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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
MESTRADO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS – SANIDADE ANIMAL
Aspectos epidemiológicos e soroprevalência da Leishmaniose e Babesiose em
cães de raça no município de São Luís - Ma
NORDMAN WALL BARBOSA DE CARVALHO FILHO
São Luís – MA
2008
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NORDMAN WALL BARBOSA DE CARVALHO FILHO
Aspectos epidemiológicos e soroprevalência da Leishmaniose e Babesiose em
cães de raça no município de São Luís – Ma
Dissertação apresentada como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre
em Ciências Veterinárias.
Área: Sanidade Animal
Orientadora: Prof.ª Drª. Ana Lúcia Abreu Silva
Co-Orientador: DSc. Lívio M. Costa Júnior
São Luís – MA
2008
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Carvalho Filho, Nordman Wall Barbosa.
Aspectos epidemiológicos e soprevalência da leishmaniose em cães de
raça no município de São Luís MA./ Nordman Wall Barbosa Carvalho Filho
– São Luís, 2008.
51f. : il.
Dissertação (Mestrado) Curso Ciências Veterinária, Área de Sanidade
Animal – Universidade Estadual do Maranhão, 2008.
Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Abreu Silva.
1. Leishmania. 2. Babesia. 3. Cães. I. Título.
CDU: 616.993.162:636.7(812.1)
Dissertação de Mestrado aprovada em _______ de ______ de 2008 pela
Banca examinadora composta pelos seguintes membros:
_____________________________________________________
Prof.ª Drª. Ana Lúcia Abreu Silva
Orientadora/UEMA
_____________________________________________________
Prof.ª Dra.ª Alana Lislea de Sousa
1ª Examinadora
_____________________________________________________
Prof.
ª Dra. Alcina Vieira de Carvalho Neta
2ª Examinadora
Dedico este trabalho ao meu pai (in
memorian), minha mãe, minha
família, esposa e filhos e minhas
irmãs, e aos meus amigos de turma
de mestrado, pelo esforço,
perseverança e amizade.
AGRADECIMENTOS
Um trabalho de pesquisa nunca é feito sozinho. Está dissertação
foi possível devido ao apoio recebido por diversas pessoas. E neste momento é
complicado agradecer, pois corro o risco de esquecer alguém. Por isso, vai
aqui o meu muito obrigado a todos que direta e indiretamente contribuíram para
realização desta dissertação.
A minha orientadora, Ana Lucia Abreu Silva, cuja contribuição, para
Medicina Veterinária Mundial é reconhecida por seus trabalhos, cabe
agradecer a orientação segura e competente.
A Universidade Estadual do Maranhão que proporcionou o Mestrado
em Ciências Veterinárias demonstrando que é verdadeiramente uma
Universidade de futuro.
Da mesma forma não poderia deixar de agradecer ao Dr. Lívio Costa
meu co-orientador cujas sugestões sempre foram muito bem aceitas e de
inquestionável contribuição.
Também quero destacar o apoio dos meus colegas de turma que
incentivaram e acreditaram no nosso curso. Em especial a Keila Guimarães e
Edith Nair o exemplo de vocês foram fundamentais para conclusão deste
trabalho.
Aos colegas de laboratório David Soeiro, Andressa Santana e
Alessandra Rocha nossa eterna gratidão, também não posso esquecer
Caroline Romão que com sua tranqüilidade sempre nos deixou bem informados
no mestrado.
As minha irmãs, Marluce Wall, Mariza Wall e minha mãe Regina
Carvalho que com seus incentivos me fizeram enfrentar este desafio.
Finalmente, não poderia deixar de agradecer minha esposa, Luzia
Carvalho e meus filhos Mariana Carvalho e Nordman Neto que sempre
suportaram com alegria minhas irritações e intolerâncias.
“A falsa ciência gera ateus; a
verdadeira ciência leva os homens a
se curvarem diante da Divindade”.
Voltaire
.
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E SOROPREVALÊNCIA DA
LEISHMANIOSE E BABESIOSE EM CÃES DE RAÇA NO MUNICÍPIO DE
SÃO LUÍS - MA
AUTOR: Nordman Wall Barbosa de Carvalho Filho
ORIENTADORA: Prof.ª Drª. Ana Lúcia Abreu Silva
RESUMO
A Leishmaniose Visceral Canina e a Babesiose Canina são doenças
de grande importância na clínica veterinária principalmente a a partir da década
de 80 quando foi constatada mudança no perfil epidemiológico da LVC,
aparecendo como surto epidêmico na periferia de grandes centros urbanos
como Fortaleza, São Luís, Teresina, Natal, Campo Grande, Belo Horizonte e
Rio de Janeiro por outro lado a Babesiose canina. Enquanto, os ectoparasitas
dos cães é outra grande preocupação que criadores e futuros proprietários de
cães de raça pura possuem, pois interfere no estado geral do animal e podem
transmitir enfermidades que muitas das vezes levam a óbito, dentre elas
podemos citar a babesiose canina. O objetivo do presente estudo foi
determinar a soroprevalência e os fatores de risco dessas enfermidades em 8
raças caninas puras (Rotweiler, Fila Brasileiro, Doberman,Boxer, Pitt Bull,
Dashund miniatura pelo curto, Pinscher Miniatura, Shit-Tzu e Yorkshire Terrier)
e residentes no município de o Luís MA, no período de Janeiro de 2006 a
janeiro de 2008. Os resultados revelaram uma soroprevalência de 22,16% para
Leishmania e 24,55% para Babesia e os principais fatores de risco encontrados
foram: idade, sexo, pelagem, orientação de criação por veterinários e
tratamento da pelagem. Portanto, a escolha dos animais, ambiente e a
higienização dos cães são fatores importantes para evitar essas doenças,
porém, devido ao alto custo para aquisição de um filhote de cão de raça pura a
existência de uma alta taxa de prevalência dessas enfermidades limita a
criação desses animais.
Palavras-chave: Leishmania, Babesia. Cães.
ABSTRACT
Canine visceral leishmaniasis and canine babesiosis are diseases very
important in the veterinary clinic. The aim of this study was to determine the
seroprevalence of canine visceral leishmaniasis and canine babesiosis as well
to know the risk factors among eight breeds of dogs from São Luis
municipatlity.This study was performed during the period January;/2007 to
march/2008. The results showed that seroprevalence was high for both
diseases and the main risk factors were:age, sex, hair type, professional
orientation and treatment of the dogs hair. In conclusion, the selection of
animals, the environment and hygiene measures are very important in the
control of these diseases. However, the higher cost of the puppies and
seroprevalence of leishmaniasis and babesiosis could limit the raising of pure
breed dogs in the São Luís municipality.
Key words: Leishmania. Babesia. Canine
LISTA DE SIGLAS
ELISA Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana
LV Leishmaniose Visceral
LVC Leishmaniose Visceral Canina
PCR Reação em Cadeia pela Polimerase
RIFI Reação de Imunofluorescência Indireta
RPM Rotação Por Minuto
SFM Sistema Fagocítico Mononuclear
UEMA Universidade Estadual do Maranhão
VRD Vigilância de Reservatório Doméstico
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1: Soroprevalência da leishmaniose em relação ao sexo de cão de
raça, município de São Luís – MA, 2008 ..........................................25
Tabela 2: Soroprevalência da leishmaniose em relação a faixa etária de
cão de raça, município de São Luís – MA, 2008 ..............................25
Tabela 3: Soroprevalência da leishmaniose em relação ao tipo de
pelagem de cão de raça, município de São Luís – MA, 2008...........26
Tabela 4: Soroprevalência da leishmaniose em relação à forma de
aquisição de cão de raça, município de São Luís – MA, 2008 .........26
Tabela 5: Soroprevalência da leishmaniose em relação a quem orienta na
criação de cão de raça, município de São Luís – MA, 2008.............26
Tabela 6: Soroprevalência da leishmaniose em relação a orientação da
criação de cão de raça, município de São Luís – MA, 2008.............26
Tabela 7: Soroprevalência da leishmaniose em relação ao tratamento de
pelagem de cão de raça, município de São Luís – MA, 2008...........27
Tabela 8: Soroprevalência para babesiose canina em relação ao sexo,
município de São Luís – MA, 2008 ..................................................31
Tabela 9: Soroprevalência para babesiose canina em relação a faixa
etária, município de São Luís – MA, 2008 ......................................32
Tabela 10: Soroprevalência para babesiose canina em relação ao tipo de
pelagem, município de São Luís – MA, 2008..................................32
Tabela 11: Soroprevalência para babesiose canina em relação ao tipo de
aquisição, município de São Luís – MA, 2008 ................................33
Tabela 12: Soroprevalência para Leishmaniose em cães de raça em relação
ao sexo, município de São Luís – Ma, 2008 ...................................44
Tabela 13: Soroprevalência para a Leishmaniose em cães de raça em relação
à idade, município de São Luís – Ma, 2008....................................44
Tabela 14: Soroprevalência para a Leishmaniose em cães de raça em relação
às raças, município de São Luís – Ma, 2008 ..................................44
Tabela 15: Soroprevalência para a Leishmaniose em cães de raça em relação
ao comprimento do pêlo, município de São Luís – Ma, 2008 .........45
Tabela 16: Soroprevalência para Leishmaniose em cães de raça em relação ao
modo de aquisição do filhote, município de São Luís – Ma, 2008.......45
Tabela 17: Soroprevalência para Leishmaniose em cães de raça em relação à
finalidade da criação, município de São Luís – Ma, 2008...............45
Tabela 18: Soroprevalência para Leishmaniose em cães de raça em relação à
orientação de controle de ectoparasitas, município de o Luís
Ma, 2008.........................................................................................45
Tabela 19: Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação a
quem orienta da criação, município de São Luís – Ma, 2008 .........45
Tabela 20: Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação à
orientação para aquisição do animal, município de São Luís Ma,
2008................................................................................................45
Tabela 21: Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação ao
conhecimento de onde o filhote foi criado, município de São Luís
Ma, 2008 .......................................................................................46
Tabela 22: Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação ao
local da criação do animal (dentro ou fora de casa), município de
São Luís – Ma, 2008.......................................................................46
Tabela 23: Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação à
periodicidade de tratamento da pelagem, município de São Luís
Ma, 2008.........................................................................................46
Tabela 24: Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação
a quem faz o tratamento da pelagem, município de São Luís Ma,
2008................................................................................................46
Tabela 25: Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação à
ocorrência de carrapato, município de São Luís – Ma, 2008..........46
Tabela 26: Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação à
ocorrência de leishmaniose ou babesiose canina, município de o
Luís – Ma, 2008 ..............................................................................47
Tabela 27: Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação à
perda do animal por leishmaniose canina, município de o Luís
Ma, 2008.........................................................................................47
Tabela 28: Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação ao
controle de ectoparasitas no ambiente, município de São Luís Ma,
2008................................................................................................47
Tabela 29: Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação ao
acesso à rua, município de São Luís – Ma, 200 .............................47
Tabela 30: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação ao
sexo, município de São Luís – Ma, 2008 ........................................48
Tabela 31: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
idade dos cães, município de São Luís – Ma, 2008........................48
Tabela 32: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à raça
dos cães, município de São Luís – Ma, 2008 .................................48
Tabela 33: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação ao
comprimento do pêlo, município de São Luís – Ma, 2008 ..............48
Tabela 34: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
aquisição do filhote, município de São Luís – Ma, 2008 .................48
Tabela 35: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
finalidade da criação, município de São Luís – Ma, 2008...............49
Tabela 36: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
orientação para controle de ectoparasitas, município de São Luís
Ma, 2008.........................................................................................49
Tabela 37: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação a
orienta a criação, município de São Luís – Ma, 2008 .....................49
Tabela 38: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
orientação para aquisição, município de São Luís – Ma, 2008.......49
Tabela 39: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação ao
conhecimento de onde o animal foi adquirido, município de São Luís
– Ma, 2008......................................................................................49
Tabela 40: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação ao
local da criação de cães de raça (dentro ou fora de casa),
município de São Luís – Ma, 2008................................................50
Tabela 41: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
periodicidade do tratamento de pelagem, município de São Luís
Ma, 2008 .......................................................................................50
Tabela 42: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação a
quem faz o tratamento de pelagem, município de São Luís Ma,
2008 ..............................................................................................50
Tabela 43: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
ocorrência de carrapato, município de São Luís – Ma, 2008 ........50
Tabela 44: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
ocorrência de babesia ou leishmaniose canina, município de São
Luís – Ma, 2008 ............................................................................50
Tabela 45: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
perda do animal por babesia canina, município de o Luís Ma,
2008 ..............................................................................................51
Tabela 46: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação ao
controle de ectoparasitas no ambiente, município de o Luís
Ma, 2008 .......................................................................................51
Tabela 47: Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação ao
acesso à rua, município de São Luís – Ma, 2008 .........................51
SUMÁRIO
Página
1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................11
2 REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................13
2.1 Leishmaniose.....................................................................................13
2.2 Babesiose...........................................................................................19
3 OBJETIVOS ..............................................................................................22
4 MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................23
4.1 Área de estudo...................................................................................23
4.2 Tamanho da amostra.........................................................................23
4.3 Coleta de sangue ..............................................................................23
4.4 Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) ................................24
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................25
6 CONCLUSÕES .........................................................................................34
REFERENCIAS .........................................................................................35
APÊNDICES..............................................................................................41
11
1 INTRODUÇÃO
A leishmaniose canina associada com exposições do ambiente,
incluindo a raça, sexo, idade e manejo desses
Nesta conjuntura merece destaque o grande número de cães
eliminados nesse período, pois o programa brasileiro de controle da
leishmaniose visceral adota três medidas principais: 1) detecção e tratamento
de casos humanos; 2) controle dos reservatórios domésticos e 3) controle dos
vetores (COSTA, VIEIRA, 2001). Um passo fundamental para o controle das
zoonoses é a quantificação dos cães e gatos de uma área. A despeito disso, foi
constatado em muitos países, que a falta de dados sobre o número efetivo de
cães e gato tem sido um fator limitante para eficiência e execução dos projetos
de controle da raiva (SLATER, 2001).
No modelo matemático proposto por Dye (1992) para avaliar as
medidas de controle da LV foi observado que uma parcela de cães sacrificados
é reposta pela população na tentativa de compensar a perda de seu animal de
estimação, o que influencia negativamente o controle por meio da eutanásia de
cães positivos.
Os ectoparasitas dos cães o outra grande preocupação que
criadores e futuros proprietários de cães de raça pura possuem, pois interfere
no estado geral do animal e podem transmitir enfermidades que podem muitas
das vezes levam ao óbito, dentre elas podemos citar a babesiose canina.
Somente no ano de 2005 foram diagnosticados no laboratório da Universidade
Estadual do Maranhão UEMA 216 cães positivos da babesiose, de 976 cães
atendidos. O estado do Maranhão apresenta condições ambientais e climáticas
para o principal vetor dessas hemoparasitose: o carrapato. Dentro dessa
realidade, é necessário estudar essa doença com vistas a evitar e controlá-la
proporcionando, desse modo aos proprietários, a aquisição de animais
saudáveis e produtivos. Apesar de existir no nosso estado um grupo de
pesquisadores que estuda com a soroprevalência da leishmaniose canina,
desde a década de oitenta, ainda não há investigações em cães de raça pura.
12
Porém, é possível elaborarmos um programa de prevenção baseado
em fatores sociais, como por exemplo, o vel sócio econômico, o ambiente
físico e o acesso ao serviço médico veterinário. Sendo assim, apesar dos
inúmeros fatores que podem propiciar que os animais adquirem essas
enfermidades, é preciso uma mudança de atitude no que se refere ao manejo
desses cães, alimentação, tratamento da pelagem, local que vai ser criado,
aquisição do animal, escolha da raça dentre outros que possam interferir de
maneira significativa a fim de traçarmos um perfil ideal. Neste fato é que reside
a importância deste estudo, que tem o intuito de colaborar para a traçar o perfil
epidemiológico e a soroprevalência de leishmaniose e babesiose canina nos
cães de raça pura na ilha de São Luís MA, com o propósito de termos no
futuro bem próximo informações suficientes para idealizarmos um programa de
prevenção, controle e tratamento, evitando assim mortes desnecessárias e
prejuízos econômicos e afetivos aos proprietários desses cães de raça.
Diante da relevância econômica, emocional e a preservação de
raças caninas no estado, surgiu a inquietação de buscar informações sobre
epidemiologia da leishmaniose visceral e babesiose em cães de raça do
município de São Luís – MA. Para melhor compreensão dos fatores envolvidos
na cadeia epidemiológica foi necessário identificar as principais associações
que oferecem maiores riscos a saúde dos animais, justificando a execução do
presente trabalho.
13
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Leishmaniose
Estima-se que ocorrem a cada ano 2 milhões de novos casos em
todo mundo (1.5 milhões de casos de leishmanioses cutâneas e 500.000 casos
de leishmanioses viscerais). A prevalência total estimada é de 12 milhões de
pessoas infectadas. E o impacto das leishmanioses na saúde pública
provavelmente está subestimado (CATALAGOCION EM LA FLUENTE, 2006).
As leishmanioses constituem um grupo de doenças que
permanecem como um importante problema de saúde pública em pelo menos
88 países, sendo 16 países desenvolvidos e 72 países em desenvolvimento
(DESJEUX, 2004; DUJARDIN, 2006).
A urbanização da leishmaniose visceral (LV) tem demonstrado que o
trânsito dos animais e homens infectados, e a descoberta de novos
reservatórios e novas espécies de vetor podem ter uma participação ativa na
cadeia epidemiológica (Bevilacqua et al., 2001). Entre julho de 1983 e julho de
1984 foram diagnosticados clinica e sorologicamente 17 casos de leishmaniose
visceral canina em atendimento no Hospital Veterinário da Universidade
Estadual do Maranhão (CARDOSO et al.,1986).
No estado do Maranhão, desde 1988, observa-se franca expansão
da doença predominantemente nas áreas periurbanas dos municípios
localizadas na ilha de São Luis (São Luis, Paço do Lumiar e São José de
Ribamar) (ALVIM et al. 1986). O recrudescimento de velhas doenças, o
aparecimento de outras novas e a disseminação de muitas delas em diferentes
regiões do mundo estão associados, certamente, aos impactos sócio-
ambientais decorrentes do processo de globalização mundial. De fato, as
doenças vão circulando, acompanhando os percursos realizados pelos homens
e seus empreendimentos, ambientando-se a cada novo modelo social que a
vida do hospedeiro lhes oferece (SABROZA, et al., 1992).
Mais recentemente, a re-configuração econômica mundial tem
determinado, entre outros indicadores, o crescimento populacional em algumas
14
áreas, o aumento do fluxo migratório, o incremento da urbanização, o
empobrecimento de largas parcelas das populações humanas, além de
expressivas e graves modificações ambientais (GLORIA, 2006).
A emergência da LV como um crescente problema de saúde blica
é devida, principalmente, a fatores demográficos e ecológicos (DESJEUX,
2001). Os principais fatores de risco relacionados à ocorrência de novos casos
de LV são representados por modificações ambientais, tais como as maciças
migrações humanas, urbanização desordenada e desmatamento. Fatores
individuais, como o HIV, a desnutrição e também fatores genéticos o
relatados como riscos envolvidos na ocorrência da doença (DESJEUX, 2004).
A LV é causada por um protozoário heteroxênico, intracelular
obrigatório, que infecta as células do sistema fagocítico mononuclear (SFM) de
diversas espécies animais. Taxonomicamente, o agente casual pertence à
ordem Kinetoplastida e família Trypanosomatidae, gênero Leishmania e
subgênero Leishmania (LAINSON; SHAW, 1987).
As leishmanioses são antropozoonoses capazes de produzir
manifestações cutâneas, mucocutâneas e viscerais (FEITOSA et al., 2003).
Embora a presença do agente causal seja uma condição sine qua non para o
desenvolvimento da LV, a simples presença do parasito, per se, não é
suficiente para causar a doença. Nas várias formas das leishmanioses, as
características clínicas e epidemiológicas na maioria das vezes não são
específicas, se confundindo com outras patologias. Por isso, o diagnóstico
laboratorial é necessário para confirmar a suspeita clínica (CUPOLILLO, 2005).
Um conjunto de fatores, que vão desde a virulência do parasito até o
background genético e imunológico do hospedeiro, precisa atuar de forma
sinérgica para que o indivíduo adoeça (DESJEUX, 2001).
O ciclo do parasito inicia-se com a picada do vetor flebotomíneo
contaminado, que injeta no hospedeiro vertebrado uma grande quantidade de
parasitos na forma promastigota, os quais o fagocitados por macrófagos. No
interior das células ocorre a transformação para a forma amastigota, dando
inicio ao processo de multiplicação até o rompimento da membrana da lula
15
hospedeira, liberando milhares de parasitos que iniciam o ciclo em novas
células (REY, 2001).
Várias espécies de mamíferos são consideradas reservatórios que
podem manter, por longos períodos, a Leishmania na natureza (ASHFORD,
1996). Os reservatórios podem ser mamíferos domésticos ou selvagens, ou
mesmo humanos (SANTIAGO, 2007).
Os canídeos reúnem os requisitos necessários para atuarem como
os principais hospedeiros reservatórios de L. (L.) chagasi/ infantum (ALVAR et
al., 2004; ASHFORD, 1996; DANTAS-TORRES, 2006; BRANDÃO-FILHO,
2006); isto é, estão quase sempre presentes nas áreas onde a LV é endêmica,
vivem próximo ao homem, são atrativos para os flebotomíneos, apresentam
taxas de infecção significativas e, em geral, servem como fonte de infecção
para os vetores. No ambiente doméstico, o cão assume o papel de principal
hospedeiro reservatório da infecção, tanto na região Mediterrânea (ALVAR et
al., 2004), como nas Américas (LAINSON; RANGEL, 2005).
O diagnóstico sorológico tem sido largamente empregado para
confirmar os casos suspeitos de LV. Entretanto, muitos desses testes falham
em detectar os casos assintomáticos. Neste caso a inclusão dos cães no
inquérito epidemiológico é crucial para o controle da disseminação da doença
no país. As técnicas de PCR, na atualidade são excelentes ferramentas
auxiliares para o diagnóstico da LV, porém, ainda estamos distantes para obter
um método mais eficiente e padronizado para o uso rotineiro no diagnóstico da
doença. Outro aspecto importante está relacionado ao fato de que os métodos
propostos para o diagnóstico da LV, até então, indicam infecção por
Leishmania, resultado este que associadas características clinicas-
epidemiológicas finalizam o diagnóstico (CUPOLILLO, 2006).
O diagnóstico parasitológico da LV pode ser feito através de: a)
técnicas de exame direto (esfregaço em lâminas de material obtido através de
aspirado esplênico, de medula óssea e punção de linfonodos), b) exames de
imunomarcação (imunoistoquímica e fluorescência direta) e c) técnicas de
biologia molecular (hibridização in situ e PCR). O aspirado esplênico é o
método de maior sensibilidade (96,4%) seguido do aspirado de medula óssea
16
(70,2%) e aspiração de linfonodos (58,3%) (ZIJLSTRA et al. 1992, HIALU et.
al., 2006). Na prática, devido à quase ausência de efeitos colaterais
recomenda-se o aspirado de medula óssea esternal ou da crista ilíaca
posterior. A punção esplênica deve ser realizada somente por pessoas
treinadas e em hospitais com retaguarda cirúrgica e de banco de sangue.
Neste caso o tempo de sangramento deve ser normal e o número de plaquetas
não deve ser inferior a 30.000mm
3
(DIETZE, 2006).
Na LV os testes sorológicos em geral apresentam uma boa
sensibilidade em virtude da grande quantidade de anticorpos (principalmente
IgG) presentes no sangue circulante. O aumento de anticorpos traduz-se
laboratorialmente por uma hipergamaglobulinemia secundária à ativação
policlonal de linfócitos B, uma característica fisiopatológica da doença. Os
testes sorológicos, entretanto são métodos indiretos de detecção do parasita e,
devido à sua praticidade, devem preceder, sempre que possível, os métodos
parasitológicos podendo até em algumas situações substituí-los. Na presença
de dados clínicos e laboratoriais, a sorologia reagente praticamente confirma o
diagnóstico de calazar. Entretanto, um teste reagente na ausência de
manifestações clínicas sugestivas, não autoriza o início do tratamento. No
Brasil, as técnicas mais usadas são a Imunofluorescência Indireta (RIFI) e os
Ensaios Imunoenzimáticos (ELISA, imunocromatografia). Os resultados da
imunofluorescência normalmente são expressos em diluições, sendo reagentes
os títulos iguais ou superiores a 1:40. A RIFI apesar de ser menos sensível que
o ELISA é o método mais utilizado no Brasil por estar disponível gratuitamente
na maioria das regiões endêmicas por meio do Programa de Leishmanioses do
Ministério da Saúde (OLIVEIRA et al., 2006).
Os vetores das leshmanioses são dípteros, da família Psychodidae e
subfamília Phlebotominae. Segundo a classificação proposta por Young &
Duncan (1994), para o Novo Mundo os flebotomíneos estão agrupados em três
gêneros: Bruptomyia, Warileyia e Lutzomyia, estando apenas neste último às
espécies de importância epidemiológica. Em relação ao agente etiológico da
leishmaniose visceral, Leishmania (L.) infantum chagasi, pode-se apontar três
17
flebotomíneos vetores: Lutzomyia longipalpis, Lutzomyia evansi e Lutzomyia
cruzi, com destaque especial para L. longipalpis (RANGEL, 2006).
Os animais assintomáticos podem representar cerca de 40 a 80% de
uma população sororreagente (NEVES, 1998; FEITOSA et al., 2003; ALVES,
2001; SILVA, 1998; SILVA, 2003). Em cães susceptíveis para LV, após a
infecção da pele, ocorre disseminação do parasito por todo o corpo, com
posterior desenvolvimento dos sinais clínicos. Dependendo da
imunocompetência do hospedeiro, os sinais clínicos tornam-se evidentes
dentro de um período que varia de um mês a vários anos, mas, uma vez
evidenciado o processo, a doença evolui, inevitavelmente, para a morte
(FEITOSA et al., 2003).
O agente etiológico da leishmaniose visceral canina (LVC) pode
afetar vários órgãos, uma vez que, se tem encontrado parasitas em todas as
partes do corpo exceto, provavelmente, no sistema nervoso central. Por esta
razão a LVC pode ter características clínicas diferentes (SILVA, 1997; SILVA,
1998; NOLI, 1999).
A vigilância de reservatório doméstico (VRD) é um componente novo
deste Programa do Governo sendo que as ações deverão ser desencadeadas
em áreas com e sem ocorrência de casos humanos e caninos, nesta última
com presença de vetor (áreas silenciosas receptivas). A VRD possui os
seguintes objetivos: realizar alerta ao serviço de saúde pública e à classe
médica veterinária, quanto ao risco da LVC; divulgar a população sobre a
ocorrência da LVC na região e alertar sobre os sinais clínicos da doença canina
e os serviços para o diagnóstico da mesma, bem como as medidas preventivas
para eliminação dos prováveis criadouros do vetor; alertar o poder público para
iniciar o desencadeamento e implementação das ações de limpeza urbana
destinando de maneira adequada a matéria orgânica recolhida; e na suspeita
clínica de cão, delimitar a área para investigação do foco, definindo-se este
como a área a partir do primeiro caso canino, circunscrita em um raio de no
mínimo 100 cães a serem examinados. No foco deverão ser desencadeadas as
seguintes ações: busca ativa de cães sintomáticos para exame parasitológico e
confirmação da identificação da espécie de Leishmania. Uma vez confirmada a
18
L. (L.) chagasi/infantum, deve ser coletado material sorológico em todos os
cães da área, a fim de avaliar a prevalência canina e desencadear as demais
medidas (ALVES, 2006).
Guimarães et al.(2005),pesquisando no município de o José de
Ribamar a prevalência para Leishmaniose canina em cães sem raça definida
verificou o que 22,16% foram positivos.Andrade et al.(2008) constatou que
animais menores de dois anos de idade, que viviam na região periférica de
Araçatuba e que não recebiam cuidados veterinários possuíam menor
expectativa de vida e o maior índice de casos de leishmaniose quando
comparados com animais de áreas com economia mais desenvolvida.
Teoricamente todas as raças de cães são susceptíveis a infecção
por L. infantum. Entretanto, um estudo recente demonstrou que cães da raça
Ibizan hound, também conhecida como Podenco Ibicenco (em espanhol) ou
Caeivissenc (em catalão), o mais resistentes que os de outras raças
(SOLANO-GALLEGO et al., 2005). Em contraste, certas raças (p.ex., boxer)
são aparentemente mais susceptíveis a infecção por L. chagasi/infantum
(FRANÇA-SILVA et al., 2003). A resistência natural parece estar ligada a
fatores genéticos do cão (SANCHEZ-ROBERT et al., 2005), embora outros
fatores, como o estado nutricional do animal, possam influenciar no
estabelecimento da infecção; isto é, se o animal vai adoecer, permanecer
portador assintomático ou curar-se espontaneamente (ALVAR et al., 2004;
MORENO; ALVAR, 2002). autores que relatam que as raças Cocker e
Boxer com risco maior do que quando comparadas as outras raças. Miranda et
al. (2008), observaram que as raças Pastor Alemão, Rotweiler e Boxer
apresentaram uma pré-disposição para Leishmaniose,enquanto as raças
poddle e Yorshire Terrier pareciam ser mais resistentes e os animais mais
jovens abaixo de 2 anos foram mais susceptíveis. Sonoda (2007) observou
uma prevalência maior nas raças Poodle e Labrador e a idade foi em animais
maiores do que 36 meses.
19
2.2 Babesiose
O aquecimento global e seus efeitos nas condições climáticas é um
dos fatores que presumivelmente está relacionado com as alterações na
distribuição temporal e espacial de doenças transmitidas por vetores, como por
exemplo, a babesiose (JACOBSON, 2006).
Babesia spp. são parasitos apicomplexas intraeritrocitários
transmitidos por carrapatos, que infectam um grande número de hospedeiros
podendo causar doença grave em animais domésticos e silvestres (KUTTLER,
1988). Mais de 100 espécies de Babesia foram identificadas, entretanto,
poucas são as que infectam cães, entre as quais podemos citar B. canis
(PIANA & GALLI-VALERIO, 1895) e B. gibsoni (PATTON, 1910) como as mais
comumente encontradas nessa espécie.
A Babesia canis foi descrita pela primeira vez por Piana & Galli-
Valerio, 1895 na Itália. Uilenberg et al. (1989) propuseram uma nomenclatura
diferenciando três subespécies de B. canis: B. canis rossi, transmitida pelo
Haemaphysalis leachi; B. canis canis, transmitida pelo Dermacentor reticulatus,
e a B. canis vogeli, transmitida pelo Rhipicephalus sanguineus. De acordo com
(IRWIN & HUTCHINSON, 1991) as três subespécies são responsáveis
respectivamente por formas clínicas diferenciadas em: grave, moderada e
branda.
A B. canis é encontrada na Europa, África, Ásia, Índia, América do
Norte, e América do Sul (UILENBERG et al., 1989; MATJILA et al., 2004). Em
quase todos os estados brasileiros este parasito tem sido identificado com base
na morfologia dos merozoítos (PARAENSE & VIANNA, 1949; O´DYWER et al.,
1997; RODRIGUES et al., 2004).
A diversidade de espécies de carrapatos parasitando cães no Brasil
é resultante dos diferentes ecossistemas do território nacional. Nesse sentido,
as características ambientais e a diversidade de espécies de hospedeiros de
cada área são os pontos fundamentais para a existência de determinadas
espécies de carrapatos nos cães (LABRUNA et al., 2001).
20
A ocorrência de carrapatos em cães no Brasil revela-nos dois
cenários distintos intimamente dependentes do ambiente onde o hospedeiro
vive. No primeiro cenário, os cães são criados em ambientes urbanos, dentro
ou fora das residências, não tendo acesso às áreas onde vivem carnívoros
silvestres ou outros mamíferos. Neste caso, os carrapatos encontrados nos
cães são, na sua grande maioria, pertencentes à espécie R. sanguineus que
têm bitos nidícolas, introduzida no Brasil, possivelmente, pelo homem. No
segundo cenário, os cães são criados em áreas rurais ou suburbanas, onde
vivem soltos e têm acesso livre às matas e a outros ambientes, onde várias
espécies de animais silvestres e domésticos estão presentes. Nestas
condições, os cães podem ser infestados por diferentes espécies de carrapatos
nativos, pertencentes ao gênero Amblyomma (LABRUNA & PEREIRA, 2001).
Em São Luís – MA, foi confirmada a presença do carrapato R.
sanguineus parasitando os cães (GUERRA & BRITO, 2004). A transmissão da
Babesia se pela inoculação de esporozoítos infectantes (O’DWYER et al.,
1997), que são inoculados nos vertebrados durantes o repasto sangüíneo dos
carrapatos. No hospedeiro vertebrado ocorre reprodução assexuada por
divisão binária no interior dos eritrócitos (KAKOMA & MEHLHORN, 1994).
Atualmente são reconhecidas três subespécies de B. canis: Babesia
canis canis, encontrada na Europa e transmitida por Dermacentor reticulatus,
Babesia canis vogeli, encontrada no Nordeste da África e Norte da América,
transmitida por Rhipicephalus sanguineus e Babesia canis rossi, encontrada no
Sul da África e transmitida por Haemaphysalis leachi. (UILEMBERG, 1986;
UILEMBERG et al., 1989; LEWIS et al., 1996; CARRET et al., 1999). Apesar da
similaridade morfológica, relatos sugerem que as duas primeiras subespécies
possuem de baixa a moderada patogenicidade, com animais apresentando
parasitemia transiente e infecção inaparente, enquanto que B. canis rossi
possui alta patogenicidade, que induz doença fulminante, com aumento
exponencial da parasitemia. Zahler et al. (1998) seqüenciando o primeiro e
segundo espaço interno transcrito (ITS-1 e ITS-2) e a região 5.8S do rRNA,
conseguiram segregar os isolados de B. canis, separando-os em três diferentes
grupos de genótipo após o alinhamento e construção do dendograma. No
21
estudo observou-se a proximidade dos isolados de B. canis canis e B. canis
vogeli em comparação com os de B. canis rossi que constitui um grupo
separado das duas subespécies anteriores.
Passos et al. (2005), seqüenciando o fragmento 18S do rDNA de
amostras de zona urbana de Minas Gerais (Belo Horizonte, Lavras e
Uberlândia) e São Paulo, realizaram a primeira detecção molecular de B. canis
vogeli no Brasil sendo observado identidade de 100% entre os isolados
estudados.
22
3 OBJETIVOS
Caracterizar os aspectos epidemiológicos e a soroprevalência de
Leishmania chagasi/infantum e Babesia canis vogeli em es de raça de São
Luís – MA.
Obter os fatores de associados para a infecção de Leishmania
chagasi/infantum e Babesia canis vogeli por meio de métodos sorológicos em
cães de raça pura (registro genealógico) residentes na zona urbana de São
Luís – MA.
Identificar a taxa de co-infecção, e possíveis correlações entre os
parasitos estudados.
23
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Área de estudo
O presente estudo foi realizado no município de São Luís – Ma
localizado 2° 46' 37" Sul e 44° 22' 39" Oeste. São Luís (município) = 2° 31' S e
44° 16' W (Núcleo Geoambiental, 2002), que desde a década de 80 vem
registrando grande mero de casos humanos e caninos, o que tem culminado
com a eutanásia de milhares de cães.
4.2 Tamanho da amostra
Foram escolhidos ao acaso 167 animais de raça pura, sendo 58
cães de raça de grande porte, 55 cães de raça de dio porte e 54 cães de
raça de pequeno porte. Todos domiciliados no município de São Luís e com
idade variada que foram submetidos ao exame sorológicos quanto à presença
de anticorpos anti Leishmania e anti Babesia. Treze amostras não foram
processadas em virtude de problemas técnicos.
Durante as coletas foi aplicado um questionário (Apêndice A) para
conhecer melhor a relação hospedeiro, vetor e ambiente de cada raça. Os
resultados foram analisados pelo programa BioEstat 3.0 (AYRES et al. 2003).
4.3 Coleta de sangue
De cada animal foram colhidos 2–5 ml de sangue, por punção
venosa (veia cefálica ou jugular). As amostras foram acondicionadas em tubos
vacutainer sem anti coagulante, as quais foram mantidas sob refrigeração em
torno de 20ºC e enviadas ao Laboratório Patologia da Universidade Estadual
do Maranhão UEMA. No laboratório, o sangue foi centrifugado a 3.000 rpm
(rotações por minuto) durante cinco minutos, o soro obtido foi congelado a
20ºC até realização dos testes sorológicos para pesquisa de anticorpos anti
Leishmania e anti Babesia.
24
4.4 Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI)
A pesquisa de anticorpo anti Babesia foi realizada segundo técnica
descrita por IICA (1987). Foi considerado positivo soros com títulos 1:40.
Para a pesquisa de anticorpo anti Leishmania foi utilizada a técnica
preconizada por Carmargo (1966). Também considerado positivo soros com
títulos 1:40, conforme preconiza o Ministério da Saúde.
Ressalta-se que todos os exames foram realizados no laboratório de
patologia da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA.
25
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise sorológica demonstrou que das 167 amostras analisadas,
37 (22,16%) apresentaram-se positivas para Leishmania spp. Esse índice é
semelhante ao encontrado em cães sem raça definida por Guimarães et al.
(2005) no Município de São José de Ribamar.
Quanto à variável sexo, observou-se que os machos apresentaram
maior soroprevalência (29,17%) em relação às fêmeas (12,68%) (Tabela 1).
Em relação à faixa etária, constatou-se que a mais acometida foi a dos animais
entre 2 a 5 anos (25,95%) (Tabela 2). Na análise das raças observou-se que o
Fila e o Shitzu apresentaram maior e menor positividade, 40% e 0%
respectivamente, para a infecção por Leishmania spp. Vale ressaltar que a raça
Shitzu apresentou valores estatisticamente significativos, o que permite inferir
que esta raça tem menor probabilidade de ser infectada pela Leishmania.
Tabela 1: Soroprevalência da leishmaniose em relação ao sexo de cão de raça,
município de São Luís – MA, 2008.
Sexo n Pos Neg Prevalência (%)
Macho 96 28 68 29,17
Fêmea 71 9 62 12,68
Total 167 37 130 22,16
Tabela 2: Soroprevalência da leishmaniose em relação a faixa etária de cão de
raça, município de São Luís – MA, 2008.
Faixa etária n Pos Neg Prevalência (%)
6m-2a 26 0 26 0,00
2-5a 131 34 97 25,95
>5a 10 3 7 30,00
Total 167 37 130 22,16
Os animais de pêlo curto apresentaram maior soropositividade
(26,32%) (Tabela 3), possuindo maiores chances de serem infectados. Quanto
à forma de aquisição dos animais, os provenientes de feira de filhotes foram
mais prevalentes (72,22%) (Tabela 4).
26
Tabela 3: Soroprevalência da leishmaniose em relação ao tipo de pelagem de
cão de raça, município de São Luís – MA, 2008.
Pêlo n Pos Neg Prevalência (%)
Longo 34 2 32 5,88
Curto 133 35 98 26,32
Total 167 37 130 22,16
Tabela 4: Soroprevalência da leishmaniose em relação à forma de aquisição de
cão de raça, município de São Luís – MA, 2008.
Aquisição n Pos Neg Prevalência (%)
Canil 108 14 94 12,96
Clinica 41 10 31 24,39
Feira Filhotes 18 13 5 72,22
Total 167 37 130 22,16
Proprietários de animais orientados por vendedores e criadores
apresentaram maiores índices de positividade, com 81,4% e 26,83%
respectivamente, em relação aos que possuíam orientação por médico
veterinário (4,08%) (Tabela 5). Isto mostra que uma boa orientação profissional
atua como um fator importante no controle das doenças que acometem o
homem e os animais domésticos. O fato da maior positividade (56,76%) ocorrer
entre cães, cujos proprietários não receberam qualquer orientação reforça essa
a hipótese (Tabela 6).
Tabela 5: Soroprevalência da leishmaniose em relação a quem orienta na
criação de cão de raça, município de São Luís – MA, 2008.
Quem orientou n Pos Neg Prevalência (%)
Veterinário 98 4 94 4,08
Criador 41 11 30 26,83
Vendedor 27 22 5 81,48
Sem orientação 1 0 1 0,00
Total 167 37 130 22,16
Tabela 6: Soroprevalência da leishmaniose em relação a orientação da criação
do cão de raça, município de São Luís – MA, 2008.
Orientação n Pos Neg Prevalência (%)
Sim 130 16 114 12,31
Não 37 21 16 56,76
Total 167 37 130 22,16
Outro fator interessante é que os animais que recebiam tratamento
de pelagem somente uma vez por mês apresentaram-se mais prevalentes
27
(33,66%) (Tabela 7), quando comparados com aqueles que recebiam
tratamento diariamente ou semanalmente. Mais uma vez podemos constatar
que a promoção da saúde está relacionada com as condições do ambiente que
o animal vive. Corroborando com essa assertiva, Andrade et al. (2008)
relataram que animais menores de dois anos de idade, que viviam na região
periférica de Araçatuba e que não recebiam cuidados veterinários possuíam
menor expectativa de vida e o maior índice de casos de leishmaniose quando
comparados com animais de áreas com economia mais desenvolvida.
Tabela 7: Soroprevalência da leishmaniose em relação ao tratamento de
pelagem de cão de raça, município de São Luís – MA, 2008.
Tratamento pelagem n Pos Neg Prevalência (%)
Diário 5 0 5 0,00
Semanal 59 2 57 3,39
Mensal 101 34 67 33,66
Outros 2 1 1 50,00
Teoricamente todas as raças de cães são susceptíveis a infecção
por L. infantum. Entretanto, um estudo recente demonstrou que cães da raça
Ibizan hound, também conhecida como Podenco Ibicenco (em espanhol) ou
Caeivissenc (em catalão), o mais resistentes que os de outras raças
(SOLANO-GALLEGO et al., 2005). Em contraste, certas raças (p.ex., boxer)
são aparentemente mais susceptíveis a infecção por L. chagasi/infantum
(FRANÇA-SILVA et al., 2003). A resistência natural parece estar ligada a
fatores genéticos do cão (SANCHEZ-ROBERT et al., 2005), embora outros
fatores, como o estado nutricional do animal, possam influenciar no
estabelecimento da infecção; isto é, se o animal vai adoecer, permanecer
portador assintomático ou curar-se espontaneamente (ALVAR et al., 2004;
MORENO; ALVAR, 2002). autores que relatam que as raças Cocker e
Boxer tem risco maior do que quando comparadas as outras raças. Miranda et
al. (2008), observaram que as raças Pastor Alemão, Rotweiler e Boxer
apresentaram uma pré-disposição para Leishmaniose,enquanto as raças
poddle e Yorshire Terrier pareciam ser mais resistentes e os animais mais
jovens abaixo de 2 anos foram mais susceptíveis. Sonoda (2007) observou
uma prevalência maior nas raças Poodle e Labrador e a idade foi em animais
28
maiores do que 36 meses. Diante da complexidade que é para implementar
ações de controle com o objetivo de erradicar a leishmaniose canina e os
grandes prejuízos econômicos e emocionais que causam aos criadores e
proprietários de cães de raça temos a convicção, portanto, da relevância dessa
pesquisa que teve como finalidade verificar a soroprevalência para
Leishmaniose em cães de raça no município de São Luís MA e os principais
fatores de risco
Entre 1990 e 2006, o município de Paulista notificou 32 casos de
LVC. A grande maioria dos cães incluídos nesse estudo não possuía raça
definida, embora não tenham sido coletados dados em relação à raça dos
animais. A idade dos cães variou de 2 meses a 15 anos (média = 3,3 anos,
desvio padrão = 2,8 anos), 184 es eram machos (57,1%) e 138 eram
fêmeas. Das 322 amostras analisadas pela RIFI, 130 foram positivas para a
presença de anticorpos anti-Leishmania spp., o que corresponde a uma
soroprevalência de 40,3%. Observou-se uma soroprevalência mais alta entre
cães jovens (≤1 ano) de que entre cães adultos. Da mesma forma, detectou-se
uma soroprevalência mais alta entre es machos, especialmente entre
aqueles do bairro do Janga. A maioria dos cães avaliados não apresentavam
sinais clínicos de LV; isto é, apenas 37 (11,5%) dos cães eram sintomáticos,
dos 13 cães soropositivos, 111 (85,4%) eram assintomáticos. Outro fato
relevante é a maioria dos pacientes acometidos pela LV nesse município
residia no bairro onde foi encontrada a maior soroprevalência da doença
canina. Esses dados mostram que alta soroprevalência canina, a presença de
Lutzomyia longipalpis no peridomicílio e a falta condições sócio-econômicas e
ambientais de certas comunidades, indicam o risco de futuros surtos de LVC
(DANTAS-TORRES, 2006).
Aparentemente o papel do cão na introdução, dispersão e
manutenção da leishmaniose visceral urbana assume o mesmo valor, uma vez
que a epidemia canina precede à humana e os distritos com os maiores
coeficientes de incidência de calazar humano se sobrepuseram aqueles que
apresentaram, da mesma forma, os maiores risco de doença canina em Belo
Horizonte no período de 1993 a 1997 (Bevilacqua, 2001) Não foi observada
29
associação entre a prevalência de cães com sorologia positiva e a incidência
de casos humanos.
Como trata-se de uma doença ligada às precárias condições sócio-
econômicas e sanitárias, além das medidas de controle realizadas de forma
sistematizada, faz-se necessária também definição de políticas públicas que
garantam a resolução das distorções e desigualdades existentes nos padrões
de saúde. É também necessária a realização de ações educativas, uma vez
que os aspectos culturais e sociais são de grande importância na leishmaniose
visceral, sendo imperioso a compreensão e o envolvimento da comunidade nas
ações de vigilância e controle da doença nos mais variados aspectos
(FEITOSA, 2003).
No Maranhão foi feita uma pesquisa para verificar o conhecimento
para leishmaniose no Estado que teve o seguinte resultado 50,9% referiram
transmissão pelo inseto; 87,2% reconheciam o envolvimento do cão na cadeia
epidemiológica da doença. Os entrevistados eram cientes da gravidade da
doença, sendo capazes de identificar casos suspeitos em humano ou no cão.
Medidas de controle são desconhecidas por 77,8%. Sete pessoas sabiam que
o Glucantime® é usado no tratamento da LV. Os autores concluíram que o
nível de conhecimento sobre LV foi baixo, principalmente em relação à
prevenção e à terapêutica, situação semelhantes nas três áreas (GAMA et al.,
1998).
Em Palmas, capital do Estado de Tocantins, a LV ocorre em todo o
município, com maior concentração de casos no espaço urbano. A cidade tem
vivenciado, nos últimos quatro anos, uma situação de intensa transmissão da
doença, momento em que também se evidencia dificuldades no
desenvolvimento das medidas de controle provocadas, em parte, pela situação
política que o município vem passando o que interfere na rotatividade e
carência de profissionais; além de problemas evidenciados com kits de
diagnóstico canino, resistência da população perante a eliminação do
reservatório da doença e, dificuldades no controle do inseto transmissor por
conseqüência da ausência de sistematização dos ciclos de tratamento químico.
(GLÓRIA, 2006). Em Belo Horizonte, existe risco diferenciado de ser acometido
30
pela LV de acordo com a inserção social, a quantidade de cães presentes no
domicílio e as condições da moradia (BORGES, 2006).
Outro dado pesquisado foi à correlação das pelagens das diversas
raças estudadas, onde encontramos diferença estatística significativa entre
raças de pêlo curto e raças de pêlo longo. As raças de pêlo curto de 101
animais 39 positivas para Leishmaniose representando 7,78% enquanto os de
pêlos longos foram 37 animais negativos e 3 positivos representando 7,14 %.
Porém, o Pr = 0.007 o que deixa claro que não diferença estatística. Por
outro lado quando correlacionamos com quem realiza o tratamento da pelagem
observamos que quando é o empregado que faz o tratamento houve uma
incidência de animais positivos 34,51%, contra 11,54% quando é o proprietário
e não houve nenhum animal positivo e o Pr=0,0000.
Quando correlacionamos com a importância da orientação
constatamos que quando o veterinário é responsável pela orientação apenas
3,81% foram positivos, contra 50,67% quando é o leigo e 23,33 % para o
vendedor o que nos leva acreditar que o profissional deve explicar ao futuro
proprietário o que é a enfermidade e como pode ser evitada. O controle dos
carrapatos também apresentou significância ao correlacionarmos com os
animais que reagiram a Leishmania 54.69% contra 5, 22% negativos e o
Pr=0.000.
Com relação ao modo de aquisição evidenciou-se que animais
adquiridos em canil tiveram uma incidência menor 12,39% positivos, contra
27,27% positivos nas clinicas e 69,57% positivos adquiridos em feira de
filhotes. Na análise descritiva observou-se que 48,33% adquiriram os cães para
guarda; 40,56% companhia; 7,78% para preservação da raça e apenas 3,33%
comercial. Além disso, constatou-se que 65,56% dos animais o criados fora
de casa enquanto, que apenas 34,44% são criados dentro de casa. Os animais
criados fora de casa estão mais sujeitos a contraírem a doença e, isto pode
explicar porque os es machos foram os mais acometidos, como, é sabido
esses animais vão mais às ruas que as fêmeas.
A análise sorológica para babesiose demonstrou que das 167
amostras analisadas, 41 (24,55%) (Tabela 8) apresentaram-se positivas para
31
Babesia canis vogeli. Na análise univariada foi constatado que os machos
apresentaram maior soroprevalência (25%) em relação às fêmeas (23,94%),
entretanto não estatisticamente significativo. A Ilha de São Luís reúne as
condições para do desenvolvimento do transmissor da babesiose, uma vez que
possui umidade relativa do ar alta e nos últimos vinte anos tem sofrido ações
antrópicas significativas. Dados meteorológicos que compreendeu o período da
pesquisa foram obtidos no Laboratório de Geoprocessamento e, análise deles
evidencia que a umidade relativa média foi de (77,748%) e a temperatura
média (temperatura 27,83ºC) e o índice pluviométrico foi de (412.921
cal/cm2.dia). Estudos realizados na Europa demonstram que a umidade
relativa do ar influência a atividade, a longevidade e ovoposição do
Dermacentor reticulatus (ZAHLER, GOTHE, 1998).
Tabela 8: Soroprevalência para babesiose canina em relação ao sexo,
município de São Luís – MA, 2008.
Sexo n Pos Neg Prevalência (%)
Macho 96 24 72 25,00
Fêmea 71 17 54 23,94
Total 167 41 126 24,55
Em relação à faixa etária foi constatado que os animais entre 2 a 5
anos (26,15%) (Tabela 9) foram os que apresentaram maior número de casos
positivos. Também foi observado que as raças Yorkshire Terrier foi a que
apresentou maior número de casos positivos (52,63%) e as raças Pinscher
Miniatura e Boxer apresentaram a menor positividade (10%). Vale ressaltar que
a raça Yorkshire Terrier apresentou valores estatisticamente significativos,
indicando assim que os animais dessa raça têm maior probabilidade de serem
infectados pela doença. Estudando a incidência de Babesia canis no sul da
França, Martinod et al (1986), observaram que o sexo e a idade não foram
considerados relevantes, contudo, as raças, Beagle, Fox terrier, e, Daschound,
são resistentes a babesiose, enquanto as raças Cocker Spaniel, Griffon,
Yorkshire terrier, Doberman, Pequeneses são mais propensas a infecção.
32
Tabela 9: Soroprevalência para babesiose canina em relação a faixa etária,
município de São Luís – MA, 2008.
Faixa etária n Pos Neg Prevalência (%)
6m-2a 27 5 22 18,52
2-5a 130 34 96 26,15
>5a 10 2 8 20,00
Total 167 41 126 24,55
Maia et al. (2006), estudando os aspectos epidemiológicos no semi-
arido de Minas Gerais observaram que a soroprevalência em cães de raça foi
menor (12%) do que em cães sem raça definida (21%) e que Odds ration
calculada neste caso foi de 1.8 demonstrando que o risco é maior para es
sem raça definida. Dos 7.243 registros analisados, 33,95% (2.459 / 7.243) dos
cães apresentavam resultado positivo quanto à presença de Babesia spp. pela
técnica de esfregaço.
Soares et al. (2006), observaram que cães criados em quintais
apresentaram uma maior infestação por carrapatos do que em apartamentos e
com relação aos hemoparasitos foram erlichiose 16% e babesiose 2%.
Outro aspecto analisado foi o tipo de pêlo e os resultados mostram
que os animais de pêlo longo apresentaram maior soropositividade (44,12%)
(Tabela 10), possuindo maiores chances de serem infectados. O pêlo longo
favorece a permanência do carrapato por mais tempo e, mesmo aqueles que
são submetidos a banhos carrapaticidas, pode ocorrer que os carrapatos
localizados mais profundamente não sejam atingidos e isso ainda contribua
para a resistência dos mesmos.
Tabela 10: Soroprevalência para babesiose canina em relação ao tipo de
pelagem, município de São Luís – MA, 2008.
Pêlo n Pos Neg Prevalência (%)
Longo 34 15 19 44,12
Curto 133 26 107 19,55
Total 167 41 126 24,55
Quanto à forma de aquisição dos animais, os provenientes de clinica
foram mais prevalentes (26,83%) (Tabela 11), o que não possui nenhuma
explicação plausível. Neste caso esperar-se-ia uma redução, considerando que
os proprietários deveriam receber orientação veterinária. E, isso é corroborado
33
pelo fato dos proprietários orientados por vendedores e criadores e médico
veterinário não foram estatisticamente significantes.
Tabela 11: Soroprevalência para babesiose canina em relação ao tipo de
aquisição, município de São Luís – MA, 2008.
Aquisição n Pos Neg Prevalência (%)
Canil 108 28 80 25,93
Clinica 41 11 30 26,83
Feira Filhotes 18 2 16 11,11
Total 167 41 126 24,55
Poucos estudos têm sido feitos no nordeste brasileiro sobre a
soroprevalencia de babesiose. A luz do nosso conhecimento o presente
trabalho é o primeiro que trata da babesiose canina no Maranhão. De acordo
com Bourdoiseau (2006), os métodos de investigação que variam desde o
exame clínico até a sorologia apresentam diferente sensibilidade. O exame
parasitológico pode induzir a resultado falsos-negativos e a pesquisa de
anticorpos pode refletir apenas uma prévia exposição ao parasita. Todos esses
fatores podem contribuir para que soroprevalência dessa doença seja
subestimada em todo o Brasil, mas em especial no Maranhão, onde o
diagnóstico é feito baseado na clinica e no exame hemoparasitológico.
As alterações da distribuição geográficas das doenças transmitidas
por carrapatos podem ser explicada por fatores múltiplos tais como: condições
climáticas, alterações no habitat dos carrapatos devido ao desmatamento e
fatores específicos dos hospedeiros. Novas áreas endêmicas podem se
desenvolver devido à disseminação natural do vetor através de pássaros e
mamíferos selvagens (JACOBSON, 2006).
No presente estudo não foi possível determinar a taxa de co-
infecção entre Leishmania e Babesia, o que reforça a hipótese de que não
reação cruzada entre esses parasitas. Esses mesmos resultados também
foram obtidos por Oliveira (2006), que ao realizar inquérito sorológico para
Leishmania chagasi em cães oriundos de Jaboticabal – SP descrevem que não
foi comprovada a reatividade cruzada com Ehrlichia canis ou Babesia canis.
34
6 CONCLUSÕES
O índice de cães de raça positivos é alto para Leishmaniose Visceral
Canina e para Babesiose canina sendo um fator que limita a criação de cães
de raça no município.
Não houve predileção racial para leishmaniose visceral canina,
porém, animais de idade superior a 36 meses foram mais suscetíveis tendo
duas vezes mais chances de adquirir a enfermidade.
A orientação do médico veterinário na criação de cães de raça é
uma importante no controle da Leishmaniose e da babesiose.
Ao contrário da Babesiose, os cães machos têm mais predisposição
do que as fêmeas para adquirir Leishmaniose.
O controle de carrapatos no ambiente são efetivos também para
controlar a leishmaniose.
A aquisição de animais em feira de filhotes representa um maior
risco para contrair a leishmaniose visceral canina.
Não foi observado co-infecção por Babesia e Leishmania
35
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41
APÊNDICE
42
APÊNDICE A: Questionário aplicado na pesquisa
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO PARA LEISHIMANIOSE
CANINA E BABESIOSE
1. Identificação do animal
Nome do animal
Raça
Idade
Sexo
Tipo de pêlo: Liso ( ) Duro ( ) Longo ( ) Curto ( )
Cor
Endereço
2. Onde o animal foi adquirido?
Feira de filhotes ( ) Canil ( ) Clínica ( ) Outros ( )
3. Qual a finalidade da aquisição?
Comercial ( ) Preservação da raça ( ) Companhia ( ) Guarda ( )
4. Houve orientação inicial de como criar?
Sim ( ) Não ( )
5. Essa orientação foi dada por quem?
Veterinário ( ) Criador ( ) Vendedor ( )
6. Houve orientação de combate a ectoparasitos?
Sim ( ) Não ( )
7. Você conheceu o ambiente de onde o animal nasceu?
Sim ( ) Não ( )
8. Onde você cria seu animal?
Dentro de casa ( ) Fora de Casa ( )
9. O tratamento da pelagem é feito?
Diário ( ) Semanal ( ) Mensal ( ) Outros ( )
10. O tratamento é feito por quem?
Profissional ( ) Empregado da casa ( ) Próprio ( )
11. O seu animal já teve carrapatos?
Sim ( ) Não ( )
12. O tratamento dos carrapatos foi orientado por quem?
Vendedor ( ) Criador ( ) Veterinário ( )
43
13. O seu animal já esteve doente de Babesia ou erlichia?
Sim ( ) Não ( )
14. Você já perdeu algum cão por causa dessas doenças?
Sim ( ) Não ( )
15. Você faz o controle do ambiente contra carrapatos?
Sim ( ) Não ( )
16. Seu animal vai a rua?
Sim ( ) Não ( )
44
APÊNDICE B: Resultados da soroprevalência para Leishmaniose
Tabela 12. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação ao
sexo, município de São Luís – Ma, 2008
Sexo n Pos Neg Prevalência (%) OR P IC 95%
Macho 96 28 68 29,17 2,83 0,01 1,24 6,48
Fêmea 71 9 62 12,68
Total 167 37 130 22,16
Tabela 13. Soroprevalência para a leishmaniose em cães de raça em relação à
idade, município de São Luís – Ma, 2008
Idade n Pos Neg Prevalência (%) OR P IC 95%
6m-2ª 26 0 26 0,00
2-5ª 131 34 97 25,95
>5ª 10 3 7 30,00 1,55 0,82 0,38 6,31
Total 167 37 130 22,16
Tabela 14. Soroprevalência para a leishmaniose em cães de raça em relação
às raças, município de São Luís – Ma, 2008
Raça n Positivo Negativo Prevalência (%) OR P IC 95%
Fila
Brasileiro
20
8
12
40
2,71
0,07
1,01
7,24
Dobermann 20 6 14 30 1,60 0,53 0,56
4,51
Rotweiller 18 5 13 27.78 1,40 0,75 0,46 4,32
Boxer 20 2 18 10 0,35 0,26 0,07 1,60
Pitt Bull 16 5 11 31,25 1,69 0,54 0,54 5,12
Daschund 19 5 14 26,32 1,29 0,86 0,43 3,86
Shit-Tzu 15 0 15 0,00 - - -
Pinscher
Miniatura
20
4
16
20
0,86
0,96
0,27
2,76
Yorkshire
Terrier
19
02
17
10,53 0,37
0,31
0,08
1,72
Total 167 37 130 22,16
Tabela 15. Soroprevalência para a leishmaniose em cães de raça em relação
ao comprimento do pêlo, município de São Luís – Ma, 2008
Pêlo n Pos Neg Prevalência (%) OR P IC 95%
Longo 34 2 32 5,88
Curto 133 35 98 26,32 5,71 0,01 1,30 25,09
Total 167 37 130 22,16
45
Tabela 16. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação ao
modo de aquisição
do filhote, município de São Luís – Ma, 2008
Modo de
aquisição
n Pos Neg Prevalência (%) OR P IC 95%
Canil 108 14 94 12,96
Clinica 41 10 31 24,39
Feira
Filhotes
18
13
5
72,22
4,28
0,001
1,99
9,24
Total 167 37 130 22,16
Tabela 17. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação à
finalidade da criação, município de São Luís – Ma, 2008
Finalidade da
criação n Pos Neg Prevalência (%)
Companhia 66 11 55 16,67
Preservação 14 2 12 14,29
Comercial 6 0 6 0,00
Guarda 81 24 57 29,63
Total 167 37 130 22,16
Tabela 18. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação à
orientação de controle de ectoparasitas, município de São Luís
Ma, 2008
Orientação para
controle de
ectoparasitas n Pos Neg Prevalência (%)
Sim 163 33 130 20,25
Não 4 4 0 100,00
Total 167 37 130 22,16
Tabela 19. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação a
quem orienta da criação, município de São Luís – Ma, 2008
Quem n Pos Neg Prevalência (%) OR P IC 95%
Veterinário
98 4 94 4,08
Criador 41 11 30 26,83 8,61 0,001 2,55 29,06
Vendedor 27 22 5 81,48 103,4
0,00001
25,64
416,94
S 1 0 1 0,00
Total 167 37 130 22,16
Tabela 20. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação à
orientação para aquisição do animal, município de São Luís Ma,
2008
Orientação n Pos Neg Prevalência (%) OR P IC 95%
Sim 130 16 114 12,31 Ref
Não 37 21 16 56,76 9,35 0,0001 4,05 21,54
Total 167 37 130 22,16
46
Tabela 21. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação ao
conhecimento de onde o filhote foi criado, município de São Luís
Ma, 2008
Tabela 22. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação ao
local da criação do animal (dentro ou fora de casa), município de
São Luís – Ma, 2008
Tabela 23. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação à
periodicidade de tratamento da pelagem, município de São Luís
Ma, 2008
Periodicidade n Pos Neg Prevalência (%) OR P IC 95%
Diário 5 0 5 0,00
Semanal 59 2 57 3,39
Mensal 101 34 67 33,66 15,73
0,001 3,62 68,23
Outros 2 1 1 50,00 31,00
0,15 1,38 694,33
Total 167 37 130 22.16
Tabela 24. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação a
quem faz o tratamento da pelagem, município de São Luís Ma,
2008
Quem faz n Pos Neg Prevalência (%) OR P IC 95%
Empregado 105 34 71 32,38 9,41 0,0001 2,75 32,21
Proprietário 39 3 36 7,69
Profissional 23 0 23 0,00
Total 167 37 130 22,16
Tabela 25. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação à
ocorrência de carrapato, município de São Luís – Ma, 2008
Carrapato n Pos Neg Prevalência (%)
Sim 166 37 129 22,29
Não 1 0 1 0,00
Total 167 37 130 22,16
Conhecimento
do ambiente n Pos Neg
Prevalência
(%) OR P IC 95%
Sim 73 10 63 13,70
Não 94 27 67 28,72 2,53 0,03 1,13 5,66
Total 167 37 130 22,16
Criação n Pos Neg Prevalência (%) OR P IC 95%
Fora 110 22 88 20,00 2 0,08 0,97 4,11
Dentro 57 19 38 33,33
Total 167 41 126 24,,55
47
Tabela 26. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação à
ocorrência de leishmaniose canina, município de São Luís Ma,
2008
Babe ou Leish n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Sim 63 31 32 49,21
Não 104 6 98 5,77 1,582
0,001 6,05 41,35
Total 167 37 130 22,16
Tabela 27. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação à
perda do animal por leishmaniose canina, município de o Luís
Ma, 2008
Perda do cão n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Sim 43 25 18 58,14 12,46
0,0001 5,54 30,31
Não 124 12 112 9,68
Total 167 37 130 22,16
Tabela 28. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação ao
controle de ectoparasitas no ambiente, município de São Luís
Ma, 2008
Controle
ambiental n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Sim 107 6 101 5,61
Não 60 31 29 51,67 17,94
0,0001 6,84 47,31
Total 167 37 130 22,16
Tabela 29. Soroprevalência para leishmaniose em cães de raça em relação ao
acesso à rua, município de São Luís – Ma, 2008
Acesso à rua n Pos Neg Prevalência (%)
Sim 164 37 127 22,56
Não 3 0 3 0,00
Total 167 37 130 22,16
48
APÊNDICE C: Resultados da soroprevalência para Babesiose canina
Tabela 30. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação ao
sexo, município de São Luís – Ma, 2008
Sexo n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Macho 96 24 72 25,00 1,05 0,48 0,51 2,16
Fêmea 71 17 54 23,94
Total 167 41 126 24,55
Tabela 31. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
idade dos cães, município de São Luís – Ma, 2008
Idade n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
6m-2a 27 5 22 18,52 Ref.
2-5a 130 34 96 26,15 1,55 0,55 0,54 4,43
>5a 10 2 8 20,00 1,10 0,71 0,17 6,84
Não Inf. 0 0 0 #DIV/0!
Total 167 41 126 24,55
Tabela 32. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à raça
dos cães, município de São Luís – Ma, 2008
Raça n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Boxer 20 2 18 10,00 0,30 0,18 0,06 1,38
Daschund 19 4 15 21,05 0,80 0,92 0,24 2,56
Doberman 20 5 15 25,00 1,02 0,82 0,34 3,02
Fila 20 6 14 30,00 1,37 0,74 0,49 3,83
Pinsher 20 2 18 10,00 0,30 0,18 0,06 1,38
PittBull 16 3 13 18,75 0,68 0,79 0,18 2,53
Rotweiller 18 4 14 22,22 0,86 0,96 0,26 2,79
Shitzu 15 5 10 33,33 1,61 0,60 0,51 5,02
YorkShire 19 10 9 52,63 4,19 0,006 1,56 11,21
Total 167 41 126 24,55
Tabela 33. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação ao
comprimento do pêlo, município de São Luís – Ma, 2008
Pêlo n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Longo 34 15 19 44,12 3,24 0,006 1,45 7,23
Curto 133 26 107 19,55
Total 167 41 126 24,55
Tabela 34. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
aquisição do filhote, município de São Luís – Ma, 2008
Aquisição n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Canil 108 28 80 25,93
Clinica 41 11 30 26,83
Feira Filhotes 18 2 16 11,11 0,80 0,71 0,38 1,71
Total 167 41 126 24,55
49
Tabela 35. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
finalidade da criação, município de São Luís – Ma, 2008
Finalidade n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Tabela 36. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
orientação para controle de ectoparasitas, município de São Luís
– Ma, 2008
Orientação ecto n Pos Neg Prevalência (%)
Sim 163 41 122 25,15
Não 4 0 4 0,00
Total 167 41 126 24,55
Tabela 37. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação a
orienta a criação, município de São Luís – Ma, 2008
Quem n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Veterinário 98 25 73 25,51 Ref.
Criador 41 11 30 26,83 1,07 0,95 0,46 2,44
Vendedor 27 4 23 14,81 0,50 0,36 0,16 1,61
S 1 1 0 100.00
Total 167 41 126 24,55
Tabela 38 Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
orientação para aquisição, município de São Luís – Ma, 2008
Orientação n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Sim 130 36 94 2,.69 Ref.
Não 36 4 32 11,11 0,40 0,12 0,14 1,12
Total 166 40 126 24,10
Tabela 39. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação ao
conhecimento de onde o animal foi adquirido, município de São
Luís – Ma, 2008
Conhecimento
do ambiente
n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Sim 73 14 59 19,18 Ref.
Não 94 27 67 28,72 1,69 0,21 0,81 3,53
Total 167 41 126 24,55
Companhia 66 19 47 28,79 5,25 0,17 0,64 43,02
Preservação 14 1 13 7,14 Ref.
Comercial 6 2 4 33,33 6,50 0,41 - -
Guarda 81 19 62 23,46 3,98 6,30 0,48 32,46
Total 167 41 126 24,55
50
Tabela 40. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação ao
local da criação de
cães de raça (dentro ou fora de casa), município de São
Luís – Ma, 2008
Local de
criação
n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Fora 110 22 88 20,00 Ref.
Dentro 57 19 38 33,33 2,00 0,08 0,97 4,11
Total 167 41 126 24,55
Tabela 41. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
periodicidade do tratamento de pelagem, município de São Luís –
Ma, 2008
Peridiocidade n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Diário 5 3 2 60,00 Ref.
Semanal 59 16 43 27,12
Mensal 101 22 79 21,78 0,65 0,33 0,32 1,34
Outros 2 0 2 0,00
Total 167 41 126 24.55
Tabela 42. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação a
quem faz o tratamento de pelagem, município de São Luís Ma,
2008
Quem faz n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Empregado 105 22 83 20,95
Proprietário 26 4 22 15,38
Profissional 36 15 21 41,75 2,88 0,01 1,30 6,35
Total 167 41 126 24,55
Tabela 43. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
ocorrência de carrapato, município de São Luís – Ma, 2008
Carrapato n Pos Neg Prevalência (%)
Sim 166 41 125 24,70
Não 1 0 1 0,00
Total 167 41 126 2,.55
Tabela 44. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
ocorrência de babesia ou leishmaniose canina, município de São
Luís – Ma, 2008
Babe ou leish n Pos Neg Prevalência (%)
Sim 63 11 52 17,46
Não 104 30 74 28,85
Total 167 41 126 24,55
51
Tabela 45. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação à
perda do animal por babesia canina, município de São Luís Ma,
2008
Perda do cão n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Sim 43 9 34 20,93 0,76 0,66 0,32 1,75
Não 124 32 92 25,81 Ref.
Total 167 41 126 24,55
Tabela 46. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação ao
controle de ectoparasitas no ambiente, município de São Luís
Ma, 2008
Controle
ambiental n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Sim 107 30 77 28,04
Não 60 11 49 18,33 0,57 0,22 0,26 1,25
Total 167 41 126 24,55
Tabela 47. Soroprevalência para babesiose em cães de raça em relação ao
acesso à rua, município de São Luís – Ma, 2008
Acesso à rua n Pos Neg
Prevalência (%) OR P IC 95%
Sim 164 40 124 24,39 0,64 0,74 0,05 7,30
Não 3 1 2 33,33 Ref.
Total 167 41 126 24,55
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