Download PDF
ads:
MARIA IZABEL CHIAMOLERA
ASPECTOS CLÍNICOS E MOLECULARES DA
RESISTÊNCIA AOS HORMÔNIOS TIROIDIANOS
Tese apresentada à Universidade
Federal de São Paulo - Escola Paulista
de Medicina, para a obtenção do
Título de Doutor em Ciências.
São Paulo, 2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
MARIA IZABEL CHIAMOLERA
ASPECTOS CLÍNICOS E MOLECULARES DA
RESISTÊNCIA AOS HORMÔNIOS TIROIDIANOS
Tese apresentada à Universidade
Federal de São Paulo - Escola Paulista
de Medicina, para a obtenção do
Título de Doutor em Ciências.
Orientador: Rui M. B. Maciel
Co-orientador: Francisco A. R. Neves
Coordenador: Sérgio A. Dib
São Paulo, 2006
ads:
3
Ficha Catalográfica
Chiamolera, Maria Izabel.
Aspectos Clínicos e Moleculares da Resistência aos Hormônios
Tiroidianos. / Maria Izabel Chiamolera. --São Paulo, 2006.
viii, 116p.
Tese (Doutorado) –
Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista
de Medicina. Programa de Pós Graduação em Ciências.
Título em inglês: Clinical and Molecular Aspects of Resistance to
Thyroid Hormone.
1. Resistência ao Hormônio Tiroidiano. 2. Receptor do Hormônio
Tiroidiano. 3. Mutações. 4. Diagnóstico. 5. Coativador
4
Das utopias
Se as coisas o inatingíveis...
ora!
não é motivo para não quere-las...
Que tristes os caminhos, se não
fora
a mágica presença das estrelas!”
Mario Quintana
5
“Ou Acharemos o caminho ou então
o construiremos”
Aníbal
6
Dedico esta tese à minha família.
Aos meus pais, Joana e Alfieri, por
todo o apoio, carinho e dedicação, por
terem sido exemplos maravilhosos de
trabalho e honestidade e por me
ensinarem a construir meu caminho com
esforço e persistência.
Aos meus irmãos, Alfieri Junior e
Murilo, pela ajuda com livros,
exemplos e sugestões e, sobretudo, por
“suportarem” a nem sempre conveniente
tarefa de “irmãos mais velhos”.
E a minha “irmãzinha”, Pupi, pela
companhia, pelas sábias sugestões e
bom humor.
7
Agradecimentos
Agradeço a meu orientador, Dr. Rui Monteiro de Barros Maciel,
graças a seu exemplo e sua evidente paixão pela medicina, pela ciência e
pelo ensino, consegui começar minha vida acadêmica e científica. Acho
que um de seus maiores méritos é tornar o nosso, mais que um ambiente
de trabalho, um ambiente familiar.
Ao Dr. Francisco Neves, pela oportunidade única de trabalhar com
ele e com sua equipe, que com seu bom humor e calma me fez sentir parte
desta equipe.
Aos meus companheiros nessa jornada em Brasília, Rut e Gustavo,
que se tornaram mais amigos do que colaboradores, e a todo o pessoal do
Laboratório de Farmacologia Molecular: Luis, Cristina, Rilva, Rani,
Priscila, Elaine, Lara, Tiago, Fanny, Marlon.
Aos colaboradores de o Carlos, Dr. Igor Polikarpov e Lucas, que
trazem uma nova luz ao meu conhecimento cientifíco, pela grande
disponibilidade e dedicação.
Agradeço especialmente ao Dr. Sérgio, Dra. Gisah, Dra. Elizabeth,
Dra. Ângela, Dr Rodrigo, Dra. Ana Patrícia, Dra. Marilene, Dra. Marilia,
Dra. Célia e Dra. Lea, por me cederem seus pacientes ou dados, e
colaborarem tão prontamente esclarecendo minha dúvidas.
Aos meus amigos queridos da Endocrinologia da Escola Paulista de
Medicina, que no decorrer destes anos compartilharam alegrias,
frustrações, conquistas, derrotas, uniões, projetos, realizações, enfim...
tudo que a vida trouxe e ainda irá trazer.
Danielle, Rosa Paula e Cléber pelo companheirismo, por trazerem
alegria com suas observações inteligentes e bem humoradas, por sua
disponibilidade e por terem me ensinado tanto, não sobre medicina,
mas sobre a vida e a amizade.
Magnus, Tânia, Claudia Nakabashi, Claudia Akemi, Márcio, Maria
Regina, Denise, Patrícia, Fernando, Bete e Teresa Vieira por
compartilharem comigo o seu entusiasmo acadêmico e humano, pela
companhia, alegria e dedicação, e pelos momentos agradáveis de
convívio.
8
Teresa Kasamatsu, Ilda, Ângela, Yeda, Amaryllis e Giba pelo
suporte técnico e emocional nas “crises celulares” e outras mais, e por
fazerem isso com visível carinho e amizade;
Gisele, Gustavo, Flávia, Rosana, Valter, Felipe, Kelly, Ivone e Lilian
pela ajuda inestimável, amizade, as conversas e todo o apoio nos
momentos difíceis.
Janete, pelo seu exemplo, seu estímulo e as conversas agradáveis.
Agradeço a todos do ambulatório de tiróide, por estes anos
maravilhosos de aprendizado, amizade e crescimento: Dr. Furlaneto, que
foi o meu primeiro grande exemplo de endocrinologista, Dra. Luiza, Dr.
Jairo, Stamato, Ricardo, João Roberto.
Às minhas amigas queridas Sílvia, Carol e Regina, pelo
companheirismo inabalável nos anos de residência e, mesmo com a
distância, pela amizade.
A todos os residentes, pós-graduandos da Disciplina de
Endocrinologia, principalmente aqueles com os quais convivi mais de
perto e que de um modo ou de outro foram importantes e me ajudaram
no caminho, com os quais eu aprendi muito: Manuel, Mariana, Juliana,
Elisa, Monique e Monike, Roberta, Rogério, Marcelo, Ricardo, Janaína,
Camila, Michele, André pelo estímulo e ajuda.
Às minhas amigas de toda a vida: Keila, Elaine, Ana Paula e
Luciana que se conformaram com as minhas ausências, e apesar da
distância eu sei que vocês estão aí, e a minha grande amiga Alessandra
Barros, de toda a minha vida “epemista”, obrigada por sempre acreditar
em mim e sempre estar do meu lado.
Aos docentes da disciplina de Endocrinologia que são responsáveis
pela minha formação médica e científica, aguçaram minha curiosidade e
formaram a base para este trabalho: Dra. Ana, Dra. Regina, Dra. Ieda, Dr.
Julio, Dr. Gilberto Vieira, Dr. Cláudio Kater, Dra. Marize.
Às Dras. Maria Tereza Nunes e Edna Kimura por muitos apoios
logísticos, e pela agradável oportunidade de convívio.
À CAPES pelo apoio financeiro no início deste trabalho.
9
Sumário
Agradecimentos – 6
Sumário - 9
1. Apresentação - 10
2. Introdução - 13
3. Artigo 1 - A Brazilian Database of Resistance to Thyroid Hormone:
identification of 17 new cases and 6 novel mutations in the thyroid
hormone receptor β gene - 24
4. Artigo 2 - The Proline in Codon 452 of TRβ Plays a Critical Role in the
Interaction with Corepressor and Coactivator - 43
5. Capítulo do livro "Endocrinologia", editado por Mário J. A. Saad, Rui
M. B. Maciel e Berenice B. Mendonça intitulado "Resistência aos
hormônios da tiróide" – 75
6. Considerações e Conclusões - 113
10
APRESENTAÇÃO
Nesta Tese de Doutorado, realizada parcialmente com bolsa da CAPES e com
auxílio à pesquisa da FAPESP, apresento, de acordo com as recomendações do
Conselho Especial do Programa de Pós-Graduação em Endocrinologia da
Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, 3 trabalhos
completos apresentados na forma de 2 manuscritos intitulados: a) "The Proline in
Codon 452 of TRβ Plays a Critical Role in the Interaction with Corepressor and
Coactivator", de autoria de Maria Izabel Chiamolera, Rutnéia P. Pessanha, Gustavo B.
Barra, Rosa Paula M. Biscolla, Magnus R. Dias da Silva, Sérgio A. Dib, Gisah A.
Carvalho, Francisco A. R. Neves e Rui M. B. Maciel e b) “A Brazilian Database of
Resistance to Thyroid Hormone: identification of 17 new cases and 6 novel mutations
in the thyroid hormone receptor β gene”, de autoria de Maria Izabel Chiamolera, Léa
M. Z. Maciel, Célia R. Nogueira, Gisah A. Carvalho, Suemi Marui, Rodrigo Moreira,
Gustavo L. R. Daré, Silvânia S. Teixeira, Denise Perone, rgio A. Dib, Elizabeth X.
Bianchini, Ângela M. Spínola e Castro, Ana P. Carvalho, and Rui M. B. Maciel, que
serão submetidos à revista Thyroid e 1 capítulo do livro "Endocrinologia", editado por
Mário J. A. Saad, Rui M. B. Maciel e Berenice B. Mendonça intitulado "Resistência aos
hormônios da tiróide", de autoria de Maria Izabel Chiamolera e Gisah A. de Carvalho.
O interesse na linha de pesquisa sobre Síndrome de Resistência aos Hormônios
Tiroidianos e aspectos funcionais dos Receptores dos Hormônios Tiroidianos derivou-
se da presença, em nosso ambulatório, de pacientes que necessitavam de maior
esclarecimento diagnóstico, para os quais uma pesquisa molecular das mutações
causadoras da síndrome poderia esclarecer definitivamente tal diagnóstico.
No decorrer do trabalho, ao detectarmos novas mutações que não haviam sido
caracterizadas funcionalmente, cresceu meu interesse em capacitar nosso laboratório
para estudar funcionalmente os Receptores dos Hormônios Tiroidianos e fomos buscar
a colaboração do Prof. Francisco Neves e sua equipe do Laboratório de Farmacologia
11
Molecular da Universidade de Brasília, com os quais aprendi uma série de técnicas
atualmente em uso em nosso laboratório e que puderam ser aplicadas em outras linhas
de pesquisa em andamento.
Além dos trabalhos apresentados nesta tese, durante o doutorado em
endocrinologia participei de outras publicações que contribuíram para meu
aprendizado e formação. São elas:
1."Paralisia periódica hipocalêmica tirotóxica, uma urgência endócrina: revisão do
quadro clínico e genético de 25 pacientes". MR Dias da Silva, MI Chiamolera, TS
Kasamatsu, JM Cerutti, RMB Maciel. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e
Metabologia 2004; 48: 196-215;
2."Assessment of disease activity in patients with Graves’ ophthalmopathy by practical
methods for the measurement of urinary glycosaminoglycans and serum hyaluronan".
JRM Martins, RP Furlanetto, LM Oliveira, A Mendes, CC Passerotti, MI Chiamolera,
AJ Rocha, PG Manso, HB Nader, CP Dietrich, RMB Maciel. Clinical Endocrinology
2004; 60: 726-733
3."Dosagem de tiroglobulina no líquido obtido da lavagem da agulha da punção
aspirativa para o diagnóstico de mestases em linfonodos cervicais do carcinoma
diferenciado de tiróide. RPM Biscolla, ES Ikejiri, MC Mamone, CCD Nakabashi, VP
Andrade, TS Kasamatsu, F Crispim, MI Chiamolera, DM Andreoni, CC Camacho, JGH
Vieira, RP Furlanetto, RMB Maciel. Aceito para publicação nos Arquivos Brasileiros de
Endocrinologia e Metabologia
4."Regulação neuroendócrina da tiróide". MI Chiamolera, DM Andreoni e RMB
Maciel, capítulo do livro "Neuroendocrinologia Clínica e Cirúrgica", editado por A
Cukiert e B Liberman, Lemos Editorial, São Paulo, 2002, pp. 129-137
5."Adenoma hipofisário secretor de TSH". DM Andreoni, MI Chiamolera e RMB
Maciel, capítulo do livro "Neuroendocrinologia Clínica e Cirúrgica", editado por A
Cukiert e B Liberman, Lemos Editorial, São Paulo, 2002, pp. 371-377
12
6."Avaliação da função tiroidiana". RMB Maciel, MI Chiamolera, DM Andreoni,
capítulo do livro "Neuroendocrinologia Básica e Aplicada", editado por J. Antunes-
Rodrigues, AC Moreira, LLK Elias, M de Castro. Editora Guanabara-Koogan, Rio de
Janeiro, 2005, pp 262-278
7."Distúrbios da tiróide na mulher". MI Chiamolera, DM Andreoni, RMB Maciel,
capítulo do livro "Endocrinologia Ginecoloógica: Aspectos contemporâneos", editado
por José Mendes Aldrighi, Editora Atheneu, São Paulo, 2005, pp 255-276
8."Adenoma hipofisário secretor de TSH". DM Andreoni, MI Chiamolera e Rui M. B.
Maciel, capítulo do livro Endocrinologia, editado por Mário J. A. Saad, Rui M. B.
Maciel e Berenice B. Mendonça, Editora Atheneu, 2007, no prelo
13
Introdução
14
Os Receptores do Hormônio Tiroidiano
Desde meados dos anos 80 foram clonados e identificados dois diferentes
Receptores de Hormônio Tiroidiano (TRs), os TR alfa e beta, tais proteínas são
codificadas por dois diferentes genes, localizados respectivamente no cromossomo 17
e 3. Cada um desses genes codifica várias isoformas das proteínas através de splincing
alternativo, o TR alfa gerando duas proteínas distintas TR alfa 1 e 2 (TRα-1 e TRα-2), e
o gene do TR beta levando à síntese das proteínas TR beta 1 e 2 (TRβ-1 e TRβ-2). Todas
as isoformas ligam ao DNA, e com exceção do TRα-2 todas as outras interagem com o
Hormônio Tiroidiano (T3) e tem função de transativação gênica. O TRα1 tem presença
preponderante no coração, músculo esquelético e gordura marrom, o TRβ-1 em
cérebro, fígado e rim e o TRβ-2
em h
ipófise anterior, áreas específicas do hipotálamo,
do cérebro em desenvolvimento e da orelha interna (1).
O TR pertence à superfamília dos receptores nucleares, a mesma dos receptores
dos esteróide, da vitamina D, do ácido retinóico, das prostaglandinas e de outros
receptores órfãos (para os quais não há ligantes conhecidos). Por pertencer a esta
família, o TR guarda grande similaridade estrutural com seus membros, contando três
principais domínios: o amino-terminal, o de ligação ao DNA (DBD) e o de ligação ao
ligante (LBD) (1).
O domínio amino-terminal possui uma função de ativação transcricional
independente do ligante, denominada função de ativação 1 (AF-1), contudo a
importância desta função para o TR ainda não é totalmente conhecida (1).
O DBD tem como principal função a ligação ao DNA, situa-se na porção central
do receptor e é organizado por dois segmentos estruturais conhecidos como dedos de
zinco, cada um composto por quatro cisteínas coordenadas com íons zinco, existem
neste domínio pontos de ligação aos DNA (as regiões P-box e A-box), e pontos de
heterodimerização principalmente com o receptor do retinóide X (RXR) (T-box e D-
box) (Fig. 1) (1,2).
15
Figura 1 – Domínios de ligação ao DNA do TRβ, mostrando os “dedos de zinco” e os
pontos de contato com o DNA. Os quadrados indicam regiões de heterodimerização
com o RXR (1).
O LBD localiza-se na região carboxi-terminal, possui funções variadas como a
homo e a heterodimerização do receptor, a localização nuclear, a dissociação das “heat
shock proteins”, a interação com proteínas corepressoras e co-ativadoras e a repressão
basal do TR sem o ligante. Mas, provavelmente, a função primordial é exercida
quando ocorre a interação com o hormônio e por conseqüência ocorre a ativação da
transcrição dos genes positivamente regulados pelo T3, pois o LBD possui uma
superfície que faz contato com o hormônio, e que é fundamental para a ativação
transcricional, essa região é denominada função de ativação 2 (AF-2). Após a ligação
do hormônio, essa região passa a interagir com os co-ativadores e recrutar a
maquinaria de transcrição basal. Estruturalmente o LBD se organiza como uma bolsa
hidrofóbica na qual o ligante se insere profundamente, esta bolsa é formada por 12
alfa-hélices formando uma superfície hidrofóbica, com a ligação do hormônio ocorre
uma modificação na conformação da cavidade na qual a hélice 12, a mais carboxi-
terminal, se movimenta, fechando a cavidade, liberando os corepressores e expondo
sítios de interação com proteínas co-ativadoras (1,2).
O TR, como foi citado, age como um fator de transcrição dependente do T3 e
atua ligando-se a seqüências específicas no DNA denominadas elementos responsivos
16
aos hormônios tiroidianos (TRE), que estão localizados na região promotora dos genes
alvos, tais seqüências possuem duas cópias imperfeitas de um hexanucleotídeo
(AGGTCA), que podem estar arranjadas em diferentes orientações e com
espaçamentos diversos (fig. 2). O TR liga-se ao TRE de diversas formas, podendo atuar
como monômeros (somente um TR), homodímeros (TR-TR) ou heterodímeros com o
receptor do retinóide X (RXR) (TR-RXR). A formação dos heterodímeros de TR-RXR
aumenta a ligação do receptor ao DNA e estimula a transcrição gênica (3).
Quando dissociado do T3, o TR está localizado principalmente no núcleo,
podendo estar tanto em solução quanto ligado ao DNA através dos TREs. Na ausência
do ligante, o receptor associa-se a proteínas conhecidas como corepressoras, que
atuam reprimindo a transcrição gênica em genes positivamente regulados pelo T3 (fig.
3), ou ativam a transcrição em genes negativamente regulados (como é o caso dos
genes do TSH e do TRH). Quando ocorre a ligação do hormônio ao receptor, essa
associação se desfaz, na presença do hormônio tiroidiano a hélice 12 encontra-se
aberta, com a ligação do T3 a hélice se dobra sobre o TR expondo sítios de ligação aos
co-ativadores promovendo o desligamento dos corepressores, a seguir proteínas
coativadoras são recrutadas para estimular a transcrição do gene alvo (fig. 4) (1,2).
17
Figura 2 Os elementos responsivos aos hormônio tiroidianos (TRE) são
compostos por seqüências consenso dos nucleotídeos a(g)ggtc(g)a que se repetem e
podem apresentar a orientação de repetição direta (a) com separação de 4
nucleotídeos, palíndromos (b), e palíndromos invertidos (c).
Os corepressores são capazes de interagir com o TR na ausência de T3, tanto em
solução como quando o TR está ligado aos seus TREs, os principais corepressores para
o TR são o NcoR (do inglês Nuclear Receptor Correpressor) e o SMRT ( do inglês
silencing mediator of retinoic acid and thyroid hormone receptor). Esses corepressores
são capazes de interagir com outros repressores formando um complexo de
corepressores, onde cada componente parece ter a sua própria importância (2).
gene
gene
gene
TRE
TRE
TRE
TRE
TRE
TRE
a
b
c
18
Figura 3 Efeito supressivo do TR não ligado, responsivos ao T3 (a). Os
homodímeros TR/TR não ligados se associam aos co-repressores (CoR) e exercem um
efeito supressivo nos genes positivamente regulados pelo TRE, reprimindo a
maquinaria de transcrição basal (MTB).
Por outro lado, os co-ativadores não são específicos, podendo associar-se com
vários outros membros da superfamília dos receptores nucleares. O TR interage com
os co-ativadores da família p160 (proteínas com 160kD), que tem como principais
componentes as seguintes proteínas: co-ativadores de receptores esteróides 1 (SRC-1
ou NCoA1), fator transcricional intermediário 2 (TIF2, GRIP1, SRC-2 ou NCoA2), e o
ativador dos receptores de hormônio tiroidiano e do ácido retinóico (ACTR, pCIP,
AIB1, RAC3, TRAM-1, SRC-3 ou NCoA3) (1,2).
TRE
Gene
Promotor
TR
TR
MTB
CoR
-
X
19
Figura 4 Efeito positivo do complexo TR/RXR ativado pelo T3. Formação do
complexo TR/T3, resultando na dissociação do CoR, ocupação do TRE pelos
heterodímeros TR/RXR e recrutamento do co-ativador (CoA) para amplificar a
transcrição dos genes positivamente regulados pelo TRE.
A Resisncia aos Hormônios Tiroidianos
A síndrome de Resistência aos Hormônios Tiroidianos (RTH) é uma síndrome
clínica descrita pela primeira vez em 1967 por Samuel Refetoff, caracteriza-se pela
hiposensibilidade variável dos tecidos aos Hormônios Tiroidianos (TH), o que leva à
alterações bioquímicas específicas: elevação dos níveis séricos de T3 e T4 com
“inapropriada” não-supressão do TSH, na ausência de doenças agudas, drogas ou
alterações das proteínas séricas ligadoras dos HT (tabela 1). Além disso, doses
suprafisiológicas de HT não suprimem o TSH como seria esperado (4).
TRE
Gene
Promotor
RXR
TR
MTB
CoA
+
T3
20
Tabela 1: Tabela com média de dosagens hormonais dos pacientes com RHT (5).
Na literatura, até o momento, foram descritos mais de 700 casos com uma
prevalência de 1:50.000 recém nascidos, 80% na forma familiar. A ndrome apresenta
um padrão de herança, predominantemente, autossômico dominante, e apenas uma
família foi descrita com padrão recessivo. Apresenta também, uma grande
heterogeneidade clínica, com sintomatologia variando de paciente para paciente e
mesmo entre membros da mesma família, podendo apresentar desde sintomas de
hipotiroidismo até sintomas de tirotoxicose, tendo como sintomas mais prevalentes o
bócio, hiperatividade, taquicardia e déficit de audição (5). Figura 5
As primeiras descrições de mutações no TRβ correlacionadas com a RTH foram
no início da década de 90, desde então o TRβ foi arrolado como o principal elemento
para explicar as alterações da síndrome, 80 a 85% dos indivíduos com RHT possuem
mutações no TRβ, foram identificadas até o momento um total de 122 diferentes
mutações no gene do TRβ, com 46 ocorrendo em mais de uma família. Em um estudo
realizado com 142 famílias somente 21 famílias não apresentaram mutações no TRβ, e
até o presente momento, não foram identificados mutações em outros elementos que
possam explicar essa síndrome (6). A maioria das mutações ocorreu em três regiões
hot spot (ou Clusters) no domínio de ligação ao ligante (LBD) entre os exons 7 e 10, o
maior número são de mutações missense (substituição de um único nucleotídeo), mas
21
também foram descritas mutações nonsense (substituição de um único nucleotídeo
gerando um ponto de parada prematuro), deleções e inserções (5).
Figura 5: Porcentagem de Sinais ou Sintomas com apresentação inicial em série de
pacientes com RHT. Adaptado de Refetoff S, www.thyroidmanager.org.
As mutações levam principalmente a uma diminuição ou a uma abolição da
afinidade do TR ao T3, conseqüentemente o corepressor não é totalmente liberado e a
transcrição do gene alvo não é ativada. Em alguns casos, a afinidade com o T3 não é
tão afetada a ponto de explicar a alteração na liberação dos corepressores e no
recrutamento dos co-ativadores, nesses casos, provavelmente, existam outros defeitos
estruturais nos sítios de ligação destas proteínas que justifiquem tais alterações, como,
por exemplo, falha na interação com co-ativadores (5).
Em uma família o padrão de herança foi autossômico recessivo, nessa
família foi descrita uma deleção de toda a sequência codificante do TRβ, esses
indivíduos apresentavam as características bioquímicas típicas de RHT além de surdo-
mudez e visão monocromática, o quadro se explica pela complexa perda do gene que é
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
% de Ocorrência
1
Sinal ou Sintoma
Motivos para Início da Investigação
Bócio
Hiperatividade
Retardo no Desenvolvimento
Taquicardia
Suspeita de Tirotoxicose
T4 alto no RN
Miscelanea
Desconhecido
22
necessário para a maturação coclear e o desenvovimento do cone fotoreceptor que
atua na visão para a cor (4). Animais Experimentais que expressam somente um alelo
do gene do TRβ não têm anormalidades clínicas ou laboratoriais (1, 4). Enquanto
indivíduos heterozigotos para mutação apresentam sinais e sintomas da RHT, apesar
de possuírem um alelo normal, tal fato pode ser explicado pelo Efeito Negativo
Dominante no qual os receptores mutados interferem na ação dos receptores normais,
múltiplos mecanismos moleculares explicariam tal efeito. As proteínas mutantes
podem inibir a ação da proteína nativa por competirem pela ligação ao TRE, fato
demonstrado por Nagaya e cols (7), observando mutações no DBD que impediam a
ligação ao DNA e por sua vez atenuavam a atividade dominante negativa. Outros
estudos demonstraram que o dímero TR nativo / TR mutado é inativo, e em mutantes
em que se impede a dimerização o efeito também é atenuado (2). Além disso, a
interação aos correpressores é mais intensa nos TRs mutados que tem o efeito negativo
dominante, que mesmo com a ligação do hormônio tal interação não se desfaz e a não
liberação do correpressor impede a ativação da maquinaria de transcrição basal nos
genes positivamente regulados pelo T3 (2, 5).
Um ponto que não foi totalmente esclarecido em nenhum dos estudos até o
momento, é a grande diferença entre o grau de resistência nos diversos tecidos e entre
indivíduos com a mesma mutação, tal fato deve acontecer devido à combinação de
múltiplos fatores tais como: a diferente distribuição das diversas isoformas entre os
vários tecidos, a ação dos co-ativadores e o ambiente da região promotora dos genes
regulados pelo T3, e até mesmo o Efeito Negativo Dominante tecido-específico (1).
A literatura não consegue estabelecer uma correlação clínico-molecular nesta
síndrome, ou seja, não consegue explicar os diversos sinais e sintomas apenas pelo
tipo de mutação e pela região do TR na qual ela se encontra. Mostrando que outros
elementos além do TR também são importantes para a correta ação do T3, outro fato
que corrobora essa hipótese é que 10 a 15% das famílias com todas as características da
23
síndrome não apresentam mutações no TR, mostrando que outro cofator de
transcrição provavelmente esta envolvido na gênese da RHT nessas familias (4, 8).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Yen PM 2001 Physiological and molecular basis of thyroid hormone action.
Physiol Rev 81:1097-1142
2. Barra GB, Velasco LF, Pessanha RP, Campos AM, Moura FN, Dias SM,
Polikarpov I, Ribeiro RC, Simeoni LA, Neves FA 2004 [Molecular mechanism
of thyroid hormone action]. Arq Bras Endocrinol Metabol 48:25-39
3. Ribeiro RC, Apriletti JW, Wagner RL, West BL, Feng W, Huber R, Kushner
PJ, Nilsson S, Scanlan T, Fletterick RJ, Schaufele F, Baxter JD 1998
Mechanisms of thyroid hormone action: insights from X-ray crystallographic
and functional studies. Recent Prog Horm Res 53:351-392; discussion 392-354
4. Refetoff S, Weiss RE, Usala SJ 1993 The syndromes of resistance to thyroid
hormone. Endocr Rev 14:348-399
5. Carvalho GA, Ramos HE 2004 [Thyroid hormone resistance syndrome]. Arq
Bras Endocrinol Metabol 48:83-92
6. Lado-Abeal J, Dumitrescu AM, Liao XH, Cohen RN, Pohlenz J, Weiss RE,
Lebrethon MC, Verloes A, Refetoff S 2005 A de novo mutation in an already
mutant nucleotide of the thyroid hormone receptor beta gene perpetuates
resistance to thyroid hormone. J Clin Endocrinol Metab 90:1760-1767
7. Nagaya T, Madison LD, Jameson JL 1992 Thyroid hormone receptor mutants
that cause resistance to thyroid hormone. Evidence for receptor competition for
DNA sequences in target genes. J Biol Chem 267:13014-13019
8. Reutrakul S, Sadow PM, Pannain S, Pohlenz J, Carvalho GA, Macchia PE,
Weiss RE, Refetoff S 2000 Search for abnormalities of nuclear corepressors,
coactivators, and a coregulator in families with resistance to thyroid hormone
without mutations in thyroid hormone receptor beta or alpha genes. J Clin
Endocrinol Metab 85:3609-3617
24
Artigo 1
25
A Brazilian Database of Resistance to Thyroid Hormone: identification of 17 new
cases and 6 novel mutations in the thyroid hormone receptor β
ββ
β gene
Maria Izabel Chiamolera, Léa M. Z. Maciel, Célia R. Nogueira, Gisah A. Carvalho,
Suemi Marui, Rodrigo Moreira, Gustavo L. R. Daré, Silvânia S. Teixeira, Denise
Perone, Sérgio A. Dib, Elizabeth X. Bianchini, Ângela M. Spínola e Castro, Ana P.
Carvalho, and Rui M. B. Maciel
Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP (MIC,SAD, EXB,AMSC,RMBM);
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP (LMZM,GLRD);
Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP (CRN,SST,DP); Faculdade de
Medicina, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR (GAC); Faculdade de Medicina, Universidade de São
Paulo, São Paulo, SP (SM); Instituto Estadual de Endocrinologia e Diabetes, Rio de Janeiro, RJ (RM, APC);
Hospital Geral de Bonsucesso, Rio de Janeiro, RJ (MA)
Correspondence: Rui M. B. Maciel, M.D., Ph.D.
Laboratory of Molecular Endocrinology, Division of Endocrinology, Department of Medicine,
Universidade Federal de São Paulo
Rua Pedro de Toledo 781, 12o. andar
04039-032 São Paulo, SP, Brazil
Phone: 55-11-5084-5231 e-mail: rmbmaciel-endo@pesquisa.epm.br
Running title: Brazilian database of RTH
Key Words: Resistance to thyroid hormone (TRH), Brazil, Thyroid Hormone Receptor Beta
(TRβ), Molecular Diagnosis, treatment, TRβ
mutations
26
Abstract
Resistance to Thyroid Hormone (RTH) is a disease inherited as an autossomal
dominant trait, which laboratorial findings include elevated thyroid hormone (TH)
and nonsuppressed thyrotropin (TSH) levels. RTH could be either relatively
asymptomatic or associated with thyrotoxic features. Until now, there is only one
Brazilian kindred described with RTH due to a mutation in the Thyroid Hormone
Receptor β (TRβ). The present study analyses additional 17 Brazilian patients with
typical laboratorial and clinical characteristics of RTH. The patients show higher
values of TSH and analogous values of free T4 when compared to previous described
patients in the literature. Tachycardia, goiter, attention-deficit/hyperactivity disorder
and learning disabilities were the main symptoms in our cases, but we also described a
coincident thyroid cancer. The patients were submitted to genetic analysis using direct
sequencing techniques. In 14 patients heterozygous single nucleotide substitutions in
TRβ were found, being 13 different missense mutations including 6 novel, one small
insertion and 2 patients without mutations in TRβ gene.
27
Introduction
Resistance to thyroid hormone (RTH) is a rare disease characterized by the
variable resistance of peripheral and pituitary tissues to the action of thyroid
hormones and is usually inherited as an autossomal dominant trait. The phenotype
presents characteristic of both hypo- and hyperthyroidism and the most common
clinical findings are goiter, tachycardia, attention-deficit hyperactivity disorder
(ADHD), learning disabilities and delayed bone age (1-3).
The most important laboratorial findings are the elevation of serum free
thyroxine (FT4) and free triiodothyronine (FT3) concentrations with the persistance of
normal or slightly elevated serum thyrotropin (TSH), in the absence of intercurrent
illness, use of drugs, or alterations of thyroid hormone (TH) transport serum proteins.
The suppressive effect of only higher doses of exogenous TH on the secretion of
pituitary TSH and on the metabolic responses in peripheral tissues is also of relevance
(1, 4).
RTH can be classified as Generalized Resistance to TH (GRTH), when the
patients are eumetabolic and maintain a near normal serum TSH concentration, or
selective Pituitary Resistance to TH (PRTH), when patients present restless or
tachycardia, appear to be hypermetabolic, and present high levels of TH and
nonsuppressed TSH (4).
The precise incidence of RTH is difficult to determine because most of the
current routine neonatal screening programs are based on the determination of TSH,
and RTH is rarely identified by this method (5). The literature shows the occurrence of
one case per 40,000 live births in a neonatal survey that employs T4 concentration (6).
Current published cases surpass 1,000 (4).
Familial occurrence of RTH has been documented in approximately 75% of
cases (4) and previous familiar studies showed that about 85% of the families
presented mutations in the thyroid hormone receptor (TR) ß gene, located on
28
chromosome 3 (7). The known mutations are positioned in three hot spots encoding
the Ligand-Binding Domain (LBD) of the receptor in the last exons of the gene (exons
7, 8, 9 and 10), the 12-helix of this domain formed a hydrophobic pocket where the T3
buried in. Consequently, the ability of the mutant proteins to bind T3 is moderately or
markedly reduced and their ability to activate or repress target gene expression is
impaired (1,4).
Until now there is only one Brazilian kindred described with RTH and
mutation in TRβ (8); in the present study we have analyzed 17 new patients from
centers throughout Brazil with RTH, in addition to the case already described, and
report a consolidated Brazilian database with molecular diagnosis of RHT, being 6
novel mutations.
29
Subject and Methods
Subjects
17 affected subjects were included in the study, 13 from the state of São Paulo, 2
from the state of Paraná and 2 from the state of Rio de Janeiro. All subjects had
classical clinical and laboratorial findings of RTH based in elevated levels of serum
iodothyronines with nonsuppressed TSH. Data of thyroid function tests were depicted
in Table 1.
Serum TSH, free T4, free T3, and thyroid antibodies were measured by similar
immunometric methods in the different centers presenting < 10% of intra- and
interassay coefficients of variation between them.
DNA extraction and sequencing
DNA from all subjects were submited to molecular diagnosis in one of the four
centers (Universidade Federal de São Paulo, Universidade Estadual Paulista,
Universidade de São Paulo-Ribeirão Preto and Universidade de São Paulo-São Paulo),
which used the same protocol for the identification of mutations in TRβ in patients
with RTH, reviewed and approved by the Ethical Committee of these Universities.
After written informed consent from patients, genomic DNA from peripheral-blood
lymphocytes was extracted by standard methods, using GFX Genomic Blood
Purification Kit®, following the manufacturer’s recommendations (Amersham
Biosciences, England).
Exons 7, 8, 9 and 10 were amplified by Polimerase Chain Reaction (PCR).
Reactions were performed employing 100 ng of genomic DNA in 25 µL volume,
containing 100 µmol/L of each deoxy-NTP, 0.75 mmol/L MgCl2, 1U Taq polymerase
(Invitrogen Life Technologies, Carlsbad, CA) and 30 pmol of the specific primer.
Primer sequences to search mutations were designed using the program PRIMER3
(free at http://compbio.epm.br/primer) (Table 2). Conditions to generate PCR products
30
were an initial phase of 5 min at 95C, followed by 30 cycles of 30 seconds at 95C, an
annealing step of 1 min at 60C, and an extension step of 1 min at 72C. PCR-products
were visualized in agarose gel with ethidium bromide.
The products of PCR were submitted to direct sequencing in both orientations,
using ABI Prism Big Dye Primer cycle-sequencing Kit with Amplitaq DNA
polymerase on the ABI 3100 sequencer (Perkin-Elmer Applied Biosystems).
31
Results
Hormone levels and clinical features
The results of thyroid function tests of the 17 new cases and the previous
described case, when off of drug therapy, are summarized in Table 1. They are 9
females and 9 males and the age of diagnosis ranged from 2 months to 63 years, with a
mean of 16 years. All patients exhibited biochemical abnormalities which are
characteristic of RTH, such as elevated concentrations of serum FT4 (mean 3.3 ng/dL,
range 2.0-6.4 ng/dL), and a failure to suppress TSH secretion (mean 5.9 mU/L, range
1.0–35.0 mU/L). 2/14 cases tested for the presence of thyroid antibodies were positive.
In 7 cases the presence of thyrotoxic symptoms led to the diagnosis, but 4 cases
had few clinical signs other than a goiter, and 4 had ADHD and learning disabilities.
One patient (patient 1) had laboratorial alterations observed during the neonatal
thyroid screening and his laboratorial data during the first year of life is showed in
Table 3. Two patients came to medical attention due to their difficulty to gain weight;
patient 2, for example, had her weight under the 3
th
percentile and height above the
10
th
percentile; patient 3 had a complaint of persistent high temperature.
In 15/17 cases the thyroid ultra-sound has revealed a goiter and 12/12 who were
submitted to pituitary MRI showed normal results.
Three of the patients have undergone unsuccessful radioiodine therapy to
ablate the thyroid. Six patients have undergone treatment with anti-thyroid drugs, and
or TRIAC, and or beta blocker. Four patients did not receive any kind of therapy.
Patient 1 received thyroid hormone in his first days of life but the treatment was
interrupted with six months, as showed at table 3. In one patient a partial
thyroidectomy was made, but the goiter has grown up again.
The mother of patient 6 was submitted to total thyroidectomy by a papillary
thyroid microcarcinoma.
32
Genetic studies. After the suspicious clinical diagnosis of RTH was confirmed
by thyroid function tests, an autosomal dominant mode of inheritance was
documented through direct sequence of DNA in 5 kindreds; 7 cases were clearly
sporadic, since both parents were unaffected. In the remaining 6 kindreds the
inheritance pattern could not be established because no other affected family members
were identified and one or both parents were not available for analyses.
In 16 cases the affected individuals were found to be heterozygous for a
mutation in the TRβ gene (Table 4), but in 2 cases (cases 1 and 9), despite the fact that
they presented clearly the diagnosis of RTH, we were unable to find any TRβ gene
mutations. Fifteen different mutations were identified, comprising 6 novel and 9
previously described (Figure 1).
Most of the mutations were single nucleotide substitutions resulting in a codon
change, and all of them are located in the Ligand Binding Domain (LBD), with the
exception of patient 17, who presents a small insertion of a Cytosine (C) in position
1644 that results in a frameshift mutation in codon 454 with a premature stop codon in
463 (Table 4). The mutation P453T appeared in 2 unrelated kindreds.
33
Discussion
RHT is a rare syndrome which main feature is an impairment of feedback
regulation within the pituitary-thyroid axis, manifested by elevated serum free thyroid
hormone concentrations, together with a nonsuppressed TSH level.
The objective of this study is to report a Brazilian consortium of patients with
RTH, collecting 17 new patients exhibiting the clinical and biochemical abnormalities
of the syndrome, occurring sporadically or in a dominantly inherited manner, and one
patient who has already been described (patient 18) (8). Sixteen out of the 18 cases
follow the present recommendations to confirm the diagnosis of RTH, which are
clinical findings suspicious of hyper or hypothyroidism, elevated levels of free T4 with
nonsuppressed TSH, and a positive genetic study of mutations in the Tgene (4). In
these 18 patients we identified 15 different mutations in the TRβ gene, being 6 of them
novel, but in two patients no mutations were found.
Our patients, similarly to what was described in the literature, presented wide
variable clinical manifestations with the presence or absence of thyrotoxic features,
goiter or ADHD and learning disabilities.
The mean TSH values of our patients was higher than other series (5.9 vs. 3.5
mU/L), but the mean free T4 is similar to the values presented in the literature (3,3
ng/dL or 42,5 pmol/L vs. 39 pmol/L) (9). Two patients had positive thyroid antibodies.
The mother of one of these patients, who also harbors mutation T277I, presented a
papillary thyroid microcarcinoma. The finding of coincident thyroid cancer and RTH
was already described (3, 10).
Most of the times these patients were misdiagnosed as having hyperthyroidism
and, in consequence, were submitted to several forms of treatment, as patients in other
series. Most of the patients neither need nor respond to any kind of used therapy (3, 4).
All the mutations found in our series were located at the LBD, as all the
mutations described in the literature, some of the were in aminoacids that made direct
34
contact with T3, and others, as mutations at the Prolines 452 and 453, were outside the
Binding Pocket formed by the 12 helix of LBD, and did not made direct contact with
T3 (Fig. 2).
The 8 mutations already described are P453A, P453T, R338W, R320L, A317T,
R438H, M310L, the insertion of a C in1644 position and M442T (8, 9, 11-15); with the
exception of M442T mutation, the remain had their molecular characteristics very well
described in the literature (table 4).
Our patient with R338W has been found, as most of the patients in the
literature with this mutation, with Pituitary RTH (PRTH). Several studies showed that
probably this mutation may tend to be associated with the phenotype of PRTH; this
mutant TR binds to T3 only 9% in relationship to wild type receptor (9, 16-18). The
mutations A317T, R320L, R438H, P453A and P453T had reduction of the affinity for T3
to 20%, 9%, 23%, 17% and 20% of the normal TRβ, respectively (9, 15, 18, 19).
The novel mutations were located in codons where other mutations have
already been described, except P452L. All the other mutations described in those
codons have variable phenotypes, both Pituitary RTH and Generalized RTH.
Moreover all mutations lost the affinity to T3 and some of them, as the mutation
T277A, also impaired cofactors recruitment (3, 9, 15,16,18, 20-22).
In the literature the mutation P453T is described as a common TRβ mutation
(23). In our series of patient this is the only one that occurred in more then one
kindred. Our series also presented one patient with the mutation R338W, that is also a
very frequent mutation described in the literature in more than 25 different families
(4).
The literature showed that 15% of families and 7% of cases presented RTH
without mutation in TBβ or α, in our database 11% of our patients did not present TRβ
mutationt, otherwise with classical clinical and laboratorial findings of RTH (4).
This is the first time that a Brazilian series of patients with RTH is described.
The frequent mutations P453T and R338W are also present in our population, as the
35
clinical and laboratorial characteristics of RTH. We also described 6 new mutations,
including the mutation P452L in a codon where no other mutation has been described
before.
36
References:
1. Refetoff S, Weiss RE, Usala SJ 1993 The syndromes of resistance to thyroid
hormone. Endocr Rev 14:348-399
2. Beck-Peccoz P, Chatterjee VK 1994 The variable clinical phenotype in thyroid
hormone resistance syndrome. Thyroid 4:225-232
3. Brucker-Davis F, Skarulis MC, Grace MB, Benichou J, Hauser P, Wiggs E,
Weintraub BD 1995 Genetic and clinical features of 42 kindreds with resistance to
thyroid hormone. The National Institutes of Health Prospective Study. Ann Intern
Med 123:572-583
4. Refetoff S 2004 chapter: 16A Resistance to Thryroid Hormone, in
www.thyroidmanager.org. In:
5. Weiss RE, Balzano S, Scherberg NH, Refetoff S 1990 Neonatal detection of
generalized resistance to thyroid hormone. Jama 264:2245-2250
6. Lafranchi SH, Snyder DB, Sesser DE, Skeels MR, Singh N, Brent GA, Nelson JC
2003 Follow-up of newborns with elevated screening T4 concentrations. J Pediatr
143:296-301
7. Lado-Abeal J, Dumitrescu AM, Liao XH, Cohen RN, Pohlenz J, Weiss RE,
Lebrethon MC, Verloes A, Refetoff S 2005 A de novo mutation in an already
mutant nucleotide of the thyroid hormone receptor beta gene perpetuates
resistance to thyroid hormone. J Clin Endocrinol Metab 90:1760-1767
8. Furlanetto TW, Kopp P, Peccin S, Gu WX, Jameson JL 2000 A novel mutation
(M310L) in the thyroid hormone receptor beta causing resistance to thyroid
hormone in a Brazilian kindred and a neonate. Mol Genet Metab 71:520-526
9. Adams M, Matthews C, Collingwood TN, Tone Y, Beck-Peccoz P, Chatterjee KK
1994 Genetic analysis of 29 kindreds with generalized and pituitary resistance to
thyroid hormone. Identification of thirteen novel mutations in the thyroid
hormone receptor beta gene. J Clin Invest 94:506-515
10. Taniyama M, Ishikawa N, Momotani N, Ito K, Ban Y 2001 Toxic multinodular
goitre in a patient with generalized resistance to thyroid hormone who harbours
the R429Q mutation in the thyroid hormone receptor beta gene. Clin Endocrinol
(Oxf) 54:121-124
11. Takeda K, Weiss RE, Refetoff S 1992 Rapid localization of mutations in the
thyroid hormone receptor-beta gene by denaturing gradient gel electrophoresis in
18 families with thyroid hormone resistance. J Clin Endocrinol Metab 74:712-719
12. Boothroyd CV, Teh BT, Hayward NK, Hickman PE, Ward GJ, Cameron DP 1991
Single base mutation in the hormone binding domain of the thyroid hormone
receptor beta gene in generalised thyroid hormone resistance demonstrated by
single stranded conformation polymorphism analysis. Biochem Biophys Res
Commun 178:606-612
13. Weiss RE, Weinberg M, Refetoff S 1993 Identical mutations in unrelated families
with generalized resistance to thyroid hormone occur in cytosine-guanine-rich
areas of the thyroid hormone receptor beta gene. Analysis of 15 families. J Clin
Invest 91:2408-2415
14. Bayer Y, Fasshauer M, Paschke R 2004 The novel missense mutation methionine
442 threonine in the thyroid hormone receptor beta causes thyroid hormone
resistance: a case report. Exp Clin Endocrinol Diabetes 112:95-97
15. Parrilla R, Mixson AJ, McPherson JA, McClaskey JH, Weintraub BD 1991
Characterization of seven novel mutations of the c-erbA beta gene in unrelated
37
kindreds with generalized thyroid hormone resistance. Evidence for two "hot
spot" regions of the ligand binding domain. J Clin Invest 88:2123-2130
16. Ando S, Nakamura H, Sasaki S, Nishiyama K, Kitahara A, Nagasawa S, Mikami
T, Natsume H, Genma R, Yoshimi T 1996 Introducing a point mutation identified
in a patient with pituitary resistance to thyroid hormone (Arg 338 to Trp) into
other mutant thyroid hormone receptors weakens their dominant negative
activities. J Endocrinol 151:293-300
17. Wan W, Farboud B, Privalsky ML 2005 Pituitary resistance to thyroid hormone
syndrome is associated with T3 receptor mutants that selectively impair beta2
isoform function. Mol Endocrinol 19:1529-1542
18. Collingwood TN, Adams M, Tone Y, Chatterjee VK 1994 Spectrum of
transcriptional, dimerization, and dominant negative properties of twenty
different mutant thyroid hormone beta-receptors in thyroid hormone resistance
syndrome. Mol Endocrinol 8:1262-1277
19. Aksoy DY, Gurlek A, Ringkananont U, Weiss RE, Refetoff S 2005 Resistance to
thyroid hormone associated with autoimmune thyroid disease in a Turkish family.
J Endocrinol Invest 28:379-383
20. Collingwood TN, Wagner R, Matthews CH, Clifton-Bligh RJ, Gurnell M,
Rajanayagam O, Agostini M, Fletterick RJ, Beck-Peccoz P, Reinhardt W, Binder
G, Ranke MB, Hermus A, Hesch RD, Lazarus J, Newrick P, Parfitt V, Raggatt P,
de Zegher F, Chatterjee VK 1998 A role for helix 3 of the TRbeta ligand-binding
domain in coactivator recruitment identified by characterization of a third cluster
of mutations in resistance to thyroid hormone. Embo J 17:4760-4770
21. Macchia E, Agostini M, Sarkissian G, Giorgilli G, Canale D, Scartabelli G,
Margotat A, Torresani J, Pinchera A 1998 Detection of a new de novo mutation at
codon 251 of exon 8 of thyroid hormone receptor beta gene in an Italian kindred
with resistance to thyroid hormone. J Endocrinol Invest 21:226-233
22. Mannavola D, Vannucchi G, Fugazzola L, Cerutti N, Persani L, Beck-Peccoz P
2002 Genetic analyses and evaluation of peripheral parameters of thyroid
hormone action for the differential diagnosis of RTH. A novel heterozygous
missense mutation (M334T) discovered. J Endocrinol Invest 25:RC4-6
23. Wu SY, Sadow PM, Refetoff S, Weiss RE 2005 Tissue responses to thyroid
hormone in a kindred with resistance to thyroid hormone harboring a commonly
occurring mutation in the thyroid hormone receptor beta gene (P453T). J Lab
Clin Med 146:85-94
38
TSH normal range: 0.45 a 4.5 mUI/L; Free T4 normal range: 0.7 a 1.5 ng/dL
;
Table 1. Clinical Characteristics and Hormone Data of Patients
All the informations were about the index case.
ADHD: Attention-deficit/Hyperactivity disorder; LD: Learning disabilities
neg: negative; pos: positive
US: Ultrasound; DG: Diffuse Goiter;
MRI: Magnetic Resonance Imaging
MTZ: Metimazol; PTU: Propylthiouracil PT: Partial Thyroidectomy, TH: thyroid hormone;
* case already published (4)
Patient Age Sex Initial Presentation TSH free T4 Antibodies Thyroid US Pituitary MRI Previous Treatment
1 2m M Lab Findings 3.5 2.6 neg - - TH
2 1y2m F Low weight 3.6 2.4 neg normal - none
3 1y2m M Low weight 3.7 3.9 neg DG - -
4 4y M ADHD + LD 3.8 2.2 neg DG normal none
5 4y M Tachycardia 3.9 6.4 neg DG - MTZ, β-Blocker, PT
6 5y M ADHD + LD 3.10 3.9 neg DG normal TRIAC
7 6y F Goiter 3.11 3.2 pos DG - -
8 9y F Goiter 3.12 2.6 neg DG normal MTZ
9 13y M ADHD + LD 3.13 2.0 neg normal normal -
10 13y M Tachycardia 3.14 2.5 neg DG normal none
11 17y F Tachycardia 3.15 2.4 pos DG normal MTZ
12 24y M Tachycardia 3.16 2.4 neg DG normal 131 Iodine
13 24y F Tachycardia 3.17 2.1 neg DG normal PTU
14 27y F Tachycardia 3.18 3.2 neg DG normal
MTZ, TRIAC, β-Blocker
15 29y M Goiter 3.19 2.5 neg DG normal 131 Iodine
16 56y F Goiter 3.20 6.0 neg DG normal None
17 63y F Tachycardia 3.21 3.1 neg DG normal 131 Iodine
18* 17y F ADHD + LD 3.22 5.2 neg DG - -
mean 16y - 3.23 3.3 - - - -
39
Tabela 2 – Primers to Amplify and Sequence Exons of TRβ
ββ
β
Primers designed using the program PRIMER3 (free at http://compbio.epm.br/primer)
TM: Temperature of Melting
60
°
cccaaataatccctcccaac
ggcctggaattggacaaag
10
60
°
agcaaaagctctttggatgc
ctggcatttttgcatttgtt
9
60
°
ttcctggaaactgatgaaac
gagggcctattaaagcaatgg
8
60
°
tcccaaggtgatgaggactg
gcatctgtgtgccttgtctc
7
TM
Primer antisense
Primer sense
Exon
40
TSH normal range: 0.45 a 4.5 mUI/L; Free T4 normal range: 0.7 a 1.5 ng/dL;
Table 3 – Laboratorial Evolution of patient 1
Patient 1 received LT4 until six months when was confirmed the diagnosis of RTH.
FT4 – Free Thyroxine; LT4 - Levothyroxine
Age FT4 TSH LT4
20 d 0.7 125.0 none
27 d 1.7 43.1 25
µ
g
02 m 3.3 3.1 25
µ
g
05 m 3.2 2.0 25
µ
g
06 m 3.7 5.9 25
µ
g
07 m 2.8 10.6 none
09 m 2.7 3.5 none
10 m 2.7 2.9 none
11 m 2.9 10.4 none
1 year 2.7 2.5 none
41
Tabela 4 – Genetic Analysis
Aminoacids Changes and Codon number, Presumed Mode of Inheritance, Aminoacids
Changes already published in each Codon and the reference of the mutations already
published. Ref. – is the reference of the mutation found in our series.
Sp: Sporadic, NK: Not Known, F: Familiar
* - mutation already published
Patient Codon Change Inheritance
Published Mutations in this Codon Ref.
1 none Sp
- -
2 R320G Sp R-H, R-L, R-C
-
3 A 317T* NK A-T
15
4 P453A* F P-T, P-A, P-S, P-H
9
5 P453T* Sp P-T, P-A, P-S, P-H
15
6 T277I F T-A
-
7 R320L* Sp R-H, R-L, R-C
9
8 R438H* F R-C, R-H
12
9 none Sp
- -
10 R338W* Sp R-W, R-L
13
11 P453T* NK P-T, P-A, P-S, P-H
15
12 A317V F A-T
-
13 M334L NK M-T, M-R
-
14 P452L Sp
- -
15 C1644i frsh 454 (stop463)* NK C1644i frsh 454 (stop463)*
11
16 M442T* NK M-V, M-T
14
17 G251V NK G-E
-
18* M310L* F
M-T, M-L, M-I
8
42
Figure 1 – The six novel mutations
Automated direct sequence analysis of the six novel TRβ mutants, showing
from left to right heterozygous alters codon 251 from Guanine (G) to Valine (V),
codon 277 Threonine (T) to Isoleucine (I), codon 317 Alanine (A) to Valine (V),
codon 320 Arginine (A) to Guanine (G), codon 334 Methionine (M) to Leucine
(L) and codon 452 Proline (P) to Leucine (L). The arrows shows the direction
of the sequence, almost all sense, except M334L with a antisense direction.
43
Figure 2 - Mutations positions in Thyroid Hormone Receptor Beta structure.
Each black box represents one Helix numbered above, the codon where
mutations are described in this paper are in red, with the respective wild type
aminoacid, the dots represent the aminoacids that are in contact with T3 inside
the binding pocket.
44
Artigo 2
45
A novel TRβ Mutation (P452L) in Resistance to Thyroid Hormone plays a
Critical Role in the Interaction with Corepressor and Coactivator
Maria Izabel Chiamolera, Rutnéia P. Pessanha, Gustavo B. Barra, Lucas Bleicher, Rosa
Paula M. Biscolla, Magnus R. Dias da Silva, Sérgio A. Dib, Gisah A. Carvalho, Igor
Polikarpov, Francisco A. R. Neves, and Rui M. B. Maciel
Laboratory of Molecular Endocrinology, Division of Endocrinology, Department of Medicine,
Escola Paulista de Medicina, Federal University of São Paulo, São Paulo, SP (MIC, RPMB,
MRDS, SAD, RMBM), Laboratory of Molecular Pharmacology, University of Brasília, Brasília,
DF (RPP, GBB, FARN), Institute of Physics of São Carlos, University of São Paulo, o Carlos,
SP (LB, IP) and Division of Endocrinology, Federal University of Paraná, Curitiba, PR (GAC),
Brazil
Correspondence: Rui M. B. Maciel, M.D., Ph.D.
Laboratory of Molecular Endocrinology, Division of Endocrinology, Department of
Medicine, Universidade Federal de São Paulo
Rua Pedro de Toledo 781, 12o. andar
04039-032 São Paulo, SP, Brazil
Phone: 55-11-5084-5231 e-mail: rmbmaciel-e[email protected]
Running title: TRβ’s Proline 452 and Cofactors.
Key Words: Thyroid hormone receptor, Resistance to thyroid hormones, mutation, P452L,
Coactivator, Helix-12.
46
Abstract
All mutations of Thyroid Hormone Receptor (TR) observed in Resistance to
Thyroid Hormone (RTH) are in the receptor’s ligand-binding domain (LBD). The 12
helixes of this domain form an hydrophobic pocket where the ligand is deeply buried.
Upon ligand binding, the carboxy-terminal (Helix 12) undergoes major conformational
changes, from a more open conformation to a closed one, resulting in dissociation of
corepressor and formation of a surface that may determine whether coactivators can
interact with TR, an essential requirement for TR transactivation function. In the present
study, we report and characterize three mutations of the TR
β
gene (P452L, A317V, and
M442T) in Brazilian patients with RTH using conventional molecular methods including
T3-binding assay, transient reporter gene transfection analysis in positive and negative
regulated gene, glutathione-S-transferase (GST) pull-down assay, EMSA and homology
modeling of the protein. At the luciferase assays, P452L exhibited a significant
transcriptional impairment in both positive (DR4 and F2) and negative regulated genes
(TRH) and did not recovered its transcriptional activity, even at supramaximal doses of
T3, in spite of the fact that T3 binding was not as strongly altered as the other two mutants.
In GST pull down assay, P452L failed to completely release the corepressor binding and
exhibited almost no binding to the coactivator. These P452L characteristics (fail to
transactivate reporter genes even at high doses of T3, to release corepressor and to interact
with coactivator when T3 binding was only moderately diminished) were very similar to
the known mutations at codon 453. Therefore, we suggest that both prolines could cause
the same effect in TR structure, disturbing the interactions with both coactivator and
corepressor not only by alteration in T3 binding, but mostly because both prolines may be
responsible for a hinge function of helix 12, allowing its movement into the body of the
LBD, inducing corepressor release and the formation of a coactivator interaction site.
47
Introduction
Resistance to Thyroid Hormone (RTH) is a dominantly inherited condition of
impaired tissue responsiveness to thyroid hormone (TH). It is biochemicaly characterized
by a nonsupressed TSH with elevated circulating T3 and T4 in patients with a great range
of clinical manifestations that could have either features of hypothyroidism or
hyperthyroidism, suggesting variable resistance in different tissues (1).
Genetic analysis had shown first a tight linkage between RTH syndrome and
Thyroid Hormone Receptor β (TRβ) and this observation has been extended by the
description of mutations in kindreds with RTH (2, 3). Since then, several missense,
nonsense and frame-shift mutations have been described and the studies of the functional
activity of the mutations have helped to built our knowledge about T structure and
function.
Thyroid Hormone Receptors (TR) alfa and beta are members of the nuclear
receptor superfamily of ligand-mediated transcription factors (4). TRα gene is located in
chromosome 17 and TRβ gene is located in chromosome 3. TRs are modular proteins,
sharing a similar domain organization with the other family members formed by an
amino-terminal domain, a central DNA-binding domain (DBD), a hinge region and a
carboxy-terminal Ligand Binding Domain (LBD) region. The TRβ’s LBD is where all the
mutations described in RHT are located. This region mediates hormone binding,
homodimerization, and heterodimerization with the retinoid X receptor (RXR) and
interaction with co-regulators such as corepressors and coactivators (5-7).
TRs modulate gene expression by binding specific DNA sequences, known as
thyroid response elements (TREs), found in the promoters of TR-regulated genes. TREs are
composed of repeats of the consensus half-site AGGTCA in a variety of different
orientations, including direct repeats spaced by four nucleotides (DR-4), inverted
palindromes (F2) and palindromes (5). TRs preferentially form heterodimers with the
retinoid X receptors (RXRs) although TR binds to DNA as either homodimers or
48
monomers (1), and the formation of homodimers or heterodimers with RXR is variable,
depending on the configuration of TRE and the presence of ligand (8).
The LBD forms a hydrophobic pocket where ligand is buried deep and upon ligand
binding, the carboxy-terminal region (Helix 12) undergoes major conformational changes,
from a more open conformation to a closed one, to promote dissociation of corepressors
such as N-CoR and SMRT and favor association of coactivators, including glucocorticoid
receptor interacting protein (GRIP) and steroid receptor activator (SRC) (9,10).
The coactivators modulate transcription activity by altering and disrupting the repressive
chromatin structure (13-16). In contrast, in the absence of T3, corepressors bind to TR to
mediate transcriptional silencing on positive TREs and they potentiate histone deacetylase
to repress the chromatin structure (12,15,16).
The molecular mechanisms which impair the function of TR mutants are reduced
binding affinity for T3 and/or the impaired interaction with one of the cofactors involved
in the mediation of TH effect (17,18). Therefore, these mutations spoil the transcriptional
properties of T (10). The identification of nuclear cofactors (co-activators and co-
repressors) elucidate part of the molecular pathophysiology of the RTH, since these
cofactors interact with distinct subdomains of thyroid receptors in a hormone-dependent
manner (as mentioned above) and influence their contact with the basal transcriptional
machinery (11, 19, 20). Moreover, RTH mutant receptor impairs the function of normal
TRs by a dominant negative mechanism that involves the formation of inactive dimers
between the mutant receptor and normal receptors which competes for DNA-binding sites
(21-24).
In this study, we described three patients with RTH disease. Patient 1 and 2
showed a novel heterozygous missence mutation each in the TRβ gene, resulting in a
substitution of a normal proline (CCC) by a mutant leucine (CTC) in codon 452 (P452L)
and an alanine (GCT) substitution by a valine (GTT) in codon 317 (A317V) respectively. In
patient 3 we observed a M442T mutation which was already described before (25). Using
TR1 functional assays and homology modeling, we demonstrated that P452L exhibited a
strongly impairment on the transcriptional activity in both positive and negative regulated
49
genes which is not regained even at supramaximal doses of T3, in spite of the fact that T3
binding was only modestly reduced. In addiction, in GST pull down assay, P452L failed to
completely release the corepressor binding and exhibited almost no binding to the
coactivators. These P452L characteristics were very similar to the known mutations at
codon 453. Therefore, we suggest that substitution of one of these prolines have the same
effect in TR structure, since it disturbs the interactions with both coactivator and
corepressor mostly because both prolines may affects the mobility of helix 12, allowing its
movement into the body of the LBD, inducing corepressor release and the formation of a
coactivator interaction surface.
50
Subjects and Methods
Subjects
We studied 3 Brazilian patients from apparently unrelated families with the
diagnosis of RTH who presented unequivocal history and biochemical findings of RTH,
showing elevated TSH levels in the presence of elevated serum TH (Table 1). The study
was performed under institutionally approved protocols and signed written informed
consents from all individuals who participated.
Patient 1 is a 27-year-old female who came to medical attention when she was 14
years old due to palpitations and a diffuse goiter. Laboratorial findings revealed an
elevated fT4 level (3.2 ng/dL), an inappropriate normal TSH level (4.0 mUI/L), a normal
TBG level, negative thyroid antibodies, and a normal pituitary on MRI. Treatment with
methimazole and Triac did not reduce her cardiac rate, but she has responded to
β
-
blockers. Her parents, healthy and nonconsanguineous and her only brother had normal
thyroid function (Table 1).
Patient 2 is a 24-year-old male who was misdiagnosed as having hyperthyroidism
when he was 12 years old and was treated with methimazole during 9 years, until a
physician suspected of RTH due to a high fT4 level (2.4 ng/dL) in the presence of an
inappropriate elevated TSH level (6.4 mUI/L) and a thyroid ultrasound showing a 60g
diffuse goiter. His mother has a goiter and elevated TSH (13.2 mUI/L) and fT4 levels (2.0
ng/dL), but the thyroid function of his father and sister was normal (Table 1).
Patient 3 is a 56-year-old female who had diffuse goiter, elevated fT4 levels (> 6
ng/dL), normal TSH levels (2.5 mUI/L), normal TBG and α subunit levels (2300 mg/L,
range 340-4000), normal response to the TRH test, and negative thyroid antibodies. Her
mother and one of her sisters, who had a previous history of an altered thyroid function
test, had normal thyroid function. Her father was already deceased at the time of the
present investigation and she does not have children, preventing the complete genetic
analysis of her family (Table 1).
51
TSH was measured by an immunofluorometric assay developed in our laboratory
with a normal range between 0.3 and 4.5 mU/L (26). Free T4 and free T3 were measured by
immunofluorimetric assays from Perkin-Elmer (normal values of 4.5-12
µ
g/dL and 0.6-1.5
ng/dl, respectively). Anti-thyroid peroxidase and anti-thyroglobulin antibodies were
measured by radioimmunoassays (BRAHMS, Germany) and TBG and α subunit of
glycoprotein hormones were measured by immunofluorimetric assays developed in our
laboratory (27, 28).
DNA analysis
A research protocol for the identification of mutations in TRβ in patients with RTH
was reviewed and approved by the Ethical Committee of the Federal University of São
Paulo. After written informed consent from patients and relatives, genomic DNA from
peripheral-blood lymphocytes was extracted by standard methods, using GFX Genomic
Blood Purification Kit
®
, following the manufacturer’s recommendations (Amersham
Biosciences, England).
The four exons (7, 8, 9 and 10) where the hot spot regions for mutations are located,
were amplified by Polimerase Chain Reaction (PCR). Reactions were performed
employing 100 ng of genomic DNA in 25 µL volume, containing 100 µmol/L of each
deoxy-NTP, 0.75 mmol/L MgCl2, 1U Taq polymerase (Invitrogen Life Technologies,
Carlsbad, CA) and 30 pmol of the specific primer. Primer sequences for searching
mutations were designed using the program PRIMER3 (http://compbio.epm.br/primer)
(Table 2). Conditions to generate PCR products were an initial phase of 5 min at 95C,
followed by 30 cycles of 30 s at 95C, an annealing step of 1 min (temperature in Table 2),
and an extension step of 1 min at 72C. PCR-products were visualized in an agarose gel
with ethidium bromide.
The products of PCRs were submitted to direct sequencing in both orientations,
using ABI Prism Big Dye Primer cycle-sequencing Kit with Amplitaq DNA polymerase
and ABI 3100 sequencer (Perkin-Elmer Applied Biosystems).
52
Functional Validation
Plasmids
Plasmids pCMX-hTRβ1 (containing promoters to CMV and T7, allowing
expression in mammalian cells and transcription and translating at in vitro system) and
pGEX-hTR
β
wild type were submitted to Site-Directed Mutagenesis using Quick Change
Site-Directed Mutagenesis Kit (Stratagene, La Jolla, CA, USA) and primers with the
appropriated nucleotide change for each mutation (Table 3). Sequences were reconfirmed
by DNA sequencing (10, 29). Plasmids pGEX were expressed in BL-21 competent cells (0.5
M isopropulthiogalactoside added at OD600=0,8,6 hours) and the extract was used for the
T3 binding assay, pCMX plasmids were used for in vitro transcription/translation and/or
for transient expression analysis.
Firefly luciferase reporter plasmids containing thyroid response elements, with two
copies of each TRE: DR4 (AGGTCAnnnnAGGTCA) or F2 (TGACCTnnnnnnAGGTCA)
cloned upstream from the minimal thymidine kinase (TK) promoter-driven luciferase gene
(LUC) (30). The TRH-LUC construct contains the human TRH promoter upstream of the
luciferase gene.
TR-binding assays
L-[3’-
125
I]Triiodothyronine (500 mCi/mg) was obtained from Amershan Biosciences
(United Kingdom). Hormone binding was carried out as described by Wagner et al (31) in
G-25 Sephadex column, and the T3-binding equilibrium dissociation constant (Kd) values
were calculated from the competition data using the Prism computer program (GraphPad
Software, Inc., San Diego, CA). The protein was obtained through the extract of
transformed BL21 competent cells.
53
Cell Culture and Transfection Assays
Human promonocyte U937 cells were grown in RPMI 1640 supplemented with
10% of newborn calf serum, penicillin 50 U/mL, streptomycin 50
µ
g/mL and glutamine 2
mM. For transfection assays, cells were collected by centrifugation and ressuspended in
transfection solution (0.5 mL/ 1.0 x 10
7
cells) containing PBS, 100 mM calcium and 0.1%
dextrose, transfection reactions contained 0,5 - 2,5 µg of the receptor plasmid (wild type
and mutants) and 4 µg of the luciferase reporter plasmid (DR4, F2 or the TRH promoter).
The cells were transferred to a cuvette and electroporated using a Gene Pulser II
Electroporation System Bio-Rad, US) at 0.300 mV, 0.950
µ
F. After that the cells were
transferred to fresh RPMI 1640 medium, plated in twelve-well plates and treated in
triplicates with ethanol or thyroid hormone (T3) at different concentrations for a dose-
response curve. For the study of the Dominant Negative Effect the cells were exposed to 1
µ
g or 5
µ
g of TR plasmid (wild type or mutant in 1:1 or 1:5 proportion) and 4
µ
g of
reporter plasmid (DR4 and F2), incubated with ethanol or T3 (10
-4
M). After 20 to 24 hours
of incubation at 37C, 5% CO
2
the cells were collected by centrifugation, lysed by the
addition of 150
µ
L 1x lyses buffer (Promega) and assayed for luciferase activity using
Luciferase Assay System (Promega, Madison, USA) and the luminescence was read at a
luminometer (LUMAT LB 9501, Berthold, Germany). All transfection experiments were
performed at least three times (32).
Electrophoretic Mobility Shift Assay (EMSA)
The protein used in the study of TR binding to TRE and the homo and
heterodimerization made by EMSA were in vitro transcripted and translated using pCMX
vectors (with TRβ, RXR and mutants cDNA) in a coupled transcription translation system
TNT
T4 Quick (Promega, Madison, WI, USA), with addition of cold or
35
S-labeled
methionine ([
35
S] met, DuPont). The efficiency of translation of
35
S-labeled methionine was
determined by sodium dodecyl sulfate gel electrophoresis.
Gel shift assays were performed by mixing 20 fmoles of radiolabeled TRs from
transcription translation system reaction with 10 ng of nonradiolabeled DR4 of F2
54
oligonucleotides and 1
µ
g nonspecific DNA poly dI-dC (Pharmacia LKB, Piscataway, NJ),
and incubated in a binding buffer with final concentration in the assay 10 mM NaPO4, 0.5
mM MgCl2, 20 mM NaCl, 0.25mM EDTA, 5% glycerol, 0.1%MTG (monothioglycerol) in a
25
µ
L final volume reaction. After 20 minutes at room temperature, the mixture was
loaded onto a 5% non-denaturing polyacrylamide gel that was previously run for 30 min
at 200 volts. To separate the TR-DNA complexes, the gel was run at 4C for 90-180 minutes
at 240 volts, using running buffer containing 6.7mM Tris-base (pH 7.5 for a 10x stock at
room temperature), 1mM EDTA and 3.3 mM sodium acetate. After running, the gel had
been extensively washed with 30% methanol and 10% glacial acetic acid, and amplified for
30 min (Amplifier, Amersham Pharmacia Biotech), dried, and exposed for
autoradiography. The gel shown is representative of at least 3 independent experiments
(33).
Glutathione-S-Transferase (GST) Assay
For these experiments full-lengths GRIP1 (563-1121), SRC1 (381-882) and SMRT
(987-1491) were prepared in E. coli strain BL21 as a fusion protein with glutathione-S-
transferase (GST) according to manufacturer’s protocol (Pharmacia Biotech). The binding
experiments were performed by mixing glutathione-linked Sepharose beads containing 10
µ
g of GST-coprotein fusion proteins (Coomasie Plus Protein Assay Reagent, Pierce) with 3
µ
L of the [
35
S]-labeled wild type or mutant h TRβ1 in 150
µ
L of binding buffer (20 mM
HEPES, 150 mM KCl, 25 mM MgCl2, 10% glycerol, 1 mM dithiothreiol, 0.2 mM
phenylmethylsulfonylfluoride, and protease inibithor) containing 2ng/
µ
L BSA for 2 h at
4C, with or without T3 10
4
M
-1
. Beads were washed three times with 1 ml of binding buffer
and heated to 100C for 3 min. Bound proteins were separated using 10% SDS-PAGE and
visualized by autoradiography. Binding was quantified by phosphorimaging using
ImageQuant/ Molecular Dynamics (30).
55
Computer Models
We have constructed computer models for the protein structure of the P452L
mutant using homology modeling. We have chosen the structure of hTRβ complexed with
GRIP1 (PDB code: 1BSX) as a template for model construction. GRIP1 is a coactivator of
about 160kDa which presents LXXLL motifs, which are recognized by nuclear receptors.
On this structure, the LBD domain of hTRβ was crystallized as a complex with an α-helix
of GRIP1, showing the interactions between the receptor and the LXXLL sequence, which
is common to a variety of coactivators.
We have produced 100 models with the Modeller program (34), which were
validated using the softwares Procheck (35, 36), Whatcheck (37) and Verify3D (38, 39). The
best model was selected using as criteria the lower value for Modeller’s energy function
and quality of the Ramachandran plot.
56
Results
Sequence Analysis
Sequencing exons 7-10 of TRβ gene of patients revealed that all three patients
present missense heterozygous mutations. Patient 1 revealed a novel mutation with a
substitution of a normal proline (CCC) by a mutant leucine (CTC) in codon 452 (P452L),
but her parents exhibited a normal DNA sequence; this is a de novo mutation because both
parents have a normal thyroid phenotype and absence of the TR
β
gene mutation identified
in Patient 1. Patient 2 also showed a novel mutation with a substitution of an alanine
(GCT) by a valine (GTT) in codon 317 (A317V), mutation also observed in his mother’s
DNA sequence. Patient 3 showed a substitution of a methionine (ATG) by a threonine
(ACG) in codon 442 (M442T); this mutation was already described in the literature, but
since there was no functional analysis, we have decided to include it in this study (25).
(Figure 1).
Functional Analysis
Firstly, we analyze the T3-binding dissociation coefficient (Kd) of the 3 mutants
expressed in BL-21 competent cells and compared them to wild-type TR (wt-TR
β
). The
results showed that all mutants have lower affinity to T3, when we compared to wild-type
TR. Consequently, the Kd values of wild-type TR (2.83 x 10
-10
) were lower than P452L (2.29
x 10
-9
M), A317V (3.61 x 10
-9
M) and M442T (9.23 x 10
-8
M).
Secondly, to study whether TRβ mutations modifies the ligand depended
transactivation function, we have examined TR’s abilities to modulate the transcription
activity in U937 cells. To performed this assay, we cotransfected TRβ expression vectors
encoding wt-TRβ or the mutant receptors (P452L, A317V or M442T) with a luciferase
reporter gene driven by DR-4, F2 elements or the Thyrotropin Releasing Hormone (TRH)
promoter, positive and negative regulated reporter genes respectively. Dose-response
experiments (Figure 2 and 3) showed that all three mutants lacked transcriptional
57
activation in the positive regulated elements, even in the presence of 10
-6
M T
3
. However,
at greater doses of T
3
, transcriptional activation varied among the mutants. In DR-4
response element, in spite of the fact that P452L exhibited the highest T3-binding affinity
when compared with A317V and M442T, P42L mutant, even at the highest concentration
of T
3
, did not reach the maximum response as was observed with A317V and M442T
(Figure 2). In F2 response element, the transcription activation property was lower in all
the mutants in spite of a higher T
3
concentration, but was worst at all in P452L (Figure 2).
Therefore, when compared to TRwt, the EC50 values of the three mutants were higher
(Table 3). Analyzing the negatively regulated promotor, TRH-LUC, all RTH mutants also
exhibited impaired T3-induced transcription repression, even at higher T3 doses (Figure 3
and Table 4).
Next we investigated the dominant negative effect of each RTH mutant and as we
can observe in Figure 4, P452L, A317V and M442T inhibited TR1wt transcription activity,
This phenomenon was more clearly at the ratio of 1:5 (wild type versus RTH mutant)
when the co-transfection of P452L, A317V and M442T reduced the TR1wt activity at ratio
1:1 and 1:5 to 62 / 41%, 81 / 51% and 56 / 40% in DR-4 and 41 / 29%, 48 / 33% and 29 / 44%
in F2 respectively.
Further, using gel mobility shift assays, we study the binding of the in vitro
synthesized wt-TR
β
and mutants to DNA at the TRE DR-4 and F2 . On DR-4 element all
three mutants exhibited a moderately reduced heterodimer formation. For mutants P452L
and A317V homodimer formation was also modestly diminished. The experiment using
F2 response element showed that only M442T mutation caused a discreet loss in
homodimer formation. As shown, on DR-4 element, the three RTH mutations slight
reduced the binding of TRs as homodimers and heterodimers. However, on F2, the
binding of RTH mutants homodimers and heterodimers were similar to TRwt, although
P452 binding as heterodimers were slightly increased.
As was already described by others groups, these results demonstrated that the
RTH mutants receptors differed in their ability to bind to DNA as homo or heterodimers
58
according with the type of TRE used, although this difference was small, since all of them
succeed to bind DNA as in homo or heterodimer (10) (Figure 5).
We also determined whether these mutations disturb TR interaction with co-
regulators, such as coactivators SRC and GRIP and corepressor SMRT. Using the GST-pull
down assay we observed that the T
3
-dependent dissociation of the corepressor SMRT from
all the three mutants was impaired in comparison to the wt-TRβ. In addition, P452L,
A317V and M442T were also unable to recruit coactivators as well as TR wild type,
although P452L mutation had the strongest effect since none interaction was observed
with both coactivators (Figure 6).
Finally, we have constructed computer models to analyze the interaction between
P452L mutant and the GRIP1 peptide, which should reflect the docking of the coactivator
on the mutated protein (Figure 7). It can be seen from this figure that the codon 452
appears just in the beginning of helix 12, upon which the coactivator should attach. The
change of a proline to a leucine in this region would turn that portion of helix 12 more
floppy, what could modify the direct contacts between the coactivator and the receptor
and impairs transactivation activity.
59
Discussion
All mutations of human TR observed in resistance to thyroid hormone defined to
date are in the receptor’s ligand-binding domain (LBD). In the present study, we first
report a novel RTH mutant, P452L, which is not capable to regulate transcription activity
in positive and negative promoter genes. Additionally, we demonstrated that the lack of
T3 response in the modulation of P452L transcriptional activity could be attributed mainly
because this mutation completely disrupted TR interaction with co-regulators, the
corepressor SMRT and the coactivators SRC and GRIP, in spite of fact that did not strongly
reduce T3 binding affinity. Consequently, P452L shows a similar T3-binding affinity to
A317V and better than M442T. However, in comparison to M442T and A317V, P452L
exhibits the lowest transactivation function in positive and negative response elements.
Different from A317V and M442T which disturb the hormone binding pocket, P452L
mutant is in a codon outside of the hydrophobic pocket, and is not in direct contact with
T3,
but is very close of the AF-2 sequence, a region highly conserved among many nuclear
receptors, which consists of hydrophobic and negatively charged residues, which may
form an amphipathic helix (constituted by a 9 amino acids at the extreme carboxyl
terminus of TRβ, within helix 12). The AF-2 domain is important for ligand-dependent
transcriptonal activation by other nuclear hormone receptors and could interact with co-
activators and co-repressors (5, 17, 31, 40), mutations in the AF-2 region display normal T3
binding, DNA binding, and heterodimerization but are transcriptionally inactive in the
presence of ligand probably because their inability to recruit coactivators (40).
No other mutants were described before at codon 452, but missense mutations
were reported in the adjacent 453 proline (that immediately precedes the AF-2 sequence)
and in 454 leucine (at the AF-2 domain). All the 453 mutants impaired activation of a
reporter gene, even in the presence of supramaximal T3 concentration, as we
demonstrated for P452L. Similar to P452L, the 453 and 454 mutants failed to release the co-
repressor and were unable to interact with the co-activator in the presence of T3, even
when T3 binding affinity were only mildly impaired (8, 17, 41). For this reason, it was
60
proposed that the codon 453 plays a critical role for corepressor release of the TR after
hormone binding, and that defeated dissociation independent of hormone occupancy is
one of the mechanisms of RTH in mutations located at this codon (17).
To further explain these phenomenon, Yoh at al (17) had proposed that the region
where codon 453 is located behaves as a hinge region, which permitted a C-terminal tail
(helix 12) of the receptor rotates from an exposed position in the absence of hormone to a
new position laid against the body of the receptor in the presence of hormone. Therefore,
mutations at this codon impaired this function (42). Indeed, the helix 12 acts as a dual
functional domain: after the binding of T3 promotes its conformational changes, the
corepressor is released and the coactivator is recruited.
Computer Modeling was not able to elucidate whether this mutation alters Helix
12 function, so further studies on TRs crystal structure will provide a better understanding
of the real role of proline 452 in the action of TR.
Reinforcing the importance of coactivator interaction in the negative regulation
transcription, Ortiga-Carvalho et al. recently described that the failure in repression of
negative regulated genes could be explained by the abolished interaction with the
coactivators and corepressors (43).
In conclusion, our three mutant TRβ receptors impaired essentially the
transactivation and the interaction with the coregulator. A317V and M442T modify the
binding pocket surface and impair T3 binding and P452L brings a new knowledge because
even though modestly reduces T3 binding affinity it almost abolish T3 transcription
regulation. We postulated, based in our findings with P452L (fail in the transactivation of
reporter genes positive and negative regulated, in release corepressor and interact with
coactivator even at high doses of T3) that the proline 452, as the proline 453, disturbs the
interaction with both co-activator and co-repressor, by disrupting the hinge function of
helix 12, not allowing this helix to settle in its right position. Probably P452L spoiled also
the properties of the AF-2 domain.
61
References:
1. Refetoff, S., R.E. Weiss, and S.J. Usala, The syndromes of resistance to thyroid
hormone. Endocr Rev, 1993. 14(3): p. 348-99.
2. Usala, S.J., et al., Tight linkage between the syndrome of generalized thyroid
hormone resistance and the human c-erbA beta gene. Mol Endocrinol, 1988. 2(12):
p. 1217-20.
3. Usala, S.J., et al., A base mutation of the C-erbA beta thyroid hormone receptor in a
kindred with generalized thyroid hormone resistance. Molecular heterogeneity in
two other kindreds. J Clin Invest, 1990. 85(1): p. 93-100.
4. Evans, R.M., The steroid and thyroid hormone receptor superfamily. Science, 1988.
240(4854): p. 889-95.
5. Yen, P.M., Physiological and molecular basis of thyroid hormone action. Physiol
Rev, 2001. 81(3): p. 1097-142.
6. Forman, B.M., et al., A domain containing leucine-zipper-like motifs mediate novel
in vivo interactions between the thyroid hormone and retinoic acid receptors. Mol
Endocrinol, 1989. 3(10): p. 1610-26.
7. Glass, C.K., Differential recognition of target genes by nuclear receptor monomers,
dimers, and heterodimers. Endocr Rev, 1994. 15(3): p. 391-407.
8. Collingwood, T.N., et al., Spectrum of transcriptional, dimerization, and dominant
negative properties of twenty different mutant thyroid hormone beta-receptors in
thyroid hormone resistance syndrome. Mol Endocrinol, 1994. 8(9): p. 1262-77.
9. Darimont, B.D., et al., Structure and specificity of nuclear receptor-coactivator
interactions. Genes Dev, 1998. 12(21): p. 3343-56.
10. Feng, W., et al., Hormone-dependent coactivator binding to a hydrophobic cleft on
nuclear receptors. Science, 1998. 280(5370): p. 1747-9.
11. Ogryzko, V.V., et al., The transcriptional coactivators p300 and CBP are histone
acetyltransferases. Cell, 1996.
87
(5): p. 953-9.
12. Monden, T., et al., Leucine at codon 428 in the ninth heptad of thyroid hormone
receptor beta1 is necessary for interactions with the transcriptional cofactors and
functions regardless of dimer formations. Thyroid, 2003. 13(5): p. 427-35.
13. Onate, S.A., et al., Sequence and characterization of a coactivator for the steroid
hormone receptor superfamily. Science, 1995. 270(5240): p. 1354-7.
14. Hong, H., et al., GRIP1, a novel mouse protein that serves as a transcriptional
coactivator in yeast for the hormone binding domains of steroid receptors. Proc
Natl Acad Sci U S A, 1996. 93(10): p. 4948-52.
15. Urnov, F.D., et al., Targeting of N-CoR and histone deacetylase 3 by the
oncoprotein v-erbA yields a chromatin infrastructure-dependent transcriptional
repression pathway. Embo J, 2000. 19(15): p. 4074-90.
16. Chen, J.D. and R.M. Evans, A transcriptional co-repressor that interacts with
nuclear hormone receptors. Nature, 1995. 377(6548): p. 454-7.
17. Yoh, S.M., V.K. Chatterjee, and M.L. Privalsky, Thyroid hormone resistance
syndrome manifests as an aberrant interaction between mutant T3 receptors and
transcriptional corepressors. Mol Endocrinol, 1997. 11(4): p. 470-80.
62
18. Liu, Y., et al., Lack of coactivator interaction can be a mechanism for dominant
negative activity by mutant thyroid hormone receptors. Endocrinology, 1998.
139(10): p. 4197-204.
19. Nakajima, T., et al., Analysis of a cAMP-responsive activator reveals a two-
component mechanism for transcriptional induction via signal-dependent factors.
Genes Dev, 1997. 11(6): p. 738-47.
20. Nagy, L., et al., Nuclear receptor repression mediated by a complex containing
SMRT, mSin3A, and histone deacetylase. Cell, 1997. 89(3): p. 373-80.
21. Sakurai, A., et al., Dominant negative transcriptional regulation by a mutant
thyroid hormone receptor-beta in a family with generalized resistance to thyroid
hormone. Mol Endocrinol, 1990. 4(12): p. 1988-94.
22. Chatterjee, V.K., et al., Thyroid hormone resistance syndrome. Inhibition of normal
receptor function by mutant thyroid hormone receptors. J Clin Invest, 1991.
87
(6):
p. 1977-84.
23. Jameson, J.L., Mechanisms by which thyroid hormone receptor mutations cause
clinical syndromes of resistance to thyroid hormone. Thyroid, 1994. 4(4): p. 485-
92.
24. Kopp, P., K. Kitajima, and J.L. Jameson, Syndrome of resistance to thyroid
hormone: insights into thyroid hormone action. Proc Soc Exp Biol Med, 1996.
211(1): p. 49-61.
25. Bayer, Y., M. Fasshauer, and R. Paschke, The novel missense mutation methionine
442 threonine in the thyroid hormone receptor beta causes thyroid hormone
resistance: a case report. Exp Clin Endocrinol Diabetes, 2004. 112(2): p. 95-7.
26. Vieira JGH, Kunii IS, Nishida SK, Matsumura LK, Russo EMK, Maciel RMB 1992
Development and application of an immunofluorimetric method for the
determination of thyrotropin in sera and filter paper. Arq Bras Endocrinol Metab
36:7-12
27. Vieira JGH, Tachibana TT, Obara LH, Nishida SK, Lombardi MT, Maciel RMB
2002 Development of an immunofluorometric assay for thyroxine-binding globulin
(TBG) and its application in cases of protein deficiency. J Bras Patol 38:255-260
28. Vieira JGH, Noguti KO, Macedo CD, Abucham J, Nishida SK, Weffort RVB,
Kasamatsu TS. Development of na immunometric assay for the measurement of
subunit of glucoprotein hormones. Arq Bras Endocrinol Metab 1993; 37: 69-74
29. Umesono, K., et al., Direct repeats as selective response elements for the thyroid
hormone, retinoic acid, and vitamin D3 receptors. Cell, 1991. 65(7): p. 1255-66.
30. Ding, X.F., et al., Nuclear receptor-binding sites of coactivators glucocorticoid
receptor interacting protein 1 (GRIP1) and steroid receptor coactivator 1 (SRC-1):
multiple motifs with different binding specificities. Mol Endocrinol, 1998. 12(2): p.
302-13.
31. Wagner, R.L., et al., Hormone selectivity in thyroid hormone receptors. Mol
Endocrinol, 2001. 15(3): p. 398-410.
32. Ribeiro RC, Feng W, Wagner RL, Costa CH, Pereira AC, Apriletti JW, Fletterick
RJ, Baxter JD. Definition of the surface in the thyroid hormone receptor ligand
binding domain for association as homodimers and heterodimers with retinoid X
receptor.J Biol Chem. 2001, 276(18):14987-95.
63
33. Ribeiro, R.C., et al., Heterodimerization and deoxyribonucleic acid-binding
properties of a retinoid X receptor-related factor. Endocrinology, 1994. 135(5):
2076-85.
34. Sali A, Blundell TL 1993 Comparative protein modelling by satisfaction of spatial
restraints. J Mol Biol 234:779-815
35. Laskowski RA, MacArthur MW, Moss DS, Thornton JM 1993 PROCHECK: a
program to check the stereochemical quality of protein structures. J Appl Cryst
26:283-291
36. Morris AL, MacArthur MW, Hutchinson EG, Thornton JM 1992 Stereochemical
quality of protein structure coordinates. Proteins 12:345-364
37. Hooft RWW, Vriend G, Sander C, Abola EE 1996 Errors in protein structures.
Nature 381:272
38. Bowie JU, Luthy R, Eisenberg D 1991 A method to identify protein sequences that
fold into a known three-dimensional structure. Science 253:164-170
39. Luthy R, Bowie JU, Eisenberg D 1992 Assessment of protein models with three-
dimensional profiles. Nature 356:83-85
40. Tone, Y., et al., Functional analysis of a transactivation domain in the thyroid
hormone beta receptor. J Biol Chem, 1994. 269(49): p. 31157-61.
41. Zavacki, A.M., et al., Dominant negative inhibition by mutant thyroid hormone
receptors is thyroid hormone response element and receptor isoform specific. Mol
Endocrinol, 1993. 7(10): p. 1319-30.
42. Wagner, R.L., et al., A structural role for hormone in the thyroid hormone receptor.
Nature, 1995. 378(6558): p. 690-7.
43. Ortiga-Carvalho, T.M., et al., Negative regulation by thyroid hormone receptor
requires an intact coactivator-binding surface. J Clin Invest, 2005. 115(9): p. 2517-
23.
64
Table 1: Laboratorial and Clinical Characteristics of the patients.
65
Table 2: Intronic primers used to perform the PCR reactions for amplification of the hot
spot exons of TR, this primers were designed using the program PRIMER3 (free at
http://compbio.epm.br/primer), and the melting temperatures (TM) used for each assay.
66
Table 3: Primers and melting temperature (TM) used to construct the mutant plamids,
they were designed following the specifications of Stratagene™ for use it’s Quick Change
Site-Directed Mutagenesis Kit™.
67
Table 4: Comparation of Transcriptional capacity of the three TRβ mutants.
EC50 represent the T3 concentration required for half-maximal receptor activity in the
transient transfection assay. The values, as the curve in figure 2, were calculaded using
GraphPad Prism Version 3 (GraphPad Software Inc.)
68
Figure 1: The direct sequencing of PCR products of the three mutations demonstrating a
Citosine (C) to Timine (T) change resulting in a alteration of aminoacid Proline to
Threonine at codon 452 (P452L) in patient 1, again a change from C to T promotes a
transition of the aminoacid Alanine to Valine at codon 317 (A317V) in patient 2 and a T to
C transition leads to a cheange of a Metionine to a Threonine at codon 442 (M442T) a in
patient 3. All the three mutations were found in heterozigoses.
69
Figure 2: T3 –Dependent Activity of Wild Type and Mutant Receptors on DR-4 and F2
TREs. U937 cells were cotransfected with WT or mutant TRβ expression plasmids and
with the reporter luciferase costruct. Hormone-dependent activation in response to
increasing amounts of T3 were expressed as fold T3 inductions obtained with each amount
of T3. The data shown is the mean of five separate experiments, each done in triplicate.
70
Figure 3: Negative Regulated Gene - U937 cells were cotransfected with WT or mutant
TRβ expression plasmids together with the reporter luciferase costruct containing the
promoter region of Thyrotropin Release Hormone (TRH). Hormone-dependent repression
in response to increasing amounts of T3 were expressed as a percentage of the maximum
WT receptor response. The data shown is the mean of three separate experiments, each
done in triplicate.
71
Figure 4: Dominant Negative Effect (DNE) – The U-937 cells were transfected to 1 µg or 5
µ
g of TR plasmid (wild type or mutant in 1:1 or 1:5 proportion) and 4
µ
g of reporter
plasmid (DR4 and F2), incubated with ethanol or T3 (10-4M). In the graphics it´s possible
to see that all the mutants have the DNE in both TRE, and especially in 1:5 wild type and
mutant ratio.
72
Figure 5: Gel Mobility Shift Assays Showing Homodimer (Ho) and Heterodimer (He)
formation on DR-4 and F2 TRE in the presence or absence of RXR receptors. TNT, negative
control from the reticulocyte lysate system, TNT T4 Quick ™(Promega, Madison, WI,
USA); WT, wild type receptor. All other lanes contain mutants receptor as indicated. The
experiments show a discreet reduction in interaction as Ho of A317V and P452L in DR4,
but in general all the mutants have na interaction as in Ho as in He with both TRE used in
these experiments.
73
a
b
Figure 6 (a and b): GST Pull-Down Assay for analyse the interaction of the TRs with
corepressor SMRT and coactivators SRC and GRIP. The part a shows the binding assay
analyzed by autoradiography after separation using 10% SDS-PAGE. The first lane
indicated the INPUT (33% of the amount used in the reaction) of each TR. The part b
shows a graphic analysis of the quantification of the bands by phosphorimaging using
ImageQuant/ Molecular Dynamics. The experiment shows the lack of interaction of P452L
with the two coactivators, SRC and GRIP. In addition the three mutants did not dissociate
from corepressors SMRT in T3 presence.
[10
-
5
]
74
a b
Figure 7a and b: Computer model
Model for hTRβ wild type (a) and P452L (b) and a peptide from coactivator GRIP1. In the
Wild Type TRβ, Helix 12 is colored in green, the proline in light blue and GRIP1 peptide in
red. In the P452L model helix 12 is colored in red, the mutant leucine in yellow and the
GRIP1 peptide is shown in yellow.
P452
GRIP1
75
Capítulo do Livro
“Resistência aos hormônios da tiróide”
76
Resistência aos Hormônios da Tiróide, capítulo do livro Endocrinologia, editado por
Mário J. A. Saad, Rui M. B. Maciel e Berenice B. Mendonça, editora Atheneu, 2007
Maria Izabel Chiamolera
Médica da Disciplina de Endocrinologia, Departamento de Medicina, Escola Paulista
de Medicina, Universidade Federal de São Paulo
Gisah Amaral de Carvalho
Professora Adjunta, Disciplina de Endocrinologia, Faculdade de Medicina,
Universidade Federal do Paraná
Introdução
O conceito de Resistência Hormonal foi introduzido por Fuller Albright e col.
em 1937, com a descrição do pseudohipoparatiroidismo, Albright propôs que as
alterações no pseudohipoparatiroidismo ocorreriam devido a uma falha do órgão alvo
em responder a ação hormonal e não à deficiência do hormônio, teoria esta usada
também para explicar o fenômeno de galos que apresentavam características
femininas, com a hipótese de Resistência Androgênica. Todas estas alterações
estimularam muitos trabalhos que estudavam as vias de ação hormonais, construindo
assim o conhecimento que hoje temos dos hormônios e seus mecanismos de ação. (1)
A primeira descrição da Síndrome de Resistência aos Hormônios Tirodianos
(RHT) foi feita em 1967 por Samuel Refetoff e cols., os autores descreveram dois
irmãos que apresentavam bócio, surdo-mudez e atraso da idade óssea, o quadro
laboratorial revelava elevados níveis de hormônios tiroidianos, contrastando com os
sinais clássicos de hipotiroidismo. Posteriormente, foram relatados vários casos, que
descreveram uma grande gama de sinais e sintomas, tanto de hipotiroidismo como de
77
tirotoxicose. Contudo, classicamente, a RHT distingue-se das demais alterações
tiroidianas por suas alterações bioquímicas, apresentando níveis elevados de
Hormônios Tiroidianos (HT) (T3 e T4), concomitantemente com níveis
inapropriadamente normais ou elevados de TSH, na ausência de fatores de
interferência (doenças agudas, drogas ou alterações nas proteínas de ligação dos HT),
demonstrando com tal quadro laboratorial uma insensibilidade dos tecidos àão
destes hormônios, que, inclusive, não respondem às suas doses suprafisiológicas. A
RHT costuma ser classificada em Resistência Generalisada aos Hormônios Tiroidianos
(RGHT), na qual os indivíduos são eumetabólicos e aparentemente o defeito é
compensado pelo excesso do hormônio tiroidiano; e a Resistência Hipofisária aos
Hormônios Tiroidianos (RHHT), na qual os pacientes são hipermetabólicos
(hiperativos e taquicárdicos). A Resistência Periférica aos Hormônios Tiroidianos é
motivo de controvérsia, sendo que somente um paciente foi descrito na literatura. (2)
O mais provável é que tanto a RGHT quanto a RHHT não sejam entidades separadas e
sim espectros da mesma síndrome. (1)
A RHT é uma síndrome clínica rara, sua incidência precisa é desconhecida,
podemos estimar sua prevalência em 1 para 40.000 recém-nascidos (3). Mais de 1000
indivíduos com a síndrome já foram descritos, provenientes de cerca de 250 famílias, o
padrão de herança é autossômico dominante (com exceção da primeira família descrita
que apresentava um padrão de herança recessivo), e uma parte dos casos são “de
novo”, ou esporádicos (cerca de 22%), nos quais a família do indivíduo não
apresentava nenhuma alteração. (1, 4)
A fisiopatogênese da síndrome foi motivo de muita controvérsia, mesmo
porque o completo entendimento dos mecanismos de ação do HT é um fato
relativamente recente. Na década de 60, Tata e colaboradores sugeriram que a ação do
HT estaria ligada à regulação da transcrição gênica, posteriormente os grupos de
Oppheinheimer e Samuels demonstraram, através do uso de hormônio marcado, a
ligação nuclear específica do hormônio tiroidiano nos tecidos dependentes deste,
78
sendo esta a primeira evidência da existência dos receptores nucleares. Mas foi
somente após a clonagem dos receptores dos glucocorticóides e do estrógeno
(1985/1986), detectando uma família de receptores nucleares, que a real existência
destes receptores foi corroborada, culminando, em 1986, com a clonagem do Receptor
dos Hormônios Tiroidianos (TR) pelos laboratórios de Evans e Vennstrom, iniciando a
era molecular dos estudos sobre a ação do hormônio tiroidiano. (5)
Em 1988, Usala e colaboradores descreveram através de técnicas de estudo
genético a ligação entre a RHT e o gene que codifica o receptor beta dos HT (TRβ),
após esta descrição e até os dias atuais 122 mutações no TRβ foram descritas, com 46
ocorrendo em mais de uma família, como a mutação no aminoácido 338 (R338W) que
foi descrita em 23 famílias não relacionadas. (1) Até o momento não foram descritas
associações da síndrome com mutações em qualquer dos outros elementos conhecidos
envolvidos na ação do HT, embora 15 a 20% dos indivíduos com diagnóstico de RHT
não apresentem mutações no TRβ. (6)
Contudo, uma nova síndrome com transmissão ligada ao X e correlacionada a
mutações no MCT8 (transportador do hormônio tiroidiano) foi descrita, apresentando
condições laboratoriais semelhantes (TSH inapropriado para um T3 elevado, com T4
baixo) e quadro neurológico grave. (7, 8)
79
Mecanismo de Ação do Hormônio Tiroidiano e Mecanismo Molecular da RHT
Mecanismo De Ação Do Hormônio Tiroidiano
Até recentemente acreditava-se que o hormônio tiroidiano entrava na célula
através de um processo de difusão passiva concentração dependente após desligar-se
de suas proteínas transportadoras, contudo, várias classes de transportadores de
iodotironinas transmembranicos foram identificadas recentemente, e a teoria do
transporte passivo vem sendo cada vez mais questionada. Sugere-se que o
polipeptídeo transportador de anions orgânicos Oatp14 (Slc21a14) seja importante
para a passagem do T4 da circulação sanguínea para o cérebro, uma vez que é
altamente expresso nas células endoteliais capilares. O transportador do
monocarboxilato (MCT8, Slc16a2) foi identificado como um transportador do
hormônio tiroidiano muito ativo e específico, altamente expresso no cérebro e em
outros tecidos responsivos ao hormônio tiroidiano (9). A análise genética de crianças
(meninos, uma vez que a herança é ligada ao X) com mutações no MCT8 mostrou
quantidades anormais de hormônios tirodianos séricos (T4 livre e total baixos, T3 livre
e total elevados e TSH normal ou elevado) associado a quadro neurológico grave,
semelhante aquele observado em condições de extrema deficiência de iodo (7, 8).
Uma vez dentro da célula a ação do HT é essencialmente exercida através da
interação com seus receptores nucleares (TRs), (fig. 1) como já foi mencionado.
Entretanto, ações não genômicas do HT foram descritas, contudo a significância
biológica destas ações não é bem entendida em muitos casos. (10)
Desde meados dos anos 80 foram clonados e identificados dois diferentes TRs,
alfa e beta, codificados por dois diferentes genes respectivamente no cromossomo 17 e
3. Cada um desses genes codifica várias isoformas das proteínas através de splincing
alternativo. O TR pertence à superfamília dos receptores nucleares, a mesma dos
receptores dos esteróide, da vitamina D, do ácido retinóico, das prostaglandinas e de
outros receptores órfãos (para os quais não ligantes conhecidos). Por pertencer a
80
esta família o TR guarda grande similaridade estrutural com seus membros, contando
três principais domínios: o amino-terminal, o de ligação ao DNA (DBD) e o de ligação
ao ligante (LBD) (fig.2). (5)
O domínio amino-terminal possui uma função de ativação transcricional
independente do ligante, denominada função de ativação 1 (AF-1), contudo a
importância desta função para o TR ainda não é totalmente conhecida. (5)
O DBD tem como principal função a ligação ao DNA, situa-se na porção central
do receptor e é organizado por dois segmentos estruturais conhecidos como dedos de
zinco, cada um composto por quatro cisteínas coordenadas com íons zinco, existem
neste domínio pontos de ligação aos DNA (as regiões P-box e A-box), e pontos de
heterodimerização (T-box e D-box), principalmente com o receptor do retinóide X
(RXR). (11)
O LBD localiza-se na região carboxi-terminal, possui funções variadas como a
homo e a heterodimerização do receptor, a localização nuclear, a dissociação das “heat
shock proteins”, a interação com proteínas corepressoras e co-ativadoras e a repressão
basal do TR sem o ligante. Mas, provavelmente, a função primordial é exercida
quando ocorre a interação com o hormônio e por conseqüência ocorre a ativação da
transcrição dos genes positivamente regulados pelo T3, pois o LBD possui uma
superfície que faz contato com o hormônio, e que é fundamental para a ativação
transcricional, essa região é denominada função de ativação 2 (AF-2). Após a ligação
do hormônio essa região passa a interagir com os co-ativadores e recrutar a
maquinaria de transcrição. Estruturalmente o LBD se organiza como uma bolsa
hidrofóbica na qual o ligante se insere profundamente, esta bolsa é formada por 12 alfa
hélices formando uma superfície hidrofóbica, com a ligação do hormônio ocorre uma
modificação na conformação da cavidade, a hélice 12, a mais carboxi-terminal, se
movimenta, fechando a cavidade, liberando os corepressores e expondo sítios de
interação com proteínas co-ativadoras. (5, 11)
81
O TR, como foi visto, age como um fator de transcrição dependente do T3 e
atua ligando-se a seqüências específicas no DNA denominadas elementos responsivos
aos hormônios tiroidianos (TRE), que estão localizados na região promotora dos genes
alvos, tais seqüências possuem duas cópias imperfeitas de um hexanucleotídeo
(AGGTCA), que podem estar arranjadas em diferentes orientações e com
espaçamentos diversos (fig. 3). O TR liga-se ao TRE de diversas formas, podendo atuar
como monômeros (somente um TR), homodímeros (TR-TR) ou heterodímeros com o
receptor do retinóide X (RXR) (TR-RXR). A formação dos heterodímeros de TR-RXR
aumenta a ligação do receptor ao DNA e estimula a transcrição gênica. (12)
Quando dissociado do T3 o TR está localizado principalmente no núcleo, em
solução ou ligado aos TREs no DNA, e ao receptor associam-se proteínas conhecidas
como corepressoras, que atuam reprimindo a transcrição gênica em genes
positivamente regulados pelo T3, ou ativam a transcrição em genes negativamente
regulados (como é o caso do gene do TSH) (fig. 4). Quando ocorre a ligação do
hormônio ao receptor essa associação se desfaz, com a presença do hormônio
tiroidiano a hélice 12 encontra-se aberta, com a ligação do T3 a hélice se dobra sobre o
TR e expõem sítios de ligação aos co-ativadores e promove o desligamento dos
corepressores, proteínas coativadoras são recrutadas para estimular a transcrição do
gene alvo (fig. 5). (5, 11)
Os corepressores são capazes de interagir com o TR na ausência de T3, tanto
em solução como quando o TR está ligado aos seus TREs, os principais corepressores
para o TR são o NcoR (do inglês Nuclear Receptor Correpressor) e o SMRT ( do inglês
silencing mediator of retinoic acid and thyroid hormone receptor). Esses corepressores
são capazes de interagir com outros repressores formando um complexo de
corepressores, onde cada componente parece ter a sua própria importância. (11)
Por outro lado, os co-ativadores não são específicos, podendo associar-se com
vários outros membros da superfamília dos receptores nucleares. O TR interage com
os co-ativadores da família p160 (proteínas com 160kD), que tem como principais
82
componentes as seguintes proteínas: co-ativadores de receptores esteróides 1 (SRC-1
ou NCoA1), fator transcricional intermediário 2 (TIF2, GRIP1, SRC-2 ou NCoA2), e o
ativador dos receptores de hormônio tiroidiano e do ácido retinóico (ACTR, pCIP,
AIB1, RAC3, TRAM-1, SRC-3 ou NCoA3). (5, 11)
Mecanismo Molecular da RHT
Na Síndrome de Resistência aos Hormônios Tiroidianos 80 a 85% dos
indivíduos possuem mutações no TRβ, enquanto nenhuma mutação foi descrita no
TRα. A maioria ocorreu em três regiões hot spot (ou Clusters) no domínio de ligação
ao ligante (LBD) entre os exons 8 e 10, o maior número são de mutações missense
(substituição de um único nucleotídeo), mas também foram descritas mutações
nonsense (substituição de um único nucleotídeo gerando um ponto de parada
prematuro), deleções e inserções. (13)
As mutações levam principalmente a uma diminuição ou a uma abolição da
afinidade do T3 ao TR, conseqüentemente o corepressor não é totalmente liberado e a
transcrição do gene alvo não é ativada. Em alguns casos, a afinidade com o T3 não é
tão afetada a ponto de explicar a alteração na liberação dos corepressores e no
recrutamento dos co-ativadores, nesses casos, provavelmente, existam outros defeitos
estruturais nos sítios de ligação destas proteínas que justifiquem tais alterações, como,
por exemplo, falha na interação com co-ativadores. (5, 11, 13)
O padrão de herança é autossômico dominante sendo que em uma
família o padrão foi recessivo, nessa família foi descrita uma deleção de toda a
sequência codante do TR
β
, esses indivíduos apresentavam as características
bioquímicas típicas de RHT além de surdo-mudez e visão monocromática, o quadro se
explica pela complexa perda do gene que é necessário para a maturação coclear e o
desenvovimento do cone fotoreceptor que media a visão para a cor (1). Indivíduos
heterozigotos que expressam somente um alelo do gene do TRβ não têm
anormalidades clínicas ou laboratoriais (fig. 6). (1, 5)
83
Levando-se em conta que a herança da síndrome é preferencialmente
autossômica dominante, qual o papel do alelo normal nesta síndrome? O que parece é
que os receptores mutados interferem na ação dos receptores normais, no chamado
Efeito Negativo Dominante, e provavelmente múltiplos mecanismos moleculares
explicariam tal efeito. As proteínas mutantes podem inibir a ação da proteína nativa
por competirem pela ligação ao TRE, fato demonstrado por Nagaya e cols. (14)
Observando mutações no DBD que impediam a ligação ao DNA e por sua vez
atenuavam a atividade dominante negativa. Outros estudos demonstraram que o
dímero TR nativo / TR mutado é inativo, e em mutantes em que se impede a
dimerização o efeito também é atenuado (11). Além disso, a interação aos
correpressores é mais intensa nos TRs que tem esse efeito, que mesmo com a ligação
do hormônio tal interação não se desfaz e a não liberação do co-repressor impede a
ativação da maquinaria de transcrição basal nos genes positivamente regulados pelo
T3. (5, 11)
Um ponto que não foi totalmente esclarecido em nenhum dos estudos até o
momento, é a grande diferença entre o grau de resistência nos diversos tecidos e entre
indivíduos com a mesma mutação, tal fato deve acontecer devido à combinação de
múltiplos fatores tais como: a diferente distribuição das diversas isoformas entre os
vários tecidos, a ação dos co-ativadores e o ambiente da região promotora dos genes
regulados pelo T3, e até mesmo o Efeito Negativo Dominante tecido-específico.
Portanto, não é surpreendente que a literatura não consiga estabelecer uma
correlação clínico-molecular nesta síndrome, ou seja, não consiga explicar os diversos
sinais e sintomas apenas pelo tipo de mutação e pela região do TR na qual ela se
encontra. Mostrando que outros elementos além do TR também são importantes para
a correta ação do T3, outro fato que corrobora essa hipótese é que 10 a 15% das
famílias com todas as características da síndrome não apresentam mutações no TR,
mostrando que outro cofator de transcrição provavelmente esta envolvido na gênese
da RHT nessas familias. (1, 6)
84
Fisiopatologia da Síndrome de RHT
A falha de função do receptor do HT leva a uma diminuição no feedback do T3
sobre o TSH resultando na persistente secreção do TSH e conseqüentemente
estimulando a produção e secreção de hormônio tiroidiano (fig. 7).
A resposta do eixo hipotálamo-hipofisário não sofre alteração na RHT, a
hipófise produz um TSH imunologicamente idêntico ao TSH sérico de indivíduos
normais, e não contém um excesso da subunidade alfa, contudo o TSH da RHT parece
ter uma maior atividade biológica in vitro, o que poderia explicar que com níveis
normais de TSH tais indivíduos apresentem bócio e níveis elevados de HT. (15)
Várias das características clínicas da síndrome podem ser sinais de privação de
HT durante o desenvolvimento, e a gravidade dos sintomas tem relação com a
expressão do alelo mutado (e possivelmente de outros co-fatores) nos diversos tecidos,
como por exemplo: no tecido cardíaco que predominantemente expressa TR alfa, que
não apresenta mutações conhecidas até o momento, o que explica a grande incidência
de taquicardia nos pacientes com RHT.
O estudo de tecido tiroidiano obtido através de biopsia ou cirurgia demonstrou
variados graus de hiperplasia do epitélio folicular, a espécime podendo ser descrita
como tecido tiroidiano normal, bócio adenomatoso ou bócio colóide. (1) Pouco pode
ser dito sobre achados patológicos nos tecidos pelo pequeno número de dados de
autopsias disponíveis dos indivíduos com RHT. Metacromasia em fibroblastos pode
ser encontrada em pacientes com RHT assim como naqueles com Mixedema por
hipotiroidismo, contudo nos pacientes com RHT a metacromasia não desaparece nem
mesmo com o tratamento. (16)
85
Quadro Clínico
Não existem sintomas que sejam patognomônicos da síndrome e o seu
diagnóstico geralmente ocorre após a detecção de níveis elevados de HT na presença
de TSH não suprimido em paciente que procuram ajuda médica por bócio, transtornos
de hiperatividade e atenção, atraso no desenvolvimento ou taquicardia sinusal.
Atualmente, crianças têm sido diagnosticadas através das rotinas de triagem neonatal
de hipotiroidismo congênito que utilizam TSH e T4 (3) e através da análise de DNA
daquelas que possuem um dos genitores sabidamente afetados. Muitos adultos
assintomáticos são diagnosticados por alterações em exames tiroidianos pedidos como
rotina em “check ups”. (17) (fig. 8)
Devido à variabilidade da resistência nos diversos tecidos em um mesmo
indivíduo podem coexistir sintomas de hiper e hipotiroidismo, contudo na maioria
dos casos descritos até o momento os pacientes não tratados mantinham seu estado
metabólico normal apesar dos altos níveis de hormônios tirodianos. Em pacientes
tratados erroneamente por hipertiroidismo os sintomas de hipotiroidismo ficam mais
evidentes, e em crianças tal erro diagnóstico pode causar piora no retardo de
crescimento e desenvolvimento. (1,17) (tabela 1)
Quanto aos sinais clínicos deve-se destacar a alta freqüência de aparecimento
do bócio, algumas vezes detectado somente ao exame ultra-sonográfico. O cio é em
geral difuso, entretanto alterações de ecotextura ou nódulos podem ser visto com mais
freqüência naqueles bócios que já foram submetidos à cirurgia. Além disso, um caso
foi descrito com uma progressão pouco usual, em a paciente que iniciou o quadro com
um bócio difuso e RHT predominantemente hipofisária tal bócio evoluiu para um
bócio multinodular com hormônios tiroidianos normais e TSH suprimido,
possivelmente resultado da estimulação crônica pelo TSH. (25)
Outro sintoma freqüente é a taquicardia sinusal, mesmo ao repouso, muitas
vezes é o sintoma que leva o paciente a procurar auxilio médico e é também o sintoma
86
que leva ao diagnóstico equivocado de tireotoxicose. Estudando o envolvimento
cardíaco observou-se que os indivíduos com RHT e sinais cardíacos tinham média de
idade, freqüência cardíaca e níveis hormonais mais elevados, e o relaxamento
diastólico menor, sendo que os demais parâmetros cardíacos não mostraram grandes
alterações. (26) Em animais transgênicos além da hipertrofia miocárdica pouco efeito
na estrutura ou função cardíaca foi relatado. (27)
A análise do Reflexo Aquileu mostra um tempo de relaxamento normal ou
levemente prolongado.
Algum grau de transtorno de aprendizagem ou déficit de atenção pode ser
encontrado em praticamente metade dos pacientes estudados, mas retardo mental
mais grave é mais raro como podemos ver na tabela 1. O atraso no crescimento parece
ter relação com a função mental comprometida, aparecendo raramente como evento
isolado (4%). Transtorno de hiperatividade e déficit de atenção têm uma alta
prevelência entre os indivíduos com RHT, contudo o inverso não se comprova, pois
entre as crianças hiperativas estudadas, a ocorrência da RHT é rara. (1)
As crianças com RHT têm um peso ao nascer menor que as crianças sem a
doença, a maturação óssea é retardada, como é esperado no hipotiroidismo, desde o
período pré-natal até a vida adulta, sendo que os adultos também têm altura menor
que os indivíduos controles. (28)
Hipertiroidismo congênito, um estado hipermetabólico na infância, foi relatado
em uma família em associação com infertilidade secundária materna, sendo que o
tratamento com propiltiouracil surtiu efeito inicialmente no neonato que evoluiu
clinicamente eutiroideo. (29)
Em uma paciente com RHT estudada durante a gestação viu-se que os níveis de
hormônio tiroidiano elevaram-se em paralelo com o aumento do hCG atingindo seu
pico com 12 semanas, quando os níveis de TSH ficaram suprimidos (transitoriamente),
posteriormente os níveis de hormônios tiroidianos reduziram progressivamente com
redução dos sintomas (náusea e vômitos). (30) Em um outro caso descrito de gestante
87
com RHT, a paciente foi submetida durante a gestação a tratamento com TRIAC,
portanto não há uma avaliação de seus níveis hormonais durante a gestação. (31)
Vários sintomas descritos em alguns pacientes não podem ser explicados pelas
alterações hormonais, tais como escapula alada, anormalidades vertebrais, peito de
pombo, fácies de passarinho, craniosinostose, quarto metacarpo curto, prurido de
Besnier, ictiose congênita, atrofia macular. Em uma família com deleção do TRb todos
os três membros afetados tinham surdo-mudez, mostrando o envolvimento do TR na
audição. (1)
O curso da doença assim como a sua apresentação pode ser variável, alguns
dos indivíduos têm seu desenvolvimento normal, enquanto outros apresentam atraso
mental e no desenvovimento, Através do estudo de ratos transgênicos demonstrou-se
que a gravidade da doença diminue com o passar dos anos. (17)
88
Diagnóstico
A condição essencial para o diagnóstico da RHT é a presença de elevação dos
hormônios T3 e T4 na presença de TSH não suprimido (inadequamente normal ou
elevado), deve-se, contudo excluir condições que propiciem o aparecimento de
elevação de hormônios tiroidianos sem a conseqüente supressão do TSH que são:
alterações nas proteínas transportadoras dos hormônios tiroidianos (na RHT os níveis
de TBG e das outras proteínas carregadoras é normal), drogas e presença de
anticorpos que podem interferir nos ensaios hormonais.(1, 13)
Os níveis séricos de T3 e T4 variam, inclusive no mesmo indivíduo com o
passar do tempo, podendo se elevar desde discretamente até muitas vezes acima do
limite superior de normalidade, contudo a elevação dos dois hormônios é semelhante,
resultando em uma relação T3 para T4 normal pois a conversão extratireoidiana de T4
para T3 é normal. O T3 reverso também é elevado nestes pacientes, e os níveis da
tiroglobulina sérica tendem, também, a serem elevados refletindo a hiperatividade da
tiróide induzida pelo TSH. (1, 17) (tabela 2)
O TSH está inapropriadamente normal ou elevado, mas não com valores muito
acima do limite da normalidade (tabela 2) e, também, habitualmente preserva a sua
resposta ao TRH, algumas vezes inclusive com resposta exagerada. Valores acima de
10 mU/L e resposta exagerada ao TRH podem aparecer em indivíduos que receberam
qualquer terapia na tentativa de reduzir o hormônio tiroidiano. A atividade biológica
do TSH está normal ou aumentada e a concentração da sua sub-unidade alfa não é
desproporcionalmente elevada, contrastando com a relação sub-unidade alfa/TSH que
está elevada nos tumores produtores de TSH, um dos principais diagnósticos
diferenciais desta síndrome. (18) (tabela 3)
89
foram descritos casos de co-existência de tiroidite auto-imune e RHT, nestes casos
observa-se a presença de anticorpos. (19, 20)
A captação de iodo pela glândula encontra-se aumentada, o iodo
aparentemente é organificado normalmente, sendo que o teste do perclorato é normal.
(1, 17)
Na tentativa de mensurar o status metabólico destes pacientes é possível
utilizar a dosagem de uma série elementos que tem relação com as respostas biológicas
à ação dos hormônios, como: a Taxa Metabólica Basal, colesterol sérico, caroteno,
triglicérides, creatinoquinase, fosfatase alcalina, enzima conversora da angiotensina
(ECA), globulina ligadora de hormônio sexual (SHBG), ferritina e osteocalcina, todos
os quais devem estar dentro dos parâmetros normais. Excreção urinária de magnésio,
hidroxiprolina, creatina, creatinina, carnitina e AMP cíclico todos deveriam estar
elevados na tirotoxicose, contudo, estão normais ou levemente diminuídos na RHT,
mostrando um defeito da ação do hormônio tiroidiano. (1)
O HT em doses elevadas pode suprimir a secreção do TSH e, eventualmente,
abolir a resposta do TSH ao TRH. A quantidade de HT necessária para tal efeito varia
de indivíduo para indivíduo, variando também a efetividade do T3 e do T4. A
diminuição da secreção do TSH é acompanhada, como seria esperado, pela diminuição
da captação intratiroidiana de iodo, outros parâmetros analisados frente a doses
suprafisiológicas de HT mostraram pouca ou nenhuma alteração, tais como: gasto
metabólico basal, freqüência cardíaca, reflexos, colesterol, enzimas, osteocalcina e
SHBG, excreção urinária de hidroxiprolina, creatina e carnitina. È importante ressaltar
que aparentemente longe de causar um efeito catabólico nos indivíduos as doses altas
de HT (doses muita vezes maiores que 1000 mcg/dia de T4 e 400 mcg/dia de T3)
levaram a um efeito anabólico, aumentando a velocidade de crescimento e acelerando
a maturação óssea. (21)
90
O protocolo cssico de supressão com HT utiliza doses crescentes de L-T3
numa seqüência de três doses, uma primeira de reposição de 50 mcg/dia e duas
suprafisiológicas de 100 e 200 mcg/dia. O hormônio é admnistrado em duas doses
diárias, e o incremento de dose é feito a cada três dias. Em crianças e adultos fora do
peso padrão a dose é ajustada para manter o mesmo nível sérico de T3. A preferência
pelo T3 se deve a seu efeito direto nos tecidos sobrepondo potenciais defeitos no
transporte ou no metabolismo do T4, além do seu início mais rápido, e a curta duração
de sua ação o que encurta tanto o período de avaliação quanto a duração de possíveis
efeitos colaterais. (22, 23)
Outras substâncias além do T3 e do T4 podem alterar o padrão de resposta
hormonal nos indivíduos com RHT, o TRIAC (ácido triiodo-tiroacético) produz
resposta atenuada nos pacientes, os glicocorticóides produzem reduzida resposta do
TSH ao TRH e diminuição nos níveis séricos de T4, drogas agonistas (L-dopa e
bromocriptina) e antagonistas (domperidona) dopaminérgicas não tem resposta
alterada na RHT, indicando que o efeito inibitório da dopamina sobre o TSH está
intacto. Drogas antitiroidianas controlam os níveis de HT, mas provocam importante
aumento no TSH. Beta-bloqueadores causam uma significativa redução na freqüência
cardíaca. (1)
Metade dos pacientes diagnosticados na infância ou adolescência apresenta
atraso da idade óssea, contudo a maioria consegue adquirir sua estatura alvo normal.
A ressonância magnética de sela não deve mostrar tumores, contudo já foi relatado
aumento da hipófise nos casos de terapia inadequada, revertido após o tratamento
com doses suprafisiólogicas de levotiroxina. (24), assim como, casos de incidentaloma
hipofisário, que podem ocorrer em 10% dos indivíduos da população normal.
Além do tumor hipofisário produtor de TSH (TSHoma) (figura), outros
diagnósticos diferenciais da RHT incluem todas as possíveis causas de
91
hipertiroxinemia, tais como: elevação nos níveis de globulina ligadora de tiroxina
(TBG), doenças não tiroidianas, drogas, alterações das deiodases, anticorpos contra os
hormônios (HT ou TSH). (4)
Quando suspeita-se do diagnóstico de RHT, uma forma mais fácil de proceder
a investigação é realizar teste de função tiroidiana em parentes de primeiro grau do
indivíduo afetado (pais e irmãos), encontrar o mesmo padrão clínico e laboratorial nos
familiares é forte indicação de RHT, uma vez que o TSHoma não apresenta história de
herança genética. (1, 17)
Uma vez estabelecido o diagnóstico de RHT, o teste genético pode ser realizado
no caso índice, e sendo identificada uma mutação, o rastreamento desta pode ser mais
sensível que o rastreamento do fenótipo, devido à natureza variável do mesmo na
RHT. Este rastreamento pode ser útil por eliminar a necessidade de tratamentos
errôneos, ou por permitir o tratamento adequado (inclusive de fetos) e um adequado
aconselhamento genético da família, além de ser mais econômico por afastar a
necessidade de realização de testes hormonais extensos ou exames por imagem caros.
(17)
Levando em conta tudo que foi relatado até o momento temos que para o
adequado diagnóstico da RHT deve-se proceder da seguinte forma:
1. Frente a níveis séricos elevados de T3 e T4 com TSH inapropriadamente não
suprimido deve-se confirmar os resultado e excluir defeitos de transporte dos
HT ou interferência por anticorpos nos ensaios;
2. Buscar pelas mesmas alterações laboratoriais nos familiares;
3. Em casos esporádicos, excluir a presença do TSHoma, através da medida da
subunidade alfa sérica;
4. Realizar teste de supressão com T3 em doses suprafisológicas;
92
5. Análise genética. (1, 17)
A falha diagnóstica em diferenciar uma simples tirotoxicose de uma RHT tem
levado ao tratamento errado de cerca de um terço dos pacientes , portanto deve-se
prestar muita atenção a casos com elevação de HT sem a adequada supressão do
TSH.(1)
93
Tratamento
Até o momento, não existe tratamento específico para a correção do defeito
primário da RHT. Felizmente a maioria dos pacientes permanece eumetabólico, apesar
do excesso de HT na circulação, tal fato deve ocorrer por haver uma compensação
adequada ao aumento do HT endógeno, portanto tais pacientes não necessitam de
tratamento. (1, 17)
A grande vantagem da realização do teste genético é orientar as famílias e
identificar precocemente aqueles indivíduos da família portadores da RHT, e naquelas
famílias com histórico de retardo mental e no desenvolvimento instituir a terapêutica
adequada prontamente.
Alguns indivíduos mostram tecidos periféricos mais resistentes, com sinais e
sintomas de hipotiroidismo estes indivíduos devem ser tratados com doses
suprafisiológicas de HT, notadamente aqueles indivíduos que por diagnóstico errôneo
desenvolveram hipotiroidismo pós-cirúrgico ou pós-radioiodo. O TSH pode ser um
bom parâmetro para o tratamento, assim como o estado catabólico, em crianças o
controle deverá ser rigoroso em relação ao crescimento, maturação óssea e
desenvolvimento mental, sendo que a velocidade de crescimento e a idade óssea
podem ser bons parâmetros de seguimento, as doses podem chegar a 1000 mcg/dia de
T4. (32)
Podemos resumir da seguinte maneira as indicações de tratamento com T4,
especialmente em crianças:
1. TSH acima do limite superior da normalidade;
2. Sinais ou sintomas de hipotiroidismo;
3. Atraso de idade óssea;
4. Redução na velocidade de crescimento e ganho de peso;
94
5. História de convulsão;
6. História familiar prévia de atraso de desenvolvimento e retardo mental. (1, 32)
Naqueles pacientes em que a resistência é predominantemente hipofisária e os
sintomas que prevalecem são os de tirotoxicose também podem necessitar de terapia.
Drogas para tratamento dos sintomas como os agentes bloqueadores beta-
adrenérgicos, preferencialmente Atenolol, normalmente são suficientes. O tratamento
com drogas antitiroidianas ou a ablação tiroidiana levam ao aumento do TSH e podem
resultar na hiperplasia dos tirotrofos. O desenvolvimento de tumores hipofisários,
mesmo após longos períodos de hiperexcitação do tirotrofo, é extremamente raro. (1,
32, 33)
O tratamento com L-T3 pode melhorar os sintomas de hiperatividade e déficit
de atenção em crianças com RHT (34). O ácido triiodotiroacético (TRIAC) tem com
sucesso na redução dos níveis séricos de TSH e de HT para reduzir o tamanho do
bócio e melhorar alguns sintomas secundários ao excesso de HT nos tecidos
periféricos. O ácido triiodotiroacético suprime o TSH sem aumentar o efeito
tiromimético nos tecidos periféricos, isto se deve à sua maior afinidade pelo TR beta e
não pelo TR alfa quando comparado com T3, e a degradação mais rápida. A D-T4
possui efeito semelhante ao TRIAC, porém o seu mecanismo de ação ainda não é
compreendido (32, 35, 36).
Recentemente foi demonstrado que doses suprafisiológicas de L-T3, em dose única
e dias alternados foi um tratamento bem sucedido na redução do tamanho do bócio,
com grandes benefícios estéticos e sem causar grandes efeitos colaterais. As doses de
L-3 devem ser ajustadas até que TSH e Tiroglobulina estejam suprimidas e a redução
do bócio seja observada. (37)
95
A ocorrência de doenças tiroidanas comuns como hipotiroidismo e hipertiroidismo
em pacientes com RHT alteram de maneira significativa a abordagem diagnóstica e
terapêutica, a abordagem nestes casos especialmente nos casos de Doença de Graves é
a normalização do TSH sérico. (32, 17)
A grande incidência de aborto e baixo peso ao nascimento de crianças normais
nascidas de mães com RHT foi recentemente relatada. (38) Contudo, a literatura não é
unânime em afirmar o quanto a intervenção durante a gestação é apropriada.
Recentemente foi descrito um caso em que o TRIAC foi utilizado para reduzir o
tamanho do bócio de um feto que foi constatada uma mutação no TR beta. O
tratamento foi bem sucedido na redução do tamanho do bócio, contudo pode-se
contestar a necessidade de realização de tantas cordocenteses e a segurança por não
haver disponível conhecimento sobre o transporte transplacentário e o metabolismo
fetal do TRIAC. (39) Numa gestante com RHT os níveis elevados de HT podem ser
necessários para um feto com RHT, mas podem ser deletérios para um feto sem a
mutação, e uma mãe normal pode não fornecer quantidade de hormônio suficiente
para um feto com RHT. De qualquer maneira, os poucos dados na literatura mostram
que nenhum destes fetos, sejam afetados ou não pela RHT, apresentam morbidades.
Mais estudos devem ser feitos para melhor definir a conduta em tal situação mas
pode-se definir que as gestantes devem ser observada cuidadosamente durante a
gestação e deve-se evitar que os valores de TSH se reduzam. (40, 41)
As drogas dopaminérgicas e análogos da somatostatina não têm indicação formal
para o tratamento da RHT, estudos mostraram que administração crônica dos
análogos da somatostatina não apresentaram resultados benéficos em pacientes com
RHT. (32, 42) Contudo um estudo da literatura mostrou que o uso da Quinagolida em
associação com metimazol ajudou a normalizar as dosagens séricas de T3 e TSH. (43)
Contudo com somente um estudo não há base para estabelecer tal conduta.
96
O estudo da estrutura do receptor normal e dos receptores mutantes trará
possivelmente tratamentos específicos para a síndrome, com compostos que
interagirão especificamente com os receptores mutados, eliminando o efeito
dominante negativo, não interagindo com o TR alfa, e portanto não estimulando nem
sendo deletérias para o coração. Sendo que algumas drogas já foram descritas com
com boas ações in vitro específicas para o TR beta ou alguns de seus mutantes: GC-1,
KB-141 e um novo ligante baseado na tiazolidinediona AH-9. (17, 44, 45)
97
Referências
1. Refetoff S. Chapter 16D. Resistance to Thyroid Hormone. September 28, 2004.
www.thyroidmanager.org. e em Werner and Ingbar's The Thyroid: A Fundamental
and Clinical Text. Braverman, L.E., and Utiger, R.E, (eds.), LIppincott, Williams
and Wilkins, Philadelphia, PA., 2005.
2. Kaplan MM, Swartz SL, Larsen PR. Partial peripheral resistance to thyroid
hormone. Am J Med. 1981; 70:1115-1121.
3. Lafranchi SH, Snyder DB, Sesser DE, Skeels MR, Singh N, Brent GA, Nelson JC.
Follow-up of newborns with elevated screening T4 concentrations. J Pediatr. 2003;
143(3):296-301.
4. Refetoff S, Weiss RE, Usala S. The syndromes of resistance to thyroid hormone.
Endocr Rev 1993;14:348-9
5. Yen PM. Physiological and molecular basis of thyroid hormone action. Physiol Rev
2001;81:1097-142.
6. Reutrakul S, Sadow PM, Pannain S, Pohlenz J, Carvalho GA, Macchia PE, Weiss
RE, Refetoff S. Search for abnormalities of nuclear corepressors, coactivators, and a
coregulator in families with resistance to thyroid hormone without mutations in
thyroid hormone receptor beta or alpha genes. J Clin Endocrinol Metab. 2000;
85(10):3609-17.
7. Dumitrescu AM, Liao XH, Best TB, Brockmann K, Refetoff S. A novel syndrome
combining thyroid and neurological abnormalities is associated with mutations in
a monocarboxylate transporter gene. Am J Hum Genet. 2004; 74(1):168-75.
8. Friesema EC, Grueters A, Biebermann H, Krude H, von Moers A, Reeser M, Barrett
TG, Mancilla EE, Svensson J, Kester MH, Kuiper GG, Balkassmi S, Uitterlinden AG,
Koehrle J, Rodien P, Halestrap AP, Visser TJ. Association between mutations in a
thyroid hormone transporter and severe X-linked psychomotor retardation. Lancet.
2004; 16;364(9443):1435-7.
98
9. Friesema EC, Ganguly S, Abdalla A, Manning Fox JE, Halestrap AP, Visser TJ.
Identification of monocarboxylate transporter 8 as a specific thyroid hormone
transporter. J Biol Chem. 2003; 10;278(41):40128-35.
10. Davis PJ, Davis FB. Nongenomic actions of thyroid hormone. Thyroid 1996; 6:497-
504.
11. Barra GB, Velasco LF, Pessanha RP, Campos AM, Moura FN, Dias SM, Polikarpov
I, Ribeiro RC, Simeoni LA, Neves FA. Molecular mechanism of thyroid hormone
action. Arq Bras Endocrinol Metabol. 2004; 48(1):25-39.
12. Ribeiro RCJ, Apriletti JW, Wagner RL, West BL, Feng W, Huber R, et al.
Mechanisms of Thyroid Hormone Action: Insights from X-ray Crystallographic
and Functional Studies. Recent Prog Horm Res 1998; 53:351-94.
13. Carvalho AC, Ramos HE. Síndrome de Resistência ao Hormônio Tiroidiano. Arq
Bras Endocrinol Metab vol 48 nº 1, 2004.
14. Nagaya T, Madison LD, Jameson JL. Thyroid hormone receptor mutants that
cause resistance to thyroid hormone. Evidence for receptor competition for DNA
sequences in target genes. J Biol Chem. 1992; 267(18):13014-9.
15. Persani L, Borgato S, Romoli R, Asteria C, Pizzocardo A, Beck-Peccoz P. Changes
in the degree of sialylation of carbohydrate chain modify the biological properties
of circulating thyrotropin isoforms in various physiological and pathological states.
J Clin Endocrinol Metab. 83:2486-2492, 1998.
16. Refetoff S, DeGroot LJ, Benard B, DeWind LT. Studies of a sibship with apparent
hereditary resistance to the intracellular action of thyroid hormone. Metabolism.
21:723-756, 1972.
17. Weiss RE, Carvalho GA. Resistance to thyroid hormone. In: Martini L, editor.
Encyclopedia of endocrine diseases. 1st ed. Amsterdan:Elsevier/Academic Press,
2004 ( in press).
99
18. Persani L, Asteria C, Tonacchera M, Vitti P, Chatterjee KV. Evidence for secretion
of thyrotropin with enhanced bioactivity in syndromes of thyroid hormone
resistance. J Clin Endocrinol Metab 1994;78:1034-9.
19. Fukata S, Brent GA, Sugawara M. Resistance to thyroid hormone in Hashimoto's
thyroiditis. N Engl J Med. 2005; 352(5):517-8.
20. Aksoy DY, Gurlek A, Ringkananont U, Weiss RE, Refetoff S. Resistance to thyroid
hormone associated with autoimmune thyroid disease in a Turkish family. J
Endocrinol Invest. 2005; 28(4):379-83.
21. Refetoff S, Salazar A, Smith TJ, Scherberg NH. The consequences of inappropriate
treatment because of failure to recognize the syndrome of pituitary and peripheral
tissue resistance to thyroid hormone. Metabolism. 32:822-834, 1983.
22. Hu I, Lazar MA. Transcriptional repression by nuclear hormone receptors. Trends
Endocrinol Metab 2000; 11:6-10.
23. Vandalem JL, Pirens G, Hennen G. Familial inappropriate TSH secretion: evidence
suggesting a dissociated pituitary resistance to T3 and T4. J Clin Endocrinol Invest
1981; 4:413-7.
24. Gurnell M, Rajanayagam O, Barbar I, Jones MK, Chatterjee VK. Reversible
pituitary enlargement in the syndrome of resistance to thyroid hormone. Thyroid.
1998 8(8):679-82.
25. Catargi B, Monsaingeon M, Bex-Bachellerie V, Ronci-Chaix N, Trouette H,
Margotat A, Tabarin A, Beck-Peccoz P. A novel thyroid hormone receptor-beta
mutation, not anticipated to occur in resistance to thyroid hormone, cause variable
phenotypes. Horm Res. 2002 57(3-4): 137-42.
26. Kahaly GJ, Matthews CH, Mohr-Kahaly S, Richards CA, Chatterjee VKK. J Clin
Cardiac Involvement in Thyroid Hormone Resistance. Endocrinol Metab. 2002
87(1): 204-212.
100
27. Ortiga-Carvalho TM, Hashimoto K, Pazos-Moura CC, Greene D, Cohen R, Lang
RM, Wondisford FE. Thyroid Hormone Resistance in the Heart: Role of the
Thyroid Hormone Receptor Beta Isoform. Endocrinology. 2004 145(4): 1625-1633.
28. Kvistad PH, Lovas K, Boman H, Myking OL. Retarded bone growth in thyroid
hormone resistance. A clinical study of a large family with a novel thyroid
hormone receptor mutation. Eur J Endocrinol. 2004 150(4): 425-30.
29. Blair JC, Mohan U, Larcher VF, Rajanayagam O, Burrin JM, Perry LA, Grossman
AM, Chatterjee VK, Savage MO. Neonatal thyrotoxicosis and maternal infertility in
thyroid hormone resistance due to a mutation in the TRb gene (M313T). Clin
Endocrinol (Oxf). 2002 57(3): 405-9.
30. Anselmo J, Kay T, Dennis K, Szmulewitz R, Refetoff S, Weiss RE. J Clin Resistance
to thyroid hormone does not abrogate the transient thyrotoxicosis associated with
gestation: report of a case. Endocrinol Metab. 2001 86(9) 4273-4275.
31. Asteria C, Rajanayagam O, Collingwood TN, et al.. Prenatal diagnosis of thyroid
hormone resistance. J Clin Endocrinol Metab. 1999 84: 405-410
32. Weiss RE. Management of resistance to thyroid hormone. Thyroid Today
1999;22:1-11.
33. Safer JD, Colan SD, Fraser LM, Wondisford FE. A pituitary tumor in a patient with
thyroid hormone resistance: a diagnostic dilemma. Thyroid. 11:281-91, 2001.
34. Weiss RE, Stein MA, Refetoff S. Behavioral effects of liothyronine (L-T3) in children
with attention deficit hyperactivity disorder in the presence and absence of
resistance to thyroid hormone. Thyroid 1997;7:389-93.
35. Radetti G, Persani L, Molinaro G, Mannavola D, Cortelazzi D, Chatterjee VK, et al.
Clinical and hormonal outcome after two years of triiodothyroacetic acid treatment
in a child with thyroid hormone resistance. Thyroid 1997;7:775-8.
36. Takeda T, Suzuki S, Liu RT, DeGroot LJ. Triiodothyroacetic acid has a unique
potential for therapy of resistance to thyroid hormone. J Clin Endocrinol Metab
1995; 80: 2033 - 40.
101
37. Anselmo J, Refetoff S. Regression of a large goiter in a patient with resistance to
thyroid hormone by every other day treatment with triiodothyronine. Thyroid.
2004, 14:71-4.
38. Anselmo J, Cao D, Karrison T, Weiss RE, Refetoff S. Fetal loss associated with
excess thyroid hormone exposure. JAMA. 2004, 292:691-695.
39. Asteria C, Rajanayagam O, Collingwood TN, Persani L, Romoli R, Mannavola D, et
al. Prenatal diagnosis of thyroid hormone resistance. J Clin Endocrinol Metab
1999,84:405-10.
40. Weiss RE, Refetoff S. Treatment of resistance to thyroid hormone--primum non
nocere. J Clin Endocrinol Metab. 1999, 84:401-4.
41. Kane S, Fox R, Close C. Thyroid hormone resistance and pregnancy. BJOG
2003;110:633-4.
42. Mannavola D, Persani L, Vannucchi G, Zanardelli M, Fugazzola L, Verga U,
Facchetti M, Beck-Peccoz P. Different responses to chronic somatostatin analogues
in patients with central hyperthyroidism. Clin Endocrinol (Oxf). 2005; 62(2):176-81.
43. De Luis DA, Lahera M, Botella JI, Valero MA, Varela C. Efficacy of quinagolide in
the treatment of a patient with hypophyseal resistance to thyroid hormones. An
Med Interna. 2001;18(5):259-61.
44. Grover GJ, Mellstrom K, Ye L, Malm J, Li YL, Bladh LG, et al. Selective thyroid
hormone receptor-beta activation: a strategy for reduction of weight, cholesterol,
and lipoprotein(a) with reduced cardiovascular liability. Proc Natl Acad Sci USA
2003 ;100:10067-72.
45. Hashimoto A, Shi Y, Drake K, Koh JT. Design and synthesis of complementing
ligands for mutant thyroid hormone receptor TRbeta(R320H): a tailor-made
approach toward the treatment of resistance to thyroid hormone. Bioorg Med
Chem. 2005;13(11):3627-39.
102
Figura 1 Representação esquemática da ação intranuclear do hormônio tiroidiano, o
T3 liga-se ao receptor do hormônio tiroidiano (TR), que atua em heterodímero com o
RXR (receptor do retinóide X), tanto o RXR quanto o TR estão ligados ao DNA em
seqüência específicas denominadas TREs (elementos responsivos ao hormônio
tiroidiano), no caso dos genes positivamente regulados, a ligação do T3 ao TR ativa a
transcrição do RNA mensageiro do gene alvo (mRNA).
T
4
T
4
T
3
RXR
TR
T
Núcleo
TRE
Gene
mRNA
Proteína
103
Figura 2 Organização dos domínios do Receptor do Hormônio Tiroidiano
(TR), os domínios Amino-terminal, Domínio de Ligação ao DNA (do inglês DNA
Binding Domain DBD), a região de dobradiça (do inglês Hinge region) e o Domínio
de Ligação ao Ligante (do inglês Ligand Binding Domain LBD) estão presentes nos
outros receptores nucleares.
Amino-terminal
DBD Hinge
LBD
104
Figura 3 Os elementos responsivos aos hormônio tiroidianos (TRE) são
compostos por seqüências consenso dos nucleotídeos a(g)ggtc(g)a que se repetem e
podem apresentar a orientação de repetição direta (a) com separação de 4
nucleotídeos, palíndromos (b), e palíndromos invertidos (c).
gene
gene
gene
TRE
TRE
TRE
TRE
TRE
TRE
a
b
c
105
Figura 4 Efeito supressivo do TR não ligado, responsivos ao T3 (a). Os homodímeros
TR/TR não ligados se associam aos co-repressores (CoR) e exercem um efeito
supressivo nos genes positivamente regulados pelo TER, reprimindo a maquinaria de
transcrição basal (MTB).
TRE
Gene
Promotor
TR
TR
MTB
CoR
-
X
106
Figura 5 Efeito positivo do complexo TR/RXR ativado pelo T3. Formação do
complexo TR/T3, resultando na dissociação do CoR, ocupação do TRE pelos
heterodímeros TR/RXR e recrutamento do co-ativador (CoA) para amplificar a
transcrição dos genes positivamente regulados pelo TRE.
TRE
Gene
Promotor
RXR
TR
MTB
CoA
+
T3
107
Figura 6 Mutações pontuais no gene do TR beta provocam fenótipo de RHT,
enquanto a deleção de um dos alelos do gene não provoca alteração fenotípica
nenhuma. A deleção dos dois alelos do gene foi descrita em uma família com caso
muito grave de RHT.
X
X
X
Mutação
pontual
Deleção
Dupla
Deleção
RHT
normal
RHT
grave
108
Figura 7 - Representação esquemática do eixo hipotálamo-hipófise-tireóide. Em
condições normais, o hipotálamo secreta TRH, que estimula a hipófise a produzir TSH
que, por sua vez, estimula a tireóide a produzir principalmente T4. T4 é metabolizado
nos tecidos periféricos em T3, o HT faz um feedback negativo no hipotálamo e na
hipófise. A ação do HT na hipófise e nos tecidos periféricos ocorre quando o T3 se liga
ao seu receptor. Na RHT o feedback está inibido devido à sensibilidade reduzida da
hipófise ao HT, resultando em um TSH elevado com uma secreção elevada de T4. Os
tecidos periféricos também apresentam sensibilidade reduzida ao HT na RHT.
Hipófise
TSH
Tiróide
Fígado
T4
T3
T4
T3
Tecidos
Periféricos
Hipófise
TSH
Tiróide
Fígado
T4
T3
T4
T3
Normal
RHT
109
Figura 8 - Razões que levaram à investigação inicial de RHT no caso indíce de
diversas famílias estudadas. Figura adaptada de Refetoff S,
www.thyroidmanager.org, 2004.
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
% de Ocorrência
1
Sinal ou Sintoma
Motivos para Icio da Investigação
Bócio
Hiperatividade
Retardo no Desenvolvimento
Taquicardia
Suspeita de Tirotoxicose
T4 alto no RN
Miscelanea
Desconhecido
110
Achados Clínicos Frequência
Bócio 66-95%
Taquicardia 33-75%
Alterações Emocionais 60%
Comportamento Hipercinético 33-68%
Transtorno de hiperatividade e déficit de atenção 40-60%
Transtornos de aprendizagem 30%
Retardo Mental (QI<70) 4-16%
Surdez neurosensorial 10-22%
Baixa Estatura (<5%) 18-25%
Atraso de Idade Òssea > 2 DP 29-47%
IMC baixo (infância) 33%
Infecções recorrentes de ouvido e garganta 55%
Tabela 1 Características Clínicas. Porcentagem de aparecimento das diversas
características clínicas verificadas em vários estudos, adaptado de Refetoff S,
www.thyroidmanager.org, 2004.
111
Tabela 2 – Hormônios da RHT. A coluna Normal corresponde aos valores normais da
população geral; e a coluna RHT corresponde à média dos valores nos pacientes com
RHT estudados.
3,15 +/
-
0,3
0,5
4,5
TSH (mU/L)
11,4 +/
-
1,5
3,8
-
8,4
T3 (pmol/L)
41+/
-
2,1
12,8
24,4
T
4 (pmol/L)
RHT
Normal
Achados Laboratoriais
Valores Médios de Hormônios Tiroidianos e TSH em
Indivíduos com RHT
112
Tabela 3 Tabela de Diagnóstico Diferencial entre RHT e TSHoma. Comparação
entre os resultados obtidos na relação subunidade alfa e TSH (Subα/TSH), a dosagem
dos hormônios tiroidianos nos parentes de primeiro grau dos pacientes afetados, o
teste de TRH, o teste de supressão com o T3 e a ressonância magnética de hipófise
(RM). Adaptado de: Refetoff S, Endocrine Reviews, 1993.
positiva
negativa
RM hipófise
Não Supressão
(75%)
Supressão
(88-90%)
Supressão com
T3
Negativo
(61%)
Positivo
(94-100%)
Teste do TRH
Normal
Podem ser
elevados
HT na família
Aumentado
(88%)
Norma
l (100%)
Sub
α
/TSH
TSHoma
RHT
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL RHT X TSHoma
113
CONSIDERAÇÕES E CONCLUSÕES
114
Através do trabalho de nosso grupo no Laboratório de Endocrinologia
Molecular da Universidade Federal de São Paulo identificamos oito mutações no TRβ
em pacientes portadores da Síndrome de Resistência aos Hormônios Tiroidianos,
provenientes de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Destas 5 são inéditas na literatura,
as mutações A317V, P452L, G251V, T277I e R320G e três tinham sido descritas,
M442T, P453A e R338W {Weiss, 1993 #11; Bayer, 2004 #12; Adams, 1994 #10}.
Conjuntamente com grupos da Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina e
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e da Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Medicina de Botucatu, organizamos uma publicação com 17 pacientes
com Resistência aos Hormônios Tiroidianos. Somando os pacientes dos 4 grupos
obtivemos 14 mutações diferentes, sendo 6 mutações novas. Anteriormente, somente
uma mutação havia sido descrita na literatura em pacientes brasileiros (4).
Através do estudo funcional de três destas mutações (A317V, M442T e
P452L) concluímos que:
Todos os três mutantes apresentaram diminuição da ligação ao T3,
verificada por meio do ensaio de Ligação ao T3
Utilizando o ensaio da luciferase para identificar o poder de
ativação dos vários receptores observamos que: as três mutações
interferem tanto na ativação dos genes positivamente regulados,
115
quanto na repressão dos genes negativamente regulados; contudo,
as mutações A317V e M442T recuperam tanto a capacidade de
ativação quanto a de repressão com doses elevadas de T3, enquanto
que o mesmo não ocorre com a mutação P452L
Os ensaios de “GST-Pull Down” mostraram a virtual ausência de
ligação aos co-ativadores no receptor mutante P452L e uma
deficiência no desligamento do co-repressor; nos outros dois
mutantes, apesar da ligação aos co-repressores e co-ativadores
estarem alteradas, estas evidenciam um padrão que é explicado pela
deficiente ligação ao T3
Nenhum dos mutantes apresentou alteração na ligação ao DNA,
nem tampouco marcante alteração na hetero ou homodimerização
Provavelmente, tais alterações explicam-se pela localização da mutação
P452L numa área próxima à Hélice 12; tal fato interferiria com a mobilidade desta
hélice, dificultando a correta exposição dos sítios de ligação aos co-ativadores.
Portanto, a alteração na ativação e na repressão gênica não se relaciona somente com a
ligação deficiente do T3, como nos outros dois mutantes, mas com a alteração na
ligação com os coativadores e co-repressores.
Com estes resultados, além de realizar o diagnóstico molecular destes
pacientes e, conseqüentemente, melhor orientar os pacientes e seus familiares quanto
116
aos riscos genéticos, contribuímos para elucidar alguns aspectos estruturais que
podem ser importantes para o completo entendimento sobre o funcionamento do TRβ.
Referências
1. Weiss RE, Weinberg M, Refetoff S 1993 Identical mutations in unrelated
families with generalized resistance to thyroid hormone occur in cytosine-
guanine-rich areas of the thyroid hormone receptor beta gene. Analysis of 15
families. J Clin Invest 91:2408-2415
2. Bayer Y, Fasshauer M, Paschke R 2004 The novel missense mutation
methionine 442 threonine in the thyroid hormone receptor beta causes thyroid
hormone resistance: a case report. Exp Clin Endocrinol Diabetes 112:95-97
3. Adams M, Matthews C, Collingwood TN, Tone Y, Beck-Peccoz P, Chatterjee
KK 1994 Genetic analysis of 29 kindreds with generalized and pituitary
resistance to thyroid hormone. Identification of thirteen novel mutations in the
thyroid hormone receptor beta gene. J Clin Invest 94:506-515
4. Furlanetto TW, Kopp P, Peccin S, Gu WX, Jameson JL 2000 A novel mutation
(M310L) in the thyroid hormone receptor beta causing resistance to thyroid
hormone in a Brazilian kindred and a neonate. Mol Genet Metab 71:520-526
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo