Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
ASPECTOS CLÍNICOS, EPIDEMIOLÓGICOS E
LABORATORIAIS DE CÃES SORORREAGENTES PARA
LEISHMANIOSE VISCERAL, EM FOCO DE TRANSMISSÃO NO
DISTRITO FEDERAL – DF – BRASIL.
Cássio Ricardo Ribeiro
Médico Veterinário
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Maio - 2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
ASPECTOS CLÍNICOS, EPIDEMIOLÓGICOS E
LABORATORIAIS DE CÃES SORORREAGENTES PARA
LEISHMANIOSE VISCERAL, EM FOCO DE TRANSMISSÃO NO
DISTRITO FEDERAL – DF – BRASIL.
Cássio Ricardo Ribeiro
Orientador: Prof. Dr. José Jurandir Fagliari
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias – UNESP, Câmpus de Jaboticabal, como
parte das exigências para a obtenção do título de Doutor
em Medicina Veterinária (Clínica Médica).
JABOTICABAL – SÃO PAULO - BRASIL
Maio – 2007
ads:
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
CÁSSIO RICARDO RIBEIRO - nascido em 07 de janeiro de 1968, em Jaú, SP, é
Médico Veterinário formado pela Universidade Estadual Paulista – UNESP –
Jaboticabal, em fevereiro de 1994. Trabalhou como médico veterinário autônomo na
área de Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais e Laboratório de Patologia Clínica, no
período de março de 1994 a janeiro de 2000. Realizou curso de aperfeiçoamento em
Clínica Médica, Cirurgia e Reprodução de Pequenos Animais (480h) na UNESP-
Botucatu em 1996. Docente da disciplina de Microbiologia Veterinária, na Faculdade de
Medicina Veterinária da Universidade de Cuiabá – UNIC – MT, no período de fevereiro
de 2000 a julho de 2001. Docente da disciplina de Clínica Médica de Pequenos
Animais, na Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT – MT, como professor
substituto concursado, no período de novembro de 2000 a junho de 2002. Concluiu
Mestrado em Medicina Veterinária, área de concentração Clínica Médica, da Faculdade
de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista, Campus de
Jaboticabal, em maio de 2003. Ingressou no curso de pós-graduação em Medicina
Veterinária, em nível de Doutorado, na mesma instituição, em agosto de 2003. Docente
das disciplinas de Clínica Médica de Pequenos Animais, Semiologia Veterinária e
Patologia Clínica na Faculdade de Medicina Veterinária da União Pioneira de
Integração Social – UPIS – Brasília – DF, no período de julho de 2002 a agosto de
2004. Publicou sete artigos em periódicos especializados e 26 trabalhos em anais de
eventos. Orientou três trabalhos de conclusão de curso na área de Medicina
Veterinária. Atua na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Clínica Médica e
Patologia Clinica Animal.
Àquelas que sempre estão presentes nos momentos importantes de minha caminhada.
Àquelas que sempre foram compreensivas com minha ausência
Àquelas que sempre me norteiam e incentivam:
à minha amada esposa, Paula,
e à minha princesa, Izadora.
Dedico.
.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. José Jurandir Fagliari, pela confiança e orientação e principalmente pelo
exemplo de humildade, determinação e respeito que sempre me nortearam.
Ao Médico Veterinário Péricles Norimitsu Teixeira Massunaga, da Diretoria de Vigilância
Ambiental em Saúde do Distrito Federal – DF e demais funcionários que, direta ou
indiretamente viabilizaram a realização deste estudo.
À Médica Veterinária Denise Salgado, proprietária e exímia patologista clínica, do
Centro Integrado de Diagnósticos Veterinários – CID-Vet – Brasília - DF, pelo incentivo
e viabilização das análises bioquímicas.
Aos funcionários Paulo César Silva e Renata Lemos Nagib Jorge do Laboratório de
Apoio à Pesquisa do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária da Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias/ UNESP/ Câmpus de Jaboticabal, por viabilizarem a
realização das análises protéicas e bioquímicas séricas.
Ao Dr. Carlos Bloch Jr. do Laboratório de Biologia Molecular/ Espectrometria de Massa
- CENARGEN – EMBRAPA – Brasília – DF e ao Dr. Thales Lima Rocha do Laboratório
de Integração Planta-Praga - CENARGEN – EMBRAPA – Brasília – DF por viabilizarem
a realização e utilização do MALDI-TOF.
À Dr
a
Denise de Aragão Costa Martins do Instituto de Letras da Universidade de
Brasília – UnB, doutora em lingüística, pela revisão da língua portuguesa deste estudo.
SUMÁRIO
Página
LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... iii
LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................iv
RESUMO......................................................................................................................... vi
SUMMARY..................................................................................................................... vii
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................1
2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................3
2.1. Aspectos Epidemiológicos da Leishmaniose Visceral ...........................................3
2.1.1. Agente Etiológico ............................................................................................3
2.1.2. Agente Transmissor ........................................................................................4
2.1.3. Reservatórios ..................................................................................................6
2.1.4. Ciclo Evolutivo.................................................................................................7
2.1.5. Aspectos Ambientais........................................................................................8
2.1.6. Aspectos Clínicos da Leishmaniose Visceral Canina (LVC)............................9
2.1.7. Diagnóstico.....................................................................................................10
2.1.8. Vigilância Epidemiológica na Leishmaniose Visceral ....................................12
2.2. Achados Clinicopatológicos..................................................................................18
2.2.1. Bioquímica Sérica..........................................................................................18
2.2.2. Proteinograma................................................................................................21
3. OBJETIVOS................................................................................................................25
4. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................26
4.1. Área do Estudo.....................................................................................................26
4.2. Inquérito Sorológico Censitário Canino e Inquérito Epidemiológico.....................26
4.3. Inquérito Entomológico.........................................................................................30
4.4. Imunofluorescência Indireta (RIFI)........................................................................30
4.5. Amostragem..........................................................................................................30
4.5.1. Tamanho da Amostra e Formação dos Grupos Experimentais.........................30
4.6. Análises Laboratoriais...........................................................................................31
4.6.1. Análise de Constituintes Bioquímicos Séricos...............................................31
4.6.2. Proteinograma Sérico.....................................................................................32
4.7. Análise Estatística.................................................................................................33
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................34
5.1. Inquérito Sorológico Censitário e Aspectos Clínicos e Epidemiológicos..............34
5.2. Inquérito Entomológico.........................................................................................41
5.3. Bioquímica Sérica.................................................................................................43
5.4. Proteinograma Sérico Obtido em Gel de Poliacrilamida Contendo Dodecil Sulfato
de Sódio (SDS-PAGE) e Espectrometria de Massa (MALDI-TOF).............................45
6. CONCLUSÕES...........................................................................................................50
7. COLABORADORES...................................................................................................51
8. REFERÊNCIAS……………………………………………………………………………..52
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1 - Número de cães reagentes e não-reagentes à RIFI para Leishmania
sp., em foco de transmissão no Distrito Federal (Condomínio Serra Azul
– fev./mar.2006)........................................................................................ 35
Tabela 2 - Aspectos clínicos e epidemiológicos de cães reagentes e não-
reagentes à RIFI para Leishmania sp., em foco de transmissão no
Distrito Federal (Condomínio Serra Azul – fev./mar.2006)........................ 37
Tabela 3 - Aspectos clínicos de cães oligossintomáticos e sintomáticos, reagentes
e não-reagentes à RIFI para Leishmania sp., em foco de transmissão no
Distrito Federal (Condomínio Serra Azul – fev./mar.2006)........................ 39
Tabela 4 – Dados de coleta de flebotomíneos em foco de transmissão para LVA
no Distrito Federal – DF (Condomínio Serra Azul – 07 a 09 fev.
2006)......................................................................................................... 41
Tabela 5 - Valores normais, médias e desvios-padrão de constituintes do soro
sangüíneo de cães reagentes e não-reagentes à RIFI para Leishmania
sp., em foco de transmissão no Distrito Federal (Condomínio Serra Azul
– fev./mar.2006)........................................................................................ 43
Tabela 6: Médias e desvios-padrão das concentrações séricas das proteínas
(mg/dL) constatadas no proteinograma sérico obtido em gel de
poliacrilamida (SDS-PAGE) de cães sororreagentes em comparação
aos cães não-reagentes à RIFI para LVC, em foco de transmissão no
Distrito Federal - DF (Condomínio Serra Azul – fev./mar.2006) -
Brasil.......................................................................................................... 47
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1 - Foto aérea obtida por satélite mostrando as regiões do Distrito Federal:
Condomínio Serra Azul (seta amarela), Sobradinho (seta azul), Fercal
(seta verde) e Lago Norte (seta vermelha)................................................ 27
Figura 2 - Foto aérea obtida por satélite ampliada, mostrando em detalhes o
Condomínio Serra Azul – Sobradinho II – Distrito Federal........................ 28
Figura 3 - Ficha da Secretaria de Estado de Saúde para obtenção de dados de
identificação, epidemiológicos e quadro clínico de animais suspeitos de
leishmaniose visceral canina, no Distrito Federal – DF............................. 29
Figura 4 - Fotomicrografia de Leishmania sp. evidenciada pela técnica da reação
de imunofluorescência indireta (400X)...................................................... 34
Figura 5 - Representação gráfica da quantidade de cães soropositivos à RIFI para
LVC em relação à idade............................................................................ 35
Figura 6 - Foto de cadela, sem raça definida, com três anos de idade, sintomática,
criada no Condomínio Rural Serra Azul, Sobradinho II, Distrito Federal,
reagente à RIFI para LVC. Nota-se grau de caquexia acentuado, lesões
de pele (alopecia peri-ocular e nos membros, descamação e
paquidermização) e onicogrifose............................................................... 40
Figura 7: Mapa mostrando pontos de instalação de armadilhas e coletas para
flebotomíneos (armadilhas positivas: pontos vermelhos; armadilhas
negativas: pontos amarelos), distribuição de cães sororreagentes à RIFI
para LVC (pontos verde-claro) e distribuição de casos de LVA em
humanos (pontos verde-escuro), no Condomínio Serra Azul –
DF.............................................................................................................. 42
Página
Figura 8: Traçados densitométricos em SDS-PAGE de amostras de cães não-
reagentes e de cães reagentes à RIFI para LVC, bem como traçado
padrão com os respectivos pesos moleculares (PM; kDa). Notar
presença de proteína com 33 kDa (seta) presente somente nas
amostras de soro de cães reagentes para LVC..................................... 45
Figura 9: Exemplo de traçado densitométrico (em SDS-PAGE) de amostra de soro
sangüíneo de cão reagente à RIFI para leishmaniose visceral canina
com 31 proteínas, com destaque para albumina, IgG de cadeia pesada,
haptoglobina e IgG de cadeia leve......................................................... 46
Figura 10: Exemplo de traçado densitométrico (em SDS-PAGE) de amostra de
soro sangüíneo de cão não-reagente à RIFI para leishmaniose visceral
canina com 29 proteínas, com destaque para albumina, IgG de cadeia
pesada, haptoglobina e IgG de cadeia leve.............................................. 46
Figura 11: Segmento de traçado eletroforético obtido em SDS-PAGE de amostra
de soro sangüíneo de cão reagente à RIFI para leishmaniose visceral
canina, evidenciando banda 29 (33 kDa) de imunoglobulina.................... 49
ASPECTOS CLÍNICOS, EPIDEMIOLÓGICOS E LABORATORIAIS DE CÃES
SORORREAGENTES PARA LEISHMANIOSE VISCERAL, EM FOCO DE
TRANSMISSÃO NO DISTRITO FEDERAL – DF – BRASIL
RESUMO – A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma antropozoonose de
distribuição cosmopolita. No Brasil, é causada pela Leishmania (Leishmania) chagasi, que
tem flebotomíneos da espécie Lutzomyia longipalpis como vetores e grande variedade de
mamíferos, inclusive pessoas, como hospedeiros. As infecções mais comuns ocorrem em
mamíferos silvestres; em áreas urbanas e periurbanas, o cão é o hospedeiro de maior
importância epidemiológica. Assim, o objetivo do estudo foi verificar aspectos clínicos e
epidemiológicos, e avaliar a bioquímica sérica, inclusive proteínas de fase aguda, em
proteinograma em gel de poliacrilamida contendo dodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE), de
120 cães de região periurbana com foco de transmissão no Distrito Federal. Sessenta
cães eram sororreagentes e sessenta animais não eram reagentes à reação de
imunofluorescência indireta (RIFI) para LVC. A soroprevalência observada foi de 24,5%,
sendo animais assintomáticos a maioria entre os cães sororreagentes ou não-reagentes à
RIFI para LVC. Nos animais sororreagentes oligossintomáticos, os sinais clínicos mais
evidentes foram lesões cutâneas (primárias e secundárias), inclusive alopecia de nariz
e/ou orelhas. As médias das concentrações séricas de uréia, creatinina, colesterol, cálcio,
fósforo, magnésio e das atividades de AST, ALT, ALP e GGT situaram-se na faixa de
normalidade para a espécie canina. Os teores séricos de colesterol e de HDL foram
inferiores e as concentrações séricas de proteínas totais e imunoglobulinas foram mais
elevadas em cães sororreagentes à RIFI. Notou-se uma proteína de peso molecular 33
kDa em cães sororreagentes à RIFI, não constatada em cães soronegativos. Ainda, em
animais sororreagentes, evidenciaram-se teores séricos superiores – embora não
significativos, mas com provável importância biológica – das proteínas de fase aguda
ceruloplasmina, transferrina, haptoglobina e glicoproteína ácida.
Palavras-chave: Aspectos clínicos, bioquímica sérica, cão, epidemiologia, Leishmania sp.,
proteinograma.
CLINICAL, EPIDEMIOLOGICAL AND LABORATORIAL ASPECTS OF
SEROREAGENTS DOGS WITH VISCERAL LEISHMANIASIS AT DISTRITO
FEDERAL – DF – BRASIL.
SUMMARY – Canine visceral leishmaniasis (CVL) is an anthropozoonotic infection
of cosmopolitan distribution. In Brazil, it is caused by Leishmania (Leishmania) chagasi and
transmitted by vector Lutzomyia longipalpis (sandfly), having a great variety of hosts
(including humans). The most common infections take place in wild mammals; in urban and
periurban areas, dogs are the most important epidemiological host. The aim of this study
was to verify clinical and epidemiological aspects of 120 dogs from the periurban area of
transmission at Distrito Federal. Serum biochemical evaluation (including acute phase
proteins) was performed using SDS-PAGE method. Sixty dogs were seroreagents and sixty
were not reactive to the indirect immunofluorescence assay (IFA) for CLV. Seroprevalence
rate was of 24.5%; asymptomatic dogs were the majority of seroreagent or non-reagent to
IFA for CLV. In the seroreagent oligosymptomatic animals the most evident clinical signs
were skin lesions (primary and secondary) including alopecy of nose and/or ears. Mean
concentration of urea, creatinine, cholesterol, calcium, phosphorus, magnesium and the
activities of AST, ALT, ALP and GGT were within normal limits for canine specie. Serum
cholesterol and HDL were inferior and total serum protein concentration and
immunoglobulins were more elevated in dogs seroreagent to IFA. In the dogs seroreagent
to IFA, it was noticed a protein with molecular weight of 33 kDa, not noticed in seronegative
animals. In the seroreagent animals, it was noticed increased serum levels of acute phase
proteins (ceruloplasmine, transferrin, haptoglobin and acid glycoprotein), although not
significative but with a probable biological importance.
Keywords – dogs, clinical aspects, epidemiology, Leishmania sp., proteinogram,
serological aspects.
1. INTRODUÇÃO
A leishmaniose visceral (LV) é uma antropozoonose de distribuição cosmopolita
causada por protozoários pleomórficos intracelulares com formas promastigotas e
amastigotas, pertencentes à família Trypanosomidae, gênero Leishmania spp. (RIBEIRO,
1997; FEITOSA et al., 2000; GREENE et al, 2006). No Brasil, a LV é causada pela
Leishmania (Leishmania) chagasi (CUNHA & CHAGAS, 1937) (LAINSON & SHAW, 1987;
LAINSON & SHAW, 1992; WHO, 1998), sendo vetores os flebotomíneos da espécie
Lutzomyia longipalpis (PEARSON & QUEIROZ-SOUSA, 1996; ALVAR et al., 2004,
MATHIAS, 2004). Os hospedeiros incluem grande variedade de mamíferos, inclusive o
homem, sendo infecções mais comuns as que ocorrem nos mamíferos silvestres; em
áreas urbanas e periurbanas, o cão é o hospedeiro de maior importância epidemiológica,
pois, quando infectado, constitui o principal reservatório doméstico do parasita e tem papel
fundamental na transmissão para humanos (RIBEIRO, 1997; FEITOSA et al., 2000;
ALVAR et al., 2004; MATHIAS, 2004; BRASIL, 2006; GREENE et al., 2006; SÃO PAULO,
2006).
A LV humana torna-se um problema real de saúde pública, porque é uma infecção
oportunista em pacientes imunocomprometidos. Com a crescente consciência do controle
da doença em seres humanos, pesquisas em cães são desenvolvidas com objetivo de
elucidar a epidemiologia, a fisiopatologia da doença, métodos diagnósticos e condutas
terapêuticas. Os novos resultados permitem entender melhor a doença, além de auxiliar no
desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e de controle da infecção em cães
(ALVAR et al., 2004; GRAVINO, 2004; MATHIAS, 2004; ALMEIDA et al., 2005; BRASIL,
2006; SÃO PAULO, 2006). As principais medidas de controle da LV no Brasil baseiam-se
no diagnóstico e no tratamento de casos humanos, no controle dos vetores por meio do
uso de inseticidas e na triagem sorológica (RIFI), com posterior eutanásia de cães
positivos para leishmaniose (PALATNIK-DE-SOUSA et al., 2001).
No Distrito Federal, os primeiros dois casos autóctones diagnosticados de LV
humana foram observados no final do ano de 2005, no Condomínio Serra Azul,
Sobradinho II – local deste estudo (BRASIL, 2006). Outros casos foram diagnosticados no
Distrito Federal, localizando-se tais focos de transmissão da doença em regiões
periurbanas invadidas e ocupadas às custas de desmatamentos, o que contribui para a
maior exposição ao vetor da doença. As condições socioeconômicas e ambientais, ao lado
dos hábitos de vida, são importantes fatores na epidemiologia da leishmaniose visceral em
áreas endêmicas. Tais condições podem contribuir para que a leishmaniose visceral seja
perpetuada nas áreas rurais e periurbanas, acometendo habitantes de aglomerados
urbanos com baixo nível socioeconômico, cujas famílias vivem em condições precárias de
moradia (WHO, 2003; AZEVEDO, 2004; VIGILATO, 2004; COUTINHO, 2005; BRASIL,
2006).
O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil bioquímico e o proteinograma,
inclusive das imunoglobulinas e das proteínas de fase aguda, do soro sangüíneo de cães,
bem como avaliar aspectos clínicos e epidemiológicos da leishmaniose visceral em região
geográfica com foco de transmissão da doença.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Aspectos Epidemiológicos da Leishmaniose Visceral
2.1.1. Agente etiológico
A leishmaniose visceral (LV), ou calazar, é uma antropozoonose de distribuição
cosmopolita causada por protozoários pleomórficos intracelulares com formas
promastigotas (com flagelo externo) e amastigotas (não-flageladas), pertencentes ao filo
Mastigophora, que inclui todos os protozoários com um ou mais flagelos e reprodução
assexuada por divisão binária. Pertencem à ordem Kinetoplastida, caracterizada pela
presença de um cinetoplasto e à família Trypanosomidae, gênero Leishmania spp.
(LAINSON & SHAW, 1987; KONTOS & KOUTINAS, 1993; RIBEIRO, 1997; SANTA ROSA
& OLIVEIRA, 1997; FEITOSA et al., 2000; CIARAMELLA & CORONA, 2003; GREENE et
al., 2006). Todas as espécies de Leishmania exibem um ciclo heteroxênico semelhante.
Formas promastigotas desenvolvem-se no tubo digestivo de um inseto flebótomo
hospedeiro; formas amastigotas, arredondadas e sem flagelo, sendo parasitos
intracelulares obrigatórios, encontram-se nas células do sistema mononuclear fagocitário
de hospedeiros vertebrados (LAINSON & SHAW, 1987; FEITOSA et al., 2000; SÃO
PAULO, 2006). Sua multiplicação em ambos os hospedeiros faz-se por divisão binária. O
tamanho da forma promastigota varia muito; o corpo mede, em geral, 10,0 a 20,0 x 1,5 a
3,0m, com um flagelo freqüentemente muito maior que o corpo. A forma amastigota
mede de 2,5 a 1,5 x 6,8 a 4,5m, dependendo da espécie do parasito (LAINSON &
SHAW, 1987; GREENE et al., 2006).
As principais espécies causadoras de leishmaniose são classificadas, de acordo
com seu desenvolvimento dentro do vetor, em dois subgêneros: Leishmania e Viannia. As
espécies do subgênero Leishmania têm seu desenvolvimento limitado ao intestino médio e
anterior do vetor; o subgênero Viannia adere seus flagelos às paredes do piloro e/ou íleo –
intestino posterior, onde se desenvolve antes de migrar para o intestino médio e anterior.
O subgênero Viannia está dividido em quatro complexos: Leishmania (Viannia)
braziliensis, Leishmania (Viannia) guyanensis, Leishmania (Viannia) naiffi e Leishmania
(Viannia) lainsoni. O subgênero Leishmania divide-se em onze complexos: Leishmania
(Leishmania) hertigi, Leishmania (Leishmania) mexicana, Leishmania (Leishmania)
amazonensis, Leishmania (Leishmania) enrietti, Leishmania (Leishmania) arábica,
Leishmania (Leishmania) aethiopica, Leishmania (Leishmania) gerbilli, Leishmania
(Leishmania) major, Leishmania (Leishmania) tropica, Leishmania (Leishmania) donovani e
Leishmania (Leishmania) infantum (FEITOSA et al., 2000; MATHIAS, 2004; MELO, 2005).
Segundo LAINSON & SHAW (1987), as espécies Leishmania (Viannia) panamensis e
Leishmania (Viannia) peruviana também pertencem ao subgênero Viannia e Leishmania
(Leishmania) chagasi, Leishmania (Leishmania) aristidesi e Leishmania (Leishmania)
venezuelensis ao subgênero Leishmania.
A leishmaniose visceral é encontrada em quatro dos seis continentes. Na Índia e no
leste da África, é causada pela Leishmania (Leishmania) donovani (LAVERAN & MENSIL,
1903), sendo responsável pela forma visceral clássica (antroponose) e pela leishmaniose
dérmica pós-calazar. Na China, na Ásia Central e nos países mediterrâneos da Europa e
da África, é causada pela Leishmania (Leishmania) infantum (NICOLLE, 1908). Nas
Américas, a causa é a Leishmania (Leishmania) chagasi (CUNHA & CHAGAS, 1937),
sendo responsável pela leishmaniose visceral (LV) em seres humanos e cães (LAINSON &
SHAW, 1987; LAINSON & SHAW, 1992; SÃO PAULO, 2006). Atualmente a L. (L.) chagasi
tem sido considerada idêntica à L. (L.) infantum (AZEVEDO, 2004).
2.1.2. Agente Transmissor
A ocorrência das espécies de Leishmania é normalmente limitada à distribuição do
vetor, que é determinada geograficamente. Os vetores pertencem à subfamília
Phlebotominae, que se divide em dois gêneros principais: Phlebotomus e Lutzomyia. Na
Europa, na Ásia e na África (Velho Mundo), os vetores das espécies causadoras das
leishmanioses visceral e cutânea são do gênero Phlebotomus (LAINSON & SHAW, 1987;
GREENE et al., 2006). Nas Américas (Novo Mundo), os vetores são do gênero Lutzomyia
(PEARSON & QUEIROZ-SOUSA, 1996). A Lutzomyia (Lutzomyia) longipalpis (LUTZ &
NEIVA, 1912) é o vetor da Leishmania (Leishmania) chagasi, enquanto outras espécies de
Lutzomyia são vetores dos agentes das leishmanioses tegumentares americanas
(MATHIAS, 2004; SANTOS, 2006). Diversamente, nos estados de Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul (cidades de Corumbá e Ladário), parece que a transmissão também está a
cargo da Lutzomyia cruzi (SANTOS et al., 1998; ALVAR et al., 2004; MAROLI & KHOURY,
2004; SÃO PAULO, 2006).
Certas espécies do flebótomo são encontradas em florestas, ao passo que outras
são endêmicas em regiões de deserto e algumas são peridomiciliares, residentes em
restos de lixo ou entulhos próximos às casas ou construções em áreas rurais (LAINSON &
SHAW, 1987), embora também sejam encontradas em áreas urbanas, tais como Teresina
(PI), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Camaçari (BA), Três Lagoas (MS),
Corumbá (MS), São Luís (MA), Fortaleza (CE), Palmas (TO), Araçatuba (SP), Bauru (SP),
entre outras (WHO, 1998; BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
O ciclo biológico do vetor se processa no ambiente terrestre e compreende quatro
fases: ovo, larva (com quatro estádios), pupa e adulto. Desenvolvem-se em locais úmidos,
sombreados e ricos em matéria orgânica em decomposição. O desenvolvimento do ovo
até a fase adulta ocorre em cerca de 30 dias. Os flebotomíneos adultos vivem em média
20 a 45 dias e caracterizam-se pelo tamanho reduzido (entre 2,0 e 3,0 mm), pelo corpo
densamente coberto de cerdas finas, com pernas e antenas relativamente longas e finas e
coloração amarelada ou de cor-palha. Por essas características, são também conhecidos
como mosquito-palha e asa-dura, e, em algumas regiões do estado de São Paulo, são
chamados de birigüi, cangalhinha, entre outros. Quando vivos e em repouso, mantêm suas
asas em posição semi-ereta. O abdome é formado por onze segmentos, cuja extremidade
posterior é bem diferenciada entre os sexos. Nas fêmeas, a porção final do abdome
mostra-se ligeiramente arredondada e os últimos segmentos são telescopados. Nos
machos, o nono e décimo segmentos são bifurcados, e compõem, juntamente com outros
elementos, a genitália masculina (BRASIL, 2006; SANTOS, 2006; SÃO PAULO, 2006).
As fêmeas de L. longipalpis têm peças bucais do tipo sugador pungitivo,
constituídas de labro, um par de mandíbulas, hipofaringe, um par de maxilas e lábio. Na
altura da hipofaringe, desembocam os ductos das glândulas salivares, que são
responsáveis pela produção de uma saliva rica em biomoléculas ativas de grande
importância no processo de hematofagia das fêmeas, e pela capacidade de facilitar a
implantação da infecção de Leishmania sp. nos hospedeiros vertebrados. Os machos de L.
longipalpis têm mandíbulas rudimentares e não são capazes de penetrar suas peças
bucais na pele de vertebrados (SANTOS, 2006).
Os flebotomíneos adultos, cuja capacidade de vôo é de cerca de trezentos metros,
têm hábitos alimentares crepusculares e/ou noturnos: raramente são encontrados durante
o dia, devido à luminosidade. As formas aladas abrigam-se nos mesmos locais dos
criadouros e em anexos peridomiciliares, principalmente em abrigos de animais
domésticos. Somente as fêmeas são hematófagas obrigatórias, pois necessitam do
sangue para o desenvolvimento dos ovos – alimentam-se de ampla variedade de animais
vertebrados de sangue quente, entretanto têm predileção por aves, geralmente, galinhas
domésticas (Gallus gallus domesticus), que não mantêm a infecção por Leishmania. Por
isso, elas não são consideradas fontes de infecção, mas somente elementos importantes
para a manutenção do vetor no meio ambiente. Vale a pena ressaltar que a presença de
animais domésticos e silvestres em áreas peridomiciliares provavelmente atrai um grande
número de espécies de flebotomíneos, contribuindo, assim, para a agregação das
espécies vetoras nas áreas rurais e peridomiciliares (ALEXANDER et al., 2002;
COUTINHO, 2005; BRASIL, 2006; SANTOS, 2006; SÃO PAULO, 2006). COUTINHO et al.
(2004) sugerem a capacidade vetorial do Riphicephalus sanguineus para L. chagasi,
abrindo, assim, novas perspectivas da epidemiologia da LV.
2.1.3. Reservatórios
Os reservatórios do parasito incluem grande variedade de animais mamíferos. As
infecções mais comuns ocorrem nos mamíferos silvestres, como cachorros-do-mato
(Cerdocyon thous), raposas (Dusicyon vetulus), gambás (Didelphis albiventris), roedores,
edentados (tamanduá, bicho-preguiça e tatu), procionídeos (mão-pelada e quati), suínos e
primatas (inclusive o homem) e, ainda, animais domésticos como cães (Canis familiaris) e
eqüinos (Equus caballus) (LAINSON & SHAW, 1987; BRASIL, 2006; SILVA, 2006). Vários
estudos indicam que a metade dos cães com anticorpos anti-Leishmania não apresenta
sinal algum de doença (assintomáticos), embora infecções subclínicas e/ou assintomáticas
sejam potencialmente transmissíveis aos flebotomíneos
(FEITOSA et al., 2000; ALVAR et
al., 2004; GRAVINO, 2004; ALMEIDA et al., 2005; BRASIL, 2006; GREENE et al., 2006;
SÃO PAULO, 2006).
A transmissão dos parasitos para os reservatórios humanos e animais é feita pela
picada da fêmea do inseto vetor, quando do repasto sangüíneo, porém outras formas de
transmissão têm sido observadas. Em humanos, há relato de transmissão por via
congênita ou por transfusão de sangue contaminado (PEARSON & SOUSA, 1996). Na
região do Mediterrâneo, principalmente na Espanha, na França, na Itália e em Portugal,
um ciclo antroponótico da leishmania visceral foi observado em pacientes com infecção
pelo HIV, usuários de drogas endovenosas (MATHIAS, 2004).
2.1.4. Ciclo Evolutivo
O ciclo biológico da Leishmania (Leishmania) chagasi é do tipo heteroxênico e
inicia-se com o repasto do flebótomo infectado (fêmeas de L. longipalpis ou L. cruzi) com a
forma promastigota metacíclica (infectante). As formas infectantes são liberadas na
epiderme e fagocitadas por células do sistema mononuclear fagocitário (SMF). No interior
dos macrófagos, elas diferenciam-se em formas amastigotas (aflageladas), que são ovais
ou redondas, possuindo geralmente um cinetoplasto visível, as quais se multiplicam
intensamente por divisão binária. Os macrófagos, repletos de formas amastigotas, ficam
desvitalizados e rompem-se, liberando estas formas, que, em um processo contínuo, serão
novamente fagocitadas por tecidos ricos em células do SMF, como fígado, rins, baço,
linfonodos, pele, entre outros. Os vetores ingerem as formas amastigotas quando sugam o
sangue com macrófagos parasitados de um hospedeiro vertebrado infectado. Os
macrófagos parasitados, após passagem pelo intestino anterior, rompem-se no intestino
médio abdominal, liberando ali as formas amastigotas. Tais formas sofrem nova divisão
binária no tubo digestivo do inseto e diferenciam-se para formas promastigotas
(flageladas). Estas, por sua vez, sofrem por divisão binária, multiplicação e diferenciação
em formas paramastigotas, que são formas flageladas fixas encontradas no intestino
médio torácico (estomodeu) do vetor. As formas paramastigotas possuem o núcleo
adjacente ao cinetoplasto, portanto, não são consideradas promastigotas. Em seguida,
diferenciam-se em formas promastigotas metacíclicas, que são as formas infectantes. O
ciclo do parasita no inseto ocorre em torno de 72 horas
(CASTRO, 1996; BRASIL, 2006;
GREENE et al., 2006; SANTOS, 2006; SÃO PAULO, 2006). Os sinais clínicos podem
apresentar-se de três meses a sete anos depois da infecção (LINDSAY, 2004).
A média de casos verificados em humanos é de 3.400/ano (2003-2004), com
incidência de 2/100.000 habitantes e letalidade de 5,3%. A faixa etária mais predisponente
é a de indivíduos com menos de 10 anos de idade (58% dos casos). De acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), há 2 milhões de novos casos a cada ano e 10% da
população do mundo corre risco de infecção. Cães infectados constituem o principal
reservatório domiciliar do parasita e têm papel fundamental na transmissão para humanos,
que são considerados hospedeiros acidentais, nos quais o parasita produz leishmaniose
visceral (ALVAR et al., 2004; GRAVINO, 2004; MATHIAS, 2004; ALMEIDA et al., 2005;
BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
2.1.5. Aspectos Ambientais
No Brasil, a leishmaniose visceral apresenta aspectos geográficos, climáticos e
sociais diferenciados, em função da sua ampla distribuição geográca, envolvendo as
regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Na década de 1990, aproximadamente
noventa por cento (90%) dos casos noticados de leishmaniose visceral em humanos
ocorreram na região Nordeste. À medida que a doença se expandiu para as outras regiões
e atingiu áreas urbanas e periurbanas, esta situação modicou-se e, no período de 2000 a
2002, a região Nordeste já apresentava uma redução para 77% dos casos do país.
Os dados epidemiológicos dos últimos dez anos revelam a periurbanização e a
urbanização da leishmaniose visceral, destacando-se os surtos ocorridos no Rio de
Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Araçatuba (SP), Santarém (PA), Corumbá (MS),
Teresina (PI), Natal (RN), São Luís (MA), Fortaleza (CE), Camaçari (BA) e, mais
recentemente, as epidemias ocorridas nos municípios de Três Lagoas (MS), Campo
Grande (MS) e Palmas (TO). No estado de São Paulo, há registros de leishmaniose
visceral humana em 34 municípios das regiões de Araçatuba, Bauru, Marília e Presidente
Prudente; em cães, a doença já foi notificada em 45 municípios no estado, ocorrendo nas
regiões de Araçatuba, Bauru, Marília, Presidente Prudente, Grande São Paulo e São João
da Boa Vista (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
A leishmaniose visceral é conhecida comumente como doença própria de área de
clima seco com precipitação pluviométrica anual inferior a 800mm, e de ambiente
siográco composto por vales e montanhas, onde se encontram os chamados
“boqueirões” e “pés-de-serra”. Com a urbanização da LV, principalmente, nas periferias
dos grandes centros urbanos, há áreas conhecidas de terra rme nas diferentes regiões e
em faixas litorâneas do nordeste. As transformações no ambiente, provocadas pelo
intenso processo migratório, por pressões econômicas ou sociais, a pauperização
conseqüente de distorções na distribuição de renda, o processo de urbanização crescente,
o esvaziamento rural e as secas periódicas acarretam a expansão das áreas endêmicas e
o aparecimento de novos focos. Este fenômeno leva à redução do espaço ecológico da
doença, facilitando a ocorrência de epidemias. O ambiente característico e propício à
ocorrência da leishmaniose visceral é aquele de baixo nível socioeconômico, pobreza,
promiscuidade, prevalente em grande medida no meio rural e na periferia das grandes
cidades. Estas características vêm-se modicando, principalmente, nos estados das
regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde a leishmaniose visceral se encontra urbanizada
(BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
2.1.6. Aspectos Clínicos da Leishmaniose Visceral Canina (LVC)
A leishmaniose visceral canina é uma doença com manifestações clínicas variadas,
havendo desde a forma assintomática – encontrada em áreas endêmicas e caracterizada
por sorologia positiva para leishmaniose sem nenhuma manifestação clínica –, passando
pela forma oligossintomática – caracterizada por sorologia positiva e presença de sinais
inespecíficos como febre, linfoadenopatia, perda de peso, hepatomegalia e/ou
esplenomegalia de pequeno grau –, até a forma clássica ou sintomática, que é a doença
plenamente manifesta por hepatomegalia, febre intermitente, lesões de pele não-
pruriginosas, caracterizadas por úlceras, nódulos (mais freqüentes em gatos), pústulas
locais ou generalizadas, letargia, alopecia, onicogrifose, linfoadenomegalia, anorexia,
perda de peso, glomerulopatia, lesões oculares (ceratoconjuntivite), epistaxe, com grande
comprometimento do estado geral. Os fatores que determinam suscetibilidade ou
resistência contra leishmaniose visceral permanecem obscuros, mas a genética do
hospedeiro pode desempenhar papel fundamental (BADARÓ et al., 1986; ALVAR et al.,
2004; GRAVINO, 2004; MAROLI & KHOURY, 2004; MATHIAS, 2004; ALMEIDA et al.,
2005; BRASIL, 2006; GREENE et al., 2006; SÃO PAULO, 2006).
Não há evidências de predisposição sexual, racial ou etária relacionada com a
infecção (FERRER, 1992; FEITOSA et al., 2000; IKEDA, 2004). O parasita usualmente
causa uma doença sistêmica crônica, no entanto, dependendo de suas propriedades e da
imunocompetência do hospedeiro, a evolução pode ser aguda e grave, o que leva o animal
a óbito em poucas semanas (FEITOSA et al., 2000; IKEDA, 2004). Os sintomas tornam-se
evidentes dentro de um período que varia de três meses a vários anos (FERRER, 1992;
IKEDA, 2004). Ainda, segundo vários autores, uma pequena parcela dos animais pode ser
assintomática, contribuindo, assim, para a manutenção da doença no meio ambiente
(VIGILATO, 2004, BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
Em humanos, febre irregular de longa duração, sinais de desnutrição
proteicocalórica, hepatoesplenomegalia e alterações na pele são os principais sintomas da
leishmaniose visceral americana nos seres humanos. A evolução é crônica e pode ser
fatal, se não for diagnosticada e tratada precoce e adequadamente, sendo as crianças
menores de cinco anos e idosos os mais freqüentemente acometidos. Pode ainda estar
associada a severa desnutrição (VIGILATO, 2004, BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
2.1.7. Diagnóstico
O diagnóstico, tanto nos seres humanos quanto nos animais, é baseado nos sinais
clínicos, nos dados epidemiológicos (ocorrência ou não da enfermidade no indivíduo ou
animal) e no diagnóstico laboratorial (VIGILATO, 2004, BRASIL, 2006; SÃO PAULO,
2006).
O diagnóstico laboratorial da leishmaniose visceral recomendado para os seres
humanos é o exame parasitológico direto, utilizando-se a punção da medula óssea para a
colheita do material. As amostras para exame direto são preparadas em lâminas com
coloração apropriada (Giemsa ou Leishman) e examinadas à microscopia ótica. Este
método tem positividade em torno de 85%, quando se faz leitura em pelo menos duzentos
campos, em cinco a seis lâminas (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006). Outros autores
relatam que a sensibilidade do esfregaço de medula óssea é de aproximadamente 60% a
91%. Já o aspirado esplênico, apesar do risco de hemorragia fatal em mãos inexperientes,
é um dos mais valiosos métodos para diagnóstico de LV com uma sensibilidade acima de
83% (KOUTINAS et al., 2001; SUNDAR & RAI, 2002; BARROUIN-MELO et al., 2006).
Formas características estão presentes em macrófagos da medula óssea, linfonodos,
baço, fígado, rim e pele. Formas amastigotas são reconhecidas pela presença de um
núcleo roxo pequeno e um cinetoplasto característico, moldado por corante Romanowsky
ou outro comercial (WHO, 1998; LINDSAY, 2004; BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
Nos cães, a reação de imunofluorescência indireta (RIFI) tem sido utilizada nas
investigações de foco de transmissão em inquéritos sorológicos amostrais ou censitários
para avaliar a prevalência da doença e para a confirmação das amostras reagentes pelo
ensaio imunoenzimático (ELISA) (VIGILATO, 2004, BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
Assim, o diagnóstico da leishmaniose visceral canina (LVC) pode ser obtido por
meio de testes sorológicos para detecção de anticorpos anti-Leishmania, sendo a RIFI,
segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o "padrão-ouro", com o qual outros
testes sorológicos são comparados, possuindo alta sensibilidade (96%) e especificidade
(98%), e cujo diagnóstico constitui um instrumento essencial (FERRER, 1999;
CIARAMELLA & CORONA, 2003; WHO, 2003; BRASIL, 2006).
O teste de RIFI consiste na reação de soros com os parasitos, formas
promastigotas (Leishmania sp.), fixados em lâminas de microscopia. Em uma etapa
subseqüente, é utilizado um conjugado de anti-imunoglobulina de cão, fração IgG,
marcada com produto fluorescente (isotiocianato de fluoresceína), para evidenciação da
reação (BIO-MANGUINHOS, 2004). Animais doentes desenvolvem principalmente
resposta imune humoral e produzem altos títulos de IgG anti-Leishmania, e a
soroconversão ocorre aproximadamente três meses após a infecção e os títulos
permanecem elevados por, pelo menos, dois anos (FERRER, 2002). Exames sorológicos
por RIFI com uma titulação igual ou maior que 1:40 são normalmente considerados
positivos para leishmaniose. Em áreas onde o Trypanosoma cruzi também está presente,
há uma possibilidade de reatividade sorológica cruzada em muitos testes diagnósticos.
Esta reatividade cruzada pode ser superada, utilizando-se um teste ELISA com uma
proteína específica isolada da fase amastigota da Leishmania (rK39) ou de frações
ligantes (fucose-manose ligantes). A rK39 é uma proteína recombinante constituída de
uma seqüência de 298 aminoácidos que se repetem 5,5 vezes, e tem peso molecular de
32,7 kDa (WHO, 2003; LINDSAY, 2004; NASCIMENTO et al., 2005; BRASIL, 2006).
A demonstração de DNA-Leishmania mediante a reação em cadeia de polimerase
(PCR) foi recentemente desenvolvida como método muito específico e sensível ao
diagnóstico (AZEVEDO, 2004; LINDSAY, 2004; GREENE et al., 2006), entretanto
AZEVEDO (2004) relata que o PCR não é um bom instrumento diagnóstico para vigilância
epidemiológica da LVC, devido às baixas sensibilidade (55%) e especificidade (67%).
2.1.8. Vigilância Epidemiológica na Leishmaniose Visceral
A leishmaniose visceral humana passa a constituir um problema real de saúde
pública, porque é uma infecção oportunista em pacientes imunocomprometidos. Com a
crescente consciência do controle da doença em seres humanos, pesquisas em cães
estão em desenvolvimento, com objetivo de elucidar a epidemiologia, a patologia da
doença e possíveis tratamentos. Estes novos resultados propiciarão maior entendimento
da doença e também ajudarão no desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e de
controle da infecção, como novas drogas, protocolos para tratamento e vacinas de
segunda geração, tudo isso com a expectativa de não só reduzir o pesado fardo da
doença entre cães, mas também reduzir a incidência da leishmaniose visceral humana
(ALVAR et al., 2004; GRAVINO, 2004; ALMEIDA et al., 2005).
A vigilância epidemiológica, segundo a Lei 8.080, tem como conceito o conjunto
de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer
mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva,
com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das
doenças ou agravos. Assim, a vigilância epidemiológica tem como propósito fornecer
orientação técnica permanente aos responsáveis pela decisão e pela execução de
ações de controle de doenças e agravos. Para subsidiar esta atividade, deve tornar
disponíveis informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças ou agravos,
bem como dos seus fatores condicionantes, em uma área geográfica ou população
determinada. A vigilância epidemiológica constitui-se, ainda, em importante instrumento
para o planejamento, a organização e a operacionalização dos serviços de saúde, bem
como para a normatização de atividades técnicas correlatas (BRASIL, 2002).
A investigação epidemiológica é um método de trabalho utilizado com muita
freqüência, em casos de doenças transmissíveis, mas que se aplica a outros grupos de
agravos. Consiste em um estudo de campo realizado a partir de casos notificados
(clinicamente declarados ou suspeitos) e de portadores. Tem como objetivo avaliar a
ocorrência, do ponto de vista de suas implicações para a saúde coletiva. Sempre que
possível, deve conduzir à confirmação do diagnóstico, à determinação das
características epidemiológicas da doença, à identificação das causas do fenômeno e à
orientação sobre as medidas de controle adequadas para impedir a ocorrência de
novos casos. É utilizada na ocorrência de casos isolados ou de epidemias (BRASIL,
2002).
O Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana
(PVCLVA) tem como objetivo geral a redução da morbidade e da letalidade por LV, e,
como objetivos especícos, o monitoramento da distribuição da L. longipalpis; a redução
da densidade do vetor; a detecção precoce da transmissão da LV; o monitoramento dos
níveis de prevalência na população canina nos municípios com transmissão; a redução da
prevalência canina; a detecção e o tratamento precoce dos casos humanos; e a redução
da morbidade e da letalidade em seres humanos. O PVCLVA é subdividido em atividades
relacionadas à vigilância epidemiológica e às medidas de prevenção e controle do vetor,
do reservatório doméstico e para seres humanos (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
Na vigilância epidemiológica, tem-se como caso canino suspeito todo cão que
apresente pelo menos um dos três seguintes sintomas: descamação (mais freqüente na
região periocular e bordas da orelha), úlceras de pele (geralmente nas extremidades) ou
onicogrifose (alongamento das unhas), em associação com dois ou mais dos seguintes
sintomas: ceratoconjuntivite, coriza, apatia, emagrecimento, diarréia, hemorragia intestinal,
vômitos, edema das patas, paresia das patas posteriores e/ou caquexia (BRASIL, 2006;
SÃO PAULO, 2006).
Ao mesmo tempo, um caso canino suspeito passa a ser conrmado se, na
avaliação laboratorial, ocorrer identicação de L. (L.) chagasi, com base na cultura e/ou na
inoculação em hamster e/ou por técnicas moleculares; ou o encontro de Leishmania sp em
exame parasitológico direto, nos municípios onde já houver conrmação de transmissão
de LV; ou pesquisa positiva de anticorpos contra antígenos de Leishmania sp, nos
municípios onde já houver conrmação de transmissão de LV – aonde se enquadra o local
deste estudo. Ainda, um caso canino suspeito passa a ser confirmado por um critério
clínico-epidemiológico, se proveniente de área endêmica ou onde esteja ocorrendo surto,
sem a conrmação de diagnóstico laboratorial, mas com quadro clínico compatível com
LV, isto é, cão que apresente descamação e úlceras de pele e onicogrifose,
acompanhados de dois ou mais dos seguintes sintomas: ceratoconjuntivite, coriza, apatia,
emagrecimento, diarréia, hemorragia intestinal, vômitos, edema de patas, paresia de patas
posteriores e/ou caquexia (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
O inquérito sorológico canino censitário deverá ser realizado em zona urbana de
município silencioso receptivo vulnerável com população canina igual a trezentos cães,
anualmente; ou em setores urbanos de municípios com transmissão e setores com
transmissão humana, anualmente, quando a prevalência canina estimada anteriormente
em inquérito censitário ou amostral for igual a 2%; ou em zona rural receptiva
(aglomerados ou casas dispersas) de municípios com transmissão e de municípios
silenciosos receptivos vulneráveis, com periodicidade bienal (BRASIL, 2006; SÃO PAULO,
2006).
Em municípios com transmissão, ou seja, com conrmação de casos humanos e/ou
caninos autóctones, como é o caso de Brasília – DF, o inquérito canino censitário visa,
além de avaliar a prevalência canina, ao controle pela identicação de cães infectados
para a realização da eutanásia. Estes inquéritos devem ser realizados, de preferência, no
período de agosto a novembro, por no mínimo três anos consecutivos, independentemente
da noticação de novos casos conrmados de LV em humanos e/ou caninos e da
prevalência canina (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
Entre as atividades de prevenção e controle dirigidas ao controle reservatório
doméstico canino, está preconizada a eutanásia em cães sem controle de proprietários ou
de famílias (errantes), mantidos em canis públicos, devido às atividades de recolhimento,
após o tempo de espera estabelecido para o dono recuperá-lo, independentemente de
qualquer exame; em cães sem controle de proprietários ou de famílias (errantes) ou
domiciliados conrmados pelo critério clínico-epidemiológico em municípios com
transmissão conrmada; em cães com resultado positivo de exame sorológico e/ou
parasitológico em municípios com transmissão conrmada; e em cães com identicação
de L. (L.) chagasi, em qualquer município (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
Com relação às medidas de prevenção, destaca-se a utilização de coleiras
impregnadas com deltametrina 4%, que é indicada como medida de proteção individual
para os cães contra picadas de ebotomíneos, devendo ser utilizadas ininterruptamente e
trocadas a cada quatro meses. Em larga escala, quando utilizadas em experimento
populacional controlado, seu emprego mostrou resultados promissores quanto à
efetividade na redução da prevalência canina e incidência humana, porém sua aplicação
como programa de saúde pública merece ainda mais estudos de custo-benefício (BRASIL,
2006; SÃO PAULO, 2006).
Quanto à vacina contra a LVC registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), ainda não existe avaliação de seu custo-benefício e efetividade
para o controle da LVC em programas de saúde pública. Até o momento, os estudos
realizados referem-se somente à ecácia vacinal. Diante disto, o Ministério da Saúde
determinou a não-utilização da vacina Leishmune®
1
como medida de controle da
leishmaniose visceral no Brasil. Além disto, a vacina possui baixa ecácia vacinal (76%),
não tendo sido demonstrado seu efeito na prevenção da infecção e na infectividade do cão
para o vetor (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
A estratégia de controle do vetor deve ser organizada com base nas informações
obtidas com as atividades de: (i) vigilância entomológica, principalmente as relativas às
condições de saneamento dos imóveis; (ii) vigilância da população canina e (iii) ocorrência
de casos humanos, devendo ser implementada nos municípios receptivos e,
prioritariamente, naqueles com transmissão. Trata-se de uma estratégia de controle
integrado cujas atividades visam a modificar as condições sanitárias que favoreçam a
proliferação de L. longipalpis em áreas urbanas, intensificando as ações, prioritariamente,
nos setores com prevalência canina igual a 2%; reduzir a densidade de L. longipalpis a
níveis próximos de zero no intradomicílio, no período mais favorável ao aumento da
densidade do vetor, nas áreas onde tenham sido confirmados casos humanos autóctones
de LV (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
O manejo ambiental consiste na poda de árvores, na eliminação de matéria
orgânica do solo e de vegetação em quintais e jardins (peridomicílio), praças, parques
públicos e terrenos baldios, a fim de reduzir a quantidade de matéria orgânica e locais
sombreados, que forneçam condições favoráveis para o estabelecimento de criadouros do
vetor. Esta atividade deverá ser realizada em todos os municípios, principalmente nos
municípios com transmissão e nos municípios silenciosos receptivos (vulneráveis ou não),
prioritariamente nos setores em que o vetor já foi detectado.
1
Fort Dodge Saúde Animal Ltda. – Campinas – SP – Licenciada no Ministério da Agricultura sob n° 8.627 de 11/06/03.
Para tanto, serão recomendadas as seguintes medidas de manejo aos responsáveis
pelos imóveis: poda de árvores, arbustos e gramados, capinação e eliminação de matéria
orgânica. Recomenda-se, também, que a opção de criar animais seja acompanhada por
posturas de posse responsável, condição que inclui a adoção de hábitos de higiene e de
preservação do meio ambiente (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
A pesquisa entomológica em foco de transmissão tem como objetivo mapear os
locais favoráveis à proliferação de formas imaturas de L. longipalpis, em áreas urbanas, de
modo a sistematizar as ações de orientação e vigilância sanitária voltadas aos
responsáveis por imóveis que apresentem tal condição. É realizado o diagnóstico
ambiental, ou seja, a avaliação sobre as condições sanitárias de todos os imóveis da área
urbana dos municípios, pelas equipes municipais responsáveis pelo controle de vetores.
Durante a visita casa a casa, os moradores são orientados sobre os cuidados com os
jardins e quintais, para evitar criadouros de L. longipalpis, além das orientações dos
cuidados com a criação de animais domésticos (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
Em setores com prevalência canina igual a 2%, as ações dirigidas aos imóveis “de
risco” deverão ser intensicadas, por meio de visitas especícas para acompanhamento
das condições sanitárias e reforço das orientações para a manutenção adequada do
peridomicílio destes imóveis. Em áreas com ocorrência de casos humanos, devem ser
intensicadas as ações de manejo ambiental, antes da aplicação de inseticida. A aplicação
de inseticida de ação residual deverá ser realizada apenas nos municípios com
transmissão humana, em períodos do ano que possam otimizar o poder residual do
inseticida e diminuam a densidade do vetor. Quando da ocorrência do primeiro caso
humano, o controle químico será adotado para os casos detectados dentro de um período
de seis meses contados a partir da detecção do primeiro caso humano autóctone, devendo
ser considerada a data de início dos sintomas. A área de borrifação será de, no mínimo,
duzentos metros ao redor do local provável de infecção do caso detectado. Também é
preciso levar em conta, para a delimitação da área a ser borrifada, a proximidade espacial
dos casos e as condições socioeconômicas da população residente, que pode ser
estendida, a m de cobrir toda a população sob risco (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
No Distrito Federal, os focos de transmissão da doença localizam-se em regiões
periurbanas originadas de áreas invadidas e ocupadas à custa de desmatamentos,
contribuindo, assim, para a maior exposição ao vetor da doença. As condições
socioeconômicas, ambientais e os hábitos de vida são fatores significativos na
epidemiologia da leishmaniose visceral em áreas endêmicas. Tais condições podem
contribuir para que a leishmaniose visceral seja perpetuada nas áreas rurais e
periurbanas, acometendo aglomerados humanos com baixo nível socioeconômico, que
vivem em condições precárias de moradia (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
Estudos na América Latina, baseados em modelos matemáticos, verificaram que
inseticidas representam um meio de controle dos mosquitos, portanto um modo mais
efetivo de redução da transmissão de Leishmania chagasi, comparados à atual estratégia
de eutanasiar cães infectados, tendo em vista também ser mais aceitável pela população
humana. A interrupção do ciclo pelo controle dos vetores pode oferecer uma solução mais
barata e mais prática em relação ao custo do tratamento, além de melhorar o
conhecimento das opções disponíveis. Felizmente os insetos permanecem suscetíveis a
todos os principais grupos de inseticidas. Em locais de focos de transmissão de
leishmaniose visceral canina, onde cães são os reservatórios domésticos, é esperada uma
redução na transmissão da Leishmania, combinando-se o tratamento de massa efetivo
(inexistente) em cães infectados e a proteção para cães saudáveis e infectados, quanto às
picadas de insetos. Avaliações laboratoriais e de campo mostraram que coleiras saturadas
e aplicação tópica de inseticidas, com efeito repelente e letal, poderiam proteger os cães
das picadas dos insetos (ALVAR et al., 2004; MAROLI & KHOURY, 2004).
Levantamentos epidemiológicos realizados no Brasil, após casos diagnosticados
de leishmaniose visceral humana e implantação de programas de controle realizados nos
estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, evidenciaram a presença de Leishmania spp.
na população canina entre 9,5% (Montes Claros – MG) a 25% (Guaratiba – RJ).
Verificaram-se maior soropositividade em animais oriundos de regiões rurais e a presença
de Lutzomyia longipalpis no ambiente peridomiciliar, demonstrando a possibilidade de
aparecimento de novos casos humanos (SILVA et al., 2001; CABRERA et al., 2003;
FRANCA-SILVA et al., 2003; MADEIRA et al., 2003). Ao mesmo tempo, estudos realizados
na Ilha de São Luís (MA) evidenciaram que a presença do cão no domicílio e peridomicílio
parece não ser um fator de risco tão significante para infecção como a presença do vetor.
Mediante modelo matemático relativo à dinâmica da transmissão de leishmaniose visceral
na ilha de São Luís, demonstrou-se que o controle vetorial é mais efetivo no combate à
doença e que a presença do cão não esteve associada à infecção por L. chagasi
(NASCIMENTO et al., 2005).
Em estudo realizado em região endêmica para a leishmaniose visceral humana no
nordeste brasileiro, foram avaliados os sinais clínicos da leishmaniose visceral canina, o
perfil protéico sérico e a produção de anticorpos IgG anti-Leishmania em 86 cães, sendo
utilizados 30 cães de uma área livre de Leishmania como grupo controle. Os principais
sinais clínicos da LVC observados foram emaciação e úlceras de pele (80%), onicogrifose
e conjuntivite (73%), alopecia (60%), enquanto linfoadenomegalia, esplenomegalia,
glomerulopatia foram menos freqüentes ( 20%)(ALMEIDA et al., 2005).
2.2. Achados clinicopatológicos
2.2.1. Bioquímica Sérica
As enzimas utilizadas como indicadoras de disfunção hepática em cães e gatos são
a atividade da alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST), a
gama glutamiltransferase (GGT), a fosfatase alcalina (ALP) (KANEKO, 1997). A
determinação da atividade da alanina aminotransferase (ALT), que é uma enzima sensível
e específica de dano do hepatócito, é um teste considerado hepato-específico, porque um
significativo aumento em sua atividade sérica somente é observado em casos de
degeneração ou necrose hepatocelular. A atividade da aspartato aminotransferase (AST)
está presente na mitocôndria do hepatócito e nos músculos esquelético e cardíaco. Dessa
forma, seu aumento pode ser interpretado como conseqüência de uma lesão hepática,
desde que se excluam lesões musculares e cardíacas (LOPES et al., 1996; KANEKO et al,
1997).
A fosfatase alcalina (ALP) é uma enzima mitocondrial que pode ser encontrada em
vários tecidos, principalmente no tecido ósseo, no sistema hepato-biliar, na mucosa
gastrointestinal e, em menor grau, nos rins, na placenta e no baço. É bastante utilizada
para confirmar colestase em cães, pois, nesta espécie, a fosfatase alcalina aumenta
consideravelmente em caso de obstrução dos canalículos biliares. Em distúrbios
colestáticos, o aumento na atividade da fosfatase alcalina precede a hiperbilirrubinemia
(LOPES et al., 1996; KANEKO et al, 1997). A GGT apresenta uma grande atividade nos
rins e no fígado, mas somente a de origem hepática é encontrada normalmente no soro,
pois a de origem renal é excretada na urina. O aumento de sua atividade sérica, em todas
as espécies, ocorre após desordens colestáticas (KANEKO, 1997).
SLAPPENDEL & FERRER (1998) reportaram que, em um estudo com oitenta cães
portadores de leishmaniose visceral, as elevações das atividades séricas de ALT e ALP
ocorreram em 61% e 51% dos animais, respectivamente.
A avaliação da função renal pode ser estabelecida mediante obtenção da
concentração de creatinina e uréia, catabólitos que podem estar elevados em resposta a
fatores pré-renais e, particularmente, à desidratação e a exercícios (KANEKO, 1997). A
uréia é um produto nitrogenado não-protéico, resultante do metabolismo das proteínas,
sintetizado pelo fígado e eliminado pelos rins. A concentração elevada de uréia no soro
sangüíneo (uremia) deve ser acompanhada, sempre, do exame completo da urina, para
sua adequada interpretação (LOPES et al., 1996; KANEKO et al, 1997).
A creatinina é um produto nitrogenado não-protéico, resultante do metabolismo da
creatina e fosfoscreatina, existente em grande quantidade nos músculos esqueléticos e
cardíacos, no fígado e nos rins. É uma substância de limiar baixo e toda quantidade que
chega aos rins é excretada pelos glomérulos, não havendo reabsorção tubular,
propriedade que a torna clinicamente utilizável como índice de filtração glomerular renal.
Por ser facilmente eliminada, o seu aumento na circulação sangüínea não é observado tão
precocemente quanto a elevação da uréia, quando existe uma lesão renal. O aumento de
creatinina no sangue ocorre em todas as doenças renais, em que há diminuição da taxa de
filtração glomerular (LOPES et al., 1996; KANEKO et al, 1997).
O aumento das concentrações séricas de uréia e creatinina ou azotemia pode ser
classificada de acordo com a natureza do processo em pré-renal, renal e pós-renal. A
azotemia pré-renal pode ocorrer devido ao catabolismo protéico, à ingestão de dieta
hiperprotéica, à hemorragia do trato gastrointestinal e, em situações onde exista redução
da perfusão sangüínea renal, como nos casos de insuficiência cardíaca, hipovolemia e
desidratação. A azotemia renal é evidenciada quando aproximadamente 70% dos néfrons
estão afuncionais e ocorre em todas as enfermidades intrínsecas dos rins, particularmente
nas nefrites, pielonefrites e glomerulonefrites. A azotemia pós-renal ocorre principalmente
em processos primários de obstrução ou ruptura do trato urinário inferior (LOPES et al.,
1996; KANEKO et al, 1997).
Nieto et al. (1992a) estudaram dez cães naturalmente infectados por Leishmania
infantum e verificaram que 70% apresentavam elevação dos níveis séricos de uréia,
enquanto apenas três animais também apresentavam hipercreatinemia. Slappendel &
Ferrer (1998) reportaram que, em um estudo com oitenta cães portadores de leishmaniose
visceral, em 45% dos cães foi observado aumento da concentração sérica de uréia, além
de hipercreatinemia em 38% dos animais.
O colesterol é o principal componente das membranas eucarióticas e apresenta um
papel crucial na organização da membrana celular, dinâmica e função; metabolizado no
fígado e transportado no sangue por lipoproteínas. A lipoproteína LDL tende a ser a fração
predominante no cão, representando em torno de 65% do colesterol total na maioria das
raças e sendo responsável pelo transporte do colesterol para os tecidos. O aumento dos
seus níveis leva ao acúmulo no plasma e conseqüente aderência ao endotélio vascular, o
que pode acarretar os chamados ateromas. A função de transporte reverso do colesterol
realizado pela HDL confere a estas lipoproteínas o nome de “bom colesterol”, pois
contribuem de maneira significativa para a manutenção dos níveis de lipoproteínas
fisiologicamente apropriados e saudáveis, ajudando assim a prevenir a aterosclerose por
facilitar a captação celular de LDL. Valores normais de HDL variam entre 25% e 60% do
colesterol total (KANEKO et al., 1997; SCHMIDT et al, 2006).
Na LV humana, foram observados hipocolesterolemia, leve hipertrigliceridemia,
diminuição dos níveis séricos de HDL (lipoproteína de alta densidade) e LDL (lipoproteína
de baixa densidade) (LIBEROPOULOS et al., 2002). Nieto et al. (1992b) relatam que, em
cães naturalmente infectados com L. infantum, observaram o aumento dos níveis séricos
de colesterol e LDL e a diminuição de HDL. Estudos recentes revelam que o requerimento
específico do colesterol na membrana celular e a internalização do parasita em
macrófagos dos hospedeiros conduzem a uma infecção produtiva. Além disso, a redução
na habilidade do parasita para infectar macrófagos dos hospedeiros pode ser invertida,
reabastecendo de colesterol as membranas celulares (PUCADYIL et al. 2004).
Quando desequilíbrios de eletrólitos ocorrem, efeitos (logo, sinais clínicos) não
afetam somente um órgão específico ou sistema isoladamente. A homeostasia do cálcio
envolve os ossos, os rins e o trato digestório; este eletrólito afeta a permeabilidade das
membranas celulares, portanto, ajuda a regular a atividade neuromuscular. Os níveis de
fósforo (em suas várias formas orgânicas e inorgânicas) desempenham vários papéis
diferentes e contribuem para a estrutura celular e a função, enquanto ajudam a prover
energia (na forma de ATP), e facilitam a entrega de oxigênio aos tecidos (como 2,3-DPG),
como um segundo mensageiro intracelular (cAMP). Finalmente, embora o papel de
magnésio seja bem menos compreendido que o dos outros eletrólitos, acredita-se que sua
deficiência exacerba algumas condições clínicas e pode afetar potencialmente algumas
doenças. Manifestações clínicas de hipomagnesemia normalmente incluem arritmias
cardíacas, alterações do sistema nervoso e anormalidades neuromusculares (KANEKO et
al., 1997; STEELE, 2005).
2.2.2. Proteinograma
Quanto às proteínas plasmáticas, estas são sintetizadas no fígado e constituídas de
aminoácidos, obtidos após a quebra e a absorção intestinais. As principais frações são a
albumina e as globulinas, representando a albumina de 35% a 50% do total das proteínas
séricas. Uma hipoproteinemia pode ocorrer por falha na ingestão, na absorção, na síntese
ou na perda protéica (LOPES et al., 1996).
A hiperproteinemia, a hipoalbuminemia, a hiperglobulinemia e a relação de
albumina/globulina diminuída ou invertida, inclusive a hipergamaglobulinemia, são os
achados mais freqüentemente observados na leishmaniose visceral canina, decorrentes
de ativação policlonal de células B e da produção de anticorpos (FERRER, 1992;
CIARAMELLA et al., 1997; KOUTINAS et al., 1999; ALMEIDA et al., 2005; COUTINHO,
2005). Pode ocorrer hipoalbuminemia resultante de nefropatia e conseqüente perda
protéica, ou enfermidade hepática ou de má nutrição (KONTOS & KOUTINAS, 1993;
KOUTINAS et al., 1999; NOLI, 1999; COUTINHO, 2005). A eletroforese de proteínas
séricas geralmente apresenta diminuição da fração albumina associada a aumento das
frações gama e beta globulinas (MARZOCHI et al., 1985; KONTOS & KOUTINAS, 1993,
CIARAMELLA & CORONA, 2003).
Martinez-Subiella et al. (2002), por meio de métodos de imunoensaio e
colorimétricos em analisador bioquímico, com reagentes destinados à sorologia humana,
avaliaram cães sadios e portadores de L. infantum chagasi, sintomáticos e não-
sintomáticos, e verificaram as concentrações de proteínas de fase aguda como a
haptoglobina, ceruloplasmina e proteína C-reativa. Observaram que cães portadores
apresentaram maior concentração de proteína C-reativa do que os cães assintomáticos.
Quanto à resposta de fase aguda, esta se refere a uma reação complexa e
inespecífica, que acontece logo após qualquer dano tecidual. A origem da resposta pode
ser atribuída a processos infecciosos, imunológicos, neoplásicos, traumáticos, ou outras, e
o propósito da resposta é restabelecer a homeostase e remover a causa do distúrbio
(WHICHER & WESTACOTT, 1992; CERÓN et al., 2005). A resposta de fase aguda é
considerada uma parte do sistema de defesa inato do hospedeiro, que é responsável pela
sobrevivência deste durante as fases críticas e iniciais da infecção e, em condições
evolutivas, antecede a resposta imune adquirida (ECKERSALL, 2000).
A resposta de fase aguda é caracterizada por vários efeitos sistêmicos, inclusive
febre, leucocitose, aumento de cortisol sangüíneo e diminuição nas concentrações de
tiroxina, mudanças metabólicas (isto é, lipólise, gliconeogênese, catabolismo protéico), e
diminuição das concentrações séricas de ferro e zinco. A resposta também inclui
mudanças nas concentrações de proteínas plasmáticas, chamadas de proteínas de fase
aguda (PFA) (KUSHNER & MACKIEWICZ, 1993; ECKERSALL, 1995), algumas das quais
diminuem suas concentrações (PFA negativas; por exemplo, albumina ou transferrina), ao
passo que outras aumentam (PFA positivas; por exemplo, proteína C-reativa [CRP],
amilóide A sérica [SAA], haptoglobina [Hp], glicoproteína alfa-1-ácida [AGP],
ceruloplasmina (Cp), e fibrinogênio). A maioria das PFA positivas são glicoproteínas
sintetizadas principalmente pelos hepatócitos devido a estimulação por citocinas pró-
inflamatórias e sua liberação na circulação sangüínea. As principais citocinas pró-
inflamatórias são a interleucina-6 (IL-6), IL-1 e o fator de necrose tumoral-α (TNF-α). Em
humanos, a IL-6 é considerada a mais importante citocina capaz induzir a síntese de
diferentes PFA, como Hp, ou combinadas com IL-1, como no caso de CRP e SAA
(KUSHNER & MACKIEWICZ, 1993). Níveis séricos de IL-6 notadamente aumentam
durante uma resposta de fase aguda em cães (YAMASHITA et al., 1994). Testes para
detecção de citocinas poderiam ser usados para quantificar a resposta sistêmica induzida
por uma infecção ou inflamação; porém os testes para detecção e/ou quantificação de PFA
foram desenvolvidos como alternativa consistente para este propósito (CERÓN et al.,
2005).
Enquanto as PFA são convencionalmente estabelecidas como derivadas dos
hepatócitos, há evidências crescentes de que elas também podem ser produzidas em
outros tecidos. Linfócitos produzindo AGP foram identificados, o que poderia explicar seu
nível sérico elevado em cães e gatos com linfoma. A produção extra-hepática de AGP
também foi descrita em outros órgãos em humanos, como rins, intestinos e coração, e em
diferentes tipos de leucócitos. Além disso, AGP pode originar-se da próstata e pode ser
detectada no fluido seminal. A produção de SAA foi demonstrada em tecidos como
intestino, rins, medula óssea, adipócitos (em casos de hiperglicemia) e glândula mamária
(em casos de mastite), em diferentes espécies animais. Pulmões, tecido adiposo, baço e
rins podem produzir Hp. Os rins podem produzir CRP em humanos, e CRP pode ser
utilizada como um indicador de rejeição ao transplante renal. Foi postulado que a produção
de PFA no local da reação de fase aguda inicial além do fígado pode contribuir para
manter a homeostase, reduzindo o dano tecidual associado ao processo inflamatório
(ECKERSALL et al., 2001; CERÓN et al., 2005).
Devido à complexidade do grande número de alterações fisiológicas, imunológicas e
reações bioquímicas, evidenciam-se algumas características da resposta de fase aguda
que apresentam aplicação prática do ponto de vista clínico: é muito rápida e desenvolve-se
antes mesmo da estimulação da resposta imune específica, em muitos casos, antes do
início de sinais clínicos. Assim, pode ser considerada como um dos marcadores mais
rapidamente detectados para qualquer processo patológico ou doença; a resposta de fase
aguda é altamente inespecífica, pois se desenvolve secundariamente a numerosas
condições que podem produzir dano tecidual (infeccioso, imunológico, neoplásico,
traumático, etc); a produção e a resposta das PFA variam, dependendo da espécie. Por
exemplo, no cão, após estímulo inflamatório, uma forte resposta ocorre com CRP; porém,
em gatos, não foram descobertos aumentos significantes de CRP (KUSHNER &
MACKIEWICZ, 1993; KAJIKAWA et al., 1999; PETERSEN et al., 2004; MURATA et al.,
2004; CERÓN et al., 2005).
Segundo Rodriguez et al. (2003), a leishmaniose visceral canina está associada à
imunidade celular reduzida e à elevação significativa de anticorpos de IgG de anti-
Leishmania, porém, enquanto foram estudadas elevações de IgG extensivamente na
leishmaniose, a distribuição de outras imunoglobulinas é pouco investigada. Assim o
estudo de imunoglobulinas parasita-específico em leishmaniose visceral canina pode
evidenciar nas respostas imunes durante a progressão e resolução da infecção. Estudos
prévios sugerem que a leishmaniose visceral canina está associada com a regulação de
anticorpos específicos de todas as subdivisões de classe de IgG, particularmente IgG1,
IgG3 e IgG4 (QUINNEL et al., 2003).
3. OBJETIVOS
São objetivos do estudo:
1. verificar a prevalência da leishmaniose visceral canina (LVC) e os aspectos
clínicos e epidemiológicos em cães sororreagentes e não-reagentes à reação de
imunofluorescência indireta (RIFI) em foco de transmissão no Distrito Federal – DF –
Brasil;
2. determinar o proteinograma de cães sororreagentes e não-reagentes à RIFI para
LVC, investigando, em especial, as concentrações de imunoglobulinas e de proteínas de
fase aguda, em eletroforese em gel de poliacrilamida que contenha dodecil sulfato de
sódio (SDS-PAGE) e espectrometria de massa em MALDI-TOF (matrix-assisted laser
desorption/ionization – time of flight);
3. avaliar componentes do soro sangüíneo de cães sororreagentes e não-reagentes
à RIFI para LVC, sendo proteínas totais, colesterol, cálcio, fósforo, magnésio, uréia e
creatinina e atividades das enzimas fosfatase alcalina (ALP), gamaglutamiltransferase
(GGT), alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST), de modo a
avaliar parte do metabolismo, balanço de alguns íons e funções renal e hepática.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Área do estudo
Os parâmetros referentes aos cães (Canis familiaris – LINNAEUS, 1758) avaliados
neste estudo foram conduzidos com base na população canina do Condomínio Serra Azul,
situado na cidade-satélite de Sobradinho II, no Distrito Federal, delimitada pelas
coordenadas 15
o
37” 51’ S - 47
o
50” 23’ W (Figura 1; seta amarela).
A instalação do condomínio data de 1990. Constituído de 578 casas, próximo à
estrada DF-420, possui todas as ruas asfaltadas e estabelece limites com outros dois
condomínios e, ao norte (fundos), com área de cerrado, que inclui vales e montanhas. O
condomínio localiza-se a 12km do Plano Piloto e a 8km da cidade de Sobradinho. Sua
altitude é de 1.050 e 1.090 metros acima do nível do mar. Atualmente contém 623 lotes,
dos quais 48 (7,7%) se encontram desocupados e são utilizados como depósito de lixo.
Alguns representam local de proliferação de roedores e insetos. A coleta pública de lixo é
realizada três vezes por semana. A maior parte das 578 casas construídas é cercada com
muros altos; entretanto, o condomínio é parcialmente murado nos limites com o cerrado. O
registro fotográfico do condomínio evidenciando as características descritas acima está
disposto no Apêndice A.
A região de escolha para o estudo foi uma área periurbana com foco de
transmissão de leishmaniose visceral (Figura 2).
4.2. Inquérito sorológico censitário canino e levantamento epidemiológico
As coletas de dados e a obtenção das amostras de sangue foram realizadas por
agentes da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde (DIVAL) do Centro de Controle de
Zoonoses do Distrito Federal, no período de 6 de fevereiro a 11 de março de 2006.
Previamente às coletas de sangue, os animais foram submetidos à inspeção física;
também se realizou um levantamento epidemiológico (Figura 3). As informações foram
anotadas em fichas de identificação que continham dados do proprietário e do cão (nome,
endereço, raça, idade, sexo, entre outros) e informações epidemiológicas (por exemplo,
presença de aves ou animais silvestres, condições do quintal e presença de canil), e de
possíveis alterações clínicas (inclusive alopecia, onicogrifose, ceratoconjuntivite, lesões
cutâneas e presença de ectoparasitas) que permitiram definir o quadro clínico da
leishmaniose visceral canina em assintomático, oligossintomático e sintomático.
No Condomínio Serra Azul, em Sobradinho II – Distrito Federal, foram colhidas
amostras de sangue de 556 cães da região, na qual foram diagnosticados dois casos
humanos de leishmaniose visceral (foco de transmissão). As amostras de 3 a 5mL de
sangue foram obtidas da veia jugular, utilizando-se agulhas 25×7mm e tubos Vacutainer®
2
sem anticoagulante. Tais amostras foram centrifugadas a 800 G durante cinco minutos,
para obtenção de amostras de soro, que foram armazenadas em temperatura de -20ºC até
o momento das análises.
Figura 1 - Foto aérea, obtida por satélite, mostrando as regiões do Distrito
Federal: Condomínio Serra Azul (seta amarela), Sobradinho (seta
azul), Fercal (seta verde) e Lago Norte (seta vermelha).
2
VACUTAINER ®- BENCTON-DICKSON - SÃO PAULO – SP
Figura 2 - Foto aérea obtida por satélite ampliada, mostrando em detalhes o Condomínio
Serra Azul – Sobradinho II – Distrito Federal.
Figura 3 - Ficha da Secretaria de Estado de Saúde para obtenção de dados de
identificação, epidemiológicos e quadro clínico de animais suspeitos
de leishmaniose visceral canina, no Distrito Federal – DF.
4.3. Inquérito entomológico
A captura de vetores foi realizada por agentes da Divisão de Vigilância Ambiental
em Saúde (DIVAL) e pela Divisão de Controle de Vetores do Centro de Controle de
Zoonoses do Distrito Federal, no período de 6 de fevereiro a 11 de março de 2006. Para a
realização do levantamento entomológico, foram utilizadas armadilhas de isca luminosa,
instaladas em residências da área delimitada com foco de LV humana. As armadilhas
foram instaladas a aproximadamente 1 metro do solo, preferencialmente, nos quintais
junto aos abrigos ou canis dos animais domésticos. Foram instaladas vinte armadilhas em
dez residências do condomínio em estudo. Os insetos coletados foram acondicionados em
câmaras coletoras mantidas sob refrigeração até o momento do preparo e da identificação,
realizados no Laboratório de Entomologia da Divisão de Controle de Vetores do Distrito
Federal.
4.4. Imunofluorescência indireta (RIFI)
As amostras de soro coletadas dos 556 cães foram submetidas à reação de
imunofluorescência indireta (RIFI) para Leishmania sp. pelos técnicos da Vigilância
Ambiental do Distrito Federal – órgão oficial vinculado ao Ministério da Saúde (Laboratório
Central – LACEN); as leituras foram realizadas em triplicada, isto é, a mesma lâmina foi
examinada por três técnicos diferentes e, após três leituras positivas ou reagentes, tais
animais foram submetidos à nova coleta, com intervalo inferior a quinze dias, e o resultado
do exame confirmado.
4.5. Amostragem
4.5.1. Tamanho da amostra e formação dos grupos experimentais
Com base nos resultados da RIFI da população canina do Condomínio Serra Azul
fornecidos pela Vigilância Ambiental do Distrito Federal, foram separadas, aleatoriamente,
60 amostras não-reagentes e 60 amostras sororreagentes à reação de imunofluorescência
indireta (RIFI), com titulação 1:80 para Leishmania sp., compondo-se dois grupos
experimentais, a saber:
Grupo I: 60 cães, machos ou fêmeas, não-reagentes (RIFI) à Leishmania sp.
Grupo II: 60 cães, machos ou fêmeas, sororreagentes (RIFI) à Leishmania sp.
4.6. Análises laboratoriais
As análises laboratoriais que incluíram os parâmetros de bioquímica sérica e o
proteinograma em gel de poliacrilamida contendo dodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE)
foram realizadas no Laboratório de Apoio à Pesquisa do Departamento de Clínica e
Cirurgia Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/ UNESP/ Campus
de Jaboticabal, e no Centro Integrado de Diagnósticos Veterinário – CID-Vet – Brasília –
DF; e as análises da espectrometria de massa em MALDI-TOF (matrix-assisted laser
desorption/ionization – time of flight)
3
foram realizadas nos Laboratórios de Integração
Planta-Praga e no de Biologia Molecular/ Espectrometria de Massa do CENARGEN –
EMBRAPA – Brasília – DF. O resultado sorológico (RIFI) foi fornecido por órgão oficial
(LACEN).
4.6.1. Análise de constituintes bioquímicos séricos
As atividades das enzimas alanina aminotransferase-ALT e aspartato
aminotransferase-AST (método cinético UV), fosfatase alcalina-ALP (método de Roy
modificado) e gamaglutamiltransferase-GGT (método de Szas modificado) e os teores de
cálcio total (método do azul de metiltimol), proteínas totais (método do biureto), uréia
(método de urease), creatinina (método de Basques-Lustosa), magnésio (método Labtest)
e fósforo (método Daly-Ertingshausen modificado) do soro sangüíneo dos cães foram
determinados com a utilização de conjuntos de reagentes de uso comercial
LABTEST®
4
.
26
. A leitura das amostras foi conduzida em espectrofotômetro semi-
automático LABQUEST®
5
, em comprimentos de onda apropriados a cada componente do
soro sangüíneo (RIBEIRO et al., 2004).
Na discussão dos resultados das determinações bioquímicas, foram utilizados
valores de referência do Laboratório de Apoio à Pesquisa do Departamento de Clínica e
Cirurgia Veterinária e do Laboratório de Patologia Clínica Veterinária do Hospital
Veterinário "Governador Laudo Natel" – UNESP – Câmpus de Jaboticabal, bem como
informações de Kaneko et al. (1997).
3
Ultraflex II™TOF/TOF MS – Bruker - Alemanha.
4
LABTEST – Belo Horizonte – MG
5
Analisador bioquímico semi-automático LABQUEST – CELM
4.6.2. Proteinograma sérico
O proteinograma foi obtido por fracionamento eletroforético em sistema vertical pela
técnica SDS-PAGE, segundo método de preparo de gel descrito por LAEMMLI (1970).
Foram utilizadas amostras de soro sangüíneo (10 μL) diluídas em tampão fosfato (30 L
PBS) e gel mix (20 L); estas amostras foram aquecidas sobre água em ebulição durante
10 minutos. Uma fração de 5 L desta mistura foi depositada no fosso do gel (Apêndice
B). A placa que continha o gel foi colocada em suporte apropriado, em contato com
solução tampão com pH 6,5 e submetida à corrente elétrica de 50 mA, em fonte
apropriada. Terminada a separação, o gel foi corado durante 60 minutos em solução de
azul de Comassie 0,2% e, em seguida, descorado em solução de ácido acético glacial a
7%, até que as frações se apresentassem nítidas. Os pesos moleculares e as
concentrações das frações protéicas foram determinados mediante leitura em
densitômetro computadorizado
6
e cálculos manuais (NAOUM, 1999; THOMAS, 2000;
FAGLIARI & SILVA, 2002). Para a identificação das proteínas no gel, foram utilizados 12
marcadores de pesos moleculares que variavam de 24 kDa a 205 kDa, além das proteínas
purificadas haptoglobina, ceruloplasmina, transferrina, α
1
-antitripsina e imunoglobulina G
7
.
As 120 amostras de soro de cães sororreagentes e daqueles não-reagentes foram
processadas para leitura qualitativa das proteínas, em analisador de espectrometria de
massa em MALDI-TOF
2
, sendo tais amostras inicialmente dialisadas com sulfato de
amônia 4M (0 a 90%), para precipitação das proteínas e retirada de outras substâncias
(entre elas, lipídios e carboidratos). Após este período as frações protéicas foram
coletadas e armazenadas à -20
o
C. Aplicando-se o método de Bradford (1976) foi verificada
a presença de proteínas em todas as amostras. As amostras foram liofilizadas utilizando
centrífuga de Speed vac
8
, por 12 horas à temperatura ambiente até obtenção de
desidratação completa. Após, foram ressuspendidas com água Milli-Q e tratadas com uma
matriz ionizante, o ácido α-ciano-4-hidroxicinâmico (CHCA), que contribui para
cristalização das amostras na placa de MALDI-TOF.
Na seqüência, as amostras
homogeneizadas com a matriz foram aplicadas em placa de ouro, deixadas em
temperatura ambiente durante a noite. Em seguida todas as amostras foram processadas
6
Densitômetro Shimadzu CS-9301 – Tóquio – Japão.
7
Sigma Chemical Company – St. Louis - MO – EUA.
8
Centrivap Concentrator – Labconco Corporation – Kansas City – Missouri - USA
em analisador de espectrometria de massa. O espectrômetro de massa
2
é utilizado para
promover o seqüenciamento direto de peptídeos obtidos após processo de separação e
refinamento das amostras. Todos os peptídeos de interesse foram fragmentados e seus
resíduos de aminoácidos foram obtidos por meio da técnica de indução de dissociação por
colisão (Collision-induced dissociation -CID) (BLOCH JR et al., 2001; KAMOUN-
ESSGHAIER et al., 2005).
4.7. Análise estatística
Para determinar se os resultados da bioquímica sérica, inclusive do proteinograma,
diferiram entre os cães não-reagentes e os sororreagentes, os dados foram submetidos à
análise estatística pelo programa Statistical Analysis System – SAS
9
, obtendo-se média,
desvio padrão, coeficiente de variação, limites extremos e análise de variância. Havendo
diferença, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p0,05).
9
SAS INSTITUTE. SAS user’s guide: Statistics. Sas Institute Cary, 1985, 956p.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Inquérito sorológico censitário e aspectos clínicos e epidemiológicos
No inquérito sorológico e epidemiológico realizado pela Vigilância Ambiental em
Saúde do Distrito Federal, notou-se que, do total de 578 residências visitadas no
Condomínio Serra Azul, em Sobradinho II – DF (considerada região periurbana do Distrito
Federal), em que foram realizadas 556 coletas, somente em 330 havia cães (57%). Ao
mesmo tempo, houve pendência em seis casas (1%), que não puderam ser avaliadas por
estarem fechadas, e recusa à visitação por parte dos proprietários de duas residências
(0,3%).
Os resultados sorológicos obtidos no teste de imunofluorescência indireta (RIFI;
Figura 4) para leishmaniose visceral canina (LVC) dos 556 cães examinados e
pertencentes ao Condomínio Serra Azul, na cidade de Sobradinho II – DF estão
apresentados na Tabela 1 e na Figura 5.
Figura 4 - Fotomicrografia de Leishmania sp. evidenciada pela
técnica de reação de imunofluorescência indireta (400X).
de foco de transmissão no Distrito Federal -DF (Condomínio Serra Azul - fev./ março 2006).
Idade (anos) 1/40 1/80 Total de reagentes Não-reagentes Total de Animais
<1 9 6 15 65 80
11113 24 51 75
2 6 11 17 45 62
359 14 69 83
4 8 10 18 35 53
528 10 25 35
6 3 5 8 25 33
>6 11 13 24 77 101
Ignorada 2 4 6 28 34
Total 57 79 136 (24,5%) 420 (75,5%) 556 (100%)
Titulação RIFI
Tabela 1: Número de cães reagentes e não-reagentes à RIFI para
Leishmania
sp. em relação à idade,
0
2
4
6
8
10
12
14
Idade (anos)
Número de cães reagentes
1/40
9116 5 8 2 3112
1/80
613119108 5134
<1 1 2 3 4 5 6 >6 Ignorada
Figura 5 - Representação gráfica do número de cães reagentes à RIFI
para LVC em relação à idade.
Apesar de a legislação sanitária propor que o inquérito sorológico canino amostral
deva ser realizado em foco de transmissão, de modo a avaliar as taxas de prevalência nos
setores não trabalhados anteriormente, como foi o caso do Condomínio Serra Azul, optou-
se pelo inquérito sorológico censitário, abrangendo quase a totalidade das residências do
condomínio. O inquérito censitário deu-se pelo fato de que, em se tratando de saúde
pública, apresenta ampla avaliação da situação da LVC no condomínio em estudo,
levando-se em consideração o método diagnóstico preconizado pelo Ministério da Saúde
(RIFI), a escassez de mão-de-obra qualificada e o fator temporal, haja vista que as
medidas de controle deveriam ser impostas rapidamente. Cabe ressaltar que este foi o
primeiro inquérito sorológico para LVC realizado no Distrito Federal.
Os casos de LV humana, que levaram a este levantamento epidemiológico,
acometeram dois adultos: um homem de 50 anos, cujo quintal da residência continha
entulho e mato, bem como uma cadela de seis meses de idade, oligossintomática
(alopecia de pescoço, linfoadenomegalia e intensa pulicose) sororreagente a RIFI para
LVC (>1:80); e uma mulher de 18 anos de idade que, nos últimos seis meses, havia
residido em dois locais diferentes do mesmo condomínio e que não tinha animal
doméstico.
No Condomínio Serra Azul, na cidade-satélite de Sobradinho II – DF, das 556
amostras coletadas, 136 (24,5%) foram sororreagentes à RIFI para LVC. A reação de
imunofluorescência indireta (RIFI) tem sido o método mais utilizado. A alta soroprevalência
observada foi compatível com as descrições de Paranhos-Silva et al. (1996), que
observaram 23,5% de prevalência em cães do município de Jequié – BA, e de Silva et al.
(2005), que verificaram 25,0% de reações positivas na população de cães de Guaratiba
(RJ). Difere da taxa de soroprevalência de 12% verificada em Araçatuba – SP por
Camargo-Neves et al. (2001); de 11,9% descrita em Itaipu – RJ por Madeira et al. (2003);
de 2,94% notificada em Birigüi – SP por Vigilato (2004); de 7,8% relatada em Poxoréo –
MT por Azevedo (2004); de 3% constatada em Bom Sucesso – MG por Silva & Santa-
Rosa, (2005); de 2,5% descrita em Pernambuco por Dantas-Torres (2006) e de 87%
relatada no Estado da Bahia por Barrouin-Melo et al. (2006).
A maioria das residências visitadas (95,9%) apresentava até três cães, de 36 raças
diferentes, com predomínio de animais sem raça definida (42%), seguidos por cães das
raças Pinscher (10,4%) e Poodle (9,5%). Estes resultados assemelham-se àqueles
relatados por Moreira Jr. et al. (2003), ou seja, 91,9% dos cães eram de raça indefinida, e
por Vigilato (2004), que constatou que 65,5% dos cães não tinham raça definida.
Pode-se verificar que os cães com até três anos de idade foram os mais acometidos
por LVC, representando 51,5% dos casos, entretanto notou-se um declínio gradual em
cães até a faixa etária dos seis anos; na faixa etária acima dos seis anos, notou-se
acentuado aumento do número de casos por LVC (Figura 5). Provavelmente, isso ocorreu
por se tratar do primeiro inquérito epidemiológico realizado nesta população canina, que,
possivelmente, mantém ao longo dos anos animais reagentes e assintomáticos (ou seja,
município silencioso). Alguns autores, entre eles Vigilato (2004), relatam que a média de
idade dos cães reagentes se situa entre três e cinco anos; no entanto, outros
pesquisadores como Azevedo (2004) relata média de idade acima de 84 meses. Feitosa et
al. (2000), em estudo de cães positivos para LVC em Araçatuba – SP, observaram maior
ocorrência em animais de um a três anos de idade. França-Silva et al. (2003) constataram
prevalência semelhante em todas as idades de cães avaliados em Montes Claros – MG.
Optou-se por descrever os aspectos clínicos e epidemiológicos dos animais
utilizados na avaliação da bioquímica sérica e do proteinograma, com o intuito de
estabelecer, se possível, correlação entre os dados clínicos e os resultados dos exames
laboratoriais. Assim, na Tabela 2, são apresentadas as características clínicas (cães
assintomáticos, oligossintomáticos e sintomáticos) e alguns dados epidemiológicos de
cães sororreagentes e daqueles não-reagentes à RIFI para LVC.
Não-reagentes (n=60) Reagentes (n=60)
Sinais Clínicos
Assintomáticos 42 (70%) 43 (71,7%)
Oligossintomáticos 15 (25%) 15 (25%)
Sintomáticos 3 (5%) 2 (3,3%)
Sexo
Macho 32 (53,3%) 33 (55%)
Fêmea 28 (46,7%) 27 (45%)
Pelagem
Curta 35 (58,3%) 37 (61,7%)
Média 13 (21,7%) 19 (31,7%)
Longa 12 (20%) 4 (6,7%)
Como vivem?
Presos 41 (68,3%) 40 (66,7%)
Soltos / Acesso à rua 19 (31,7%) 20 (33,3%)
Onde dormem?
Dentro de Casa 5 (8,4%) 0 (0%)
Fora de Casa 55 (91,6%) 60 (100%)
Tabela 2 - Aspectos clínicos e epidemiológicos de cães reagentes e não-reagentes à RIFI para
Leishmania
sp.,
de foco de transmissão no Distrito Federal - DF (Condomínio Serra Azul - fev./mar. 2006)
Em relação ao sexo dos cães sororreagentes para LVC, 54% eram machos e 46%
eram fêmeas, não havendo influência significativa do sexo entre os cães soronegativos à
RIFI. Estes resultados são concordantes com aqueles dos estudos de Carrera et al.
(2003), que identificaram 51% de fêmeas; de Moreira Jr. et al. (2003), em que 55,1% eram
machos; e de Vigilato (2004), em que 51,8% eram machos.
Em sua maioria, os cães, durante o dia, permaneciam no ambiente domiciliar, sem
acesso à rua, porém constatou-se que todos os cães reagentes dormiam fora de casa, em
canis ou em abrigos; condição também observada em 91,6% dos cães não-reagentes.
Devido aos hábitos alimentares e à dificuldade de vôo do vetor, o fato de um cão dormir
fora de casa, em área peridomiciliar, pode facilitar o contato deste com o hospedeiro e
predispor à LVC.
A avaliação clínica realizada no momento da colheita da amostra de sangue revelou
que 71,7% dos animais reagentes à RIFI eram assintomáticos e que 28,8% destes animais
reagentes eram oligossintomáticos ou sintomáticos, mas as características clínicas
(assintomáticos, oligossintomáticos e sintomáticos) não diferiram entre os animais
reagentes e não-reagentes à RIFI. Em estudo realizado em Poxoréo – MT, somente 6,8%
dos animais soropositivos para LV canina foram classificados como assintomáticos, 12,9%
eram sintomáticos (AZEVEDO, 2004). Em Teresina – PI, 19% dos cães sororreagentes
eram assintomáticos (MENDONÇA et al., 1999).
As características clínicas observadas no inquérito sorológico dos 120 cães do
Condomínio Serra Azul, em Sobradinho II – DF estão listadas na Tabela 3. Sinais clínicos
como emagrecimento, lesões de pele, úlcera cutânea, alopecia periocular, de orelha e/ou
nariz, onicogrifose, secreção ocular e presença de ectoparasitas, entre outras afecções,
foram verificados.
o-reagentes (n=18) Reagentes (n=17)
Sinais Clínicos
Oligossintomáticos Sintomáticos
Oligossintomáticos Sintomáticos
Emagrecimento/caquexia
1 (5,6%) 1 (5,6%)
2 (11,8%) 1 (5,9%)
Lesões de pele (primárias/secundárias)
1 (5,6%) 2 (11,2%)
5 (29,4%) 1 (5,9%)
Alopecia orelha/nariz
1 (5,6%) 1 (5,6%)
5 (29,4%) 1 (5,9%)
Alopecia peri-ocular 1 (5,6%) 1 (5,6%) 1 (5,9%) 1 (5,9%)
Onicogrifose
3 (16,7%) 2 (11,2%) . - 1 (5,9%)
Pulicose
4 (22,2%) 1 (5,6%)
4 (23,5%) 1 (5,9%)
Ixodidiose
5 (27,7%) 1 (5,6%)
3 (17,6%) 1 (5,9%)
Secreção ocular
- -
1 (5,9%) -
Outros (diarréia, úlceras orais)
. - 1 (5,6%)
1 (5,9%) -
Tabela 3 - Aspectos clínicos de cães oligossintomáticos e sintomáticos, reagentes e não-reagentes para
Leishmania
sp.
(RIFI), de foco de transmissão no Distrito Federal - DF (Condomínio Serra Azul - fev./mar. 2006).
Os sinais clínicos identificados em cães sororreagentes para LVC sintomáticos
incluíram alterações compatíveis com o quadro clínico clássico induzido pela leishmaniose
visceral americana canina, conforme descrito por Santa Rosa & Oliveira (1997) e Soares
(2003). As manifestações clínicas das leishmanioses dependem das interações complexas
entre as características de virulência da espécie de Leishmania infectante e da resposta
imune do hospedeiro (PEARSON & SOUSA, 1996).
Os cães sintomáticos (oligossintomáticos e sintomáticos) sororreagentes (17/28,8%)
e não-reagentes (18/28%) apresentaram diferentes tipos e graus de sintomas. Os sinais
clínicos mais freqüentes em cães sororreagentes sintomáticos (oligossintomáticos e
sintomáticos) foram lesões cutâneas que incluíam pústulas, úlceras, descamação,
paquidermização e hiperpigmentação (35,3%). Alopecia de orelha e/ou nariz
compreenderam 35,3% do total de casos clínicos. Entre os cães não-reagentes
sintomáticos (oligo e sintomáticos), o sinal clínico mais freqüente foi onicogrifose (27,9%),
ao passo que a infestação por ectoparasitos foi notada em 61,1% dos cães. Vale ressaltar
que apenas um cão sororreagente sintomático apresentou vários sinais clínicos
concomitantes, que estão descritos na Tabela 3, coluna [reagentes sintomáticos] (Figura
6).
Figura 6 - Foto de cadela, sem raça definida, com três anos de idade,
sintomática, criada no Condomínio Serra Azul, Sobradinho II –
DF, reagente à RIFI para LVC. Nota-se grau de caquexia
acentuado, lesões de pele (alopecia periocular e nos membros,
descamação e paquidermização) e onicogrifose.
As características clínicas verificadas diferem daquelas descritas por Azevedo
(2003), Soares (2003) e Almeida et al. (2005). Azevedo (2003) relata que, nos animais
positivos de Poxoréo – MT, os sinais clínicos mais observados foram ceratoconjuntivite
(12,1%), lesões cutâneas (11,2%), onicogrifose (11%) e linfoadenomegalia (10%).
SOARES (2003) relata que, nos animais positivos e sintomáticos examinados em Teresina
– PI, os sinais clínicos de maior ocorrência foram linfoadenomegalia (85,3%), secreção
ocular (20,6%) e caquexia (17,6%). Almeida et al. (2005) relataram que os principais sinais
clínicos da leishmaniose visceral canina foram emaciação e úlceras de pele (80%),
onicogrifose e conjuntivite (73%) e alopecia (60%); linfoadenomegalia, esplenomegalia,
glomerulopatia foram menos freqüentes ( 20%).
5.2. Inquérito entomológico
A Divisão de Controle de Vetores vinculada à Vigilância Ambiental em Saúde do
Distrito Federal instalou vinte armadilhas em dez domicílios do Condomínio em que havia
criação de galinhas ou de alguma espécie de ave silvestre (Figura 7), inclusive nas
residências onde habitavam pessoas comprovadamente portadoras de LVA. Em sete
destas residências, foram encontrados flebotimíneos (n=84), pertencendo 71 deles à
espécie Lutzomyia longipalpis. Obteve-se a média de 10,1 flebotimíneos da espécie L.
longipalpis por residência pesquisada. Apenas em uma das casas coletadas foram
encontrados 49 flebotimíneos da espécie L. longipalpis dentro de um galinheiro (Tabela 4).
Tabela 4 - Dados de coleta de flebotomíneos em foco de transmissão para LVA
n
Distrito Federal – DF (Condomínio Serra Azul – 07 a 09 fev. 2006)
Total de casas trabalhadas 10
Total de armadilhas instaladas 20
Total de casas com flebotomíneos 07
Total de flebotomíneos coletados 84
Média de flebotomíneos/casa 12
Total de Lutzomyia longipalpis coletados 71 (100%)
Média de Lutzomyia longipalpis/casa 10,1
Total de Lutzomyia longipalpis coletados em apenas 1 casa* 49
Total de Lutzomyia longipalpis coletados no galinheiro 49 (70,42%)
Total de Lutzomyia longipalpis coletados no canil / quintal 15 (21,13%)
Total de Lutzomyia longipalpis coletados dentro de casa 6 (8,45%)
* dentro de um galinheiro
Figura 7 - Mapa que mostra pontos de instalação de armadilhas para captura de
flebotomíneos (armadilhas positivas: pontos vermelhos; armadilhas
negativas: pontos amarelos), distribuição de cães sororreagentes à RIFI
para LVC (pontos verde-claro) e distribuição de casos de LVA em humanos
(pontos verde-escuro), no Condomínio Serra Azul – DF.
Os dados observados no inquérito entomológico comprovam as informações
relatadas anteriormente de que os locais de maior incidência de flebotomíneos vetores da
LV foram locais sabidamente de predileção ao repasto das fêmeas hematófagas
obrigatórias. Tais fêmeas necessitam de sangue para o desenvolvimento dos ovos,
alimentando-se de uma ampla variedade de animais vertebrados de sangue quente;
todavia, têm predileção por aves, geralmente galinhas domésticas (Gallus gallus
domesticus). Vale a pena ressaltar que a presença de animais domésticos em canis e/ou
quintais em áreas peridomiciliares provavelmente também atrai grande número de
flebotomíneos, contribuindo para a agregação das espécies vetoras nestas áreas
(ALEXANDER et al., 2002; COUTINHO, 2005; BRASIL, 2006; SANTOS, 2006; SÃO
PAULO, 2006).
5.3. Bioquímica sérica
As atividades das enzimas alanina aminotransferase (ALT), aspartato
aminotransferase (AST), fosfatase alcalina (ALP), gamaglutamiltransferase (GGT) e as
concentrações de proteínas totais, uréia, creatinina, cálcio, fósforo e magnésio do soro
sangüíneo de cães reagentes e não-reagentes à RIFI para leishmaniose visceral canina
estão apresentados na Tabela 5. Os valores individuais obtidos na bioquímica sérica estão
apresentados nos Apêndices C e D.
Cães não-reagentes
Parâmetros
n
Média ± Desvio Padrão
n
Média ± Desvio Padrã
o
V
alores Normais (a)
ALT (U/L) 50 35,85± 23,36 52 43,05±15,64 10 - 88
AST (U/L) 50 20,80±11,07 49 18,50±14,50 10 - 88
ALP (U/L) 50 52,71±25,62 52 56,93±29,32 20 - 150
GGT (U/L) 29 8,99±6,70 41 8,16±3,47 0 - 10
Colesterol (mg/dL) 49 161,90±55,36 57 158,38±46,35 125 - 270
Colesterol HDL (mg/dL) 20 44,84±26,65 * 15 62,45±18,32 * 40 - 78
PT (mg/dL) 60 8,25±1,60 * 60 7,33±1,22 * 5,8 - 7,9
Creatinina (mg/dL) 50 1,02±0,34 52 0,98±0,28 0,5 - 1,5
Uréia (mg/dL) 48 34,27±15,74 52 32,51±17,30 15 - 65
Cálcio (mg/dL) 50 9,79±1,38 37 8,95±1,28 8,6 - 11,2
Fósforo (mg/dL) 50 5,90±1,32 53 5,71±1,68 2,2 - 5,9
Magnésio (mg/dL) 49 1,98±0,32 51 1,64±0,24 1,8 - 2,4
ALT (U/L) alanina aminotransferase AST (U/L) aspartato aminotransferase PT (mg/dL) Protnas totais
ALP (U/L) fosfatase alcalina GGT (U/L) gama glutamiltransferase (a) Fonte: Kaneko et al., 1997; Thrall, 2007)
Tabela 5 – Valores normais, médias e desvios-padrão de constituintes do soro sangüíneo de cães reagentes e não-reagentes
à RIFI para Leishmania sp., de foco de transmissão no Distrito Federal (Condomínio Serra Azul - fev./mar. 2006).
Cães reagentes
Médias seguidas por asterisco (*) na mesma linha diferem entre si (p<0,05) pelo teste de Tukey.
As médias das concentrações séricas de uréia, creatinina, colesterol, cálcio, fósforo,
magnésio e das atividades da AST, ALT, FAS e GGT dos cães não-reagentes e
sororreagentes encontram-se na faixa de normalidade para a espécie canina (KANEKO et
al., 1997; THRALL, 2007), à semelhança dos resultados obtidos por Mattos Jr. et al. (2004)
em cães soropositivos à RIFI. Tais achados são diferentes daqueles relatados por
Slappendel & Ferrer (1998), que verificaram aumento das atividades séricas de ALT e ALP
de 61% e 51%, respectivamente, em animais com LVC.
Quanto às concentrações de uréia e creatinina, Slappendel & Ferrer (1998)
observaram que houve aumento da concentração sérica de uréia em 45% dos cães e
hipercreatinemia em 38% dos animais. Nieto et al. (1992a), em estudo com dez cães
naturalmente infectados por Leishmania infantum, verificaram aumento do teor sérico de
uréia em sete dos animais; três apresentavam concentração de creatinina elevada.
Coutinho (2005) relatou aumento da atividade da ALT; entretanto, alterações renais não
foram estabelecidas, pois as concentrações de uréia e creatinina se apresentavam
normais.
Os teores séricos de proteínas totais e colesterol HDL foram superiores àqueles
situados na faixa de normalidade descrita por Kaneko et al (1997), corroborando os relatos
de Nieto et al. (1992b), Liberopoulos et al. (2002) e Pucadyil et al. (2004).
Em estudo a respeito da LV humana, Liberopoulos et al. (2002) relatam a ocorrência
de hipocolesterolemia, discreta hipertrigliceridemia, diminuição dos teores séricos de HDL
(lipoproteína de alta densidade) e LDL (lipoproteína de baixa densidade). Nieto et al.
(1992b) descrevem que, em cães naturalmente infectados por L. infantum, houve aumento
das concentrações séricas de colesterol e LDL e diminuição do teor de HDL. Kaneko et al.
(1997) relatam que o colesterol é o principal componente das membranas eucarióticas e
tem participação fundamental na organização, na dinâmica e na função da membrana
celular; é metabolizado no fígado e transportado no sangue por lipoproteínas (cerca de
70% por LDL, 25% por HDL e 5% por VLDL). Estudos recentes revelam, ainda, que o
requerimento específico do colesterol na membrana celular e a internalização do parasita
em macrófagos dos hospedeiros conduzem a uma infecção latente. Além disso, a redução
na habilidade do parasita em infectar os macrófagos dos hospedeiros pode ser observada,
reabastecendo de colesterol as membranas celulares (PUCADYIL et al., 2004).
5.4. Proteinograma sérico obtido em gel de poliacrilamida contendo dodecil
sulfato de sódio (SDS-PAGE) e espectrometria de massa (MALDI-TOF)
Após confecção do gel pela técnica SDS-PAGE, coloração e descoloração desta
matriz (Figura 8), realizou-se a leitura em densitometria computadorizada, notando-se até
39 proteínas no soro de cães reagentes à LVC (Figura 9) e, no máximo, 32 proteínas no
soro de cães não-reagentes (Figura 10). Em razão do grande número de proteínas, optou-
se pela análise das proteínas de interesse clínico, entre elas as proteínas de fase aguda e
as imunoglobulinas, bem como aquelas não constatadas no traçado densitométrico de
cães não-reagentes.
Os valores dos proteinogramas do soro sangüíneo dos cães soropositivos e
daqueles soronegativos à RIFI para leishmaniose visceral canina, obtido pela técnica SDS-
PAGE, são apresentados na Tabela 6. Os valores individuais das frações protéicas são
mostrados nos Apêndices E e F.
A análise por espectrometria de massa em MALDI - TOF das frações protéicas do
soro de cães reagentes e não-reagentes (RIFI) para LVC não foi satisfatória,
impossibilitando a obtenção de espectros para análise da massa molecular das proteínas.
Provavelmente, não houve uma ionização adequada das proteínas, o que impediu a
detecção delas e a conseqüente obtenção dos espectros de massa.
Não-
reagentes
Reagente
Reagente
Padrão
PM (kDa) 205 116 97 66 55 45 36 33 29 24
Figura 8 - Traçados densitométricos em SDS-PAGE de amostras de cães não-reagentes e de cães
reagentes à RIFI para LVC, bem como traçado padrão com os respectivos pesos moleculares
(PM; kDa). Notar presença de proteína com 33 kDa (seta) presente somente nas amostras de
soro de cães reagentes para LVC.
Albumina
Ig cadeia pesada
Ig cadeia leve
Haptoglobina
Distância (mm) à partir do ponto de aplicação
Figura 9- Exemplo de traçado densitométrico (em SDS-PAGE)
de amostra de soro sangüíneo de cão reagente à
RIFI para leishmaniose visceral canina com 31
proteínas, com destaque para albumina, IgG de
cadeia pesada, haptoglobina e IgG de cadeia leve.
Albumina
Ig cadeia pesada
Haptoglobina
Ig cadeia leve
Distância (mm) à partir do ponto de aplicação
Figura 10 - Exemplo de traçado densitométrico (em SDS-PAGE)
de amostra de soro sangüíneo de cão não-reagente à
RIFI para leishmaniose visceral canina com 29
proteínas, com destaque para albumina, IgG de cadeia
pesada, haptoglobina e IgG de cadeia leve.
Cães soropositivos Cães não-reagentes
Protnas/Bandas PM (kDa) Média ± Desvio Padrão Média ± Desvio Padrão
Protnas Totais
.
8250±1660 7330±1240
Ceruloplasmina 115 24,30±25,76 14,53±14,32
Transferrina 80 142,55±80,93 121,49±94,54
Albumina 66 3003,87±998,40 2758,10±679,82
Protna 13/14 60 118,83±41,22 169,19±118,05
Protna 14/15 57 707,03±279,92 680,31±331,13
Imunoglobulina G (cadeia pesada) 55 1320,14±684,39 * 987,01±401,78 *
Protna 21/24 51 17,59±11,40 14,33±7,53
Protna 22/25 48 58,52±21,48 39,64±20,84
Haptoglobina 45 231,14±118,91 218,05±166,27
Protna 25/27 44 54,22±81,84 * 27,95±14,76 *
Glicoprotna
α
-1-
ácida
43 116,21±125,24 71,87±48,09
Imunoglobulina G (cadeia leve) 36 1020,41±662,98 * 773,97±685,27 *
Protna 28/30 35 492,67±214,44 439,57±287,14
Protna 29 34 609,28±378,62 * ausente *
Protna 30/31 2
9
107,93±63,03 * 73,44±32,44 *
PM = peso molecular aproximado
Médias seguidas por asterisco (*) na mesma linha diferem entre si (p<0,05) pelo teste de Tukey.
não-reagentes à RIFI para leishmaniose visceral canina, no Distrito Federal - DF - Brasil.
Tabela 6: Média e desvio-padrão das concentrações séricas das protnas (mg/dL) constatadas no proteinograma
sérico obtido em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) de cães soropositivos em comparação aos cães
No proteinograma, observaram-se teores séricos significativamente maiores de IgG
de cadeia pesada, das proteínas nominalmente desconhecidas de pesos moleculares 33
kDa e 29 kdA e de IgG de cadeia leve. É importante ressaltar que apenas os cães
soropositivos apresentaram, em seu traçado densitométrico, a proteína de peso molecular
33 KDa, possivelmente importante indicador deste estado sororreagente (Figura 11).
Coincidentemente, o rK39, que é proteína específica isolada da fase amastigota da
Leishmania, utilizada em ensaio imunoenzimático (ELISA), tem peso molecular de 32,7
kDa e tem valor preditivo da doença (SINGH & SIVAKUMAR, 2003; NASCIMENTO et al.,
2005). Kamoun-Essghaier et al. (2005) relataram que as proteínas entre 30 e 36kDa da
fase promastigota da membrana da Leishmania infantum são antígenos imunodominantes
para a LV e marcadores sorológicos consistentes desta doença.
É de bom senso destacar, em animais soropositivos, os teores séricos superiores,
embora não significativos, mas com provável importância biológica, das proteínas de fase
aguda ceruloplasmina, transferrina, haptoglobina e glicoproteína ácida, corroborando os
achados de Martinez-Subiella et al. (2002), que, entretanto, em cães sororreagentes,
evidenciaram maior teor de proteínas C-reativa.
Hiperproteinemia, hipoalbuminemia, hiperglobulinemia são os achados mais
freqüentemente observados na leishmaniose visceral canina, decorrentes de ativação
policlonal de células B e da produção de anticorpos (FERRER, 1992; CIARAMELLA et al.,
1997; KOUTINAS et al., 1999; ALMEIDA et al., 2005; COUTINHO, 2005). A eletroforese de
proteínas séricas em gel de agarose geralmente revela diminuição da fração albumina
associada ao aumento das frações gamaglobulina e betaglobulina (MARZOCHI et al.,
1985; KONTOS & KOUTINAS, 1993, CIARAMELLA & CORONA, 2003). Neste estudo,
embora tenha ocorrido hiperproteinemia e hiperglobulinemia, não foi evidenciada a
hipoalbuminemia, pois as concentrações médias de albumina, embora não significativas,
apresentaram-se superiores em animais sororreagentes.
Segundo Rodriguez et al. (2003), a leishmaniose visceral canina está associada à
diminuição da imunidade celular e ao aumento significativo no teor de IgG induzido pela
Leishmania. Estudos prévios sugerem que a leishmaniose visceral canina está associada
à regulação de anticorpos específicos de todas as subdivisões de classe de IgG,
particularmente IgG1, IgG3 e IgG4 (QUINNEL et al., 2003). Apesar da evidenciação do
aumento significativo no teor de imunoglobulinas, a técnica utilizada neste estudo não
permitiu diferenciação adicional destas imunoglobulinas nos cães examinados. Assim, é
provável que o estudo de tais imunoglobulinas em cães soropositivos para leishmaniose
visceral possa auxiliar no entendimento das respostas imunes durante a progressão e a
resolução da infecção, bem como no diagnóstico.
Banda de Ig cadeia leve
Distância (mm) à partir do ponto de aplicação
Figura 11 - Segmento de traçado eletroforético obtido em SDS-
PAGE de amostra de soro sangüíneo de cão reagente
à RIFI para leishmaniose visceral canina, evidenciando
banda 29 (33 kDa) de imunoglobulina.
6. CONCLUSÕES
Em função dos resultados obtidos no presente estudo, é possível concluir o que se
segue.
O proteinograma em SDS-PAGE evidenciou a presença de proteína de 33 kDa
somente em cães sororreagentes à RIFI para LVC.
As concentrações séricas de proteína de 29 kDa e as proteínas de fase aguda
ceruloplasmina, transferrina, haptoglobina e glicoproteína ácida foram mais
elevadas em cães sororreagentes à RIFI para LVC.
As concentrações séricas de proteínas totais e imunoglobulinas (cadeia pesada e
leve) foram mais elevadas em cães sororreagentes à RIFI para LVC.
A soroprevalência observada em foco de transmissão no Distrito Federal – DF foi de
24,5%.
Animais assintomáticos são a maioria dentre os cães sororreagentes ou não-
reagentes à RIFI para LVC.
Em animais sororreagentes oligossintomáticos, os sinais clínicos mais evidentes
são as lesões de pele (primárias e secundárias) e alopecia de nariz e/ou orelha.
Os teores séricos de colesterol HDL foram inferiores em cães sororreagentes à RIFI
para LVC.
As médias das concentrações séricas de uréia, creatinina, colesterol, cálcio, fósforo,
magnésio e as atividades da AST, ALT, ALP e GGT encontravam-se dentro dos
parâmetros de normalidade para a espécie canina.
A análise por espectrometria de massa em MALDI - TOF das frações protéicas do
soro de cães reagentes e não-reagentes (RIFI) para LVC não foi satisfatória,
impossibilitando a obtenção de espectros para análise da massa molecular das
proteínas.
7. COLABORADORES
Profª. Drª. Paula Diniz Galera – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária – FAV
– Universidade de Brasília – UnB - DF.
M.V. Péricles Norimitsu T. Massunaga – Diretoria de Vigilância Ambiental – DIVAL – DF
M.V. Denise Salgado – Centro Integrado de Diagnósticos Veterinário – CID-Vet
Brasília – DF.
Dr. Carlos Bloch Júnior – Laboratório de Biologia Molecular/ Espectrometria de Massa -
CENARGEN – EMBRAPA – Brasília – DF.
Dr
a
Denise de Aragão Costa Martins – Instituto de Letras da Universidade de Brasília
(IL-UnB).
8. REFERÊNCIAS*
ALEXANDER, B.; CARVALHO, R.L.; McCALLUM, H.; PEREIRA, M.H. Role of the
domestic chicken (Gallus gallus) in teh epidemiology of urban visceral leishmaniasis in
Brazil. Emerg. Infect. Dis., v.8, p.1480-5, 2002.
ALMEIDA, M.A.; JESUS, E.E.; SOUSA-ATTA, M.L.; ALVES, L.C.; BERNE, M.E.; ATTA,
A.M. Clinical and serological aspects of visceral leishmaniasis in northeast Brazilian dogs
naturally infected with Leishmania chagasi. Vet. Parasitol., v.127, n.3-4, p.227-32, 2005.
ALVAR J, CANAVATE C, MOLINA R, MORENO J, NIETO J. Canine leishmaniasis. Adv.
Parasitol., v.57, p.1-88, 2004.
AZEVEDO, M.A.A. Epidemiologia da leishmaniose visceral canina no município do
Poxoréo – MT / Márcia Ávila Andrade de Azevedo. Botucatu: [s.n.], 2004. Dissertação
(mestrado). Universidade Estadual Paulista - Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, 2004. 49p.
BADARÓ, R.; JONES, T.C.; LOURENÇO, R.; CERF, B.J.; SAMPAIO, D.; CARVALHO,
E.M.; ROCHA, H.; TEIXEIRA, R.; JOHNSON JR, W.D. A prospective study of visceral
leishmaniasis in na endemic area of Brazil. Journal of Infectious Diseases, v. 154, p.639-
649, 1986.
BARROUIN-MELO, S.M.; LARANJEIRA, D.F.; ANDRADE FILHO, F.A. et al. Can spleen
aspirations be safely used for the parasitological diagnosis of canine visceral
leishmaniosis? A study on assymptomatic and polysymptomatic animals. Vet. J., v.171,
n.2, p.331-9. march 2006.
BLOCH JR, C.; UNANIAN, M.M.; DIAS, A.L. Preparo de sêmem bovino para análise de
proteínas pelo método MALDI-TOF/MS. In: CONGRESSO DE INTEGRAÇÃO EM
BIOLOGIA DA REPRODUÇÃO, 2001, Ribeirão Preto. Anais...Ribeirão Preto:2001, p.142.
BRADFORD. M. A rapid and sensitiv method for the cuantification of protein utilizing the
principles of protein-dye binding. Anal. Biochem., v.72, p. 248-254, 1976.
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Guia de vigilância epidemiológica / Fundação
Nacional de Saúde. 5. ed. Brasília : FUNASA, 2002. 842p.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância Epidemiológica. Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
Epidemiológica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 120 p.
CABRERA, M.A.; PAULA, A.A.; CAMACHO, L.A. et al. Canine visceral leishmaniasis in
Barra de Guaratiba, Rio de Janeiro, Brazil: assessment of risk factors. Ver. Inst. Méd. Trop.
Sao Paulo., v.45, n.2, p.79-83, mar-apr 2003.
CAMARGO-NEVES, V.L.F.; KATZ, G.; RODAS, L.A.C. et al. Utilização de ferramentas de
análise espacial na vigilância espacial de leishmaniose visceral americana – Araçatuba –
São Paulo, Brasil, 1998-99. Cad. Saúde Pública, v.17, n.5, p.1263-1267, 2001.
CASTRO, A.G. Controle, diagnóstico e tratamento da leishmaniose visceral. (Calazar) –
Normas Técnicas. Brasília: Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), 1996. 86p.
CERÓN, J.J.; ECKERSALL, P.D.; MARTÍNEZ-SUBIELA, S. Acute phase proteins in dogs
and cats: current knowledge and future perspectives. Vet. Clin. Path., v.34, n.2, p.85-99,
2005.
CIARAMELLA, P.; OLIVA, G.; DE LUNA, R.; GRADONI, L.; AMBROSIO, R.; CORTESE,
L.; SCALONE, A.; PERSECHINO, A. A retrospective clinical study of canine leishmaniasis
in 150 dogs naturally infected by Leishmania infantum. Vet. Rec., v.141, n.21, p.539-543,
nov. 1997.
CIARAMELLA, P.; CORONA, M. Canine leishmaniasis: clinical and diagnostic aspects.
Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian, v.25, n.5, p.358-368,
may 2003.
COUTINHO, J.F.V. Estudo clínico-laboratorial e histopatológico de cães naturalmente
infectados por Leishmania chagasi com diferentes graus de manifestação física. José
Flávio Vidal Coutinho. Natal:[s.n.], 2005. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do
Rio Grande do Norte / Departamento de Bioquímica, 2005. 102p.
COUTINHO, M.T.Z.; BUENO, L.L.; STERZIK, A. et al. Participation of Rhipicephalus
sanguineus (Acari: Ixodidae) in the epidemiology of canine visceral leishmaniasis. Vet.
Parasitol., v.128, n.1-2, p.149-155, 2005.
ECKERSALL, P.D. Acute phase proteins as markers of inflammatory lesions Comp.
Haematol. Int., v.5, p.93-97. 1995.
ECKERSALL, P.D.; YOUNG, F.J.; MCCOMB, C. et al.. Acute phase proteins in serum and
milk from dairy cows with clinical mastitis. Vet. Rec., v.148, p.38-41, 2001.
ECKERSALL, P.D. Acute phase proteins as markers of infection and inflammation:
monitoring animal health, animal welfare and food safety. Irish Vet. J., v.53, p.307-311,
2000.
DANTAS-TORRES, F. Situação atual da epidemiologia da leishmaniose visceral em
Pernambuco. Rev. Saúde Pública, v.40, n.3, p.537-41, 2006.
FAGLIARI, J.J.; SILVA, S.L.. Hemogram and plasma proteins of healthy horses and horses
with acute abdomen before and after laparotomy. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., Belo
Horizonte, v. 54, n. 6, 2002. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
09352002000600001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10/08/2006. doi: 10.1590/S0102-
09352002000600001.
FEITOSA, M.M.; IKEDA, F.A.; LUVIZOTTO, M.C.R.; PERRI, S.H.V. Aspectos clínicos de
cães com leishmaniose visceral no município de Araçatuba - São Paulo (Brasil). Clínica
Veterinária, v.15, n.28, p.36-44, 2000.
FERRER, L. Leishmaniasis. In: KIRK, R.W.; BONAGURA, J.D. Current veterinary therapy:
small animal practice. Philadelphia: W. B. Saunders, 1992. p.266-270.
FERRER, L. Canine leishmaniosis: evaluation of the immunocompromised patient. In:
WSAVA CONGRESS CHOOSES, 8., 2002, GRANADA. Proceedings……Disponível em:
www.vin.com/proceedings/Proceedings.plx?CID=WSAVA2002&PID=PR02653 Acessoem:
12 dez 2004.
FRANCA-SILVA, J.C.; DA COSTA, R.T.; SIQUEIRA, A.M. et al. Epidemiology of canine
visceral leishmaniosis in the endemic area of Montes Claros Municipality, Minas Gerais
State, Brazil. Vet. Parasitol., v.111, n.2-3, p.161-73, feb. 2003.
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Controle, diagnóstico e tratamento da leishmaniose
visceral (calazar). Normas Técnicas. Fundação Nacional de Saúde. Brasília, 1986, 86p.
GRAVINO A.E. Interpretation of laboratory data during cryptic leishmaniasis in dog.
Parasitologia., v.46, n.1-2, p.227-9, jun. 2004.
GREENE, C.E. et al. Leishmaniases. In : _____. Infectious diseases of the dog and cat.
3.ed. St. Louis: Saunders Elsevier. ch.73, p.685-697.
IKEDA, F.A.; CIARLINI, P.C.; FEITOSA, M.M. et al. Perfil hematológico de cães
naturalmente infectados por Leishmania chagasi no município de Araçatuba - SP: um
estudo retrospectivo de 191 casos. Revista Clínica Veterinária, v.8, n.47, p.42-48, 2003.
IKEDA, F. A. Avaliação hematológica, bioquímica e parasitológica de cães, naturalmente
acometidos por leishmaniose visceral, submetidos a diferentes protocolos de tratamento /
Fabiana Augusta Ikeda. Botucatu: [s.n.], 2004. Dissertação (Mestrado) – Universidade
Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. 2004, 184p.
KAJIKAWA, T.; FURUTA, A.; ONISHI, T. et al.. Changes in concentrations of serum
amyloid A protein, alpha-1-acid glycoprotein, haptoglobin, and C-reactive protein in feline
sera due to induced inflammation and surgery Vet. Immunol. Immunopathol., v.68, p.91-98,
1999.
KAMOUN-ESSGHAIER, S.; GUIZANI, I.; STRUB, J.M. et al. Proteomic approach for
characterization of immunodominant membrane-associated 30- to 36-kilodalton fraction
antigens of Leishmania infantum promastigotes, reacting with sera from mediterranean
visceral leishmaniasis patients. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, v.12, n.2,
p.310-320, feb. 2005.
KANEKO, J.J.; HARVEY, J.W.; BRUSS, M.L. Clinical biochemistry of domestic animals. 5.
ed. San Diego: Academic Press, 1997. 983p.
KONTOS, V.J.; KOUTINAS, A.F. Old world canine leishmaniasis. Compendium on
Continuing Education for the Practing Veterinarian, v.15, n.7, p.949-959, Jul. 1993.
KOUTINAS, A.F.; POLIZOPOULOU, Z.S.; SARIDOMICHELAKIS, M.N.; ARGYRIADIS, D.;
FYTIANOU, A.; PLEVRAKI, K.G. Clinical considerations on canine visceral leishmaniasis in
Greece: a retrospective study of 158 cases (1989-1996). Journal of the American Animal
Hospital Association, v.35, n.5, p.376-383, Sep.-Oct. 1999.
KOUTINAS, A.F.; SARIDOMICHELAKIS, M.N.; MYLONAKIS, M.E. et al. A randomized
blinded, placebo-controlled clinical trial with allopurinol in canine leishmaniasis. Vet.
Parasitol., v.98, n.4, p.247-261, 2001.
KUSHNER, I.; MACKIEWICZ, A.. The acute phase response: an overview In: Mackiewicz
A, Kushner I, Baumann H, eds. Acute phase proteins: molecular biology, biochemistry and
clinical applications. London: CRC Press; 1993:3–19
LAEMMLI, U.K. Cleavage of strutural proteins during the assembly of the head of
bacteriophage T4. Nature., v.227, p.680-685, 1970.
LAINSON, R.; SHAW, J.J. Evolution, classification and geographical distribution. In:
PETERS, W.; KILLICK-KENDRICH, R. 2 ed. The leishmaniasis in biology and medicine.
London: Academic Press. p.1-121. 1987.
LAINSON, R.; SHAW, J.J. A brief history of the genus Leishmania (Protozoa:
Kinetoplastida) in the Americas with particular reference to Amazonian Brazil. Ciência
Cultura, v.44, 1992.
LIBEROPOULOS, E.; ALEXANDRIDIS, G.; BAIRAKTAN, E. et al. Severe
hipocolesterolemia with reduced serum lipoprotein(a) in a patient with visceral
leishmaniasis. Annals of Clinical & Laboratory Science. v.32, p.305-308. 2002.
LINDSAY, D.S. Canine Leishmaniasis in the United States
. Proceedings Western
Veterinary Conference, 2004.
LOPES, S.T.A.; CUNHA, C.M.S.; BIONDO, A.W.; FAN, L.C. Patologia clínica veterinária.
Universidade Federal de Santa Maria. Centro de Ciências Rurais. Departamento de Clínica
de Pequenos Animais. Santa Maria, 1996. (Apostila).
PUCADYIL, T.J.; TEWARY, P.; MADHUBALA, R. et al. Cholesterol is required for
Leishmania donovani infection: implications in leishmaniasis. Mol. Biochem. Parasitol.
v.133, n.2, p. 145-52. 2004.
MADEIRA, M.M.F.; UCHOA, C.M.; LEAL, C.A. et al. Leishmania (Viannia) braziliensis in
naturally infected dogs. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., v.36,n.5, p.551-5, 2003.
MARTINEZ-SUBIELA, S.; TECLES, F.; ECKERSALL, P.D.; CERON, J.J. Serum
concentrations of acute phase proteins in dogs with leishmaniasis. Vet. Rec., v.150, n.8,
p.241-4, feb. 2002.
MAROLI, M.; KHOURY, C. Prevention and control of leishmaniasis vectors: current
approaches. Parassitologia, v.46, n.1-2, p:211-5, jun. 2004.
MARZOCHI, M.C.A.; COUTINHO, S.G.; SABROZA, P.C.; SOUZA, M.A.; SOUZA, P.P.;
TOLEDO, L.M.; FILHO, F.B.R. Leishmaniose visceral canina no Rio de Janeiro - Brasil.
Caderno de Saúde Pública, v.1, n.4, p.432-446, 1985.
MATHIAS, R.. Imunoglobulina na patogenia da leishmaniose visceral em hamsteres /
Regiane Mathias. São Paulo: [s.n.], 2004. Tese (Doutorado) – Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo. 2004. 67p.
MATTOS JR, D.G.; PINHEIRO, J.M.; MENEZES, R.C. et al. Aspectos clínicos e de
laboratório de cães soropositivos para leishmaniose. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.56,
n.1, p,119-122, 2004.
MELO, F.A. Alterações da matriz extracelular na pele de cães com leishmaniose visceral
naturalmente infectados / Ferdinan Almeida Melo. Viçosa: [s.n.], 2005. Dissertação
(Mestrado) – Universidade Federal de Viçosa. 2005. 75p.
MENDONÇA, L.; ALVES, L.C.; FAUSTINO, M.A.G. et al. Clinical aspects of visceral
leishmaniasis in naturally infected dogs in the city of Teresina, Piauí. Braz. J. Vet.
Parasitol., v.8, n.1, p.23-5, 1999.
MOREIRA JÚNIOR, E.D.; SOUZA, V.M.M; SREENIVASAN, M. et al. Peridomestic risk
factors for canine leishmaniasis in urban weliings: new findings from a prospective study in
Brazil. Am. J. Trop. Med. Hyg., v.69, p.393-7, 2003.
MURATA, H.; SHIMADA, N.; YOSHIOKA, M. Current research on acute phase proteins in
veterinary diagnosis: an overview Vet J., v.168, p.28-40, 2004.
NAOUM, P.C. Eletroforese – Técnicas e Diagnósticos. Rio de Janeiro: Livraria Santos
Editora, 1999. 225p.
NASCIMENTO, M.D.S.B.; SOUZA, E.C.; SILVA, L.M. et al. Prevalência de infecção por
Leishmania chagasi utilizando os métodos de ELISA (rK39 e CRUDE) e intradermorreação
de Montenegro em área endêmica do Maranhão, Brasil. Cad. Saúde Pública, v.21 n.6. Rio
de Janeiro Nov./Dec. 2005.
NIETO, C.G.; NAVARRETE, I.; HABELA, M.A. et al. Pathological changes in kidneys of
dogs with natural Leishmania infection. Vet. Parasitol., v.45, n.1-2, p.33-47, 1992 (a).
NIETO, C.G.; BARRERA, R., HABELA, M.A et al. Changes in the plasma concentrations of
lipids and lipoprotein fractions in dogs infected with Leishmania infantum. Vet. Parasitol.,
v.44, n. 3-4, p.175-82, 1992 (b).
PALATINIK-DE-SOUSA, C.B.; SANTOS, W.R.; FRANÇ-SILVA, J.C. et al. Impacto f canine
controlo n the epidemiology of canine and human vsiceral leishmaniasis in Brazil. Am. J.
Trop. Med. Hyg., v.65, n.5, p.510-517, 2001.
PEARSON, R.D.; SOUSA, A.Q. Clinical spectrum of leishmaniasis. Clin. Infec. Dis., v.22,
p.1-13, 1996.
PETERSEN, H.H.; NIELSEN, J.P.; HEEGAARD, P.M. Application of acute phase protein
measurements in veterinary clinical chemistry. Vet. Res., v.35, p.163-187, 2004.
QUINNELL, R.J.; COURTENA,Y.O.; GARCEZ, L.M.; KAYE, P.M.; SHAW, M.A.; DYE, C.;
DAY, M.J. IgG subclass responses in a longitudinal study of canine visceral leishmaniasis.
Vet. Immunol. Immunopathol., v.91, n.3-4, p.161-8, february 2003.
RIBEIRO, C.R.; MARTINS, E.A.N.; RIBAS, J.A.S. et al. Avaliação dos constituintes séricos
em eqüinos e muares submetidos à prova de resistência de 76 Km no Pantanal do Mato
Grosso – Brasil. Ciência Rural, v.34, n.4. p. 1081-1086, 2004.
RIBEIRO, V.M. Leishmanioses. Revista do Conselho Federal de Medicina Veterinária.
ano3, n.11, p.13-14, 1997.
RODRIGUEZ, A., SOLANO-GALLEGO, L., BERNET, A., QUINTANA, F., ARBOIX, M.,
ALBEROLA, J. Specific Immunoglobulin Class Distribution in Dogs with Leishmaniosis.
Proceedings: ACVIM2003. (URL):
http://www.vin.com/Members/Proceedings/Proceedings.plx?CID=ACVIM2003&PID=PR041
65&O=VIN Acesso: 18/07/2006.
SANTA ROSA, I.C.A.; OLIVEIRA, I.C.S. Leishmaniose visceral: breve revisão sobre uma
zoonose reemergente. Revista Clínica Veterinária, v.2, n.11, p.24-28, 1997.
SANTOS, S.O.; ARIAS, J.; RIBEIRO, A.A. et al. Incrimination of Lutzomyia cruzi as a
vector of American Visceral Leishmaniasis. Med. Vet. Entomol., v.12, p.315-317. 1998.
SANTOS, V.C. Determinação do pH e estudo dos mecanismos envolvidos em seu controle
no intestino médio de Lutzomyia (Lutzomyia) longipalpis (Díptera: Psychodidae) durante a
digestão de sangue e açúcares / Vânia Cristina dos Santos. Belo Horizonte: [s.n.], 2006.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais – Instituto de Ciências
Biológicas, 2006. 124p.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Saúde, Superintendência de Controle de
Endemias - SUCEN e Coordenadoria de Controle de Doenças - CCD. Manual de Vigilância
e Controle da Leishmaniose Visceral Americana do Estado de São Paulo / Coordenação
Vera Lucia Fonseca de Camargo-Neves - São Paulo: A Secretaria, 2006.158p.
SCHMIDT, C.; LOPES, M.D.; SILVA, M.C. et al. Perfil lipoprotéico de cadelas submetidas à
ovário-histerectomia com e sem reposição estrogênica. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.56,
n.4, p.449-456, 2006.
SILVA, A.V.M.; PAULA, A.A.; CABRERA, M.A.A. et al. Leishmaniose em cães domésticos:
aspectos epidemiológicos. Cad. Saúde Pública. v.21, n.1, jan/fev. 2005.
SILVA, E.S.; GONTIJO, C.M.; PACHECO, R.S.; FIUZA, V.O.; BRAZIL, R.P. Visceral
leishmaniasis in the Metropolitan Region of Belo Horizonte, State of Minas Gerais, Brazil.
Mem Inst Oswaldo Cruz. v.96, n.3, p.285-91, apr. 2001.
SILVA, M.R.; SANTA-ROSA, I.C.A. Levantamento de leishmaniose visceral canina em
Bom Sucesso, Minas Gerais. Acta Scientiae Veterinariae. v.33, n.1, p.69-74, 2005.
SILVA, V.C. Identificação de reservatórios de zoonoses em insetos vetores por
espectrometria de massa. / Vladimir Costa Silva. Brasília: 2006. Dissertação (Mestrado).
Universidade de Brasília – UnB / Brasília – DF, 2006. 68p.
SINGH, S.; SIVAKUMAR, R. Recent advances in the diagnosis of leishmaniasis. J
Postgrad Med v.10, n.49, p.55-60, 2003. Disponível em:
from: http://www.jpgmonline.com/article.asp?issn=0022-3859;year=2003;volume=49;
issue=1;spage=55;epage=60;aulast=Singh Acesso em : 12 dez/2006.
SOARES, M.J.V. Leishmaniose visceral canina: aspectos clínico-laboratoriais,
histopatologia renal e testes específicos para diagnóstico / Maria de Jesus Veloso Soares.
Jaboticabal: 2003. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual Paulista - UNESP /
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Jaboticabal, 2003. 74p.
STEELE, J. Understanding Electrolyte Abnormalities. 2005. The Veterinary Information
Network (VIN). Disponível em:
http://www.vin.com/Members/SearchDB/Rounds/LC050522.htm Acesso em: 12 dez/ 2006.
SUNDAR, S.; M. RAI. Laboratory diagnosis of visceral leishmaniasis. Clin. Diagn. Lab.
Immunol., v.9, n.5, p.951-958, sep. 2002.
THOMAS, J.S. Protein electrophoresis. In: FELDMAN, B.V.; ZINKL, J.G.; JAIN, N.C.
Schalm’s Veterinary Hematology. 5.ed., Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2000.
ch. 135, p.899-903.
THRALL, M.A. Hematologia e bioquímica clínica veterinária. São Paulo: Roca, 2007. 582p.
VIGILATO, M.A.N. Distribuição especial da lesihmaniose visceral canina e humana no
município de Birigui – SP / Marco Antonio Natal Vigilato. Botucatu: [s.n.], 2004. Dissertação
(mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia. 2004. 84p.
WHICHER, J.T.; WESTACOTT, C.I. The acute phase response In: Whicher JT, Evans SW,
eds. Biochemistry of inflammation. 1ed. London: Kluwer Academic; 1992, p.243–272.
WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. Division of control of tropical disease.
Leishmaniasis control. Geographical distribution. 1998. WHO/CTD. Disponível em: http://
www.who.int/leishmaniasis/resources/en
. Acesso em: 12 dez. 2006.
WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. Programme for the surveinlance and control
of leishmaniasis. 2003. Disponível em: http:// www.who.int/emc/diseases/leish/index/html
.
Acesso em: 12 dez. 2006.
YAMASHITA, K.; FUJINAGA, T.; MIYAMOTO, T. et al.. Canine acute phase response:
relationship between serum cytokine activity and acute phase protein in dogs J. Vet. Med.
Sci. v.56, p.487-492, 1994.
* referências citadas segundo as normas da ABNT-NBR 6023 – Agosto/2002.
APÊNDICES
APÊNCICE A
a b
c d
e f
g
h
Apêndice A: fotos do Condomínio Serra Azul – Sobradinho II – Distrito Federal,
evidenciando características como ruas asfaltadas, limpas (a –b) e
sistema de coleta de lixo (c), limites com mata de cerrado (d – e),
presença de galinheiros (f) e materiais orgânicos em
decomposição em terrenos desocupados (g – h).
APÊNCICE B
ELETROFORESE – SDS-PAGE
1. Preparação das placas
nte, enxaguar com água destilada e secar com álcool ABS.
do da placa e 3 na parte
manter a placa na posição vertical (em pé).
o do comprimento do pente
. Preparação do Gel de Separação de Acrilamida 10% (Usar um Becker de 100
Gel de Separação 30 mL 60 mL 33 mL 66 mL
Lavar com água corre
Passar vaselina em ambos os lados dos espaçadores.
Prender as placas com clips (7), sendo 2 em cada la
inferior.
Fixar ou
Marcar 2 pontos de referência um centímetro abaix
(marca para o gel de separação)
2
mL)
Água deioniza 11,3 mL 22,6 mL 12,4 mL L da 24,8 m
Tris HCl 2 M, pH 8,8 ± 0,1 5,6 mL 11,2 mL 6,2 mL 12,4 mL
Acrilamida/Bis (30% T/ 2,67% C ou 1,8666 C) 10,0 mL 20,0 mL 11,0 mL 22,0 mL
Glicerol 1,6 mL 3,2 mL 1,8 mL 3,6 mL
EDTA 0,5 M, pH 8,3 ± 0,1 0,60 mL 1,2 mL 0,66 mL 1,32 mL
Lauril sulfato de sódio (SDS) a 20% 0,60 mL 1,2 mL 0,66 mL 1,32 mL
380 uL de persulfato de amônio 10%,
preparado no dia do uso.
230 µL 460 µL 253 µL 506 µL
TEMED 25 µL 50 µL 28 µL 56 µL
3. Preenchimento das Placas
separação até a marca dos 2 pontos de referência
de álcool absoluto (etanol), suficientes para formar uma
imadamente 30 a 60 minutos). Caso não
ento “Stacking Gel” até preencher totalmente a
r o pente.
para polimerizar. A partir daí pode ser recoberta por plástico e
. Preparação do Stacking Gel 4% (12 mL) / (6 mL) ( 1 ou 2 placas)
pH 6,8 ± 0,1
)
para pipetar)
mônio a 10%
. Fixação das Placas na Cuba
rior da placa e o espaçador correspondente.
a cuba e fixar com 2 clips (1 de cada lado).
Preencher com o gel de
anteriormente anotados.
Adicionar algumas gotas
película no topo do gel (± 0,5 mL).
Aguardar a polimerização (aprox
solidifique em 1 hora, fazer nova solução, aumentando a quantidade de TEMED
ou de persulfato de amônio.
Remover o etanol da placa.
Adicionar o gel de empilham
placa.
Coloca
Aguardar 1 hora
guardada em geladeira por 1 ou 2 dias.
4
7,9 / 3,95 mL de água deionizada
1,2 / 0,6 mL de Tris HCl 0,617 M,
1,7 / 0,85 mL de Acrilamida/Bis (30% T/ 2,67% C
600 / 300 µL de glicerol (cortar a ponta da ponteira
246 / 123 µL de EDTA 0,5 M, pH 8,3
246 / 123 µL de SDS a 10%
120 / 60 µL de persulfato de a
26 / 13 µL de TEMED
5
Retirar 3 clips da parte infe
Retirar os demais clips.
Retirar o pente.
Colocar a placa n
Adicionar solução tampão de corrida na parte superior da cuba até cobrir o gel
com os espaços onde receberão as amostras (± 1 cm acima do gel).
Observar se existe vazamento.
Colocar as amostras (5 µL com pipeta de Hamilton).
6. Preparação das Amostras e Corrida Eletroforética
Identificar os eppendorfs e adicionar: 30 uL de DPBS;
10 uL da amostra de soro a ser analisada;
20 uL de gel mix.
Aquecer sobre água em ebulição por 10 minutos.
Retirar amostras de 5 uL e adicionar na placa contendo o gel e o tampão de
corrida. Não esquecer de usar a amostra referência.
Adicionar tampão na parte inferior da cuba (no mínimo 1 cm acima do final do
gel), evitando o excesso de espuma. Retirar as bolhas de ar que se formam no
local onde existia o separador, com o auxílio de uma seringa e agulha.
Conectar a cuba à fonte de energia, regulando para 30 a 35 miliamperes. Após
a passagem da amostra para o gel de separação “separating gel
(aproximadamente 90 minutos), aumentar para 40 a 45 miliamperes.
Terminar a corrida, desligar imediatamente a fonte.
Retirar o gel da placa cuidadosamente, colocá-lo para corar em Coomassie blue
0,2% durante 2 horas.
Retirar o excesso de corante.
Fazer leitura em densitômetro.
REAGENTES PARA ELETROFORESE (SDS-PAGE)
TRIZ HCL – 3,78 M – PH 8,9 (GEL DE CORRIDA)
Triz Base (PM: 121,1) 114,375 g
Completar para 250 mL com água deionizada.
Acertar para pH 8,9.
Filtrar a solução e guardar em geladeira.
TRIZ HCL 0,617 M (GEL EMPILHADOR)
Triz Base (PM: 121,1) ................................................................................7,475 g
Completar para 100 mL com água deionizada.
Acertar pH 6,8.
Filtrar a solução e guardar em geladeira.
ACRILAMIDA/BIS (30% T / 1,866% C)
Acrilamida para eletroforese Sigma (PM: 71,08) .....................................73,60 g
N,N-metileno-bis-acrilamida para eletroforese Sigma ..............................1,40 g
Completar para 250 mL com água deionizada. (Aquecer, se necessário.)
EDTA 0,5M
(Etilenodinitrilo) ácido tetracético tetrassódico (PM: 380,20)....................19,01 g
Completar para 100 mL com água dionizada.
Acertar para pH 8,3.
LAURIL SULFATO DE SÓDIO (SDS) 10%
Lauril sulfato de sódio Sigma (PM: 288,4) ...................................... 10,00 g
Completar para 100 mL com água deionizada.
COOMASSIE BLUE 0,2% (BRILLIANT BLUE R - 250)
Metanol ................................................................................................ 500 mL
Ácido acético ....................................................................................... 100 mL
Água bidestilada ................................................................................... 400 mL
Coomassie blue (Brilliant blue R) .............................................................2 g
Deixar em repouso durante 2 horas e filtrar.
GEL MIX (TAMPÃO DA AMOSTRA PARA PROTEÍNAS DESNATURADAS)
Lauril sulfato de sódio 10% ..................................................................... 10,0 mL
EDTA 0,5 M.............................................................................................. 4,0 mL
Triz-fosfato 0,617 M, pH 6,8....................................................................... 5,0 mL
Mercaptoetanol ..........................................................................................3,0 mL
Glicerol .................................................................................................... 10,0 mL
Água deionizada ......................................................................................18,0 mL
Azul de bromofenol (Bromphenol Blue)...................................................... 5,0 mg
Separar em frações de uso (450 ou 900 µL e manter no freezer até o momento do uso.
PERSULFATO DE AMÔNIA 10%
Persulfato de amônia ............................................................................ 0,1 g
Água deionizada ................................................................................... 1,0 mL
(Preparar no momento da confecção do gel.)
PREPARAÇÃO DAS ALÍQUOTAS DO MARKER E DAS PROTEÍNAS PURIFICADAS
8 µL de marker
2 µL de gel mix
Congelar até o momento do fracionamento (ou preparar na hora do uso).
PBS – CÁLCIO FREE (TAMPÃO FOSFATO SALINA)
NaCl ...................................................................................................2,00 g
KCl .....................................................................................................0,0625 g
Na
2
HPO
4
. 12 H
2
O..............................................................................0,2875 g
KH
2
PO
4
..............................................................................................0,050 g
Completar para 250 mL com água deionizada.
Ajustar pH para 7,2. Conservar em geladeira.
DESCORANTE
Metanol ..........................................................................................250,00 mL
Ácido acético..................................................................................100,00 mL
Completar para 1000 mL com água destilada
Para acelerar o processo de descoloração, os géis podem ser colocados em estufa a
40ºC.
TAMPÃO DE CORRIDA CONCENTRADO (10 X) (novo)
Trizma Base ....................................................................................63,2 g
Glicina ..............................................................................................39,9 g
SDS..................................................................................................10 g
Completar para 1000 mL com água destilada.
Obs: para uso na corrida, usar o tampão de corrida diluído.
TAMPÃO DE CORRIDA DILUÍDO (tampão de uso na cuba)
Medir 100 mL do Tampão de corrida concentrado (10 X) e completar o volume para
1000 mL (1 litro).
APÊNDICE C
C - VALORES INDIVIDUAIS DE COMPONENTES DO SORO SANGUÍNEO DE CÃES SORORREAGENTES À REAÇÃO DE
IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA (RIFI) PARA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC).
Tabela 1C - Valores individuais de componentes do soro sanguíneo de cães sororreagentes à RIFI para LVC, em foco de transmissão do Distrito
Federal (2006).
Animal ALT ALP AST GGT COLESTEROL HDL PT CRE URÉIA CÁLCIO FÓSFORO MAGNÉSIO
1 25,1 138,5 5,23 19,09 106,90 13,40 5,37 0,53 20,90 9,15 5,10 2,05
2 19,3 33,1 26,19 12,73 102,70 49,40 7,41 0,55 38,18 9,98 5,80 1,77
3 35,8 47,2 20,95 6,36 234,20 62,90 7,00 0,67 70,91 11,61 6,90 1,49
4 26,2 76,9 15,71 12,73 156,10 72,80 5,93 0,53 30,00 10,66 4,50 2,14
5 14,3 84,0 26,19 6,36 119,50 . 10,76 0,78 24,54 9,92 4,90 2,24
6 45,5 66,4 10,48 6,36 332,70 65,20 6,41 0,75 . 11,44 7,40 1,79
7 35,8 46,0 10,48 6,36 128,50 . 8,38 1,05 51,81 11,07 5,90 1,92
8 13,2 14,7 10,48 6,36 109,90 55,20 9,35 0,73 23,63 10,51 4,10 1,66
9 19,7 79,1 15,71 6,36 138,10 15,30 7,93 0,75 31,81 11,25 6,10 2,03
10 26,9 65,1 10,48 6,36 122,50 51,40 9,94 0,74 33,63 10,65 7,50 1,96
11 85,8 42,4 20,95 . . . 7,80 0,82 88,18 10,51 6,00 2,41
12 15,5 19,5 15,71 6,36 132,70 . 6,51 1,55 32,72 9,85 4,40 2,38
13 27,6 37,6 10,48 19,09 210,20 60,20 7,59 0,69 30,90 11,14 8,60 1,83
14 47,6 42,3 15,71 6,36 260,60 . 6,48 1,80 9,69 9,66 6,20 2,07
15 68,5 24,3 20,95 6,36 149,50 19,10 7,31 0,87 34,54 10,35 7,10 1,95
16 22,4 41,2 15,71 6,36 103,90 . 10,70 1,40 61,81 9,57 6,10 1,53
17 15,6 70,3 15,71 . 246,20 34,10 6,73 1,55 37,27 11,01 5,30 1,63
18 41,8 54,7 47,14 6,36 178,30 102,40 6,64 1,50 49,09 8,40 6,80 2,19
19 35,5 42,3 20,95 12,73 116,50 56,70 6,44 1,50 22,72 8,36 4,90 2,42
20 39,4 57,9 20,95 6,36 142,90 46,00 7,47 1,20 28,18 9,52 4,00 2,61
21 11,6 55,1 26,19 6,36 181,30 . 6,56 1,60 14,54 8,56 4,60 2,18
22 92,3 55,9 20,95 6,36 153,70 . 8,31 0,85 28,18 9,59 4,10 2,26
23 68,5 32,0 26,19 6,36 174,70 48,30 6,93 1,30 14,54 11,16 9,10 2,35
24 38,4 66,5 36,67 6,36 127,90 16,40 6,54 0,82 27,27 9,83 4,50 2,02
25 86,5 54,7 26,19 6,36 134,50 13,00 6,50 1,30 25,45 10,95 6,30 2,23
26 33,8 41,2 26,19 6,36 108,10 7,20 6,95 1,25 55,45 10,89 5,90 1,84
27 26,3 82,9 31,43 . 138,10 . 7,29 1,65 14,54 8,94 4,90 2,18
28 21,5 74,3 47,14 6,36 275,00 85,90 6,93 0,71 45,45 11,46 7,60 2,37
29 128,0 109,4 20,95 . 275,00 21,80 7,57 1,00 43,63 12,52 7,90 2,06
30 26,1 28,1 26,19 6,36 105,70 . 7,85 1,55 . 8,94 5,80 .
..................................................................................................................................................................... Continua...
Tabela 1C - Valores individuais de componentes do soro sanguíneo de cães sororreagentes à RIFI para LVC, em foco de transmissão do Distrito
Federal (2006). (continuação)
31 24,1 37,0 31,43 . 163,90 . 6,64 1,20 55,45 11,43 6,20 1,60
32 25,5 19,6 15,71 6,36 215,00 . 8,98 1,25 26,36 9,41 7,80 2,07
33 39,4 35,3 26,19 . 126,70 . 11,10 1,50 44,54 9,51 7,00 1,82
34 29,9 24,8 26,19 . 143,50 . 10,50 1,00 50,91 6,89 8,80 2,08
35 40,5 49,0 15,71 . 106,30 . 9,42 1,15 21,81 7,75 5,20 1,46
36 16,6 33,3 57,62 38,18 258,80 . 10,30 1,05 23,63 8,60 5,10 2,39
37 11,8 12,9 10,48 . 137,50 . 9,53 1,05 40,00 7,25 4,50 2,14
38 36,6 89,9 41,90 . 145,30 . 8,99 0,95 32,72 9,35 5,80 2,10
39 29,4 55,9 15,71 . 142,90 . 11,20 0,90 18,18 12,91 4,50 1,89
40 13,5 31,4 15,71 6,36 165,10 . 12,00 0,54 19,09 9,51 3,60 2,31
41 20,6 43,0 15,71 . 120,70 . 10,80 0,49 35,45 11,43 6,60 2,17
42 40,5 75,7 10,48 . 151,90 . 8,31 0,85 53,63 8,56 6,30 1,57
43 52,0 44,7 26,19 . 129,70 . 9,00 0,81 28,18 7,54 5,50 1,89
44 48,8 42,3 10,48 . 167,50 . 10,80 1,15 49,09 8,80 5,90 1,96
45 48,8 55,9 10,48 . 198,70 . 9,41 0,80 28,18 8,43 5,60 1,55
46 19,8 60,5 26,19 . 255,20 . 11,10 1,00 36,36 7,93 6,10 2,30
47 23,2 10,8 15,71 . 167,50 . 7,91 0,74 23,63 8,30 7,10 1,26
48 14,2 99,4 15,71 . 114,10 . 9,73 0,90 39,09 10,52 5,30 1,79
49 23,2 69,9 5,23 . 160,90 . 8,00 0,85 17,27 7,87 7,40 1,22
50 39,4 60,4 5,23 . 97,89 . 8,20 1,02 23,63 10,04 4,40 2,05
51 . . 10,48 . 236,60 . 8,80 . 23,63 10,38 7,60 1,78
52 . . 10,48 . 57,65 . 7,66 . 23,69 10,27 4,20 1,82
53 . . 10,48 . 157,90 . 5,93 . 42,72 9,81 6,20 1,88
54 . . 10,48 . 107,50 . 8,80 . 43,63 9,45 7,00 1,42
55 . . 5,23 . 165,10 . 8,51 . 37,27 9,87 5,90 1,85
56 . . 10,48 . 165,10 . 6,27 . 38,18 11,77 3,70 2,01
57 . . 26,19 . 153,70 . 7,93 . 19,09 9,26 6,20 1,93
58 . . 36,67 . 103,90 . 8,59 . . 10,16 5,40 2,05
59 . . 20,95 . 207,20 . 7,96 . . 7,05 6,90 2,03
60 . . . . 253,40 . 9,06 . . 10,99 6,80 1,72
MÉDIA 35,8 52,7 20,8 9,0 161,9 44,8 8,25 1,02 34,27 9,79 5,94 1,98
DESV PADR 23,4 25,6 11,07 6,70 55,36 26,65 1,60 0,34 15,74 1,38 1,32 0,32
MÍNIMO 11,6 10,8 5,2 6,4 57,7 7,2 5,4 0,5 9,7 6,9 3,6 1,2
MÁXIMO 128,0 138,5 57,6 38,2 332,7 102,4 12,0 1,8 88,2 12,9 9,1 2,6
N 50505029 49 206050 48 50 50 49
ALT Alanina Aminotransferase (
U
AST Aspartato Aminotransferase (U/L) Uréia (mg/dL)
ALP Fosfatase Alcalina (U/L) GGT Gama Glutamiltransferase (U/L) Cálcio (mg/dL)
PT Proteínas Totais (g/dL) Col Colesterol (mg/dL) Fósforo (mg/dL)
CRE Creatinina (mg/dL) Col HDL Colesterol HDL (mg/dL) Magnésio (mg/dL)
APÊNDICE D
D -
VALORES INDIVIDUAIS DE COMPONENTES DO SORO SANGUÍNEO DE CÃES SORONEGATIVOS À REAÇÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA
INDIRETA (RIFI) PARA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC).
Tabela 1D - Valores individuais de componentes do soro sanguíneo de cães soronegativos à RIFI para LVC, em foco de transmissão do Distrito
Federal (2006).
Animal ALT ALP AST GGT COLESTEROL HDL PT CRE URÉIA LCIO FÓSFORO MAGNÉSIO
50 24,5 35,7 10,48 6,36 177,70 52,90 6,78 0,96 40,91 11,18 6,50 1,40
51 44,8 71,3 10,48 6,36 233,00 39,80 9,58 0,86 75,45 8,13 8,00 1,50
52 81,6 37,1 15,71 6,36 99,70 31,80 7,79 0,78 27,27 8,45 7,90 1,61
53 27,8 44,4 20,95 . 114,70 50,20 6,79 0,71 38,18 . 5,70 1,42
54 . 53,8 10,48 12,73 182,50 51,00 8,50 0,78 12,72 9,36 5,80 1,78
55 29,5 81,3 10,48 6,36 269,60 . 7,23 1,19 19,09 . 4,90 .
56 53,0 101,2 15,71 12,73 127,90 . 7,86 0,76 . 8,60 . 2,10
57 27,9 . 5,23 12,73 208,40 77,80 6,56 0,87 36,36 9,66 6,30 1,25
58 43,5 25,3 10,48 12,73 163,30 . 7,00 1,45 32,72 11,62 2,40 1,69
59 49,4 34,2 5,23 6,36 172,30 . 7,90 1,30 24,54 . 6,50 2,12
60 74,5 37,4 20,95 6,36 243,80 103,90 7,32 1,25 51,81 8,53 4,20 1,52
61 59,0 75,0 10,48 6,36 93,09 . 9,91 1,70 40,00 7,20 4,90 1,74
62 44,4 47,9 15,71 6,36 269,00 81,30 6,58 1,45 30,90 8,28 4,50 1,65
63 44,4 69,2 15,71 . 150,10 . 6,48 1,00 50,00 . 4,20 .
64 22,3 62,8 5,23 12,73 160,90 45,60 6,82 1,00 47,24 11,06 7,90 1,74
65 28,5 59,5 10,48 19,09 127,30 . 7,26 0,65 . . . .
66 48,4 71,8 10,48 6,36 . . 6,12 1,11 . . . .
67 28,1 53,0 . 12,73 174,10 . 5,93 22,72 10,41 3,60 1,79
68 64,5 103,0 5,23 6,36 136,30 . 5,50 1,20 32,72 8,28 3,70 1,74
69 69,5 34,9 10,48 6,36 121,90 . 5,69 1,50 27,27 . 4,60 .
70 27,5 56,0 15,71 6,36 120,10 . 9,35 0,73 24,54 9,72 11,00 1,62
71 54,1 25,5 31,43 19,09 113,50 . 6,60 1,12 15,45 11,05 6,10 1,62
72 26,7 29,4 . 6,36 115,30 . 6,45 1,18 . . . .
73 17,5 50,7 41,90 6,36 144,70 69,80 6,55 0,72 60,00 9.3 7,00 2,12
74 46,2 48,6 20,95 6,36 186,70 . 6,90 1,00 . . . .
75 61,2 36,4 15,71 6,36 142,90 . 5,82 0,80 48,18 9,98 7,10 1.4
76 37,1 42,8 20,95 6,36 146,50 75,50 7,32 1,35 48,18 9,99 8,90 2.01
77 23,5 152,8 26,19 6,36 127,30 69,80 7,95 0,58 112,72 11,61 5,30 1,58
78 43,5 42,2 20,95 6,36 180,70 . 6,07 1,04 30,90 . 4,70 1,52
79 25,2 87,6 . 6,36 206,60 62,50 5,34 0,52 21,81 8,09 4,80 1,58
80 . 50,9 31,43 . . . 8,02 0,63 32,72 9,45 7,20 1,67
.......................................................................................................................................................................................... Continua......
Tabela 1D - Valores individuais de componentes do soro sanguíneo de cães soronegativos à RIFI para LVC, em foco de transmissão do Distrito
Federal (2006).(continuação)
Animal ALT ALP AST GGT COLESTEROL HDL PT CRE URÉIA CÁLCIO FÓSFORO MAGNÉSIO
81 44,1 62,9 10,48 6,36 186,70 . 7,32 1,27 34,54 7,40 5,60 2,37
82 31,2 104,9 26,19 . 124,30 . 8,65 0,76 42,82 7,72 4,80 1,59
83 51,7 24,2 36,67 . 169,30 . 7,43 0,88 49,54 8,74 9,10 1,84
84 33,8 . 15,71 12,73 175,90 . 8,38 0,94 21,81 . 5,20 1,62
85 52,0 45,9 15,71 6,36 . . 6,89 . . 8,31 . 1,56
86 52,0 36,7 57,62 6,36 162,70 . 8,56 1,40 20,00 . 6,20 1,56
87 . 44,2 10,48 6,36 41,44 . 7,86 1,15 . 7,77 . 1,36
88 43,3 27,9 15,71 6,36 99,09 . 7,18 1,30 22,72 . 5,70 1,81
89 70,5 62,9 15,71 6,36 197,50 . 6,85 . 19,09 . 2,00 1,75
90 63,0 16,1 10,48 6,36 144,10 . 5,92 1,40 16,36 . 5,70 1,57
91 . 77,3 5,23 6,36 112,30 . 7,08 0,61 37,27 . 4,90 1,94
92 28,3 28,6 47,14 6,36 146,50 . 6,81 1,04 40,00 7,90 6,00 1,48
93 36,1 36,0 . 6,36 209,60 . 5,75 0,77 21,81 7,35 5,10 1,81
94 50,5 . . . 200,00 . 6,40 . 40,00 . 5,20 1,56
95 62,7 . 20,95 . 140,50 . 8,00 . 20,00 . 6,00 1,37
96 21,2 133,1 10,48 . 202,40 . 5,72 0,58 . . 8,50 1,10
97 . . 10,48 . 121,30 . 8,60 0,76 16,36 10,35 5,30 1,84
98 17,3 117,3 . . 166,90 . 10,70 0,81 13,63 7,77 5,60 1,74
99 35,8 35,1 . . 119,50 . 10,00 0,78 18,18 6,90 5,20 1,68
100 24,5 48,1 15,71 . 210,80 . 8,50 0,81 17,27 8,01 8,80 1,47
101 51,6 100,4 10,48 . 149,50 . 8,59 0,58 32,72 . 4,90 1,50
102 56,6 65,5 . . 139,30 . 5,72 1,04 15,45 9,26 4,30 1,76
103 51,4 33,5 83,81 . 269,00 . 7,38 1,00 27,27 . 5,80 1,41
104 . . . . 130,30 . 8,51 . 31,81 8,77 4,70 1,10
105 . . 5,23 . 169,90 . 8,80 . 18,18 . 4,40 1,46
106 . . . . 99,70 . 7,93 . 24,54 8,27 3,60 1,52
107 46,7 24,3 . . 112,90 . 5,65 1,00 20,00 8,19 4,70 2,03
108 43,3 56,6 18,20 8,20 159,40 62,15 7,53 0,98 32,72 9,00 5,70 1,66
109 42,7 57,2 18,80 8,11 157,40 62,65 7,13 0,98 32,22 8,90 5,70 1,62
MÉDIA 43,05 56,93 18,50 8,16 158,39 62,45 7,33 0,98 32,51 8,95 5,71 1,64
DESV PADR 15,64 29,32 14,50 3,47 46,35 18,32 1,22 0,28 17,30 1,28 1,68 0,24
MÍNIMO 17,3 16,1 5,2 6,4 41,4 31,8 5,3 0,5 12,7 6,9 2,0 1,1
MÁXIMO 81,6 152,8 83,8 19,1 269,6 103,9 10,7 1,7 112,7 11,6 11,0 2,4
N525249415715605252375351
ALT Alanina Aminotransferase (
U
AST Aspartato Aminotransferase (U/L) Uréia (mg/dL)
ALP Fosfatase Alcalina (U/L) GGT Gama Glutamiltransferase (U/L) Cálcio (mg/dL)
PT Protnas Totais (g/dL) Colesterol (mg/dL) Fósforo (mg/dL)
CRE Creatinina (mg/dL) Colesterol HDL (mg/dL) Magnésio (mg/dL)
APÊNDICE E
E - VALORES INDIVIDUAIS DO PROTEINOGRAMA SÉRICO OBTIDO EM GEL DE POLIACRILAMIDA CONTENDO DODECIL SULFATO DE
SÓDIO (SDS-PAGE) DO SORO SANGUÍNEO DE CÃES SORORREAGENTES À REAÇÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA (RIFI)
PARA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC), EM FOCO DE TRANSMISSÃO NO DISTRITO FEDERAL - DF.
Tabela 1E - Valores individuais do proteinograma sérico obtido em gel de poliacrilamida contendo dodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE) do soro
sanguíneo de cães sororreagentes à reação de imunofluorescência indireta (RIFI) para leishmaniose visceral canina (LVC), em foco
de transmissão no Distrito Federal – DF.
ANIMAL PROTEINA 12345678 9CerulplasminaTransferrinaAlbumina13
142 9,45 16,48 1,57 25,20 3,36 3,99 7,66 3,04 5,67 . 327,07 4346,58 .
439 4,17 12,52 49,46 17,36 31,76 11,17 4,98 36,47 17,36 . 117,23 1208,11 48,86
583 30,05 19,80 7,76 32,53 3,27 . 39,66 11,40 9,54 . 108,65 2730,30 .
105 9,41 15,97 4,51 23,13 4,31 13,03 2,25 14,41 15,09 . 66,84 3246,35 108,98
538 19,80 44,82 2,79 38,25 2,25 7,83 12,69 22,50 3,69 . 117,72 4181,67 187,38
483 66,34 20,32 49,35 0,54 2,61 0,72 2,25 18,88 26,79 . 89,54 5090,59 .
371 14,46 29,90 19,04 52,17 6,29 3,14 3,41 10,68 23,17 20,19 64,56 3415,45 140,18
163 6,24 46,81 10,62 36,51 3,48 4,77 13,72 3,99 3,22 6,37 . 3275,44 184,19
67 10,15 96,59 96,59 27,20 40,28 4,52 6,42 14,51 55,19 14,99 146,23 2955,91 .
450 9,14 63,02 11,50 29,60 3,40 . . . 40,22 6,50 60,95 4405,26 .
203 10,90 20,16 . 4,40 23,92 . 2,72 . 11,20 . 180,56 3103,84 .
187 10,25 19,67 25,69 31,83 3,19 4,40 12,65 3,94 18,05 46,50 . 2076,53 98,81
166 3,30 35,05 . 4,51 26,65 8,71 2,00 5,70 14,60 1,75 37,37 3312,40 .
100 12,94 42,18 18,42 29,46 1,46 3,22 2,27 16,74 12,94 34,36 . 3402,30 97,66
70 8,54 20,63 . 19,21 21,52 . 4,03 8,06 20,16 . 65,58 2866,80 .
59 3,39 16,37 . 19,12 23,98 . 7,48 3,23 19,50 3,08 55,43 2779,45 .
554 6,02 13,64 5,93 48,46 2,35 5,83 10,44 7,62 21,17 4,70 78,10 2318,06 123,00
552 0,65 8,96 . 3,35 45,68 1,73 10,26 . 20,20 35,64 218,16 3016,44 .
401 11,40 19,95 . 16,22 11,53 . 1,43 1,20 2,30 87,40 198,11 3454,75 .
334 15,20 10,22 46,21 29,48 17,86 3,52 11,02 17,73 15,80 10,50 188,91 1723,14 .
262 18,24 35,43 . 54,35 24,37 31,41 13,17 30,43 25,96 20,90 236,56 3230,84 123,84
58 27,37 30,51 . 17,82 30,83 . 3,65 4,55 20,32 . 205,12 2919,55 .
506 12,43 17,81 1,79 35,84 4,48 13,55 2,24 4,48 9,29 79,41 284,25 2558,50 .
497 9,34 26,49 7,72 15,91 5,53 0,38 0,86 8,96 2,86 10,20 194,98 4017,10 .
402 4,98 27,62 . 19,00 14,70 12,38 1,60 9,41 11,41 7,52 41,34 3499,80 .
296 17,09 14,77 . 16,40 30,83 . 6,27 7,04 5,58 10,13 246,87 3476,80 .
254 9,84 11,57 . 22,80 37,21 2,08 11,30 14,69 16,84 11,16 129,11 1086,90 77,89
206 4,45 13,54 . 27,80 29,24 3,40 8,50 16,35 8,70 8,00 104,57 2016,74 .
168* 10,90 56,35 . 29,20 43,56 . 2,43 9,38 21,91 20,73 . 3715,84 116,37
157 17,00 26,43 . 13,68 23,90 5,04 . 40,92 9,90 70,25 . 684,65 .
..................................................................................................................................................................... Continua.....
Continuação...... Tabela 1E - Valores individuais do proteinograma sérico obtido em gel de poliacrilamida contendo dodecil sulfato de sódio (SDS-
PAGE) do soro sanguíneo de cães sororreagentes à reação de imunofluorescência indireta (RIFI) para leishmaniose visceral canina
(LVC) , em foco de transmissão no Distrito Federal – DF.
ANIMAL 14 Ig G cadeia pesad
a
16 17 18 19 20 21 22 Haptoglobina 24 25 Glicoprotna ácida
142 888,72 889,98 35,17 1,57 1,78 6,19 4,30 19,00 16,17 212,10 . . 172,20
439 340,60 2235,64 5,45 23,55 63,87 . 12,52 15,14 70,13 318,26 . 14,34 17,70
583 588,18 1097,90 59,88 . . 19,22 13,74 12,38 79,03 458,60 14,38 25,28 58,67
105 . 1949,61 29,70 . 5,19 25,68 . . 64,68 265,58 . . 244,90
538 919,44 694,89 66,76 . 8,01 . . 29,43 82,53 328,05 . 32,67 133,74
483 662,92 900,26 91,43 21,31 . . 23,01 5,03 42,43 198,95 . 20,59 79,56
371 . 2625,84 28,82 8,80 . . 36,55 . 84,05 202,50 33,40 107,31 678,80
163 1003,29 555,06 68,39 16,61 . . 18,16 . 45,27 110,51 . 31,49 23,57
67 817,18 1383,23 . 12,53 7,85 9,36 14,11 13,16 77,71 259,55 . 18,24 62,57
450 1423,55 827,45 68,10 . 7,35 5,37 21,50 12,72 59,91 272,33 . . 109,84
203 899,84 821,00 67,00 4,80 7,36 2,24 3,76 5,70 33,12 228,32 . . 135,92
187 301,50 494,35 36,73 . 4,69 4,48 8,13 8,26 29,38 161,23 . 13,45 52,04
166 545,30 824,06 43,26 . . 6,71 . 15,36 60,13 125,84 . 13,10 54,20
100 616,23 982,39 58,48 . . . 10,10 25,22 70,18 159,43 . . 102,30
70 477,36 718,24 38,84 . . . 18,03 18,38 46,67 330,36 . 14,53 52,42
59 688,58 1404,06 28,06 . 6,94 10,48 12,03 10,33 47,11 416,11 . 28,45 68,85
554 595,64 1709,61 39,43 . . 9,97 17,04 47,33 88,00 421,00 . . 35,20
552 1064,99 1301,84 47,84 . . 13,18 14,15 34,67 54,43 212,44 . 25,27 197,21
401 . 1842,57 45,40 3,26 . . 5,80 13,75 75,05 111,06 . . 98,10
334 1033,60 1446,03 47,70 . 21,52 17,60 8,00 6,04 50,40 64,60 16,53 47,34 109,62
262 416,00 1324,13 47,70 . . 13,02 25,43 5,90 46,80 153,06 . 35,12 108,33
58 557,48 760,92 47,70 . 7,11 9,36 5,96 8,72 51,41 211,65 . 17,95 30,89
506 . 3005,74 . . . . 57,34 34,83 104,38 352,57 . 38,75 129,92
497 1023,33 999,70 40,40 . . . 21,63 13,34 64,80 55,75 . . 169,92
402 490,33 730,60 42,06 . . 8,56 8,70 7,10 40,85 149,32 . . 57,50
296 432,00 1261,44 . . . 7,04 17,95 15,80 78,34 537,39 . 20,53 67,77
254 . 2584,89 7,76 11,02 2,49 3,53 8,73 37,77 13,58 125,85 . 138,15 .
206 948,70 1202,55 47,70 . . 9,81 6,73 6,47 37,54 167,81 . . 86,00
168* 435,65 617,50 51,82 . . . 8,80 26,24 66,60 163,80 . 68,62 .
157 505,23 2412,84 . . . . 7,64 26,89 74,90 160,10 . 373,30 .
.................................................................................................................................................. Continua.....
Continuação...... Tabela 1E - Valores individuais do proteinograma sérico obtido em gel de poliacrilamida contendo dodecil sulfato de sódio (SDS-
PAGE) do soro sanguíneo de cães sororreagentes à reação de imunofluorescência indireta (RIFI) para leishmaniose visceral canina
(LVC) , em foco de transmissão no Distrito Federal – DF.
ANIMAL Ig G cadeia leve 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39
142 2062,93 . 976,92 258,93 2,94 19,11 62,26 5,56 . 20,58 43,78 49,56 .
439 550,92 661,15 625,15 68,85 . 8,48 72,21 7,54 . . 18,57 40,31 .
583 468,07 356,43 301,96 120,82 . 7,62 93,48 8,68 . 15,94 156,50 170,38 .
105 2202,45 . 1014,20 157,30 . 25,00 57,33 12,46 5,78 28,81 86,34 96,73 4,12
538 1113,12 . 607,77 110,97 . 22,86 66,33 10,89 . 15,21 31,86 84,15 .
483 562,05 . 813,77 22,48 . 9,71 43,96 19,87 . 9,71 40,90 54,03 .
371 643,24 561,52 77,67 . 29,54 . 20,56 . . . 17,06 21,82 .
163 240,73 326,44 303,45 37,29 . 10,76 11,97 . . . 15,91 18,35 .
67 1003,94 . 592,21 55,51 . 47,82 14,91 . . . 12,29 59,47 .
450 1155,36 . 513,40 86,95 17,33 59,53 7,25 39,60 . . 47,66 50,30 4,90
203 726,00 910,00 575,12 112,72 7,92 47,20 . 13,00 . 11,76 12,72 16,10 .
187 433,47 . 184,30 . . 25,31 . . . 15,44 10,87 14,94 .
166 287,23 204,40 467,20 . 14,42 20,25 . 7,40 . 22,20 44,10 63,10 .
100 396,27 493,57 504,70 88,67 21,34 23,32 . 13,82 . 29,54 19,08 21,64 .
70 611,38 . 286,36 34,63 7,11 81,71 5,27 9,48 11,20 13,52 65,40 54,61 .
59 637,88 637,88 562,21 50,11 9,56 89,13 8,01 10,02 . . 9,40 43,79 .
554 2136,07 . 1262,44 181,33 7,62 90,80 10,72 . 30,58 26,16 29,83 25,90 .
552 2313,79 . 1679,72 179,06 21,92 93,20 . 32,83 . 21,92 35,42 97,10 .
401 1071,66 344,63 299,80 117,50 10,10 19,00 . 7,71 . 9,93 19,31 25,04 .
334 992,70 . 529,72 105,20 3,92 8,43 . . . 13,74 27,70 . .
262 924,67 . 400,40 100,53 . 24,37 . 9,31 . . 46,80 42,92 .
58 820,93 . 383,95 105,20 8,78 43,97 . 10,96 2,69 . 18,07 46,60 .
506 2532,99 . 1662,86 231,73 . 79,18 19,38 35,50 14,11 . 25,42 51,30 .
497 1837,76 . 727,14 211,85 . 27,54 . 12,39 . . 17,91 6,29 .
402 260,76 186,04 367,30 22,70 10,92 26,77 . . . . . 10,68 .
296 1471,29 . 556,72 65,62 . 102,73 . 11,76 . 12,63 46,21 53,00 .
254 1056,40 770,47 596,39 118,02 . 23,63 . . . . . . .
206 684,93 460,80 511,30 65,80 6,60 32,83 . 8,63 . . . 14,25 .
168* 532,02 . 441,00 . 23,35 30,50 . 11,68 1,25 26,44 12,26 15,81 .
157 881,20 491,43 453,38 96,35 14,28 46,28 . 18,26 11,95 54,45 85,39 34,39 .
APÊNDICE F
F - VALORES INDIVIDUAIS DO PROTEINOGRAMA SÉRICO OBTIDO EM GEL DE POLIACRILAMIDA CONTENDO DODECIL SULFATO DE
SÓDIO (SDS-PAGE) DO SORO SANGUÍNEO DE CÃES NÃO-REAGENTES À REAÇÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA (RIFI) PARA
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC).
Tabela 1F - Valores individuais do proteinograma sérico obtido em gel de poliacrilamida contendo dodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE) do soro
sanguíneo de cães não-reagentes à reação de imunofluorescência indireta (RIFI) para leishmaniose visceral canina (LVC), em foco de
transmissão no Distrito Federal (2006).
ANIMAL PTPROTEINA 123456789101112ALBUMINA141516
1591 5749,77 1,38 7,41 36,86 5,05 8,40 13,62 10,80 7,41 26,62 10,06 21,10 68,25 2909,55 . . .
1550 3789,99 1,70 26,53 1,36 1,17 10,84 6,37 7,84 15,40 7,92 27,40 6,60 128,10 1503,60 107,18 13,20 15,92
1633 5720,01 2,69 12,18 19,67 . 41,87 20,59 10,24 3,37 12,30 36,89 14,87 85,17 3230,55 107,18 . .
1725 5199,97 6,50 20,17 11,34 . 56,06 22,31 27,77 11,20 18,00 5,10 7,12 389,11 2459,40 107,20 13,20 124,75
1653 10700,16 2,78 3,63 1,28 1,71 17,33 32,10 3,00 11,23 2,46 . 10,91 104,11 3173,94 . . .
1652 4350,00 14,57 15,10 . . 44,02 10,05 12,22 . 8,22 21,01 10,35 137,33 2885,36 . 107,18 60,37
1512 8380,13 10,98 2,10 5,53 2,68 7,46 19,94 2,51 16,84 9,47 8,88 18,60 . 3073,86 . . .
1772* 5648,14 8,70 19,94 2,43 2,90 13,05 17,85 11,53 6,61 12,54 5,00 7,34 58,70 3186,66 128,53 21,52 43,00
1540 5919,96 1,65 18,50 27,90 12,55 22,70 . . 5,80 20,36 . 9,00 161,02 2659,91 . 38,80 .
1227 6600,20 2,64 2,00 23,63 13,40 21,52 . . . 1,91 6,10 27,12 104,48 2302,28 . . .
1708 5721,14 17,62 12,30 15,30 14,90 9,04 . . 15,16 31,46 . 11,46 85,60 1571,30 . . .
1247 6900,23 2,76 1,66 9,94 22,15 . . . 2,76 2,35 19,46 19,18 67,27 3184,70 . . .
1066 6480,09 23,71 5,83 . . 27,41 . . 11,73 2,20 9,85 5,83 183,19 2810,89 . . .
1537 6850,00 4,45 4,80 7,81 8,56 13,50 . . . 17,00 13,70 84,00 453,74 1320,47 . . .
1439 4559,98 2,74 7,50 . . 6,84 40,13 . . . 3,51 10,35 33,65 2170,80 . . .
12844900,0115,0437,09.21,7528,02....3,6810,63107,752768,40...
1235* 6550,02 1,00 5,83 2,75 9,23 25,35 . . 11,07 . 7,66 15,13 23,51 2427,04 . . .
1118 6120,00 5,08 17,38 . . 14,38 . . . 1,10 3,24 10,16 98,71 3878,12 . . .
1145 5930,07 18,20 25,50 . 6,64 17,37 . 3,08 . . . 10,85 71,04 2648,10 . . .
11016820,042,523,8815,206,3421,418,59....12,75102,162279,04...
971 7323,67 2,41 12,58 . 4,10 36,52 38,94 14,13 . . 9,15 4,46 181,10 3244,00 . . .
1713 7380,20 14,54 87,45 . 13,21 18,60 . . 5,75 12,76 5,46 10,40 72,91 2825,80 . 15,05 97,60
1601 6399,99 15,23 . 16,26 . 14,40 17,92 11,13 . . 9,60 16,26 64,96 1911,36 . . .
1519 7179,98 0,57 1,22 2,90 . . . 2,60 . . 3,23 6,90 82,85 3031,11 . . .
1516 6890,01 17,70 12,54 . 12,81 14,33 . . . 3,10 5,37 3,37 85,80 2563,60 112,52 34,83 .
1446 5340,22 15,60 10,73 . 3,47 20,72 . 34,55 . . . 23,92 54,10 2506,10 . . .
1264 7320,00 3,30 39,40 . 6,88 28,91 . 5,92 . . 2,93 12,30 104,23 4285,86 . . .
12595820,0811,81..5,3027,88....5,1812,16116,003562,71...
12266449,851,7410,74.30,507,3523,54....17,40.3781,95...
1169 5499,97 7,20 . . . 32,34 18,53 . 10,56 2,42 9,02 5,50 176,82 2586,54 . . .
Continua........
Continuação.... Tabela 1F - Valores individuais do proteinograma sérico obtido em gel de poliacrilamida contendo dodecil sulfato de sódio (SDS-
PAGE) do soro sanguíneo de cães não-reagentes à reação de imunofluorescência indireta (RIFI) para leishmaniose visceral canina
(LVC), em foco de transmissão no Distrito Federal (2006).
ANIMAL 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32
1591 208,89 800,05 560,22 . . 32,95 5,06 12,03 23,00 119,60 34,04 52,50 736,57 . . 38,35
1550 21,03 172,25 791,73 5,27 13,60 7,12 16,75 9,36 31,00 296,56 7,27 10,57 316,27 149,63 35,74 24,71
1633 214,27 443,01 646,99 . . 32,49 8,69 27,00 73,33 168,28 11,44 13,50 238,52 180,35 25,68 38,89
1725 . . 1091,43 34,16 3,48 16,07 3,60 4,16 41,50 96,36 21,42 34,84 317,41 175,24 . 81,07
1653 514,35 1542,72 955,08 29,32 . 11,66 19,47 24,18 11,98 112,13 . 260,12 3691,60 . . 163,07
1652 142,81 126,97 254,30 . . 36,63 17,57 7,70 24,53 89,26 10,30 26,75 130,15 112,71 . 44,54
1512 133,91 587,69 1338,37 . . 25,56 7,37 15,08 37,12 206,06 . 149,33 1597,65 911,66 . 191,48
1772* 88,03 297,13 967,43 . 13,05 20,40 11,80 8,13 37,30 179,10 17,57 22,94 284,60 . 113,56 40,80
1540 . 1027,80 643,15 . 35,75 2,01 10,65 3,61 29,90 155,40 13,85 42,10 635,45 296,10 46,00 .
1227 . 1132,56 888,29 . 39,20 10,10 11,68 4,16 34,32 190,70 34,12 74,51 752,14 815,50 107,84 .
1708 96,50 731,50 1717,60 . 9,95 3,20 6,35 17,90 37,70 266,80 41,24 79,33 901,30 . 27,63 .
1247 . 1024,86 846,01 . 49,27 . 9,59 15,11 91,30 183,54 73,00 64,86 1117,45 . 93,01 .
1066 . 680,07 1061,29 . 37,06 4,14 8,10 13,48 61,95 289,20 32,66 76,01 397,42 661,28 76,79 .
1537 . 761,80 1862,00 . 6,85 . 13,70 21,16 43,30 201,87 . 80,07 1180,32 642,80 108,10 .
1439 . 267,30 708,40 . 37,30 0,41 7,43 17,80 50,52 605,84 28,50 45,96 252,35 201,55 . 61,10
1284 96,72 . 862,40 . 39,40 18,57 15,60 10,44 57,62 261,22 27,83 42,60 229,61 181,84 . 63,80
1235* . 538,93 1150,90 . . 22,27 25,94 25,22 64,98 386,20 38,91 133,36 1534,07 . 100,67 .
1118 . 554,00 508,32 . 52,51 2,31 15,17 4,77 18,80 174,36 . 60,34 414,70 232,50 . 54,05
1145 . 877,52 949,75 . 46,13 3,02 16,54 9,78 1,95 73,41 31,31 61,85 990,96 . . 67,07
1101 . 658,20 1579,37 . 36,35 7,39 1,77 6,41 40,03 188,23 . 99,71 986,51 710,44 . 53,74
971 . 813,32 1133,06 . . 63,98 5,92 13,91 55,92 197,42 41,00 73,34 742,90 549,14 . 86,37
1713 . 937,40 1660,05 29,30 48,85 . . 14,80 24,80 79,00 36,53 62,21 691,73 477,60 . 138,40
1601 147,65 612,16 1753,98 . 21,57 . . . 27,97 192,38 18,37 49,41 1435,13 . 54,40 9,85
1519 219,42 797,62 587,82 . . 29,90 28,80 14,00 9,26 227,10 . 102,96 824,55 1091,65 . 115,52
1516 . 1177,50 876,42 24,51 15,22 . 20,90 10,40 21,50 177,21 . 72,00 808,40 750,94 . 69,04
1446 . . 1130,42 35,24 27,18 . 6,20 24,72 18,15 894,61 35,00 87,68 171,47 230,26 . 10,10
1264 . 660,04 762,35 26,30 71,60 . . 17,50 49,92 117,26 25,40 50,65 478,58 473,67 97,00 .
1259 147,01 403,15 616,92 . 54,18 . 2,62 20,02 48,01 107,78 8,26 52,90 357,93 186,70 . 73,56
1226 168,90 366,55 710,33 . 57,30 4,51 9,80 10,25 45,66 224,72 26,83 56,82 405,32 407,60 . 82,04
1169 . 376,31 995,77 . 62,04 . 13,64 32,56 75,80 80,00 . 117,00 598,12 231,44 68,36 .
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo