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mantê-los atentos à música ouvida, pois, quando se pede que somente ouçam a música, na
maioria das vezes, os alunos não conseguem se concentrar, visto a música acontecer no
tempo, sendo efêmera e invisível, o que dificulta bastante a atenção dos alunos.
A professora poderá falar brevemente sobre a obra Carmem, contando aos alunos
que se tratava de uma cigana e narrando sua história, se os alunos demonstrarem interesse.
Os alunos poderão anotar o nome do compositor em seus cadernos e algum dado que
achem interessante, daquilo que foi comentado. O fato de os alunos anotarem algumas
informações é muito útil, pois fixa melhor os conhecimentos sobre literatura musical
apresentados e em algumas ocasiões, já presenciei alunos que em casa possuíam algum
material sobre os compositores estudados (CDs de coleções como da revista “Caras”ou
similares) e orgulhosamente o traziam para as aulas seguintes.
Em seguida, serão propostas variadas atividades nas quais os alunos
acompanharão o pulso da música com movimentos do próprio corpo, como bater as mãos
nas pernas, bater com os pés no chão ou outros sugeridos pelos alunos, sempre seguindo a
pulsação da música ouvida.
A professora conversará com os alunos sobre o “eco”
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. Deixará os alunos falarem o
que sabem sobre o tema, quando experienciam o eco, por exemplo, numa garagem vazia,
numa montanha, etc. Combinará que os alunos vão “ser” o eco da professora. Ela, então,
executará com palmas trechos rítmicos de quatro tempos e os alunos repetem
coletivamente. Depois, o mesmo exercício deverá ser realizado individualmente.
Num primeiro contato com a Flauta Doce, a professora deixará os alunos
explorarem-na fisicamente; demonstrará que o instrumento se compõe de três partes
desmontáveis, onde e como se encaixam, e deixará um tempo para explorarem também
sonoramente o instrumento. A professora deverá falar dos cuidados necessários com a
Flauta Doce, lembrando de não colocarem os dentes na parte superior, bem como os
cuidados com a limpeza, para uma boa manutenção e o armazenamento em local
apropriado.
Uma das maiores dificuldades em relação à correta execução de Flauta Doce
refere-se à articulação do som. A professora deverá mostrar o movimento que ocorre dentro
da boca para a correta produção do som. Pedirá aos alunos para imitarem a articulação sem
a flauta na boca, individualmente e depois com a flauta. Incentivará exercícios coletivos de
“ecos” na flauta, com a finalidade de treinar a articulação do som. Os alunos realizarão
exercícios individuais, até que cada aluno tenha consciência da correta articulação. Este é
provavelmente o aspecto mais negligenciado no ensino de Flauta Doce e um dos pontos
mais importantes para a correta execução instrumental. Existem alunos que têm dificuldades
para articular corretamente os sons, estes deverão ter um atendimento especial, através de
brincadeiras de dizer o TU sem o U, “ecos” falados com T, até que consigam realizar
corretamente o movimento da língua.
Os alunos criarão “ecos” para serem repetidos na Flauta Doce e os colegas e a
professora devem repeti-los, sem necessidade de colocar os dedos no instrumento, porém,
emitindo o som articulado corretamente.
Para tocar Flauta Doce usa-se a mão esquerda na parte de cima do instrumento e a
direita na parte de baixo. Como a maioria dos alunos é destra, esta é uma dificuldade
encontrada, pois, sem se dar conta os alunos trocam as mãos, utilizando a direita em cima.
É importante sensibilizá-los para este tópico, porque, como tocarão a Flauta em casa,
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Em educação musical, utiliza-se a analogia de “eco” que significa que os alunos repetirão
o mesmo procedimento rítmico (ou melódico, conforme o caso) que o professor executa, como se
fossem o “eco” do som emitido.