMES et al, 2004).
A produção do arroz (Tabela 2) ocorre em todos os continentes estando na
Ásia aproximadamente 90% da produção mundial. Na América Latina, o Brasil se
destaca como o maior produtor (FAO 2009).
O agronegócio do arroz no Rio Grande do Sul envolve anualmente a
produção de cerca de 7 milhões de toneladas, sendo considerado estabilizador da
safra nacional, responsável por cerca de 60% da produção brasileira, a maior entre
os Estados da Federação. Esta produção representa R$ 2,9 bilhões ao ano no PIB
(Produto Interno Bruto), gerando 232 mil empregos diretos e indiretos no Estado
(IRGA, 2008). O país tem apresentado um grande desempenho nas exportações de
produtos do agronegócio e conquistado novos mercados em diferentes partes do
mundo (SCOLARI, 2006), conforme é mostrado na Tabela 1.
Tabela 1 – Evolução das exportações brasileiras de produtos agrícolas de arroz
Ano
Exportação
(mil de toneladas)
2004 36,8
2005 272,5
2006 290,4
2007 201,4
2008 518,0
2009 866,3
Fonte: MDIC, 2009
- 21 -
Tabela 2 – Produção mundial de arroz (base casca), safra 2008.
Produção Participação
Posição Países
(mil ton) (%)
1 China
193354,18
28,23
2 Índia
148260,00
21,64
3 Indonésia
60251,07
8,80
4 Bangladesh
46905,00
6,85
5 Vietnã
38725,10
5,65
6 Tailândia
32099,40
4,69
7 Mianmar
30500,00
4,45
8 Filipinas
16815,50
2,45
9 Brasil
12100,14
1,77
10 Japão
11028,75
1,61
11 Paquistão
10428,00
1,52
12 Estados Unidos
9239,63
1,35
13 Egito
7253,37
1,06
14 Camboja
7175,47
1,05
15 Coréia do Sul
6919,25
1,01
Demais Países
53958,51
7,88
Mundo
685013,37
100,0
Fonte: FAOSTAT, 2010
O consumo brasileiro per capita de arroz é muito superiores aos demais
países ocidentais, havendo acentuada redução no consumo devido ao processo de
ocidentalização dos hábitos alimentares da população.
O consumo de arroz branco é superior a 70% no país, enquanto o
parboilizado polido responde por cerca de 23%. O consumo de arroz parboilizado
tem crescido substancialmente nos últimos anos, passando de 4% para
aproximadamente 22% em duas décadas (ABIAP, 2009).
O arroz parboilizado em relação ao branco polido apresenta vantagens
nutricionais importantes, com maiores teores de minerais, vitaminas e de
substâncias com ação semelhante a das fibras, denominadas de amido resistente,
que atuam na manutenção da glicemia (HELBIG, 2007).
A Figura 01 mostra o consumo médio per capita de arroz beneficiado no
mundo e na Ásia de 1990 a 2007.
- 22 -
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Anos
C
o
n
s
u
m
o
Mundo Asia
Figura 1 – Consumo per capita de arroz beneficiado no mundo e na Ásia, em Kg.(hab.ano)ֿ¹,
período entre 1990 e 2007.
Fonte: FAOSTAT, 2010
Conforme pode ser observado na Figura 02, o consumo per capita de arroz
beneficiado no Brasil teve uma redução de aproximadamente 14% nos últimos 20
anos, o que corresponde a 5,7 Kg.(hab.ano)ֿ¹. Este valor é considerado alto, se
comparado com o consumo per capita dos países desenvolvidos (Figura 03).
3
0
35
4
0
4
5
5
0
5
5
60
6
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19
91
19
92
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1994
19
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2000
20
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1
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02
20
03
2
0
04
2005
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0
6
20
07
Anos
C
o
n
s
u
m
o
arroz beneficiado arroz em casca
Figura 2 – Consumo per capita de arroz beneficiado e em base casca no Brasil, em
Kg.(hab.ano)ֿ¹, período entre 1990 e 2007.
Fonte: FAOSTAT, 2010
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1
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1
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8
1
9
9
9
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0
0
2001
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0
2
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2004
2005
2006
2
0
07
Anos
C
o
n
s
u
m
o
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
Paises desenvolvidos Paises em desnvovimento
Figura 3 – Consumo per capita de arroz beneficiado nos países desenvolvidos e em
desenvolvimento, em Kg.(hab.ano)ֿ¹, período entre 1990 e 2007.
Fonte: FAOSTAT, 2010
Apesar de ser considerado um alimento importante na alimentação humana,
o cereal ainda é pouco reconhecido pelas suas características funcionais, ou seja,
que também tem a capacidade de prevenir doenças, auxiliar no tratamento de
muitas delas e até de cura em função dos componentes que possui (HELBIG et al,
2008).
2.2 Características do grão
Representando 89 a 93% da cariopse, o endosperma é o principal
componente do arroz branco polido, sendo formado por grânulos de amido, algumas
proteínas e outros constituintes. Segundo Gomes et al. (2004), o arroz fornece 20%
da energia e 15% da proteína necessárias ao homem, e se destaca pela sua cil
digestão.
A composição química do arroz varia em função das condições de pré-
armazenamento, de armazenamento, da variedade e do sistema de beneficiamento
(AMATO e ELIAS, 2005). O arroz com casca contém, em média, de 6,7 a 8,3% de
proteínas, de 2,1 a 2,7% de lipídeos, de 3,4 a 6,0% de cinzas e de 70,5 a 84,2% de
carboidratos. O farelo obtido pelo polimento do arroz esbramado é constituído de
- 24 -
13,0 a 14,5% de lipídeos, de 6,1 a 8,5% de cinzas e, 48,3 a 55,4% de carboidratos
(DENARDIN et al., 2005; ZANÃO et al., 2006; LAMBERTS et al., 2008).
Através do descascamento e da separação da casca e da cariopse, obtém o
arroz integral. Este pode ser polido para remoção do farelo (pericarpo, tegumento,
camada de aleurona e gérmen), que representa 8,5-14,8% do arroz integral
(JULIANO & BECHTEL, 1985), obtendo-se o arroz branco polido. Os grãos também
podem ser submetidos à parboilização, podendo ser consumidos na forma integral
ou polido. O arroz é constituído principalmente por amido, apresentando
quantidades menores de proteínas, lipídios, fibras e cinzas, conforme apresentado
na Tabela 3.
Tabela 3 Composição centesimal média (% na matéria seca) de arroz integral, branco
polido e parboilizado polido.
Constituinte Arroz Integral Arroz branco polido Arroz parboilizado polido
Amido total 74,12
87,58
85,08
Proteínas (Nx5,95) 10,46
8,94
9,44
Lipídios 2,52
0,36
0,69
Cinzas 1,15
0,3
0,67
Fibra total 11,76
2,87
4,15
Fibra insolúvel 8,93
1,05
1,63
Fibra solúvel 2,82
1,82
2,52
Fonte: adaptado de DENARDIN, SILVA E STORCK, 2004
Os triglicerídeos são os principais constituintes, da fração lipídica,
contribuindo com 85% dos lipídeos no farelo e 60% no endosperma.
Quantitativamente, os principais ácidos graxos no óleo de arroz são oléico, linoléico
e palmítico, representando cerca de 43, 36 e 14% do total, nesta ordem
(GONÇALVES, 2005).
O conteúdo dio de proteínas do arroz sem casca encontra-se na faixa de
8,0 a 9,0%, havendo redução neste teor na medida em que vão sendo retiradas
camadas superficiais dos grãos, porque o teor de proteína diminui progressivamente
da periferia para o interior da cariopse (AMATO, 2002).
O principal carboidrato do arroz é o amido que representa cerca de 90% do
grão branco polido. A amilopectina representa de 63 a 92% de todo o amido e a
amilose, de 8 a 37% (HOSENEY, 1991). Todas essas características benéficas
podem ser comprometidas pelas inadequações técnicas e/ou operacionais que vão
- 25 -
desde a produção ao consumo, passando, principalmente, pela secagem, pelo
armazenamento e pela industrialização.
2.3 Princípios e aspectos operacionais da secagem
O arroz, por ter produção sazonal, utiliza a secagem como método de
conservação. Entretanto, cada vez mais a produtividade vem crescendo, devido ao
grande incremento de tecnologias na área de produção, mas este incremento não é
similar na pós-colheita, o que causa gargalos ou pontos de estrangulamento no fluxo
das etapas de recepção e secagem dos grãos. Isso, além de reduzir a cadência
operacional, provoca redução na qualidade dos grãos, em conseqüência dos
ocasionada pelos elevados graus de umidade e impurezas que contêm quando da
colheita mecanizada, que é mais utilizada.
Pode-se conceber a secagem como um processo de transferência
simultânea de calor e de massa. O ar, ao mesmo tempo em que fornece calor ao
sistema, absorve água do produto em forma de vapor. O gasto de energia
provocado pela evaporação da água é acompanhado por um resfriamento do ar.
Contudo, o ar absorve em forma de vapor o que perdeu sob a forma de calor,
caracterizando um processo isoentálpico. Grãos são produtos higroscópicos e, como
tais, sofrem variações no seu conteúdo de água, de acordo com as condições do ar
que os rodeia (ELIAS, 2007).
Quando o aquecimento acontece no grão, também aumentam a evaporação
e as pressões internas. Enquanto o grão perde água, ele tem seu tamanho reduzido,
graças à compressão externa, proveniente da pressão atmosférica e que aumenta à
medida que vai secando. Se aquecido, enquanto seca, contrariamente, sua pressão
interna aumenta e as camadas mais centrais do grão tendem à expansão. A
superfície do arroz não tem plasticidade ou capacidade elástica para suportar
tensões mecânicas muito elevadas, podendo nesses casos sofrer fissuras na
superfície, trincamento ou até mesmo quebra (ruptura do grão). Quanto mais
desequilibrados forem os fenômenos de evaporação e de difusão, maiores serão os
danos (BROOKER et al.; 1992; RESENDE et al., 2005; ELIAS, 2008).
A secagem artificial é realizada a partir de estruturas específicas construídas
para esse fim, onde o ar é forçado a passar pela massa de grãos, possibilitando a
secagem de grandes quantidades de grãos em curtos espaços de tempo,
- 26 -
independentemente das condições de temperatura e umidade relativa do ar
ambiente (AOSANI, 2007).
O aquecimento do ar de secagem, com a finalidade de diminuir sua umidade
relativa, aumentar sua entalpia e sua capacidade evaporativa, deve ser controlado
dentro de limites determinados, em virtude dos danos físico-químicos e biológicos
que podem causar aos grãos (MILMAN, 2002).
A qualidade dos grãos tem-se tornado um aspecto muito importante, tanto
para comercialização interna como para exportação. Dos processos da pós-colheita,
a secagem é a mais importante para a manutenção da qualidade dos grãos, além de
ser a fase em que o consumo de energia é mais significativo (DEVILLA, 1999).
A secagem é um processo complexo de transferência de calor e energia
entre os grãos e o ar, e freqüentemente não é bem entendido pelo operador do
secador, e seu treinamento ocorre normalmente por tentativa e erro. Portanto, não
surpreende a operação de secagem nas unidades armazenadoras estar longe do
ponto ótimo. Os enganos mais comuns estão em usar temperaturas excessivamente
altas para aumentar a velocidade de secagem, e diminuir o fluxo de grãos nos
elevadores para não correr o risco de “embuchamentos” (MENEGHETTI, 2008).
Os principais fatores que afetam o desempenho de secagem o as
condições ambientais e a umidade dos grãos. O clima determina a época e o grau
de umidade esperada na colheita, que varia de região para região. A umidade inicial
dos grãos tem um efeito significativo no desempenho do secador, não na
operação do secador, no consumo de energia, e na qualidade dos grãos, mas
também nos custos operacionais.
Após a colheita, os grãos devem ser submetidos à pré-limpeza, antes da
secagem. Quando eficientemente realizada. ela reduz os riscos de incêndio, facilita
a movimentação do ar e dos grãos, permite a uniformização da secagem e reduz
custos, que os materiais estranhos ou impurezas não estarão presentes para
serem secos, diminuindo as fontes de inoculo de microrganismos e de pragas, cujas
presenças são indesejáveis na classificação e na conservação posterior.
2.4 Secagem intermitente
O método intermitente é caracterizado pela passagem descontínua do ar
aquecido pela massa de grãos também em movimento, promovida pela recirculação
- 27 -
do grão no secador. Com isto a difusão da água do interior para a periferia do grão,
e a evaporação da água superficial se dão de uma maneira mais branda e
equilibrada. (ELIAS, 2007).
Grãos sensíveis a choques térmicos como, o arroz, quando submetidos à
alternância de ar aquecido e ar com temperatura ambiente, têm aumentos de
fissuras e/ou trincamentos, intensificando os teores de quebrados e reduzindo sua
conservabilidade durante o armazenamento, devido à ocorrência de danos físicos,
químicos e bioquímicos (LASSERAN, 1978; MOTTA et al., 1999).
Para a secagem intermitente são utilizados os secadores intermitentes e
mais ultimamente são utilizados secadores de coluna como câmara de secagem e
um silo ou regulador de fluxo para realizar a equalização, fazendo-se assim a
secagem intermitente. O processo ocorre com a movimentação do arroz e do ar de
secagem, que mantém períodos de contato e sem contato alternadamente.
O equipamento é constituído de duas câmaras: uma de secagem, onde
ocorrem as trocas de energia e de matéria durante o contato com o arroz, o ar
insuflado ou succionado, e outra de equalização, onde os grãos permanecem sem
contato com o ar de secagem. Na câmara de secagem o ar cede energia térmica, se
resfria, e absorve na forma de vapor a água peririca que evapora do grão. Na
câmara de equalização, o repouso permite que a água mais interna do grão de arroz
migre para a sua periferia, predominantemente por difusão.
Normalmente a temperatura do ar de secagem, não ultrapassa 115ºC, nem
e inferior a 70ºC. Este é um sistema que permite obter bons resultados, embora exija
maiores investimentos e uso de tecnologia mais sofisticada quando comparado a
outros métodos. Pelas características técnicas, operacionais e econômicas, o
sistema intermitente é o mais recomendável para a secagem do arroz, devendo ser
evitada a remoção brusca de água, que deve ser harmônica durante todo o
processo, com temperatura do ar de secagem de no máximo 110ºC, para controlar
os danos térmicos e mecânicos (BARBOSA et. al., 2005; SOSBAI, 2007).
A secagem com temperaturas crescentes do ar é uma operação mais
branda do que a secagem com temperatura constante, e ocasiona menores
prejuízos físico-químicos e biológicos ao arroz, pois a evaporação e a migração
interna da água são mais equilibradas, a velocidade de remoção de água é menor e
também são menores as temperaturas atingidas pela massa de arroz durante a
secagem (ROMBALDI, 1988; BOEMEKE, 2000).
- 28 -
2.5 Seca
-
aeração
O método de seca-aeração de grãos foi criado nos Estados Unidos na
década de 60 por George Foster, professor do Departamento de Engenharia
Agrícola na Universidade de Purdue, Indiana. As investigações que levaram ao
desenvolvimento deste método surgiram da necessidade de reduzir a deterioração
na pós-colheita do milho nos Estados Unidos, devido ao surgimento da colheita
mecanizada por automotriz, permitindo a colheita dos grãos em grandes
quantidades e com graus de umidade mais elevados do que o habitual, provocando
gargalos no fluxo de secagem (DIOS, 1985; BROOKER, 1992).
Foster (1967) e MacKenzie et al (1967) descobriram que o método de seca-
aeração proporcionava um aumento na cadência operacional do secador, melhorava
o aproveitamento das instalações e proporcionava redução nos custos com energia
na secagem. Embora estas vantagens fossem muito atrativas para o setor, suas
limitações restringiram sua consolidação a plantas industriais que comportavam os
equipamentos necessários para sua aplicação.
Para aplicar o método de seca-aeração, é necessário consorciar um secador
de fluxo contínuo e silos secadores. Porém se faz necessário realizar adaptações no
manejo do ar de secagem e de arrefecimento no secador contínuo (DIOS, 1985;
ELIAS, 2008).
A seca-aeração utiliza um secador convencional contínuo adaptado, que
permite receber ar aquecido nas duas câmaras. Assim, os grãos saem ainda
quentes e parcialmente secados, indo diretamente a um silo secador, onde
permanecem em repouso durante um determinado tempo, antes de iniciar a etapa
final de aeração na secagem dos grãos (MILMAM, 2002).
O método de seca-aeração consiste em interromper a secagem dos grãos
em fluxo contínuo quando a umidade dos grãos estiver entre 15 e 16%, passando os
grãos ainda quentes para um silo secador e aguardando de 4 a 12 horas de repouso
até o acionamento da aeração com ar ambiente (MACKENZIE et al., 1967;
LASSERAN, 1978; CUNHA, 1980; FRANCO e PETRINI, 2006).
Esse processo de secagem aumenta o rendimento do secador, reduz os
danos e mantém a aparência externa dos grãos, visto que o processo combinado de
repouso e aeração é um recurso para reduzir quebras e trincamento de grãos
(NEVES et al, 1983; DEVILLA et. al.,1999; TALBOT, 2003).
- 29 -
2.6 Efeitos na qualidade dos grãos
Mantendo-se constante o número de passagens pelo secador, o aumento da
temperatura do ar aumenta a velocidade de secagem, e reduz a percentagem de
grãos inteiros, sendo mais limitante o efeito da temperatura do ar de secagem sobre
o rendimento de engenho do que o dano mecânico causado pela movimentação do
arroz durante a secagem (ELIAS, 2007).
Shei e Chen (1999) estudando a secagem de arroz em casca pelo processo
intermitente em camadas finas, com temperatura do ar de secagem variando entre
35 e 45ºC, umidade absoluta do ar variando entre 10 e 26 g/kg ar seco, intervalo de
tempo de secagem variando entre 5 a 15 minutos, e intervalo de tempo de
temperagem variando entre 40 a 120 minutos, concluíram que um tempo de
secagem mais curto e um tempo de temperagem mais longo produzem menos
danos no grão.
Barbosa et al. (2006) verificaram efeitos da secagem intermitente com
temperaturas gradualmente crescentes do ar de 70, 90 e 100+5ºC e da secagem
estacionária em silo-secador com ar pouco aquecido, à temperatura de 30+5ºC
sobre o desempenho industrial dos grãos de arroz, e concluíram que ambos os
métodos são adequados para a secagem de grãos de arroz e que os menores
percentuais de grãos inteiros são observados imediatamente após a secagem,
independentemente do método utilizado.
Para secagem de arroz, deve ser evitada a remoção brusca da água, a qual
deve ser harmônica durante todo o processo e não deve ultrapassar dois pontos
percentuais por hora, em cada hora. Deve-se ter atenção na regulagem do secador
contínuo, para que o fluxo de secagem não ultrapasse dois pontos percentuais
horários de remoção de água nos grãos. Na secagem pelo método de seca-aeração
de arroz podem ser empregadas temperaturas de 60 a 80ºC no ar de entrada nas
câmaras de secagem, do secador de coluna, com um período mínimo de repouso de
quatro horas. É importante controlar o processo para que a temperatura da massa
de grãos não ultrapasse 40ºC, valendo o mesmo para sementes (ELIAS, 2007).
Abud-Archila et al. (2000) afirmam que em paises de clima temperado como
a França, a secagem do arroz é uma das principais causas de fissuras. Estas
fissuras virtualmente invisíveis no arroz em casca, conduzem a relações de quebras
altas após o beneficiamento, e concluem que altas taxas de evaporação da água
- 30 -
dos grãos são mais danosas do que altas temperaturas da massa de grãos, ou seja
que o rendimento de grãos inteiros o é afetado pela temperatura elevada da
massa de grãos se a capacidade evaporativa do ar se mantiver baixa.
Ao determinar o rendimento do arroz após secagem com temperaturas de
50, 60, e 70ºC e períodos de repouso de 30, 60, 120 e 180 minutos, entre as
passagens pelo secador, Faroni (1983) verificou que o maior percentual de grãos
inteiros de arroz beneficiado (58,8%) foi obtido em secagem com ar a temperatura
de 50ºC, e período de repouso de 180 minutos. A secagem intercalada com
períodos de repouso entre as passagens pelo secador causa um aumento
acentuado no rendimento final de grãos inteiros de arroz.
Elias et al. (2006), examinaram efeitos imediatos e latentes em parâmetros
qualitativos de arroz submetidos a três condições de secagem intermitente: I)
temperaturas crescentes do ar de 70, 90 e 100+5ºC, com relação de intermitência de
1:3; II) temperaturas crescentes do ar de 70, 90 e 100+5ºC, com relação de
intermitência de 1:1,5; III) temperatura constante do ar de 90+5ºC durante toda a
operação de secagem. Concluíram que, aumentando a relação de intermitência
entre as câmaras de secagem e de equalização, aumentam o tempo de operação e
o consumo de energia para o aquecimento do ar, mas diminuem a taxa de secagem
e o consumo de energia por quantidade de grãos secados; redução significativa
no rendimento de grãos inteiros, imediatamente após a secagem, sendo essa
redução menos acentuada quando o ar é aquecido gradualmente.
O rendimento de grãos inteiros e quebrados é o principal parâmetro
considerado na avaliação comercial do arroz para a determinação da qualidade e do
preço do produto. Dentre outros fatores, os métodos e as condições de manejo da
secagem, aos quais o produto é submetido, afetam diretamente o beneficiamento,
interferindo, principalmente, na porcentagem de grãos inteiros obtidos (CANEPELLE
et al.,1992).
Segundo Brooker et al. (1992), a formação de trincas é devida ao gradiente
de umidade que se forma no interior do grão, do centro para a periferia, o qual, ao se
tornar muito elevado, conduz ao aparecimento de tensões que podem trincar o grão.
Os danos mais freqüentemente observados quando a secagem com ar
aquecido não for convenientemente controlada são: redução de vigor e germinação
da semente, alteração de cor, formação de crosta periférica, perda de matéria seca,
redução da integridade física dos grãos, diminuição da digestibilidade das proteínas,
- 31 -
desestruturação do amido e redução da conservabilidade, além do desperdício de
tempo e de energia (ELIAS, 1998; ELIAS et. al., 2008 ).
Para o arroz que se destina ao beneficiamento direto, sem ser armazenado,
recomenda-se, após a secagem e antes do beneficiamento propriamente dito, deixar
em repouso os grãos por período que, dependendo da variedade utilizada e das
condições de secagem, pode variar de 48 a 72 horas, com a finalidade de permitir o
estabelecimento do equilíbrio termo-hídrico e o relaxamento de tensões internas,
constituindo o que se denomina de temperagem ou tempo de têmpera (LUZ et
al.,1993).
A quebra dos grãos ocorre, principalmente, durante os processos de
descascamento e de brunimento. A maioria dos grãos quebrados, durante o
beneficiamento, já apresentava fissuras antes do processo (CALDERWOOD, 1980).
A parboilização é um processo hidrotérmico que altera a forma do amido de
cristalina para amorfa durante a gelatinização, havendo posterior retrogradação. O
processo contribui na redução das perdas de industrialização dos grãos, bem como
no incremento do valor nutricional, além de aumentar a estabilidade no
armazenamento e no transporte (AMATO et al., 2002).No processo de parboilização
do arroz, as operações correspondentes às do beneficiamento convencional o
precedidas pelo tratamento hidrotérmico, que em geral consta de quatro etapas:
hidratação ou encharcamento, autoclavagem, secagem e temperagem.
Após essas etapas, os grãos são submetidos, de maneira similar ao sistema
convencional, às operações de descascamento, polimento, separação de quebrados
e de grãos com defeitos. A hidratação tem por finalidade promover a entrada de
água no interior do grão, aproveitando a propriedade que tem o amido de absorver
cerca de 30% do seu peso em água, tomando o espaço ocupado pelo ar dentro do
grão.
A temperatura utilizada é um pouco inferior à temperatura de gelatinização e
esse valor é próprio para cada cultivar. Após a hidratação, o arroz é geralmente
submetido à autoclavagem, a qual tem por objetivo promover a gelatinização do
amido, que é facilitada pelo fato de o grão estar com umidade alta e energia gerada
pelo calor da água de hidratação.
- 32 -
2.7 Armazenamento
A forma mais comum de armazenagem de cereais e leguminosas é a do
grão vivo. Este contém alta concentração de substâncias nutritivas e é fácil de
armazenar graças a seu baixo teor de água (GWINNER, 1997).
Cereais e leguminosas possuem baixa capacidade de condutibilidade
calorífica, o que significa que as diferenças de temperatura no produto armazenado
são perceptíveis em distancias curtas e períodos longos. Isto leva a acumulações
de calor na massa de grãos, com todas as conseqüências desvantajosas, como
aumento da respiração, infestação com insetos e condensação (GWINNER, 1997;
PUZZI, 2000; LORINI et. al., 2009).
O tipo de manutenção a aplicar, sua periodicidade e intensidade, ficam na
dependência de resultados observados ao longo do período de armazenamento, das
medidas de controle de qualidade obtidas em testes, onde fatores como variação de
umidade relativa e temperatura do ar, umidade e temperatura do grão, bem como a
avaliação do grau de desenvolvimento de microrganismos, de insetos e de ácaros, a
presença de roedores e a variação de acidez do óleo, entre outros, devem ser
considerados (ELIAS, 2002; ELIAS, 2007).
A temperatura dos grãos armazenados é um bom índice do seu estado de
conservação (PUZZI, 2000). A principal fonte de deterioração é o aquecimento
espontâneo da massa de grãos. Em países da Europa Central e da América do
Norte, onde predomina clima temperado, são mais raros os problemas com
armazenamento nos meses mais frios do ano, do que naqueles meses mais
quentes, que sucedem à colheita (MAIER, 1995).
Em climas quentes recomenda-se aeração com ar natural nas regiões mais
elevadas, do contrário, aeração com ar frio artificial. Climas temperados e
moderados o os mais apropriados para ventilação usando ar ambiente. A linha de
30
o
latitude (norte e sul do equador) forma aos limites ásperos para aeração
(NAVARRO e NOYES, 2002).
Devido á estrutura interna do grão, sua superfície, suas propriedades físicas
como a baixa condutividade térmica, os grãos oferecem as melhores condições para
serem resfriados e assim permanecerem por longo período (ELIAS, 2008). O
resfriamento dos grãos reduz as perdas fisiológicas pela respiração intrínseca e
- 33 -
mantém sua qualidade, oferecendo proteção contra desenvolvimento insetos
(SANTOS, 2002, LAZARI et. al.,2006).
O grau de umidade do grão depende da umidade relativa do ar que o
circunda. No momento em que as pressões de vapor da água contida na superfície
do grão e do vapor d’água do ar circundante se igualam, não mais variação de
umidade, ocorrendo o equilíbrio higroscópico. Outros fatores influem nesta relação,
como temperatura do ar, efeito da histerese e composição química do grão, ou seja,
diferentes espécies não mantém o mesmo grau de umidade de equilíbrio sob as
mesmas umidades relativas do ar (HARRINGTON, 1973; LASSERAN, 1978; ELIAS,
2002).
No armazenamento, além das alterações decorrentes do metabolismo do
próprio arroz, o metabolismo de microrganismos associados, principalmente
fungos, cujos principais danos causados são mudanças de coloração, desgaste das
reservas nutritivas, alterações na estrutura de carboidratos, lipídeos, proteínas e
vitaminas, produção de toxinas, aquecimento dos grãos, exalação de odores
desagradáveis e presença dos próprios microrganismos, com redução da
capacidade germinativa e de vigor das sementes e aumento de defeitos nos grãos
(FAGUNDES et.al., 2005).
- 34 -
3. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi destinado à avaliação de efeitos imediatos e latentes nos
grãos secados pelos métodos de secagens e do armazenamento com controle
ambiental em temperatura reduzida sobre parâmetros industriais, tecnológicos e de
conservabilidade do arroz submetido aos processos industriais de beneficiamento de
arroz branco e parboilizado, bem como, avaliar efeitos da preferência de consumo
do inseto Sitophilus sp. dos diferentes métodos de secagem em grãos com casca,
integral, branco inteiro e branco quebrado.
O experimento foi executado nas instalações do Laboratório de Pós
Colheita, Industrialização e Qualidade de Grãos (LABGRÃOS) do Departamento de
Ciência e Tecnologia Agroindustrial da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da
Universidade Federal de Pelotas (DCTA – FAEM – UFPEL).
3.1 Material
Foi utilizado arroz, em casca, classe grãos longo finos, produzido em
sistema irrigado na região sul do Rio Grande do Sul.
A colheita, com umidade próxima a 20%, foi seguida da pré-limpeza em
máquinas de peneiras planas, sendo então realizadas as secagens dos grãos, que
posteriormente armazenados em local com controle ambiental de temperatura
reduzida (17±C).
3.2 Métodos Experimentais
Após a recepção do arroz pré-limpo em equipamentos de escala industrial,
os grãos foram imediatamente submetidos a três métodos de secagem: intermitente
clássica, intermitente escalonada e seca-aeração.
- 35 -
Nos métodos de secagem intermite clássica e intermitente escalonada foram
utilizadas temperaturas crescentes onde na primeira hora o termostato foi regulado
para o ar atingir uma temperatura máxima de 70+5ºC, na segunda para atingir
90+5ºC e na terceira para atingir 100+5°C, permanecendo nesta condição até os
grãos reduzirem seu grau de umidade para 13% para a secagem intermitente
clássica e a cerca de 15% para a secagem intermitente em regime escalonado.
Os secados pelo método intermitente clássico foram para o armazenamento
definitivo, enquanto os secados pelo sistema escalonado foram armazenados por
aproximadamente 30 dias e posteriormente os mesmos retornaram ao secador para
complemento da secagem. Nesta secagem foi utilizado um secador de coluna
(Figura 4) adaptado para o sistema intermitente, que constitui no bloqueio do ar na
câmara superior (a qual funcionou como câmara de equalização) sendo o ar
aquecido direcionado para a câmara inferior (que funcionou como câmara de
secagem).
Os grãos eram carregados no secador, recirculando até atingirem a umidade
programada e eram então descarregados para serem conduzidos ao
armazenamento, definitivo ou temporário, respectivamente no processo intermitente
clássico e no intermitente escalonado.
Na secagem pelo método de seca-aeração os grãos foram submetidos a
uma primeira etapa no secador continuo adaptado (Figura 4) onde foi utilizado o
secador com coluna inteira com temperatura do ar de secagem de 100°C.
Posteriormente os grãos passaram para um silo secador (Figura 5) para
complementar a secagem. Após um período de espera de 6 horas para depois ligar
a aeração com ar na temperatura ambiente. Na primeira etapa os grãos foram
secados até 15% de umidade e na segunda etapa, após o repouso, para 13% de
umidade.
No secador (Figura 4) em escala piloto, as adaptações permitem que se
possa distribuir o ar quente tanto na câmara superior como na inferior ou em ambas,
possibilitando um controle completo da temperatura em cada câmara, podendo, por
isso, ser utilizado para secagem intermitente, secagem continua ou por seca-
aeração.
- 36 -
Figura 4 – Esquema do secador de coluna
Figura 5 – Silo secador
- 37 -
O delineamento utilizado no experimento foi o completamente casualizado,
num esquema fatorial 3X2X2 (3 métodos de secagem X 2 tempos de
armazenamento X 2 processos de beneficiamento), com 3 repetições para cada
tratamento, conforme diagrama apresentado na Figura 6.
Figura 6 – Representação do delineamento experimental.
Logo após o término de cada operação de secagem, os grãos foram
misturados para que ocorresse a uniformização da umidade. Em seguida, as
amostras foram divididas em partes iguais e então armazenadas durante doze
meses em sacos de polipropileno de 50Kg cada, em condições ambientais
controladas de temperatura reduzida de aproximadamente 17±C.
Na avaliação de preferência de consumo foram utilizados os grãos obtidos
das secagens sendo estudado, a preferência de consumo do inseto Sitophilus sp.
nas diferentes secagens e nos grãos com casca, integral, branco polido e branco
quebrado.
No estudo da preferência dos insetos foi utilizada uma “arena” (Figura 7)
(caixa de madeira de 80 x 80 x 10cm), contendo 16 compartimentos individualizados
dispostos eqüidistantes circularmente. Para fechar a parte superior foi utilizada uma
tela que impossibilitava a saída dos insetos. Em cada compartimento foram
colocados 700g de grãos e no centro da “arena” 2 mil insetos da praga Sitophilus
sp..
- 38 -
Figura 7 – “Arena” utilizada no estudo de preferência de consumo do inseto
Sitophilus sp.
3.3 Avaliações
Foram analisados os conteúdos de umidade, peso volumétrico, desempenho
industrial, parâmetros de cocção, parâmetros texturométricos e preferência dos
insetos de acordo com a metodologia oficial ou desenvolvido no próprio laboratório,
conforme o caso.
3.3.1 Umidade
O grau de umidade foi estabelecido através do uso de estufa a 105 ± C,
com circulação natural de ar, por 24 horas, de acordo com o método oficial de
análises de sementes preconizado pelo Ministério da Agricultura (BRASIL, 1992).
3.3.2 Massa específica
Determinada utilizando-se balança de peso hectolitro Dalle Molle com
capacidade de ¼ de litro, sendo necessária transformação para kg.m
-3
e balança
eletrônica digital com precisão de 0,01g, realizado de acordo com a metodologia
descrita por Regras de Análises de Sementes (BRASIL, 1992)
3.3.3 Peso de mil grãos
Determinado segundo a metodologia descrita por Regras de Análises de
Sementes (BRASIL, 1992) através da contagem de 50 grãos em quadruplicata e
calculado o peso de mil grãos.
- 39 -
3.3.4 Operações de beneficiamento industrial
As amostras de arroz em casca foram coletadas no e no 12º mês de
armazenamento, sendo submetidas aos processos de beneficiamento convencional
(branco polido) e de parboilização, em escala piloto, usando metodologia
desenvolvida no próprio Laboratório de Grãos (ELIAS, 1998)
Antes do beneficiamento, todas as amostras foram submetidas às operações
de limpeza e seleção em protótipos de máquinas de ar e peneiras planas e
cilíndricas, onde foram retiradas as impurezas e os materiais estranhos que
prejudicam o fluxo do produto no processo, danificando os equipamentos e
reduzindo a qualidade do produto final.
3.3.4.1 Processo convencional
Foram realizadas as operações de descascamento, polimento, separação de
quebrados e separação de defeitos, conforme as Normas de Identidade, Qualidade,
Embalagem e Apresentação do Arroz (BRASIL, 2009).
a. Descascamento
Após a limpeza, os grãos foram desprovidos das glumelas (lema e pálea), na
operação denominada de descascamento, realizada em engenho de provas da
marca Zaccaria modelo DTAZ1, de acordo com as recomendações prescritas no
manual de operações fornecido pelo fabricante. Os grãos que não tivessem sua
casca removida na primeira passagem, denominados marinheiros, eram separados
manualmente, pesados e descontados da amostra original.
b. Polimento
O polimento também foi realizado no engenho de provas marca Zaccaria
modelo DTAZ1, onde as amostras permaneceram pelo tempo necessário para ser
retirado cerca de 8% de farelo.
c. Separação dos grãos quebrados
O material descascado e polido ainda passou pela separação de inteiros e
quebrados, realizada em trieur (cilindro alveolado) do próprio engenho de provas,
onde as amostras permaneceram por um minuto.
d. Identificação e separação de defeitos
A identificação e a separação dos grãos com defeitos foram realizadas de
acordo com os termos, conceitos e caracterização constantes na Instrução
Normativa 6/2009, do Ministério da Agricultura (BRASIL, 2009). Os testes foram
- 40 -
executados em amostras de grãos polidos em que houve separação prévia daqueles
que apresentaram defeitos metabólicos e/ou não metabólicos.
3.3.4.2 Processo de parboilização
De cada tratamento, foi coletada uma amostra de arroz em casca pesando
1,0kg, que após ser parboilizada e processada, serviu para a realização das
avaliações posteriores.
a. Operação unitária de hidratação ou encharcamento
As amostras de cada tratamento foram acondicionadas em sacos de filó,
identificadas e colocadas em latas. Nas latas era adicionada água na proporção
grãos/água de 1:1,5; com temperatura (da água) de 2ºC acima da temperatura da
água dos tanques de encharcamento, onde as latas eram imersas.
Através de testes preliminares foram definidos os parâmetros de tempo e
temperatura recomendados, sendo verificado que esse genótipo exige temperatura
média de 65+2ºC, e encharcamento ideal com tempo de 5 horas e 30 minutos, em
água.
b. Autoclavagem:
Realizada em autoclave horizontal, modelo FABBE-104C, com uma pressão
de 0,35+0,05kgf.cm
-2
, durante 15 minutos, conforme metodologia proposta por Elias
(1998).
c. Secagem:
Realizada após o escoamento do excesso de água livre das amostras por
gravidade. Foi usado secador de amostras de cabine, desenvolvido pelo próprio
Laboratório de Grãos, dotado de ventilador axial, com motor monofásico de 1cv de
potência, e de resistência elétrica, com 500W de potência, ambos alimentados por
tensão de 220V. O equipamento foi regulado para que a temperatura do ar de
secagem se mantivesse inicialmente a 70°C e posteri omente a cada hora a
temperatura era reduzida 10°C, assim as amostras permaneceram secando até que
os grãos atingissem umidade próxima a 13%.
d. Temperagem:
As amostras foram mantidas em repouso, por 72 horas, fora do secador,
sem contato com correntes de ar, para minimizar os efeitos dos gradientes térmicos
e hídricos dos grãos, antes de submetê-las às demais operações.
- 41 -
3.4 Desempenho industrial
Segundo a legislação brasileira, arroz beneficiado é o produto maduro que
depois de submetido ao processo de beneficiamento encontra-se desprovido de sua
casca (BRASIL, 2009).
Todas as amostras foram submetidas às operações de limpeza e seleção
em protótipos de máquinas de ar e peneiras planas e cilíndricas, onde foram
retirados as impurezas e os materiais estranhos que prejudicam o fluxo do produto
no processo, danificando os equipamentos e reduzindo a qualidade do produto final.
Foram realizadas as operações de descascamento, polimento, separação de
quebrados e separação de defeitos, conforme as Normas de Identidade, Qualidade,
Embalagem e Apresentação do Arroz (BRASIL, 2009).
Para a avaliação do rendimento de grãos inteiros de cada saco de 50Kg
foram coletados 100 gramas de amostra, em três repetições de cada tratamento.
Após a temperagem os procedimentos seguiram a mesma metodologia
utilizada no beneficiamento convencional (item 3.3.4.1)
A separação de defeitos dos grãos de arroz foi realizada de acordo com os
termos, conceitos e caracterização constantes na Instrução Normativa 06/2009, do
Ministério da Agricultura (BRASIL, 2009).
3.5 Composição Centesimal
As amostras de grãos polidos foram moídas e divididas em duas partes, uma
destinada à determinação da umidade e outra para execução das análises químicas.
Na obtenção de parâmetros para conservabilidade foram analisados os
percentuais de proteína, cinzas, óleo e acidez total do óleo.
3.5.1 Proteína Bruta
O conteúdo de proteína bruta foi determinado pelo método Kjedahl,
conforme procedimento da AOAC (1997);
3.5.2 Extrato Etéreo
O extrato etéreo foi determinado em aparelho Soxhlet de acordo com o
procedimento descrito pelo método da AOAC (1997).
- 42 -
3.5.3 Acidez do Extrato Etéreo
A acidez do extrato etéreo foi determinada de acordo com o procedimento
descrito pelo método da AOCS (1992).
3.5.4 Cinzas
O conteúdo de minerais ou cinzas foi determinado em mufla a 550ºC/5h de
acordo com o procedimento descrito pelo método da AOAC (1997).
3.6 Parâmetros de Cocção
Essas características foram avaliadas de acordo com a metodologia
proposta por Martinez & Cuevas (1989), com adaptações por Gularte (2002). Foram
avaliados os parâmetros tempo de cocção, rendimento gravimétrico e rendimento
volumétrico.
As amostras, cozidas simultaneamente em chapa de ferro aquecida por
energia elétrica, em panelas apropriadamente desenvolvidas para o Laboratório. No
experimento eram colocadas 30g de arroz, sendo adicionada água com temperatura
a 95ºC, medida com auxílio de proveta determinando-se as diferentes proporções de
água conforme o processo de beneficiamento do arroz (convencional ou
parboilizado).
Após a adição da água, as panelas foram tampadas, mantendo o controle da
temperatura com termômetro. O tempo de cocção foi marcado por cronômetro digital
quando a temperatura da água da panela atingisse 80°C, ficava cozinhando, sempre
cuidando para que não ocorresse transbordamento.
Foram avaliadas as características de cocção das amostras de arroz pelos
parâmetros de tempo de cocção, rendimento volumétrico e rendimento gravimétrico,
em amostras de grãos inteiros sem defeitos, processados pelos sistemas
convencional e parboilizado.
Para a avaliação do rendimento em volume e da absorção de água na
cocção, que corresponde ao rendimento gravimétrico (em peso) foi utilizada a
metodologia calibrada no Laboratório de Grãos da UFPel, a qual consiste na
avaliação de volume dos grãos de arroz antes da cocção e após esta. O rendimento
volumétrico é obtido através da divisão do volume final, sem compressão dos grãos
cozidos, pelo volume inicial do arroz cru.
- 43 -
O rendimento gravimétrico de cocção, que corresponde à absorção de água
pelos grãos durante o cozimento, foi calculado pela diferença percentual entre os
pesos do arroz cozido e da amostra crua. Testes preliminares foram feitos para se
determinar a proporção ideal para o produto em estudo, a qual foi determinada para
o processo de industrialização convencional a proporção de 2:1, e de 2,6:1 para a
processo de industrialização por parboilização.
O volume inicial do arroz cru e o volume final do arroz cozido foram
determinados através de medição, com paquímetro, das dimensões da massa de
grãos contida na panela, sendo aplicada a equação do volume do cilindro, π.r
2
.h,
onde π é uma constante matemática igual a 3,14; r o raio do recipiente (panela); e h
a altura ocupada pelo arroz nesse recipiente antes (hi) e após (hf) o cozimento.
Conforme o volume inicial (Vi) e o final (Vf) do arroz foram calculados o rendimento
volumétrico, expresso em percentagem (%), de acordo com a Equação 1.
.100
Vf
Rv
Vi
=
em que:
Rv = Rendimento volumétrico (%);
Vf = Volume final - arroz cozido (cm
3
);
Vi = Volume inicial - arroz cru (cm
3
).
Equação 1 – Rendimento volumétrico
O rendimento gravimétrico (Rg) foi determinado pelo quociente entre o peso
final Pf (arroz cozido) e o inicial Pi (arroz cru), conforme Equação 2.
.100
Pf
Rg
Pi
=
em que:
Rg = Rendimento gravimétrico (%);
Pf = Peso final - arroz cozido (g);
Pi = Peso inicial - arroz cru (g).
Equação 2 – Rendimento gravimétrico
- 44 -
3.7 Perfil texturométrico
Utilizando o equipamento texturômetro modelo Texture Analyser TA.XTplus,
Stable Micro Systems, foram obtidos os parâmetros de perfil texturométrico do arroz
cozido. Por ensaios preliminares foram adaptadas as metodologias propostas por
Champagne (1998) e Lyon (2000).
As amostras submetidas à determinação do perfil de texturométrico foram
selecionadas pelo critério de melhor desempenho no rendimento volumétrico, no
comportamento de cocção, independentemente da temperatura de cocção e da
proporção de água a que foram submetidas.
O procedimento de avaliação dos parâmetros de cocção e perfil
texturométrico, ocorreu subseqüentemente. Depois de finalizada a metodologia
aplicada na cocção, foram selecionadas para a análise de textura as amostras que
demonstraram melhor desempenho no rendimento volumétrico de cocção.
Permitindo operar com o texturômetro programado e calibrado, em testes
preliminares, era aguardada a estabilização da temperatura das amostras, mantidas
nos recipientes de cocção.
Utilizando Placa de Petri, de vidro, em formato cilintrico, com 50 milímetros
de diâmetro e 10 milímetros de altura, 10 gramas de amostras foram
cuidadosamente acondicionadas à placa. Foi utilizada para a transferência das
amostras, do recipiente de cocção para a placa, com instrumentação flexível e não
contundente, no intuito de evitar deformações nos grãos.
Em movimentos leves e horizontais a amostra, na placa era nivelada
permitindo que o probe utilizado na compressão das amostras, em formato cilíndrico,
com 45 milímetros de diâmetro, tivesse a maior área de contato possível com a
amostra, minimizando diferenças de alturas no contato com os grãos, quando
arranjados de forma aleatória.
O texturômetro foi configurado para comprimir a 60% do tamanho original da
amostra de 10 gramas, com velocidade de teste de 1mm.s
-1
e tempo entre
compressões de 3 segundos.
As propriedades avaliadas no perfil texturométrico, e suas unidades de
medida, são definidas analogamente em relação a uma descrição sensorial como:
Firmeza (g) força máxima requerida para comprimir a amostra numa
dada percentagem pré-estabelecida;
- 45 -
Mastigabilidade (N.mm) número de mastigações necessárias para
tornar o alimento com consistência adequada para ser engolido;
Gomosidade (N) – energia requerida para desintegrar um alimento
semi-sólido para um estado pronto de ser engolido, sem mastigar;
Elasticidade (mm) grau como o alimento retoma a sua forma após
uma compressão parcial da língua contra os dentes ou céu da boca;
Adesividade (J) força necessária para remover o alimento que adere
na língua, dentes e mucosas.
3.8 Preferência de reprodução e consumo pelo Sitophilus sp.
A preferência de consumo foi avaliada pelo método descrito por Piana 1993,
com adaptações. Neste parâmetro foram avaliados o número de insetos e o
consumo dos mesmos. Na avaliação de preferência foram utilizados Sitophilus sp. e
uma “arena” onde foram dispostos os grãos de diferentes beneficiamentos. Sessenta
dias após a infestação foi realizada a contagem de insetos em cada parcela, para
avaliar a preferência para reprodução, e por diferença de peso o consumo dos
insetos nas diferentes formas de apresentação dos grãos: em casca, integral e
branco.
- 46 -
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para possibilitar o estudo dos efeitos do sistema de secagem dos grãos nos
métodos de beneficiamento convencional e por parboilização, é necessário
estabelecer o comportamento hidrotérmica dos grãos utilizados no experimento.
Na Figura 8 são apresentadas as isotermas de hidratação do arroz ao longo
na operação encharcamento com três temperaturas.
60°C y = 9E-08x
3
- 8E-05x
2
+ 0,0324x + 22,171
R
2
= 0,9118
65°C y = 2E-07x
3
- 0,0002x
2
+ 0,052x + 22,618
R
2
= 0,9564
70°C y = -1E-07x
3
+ 1E-06x
2
+ 0,0416x + 23,032
R
2
= 0,9493
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 390 420 450
Tempo (min)
Umidade (%)
60°C 65°C 70°C
Figura 8 – Isotermas de hidratação.
Observa-se na Figura 8 que o arroz utilizado no estudo apresenta uma
estabilidade de absorção de água aos 330 minutos de encharcamento. A análise dos
grãos permitiu verificar ao final da operação e na posterior autoclavagem que nessa
condição não há deformação dos grãos.
O comportamento do material está de acordo com a literatura. Para que o
processo de parboilização seja satisfatório é necessário que o amido absorva o
máximo possível de água na operação de encharcamento sem que ocorra
deformação nos grãos, para possibilitar que ocorra a gelatinização do amido que se
- 47 -
completa na operação de autoclavagem (AMATO e ELIAS, 2005) ou nas estufas nos
processos menos tecnificados (ELIAS et. al., 2009).
Na Tabela 4 são apresentados os teores de água dos grãos de arroz
secados pelos métodos intermitente clássica, intermitente escalonada e por seca-
aeração, sendo armazenados por doze meses em ambiente com temperatura
reduzida em sistema de controle técnico operacional.
Tabela 4 - Umidade (%) dos grãos em casca, secados por três métodos e armazenados por
doze meses sob resfriamento.
Arroz em casca
Meses de armazenamento
Métodos de Secagem
12º
Intermitente clássica a 13,3 A a 13,1 A
Intermitente escalonada a 13,4 A a 13,0 A
Seca-aeração a 13,5 A a 13,0 A
Médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas iguais, na mesma coluna, e letras
maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância;
Conforme pode ser observado na Tabela 4 para arroz em casca o houve
diferença estatística nos teores de água entre os grãos submetidos aos diferentes
métodos de secagem tanto no 1º como no 12º mês de armazenamento para nenhum
dos métodos.
Este comportamento em relação à umidade ocorreu porque a umidade tem
caráter dinâmico de equilíbrio higroscópico, acompanhando as condições do
ambiente de armazenamento. Não houve variação de umidade no período de
armazenamento porque os grãos foram mantidos em ambiente com controle
ambiental de temperatura reduzida (17±1°C).
Nas Tabela 5 e 6 são apresentados os valores do peso de mil grãos e de
peso volumétrico dos grãos secados pelos métodos intermitente clássica ,
intermitente escalonada e por seca-aeração, armazenados por doze meses e
beneficiados pelo processo convencional de arroz branco e por parboilização.
- 48 -
Tabela 5 Peso de mil grãos (g) e peso volumétrico (g) dos grãos de arroz natural em
casca, secados por três métodos e armazenados por doze meses sob resfriamento.
Peso de mil grãos Peso volumétrico
Métodos de secagem
12º 12º
Intermitente clássica a 22,71 A a 22,51 A a 553,1 A a 478,75 A
Intermitente escalonada a 22,84 A a 22,48 A a 547,6 A a 473,22 A
Seca-aeração a 22,69 A a 22,68 A a 547,4 A a 473,85 A
Para o mesmo parâmetro, as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
Tabela 6 Peso de mil grãos (g) e peso volumétrico (g) dos grãos parboilizados em casca,
secados pelos por métodos e armazenamento por doze meses sob resfriamento.
Peso de mil Grãos Peso volumétrico
Métodos de secagem
12º 12º
Intermitente clássica a 22,53ª a 22,65 A a 412,8 A a 410,9 A
Intermitente escalonada a 22,86 A a 22,66 A a 415,1 A a 411,6 A
Seca-aeração a 22,74 A a 22,57 A a 411,9 A a 411,9 A
Para o mesmo parâmetro as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
Conforme pode ser observado nos dados apresentados nas Tabelas 5 e 6
para arroz natural em casca e parboilizado em casca, respectivamente, não houve
diferenças nos pesos volumétricos e nos pesos de mil grãos em função do método
de secagem e nem em função do tempo de armazenamento. Esse comportamento é
decorrente do resfriamento, que reduziu o metabolismo dos grãos, diminuindo as
perdas de massa que a literatura relata (FAGUNDES et. al., 2005).
Os valores do peso de mil grãos e de peso volumétrico nas Tabelas 5 e 6
não apresentaram diferença estatística para arroz branco e parboilizado. Este fato
mostra que os métodos de secagem não ocasionam diferentes danos latentes nos
grãos e o armazenamento em temperatura reduzida mantém a qualidade dos grãos.
Os resultados são compatíveis com os relatados por Corrêa (2007)
Verificando-se os valores de peso volumétrico nas Tabelas 5 e 6 é possível
observar que o peso volumétrico do arroz parboilizado é menor do que o arroz em
casca natural. Isto ocorre porque processo de parboilização provoca diminuição da
aderência da casca. Este fato também foi observado por Reddy (2004).
- 49 -
Nas Tabelas 7, 8, 9 e 10 são apresentados, respectivamente, os percentuais
do total de grãos inteiros, grãos com defeitos metabólicos e com defeitos não
metabólicos, em arroz secado pelos métodos intermitente clássica, intermitente
escalonada e por seca-aeração, os quais foram armazenados por doze meses sob
resfriamento e posteriormente beneficiados pelos processos industriais de arroz
branco e parboilizado.
Tabela 7 Rendimento de grãos inteiros (%) em arroz, secado por três métodos,
armazenados por doze meses sob resfriamento e beneficiados pelo processo convencional
de arroz branco.
Meses de armazenamento
Métodos de secagem
12º
Intermitente clássica b 53,3 B a 55,5 A
Intermitente escalonada b 53,2 B a 55,6 A
Seca-aeração a 54,1 B a 55,7 A
Médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas iguais, na mesma coluna, e letras
maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância;
Tabela 8 Defeitos não metabólicos (%) e defeitos metabólicos (%) de arroz branco polido,
secados pelos três métodos de secagem no período de armazenamento.
Defeitos não metabólicos Defeitos metabólicos
Métodos de secagem
12º 12º
Intermitente clássica a 0,51 A a 0,50 A a 0,18 B a 0,28 A
Intermitente escalonada a 0,51 A a 0,50 A a 0,17 B a 0,29 A
Seca-aeração a 0,51 A a 0,51 A a 0,24 B a 0,36 A
Para o mesmo parâmetro as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
Tabela 9 Rendimento de grãos inteiros (%) em arroz parboilizado, secado por três
métodos e armazenados sob resfriamento.
Meses de Armazenamento
Métodos de Secagem
12º
Intermitente clássica a 66,4 B a 69,8 A
Intermitente escalonada a 66,2 B a 68,9 A
Seca-aeração a 66,5 B a 70,1 A
Médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas iguais, na mesma coluna, e letras
maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância;
- 50 -
Tabela 10 Defeitos não metabólicos (%) e defeitos metabólicos (%)de arroz parboilizado,
secados pelos três métodos de secagem no período de armazenamento.
Defeitos não Metabólicos Defeitos Metabólicos
Métodos de Secagem
12º 12º
Intermitente clássica a 1,45 A a 1,41 A a 0,56 B a 0,66 A
Intermitente escalonada a 1,36 A a 1,29 A a 0,55 B a 0,62 A
Seca-aeração a 1,40 A a 1,37 A a 0,62 B a 0,69 A
Para o mesmo parâmetro, as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
Na Tabela 7 pode ser observado que no primeiro s de armazenamento o
rendimento de grãos inteiros resultantes do todo de secagem por seca-aeração
difere significativamente dos demais métodos. No décimo segundo mês de
armazenamento os métodos se equilibram, não havendo mais diferenças nos
rendimentos de grãos inteiros.
A superioridade inicial deste método sobre os demais se deve ao fato de ele
possibilitar uma secagem mais branda e causando menores danos imediatos aos
grãos. Decorridos doze meses de armazenamento, observa-se não mais haver
diferenças significativas nos percentuais de grãos inteiros entre os três métodos de
secagem. Esse comportamento difere dos relatados por Iguaz e Virseda (2006),
sendo o resfriamento o ambiente de armazenagem, responsável pela manutenção
da integridade física dos grãos nos doze meses estudados.
Cnossen e Siebenmorgen (2000), Aquerreta (2007), relatam que as trocas
descontroladas de estado, devido ao uso de temperaturas superiores à temperatura
de transição vítrea do arroz, são responsáveis pelo aumento de trincados e
quebrados na secagem do grão em casca.
Observa-se nos dados da Tabela 8 que os defeitos não metabólicos não são
influenciados pelo método de secagem e nem pelo tempo de armazenamento. Isso
ocorre por eles serem de característica varietal, de clima e do manejo utilizado na
lavoura, o que está de acordo com relatos da literatura (ELIAS, 2007).
Pode ser observado na Tabela 8 que os defeitos metabólicos não
apresentaram diferenças significativas entre os métodos de secagem, entretanto no
décimo segundo mês de armazenamento pode ser observada diferença entre o
método por seca-aeração e os demais. Esse comportamento é semelhante ao
relatado por Barbosa et. al. (2006), segundo os quais as condições de secagem a
- 51 -
que os grãos foram submetidos influenciam, de maneira significativa, as
percentagens de defeitos de origem biológica. Observa-se, pelos dados da Tabela 8,
que os aumentos nos defeitos metabólicos ocorridos, ainda que estatisticamente
significativos, são percentualmente pequenos. As baixas temperaturas no
armazenamento são responsáveis pelos baixos níveis de metabolismo ocorridos.
Na Tabela 9 pode ser observado que não diferença significativa entre os
métodos de secagem no primeiro e nem no décimo segundo mês de
armazenamento, entretanto pode ser observada diferença estatística entre o
primeiro e o décimo segundo mês de armazenamento para todos os métodos de
secagem.
Na Tabela 10 pode ser observado que não há diferença significativa entre os
métodos no primeiro e nem no décimo segundo mês de armazenamento para os
defeitos não metabólicos. Este fato ocorre, porque estes defeitos são originários de
características genéticas, do manejo no campo e no processo de parboilização.
Observando-se os dados dos defeitos metabólicos na Tabela 10 é possível
verificar que o armazenamento ocasiona influencia negativamente, pois aumenta o
percentual de defeitos metabólicos.
Os maiores valores exibidos no décimo segundo mês de armazenamento
são de ocorrências das ações de enzimas e microrganismos que se beneficiam das
condições de encharcamento para degradar o grão e tornar mais visível este defeito
que demoraria um período de tempo maior em condições de umidade e temperatura
ambientais.
O fato de não ocorrer diferença entre o método de secagem por seca-
aeração e os demais, como observado no beneficiamento branco polido, é devido ao
processo de parboilização que acelera na operação de encharcamento os processos
metabólicos que ocorrem no grão durante o armazenamento.
O aumento no rendimento dos grãos não parboilizados após o mês de
armazenamento é devido ao rearranjo interno dos grãos após período de
temperagem, e estão de acordo com os resultados de German Elbert (2001)
Nas Tabelas 11 e 12, respectivamente para arroz branco e parboilizado, os
valores de brancura, transparência e grau de polimento em arroz secado pelos
métodos intermitente clássica, intermitente escalonada e por seca-aeração, os quais
foram armazenados por doze meses sob resfriamento e posteriormente beneficiados
pelos processos industriais de arroz branco e parboilizado.
- 52 -
Tabela 11 – Parâmetros do perfil branquimétrico dos grãos de arroz, secados por três
métodos, armazenados sob resfriamento antes de serem beneficiados pelo processo
industrial convencional do branco polido.
Brancura Transparência Grau de Polimento
Métodos de Secagem
12º 12º 12º
Intermitente clássica a 41,10 A a 42,72 A a 3,58 A a 3,05 A a 105,80 A a 108,80 A
Intermitente escalonada a 41,12 A a 42,85 A a 3,53 A a 3,06 A a 105,40 A a 109,11 A
Seca-aeração a 41,72 A a 42,93 A a 3,58 A a 3,05 A a 106,40 A a 109,00 A
Para o mesmo parâmetro as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
Tabela 12 – Parâmetros do perfil branquimétrico dos grãos de arroz, secados por três
métodos, armazenados sob resfriamento antes de serem beneficiados pelo processo
industrial de parboilização.
Brancura Transparência Grau de Polimento
Métodos de Secagem
12º 1º 12º 12º
Intermitente clássica A 21,58 A a 20,78 A a 3,20 A a 3,20 A a 16,33 A a 16,30 A
Intermitente escalonada A 21,50 A a 20,73 A a 3,20 A a 3,24 A a 16,50 A a 16,50 A
Seca-aeração A 21,58 A a 20,68 A a 3,21 A a 3,24 A a 16,33 A a 16,30 A
Para o mesmo parâmetro as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
Observando os valores na Tabela 11 e 12 pode-se verificar que o método de
secagem não influenciou no índice de brancura, na transparência e nem no grau de
polimento, o havendo diferença significativa entre os métodos de secagem no
primeiro e nem no décimo segundo mês. Resultados similares aos relatados por
Madamba (2005) e Saleh (2007)
Observando os valores na Tabela 12 pode-se verificar que à semelhança do
que ocorreu nos grãos brancos (Tabela 11), o método de secagem não influenciou
nos parâmetros do perfil branquimétrico do arroz parboilizado, bem como não
diferença significativa entre os períodos de armazenamento para estes parâmetros.
Os resultados de perfil branquimétrico são similares aos encontrados por Lamberts
(2008)
- 53 -
A observação conjunta dos valores das Tabelas 11 e 12 mostra que embora
os comportamentos em relação aos efeitos do método de secagem e do período de
armazenamento sejam similares no arroz branco e no parboilizado os valores para
os parâmetros brancura e grau de polimento são muito maiores nos grãos
beneficiados pelo processo convencional do que por parboilização. Os valores para
transparência são semelhantes.
Os efeitos da gelatinização e da retrogradação do amido (AMATO e ELIAS,
2005) e da reestruturação interna que ocorrem nos grãos na parboilização explicam
as acentuadas diferenças de valores nos parâmetros brancura e grau de polimento
encontrados nos grãos de arroz branco (Tabelas 11) e parboilizado (Tabela 12).
As diferenças dos valores citados (Tabelas 11 e 12) refletem o que acontece
nas industrias de beneficiamento de arroz, onde o polimento do arroz branco
geralmente produz de 7 a 11% de farelo enquanto o do arroz parboilizado se situa
entre 4 a 7%, conforme Elias et. al. (2009).
Nas Tabelas 13 e 14 são apresentados os percentuais de proteína bruta,
cinza e óleo, respectivamente, para arroz branco e parboilizado dos grãos de arroz
que foram secados pelos métodos intermitente clássica, intermitente escalonada e
por seca-aeração, armazenados sob condições de resfriamento antes de serem
beneficiados pelo respectivo processo industrial.
Tabela 13 – Percentagem de proteína bruta, minerais e de óleo dos grãos de arroz, secados
por três métodos de secagem, armazenados e beneficiados pelo processo industrial branco
polido.
Proteína Bruta Minerais Óleo
Métodos de Secagem
12º 12º 12º
Intermitente clássica a 8,2 A a 8,3 A a 0,4 A a 0,4 A a 0,4 A a 0,4 A
Intermitente escalonada a 8,3 A a 8,4 A a 0,4 A a 0,4 A a 0,4 A a 0,4 A
Seca-aeração a 8,4 A a 8,4 A a 0,4 A a 0,4 A a 0,4 A a 0,4 A
Para o mesmo parâmetro as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
- 54 -
Tabela 14 Percentagem de proteína bruta, de minerais e de óleo dos grãos de arroz,
secados por três métodos de secagem, armazenados e beneficiados pelo processo
industrial parboilizado.
Proteína Bruta Minerais Óleo
Métodos de Secagem
12º 12º 12º
Intermitente clássica a 9,1 A a 9,4 A a 0,6 A a 0,8 A a 1,0 A a 1,0 A
Intermitente escalonada a 9,0 A a 9,3 A a 0,6 A a 0,8 A a 0,9 A a 1,0 A
Seca-aeração a 9,0 A a 9,4 A a 0,6 A a 0,8 A a 1,0 A a 1,0 A
Para o mesmo parâmetro as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
Observando os valores das Tabelas 13 e 14 pode-se verificar que não
diferença significativa entre os métodos de secagem para os parâmetros de
conservabilidade como de percentagem de proteína bruta, cinza e óleo, bem como
não pode ser verificado diferença estatística entre os períodos de armazenamento.
Os valores apresentados nas Tabelas 13 e 14 são similares dos relatados por
Heinemann (2005)
.
Na Tabela 15 são apresentados, respectivamente para arroz branco e
parboilizado os valores da acidez da gordura dos grãos de arroz que foram secados
pelos métodos intermitente clássica, intermitente escalonada e por seca-aeração,
armazenados sob resfriamento antes de serem beneficiados pelos processos
industriais de arroz branco e parboilizado.
Tabela 15 Percentagem acidez do óleo dos grãos de arroz, secados por três métodos de
secagem, armazenados e beneficiados pelo processo industrial branco polido.
Arroz branco Arroz parboilizado
Métodos de Secagem
12º 12º
Intermitente clássica a 0,23 B a 0,42 A a 0,53 B a 0,91 A
Intermitente escalonada a 0,27 B a 0,40 A a 0,55 B a 0,92 A
Seca-aeração a 0,27 B a 0,41 A a 0,54 B a 0,90 A
Médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas iguais, na mesma coluna, e letras
maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância;
- 55 -
Observando-se os valores da Tabela 15 verifica-se que os métodos de
secagem não diferenciaram, entretanto o período de armazenamento e método de
beneficiamento industrial influenciaram significativamente na acidez do óleo. Isto se
deve a ação de enzimas que degradam o óleo já que esta é a parte mais reativa dos
grãos. Os resultados são similares aos relatados por Silva (2006) de Amarasinghe
(2009)
A observação dos dados da Tabela 15 permite verificar que os valores de
acidez do óleo são maiores nos grãos beneficiados por parboilização do que nos
brancos, tanto no primeiro como no sexto s de armazenamento. O
encharcamento, por mais de 4 horas com temperatura em geral entre 60 e 75°C
estimula a ação das enzimas, em especial da lípase (AMATO e ELIAS, 2005), é o
maior responsável pelo comportamento observado.
Nas Tabelas 16 e 17, respectivamente para arroz branco e parboilizado são
apresentados os tempos de cocção, os rendimentos gravimétricos e volumétricos
dos grãos que foram secados pelos métodos intermitente clássica, intermitente
escalonada e por seca-aeração, armazenados em ambiente refrigerado e
posteriormente beneficiados pelo devido processo.
Tabela 16 Parâmetros de cocção em grãos secados por três métodos de secagem,
armazenados sob condições de refrigeração e beneficiados pelo processo industrial de arroz
branco.
Tempo de Cocção
(min)
Rendimento Gravimétrico
(%)
Rendimento Volumétrico
(%)
Métodos de Secagem
12º 12º 12º
Intermitente clássica a 17 A a 18 A a 287,39 A a 294,10 A a 288,78 A a 297,46 A
Intermitente escalonada a 18 A a 18 A a 279,74 A a 280,55 A a 293,87 A a 302,80 A
Seca-aeração a 18 A a 19 A a 272,29 A a 293,07 A a 294,40 A a 307,73 A
Para o mesmo parâmetro as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
- 56 -
Tabela 17 Parâmetros de cocção em grãos secados por três métodos de secagem,
armazenados sob condições de refrigeração e beneficiados pelo processo industrial de
parboilização.
Tempo de Cocção
(min)
Rendimento Gravimétrico
(%)
Rendimento Volumétrico
(%)
Métodos de Secagem
12º 12º 12º
Intermitente clássica a 25 A a 30 A a 375,43 A a 321,50 B a 340,95 A a 311,76 B
Intermitente escalonada a 25 A a 30 A a 367,71 A a 303,46 B a 343,90 A a 313,45 B
Seca-aeração a 26 A a 30 A a 356,25 A a 318,01 B a 344,59 A a 312,95 B
Para o mesmo parâmetro as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
Observando os valores das Tabelas 16 e 17 pode-se verificar que os
métodos de secagem não promoveram diferenças no primeiro e nem no décimo
segundo mês de armazenamento para os parâmetros de tempo de cocção,
rendimento gravimétrico e volumétrico. Esses comportamentos permitem verificar
que há equivalência entre as drasticidades térmica dos métodos de secagem
intermitente escalonada e por seca-aeração com o método intermitente clássica e
que o uso de resfriamento durante o armazenamento manteve em níveis baixos.
Observando os valores da Tabela 17 verifica-se que não diferença
significativa na analise estatística do tempo de cocção entre os métodos de
secagem e entre os períodos de armazenamento.
É possível também verificar na Tabela 17 através dos dados apresentados
que os métodos de secagem não diferiram significativamente no primeiro bem como
no décimo segundo mês de armazenamento para o arroz beneficiado pelo processo
industrial parboilizado, entretanto o período de armazenamento afetou
significativamente o rendimento gravimétrico e volumétrico para todos os métodos
de secagem. Os resultados obtidos estão compatíveis com os relatados por Gularte
(2004) e Morás (2005).
Nas Tabelas 18, 19, 20 e 21 respectivamente para arroz branco e
parboilizado o apresentados os parâmetros texturométricos, firmeza, adesividade
gomosidade, mastigabilidade e elasticidade os dos grãos que foram secados pelos
métodos intermitente clássica, intermitente escalonada e por seca-aeração,
- 57 -
armazenados em ambiente refrigerado, beneficiados pelos processos industriais
branco e parboilização, após cozimento dos grãos.
Tabela 18 Firmeza (g) e adesividade (J) dos grãos de arroz cozidos e beneficiados pelo
processo industrial branco polido que foram secados por três métodos de secagem e
armazenados.
Firmeza (g) Adesividade (J)
Métodos de secagem
12º 12º
Intermitente clássica a 3615,3 A a 1651,3 B a -13,01 A a -13,77 A
Intermitente escalonada a 3565,5 A a 1743,9 B a -14,62 A a -11,76 A
Seca-aeração a 3308,0 A a 1471,9 B a -13,38 A a -11,93 A
Para o mesmo parâmetro as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
Tabela 19 Gomosidade (N), mastigabilidade (N.mm) e elasticidade (mm) dos grãos de
arroz cozidos e beneficiados pelo processo industrial branco polido que foram secados por
três métodos de secagem e armazenados.
Gomosidade (N) Mastigabilidade (N.mm) Elasticidade (mm)
Métodos de secagem
12º 12º 12º
Intermitente clássica a 1776,6 A a 817,9 B a 1044,3 A
a 372,27 B a 0,27 A a 0,26 A
Intermitente escalonada a 1735,8 A a 875,4 B a 1033,9 A
a 477,29 B a 0,28 A a 0,27 A
Seca-aeração a 1722,1 A a 779,2 B a 1030,4 A
a 308,21 B a 0,27 A a 0,26 A
Para o mesmo parâmetro as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
Tabela 20 Firmeza (g) e adesividade (J) dos grãos de arroz cozidos e beneficiados pelo
processo industrial parboilizado que foram secados por três métodos de secagem e
armazenados.
Firmeza (g) Adesividade (J)
Métodos de secagem
12º 12º
Intermitente clássica a 4153,1 A a 3061,3 B a -1,92 A a -3,89 A
Intermitente escalonada a 3425,0 A a 2704,6 B a -2,43 A a -2,89 A
Seca-aeração a 3330,3 A a 2233,6 B a -1,86 A a -3,70 A
Para o mesmo parâmetro, as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
- 58 -
Tabela 21 Gomosidade (N), mastigabilidade (N.mm) e elasticidade (mm) dos grãos de
arroz cozidos e beneficiados pelo processo industrial parboilizado que foram secados por
três métodos de secagem e armazenados.
Gomosidade (N) Mastigabilidade (N.mm) Elasticidade (mm)
Métodos de secagem
12º 12º 12º
Intermitente clássica a 2600,8 A a 1456,7 B
A 1397,7 A
a 1262,1 A a 0,38 A a 0,33 B
Intermitente escalonada a 2525,4 A a 1537,3 B
a 977,5 A a 806,8 A a 0,37 A a 0,33 B
Seca-aeração a 2275,9 A a 1134,1 B
A 1389,6 A
a 1168,5 A a 0,37 A a 0,31 B
Para o mesmo parâmetro, as médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas
iguais, na mesma coluna, e letras maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de significância;
Observando valores da Tabela 18 e 19 é possível verificar que os todos
de secagem, no arroz branco, a firmeza (Tabela 18) a gomosidade e a
mastigabilidade (Tabela 19) não promoveu diferença no primeiro e nem no décimo
segundo mês armazenamento, entretanto o período de armazenamento promoveu
diferença para os grãos secados pelos três métodos, diferentemente do que
acontece com a adesividade (Tabela 18) e a elasticidade (Tabela 19) não sofreram
influencia dos métodos de secagem e nem do período de armazenamento. Os
resultados dos parâmetros texturométricos são similares aos encontrados por
Champagne et. al. (1998)
Para o arroz beneficiado pelo processo de parboilização, é possível verificar
que a firmeza (Tabela 20), a gomosidade e a elasticidade (Tabela 21) foram
afetadas pelo tempo de armazenamento e foram afetadas pelo método de secagem,
enquanto a adesividade (Tabela 20) e a mastigabilidade (Tabela 21) não foram
afetadas pelo todo de secagem e nem pelo tempo de armazenamento. Os
resultados encontrados estão de acordo com os relatados por Bello et. al. (2006)
Nas Tabelas 22 e 23 é apresentada à incidência de Sitophilus sp. e nas
Tabelas 24 e 25 é apresentado o consumo pela população desse inseto nas
amostras dos grãos secados pelos métodos intermitente clássica, intermitente
escalonada e por seca-aeração, no arroz em casca, integral, branco no primeiro e no
décimo segundo mês de armazenamento.
- 59 -
Tabela 22 – Incidência proporcional de ataque de
Sitophilus sp.
nos grãos secados por três
métodos antes do armazenamento por um mês, sob resfriamento em três formas de
apresentação do arroz.
Forma de apresentação/Incidência (%)
Métodos de secagem
Arroz com casca Arroz integral Arroz branco
Intermitente clássica a 10,0 B a 16,8 A a 5,8 C
Intermitente escalonada a 10,2 B a 16,3 A a 6,2 C
Seca-aeração a 9,8 B a 17,5 A a 7,4 C
Médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas iguais, na mesma coluna, e letras
maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância;
Tabela 23 – Incidência proporcional de ataque de
Sitophilus sp.
nos grãos secados por três
métodos antes do armazenamento por doze meses, sob resfriamento em três formas de
apresentação do arroz.
Forma de apresentação/Incidência (%)
Métodos de secagem
Arroz com casca Arroz integral Arroz branco
Intermitente clássica a 10,1 B a 16,4 A a 6,5 C
Intermitente escalonada a 9,7 B a 16,3 A a 6,7 C
Seca-aeração a 10,0 B a 16,4 A a 7,1 C
Médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas iguais, na mesma coluna, e letras
maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância;
Tabela 24 Consumo por
Sitophilus sp.
nos grãos secados por três métodos antes do
armazenamento por um mês, sob resfriamento em três formas de apresentação do arroz.
Forma de apresentação/Consumos (g)
Métodos de secagem
Arroz com casca Arroz integral Arroz branco
Intermitente clássica a 2,60 C a 62,15 A a 16,32 B
Intermitente escalonada a 2,57 C a 62,71 A a 15,94 B
Seca-aeração a 2,67 C a 62,03 A a 17,25 B
Médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas iguais, na mesma coluna, e letras
maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância;
Tabela 25 Consumo por
Sitophilus sp.
nos grãos secados por três métodos antes do
armazenamento por doze meses, sob resfriamento em três formas de apresentação do
arroz.
Forma de apresentação/Consumos (g)
Métodos de secagem
Arroz com casca Arroz integral Arroz branco
Intermitente clássica a 2,59 C a 63,50 A a 15,10 B
Intermitente escalonada a 2,45 C a 63,33 A a 16,35 B
Seca-aeração a 2,70 C a 62,93 A a 17,28 B
Médias aritméticas simples, de três repetições, seguidas por letras minúsculas iguais, na mesma coluna, e letras
maiúsculas iguais, na mesma linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância;
- 60 -
Observando-se os dados apresentados nas Tabelas 22 a 25 é possível
verificar que o método de secagem e o tempo de armazenamento não afetam a
preferência pelos insetos para reprodução e nem o consumo desses insetos,
diferentemente do que ocorre em relação à forma com que o grão é armazenado.
A maior preferência é pelo arroz integral, seguindo-se o arroz branco inteiro,
ficando a menor preferência com o arroz em casca. A facilidade de o inseto obter o
alimento sem a necessidade de perfurar a casca do grão pode ser a causa da menor
preferência pelo arroz em casca.
Além do maior valor nutritivo do arroz integral, este possui odor mais
acentuado, e esse pode ser outro fator de preferência. Segundo Phillips et al., 1993
e Nawrot et al., 1995 o processo de seleção dos alimentos pelos insetos geralmente
envolve estímulos químicos, como atrativos da fase de vapor e de substâncias
voláteis o que pode ser essencial para a estimulação do consumo de alimentos. O
arroz descascado, pela maior reatividade em conseqüência da maior exposição ao
ar tem tendência a liberar estes voláteis com maior facilidade.
O polimento do arroz remove, no farelo, as camadas mais periféricas da
cariopse, onde são encontrados o gérmen e as maiores concentrações de vitaminas,
minerais e gordura, que são as mais reativas, fazendo com que arroz integral tenha
metabolismo mais intenso do que o branco, e ambos tenham maior intensidade
metabólica do que o grão quando ainda está com a casca, a qual funciona como
uma proteção natural da cariopse, diminuindo as ações dos componentes que
acompanham o ar, como vapores de água, oxigênio e outros, diminuindo, assim, a
reatividade dos grãos e as ligações de substâncias de peso molecular menor.
- 61 -
5. CONCLUSÕES
a) Os métodos de secagem intermitente clássica, intermitente escalonada e por
seca-aeração apresentam similaridades de efeitos nos parâmetros físicos, de
desempenho industrial e de cocção, tanto para industrialização por processo
convencional de arroz branco como por parboilização.
b) A parboilização e o aumento do tempo de armazenamento provocam
intensificação na incidência de grãos com defeitos, na acidez do óleo e na coloração
no arroz, independentemente do método de secagem utilizado.
c) Os parâmetros texturométricos o afetados pelo decorrer de armazenamento e
pelo processo de industrialização, independentemente do método de secagem.
d) O armazenamento em ambiente com temperaturas reduzidas preserva a
qualidade do arroz por pelo menos um ano.
e) O inseto Sitophilus sp. tem maior preferência para sua reprodução e pelo
consumo de grãos de arroz integral do que pelos grãos com casca e grãos polidos,
nesta ordem.
- 62 -
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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