TABELA 1. Comparação de médias entre os teores de gordura, proteína, lactose, extrato
seco e log de CCS do leite de ovelhas da raça Santa Inês, criadas sob sistema semi-
extensivo, no município de Frei Paulo, Sergipe, pelo teste de Tuckey a 1% de
probabilidade
.
Período Gordura Proteína Lactose Extrato
seco
log
CCS
colostro 4,82 a 5,89 a 4,71 a 16,66 a 1,92 a
In.lact. 3,59 b 4,79 b 4,93 ab 14,56 b 1,83 a
lactação 6,74 c 5,3 c 4,56 b 17,66 c 2,18 b
desmame 9,51 d 6,6 d 3,56 c 21,24 d 2,20 b
c.v. 33,87 16,36 11,74 14,06 25,46
Médias seguidas da mesma letra, da mesma letra, não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tuckey na
probabilidade adotado.
O coeficiente de variação do experimento encontra-se dentro do estabelecido
como aceitável por Sampaio (1998). Na análise de variância, o valor médio de lactose
encontrado foi de 4,5%, apresentando um R² de 0,33 e coeficiente de variação de 11.74.
Em ovelhas da raça Corriedale, de aptidão leiteira, os valores médios encontrados
foram de 5,27% e em ovelhas da raça Lacaune, de aptidão mista, foi de 4.60%
(KREMER et al, 1996; BRITO, 2003).
Para a gordura, na análise da variância as porcentagens médias do experimento,
foram de 6.45% (R² = 0.35 e coeficiente de variação de 33,87%). O teor de gordura
variou de maneira inversamente proporcional ao log das células somáticas do leite.
Estudos indicaram a variação de porcentagem de teores de gordura entre 5,97 até 8,38%
no decorrer do período de lactação (ASSENAT, 1991). Já em ovelhas com aptidão
mista, foram relatadas variações de 5,3% a 7,8% (BRITO, 2003).
O teor de extrato seco total depende muito do teor de gordura. Neste
experimento o teor de extrato seco total oscilou de 16,66 para 21,24% nos períodos de
colostro e desmame respectivamente. O valor médio do extrato seco total foi de 17,71%
apresentando na análise de variância um R² de 0,32 e um coeficiente de variação de
25.46. Os valores médios de extrato seco encontrados no leite de ovelhas da raça Santa
Inês são inferiores aos encontrados em ovelhas com aptidão leiteira, de 19,1%
(ALVARENGA, 2000) e superior ao valor médio de extrato seco total em ovelhas de
aptidão mista da raça Lacaune (BRITO, 2003).
A concentração em porcentagem de proteína média, apresentada na análise da
variância, foi de 5,49 (R² = 0,28 e coeficiente de variação de 16,36), enquanto que
estudos realizados com ovelhas de aptidão leiteira e mista, apontaram médias de
proteína variando de 4,87 a 6% e de 3,8 a 5% respectivamente (ASSENAT, 1991;
BRITO, 2003). Comparando-se, através da análise da variância, obteve-se nas
condições do experimento um teor de proteína superior aos encontrados na raça leiteira
e com aptidão mista, indicando que possivelmente, a depender do sistema de criação, o
leite de ovelhas da raça Santa Inês poderá ser útil para outras finalidades como
fabricação de produtos lácteos.
Comparando-se o escore corporal médio das fêmeas no inicio da lactação
(FIGURA 1), verificou-se escores entre 2,83 com desvio padrão de 0,89 e no período de
desmame as fêmeas apresentavam um escore médio de 1,73 com desvio padrão de 0,25.
Os valores do escore apresentavam-se inversamente proporcional ás concentrações de
proteína e gordura. As ovelhas deste experimento, possivelmente pelas condições
inerentes a raça das ovelhas aqui estudadas, apresentaram um escore corporal abaixo do
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