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AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 1 | EaD: UM PROCESSO SISTÊMICO
Física
Educação
Curso a distância
Física
Educação
para EaD
Autoria
para EaD
Autoria
Curso a distância
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Livros Grátis
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Física
Educação
Curso a distância
para EaD
Autoria
República Federativa do Brasil
Presidente
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministério da Educação
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky
Fundação Universidade de Brasília
Reitor
Timothy Martin Mulholland
Decano de Ensino de Graduação
Murilo Silva de Camargo
Diretor de Tecnologias de Apoio à Aprendizagem
Leonardo Lazarte
Secretario de Administração Acadêmica
Arnaldo Carlos Alves
Coordenadora Pedagógica
Wilsa Ramos
Faculdade de Educação Física
Diretor
Jonatas de França Barros
Coordenadores de Cursos em Educação a Distância
Alcir Braga Sanches
Iran Junqueira de Castro
Universidade Federal do Amapá
Reitor
José Carlos Tavares
Coordenador de Curso EaD
Demilto Yamaguchi da Pureza
Gestora de Projeto
Wanja Corrêa da Silva
Universidade Federal de Rondônia
Reitor
José Januário de Oliveira Amaral
Pró-Reitora de Graduação
Nair Ferreira Gurgel do Amaral
Coordenadora de Educação a Distância
Ângela Aparecida de Souto Silva
Coordenador do Curso
Daniel de Oliveira de Souza
PROFESSORA-AUTORA
Cassandra Amidani
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO
DO MATERIAL PEDAGÓGICO
Saber EaD Cursos
Equipe de Produção / Saber EaD
Design Instrucional
Cassandra Amidani
Revisão
Ana Maria Sarmento Vellasco
Ilustrações
Éder Lacerda
Diagramação
Rodrigo Augusto
Cotejamento e Controle de Qualidade
Elizabeth Dias de Vasconcellos
Projeto Gráfico do Material Impresso
Eron de Castro
Webdesign Educacional e Projeto do ambiente Moodle
Marcelo Vasconcellos
5
ÍCONES ORGANIZADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
MUITO PRAZER! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
APRESENTAÇÃO DO CURSO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1 EaD: um processo sistêmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Educação a Distância... O que é? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2 Particularidades da EaD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2.1 Fase de desenvolvimento de materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2 Ambiente Virtual de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.1 Conhecendo o significado de AVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2 Como acessar o AVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2.1 Os ambientes do Moodle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3 Produção de Material Impresso para EaD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.1 Por onde começar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.2 Compondo o material . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2.1 A definição de objetivos de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2.2 Os textos essenciais e os complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.2.3 A linguagem escrita e a linguagem imagética para EaD . . . . . . . . . . . 31
3.3 Estratégias de ensino-aprendizagem na EaD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.3.1 Ensinando a distância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.4 Estrutura do Módulo ou da Disciplina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.4.1 Estrutura da Disciplina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.5 Avaliação na EaD: algo de novo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Bibliografia Recomendada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Sumário
6
Ícones Organizadores
No conteúdo, existem conceitos, idéias, lembretes que são
importantes. Por isso, sempre que você vir tais destaques,
!
Momento em que você fará uma pausa para pensar nas questões
apresentadas e aprofundar pontos relevantes.
Espaço para você fazer exercícios, atividades, pesquisas
e auto-avaliações para consolidar o que aprendeu.
Além dos assuntos essenciais apresentados, o que existe que possa
contribuir com o progresso de sua aprendizagem? O
traz endereços de
sites
, textos complementares, aprofundamentos de idéias, curiosidades sobre os
temas estudados.
Finalizando cada Unidade, apresentamos uma síntese dos assuntos
abordados para facilitar a visão geral do que foi explorado.
7
Sobre a autora
Profa. Cassandra Amidani
Mineira, de Guaxupé. Mestre em Educação, pela Universidade de Brasília (UnB),
com pesquisa em Evasão em graduação a distância. Especialista em Recursos
Humanos, pela Universidade de São Paulo (USP). Formada em Ciência da Educação,
pelo Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB).
Sou professora de ensino superior presencial, tutora de especialização a distância e consul-
tora de EaD em várias instituições públicas e privadas. Atuo como colaboradora da Organização
Panamericana da Saúde, do Centro de Educação a Distância da Universidade de Brasília (CEAD-UnB)
e do Banco do Brasil.
Fiz parte do quadro de funcionários do Banco do Brasil, por 23 anos. Os últimos 12 foram de-
dicados à área de Gestão de Pessoas – Educação Corporativa, onde formei educadores corporativos,
elaborei cursos presenciais e a distância e coordenei programa de criatividade.
Além disso, como você, sou professora-autora. Então, conheço as facilidades e os nós dessa
atribuição. Sei bem que podemos enfrentar situações que nos deixam um pouco desorientados.
Quando somos convidados para sermos autores, não é raro, no início do trabalho, ouvirmos o se-
guinte: “vai escrevendo, vai escrevendo... Depois a gente vê. Isso é muito comum, sabia? Por outro
lado, também sei que todo o processo de produção depende do alto nível de comprometimento
dos autores, do cumprimento das orientações e do prazo fixado.
E, agora, temos a oportunidade de, juntos, fazermos um percurso de aprendizagem quanto à
elaboração de material pedagógico impresso para EaD e nos prepararmos mais e melhor para outras
situações de autoria.
Então, convido você para iniciarmos essa caminhada!
AUTORIA PARA EAD
9
Apresentação do Curso
Caro(a) aluno(a)”,
Começamos o Curso de Autoria para Educão a Distância (EaD), que marca o início de im-
portante trabalho voltado para a o desenvolvimento de material pedagógico para a graduação a dis-
tância de Educação Física, inserido no Programa Pró-Licenciatura. Este curso foi elaborado de modo
a dialogar sobre a produção de material pedagógico impresso para a educação a distância.
Com carga horária de 30 horas, a ser realizada em 4 (quatro) semanas. O conteúdo está assim
organizado:
Unidade 1 – EaD: um processo sistêmico.
Unidade 2 – Ambiente Virtual de Aprendizagem.
Unidade 3 – Produção do material impresso para EaD.
Estudaremos essas unidades da seguinte maneira:
Semana 1 – Unidades 1 e 2: teremos rápidas noções da composição do Sistema EaD e aprendere-
mos a navegar pelos ambientes da plataforma Moodle.
Semana 2 – Unidade 3: como elaborar material impresso para EaD? Quais são os elementos que o
compõe? É exatamente isso que buscaremos responder ao estudarmos os assuntos dessa Unidade.
Semana 3 – Nesse momento, você, como autor(a), se dedicará a aplicar o que aprendeu na constru-
ção do material da sua Disciplina.
Semana 4 – Você apresentará o material que produziu para emitirmos feedback.
Bem, você já tomou conhecimento dos assuntos que serão explorados no nosso curso.
Então, vamos começar o nosso trajeto?
Objetivos
Após finalizar este curso, esperamos que você possa:
analisar os componentes que integram o Sistema EaD;
transitar pelos ambientes da plataforma
Moodle
;
caracterizar os elementos que compõem o material impresso para EaD;
produzir material impresso para EaD.
11
EaD: um processo sistêmico
UNIDADE 1
O que é Educação a Distância (EaD)?
Quem são os seus agentes?
Quais os desafios que essa modalidade enfrenta?
Certamente, você percebeu que são muitas as questões a serem debatidas, porque, em-
bora, no Brasil, a EaD não seja exatamente uma novidade, ainda não é conhecida de muitos e
causa estranheza a outros.
Nesta Unidade inicial, abordaremos, brevemente, o entendimento geral existente sobre es-
sa modalidade de educação, os elementos essenciais que compõem o Sistema Educação a
Distância e as especificidades dos atores envolvidos nas ações de desenvolvimento de material
para cursos a distância.
AUTORIA PARA EaD
Objetivos
Ao finalizar esta Unidade, esperamos que você possa:
conceituar Educação a Distância;
descrever as características de cada ator do processo de EaD.
1.1 Educação a Distância... O que é?
Lena é uma dedicada professora da única escola de ensino funda-
mental que há na cidadezinha mineira de Mairu. Chegou em casa muito ani-
mada e mostrou à avó um folheto distribuído na escola. Nele, um convite para
realizar o seu grande sonho: entrar na faculdade. A avó estranhou, pois não ha-
via faculdade em Mairu.
A neta explicou que se tratava de um curso a distância: “Vó, o aluno
pode estudar em casa, porque recebe o material pelo correio. Eu terei de via-
jar algumas vezes durante o semestre para Pairu, a cidade aqui ‘ao lado’, por-
que na escola Municipal de lá funcionará um local de estudos chamado ‘pólo’.
Daí, ‘vó’, um tipo diferente de professor, chamado tutor presencial,
explicará as matérias. E, pela Internet, o tutor a distância – mais um professor
diferente – vai esclarecer outras dúvidas e conversar comigo. Ah! Quem não
tiver Internet, pedirá ajuda por telefone, fax ou carta.”
A avó foi ao quarto e voltou com algumas revistas antigas, mostrou-as
à neta e disse: “Você se lembra de que o seu avô, que Deus o tenha, ganha-
va a vida como ‘consertador de rádios’? Então, ele aprendeu ‘tudinho’ com es-
sas revistas. Essa faculdade aí, não é a mesma coisa?”.
Lena ficou pensativa... Achava que não era a mesma coisa, mas não
soube respon
der.
Bem, sabemos que, atualmente, um curso a distância não fun-
ciona mais como os
antigos cursos por correspondência. Porém,
no Brasil, a EaD ainda não é bem compreendida, porque se encontra
em fase de expansão e transição.
Podemos dizer que já houve um progresso no modo de enten-
der e lidar com essa modalidade, principalmente, com a inserção pe-
dagógica das tecnologias de comunicação e informação.
12
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 1 | EaD: UM PROCESSO SISTÊMICO
Desenho adaptado da Revista Problemas
Brasileiros nº 379 jan/fev 2007
http://www
.sescsp.org.br/sesc/revistas_sesc
Antigos cursos por
correspondência
:
os cursos por
correspondência, como as
revistas do avô de Lena,
foram o embrião da EaD. O
aluno recebia uma apostila
em casa, estudava sozinho
o conteúdo, resolvia os
exercícios, enviava as
respostas à instituição e,
depois, recebia
o seu diploma.
Não podemos perder de vista que o uso dos recursos da Tecnologia da Informação,
na Educação, varia conforme as possibilidades das instituições e dos estudantes
poderem acessá-los. No Brasil, a educação a distância por correspondência e por
tecnologias multimídia convivem, devido à realidade do nosso País.
Depois desse importante alerta, vejamos os entendimentos
que existem sobre a EaD.
Há várias definições de Educação a Distância, com diferentes fo-
cos: uns a entendem como
de educação; outros, como
; outros, ainda, como e por aí vai.
Eis a definição apresentada pela legislação brasileira (DOU –
Decreto nº 2.494/98 – Artigo 1º):
“Educação a Distância é uma forma de ensino que
possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação
de recursos didáticos sistematicamente organiza-
dos, apresentados em diferentes suportes de infor-
mação, utilizados isoladamente ou combinados, e
veiculados pelos diversos meios de comunicação.”
Ainda que os conceitos sejam múltiplos e dependam de con-
textos, a maior parte deles considera a EaD como uma modalidade de
educação em que o processo de ensino-aprendizagem ocorre sem a
presença física do professor e a do aluno no mesmo ambiente. Mas
essa é uma visão limitada, embora a idéia de distância, física e/ou afe-
tiva, esteja quase sempre presente nos conceitos de EaD.
Agora, vamos pensar em outros aspectos...
A EaD tem especificidades muito diferentes da modalidade pre-
sencial. É isso o que veremos a seguir.
1.2 Particularidades da EaD
13
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 1 | EaD: UM PROCESSO SISTÊMICO
Veja outros conceitos de EaD:
http://www.escolanet.com.br/
sala_leitura/oqead.html.
http://www.centrorefeducacional.
com.br/eadconfun.htm
http://www.escolanet.com.br/
sala_leitura/conc_fundam.html
A EaD é
diferente da
educação
presencial?
Em quê?
A EaD tem características próprias que merecem muita atenção! E por quê?
Bem, tais particularidades exigem, no mínimo, que:
sejam elaboradas diferentes arquiteturas de estratégias educativas;
todos os agentes se conscientizem da existência de um novo paradigma edu-
cacional, em se tratando de EaD;
os alunos, os professores e as instituições tenham disposição para aprender e
ensinar em um contexto educativo diferente daquele a que estão habituados;
os tutores e os professores aprendam uma nova maneira de facilitar a cons-
trução do conhecimento dos estudantes.
E quem são os atores que participam das etapas da EaD?
Bem, os agentes envolvidos dependem da etapa em execução. Para
responder a essa questão, focaremos a fase de desenvolvimento de
materiais, com a qual você, autor(a), está diretamente envolvido.
1.2.1 Fase de desenvolvimento de materiais
Dizendo de maneira muito simplificada,
envolve os seguintes agentes:
conhece profundamente determinados temas e tem capacidade pa-
ra sistematizar as informações que farão parte do material didático.
É responsável pela:
construção de objetivos gerais e específicos de aprendizagem;
seleção e organização dos conteúdos;
produção dos textos e construção das atividades pedagógicas
(atividades, exercícios, sistema de avaliação);
estruturação da disciplina e do conteúdo;
indicação de algumas práticas que poderão ocorrer nos encon-
tros presenciais, para subsidiar o planejamento desses eventos
pelo Supervisor e Coordenador de Curso.
14
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 1 | EaD: UM PROCESSO SISTÊMICO
O autor precisa zelar pela questão ética da propriedade intelectual do material
que utilizar para elaborar o conteúdo de sua disciplina. A instituição e o autor que
apresentarem textos ou imagens literais, sem indicação da fonte ou sem licença
de uso, podem ser multados e processados, além de contribuir com o descrédi-
to do curso.
Além da autorização de uso, também precisamos da autorização para trabalhar
a linguagem do texto original para o formato da EaD.
Em outros cursos, situações como essa geraram críticas de alunos, porque, ao
terem acesso à obra original, constataram que determinado capítulo era idênti-
co ao conteúdo de seu material. Em conseqüência, a credibilidade do professor
da disciplina foi duramente questionada.
profissional que acompa-
nha todo o desenvolvimento de um projeto de EaD, do planejamen-
to à construção dos materiais. Trabalha diretamente com todos os
agentes que fazem parte de cada etapa do processo de produção
de material. É fundamental ter desenvolvido perfil para lidar com
uma equipe multidisciplinar. Além disso, precisa conhecer o funcio-
namento de todas as etapas do fluxo de trabalho.
profissional com grande compe-
tência técnica e interpessoal para gerenciar os vários projetos que
exigem elaboração de material didático para EaD.
Veja, a seguir, o fluxo de trabalho da produção de material.
Vejamos, agora, como esse fluxo de trabalho ocorre.
Há uma troca de tarefas entre o
designer
instrucional e o autor:
ora escrevem, ora revisam. O início de todo o processo de elaboração
do material acontece quando o autor envia o material ao DI. Em linhas
gerais, o autor:
elabora o material, observando as
. Tais orientações podem ser dadas por pessoas de-
signadas pela instituição ou pelo DI;
responde dúvidas enviadas, em prazo estabelecido;
aprecia o texto adaptado à linguagem de EaD e dá o aval ao DI.
15
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 1 | EaD: UM PROCESSO SISTÊMICO
Todos os agentes:
O DI trabalha diretamente
com o autor, para buscar a
adequação do material que
será produzido ao perfil dos
alunos, com o ilustrador, o
revisor, o diagramador e o
webdesigner
, no caso de
cursos pela
web
.
Percebeu que a tarefa de autoria não se resume à elaboração
de conteúdo?
Chegamos ao
Designer
Instrucional, que pode ser comparado
ao maestro de uma orquestra. O que ele faz? Bem, são muitas, mui-
tas mesmo, as atribuições do DI. De modo
, vejamos algu-
mas delas:
articula trânsito de trabalho com os professores-autores;
adapta os textos “brutos”, enviados pelo autor, à linguagem de EaD;
orienta e acompanha o trabalho do revisor, do ilustrador, do diagra-
mador (no caso de material impresso) e do
Webdesigner
(no caso
de conteúdo em telas
web
) — o que inclui a articulação de trânsito
desses trabalhos.
Agora, vamos ao Ilustrador. Ele cria ilustrações diversas — a
partir de descrições feitas pelo autor e por indicações do DI —, faz
pesquisas para compor desenhos técnicos e “quebra a cabeça” para
criar situações elucidativas.
Os ilustradores descrevem alguns “terrores” que têm. Vejamos
dois deles:
receber descrições de imagens com linguagem muito específica da dis-
ciplina — uma linguagem que talvez não tenha muito sentido para ele, e
não receber parâmetros, do autor ou do DI, quanto ao tamanho das
ilustrações. Qual a importância dessa informação? Bem, o ilustra-
dor não tem conhecimento específico da disciplina e não sabe o fo-
co que o autor quer dar. Então, às vezes, para o ilustrador, uma
imagem pode ser pequena ou média, enquanto o autor, ao elabo-
rar o texto e pensar na respectiva ilustração, achava necessário a
imagem ser maior para enfatizar determinado movimento. E isso se
perdeu no desenho.
16
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 1 | EaD: UM PROCESSO SISTÊMICO
O grande gargalo da etapa inicial é o não cumprimento do prazo para envio e
apreciação de material, em tantas idas e vindas.
Você já parou para pensar nas conseqüências da perda de prazos, nessa fase? Bem,
será exigido esforço redobrado dos demais atores para atender o calendário e tam-
bém haverá o risco de se produzir um material inadequado e de baixa qualidade.
É bem verdade que o DI deve
trabalhar também a clareza
dos pedidos de ilustração com
o autor. Mas, se o autor já tiver
isso em mente, contribuirá
para a criação de ilustrações
mais adequadas, agilizando o
processo de produção.
Temos ainda de conversar sobre o revisor. A ele cabe:
realizar, no mínimo, duas correções gramaticais, ortográficas e de
estruturação dos textos trabalhados pelo DI, observando a lingua-
gem adequada para EaD;
fazer a correção da parte escrita das ilustrações;
corrigir o material diagramado;
corrigir a “boneca” enviada pela instituição responsável pela im-
pressão.
Vamos, agora, ver o trabalho do
Designer
Gráfico:
formata todo o material recebido do DI, conforme projeto gráfico
previamente aprovado;
cuida de toda a configuração gráfica do material: capas, contra-capas,
mancha gráfica e ilustrações;
faz a arte final e o fechamento dos arquivos que irão para a gráfica;
aprecia a “boneca” enviada pela gráfica e dá o aval.
Agora, é preciso imprimir o material. A gráfica deve provi-
denciar:
a confecção e o envio da “boneca”;
as correções apontadas pelo diagramador e pelo revisor;
as impressões de
em tempo hábil.
Perceba que você, Autor, não pode desconhecer o todo do flu-
xo do trabalho, porque, senão, “enxergará” apenas a “sua parte” e fi-
cará sem saber quais são as conseqüências do seu trabalho nas de-
mais fases de produção e no produto que resulta.
Agora, vamos consolidar o que vimos até aqui.
17
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 1 | EaD: UM PROCESSO SISTÊMICO
Boneca – É a prova gráfica
impressa no formato exato
que ficará o material final.
É um grande problema quando os autores vêem as ilustrações depois de prontas
e elas não os agradam. Daí, você pode perguntar: por que o autor não viu as ilus-
trações antes? Bem, em qualquer fluxo de trabalho de produção de material para
EaD está previsa a etapa de retorno das ilustrações ao autor. Infelizmente, devido
a atrasos constantes, freqüentemente, torna-se necessário saltar essa etapa.
Já coordenei equipes que
realizaram com muito zelo
e competência a produção
de material impresso para
EaD. Todas as etapas do
fluxo de trabalho foram
cuidadosamente cumpridas.
Mas, quando recebemos o
material impresso, que
tristeza... Qualidade inferior
à prova gráfica que nos foi
enviada, as ilustrações
continham “fantasmas” e
cores diferentes daquelas
dos arquivos orginais...
Então, cabe ao responsável
designado acompanhar a
fase de impressão para que
o material não resulte em
algo frustrante.
18
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 1 | EaD: UM PROCESSO SISTÊMICO
Hora de praticar
Vamos discutir, na Semana 1 – Fórum Dois Lados...
Publique neste fórum os “terrores e as satisfações que você já vivenciou como autor.
Finalizamos esta Unidade, em que
constatamos a existência de vá-
rias definições para a EaD.
A maioria a identifica como uma
modalidade de educação em que os seus atores
interagem em momentos e espaços diferentes, me-
diados por alguma tecnologia.
Também vimos o papel de cada ator da fase de
produção do material e que o início desse proces-
so depende de você, Autor!
O processo é sistêmico e um “nó”, em uma das eta-
pas, repercute diretamente nas demais.
19
Ambiente Virtual
de Aprendizagem
UNIDADE 2
O que é um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)? O que ele nos oferece? Como “na-
vegar” pelo AVA do nosso curso, a plataforma
Moodle
?
Novamente, são muitas as questões, não é mesmo? Bem, quanto mais perguntas, mais
precisaremos buscar as respostas. E é isso o que faremos no decorrer da Unidade 2, em que es-
tudaremos o significado geral de um ambiente virtual de aprendizagem, conheceremos algumas
ferramentas da nossa plataforma e “navegaremos” pelos componentes do
Moodle
.
AUTORIA PARA EaD
Objetivos
Ao finalizar esta Unidade, esperamos que você possa:
definir AVA;
distinguir os diversos ambientes da plataforma
Moodle
;
transitar pelos ambientes da plataforma
Moodle
.
2.1 Conhecendo o significado de AVA
Lembra-se da questão inicial, o que é um AVA?
Falando de forma simples, podemos entender o AVA como um
sistema composto por recursos tecnológicos, disponíveis na Internet,
empregado com objetivos educativos.
É um “local virtual” onde encontramos instrumentos que possi-
bilitam o acesso a um material pedagógico / disciplina / curso, e per-
mitem que os
agentes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem
interajam.
O uso dos AVA contribuiu para a “derrubada dos muros de pe-
dras” da sala de aula presencial e favoreceu a formação de
comuni-
dades virtuais de aprendizagem colaborativa.
Há características em comum entre os vários AVA.
Falamos de oferecer orienta-
ções, do acompanhamento dos alu-
nos, e da possibilidade de haver co-
municação, interação, entre todos os
envolvidos no processo. Note que
são ações pedagógicas, voltadas para
a aprendizagem, que contam com o
suporte de ferramentas virtuais.
Em geral, um AVA proporciona ambientes que apresentam:
cronograma do curso e da disciplina;
manual do aluno;
biblioteca virtual;
espaço de interação e comunicação, como fóruns e
chat
;
conteúdos de disciplinas fáceis de serem localizados;
atividades que serão realizadas e o sistema de avaliação.
20
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 2 | AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
Agentes:
alunos, professores,
tutores, supervisores,
coordenadores e secretaria,
entre outros.
Comunidades virtuais
de aprendizagem
colaborativa:
pessoas que
compartilham idéias e
atuam colaborativamente
na realização da
aprendizagem, por meios
eletrônicos de rede virtual.
Pense um pouco... O AVA
pode ser um “lugarzinho”
no “ciberespaço” que você,
seus colegas, professores
e tutor têm para se
reunirem e aprender?
2.2 Como acessar o AVA
Antes de continuar, pergunte-se: “Compreendi o que é um
AVA?”. Se você não teve dificuldade para responder a essa questão,
continue o estudo e veja os passos para chegar até o ambiente virtual
de aprendizagem Moodle.
Perceba que tudo o que for referente ao aluno também servirá pa-
ra você, que, neste percurso, passa pelas experiências do estudante.
Bem, depois que o administrador fizer a inscrição dos alunos,
eles receberão, por e-mail, uma mensagem que os informará o códi-
go confidencial do curso, junto ao pedido de confirmação da inscrição.
Depois de o aluno receber tais informações, o passo seguinte para
chegar ao curso é acessar o endereço virtual enviado pela instituição.
Feito o acesso à plataforma
Moodle
, surgirá a página inicial do
curso. Aí, é só colocar o Nome de usuário e a no box .
Logo depois, aparecerá a página do curso de interesse.
2.2.1 Os ambientes do Moodle
Temos acesso a determinados ambientes, dependendo do tipo
de perfil concedido. Nesse momento, por exemplo, veremos o trânsi-
to possível de ser realizado pelo Supervisor.
Acompanhar e orientar os tutores faz parte da sua gestão co-
mo Supervisor. Para tanto, a partir da página inicial, localize o box
e clique em . Você terá acesso ao cadas-
tro dos alunos e dos tutores.
Depois de ter acessado esse ambiente, surge uma tela seme-
lhante à da Figura 1, a seguir.
21
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 2 | AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
O Moodle é uma
plataforma de ensino,
gratuita e livre, composta
por várias ferramentas que
possibilitam a comunicação
multidirecional e a
ocorrência do processo
ensino-aprendizagem
a distância.
Nome de usuário – muitas
vezes, a instituição opta por
colocar o n° de matrícula
do aluno.
Box – espaço em que são
inseridas as ferramentas
do curso.
Algumas vezes, o Autor é
também o
Supervisor da
disciplina.
Figura 1 – Localização do Tutor
Agora, seguiremos Abgail Reis, nossa tutora fictícia. Clique no
nome dela e, depois, em
. Você verá que to-
das as atividades estarão ali registradas. Daí, é só escolher uma das
formas de relatório existente (Figura 2).
Figura 2 – Tipos de relatório
22
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 2 | AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
Hora de praticar
Vamos vivenciar o acompanhamento de um tutor. Para isso, vá até a barra horizontal superior do
Moodle e clique em P
ágina Inicial. Você verá que vários cursos estarão registrados nessa página.
Então, clique no curso T
este e escolha um tutor fictício. Daí, percorra todos os campos de registro.
Agora, adotaremos o “olhar” do aluno, no trânsito pelo
Moodle
.
Para isso, vamos usar a página do Curso de Autoria (Figura 3).
Figura 3 – Página inicial do Curso de Autoria
exibe as pontuações / menções do próprio aluno.
exibe o percurso que o aluno realizou, por datas.
permite que o aluno faça alterações no próprio perfil.
possibilita alteração da senha do aluno.
Perceba que todos os cursos que o aluno tem
acesso ficam visíveis no menu da coluna à esquerda.
ambiente para disseminação de notícias.
espaço para os participantes
se apresentarem e conhecer melhor uns aos outros.
23
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 2 | AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
ambiente para relatar dificuldades enfrenta-
das, como acesso a vídeos, conteúdo e envio de tarefas, entre outras.
espaço aberto para o aluno bater-papo com
os colegas, realizar grupos de trabalho e, eventualmente, participar de
alguma atividade previamente traçada, com moderação de tutor. O
chat
possibilita a realização de discussões mais amplas e informais,
via
web
, de modo síncrono. Agora, veja como é um bate-papo no
Moodle
. A Figura 4, a seguir, mostra o exemplo de uma professora e
de um aluno fictícios participando de uma conversa.
Figura 4 –
Chat
no
que, no dia de aula, o alu-
no encontre tanto o cronograma do curso como o cronograma da dis-
ciplina, para poder planejar a sua agenda de estudos.
espaço em que o aluno encontra textos complemen-
tares, bibliografia, vídeos extras (que também podem estar em outro
ambiente, como videotecas), além de vários outros materiais que o
autor, o supervisor e o coordenador entenderem como positivo postar
na plataforma.
24
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 2 | AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
Síncrono: ocorre em
tempo real, quando as
pessoas estão
on-line
.
conteúdo essencial do material impresso,
em linguagem diferenciada, com possibilidades de ações interativas,
desde que tais recursos não comprometam a acessibilidade de todos
os alunos.
Fórum ambiente para discutir experiências em autoria.
material com o mesmo conteúdo da apostila. Serve para consulta, ca-
so o aluno não esteja com o material à mão, ou mesmo para impressão.
ambiente para discutir a construção de objetivos.
arquivo com conteúdo. Serve para consulta,
caso o aluno não esteja com o material à mão, e para impressão.
orientações para desen-
volver o conteúdo com os elementos da EaD.
ambiente para discu-
tir as dificuldades encontradas para adequar os conteúdos ao forma-
to da EaD.
ambiente para debater as dúvidas finais.
ambiente para o autor enviar seu material, a
fim de receber orientação individualizada.
25
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 2 | AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
O fórum é um importante
instrumento de
comunicação assíncrona
que viabiliza a interação
coletiva, por meio de um
debate sobre assuntos
específicos, mediados
por tutor.
Assíncrona: comunicação
fora do contato
on-line
, em
tempos diferentes. Isso
permite que você elabore
cuidadosamente as suas
idéias. O fórum é um rico
instrumento virtual de
aprendizagem colaborativa.
O box é um instrumento para marcar os prazos dos
eventos que ocorrerão. Repare que há quatro tipos de eventos:
1)
marca eventos dos alunos de todos os cursos re-
gistrados na plataforma.
2)
marca apenas os eventos do seu próprio curso.
3)
registros dos eventos da cidade-pólo (ou praça-
sede) do aluno, que resumem os eventos da sua turma.
4)
espaço em que você pode registrar as suas
atividades particulares do curso e até mesmo anotações pessoais.
Somente você terá acesso a esses registros.
O
box
permite localizar materiais, colegas, comentários
do fórum e outros elementos, por meio de palavras-chave.
E então, conseguiu “navegar” sem grandes dificuldades pelo
Moodle
? Agora, seguiremos para a nossa última Unidade, em que ve-
remos detalhadamente a produção de material impresso para EaD.
Vamos lá?
26
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 2 | AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
Figura 5
Figura 6
Concluímos a Unidade 2. Aqui, ti-
vemos a oportunidade de saber
que o ambiente virtual de aprendi-
zagem (AVA) é um “local”, no es-
paço virtual, onde ocorrem as relações educativas.
Conhecemos a plataforma
Moodle
, o AVA que se-
rá empregado no Curso de Graduação em Educação
Física a Distância, e seus ambientes e instrumen-
tos de comunicação, que promovem a interação e
o aprendizado.
É fundamental que os ambientes do AVA sejam
permanentemente estudados, pois o Curso de
Autoria só “deu umas pinceladas” nas principais
navegações do
Moodle
.
Então, o nosso conselho é que você amplie a sua
aprendizagem e continue a explorar o
Moodle
, pa-
ra conhecer as possibilidades desse ambiente vir-
tual de aprendizagem.
O Curso de Educação Física a distância integrou as mídias im-
pressa,
web
, vídeos e a plataforma virtual de aprendizagem. Há uma
atuação conjunta dessas tecnologias com o objetivo de proporcionar,
aos alunos, possibilidades mais completas de acesso ao conheci-
mento e à formação.
Mas o que considerar ao escrever material para EaD? O
que observar ao redigir um texto voltado para a construção do
conhecimento na modalidade a distância? Como estruturar a es-
crita de modo que o aluno a compreenda sem a constante presença
de um professor?
Uma dica inicial: “
Es de vital importancia que tengamos presentes a los alumnos para los
cuales escribimos. (...) Todo lo que queríamos decirle a este indivíduo em concreto hay que ponerlo
por escrito
(ROWNTREE, 1999, p. 86)”.
27
Produção do Material
Impresso para EaD
UNIDADE 3
AUTORIA PARA EaD
Objetivos
Ao finalizar esta Unidade, esperamos que você possa:
distinguir os elementos que integram o material para EaD;
elaborar objetivos educacionais;
organizar a estrutura do conteúdo da sua disciplina;
construir atividades de aprendizagem;
produzir material impresso de sua Disciplina, considerando o formato de EaD.
3.1 Por onde começar?
Você gostaria de conhecer os enganos mais cometidos pelo
autores quando elaboram material escrito para EaD? Então, fique
atento às situações a serem evitadas. São elas:
realizar apenas pequenas alterações em textos usados nos cursos
presenciais, sem levar em conta as especifidades da EaD;
considerar que a experiência de ser professor presencial basta pa-
ra trabalhar com materiais para EaD;
escrever de modo similar a de um livro didático ou a de um artigo
científico;
usar, de maneira excessiva, a linguagem técnica;
adotar a linguagem formal e impessoal, que distancia o aluno;
elaborar parágrafos longos, com muitas orações intercaladas;
abusar do emprego da voz passiva;
construir parágrafos truncados, sem clareza;
faltar com a coerência e a coesão verbais;
deixar de apresentar recursos lúdicos, problematizações, exem-
plos, diagramas e sínteses;
deixar de revisar os textos elaborados;
descuidar das questões do
direito autoral.
Veja que conhecer esses pontos já é um bom começo, mas
não é o suficiente para produzir um material adequado. Então, vere-
mos, primeiro, alguns passos que antecedem a produção escrita:
1. saber qual a concepção de aprendizagem, a metodologia, os obje-
tivos e o cronograma que o projeto pedagógico propõe;
2. conhecer o funcionamento do curso e os papéis de cada envolvido;
3. buscar informações sobre o perfil do aluno a ser atendido;
4. obter informações claras sobre quais são as suas atribuições, co-
mo conteudista;
5. cumprir o cronograma da produção de material;
6. conhecer a estrutura que o material deverá apresentar.
28
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
Quer “Saber +” sobre o
direito autoral? Então,
pesquise a Lei n. 9610, de
fev. 1998, a Constituição
Federal, artigo , e o
Código Penal, artigo 184.
Há questões mais
específicas? Sugerimos
consultar a Associação
Brasileira de Educação a
Distância (ABED).
3.2 Compondo o material
Escrever não é fácil. É complexo estabelecer caminhos que o
seu pensamento, como autor, percorrerá e se concretizará em texto
escrito. Além disso, esses trajetos precisam estar evidentes para o
aluno e em moldes que o ajude a progredir.
O material para EaD apresenta os seguintes elementos:
1) os objetivos de aprendizagem – ponto de constantes
discussões;
2) os textos essenciais e os complementares;
3) a linguagem escrita e a linguagem imagética para EaD;
4) as estratégias de aprendizagem;
5) a estruturação da disciplina e dos conteúdos na EaD.
Vamos, então, explorar cada um desses elementos!
3.2.1 A definição de objetivos de aprendizagem
Apesar de este primeiro parâmetro ser motivo de constantes
debates, a nossa proposta é de conversarmos sobre as linhas gerais
desse assunto, em razão da sua importância.
Vejamos algumas funções dos objetivos de aprendizagem:
indicar o conteúdo a ser abordado, o seu nível de aprofundamento,
a organização textual, as atividades e o sistema de
avaliação;
mostrar claramente quais conhecimentos, ha-
bilidades e atitudes que o aluno precisa ter
desenvolvido, ao finalizar determinado estu-
do. Isso o ajudará a traçar uma lógica de es-
tudo pessoal;
oferecer indicações, à equipe pedagógi-
ca, que servem de base para a constru-
ção dos instrumentos de avaliação do
processo e de avaliação de reação ao curso;
nortear a ações dos tutores, conforme diagrama ao lado.
29
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
As discussões giram em
torno de linhas de
pensamentos diferentes.
Algumas correntes da
educação defendem que os
objetivos de aprendizagem
muito específicos, voltados
para a observação de
mudanças de
comportamento do aluno,
fazem parte do pensamento
behaviorista. Outras
discordam desse
argumento e apontam a
necessidade de se ter
rumos que norteiem os
alunos e que os objetivos
de aprendizagem exercem
esse papel.
Em síntese, podemos dizer que os objetivos educacionais (ou
de aprendizagem) se refletem nas ações de autoria; nas de tutoria,
quanto à orientação da aprendizagem dos alunos; nas dos educan-
dos, para auxiliá-los na condução dos seus estudos, e nas da equipe
pedagógica, para realizar a avaliação de todo processo.
Os objetivos são usados de modo posi-
tivo quando integrados às estratégias de apren-
dizagem, às comunicações interativas, ao sis-
tema de avaliação e à condução da tutoria.
Vejamos agora dois tipos de objetivos:
gerais e específicos. Eles possuem diferenças
que se refletem no modo de construí-los.
30
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
Conjunto de desempenho que se
espera que o aluno alcance, ao final
de um curso ou de uma disciplina.
Os objetivos gerais são amplos e
abrangentes, porém concretos e
passíveis de serem alcançados em
um horizonte de tempo mais am-
plo (longo prazo). Vejamos alguns
exemplos:
Analisar as principais caracterís-
ticas das teorias pedagógicas
brasileiras.
Comparar os ambientes virtuais
de aprendizagem.
Conjunto de desempenho que se
espera que o aluno alcance, ao final
de cada unidade ou aula.
Os objetivos específicos são simples,
concretos e imediatamente alcançá-
veis (ocorrem mais a curto prazo).
Consistem no desdobramento e na
operacionalização dos objetivos ge-
rais. Precisam ser mais detalhados,
não apresentar verbos vagos que
promovem muitas interpretações
(conhecer, estudar, aprender, en-
tender etc.), e empregar expres-
sões mais precisas.
Eis alguns verbos: listar, assinalar,
classificar, comparar, distinguir,
elaborar, identificar, relacionar, se-
lecionar, diferenciar, resumir, des-
crever. Veja alguns exemplos:
Descrever os ossos humanos.
Identificar os elementos ginásticos.
Hora de praticar
Pense na sua Disciplina e nos alunos que a realizarão... Depois:
1) elabore os objetivos gerais da sua Disciplina;
2) publique-os no Fórum da Semana 2 – Objetivos.
MAGER. Robert F.
A formulação
de Objetivos de Ensino
. Porto
Alegre: Globo, 1983.
BLOOM, Benjamin S. et al.
Taxionomia de objetivos
educacionais
. Porto Alegre:
Globo, 1997.
BORDENAVE, Juan D.;
PEREIRA, Adair M.
Estratégias
de ensino-aprendizagem
. 18ª.
Ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
3.2.2 Os textos essenciais e os complementares
Um dos grandes desafios dos autores é delimitar a quantidade
e a profundidade do conteúdo. Um exercício que podemos fazer para
chegar a essa delimitação é:
definir o conteúdo essencial e abordá-lo no material impresso;
selecionar os assuntos que podem ser trabalhados como leituras
complementares. Foi isso que fizemos com o “Saiba +” do Subtópico
3.2.1, A definição dos objetivos de aprendizagem.
3.2.3 A linguagem escrita e a linguagem imagética
para EaD
Chegamos a um ponto crucial do material para EaD: do mes-
mo modo que os objetivos de aprendizagem, a linguagem para EaD é
motivo de muitos debates.
A maior discussão gira em torno da simplificação da linguagem
escrita e do uso de determinados tipos de ilustrações para compor o
conteúdo. Vejamos, inicialmente, a questão da linguagem escrita.
Em geral, os pesquisadores da área de EaD recomendam que a
linguagem seja simplificada, dialógica, compreensível (GARCIA ARÉTIO,
1997), em um estilo de conversação didática (HOLMBERG, 1985).
Garcia Arétio (1996) nos diz que é preciso:
empregar palavras e frases curtas, concretas, bem estruturadas e
conectadas entre si;
adotar termos usados mais habitualmente, que sejam familiares
aos alunos;
privilegiar os verbos de ação, na voz ativa, na ordem direta, e, de
preferência, no
presente.
31
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
Lembre-se: a tem por base a necessidade do público a
ser atendido, os objetivos do curso e os objetivos de aprendizagem.
, doutor em
Lingüística Inglesa,
trabalhou 22 anos na
Fundação
Hermods
, maior
instituição de ensino a
distância da Suécia. De
1976 a 1990, foi diretor do
Instituto
FernUniversitaet
,
Alemanha, instituição de
pesquisa em EaD. Para ele,
qualquer mensagem escrita,
no contexto da EaD, deve
ter um estilo de conversação
criadora de empatia. Isso
pode gerar o aumento de
motivação para aprender.
Apesar de, preferencialmente,
usarmos o tempo
presente,
por vezes, é válido usar o
futuro composto, para evitar a
sensação de distanciamento.
Além disso, em EaD,
. Se o aluno for
“alérgico à voz de comando”,
poderá se distanciar.
Arétio (id.) também dá outras dicas que ajudam a apresentar as
mesmas idéias e o conteúdo de forma diferente (sempre levando em
conta a preparação, formação, realidade e experiência prévia do estu-
dante): usar exemplos, comparações, repetições e analogias.
Laaser (1998), outro reconhecido especialista em EaD, aponta
que o uso do modo impessoal não é apropriado em uma linguagem dia-
lógica. Então, sempre que possível, evitemos o “deve-se”, “constata-se”...
É preciso envolver o aluno em um constante diálogo com você
e com o próprio texto, usando um estilo mais pessoal. Para “tabular
essa conversa”, o autor pode apresentar-se na 1ª pessoa do singular
e dirigir-se ao aluno como “você”.
Mas, nem tudo são flores! Há autores de materiais didáticos
que não concordam com essas orientações. Argumentam que a
simplificação pode banalizar o conteúdo, além de desconsiderar a
progressiva capacidade intelectual do aluno. Para eles, o autor não
tem de baixar a complexidade do texto e sim a instituição oferecer
recursos para os alunos elevarem o seu patamar de entendimento
da leitura.
Sobre isso, Arétio (id.) retruca dizendo que usar palavras des-
conhecidas pode dificultar a aprendizagem, e, até mesmo, desmotivar
o aluno. Defende que é mais importante o aprendiz entender idéias ou
conceitos, por meio de um vocabulário familiar, do que aprender um
novo termo. Essa linha de pensamento é seguida por muitos outros
expoentes em EaD, como Holmberg (id.).
Felizmente, há um ponto consensual: o perfil da audiência de-
termina o nível de simplificação de um texto para EaD.
32
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
A maneira mais empregada é o autor colocar-se como companheiro de percur-
so do aluno e usar a 3ª pessoa do plural – Nós – e continuar a “conversar com
o aluno”, chamando-o por “você”.
Orientamos incluir uma
” e
compor um glossário, toda
vez que um
novo termo
for inserido no texto. A
” é uma
caixa de texto, como esta,
com alguma explicação.
Está disposta na lateral do
parágrafo em que está o
termo ou a expressão
em destaque.
Neste momento, convido você a reto-
mar alguns pontos que já estudamos...
Lembra-se que constantemente bus-
camos conhecer quem é o aluno para
o qual escrevemos? Quem é o aluno do
curso de Licenciatura de Educação Física a
Distância? Pois é, a identificação desse perfil nos
orienta quanto à maneira de escrever.
O motivo de simplificar um texto é o de escrever para ser en-
tendido. A simplificação voltada para a compreensão do aluno indica
uma ação pedagógica. É exatamente por isso que o texto para EaD
não é um artigo científico, que pressupõe o conhecimento específico
do assunto abordado, inclusive de sua linguagem técnica.
García Arétio et al. (1997) defende que a escrita com estilo na-
tural, preciso, simples e claro, voltada para a ação de ensinar e de
aprender, é, sem dúvida, uma qualidade que os retóricos clássicos já
propunham. Percebeu que esse pesquisador traz de volta a idéia de
simplificação textual para empregá-lo à produção de materiais escritos
para a EaD?
Vejamos duas dicas que se entrelaçam:
Você terminou de redigir uma parte do conteúdo de sua
disciplina. Agora, pergunte-se:
“o aluno conseguirá entender o
que escrevi?”
.
Como você é especialista no assunto, após a releitura,
talvez considere tudo muito claro. Porém, tente “tirar a prova dos
9”. Peça a alguém, com perfil parecido ao do aluno, a gentileza
de ler o seu texto. Depois, pergunte-lhe:
“você conseguiu enten-
der o que escrevi?”
.
Bem, além da linguagem simplificada e dialógica, é importante
também incluir os seguintes elementos no texto:
relacione os exemplos, os casos
elucidativos de questões teóricas com a prática cotidiana do aluno.
Essa é uma das principais diferenças entre o livro didático e o ma-
terial para EaD – se conhecemos o público e seu perfil de formação
e atuação profissional, podemos enriquecer os textos com ques-
tões da prática do aluno e mantê-lo mais motivado;
33
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
são observações apresentadas para aju-
dar o aluno a passar para um novo tópico; são conexões com os
próximos pontos a serem estudados;
Teoria da Aprendizagem Significativa a
aprendizagem deve ser significativa. Para isso, os temas sob estu-
do precisam fazer sentido para o aluno e o sentido ocorre quando
a nova informação “ancora-se” nos saberes que o aprendiz já tem.
Assim, a proposta é de que, em momentos adequados, você reto-
me algum conceito que já foi estudado e o relacione com o novo co-
nhecimento, fazendo uma “ponte”;
questões intratextuais são perguntas que podemos fazer, ao alu-
no, e que não exigem, obrigatoriamente, uma resposta formal, co-
mo se fosse um exercício. São questões para ajudar o aluno a re-
fletir sobre determinadas idéias e que o fazem parar e pensar por
alguns momentos sobre o assunto;
o mais indicado é que se-
jam aplicados em momentos que o autor entender importante o alu-
no consolidar sua aprendizagem. Podem, também, fazer parte do
fechamento de uma Unidade ou de um assunto. Veremos isso, mais
detalhadamente, no Tópico 3.3 – Estratégias de Aprendizagem;
as sínteses ajudam o aluno a identificar se entendeu o
conteúdo e perceber os principais pontos do conteúdo. Na estrutu-
ra do Curso Licenciatura de Educação Física a Distância, os resu-
mos fecham cada Unidade.
Bem, depois do nosso estudo sobre a linguagem escrita, vere-
mos a linguagem imagética, considerada como excelente apoio peda-
gógico, apesar das controvérsias sobre o tema.
Para alguns pesquisadores, há um consenso
sobre importância do uso de imagens (desenhos,
tabelas, gráficos, figuras, diagramas, fotos – desde
que autorizadas, ícones etc.) na aprendizagem de
materiais textuais.
34
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
Quer “Saber +” sobre a
Teoria da Aprendizagem
Significativa
, de Ausubel?
Então visite o endereço
http://pt.wikipedia.org/wiki/
David_Ausubel
As questões intratextuais
ajudam o aluno a ficar
alerta, a voltar a atenção
para o próximo assunto, a
relacionar o conhecimento
com a sua realidade.
Eis um exemplo de questão
intratextual:
Porém, na prática, existe um ponto de diver-
gência: os tipos de ilustrações. Muitos responsáveis
pela área de EaD, tanto em instituições de ensino
quanto em organizações corporativas, sempre alertam
quanto ao “desenho infantilizado”. E é uma discus-
são constante sobre o que é um “desenho infanti-
lizado” e o que é um “desenho adultizado”!
Independentemente dessa discussão, as imagens são tidas
como
facilitadores da aprendizagem, desde que adequadamente
utilizadas. Vamos conhecer alguns facilitadores da aprendizagem do
nosso curso?
Mostram as ações que o aluno deve realizar:
atentar para um destaque de conceitos importantes; fazer reflexões; ter
acesso a curiosidades e indicações de materiais complementares e
realizar uma atividade. No Curso Licenciatura em Educação Física a
Distância – do Pró-Licenciatura –, trabalhamos com os ícones abaixo:
35
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
As imagens facilitadoras
da aprendizagem
, entre
outras, são os ícones, as
cores diferentes e demais
elementos visuais que
auxiliam o aluno a
organizar seu pensamento
e a perceber pontos
fundamentais do conteúdo.
No conteúdo, existem
conceitos, idéias, lembretes que são
importantes. Por isso, sempre que
você vir tais destaques,
Momento em que você
fará uma pausa para pensar nas
questões apresentadas e aprofundar
pontos relevantes.
Espaço para
você realizar exercícios, atividades,
pesquisas e auto-avaliações a fim de
consolidar o que aprendeu.
Finalizando cada Unida-
de, apresentamos uma síntee dos
assuntos abordados para facilitar a
visão geral do que foi explorado.
– Além dos assuntos es-
senciais apresentados, o que existe
que possa contribuir com o progres-
so da sua aprendizagem? O
traz endereços de sites, textos com-
plementares, aprofundamentos de
idéias, curiosidades sobre os temas
estudados.
No texto
principal, a palavra ou a expressão é destacada com
uma cor. Seu texto explicativo fica na lateral. Veja na
imagem, ao lado, a disposição do recurso.
É desejável que você indique ilustrações para
o material, sejam elas decorativas – ajudam a aliviar a aridez de ha-
ver só textos escritos – ou representativas de conceitos, situações,
que levam o aluno a “enxergar” além do que está no texto escrito. Não
podemos descartar as imagens técnicas, os
cartoons
, as fotos, as ta-
belas, os diagramas, quadros e figuras, entre outras.
Para sugerir ilustrações, basta você descrevê-las
ou apresentar algum modelo para o ilustrador não ter dúvidas quanto
à imagem a ser criada. Não se esqueça dos terrores do ilustrador!
36
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
Portanto, se não forem suas ou
se não houver licença explícita e por escrito de cessão de uso delas, pelos au-
tores, é preciso pagar por esse direito de uso, o que eleva e muito os custos de
um projeto. É sempre melhor e mais prático utilizar imagens próprias ou deixar
sugestões para sua criação.
Figura 1
Figura 2
Veja, no exemplo abaixo, algumas ilustrações criadas para a
Disciplina Pedagogia da Ginástica Escolar.
3.3 Estratégias de ensino-aprendizagem
na EaD
É, realmente, possível ensinar a distância? O aluno pode, efe-
tivamente, aprender, estudando aparentemente sozinho, contando
apenas com alguns encontros presenciais e “conversas virtuais”? Co-
mo ele faz para não se perder no processo? Bem, ele não estará so-
zinho e terá poucas chances de se perder caso:
tenha seu desenvolvimento acompanhado, , por uma equi-
pe de tutores;
encontre na estrutura do curso e nos seus atores, principalmente
nos tutores, espaço e incentivo para sentir-se parte de uma coleti-
vidade que busca construir conhecimentos. Falamos sobre o senti-
mento de pertencimento;
conte com um material que considere os
do aluno e que possa intermediá-lo, adequadamente, com o con-
teúdo a ser aprendido;
estabeleça rotinas para aprender sem a presença e a constante co-
brança de um professor;
busque em si a motivação necessária para realizar e concluir o cur-
so (automotivação).
37
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
dpi
DPI =
Dots per Inch
=
Pontos por Polegada. É
uma medida de resolução.
O é
a maneira pela qual cada
pessoa se concentra,
processa e retém as novas
informações, revelando
diferenças no
processamento das
informações.
A Teoria das Inteligências
Múltiplas (GARDNER,
1994), é considerada um
modelo de estilos de
aprendizagem. As
inteligências múltiplas são
Lógico-matemática;
Lingüística; Musical;
Visual-espacial; Corporal-
cinestésica; Interpessoal;
Intrapessoal e Naturalista.
Essa teoria pressupõe que
todas as inteligências estão
presentes nas pessoas,
mas com predominância de
uma ou mais áreas.
Gardner (id.) defende que
estratégias didáticas devem
oferecer diferentes
abordagens para atingir
diferentes estilos de
aprendizagem.
O aluno de EaD precisa desenvolver essas competências. E
é, nesse momento, que retomamos a questão: como podemos ensi-
nar a distância?
3.3.1 Ensinando a distância
É claro que não podemos negar que a separação física gera
um novo ensinar, um novo aprender e um novo avaliar.
Os cursos a distância são estruturados, considerando diferen-
tes estratégias de aprendizagem que concentram esforços para mini-
mizar a distância física e psicológica.
Para desenvolver essas estratégias, muitos defendem que não
podemos abrir mão de um planejamento educacional, por ser um ins-
trumento que orienta as atividades do professor, também, na EaD. Ou-
tros argumentam que um planejamento muito estruturado prejudica a
criatividade e a construção do conhecimento.
Essa é uma discussão antiga; porém, para essa ou aquela al-
ternativa, o grande desafio é elaborar algo que instigue e mantenha a
motivação, a curiosidade e o interesse dos alunos. Algo que contribua,
efetivamente, com o desenvolvimento da aprendizagem do estudante
e com a
conclusão do seu curso.
Uma prática que tem se mostrado positiva é a construção de
comunidades virtuais de aprendizagem colaborativa, em que alunos
vivenciam um processo de aprendizagem coletivo.
Assim, fica evidente a importância de desenvolvermos
para a construção do conhecimento, com base
nas teorias e nos estilos de aprendizagem, na comunicação do conhe-
cimento, por meio de várias linguagens, e no uso pedagógico das di-
versas mídias.
Não podemos nos esquecer que ensinar alunos adultos signifi-
ca considerar a sua bagagem de vida e a sua aprendizagem prévia.
Possivelmente, prefiram explorar, elaborar e experimentar suas conexões
com o conhecimento que têm, que desenvolverão e ter o controle da
aprendizagem.
38
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
Por falar em conclusão...
Várias pesquisas indicam a
necessidade de traçar
estratégias de
aprendizagem para diminuir
os altos índices de evasão,
típicos de cursos de EaD
(AMIDANI, 2004).
Bem, vejamos alguns tipos de estratégias de aprendizagem:
você poderá pedir que o aluno realize alguma ativi-
dade prática com as crianças e os adolescentes para os quais dão aula;
relacionar colunas; questões com múltipla escolha;
preenchimento de quadros com informações que faltam; palavras cru-
zadas e quebra-cabeças;
elaborar ensaios; relatórios; fazer descri-
ções; apresentar exemplos e relatar experiências;
você pode pedir que o aluno responda a ques-
tões postadas nos fóruns; posicione-se quanto a determinado tema,
compartilhe experiências, entre outras. Também podem ser montados
grupos de alunos para apresentarem projetos, trabalhos e pesquisas.
3.4 Estrutura do Módulo ou da Disciplina
Cada instituição prevê, a partir do seu projeto pedagó-
gico, como um módulo ou uma disciplina deve estar
seqüenciado.
O Curso Educação Física a Distância foi es-
truturado em Módulos, compostos por Disciplinas que
apresentam Unidades, Tópicos e Subtópicos.
3.4.1 Estrutura da Disciplina
Agora, vamos conversar sobre a estrutura de uma Disciplina do
nosso curso:
foto, breve currículo e pequena des-
crição da atuação profissional. Esse contato inicial com o aluno foi
nomeado de
;
39
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
Por falar em foto... Não se
esqueça: resolução mínima
de 300 dpi.
Lembre-se que a EaD é um processo sistêmico. Então, os autores precisam
pensar bem nas estratégias que proporão porque elas se refletirão nas ações do
tutor. Daí, ele quanto à realização das es-
tratégias definidas e, principalmente, deverá ,
durante o curso.
momento importante, porque é quando precisamos
despertar o interesse do aluno pela matéria, por meio de questio-
namentos, exemplos, notícias de rádio, televisão. Também são
apresentadas as Unidades que serão abordadas;
apresentar, claramente, o que o aluno
deverá ter desenvolvido ao finalizar o estudo da Disciplina;
depois dos objetivos da Disciplina, você pode
emitir uma palavra de encorajamento, ao aluno;
rápida explanação sobre o que será es-
tudado na Unidade. Do mesmo modo que na apresentação da Dis-
ciplina, precisamos deixar o aluno curioso com relação ao que
aprenderá; precisamos continuar a despertar seu interesse. Um
modo interessante é apresentar um caso;
apresentar, claramente, o que o aluno deve-
rá ter desenvolvido, ao finalizar o estudo da Unidade;
após a apresentação da Unidade e dos objetivos de
aprendizagem, começa a abordagem do conteúdo propriamente di-
to. Ele é distribuído em tópico e um nível de subtópico numerados
(por exemplo: tópicos – 1.1;1.2 e subtópicos – 1.1.1; 1.1.2);
para consolidar a aprendizagem do aluno, você pode
permear o conteúdo e/ou fechar a Unidade com propostas de ativi-
dades. Essas podem ser de diversos tipos, porém, chamamos a
atenção para o seguinte:
– Apresente respostas, com funda-
mentações que esclareçam possíveis pontos de dificuldades. As
respostas precisam estar, obrigatoriamente, no material impres-
so e, opcionalmente, no AVA;
– Pense na seguinte
situação: você solicita que o aluno realize determinada atividade
e quer que o resultado seja publicado em ambiente da platafor-
ma (fórum, tarefa etc.). Então, é preciso orientá-lo, no material
impresso, sobre o que ele deverá fazer. Isso significa que preci-
samos articular o material impresso com as ações do AVA;
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AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
Atividades e avaliações
de aprendizagem mal
elaboradas, com objetivos
distintos daqueles
definidos, podem trazer
dificuldades para os alunos,
o que sobrecarregará os
tutores de trabalho e
aflições que podem
desanimar o aluno.
é um resumo do conteúdo abordado, em cada
Unidade. Então, precisamos exercitar o poder de síntese, porque é
comum o autor apresentar resumos muito extensos;
depois do resumo, é positivo enviar uma mensa-
gem curta ao aluno, com o intuito de animá-lo;
e
3.5 Avaliação na EaD: algo de novo?
Desenvolver maneiras de avaliar a distância, que extrapolem o
sistema tradicional e que sejam mais dinâmicas, é um desafio. Há
quem diga que tais modelos são quase inexistentes. Portanto, preci-
samos fazer reflexões do tipo...
Além de pensarmos sobre essas questões, precisamos nos
lembrar de que a avaliação pode ser:
realizada no início do processo de aprendizagem, pa-
ra termos pistas do nível de conhecimento e entendimento do alu-
no sobre determinados assuntos;
formativa realizada durante o processo, para acompanhar as di-
ficuldades que surgem e o progresso do aluno;
aplicada no final de determinada etapa de aprendiza-
gem, com fins de classificação.
Geralmente, os cursos a distância prevêem aplicação de pro-
vas escritas, em encontros presenciais. É a avaliação somativa – ain-
da que avaliação não seja sinônimo de teste.
Mas sabemos que a avaliação na EaD, como na educação pre-
sencial, ainda tem um longo caminho a ser trilhado.
41
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
Educação Física,
a distância, é algo
inovador no
nosso País...
É um curso que
precisa associar
pensamentos críticos a muitas
aplicações práticas...
Então, quais os
modos de avaliar que
contribuirão com tais
perspectivas?
Avaliação formativa - pode
ocorrer pela observação de
participação em fóruns,
pelos trabalhos em grupo
e pelas realizações de
atividades. Alguns cursos
a distância mais ousados
têm testado o portifólio
como uma das maneiras
de avaliar continuamente.
Porém, é uma ação que
deve ser bem estruturada,
porque exigirá muito
preparo e tempo disponível
do tutor.
42
AUTORIA PARA EAD
UNIDADE 3 | PRODUÇÃO DO MATERIAL IMPRESSO PARA EAD
Nesta Unidade 3, estudamos os
elementos que compõem o mate-
rial impresso para EaD; alguns en-
ganos na elaboração do material;
as funções dos objetivos de aprendizagem e como
construí-los, o uso adequado da linguagem escrita
e da imagética e alguns exemplos de estratégias
de aprendizagem.
Também detalhamos componentes importantes,
como as questões intratextuais, os organizadores
de avanço e os organizadores prévios.
Finalizando, tivemos um breve contato com as
dimensões da avaliação na EaD e foi possível
concluir que ainda precisamos evoluir muito,
nesta área.
Concluímos o nosso conteúdo. Espero que os assuntos que
compartilhamos tenham contribuído com o seu aprimoramento como
autor para EaD.
Comportamentalismo. Escola de psi-
cologia que explica a aprendizagem como uma se-
qüência de modificações de comportamento, via
estímulos e reforços que atuam no seu ambiente.
Foi a base teórica inicial para métodos de auto-
instrução programada e, portanto, incorporada a
muitos sistemas de EAD tradicional.
Referem-se ao Direito Moral e ao
Direito Patrimonial. O Direito Patrimonial é permanen-
te e diz respeito aos direitos de um autor sobre a sua
obra. São direitos irrenunciáveis, inalienáveis e in-
transferíveis. O Direito Patrimonial é relativo ao direi-
to de propriedade intelectual: o autor dispõe de sua
obra para venda, empréstimo ou doação para o domí-
nio público. São direitos exclusivos do autor à publica-
ção, reprodução, utilização e alteração da obra. As-
sim, violar o direito autoral é crime previsto em lei.
Planejador, projetista.
Dots per Inch
. Pontos por Polegada. É uma
medida de resolução de imagens.
Maneira pela qual cada
pessoa se concentra, processa e retém as novas in-
formações, revelando diferenças no processamen-
to das informações.
Símbolos visuais utilizados para represen-
tar ações ou circunstâncias.
Podem referir-se a uma série de sinais
gráficos usados em figuras e textos. Alguns exem-
plos são: diagramas, gráficos, mapas, desenhos,
fotos etc.
São observações apre-
sentadas para ajudar o aluno a passar para um no-
vo tópico; são conexões com os próximos pontos a
serem estudados.
Para a aprendizagem ser significati-
va, os temas sob estudo precisam fazer sentido
para o aluno, e o sentido ocorre quando a nova in-
formação “ancora-se” nos saberes que o aprendiz
já tem.
Perguntas que podemos fa-
zer, ao aluno, e que não exigem, obrigatoriamente,
uma resposta formal, como se fosse um exercício.
São questões para ajudar o aluno a refletir sobre
determinadas idéias e que o fazem parar e pensar
sobre o assunto.
Proposta por
Gardner (1994). As inteligências múltiplas são: Inteli-
gência Lógico-matemática; Inteligência Lingüística;
Inteligência Musical; Inteligência Visual-espacial;
Inteligência Corporal-cinestésica; Inteligência
Interpessoal, Inteligência Intrapessoal e Inteligência
Naturalista. Defende que todas as inteligências estão
presentes nas pessoas, mas com predominância de
uma ou mais áreas.
43
Glossário
AMIDANI, Cassandra. : o curso de Licenciatura em Matemática a
distância da Universidade Federal Fluminense/CEDERJ – RJ. Dissertação (Mestrado em Educação).
Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2004.
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HOLMBERG, B.
. Buenos Aires: Kapelusz, 1985.
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ARMENGOL, M.C. : educación a distância en América Latina. Caracas: OEAUNA-
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MAGER. Robert F.
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44
Referências Bibliográficas
Bibliografia Recomendada
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