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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DA ADMINISTRAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Jorge Luiz Henrique
Dos Valores Pessoais às Fases da Lealdade
Porto Alegre
2009
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Jorge Luiz Henrique
Dos Valores Pessoais às Fases da Lealdade
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Administração (PPGA) da Escola de
Administração da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, como requisito parcial para
obtenção do grau de Doutor em Administração.
Área de concentração: Marketing
Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Vargas Rossi
(PPGA/ EA/UFRGS)
Porto Alegre RS
PPGA/EA/UFRGS
Março/2009
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DEDICATÓRIA
Dedico os anos de trabalho nesta tese a todos aqueles que acreditam
nos seus sonhos e lutam para torná-los realidade. Sei que é preciso
contar com alguma sorte e muito apoio, mas desistir, jamais!
Essa tese é dedicada
(i) àqueles que amo de forma incondicional:
Nair Maciel Henrique (in memorian), Jorge Henrique e meus filhos
Gabriel Murlik Henrique e João Artur Costa Henrique
(ii) à pessoa que me apoiou e não me deixou caminhar sozinho:
Minha esposa Aline Gonçalves Costa
(iii) às mulheres que sempre fizeram parte da minha vida:
Minhas irmãs Célia Regina, Lúcia Helena, Bernadete e Beatriz
Henrique
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Banco do Brasil, meu empregador, que proporcionou o suporte financeiro
para a realização deste curso de Doutorado e, em especial, aos colegas de trabalho da
Diretoria de Varejo que acompanharam o projeto de pesquisa;
Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Vargas Rossi, por ter acreditado nos objetivos do trabalho
e nas minhas metas pessoais, além de ter compartilhado conhecimento e orientado a
elaboração da tese;
Às bancas examinadoras do Banco do Brasil e da EA/UFRGS. A Cássio Marx e
Jacinta Portela de Medeiros, por reconhecerem a relevância dos objetivos da tese às
estratégias do BB, aprovando o projeto, e aos Professores Doutores Fernando Bins Luce, Luiz
Antônio Slongo e Walter Meucci Nique, pela aprovação no processo seletivo.
Ao “meu irmão” e afilhado de casamento Celso Augusto de Matos, pela amizade,
companheirismo, apoio nos momentos difíceis e importantes, pela parceria nas publicações e
pelos bons momentos compartilhados em Porto Alegre. “Para ti”, fico devendo adjetivos,
substantivos, verbos... palavras para expressar o quanto lhe admiro! Você é um grande
homem!!
À Profa. Simone Hailliot, pelos quatro anos de convivência e parceria nos trabalhos
acadêmicos. Agradeço por compartilhar sua responsabilidade, maturidade, persistência na
busca de um bom desempenho e, é claro, seu bom-humor. Você é uma grande amiga!
Aos Professores Doutores Bento Costa, Fernando de Rosa, João Carlos Félix, Luís
Kalb Roses e Elaine Antunes, pela amizade, respeito, confiança e apoio.
Aos colegas da turma de Marketing/2005: Edar Añaña, Guilherme Trez, Rogério Gava
e Rosana Vieira, por compartilharem conhecimento e algumas horas de reflexão.
À Confraria “Galinhas de Acã”: Carlos César, Cássio Marx, Cloves Henrique,
Fernando Gonzaga, Marco Gomes (in memorian), Júlio Maria, Luciano Abreu, Sérgio Souto e
Vinícius Brei que, mesmo distantes, torceram, com a alegria e a irreverência de sempre, pelo
meu sucesso.
Aos “companheiros” da “Casa Real”: Paulo de Tarso, Paulo Nardini (in memorian),
Ricardo Porto Barcala (in memorian) e Vanusa Fernandes, por terem compartilhado o início
deste sonho.
Aos amigos que estiveram por perto, contribuindo para minha paz e transmitindo
tranqüilidade para a confecção desse trabalho: Alexandre Correa de Souza, Ana Maria
Gonçalves Costa, Cláudia Rejane da Rosa, Joaquim Gonçalves Moreira, Kátia Bonfanti,
Leandro Mengue, Liliane Lykawka, Márcia Arbelo e Narryelen Henrique. A vocês, meu
respeito e gratidão!
Nesta longa caminhada, diversas pessoas surgiram, de forma voluntária ou não,
interferindo, de alguma maneira, na construção desse trabalho: os colegas do BB, que
vibraram com a conquista da vaga no doutorado; os atendentes dos hotéis, nas primeiras horas
em Porto Alegre; os professores e funcionários da escola, nas boas vindas; os colegas de
outras disciplinas, que compartilharam dificuldades e descobertas; as meninas do Café
Moenda, com seus sorrisos e um capuccino bem quentinho nos dias frios e nos momentos de
descontração entre as aulas; os entrevistadores voluntários e respondentes de boa vontade; os
colegas da escolinha de futebol do Internacional; os amigos torcedores do Grêmio; os
vizinhos; os porteiros e tantos outros não particularmente citados, mas a quem guardarei na
memória com profundo respeito e gratidão. A todos, muito obrigado!
Por fim, mas certamente não menos importante, agradeço sobretudo a minha família:
pai, irmãs, cunhados, sobrinhos e tios, pela torcida e orações. À esposa Aline, por
compreender as muitas horas distantes e os vários momentos de silêncio. Ao filho querido
João Artur, por me mostrar como a vida é linda e mais suave quando se tem um sorriso no
rosto. Ao Gabriel H., filho amado, que foi a grande inspiração e motivação maior desse
projeto de quatro anos. A Deus, que não me abandonou!! Amo vocês!!!
“Incrível o que se consegue aprender com uma investigação
cuidadosa e uma mente aberta!” (JAKERS!, 2007)
RESUMO
O conhecimento dos valores de uma pessoa nos permite predizer suas atitudes avaliativas em
relação a uma situação ou objeto, pois os valores pessoais orientam e guiam os indivíduos a
um comportamento. Estudos teóricos sobre valores pessoais e atitudes não abordaram esses
constructos como antecedentes da lealdade do consumidor. A partir dessa constatação, esse
trabalho de tese propôs elaborar e verificar empiricamente quatro modelos teóricos que tratam
da complexa inter-relação existente entre valores pessoais-atitude-fases da lealdade. A fim de
testar as hipóteses dos modelos, foram realizadas duas surveys com 1200 respondentes cada
uma. Por meio de análises multivariadas, os resultados confirmaram (i) a relação positiva
entre os valores pessoais e as fases cognitiva e ação da lealdade; (ii) a mediação da atitude nas
relações valores pessoais-fase cognitva e valores pessoais-fase ação; (iii)e a moderação da
relação valores pessoais-fases da lealdade pelas variáveis demográficas de gênero, idade,
escolaridade e renda. Tais resultados possibilitam a ampliação da fronteira do conhecimento
ao (i) inserir os valores pessoais como antecedentes da lealdade; (ii) identificar o valor mais
importante (Segurança da Família) para o consumidor; (iii) clarificar os conceitos e
desmistificar a utilização dos papéis mediadores e moderadores de variáveis na disciplina de
Marketing; (iv) confirmar a hipótese de que os valores pessoais variam conforme gênero e
idade do consumidor; e (v) criar uma nova escala de mensuração de valores pessoais para a
área do Comportamento do Consumidor; além de fornecer evidências empíricas às empresas
financeiras sobre segmentação de clientes pelos valores pessoais ou atitudes.
Palavras-chave: Valores Pessoais, Atitude, Lealdade do Consumidor, Serviços bancários,
Método Ranking, Método Rating, Modelagem de Equações Estruturais, Mediação e
Moderação.
ABSTRACT
The knowledge of an individual’s values allows us to better predict their evaluative attitudes
towards a situation or object, for personal values drive and guide individuals to specific
behaviors. To date, theoretical studies on personal values and attitudes have not investigated
these constructs as antecedents of consumer loyalty. Therefore, this thesis proposed to
elaborate and empirically verify four theoretical models related to the complex interrelation
between personal values-attitude-loyalty phases. So as to test the models hypotheses, two
surveys involving 1200 respondents each were carried out. By means of multivariate analyses,
the results confirmed (i) the positive relationship between personal values and the cognitive
and action phases of loyalty; (ii) the mediating role of attitude on the relationships between
personal values-cognitive phase and personal values-action phase; and (iii) the moderation of
the relationship personal values-loyalty phases by the demographic variables of gender, age,
education and income. Such results contribute to widen knowledge frontiers by (i) inserting
personal values as antecedents of loyalty; (ii) identifying the most important value (Family
Security) to the consumer; (iii) elucidating concepts and clarifying the use of the mediating
and moderating roles of variables in the Marketing discipline; (iv) support the hypothesis that
personal values vary across consumer’s gender and age; and (v) creating a new personal
values measuring scale to the area of Consumer Behavior, besides providing empirical
evidence to financial companies on client segmentation according to personal values or
attitudes.
Key-words: Personal Values, Attitude, Consumer Loyalty, Banking Services, Ranking
Method, Structural Equation Modeling, Mediation, Moderation.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Modelo Geral da Fundamentação Teórica -------------------------------------
24
Figura 2 - Estrutura Teórica das Relações entre Valores --------------------------------
43
Figura 3 - Modelo 1 Modelo Efeito Direto ----------------------------------------------
75
Figura 4 - Modelo 2 Modelo Efeito Mediador Completo ------------------------------
78
Figura 5 - Modelo 3 Modelo Efeito Mediador Parcial ---------------------------------
79
Figura 6 - Modelo 4 Modelo Efeito Moderador ----------------------------------------
87
Figura 7 - Diagrama de Caminhos das Relações Causais --------------------------------
159
Figura 8 - Estrutura do Modelo Geral ------------------------------------------------------
174
Figura 9 - Validade Discriminante Modelo de Mensuração Escala Purificada ---
182
Figuras 10a
a 10o -
Validade Discriminante Modelos de Mensuração Teste de Bagozzi e
Philips (1982) ---------------------------------------------------------------------
184
Figura 11 - Modelo Estrutural Efeito Direto ----------------------------------------------
188
Figura 12 - Modelo Estrutural Efeito Mediador Completo -----------------------------
191
Figura 13 - Modelo Estrutural Efeito Mediador Parcial ---------------------------------
194
Figura 14 - Diagrama de Caminhos Mediação entre Constructos ----------------------
199
Figura 15 - Modelo Efeito Moderador -------------------------------------------------------
203
Gráfico 1 - Representação dos Outliers Univariados Pesquisa Valores Ipsativos ---
103
Gráfico 2 - Representação dos Outliers Univariados – Pesquisa Valores Normativos
136
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Valores do Study of Values (SOV) ---------------------------------------------
34
Quadro 2 - Modelo Rokeach Value Survey (RVS) -----------------------------------------
36
Quadro 3 - Modelo List Of Value (LOV) ----------------------------------------------------
38
Quadro 4 - Modelo Values and Lifestyle Segmentation (VALS) ------------------------
40
Quadro 5 - Modelo Schwartz Value Survey (SVS) -----------------------------------------
42
Quadro 6 - Constructos e Atributos da Escala SERPVAL ---------------------------------
47
Quadro 7 - Fases da Lealdade propostas por Oliver (1997, 1999) -----------------------
69
Quadro 8 - Método do Estudo 1 Valores Ipsativos --------------------------------------
89
Quadro 9 - Método do Estudo 2 Valores Normativos -----------------------------------
90
Quadro 10 - Indicadores dos Valores Terminais ---------------------------------------------
92
Quadro 11 - Fatores e Indicadores da Lealdade ----------------------------------------------
93
Quadro 12 - Comparação entre os Ajustes do Modelo Geral e os Índices Aceitáveis --
175
Quadro 13 - Fórmulas do Cálculo da Confiabilidade Composta e Variância Extraída -
180
Quadro 14 - Hipóteses da Pesquisa e Resultados dos Testes de Avaliação---------------
211
Quadro 15 - Relação entre as Fases da Lealdade, Segmentos Demográficos e Valores
Pessoais ----------------------------------------------------------------------------
220
Quadro 16 - Segmentos Demográficos e Valores Pessoais Mais Importantes -----------
227
Quadro 17 - Trabalhos Brasileiros sobre Valores Pessoais ---------------------------------
260
Quadro 18 - Trabalhos Brasileiros sobre Atitude --------------------------------------------
260
Quadro 19 - Trabalhos Brasileiros sobre Lealdade do Consumidor ----------------------
261
Quadro 20 - Trabalhos relacionados à Lealdade publicados nas décadas de 1990 e
2000 ---------------------------------------------------------------------------------
263
Quadro 21 - Escalas de Lealdade do Consumidor -------------------------------------------
265
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Escala de Atitude Categoria Itemizada ------------------------------------
56
Tabela 2 - Escala Contínua de Atitude ----------------------------------------------------
56
Tabela 3 - Escala de Atitude Diferencial Semântico
57
Tabela 4 - Relacionamento entre Atitude Relativa e Compra Repetida --------------
67
Tabela 5 - Controle dos Questionários – Pesquisa Valores Ipsativos ----------------
101
Tabela 6 - Teste de Normalidade dos Indicadores de Atitude Pesquisa Valores
Ipsativos --------------------------------------------------------------------------
105
Tabela 7 - Teste de Normalidade dos Indicadores de Lealdade Pesquisa Valores
Ipsativos --------------------------------------------------------------------------
105
Tabela 8 - Sexo * Cidade -------------------------------------------------------------------
108
Tabela 9 - Idade * Cidade ------------------------------------------------------------------
108
Tabela 10 - Estado Civil * Cidade ----------------------------------------------------------
109
Tabela 11 - Grau de Instrução * Cidade ---------------------------------------------------
109
Tabela 12 - Ocupação Principal * Cidade -------------------------------------------------
110
Tabela 13 - Faixa de Renda Bruta Mensal Individual * Cidade ------------------------
111
Tabela 14 - Tempo Relacionamento Bancário * Cidade ---------------------------------
112
Tabela 15 - Valores Pessoais Mais Importantes ----------------------------------------
113
Tabela 16 - Valores Pessoais – Menos Importantes --------------------------------------
113
Tabela 17 - Importância dos Valores Pessoais Brasília e Porto Alegre -------------
114
Tabela 18 - Estatísticas Descritivas – Pesquisa Valores Ipsativos ----------------------
115
Tabela 19 - Ordenamento dos Valores por Gênero ---------------------------------------
118
Tabela 20 - Teste KMO e Esfericidade de Bartlett Constructos Atitude e
Lealdade -------------------------------------------------------------------------
120
Tabela 21 - Análise Fatorial de Atitude (Cargas Fatoriais e Alfa de Cronbach) -----
122
Tabela 22 - Análise Fatorial da Lealdade (Cargas Fatoriais e Alfa de Cronbach) -
123
Tabela 23 - AFE da Lealdade Quatro Dimensões (Cargas Fatoriais e Alfa de
Cronbach) -----------------------------------------------------------------------
124
Tabela 24 - Escala de Valores Pessoais – Pesquisa Valores Normativos- -------------
127
Tabela 25 - Atributos de Atitude – Pesquisa Valores Normativos ---------------------
127
Tabela 26 - Controle dos Questionários – Pesquisa Valores Normativos -------------
131
Tabela 27 - Dados Ausentes por Respondentes – Pesquisa Valores Normativos ----
132
Tabela 28 - Base de Dados com até 3 missing values – Pesquisa Valores
Normativos ----------------------------------------------------------------------
132
Tabela 29 - Distribuição de Missing Values por Variáveis – Pesquisa Valores
Normativos ----------------------------------------------------------------------
133
Tabela 30 - Atribuição de Valores aos Dados Ausentes – Pesquisa Valores
Normativos ----------------------------------------------------------------------
135
Tabela 31 - Análise D² de Mahalanobis – Pesquisa Valores Normativos -------------
137
Tabela 32 - Teste de Normalidade Testes de Kolmogorov-Smirnov (K-S) e de
Shapiro-Wilks – Pesquisa Valores Normativos -----------------------------
139
Tabela 33 - Teste de Normalidade Análise da Assimetria e Curtose das Variáveis
Pesquisa Valores Normativos -----------------------------------------------
140
Tabela 34a - Assimetria e Curtose das Variáveis Transformadas Valores e Atitude
Pesquisa Valores Normativos -----------------------------------------------
141
Tabela 34b - Assimetria e Curtose das Variáveis Transformadas Fases da
Lealdade – Pesquisa Valores Normativos -----------------------------------
142
Tabela 35a - Análise de Correlações dos Atributos de Valores Pessoais ---------------
143
Tabela 35b - Análise de Correlações dos Atributos de Atitude --------------------------
144
Tabela 35c - Análise de Correlações dos Atributos da Fase Cognitiva da Lealdade --
144
Tabela 35d - Análise de Correlações dos Atributos da Fase Afetiva da Lealdade -----
144
Tabela 35e - Análise de Correlações dos Atributos da Fase Conativa da Lealdade ---
144
Tabela 35f - Análise de Correlações dos Atributos da Fase Ação da Lealdade -------
145
Tabela 36 - Análise de Multicolinearidade das Variáveis Pesquisa Valores
Normativos ----------------------------------------------------------------------
146
Tabela 37 - Sexo ------------------------------------------------------------------------------
148
Tabela 38 - Idade ------------------------------------------------------------------------------
148
Tabela 39 - Estado Civil ----------------------------------------------------------------------
149
Tabela 40 - Grau de Instrução ---------------------------------------------------------------
149
Tabela 41 - Ocupação Principal -------------------------------------------------------------
150
Tabela 42 - Faixa de Renda Bruta Mensal Individual ------------------------------------
150
Tabela 43 - Nome do Banco de Maior Relacionamento ---------------------------------
151
Tabela 44 - Tempo Relacionamento Bancário --------------------------------------------
152
Tabela 45 - Estatísticas Descritivas – Pesquisa Valores Normativos ------------------
153
Tabela 46 - ANOVA Comparação de Médias de Valores dentre Segmentos ------
155
Tabela 47 - Síntese dos Resultados da Matriz de Correlação – Pesquisa Valores
Normativos ----------------------------------------------------------------------
165
Tabela 48a - Avaliação das Estimativas Transgressoras Constructos Valores
Pessoais e Atitude Modelo Geral -------------------------------------------
173
Tabela 48b - Avaliação das Estimativas Transgressoras Constructos Fases da
Lealdade Modelo Geral ------------------------------------------------------
173
Tabela 49 - Validade Convergente Modelo de Mensuração Análise das Cargas
Fatoriais dos Indicadores ------------------------------------------------------
179
Tabela 50 - Validade Convergente Modelo de Mensuração Alpha de Cronbach,
Confiabilidade Composta e Variância Extraída ----------------------------
180
Tabela 51 - Validade Discriminante Modelo de Mensuração Teste de Fornell e
Larcker (1981) ------------------------------------------------------------------
182
Tabela 52 - Validade Discriminante Modelo de Mensuração Diferença de Qui-
quadrados Teste de Bagozzi e Philips (1982) ----------------------------
186
Tabela 53 - Efeitos das relações entre Valores Pessoais e Fases da Lealdade -
Modelo Efeito Direto-----------------------------------------------------------
189
Tabela 54 - Índices de Ajuste do Modelo Estrutural Modelo Efeito Direto --------
190
Tabela 55 - Efeitos das relações entre Valores Pessoais, Atitude e Fases da
Lealdade - Modelo Efeito Mediador Completo-----------------------------
192
Tabela 56 - Índices de Ajuste do Modelo Estrutural Efeito Mediador Completo --
193
Tabela 57 - Efeitos das relações entre Valores Pessoais, Atitude e Fases da
Lealdade - Modelo Efeito Mediador Parcial---------------------------------
195
Tabela 58 - Índices de Ajuste do Modelo Estrutural Efeito Mediador Parcial -----
196
Tabela 59 - Avaliação da Mediação do Constructo Atitude -----------------------------
199
Tabela 60 - Efeito Moderador do Gênero Análises dos Multi-Grupos --------------
204
Tabela 61 - Efeito Moderador da Idade Análises dos Multi-Grupos -----------------
204
Tabela 62 - Efeito Moderador da Escolaridade Análises dos Multi-Grupos --------
205
Tabela 63 - Efeito Moderador da Renda Análises dos Multi-Grupos ----------------
206
Tabela 64 - Escala de Atitude de Heerden e Puth (1995) --------------------------------
262
Tabela 65 - Ordenamento dos Valores por Idade -----------------------------------------
274
Tabela 66 - Ordenamento dos Valores por Escolaridade --------------------------------
274
Tabela 67 - Ordenamento dos Valores por Renda Individual ---------------------------
275
Tabela 68 - Ordenamento dos Valores por Tempo de Relacionamento Bancário ----
275
Tabela 69 - Comparação de médias de Valores dentre os Segmentos Masculino e
Feminino -------------------------------------------------------------------------
280
Tabela 70 - Comparação de médias de Valores dentre os Segmentos de Idade ------
280
Tabela 71 - Comparação de médias de Valores dentre os Segmentos de
Escolaridade ---------------------------------------------------------------------
281
Tabela 72 - Comparação de médias de Valores dentre os Segmentos de Renda -----
281
Tabela 73 - Comparação de médias de Valores dentre os Segmentos de Tempo de
Relacionamento Bancário -----------------------------------------------------
282
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------
18
1.1
OBJETIVOS DO ESTUDO -------------------------------------------------------- 21
1.2
RELEVÂNCIA E MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO ------------------------- 22
1.3
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ------------------------------- 23
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA -----------------------------------------------
24
2.1 VALORES PESSOAIS --------------------------------------------------------------
25
2.1.1 Conceitos de Valores ---------------------------------------------------------------
25
2.1.2 Medidas de Valores -----------------------------------------------------------------
28
2.1.3 Modelos de Mensuração de Valores --------------------------------------------
33
2.1.3.1 Study of Values (SOV) --------------------------------------------------------------
33
2.1.3.2 Rokeach Value Survey (RVS) ------------------------------------------------------
35
2.1.3.3 List of Values (LOV) ----------------------------------------------------------------
37
2.1.3.4 Value and Lifestyle Segmentation (VALS) --------------------------------------
39
2.1.3.5 Schwartz Value Survey (SVS) -----------------------------------------------------
41
2.1.3.6 Cadeia Meios-Fim --------------------------------------------------------------------
45
2.1.3.7 Service Personal Values (SERPVAL) ---------------------------------------------
46
2.1.4 Estudos Brasileiros sobre Valores -----------------------------------------------
48
2.2 ATITUDE -----------------------------------------------------------------------------
49
2.2.1 Conceitos de Atitude ---------------------------------------------------------------
50
2.2.2 Componentes da Atitude ----------------------------------------------------------
53
2.2.3 Propriedades da Atitude ----------------------------------------------------------
54
2.2.4 Medidas de Atitude -----------------------------------------------------------------
55
2.2.5 Modelos de Mensuração das Atitudes ------------------------------------------
57
2.2.5.1 Modelo de Rosenberg ---------------------------------------------------------------
58
2.2.5.2 Modelo de Fishbein ------------------------------------------------------------------
58
2.2.5.3 Modelo Estendido de Fishbein -----------------------------------------------------
59
2.2.5.4 Modelo do Ponto Ideal --------------------------------------------------------------
60
2.2.6 Estudos Brasileiros sobre Atitudes ----------------------------------------------
60
2.3 LEALDADE --------------------------------------------------------------------------
62
2.3.1 Evolução Histórica ------------------------------------------------------------------
62
2.3.2 Dimensões Comportamental e Atitudinal --------------------------------------
65
2.3.3 Fases da Lealdade ------------------------------------------------------------------
68
2.3.4 Mensuração da Lealdade ----------------------------------------------------------
70
2.3.5 Estudos Brasileiros sobre Lealdade ---------------------------------------------
71
3 MODELOS TEÓRICOS E HIPÓTESES DE PESQUISA -----------------
73
3.1 MODELO 1 EFEITO DIRETO --------------------------------------------------
74
3.2 MODELO 2 EFEITO MEDIADOR COMPLETO ----------------------------
76
3.3 MODELO 3 EFEITO MEDIADOR PARCIAL -------------------------------
78
3.4 MODELO 4 EFEITO MODERADOR -----------------------------------------
80
3.4.1 Gênero --------------------------------------------------------------------------------
80
3.4.2 Idade ----------------------------------------------------------------------------------
82
3.4.3 Educação -----------------------------------------------------------------------------
84
3.4.4 Renda ---------------------------------------------------------------------------------
85
4 MÉTODOS E ANÁLISES DE DADOS ----------------------------------------
88
4.1 ESTUDO 1 PESQUISA VALORES IPSATIVOS (ORDENADOS) ---------
91
4.1.1 Pesquisa Exploratória --------------------------------------------------------------
91
4.1.1.1 Escala do Constructo Valores Pessoais -------------------------------------------
92
4.1.1.2 Escala do Constructo Atitude ------------------------------------------------------
92
4.1.1.3 Escala do Constructo Fases da Lealdade -----------------------------------------
93
4.1.2 Pesquisa Descritiva -----------------------------------------------------------------
94
4.1.3 Medição e Escalonamento --------------------------------------------------------
94
4.1.4 Elaboração do Instrumento de Coleta de Dados -----------------------------
96
4.1.5 Plano Amostral ---------------------------------------------------------------------
98
4.1.6 Coleta dos Dados -------------------------------------------------------------------
99
4.1.7 Preparação dos Dados -------------------------------------------------------------
100
4.1.7.1 Avaliação dos Dados Ausentes (Missing Values) -------------------------------
101
4.1.7.2 Valores Fora dos Limites -----------------------------------------------------------
102
4.1.7.3 Transformação da Escala -----------------------------------------------------------
102
4.1.7.4 Identificação de Observações Atípicas (Outliers) -------------------------------
102
4.1.7.5 Teste de Normalidade ---------------------------------------------------------------
104
4.1.8 Análise dos Dados ------------------------------------------------------------------
106
4.1.8.1 Análise Univariada dos Dados -----------------------------------------------------
107
4.1.8.1.1 Análise de Freqüências -------------------------------------------------------------
107
4.1.8.1.2 Medida de Tendência Central e Medida de Dispersão -------------------------
115
4.1.8.2 Análise Bivariada dos Dados -------------------------------------------------------
116
4.1.8.3 Análise Multivariada dos Dados Análise Fatorial Exploratória -------------
118
4.2 ESTUDO 2 PESQUISA VALORES NORMATIVOS (RATINGS) -----------
126
4.2.1 Pesquisa Exploratória -------------------------------------------------------------
126
4.2.1.1 Escala do Constructo Valores Pessoais -------------------------------------------
126
4.2.1.2 Escala do Constructo Atitude ------------------------------------------------------
127
4.2.1.3 Escala do Constructo Fases da Lealdade -----------------------------------------
128
4.2.2 Pesquisa Descritiva -----------------------------------------------------------------
128
4.2.3 Medição e Escalonamento do Estudo -------------------------------------------
128
4.2.4 Elaboração do Instrumento de Coleta de Dados -----------------------------
129
4.2.5 Plano Amostral ---------------------------------------------------------------------
130
4.2.6 Coleta dos Dados -------------------------------------------------------------------
131
4.2.7 Preparação dos Dados -------------------------------------------------------------
131
4.2.7.1 Avaliação dos Dados Ausentes (Missing Values) -------------------------------
132
4.2.7.2 Valores Fora dos Limites -----------------------------------------------------------
135
4.2.7.3 Transformação da Escala -----------------------------------------------------------
136
4.2.7.4 Identificação de Observações Atípicas (Outliers) -------------------------------
136
4.2.7.5 Teste de Normalidade ---------------------------------------------------------------
138
4.2.7.6 Teste de Linearidade ----------------------------------------------------------------
143
4.2.7.7 Teste de Multicolinearidade --------------------------------------------------------
145
4.2.8 Análise dos Dados ------------------------------------------------------------------
147
4.2.8.1 Análise Univariada dos Dados -----------------------------------------------------
147
4.2.8.1.1 Análise de Freqüências -------------------------------------------------------------
147
4.1.8.1.2 Medida de Tendência Central e Medida de Dispersão -------------------------
153
4.2.8.2 Análise de Variância (ANOVA) ---------------------------------------------------
154
4.2.8.3 Análise Multivariada dos Dados ---------------------------------------------------
156
4.2.8.3.1 Modelagem de Equações Estruturais ---------------------------------------------
157
4.2.8.4 Teste do Papel Mediador da Atitude ----------------------------------------------
198
4.2.8.5 Teste do Papel Moderador das Variáveis Demográficas -----------------------
201
4.2.8.5.1 Moderação pelo Gênero ------------------------------------------------------------
204
4.2.8.5.2 Moderação pela Idade --------------------------------------------------------------
204
4.2.8.5.3 Moderação pela Escolaridade -----------------------------------------------------
205
4.2.8.5.4 Moderação pela Renda -------------------------------------------------------------
206
5 CONCLUSÕES DAS PESQUISAS ---------------------------------------------
208
5.1 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES SOBRE A PRIMEIRA QUESTÃO DE
PESQUISA ---------------------------------------------------------------------------
212
5.2 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES SOBRE A SEGUNDA QUESTÃO DE
PESQUISA ---------------------------------------------------------------------------
214
5.3 OUTRAS DISCUSSÕES E CONCLUSÕES DAS PESQUISAS ------------
217
5.3.1 Pesquisa Valores Ipsativos --------------------------------------------------------
217
5.3.2 Pesquisa Valores Normativos -----------------------------------------------------
218
5.4 IMPLICAÇÕES ACADÊMICAS -------------------------------------------------
220
5.5 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS ---------------------------------------------------
225
6 LIMITAÇÕES E PROPOSIÇÕES DE ESTUDOS FUTUROS ----------
229
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -----------------------------------------
231
ANEXO A Relação de Trabalhos Acadêmicos Brasileiros sobre
Valores Pessoais, Atitude e Lealdade -------------------------------------------
260
ANEXO B Escala de Atitudes Heerden e Puth (1995) . ----------------
262
ANEXO C Relação de Trabalhos Acadêmicos sobre Lealdade do
Consumidor nas Décadas de 1990 e 2000 --------------------------------------
263
ANEXO D Escalas de Lealdade do Consumidor Baseadas nas Fases
Proposta por Oliver (1997) -------------------------------------------------------
265
ANEXO EQuestionário da Pesquisa Valores Ipsativos ------------------
270
ANEXO F Análise das Tabulações Cruzadas e do Teste de Mann-
Whitney -------------------------------------------------------------------------------
274
ANEXO GQuestionário da Pesquisa Valores Normativos ---------------
276
ANEXO HAvaliação da Aleatoriedade dos Dados Perdidos via
Correlações de Variáveis Dicotomizadas e o Teste MCAR ----------------
278
ANEXO I Comparação das Médias de Valores dentre os Segmentos
Analisados ----------------------------------------------------------------------------
280
ANEXO J – Matriz de Correlação entre as Variáveis ---------------------
283
ANEXO KComparação dos Índices de Ajuste dos Modelos em
Amostras Diferentes ---------------------------------------------------------------
285
18
1 INTRODUÇÃO
O modo de conduta de um indivíduo expressa seus valores pessoais em relação a
objetos, pessoas ou situações, e esses valores guiam avaliações e geram sentimentos que
podem levá-lo à lealdade ou não. Os valores humanos são explorados na Ciência em
perspectivas multidisciplinares. Na Antropologia, auxiliam na compreensão de estilos de vida
e de padrões culturais; na Sociologia, estão aliados aos estudos sobre ideologias e costumes; e
na Psicologia, os valores são estudados juntamente com as atitudes e os motivos pessoais
(VINSON; SCOTT; LAMONT, 1977; CLAWSON; VINSON, 1978). A lealdade tem seu
registro na História, ou na lenda, como um dos símbolos da Távola Redonda, composta por
homens premiados com a mais alta ordem da Cavalaria, na Corte do Rei Artur. Face à
importância significativa para seus membros, a lealdade entre os cavaleiros e o rei era
formalizada por meio de batismos de espadas, ficando como mensagem central o
compromisso genuíno assumido entre os personagens.
Garantir este sentimento de cumplicidade e cumprimento de promessas mútuas nas
relações mercantis é um dos desejos dos acadêmicos e praticantes do Marketing na atualidade.
Essa aspiração, aliada à necessidade de melhores negócios, ocorre em virtude das
complexidades inerentes às transações comerciais, juntamente com a fragmentação dos
mercados e dos processos de trocas que caracterizam o momento em que vivemos.
A rápida transformação comercial, a concorrência acirrada, a evolução tecnológica
intensa e compradores cada vez mais exigentes fazem com que a compreensão de certos
atributos do comportamento do consumidor seja, ainda, um desafio. Assim, agendas de
investigações nos contextos acadêmico e empresarial devem considerar, além de outras
variáveis, os valores pessoais, as atitudes e a lealdade do consumidor em relação a um objeto
ou uma situação específica.
Benevolência, tradição, autodeterminação e segurança são variáveis que caracterizam
alguns dos valores que as pessoas detém (SCHWARTZ, 2006) e são fundamentais na
compreensão do comportamento do consumidor. Os valores pessoais incentivam e orientam o
comportamento e variam de acordo com a maior ou menor importância que os membros de
uma sociedade lhes atribuem (MARCONI; PRESOTTO, 2001). Também vinculada ao
comportamento está a atitude do consumidor. As atitudes são expressões de um determinado
valor em relação a um objeto ou idéia especial (LESSIG; COPLEY, 1974). A análise das
atitudes é útil na compreensão dos motivos que levam um indivíduo a comprar ou não, nesse
19
ou naquele lugar (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000). A lealdade do consumidor
também é uma variável a ser considerada no contexto comportamental, pois envolve tanto
perspectivas atitudinais como comportamentais (JONES; TAYLOR, 2007). Clientes com alta
lealdade atitudinal em relação a uma marca exclusiva, e com alta lealdade comportamental,
com intenção de recompra dessa mesma marca, são descritos como “verdadeiramente leais”
(DICK; BASU, 1994).
Rokeach (1968, 1981) conceitua valor como uma crença duradoura em que um estado
definitivo de existência é pessoal ou socialmente preferível a um modo inverso ou oposto de
conduta ou de existência. Esse autor defende que os valores são desenvolvidos e aprendidos
por cada pessoa, e essa aprendizagem é que garante suas estabilidade e durabilidade. Então, os
valores, após serem aprendidos, são hierarquicamente ordenados em um sistema, tornando-se
centrais na organização cognitiva do indivíduo e servindo como base para a formação de
atitudes, crenças e opiniões (ROKEACH, 1973).
Intimamente ligados, os valores pessoais fornecem base para o desenvolvimento das
atitudes, levando os indivíduos a terem determinados comportamentos na tomada de decisão
(HOMER, KAHLE, 1988). O número de atitudes pode variar de acordo com o número de
situações ou objetos a serem avaliados (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000). Assim,
conhecer as atitudes de um indivíduo implica conhecer um pouco mais sobre o consumidor e
prever seu comportamento frente a uma situação específica (SHETH; MITTAL; NEWMAN,
2001) como, por exemplo, a lealdade.
Estudos sobre lealdade têm uma longa trajetória na literatura de Marketing, tendo
como marco inicial o trabalho de Copeland (1923)
1
sobre compras do consumidor
(HOMBURG; GIERING, 2001). A busca pela lealdade intensificou-se a partir da mudança de
postura da disciplina, que passou do estudo das relações de troca (BAGOZZI, 1974) para o
estudo de relacionamentos duradouros (DWYER; SCHURR; OH, 1987). Oliver (1997)
conceitua lealdade como um profundo compromisso de recompra de um produto ou serviço a
despeito de influências situacionais ou esforços de marketing que tenham potencial de causar
um comportamento de mudança. Para esse autor, a lealdade é composta por quatro estágios
sucessivos e complementares: o cognitivo, o afetivo, o conativo e o de ação. O cognitivo está
vinculado às informações, tais como preços, qualidade e outros atributos de produtos; o
afetivo está relacionado à satisfação do cliente, ao gosto e ao sentimento; o conativo vincula-
1
Relation of Consumer’s Buying Habits to Marketing Methods. Harvard Business Review, v. 1, p. 282-289,
1923.
20
se à intenção comportamental e ao comprometimento do consumidor; e o de ação está ligado
à superação de obstáculos que impeçam a compra por parte do consumidor.
Legitimando a relação entre valores pessoais, atitudes e lealdade, há somente o estudo
de Marandi, Little e Sekhon (2006), que aborda superficialmente a integração desses temas.
Entretanto, por meio de uma revisão teórica realizada junto às principais bases de dados
nacionais e internacionais, como Blackwell Synergy, Elsevier Science Direct, Ebsco, Emerald
Insight, Infotrac College, Proquest, Scopus, Thompson Gale, Wilson Web e Google Scholar,
não se encontrou estudos que tratem da relação valores pessoais-atitude-fases da lealdade
propostas por Oliver (1997), constatando-se, desta forma, uma lacuna na literatura para
responder ao seguinte questionamento:
Qual o impacto dos valores pessoais nas fases da lealdade do consumidor?
Homburg e Giering (2001) afirmaram que não há dúvida que os constructos
psicológicos (ex. valores pessoais e atitudes) podem explicar muitos dos fenômenos no nível
individual, mais adequadamente, do que fatores demográficos gerais. Entretanto, para esses
autores, as características demográficas desempenham e indicam um forte e importante papel
enquanto moderadores das relações entre os constructos psicológicos e os comportamentais.
Assim, além da relação valores pessoais-atitude-fases da lealdade propostas por Oliver
(1997), constata-se outra lacuna na literatura para a seguinte questão:
Qual o impacto das variáveis demográficas de gênero, idade, renda e
escolaridade na relação entre os valores pessoais e as fases da lealdade do consumidor?
Para investigar e buscar respostas aos questionamentos formulados acima, optou-se
pelo contexto de serviço, por considerar que, particularmente nesse segmento, as
características pessoais dos consumidores são fatores determinantes na manutenção dos
relacionamentos (HOMBURG; GIERING, 2001; VÀSQUEZ-CARRASCO; FOXALL,
2006). Mais especificamente, escolheu-se o setor bancário brasileiro, que apresenta grande
diversidade de clientes e múltiplas formas de interação entre consumidores e empresa.
21
Segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Bancos, atualmente o setor
conta com mais de 100 milhões de correntistas e, aproximadamente, R$ 1,5 trilhões em
depósitos totais (FEBRABAN, 2008). De acordo com Barnes (1997), nenhum segmento de
prestação de serviços parece mais interessado em estabelecer relações com seus clientes do
que o de serviços bancários, pois o crescente uso da tecnologia em transações financeiras
reduziu significativamente as oportunidades de contato entre os consumidores e o banco.
Logo, relacionar os atributos ‘valores pessoais’, ‘atitude’ e ‘lealdade’, a bancos, que possuem
estruturas diferenciadas de atendimento, imagens de solidez e tradição divergentes, marcas
reconhecidas e diversas variedades de produtos e serviços, é uma oportunidade acadêmica e
gerencial relevante para aprimorar relacionamentos nesse segmento.
Desta forma, procurando responder às questões apresentadas, essa tese tem os
seguintes objetivos:
1.1 OBJETIVOS DO ESTUDO
Objetivo Geral:
Elaborar e verificar empiricamente modelos teóricos sobre as relações existentes
entre os constructos valores pessoais, atitude e fases da lealdade junto a clientes de
instituições bancárias no Brasil.
22
Objetivos Específicos:
1) Mensurar a influência dos valores pessoais nas fases da lealdade, analisando os
valores como antecedentes diretos das fases da lealdade.
2) Mensurar a influência dos valores pessoais na atitude e da atitude nas fases da
lealdade, analisando a atitude como mediadora completa da relação valores
pessoais-fases da lealdade.
3) Mensurar, simultaneamente, a influência dos valores pessoais na atitude e nas
fases da lealdade, e da atitude nas fases da lealdade, analisando a atitude como
mediadora parcial da relação valores pessoais-fases da lealdade.
4) Mensurar a influência das variáveis demográficas de gênero, idade, escolaridade e
renda como moderadoras da relação valores pessoais-fases da lealdade.
1.2 RELEVÂNCIA E MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO
Estudar a relação entre os valores pessoais e a lealdade do consumidor empiricamente
é relevante para as disciplinas de Marketing e de Comportamento do Consumidor, em virtude
de os resultados contribuírem na identificação e consolidação de mais uma variável
psicológica como preditora e influente no constructo lealdade. Resultados consistentes de
estudos realizados com foco na lealdade do consumidor possibilitam melhorar a relação
cliente-empresa e, conseqüentemente, estabelecer um relacionamento que gere aumento de
lucros e retenção de clientes (KUMAR; SHAH, 2004), além de auxiliar na redução de custos,
na sensibilidade de preços, no boca-a-boca positivo e no aumento do tempo das relações
comerciais (REICHELD; TEAL, 1996). Como ainda não há uniformidade no meio acadêmico
quanto aos melhores preditores da lealdade (RUNDLE-THIELE; MACKAY, 2001), estudar e
investigar o impacto dos valores pessoais nesse constructo é motivador.
Os Valores também têm sido definidos e mensurados na literatura de Marketing em
diferentes contextos. Por exemplo, valor para o cliente, que é o “... tradeoff entre o que é
recebido pelo consumidor em troca do que é dado à empresa” (ZEITHAML, 1988, p. 14), ou
23
seja, aquele vinculado à relação custo-benefício e à percepção que o cliente tem sobre a troca
mútua e o cumprimento de promessas (GRÖNROOS, 1994); valor do cliente para a empresa
ou Customer Lifetime Value (CLV) (DOWLING; UNCLES, 1997; JAIN; SINGH, 2002;
VOERHOEF; LANGERAK, 2002; BECHWATI; ESHGHI, 2005; ROEMER, 2006; LEONE
et al., 2006), que está associado ao lucro que um cliente pode gerar a uma empresa
(BERGER; NASR, 1998), ou seja, é o valor que indica a diferença entre os custos para
adquirir, servir e reter um cliente e os lucros gerados por ele ao longo de sua vida como
consumidor (BERGER; NASR, 1998); e valor do cliente ou valores pessoais, que é baseado
na Psicologia Social e aborda aspectos sobre a existência humana e suas relações sociais
(ROKEACH, 1973). Desta forma, pesquisar sobre valores pessoais implica ampliar a
tendência investigativa desse constructo na disciplina de Marketing.
Entretanto, a principal motivação e relevância para esse estudo é a realização de uma
investigação empírica sobre a relação de dependência entre os valores pessoais e as fases da
lealdade propostas por Oliver (1997), que até o momento não foi estudada no meio acadêmico
ou empresarial.
1.3 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
Esta tese está organizada da seguinte forma:
O capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica sobre os temas Valores Pessoais,
Atitude e Lealdade.
O capítulo 3 discorre sobre os modelos teóricos e as hipóteses que os compõem.
O capítulo 4 traz o método de pesquisa, com as técnicas de coleta de dados,
amostragem e procedimentos para análise dos dados e apresenta os resultados dos
estudos empíricos.
O capítulo 5 expõe as conclusões das pesquisas.
O capítulo 6 apresenta as limitações e proposições de estudos futuros.
24
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesse capítulo são abordadas as teorias que serviram de base para elaboração dos
modelos da tese. As referências foram eleitas considerando as evidências teóricas que
sustentam as relações entre Valores Pessoais, Atitudes e Lealdade.
A revisão bibliográfica é apresentada num continuum (Figura 1), partindo dos
conceitos, medidas e tipos de modelos vinculados à Teoria dos Valores Humanos, passando
pelos conceitos e tipos de modelos vinculados às Atitudes, até chegar na reconstituição
histórica, nas abordagens comportamental e atitudinal, e no estado da arte da Lealdade do
consumidor.
Figura 1 Modelo Geral da Fundamentação Teórica
Valores
Pessoais
Atitudes
Lealdade
- Conceitos
- Medidas de Valor
- Modelos de Mensuração
de Valores
- Valores no Brasil
- Evolução Histórica
- Abordagens:
Comportamental / Atitudinal
- Fases da Lealdade
- Mensuração da Lealdade
- Lealdade no Brasil
- Conceitos
- Componentes da Atitude
- Propriedades da Atitude
- Medidas de Atitude
- Modelos de Mensuração
- Atitudes no Brasil
25
2.1 VALORES PESSOAIS
2.1.1 Conceitos de Valores
Historicamente, os valores têm sido importantes para os acadêmicos que exploram a
natureza do self e das relações do indivíduo com a sociedade. Dewey (1939)
2
enfatizou o processo de valoração como essencial para sua interpretação do
pragmatismo. Parsons (1937)
3
teorizou valores como instrumentais para entender a
unidade do ato em si. Kluckhohn (1951)
4
revisou o conceito amplamente, partindo
da Teoria da Ação de Parsons. Rokeach (1973, 1979
5
) pode ser considerado como
aquele que trouxe o conceito para dentro de um foco moderno; Shalom Schwartz
(1992, 1994) realmente entrega um modelo que deriva explicitamente da formulação
de valores de Rokeach (HITLIN, 2003, p. 119).
Os valores têm sido foco de pesquisas em Ciências Sociais por décadas
(MADRIGAL, 1995) e ocupam um local proeminente no discurso científico e público numa
grande variedade de níveis (MEGLINO; RAVLIN, 1998). Há na literatura estudos que tratam
da conceituação geral dos valores (ex. Rokeach, 1968, 1973; Kahle, 1986; Schwartz e Bilsky,
1987, 1990), bem como de conceituações específicas, tais como valores culturais (ex.
Hofstede e Bond, 1984; Lenartowicz e Johnson, 2002; Lenartowicz e Johnson, 2003), valores
nas organizações (ex. Kabanoff, Waldersee e Cohen, 1995; Meglino e Ravlin, 1998; Kabanoff
e Daly, 2000) e valores no trabalho (ex. Furnham, 1984; George e Jones, 1997; Elizur e Sagie,
1999).
A despeito de sua “popularidade”, não existe um consenso sobre a natureza dos
valores em si. “Entre outras coisas, os valores já foram considerados necessidades, tipos de
personalidade, motivações, metas, utilidades, atitudes, interesses e entidades mentais
inexistentes” (MEGLINO; RAVLIN, 1998, p. 351). De acordo com esses autores, essa
ausência de concordância tem criado problemas na interpretação de resultados de vários
estudos.
2
DEWEY, John. Theory of Valuation. Chicago: University of Chicago Press, 1939.
3
PARSONS, Talcott. The Structure of Social Action:A Study in Social Theory With Special Reference to a
Group of Recent European Writers. New York: McGraw-Hill, 1937.
4
KLUCKHOHN, Clyde. Values and value-orientations in the theory of action. In: Talcott Persons & Edward A.
Shills (Eds.), Toward a general theory of action (pp. 388-433) edited by Talcott Parsons and Edward A.
Shils. New York: Harper, 1951.
5
ROKEACH, Milton. Understanding Human Values: Individual and Societal. New York: Free Press, 1979.
26
Para Schwartz (2005a, p. 21), “o conceito de valor, mais que qualquer outro, deveria
ocupar uma posição central”, pois “possibilita unificar os interesses aparentemente diversos
de todas as ciências relacionadas ao comportamento humano (Rokeach, 1973, p. 3)”.
Valores pessoais são crenças abstratas que transcendem situações específicas e guiam
a seleção ou a avaliação de comportamentos e eventos (ROKEACH, 1973, SCHWARTZ;
BISKY, 1987). Rokeach (1973, p. 5) conceituou valor como “uma crença duradoura de que
um modo de conduta específico ou um estado-final de existência é pessoal ou socialmente
preferível a outro modo de conduta ou estado-final de existência” . Para o autor, os valores
pessoais não refletem necessariamente o que as pessoas querem, mas descrevem suas
interpretações internalizadas sobre formas socialmente desejáveis de realizar as necessidades.
Enquanto, Vinson, Scott e Lamont (1977) interpretaram os valores pessoais como sendo
elementos cognitivos centrais que estimulam uma resposta comportamental.
Ao longo dos anos, à medida que o constructo valores pessoais passou a ser mais
estudado, novas conceituações foram sendo incorporadas à literatura. Por exemplo, Alwin e
Krosnick (1985) o definiram como sendo padrões de desejos invocados na interação social
para avaliar as preferências de metas comportamentais ou modos de ação. Kahle (1986)
definiu valor como um tipo de cognição social que reflete o estado interno que intervém entre
os estímulos e as respostas. Meglino e Ravlin (1998) definiram valor como sendo crenças
internalizadas de uma pessoa sobre como ela deve se comportar. Já nos anos 2000, Lages e
Fernandes (2005) conceituaram valores pessoais como crenças intrínsecas, duradouras e
relativamente estáveis na vida de um indivíduo, definidas como representações mentais de
necessidades que são utilizadas como base geral para a resolução de conflitos e decisões,
determinando, regulando e modificando relações entre indivíduos, organizações e sociedades.
Enquanto, Fritzsche e Oz (2007, p. 336) assumiram o conceito de valores declarado por
Williams (1979)
6
: o sistema de valor é um conjunto organizado de padrões preferenciais que
são usados ao fazer a seleção de objetos e ações, resolver conflitos, invocar sansões sociais e
lidar com as necessidades ou pedidos de defesas sociais e psicológicas de escolhas feitas ou
propostas”.
Numa perspectiva multidisciplinar, Vinson, Scott e Lamont (1977) e Clawson e
Vinson (1978), apresentaram alguns conceitos de valor adotados em outras disciplinas,
destacando a conceituação dada por Rokeach na Psicologia. Assim, os autores apresentaram
que na área da Filosofia, os filósofos se preocuparam com os valores de uma forma bastante
6
WILLIAMS, Robin M. Jr. Change and Stability in Values and Value Systems: A Sociological Perspective. In:
M. Rokeach (ed.) Understanding Human Values (The Free Press, New York, NY, 1979).
27
tangencial. Referências a valores foram inevitáveis à medida que os filósofos discutiram sobre
a Estética, ou quando deliberaram sobre os problemas dos governos e sobre as
responsabilidades dos cidadãos; na Antropologia, que se interessa pelos estilos de vida e
padrões culturais, Tomas e Zaraniecki, por exemplo, definiram valores como “... elementos
objetivos e sociais que se impõem sobre o indivíduo como algo dado e provocam sua
reação.”
7
; na Sociologia que foca na ideologia e costumes , Brononowski sugeriu que “um
valor é o conceito que agrupa alguns modos de comportamento em nossa sociedade.”
8
; e,
finalmente, na Psicologia que examina os valores a partir de atitudes e motivos pessoais –,
Rokeach (1968) considerou “... o valor como uma crença duradoura, centralmente sustentada,
que guia ações e julgamentos em situações específicas e para além de objetivos imediatos no
sentindo de estados-finais fundamentais de existência”.
Rokeach (1973) classificou os valores como sendo instrumentais e terminais,
propondo uma relação funcional entre eles, na qual os valores instrumentais descrevem
comportamentos que facilitam a obtenção dos valores terminais. Os valores instrumentais são
os modos de comportamento (ex. honestidade, prontidão para ajudar), e os valores terminais
são os estados-finais de existência ou auto-suficiência que uma pessoa busca atingir (ex. vida
confortável, sabedoria). Os valores, tanto os instrumentais quanto os terminais, são
desenvolvidos e aprendidos por cada pessoa, e é essa aprendizagem que garante suas
estabilidade e durabilidade. Após serem aprendidos, os valores são hierarquicamente
ordenados em um sistema, tornando-se centrais na organização cognitiva do indivíduo e
servindo como base para a formação de atitudes, crenças e opiniões (ROKEACH, 1973).
De acordo com Kahle (1996), a metodologia desenvolvida por Milton Rokeach, o
Rokeach Value Survey (RVS), que investiga os valores instrumentais e terminais, é a mais
popular entre os pesquisadores de Ciências Sociais para a mensuração dos valores pessoais.
Para Gouveia et al. (2001), Rokeach contribuiu significativamente para o aprimoramento da
teoria de valores, haja vista que: a) diferenciou o constructo valor de outros a ele comumente
relacionados, tais como atitude, interesse e traços de personalidade; b) apresentou um
instrumento que, pela primeira vez, tratava de medir os valores como um constructo legítimo
e específico; c) demonstrou a centralidade do sistema de valores nas pessoas, reunindo dados
sobre os antecedentes e conseqüentes desse sistema; e d) propôs uma abordagem que reuniu
aspirações de diversas áreas, como a Filosofia, a Antropologia, a Sociologia e a Psicologia.
7
TOMAS W. I.; ZARANIECKI, F. The Polish Peasant in Europe and America. New York: Alfred A. Knopf,
1927, 1131p.
8
BRONOWSKI, J. The Value of Science. In: A. H. Maslow (ed.). New Knowledge in Human Values (New
York: Harper & Row, 1959), 62p.
28
Ainda, segundo esses autores, o trabalho de Rokeach foi fundamental para a evolução da
Teoria dos Valores Integrativa desenvolvida por Schwartz e Bilsky (1987).
A Teoria dos Valores Integrativa reconhece cinco características principais dos
valores, a saber: a) os valores são crenças intrinsecamente ligadas à emoção e não a idéias
frias e objetivas; b) os valores são contructos motivacionais eles se referem a objetivos
desejáveis que as pessoas se esforçam para ter; c) os valores transcendem às situações e às
ações específicas são de natureza abstrata e se distinguem de outros conceitos como normas
e atitudes, por exemplo, que em geral se referem a ações específicas, objetivas e situacionais;
d) os valores guiam a seleção e a avaliação de ações, políticas, pessoas e eventos valores
servem de padrões ou critérios; e e) os valores são ordenados pela importância relativa aos
demais formam um sistema ordenado de prioridades axiológicas dos indivíduos
(SCHWARTZ, 1992, 1994, 2005a, 2006).
Na Ciência Social, especificamente em torno da disciplina Marketing, os valores
pessoais são tratados na área do Comportamento do Consumidor. O estudo desses valores é
extremamente relevante para a disciplina, pois eles se referem a objetivos, metas ou
comportamentos desejáveis, que transcendem situações específicas, servem como padrões
para guiar a seleção ou avaliação de comportamentos, pessoas e eventos, e são ordenados pela
importância entre si (SCHWARTZ, 1992, 2005a). Para Engel, Blackwell e Miniard (2000) os
valores representam as crenças do consumidor sobre a vida e o comportamento aceitável das
pessoas.
Os valores pessoais têm sido medidos de várias maneiras por diversos autores. Assim,
a próxima seção apresenta as principais medidas desse constructo.
2.1.2 Medidas de Valores
Os valores são medidos, descritos e agrupados de várias formas por vários
pesquisadores (WILLIAMS; HALL, 2006). De acordo com Meglino e Ravlin (1998, p. 359):
“Alguns autores (ex. England, 1975
9
; Wollack et al., 1971
10
) têm usado métodos que
mensuram valores independentemente uns dos outros. Outros (ex. Allport, Vernon e
9
ENGLAND, George W. The manager and his values: An international perspective from the United
States, Japan, Korea, India, and Australia. Cambridge, MA: Ballinger, 1975.
29
Lindzey, 1960
11
; Cable e Judge, 1996
12
, 1997
13
; Chatman, 1991
14
; Meglino, Ravlin
& Adkins, 1989
15
) têm empregado métodos que acessam preferências entre
diferentes valores. Cattell (1944)
16
utilizou o termo normativo para descrever o
primeiro método e ipsativo para descrever o último”.
Meglino e Ravlin (19980 afirmaram que o método normativo requer que os
respondentes avaliem (rate) o quanto aprovam um conjunto de itens ou afirmativas,
descrevendo um valor ou um conjunto de valores, e o método ipsativo requer que os
respondentes ordenem um conjunto de valores (rank order), ou escolham um valor ou
declaração de valor em detrimento de outro, em uma escolha forçada (forced choice).
O método ipsativo, também chamado de escala de escolha forçada, no qual os
respondentes devem ordenar os valores, contrasta com o método normativo, que utiliza escala
do tipo de Likert, na qual os respondentes escolhem escores que melhor representem o grau de
concordância com uma afirmativa dada (JOHNSTON, 1995). O método ipsativo é um tipo
específico de medida em que os respondentes comparam duas ou mais opções desejáveis e
selecionam aquela de maior preferência (JOHNSTON, 1995). Essa medida é obtida por meio
da ordenação de atributos ou escolha de respostas entre itens “que mais se parecem comigo” e
itens “que menos se parecem comigo”, em um conjunto de itens igualmente e socialmente
desejáveis (MÜLLER; WELTER; CAPITÃO, 2007, p. 157).
Acredita-se que os escores do método ipsativo representem mais claramente os
verdadeiros valores dos indivíduos do que os escores do método normativo, já que os valores
estão estruturados hierarquicamente e são baseados em graus de importância para cada
indivíduo (MEGLINO; RAVLIN, 1998). De acordo com esses autores, no método normativo
os indivíduos respondem buscando aprovações públicas consideradas socialmente
convenientes e desejáveis, e essa ação, consciente ou inconscientemente, pode levar à escolha
10
WOLLACK, Stephen; GOODALE, James G.; WIJTING, Jan P.; SMITH, Patricia C. Development of survey
of work values. Journal of Applied Psychology, v. 55, n. 4, p. 331-338, 1971.
11
ALLPORT, G. W.; VERNON, P. E.; LINDZEY, G. Manual: A Study of values, (3ª ed.). Boston: Houghton
Mifflin, 1960.
12
CABLE, Daniel M.; JUDGE, Timothy A. Person-organization fit, job choice decisions, and organizational
entry. Organizational Behavior and Human Decision Processes, v. 67, n. 3, p. 294-311, 1996.
13
CABLE, Daniel M.; JUDGE, Timothy A. Interviewers' perceptions of person-organization fit and
organizational selection decisions, Journal of Applied Psychology, v. 82, n. 4, p. 546-561, 1997.
14
CHATMAN, Jennifer A. Matching people and organizations: Selection and socialization in public accounting
firms. Administrative Science Quarterty, v. 36, n. 3, p. 459-484, 1991.
15
MEGLINO, Bruce M., RAVLIN, Elizabeyh C.; ADKINS, Cherly L. A work values approach to corporate
culture: a field test of the value congruence process and its relationship to individual outcomes. Journal of
Applied Psychology, v. 74, p. 424-432, 1989.
16
CATTELL, R. B. Psychological measurement: Normative, ipsative, and interactive. Psychological Review, v.
51, p. 292-303, 1944.
30
de respostas que não representam as verdadeiras crenças do indivíduo. Essa tendência de
escolher respostas tidas como socialmente convenientes não indica um falseamento
deliberado das respostas, “mas pode refletir falta de autoconhecimento, resistência em aceitar
as próprias limitações ou autopercepção distorcida” por parte dos respondentes (MÜLLER;
WELTER; CAPITÃO, 2007, p. 158). Desta forma, segundo esses autores, o formato da escala
ipsativa contribui para a resistência ao falseamento das respostas ao dificultar a atribuição de
um valor maior a itens contidos em um constructo. Para Alwin e Krosnick (1985), o método
ipsativo para a mensuração de valor é obrigatório pela própria natureza do constructo, cuja
manifestação central é fundamentada pela escolha, e nesse método os respondentes fazem as
suas escolhas. No entanto, muito se tem escrito a respeito das dificuldades e limitações de se
utilizar medidas ipsativas (BARON, 1996). Em estudos recentes sobre valores, fica claro que
pesquisadores da área de consumo, bem como pesquisadores de valores de outras áreas, estão
cada vez mais adotando o procedimento normativo como método de escolha, a despeito do
debate “rank versus rate” (MCCARTY; SHRUM, 1997, p. 241).
A abordagem ipsativa tem várias falhas práticas significativas quando utilizada em
pesquisas survey, mesmo considerando os argumentos relativos ao mapeamento conceitual da
técnica ao conceito de valores (ALWIN; KROSNICK, 1985). Pode-se, por exemplo,
enumerar as seguintes limitações: a) o método ipsativo, que atribui classificação diferente
para cada valor, não permite que o perfil de valor de um respondente seja alto ou baixo em
qualquer um ou em todos os valores, o que é possível com o método normativo, que produz
escores de valores que são independentes entre si; b) o método ipsativo não possibilita captar
diferenças absolutas entre os valores, e com o método normativo esta informação é possível,
pelo fato de os valores serem avaliados independentemente; c) o método ipsativo, que resulta
em escores de valores ordenados, necessariamente correlacionados entre si, é limitado quanto
ao uso de algumas técnicas estatísticas (ex. análise fatorial), enquanto que no método
normativo, como os escores são independentes, é permitido, mais prontamente, comparar a
força relacional dos valores entre os indivíduos utilizando-se técnicas estatísticas avançadas
(MUNSON; MCINTYRE, 1979; MEGLINO; RAVLIN, 1998).
Ao contrário das escalas ipsativas, escalas normativas são de fácil apresentação aos
respondentes (MUNSON; MCINTYRE, 1979; ALWIN; KROSNICK, 1985) e demandam 3x
menos tempo para serem respondidas do que as tarefas de ordenamento (rankings). Os
formatos ipsativos são freqüentemente difíceis e demandam dos respondentes considerável
sofisticação cognitiva e concentração (MUNSON; MCINTYRE, 1979), e essa sofisticação é
particularmente problemática quando a lista de conceitos é longa (ALWIN; KROSNICK,
31
1985). Os ratings, por outro lado, são simples de serem administrados e não demandam muita
sofisticação cognitiva. Além desses fatores, os ratings podem, ainda, ser prontamente
administrados por telefone e não envolvem problemas de dependência linear, inerentes aos
rankings (ALWIN; KROSNICK, 1985).
Entretanto, o método normativo também tem dois inconvenientes potenciais que
devem ser avaliados antes da sua utilização (ALWIN; KROSNICK, 1985). O primeiro é que,
uma vez que os ratings requerem menores esforços, a qualidade dos dados pode ser reduzida
em relação aos obtidos através de rankings, e o segundo refere-se à suscetibilidade a
problemas de estilo de respostas ou conjunto de respostas. Ou seja, mesmo com a qualidade
avaliada e considerada boa ou socialmente desejável, as respostas nos ratings tendem a ficar
dentro de uma variação bastante restrita dos pontos disponíveis na escala (ALWIN;
KROSNICK, 1985). O problema da variação restrita na escala pode surgir quando os itens
avaliados são todos vistos como inerentemente positivos pelos respondentes. Em alguns
casos, muito embora a escala avaliativa fornecida contenha âncoras tipicamente positivas e
negativas (tais como ‘extremamente importante’/ ‘não tão importante’), os avaliadores
tenderão a acumular as suas avaliações no final positivo da escala (end-piling) e, desta forma,
demonstrar pouca diferenciação entre os itens avaliados. Essa ausência de diferenciação pode
afetar as relações estatísticas, tanto entre os itens em si (ex. análise fatorial e correlação)
quanto entre os itens de outras variáveis (ex. validade preditiva) (MCCARTY; SHRUM,
1993a, 1993b, 1997, 2000).
Cientes das vantagens e desvantagens dos métodos ipsativo e normativo, alguns
pesquisadores (ex. Beatty et al., 1985; Kahle, Beatty e Homer, 1986; Kahle e Kennedy, 1988;
Schwartz e Bilsky, 1990, McCarty e Shrum, 2000; Allen, Ng e Wilson, 2002) optaram por
mensurar valores pelo método rank-then-rate. Nesse procedimento, sugerido por (Munson,
1984)
17
, os respondentes primeiro ordenam os valores que julgam importantes e depois
mensuram (avaliam), os mesmos valores, por meio de uma escala de importância
(MCCARTY; SHRUM, 1997). O método rank-then-rate exige que os respondentes façam
escolhas e comparações entre valores durante a tarefa de ranking e, com as comparações e as
escolhas ainda frescas na memória, avaliem esses valores (MCCARTY; SHRUM, 2000).
Embora o procedimento rank-then-rate possa parecer intuitivamente preferível em relação ao
método rating (na medida em que ele força as comparações e supera alguns problemas das
17
MUNSON, J. Michael. Personal Values: Considerations on Their Measurement and Application to Five Areas
of Research Inquiry. In: Robert E. Pitts, Jr. e Arch G. Woodside (eds.), Personal Values and Consumer
Psychology (p. 13-33). Lexington Books, 1984.
32
medições ordinais), esse método apresenta as mesmas limitações associadas aos rankings:
tempo e esforço de resposta. Isto é particularmente problemático, pois a extensa tarefa de
ranking é feita meramente para forçar os respondentes a considerar todos os valores antes da
tarefa de rating, usados para as análises estatísticas (MCCARTY; SHRUM, 1997, 2000).
Outro método possível de avaliação de valores é o “least-most” (MCCARTY;
SHRUM, 1997, p. 241). De acordo com esses autores, esse procedimento, semelhante à
técnica de ancoramento considerada por Munson e McIntyre (1979), pede que os
respondentes primeiro analisem todo o conjunto de valores e escolham o valor mais
importante e, em seguida, o valor menos importante. Essa tarefa de escolha força o
respondente a observar e analisar toda a lista e fazer comparações entre os valores. Depois
que os respondentes selecionam os valores mais e menos importantes, solicita-se que eles
avaliem todo o conjunto de valores numa escala intervalar, tendo por base os valores
escolhidos. Esse procedimento demora um pouco mais do que o método de rating simples,
mas requer muito menos tempo que o processo rank-then-rate. Entretanto, assim como na
tarefa rank-then-rate, o método least-most também tem suas limitações, pois requer que os
respondentes leiam toda a lista de valores e façam comparações a fim de determinar o valor
menos e o mais importante. A questão colocada é se o procedimento least-most induz os
respondentes a fazer comparações a um grau suficiente que resulte em diferenciação similar
ao rank-then-rate, e se o least-most de fato induz a uma diferenciação maior do que o método
de simples rating (MCCARTY; SHRUM, 1997).
Observa-se na literatura vários estudos comparando as características de mensuração
ipsativa e normativa, além de outros procedimentos. Embora uma afirmativa quanto ao
método de coleta de dados mais apropriado a ser utilizado com perfis de valores ainda não
possa ser feita, o abandono da técnica de ranking original de Rokeach em favor da escala do
tipo de Likert parece não ser um procedimento garantido (REYNOLDS; JOLLY, 1980). De
modo geral, as conclusões de diversas pesquisas sobre o tema têm sido equívocas no sentido
de que alguns estudos encontraram pouca ou nenhuma diferença entre as técnicas ipsativa e
normativa; alguns encontraram que as técnicas ipsativas são superiores às normativas, e
outros que as técnicas normativas são superiores (MEGLINO; RAVLIN, 1998). Desta forma,
conclui-se que a solução sobre a melhor medida de valores parece ainda indefinida.
33
2.1.3 Modelos de Mensuração de Valores
Na busca por respostas empíricas sobre a interconexão existente entre os valores
pessoais e destes com outros constructos, alguns modelos utilizando abordagens quantitativas
foram desenvolvidos, tais como: Study of Values (SOV); Rokeach Value Survey (RVS); List
of Values (LOV); Values and Lifestyle Segmentation (VALS); Schwartz Value Survey (SVS);
Cadeia Meios-Fim; e Service Personal Value (SERPVAL). Entretanto, não existe
unanimidade quanto à superioridade de quaisquer destas ferramentas de mensuração dos
valores pessoais (MARANDI; LITTLE; SEKHON, 2006).
As características de cada um dos modelos citados acima são apresentadas a seguir.
2.1.3.1 Study of Values (SOV)
O SOV foi desenvolvido por Allport, Vernon e Lindzey (1960, 1970
18
) com o objetivo
de mensurar a força relativa de seis motivos ou interesses básicos relacionados à
personalidade do indivíduo. Allport acreditava que a filosofia de um indivíduo é fundada em
seus valores ou em convicções básicas que ele detém sobre o que é, ou não é, realmente
importante na sua vida (Hjelle e Ziegler, 1976 p. 202-206)
19
(SOV, 2008). Partindo dessa
suposição, Allport desenvolveu o SOV, baseando-se na classificação dos tipos de valores
apresentados pelo psicólogo alemão Eduard Spranger (1928)
20
, que afirmava que a
personalidade está vinculada aos valores pessoais (SOV, 2008).
A escala SOV é intrinsecamente ipsativa (LUBINSKI; SCHMIDT; BENBOW, 1996).
Essa escala é composta por seis tipos de valores: o teórico, o econômico, o estético, o social, o
político e o religioso (Quadro 1), e é constituída por duas partes. A primeira é composta por
30 itens dicotômicos que as pessoas devem ordenar de acordo com as suas preferências
pessoais, indicando como se sentem em relação a cada uma delas. A escala varia de 3;0 para
forte preferência ou 2;1 para fraca preferência. Por exemplo: “Assumindo que você tenha
18
ALLPORT, G. W.; Vernon, P. E.; Lindzey, G. Manual Study of Values. Houghton Mifflin, 1970.
19
HJELLE, Larry A., ZIEGLER, Daniel J. Personality Theories: Basic Assumptions, Research, and
Applications. New York: McGraw-Hill Book Company, 1976.
20
SPRANGER, Eduard. Types of Men: The Psychology and Ethics of Personality. Contributors: - author,
Paul John William Pigors - transltr. Publisher: M. Niemeyer. Halle, 1928. 404 pgs.
34
habilidade suficiente, você preferiria ser, A: um banqueiro, ou, B: um político?” Uma forte
preferência para ser banqueiro teria a resposta A=3, B=0, e uma fraca preferência teria a
resposta A=2 e B=1. A segunda parte consiste de 16 itens, sendo que cada item tem quatro
opções de ranking (1 mais atraente e 4 menos atraente). Por exemplo:
Se você vivesse numa cidade pequena e tivesse renda mais do que suficiente para as
suas necessidades, você preferiria: A: aplicá-la produtivamente em alguma atividade
comercial ou industrial; B: ajudar as atividades dos grupos religiosos locais; C: doar
para o desenvolvimento de pesquisas científicas de sua localidade; D: doar à
Sociedade de Assistência à Família (LUBINSKI; SCHMIDT; BENBOW, 1996, p.
445).
Tipos de Valores Caracterização
Teórico
Uma pessoa teórica se preocupa principalmente com a descoberta da verdade, que
ela busca de modo cognitivo. Seus interesses são empiricamente críticos e
racionais.
Econômico
O indivíduo econômico valoriza mais o que é mais útil e é freqüentemente prático.
Em geral tem o estereótipo do homem de negócios americano bem sucedido. Esse
tipo de indivíduo considera inútil o conhecimento não aplicado.
Estético
O indivíduo estético valoriza a forma e a harmonia. Acredita que a vida é
composta por uma série de eventos que devem ser desfrutados. Esse indivíduo tem
interesse pelo lado artístico da vida e tende para o individualismo e a auto-
suficiência.
Social
O indivíduo social busca o amor das pessoas, é altruísta e tem tendência à gentileza
e ao não egoísmo.
Político
O indivíduo político tem o poder como orientação dominante e uma tendência para
desejar influência e renome. Esse indivíduo tem alta probabilidade de se tornar um
líder na sociedade.
Religioso
O indivíduo religioso valoriza a unidade. Ele busca entender e vivenciar o mundo
enquanto um todo unificado. Tende a compreender o cosmo como um todo,
buscando se relacionar com ele e abraçá-lo na sua totalidade.
Quadro 1 Valores do Study of Values (SOV)
Fonte: SOV (2008).
Allport, Vernon e Lindzey (1970) administraram o SOV numa amostra de 203
adolescentes americanos, intelectualmente privilegiados, com idades entre 10 e 16 anos, e os
resultados revelaram duas diferenças entre os sexos: os homens são mais teóricos, econômicos
e políticos, e as mulheres são mais estéticas, sociais e religiosas. A respeito da validade da
escala, os dados empíricos confirmaram as expectativas contidas no Manual do SOV, que se
baseiam principalmente na diferença entre grupos investigados. Por exemplo, foi comprovado
que alunos de faculdades de Administração têm escores relativamente mais altos em
economia e que alunos da faculdade de Teologia têm escores mais altos em religião (SOV,
2008).
O SOV e as teorias implícitas em suas medidas ainda são aplicáveis na atualidade,
sendo muitas vezes estudadas e revisadas por teóricos e psicólogos (LUBINSKI; SCHMIDT;
BENBOW, 1996).
35
2.1.3.2 Rokeach Value Survey (RVS)
O Rokeach Value Survey é o método mais popular entre os pesquisadores de Ciências
Sociais para se mensurar valores (KAHLE, 1996). Rokeach desenvolveu, ao mesmo tempo, i)
uma perspectiva teórica sobre a natureza dos valores num framework cognitivo e ii) um
instrumento de mensuração de valores, sendo ambos amplamente utilizados por psicólogos,
cientistas políticos, economistas e outros interessados em entender o que são valores, o que as
pessoas valorizam e qual a função primordial desses valores (JOHNSTON, 1995).
Rokeach (1968, 1973, 1981), com a aplicação do Rokeach Value Survey (RVS), trouxe
contribuições significativas e inovadoras à Teoria de Valores, agregando credibilidade e
entendimento às pesquisas sobre o tema nas décadas de 1960 a 1990, complementando os
estudos de Kluckhohn (1951), Kluckhohn e Strodtbeck (1961)
21
, Smith (1969)
22
, Allport,
Vernon e Lindzey (1970) (MAYTON II; BALL-ROKEACH; LOGES, 1994) e Williams
(1968)
23
(SCHWARTZ, 2006).
O modelo RVS é composto de 36 itens (Quadro 2), sendo 18 valores instrumentais e
18 terminais (ROKEACH, 1973, 1981). Nesse modelo, o respondente indica sua preferência
por meio de ordenamento (ranking) dos valores apresentados em duas listas. O respondente
organiza os valores terminais, seguidos pelos instrumentais, “em ordem de importância para
Você, como princípios que guiam a Sua vida” (ROKEACH, 1973, p. 27). Assim, por meio
desse procedimento, Rokeach afirma que é possível inferir a organização “axiológica” do
indivíduo (MAHONEY; KATZ, 1976).
O modelo RVS foi aplicado e validado por inúmeros pesquisadores em diferentes
contextos nacionais e internacionais (GUNTHER, 1981). Pesquisas foram realizadas a fim de
verificar a validade e a confiabilidade do RVS em si e confirmaram os resultados de Rokeach
(1973), que reportou coeficiente de confiabilidade relativamente alto para o instrumento de
pesquisa (MUNSON; MCINTYRE, 1979). No entanto, mesmo com inúmeros testes
empíricos, o RVS sofre críticas quanto a três aspectos, a saber: a) ao tipo de medida
empregada, que é de natureza ipsativa (sugere uma dependência entre as pontuações de um
mesmo sujeito); b) à indefinição da estrutura dos valores; e c) à restrição das amostras dos
seus estudos, realizados principalmente com estudantes universitários norte-americanos
21
KLUCKHOHN, Florense R.; STRODTBECK, Fred L. Variations in value orientation. Westport, CT:
Greenwood Press, 1961.
22
SMITH, M. Brewster. Social psychology and human values: Select essays. Chicago: Aldine, 1969.
23
WILLIAMS, Robin M. Jr. Value. In: E. Sills (Ed.) International encyclopedia of the social sciences. New
York: Macmillan, 1968.
36
(GOUVEIA et al., 2001). Porém, apesar das críticas, é um método de fundamental
importância para o Marketing e para a pesquisa do consumidor (BEARDEN; NETEMEYER,
1999).
Valores Terminais Valores Instrumentais
01. Amor maduro (intimidade sexual e espiritual) 01. Alegre (despreocupado, divertido)
02. Auto-respeito (auto-estima) 02. Ambicioso (trabalhador, pretendente)
03. Equilíbrio Interno (livre de conflito interno) 03. Amoroso (afetuoso, terno)
04. Felicidade (contentamento) 04. Capaz (competente, eficiente)
05. Igualdade (fraternidade, oportunidades iguais
para todos)
05. Controlado (reservado, disciplinado)
06. Liberdade (independência, livre escolha) 06. Corajoso (defendendo sua convicção)
07. Mundo de beleza (beleza da natureza e das
artes)
07. Honesto (sincero, correto)
08. Mundo de paz (livre de guerra e conflito) 08. Imaginativo (ousado, criador)
09. Prazer (vida agradável, ociosa) 09. Independente (seguro de si, auto-suficiente)
10. Reconhecimento social (respeito e
admiração)
10. Intelectual (inteligente, reflexivo)
11. Sabedoria (compreensão amadurecida da
vida)
11. Limpo (asseado, ordeiro)
12. Salvação (salvar-se, vida eterna) 12. Lógico (consistente, racional)
13. Segurança da família (cuidar dos entes
amados)
13. Obediente (cumpridor do dever, respeitador)
14. Segurança nacional (proteção contra ataque) 14. Perdoar (disposto a desculpar outrem)
15. Sentimento de realização (contribuição
duradoura)
15. Polido (cortês, bem-educado)
16. Amizade verdadeira (íntimo
companheirismo)
16. Prestativo (trabalhar pelo bem-estar dos
outros)
17. Vida confortável (vida próspera) 17. Responsável (coerente, digno de confiança)
18. Vida excitante (vida estimulante, ativa) 18. Tolerante (mentalmente aberto)
Quadro 2 Modelo Rokeach Value Survey (RVS)
Fonte: Gunther (1981).
Por sugestão de Munson e McIntyre (1979), o método RVS, devido ao ordenamento
(rate) difícil e lento, deveria ser validado com escalas avaliativas (ratings) mais apropriadas
ao campo de investigação antes de uma aplicação real. De acordo com esses autores, Rokeach
desenvolveu o instrumento original utilizando ranking, mas a maioria das aplicações em
Marketing têm sido em rating, utilizando escalas do tipo de Likert.
Alguns pesquisadores (ex. Rokeach, 1973; Kohn, 1977; Prakash e Munson, 1985;
Kamakura e Mazzon, 1991) utilizaram o modelo RVS num processo de ranking, por julgarem
que os valores representam escolhas que as pessoas fazem na vida, sendo essas escolhas mais
facilmente avaliáveis por ordenamento. Mas a dificuldade de se aplicar uma escala de ranking
aumenta significativamente quando o número de atributos a serem ordenados ultrapassa
quatro ou cinco (MCCARTY; SHRUM, 2000). Autores, como Homer e Kahle (1988) e
Shrum e McCarty (1992) têm preferido realizar rating nesse modelo, enquanto outros
preferem o processo avaliação misto rank-then-rate (ex. Beatty et al., 1985; Kahle, Beatty e
37
Homer, 1986; Kahle e Kennedy, 1988; Kahle, 1996; McCarty e Shrum, 2000, Allen, Ng e
Wilson, 2002).
O modelo RVS foi efetivamente validado no Brasil por Gunther (1981), que realizou o
método de retradução da seguinte maneira: três pessoas tendo o Português como língua
materna, e com um excelente conhecimento de Inglês traduziram, uma independente da outra,
a escala para o Português. As diferentes versões resultantes foram retraduzidas para o Inglês
por pessoas que falavam Inglês como língua materna, tendo excelente conhecimento do
Português. Finalmente, a versão em Português que mais se aproximava da - ou era igual à
escala original foi escolhida para o teste de confiabilidade. Para tanto, foram realizados quatro
testes com alunos, sendo o primeiro em cursos de pós-graduação da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), o segundo em séries finais do segundo grau de uma escola em
Lajeado (RS), o terceiro no curso de graduação em Psicologia da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), e o quarto no curso de graduação em Psicologia do Instituto Paraibano de
Educação (João Pessoa-PB). Desta forma, Gunther concluiu que as duas escalas (valores
instrumentais e valores terminais), nos quatro estudos, mostraram-se fidedignas como um
todo, correspondendo aos trabalhos realizados por Rokeach (1973).
2.1.3.3 List of Values (LOV)
A escala LOV foi desenvolvida na University of Michigan Survey Research Center
(Kahle 1983
24
; Veroff, Douvan e Kulka, 1981
25
) e foi utilizada para acessar os valores dos
americanos e replicar e ampliar os dados do livro de Gurin, Veroff e Feld (1960)
26
(BEATTY
et al., 1985). Os atributos dessa escala são baseados nas pesquisas de valores feitas por
Feather (1975)
27
, Maslow (1954)
28
e Rokeach (1973) e na Teoria da Adaptação Social (Kahle,
1983) (BEATTY et al., 1985; CORFMAN; LEHMANN; NARAYANAN, 1991).
A escala LOV pauta-se pela distinção entre os valores internos e externos e, ainda,
pela importância das relações interpessoais na avaliação dos valores. Em essência, a LOV
24
KAHLE, Lynn R. Social values and social change: Adaptation to life in America. New York, Praeger,
1983.
25
VEROFF, Joseph; DOUVAN, Elizabeth; KULKA, Richard A. The Inner American. New York: Basic
Books, 1981.
26
GURIN, Gerald; VEROFF, Joseph; FELD, Sheila. Americans View Their Mental Health. New York: Basic
Books, 1960.
27
FEATHER, Norman T. Values in education and Society, New York, NY: The Free Press, 1975.
28
MASLOW, Abraham Harold. Motivation and Personality, New York, NY: Harper and Row, 1954.
38
mede os valores que são centrais na vida das pessoas, particularmente aqueles de maior
importância (KAHLE; BEATTY; HOMER, 1986). A abordagem LOV modificou os valores
terminais do RVS para um subconjunto menor de valores, que podem ser generalizados para
importantes papéis e situações de vida (BEATTY et al., 1985).
O estudo original do LOV foi aplicado numa amostra nacional probabilística de 2264
norte-americanos. Nessa aplicação, a coleta de dados se concentrou nos valores que as
pessoas consideravam como o primeiro e o segundo mais importantes dentre nove valores.
Nessa versão do instrumento, não foi realizada uma classificação completa dos valores da
lista. Por meio dos resultados dessa survey, Kahle (1983) e colegas chegaram a várias
conclusões importantes sobre a adaptação social e psicológica dos indivíduos (BEATTY et
al., 1985). Por exemplo, verificou-se que “o LOV se correlacionava significativamente com
várias medições de saúde mental, bem estar, adaptação à sociedade e ao self (Kahle, 1983),
confirmando sua validade estatística” (MARANDI; LITTLE; SEKHON, 2006, p. 341).
A escala LOV tem sido utilizada em trabalhos acadêmicos e em pesquisas comerciais,
sendo testada em uma variedade de situações. Essa escala oferece uma opção “mais enxuta” e
mais prontamente utilizável para investigar valores em contextos negociais (WILLIAMS;
HALL, 2006, p. 105). A LOV é constituída por 9 valores que são avaliados numa escala de 9
ou 10 pontos, variando de ‘importante para mim’ a ‘muito importante para mim’ (Quadro 3).
Inicialmente, o respondente assinala no questionário (ex. com um círculo) o valor mais
importante na sua vida pessoal e depois marca o grau de importância dos demais valores
(KAHLE, 1985, 1986; 1996; BEATTY et al., 1985; KAHLE; BEATTY; HOMER, 1986;
KAHLE; KENNEDY, 1988, NOVAK; MACEVOY, 1990; KAMAKURA; NOVAK, 1992;
SCHIFFMAN; SHERMAN; LONG, 2003; SHAW et al., 2005; WATKINS; GNOTH, 2005).
Valores
Importante Muito Importante
para mim para mim
01. Sentimento de pertencimento (ser aceito e necessário para sua família,
amigos e comunidade).
1 2 3 4 5 6 7 8 9
02. Excitação (vivenciar estímulos e prazer). 1 2 3 4 5 6 7 8 9
03. Relacionamentos cordiais com outros (ter companheiros próximos e
amizades íntimas).
1 2 3 4 5 6 7 8 9
04. Auto-realização (encontrar paz de espírito e fazer o melhor uso de
seus talentos).
1 2 3 4 5 6 7 8 9
05. Ser respeitado (ser admirado por outros e receber reconhecimento). 1 2 3 4 5 6 7 8 9
06. Diversão e aproveitar a vida (levar uma vida prazerosa, feliz). 1 2 3 4 5 6 7 8 9
07. Segurança (estar seguro e protegido de infortúnios e ataques). 1 2 3 4 5 6 7 8 9
08. Auto-respeito (ter orgulho de si mesmo e ser autoconfiante). 1 2 3 4 5 6 7 8 9
09. Sentimento de objetivos alcançados (ter sucesso no que você quer
fazer).
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Quadro 3 Modelo List Of Value (LOV)
Fonte: Kahle (1996).
39
Postula-se que o LOV é uma tarefa mais fácil para o respondente e mais simples de
administrar. O procedimento de rating do LOV leva menos da metade do tempo demandado
pelo procedimento de ranking do RVS, que pode consumir de 10 a 20 minutos (BEATTY et
al., 1985). Além disso, de acordo com esses autores, muitos valores da lista RVS não são
diretamente relevantes no contexto de comportamento do consumidor (ex. segurança
nacional, mundo de paz), e a inclusão de itens menos relevantes para os indivíduos em sua
vida diária e seu comportamento de compra pode obscurecer relações importantes entre
valores e consumo. Assim, o LOV, sendo uma escala mais parcimoniosa, tenta evitar esses
problemas (BEATTY et al., 1985).
2.1.3.4 Value and Lifestyle Segmentation (VALS)
A escala VALS foi desenvolvida pelo SRI International, por Mitchell (1983)
29
, com o
objetivo de classificar os indivíduos americanos a partir de um conjunto de nove estilos de
vida. Essa escala é baseada na teoria de Maslow (1954) e nas necessidades hierárquicas e
características sociais de Riesman, Glazer e Denney (1950)
30
(KAHLE; BEATTY; HOMER,
1986). A VALS é amplamente utilizada em aplicações comerciais (NOVAK; MACEVOY,
1990) e é composta por atributos de valores e estilos de vida, dados demográficos e padrões
de compras (Quadro 4).
A SRI International, para o desenvolvimento da VALS, realizou uma survey em 1980
junto a 1635 americanos, tendo como retorno 1078 questionários. Com base nos resultados, os
grupos de consumidores foram divididos em três categorias básicas: consumidores
impulsionados pela necessidade, direcionados externamente e direcionados internamente. O
segmento ‘Consumidores Impulsionados pela Necessidade’ é formado por 4% de
sobreviventes e 7% de sustentadores, o segmento ‘Consumidores Direcionados Externamente’
possui 35% de pertencentes, 10% de emuladores e 22% de realizadores, e o segmento
‘Consumidores Direcionados Internamente’ é formado por 5% de eu-sou-eu, 7% de
experimentadores, 8% de socialmente conscientes e 2% de integrados (KAHLE; BEATTY;
HOMER, 1986).
29
MITCHELL, Arnold. The Nine American Life Styles. New York: Warner, 1983.
30
RIESMAN, David; NATHAN, Glazer; REVEL, Denney. The Lonely Crowd. New Haven, CT: Yale
University Press, 1950.
40
Tipo de
Consumidor
Valores e Estilo de
Vida
Dados Demográficos Padrões de Compra
Consumidores Orientados pela Necessidade
Sobrevivente
Luta pela sobrevivência
Desconfiado
Desajustado
socialmente
Regulado por apetite
Renda ao nível de pobreza
Pouca instrução
Muitos membros de
minorias
Muitos vivem em favelas
Domínio de preço
Focado no básico
Compra para necessidades
imediatas
Sustentador
Preocupado com
segurança, proteção
Inseguro, compulsivo
Dependente, seguidor
Esperto, determinado a
ir em frente
Renda baixa
Instrução baixa
Muitos desempregados
Vivem no campo assim
como em cidades
Preço é importante
Quer garantia
Comprador cauteloso
Consumidores Direcionados Externamente
Pertencente
Conformado,
convencional
Não experimenta
Tradicional, formal
Nostálgico
Renda baixa a média
Instrução baixa a média
Empregos operários
Tendem a viver fora da
cidade
Família
Lar
Novidades
Mercados de massa médio a
baixo
Emulador
Ambicioso, exibido
Consciente de status
Movimentação social
ascendente
Machista, competitivo
Renda boa a excelente
Jovens
Altamente urbanos
Tradicionalmente homens,
mas mudando
Consumo ostensivo
Artigos “in
Imitador
Moda popular
Realizador
Realização, sucesso,
fama
Materialismo
Liderança, eficiência
Conforto
Rendas excelentes
Líderes em negócios,
política, etc.
Boa instrução
Vivem nos subúrbios e
cidades
Dá mostras de sucesso
Topo de linha
Mercados de luxo e presentes
Produtos “novos e
melhorados”
Consumidores Direcionados Internamente
Eu-Sou-Eu
Individualista feroz
Dramático, impulsivo
Experimentador
Volátil
Jovens
Muitos solteiros
Estudando ou começando a
trabalhar
Formação afluente
Exibe o seu gosto
Novidades de experimentação
Fonte de novidades diferentes
Compra de “clubinho”
Experimentador
Impulsionado para a
experiência direta
Ativo, participante
Centrado em pessoas
Artístico
Rendas bimodais
A maioria abaixo dos 40
anos
Muitas famílias jovens
Boa instrução
Processo sobre produto
Esportes ao ar livre, vigorosos
Busca “atividades” do lar
Habilidades e introspecção
Socialmente
Consciente
Responsabilidade social
Vida simples
Pequenez de escala
Crescimento interior
Rendas bimodais baixa ou
alta
Instrução excelente
Idades e lugares de moradia
diversos
Maioria brancos
Ênfase na conservação
Simplicidade
Frugalidade
Preocupações ambientais
Integrado
Maturidade psicológica
Senso de adequação
Tolerante, auto-
realizador
Perspectiva mundial
Renda boa a excelente
Bimodal em idade
Instrução excelente
Padrões de emprego e
residência diversos
Auto-expressão variada
Orientado esteticamente
Consciente ecologicamente
Itens originais e únicos
Quadro 4 Modelo Values and Lifestyle Segmentation (VALS)
Fonte: Engel, Blackwell e Miniard (2000, p. 298).
41
A “VALS ganhou rápida aceitação e ampla utilização em marketing. Todavia, tem
suas limitações” (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000, p. 299). De acordo com esses
autores, são duas as limitações dessa escala: a primeira refere-se aos tipos de estilo de vida,
que não refletem coerentemente os estilos dos consumidores americanos, pois os respondentes
pontuaram na escala o grau no qual eles partilham respostas semelhantes em estilo de vida
diferentemente de seu estilo de vida básico; a segunda limitação trata do banco de dados da
pesquisa, que é “proprietário”, fato que não permite aos pesquisadores terem acesso às
informações sobre as cargas ou rotações fatoriais utilizadas nas análises dos dados.
Kahle, Beatty e Homer (1986) compararam a escala LOV com a VALS e concluíram
que a LOV prediz com mais eficácia o comportamento do consumidor. Novak e MacEvoy
(1990), numa replicação do estudo dessas autoras, concluíram que a escala VALS usada
isoladamente é superior à escala LOV, mas quando são incluídos dados demográficos a escala
LOV é mais eficaz ao predizer o comportamento do consumidor.
2.1.3.5 Schwartz Value Survey (SVS)
A Teoria dos Valores Humanos vem sendo ampliada de forma gradativa e
compartilhada a partir do teste empírico de Rokeach (1968). No entanto, essa Teoria deu um
passo importante com o desenvolvimento do modelo Schwartz Value Survey (SVS) por
Schwartz e Bilsky (1987, 1990) (SPINI, 2003). O SVS trata de dez tipos motivacionais de
valores humanos (Quadro 5).
O SVS, reconhecido em diversas culturas, possui três diferenças básicas em relação ao
RVS, a saber: a) a proposta de uma medida que combina intervalos com âncoras dois
valores de máxima importância e dois contrários aos demais valores do respondente; b) a
ênfase na base motivacional como explicação para a estrutura dos valores; e c) a sugestão da
universalidade da estrutura e do conteúdo dos tipos de valores (GOUVEIA et al., 2001).
O desenvolvimento do SVS contou com a colaboração de muitos pesquisadores (ex.
Schwartz e Bilsky, 1987, 1990, Schwartz, Struch e Bilsky, 1990; Schwartz, 1992, 1994, 1996,
2005a, 2005b, 2006; Schwartz e Sagiv, 1995; Prince-Gibson e Schwartz, 1998; Schwartz,
Sagiv e Boehnke, 2000; Schwartz e Sagie, 2000; Schwartz e Bardi, 2001; Schwartz et al.,
2001; Knafo e Schwartz, 2001; Roccas et al., 2002; Smith, Peterson e Schwartz, 2002; Struch,
42
Schwartz e Kloot, 2002; Bardi e Shwartz, 2003; Porto, 2005; Bernard, Gebauer e Maio, 2006;
Lan et al., 2008), bem como de textos religiosos e filosóficos de diversas nacionalidades.
Tipos de Valores Desdobramentos
1. Poder (status social e prestígio, controle
ou domínio sobre pessoas e recursos)
- Poder social
- Autoridade
- Saúde
- Preservador da minha imagem
pública
- Reconhecimento social
2. Realização/Conquista (sucesso pessoal
por meio de demonstração de
competência de acordo com padrões
sociais)
- Bem-sucedido
- Capaz
- Ambicioso
- Influente
- Inteligente
3. Hedonismo (prazer e gratificação
prazerosa de si mesmo/sensual)
- Que goza a vida
- Prazer
- Auto-indulgência
4. Estimulação (excitação, novidade e
desafio na vida)
- Uma vida variada
- Uma vida excitante
- Audacioso
5. Autodeterminação (Pensamento e ação
independentes - escolher, criar, explorar)
- Criatividade
- Curioso
- Liberdade
- Que escolhe as próprias metas
- Independente
- Auto-respeito
- Privacidade
6. Universalismo (compreensão,
agradecimento, tolerância, proteção do
bem-estar de todas as pessoas e da
natureza)
- Protetor do ambiente
- Unidade com a natureza
- Um mundo de beleza
- Uma mente aberta
- Justiça Social
- Igualdade
- Sabedoria
- Um mundo de paz
- Harmonia interna
7. Benevolência (preservação e
fortalecimento do bem-estar daqueles
com quem o contato pessoal é mais
freqüente o grupo interno)
- Prestativo
- Honesto
- Compaixão
- Leal
- Responsável
- Uma vida espiritual
- Amizade verdadeira
- Amor maduro
- Sentido da vida
8. Tradição (respeito, compromisso e
aceitação dos costumes e idéias que a
cultura ou religião tradicional do
indivíduo fornecem)
- Devoto
- Ciente dos meus limites
- Humilde
- Respeito pela tradição
- Moderado
9. Conformidade (restrição de ações,
inclinações e impulsos propensos a
incomodar ou prejudicar outros e que
violam as expectativas ou normas
sociais)
- Respeito para com pais
e idosos
- Obediente
- Polidez
- Autodisciplina
10. Segurança (segurança, harmonia e
estabilidade da sociedade, dos
relacionamentos e de si mesmo)
- Limpo
- Segurança nacional
- Ordem social
- Segurança familiar
- Reciprocidade de favores
- Senso de pertencer
- Saudável
Quadro 5 Modelo Schwartz Value Survey (SVS)
Fonte: Artigos de Shalom H. Schwartz.
Schwartz, desde o primeiro teste empírico do SVS, manteve-se fiel à sua idéia
principal de que existe um conjunto de motivações universais que dão origem e organizam os
valores nas diferentes culturas (GOUVEIA et al., 2001). Schwartz (1992, 1994, 2005b, 2006)
defende que a “estrutura” de valores refere-se à relação de conflito e congruência entre os
tipos de valores e não à importância relativa que cada valor tem separadamente. Essa relação
entre os valores está apresentada na Figura 2.
43
Figura 2 Estrutura Teórica das Relações entre Valores
Fonte: Bernard, Gebauer, Maio (2006, p. 80).
Os dez tipos básicos de valores estão distribuídos em quatro dimensões e duas relações
(SCHWARTZ, 1992, 1996, 2005a, 2006; SCHWARTZ; SAGIV, 1995, HITLIN, 2003,
FRITZSCHE; OZ, 2007).
A primeira relação é composta pela oposição entre as dimensões Abertura à
Mudança e Conservadorismo. Abertura à Mudança é composta pelos valores estimulação e
autodeterminação, ambos envolvendo motivação intrínseca para uma grande habilidade ou
grande domínio, enfatizando pensamento, sentimento e ação independente, e prontidão para
novas experiências. O Conservadorismo é composto pelos valores conformidade, tradição e
AUTOPRO-
MOÇÃO
CONSERVADO-
RISMO
ABERTURA À
MUDANÇA
AUTOTRANS-
CENDÊNCIA
Autodeterminação
Universalismo
Estimulação
Realização
Poder
Segurança
Conformidade
Tradição
Benevolência
Hedonismo
44
segurança, sendo que todos promovem a proteção da ordem e da harmonia das relações,
enfatizando auto-restrição, ordem e resistência à mudança.
A segunda relação é composta pela oposição entre as dimensões Autotranscendência
e Autopromoção. A Autotranscendência é composta pelos valores universalismo e
benevolência, ambos lidando com a melhoria dos outros e a transcendência de interesses
egoístas, compartilhando, assim, a ênfase no bem-estar e interesses dos demais e da natureza.
A Autopromoção é composta pelos valores realização e poder, ambos enfatizando a
superioridade social, a auto-estima e a busca do auto-interesse. Os componentes da segunda
relação referem-se aos tipos de valores da mais alta-ordem (SCHWARTZ; SAGIV, 1995). O
valor hedonismo compartilha elementos em duas dimensões: Abertura à Mudança e
Autopromoção.
A Figura 2 retrata o padrão total das relações teóricas de conflito e congruência entre
os dez tipos motivacionais com base na análise de probabilidade de conflitos entre cada par de
valores. Quanto mais próximos os tipos motivacionais estão em qualquer uma das direções ao
redor do círculo, mais semelhantes são suas motivações subjacentes (ex. tradição e
conformidade compartilham o mesmo objetivo motivacional, situando-se a tradição mais na
periferia). As dimensões bipolares também se contrastam (ex. A Abertura à Mudança e o
Conservadorismo apresentam um conflito entre a ênfase no pensamento e as ações do
indivíduo, ou seja, autodeterminação e estimulação conflitando com segurança,
conformidade e tradição). Como os valores conflitantes ou incompatíveis se dispõem de
maneira oposta, o inverso também ocorre com os valores compatíveis, que se dispõem de
forma contínua ou próxima (SCHWARTZ, 1992).
A apresentação por um círculo representa um “continuum entre os tipos motivacionais
adjacentes” (SCHWARTZ, 2005a, p. 29). Esse círculo tem a seguinte rotação: valores poder e
realização (superioridade social e estima); realização e hedonismo (satisfação centrada no
indivíduo); hedonismo e estimulação (desejo por excitação e afetivamente agradável);
estimulação e autodeterminação (interesse intrínseco em novidade e domínio);
autodeterminação e universalismo (confiança no próprio julgamento e conforto com a
diversidade da existência); universalismo e benevolência (promoção de outros e
transcendência de interesses egoístas); benevolência e conformidade (comportamento
normativo que promove relacionamentos íntimos); benevolência e tradição (devoção ao
grupo primário); tradição e segurança (preservação de arranjos sociais existentes que dão
segurança à vida); conformidade e segurança (proteção da ordem e da harmonia nas relações)
e segurança e poder (escusa e superação de ameaças, controlando relacionamentos e
45
recursos), quando fecha o círculo. Essa inter-relação entre os valores “implica que todo o
conjunto de dez tipos motivacionais se relaciona com qualquer outra variável de uma maneira
integrada” (p. 31). Uma maior proximidade no arranjo circular tem a capacidade de traduzir
maior compatibilidade entre os tipos motivacionais e o afastamento progressivo traduz uma
crescente incompatibilidade (SCHWARTZ, 1992).
A Teoria de Valores enfatiza um conjunto de tipos motivacionais que serve a
interesses individuais (poder, realização, hedonismo, estimulação e autodeterminação),
outros, a interesses coletivos (benevolência, conformidade e tradição), e alguns, a interesses
mistos (universalismo e segurança). Logo, nessa teoria, o que distingue um valor do outro é o
tipo de objetivo ou motivação que o valor expressa (SCHWARTZ, 1992).
2.1.3.6 Cadeia Meios-Fim
A Teoria Meios-Fim (Gutman, 1982) recebeu contribuições dos trabalhos de Howard
(1977)
31
, Rokeach (1973), Vinson et al. (1977) e Young e Feigin (1975)
32
, e foi aplicada com
o objetivo de entender a ligação entre os valores e o comportamento do consumidor
(MANYIWA; CRAWFORD, 2001). Essa teoria tem sido usada para desenvolver estratégias
eficazes de comunicação para muitas companhias líderes de mercado, organizações
industriais, grupos de serviços públicos e candidatos políticos (REYNOLDS; WHITLARK,
1995).
A perspectiva psicológica oferecida pela abordagem “baseada na Teoria Meios-Fim
(Gutman, 1982) foca especificamente nas ligações entre os atributos que existem nos produtos
(os meios), as conseqüências para o consumidor fornecidas pelos atributos e os valores
pessoais (os fins) que reforçam as conseqüências” (REYNOLDS; GUTMAN, 1988, p. 11). A
premissa básica dessa teoria é que os consumidores aprendem a escolher produtos que contêm
atributos que são instrumentais para a obtenção de suas conseqüências desejadas.
A aplicação básica da Teoria Meios-Fim tem sido feita no sentido de desenvolver um
mapa hierárquico cognitivo de valores, pois essa teoria supõe que os consumidores vêem
produtos como meios para se atingir os fins, numa cadeia que liga os atributos e os benefícios
31
HOWARD, John A. Consumer Behaviour: Application and Theory, McGraw Hill Book Company, New
York, 1977.
32
YOUNG, Sirley; FEIGIN, Barbara. Using the Benefit Chain for Improved Strategy Formulation. Journal of
Marketing, v. 39, n. 3, p. 72-74, 1975.
46
dos produtos ou marcas (meios) aos valores dos clientes (fins) (GUTMAN, 1982;
REYNOLDS; GUTMAN, 1988).
A técnica de entrevista mais utilizada na Teoria Meios-Fim é a Laddering, cujo
propósito é encontrar a hierarquia atributo-consequência-valor que influencia a escolha de um
produto. A laddering é uma técnica de entrevista individual em profundidade utilizada para
desenvolver uma compreensão de como os consumidores traduzem os atributos dos produtos
e associações significativas a respeito do seu self. Essa técnica envolve um formato de
entrevista elaborada sob medida, utilizando primeiramente uma série de sondagens
direcionadas, caracterizadas pela questão “Porque isso é importante para você?”. O objetivo
expresso é determinar um conjunto de ligações entre elementos perceptuais chave dentre o
leque de atributos (A), conseqüências (C) e valores (V). Essas redes de associações, ou
ladders, referidas como orientações perceptuais, representam combinações de elementos que
servem como base para o processo de distinção entre produtos numa dada classe de produtos
(REYNOLDS; GUTMAN, 1988). Uma forma para entender um framework meios-fim é
pensar na tomada de decisão do consumidor como um processo de solução de problemas
(REYNOLDS; WHITLARK, 1995).
O modelo Meios-Fim apresenta duas vantagens: a primeira é a forma pela qual se
investiga os valores adquiridos, pois como eles são mencionados pelos consumidores, e
significa que estão relacionados com o objeto de estudo; e a segunda é a técnica laddering,
que evita a discussão em torno de classificações ou índices de valores (BAGOZZI;
DHOLAKIA, 1999). Mas, segundo esses autores, ainda parece haver dúvidas sobre a
existência ou validade da hierarquia dos eventos de consumo identificados nesse modelo.
2.1.3.7 Service Personal Values (SERPVAL)
A escala SERPVAL foi proposta por Lages e Fernandes (2005) com o objetivo de
entender o comportamento de compra do consumidor no contexto de serviços,
especificamente no mercado de telefonia móvel. Segundo os autores, o “valor pessoal de
serviço pode ser definido como a avaliação geral do consumidor sobre o uso de um serviço
baseada na percepção do que é obtido em termos de seus próprios valores pessoais” (p. 1564).
Lages e Fernandes (2005), no desenvolvimento da SERPVAL, adaptaram 20 atributos
da escala de Rokeach (1973), 4 da escala de Kahle (1983) e 4 da escala de Schwartz e Bilsky
47
(1990) ao contexto de serviços. Porém, após a análise fatorial confirmatória, os itens da escala
de Schwartz e Bilsky (1990) foram excluídos. Assim, a escala original ficou com doze
atributos que representam três dimensões, a saber: busca por uma vida pacífica, busca por
reconhecimento social e busca por integração social (Quadro 6).
Contructos / Atributos Adaptada de:
Valor de Serviço para uma Vida Pacífica
Mais tranqüilidade Rokeach (1973)
Segurança Familiarª Rokeach (1973)
Equilíbrio Interno (livre de conflito interno)ª Rokeach (1973)
Prazer (vida agradável, ociosa)ª Rokeach (1973)
Valor de Serviço para um Reconhecimento Social
Mais respeito dos meus amigos Kahle (1983)
Mundo de beleza (beleza da natureza e das artes)ª Rokeach (1973)
Reconhecimento social (respeito e admiração)ª Rokeach (1973)
Vida confortável (vida próspera)ª Rokeach (1973)
Vida excitante (vida estimulante, ativa)ª Rokeach (1973)
Valor de Serviço para a Integração Social
Maior integração com meu grupo Kahle (1983)
Melhores relacionamentos (ex. social, profissional e familiar) Kahle (1983)
Amizade verdadeira (íntimo companheirismo)ª Rokeach (1973)
Quadro 6 Constructos e Atributos da Escala SERPVAL
Fonte: Lages e Fernandes (2005). Obs. ª Tradução baseada em Gunther (1981).
O constructo Valor de Serviço para uma Vida Pacífica (SVPL na escala original)
representa uma vida prazerosa, a tranqüilidade, a segurança e/ou a harmonia que um serviço
promove, melhorando o prazer de viver de um usuário, já que esse serviço protege ou defende
o consumidor de ameaças ou pressões. O constructo Valor de Serviço para um
Reconhecimento Social (SVRS na escala original) está baseado no conteúdo que será
entregue ao consumidor do serviço; assim, os indivíduos consideram se o serviço ajuda a
conquistar o respeito dos outros, reconhecimento social e status, bem como se o serviço
permite alcançar uma vida mais estimulante e cheia de realizações, que pode ser revelada aos
outros. O constructo Valor de Serviço para a Integração Social (SVSI na escala original) é
baseado no fato de que se o consumidor percebe que um serviço reforça amizades, oferece a
possibilidade de maior integração ao grupo ou promove melhores relacionamentos nos níveis
social, profissional e familiar, então esse serviço contribui para a integração social, e o
indivíduo naturalmente reconhece valor pessoal no mesmo (LAGES; FERNANDES, 2005).
48
2.1.4 Estudos Brasileiros sobre Valores
O uso do vocábulo “valor” na academia brasileira de Marketing gerou algumas
discussões relacionadas à semântica do termo, pois alguns trabalhos apresentavam conceitos
conflitantes quanto ao tipo de valor estudado: valor do cliente, valor do cliente para a empresa
e valor para o cliente. De acordo com Leão e Mello (2006a), alguns autores utilizaram-se de
mais de um conceito para se referirem a apenas um tipo, enquanto outros utilizaram a
definição de um tipo para operacionalizar outro.
Leão e Mello (2006a), aplicando o procedimento metodológico desk research,
analisaram 305 artigos publicados nos EnANPADs entre os anos 2000 e 2004, e no EMA de
2004, e identificaram 156 trabalhos fazendo uso do termo “valor”. Destes, somente 27
trabalhos fizeram uso do conceito de “valor” enquanto constructo ou variável de pesquisa,
sendo que os demais utilizaram o conceito “apenas” como apoio conceitual ou como “clichê”
(p. 5). Para Leão e Mello (2006a), o conceito de “valor” confundiu alguns pesquisadores,
levando-os a incorrer no erro de atribuir um mesmo significado a coisas diferentes ou, ainda,
disseminar uma confusão conceitual já configurada nos trabalhos originais utilizados como
referências bibliográficas.
Entretanto, ao analisar 26 estudos publicados nos principais fóruns da área de
Marketing no Brasil Encontros da Associação Nacional de Pós-Graduação em
Administração (EnANPAD), entre os anos 1998 e 2007, e Encontro de Marketing (EMA) dos
anos de 2004, 2006 e 2008 que aplicaram algum tipo de modelo de valores pessoais (Anexo
A - Quadro 17), observou-se que o conflito conceitual do termo “valor” já foi superado.
Por meio dessa pesquisa, constatou-se que o constructo valores pessoais tem forte
tendência investigativa no Brasil, sendo que o incremento no número de trabalhos pode estar
vinculado à importância que esse tema tem no ambiente competitivo de negócios (LEÃO;
MELLO, 2006b).
49
2.2 ATITUDE
As atitudes influenciam diretamente a tomada de decisão, pois descrevem as
avaliações relativamente consistentes de uma pessoa, seus sentimentos e tendências em
relação a um objeto ou idéia, predispondo-a a gostar ou não gostar de coisas, para se mover
em direção a ou para longe delas, servindo, dessa maneira, como ponte entre as características
dos consumidores e o consumo que satisfaz suas necessidades (WU, 2003). Assim, pesquisas
sobre atitudes são importantes não só para auxiliar no entendimento do comportamento do
consumidor, mas também para prevê-lo e influenciá-lo (HOWCROFT; HAMILTON;
HEWER, 2002).
Pesquisas de autores que se preocuparam em desenvolver modelos de atitude multi-
atributos (ex. Cohen, Fishbein e Ahtola 1972, Sheth, 1972, Sheth e Talarzyk, 1972, Wilkie e
Pessemier, 1973), a fim de avaliar a formação e a estrutura da atitude, tiveram ampla
publicação na década de 1970. Nesse período, o núcleo de pesquisas sobre o comportamento
do consumidor estava em investigações que partiam do ponto de vista da Psicologia Social e
Cognitiva (BAGOZZI; GÜRHAN-CANLI; PRIESTER, 2002). No final dessa década, Taylor
e Jones (1978) concluíram que os pesquisadores interessados no gerenciamento de marketing
haviam se dividido em dois grupos de discussão sobre a direção de causalidade entre atitudes
e comportamento. Tal divisão ou ruptura ocorreu em função de haver duas escolas de
pensamento não bem definidas, que continham teorias bem elaboradas e pesquisas para
suportá-las, mas que seguiam em direções opostas.
Taylor e Jones (1978) afirmaram que o primeiro grupo de teorias se construiu em
torno de modelos de comunicação, defendendo que o elo entre o estímulo de informação e a
resposta comportamental eram envolvidos pela mudança de atitude. Desta forma, esse grupo
incorporou à literatura e à teoria de Marketing a relação Mudança de Atitude à Mudança de
Comportamento, ou seja, o comportamento muda quando ocorrem mudanças de atitude. As
teorias desse grupo se basearam nos modelos de atitudes compensatórias desenvolvidos por
Rosemberg (1956)
33
e Fishbein (1967)
34
, que enfatizavam intenções comportamentais ao
invés de comportamentos. Já o segundo grupo propôs que o envolvimento causa mudanças no
33
ROSENBERG, Milton J. Cognitive Structure and Attitudinal Affect. Journal of Abnormal and Social
Psychology, v. 53, p. 367-72, 1956.
34
FISHBEIN, Martin. A Behavior Theory Approach to the Relations between Beliefs about an Object and the
Attitude toward the Object. In: M. Fishbein, ed., Readings in Attitude Theory and Measurement. New
York: Wiley, 1967, p. 389-99.
50
comportamento, requerendo mudanças na atitude, na seguinte relação: Mudança de
Comportamento à Mudança de Atitude. Esse grupo se baseou nas teorias do equilíbrio,
congruência e dissonância. Estudos nesse sentido tiveram início a partir da teoria de Festinger
(1957)
35
, que Oshikawa (1969)
36
resumiu da seguinte maneira: “uma pessoa tem certos
elementos cognitivos que são ‘conhecimentos’ sobre si mesmo, seu ambiente, suas atitudes,
suas opiniões e comportamento passado. Se um elemento cognitivo segue logicamente a
outro, eles são ditos consonantes um ao outro. Eles são dissonantes se um não segue
logicamente a outro” (TAYLOR; JONES, 1978, p. 2).
Ambas as teorias, na busca pelo melhor ajuste, foram bastante investigadas em
contextos de Marketing. Wilkie e Pessemier (1973), que estudaram modelos multi-atributos
de atitude a fim de avaliar a formação linear e a estrutura da atitude, revisando 42 artigos que
tratavam do primeiro grupo de teorias, concluíram que os modelos desenvolvidos
contribuíram com novas descobertas e estavam firmemente arraigados na literatura de
Marketing. Num estudo sobre publicações do segundo grupo de teorias, Cummings e
Venkatesan (1976) revisaram 23 trabalhos e concluíram que era “difícil fazer uma declaração
definitiva da aplicabilidade da teoria da dissonância para o comportamento do consumidor”
(p. 307), mas que as evidências a favor da aplicabilidade dessa teoria eram mais abundantes e
de certa forma mais substanciais do que as evidências contrárias.
Assim, após longa trajetória de testes e pesquisas sobre os temas atitudes e
comportamento, que aumentaram exponencialmente nos últimos anos, observa-se que ambas
as teorias ainda sobrevivem.
2.2.1 Conceitos de Atitude
O conceito de atitude, que ocupa um papel de destaque na Psicologia Social
(ROKEACH; KLIEJUNAS, 1972; REICH; ADCOCK, 1976; MICHENER; DELAMATER;
MYERS, 2005), tem sido foco de grande desenvolvimento teórico e empírico desde a década
de 1920 (EAGLY; CHAIKEN, 1993).
35
FESTINGER, Leon. A Theory of Cognitive Dissonance (Stanford, CA; Stanford U. Press. 1957).
36
OSHIKAWA, Sadaomi. Can Cognitive Dissonance Theory Explain Consumer Behavior? Journal of
Marketing, v. 33, n. 4, p. 44-49, 1969.
51
A atitude é uma “organização de crenças, relativamente duradoura, em torno de um
objeto ou situação que predispõe que se responda de alguma forma preferencial”
(ROKEACH, 1981, p. 91). Para formular esse conceito, o autor afirmou (i) que a “diferença
entre crença e atitude” é que a primeira tem apenas o componente cognitivo, “que representa
o conhecimento de uma pessoa, com graus variados de convicção sobre o que é verdadeiro ou
falso, bom ou ruim, desejável ou indesejável” (p. 92), enquanto que a segunda tem tanto o
componente cognitivo quanto o afetivo, que, sob condições apropriadas, provoca afeto de
intensidade variada, negativa ou positiva, em relação ao objeto ou à situação avaliada; (ii) que
a “predisposição para responder” significa que uma resposta pode ser uma expressão verbal
de alguma opinião, ou alguma forma de comportamento não-verbal (p. 97); e (iii) que “uma
resposta preferencial” envolve questões afetivas e avaliativas, podendo ser ambas positivas ou
ambas negativas, ou ser uma decisão de forças opostas entre o afeto e a avaliação (p. 99).
Logo, concluiu o autor, que uma atitude não é um elemento básico e irredutível da
personalidade, mas a representação de um agrupamento de dois ou mais elementos
(cognições, expectativas ou hipóteses) inter-relacionados e organizados em torno de um ponto
de referência.
A atitude é uma resposta mediadora e avaliativa do comportamento (KAPLAN;
FISHBEIN, 1969) suportada pelos valores (KAHLE; BEATTY; HOMER, 1986). Fishbein e
Ajzen (1975, p. 6) afirmaram que “atitude pode ser descrita como uma predisposição,
aprendida, de responder de forma consistentemente favorável ou desfavorável em relação a
um objeto”. Para Eagly e Chaiken (1993, p. 1) “atitude é uma tendência psicológica que se
expressa pela avaliação de uma entidade particular com algum grau favorável ou
desfavorável”, sendo que as atitudes podem ser aprendidas ou não aprendidas, duradouras ou
mutáveis, e importantes ou não importantes. Grube, Mayton II e Ball-Rokeach (1994)
afirmaram que as atitudes são organizações de crenças existenciais, avaliativas, prescritivas e
causais acerca de um objeto ou de uma situação, e têm propriedades motivacionais que
predispõem os indivíduos a responderem sobre objetos ou situações, independentemente de
pressões ou controles sociais. Kotler (1998, p. 176) conceituou atitude como sendo a
“resistência de uma pessoa às avaliações favoráveis e desfavoráveis, aos sentimentos
emocionais e às tendências de ação em relação a algum objeto ou idéia”. De acordo com esse
autor, as pessoas têm atitudes em relação à quase tudo política, religião, música,
alimentação e assim por diante , pois as atitudes possibilitam às pessoas montarem uma
estrutura mental de gostar ou não gostar de um objeto ou de se aproximar ou se afastar dele.
Engel, Blackwell e Miniard (2000) afirmaram que atitudes são os gostos e as aversões dos
52
consumidores em relação a objetos ou a situações. Aaker, Kumar e Day (2001) definiram
atitudes como estados mentais usados pelos indivíduos para estruturar a forma pela qual
percebem seu ambiente e para orientar a maneira como respondem a ele. Page e Lunding
(2003) descreveram atitude como a tendência psicológica de uma pessoa responder ou
comportar-se de modo consistentemente positivo ou negativo em relação a um estímulo. Para
Michener, DeLamater e Myers (2005), as atitudes são formadas nos indivíduos ao longo de
um processo social ou de socialização, e cada um de nós apresenta milhares de atitudes, que
são ativadas em nossas mentes e podem ser formadas pela exposição ao objeto, por meio de
experiência direta, de associações de estímulo e resposta, ou da aprendizagem por observação.
Na disciplina de Marketing as atitudes são freqüentemente utilizadas para julgar a
eficácia de atividades publicitárias, para avaliar ações de marketing antes de serem
implementadas no mercado, para segmentar mercados ou para escolher segmentos-alvo
(ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000). Na área do comportamento do consumidor, as
atitudes desempenham um papel relevante, pois possibilitam compreender os motivos que
levam um consumidor a comprar, ou não, um produto, nesse ou naquele lugar, de acordo com
o conhecimento que tem sobre esse produto e/ou o ponto de vendas (ENGEL; BLACKWELL;
MINIARD, 2000). Rokeach e Kliejunas (1972) citaram o estudo de LaPiere (1934)
37
, que
analisou as atitudes e o comportamento de donos de restaurantes, motéis e hotéis a respeito da
presença de chineses em seus estabelecimentos, como um grande exemplo de diferença entre
atitudes expressas e comportamentos verdadeiros, isto é, entre o que as pessoas afirmam fazer
e suas reais atitudes em determinadas situações. Os autores concluíram que a atitude
determina e prediz o comportamento.
A literatura sugere que as atitudes são aprendidas pelos indivíduos ao longo do tempo,
ao utilizarem um objeto, ganharem experiência ou receberem informações sobre ele
(HOWCROFT; HAMILTON; HEWER, 2002). Essa aprendizagem é possível porque as
atitudes englobam três componentes: cognição, avaliação e predisposição comportamental em
relação a algum objeto (MICHENER; DELAMATER; MYERS, 2005). Esses componentes
são apresentados a seguir.
37
LAPIERE, Richard T. Attitudes vs. Actions. Social Forces, v. 13, p. 230-237, 1934.
53
2.2.2 Componentes da Atitude
Os componentes da atitude são classificados como cognitivo, afetivo e
comportamental (FISHBEIN; AJZEN, 1975; EAGLY; CHAIKEN, 1993; SHETH; MITTAL;
NEWMAN, 2001).
“O conhecimento e as crenças de uma pessoa sobre algum objeto de atitude residem
no componente cognitivo” (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000, p. 240). As respostas
avaliativas cognitivas estão vinculadas aos pensamentos ou às idéias a respeito do objeto da
atitude, e esses pensamentos são freqüentemente conceituados como crenças, que são
entendidas como associações ou ligações que as pessoas estabelecem entre o objeto da atitude
e outros atributos (FISHBEIN; AJZEN, 1975). Embora usem-se o termo crença para
descrever todos os pensamentos que as pessoas têm sobre os objetos da atitude, respostas
avaliativas, que são cognitivas por natureza, têm recebido uma variedade de outros nomes,
incluindo cognições, conhecimento, opiniões, informação e inferências, que, são úteis em
alguns contextos, mas se sobrepõem consideravelmente ao conceito de crença (EAGLY;
CHAIKEN, 1993). Assim, as respostas avaliativas cognitivas incluem as respostas encobertas
ou ocultas que ocorrem quando as associações entre o objeto da atitude e seus atributos são
inferidas ou percebidas, bem como, respostas manifestas quando o indivíduo declara
verbalmente suas crenças. Os atributos associados ao objeto da atitude expressam avaliação
positiva ou negativa e, portanto, podem ser considerados pelos psicólogos num continuum
avaliativo em qualquer posição entre extremamente positivo e extremamente negativo,
incluindo o ponto neutro (EAGLY; CHAIKEN, 1993). Por exemplo, algumas pessoas
acreditam que alimentos transgênicos prejudicam a saúde; essa crença liga o objeto da atitude
a um atributo negativo. Outras pessoas podem acreditar que os alimentos transgênicos são
abundantes e baratos, e essa crença liga o objeto da atitude a um atributo positivo. Outros,
ainda, têm atitudes neutras em relação a esse tipo de alimento.
“O componente afetivo representa os sentimentos de uma pessoa em relação ao objeto
da atitude” (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000, p. 240). As respostas avaliativas
afetivas consistem em sentimentos, humores, emoções e atividades do sistema nervoso
simpático que as pessoas vivenciam em relação ao objeto da atitude, e essas respostas podem
variar de extremamente positivas a extremamente negativas (EAGLY; CHAIKEN, 1993). No
caso do exemplo anteriormente citado, algumas pessoas, ao considerarem o conceito de
54
alimentos transgênicos, podem experimentar um sentimento de raiva, e outras, de esperança e
otimismo.
“O componente conativo refere-se às tendências de ação ou comportamentais da
pessoa em relação ao objeto da atitude” (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000, p. 240).
As respostas avaliativas de comportamento (conativas) consistem de ações expressas que as
pessoas têm em relação ao objeto da atitude; essas respostas também variam de extremamente
positivas a extremamente negativas, e também podem ser localizadas numa dimensão
avaliativa de significado (EAGLY; CHAIKEN, 1993). Por exemplo, em relação aos alimentos
transgênicos algumas pessoas podem destruir plantações, se opondo à produção, e outras
podem solicitar aos representantes governamentais a expansão da área plantada. Eagly e
Chaiken (1993), contudo, chamam a atenção para o fato de que as respostas comportamentais
podem englobar intenções de ação que não se manifestam, necessariamente, no
comportamento explícito. Assim sendo, uma pessoa que pretende danificar a plantação pode
ou não realizar essa intenção.
Ao analisar a relação entre os componentes, observa-se que todos têm o mesmo
objeto. Logo, seria de esperar que eles formassem um todo, relativamente coerente;
entretanto, os três componentes são distintos, o que permite mensurá-los separadamente e
encontrar relacionamentos entre eles (MICHENER; DELAMATER; MYERS, 2005).
As atitudes, definidas como avaliação geral, constituída em três componentes,
cognitivo, afetivo e comportamental, podem variar ao longo de algumas propriedades
(ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000), que são apresentadas a seguir.
2.2.3 Propriedades da Atitude
As atitudes possuem várias dimensões e propriedades, tais como: valência,
extremidade, resistência, persistência e confiança (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD,
2000).
Valência indica atitude positiva, negativa ou neutra em relação a um produto. Uma
pessoa pode gostar de um produto, não gostar de outro e ser indiferente a um terceiro.
Extremidade é a intensidade de gostar ou não do objeto da atitude, representando a
idéia de que pode haver graus variados de favorecimento. Assim, uma pessoa pode ter uma
55
atitude positiva em relação a dois produtos, mas pode ser mais favorável em relação a um do
que outro.
Resistência representa o quanto uma atitude é imune à mudança, ou seja, enquanto
algumas atitudes são resistentes à mudança na demanda de produtos e no comportamento,
outras podem ser mais vulneráveis.
Persistência é a propriedade que reflete a noção de que as atitudes podem
gradualmente desgastar-se, simplesmente devido à passagem do tempo, deixando de ser
positivas ou negativas e mover-se em direção a uma valência mais neutra.
Confiança representa a crença de uma pessoa em relação à sua atitude, avaliando-a
como certa ou errada. “Atitudes associadas a maior confiança são mais resistentes à mudança”
(ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000, p. 243).
Além dos componentes da atitude e de suas propriedades, existem, também, as
funções da atitude, conceituadas originalmente por Smith, Bruner e White (1956)
38
e Katz
(1960)
39
. As funções da atitude afetam direta ou indiretamente o comportamento dos
indivíduos e tratam das bases motivacionais das pessoas ou dos fundamentos funcionais de
suas atitudes (GREGORY; MUNCH; PETERSON, 2002). “De acordo com a Teoria das
Funções da Atitude, as atitudes podem servir a qualquer número e combinações nas funções
psicológicas” (ALLEN; NG; WILSON, 2002, p. 112). Porém, a Teoria das Funções da
Atitude não é o foco desse estudo, logo, não será abordada. Desta forma, passa-se à
apresentação das diversas formas de medidas de atitude e apresentação de alguns modelos de
mensuração desse constructo.
2.2.4 Medidas de Atitude
A mensuração de atitudes pode ser utilizada para compreender se características de um
novo produto são aceitáveis ou inaceitáveis, perceber os pontos fracos e fortes da
concorrência, ou obter alguns discernimentos sobre o processo de tomada de decisões
(AAKER; KUMAR; DAY, 2001). As atitudes são avaliações dos objetos pessoas, lugares,
marcas, produtos, organizações e assim por diante , em relação a sua qualidade (SHETH;
MITTAL; NEWMAN, 2001).
38
SMITH, M. B.; BRUNER, J. S.; WHITE, R. W. Opinions and personality. New york, NY: Wiley, 1956.
39
KATZ, D. The functional approach to the study of attitudes. Public Opin Q, v. 24, p. 163-205, 1960.
56
Aaker, Kumar e Day (2001) classificam as escalas de atitudes em escalas de único
item, escalas contínuas e escalas de múltiplos itens. As características de cada escala são
apresentadas a seguir.
Escalas de Único Item Nessas escalas o respondente avalia um objeto ou uma
situação com apenas um item. Escalas desse tipo se dividem nas seguintes categorias: escalas
comparativas, escalas de ordenação, escalas de soma constante, escalas de categoria
itemizadas, escalas de ordenação “Q”, escala de comparação em pares e escalas pictoriais. Em
pesquisa de marketing a escala de categoria itemizada é a mais utilizada. A Tabela 1 apresenta
um exemplo dessa categoria.
Tabela 1 Escala de Atitude Categoria Itemizada
Excelente Muito bom Médio Abaixo da média Não sei
Bancos Públicos
Bancos Privados
Escalas Contínuas Nesse tipo de escala, os respondentes avaliam os obejetos ou
situações assinalando uma opção ao longo de uma linha, que vai de um extremo de uma
variável de critério a outro (AAKER; KUMAR; DAY, 2001). De acordo com esses autores,
essas escalas são de fácil construção, mas a pontuação resultante é confusa e não oferecem
informações novas; em função disso não são amplamente utilizadas em pesquisas de
marketing. Um exemplo desse tipo de escala é apresentado na Tabela 2.
Tabela 2 Escala Contínua de Atitude
Ruim Excelente
0 5 10
Escalas de Múltiplos Itens As escalas desse tipo buscam combinar um conjunto de
respostas a respeito do objeto ou situação a ser mensurada. As mais utilizadas são as do tipo
de Likert, a de Thurstone e as escalas de diferencial semântico (AAKER; KUMAR; DAY,
2001). A escala do tipo de Likert requer que os respondentes indiquem, por exemplo, seus
graus de concordância ou discordância em relação a uma série de afirmações sobre o objeto
57
ou situação. Na escala de Thurstone o respondente marca “verdadeiro” ou “falso”, “concordo”
ou “discordo”, ou outra escolha entre duas respostas possíveis sobre o objeto da atitude. A
escala de diferencial semântico é bastante utilizada para descrever um conjunto de crenças
que dão base à imagem que uma pessoa faz de uma empresa ou marca (AAKER; KUMAR;
DAY, 2001). Nesse tipo de escala o respondente avalia cada atitude-objeto em uma série que
varia entre cinco e sete pontos. A Tabela 3 apresenta um exemplo dessa escala.
Tabela 3 Escala de Atitude Diferencial Semântico
Fatores Indicadores
Sem crescimento 1 2 3 4 5 Crescendo rapidamente
Passivo 1 2 3 4 5 Ativo
Sem muitos progressos 1 2 3 4 5 Sempre progredindo
Quieto 1 2 3 4 5 Barulhento
Retraído 1 2 3 4 5 Agressivo
Dinamismo
Rígido 1 2 3 4 5 Flexível
Não confiável 1 2 3 4 5 Confiável
Instável 1 2 3 4 5 Estável
Desonesto 1 2 3 4 5 Honesto
Estabilidade
/
Credibilidade
Clientes Negativos 1 2 3 4 5 Clientes Positivos
Não amigável 1 2 3 4 5 Amigável
Empregados não amigáveis 1 2 3 4 5 Empregados amigáveis
Serviço ruim 1 2 3 4 5 Bom serviço
Frio 1 2 3 4 5 Caloroso
Empregados sem conhecimento 1 2 3 4 5 Empregados com conhecimento
Clientes /
Serviço
Consumidor
Desagradável 1 2 3 4 5 Agradável
Não atraente 1 2 3 4 5 Atraente
Simples 1 2 3 4 5 Elegante
Invisível 1 2 3 4 5 Visível
Identidade
Visual
Fora de moda 1 2 3 4 5 Realmente moderno
Fonte: Heerden e Putch (1995)
Heerden e Puth (1995) desenvolveram uma escala de diferencial semântico de itens
bipolares, baseada em diversos trabalhos acadêmicos (ver Anexo B Tabela 64), com o
objetivo de investigar as atitudes dos clientes bancários da África do Sul em relação à imagem
das instituições financeiras. A escala original possui 30 atributos, mas somente 20 foram
validados.
2.2.5 Modelos de Mensuração das Atitudes
Em função das atitudes precederem o comportamento do indivíduo em relação a um
objeto ou a uma situação (TUNCALP; SHETH, 1975), alguns modelos foram desenvolvidos
58
na Psicologia Social e aplicados nas demais áreas de conhecimento (AHTOLA, 1975), tais
como o Modelo de Rosemberg, o Modelo de Fishbein, o Modelo de Sheth, o Modelo
Estendido de Fishbein e o Modelo do Ponto Ideal, que possibilitam avaliar atitudes e
diagnosticar as escolhas dos consumidores.
As características de cada um desses modelos são apresentadas a seguir.
2.2.5.1 Modelo de Rosenberg
Esse modelo foi desenvolvido com base na Teoria da Consistência Cognitiva. De
acordo com Milton Rosemberg um objeto pode ser instrumental para ajudar a atingir certos
valores. Assim, “nossa atitude em relação a esse objeto é uma função da medida em que o
objeto é instrumental para obter diversos valores, ponderados pela relativa importância desses
valores para nós” (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001, p. 385). Logo, a atitude do
consumidor é determinada pelo somatório dos valores que levam ao comportamento de
compra. Por exemplo, na compra de um produto importado, para descobrir a atitude do
comprador, basta somar cada um dos valores que o comportamento de compra satisfaz (ex:
patriotismo, segurança, prazer, respeito), e ponderar pela importância que esses valores têm
para o consumidor.
2.2.5.2 Modelo de Fishbein
Fishbein tentou explicar a formação de uma atitude geral, propondo que o objeto tem
um conjunto de conseqüências, que podem ser desejáveis ou indesejáveis. No modelo de
Fishbein a atitude é a soma das conseqüências (desejáveis ou não) ponderadas, e cada
conseqüência também é ponderada pela importância que o consumidor lhe atribui (boa ou
ruim) (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001). Para Fishbein, as atitudes em relação a um
dado objeto estão baseadas no somatório de crenças sobre os atributos do objeto, ponderado
pelas avaliações destes atributos (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000).
59
2.2.5.3 Modelo Estendido de Fishbein
Fishbein também propôs um modelo ampliado de atitude que enfatiza o
comportamento, que é o Modelo Estendido de Intenção Comportamental. Esse modelo
mensura as atitudes e as normas subjetivas em relação à intenção comportamental, definindo
o papel das mesmas na determinação do comportamento final. Assim, o Modelo Estendido
não mede somente as atitudes do consumidor sobre um objeto avaliado, como o modelo
anterior, mas sim as atitudes em relação a um determinado comportamento (SHETH;
MITTAL; NEWMAN, 2001), pois podem ocorrer várias atitudes em relação a diferentes
comportamentos relativos ao mesmo objeto. “A grande vantagem do modelo estendido de
Fishbein é que ele considera pressões sociais normativas e também tem crenças internas sobre
as conseqüências do comportamento” (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001, p. 387).
Sheth e Talarzyk (1972) buscaram expandir o Modelo de Rosenberg, investigando se
a importância do valor é mais significativa que a instrumentalidade percebida na
determinação do sentimento (atitude) em relação à marca; Bass e Talarzyk (1972) estudaram a
preferência pela marca, buscando expandir o Modelo de Fishbein ao aplicar um modelo de
atitudes de consumo. Esse foi o primeiro estudo na área de Marketing a utilizar o Modelo de
Fisbhein com proposição de hipótese que vai além das variáveis de personalidade e
demográfica (BASS, 1972). Porém, Cohen, Fishbein e Ahtola (1972) sugerem que nenhum
dos dois trabalhos mencionados acima forneceu um teste válido dos modelos avaliados,
servindo mais para confundir do que explicar os modelos de expectativa-valor. Na opinião
desses autores, os trabalhos apenas aplicaram os modelos de Rosenberg e Fishbein, propondo
um novo modelo, que pode ser denominado de adequação-importância, sem a mesma
validade preditiva dos modelos originais. Desta forma, não expandiram os modelos como
base para compreender alguns aspectos do comportamento do consumidor. Em resposta às
críticas recebidas, os autores defenderam suas proposições e achados empíricos e alertaram
para a complexidade da transposição de conceitos de uma área de conhecimento para outra
(BASS, 1972; TALARZYK, 1972).
Assim, buscando ampliar a base de conhecimento e as discussões na área de
Marketing, Tuncalp e Sheth (1975) compararam a eficácia preditiva dos modelos de atitudes
de Rosenberg, de Fishbein e de Sheth frente às atitudes do consumidor em relação a uma
marca de xampu. Na mesma linha, Raju, Bhagat e Sheth (1975) compararam a habilidade dos
modelos de atitudes de Rosenberg, de Fishbein e de Sheth para predizer a intenção
60
comportamental do consumidor a respeito de um modelo de automóvel. Em ambos os
estudos, os autores constataram que o modelo de Sheth foi mais eficiente, pois as correlações
foram significativamente melhores junto às atitudes do consumidor, com validade preditiva.
2.2.5.4 Modelo do Ponto Ideal
“Um aspecto singular e importante do modelo do ponto ideal é que ele fornece
informações a respeito de uma ‘marca ideal’, assim como informações a respeito de como as
marcas existentes no mercado são vistas pelos consumidores” (ENGEL; BLACKWELL;
MINIARD, 2000, p. 245). Nesse modelo, os consumidores indicam onde acreditam que uma
marca está localizada numa escala de vários graus ou níveis de atributos e, em seguida,
marcam um ponto onde julgam estar posicionada a “marca ideal”. Assim, quanto mais perto
estiver o ponto da marca em questão do ponto da marca ideal, mais favorável será a atitude do
consumidor em relação à marca avaliada (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000). O
Modelo do Ponto Ideal é superior ao Modelo de Fishbein por algumas razões, como a
marcação de um ponto numa escala de atributos ao invés da localização do ponto num
continuum, e a marcação de escala de importância ao invés da medida da saliência (bom/ruim)
(ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000).
Verifica-se, pelas exposições acima, que as atitudes são centrais nas análises do
comportamento e que muitos pesquisadores têm estudado o tema com bastante amplitude
(TSANG; HO; LIANG, 2004).
2.2.6 Estudos Brasileiros sobre Atitudes
Em busca realizada junto às bases de dados dos principais fóruns da área de Marketing
no Brasil Encontros da Associação Nacional de Pós-Graduação em Administração
(EnANPAD), entre os anos 1998 e 2007, e Encontro de Marketing (EMA) dos anos de 2004,
2006 e 2008 foram identificados 50 estudos que investigaram as atitudes do consumidor
(Ver Anexo A Quadro 18). Pelas análises, observou-se que pesquisas sobre esse tema na
academia brasileira de Marketing tiveram início no final da década de 1990, com os trabalhos
61
de Ayrosa (1998), que investigou a imagem para avaliar as atitudes relativas de quatro países
(Canadá, Alemanha, Japão, Venezuela) e de Farhangmehr e Soares (1998), que estudaram a
influência das atitudes em relação a compras à distância, por meio de catálogos, e-mails e
anúncios em revistas, jornais e TV.
No início dos anos 2000, Cuperchmid e Tavares (2001) investigaram as atitudes dos
consumidores em relação ao meio ambiente e suas influências no processo de compra de
produtos alimentícios, enquanto Kamlot e Rocha (2001) analisaram as mudanças de atitude
devido ao uso do humor nas propagandas. Percebe-se que, até a metade dessa década, o
conceito de atitude ainda era vinculado à imagem (ex. Ayrosa, 1998; Farhangmehr e Soares,
1998), à percepção (ex. Matos e Veiga, 2002, 2003) ou ao julgamento pós-consumo (ex.
Espinoza e Nique, 2004). Porém, com o aumento de estudos sobre o tema, certas confusões
semânticas e conceituais foram sendo eliminadas.
Desta forma, ao longo dos anos, o constructo atitude foi investigado no contexto de
produtos ‘pirata’, produtos naturais, compras on-line, novas tecnologias, reclamações, lazer,
drogas e opções sexuais, sendo as relações analisadas por diversas metodologias, que
variaram entre exploratórias e descritivas, com leve predominância de estudos experimentais.
Por fim, observou-se, ainda, que os trabalhos brasileiros sobre o tema apóiam a suposição de
que atitudes positivas produzirão uma correspondente mudança no comportamento.
62
2.3 LEALDADE
2.3.1 Evolução Histórica
Estudos acadêmicos que procuram entender a lealdade do consumidor têm uma longa
trajetória na literatura. Na disciplina de Marketing as investigações sobre o tema tiveram
início no começo do século passado com o trabalho de Copeland (1923)
40
sobre compras do
consumidor (HOMBURG; GIERING, 2001).
Por volta da metade do século XX, mais especificamente nas décadas de 1940 e de
1950, as pesquisas procuravam observar a seqüência de compras (CHURCHILL, 1942;
BROWN, 1952) e a compra de uma mesma marca (CUNNINGHAM, 1956). Brown (1952),
por exemplo, identificou quatro categorias de lealdade à marca, baseadas nos padrões de
compra dos consumidores: (1) lealdade não dividida; (2) lealdade dividida, (3) lealdade
instável, e (4) falta de lealdade. Cunningham (1956) observou que as donas-de-casa tinham
um padrão de compra devotado a uma marca específica e eram leais a um produto de uma
marca e pouco leais a produtos de outras marcas. Nessas duas décadas, os estudos foram
marcados, principalmente, pela análise comportamental do consumidor, sendo observadas
poucas discussões teóricas sobre o tema ou preocupações quanto à mensuração da lealdade.
A década de 1960 foi marcada pela busca de explicações científicas para a lealdade à
marca. Surgiram então os primeiros trabalhos empíricos sobre lealdade a lojas e produtos e
também estudos utilizando técnicas estatísticas multivariadas para prever compras. No início
dessa década, Tate (1961) buscou fatores de lealdade a uma loja para aumentar o volume de
vendas frente à competição entre supermercados numa área comercial; Kuehn (1962)
mensurou a lealdade pela probabilidade de recompra de produtos; Farley (1964) testou
hipóteses sobre a variação da lealdade à marca entre classes de produtos, utilizando análise
fatorial; e Tucker (1964) examinou o crescimento da lealdade à marca em um cenário onde o
consumidor não tinha conhecimento prévio sobre quaisquer outras marcas disponíveis. A
partir da metade dessa década, alguns autores começaram a trabalhar com a modelagem de
conceitos e a descrever, com mais precisão, o comportamento dos consumidores (ex.
Morrison, 1966; Frank, 1967; McConnel, 1968; Lawrence, 1969). Já no final da década, deu-
40
COPELAND, M. T. Relation of Consumer’s Buying Habits to Marketing Methods. Harvard Business
Review, v. 1, p. 282-289, 1923.
63
se início à tentativa de modelagem do processo de decisão de compra do consumidor, além da
identificação de questões que transcendessem os atributos da marca, como mensurações, por
exemplo Day (1969). Quanto à modelagem, Sheth (1968) utilizou a técnica de análise fatorial
para estimar parâmetros e apresentar um modelo empírico de mensuração da lealdade à marca
com base na freqüência e no padrão de compra de consumidores individuais. Grahn (1969)
apresentou um modelo longitudinal para prever lealdade como repetição de compras. Wind e
Frank (1969) investigaram marcas de produtos em pequenas lojas baseados em duas medidas
diferentes de comportamento: características situacionais, relacionadas diretamente ao
produto, e características gerais, com pouca ou nenhuma conexão com atitudes, concluindo
que a correlação entre elas era modesta. Quanto à mensuração da lealdade, Day (1969)
enfatizou que uma definição comportamental para a lealdade era insuficiente, pois não fazia
uma distinção entre a lealdade verdadeira e a espúria, sugerindo alterações quando à
conceituação do constructo.
A década de 1970 foi marcada pelo aumento nas pesquisas, com diversificações e
ampliações nas abordagens e nas análises sobre o tema. Os estudos avançaram para além da
marca, suscitando novas perspectivas e abordagens, como lealdade a lojas (ex. Fry et al.,
1973; Lessig, 1973; Bellenger, Steinberg e Stanton, 1976; Goldman, 1977), mensuração da
lealdade e segmentação de mercado (ex. Samli, 1975; Blattberg e Sen, 1976; Starr e
Rubinson, 1978; Berkowitz, 1978; Jugenheimer, 1979; Miller e Granzin, 1979), e pesquisas
sobre comportamento e atitude (ex. Tankereley, 1977; Jacoby, Chesnut e Fisher, 1978).
Surgiram também os primeiros estudos sobre os fatores antecedentes e conseqüentes da
lealdade. Quanto aos antecedentes, May (1971) explorou a influência da classe social em
aspectos da lealdade à marca e Lessig (1973) examinou as relações existentes entre a imagem
e a lealdade a uma loja. Quanto aos conseqüentes, Cohen e Houston (1972) analisaram parte
da estrutura de crenças de consumidores leais à marca, utilizando as previsões da Teoria da
Consistência com relação à estrutura atitudinal associada ao compromisso.
O final da década de 1960 e a década de 1970 foram fundamentais para a evolução do
conceito de lealdade e para o aumento do uso de ferramentas estatísticas no desenvolvimento
de atributos relacionados ao tema. Sheth (1970), por exemplo, ampliou seu modelo analítico
fatorial de lealdade à marca para dados multicotômicos, no qual vários graus de lealdade a
muitas marcas foram estimados. Farley e Ring (1970) expandiram o modelo de
comportamento do consumidor de Sheth ao testar dados sobre um produto em um mercado
específico, utilizando regressões multivariadas. Quanto ao comportamento, Newman e
Werbel (1973) encontraram relações positivas entre a lealdade à marca (compra repetida) e a
64
satisfação do consumidor, concluindo que clientes leais são aqueles que estão satisfeitos com
a recompra de uma mesma marca, não buscando informações sobre outras. Jacoby e Kyner
(1973) avaliaram a lealdade à marca com relação à atitude e ao comportamento de recompra
por parte do consumidor. Jacoby e Chesnut (1978), ampliando as discussões iniciadas por
George Day em 1969, mensuraram a lealdade pelas dimensões comportamental e atitudinal,
considerando a crença, o afeto e a intenção de compra dos consumidores.
Observa-se, entretanto, que a maioria dos estudos da década de 1970 estavam
vinculados ao comportamento ou repetição de compras numa perspectiva linear, sugerindo
uma natureza estocástica, ou seja, determinada pelas leis da probabilidade (BASS, 1974).
Negligenciava-se, ainda, os fenômenos da lealdade a multimarcas (EVANSCHITZKY;
WUNDERLICH, 2006).
Na década de 1980, quando se esperava uma grande evolução do tema lealdade, não
houve mudanças significativas no mainstream, permanecendo os elementos essenciais
inalterados (OLIVER, 1997). Deu-se, na disciplina, uma grande ênfase às pesquisas sobre
Marketing de Relacionamento, que teve seus fundamentos ampliados com a evolução do
paradigma da “troca” (BAGOZZI, 1974, 1975). Tal fenômeno pode ter desviado o foco das
pesquisas da lealdade do consumidor para temas como situação de consumo (ex. Granzin e
Miller, 1980), custo de troca de marca, efeitos da propaganda e segmentação (ex. Raj, 1982;
Grover e Srinivasan, 1987; Tellis, 1988; Colombo e Morrison, 1989) e influências da
percepção e insatisfação do consumidor (ex. Kasper, 1988).
A década de 1990 foi marcada pelo início de investigações sobre antecedentes e
conseqüentes da lealdade (ver Anexo C Quadro 20). Porém, observa-se pouca integração
entre os constructos investigados, havendo mais inovações do que replicações de trabalhos.
Essa década foi marcada, também, por estudos que aprofundaram a visão psicológica sobre
lealdade do consumidor, como, por exemplo, os trabalhos de Dick e Basu (1994), Baldinger e
Rubinson (1996) e Oliver (1997, 1999).
No início dos anos 2000, os estudos sobre lealdade aumentaram, com uma grande
diversidade de análises sobre constructos associados ao tema. Essa expansão talvez tenha
ocorrido em função do Marketing Science Institute ter direcionado o foco para o
gerenciamento da lealdade no triênio 2002 2004, permanecendo o tema como prioridade de
pesquisa até hoje (MSI, 2008). Constata-se que, até a presente data, essa década está sendo
marcada por um volume expressivo de trabalhos que visam compreender a “lealdade
verdadeira” por parte do consumidor (ver Anexo C Quadro 20).
65
De maneira geral, constata-se que a lealdade do consumidor recebeu grande destaque
na literatura ao longo da segunda metade do século XX, sobretudo nas últimas duas décadas.
Percebe-se com clareza que o tema passou por transformações profundas, tanto nos processos
empíricos (novas modelagens e novos constructos associados) quanto na estrutura teórica, que
passou de uni para multidimensional. Essas dimensionalidades da lealdade são apresentadas a
seguir.
2.3.2 Dimensões Comportamental e Atitudinal
Os trabalhos sobre lealdade do consumidor foram conduzidos em perspectivas
diferentes ao longo das décadas. Inicialmente, houve uma predominância da abordagem
comportamental, avançando para a abordagem atitudinal e, recentemente, para ambas as
abordagens conjuntamente (ex. Chaudhuri e Holbrook, 2001; Grisaffe, 2001; Zins, 2001;
Kumar e Shah, 2004; Evanschitzky e Wunderlich, 2006; Jones e Taylor, 2007).
“Tradicionalmente, a lealdade do consumidor é definida como uma medida
comportamental” (KUMAR; SHAH, 2004, p. 318). Autores que defendem essa abordagem se
baseiam em aspectos de compras repetidas (NEAL, 1999), quantidade e freqüência de
compras (CUNNINGHAM, 1966; FARLEY, 1964), e em múltiplos aspectos do
comportamento de compra (DUWORS; HAINES, 1990). Em síntese, três medidas principais
envolvem essa perspectiva: proporção, seqüência e probabilidade de compras (JACOBY;
CHESNUT, 1978). A abordagem estocástica da lealdade é baseada no histórico de compras
do consumidor (ZINS, 2001). Para esse autor, nessa dimensão, nenhuma outra ação
comportamental pode ser integrada, como tolerância ao preço, boca-a-boca ou
comportamento de queixa, e nenhum elemento cognitivo pode ajudar a explicar a motivação
para compras, em geral, ou as ações futuras, em particular. De acordo com Bandyopadhyay e
Martell (2006), nessa abordagem a conquista da lealdade está relacionada, sobretudo, a uma
marca de interesse.
A perspectiva comportamental recebeu várias críticas ao longo dos anos por parte de
alguns pesquisadores, como Day (1969), Jacoby e Chesnut (1978), Dick e Basu (1994) e
Bennett e Rundle-Thiele (2002), pelo fato de não incorporar aspectos cognitivos e afetivos
associados ao comportamento, não considerar a lógica do estímulo-resposta presente no
66
comportamento consistente de recompra, nem incorporar as preferências e as disposições do
consumidor em relação às marcas e aos canais de distribuição. Para seus críticos, a abordagem
comportamental não distingue a lealdade verdadeira da lealdade espúria (DAY, 1969;
BENNETT; RUNDLE-THIELE, 2002).
Embora o pensamento atual infira que a lealdade engloba mais de uma dimensão,
alguns pesquisadores continuam a mensurá-la exclusivamente pela dimensão comportamental
(CHAUDHRY; MITTAL, 2006); essa abordagem é encontrada na literatura como intenção de
recompra ou lealdade comportamental (ex. Lawrence, 1969; Blattberg e Sen, 1976; Taylor e
Baker, 1994; Jones e Sasser Jr., 1995; Cronin, Brady e Hult, 2000; Seiders et al., 2005).
A abordagem atitudinal, também chamada determinista, por outro lado, permite um
entendimento mais amplo da lealdade do consumidor (ZIN, 2001), pois, nessa dimensão, há
um número limitado de fatores explicativos que geram a lealdade e que podem ser isolados e
manipulados pelos pesquisadores (ODIN; ODIN; VALETTE-FLORENCE, 2001). A
perspectiva atitudinal inclui as preferências e as intenções dos consumidores (RUNDLE-
THIELE, 2005), enfatizando o papel dos aspectos cognitivos e afetivos na formação da
lealdade (JONES; TAYLOR, 2007).
A terceira abordagem considera que a lealdade é composta por duas dimensões:
comportamental e atitudinal (ex. Jacoby, 1971; Jacoby e Chesnut, 1978; Dick e Basu, 1994;
Oliver, 1997, 1999; Baldinger e Rubinson, 1996; Chaudhuri e Holbrook, 2001; Olsen, 2002;
Rundle-Thiele, 2005; Rowley, 2005; Rauyruen e Miller, 2007). Atitudes fortes e fracas em
relação ao objeto se juntam ao comportamento forte ou fraco de recompra para formar essa
dimensão (ZINS, 2001).
Conciliando ambas as abordagens, Jacoby (1971) e Jacoby e Kyner (1973) integraram
as noções de comportamento e atitude em uma mesma dimensão conceitual, sugerindo um
conjunto de seis condições necessárias e coletivamente suficientes para identificar a lealdade
(ODIN; ODIN; VALETTE-FLORENCE, 2001; ZINS, 2001; BANDYOPADHYAY;
MARTELL, 2006). Para Jacoby (1971) e Jacoby e Kyner (1973) a lealdade é 1) uma resposta
comportamental (compra); 2) induzida (não aleatória); 3) expressa ao longo do tempo; 4) por
uma unidade de decisão; 5) a respeito de uma ou mais marcas alternativas em um conjunto de
marcas; e é 6) uma função de processos psicológicos (de tomada de decisão e avaliação). Essa
conceituação foi questionada por Tarpey (1974), devido à falta de validação do constructo.
Tarpey afirmou que a definição apresentada não explicava os fatores causais e o porquê dos
consumidores se comportarem de uma determinada forma.
67
Então, Jacoby e Chesnut (1978) ampliaram as discussões e defenderam (i) que a
compra consistente nem sempre é válida como um indicador de lealdade, pois a aquisição de
uma marca pode se dar por impulso ou por conveniência, e (ii) que a compra inconsistente
pode mascarar a lealdade do consumidor em relação a mais de uma marca. Logo, não se deve
fazer qualquer inferência sobre lealdade ou deslealdade apenas com base em padrões de
compras repetidas. Desta forma, os autores incorporaram os aspectos atitudinais cognitivos (a
crença), afetivos (o afeto) e conativos (a intenção do consumidor) na definição da lealdade,
desenvolvendo um modelo seqüencial para identificar a existência da lealdade verdadeira.
Para esses autores, a lealdade verdadeira ocorre quando o consumidor: a) possui informações
sobre a marca em questão e a identifica como superior às ofertas da concorrência, envolvendo
aspectos cognitivos como acessibilidade, confiança, centralidade e clareza; b) exibe um
apreço maior pela marca focal, envolvendo antecedentes afetivos, representados pela
combinação de estados de humor, afetos primários e satisfação; e c) pretende comprar essa
marca em oposição às ofertas da concorrência, envolvendo aspectos conativos, referentes a
custos de troca, não previstos, e expectativas futuras.
Em resumo, a lealdade do consumidor, para Jacoby (1971); Jacoby e Kyner (1973) e
Jacoby e Chesnut (1978), é um processo avaliativo de comprometimento do consumidor em
relação a uma marca.
Seguindo na mesma linha de raciocínio, comportamento-atitude, Dick e Basu (1994)
estenderam o trabalho de Jacoby e Chesnut (1978), conceituando a lealdade como uma forte
relação entre as atitudes relativas dos indivíduos e o comportamento de recompra, sendo essa
relação mediada por normas sociais e fatores situacionais. Para defender suas teorias, os
autores apresentaram “uma conceituação elegante dos efeitos combinados da atitude e do
comportamento” (GARLAND; GENDALL, 2004, p. 81) por meio de uma tipologia teórica
que divide a lealdade em quatro grupos (Tabela 4).
Tabela 4 Relacionamento entre Atitude Relativa e Compra Repetida
Comportamento
(Recompra de uma marca específica)
Atitude
(Em relação a uma marca específica)
Alta Baixa
Alta Lealdade Verdadeira Lealdade latente
Baixa Lealdade Espúria Não há lealdade
Fonte: Dick e Basu (1994).
Esse modelo de relacionamento demonstra que (i) clientes com alta lealdade atitudinal
e comportamental são descritos como “verdadeiramente leais”; (ii) os que têm alta lealdade
68
comportamental, mas baixa lealdade atitudinal, apresentam a “lealdade espúria”; (iii) aqueles
que têm alta lealdade atitudinal, mas baixa lealdade comportamental, possuem a “lealdade
latente”; e (iv) os clientes que apresentam baixa lealdade atitudinal e comportamental não têm
lealdade à marca. Essa modelagem não foi testada empiricamente pelos autores proponentes,
e sim por outros autores, como Bennett e Bove (2001), Bove e Johnson (2002), Quester e Lim
(2003) e Garland e Gendall (2004). A contribuição teórica da estrutura de Dick e Basu (1994)
reside na discussão sobre atitude e moderadores potenciais do comportamento de recompra
(OLIVER, 1997).
Os aspectos inerentes às abordagens atitudinais e comportamentais também serviram
como fundamentos para o modelo de quatro fases da lealdade proposto Oliver (1997) e
aperfeiçoado por Oliver (1999). Esse autor desenvolveu uma estrutura teórica que discute
explicitamente a emersão da lealdade e os fatores que impedem essa emersão
(EVANSCHITZKY; WUNDERLICH, 2006). O modelo e as quatro fases da lealdade são
apresentados a seguir.
2.3.3 Fases da Lealdade
Oliver (1997) definiu lealdade como um profundo compromisso de recompra de um
produto ou serviço de forma consistente no futuro, a despeito de influências situacionais ou
esforços de marketing, que tenham o potencial de causar um comportamento de mudança.
Baseado nessa conceituação, o autor propôs um modelo de lealdade composto por quatro
fases, sendo as três primeiras vinculadas à atitude (cognitiva, afetiva e conativa) e a última
relativa ao comportamento (ação).
A fase lealdade cognitiva é caracterizada pela preferência do consumidor por uma
marca dentre as existentes no mercado. Essa preferência é baseada apenas em crenças com
relação àquela marca. Logo, a cognição pode ter origem a partir de conhecimento prévio
sobre a marca ou mesmo ser adquirida pela experiência pessoal com o produto ou serviço.
Nessa fase, a lealdade tem caráter superficial baseado em experiências.
A fase afetiva trata da lealdade à marca codificada na mente do consumidor. É uma
atitude positiva em relação à marca que se origina da satisfação cumulativa com repetidas
situações de compra e uso. Enquanto a cognição é bastante sujeita a argumentações contrárias,
69
a afetividade não o é, tornando esta lealdade mais forte, mas dependente da força afetiva da
marca.
A fase conativa caracteriza-se pela intenção, que é influenciada pelas sucessivas
experiências positivas de afeto em relação à marca. A conação, no caso de situações de
compra, implica um compromisso de recompra de uma marca específica. Nessa fase, a
lealdade está vinculada à motivação, que é sustentada pelo comprometimento e pela
consistência cognitiva.
A fase ação é caracterizada pelas intenções anteriormente adquiridas, que se
transmutam em ação, ou seja, são acompanhadas de um desejo adicional de superar
obstáculos que possam impedir o ato de compra. Se esse comprometimento e as ações são
repetidos, uma ação inercial se desenvolve, facilitando a recompra de um produto ou serviço.
Nessa fase, a lealdade se baseia na pré-disposição de agir.
Os consumidores podem ser leais em cada fase, considerando os diferentes fatores que
as influenciam, pois essas fases não emergem de maneira simultânea, mas consecutivamente
no decorrer do tempo (OLIVER, 1997, 1999). A marca identificadora de cada uma delas, com
as suas respectivas vulnerabilidades, está apresentada no Quadro 7.
Fases Marca identificadora Vulnerabilidades
Cognitiva
Lealdade à informação, como
preço, qualidade, atributos, etc.
Melhores atributos competitivos de concorrentes ou
comunicação de preços verdadeiros ou imaginários (por
exemplo, propaganda). Busca voluntária de variedade e
experimentação de outras marcas.
Afetiva
Lealdade a gostar:
“Eu compro esse produto
porque eu gosto dele”.
Insatisfação induzida cognitivamente. Aumento do desejo por
marcas competitivas, provavelmente, estimulado por meio de
imagens e associações. Busca voluntária por variedade e
experimentação de outras marcas.
Conativa
Lealdade a uma intenção:
“Eu sou comprometido com a
compra desse produto”.
Mensagens concorrentes contra-argumentativas e persuasivas.
Experimentação induzida (por exemplo, cupons, amostras-
grátis, promoções em pontos-de-venda).
Ação
Lealdade à ação inercial,
somada à superação de
obstáculos que impeçam a
ação.
Vulnerabilidade induzida (por exemplo, fim de estoque causado
pela compra de todos os produtos de uma empresa por um
concorrente).
Quadro 7 Fases da Lealdade propostas por Oliver (1997, 1999)
Fonte: Oliver (1999).
Percebe-se pelas características, marcas identificadoras e vulnerabilidades que
entender cada uma das fases é importante, e que os profissionais de marketing devem dar
especial atenção a elas ao estabelecerem diretrizes estratégicas para a obtenção da lealdade do
consumidor (CHAUDHRY; MITTAL, 2006).
70
A lealdade, num nível bem geral, é algo que os consumidores podem exibir em relação
a marcas, lojas, categorias de produto e atividades (CHAUDHRY; MITTAL, 2006). Porém,
há na literatura inúmeras divergências quanto à verdadeira natureza do conceito da lealdade e
resultados contraditórios obtidos quanto à mensuração desse constructo (ODIN; ODIN;
VALETTE-FLORENCE, 2001).Visando ilustrar essas divergências, algumas discussões
sobre mensurações da lealdade são apresentadas a seguir.
2.3.4 Mensuração da Lealdade
Talvez os resultados contraditórios apresentados na literatura sobre a mensuração da
lealdade possam ser explicados pela ausência, quase que sistemática, de estudos rigorosos
sobre a confiabilidade e a validade dos instrumentos de mensuração propostos para o tema
(ODIN; ODIN; VALETTE-FLORENCE, 2001), além da indefinição quanto à
dimensionalidade do constructo. A despeito do presente consenso dos pesquisadores de que a
lealdade é multidimensional, não há bases teóricas e são escassos os estudos empíricos sobre
essas dimensionalidades (JONES; TAYLOR, 2007).
No final da década de 1990, Dubois e Laurent (1999) afirmaram que nenhuma das
abordagens (comportamental e atitudinal) tinha consenso no meio acadêmico. Então,
buscando novas alternativas, sugeriram o modelo situacional de lealdade à marca, afirmando
que essa perspectiva era mais consistente e oferecia um diagnóstico mais forte do que as
abordagens anteriormente trabalhadas.
Essa ausência de concordância de idéias também pôde ser observada no início da
década atual. Chaudhuri e Holbrook (2001) afirmaram que a maioria dos trabalhos
envolvendo conceitos de lealdade ainda enfatizava somente a dimensão comportamental,
negligenciando os componentes atitudinais e seus relacionamentos com outras variáveis, tanto
do consumidor quanto do mercado. Odin, Odin e Valette-Florence (2001, p. 82) concluíram
que a lealdade deveria ser distinta da inércia de compra e o foco deveria ser dado aos “graus”
de lealdade, que são mais notáveis e confiáveis do que a dicotomia “lealdade/deslealdade”.
Bennet e Rundle-Thiele (2002) afirmaram que a mensuração da lealdade deveria ser realizada
tanto no nível individual (propensão da pessoa em ser leal) quanto no nível macro
(produto/marca).
71
Assim, ao identificarem incongruências na literatura sobre o tema, outros trabalhos
foram desenvolvidos ao longo desses anos (ver Anexo C Quadro 20), com o objetivo de se
obter uma avaliação consensual desse constructo.
Quanto à tipologia sugerida por Oliver (1997, 1999), alguns trabalhos foram
desenvolvidos para testar e/ou validar o modelo proposto. Por exemplo, Pedersen e Nysveen
(2001) investigaram as fases cognitiva, afetiva e conativa e a lealdade comportamental (custo
de mudança) num contexto de serviço bancário. Chiou, Droge e Hanvanich (2002) utilizaram
os constructos qualidade de serviço, confiança e satisfação para representar as fases da
lealdade (cognitiva, afetiva e conativa) e boca-a-boca para representar a lealdade
comportamental. Back e Parks (2003) validaram a seqüência das lealdades cognitiva, afetiva,
conativa e comportamental em relação à marca. McMullan e Gilmore (2003) e McMullan
(2005) exploraram o inter-relacionamento entre as dimensões atitudinais e comportamentais
propostas por Oliver e validaram escalas de múltiplos itens para serviços. Harris e Goode
(2004) investigaram uma escala de quatro dimensões num contexto on-line, suportando as
hipóteses seqüenciais. Lu et al. (2005) investigaram as fases da lealdade baseados em
processos hierárquicos numa empresa de telefonia. Back (2005) confirmou que a lealdade
cognitiva é positivamente associada à lealdade afetiva que, por sua vez, é positivamente
associada à lealdade conativa. Evanschitzky e Wunderlich (2006) avaliaram os efeitos
moderadores de características pessoais e situacionais em cada fase da lealdade. Sudhahar et
al. (2006), baseados na seqüência das fases, desenvolveram uma escala de mensuração da
lealdade em contexto de serviços (SERVLOYAL). A despeito de muitas tentativas de
considerar ligações distintas entre as diferentes fases da lealdade, relativamente poucos
trabalhos empíricos foram conduzidos para testar a seqüência proposta por Oliver
(EVANSCHITZKY; WUNDERLICH, 2006).
2.3.5 Estudos Brasileiros sobre Lealdade do Consumidor
Publicações sobre lealdade do consumidor na academia brasileira de Marketing
tiveram início no final da década de 1990. Nesse período, ocorriam alterações nas pesquisas
de marketing em função da mudança de foco da disciplina, que saía do transacional para o
relacional. Assim, pesquisas de satisfação se tornaram insuficientes para explicar a existência
de relacionamentos duradouros entre clientes e empresas. Logo, pode-se avaliar que o início
72
das investigações sobre tema no Brasil não se tratou de uma mudança aleatória, da satisfação
para lealdade, mas sim de um processo natural de evolução do conhecimento. Não foi por
acaso que os primeiros trabalhos apresentados no principal fórum de Marketing vincularam a
lealdade à satisfação do cliente (ex. Prado e Farias, 1998; Urdan e Rodrigues, 1998 e Zuñiga e
Urdan, 1999).
No início dos anos 2000, os trabalhos sobre lealdade avançaram no sentido de vinculá-
la a outros constructos, tais como confiança do consumidor e valor percebido em trocas
relacionais (ex. Santos, 2001; Brei, 2002). Nos anos seguintes, o volume de pesquisas sobre o
tema aumentou. Desta forma, vários estudos aplicados em diferentes contextos investigativos,
com diferentes métodos de análise, confirmaram os constructos confiança, comprometimento,
satisfação, gerenciamento de reclamações, valor relacional, valor para o cliente, custo de
mudança, preços e imagem como antecedentes da lealdade. Nessa mesma linha, com o
objetivo de identificar os principais antecedentes e conseqüentes da satisfação e da lealdade,
Matos e Henrique (2006), por meio de uma meta-análise em estudos brasileiros, constataram
que a satisfação é o antecedente mais importante da lealdade, seguido pelo valor para o
cliente.
Em pesquisa realizada junto às bases de dados dos principais fóruns da área de
Marketing no Brasil Encontros da Associação Nacional de Pós-Graduação em
Administração (EnANPAD), entre os anos 1998 e 2007, e Encontro de Marketing (EMA) dos
anos de 2004, 2006 e 2008 foram identificados 67 estudos relacionados à lealdade do
consumidor (Ver Anexo A Quadro 19). A análise dos mesmos revela que houve uma grande
evolução nas técnicas e abordagens empregadas para investigar o tema e seus respectivos
antecedentes e conseqüentes, e que houve uma busca pelo refinamento de instrumentos de
pesquisa que sintetizassem os julgamentos e sentimentos dos consumidores em relação às
empresas. No entanto, observou-se, também, que não há uma conformidade de opiniões sobre
quais modelagens e formas de mensuração são capazes de predizer e explicar os fenômenos
relacionados ao escopo desse constructo. Bennet e Rundle-Thiele (2002, p. 204) afirmaram
que a lealdade é um fenômeno complexo, apontando para a necessidade da vinculação de
outros “fatores” nos estudos sobre o tema.
Assim, finalizada a fundamentação teórica, que dá sustentabilidade aos objetivos desse
estudo, passa-se a apresentar os modelos teóricos de pesquisa.
73
3 MODELOS TEÓRICOS E HIPÓTESES DE PESQUISA
Neste capítulo são apresentados os modelos de pesquisa, as perspectivas
teóricas que fundamentam as relações de dependência entre os constructos Valores Pessoais,
Atitude e Fases da Lealdade e as hipóteses, que são formalizadas por meio de quatro modelos:
Modelo 1 Efeito Direto
O efeito direto trata da estimação de múltiplas relações de dependência entre variáveis
(HAIR et al., 2005). Nesse efeito, uma variável tem uma influência positiva ou negativa sobre
outra. Entretanto, de acordo Holmbeck (1997), ocorre o efeito direto somente quando uma
variável X (ex. valores pessoais) está significativamente associada à Y (lealdade).
No Modelo 1, serão comparados os efeitos diretos relativos às variáveis independentes
sobre à variável dependente por meio dos coeficientes de regressão padronizados coeficiente
beta (ß).
Modelo 2 – Efeito Mediador Completo e Modelo 3 – Efeito Mediador Parcial
O efeito mediador ocorre quando uma variável age como interveniente entre duas
outras numa relação, ou seja, recebe influência da variável independente e influencia a
variável dependente (BARON; KENNY, 1986). Num efeito mediador, uma variável Z (ex.
atitude) se apresenta como mediadora se ela intermedia a relação entre duas outras variáveis
X e Y (ex. valores pessoais e lealdade). Assim, se X está significativamente associada a Y, e
se X influencia Z e Z influencia Y, então Z é uma variável mediadora entre X e Y
(HOLMBECK, 1997).
Modelo 4 Efeito Moderador
O efeito moderador ocorre quando uma variável afeta a direção e/ou a força da relação
entre duas outras variáveis (BARON; KENNY, 1986). Por exemplo, uma variável Z (ex.
gênero) se apresenta como moderadora se, somente sob certas condições de Z, a variável X
(ex. valores pessoais) está relacionada à variável Y (ex. lealdade). Assim, pode-se afirmar que
a variável moderadora Z tem um impacto na relação entre X e Y (HOLMBECK, 1997).
74
3.1 MODELO 1 EFEITO DIRETO
Os valores pessoais são características motivacionais relativamente estáveis que
podem mudar ao longo da vida do indivíduo (ROKEACH, 1973; SMITH; SCHWARTZ,
1997). Para muitos psicólogos sociais, o conceito de valores é crucial para o entendimento do
comportamento humano (ALWIN; KROSNICK, 1985) e esses valores têm sido considerados
uma variável importante na compreensão do comportamento do consumidor (BEATTY et al.,
1985; LAGES; FERNANDES, 2005), pois possuem elementos cognitivos centrais que
estimulam uma resposta comportamental (VINSON; SCOTT; LAMONT, 1977).
Alguns trabalhos verificaram a relação direta entre os valores pessoais e o
comportamento humano. Por exemplo, England (1967) estudou um grupo de gerentes de
empresas americanas e encontrou diferenças comportamentais em relação aos seus sistemas
de valores pessoais. Henry (1976) suportou empiricamente as relações entre valores e
orientações culturais da sociedade americana e seus comportamentos em relação a categorias
de automóveis. Clawson e Vinson (1978) demonstraram a relevância da influência dos valores
dos consumidores sobre os seus comportamentos. Wang e Rao (1995) testaram a validade
preditiva da escala Rokeach Value Survey (RVS) na avaliação do comportamento de compra
do consumidor. Smith e Schwartz (1997) concluíram que os valores servem como padrões
para guiar a seleção ou avaliação de comportamentos. Bardi e Schwartz (2003) demonstraram
que comportamentos podem ser expressos por mais de um valor, como neste exemplo:
pessoas podem ir ao parque passear porque gostam de aventuras (valor estimulação), por
amor à natureza (valor universal) ou por que querem contemplar os amigos (valor
conformidade). Logo, considerando que a lealdade é composta por questões comportamentais
(JONES; TAYLOR, 2007), encontra-se suporte empírico para propor que os valores pessoais
levam à lealdade.
Lages e Fernandes (2005), ao adaptarem as escalas Rokeach Value Survey (RVS), List
of Values (LOV) e Schwartz Value Survey (SVS) ao contexto de serviços para criarem a
escala SERPVAL, demonstraram que os valores pessoais estão relacionados à lealdade e à
intenção de recompra. Para medir a lealdade utilizaram a escala sugerida por Yoo, Naveen e
75
Sungho (2000)
41
e para medir a intenção de recompra utilizaram a escala sugerida por Mittal e
Kamakura (2001)
42
.
Entretanto, não há na literatura trabalhos que relacionem os valores pessoais às fases
da lealdade propostas por Oliver (1997, 1999). Assim, considerando as relações lineares
apresentadas nos trabalhos enumerados acima, propõe-se o Modelo 1, representado na Figura
3, com quatro hipóteses formuladas:
H1a Valores pessoais estão positivamente relacionados com a lealdade cognitiva.
H1b Valores pessoais estão positivamente relacionados com a lealdade afetiva.
H1c Valores pessoais estão positivamente relacionados com a lealdade conativa.
H1d Valores pessoais estão positivamente relacionados com a lealdade ação.
Figura 3 Modelo 1 Modelo Efeito Direto
41
YOO, Boonghee; NAVEEN, Donthu; SUNGHO, Lee. An examination of selected marketing mix elements
and brand equity. Journal of the Academy of Marketing Science, v. 28, n. 2, p. 195-211, 2000. Escala: I
consider myself to be loyal to X; X would be my first choise; I will no buy other brands if X is avaiable at the
stor
42
MITTAL, Vikas; KAMAKURA, Wagner A. Satisfaction, repurchase intent, and repurchase behavior:
Investigating the moderating effect of customer characteristics. Journal of Marketing Research, v. 38, n. 1,
p. 131-133, 2001. Escala: Based on your experience with your own mobile service provider, how likely are
you to select the same provider’s service at your next purchase occasion?
Lealdade Cognitiva
Lealdade Afetiva
Lealdade Conativa
Lealdade Ação
Valores
Pessoais
H1a
H1b
H1c
H1d
76
Há na literatura um número significativo de trabalhos que abordam os tópicos da
mediação e moderação de variáveis (ex. James e Brett, 1984; Baron e Kenny, 1986;
Holmbeck, 1997; Mackinnon et al., 2002; Frazier, Tix e Barron, 2004; Muller, Judd e
Yzerbyt, 2005). Baron e Kenny (1986) fazem distinção entre as propriedades das variáveis
mediadoras e moderadoras, de modo a esclarecer como determinadas variáveis conceituais
estão relacionadas às diferenças de comportamentos dos consumidores. Uma variável
funciona como mediadora quando atua entre o preditor e o critério. Assim, mediadores
explicam como os eventos físicos assumem uma significância psicológica interna, justificando
a ocorrência de certos efeitos causais. As variáveis moderadoras podem ser qualitativas (ex:
sexo, raça, idade, classe social) ou quantitativas (ex: nível de recompensa) e especificam
quando os efeitos causais ocorrem, pois têm a característica de afetar a direção e/ou a força da
relação entre uma variável independente ou preditiva e uma variável dependente ou de
critério. Assim, as variáveis moderadoras sempre funcionam como variáveis independentes,
enquanto que eventos mediadores alteram seus papéis de efeitos a causas, dependendo do
foco da análise (HOLMBECK, 1997). Com base nas explicações acima, são apresentados a
seguir os modelos de mediação (Modelos 2 e 3) e de moderação (Modelo 4).
3.2 MODELO 2 EFEITO MEDIADOR COMPLETO
Os valores são centrais à organização cognitiva do indivíduo e são geralmente
definidos como padrões de desejos invocados na interação social para avaliar as preferências
de objetivos comportamentais ou modos de ação, servindo como base para a formação de
atitudes, crenças e opiniões (ALWIN, KROSNICK, 1985). De acordo com Homer e Kahle
(1988), os valores pessoais fornecem a base para o desenvolvimento de atitudes, levando os
indivíduos a um comportamento específico de tomada de decisões. A influência dos valores
pessoais sobre o comportamento ocorre indiretamente pela ação de fatores mediadores, tais
como as atitudes (KAHLE, 1986).
Embora haja um número razoável de pesquisas sobre o papel dos valores pessoais no
comportamento de consumo, poucos estudos têm abordado a natureza das ligações entre
valores, atitudes e comportamentos (MCCARTY; SHRUM, 1993b). Por exemplo, Vinson;
Scott e Lamont (1977) desenvolveram um modelo integrativo para fazer distinção entre os
valores globais e valores de domínio específico, concluindo que mudanças nos valores
77
pessoais causam profundo impacto sobre as atitudes e sobre os comportamentos. Homer e
Kahle (1988) pesquisaram valores e aquisição de comida saudável, numa hierarquia de valor-
atitude-comportamento, utilizando List of Values (LOV), e identificaram por meio de uma
série de análises de equações multivariadas e estruturais que os valores têm fundamentos que
influenciam a atitude, ou seja, as pessoas têm uma estrutura de valores mais orientada interna
do que externamente para um comportamento de compra, demonstrando que atitudes e
crenças fazem o papel mediador entre os valores e comportamentos específicos. Kristiansen e
Zanna (1994) estudaram os valores para justificar as atitudes das pessoas frente à guerra
nuclear e ao aborto. Kim et al. (2002), numa investigação cross-cultural sobre valores,
necessidades e comportamento de compra, confirmaram que os valores são mediados pelas
atitudes em direção ao comportamento. Jayawardhena (2004) analisou o modelo valor-
atitude-comportamento encontrando (i) que valores pessoais têm relações significativamente
positivas com atitude, (ii) que a atitude é um preditor direto do comportamento, e (iii) que a
atitude é mediadora da relação valor-comportamento.
A função mediadora da atitude na relação entre valores pessoais e lealdade foi
confirmada por Marandi, Little e Sekhon (2006), que investigaram (i) os valores, utilizando a
escala List of Values (LOV); (ii) a atitude, pela escala Marandi’s Empathy Scale (2006)
43
,
composta por cinco dimensões de empatia (emoção, moral, cognição, comportamento e
tangibilidade); e (iii) a lealdade, por uma escala de notas que variavam entre 1 e 10.
Entretanto, não há na literatura estudos empíricos que relacionem a atitude como
mediadora da relação Valores Pessoais-Fases da Lealdade. Assim, considerando que atitude
tem um papel mediador nas relações com valores, propõe-se o Modelo 2, representado na
Figura 4, com cinco hipóteses formuladas:
H2a Valores pessoais estão positivamente relacionados com a atitude.
H2b Atitude está positivamente relacionada com a lealdade cognitiva.
H2c Atitude está positivamente relacionada com a lealdade afetiva.
H2d Atitude está positivamente relacionada com a lealdade conativa.
H2e Atitude está positivamente relacionada com a lealdade ação.
43
MARANDI, Ebi. The role of empathy in relationship marketing within the health and fitness sector, PhD
Thesis, Nottingham Trent University, UK, 2006
78
Figura 4 Modelo 2 Modelo Efeito Mediador Completo
3.3 MODELO 3 EFEITO MEDIADOR PARCIAL
“Valores pessoais têm, há muito tempo, sido considerados por cientistas sociais como
importantes determinantes de atitudes e comportamentos” (MCCARTY; SHRUM, 2000, p.
272). Para Williams e Hall (2006), os valores são determinantes fundamentais de percepções,
atitudes e comportamentos.
De acordo com Spini (2003), os valores pessoais têm sido usados como variável
independente no entendimento das atitudes e do comportamento dos indivíduos. Vários
pesquisadores sugerem que valores afetam muitos aspectos do comportamento de consumo e
atitudes (JAYAWARDHENA, 2004). Entre eles, McCarty e Shrum (1993b) replicaram o
trabalho de Homer e Kahle (1988) e confirmaram a mediação da atitude na relação valor-
comportamento. Ball-Rokeach e Loges (1994) investigaram a correspondência entre atitudes a
respeito da raça e valores de eqüidade. Shim e Eastlick (1998) confirmaram a influência da
hierarquia dos valores pessoais em relação às atitudes e ao comportamento dos consumidores
frente a atributos de shopping centers. Shim, Warrington e Goldsberry (1999) encontraram
que os valores pessoais influenciam três aspectos das atitudes de estudantes em relação às
suas carreiras, e essas atitudes influenciam a expectativa de mudança comportamental. O
estudo de Shim e Maggs (2005) foi além da mediação completa das atitudes na relação valor-
comportamento. Esses autores analisaram também a mediação parcial das atitudes,
H2b
H2c
H2d
H2e
Atitude
H2a
Valores
Pessoais
Lealdade Cognitiva
Lealdade Afetiva
Lealdade Conativa
Lealdade Ação
79
encontrando que a mediação completa é mais significativa do que a parcial, confirmando a
força da atitude como mediadora dessa relação.
Entretanto, não foram localizados na literatura estudos que tratem a atitude como
mediadora parcial da relação Valores Pessoais-Fases da Lealdade. Desta forma, os resultados
dos trabalhos acima permitem propor o Modelo 3, representado na Figura 5, com nove
hipóteses formuladas:
H3a Valores pessoais estão positivamente relacionados com a atitude.
H3b Valores pessoais estão positivamente relacionados com a lealdade cognitiva.
H3c Valores pessoais estão positivamente relacionados com a lealdade afetiva.
H3d Valores pessoais estão positivamente relacionados com a lealdade conativa.
H3e Valores pessoais estão positivamente relacionados com a lealdade ação.
H3f Atitude está positivamente relacionada com a lealdade cognitiva.
H3g Atitude está positivamente relacionada com a lealdade afetiva.
H3h Atitude está positivamente relacionada com a lealdade conativa.
H3i Atitude está positivamente relacionada com a lealdade ação.
Figura 5 Modelo 3 Modelo Efeito Mediador Parcial
H3f
H3h
H3i
Atitude
H3a
Lealdade Cognitiva
Lealdade Afetiva
Lealdade Conativa
Lealdade Ação
H3b
H3c
H3d
H3e
Valores
Pessoais
H3 g
80
3.4 MODELO 4 EFEITO MODERADOR
Considerar características pessoais dos consumidores como fatores determinantes na
manutenção dos relacionamentos (HOMBURG; GIERING, 2001; VÀSQUEZ-CARRASCO;
FOXALL, 2006) pode produzir mudanças nos processos de escolha, na avaliação de produtos
e serviços e na lealdade do consumidor. Logo, investigar o papel moderador de variáveis
demográficas como gênero, idade, renda e escolaridade na relação valores pessoais-fases da
lealdade passa a ser relevante.
3.4.1 Gênero
Há muitas evidências empíricas que apóiam a influência da diferença de gênero nos
processos de tomada de decisão dos indivíduos com relação a, por exemplo, questões
financeiras, de saúde, aposentadoria, horários de trabalho, escolha universitária, ética, auto-
estima, expressão emocional, estilo de liderança, habilidades percebidas, estilo de
gerenciamento, tipo de comida, escolha e troca de presentes e percepções de masculinidade e
de feminilidade nos produtos, entre outras (NDUBISI, 2006). Schwartz (1992) afirma que as
associações examinadas no estudo sobre a Teoria dos Valores Básicos, junto a amostras com
prioridades de valor individual e outras variáveis (ex. gênero, idade, ocupação profissional,
educação, comportamento de voto, religiosidade, atitudes em relação à ecologia e orgulho
nacional) produziram vários achados confiáveis e significativos.
Quanto à moderação do gênero nas relações que envolvem valores pessoais, Feather
(1994), ao investigar a estrutura dos valores humanos baseada na classificação descrita por
Schwartz, encontrou relações parciais entre gêneros e valores. Com base numa amostra de
estudantes universitários, o autor demonstrou que as mulheres estavam positivamente
associadas ao valor auto-estima global e negativamente associadas aos valores pró-sociais.
Entretanto, a amostra de estudantes de pós-graduação não revelou diferenciação dos valores
entre gêneros. Giacomino e Eaton (2003), utilizando o Rokeach Value Survey (RVS),
exploraram diferenças de valores pessoais por gênero em função de a percentagem de
mulheres no ramo dos negócios e na contabilidade ter aumentado e de as empresas terem feito
esforços substanciais para recrutar e manter as mulheres empregadas. Quanto aos valores
81
terminais, esses autores encontraram (i) que mulheres e homens ordenaram os mesmos três
valores, segurança da família, saúde (felicidade) e auto-respeito como sendo os mais
importantes; e (ii) que há diferenças significativas nas avaliações quanto à importância dos
valores sabedoria e uma vida excitante (maiores para os homens) e prazer e igualdade
(maiores para as mulheres). Quanto aos valores instrumentais, mulheres e homens ordenaram
os mesmos dois valores, honestidade em primeiro lugar e responsabilidade em segundo,
como sendo os mais importantes. Contudo, uma das diferenças mais significativas foi que as
mulheres avaliaram Amoroso em terceiro lugar e os homens em décimo primeiro. Outras
diferenças significativas entre os valores dos homens e das mulheres são independência e
presteza, maiores para as mulheres, e corajoso, controlado e imaginativo, maiores para os
homens.
Quanto à moderação do gênero nas relações que envolvem a lealdade do consumidor,
na última década muitas pesquisas foram realizadas para investigar a influência dessa variável
na formação da lealdade (EVANSCHITZKY; WUNDERLICH, 2006). Para esses autores, o
impacto do gênero sobre as estratégias de marketing é reconhecida, razão pela qual é
amplamente utilizada como moderadora no marketing em geral e no comportamento do
consumidor em particular. Esse efeito moderador ocorre em função de os homens estarem
mais dispostos a correr riscos do que as mulheres porque, socialmente, espera-se que os
homens se comportem dessa maneira, e porque esse comportamento deu aos homens uma
vantagem no processo de seleção natural (EVANSCHITZKY; WUNDERLICH, 2006). Por
esta razão, os homens tendem a menor lealdade que as mulheres.
Evidências empíricas no contexto da lealdade mostram que o gênero modera a relação
desse constructo em vários aspectos, sejam situacionais e/ou comportamentais. Por exemplo,
Mittal e Kamakura (2001), ao analisarem os dados de uma pesquisa automotiva, encontraram
que, entre homens e mulheres com o mesmo nível de satisfação, a probabilidade de recompra
é maior para as mulheres. Entretanto, à medida que o nível de satisfação aumenta, os homens
têm maior propensão à recompra. Em outra pesquisa com fornecedor de veículos
automotivos, Homburg e Giering (2001, p. 54) encontraram que a satisfação com o produto
tem um efeito significativo sobre a intenção de recompra para os homens, que privilegiam a
funcionalidade do produto em si, e não para as mulheres, que valorizam mais os processos de
interação pessoal. Ndubisi (2006), que investigou o efeito do gênero sobre a lealdade e as
bases do Marketing de Relacionamento (confiança, comprometimento, comunicação e
gerenciamento de conflito), encontrou relação significativa somente entre confiança-lealdade,
demonstrando que as mulheres são mais leais do que os homens em altos níveis de confiança
82
na relação com instituições financeiras. Porém, não encontrou significância nas relações entre
compromisso, comunicação, gerenciamento de conflitos com lealdade.
Desta forma, com as evidências empíricas relatadas acima, são apresentadas as
seguintes hipóteses, representadas na Figura 6:
H4a O gênero modera a relação entre valores pessoais e lealdade cognitiva.
H4b O gênero modera a relação entre valores pessoais e lealdade afetiva.
H4c O gênero modera a relação entre valores pessoais e lealdade conativa.
H4d O gênero modera a relação entre valores pessoais e lealdade ação.
3.4.2 Idade
Wilkes (1992), examinando a “idade cognitiva”, definida como a combinação da idade
que uma pessoa sente ter, com a idade que ela pensa aparentar, mais a idade percebida por
suas ações e a idade que ela acredita refletir seus interesses, encontrou que mulheres “mais
velhas”, porém cognitivamente mais jovens, eram mais orientadas para o trabalho,
manifestaram autoconfiança maior e maior interesse por moda, além de terem maior
participação em atividades relacionadas a entretenimento e à cultura. Para Wakefield e Baker
(1998, p. 535), “a idade pode ser um fator moderador na resposta do consumidor em
ambientes de compra”.
Quanto ao papel da idade moderando os valores pessoais, Schwartz (1992) encontrou
correlação positiva da idade dos respondentes com o valor segurança (Conservadorismo) e
negativa com o valor hedonismo (Abertura à Mudança), demonstrando que pessoas mais
jovens tendem a atribuir maior importância para os valores de Abertura à Mudança do que
para os valores de Conservadorismo, quando comparadas com pessoas mais velhas. Tamayo
(1998), utilizando o Rokeach Value Survey (RVS), encontrou que adolescentes privilegiam o
valor amizade verdadeira, os universitários o valor liberdade e os adultos o patriotismo, o
conforto, a dignidade pessoal e a honestidade. Prince-Gibson e Schwartz (1998) encontraram
que a idade exerce efeitos substanciais sobre as prioridades de valor, sendo positiva e
monotônica para tradição e benevolência e negativa e uniforme para realizações, hedonismo e
estimulação. Giacomino e Eaton (2003), que exploraram diferenças de valores pessoais por
83
idade, considerando jovens aqueles com até 36 anos, identificaram algumas similaridades de
escolhas. Quanto aos valores terminais, esses autores encontraram (i) que os jovens e os
experientes ordenaram os mesmos dois valores como sendo os mais importantes: segurança
da família em primeiro lugar e saúde (felicidade) em segundo; e (ii) que há diferenças
significativas entre a importância das avaliações dos jovens e dos experientes em relação aos
valores amizade verdadeira e auto-respeito (maiores para os jovens), e amor maduro e
liberdade (maiores para os experientes). Quanto aos valores instrumentais, jovens e
experientes concordaram com o ordenamento dos dois valores mais importantes: honestidade
em primeiro lugar e responsabilidade em segundo. Contudo, há diferença na terceira posição,
sendo lealdade (alegria) mais importante para os mais jovens e ambição para os mais
experientes. Os autores observaram que diferenças significativas nos tipos de sistemas de
valor e nos valores individuais foram mais freqüentes entre os grupos de gênero do que nos
grupos de idade. Os respondentes mais jovens mostraram-se mais orientados em relação a
servir aos outros e aos meios morais. Schwartz (2005a) afirma que as mudanças nas relações
dos adolescentes com sua família e com a sociedade são fontes primárias de mudanças de
valores, pois a tarefa central é mudar da dependência para a independência. Eventos históricos
(ex. guerra e depressão), envelhecimento físico (ex. perda de força ou memória) e fases da
vida (ex. infância e viuvez) impactam faixas etárias específicas, e cada uma dessas fontes
afetam experiências relevantes para os valores, pois determinam as oportunidades e restrições
que as pessoas enfrentam bem como seus recursos de enfrentamento (SCHWARTZ, 2006).
Quanto à moderação da idade nas relações que envolvem a lealdade do consumidor,
Wakefield e Baker (1998) afirmaram que essa característica pessoal não deve ser tratada
somente como variável preditiva da lealdade, mas também como uma moderadora desse
constructo. De acordo com Homburg e Giering (2001), a idade tem atraído considerável
atenção de pesquisas em marketing, pois permite comparar clientes jovens e idosos quanto às
habilidades de processamento de informação na avaliação de produtos. Evanschitzky e
Wunderlich (2006) sugerem que consumidores mais experientes são menos propensos a
buscar novas informações. Pessoas mais velhas têm capacidade restrita de processar
informação; portanto, suas reações a mudanças também podem mudar (HOMBURG;
GIERING, 2001). Esses autores encontraram (i) que a idade modera a ligação entre satisfação
e lealdade, sendo essa ligação mais forte para consumidores mais experientes; e (ii) que
pessoas mais jovens baseiam suas decisões de compra não somente na satisfação, mas
principalmente na informação fornecida pelo pessoal de vendas.
84
Face aos estudos que enfatizam a importância da característica demográfica idade
como moderadora do comportamento do comprador, são sugeridas as seguintes hipóteses,
representadas na Figura 6:
H5a A idade modera a relação entre valores pessoais e lealdade cognitiva.
H5b A idade modera a relação entre valores pessoais e lealdade afetiva.
H5c A idade modera a relação entre valores pessoais e lealdade conativa.
H5d A idade modera a relação entre valores pessoais e lealdade ação.
3.4.3 Educação
A relevância da característica pessoal educação é encontrada não só no contexto da
lealdade, mas também em diferentes campos do comportamento do consumidor como, por
exemplo, tomada de decisões ou envolvimento com compras (EVANSCHITZKY;
WUNDERLICH, 2006).
Quanto ao papel da educação moderando os valores pessoais, Prince-Gibson e
Schwartz (1998) encontraram que o nível educacional teve substanciais efeitos negativos em
relação aos valores tradição, conformidade e poder, e efeitos positivos em relação aos valores
estimulação, autodeterminação e universalismo. De acordo com Schwartz (2005a), a
educação se correlaciona positivamente com os valores autodeterminação, estimulação,
hedonismo e realização, tendo, ainda, fraca correlação com os valores poder, benevolência e
universalismo. Para esse autor, quanto mais se vai à escola, mais provável é que se
experimente liberdade de ação, solução de problemas complexos, recompensas e demanda por
pensamento independente, questionamento de verdades aceitas e o encorajamento de
flexibilidade intelectual, condições que são propícias à autodeterminação. Quanto à
estimulação, a educação fortalece o valor de idéias e atividades novas e não-rotineiras. Em
relação ao hedonismo, pessoas com maior nível de escolaridade tem mais oportunidade de se
engajar em atividades que satisfaçam seus desejos. Em relação ao valor realização, a
educação encoraja a exploração de interesses intelectuais peculiares ao invés do sucesso
convencional. “A educação proporciona conhecimentos e habilidades que fortalecem a
confiança e a eficácia dos indivíduos ao lidar com incertezas e os ajuda a encontrar empregos
financeiramente mais seguros” (SCHWARTZ, 2005, p. 70).
85
Empiricamente, o suporte para a moderação da educação é raro e o papel dessa
característica pessoal no contexto da lealdade tem recebido pouca atenção
(EVANSCHITZKY; WUNDERLICH, 2006). De acordo com esses autores, em geral se
reconhece que pessoas com altos níveis educacionais se envolvem, costumeiramente, mais
com a coleta e o processamento de informações e utilizam mais as informações antes de
tomarem decisões, enquanto que pessoas com baixos níveis educacionais contam com menos
informações. Assim, com relação à satisfação, seguem os autores, espera-se que consumidores
mais educados busquem mais informações alternativas sobre um revendedor em particular,
independentemente de seu nível de satisfação, enquanto que consumidores com menor nível
educacional vêem a satisfação como uma dica de informação chave para basear sua decisão
de compra. Evanschitzky e Wunderlich (2006), ao examinarem os efeitos moderadores das
características pessoais e situacionais nos quatro estágios da lealdade propostos por Oliver
(1997), encontraram que a educação modera cada ligação entre os estágios e que há uma
relação mais forte para as pessoas com níveis educacionais mais baixos. Cooil et al. (2007)
afirmam que pesquisas anteriores (ex. Mittal e Kamakura, 2001) apresentam que altos níveis
educacionais estão associados a baixos níveis de lealdade do consumidor. Entretanto, Cooil e
seus colegas não encontraram impacto das variáveis demográficas nas relações investigadas.
Desta forma, com base nas referências apresentadas acima, são sugeridas as seguintes
hipóteses, representadas na Figura 6:
H6a A educação modera a relação entre valores pessoais e lealdade cognitiva.
H6b A educação modera a relação entre valores pessoais e lealdade afetiva.
H6c A educação modera a relação entre valores pessoais e lealdade conativa.
H6d A educação modera a relação entre valores pessoais e lealdade ação.
3.4.4 Renda
A renda tem um forte impacto sobre as decisões de compra do consumidor
(ZEITHAML, 1985). De acordo com essa autora, na sua investigação sobre compras de
comida e comportamento de compra em supermercado, a renda influenciou o tempo gasto, os
gastos semanais, a quantidade e a extensão do planejamento de compras, o número de ponto
de vendas visitado semanalmente, além da variável atitudinal: "comprar é divertido” (p. 73).
86
Nesse trabalho, outros resultados surgiram em relação à variável renda, como: (i)
consumidores com rendas mais altas gastam mais tempo com compras do que aqueles com
baixa renda, pois quem tem renda mais elevada compra com menos freqüência e gasta mais
tempo a cada vez; e (ii) consumidores de alta renda não consideraram compras em
supermercados como algo menos importante e não diferiram quanto à quantidade de
economia ou de uso de informação; e (iii) consumidores de alta renda, contudo, planejaram
significativamente menos que compradores de baixa renda.
Quanto à relação da variável renda com os valores pessoais, Schwartz e Huismans
(1995) identificaram que pessoas com rendas mais baixas valorizam mais a tradição, a
estimulação e a conformidade, e pessoas com rendas mais altas dão maior valor ao
hedonismo.
Quanto à lealdade do consumidor, um considerável corpo de pesquisa sugere que a
renda está relacionada a esse constructo (EVANSCHITZKY; WUNDERLICH, 2006). Farley
(1964), ao investigar porque a lealdade à marca varia em relação a muitas classes de produtos,
afirmou que, em geral, o fator renda do consumidor está associado ao fator educação, ou seja,
consumidores com rendas mais elevadas têm níveis mais altos de educação. Com base nesse
princípio, Homburg e Giering (2001) e Evanschitzky e Wunderlich (2006) justificaram suas
hipóteses de que a renda modera as relações de satisfação e de lealdade. Homburg e Giering
(2001) afirmam que, como na educação, os consumidores de alta renda se envolvem mais
com o processamento de informação antes do processo de decisão e sua escolha é
essencialmente baseada nessa avaliação. Evanschitzky e Wunderlich (2006) afirmam que o
consumidor com renda mais baixa confia mais na sua satisfação com um revendedor em
particular como uma dica de informação chave; logo, uma mudança no nível dessa satisfação
resultará uma mudança muito mais forte em seu nível de lealdade do que para consumidores
de alta renda, que buscam outras informações além de sua satisfação para embasar sua
intenção de recompra. Tanto Homburg e Giering (2001) como Evanschitzky e Wunderlich
(2006) encontraram efeito moderador significativo da renda nas relações investigadas.
Desta forma, com base nas evidências empíricas apresentadas acima, são sugeridas as
seguintes hipóteses, representadas na Figura 6:
H7a A renda modera a relação entre valores pessoais e lealdade cognitiva.
H7b A renda modera a relação entre valores pessoais e lealdade afetiva.
H7c A renda modera a relação entre valores pessoais e lealdade conativa.
H7d A renda modera a relação entre valores pessoais e lealdade ação.
87
Lealdade Cognitiva
Lealdade Afetiva
Lealdade Conativa
Lealdade Ação
Valores
Pessoais
- Gênero (H4)
- Idade (H5 )
- Escolaridade (H6)
- Renda (H7)
Na Figura 6 é apresentado o Modelo 4 Efeito Moderador com as quatro hipóteses
representadas.
Figura 6 Modelo 4 Modelo Efeito Moderador
Assim, definidos os modelos, com as respectivas variáveis endógenas e exógenas,
passou-se à escolha do método de realização da pesquisa. O próximo capítulo detalha os tipos
e o desenho de pesquisa, bem como as técnicas de coleta e preparação dos dados e as análises
estatísticas.
88
4 MÉTODOS E ANÁLISES DE DADOS
Este capítulo apresenta a metodologia, os procedimentos de coleta e as análises
estatísticas dos dados de dois estudos empíricos. O primeiro investigou os Valores Pessoais
pelo método Ipsativo (Ordenamento) e o segundo avaliou os Valores Pessoais pelo método
Normativo (Rating).
A opção por dois estudos se deu em função de não haver na literatura um
entendimento definitivo quanto ao método de coleta de dados mais apropriado a ser utilizado
com perfis de valores. Por exemplo, autores como Meglino e Ravlin (1998) defendem que os
escores do método ipsativo representam mais claramente os valores pessoais do que os
escores do método normativo, já que os valores estão estruturados hierarquicamente e são
baseados em graus de importância para cada indivíduo. Já autores como Munson e McIntyre
(1979) acreditam que pelo método normativo podem-se aplicar procedimentos estatísticos
paramétricos, eliminar o ordenamento forçado de rank, onde empates não são permitidos, e
reduzir o tempo dispendido pelos respondentes para completar o instrumento de coleta de
dados. Entretanto, Reynolds e Jolly (1980), ao compararem três tipos de medidas alternativas
para avaliar valores pessoais, afirmaram que o abandono da técnica de ranking original de
Rokeach em favor da escala do tipo de Likert parece não ser um procedimento garantido.
Desta forma, considerando que valores pessoais são conceitos relativamente abstratos e que a
mensuração apropriada dos mesmos tem se provado uma tarefa difícil, como evidenciado pela
variedade de estudos que abordaram questões de mensuração (MCCARTY; SHRUM, 1997a),
optou-se por aplicar os dois métodos de estudo, o ipsativo e o normativo. As sínteses dos
procedimentos utilizados nas pesquisas estão apresentadas nos Quadros 8 e 9.
89
MÉTODO DO ESTUDO 1 VALORES IPSATIVOS
ETAPA EXPLORATÓRIA ETAPA DESCRITIVA
FASES
Determinação
da técnica
Geração dos
Indicadores
- Medição e Escalonamento
- Elaboração do questionário
- Definição do Plano Amostral
- Coleta de dados
- Preparação dos dados
Análise dos Dados
PROCEDIMENTOS
Levantamento
de dados
secundários
- Definição das
escalas de
Valores Pessoais,
Atitude e Fases
da Lealdade.
Observação:
Fontes de dados
- EnANPADs e
EMAs (1997 a
2006); Blackwell
Synergy,Elsevier
Science Direct,
Ebsco, Emerald
Insight, Infotrac
College,
Proquest,
Scopus,
Thompson Gale,
Wilson Web e
Google Scholar.
Análise de
conteúdo
- ValoresPessoais:
Rokeach Value
Survey (RVS);
- Atitude Escala de
Heerden e Puth
(1995); e
- Fases da Lealdade:
escalas de Harris e
Goode (2004) para
as fases cognitiva e
ação; Pedersen e
Nysveen (2001)
para a fase afetiva; e
McMullan e
Gilmore (2003) para
a fase conativa.
Observação:
Processo de
tradução e
tradução reversa
(Gunther, 1981).
- Montagem dos
questionários.
Medição e Escalonamento
- Medição: Escala ordinal
(Valores), intervalar (Atitude e
Fases da Lealdade), nominal e
ordinal (dados demográficos).
- Escalonamento: Escala de
diferencial semântico (Atitude e
Fases da Lealdade).
Elaboração do questionário
- Estágios sugeridos por Churchill
e Yacobucci (2005) e Malhotra
(2001).
Definição do Plano Amostral
- Clientes bancários (mínimo seis
meses de relacionamento).
- Amostragem não-probabilística
(tipo bola de neve).
- Mínimo 610 questionários
válidos.
Coleta de dados
- entre 01.08 e 30.11.2007.
- 1200 questionários respondidos,
sendo 910 válidos.
Preparação dos dados
- Avaliação dos Dados Ausentes
- Valores Fora dos Limites
- Transformação da Escala
- Identificação de Outliers
- Teste de Normalidade
Análises Univariadas
- Freqüências
(caracterização
demográfica, tempo
relacionamento com
bancos e importância dos
valores).
- Medidas de Tendência
Central (Média e Desvios).
Análise Bivariada
- Teste de Mann-Whitney
Análise Multivariada
- Análise Fatorial:
a) Teste de Kaiser-Meyer-
Olkin (KMO)
b) Teste de Bartlett
c) Componentes Principais
com rotação Varimax
d) Análise de Eigenvalues
e) Teste Alfa de Cronbach
- Definição dos Fatores
para o Estudo 2 Valores
Normativos.
Quadro 8 – Método do Estudo 1 Valores Ipsativos
90
MÉTODO DO ESTUDO 2 VALORES NORMATIVOS
ETAPA
EXPLORATÓRIA
ETAPA DESCRITIVA
FASES
Geração dos
Indicadores
- Medição e Escalonamento
- Elaboração do questionário
- Definição do Plano Amostral
- Coleta de dados
- Preparação dos dados
Análise dos dados
PROCEDIMENTOS
Fatores Identificados
no Estudo 1
- Valores Pessoais:
Rokeach Value Survey
(RVS) 5 valores mais
importantes e 5 de
menor importância;
- Atitude: Escala de
Heerden e Puth (1995)
- 9 atributos escolhidos
em função do critério
da "Garantia de
Significância Prática"
(HAIR et al., 2005, p.
107); e
- Fases da Lealdade:
Escalas de Harris e
Goode (2004) para as
fases cognitiva e ação;
Pedersen e Nysveen
(2001) para a fase
afetiva; e McMullan e
Gilmore (2003) para a
fase conativa.
- Montagem dos
questionários.
Medição e Escalonamento
- Medição: Escala ordinal (Valores),
intervalar (Atitude e Fases da
Lealdade), nominal e ordinal (dados
demográficos).
- Escalonamento: Escala de diferencial
semântico (Atitude e Fases da
Lealdade).
Elaboração do questionário
Estágios sugeridos por Churchill e
Yacobucci (2005) e Malhotra (2001).
Definição do Plano Amostral
- Clientes bancários (mínimo seis
meses de relacionamento).
- Amostragem não-probabilística (tipo
bola de neve).
- Mínimo 430 questionários válidos.
Coleta de dados
- entre 25.02 e 15.04.2008.
- 1200 questionários respondidos,
sendo 916 válidos.
Preparação dos dados
- Avaliação dos Dados Ausentes
- Valores Fora dos Limites
- Transformação da Escala
- Identificação de Outliers
- Teste de Normalidade
- Transformação da Escala
- Teste de Linearidade
- Teste de Multicolinearidade
Análises Univariadas
- Freqüências (caracterização
demográfica, tempo relacionamento
com bancos e importância dos
valores).
- Medidas de Tendência Central
(Média e Desvios).
Análise de Variância (ANOVA)
Análises Multivariadas
- Modelagem de Equações
Estruturais:
a) desenvolvimento de um modelo
teórico;
b) construção de um diagrama de
caminhos de relações causais;
c) conversão do diagrama de
caminhos em um conjunto de
modelos estrutural e de mensuração;
d) escolha do tipo de matriz de
dados e estimação do modelo
proposto;
e) avaliação da identificação do
modelo estrutural;
f) avaliação dos critérios de
qualidade de ajuste; e
g) interpretação e modificação dos
modelos.
- Teste do Papel Mediador da
Atitude.
- Teste do Papel Moderador das
Variáveis Demográficas.
Instrumento:
SPSS ® for Windows 15.0
Instrumentos:
SPSS ® for Windows 15.0
AMOS 7.0 ® for Windows 15.0
Quadro 9 – Método do Estudo 2 – Valores Normativos
91
4.1 ESTUDO 1 PESQUISA VALORES IPSATIVOS (ORDENADOS)
Essa pesquisa está estruturada em dois tipos de investigações: uma exploratória,
utilizando o método de dados secundários, e a outra descritiva, utilizando o método de
levantamento de dados - Survey (AAKER; KUMAR; DAY, 2001; CHURCHILL;
YACOBUCCI, 2005; MALHOTRA, 2001).
4.1.1 Pesquisa Exploratória
A pesquisa exploratória tem por objetivo auxiliar no entendimento da razão e da
motivação para atitudes e preferências das pessoas, não sendo rigorosa quanto a planejamento
e amostragem quantitativa (MALHOTRA, 2001). Entre as técnicas de coleta de dados desse
tipo de pesquisa está a revisão da literatura (dados secundários), que envolvem (i) buscas
científicas, em bases como “Proquest” ou “Web of Science”, (ii) buscas em publicações de
mercado, ou (iii) buscas em publicações estatísticas (CHURCHILL; YACOBUCCI, 2005).
No estudo Valores Ipsativos foi realizada uma revisão teórica junto aos principais
fóruns da área de Marketing no Brasil Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação
em Administração (EnANPAD) e Encontro de Marketing (EMA) , entre os anos de 1997 e
2006, e junto às principais bases de dados internacionais, como Blackwell Synergy, Elsevier
Science Direct, Ebsco, Emerald Insight, Infotrac College, Proquest, Scopus, Thompson Gale,
Wilson Web e Google Scholar. O uso da técnica de dados secundários visou à sedimentação
das proposições teóricas e à busca por escalas validadas sobre a mensuração dos constructos
Valores Pessoais, Atitude e Fases da Lealdade. Assim, com os resultados obtidos, passou-se à
escolha e à definição das escalas que melhor mensurassem cada constructo, sempre visando às
hipóteses de relações lineares dos modelos propostos.
Após as análises dos trabalhos selecionados na revisão teórica, optou-se por (i)
mensurar o constructo Valores Pessoais com base no Modelo Rokeach Value Survey (RVS),
(ii) medir o constructo Atitude pela escala de Heerden e Puth (1995), e (iii) avaliar o
constructo Fases da Lealdade baseado nos trabalhos de Harris e Goode (2004) para as fases
92
cognitiva e ação, de Pedersen e Nysveen (2001) para a fase afetiva, e de McMullan e Gilmore
(2003) para a fase conativa. Essas escalas são apresentadas a seguir.
4.1.1.1 Escala do Constructo Valores Pessoais
Para avaliar o constructo Valores Pessoais foi escolhida a escala de 18 valores
terminais do Modelo Rokeach Value Survey RVS (Quadro 10).
A opção pelo RVS se deu em virtude dessa escala ser precursora das medidas de
valores humanos e por ter passado por testes de confiabilidade e validação para a língua
portuguesa (GUNTHER, 1981). Os valores terminais foram escolhidos por (i) representarem
os estados de existência ideais de cada indivíduo e (ii) orientação da banca examinadora da
proposta do projeto de tese, que sugeriu a utilização de apenas uma parte da escala de Milton
Rokeach, particularmente os valores terminais, por representarem o que buscamos na vida.
Amor maduro (intimidade sexual e espiritual) Reconhecimento social (respeito e admiração)
Auto-respeito (auto-estima) Sabedoria (compreensão amadurecida da vida)
Equilíbrio Interno (livre de conflito interno) Salvação (salvar-se, vida eterna)
Felicidade (contentamento) Segurança da família (cuidar dos seres amados)
Igualdade (fraternidade, oportunidade a todos) Segurança nacional (proteção contra ataque)
Liberdade (independência, escolha livre) Sentimento realização (contribuição duradoura)
Mundo de beleza (beleza natural e das artes) Verdadeira amizade (íntimo companheirismo)
Mundo de paz (livre de guerra e conflito) Vida confortável (vida próspera)
Prazer (vida agradável, ociosa) Vida excitante (vida estimulante, ativa)
Quadro 10 Indicadores dos Valores Terminais
Fonte: Gunther (1981).
4.1.1.2 Escala do Constructo Atitude
Para mensurar o constructo Atitude optou-se pela escala de Heerden e Puth (1995),
com 20 indicadores, apresentada na Seção 2.2.4 Medidas de Atitude (Tabela 3).
93
4.1.1.3 Escala do Constructo Fases da Lealdade
Para mensurar o constructo Fases da Lealdade decidiu-se por quatro escalas diferentes.
Essa interpolação de escalas é o resultado das análises comparativas entre os atributos de cada
uma e as características teóricas propostas por Oliver (1999) para cada fase da lealdade (ver
Anexo DQuadro 21).
A escala adotada é composta por 16 atributos, sendo 8 da escala de Harris e Goode
(2004) para as fases cognitiva e ação, 4 da escala de Pedersen e Nysveen (2001) para a fase
afetiva e 4 da escala de McMullan e Gilmore (2003) para a fase conativa (Quadro 11).
Os atributos da escala de Harris e Goode (2004), para as fases afetiva e conativa,
foram desconsiderados por apresentarem similaridades nas suas composições. Os atributos da
escala de Pedersen e Nysveen (2001), para as fases cognitiva e conativa, foram excluídos por
serem mensurados por apenas dois e três atributos, respectivamente. Esses autores não
propuseram escala para a fase ação. Os atributos da escala de McMullan e Gilmore (2003),
para as fases cognitiva, afetiva e ação, não foram utilizadas por uma questão de parcimônia.
Fatores Indicadores Autores
Eu acredito que usar o Banco X é preferível a outros bancos
Eu acredito que o Banco X não oferece aquilo que eu gosto
Eu acredito que o Banco X tem as melhores ofertas neste momento
Cognitiva
Eu prefiro o serviço do Banco X ao serviço de seus concorrentes
Harris e Goode
(2004)
Eu tenho uma relação emocional positiva com o Banco X
Eu me sinto ligado ao Banco X
Futuramente, eu gostaria de permanecer cliente do Banco X
Afetiva
O Banco X tem significado pessoal para mim
Pedersen e Nysveen
(2001)
Eu experimentaria outro banco se fosse 25% mais barato que o Banco X
Eu mudaria de banco se outro oferecesse mais status
Eu experimentaria outro banco se ele oferecesse instalações melhores que
o Banco X
Conativa
Eu mudaria de banco se a equipe de outro banco fosse mais simpática
McMullan e
Gilmore (2003)
Eu sempre continuaria a escolher o Banco X antes de outros bancos
Eu sempre continuaria a favorecer as ofertas do Banco X antes de outros
bancos
Eu sempre escolherei usar o Banco X preferencialmente aos bancos
concorrentes
Ação
Eu sempre continuarei a escolher a qualidade do Banco X antes de outros
bancos
Harris e Goode
(2004)
Quadro 11 Fatores e Indicadores da Lealdade
94
Assim, definidas as escalas dos constructos Valores Pessoais, Atitude e Fases da
Lealdade, realizou-se o processo de tradução e tradução reversa, conforme sugerido por
Gunther (1981), apresentado na Seção 2.1.3.2.
4.1.2 Pesquisa Descritiva
Nesse estudo aplicou-se a pesquisa descritiva de corte transversal, com o método de
coleta de dados Survey. Para tanto, foi formulado um questionário estruturado com perguntas
em uma ordem pré-especificada (AAKER; KUMAR; DAY, 2001; CHURCHILL;
YACOBUCCI, 2005; MALHOTRA, 2001).
A pesquisa descritiva tem por objetivo relatar características de certos grupos, estimar
a proporção de pessoas que possuem determinado comportamento ou fazer predições
específicas (CHURCHILL; YACOBUCCI, 2005). Uma das formas desse tipo de pesquisa é a
investigação transversal, que coleta informações de uma dada amostra da população somente
uma vez, registrando a percepção do entrevistado naquele instante (AAKER; KUMAR; DAY,
2001). A pesquisa descritiva pode ser realizada por meio do método Levantamento (Survey).
Nesse método, as informações são obtidas por meio de questionários estruturados
(MALHOTRA, 2001; AAKER; KUMAR; DAY, 2001).
Assim, delineados os métodos de pesquisa (exploratória e descritiva), passa-se às
definições sobre medição e escalonamento das questões que compuseram o instrumento de
coleta de dados.
4.1.3 Medição e Escalonamento
Nesse estudo foram adotadas mais de uma escala primária de medição e mais de uma
escala de escalonamento não-comparativo.
95
A medição é a atribuição de números ou outros símbolos às características de objetos,
de acordo com regras predefinidas. Não se mede o objeto, mas sim suas características, tais
como percepções, atitudes, preferências, entre outras. A técnica de medição permite a
utilização de escalas nominal, ordinal e intervalar. Nas escalas nominais os números
identificam e classificam objetos (percentagens, modos); nas escalas ordinais os números
indicam as posições relativas dos objetos, mas não a magnitude das diferenças entre eles
(percentil, média); e na escala intervalar é possível comparar as diferenças entre objetos, pois
o ponto zero é arbitrário (intervalo, média, desvio padrão) (AAKER; KUMAR; DAY, 2001;
MALHOTRA, 2001).
O escalonamento é uma extensão da medição e envolve a criação de um conjunto
contínuo de medidas no qual se localizam os objetos. Uma das técnicas de escalonamento é a
não-comparativa, em que cada objeto de estímulo é escalonado independentemente dos outros
num conjunto de estímulos. É a escala mais utilizada em pesquisas de marketing
(MALHOTRA, 2001). Entre as escalas não-comparativas tem-se a (i) classificação por item
escala do tipo de Likert, que avalia o grau de concordância em uma escala, e a (ii) escala de
Diferencial Semântico, que é a escala de rótulos bipolares (AAKER; KUMAR; DAY, 2001;
MALHOTRA, 2001).
Na pesquisa Valores Ipsativos, quanto à medição, utilizou-se escala ordinal para o
constructo Valores Pessoais, escalas intervalares para os constructos Atitude e Fases da
Lealdade e escalas nominal e ordinal para os dados demográficos. Quanto ao escalonamento,
utilizou-se escala de diferencial semântico de 5 pontos para o constructo Atitude e escala do
tipo de Likert, com grau de concordância entre 1 (discordo totalmente) e 7 (concordo
totalmente), para o constructo Fases da Lealdade.
Desta forma, definidos os processos de medição e escalonamento, iniciou-se a
elaboração do questionário.
96
4.1.4 Elaboração do Instrumento de Coleta de Dados
“Muitos progressos têm sido feitos, mas elaborar questionários é ainda uma arte, não
uma ciência” (CHURCHILL; YACOBUCCI, 2005, p. 234). Especificar a informação a ser
buscada é uma dificuldade para o entrevistador (AAKER; KUMAR; DAY, 2001), pois um
mal entendimento das questões acarreta alta incidência de respostas incertas ou nulas
(MALHOTRA, 2001).
Na pesquisa Valores Ipsativos, a elaboração do questionário (Anexo E) seguiu os
estágios sugeridos por Churchill e Yacobucci (2005) e Malhotra (2001).
Estágio 1Especificação das Informações Necessárias
As informações especificadas visaram, com base numa extensa revisão da literatura,
investigar atributos dos constructos Valores Pessoais, Atitude e Fases da Lealdade, questões
sobre dados demográficos e informações sobre tempo de relacionamento bancário. O objetivo
foi especificar informações para testar as hipóteses dos modelos teóricos sugeridos.
Estágio 2Tipo de Questionário e Método de Administração
Optou-se pelas entrevistas pessoais em função dos objetivos do trabalho e da
complexidade das perguntas, que exigiam explicações adicionais, especialmente quanto à
ordenação dos atributos de Valores Pessoais.
Estágio 3Conteúdo de uma Questão Individual
O conteúdo de todas as questões atende aos objetivos propostos. O questionário possui
61 perguntas: 18 de Valores, 20 de Atitude, 16 das Fases da Lealdade, 1 de relacionamento
bancário e 6 de dados demográficos.
Estágio 4Superação da Incapacidade e Relutância em Responder
Optou-se pela eliminação de respondentes por um item do questionário: tempo de
relacionamento bancário. Se a resposta fosse inferior a 6 meses, tempo mínimo estabelecido
para uma boa relação cliente-empresa, o questionário desse respondente era eliminado no
momento da preparação dos dados para as análises estatísticas. Também, com o objetivo de
97
evitar a relutância dos entrevistados em responder, buscou-se sensibilizá-los pelo texto
introdutório do questionário.
Estágio 5Escolha da Estrutura da Pergunta
O questionário teve uma questão não-estruturada tempo de relacionamento bancário
(meses), e as demais estruturadas, com perguntas escalonadas.
Estágio 6Escolha do Enunciado da Questão
O enunciado das questões acompanhou o resultado da técnica de tradução e tradução
reversa das escalas. Os indicadores de Valores Pessoais e Atitude estão no questionário em
ordem alfabética e os de Lealdade sob uma ordem aleatória.
Estágio 7Seqüência do Questionário
As questões foram apresentadas numa seqüência lógica e de fácil compreensão para os
entrevistados.
Estágio 8Formato e Leiaute do Questionário
O questionário foi formatado em 5 seções: 1) introdução da pesquisa, 2) instruções,
exemplos de aplicação da escala ordinal e itens de Valores, 3) instruções, exemplos de
aplicação da escala de diferencial semântico e indicadores de Atitude, 4) instruções, exemplos
de aplicação da escala do tipo de Likert e atributos das Fases da Lealdade, e 5) questões
referentes ao tempo de relacionamento bancário e aos dados demográficos.
Estágio 9Reprodução do questionário
Os questionários foram montados em formato de livro. As perguntas foram
estruturadas em oito páginas, com duas folhas de papel A4 impressas em frente e verso.
Estágio 10Pré-teste
Nesse estudo não foi realizado pré-teste do questionário, pois as escalas aplicadas
haviam passado pelos processos de confiabilidade e de validade de atributos e constructos.
Assim, com o instrumento de coleta de dados elaborado e estruturado, passou-se ao
planejamento sobre o público-alvo (população e amostra).
98
4.1.5 Plano Amostral
O processo de planejamento amostral envolveu estágios inter-relacionados e relevantes
para os aspectos desse estudo. A saber: a) definição da população, b) escolha de uma técnica
amostral, e c) determinação do tamanho da amostra (CHURCHILL; YACOBUCCI, 2005;
AAKER; KUMAR; DAY, 2001).
Estágio 1Definição da População
A população-alvo é a “coleção de elementos” (MALHOTRA, 2001, p. 302) que possui
a informação procurada pelo pesquisador e sobre a qual devem ser feitas as inferências.
A população do estudo Valores Ipsativos refere-se às pessoas físicas, clientes de
instituições financeiras bancárias que atuam no Brasil, com conta(s) corrente(s) ativa(s) e com
relacionamento com o banco no mínimo seis meses.
No Brasil há 158 instituições financeiras classificadas por ativos totais. Os bancos
oferecem serviços variados, que incluem conta corrente, conta poupança, investimentos
(aplicações financeiras), pagamentos, cobranças, entre outros. Em 2006, houve crescimento
de 7,9% no número de contas correntes, que totalizaram 102,6 milhões. Desse montante, 73,7
milhões são contas ativas, ou seja, sofreram alguma movimentação no período de seis meses
(FEBRABAN, 2008). Considerando que cada brasileiro tem em média duas contas correntes
ativas, a população dessa pesquisa abrange aproximadamente 37 milhões de clientes
bancários.
Estágio 2Escolha de uma Técnica de Amostragem
As técnicas de amostragem escolhidas para esse estudo foram a tradicional, a sem
reposição e a não-probabilística, do tipo bola de neve. Na amostragem tradicional seleciona-se
a amostra inteira antes de dar início à coleta de dados; na amostragem sem reposição o
elemento não figura na amostra mais de uma vez, e na amostragem não-probabilística não se
utiliza seleção aleatória (MALHOTRA, 2001).
Na pesquisa Valores Ipsativos, o questionário foi aplicado inicialmente a um grupo de
amigos e colegas de trabalho. Em seguida, esse grupo de amigos e colegas se transformou em
pesquisador. Os respondentes desse grupo indicavam outros possíveis respondentes, que, por
99
sua vez, se tornavam pesquisadores, desde que pertencessem à população-alvo. Assim, foram
ocorrendo referências e informações sobre novos respondentes e, sucessivamente, novas
referências e informações foram surgindo. Cada pesquisador era orientado a respeito das
características do instrumento de coleta de dados e sobre a população-alvo do estudo. Mesmo
com a técnica bola-de-neve, o trabalho de campo foi controlado passo a passo.
No ato do recebimento dos questionários discutia-se com os “pesquisadores” detalhes
sobre (i) dificuldades de interpretação das questões, (ii) motivos de recusas de respostas, (iii)
tempo de duração, e (iv) comentários diversos. Tal estratégia visava à aplicação de ações
corretivas, se fosse o caso, no plano de trabalho de campo.
Estágio 3Determinação do Tamanho da Amostra
O número de entrevistas definido como desejado foi de, no mínimo, 10 entrevistados
para cada variável investigada. De acordo com Hair et al.(2005, p. 98),o mínimo é ter pelo
menos cinco vezes mais observações do que o número de variáveis a serem analisadas, e o
tamanho mais aceitável teria uma proporção de dez para um”. Assim, com 61 variáveis a
serem investigadas, esperava-se atingir no mínimo 610 questionários completos.
Dessa maneira, estabelecidas a população alvo, a técnica de amostragem e o tamanho
amostral esperado, iniciou-se o processo de coleta de dados.
4.1.6 Coleta dos Dados
A coleta de dados é a etapa da pesquisa que trata da aplicação do questionário aos
entrevistados e do subseqüente processamento dos formulários respondidos. Essa etapa cuida
da integridade dos dados coletados (CHURCHILL; YACOBUCCI, 2005; AAKER; KUMAR;
DAY, 2001; MALHOTRA, 2001).
A coleta dos dados da pesquisa Valores Ipsativos foi realizada nas cidades de Brasília,
Porto Alegre e regiões metropolitanas da capital gaúcha, entre os dias 01 de agosto e 30 de
novembro de 2007. Os questionários foram preenchidos individualmente por cada
respondente e o tempo de administração girou entre 7 e 10 minutos.
100
Em alguns casos os questionários foram aplicados a um grupo de respondentes ao
mesmo tempo, reunidos num único local, como, por exemplo, salas de aula ou locais de
trabalho. Em outros casos, os questionários foram entregues nas residências dos respondentes
e posteriormente recolhidos pelo pesquisador.
À medida que os questionários retornavam, estes foram enumerados, conferidos e
registrados numa planilha de controle. Aqueles que apresentaram dados ausentes (missing
values) em alguma das variáveis pesquisadas e/ou tempo de relacionamento bancário inferior
a 6 meses foram desconsiderados. Finalmente, os questionários foram re-conferidos e os
dados devidamente codificados e processados, aguardando o início da próxima fase:
preparação dos dados para as análises estatísticas.
4.1.7 Preparação dos Dados
A etapa preparação de dados consiste na qualificação e na formatação dos dados para
análises estatísticas futuras. Nessa fase as variáveis pesquisadas são (i) ponderadas, (ii) re-
especificadas e/ou (iii) transformadas (CHURCHILL; YACOBUCCI, 2005; AAKER;
KUMAR; DAY, 2001; MALHOTRA, 2001). Ponderação consiste na atribuição de pesos
diferentes aos dados ou aos entrevistados. Reespecificação corresponde à criação de novos
indicadores mais consistentes com os objetivos do estudo. Transformação equivale à alteração
de valores da escala para assegurar a comparabilidade com outras ou adaptabilidade dos dados
para as análises estatísticas (AAKER; KUMAR; DAY, 2001; MALHOTRA, 2001).
No estudo Valores Ipsativos foram aplicadas as seguintes técnicas de preparação de
dados, conforme sugerido por Hair et al., (2005): a) avaliação de dados ausentes (Missing
Values); b) identificação de valores fora dos limites; c) transformação da escala; d)
identificação de observações atípicas (Outilers); e e) teste de normalidade dos dados.
101
4.1.7.1 Avaliação dos Dados Ausentes (Missing Values)
De acordo com Hair et al. (2001), os dados ausentes são eventos sistemáticos, que
podem ser externos ao respondente, tais como erros de entrada de dados ou problemas de
coleta, ou decorrentes de ações do próprio respondente, como a recusa por respostas. Os
missing values podem afetar a generalidade dos resultados, tornando-os estatisticamente
tendenciosos. Assim, processos inerentes aos dados ausentes devem ser diagnosticados,
entendidos, e, se for o caso, controlados. Um dos procedimentos de correção dos dados
ausentes é a eliminação de variáveis ou de casos, que “pode ser a solução mais eficiente”
(Hair et al., 2005, p. 61).
Na pesquisa Valores Ipsativos foram distribuídos 1200 questionários, mas somente
1001 retornaram respondidos. Destes, 91 continham dados ausentes em uma ou mais variável
investigada. Desta forma, considerando a sugestão de Hair, et al., (2005), todos os
questionários com missing values foram excluídos, ficando a amostra final com 910 casos
válidos para as análises posteriores (Tabela 5).
Tabela 5 Controle dos Questionários Pesquisa Valores Ipsativos
Questionários Brasília % Porto Alegre % Total %
Entregues 600 100,00 600 100,00 1200 100,00
Retorno 424 70,67 577 96,17 1001 83,42
Missing Values 44 10,38 47 8,15 91 9,09
Válidos 380 89,62 530 91,85 910 90,91
Observa-se, na tabela acima, que em Porto Alegre (cidade de Porto Alegre e regiões
metropolitanas da capital) obteve-se maior taxa de retorno de questionários (96,17%) e menor
percentual de dados ausentes (8,15%). Esses resultados, superiores aos de Brasília, refletiram
um maior envolvimento do pesquisador na coleta de dados, confirmando o defendido por
Babbie (1999, p. 248): “no geral, a visita do pesquisador, na entrega do questionário, ou na
coleta, ou ambos, parece produzir uma taxa maior de questionários respondidos”.
102
4.1.7.2 Valores Fora dos Limites
O constructo Valores Pessoais teve a medição ordinal variando de 1 a 9 (sendo 1 o
valor mais importante e 9 o valor de menor importância), o constructo Atitude foi avaliado
numa escala de diferencial semântico de cinco pontos (1 a 5) e as Fases da Lealdade foram
mensuradas numa escala do tipo de Likert com sete pontos (1 a 7). Na análise dos valores
atribuídos pelos respondentes não foram identificados casos com valores fora dos limites
relacionados, o mesmo ocorrendo com as variáveis ordinais e nominais dos dados
demográficos.
4.1.7.3 Transformação da Escala
A transformação da escala foi realizada no momento do processamento dos dados.
Foram revertidos 5 atributos do constructo Fases da Lealdade (4 da fase conativa e 1 da fase
cognitiva) e todos os resultados do constructo Valores Pessoais, ficando os de maior
importância com o valor 9 e os de menor importância com o valor 1. Desta forma, todo o
instrumento de pesquisa ficou padronizado, de tal modo que as notas maiores indicavam
maior Valor, maior Atitude e maior Lealdade.
4.1.7.4 Identificação de Observações Atípicas (Outliers)
De acordo com Hair et al. (2001), as observações atípicas são aquelas que têm
características identificáveis visivelmente diferentes das demais observações. Tais
observações podem ocorrer (i) por erro de procedimento (erro na entrada de dados ou falha na
codificação), (ii) pelo resultado de um evento extraordinário (peculiaridade da observação),
(iii) pelas observações extraordinárias sem explicação, ou (iv) pelas observações que estão no
intervalo usual de valores para cada variável, mas são únicas em sua combinação (HAIR et
al., 2005). Os outliers podem se apresentar numa perspectiva univariada ou multivariada.
103
Na perspectiva univariada, observações atípicas são aquelas que estão fora dos
intervalos de distribuição (HAIR et al., 2005). Para identificá-las, os valores iniciais das
variáveis são convertidos em escores padrão (escores Z), pela subtração da média e divisão
pelo desvio-padrão de cada variável (função de distância normalizada). Esse processo
converte os escores iniciais em um valor padronizado com média 0 e um desvio-padrão de 1.
Com os valores dos escores padronizados, faz-se a comparação entre as observações. As
observações consideradas atípicas são aquelas em que os valores (escores Z) excedem 2,5 ou
mais, para amostras pequenas (n<80), e uma variação de 3 a 4, para amostras grandes (HAIR
et al., 2005).
No estudo Valores Ipsativos (N=910), a análise das observações atípicas (outliers) foi
conduzida por meio do procedimento Z e intervalo interquartil, conforme sugerem Kline
(2005) e Tabachnick e Fidell (1996). Os resultados são apresentados no Gráfico 1.
At20At19At18At17At16At15At14At13At12At11At10At9At8At6At5At4At3At2At1
5
4
3
2
1
698 759
820
909
755
764
799873
889
910 795
820
863
909
759
764
793
876
879
887
909
757
759
779
820
691
698
764
836
852
887
908
890
892
898
906
756
820
836
860
662
691
717
834
787
820
842820
858
879
752
820
860
752
820
906
909
852
870
876
909
820
865
873
876
841
860
874
698
731
749
Gráfico 1 Representação dos Outliers Univariados Pesquisa Valores Ipsativos
Observa-se, no gráfico acima, que foram identificados 37 outliers univariados, sendo
que o de maior índice foi o At14, com sete casos. O constructo Atitude não apresentou
outliers no atributo At7.
As observações com características diferentes foram mantidas no banco de dados, pois
a análise univariada por si só não permite afirmar que as opiniões diferentes estão
verdadeiramente fora do normal e que não são representativas de quaisquer observações na
população (RODRIGUES; PAULO, 2007). Assim, antes da exclusão dos casos, optou-se por
aguardar os resultados da análise de outliers na perspectiva multivariada.
104
Para a identificação de observações atípicas na perspectiva multivariada deve-se
empregar o teste de Distância de Mahalanobis (D
2
), que é um indicador da distância
multivariada entre os valores de um caso e as médias amostrais (KLINE, 2005). Supondo que
os dados seguem a distribuição normal multivariada, o valor D
2
comporta-se como uma
distribuição qui-quadrada com k graus de liberdade (D
2
/gl). Classificam-se como outliers os
casos com probabilidade inferior a 0,1% (TABACHNICK; FIDEL, 1996).
Nesse estudo, aplicando-se o teste de Mahalanobis a um nível de significância
conservador (p<0,01), foram identificados 95 outliers multivariados (D
2
>= 171,28), com 60
graus de liberdade. Tais observações foram mantidas no banco de dados e todas as análises
estatísticas subseqüentes foram realizadas com duas amostras, uma com outliers (N=910) e
outra sem outliers (N=815). O objetivo foi verificar se as observações atípicas distorceriam os
resultados do estudo, evidenciando necessidade de excluí-las.
4.1.7.5 Teste de Normalidade
O teste de normalidade se refere à forma da distribuição dos dados para uma variável
métrica individual e sua correspondência com a distribuição normal (HAIR et al., 2005). Se a
variação entre elas for muito grande, então os testes estatísticos, especialmente as estatísticas
F e t, serão inválidas. A normalidade pode ser calculada pelo gráfico de probabilidade normal,
pela assimetria e curtose, pelo teste de Shapiro-Wilks, pelo teste de Jarque-Bera ou pelo teste
de Kolmogorov-Smirnov. Os testes de significância da normalidade são menos úteis em
amostras pequenas (n<30) e muito sensíveis em amostras grandes (n>1000) (HAIR et al.,
2005).
Nesse estudo foram utilizados dois testes de normalidade: de Kolmogorov-Smirnov e
de Shapiro-Wilks. Esses testes calculam o nível de significância para as diferenças em relação
a uma distribuição normal. Assim, dados H0 (a distribuição é normal) e H1 (a distribuição não
é normal), pode-se dizer que há evidência estatística para rejeitar H0 ao nível de significância
menor que 5% (RODRIGUES; PAULO, 2007). Os resultados são apresentados nas Tabelas 6
e 7.
105
Tabela 6 Teste de Normalidade dos Indicadores de Atitude Pesquisa Valores Ipsativos
Kolmogorov-Smirnov Shapiro-Wilk
Indicadores Estatística Graus de
Liberdade (df)
Sig. Estatística
Graus de
Liberdade
(df)
Sig.
At1
0,26 910 0,00 0,88 910 0,00
At2
0,25 910 0,00 0,88 910 0,00
At3
0,28 910 0,00 0,86 910 0,00
At4
0,26 910 0,00 0,85 910 0,00
At5
0,24 910 0,00 0,81 910 0,00
At6
0,27 910 0,00 0,85 910 0,00
At7
0,26 910 0,00 0,81 910 0,00
At8
0,20 910 0,00 0,90 910 0,00
At9
0,22 910 0,00 0,89 910 0,00
At10
0,22 910 0,00 0,89 910 0,00
At11
0,22 910 0,00 0,83 910 0,00
At12
0,24 910 0,00 0,87 910 0,00
At13
0,24 910 0,00 0,87 910 0,00
At14
0,25 910 0,00 0,82 910 0,00
At15
0,24 910 0,00 0,87 910 0,00
At16
0,24 910 0,00 0,88 910 0,00
At17
0,27 910 0,00 0,87 910 0,00
At18
0,21 910 0,00 0,90 910 0,00
At19
0,25 910 0,00 0,86 910 0,00
At20
0,24 910 0,00 0,87 910 0,00
Tabela 7 Teste de Normalidade dos Indicadores de Lealdade Pesquisa Valores Ipsativos
Kolmogorov-Smirnov Shapiro-Wilk
Indicadores Estatística Graus de
Liberdade (df)
Sig. Estatística
Graus de
Liberdade
(df)
Sig.
Le1_cog
0,15 910 0,00 0,91 910 0,00
Le4_cog
0,17 910 0,00 0,91 910 0,00
Le7_cog
0,14 910 0,00 0,94 910 0,00
Le15_cog
0,14 910 0,00 0,93 910 0,00
Le5_afe
0,14 910 0,00 0,92 910 0,00
Le9_afe
0,16 910 0,00 0,90 910 0,00
Le10_afe
0,21 910 0,00 0,88 910 0,00
Le13_afe
0,15 910 0,00 0,90 910 0,00
Le3_con
0,15 910 0,00 0,91 910 0,00
Le8_con
0,19 910 0,00 0,85 910 0,00
Le12_con
0,15 910 0,00 0,92 910 0,00
Le14_con
0,14 910 0,00 0,93 910 0,00
Le2_açao
0,15 910 0,00 0,92 910 0,00
Le6_açao
0,13 910 0,00 0,93 910 0,00
Le11_açao
0,14 910 0,00 0,92 910 0,00
Le16_açao
0,12 910 0,00 0,94 910 0,00
106
Ao analisar a tabelas acima, conclui-se que as variáveis não apresentam uma
distribuição normal, pois possuem significância estatística menor que 5%. Essa não-
normalidade dos dados pode ser decorrente da alta sensibilidade destes testes a amostras
grandes, neste caso, N=910. De acordo com Hair et al. (2005, p. 147), amostras muito grandes
“tornam os testes de significância estatística excessivamente sensíveis, muitas vezes
indicando que quase qualquer relação é estatisticamente significante”. Porém, essa ausência
de normalidade dos dados não implica problema para a técnica escolhida para as análises
multivariadas: Análise Fatorial Exploratória (AFE). AFE tem por objetivo identificar
conjuntos de variáveis inter-relacionadas. Assim, desvios de normalidade interferem apenas
na diminuição das correlações observadas. Logo, a normalidade dos dados numa análise
fatorial exploratória “é necessária somente se um teste estatístico é aplicado para significância
dos fatores, mas esses testes raramente são feitos” (HAIR et al., 2005, p. 98).
Dessa maneira, após as etapas de definição do método de pesquisa, medição e
escalonamento, elaboração do instrumento de coleta de dados, definição do plano amostral,
explicações pertinentes à coleta dos dados e preparação das variáveis, o próximo passo é a
análise estatística dos dados coletados na pesquisa Valores Ipsativos.
4.1.8 Análise dos Dados
O objetivo da análise dos dados é buscar informações que confirmem, ou não, as
questões de pesquisa. A escolha da técnica de análise de dados se baseia nas etapas
preliminares do processo de pesquisa e nas características das variáveis. Algumas técnicas são
adequadas para (i) examinar diferenças de variáveis, (ii) avaliar a magnitude das relações
entre variáveis, ou (iii) para fazer previsões. Nessas concepções, as técnicas estatísticas são
classificadas como univariadas, bivariadas ou multivariadas (CHURCHILL; YACOBUCCI,
2005; AAKER; KUMAR; DAY, 2001; MALHOTRA, 2001).
No estudo Valores Ipsativos foram utilizadas as técnicas de análise uni, bi e
multivariadas (Análise Fatorial Exploratória).
107
4.1.8.1 Análise Univariada dos Dados
Análise univariada é o exame da distribuição de casos, considerando-se uma variável
de cada vez (HAIR, et al., 2005). Essa análise serve para descrever a amostra e, por extensão,
a população. As análises univariadas se caracterizam pela geração de tabelas ou gráficos
relativos às variáveis que compõem o instrumento de coleta de dados (BABBIE, 1999;
MALHOTRA, 2001).
Nesse estudo foram utilizadas as técnicas (i) análise de freqüências e (i) análise de
medidas de tendência central (médias e desvios-padrão).
4.1.8.1.1 Análise de Freqüências
A análise de distribuição de freqüência objetiva obter uma contagem do número de
respostas associadas a diferentes valores de uma variável e expressar essa contagem em
percentuais (BABBIE, 1999; MALHOTRA, 2001).
Nesse estudo, a análise de freqüência foi aplicada às amostras das cidades de Brasília e
de Porto Alegre (capital e regiões metropolitanas), separadamente (N=910). Analisou-se: a) a
caracterização demográfica, b) o tempo de relacionamento bancário, e c) a importância dos
atributos do constructo Valores Pessoais.
A Caracterização Demográfica
A caracterização demográfica visa a apresentar o perfil dos respondentes. Essa seção
está dividida em: a) sexo, b) idade, c) estado civil, d) escolaridade, e) ocupação principal, e d)
faixa de renda bruta mensal individual.
108
a) Sexo
Foi a primeira variável utilizada para caracterizar os dados demográficos da amostra.
Os resultados estão apresentados na Tabela 8.
Tabela 8 Sexo * Cidade
Cidade
Sexo F%
Brasília Porto Alegre
Total
Masculino 52,90 47,70
49,90
Feminino 47,10
52,30 50,10
Total 100%
100%
100%
N = 910
Observa-se, na tabela acima, um equilíbrio da amostra em relação ao sexo, com uma
inversão entre as cidades. Houve predominância do sexo masculino em Brasília e do sexo
feminino em Porto Alegre.
b) Idade
Esta variável foi distribuída em seis faixas etárias. A caracterização dos respondentes
está apresentada na Tabela 9.
Tabela 9 Idade * Cidade
Cidade
Idade F% / anos
Brasília Porto Alegre
Total
Até 20 2,60
19,40
12,40
de 21 a 24 8,90
21,30 16,20
de 25 a 34 31,30
26,40 28,50
de 35 a 44 35,50
17,00
24,70
de 45 a 54 18,40
12,80
15,20
acima de 55 3,20
3,00
3,10
Total 100%
100%
100%
N = 910
Observa-se, na tabela acima, uma concentração da amostra na faixa etária entre 25 e 44
anos de idade (53,20%). Esse resultado foi impulsionado pela amostra de Brasília (66,80%),
já que em Porto Alegre a amostra ficou concentrada na faixa dos 21 a 34 anos.
109
c) Estado Civil
A variável estado civil foi apresentada com cinco opções. Os resultados estão na
Tabela 10.
Tabela 10 Estado Civil * Cidade
Cidade
Estado Civil F%
Brasília Porto Alegre
Total
Solteiro 36,30
59,60 49,90
Casado 50,30 32,80
40,10
Divorciado 10,50
4,00
6,70
Viúvo 0,80
0,60
0,70
Outro 2,10
3,00
2,60
Total 100,0%
100,0%
100,0%
N = 910
Os dados demonstram que metade da amostra total é composta por respondentes
solteiros (49,90%). Novamente observa-se uma inversão entre as amostras. Enquanto em
Brasília a amostra está concentrada em casados (50,30%), em Porto Alegre está em solteiros
(59,60%).
d) Escolaridade
A variável escolaridade foi apresentada em cinco faixas, do 1° grau à Pós-graduação
completa. Os resultados estão na Tabela 11.
Tabela 11 Grau de Instrução * Cidade
Cidade
Grau de Instrução F%
Brasília Porto Alegre
Total
Primeiro Grau Incompleto 0,30
0,0
0,10
Primeiro Grau Completo 0,30
0,0
0,10
Segundo Grau Incompleto 1,60
2,10
1,90
Segundo Grau Completo 1,60
9,10
5,90
Superior Incompleto 20,50
58,70 42,70
Superior Completo 22,90
14,30
17,90
Pós-graduação Incompleta 5,80
5,30
5,50
Pós-graduação Completa 47,10
10,60
25,80
Total 100,0%
100,0%
100,0%
N = 910
Nesse item houve predominância de respondentes com grau de escolaridade superior
incompleto (42,70%). Em segundo lugar ficaram os respondentes com pós-graduação
completa (25,80%).
110
Observa-se na tabela que há uma diferença razoável entre as amostras de Brasília e de
Porto Alegre. A primeira ficou concentrada no grau de pós-graduação completa; na
segunda, a maior parte dos respondentes apresenta grau de escolaridade superior incompleto.
Tal resultado se deve ao fato de a coleta de dados realizada em Porto Alegre ter sido, em sua
maioria, realizada em faculdades, junto a alunos de graduação. Enquanto que em Brasília a
coleta de dados, em sua maior parte, foi realizada em locais de trabalho (Banco do Brasil,
Banco Central, Câmara de Deputados, Senado Federal e Eletronorte), junto a profissionais já
graduados.
d) Ocupação Principal
A variável ocupação principal foi composta por onze opções. Os resultados estão na
Tabela 12.
Tabela 12 Ocupação Principal * Cidade
Ocupação Principal F%
Cidade
Brasília Porto Alegre
Total
Empresário 1,10
4,30
3,00
Prof. Liberal 0,80
2,80
2,00
Func. Público 35,30 19,10
25,80
Func. Empresa Privada 20,30
31,70 26,90
Autônomo 0,50
2,50
1,60
Estudante 6,10
26,80
18,10
Aposentado 0,30
1,50
1,00
Desempregado 0,0
0,60
0,30
Produtor Rural 0,30
0,20
0,20
Func. Economia Mista 15,80
4,00
8,90
Outra 19,70
6,60
12,10
Total 100,0%
100,0%
100,0%
N = 910
Quanto à variável ocupação principal, observa-se uma concentração em Funcionários
de Empresas Privadas (26,90%). Esse resultado foi impulsionado pela amostra de Porto
Alegre (31,70%). Em Brasília a predominância está em Funcionários Públicos (35,30%).
111
e) Faixa de Renda Bruta Mensal Individual
A variável renda bruta mensal foi apresentada aos respondentes em 11 faixas. As
respostas estão apresentadas na Tabela 13.
Tabela 13 Faixa de Renda Bruta Mensal Individual * Cidade
Cidade Faixa de Renda Bruta Mensal Individual
(Reais) F%
Brasília Porto Alegre
Total
aR$ 999,99 9,50
34,20 23,80
de R$ 1.000,00 até R$ 2.000,00 7,40
23,60
16,80
de R$ 2.001,00 até R$ 3.000,00 6,80
13,80
10,90
de R$ 3.001,00 até R$ 4.000,00 8,20
10,20
9,30
de R$ 4.001,00 até R$ 5.000,00 17,40
5,80
10,70
de R$ 5.001,00 até R$ 6.000,00 6,80
4,20
5,30
de R$ 6.001,00 até R$ 7.000,00 18,40 1,10
8,40
de R$ 7.001,00 até R$ 8.000,00 6,80
1,50
3,70
de R$ 8.001,00 até R$ 9.000,00 1,60
1,10
1,30
de R$ 9.001,00 até R$ 10.000,00 4,50
0,90
2,40
acima de R$ 10.000,00 12,60
3,60
7,40
Total 100,0%
100,0%
100,0%
N = 910
Ao analisar essa variável, observa-se que uma concentração de respostas nas faixas
de renda que vão de R$ 999,00 até R$ 2.000,00 (40,60%), decrescendo nas demais. Em
Brasília a faixa de renda com maior concentração foi a de R$ 6.001,00 a R$ 7.000,00
(18,40%), e em Porto Alegre a concentração está na faixa que vai até R$ 999,00 (34,20%).
Dessa maneira, com a finalização das análises do perfil da amostra, quanto aos dados
demográficos, passa-se à análise do tempo de relacionamento bancário do respondente.
B Tempo de Relacionamento Bancário
A variável tempo de relacionamento bancário foi uma pergunta-filtro. Se a resposta
fosse inferior a 6 meses, então o questionário seria eliminado.
As respostas dessa variável foram agrupadas e classificadas em quatro faixas: clientes
entrantes, com relacionamento entre 6 e 24 meses (até 2 anos); clientes vulneráveis, com
relacionamento entre 25 e 60 meses (de 2 a 5 anos); clientes estáveis, com relacionamento
112
entre 61 e 120 meses (de 5 a 10 anos); e clientes maduros, com relacionamento superior a 120
meses (acima de 10 anos). Os resultados estão apresentados na Tabela 14.
Tabela 14 Tempo Relacionamento Bancário * Cidade
Cidade
Tempo Relacionamento Bancário (F%)
Brasília Porto Alegre
Total
Clientes Entrantes (até 2 anos) 9,50
23,60
17,70
Clientes Vulneráveis (2 a 5 anos) 13,70
31,30 24,00
Clientes Estáveis (5 a 10 anos) 25,80
22,30
23,70
Clientes Maduros (acima de 10 anos) 51,10 22,80
34,60
Total 100,0%
100,0%
100,0%
N = 910
Observa-se, na tabela acima, que há uma concentração amostral em Clientes Maduros
faixa de tempo acima de 10 anos (34,60%), demonstrando um forte relacionamento entre a
amostra e os bancos. A amostra da cidade de Brasília influenciou demasiadamente a amostra
total (51,10%), enquanto que a amostra de Porto Alegre está mais concentrada nos Clientes
Vulneráveis (de 2 a 5 anos de relacionamento) (31,30%). Essa diferença entre as amostras
pode estar vinculada à faixa etária dos respondentes. Em Brasília a faixa está acima dos 24
anos; logo, nessa faixa há grande probabilidade se possuir conta bancária há mais de 10 anos.
Após a análise de freqüência das variáveis demográficas e do tempo de relacionamento
bancário, passa-se à alise da importância dos atributos do constructo Valores Pessoais.
CImportância dos Atributos de Valores Pessoais
Ao preencher o questionário os respondentes deveriam selecionar, dentre os 18
Valores Terminais apresentados, os 9 valores mais importantes para eles. Em seguida,
deveriam ordená-los numa escala de 1 a 9, sendo 1 o mais importante e 9 o de menor
importância. As respostas foram consolidadas e os resultados estão apresentados nas Tabelas
15, 16 e 17.
113
Tabela 15 Valores Pessoais Mais Importantes
Grau de
Importância
Atributos
Respostas
Total
F %
F%
Acumulada
Segurança da Família 192 21,10 21,10
Auto-respeito 140 15,40 36,50
Felicidade 116 12,70 49,20
Equilíbrio Interno 96 10,50 59,70
Mais
Importantes
Sabedoria 61 6,70 66,40
Mundo de Paz 56 6,20
Salvação 53 5,80
Liberdade 47 5,20
Amor Maduro 34 3,70
Igualdade 27 3,00
Vida Confortável 22 2,40
Reconhecimento Social 19 2,10
Sentimento de
Realização
18 2,00
Verdadeira Amizade 10 1,10
Vida Excitante 10 1,10
Prazer 6 0,70
Mundo de Beleza 2 0,20
Segurança Nacional 1 0,10
Total 910 100
N = 910
Tabela 16 Valores Pessoais Menos Importantes
Grau de
Importância
Atributos
Respostas
Total
F %
F%
Acum
Vida Confortável 122 13,40 13,40
Reconhecimento Social 106 11,60 25,00
Mundo de Paz 82 9,00 34,00
Vida Excitante 63 6,90 40,90
Menor
Importância
Sentimento de Realização 61 6,70 47,60
Verdadeira Amizade 59 6,50
Prazer 52 5,70
Igualdade 51 5,60
Sabedoria 47 5,20
Liberdade 46 5,10
Amor Maduro 38 4,20
Felicidade 38 4,20
Auto-respeito 37 4,10
Mundo de Beleza 35 3,80
Equilíbrio Interno 22 2,40
Segurança da Família 22 2,40
Segurança Nacional 17 1,90
Salvação 12 1,30
Total 910 100
N = 910
114
Tabela 17 Importância dos Valores Pessoais Brasília e Porto Alegre
Cidade
Grau de Importância
Brasília Porto Alegre
Segurança da Família Segurança da Família
Auto-respeito Auto-respeito
Equilíbrio Interno Felicidade
Mais Importantes
(Posição 1)
Felicidade Equilíbrio Interno
Reconhecimento Social Vida Confortável
Vida Confortável Reconhecimento Social
Mundo de Paz Mundo de Paz
Menos Importantes
(Posição 9)
Igualdade Vida Excitante
N = 910. Notas: Posição 1 são os valores indicados como sendo os mais importantes na
escala apresentada de 1 a 9, e a Posição 9 os de menor importância.
Analisando as tabelas acima, observa-se que os 5 valores identificados como sendo os
mais importantes (Posição 1) para amostra geral representam 66,40% das observações válidas
(Tabela 15) e que os 5 valores de menor importância (Posição 9) representam 47,60% da
amostra total (Tabela 16).
Ao comparar as amostras (Tabela 17), observa-se uma pequena divergência no
ordenamento dos valores. Quanto aos valores mais importantes, observa-se que (i) Segurança
da Família e Auto-respeito têm a mesma colocação em ambas as amostras, e (ii) há uma
inversão de posição entre os valores Felicidade e Equilíbrio Interno. Quanto aos valores de
menor importância, constata-se que (i) Reconhecimento Social e Vida Confortável têm
posição invertida nas amostras; (ii) Mundo de Paz tem a mesma colocação em ambas as
amostras; e (iii) na quarta posição há divergências entre Brasília (Igualdade) e Porto Alegre
(Vida Excitante).
Assim, após as análises univariadas de freqüências, seguem as análises das medidas de
tendência central (médias) e de dispersão da amostra (desvios-padrão) dos constructos Atitude
e Lealdade.
115
4.1.8.1.2 Medida de Tendência Central e Medida de Dispersão
As medidas de tendência central (média, moda e mediana) descrevem a posição de
uma variável dentro de um conjunto de dados, e as medidas de dispersão (desvios-padrão)
tratam do posicionamento da variável numa distribuição (BABBIE, 1999; MALHOTRA,
2001). Os resultados obtidos nessas análises estão apresentados nas Tabela 18.
Tabela 18 Estatísticas Descritivas Pesquisa Valores Ipsativos
Indicadores do Constructo Atitude Média
Desvio
Padrão
At1 Retraído Agressivo 3,00 0,89
At2 Não amigável - Amigável 3,54 0,94
At3 Serviço ruim - Bom serviço 3,59 0,94
At4 Clientes Positivos - Clientes Negativos 3,43 0,78
At5 Confiável - Não confiável 4,14 0,86
At6 Desagradável - Agradável 3,69 0,98
At7 Honesto - Desonesto 3,93 1,08
At8 Simples - Elegante 3,15 1,00
At9 Emp regados sem conhecimento - Empregados com conhecimento 3,45 0,95
At10 Empregados não amigáveis - Empregados amigáveis 3,47 0,96
At11 Estável - Instável 4,08 0,85
At12 Fora de moda - Realmente moderno 3,68 0,99
At13 Frio - Caloroso 3,20 0,88
At14 Invisível - Visível 4,01 0,97
At15 Não atraente - Atraente 3,60 0,93
At16 Passivo - Ativo 3,54 0,93
At17 Quieto - Barulhento 3,09 0,88
At18 Rígido - Flexível 3,10 0,99
At19 Sem crescimento - Crescendo rapidamente 3,67 0,89
At20 Sem muitos progressos - Sempre progredindo 3,71 0,91
Indicadores do Constructo Lealdade Cognitiva
Le1 Eu acredito que usar o Banco X é preferível a outros bancos 5,00 1,50
*Le4 Eu acredito que o Banco X não oferece aquilo que eu gosto 4,90 1,57
Le7 Eu acredito que o Banco X tem as melhores ofertas neste momento 4,16 1,60
Le15 Eu prefiro o serviço do Banco X ao serviço de seus concorrentes 4,61 1,64
Indicadores do Constructo Lealdade Afetiva
Le5 Eu tenho uma relação emocional positiva com o Banco X 4,33 1,79
Le9 Eu me sinto ligado ao Banco X 4,59 1,91
Le10 Futuramente, eu gostaria de permanecer cliente do Banco X 5,03 1,74
Le13 O Banco X tem significado pessoal para mim 4,12 2,09
Indicadores do Constructo Lealdade Conativa
*Le3 Eu experimentaria outro banco se ele fosse 25% mais barato que o Banco X 3,45 1,91
*Le8 Eu mudaria de banco se outro oferecesse mais status 5,27 1,76
*Le12 Experimentaria outro se oferecesse instalações melhores que o Banco X 4,70 1,76
*Le14 Eu mudaria de banco se a equipe de outro banco fosse mais simpática 4,63 1,72
Indicadores do Constructo Lealdade Ação
Le2 Eu sempre continuaria a escolher o Banco X antes de outros bancos 4,59 1,76
Le6 Continuaria a favorecer as ofertas do Banco X antes de outros bancos 4,30 1,73
Le11 Sempre escolherei usar o Banco X preferencialmente aos concorrentes 4,35 1,87
Le16 Eu sempre continuarei a escolher a qualidade do Banco X antes de outros
bancos
4,29 1,74
N = 910. Notas: * Variáveis com valores revertidos. Atitude foi medida pela escala de Diferencial Semântico 1 a
5 pontos. Lealdade foi medida por escala do tipo de Likert de 7 pontos.
116
Observa-se na tabela acima que as variáveis do constructo Atitude, medido numa
escala de diferencial semântico de 1 a 5, tiveram médias variando entre 3,00 e 4,14, com
desvios-padrão entre 0,85 e 1,08. A menor média (3,00) foi da variável At1 e a maior média,
representando a variável mais importante do constructo, foi da variável At5 (4,14). O menor
desvio-padrão foi da variável At11 (0,85) e o maior desvio foi da variável At7 (1,08).
Constata-se que os itens de maior média (At5) e de menor dispersão (At11) fazem parte
do Fator Estabilidade/Credibilidade da escala original de Heerden e Puth (1995),
demonstrando que essas variáveis representam características atitudinais relevantes na relação
cliente-empresa.
Verifica-se, também, que os atributos das Fases da Lealdade, medidos numa escala do
tipo de Likert de 1 a 7, tiveram médias variando entre 3,45 e 5,27, com desvios-padrão entre
1,50 e 2,09. A menor média foi do atributo Le3 (3,45) e a maior foi da variável Le8 (5,27). A
menor dispersão foi do atributo Le1 (1,50) e o de maior desvio-padrão foi o indicador Le13
(2,09).
Percebe-se que tanto a maior quanto a menor média estão na Fase Conativa (Le3 e
Le8), demonstrando um conflito de escolha do entrevistado, exatamente na fase que
representa a intenção de permanecer com o banco de maior relacionamento.
Assim, após as análises descritivas, que apresentaram as distribuições das respostas
quanto às médias e desvios-padrão, passa-se à seção da análise bivariada dos dados.
4.1.8.2 Análise Bivariada dos Dados
A análise bivariada tem por objetivo a descrição de duas variáveis (subgrupos) que
apresentam características especiais (BABBIE, 1999). Para analisar essas variáveis
simultaneamente utiliza-se a técnica tabulação cruzada, que é a combinação, em uma tabela,
das distribuições de freqüências. Na análise observa-se se o grau de associação entre elas é
117
estatisticamente significante. Para tanto, faz-se o teste de hipóteses relacionado à associação
(MALHOTRA, 2001).
Os testes de hipóteses podem ser classificados como (i) paramétricos, que supõem que
as variáveis do estudo são medidas por meio de escala intervalar, sendo utilizados então os
testes t ou testes z; e (ii) não-paramétricos, quando as variáveis são medidas por escalas
nominais ou ordinais, sendo utilizados os testes do qui-quadrado, Mann-Whitney, Mediana ou
Kolmogorov-Smirnov (MALHOTRA, 2001). Para esse autor, os testes de hipóteses são
realizados quando uma ou mais amostras estão envolvidas, sendo que, por exemplo, homens e
mulheres de uma mesma amostra podem ser tratados como amostras independentes.
Na pesquisa Valores Ipsativos foi realizado o teste de Mann-Whitney, que é empregado
para comparar a diferença de posição de duas populações, baseada em observações de duas
amostras independentes. Esse teste equivale ao teste t para amostras paramétricas e pode ser
pensado como um teste da hipótese nula, onde a probabilidade de uma observação de uma
população exceder outra observação da segunda população é de 5% (MALHOTRA, 2001).
O teste Mann-Whitney foi aplicado às variáveis de gênero, idade, escolaridade, renda e
tempo de relacionamento bancário em relação aos valores mais importantes (Posição 1), ou
seja, aqueles indicados como 1 numa escala de importância de 1 a 9, e em relação aos valores
de menor importância (Posição 9), indicados na escala como 9. Para a análise, as variáveis
foram separadas por meio de uma divisão-mediana, com exceção da variável gênero
(masculino e feminino). Assim, em um grupo ficaram os respondentes que tiveram escores
baixos na variável analisada, enquanto que no outro ficaram aqueles que tiveram escores altos
na mesma variável. O mecanismo de divisão foi realizado pelo processo dicotômico de itens
(ex. renda baixa=0 e renda alta=1). Nesse estudo foi adotado o nível máximo de significância
igual 0,05, conforme utilizado por Giacomino e Eaton (2003), que analisaram o ranking dos
valores pessoais em relação ao gênero e idade de 418 estudantes de contabilidade.
Os resultados completos das tabulações cruzadas e da significância do teste de Mann-
Whitney estão apresentados no Anexo F. A Tabela 19 apresenta apenas os resultados do
ordenamento dos valores por gênero, que foi a única análise de associação estatisticamente
significante (sig.=0,002).
118
Tabela 19 Ordenamento dos Valores por Gênero
Gênero
Valores
Masculino
(n=454)
Feminino
(n=456)
Segurança da Família
Felicidade
Auto-respeito
Equilíbrio Interno
Posição 1
Mais Importantes
(sig. 0,002) (*)
Sabedoria 6º (**)
Reconhecimento Social
Vida Confortável
Mundo de Paz 4º (***)
Vida Excitante
Posição 9
Menor Importância
(sig. 0,106) (*)
Sentimento de Realização
N=910. Notas: (*) Significância do Teste Mann-Whitney. (**) Na 5ª colocação ficou o valor Mundo de
Paz. (***) Na 3ª colocação ficou o valor Amizade Verdadeira.
Na Posição 1 do ordenamento dos valores observou-se que há diferenças entre os
gêneros (masculino e feminino) quanto aos valores pessoais mais importantes. Nota-se que
Segurança da Família é o valor mais importante para ambos os sexos, porém há divergências
quanto ao posicionamento dos demais valores. Na segunda colocação está felicidade
(homens) e auto-respeito (mulheres), na terceira posição está auto-respeito (homens) e
equilíbrio interno (mulheres), e no quarto lugar estão equilíbrio interno (homens) e felicidade
(mulheres).
Na Posição 9, constata-se que há divergências quanto aos valores menos importantes
para homens e para mulheres, mas as diferenças não têm significância estatística.
Após as análises uni e bivariada, passa-se à seção da análise multivariada dos dados.
4.1.8.3 Análise Multivariada dos Dados Análise Fatorial Exploratória
A análise multivariada avalia múltiplos indicadores em um único relacionamento ou
conjunto de relações. Esse tipo de análise envolve um conjunto de técnicas que torna possível
levantar questões específicas e precisas de considerável complexidade entre os dados
coletados (HAIR et al., 2005). Entre as técnicas multivariadas mais utilizadas estão (i) a
análise fatorial exploratória, (ii) a análise de regressão, (iii) a análise de agrupamentos, (iv) a
análise conjunta, e (v) a análise de equações estruturais.
119
Nesse estudo foi aplicada a Análise Fatorial Exploratória (AFE), que verifica as inter-
relações entre um grande número de variáveis. Essa técnica é útil para estruturar os dados
coletados (fatores) e/ou reduzi-los. Os fatores são formados para maximizar o poder de
explicação de um conjunto inteiro de variáveis (HAIR et al., 2005).
No entanto, antes da determinação dos fatores, deve-se verificar a adequação da
análise fatorial por meio de avaliações da matriz de correlação dos dados (CHURCHILL;
YACOBUCCI, 2005; AAKER; KUMAR; DAY, 2001). Essa avaliação pode ser realizada
pelos testes Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e de esfericidade de Bartlett (MALHOTRA, 2001;
HAIR et al., 2005).
O KMO testa e compara as magnitudes dos coeficientes de correlação observados e os
coeficientes parciais, variando entre zero e um (MALHOTRA, 2001). Quanto melhores as
correlações parciais, mais próximo de 1 será o KMO, significando uma perfeita adequação
dos dados para a AFE (PEREIRA, 1999).
O teste de esfericidade de Bartlett examina a matriz de correlação dos dados e a
compara com a matriz identidade (matriz de correlação da população), indicando a existência,
ou não, de correlações significativas entre as variáveis. Esse teste se baseia em uma
transformação qui-quadrado do determinante da matriz de correlação. Um valor elevado da
estatística nesse teste favorece a rejeição da hipótese nula de que a matriz de correlação da
população seja a matriz identidade. Assim se essa hipótese não pode ser rejeitada, então a
conveniência da análise fatorial deve ser questionada” (MALHOTRA, 2001, p. 506).
No estudo Valores Ipsativos, a análise fatorial exploratória foi aplicada junto aos
atributos dos constructos Atitude e Fases da Lealdade, separadamente. O objetivo da
separação foi verificar se a formação fatorial das variáveis de cada constructo tinha a mesma
configuração fatorial identificada na etapa exploratória. Assim, esperava-se que os atributos
do constructo Atitude se formassem nos 4 fatores como os definidos por Heerden e Puth
(1995) e que os atributos do constructo Lealdade se formassem nas 4 fases propostas por
Oliver (1997, 1999), confirmando, desta forma, as escalas de Harris e Goode (2004), de
Pedersen e Nysveen (2001) e de McMullan e Gilmore (2003).
120
Antes de se aplicar a AFE, foram realizados os testes Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e
de esfericidade de Bartlett para cada constructo, separadamente. Os resultados estão
apresentados na Tabela 20.
Tabela 20 Teste KMO e Esfericidade de Bartlett Constructos Atitude e Lealdade
Testes Atitude Lealdade
Kaiser-Meyer-Olkin 0,89 0,92
Approx. Chi-Square 5477,09 6665,10
df 190 120
Esfericidade de Bartlett
Sig. ,000 ,000
Observa-se, na tabela acima, que o teste KMO de ambos os constructos apresentou-se
próximo de 1 (Atitude - 0,89 e Lealdade – 0,92), significando boa adequação dos dados para a
análise fatorial (PEREIRA, 1999). O teste de esfericidade de Bartlett (BTS), que indica a
correlação significativa entre as variáveis, apresentou-se significativo para p<0,001, em
ambos os constructos, rejeitando a hipótese de que a matriz de correlação seja uma matriz
identidade. Desta forma, pelos resultados dos testes de adequação, conclui-se que a AFE pode
ser considerada uma técnica apropriada para a análise dos dados coletados.
Assim, assegurada a adequação dos dados, passa-se à seleção de um método fatorial e
rotacional, à especificação da matriz fatorial e à validação da matriz dos dados coletados.
Nesse estudo, (i) a AFE foi realizada pelo método de extração Análise de
Componentes Principais, com rotação Varimax; (ii) o número de fatores foi definido pela
abordagem baseada em autovalores, e (iii) a confiabilidade dos dados foi determinada pelo
Alfa de Cronbach.
A Análise de Componentes Principais (ACP) é usada para resumir a maior parte da
informação original (variância) a um número pequeno de fatores, permitindo identificar uma
dimensão que melhor discrimine os objetos em estudo.. Essa técnica tem por objetivo
localizar componentes que maximizem a variância explicada por um número de fatores que
pode chegar até o número total de atributos. Um critério para se estabelecer o valor mínimo
aceitável para a explicação da variância total por um componente principal é que este deve
explicar, pelo menos, o que dele se esperaria que explicasse, caso todas as variáveis originais
tivessem o mesmo poder de explicação das medidas. Ou seja, se p é o número de variáveis
originais, então o último componente principal identificado deve explicar, no mínimo, 100/p
121
pontos percentuais da variância total, apresentando, assim, autovalor maior ou igual a 1
(HAIR et al., 2005; MALHOTRA, 2001).
A rotação Varimax é a técnica que maximiza a soma das variâncias de cargas exigidas
da matriz fatorial. Nessa rotação, o ângulo entre os eixos é mantido em 90°, pressupondo que
as variáveis são independentes. Assim, busca-se identificar, na matriz de correlação, valores
significativos de cargas fatoriais próximas a 1 e a +1, de forma que as variáveis se
mantenham mais relacionadas entre si e fortes dentro dos fatores. Carga Fatorial é a
correlação de cada variável com os fatores. Essa carga indica o grau de correspondência entre
a variável e o fator, sendo que variáveis com cargas maiores tornam-se representativas do
fator. Os valores das cargas fatoriais são considerados por dois critérios, o de significância
prática e o de significância estatística (HAIR et al., 2005). Nesse estudo adotou-se o critério
da significância prática.
A significância prática não tem qualquer relação matemática. Na realidade, considera-
se que (i) cargas fatoriais de ± 0,30 refletem 10% da variância explicada do fator; logo,
atingem um nível mínimo de significância prática; (ii) cargas de ± 0,40 são mais importantes,
e (iii) cargas de ± 0,50 são consideradas de significância prática, pois uma carga de 0,50
denota 25% da variância explicada, e uma carga que excede 0,70 explica 50% da variância
(HAIR et al., 2005).
Finalmente, a confiabilidade trata da consistência entre múltiplas medidas de uma
variável, e pode ser calculada pelo teste-reteste ou pela consistência interna. A análise de
consistência interna pode ser medida pela correlação item-com-total, inter-itens e/ou pelo alfa
de Cronbach (HAIR et al., 2005). Esse estudo aborda somente o teste de Cronbach.
O Alfa de Cronbach mede o grau de fidedignidade e a consistência ou confiabilidade
da escala utilizada na coleta de dados (PEREIRA, 1999). Um atributo da escala é considerado
bom quando todas as suas medidas têm uma relação coerente entre si, no esforço de medir o
fenômeno considerado, já que mensuram o mesmo objeto (PEREIRA, 1999). “O limite
inferior para o alfa de Cronbach geralmente aceito é de 0,70, apesar de poder diminuir para
0,60 em pesquisas exploratórias (HAIR et al., 2005, p. 112).
122
Dessa maneira, com procedimentos definidos (i) método de extração análise de
componentes principais, com rotação Varimax, (ii) número de fatores baseados em
autovalores e (iii) confiabilidade pelo Alfa de Cronbach , passou-se à aplicação da AFE. Os
resultados estão apresentados nas Tabela 21 e 22.
Tabela 21 Análise Fatorial de Atitude (Cargas Fatoriais e Alfa de Cronbach)
Dimensões / Atributos Cargas
Fatoriais
Alfa de
Cronbach
Fator 1ª Dimensão (Variância Explicada = 29,95%)
At2 Não amigável Amigável 0,72
At3 Serviço ruim - Bom serviço 0,72
At9 Empregados sem conhecimento Empregados com conhecimento 0,57
At18 Rígido Flexível 0,54
At10 Empregados não amigáveis - Empregados amigáveis 0,51
At13 Frio Caloroso 0,50
At4 Clientes Positivos - Clientes Negativos 0,43
0,76
Fator 2ª Dimensão (Variância Explicada = 8,96%)
At20 Sem muitos progressos - Sempre progredindo 0,70
At19 Sem crescimento - Crescendo rapidamente 0,67
At12 Fora de moda - Realmente moderno 0,58
At8 Simples Elegante 0,56
At1 Retraído Agressivo 0,42
0,70
Fator 3ª Dimensão (Variância Explicada = 7,06%)
At7 Honesto Desonesto 0,70
At5 Confiável - Não confiável 0,69
At11 Estável Instável 0,65
At6 Desagradável Agradável 0,48
0,70
Fator 4ª Dimensão (Variância Explicada = 5,71%)
At17 Quieto - Barulhento 0,60
At14 Invisível - Visível 0,60
At16 Passivo - Ativo 0,58
At15 Não atraente - Atraente 0,47
0,70
N = 910. Nota: Análise dos Componentes Principais, com rotação Varimax.
Observa-se, na tabela acima, que os indicadores do constructo Atitude (i) se formaram
em 4 fatores, com autovalor acima de 1 e um total de variância explicada de 51,68%; (ii) têm
a maioria das cargas fatoriais acima de 0,50; e (iii) os mais representativos são o At2 e o At3
(0,72), e o menos representativo é o At1 (0,42). Constata-se, ainda, que três fatores têm
consistência interna igual a 0,70 e que um tem consistência igual a 0,76.
A análise dos resultados da AFE permite inferir que, pelos parâmetros definidos por
Hair et al. (2005), (i) o valor da variância extraída é satisfatório para pesquisas em Ciências
Sociais; (ii) a maioria das cargas é considerada de significância prática, denotando 25% ou
mais da variância explicada; e (iii) que a consistência interna dos dados está dentro do limite
recomendado para estudos descritivos (>0,70), demonstrando boa confiabilidade da escala.
123
Pelos resultados, observou-se que, ainda que o constructo Atitude tenha se formado em
4 fatores, como encontrado por Heerden e Puth (1995), os atributos não têm a mesma
formação fatorial do trabalho original.
Tabela 22 Análise Fatorial da Lealdade (Cargas Fatoriais e Alfa de Cronbach)
Dimensões Cargas Fatoriais
Alfa de Cronbach
Fatores da 1ª Dimensão (Variância Extraída = 41,75%)
Le 11 _ Ação 0,82
Le 10 _ Afetiva 0,82
Le 6 _ Ação 0,77
Le 16 _ Ação 0,77
Le 2 _ Ação 0,77
Le 9 _ Afetiva 0,76
Le 15 _ Cognitiva 0,76
Le 13 _ Afetiva 0,72
Le 5 _ Afetiva 0,71
Le 1 _ Cognitiva 0,67
Le 7 _ Cognitiva 0,66
0,92
Fatores da 2ª Dimensão (Variância Extraída = 10,88%)
Le 12 _ Conativa 0,77
Le 14 _ Conativa 0,74
Le 8 _ Conativa 0,67
Le 3 _ Conativa 0,48
Le 4 _ Cognitiva 0,41
0,63
N = 910. Nota: Análise dos Componentes Principais, com rotação Varimax.
Verifica-se, na tabela acima, que os atributos do constructo Lealdade (i) se formaram
em 2 fatores, com autovalor acima de 1 e uma variância explicada total de 52,63%; (ii) têm a
maioria das cargas fatoriais acima de 0,60; e (iii) os mais representativos são o Le10 e o Le11
(0,82) e o menos representativo é o Le4 (0,41). Observa-se que a 1ª dimensão possui
consistência interna igual a 0,92 e a 2ª dimensão, 0,63.
Desta forma, pelos resultados da AFE, conclui-se que, pelos parâmetros definidos por
Hair et al. (2005), (i) o valor da variância extraída é satisfatório para pesquisas em Ciências
Sociais; (ii) a maioria das cargas é considerada de significância prática, denotando 25% ou
mais da variância explicada; e (iii) que a consistência interna da 2ª dimensão está com o valor
abaixo do recomendado (>0,70), demonstrando problema de confiabilidade da escala.
Adicionalmente, constatou-se que os atributos da Lealdade se formaram em apenas
duas dimensões, divergindo dos 4 fatores esperados. Assim, essa formação fatorial não
acompanhou as escalas utilizadas para avaliar as quatro fases da lealdade, propostas por
124
Oliver (1997). Portanto, com objetivo de expandir o conhecimento sobre a formação dos
atributos, optou-se por rodar uma nova AFE, determinando, a priori, a formação de 4 fatores.
Os resultados estão apresentados na Tabela 23.
Tabela 23 AFE da Lealdade Quatro Dimensões (Cargas Fatoriais e Alfa de Cronbach)
Dimensões Cargas Fatoriais
Alfa de Cronbach
Fatores da 1ª Dimensão (Variância Extraída = 41,75%)
Le 13 _ Afetiva 0,83
Le 9 _ Afetiva 0,80
Le 5 _ Afetiva 0,74
Le 6 _ Ação 0,68
Le 10 _ Afetiva 0,66
Le 11 _ Ação 0,63
Le 16 _ Ação 0,61
Le 15 _ Cognitiva 0,55
0,91
Fatores da 2ª Dimensão (Variância Extraída = 10,88%)
Le 1 _ Cognitiva 0,66
Le 4 _ Cognitiva 0,65
Le 2 _ Ação 0,62
Le 7 _ Cognitiva 0,60
0,74
Fatores da 3ª Dimensão (Variância Extraída = 6,00%)
Le 12 _ Conativa 0,82
Le 14 _ Conativa 0,72
Le 8 _ Conativa 0,68
0,64
Fatores da 4ª Dimensão (Variância Extraída = 5,22%)
Le 3 _ Conativa 0,90 ---
N = 910. Nota: Análise dos Componentes Principais, com rotação Varimax.
Observa-se, na tabela acima, que (i) a variância explicada total aumentou para 63,85%;
(ii) a maioria das cargas fatoriais continua acima de 0,60; e (iii) a variável mais representativa
do constructo passou a ser Le3 (0,90), e a de menor representatividade a Le15 (0,55). A 4ª
dimensão, da nova fatorial, por constituir-se de um único item, não tem o valor Alfa de
Cronbach. Logo, conclui-se que, mesmo definindo quatro fatores a priori, os atributos da
lealdade não acompanharam as fases definidas na perspectiva teórica.
O resultado divergente entre os fatores esperados para as quatro fases da lealdade pode
ter ocorrido em função da forte presença de atributos atitudinais e comportamentais nas
escalas utilizadas, indicando a bidimensionalidade do constructo lealdade. Pelos resultados
apresentados na tabela 22, AFE livre da definição do número de fatores, pode-se constatar
dois agrupamentos, um com atributos representativos da lealdade atitudinal cognitiva,
afetiva e conativa, conforme sugerido por Dicky e Basu (1994) , e outro com atributos da
fase conativa, que representa a lealdade comportamental ou intenção de recompra, conforme
sugerem Taylor e Baker (1994).
125
Cumpre ressaltar que as análises fatoriais exploratórias da pesquisa Valores Ipsativos
foram realizadas com as duas amostras selecionadas para o estudo, uma com a presença dos
outliers (N=910) e a outra sem os outliers (N=815). Pelos resultados, observou-se que não
houve diferença de agrupamentos entre as amostras utilizadas.
Desta forma, com as análises de dados concluídas, encerra-se a pesquisa Valores
Ipsativos. A próxima seção apresenta as metodologias, os procedimentos de coleta e as
análises estatísticas dos dados do segundo estudo empírico: Valores Normativos.
126
4.2 ESTUDO 2 PESQUISA VALORES NORMATIVOS (RATINGS)
A pesquisa Valores Normativos está estruturada em dois métodos de pesquisa, um com
ênfase exploratória e outro descritivo (AAKER; KUMAR; DAY, 2001; CHURCHILL;
YACOBUCCI, 2005; MALHOTRA, 2001).
4.2.1 Pesquisa Exploratória
A pesquisa exploratória foi desenvolvida por meio do método de dados secundários
(CHURCHILL; YACOBUCCI, 2005; MALHOTRA, 2001), tendo como fonte de dados, para
definir as escalas dos constructos Valores Pessoais, Atitude e Fases da Lealdade, os resultados
da pesquisa Valores Ipsativos (Ordenados).
4.2.1.1 Escala do Constructo Valores Pessoais
A escala do constructo Valores Pessoais foi definida com 10 variáveis dentre um total
de 18 apresentadas aos respondentes na pesquisa Valores Ipsativos. Das dez variáveis, 5
foram declaradas as mais importantes e 5 as de menor importância (Tabela 24). A redução da
escala visou à minimização da variância existente entre os atributos desse constructo
(MCCARTY; SHRUM, 1997, 2000) e à parcimônia do instrumento de coleta de dados (HAIR
et al., 2005). Esse procedimento é semelhante ao adotado por Allen, Ng e Wilson (2002), que
pesquisaram os valores terminais e instrumentais por meio da metodologia rank-then-rate.
127
Tabela 24 Escala de Valores Pessoais Pesquisa Valores Normativos
Grau de Importância Atributos
Segurança da Família
Auto-respeito
Felicidade
Equilíbrio Interno
Valores Pessoais
Mais
Importantes
Sabedoria
Vida Confortável
Reconhecimento Social
Mundo de Paz
Vida Excitante
Valores Pessoais
Menor
Importância
Sentimento de Realização
Fonte: Pesquisa Valores Ipsativos (Ordenados).
4.2.1.2 Escala do Constructo Atitude
A escala do constructo Atitude foi definida com 9 atributos (Tabela 25), dentre um
total de 20 apresentados na pesquisa Valores Ipsativos. Foram selecionadas as variáveis que
obtiveram, na Análise Fatorial Exploratória daquela pesquisa, cargas fatoriais iguais ou acima
de 0,60. A redução da escala se deu em função do critério da "Garantia de Significância
Prática" (HAIR et al., 2005, p. 107) e da parcimônia do instrumento de coleta de dados. O
critério da "Garantia de Significância Prática" rege que quanto maior o valor absoluto da
carga fatorial, maior a correlação entre a variável e o fator. Como a carga ao quadrado
equivale à quantia da variância total da variável explicada pelo fator, quanto maior a carga,
mais importante é a variável na interpretação da matriz fatorial. Por exemplo, uma carga
fatorial que excede a 0,50 denota mais de 25% da variância explicada pelo fator (HAIR et al.,
2005).
Tabela 25 Atributos de Atitude Pesquisa Valores Normativos
Atributos Carga Fatorial Fatores Originais
Amigável - Não amigável 0,72 F1
Bom serviço - serviço ruim 0,72 F1
Sempre progredindo - Sem muitos progressos
44
0,70 F2
Honesto - desonesto 0,70 F3
Confiável - Não confiável 0,70 F3
Crescendo rapidamente - Sem crescimento 0,67 F2
Estável - Instável 0,66 F3
Visível - Invisível 0,60 F4
Barulhento - Quieto 0,60 F4
Fonte: Pesquisa Valores Ipsativos (Ordenados).
44
A nomenclatura dos itens Crescendo rapidamente e Sempre progredindo foi alterada, na Pesquisa Valores
Normativos, para Grande e Progressivo, respectivamente, por questão de semântica.
128
4.2.1.3 Escala do Constructo Fases da Lealdade
Para mensurar o constructo Fases de Lealdade foram utilizadas as mesmas escalas da
pesquisa Valores Ipsativos. A opção pela manutenção das variáveis nos seus respectivos
fatores foi o fato de esses atributos já terem passado por processos de validação e
confiabilidade nos estudos originais (Harris e Goode (2004) para as fases cognitiva e ação,
Pedersen e Nysveen (2001) para a fase afetiva, e McMullan e Gilmore (2003) para a fase
conativa).
4.2.2 Pesquisa Descritiva
Optou-se pela pesquisa descritiva de corte transversal com a técnica de coleta de dados
Survey. Para tanto, foi formulado um questionário estruturado com perguntas em ordem pré-
especificada (AAKER; KUMAR; DAY, 2001, CHURCHILL; YACOBUCCI, 2005;
MALHOTRA, 2001).
Delineados os métodos de pesquisa (exploratória e descritiva) passou-se às definições
sobre (i) medição e escalonamento das variáveis, (ii) elaboração do questionário, (iii) plano
amostral, (iv) coleta de dados e (v) preparação dos dados para as análises estatísticas futuras.
4.2.3 Medição e Escalonamento do Estudo
Nesse estudo foram adotadas mais de uma escala primária de medição e mais de uma
escala de escalonamento não-comparativo. Quanto à medição, foram utilizadas escalas
intervalares para os constructos Valores Pessoais, Atitude e Fases da Lealdade, e escalas
ordinal e nominal para os dados demográficos. Quanto ao escalonamento, foi utilizada a
escala de classificação por item escala do tipo de Likert, com grau de importância entre 1
(sem importância) e 7 (muito importante) para o constructo Valores Pessoais e com grau de
129
concordância entre 1 (discordo totalmente) e 7 (concordo totalmente) para o constructo Fases
da Lealdade. Para avaliar o constructo Atitude foi utilizada escala de diferencial semântico de
5 pontos.
4.2.4 Elaboração do Instrumento de Coleta de Dados
A elaboração do questionário (Anexo G) seguiu os estágios sugeridos por Churchill e
Yacobucci (2005) e Malhotra (2001).
Estágio 1Especificação das Informações Necessárias
As informações especificadas visaram investigar atributos dos constructos Valores
Pessoais, Atitude e Fases da Lealdade, questões sobre dados demográficos, informações sobre
tempo de relacionamento bancário e o nome do banco de relacionamento.
Estágio 2Tipo de Questionário e Método de Administração
Optou-se pelas entrevistas pessoais em função dos objetivos do trabalho e da
complexidade das perguntas.
Estágio 3Conteúdo de uma Questão Individual
O conteúdo de todas as questões atende aos objetivos propostos. O questionário foi
composto por 43 questões (10 de Valores, 9 de Atitude, 16 das Fases da Lealdade, 1 de
relacionamento bancário, 1 com nome do banco e 6 de dados demográficos), que objetivaram
buscar informações necessárias aos testes das hipóteses.
Estágio 4Superação da Incapacidade e Relutância em Responder
Optou-se por incapacitar respondentes por meio de um item do questionário: tempo de
relacionamento bancário. Se o tempo fosse inferior a 6 meses, então o respondente era
inabilitado no momento da preparação dos dados para as análises estatísticas, sendo
considerado missing value. Ainda, com o objetivo de evitar a relutância dos entrevistados em
responder, buscou-se sensibilizá-los pelo texto introdutório do questionário.
130
Estágio 5Escolha da Estrutura da Pergunta
O questionário teve duas questões não-estruturadas, relativas ao nome do banco e ao
tempo de relacionamento, sendo as demais perguntas estruturadas com questões escalonadas.
Estágio 6Escolha do Enunciado da Questão
O enunciado das questões acompanhou o resultado da técnica de tradução e tradução
reversa das escalas, técnica utilizada na pesquisa Valores Ipsativos.
Estágio 7Seqüência do Questionário
As questões foram apresentadas numa seqüência lógica e de fácil compreensão para os
entrevistados. Foram abordadas informações básicas e informações de classificação.
Estágio 8Formato e Leiaute do Questionário
O questionário foi formatado em 6 seções: 1) introdução da pesquisa, 2) instruções,
exemplos de aplicação da escala e itens de Valores, 3) perguntas sobre o banco de maior
relacionamento (nome do banco e tempo de relacionamento), 4) instruções, exemplos de
aplicação da escala de diferencial semântico e indicadores de Atitude, 4) instruções, exemplos
de aplicação da escala do tipo de Likert e atributos das Fases da Lealdade, e 5) questões
referentes aos dados demográficos.
Estágio 9Reprodução do questionário
Os questionários foram montados em formato de livro. As perguntas foram
estruturadas em quatro páginas, em uma folha de papel A4 impressa em frente e verso.
Estágio 10Pré-teste
Esse estudo não passou pelo pré-teste em função de ser uma extensão da pesquisa
Valores Ipsativos.
4.2.5 Plano Amostral
A população-alvo e as técnicas de amostragem utilizadas nesse estudo foram as
mesmas da pesquisa Valores Ipsativos. O número mínimo de entrevistas desejado foi definido
131
em 10 entrevistas para cada variável investigada (HAIR et al., 2005). Desta forma, com 43
variáveis, esperava-se atingir, no mínimo, 430 respostas válidas.
4.2.6 Coleta dos Dados
A coleta de dados da pesquisa Valores Normativos foi realizada em Porto Alegre e
regiões metropolitanas, entre os dias 25 de fevereiro e 15 de abril de 2008. Os questionários
foram preenchidos pelos respondentes e o tempo de duração de resposta girou entre 5 e 8
minutos. A técnica de coleta de dados aplicada foi “Bola de Neve” (MALHOTRA, 2001). O
trabalho de campo foi controlado pelo pesquisador que, ao receber os questionários, conferia e
registrava os dados.
De um total de 1200 questionários distribuídos, 971 retornaram respondidos. Destes,
43 questionários foram excluídos por não atenderem ao pré-requisito: tempo de
relacionamento superior a 6 meses. Desta forma, a base de dados ficou com 928
questionários, que foram submetidos ao processo de preparação dos dados para análises
estatísticas futuras (Tabela 26).
Tabela 26 Controle dos Questionários Pesquisa Valores Normativos
Questionários n %
Entregues 1200 100,00
Retorno 971 80,91
Tempo de relacionamento inferior a 6 meses 43 3,58
Total 928 77,33
4.2.7 Preparação dos Dados
Na preparação dos dados foram aplicadas as seguintes técnicas sugeridas por Hair et
al. (2005): a) avaliação de dados ausentes (Missing Values), b) identificação de valores fora
dos limites, c) transformação da escala, d) identificação de observações atípicas (Outilers), e
e) testes de normalidade, linearidade e multicolinearidade dos dados.
132
4.2.7.1 Avaliação dos Dados Ausentes (Missing Values)
“Os dados ausentes são um incômodo para pesquisadores e podem ser resultado de
erros na entrada de dados ou da omissão de respostas pelos respondentes” (HAIR et al., 2005,
p. 49). Assim, com o objetivo de evitar erros na generalização dos resultados, foram
identificados missing values por respondentes (Tabela 27) e por variáveis (Tabela 29). A
seguir foram aplicados alguns procedimentos de tratamento nas variáveis com dados ausentes.
Tabela 27 Dados Ausentes por Respondentes Pesquisa Valores Normativos
Número de Missing
Values
Quantidade
de casos
Quantidade
acumulada
Número dos casos com missing
values
1 67 67
2 10 77
3
2 79
4 1 80 620
6 2 82 337, 671
9 1 83 173
10 3 86 536, 605, 855
16 2 88 804, 477
17 1 89 478
20 1 90 732
25 1 91 662
Total 91
N = 928
Observa-se, na tabela acima, que os dados ausentes estão concentrados num baixo
número de casos (N=91), representando 9,80% dos 928 casos analisados. Constata-se que a
maior parte dos casos (79) possui até 3 missing values.
Desta forma, após analisar os resultados, optou-se pela exclusão dos entrevistados que
apresentaram mais de 3 respostas ausentes (12 casos), em função de que 4 ou mais missing
values representavam mais de 10% do total das variáveis analisadas (35 variáveis). Assim,
com a eliminação desses casos, a base de dados final ficou com 916 respondentes (Tabela 28).
Tabela 28 Base de Dados com até 3 missing values Pesquisa Valores Normativos
Questionários n
Total de casos com tempo de relacionamento
superior a 6 meses
928
Casos com 4 ou mais missing values 12
Total da base de dados 916
133
Porém, a base de dados atual (N=916) ainda contém 79 casos com até 3 dados
ausentes. Por esse motivo, realizou-se a verificação da distribuição dos missing values por
variáveis, com o objetivo de identificar a possibilidade de se aplicar ações corretivas e de
ajustes. Essa distribuição está apresentada na Tabela 29.
Tabela 29 Distribuição de Missing Values por Variáveis Pesquisa Valores Normativos
Missing
Variáveis N
N %
Va1_Auto-respeito 914 2 0,2
Va2_Equilíbrio Interno 913 3 0,3
Va3_Felicidade 914 2 0,2
Va4_Mundo de Paz 913 3 0,3
Va5_Reconhecimento Social 909 7 0,8
Va6_Sabedoria 912 4 0,4
Va7_Segurança da Família 913 3 0,3
Va8_Sentimento de Realização 911 5 0,5
Va9_Vida Confortável 916 0 -
Va10_Vida Excitante 915 1 0,1
At1_Amigável-Não amigável 914 2 0,2
At2_Quieto-Barulhento 910 6 0,7
At3_Bom-Ruim 902 14 1,5
At4_Confiável-Não confiável 915 1 0,1
At5_Grande-Sem Cresimento 915 1 0,1
At6_Estável-Instável 914 2 0,2
At7_Honesto-desonesto 911 5 0,5
At8_Progressivo-Sem Muito Progressos 915 1 0,1
At9_Visível-Invisível 915 1 0,1
Le1_cog_Eu acredito que o Banco X tem as melhores ofertas neste momento 915 1 0,1
*Le2_cog_Eu acredito que o Banco X não oferece aquilo que gosto 916 0 -
Le3_cog_Eu acredito que usar o Banco X é preferível a outros bancos 915 1 0,1
*Le4_con_Experimentaria outro Banco se ele fosse 25% mais barato que o Banco X 910 6 0,7
*Le5_con_Experimentaria outro bco se ele oferecesse instalações melhores que o Bco X 915 1 0,1
Le6_afe_Eu me sinto ligado ao Banco X 916 0 -
*Le7_con_Eu mudaria de Banco se a equipe de outro banco fosse mais simpática 916 0 -
*Le8_con_Eu mudaria de Banco se outro oferecesse mais status 916 0 -
Le9_cog_Eu prefiro o serviço do Banco X ao serviço de seus concorrentes 914 2 0,2
Le10_aca_Eu sempre continuarei a escolher a qualidade do Bco X antes de outros 910 6 0,7
Le11_aca_Eu sempre continuarei a escolher o Banco X antes de outros bcos 908 8 0,9
Le12_aca_Eu sempre continuarei a favorecer as ofertas do Banco X antes de outros bcos 914 2 0,2
Le13_aca_Eu sempre escolherei usar o Banco X preferencialmente aos bcos concorrentes
915 1 0,1
Le14_afe_Eu tenho uma relação emocional positiva com o Banco X 915 1 0,1
Le15_afe_Futuramente, gostaria de permanecer cliente do Banco X 915 1 0,1
Le16_afe_O Banco X tem significado pessoal para mim 916 0 -
N = 916. Nota: * Variáveis que terão os valores revertidos no banco de dados.
Observa-se, pelos resultados apresentados na tabela acima, que a variável At3
apresenta o maior número de missing values (14) e que 6 variáveis não apresentam dados
ausentes. Verifica-se, ainda, que não há variáveis com 5% (N=46) ou mais de dados ausentes,
demonstrando que há possibilidade de se aplicar ações corretivas e de ajustes dessas variáveis,
conforme sugerem Hair et al. (2005).
134
Para o diagnóstico de aleatoriedade dos dados, Hair et al. (2005) recomendam três
métodos de análise. O primeiro avalia o processo de dados ausentes de uma única variável Y
em dois grupos observações com dados ausentes para Y e observações com valores válidos
de Y. Assim, faz-se o teste estatístico de diferença de significância entre os dois grupos. Se
houver diferenças significativas, então há possibilidade de os dados ausentes não serem
aleatórios. O segundo método utiliza correlações dicotomizadas entre os valores válidos (1) e
os dados ausentes (0) para indicar o grau de associação entre os dados ausentes de cada par de
variáveis. Nessas relações, “baixas correlações denotam aleatoriedade dos dados ausentes”
(HAIR et al., 2005, p. 60). O terceiro método é classificado como dados perdidos
completamente ao acaso MCAR (Missing Completely At Random). Nesse procedimento,
analisa-se o padrão de dados ausentes em todas as variáveis comparando-o com o padrão
esperado para um processo de dados perdidos aleatório. Assim, se diferenças significativas
são encontradas, então os dados podem ser classificados como perdidos completamente ao
acaso (MCAR).
Para a análise de aleatoriedade dos 79 casos com mais de 3 missing values, foram
aplicados o método de correlações dicotomizadas e o método MCAR. Pelos resultados das
análises de ambos, constata-se que os dados ausentes são distribuídos aleatoriamente (Little's
MCAR test: Chi-Square = 1.497,057, DF = 1.412, Sig. = 0,057) ver os cálculos no Anexo
H. Quanto aos dados classificados como perdidos completamente ao acaso, “quaisquer
atitudes corretivas podem ser aplicadas sem levar em consideração o impacto de qualquer
outra variável ou do processo de dados ausentes” (HAIR et al., 2005, p. 60).
Para a correção de dados ausentes, encontram-se na literatura diversas sugestões para
substituições. Por exemplo, Hair et al., (2005) enumeram alguns procedimentos, tais como: (i)
substituição pela média, que corresponde à troca dos valores ausentes pelo valor médio
daquela variável, com base em todas as respostas válidas; (ii) atribuição por regressão,
utilizado para prever os valores ausentes de uma variável com base na relação com outras
variáveis no conjunto de dados; e (iii) tratamento EM, que é um método iterativo de dois
estágios (E e M), no qual o “estágio E faz as melhores estimativas possíveis e o estágio M faz
as estimativas dos parâmetros (médias, desvios-padrão ou correlações), assumindo que os
dados ausentes tenham sido substituídos” (HAIR et al., 2005, p. 63).
135
Assim, para a correção dos missing values optou-se pela substituição da média das
variáveis, haja vista que é “um dos métodos amplamente utilizado” (HAIR et al., 2005, p. 63)
e que não há diferenças significativas entre os resultados dos três métodos, conforme pode ser
conferido na Tabela 30.
Tabela 30 Atribuição de Valores aos Dados Ausentes Pesquisa Valores Normativos
Técnicas de atribuição de valores
Técnicas de atribuição de valores
Variáveis
Média
Regressão EM
Variáveis
Média
Regressão EM
Va1 6,48 6,48 6,48 Le1_cog 4,14 4,15 4,14
Va2 6,18 6,19 6,19 Le2_cog 3,11 3,10 3,10
Va3 6,51 6,50 6,50 Le3_cog 4,83 4,80 4,80
Va4 5,91 5,92 5,92 Le4_con 4,66 4,67 4,67
Va5 5,28 5,27 5,27 Le5_con 3,62 3,64 3,64
Va6 6,25 6,25 6,25 Le6_afe 4,18 4,19 4,19
Va7 6,56 6,57 6,57 Le7_con 3,57 3,58 3,58
Va8 6,35 6,35 6,35 Le8_con 2,78 2,80 2,80
Va9 5,88 5,90 5,90 Le9_cog 4,64 4,64 4,64
Va10 5,35 5,36 5,36 Le10_ação 4,09 4,13 4,13
At1 3,60 3,60 3,60 Le11_ação 3,99 4,01 4,01
At2 3,20 3,19 3,19 Le12_ação 4,05 4,05 4,05
At3 3,76 3,77 3,77 Le13_ação 4,14 4,14 4,14
At4 3,98 3,97 3,97 Le14_afe 4,11 4,13 4,13
At5 4,32 4,29 4,29 Le15_afe 4,88 4,87 4,87
At6 4,23 4,22 4,22 Le16_afe 3,65 3,67 3,67
At7 3,90 3,89 3,89
At8 3,85 3,84 3,84
At9 4,21 4,19 4,19
N = 916
4.2.7.2 Valores Fora dos Limites
O constructo Valores Pessoais foi medido numa escala intervalar de 1 a 7 (1 - sem
importância e 7 - muito importante), o constructo Atitude foi avaliado numa escala de
diferencial semântico de cinco pontos (de 1 a 5) e as Fases da Lealdade foram mensuradas
numa escala do tipo de Likert com sete pontos (1 - discordo totalmente e 7 - concordo
totalmente). Assim, ao analisar os valores atribuídos pelos respondentes, não foram
identificados casos fora dos limites relacionados, o mesmo ocorrendo com as variáveis
nominais (dados demográficos).
136
4.2.7.3 Transformação da Escala
A transformação da escala foi realizada no momento do processamento dos dados,
revertendo-se 5 atributos do constructo Fases da Lealdade, sendo 4 da fase conativa e 1 da
fase cognitiva. Desta forma, todo o instrumento de pesquisa ficou padronizado, de tal modo
que as notas maiores indicavam maior valor, atitude mais favorável e lealdade mais intensa.
4.2.7.4 Identificação de Observações Atípicas (Outliers)
As observações atípicas são casos com valores extremos em uma variável ou numa
combinação de variáveis que podem distorcer as análises estatísticas (KLINE, 2005). A
identificação dos outliers pode ocorrer numa perspectiva univariada ou multivariada.
Na perspectiva univariada examina-se a distribuição de observações e selecionam-se
como atípicas aquelas que estão fora dos intervalos de distribuição.
At9_Visível-
Invisível
At6_Estável-
Instável
At3_Bom-RuimVa10_Vida
Excitante
Va7_Segurança
da Família
Va4_Mundo de
Paz
Va1_Auto-
respeito
7
6
5
4
3
2
1
342
168
786
786
342
206
580
238165
206408
786
342
786
840
860
903
384
408
783
842
843
855
890
763
783
809817
142
224
384
806
842
845
756
825
857
908
777
880
890
893
842
861
802
856
898
899
384
451
750
786
806
820
833
888
451
578
868
896
903914
274 761
889
892
826
840
898
143
330
408
897
775
851
903
330
361
447442
708
823
892
398
501
896
750
782
876
908
352
384
544
342
356
Gráfico 2 Representação dos Outliers Univariados Pesquisa Valores Normativos
137
Nessa perspectiva foram identificados 60 outliers, todos nos constructos Valores
Pessoais e Atitude. No constructo Valores Pessoais as variáveis com maior número de
observações atípicas foram a Va3 e a Va7, ambas com 10 outliers, e no constructo Atitude as
variáveis com mais outliers foram a At5 e a At6, com 6 observações atípicas cada uma.
As variáveis com observações atípicas na perspectiva univariada foram mantidas na
base de dados por não comprometerem os resultados das análises estatísticas subseqüentes.
Na perspectiva multivariada avalia-se a posição de cada observação, comparando o
resultado com o centro de todas as observações em um conjunto de variáveis (HAIR et al.,
2005). Para esse tipo de análise utiliza-se a medida D² de Mahalanobis. Os outliers da
pesquisa Valores Normativos estão apresentados na Tabela 31.
Tabela 31 Análise D² de Mahalanobis Pesquisa Valores Normativos
Casos
D² de Mahalanobis
D² / df
maha/35
Sig
172 151,32 4,32 0,000
213 128,15 3,66 0,000
963 124,11 3,55 0,001
469 113,75 3,25 0,001
877 108,98 3,11 0,002
238 104,53 2,99 0,003
247 103,85 2,97 0,003
346 101,86 2,91 0,003
61 100,95 2,88 0,003
201 89,96 2,57 0,007
463 89,53 2,56 0,008
784 89,59 2,56 0,008
81 89,31 2,55 0,008
926 89,11 2,55 0,008
499 88,75 2,54 0,008
169 88,33 2,52 0,008
805 87,77 2,51 0,008
n=916
Por meio da medida de D² de Mahalanobis, considerando um nível conservador de
significância não excedendo a 1% (TABACHNICK; FIDELL, 1996), foram identificados 17
casos classificados como outliers multivariados, conforme apresentados na tabela acima.
Caso a opção fosse pela exclusão dos dados com observações atípicas, a base de dados
geral ficaria com 899 casos válidos (916-17=899). No entanto, decidiu-se pela retenção dos
casos extremos multivariados e pela realização de testes do modelo com outliers (N=916) e
sem os outliers (N=899), conforme sugere Kline (2005). Assim, todos os procedimentos das
análises multivariadas a partir desse ponto foram realizados com as duas amostras, pois o
138
objetivo foi verificar se casos extremos multivariados distorceriam os resultados das análises,
de modo a evidenciar a necessidade de excluí-los.
Sob o ponto de vista ético da pesquisa, sugere-se que devam ser mantidas as opiniões
diferentes, a menos que exista prova demonstrável de que estão verdadeiramente fora do
normal e que não são representativas de quaisquer observações na população. Se as
observações atípicas são eliminadas, o pesquisador pode melhorar a análise multivariada, mas
limita sua generalidade (HAIR et al., 2005; RODRIGUES; PAULO, 2007).
4.2.7.5 Teste de Normalidade
A verificação da normalidade dos dados é importante, pois se a variação em relação à
distribuição normal for grande, todos os testes estatísticos, como as estatísticas F e t, serão
inválidos (HAIR et al., 2005).
Na pesquisa Valores Normativos a verificação da normalidade foi realizada por meio
dos testes de Kolmogorov-Smirnov (K-S) e de Shapiro-Wilks e das comparações das
estatísticas Z de curtose e assimetria.
Os testes de Kolmogorov-Smirnov (K-S) e de Shapiro-Wilks calculam o nível de
significância para as diferenças dos valores das variáveis em relação a uma distribuição
normal (HAIR et al., 2005). Os testes de assimetria e de curtose verificam se a distribuição
dos dados se concentra em torno da média, moda e mediana. A assimetria indica a tendência
de maior concentração dos dados em relação ao ponto central. Logo, se a distância entre a
média e a moda for grande, maior será a assimetria (negativa ou positiva) (RODRIGUES;
PAULO, 2007). Já a curtose se refere à “elevação” e ao “achatamento” da distribuição.
Assim, “quando a linha fica abaixo da diagonal, a distribuição é mais achatada do que o
esperado” (HAIR et al., 2005, p. 77). Os resultados desses testes estão apresentados nas
Tabelas 32 e 33.
139
Tabela 32 Teste de Normalidade Testes de Kolmogorov-Smirnov (K-S) e de Shapiro-Wilks Pesquisa
Valores Normativos
Kolmogorov-Smirnov Shapiro-Wilk
Indicadores
Estatística
Graus de
Liberdade (df)
Sig. Estatística
Graus de
Liberdade (df)
Sig.
Va1 0,39 916 0,00 0,65 916 0,00
Va2 0,29 916 0,00 0,78 916 0,00
Va3 0,39 916 0,00 0,63 916 0,00
Va4 0,25 916 0,00 0,83 916 0,00
Va5 0,18 916 0,00 0,91 916 0,00
Va6 0,29 916 0,00 0,77 916 0,00
Va7 0,42 916 0,00 0,57 916 0,00
Va8 0,33 916 0,00 0,73 916 0,00
Va9 0,21 916 0,00 0,85 916 0,00
Va10 0,17 916 0,00 0,91 916 0,00
At1 0,21 916 0,00 0,88 916 0,00
At2 0,22 916 0,00 0,90 916 0,00
At3 0,25 916 0,00 0,87 916 0,00
At4 0,25 916 0,00 0,85 916 0,00
At5 0,30 916 0,00 0,77 916 0,00
At6 0,26 916 0,00 0,80 916 0,00
At7 0,22 916 0,00 0,86 916 0,00
At8 0,22 916 0,00 0,87 916 0,00
At9 0,27 916 0,00 0,80 916 0,00
Le1_cog 0,18 916 0,00 0,94 916 0,00
Le2_cog 0,17 916 0,00 0,93 916 0,00
Le3_cog 0,18 916 0,00 0,92 916 0,00
Le4_con 0,16 916 0,00 0,91 916 0,00
Le5_con 0,13 916 0,00 0,93 916 0,00
Le6_afe 0,12 916 0,00 0,94 916 0,00
Le7_con 0,13 916 0,00 0,93 916 0,00
Le8_con 0,18 916 0,00 0,88 916 0,00
Le9_cog 0,16 916 0,00 0,93 916 0,00
Le10_aca 0,14 916 0,00 0,94 916 0,00
Le11_aca 0,14 916 0,00 0,94 916 0,00
Le12_aca 0,13 916 0,00 0,94 916 0,00
Le13_aca 0,13 916 0,00 0,94 916 0,00
Le14_afe 0,15 916 0,00 0,94 916 0,00
Le15_afe 0,17 916 0,00 0,91 916 0,00
Le16_afe 0,14 916 0,00 0,92 916 0,00
N=916
Dado que H0 (a distribuição é normal) e H1 (a distribuição não é normal)
(RODRIGUES; PAULO, 2007), pode-se afirmar que evidência estatística para rejeitar H0
ao nível de significância de 5% para todas variáveis desse estudo.
140
Tabela 33 Teste de Normalidade Análise da Assimetria e Curtose das Variáveis Pesquisa Valores
Normativos
ASSIMETRIA CURTOSE
Variáveis
Estatística Erro
Z
Sig.
Estatística Erro Z
Sig.
Va1 -1,91 0,08 -23,60 0,00 4,08 0,16 25,26
0,00
Va2 -1,27 0,08 -15,68 0,00 1,73 0,16 10,74
0,00
Va3 -2,14 0,08 -26,44 0,00 5,40 0,16 33,44
0,00
Va4 -0,91 0,08 -11,29 0,00 0,19 0,16 1,18 0,24
Va5 -0,63 0,08 -7,85 0,00 0,31 0,16 1,92 0,05
Va6 -1,19 0,08 -14,79 0,00 1,43 0,16 8,88 0,00
Va7 -2,49 0,08 -30,79 0,00 7,06 0,16 43,76
0,00
Va8 -1,42 0,08 -17,63 0,00 1,84 0,16 11,42
0,00
Va9 -0,86 0,08 -10,67 0,00 0,50 0,16 3,10 0,00
Va10 -0,55 0,08 -6,77 0,00 -0,09 0,16 -0,53 0,60
At1 -0,29 0,08 -3,53 0,00 -0,11 0,16 -0,66 0,51
At2 -0,14 0,08 -1,76 0,08 -0,20 0,16 -1,26 0,21
At3 -0,60 0,08 -7,49 0,00 0,46 0,16 2,84 0,00
At4 -0,75 0,08 -9,26 0,00 0,34 0,16 2,12 0,03
At5 -1,14 0,08 -14,17 0,00 0,90 0,16 5,55 0,00
At6 -0,81 0,08 -10,02 0,00 0,38 0,16 2,36 0,02
At7 -0,54 0,08 -6,74 0,00 0,01 0,16 0,09 0,93
At8 -0,50 0,08 -6,13 0,00 -0,07 0,16 -0,44 0,66
At9 -1,00 0,08 -12,41 0,00 0,68 0,16 4,20 0,00
Le1_cog -0,08 0,08 -1,02 0,31 -0,08 0,16 -0,50 0,62
Le2_cog -0,51 0,08 -6,25 0,00 -0,37 0,16 -2,30 0,02
Le3_cog -0,51 0,08 -6,28 0,00 -0,50 0,16 -3,12 0,00
Le4_con 0,40 0,08 4,94 0,00 -0,96 0,16 -5,92 0,00
Le5_con -0,22 0,08 -2,76 0,01 -0,89 0,16 -5,49 0,00
Le6_afe -0,15 0,08 -1,80 0,07 -0,98 0,16 -6,09 0,00
Le7_con -0,19 0,08 -2,31 0,02 -0,92 0,16 -5,70 0,00
Le8_con -0,64 0,08 -7,92 0,00 -0,50 0,16 -3,09 0,00
Le9_cog -0,41 0,08 -5,05 0,00 -0,59 0,16 -3,68 0,00
Le10_aca -0,20 0,08 -2,47 0,01 -0,80 0,16 -4,97 0,00
Le11_aca -0,10 0,08 -1,26 0,21 -0,83 0,16 -5,15 0,00
Le12_aca -0,15 0,08 -1,85 0,06 -0,81 0,16 -5,03 0,00
Le13_aca -0,18 0,08 -2,21 0,03 -0,91 0,16 -5,61 0,00
Le14_afe -0,16 0,08 -1,94 0,05 -0,76 0,16 -4,74 0,00
Le15_afe -0,63 0,08 -7,75 0,00 -0,37 0,16 -2,31 0,02
Le16_afe 0,16 0,08 1,93 0,05 -1,13 0,16 -6,98 0,00
N = 916. Notas: Estatística é a estimativa do parâmetro de curtose ou assimetria. Erro
padrão da estimativa. Valor Z é o teste Z da estimativa contra 0 (razão Est/Erro) e Sig. é a
significância do teste Z.
Pelos resultados dos testes de assimetria e curtose, apresentados acima, numa
significância de parâmetro de alfa igual a 0,1% (TABACHNICK; FIDELL, 1996), constata-se
desvio de normalidade na maior parte das variáveis. Observa-se uma maior concentração de
assimetria negativa (33 das 35 variáveis), ou seja, dados muito concentrados acima da média
das variáveis, e um equilíbrio entre a curtose positiva (15 variáveis) e a negativa (20
variáveis). Quanto aos desvios significativos de normalidade, foram encontradas 24 variáveis
com assimetria diferente de 0 (68,5%) e 23 (65,7%) variáveis com curtose diferente do valor
esperado de uma curva normal (0), confirmando a ausência de normalidade dos dados. Logo,
141
as comparações das estatísticas Z de assimetria e curtose confirmam os resultados dos testes
K-S, ou seja, os dados da pesquisa Valores Normativos não têm distribuição normal.
Com o objetivo de minimizar os problemas de normalidade, optou-se pela
transformação das variáveis conforme sugerem Hair et al. (2005) e Tabachnick e Fidell
(1996). Dentre as transformações possíveis, foram aplicadas funções logarítmicas para
corrigir a assimetria positiva (2 variáveis), raiz quadrada para corrigir a assimetria negativa
(33 variáveis), e função inversa para corrigir as curtoses (RODRIGUES; PAULO, 2007). Os
resultados desses procedimentos estão apresentados nas Tabelas 34a e 34b.
Tabela 34a Assimetria e Curtose das Variáveis Transformadas Valores e Atitude Pesquisa Valores
Normativos
ASSIMETRIA CURTOSE
Variáveis
Estatística Erro Z
Sig.
Estatística Erro Z
Sig.
Va1 -1,22 0,08 -15,12
0,00 0,23 0,16 1,43 0,15
Va2 -0,57 0,08 -7,07 0,00 -1,00 0,16 -6,21 0,00
Va3 -1,33 0,08 -16,47
0,00 0,58 0,16 3,61 0,00
Va4 -0,54 0,08 -6,63 0,00 -0,95 0,16 -5,88 0,00
Va5 -0,39 0,08 -4,81 0,00 -0,27 0,16 -1,65 0,10
Va6 -0,57 0,08 -7,10 0,00 -0,96 0,16 -5,96 0,00
Va7 -1,64 0,08 -20,29
0,00 1,62 0,16 10,03 0,00
Va8 -0,81 0,08 -10,07
0,00 -0,57 0,16 -3,52 0,00
Va9 -0,42 0,08 -5,20 0,00 -0,86 0,16 -5,33 0,00
Va10 -0,35 0,08 -4,29 0,00 -0,54 0,16 -3,35 0,00
At1 -0,06 0,08 -0,75 0,45 -0,44 0,16 -2,75 0,01
At2 -0,14 0,08 -1,71 0,09 -0,21 0,16 -1,28 0,20
At3 0,08 0,08 0,95 0,34 -0,59 0,16 -3,65 0,00
At4 -0,17 0,08 -2,15 0,03 -0,85 0,16 -5,24 0,00
At5 -0,44 0,08 -5,51 0,00 -1,28 0,16 -7,93 0,00
At6 -0,37 0,08 -4,59 0,00 -1,01 0,16 -6,29 0,00
At7 -0,34 0,08 -4,26 0,00 -0,47 0,16 -2,91 0,00
At8 -0,29 0,08 -3,61 0,00 -0,53 0,16 -3,26 0,00
At9 -0,50 0,08 -6,24 0,00 -0,87 0,16 -5,38 0,00
N = 916
142
Tabela 34b Assimetria e Curtose das Variáveis Transformadas Fases da Lealdade Pesquisa Valores
Normativos
ASSIMETRIA CURTOSE
Variáveis
Estatística Erro Z
Sig.
Estatística Erro Z
Sig.
Le1_cog -0,08 0,08 -1,02 0,31 -0,08 0,16 -0,50 0,62
Le2_cog -0,29 0,08 -3,59 0,00 -0,69 0,16 -4,27 0,00
Le3_cog -0,29 0,08 -3,59 0,00 -0,82 0,16 -5,09 0,00
Le4_con 0,40 0,08 4,99 0,00 -0,96 0,16 -5,92 0,00
Le5_con -0,22 0,08 -2,75 0,01 -0,89 0,16 -5,50 0,00
Le6_afe 0,49 0,08 6,04 0,00 -0,89 0,16 -5,52 0,00
Le7_con -0,19 0,08 -2,31 0,02 -0,92 0,16 -5,70 0,00
Le8_con -0,45 0,08 -5,56 0,00 -0,90 0,16 -5,57 0,00
Le9_cog -0,41 0,08 -5,06 0,00 -0,59 0,16 -3,68 0,00
Le10_aca -0,20 0,08 -2,46 0,01 -0,80 0,16 -4,97 0,00
Le11_aca -0,10 0,08 -1,26 0,21 -0,83 0,16 -5,15 0,00
Le12_aca -0,15 0,08 -1,85 0,06 -0,81 0,16 -5,03 0,00
Le13_aca -0,18 0,08 -2,21 0,03 -0,91 0,16 -5,61 0,00
Le14_afe -0,16 0,08 -1,94 0,05 -0,76 0,16 -4,74 0,00
Le15_afe -0,39 0,08 -4,85 0,00 -0,74 0,16 -4,57 0,00
Le16_afe 0,36 0,08 4,51 0,00 -1,01 0,16 -6,23 0,00
N = 916
Observa-se pelos resultados que houve uma pequena melhora quanto à assimetria, que
foi reduzida, porém permanecendo negativa, e que não houve melhora representativa quanto à
curtose, que deixou de ser positiva e passou a ser, na maioria das variáveis, negativa.
Em resumo, os resultados dos testes K-S e da comparação da assimetria e curtose
evidenciam a violação da normalidade multivariada, especialmente nos dados originais (sem
transformação). Em função disso, optou-se por continuar as análises com a base de dados
original, ou seja, com as respostas emitidas pelos entrevistados.
A distribuição normal das variáveis em um grupo é um requisito para a existência da
normalidade multivariada de todas as combinações lineares destas variáveis (TABACHNICK;
FIDELL, 1996). No entanto, não se considera que o desvio de normalidade implique
proibição para aplicação da técnica Modelagem de Equações Estruturais, foco dessa pesquisa,
pois o tamanho da amostra é relativamente grande, o que permite minimizar o impacto do erro
amostral (HAIR et al., 2005). Além desse fato, a complexidade dos modelos a serem testados
é moderada, o que permite desvios de normalidade dos dados (TABACHNICK; FIDELL,
1996).
143
4.2.7.6 Teste de Linearidade
O teste de linearidade consiste na análise da relação das variáveis com os padrões de
associação entre cada par de variável. Técnicas multivariadas baseadas em medidas que
correlacionam associações, tais como regressão múltipla, regressão logística, análise fatorial e
modelagem de equações estruturais, fundamentam-se na análise de relações lineares entre as
variáveis (HAIR et al., 2005). Nesse estudo foram realizadas análises de correlação, que
representam apenas a associação linear entre variáveis. É importante ressaltar que os efeitos
não-lineares não são apresentados no valor de correlação (HAIR et al., 2005).
O teste para determinar as relações lineares existentes entre os atributos dos
constructos Valores Pessoais, Atitude e Fases da Lealdade foi realizado por meio do
Coeficiente de Correlação de Pearson, que varia de -1 a +1. Quanto mais próximo desses
valores for o resultado da relação, maior o grau de associação entre as variáveis, e quanto
mais próximo de zero, menor a relação, indicando que não existe correlação entre elas. A
relação positiva indica que quando uma variável aumenta de valor a outra acompanha esse
aumento (HAIR et al., 2005). Os resultados estão apresentados nas Tabelas 35a, 35b, 35c,
35d, 35e e 35f).
Tabela 35a Análise de Correlações dos Atributos de Valores Pessoais
Coeficiente de Correlação de Pearson (Bicaudal)
Va1 Va2 Va3 Va4 Va5 Va6 Va7 Va8 Va9 Va10
Va1 1
Va2 0,45 1
Va3 0,26 0,35 1
Va4 0,34 0,40 0,45 1
Va5 0,19 0,22 0,17 0,25 1
Va6 0,25 0,30 0,27 0,29 0,29 1
Va7 0,25 0,27 0,35 0,40 0,16 0,30 1
Va8 0,18 0,20 0,32 0,25 0,29 0,30 0,28 1
Va9 0,16 0,17 0,28 0,24 0,35 0,28 0,24 0,38 1
Va10 0,14 0,16 0,27 0,14 0,31 0,27 0,10 0,29 0,41 1
N = 916. Nota: Todas as correlações são significativas ao nível 0,01.
Observa-se que as variáveis Va1 com a Va2 e a Va4 com a Va3 são as que possuem
maiores relações (0,45), e que as variáveis Va10 com a Va7 são as têm menores relações
lineares (0,10). Assim, constata-se que não há variáveis altamente correlacionadas nem
144
variáveis com ausência de correlação, sendo esse conjunto de atributos apropriado às análises
multivariadas (HAIR et al., 2005).
Tabela 35b Análise de Correlações dos Atributos de Atitude
Coeficiente de Correlação de Pearson (Bicaudal)
At1 At2 At3 At4 At5 At6 At7 At8 At9
At1 1,00
At2 0,23 1,00
At3 0,63 0,26 1,00
At4 0,50 0,19 0,60 1,00
At5 0,17 0,03(0,30)ª 0,28 0,26 1,00
At6 0,26 0,11 0,34 0,41 0,52 1,00
At7 0,48 0,20 0,56 0,66 0,23 0,40 1,00
At8 0,36 0,14 0,44 0,41 0,37 0,36 0,44 1,00
At9 0,28 0,05(0,08)ª 0,31 0,35 0,47 0,38 0,36 0,51 1,00
N = 916. Notas: Correlações significativas ao nível 0,01; ª nível de significância acima de 0,05.
Observa-se, na tabela acima, que a associação mais forte ocorre entre as variáveis At7
e At4 (0,66) e que a menor correlação se dá entre as variáveis At6 e At2 (0,11). Constata-se,
ainda, que as relações entre as variáveis At5 e At9 com a variável At2 não são estatisticamente
significativas à 1%.
Tabela 35c Análise de Correlações dos Atributos da Fase Cognitiva da Lealdade
Coeficiente de Correlação de Pearson (Bicaudal)
Le1_cog Le2_cog Le3_cog Le9_cog
Le1_cog 1,00
Le2_cog 0,28 1,00
Le3_cog 0,49 0,24 1,00
Le9_cog 0,47 0,28 0,59 1,00
N = 916. Nota: Todas as correlações são significativas ao nível 0,01.
Tabela 35d Análise de Correlações dos Atributos da Fase Afetiva da Lealdade
Coeficiente de Correlação de Pearson (Bicaudal)
Le6_afe Le14_afe Le15_afe Le16_afe
Le6_afe 1,00
Le14_afe 0,62 1,00
Le15_afe 0,48 0,59 1,00
Le16_afe 0,63 0,69 0,54 1,00
N = 916. Nota: Todas as correlações são significativas ao nível 0,01.
Tabela 35e Análise de Correlações dos Atributos da Fase Conativa da Lealdade
Coeficiente de Correlação de Pearson (Bicaudal)
Le4_con Le5_con Le7_con Le8_con
Le4_con 1,00
Le5_con 0,44 1,00
Le7_con 0,25 0,42 1,00
Le8_con 0,20 0,31 0,41 1,00
N = 916. Nota: Todas as correlações são significativas ao nível 0,01.
145
Tabela 35f Análise de Correlações dos Atributos da Fase Ação da Lealdade
Coeficiente de Correlação de Pearson (Bicaudal)
Le10_aca Le11_aca Le12_aca Le13_aca
Le10_aca 1,00
Le11_aca 0,80 1,00
Le12_aca 0,71 0,77 1,00
Le13_aca 0,68 0,80 0,79 1,00
N = 916. Nota: Todas as correlações são significativas ao nível 0,01.
Os resultados apresentados nas tabelas 35c, 35d, 35e e 35f correspondem às
correlações entre os atributos das Fases da Lealdade. Observa-se que as maiores correlações
variam entre 0,44 (Fase Conativa) e 0,80 (Fase Ação), e as menores variam de 0,20 (Fase
Conativa) a 0,28 (Fase Cognitiva). Verifica-se que o constructo Fase Ação é o que possui as
maiores correlações, e que o constructo Fase Conativa é o que possui as variáveis menos
correlacionadas. Portanto, conclui-se que todas as variáveis das Fases da Lealdade estão bem
correlacionadas nos seus respectivos fatores.
Em resumo, pelos resultados da aplicação do teste de Coeficiente de Correlação de
Pearson (Bicaudal), constata-se que as relações entre as variáveis da pesquisa Valores
Normativos atendem à suposição de correlação entre variáveis, conforme sugerem Hair et al.
(2005).
4.2.7.7 Teste de Multicolinearidade
A multicolinearidade verifica a extensão pela qual uma variável pode ser explicada por
outras na análise, ou seja, é o grau em que qualquer efeito de uma variável pode ser previsto
ou explicado por outras variáveis (KLINE, 2005; TABACHNICK; FIDELL, 1996). Assim, à
medida que a multicolinearidade de uma variável aumenta em relação a outras variáveis
independentes, a interpretação estatística da variável fica mais complicada, dificultando a
verificação do efeito de qualquer variável em função de suas inter-relações, tornando os
estimadores menos eficientes e as estimativas imprecisas (CUNHA; COELHO, 2007). Há
multicolinearidade quando as correlações entre as variáveis são muito altas (acima de 0,90)
(HAIR et al., 2005, p. 167).
De acordo com Hair et al. (2005), testes como Valor de Tolerância e Fator de Inflação
da Variância (VIF) identificam a multicolinearidade entre as variáveis. A tolerância é a
146
quantia de variabilidade da variável independente selecionada não explicada pelas outras
variáveis independentes. O VIF é o inverso da tolerância (1/tolerância). Um valor alto de
tolerância indica pouca colinearidade e valores próximos de zero indicam que a variável é
quase que totalmente explicada pelas outras variáveis independentes. Assim, a
multicolinearidade é problemática para as variáveis com valor de tolerância igual a 0,10,
aceitável para valores entre 0,10 e 1 e ausente para valores iguais a 1. Já no teste VIF
procuram-se valores pequenos, com indicativos de baixa inter-correlação entre as variáveis.
Logo, a multicolinearidade é problemática para as variáveis com valor igual a 10, aceitável
para valores entre 1 a 10 e ausente para valores iguais a 1 (HAIR et al., 2005).
Os resultados dos testes de Tolerância e o Fator de Inflação de Variância (VIF), desse
estudo, estão apresentados na Tabela 36.
Tabela 36 Análise de Multicolinearidade das Variáveis Pesquisa Valores Normativos
Variáveis Tolerância
VIF Variáveis
Tolerância VIF
Va1 0,73 1,36 Le1_cog 0,60 1,66
Va2 0,65 1,53 Le2_cog 0,77 1,30
Va3 0,66 1,52 Le3_cog 0,50 2,00
Va4 0,62 1,61 Le4_con 0,73 1,36
Va5 0,73 1,37 Le5_con 0,66 1,51
Va6 0,73 1,36 Le6_afe 0,46 2,19
Va7 0,73 1,37 Le7_con 0,70 1,43
Va8 0,71 1,40 Le8_con 0,72 1,39
Va9 0,67 1,50 Le9_cog 0,46 2,20
Va10 0,71 1,41 Le10_aca 0,30 3,32
At1 0,50 1,99 Le11_aca 0,22 4,64
At2 0,90 1,11 Le12_aca 0,29 3,42
At3 0,40 2,50 Le13_aca 0,24 4,12
At4 0,44 2,28 Le14_afe 0,39 2,54
At5 0,61 1,65 Le15_afe 0,38 2,63
At6 0,59 1,70 Le16_afe 0,40 2,49
At7 0,47 2,15
At8 0,59 1,70
At9 0,59 1,69
N = 916
Observa-se pelos resultados que todas as variáveis apresentam multicolinearidade
aceitável (VIF entre 1,11 e 4,64; Tolerância entre 0,22 e 0,90).
Após o término da preparação dos dados, passou-se às análises estatísticas dos dados
da pesquisa Valores Normativos.
147
4.2.8 Análise dos Dados
Na pesquisa Valores Normativos foram utilizadas técnicas de análise univariadas,
análise de variância (ANOVA) e análise multivariadas.
4.2.8.1 Análise Univariada dos Dados
Análise univariada é o exame da distribuição de casos, utilizando-se uma variável de
cada vez (BABBIE, 1999; MALHOTRA, 2001). Nesse estudo foram aplicadas as técnicas (i)
análise de freqüências e (ii) análise de medidas de tendência central (médias e desvios-
padrão).
4.2.8.1.1 Análise de Freqüências
As análises de freqüências foram realizadas na amostra da cidade de Porto Alegre e
regiões metropolitanas, conjuntamente (N=916). Analisou-se a caracterização demográfica, o
banco do correntista e o tempo de relacionamento bancário.
A Caracterização Demográfica
A caracterização demográfica visa apresentar o perfil dos respondentes. Essa seção
está dividida em: a) sexo, b) idade, c) estado civil, d) escolaridade, e) ocupação principal, e d)
faixa de renda bruta mensal individual.
a) Sexo
Foi a primeira variável utilizada para caracterizar os dados demográficos da amostra.
Os resultados estão apresentados na Tabela 37.
148
Tabela 37 Sexo
Sexo F%
Total
Masculino 51,20
Feminino 48,80
Total 100%
N = 916
Observa-se, na tabela acima, um certo equilíbrio da amostra em relação ao sexo, com
uma pequena predominância do sexo masculino (51,20%).
b) Idade
A variável idade foi distribuída em seis faixas etárias. A caracterização dos
respondentes está apresentada na Tabela 38.
Tabela 38 Idade
Idade F% / anos
Total
Até 20 18,60
de 21 a 24 34,50
de 25 a 34 29,10
de 35 a 44 10,30
de 45 a 54 5,30
acima de 55 1,70
Missing 0,40
Total 100%
N = 916
Observa-se uma concentração da amostra na faixa etária entre 21 e 34 anos de idade
(63,60%), demonstrando que os respondentes são relativamente jovens.
c) Estado Civil
Essa variável foi apresentada com cinco opções, de ‘solteiro’ a ‘outro’. Os resultados
estão na Tabela 39.
149
Tabela 39 Estado Civil
Estado Civil F%
Total
Solteiro
71,50
Casado
21,90
Divorciado
2,90
Viúvo
1,00
Outro
2,30
Missing
0,30
Total
100,0%
N = 916
A amostra é composta majoritariamente por respondentes solteiros (71,50%); os
casados são o segundo grupo mais representativo da amostra (21,90%).
d) Escolaridade
A variável escolaridade foi apresentada em cinco faixas, do 1° grau à Pós-
graduação completa. Os resultados estão na Tabela 40.
Tabela 40 Grau de Instrução
Grau de Instrução F%
Total
Primeiro Grau Incompleto 0,80
Primeiro Grau Completo 0,30
Segundo Grau Incompleto 1,40
Segundo Grau Completo 4,30
Superior Incompleto 78,50
Superior Completo 7,40
Pós-graduação Incompleta 3,10
Pós-graduação Completa 4,30
Total
100,0%
N = 916
Nessa variável houve predominância de respondentes com grau de escolaridade
superior incompleto (78,50%). Em segundo lugar ficaram os respondentes com nível superior
completo (7,40%), seguidos por aqueles com segundo grau completo (4,30%).
Tal resultado se deve ao fato de a coleta de dados ter sido realizada, em sua maioria,
junto a alunos de graduação.
150
e) Ocupação Principal
A variável ocupação principal foi composta por sete opções, de ‘aposentado’ a
‘outra’. Os resultados estão na Tabela 41.
Tabela 41 Ocupação Principal
Ocupação Principal F%
Total
Aposentado
1,30
Autônomo
5,50
Estudante
33,50
Funcionário de Empresa Privada
33,80
Funcionário de Economia Mista
6,20
Funcionário Público
9,50
Profissional Liberal
2,50
Outra
7,60
Total
100,0%
N = 916
Quanto à variável ocupação principal, observa-se um leve predomínio de Funcionários
de Empresas Privadas (33,80%) sobre Estudantes (33,50%).
f) Faixa de Renda Bruta Mensal Individual
A variávelrenda bruta mensal foi apresentada aos respondentes em 8 faixas. As
respostas estão apresentadas na Tabela 42.
Tabela 42 Faixa de Renda Bruta Mensal Individual
Faixa de Renda Bruta Mensal Individual
(Reais) F%
Total
até R$ 999,99
40,70
de R$ 1.000,00 até R$ 2.000,00
29,70
de R$ 2.001,00 até R$ 3.000,00
12,80
de R$ 3.001,00 até R$ 4.000,00
6,10
de R$ 4.001,00 até R$ 6.000,00
5,60
de R$ 6.001,00 até R$ 8.000,00
1,60
de R$ 8.001,00 até R$ 10.000,00
1,20
acima de R$ 10.000,00
2,10
Total
100,0%
N = 916
151
Ao analisar essa variável, verifica-se que há uma concentração de respostas nas
faixas de renda que vão de R$ 999,00 até R$ 2.000,00 (70,40%), decrescendo nas demais,
demonstrando um rendimento mensal individual baixo.
Nesta seção foi analisado o perfil da amostra quanto aos dados demográficos. As
próximas seções tratam do principal banco de relacionamento e do tempo bancário do
respondente.
BBanco do Correntista
O Nome do Banco foi uma pergunta aberta, devendo o respondente anotar o nome
da instituição com a qual mantém maior tempo de relacionamento. As respostas mais
representativas estão apresentadas na Tabela 43.
Tabela 43 Nome do Banco de Maior Relacionamento
Banco de Maior Relacionamento F%
Total
Banco do Brasil 36,00
Banrisul 20,90
Bradesco 9,40
Itaú 7,50
Caixa Econômica Federal 6,60
Real 6,40
Santander 3,90
HSBC 2,90
Unibanco 2,30
Sicredi 1,00
Citibank 0,40
Outros 2,60
Total 100,0%
N = 916
Mais da metade dos respondentes (56,90%) está vinculada a dois bancos, Banco do
Brasil (36,00%) e Banrisul (20,90%), sendo ambos os bancos vinculados aos Governos
(Federal e Estadual, respectivamente).
152
CTempo de Relacionamento Bancário
A variável ‘tempo de relacionamento bancário’ foi uma pergunta-filtro. Se a resposta
fosse inferior a 6 meses, o questionário era considerado inelegível.
As respostas dessa variável foram agrupadas e classificadas da mesma maneira que na
pesquisa Valores Ipsativos, ou seja, em quatro faixas: clientes entrantes, com relacionamento
entre 6 e 24 meses (até 2 anos); clientes vulneráveis, com relacionamento entre 25 e 60 meses
(de 2 a 5 anos); clientes estáveis, com relação entre 61 e 120 meses (de 5 a 10 anos); e clientes
maduros, com relacionamento superior a 120 meses (acima de 10 anos). Os resultados estão
apresentados na Tabela 44.
Tabela 44 Tempo Relacionamento Bancário
Tempo Relacionamento Bancário (F%)
Total
Clientes Entrantes (até 2 anos) 32,40
Clientes Vulneráveis (2 a 5 anos) 36,70
Clientes Estáveis (5 a 10 anos) 20,30
Clientes Maduros (acima de 10 anos) 10,60
Total 100,0
%
N = 916
Observa-se pelos resultados que há uma concentração da amostra entre Clientes
Entrantes (32,40%) e Clientes Vulneráveis (36,70%), com um total de 69,10% dos
respondentes. Esses dados demonstram que a maioria dos respondentes encontra-se numa fase
de relacionamento inicial com seus bancos, refletindo a idade da amostra.
Assim, após as análises univariadas de freqüências, passa-se às análises das medidas
de tendência central (médias) e de dispersão da amostra (desvios-padrão).
153
4.2.8.1.2 Medida de Tendência Central e Medida de Dispersão
As medidas de tendência central (ex. média) descrevem a posição de uma variável
dentro de um conjunto de dados, e as medidas de dispersão (ex. desvios-padrão) tratam do
posicionamento da variável numa distribuição (BABBIE, 1999; MALHOTRA, 2001). Os
resultados obtidos nessas análises estão apresentados nas Tabelas 45.
Tabela 45 Estatísticas Descritivas Pesquisa Valores Normativos
Dimensões / Atributos Média
Desvio
Padrão
Valores Pessoais
Va1_Auto-respeito 6,48 0,86
Va2_Equilíbrio Interno 6,19 0,99
Va3_Felicidade 6,50 0,87
Va4_Mundo de Paz 5,92 1,18
Va5_Reconhecimento Social 5,27 1,28
Va6_Sabedoria 6,25 0,91
Va7_Segurança da Família 6,57 0,86
Va8_Sentimento de Realização 6,35 0,88
Va9_Vida Confortável 5,90 1,09
Va10_Vida Excitante 5,36 1,30
Atitude
At1_Amigável-Não amigável 3,60 0,92
At2_Quieto-Barulhento 3,19 1,01
At3_Bom-Ruim 3,77 0,88
At4_Confiável-Não confiável 3,97 0,90
At5_Grande-Sem Cresimento 4,29 0,86
At6_Estável-Instável 4,22 0,80
At7_Honesto-Desonesto 3,90 0,90
At8_Progressivo-Sem Muito Progresso 3,84 0,92
At9_Visível-Invisível 4,19 0,89
Lealdade Cognitiva
Le1_cog_Eu acredito que o Bco X tem as melhores ofertas neste momento 4,14 1,40
*Le2_cog_Eu acredito que o Bco X não oferece aquilo de que eu gosto 4,90 1,49
Le3_cog_Eu acredito que usar o Bco X é preferível a outros bancos 4,80 1,61
Le9_cog_Eu prefiro o serviço do Bco X ao serviço de seus concorrentes 4,64 1,67
Lealdade Afetiva
Le6_afe_Eu me sinto ligado ao Bco X 4,19 1,84
Le14_afe_Eu tenho uma relação emocional positiva com o Bco X 4,13 1,74
Le15_afe_Futuramente, eu gostaria de permanecer cliente do Bco X 4,87 1,71
Le16_afe_O Banco X tem significado pessoal para mim 3,67 1,95
Lealdade Conativa
*Le4_con_Eu experimentaria outro Bco se ele fosse 25% mais barato que o Bco X 3,33 1,90
*Le5_con_Eu experimentaria outro Bco se ele oferecesse instalações melhores 4,36 1,81
*Le7_con_Eu mudaria de Bco se a equipe de outro banco fosse mais simpática 4,42 1,78
*Le8_con_Eu mudaria de Bco se outro oferecesse mais status 5,20 1,69
Lealdade Ação
Le10_aca_Eu sempre continuarei a escolher a qualidade do Bco X antes de outros 4,12 1,75
Le11_aca_Eu sempre continuarei a escolher o Bco X antes de outros bcos 4,02 1,74
Le12_aca_Eu sempre continuarei a favorecer as ofertas do Bco X antes de outros 4,05 1,71
Le13_aca_Eu sempre escolherei usar o Bco X preferencialmente aos concorrentes 4,14 1,78
Notas: * Variáveis com valores revertidos. Valores foi medido por escala do tipo de Likert de 7 pontos. Atitude
foi medida pela escala de Diferencial Semântico de5 pontos. Lealdade foi medida por escala do tipo de Likert de
7 pontos.
154
Pelos resultados das análises descritivas apresentadas na tabela acima se percebe que:
a) Os atributos de Valores Pessoais, que foram medidos por uma escala do tipo de
Likert, com grau de importância entre 1 (sem importância) e 7 (muito importante), tiveram
médias variando entre 5,27 (Va5) e 6,57 (Va7) e desvios-padrão entre 0,86 (Va1 e Va7) e 1,28
(Va5), demonstrando médias altas com pouca dispersão;
b) Os atributos de Atitude, que foram medidos por uma escala de diferencial
semântico de 5 pontos, tiveram médias variando entre 3,19 (At2) e 4,29 (At5), com desvios-
padrão entre 0,80 (At6) e 1,01 (At2). Verifica-se que as médias foram altas com pouca
dispersão; e
c) Os atributos de Lealdade, que foram medidos por uma escala do tipo de Likert,
com grau de concordância entre 1 (discordo totalmente) e 7 (concordo totalmente), tiveram
suas médias variando entre 3,33 (Le4_con) e 5,20 (Le8_con), com desvios-padrão entre 1,40
(Le1_cog) e 1,95 (Le16_afe), demonstrando médias moderadas com pouca dispersão.
Assim, após as análises descritivas, que apresentaram as distribuições das respostas
quanto às médias e desvios-padrão, passa-se à seção da Análise de Variância (ANOVA).
4.2.8.2 Análise de Variância (ANOVA)
ANOVA é uma técnica estatística utilizada para comparar, com base em uma medida
dependente, se um conjunto de dados numéricos ou várias amostras oriundas de uma mesma
população têm médias iguais (HAIR et al., 2005). Em essência, verifica-se se os valores dos
dados são significativamente distintos uns dos outros dentro do mesmo conjunto de dados.
Aplica-se ANOVA como um teste de médias para duas ou mais populações, sendo a hipótese
nula todas as médias iguais (MALHOTRA, 2001). De acordo com esse autor, na análise de
variância deve-se ter uma variável dependente métrica e outra ou outras variáveis
independentes categóricas (não-métricas).
Nesse estudo, realizou-se a comparação das médias de valores pessoais dentro dos
segmentos de gênero, idade, escolaridade, renda e tempo de relacionamento bancário. As sub-
amostras foram divididas por meio da divisão-mediana, transformando-as em variáveis
155
dicotômicas (ex. idade baixa=0; idade alta=1), com exceção do gênero. Os resultados que
apresentaram diferenças estatisticamente significantes dentro dos respectivos segmentos estão
apresentados na Tabela 46; os resultados completos estão no Anexo I.
Tabela 46 ANOVA Comparação de Médias de Valores dentre Segmentos
Valores Segmentos
Média
Teste F Sig
Masculino 6,34
Feminino 6,64
28,249 0,000
Idade Baixa 6,45
Idade Alta 6,64
6,923 0,009
Tempo Relacionamento Baixo 6,43
Auto-respeito
Tempo Relacionamento Alto 6,55
4,184 0,041
Masculino 6,09
Feminino 6,30
10,76 0,001
Idade Baixa 6,13
Idade Alta 6,45
13,547 0,000
Renda Baixa 6,15
Renda Alta 6,30
4,617 0,032
Tempo Relacionamento Baixo 6,11
Equilíbrio Interno
Tempo Relacionamento Alto 6,30
8,351 0,004
Masculino 5,73
Feminino 6,12
24,881 0,000
Idade Baixa 5,86
Idade Alta 6,21
12,075 0,001
Tempo Relacionamento Baixo 5,85
Mundo de Paz
Tempo Relacionamento Alto 6,01
4,119 0,043
Masculino 5,10
Feminino 5,45
17,128 0,000
Escolaridade Baixa 5,71
Escolaridade Alta 5,24
7,942 0,005
Renda Baixa 5,33
Renda Alta 5,13
4,502 0,034
Tempo Relacionamento Baixo 5,35
Reconhecimento Social
Tempo Relacionamento Alto 5,16
5,016 0,025
Idade Baixa 6,22
Idade Alta 6,37
3,778 0,050
Renda Baixa 6,20
Sabedoria
Renda Alta 6,37
7,073 0,008
Masculino 6,27
Feminino 6,43
7,122 0,008
Escolaridade Baixa 6,07
Sentimento de Realização
Escolaridade Alta 6,37
6,730 0,010
Masculino 5,52
Feminino 5,18
16,176 0,000
Idade Baixa 5,43
Idade Alta 5,03
12,532 0,000
Tempo Relacionamento Baixo 5,47
Vida Excitante
Tempo Relacionamento Alto 5,21
9,082 0,003
Notas: Maculino (N=469) e Feminino (N=447); Idade Novos, até 34 anos (N=753) e Experientes, acima 34
anos (N=163); Escolaridade Baixa, até o 2º Grau completo (N=62) e Alta, acima do 2º Grau (N=854); Renda
Baixa, até R$ 2.000,00 e Alta, acima de R$ 2.000,00 (N=271); e Tempo de Relacionamento Baixo, até 2
anos de conta corrente (N=534) e Alto, mais de 2 anos (N=382).
156
Pelos resultados, observa-se que:
a) no valor Auto-respeito houve diferenças dentro dos segmentos gênero (mais
importante para as mulheres), idade (mais importante para respondentes mais experientes) e
no tempo de relacionamento bancário (mais importante para clientes antigos);
b) no valor Equilíbrio Interno foram identificadas diferenças entre gênero (mais
importante para as mulheres), idade (mais importante para respondentes mais experientes),
renda (mais importante para alta renda) e no segmento tempo de relacionamento bancário
(mais importante para clientes antigos);
c) no valor Mundo de Paz ocorreram diferenças entre gênero (mais importante para as
mulheres), idade (mais importante para respondentes mais experientes) e no segmento tempo
de relacionamento bancário (mais importante para clientes antigos);
d) no valor Reconhecimento Social existiram diferenças entre gênero (mais importante
para as mulheres), escolaridade (mais importante para baixo nível escolar), renda (mais
importante para baixa renda) e no segmento tempo de relacionamento bancário (mais
importante para clientes novos);
e) no valor Sabedoria houve diferenças entre idade (mais importante para respondentes
mais experientes) e no segmento renda (mais importante para alta renda);
f) no valor Sentimento de Realização ocorreram diferenças entre gênero (mais
importante para as mulheres) e escolaridade (mais importante para alto nível escolar); e
g) no valor Vida Excitante foram detectadas diferenças entre gênero (mais importante
para os homens), idade (mais importante para respondentes mais novos) e no segmento tempo
de relacionamento bancário (mais importante para clientes novos).
Após as análises uni e bivariadas, passa-se à seção da análise multivariada dos dados.
4.2.8.3 Análise Multivariada dos Dados
A análise multivariada dos dados consiste em um conjunto de métodos estatísticos que
torna possível a análise simultânea de múltiplas medidas para cada indivíduo, objeto ou
157
fenômeno (RODRIGUES; PAULO, 2007). Nesse estudo foi aplicado o método Modelagem
de Equações Estruturais.
4.2.8.3.1 Modelagem de Equações Estruturais
A Modelagem de Equações Estruturais (MEE) é um método confirmatório e se baseia
em relações causais entre variáveis dependentes e independentes, presumindo que alteração
numa variável provoca mudança em outra (HAIR et al., 2005, p. 476). No entanto, esses
autores ressaltam que existe um acordo geral com pelo menos quatro critérios para se fazer
declarações de causalidade, o primeiro é a associação suficiente entre duas variáveis; o
segundo a antecedência temporal da causa versus o efeito, o terceiro a falta de variáveis
causais alternativas, e o quarto uma base teórica para a relação.
A MEE possibilita testar uma série de relações que constituem (i) um modelo em
larga escala, (ii) um conjunto de princípios fundamentais, e/ou (iii) uma teoria como um todo,
pois acomoda múltiplas relações de dependência em um só modelo (KLINE, 2005; HAIR et
al., 2005).
Estágios da Modelagem de Equações Estruturais
Há variações na literatura quanto ao número e seqüência das etapas de aplicação da
MEE. Kline (2005), por exemplo, apresenta a técnica em oito etapas, e Hair et al. (2005) a
descrevem em sete estágios.
Nesse estudo, as análises dos modelos propostos seguirão a metodologia sugerida por
Hair et al. (2005). A opção se deve ao fato de esses autores especificar cada etapa
detalhadamente. Os estágios sugeridos são: 1) desenvolvimento de um modelo teórico; 2)
construção de um diagrama de caminhos de relações causais; 3) conversão do diagrama de
caminhos em um conjunto de modelos estrutural e de mensuração; 4) escolha do tipo de
matriz de dados e estimação do modelo proposto; 5) avaliação da identificação do modelo
estrutural; 6) avaliação dos critérios de qualidade de ajuste; e 7) interpretação e modificação
do modelo, se teoricamente justificadas.
158
Estágio 1 – Desenvolvimento de um Modelo baseado na Teoria
No desenvolvimento de um modelo estrutural, a escolha de uma teoria adequada e
consistente permite a obtenção de resultados justos e corretos dos modelos avaliados,
contribuindo assim para a solidez do estudo. Portanto, considerar a teoria é de extrema
importância nessa técnica, pois sua flexibilidade pode aumentar as chances de o pesquisador
“superajustar” um modelo ou desenvolver um modelo de pouca generalização (HAIR et al.,
2005). Para esses autores, teoria é um conjunto sistemático de relações que fornecem uma
explicação consistente e abrangente de um fenômeno.
O desenvolvimento dos modelos propostos nessa pesquisa está baseado em
perspectivas teóricas de relacionamentos entre os constructos Valores Pessoais, Atitude e
Fases da Lealdade, apresentadas no Capítulo 4 Modelos Teóricos e Hipóteses de Pesquisa.
Corraborando com a teoria estão os resultados da Análise Fatorial Exploratória (AFE) da
pesquisa Valores Ipsativos, que indicam que as cargas fatoriais dos indicadores de cada
constructo são apropriadas para a aplicação da MEE.
Estágio 2 – Construção de um Diagrama de Caminhos de Relações Causais
Diagrama de caminhos é uma representação gráfica das relações entre as variáveis
dependentes e independentes dos modelos propostos. Pelo diagrama é possível identificar as
relações de causa e efeito entre os constructos e os relacionamentos derivados (correlações)
entre os constructos e seus indicadores, e até mesmo entre indicadores (HAIR et al., 2005).
Existem dois elementos básicos em um diagrama de caminhos: os constructos e as
setas. Constructo é um conceito teórico que define relações. Um constructo pode ser
exógeno
45
(independente) que não é “ocasionado” (previsto) por nenhum outro constructo
do modelo , ou endógeno (dependente) que é predito por constructos exógenos. As setas
45
Uma indicação de que um constructo é exógeno é a ausência de setas apontadas para ele (HAIR et al., 2005).
159
podem ser retas, curvilíneas e/ou de dois sentidos. Uma “seta retilínea indica uma relação
causal direta de um construto a outro” (HAIR, et al., 2005, p. 477). As curvilíneas indicam
associação biderecional entre constructos ou indicadores (correlações) e as de dois sentidos
apontam relações recíprocas entre os constructos (HAIR et al., 2005).
Os diagramas de caminhos estão apresentados na Figura 7. Por questão de parcimônia,
os indicadores não são apresentados.
Figura 7 Diagrama de Caminhos das Relações Causais
Nos modelos acima, observa-se (i) que o constructo Valores Pessoais desempenha
somente a função exógena, pois é independente e não é causado ou predito por outro, (ii) que
o constructo Lealdade Ação desempenha apenas a função endógena, pois é predito por outros
constructos exógenos, e (iii) que os demais constructos exercem ambas as funções, exógena
ou endógena, dependendo da hipótese a ser testada.
Afetiva
Conativa
Ação
Atitude
Modelo
2
Efeito Mediador Completo
Valores
Pessoais
Cognitiva
Afetiva
Conativa
Ação
Modelo 1 Efeito Direto
Valores
Pessoais
Cognitiva
Afetiva
Conativa
Ação
Atitude
Modelo 3 Efeito Mediador Parcial
Valores
Pessoais
Cognitiva
Valores
Pessoais
Afetiva
Modelo 4 Efeito Moderador
Cognitiva
Conativa
Ação
-
Gênero
-
Idade
-
Escolaridade
-
Renda
160
Estágio 3 Conversão do Diagrama de Caminhos em um Conjunto de Modelos
Estruturais e de Mensuração
A MEE deve ser desenvolvida em dois estágios distintos. Primeiro estima-se o modelo
de mensuração e, em seguida, o modelo estrutural. O objetivo dessa bipartição é maximizar a
interpretação dos resultados de cada modelo. O modelo de mensuração possibilita verificar se
os indicadores de cada constructo são estatisticamente significativos (se medem aquilo que se
espera) e se cada constructo tem confiabilidade satisfatória para estimar as relações. O modelo
estrutural traduz o diagrama de caminhos em um conjunto de equações matemáticas
(TABACHNICK; FIDELL, 1996; KLINE, 2005; HAIR et al., 2005).
Para especificar o modelo de mensuração deve-se (i) determinar o número de
indicadores que representarão cada constructo, (ii) definir o modelo relacional e (iii) verificar
a confiabilidade desses indicadores (KLINE, 2005; HAIR et al., 2005).
Na determinação do número de indicadores, as características do fenômeno
investigado e as hipóteses do estudo devem ser consideradas. Cada constructo deve ser
representado por pelo menos um indicador, mas recomenda-se a utilização de 3 indicadores
por construto quando a amostra for pequena (KLINE, 2005; HAIR et al., 2005).
Na definição do modelo relacional, dois tipos são sugeridos: o refletivo ou o
formativo. No modelo refletivo a direção da relação vai do constructo para seus indicadores;
logo, mudanças no constructo causam mudanças nos indicadores. No modelo formativo as
variações nos indicadores causam mudanças nos constructos em que estão vinculados
(JARVIS; MACKENZIE; PODSAKOFF, 2003; MACKENZIE; PODSAKOFF; JARVIS,
2005).
A verificação da confiabilidade dos indicadores deve ser realizada pelos métodos (i)
estimação empírica ou (ii) especificação pelo pesquisador. Pelo processo de estimação
empírica, avalia-se a matriz de cargas fatoriais juntamente com um termo de erro para cada
indicador. Ao serem calculados, tanto no modelo de mensuração como no modelo estrutural,
os coeficientes das cargas fornecem estimativas das confiabilidades dos indicadores e de seus
respectivos constructos. O processo de especificação da confiabilidade pelo pesquisador pode
161
ser realizado (i) para medidas de um só item, (ii) para escalas ou medidas já validadas, ou (iii)
para análises de dois passos (estimação dos modelos de mensuração e estrutural) (HAIR et al.,
2005).
Os procedimentos para especificar o modelo de mensuração, nesse estudo, ocorreram
na seguinte ordem: a) definição do número de indicadores por constructo; b) escolha do
modelo relacional; e c) determinação do método de explicação da confiabilidade dos
indicadores a serem utilizados.
a) Número de Indicadores
O número de indicadores para cada constructo foi definido após os resultados da
Análise Fatorial Exploratória da pesquisa Valores Ipsativos. Esse número variou entre 4
(Fases da Lealdade) e 10 (Valores Pessoais) indicadores por constructo, superando o número
mínimo desejável de 3, conforme sugerido por Hair et al. (2005).
b) Modelo Relacional
O modelo relacional escolhido foi o refletivo, conforme proposto por Jarvis,
Mackenzie e Podsakoff (2003). Essa escolha se deu em virtude de os modelos propostos
terem indicadores (i) intercambiáveis, com significados semelhantes, compartilhando do
mesmo tema, (ii) altamente correlacionados, e (iii) de uma mesma rede nomológica (normas),
tendo os mesmos antecedentes e conseqüentes dentro dos seus respectivos constructos. Assim,
a direção da relação linear dos modelos propostos vai dos construtos para os indicadores.
c) Método de Explicação da Confiabilidade
O método adotado para a explicação da confiabilidade dos indicadores foi o de
estimação empírica, conforme sugerem Hair et al. (2005), em função de esse estudo ter mais
de dois indicadores por constructo, o que possibilita obter confiabilidades por meio de
coeficientes das cargas fatoriais e de seus respectivos erros.
162
Estágio 4 Escolha do Tipo de Matriz de Entrada de Dados e Estimação do Modelo
Estrutural
Esse estágio trata (i) da matriz de entrada de dados, (ii) das suposições que envolvem
a entrada dos dados coletados, (iii) da adequação e impacto do tamanho da amostra, (iv) das
técnicas de estimação, e (v) dos processos de estimação dos modelos propostos.
Quanto à matriz de entrada de dados, deve-se optar pela matriz de variância-
covariância ou pela matriz de correlação. Uma das vantagens da matriz de covariância é o
fornecimento de comparações válidas entre amostras diferentes. Porém, a interpretação dos
resultados é mais difícil, pois os coeficientes devem ser analisados em termos das unidades de
medida para os constructos. Uma das vantagens da matriz de correlação é a amplitude de
medida comum, que vai de -1,0 a +1,0, o que torna possível comparar os coeficientes dentro
de um modelo. Na realidade, a matriz de correlação é a matriz de covariância padronizada,
que remove a escala de mensuração de cada variável fazendo a divisão das covariâncias pelo
produto dos desvios-padrão (HAIR et al., 2005). Em termos de utilização, ambas as matrizes
têm por objetivo entender padrões de correlações entre um conjunto de variáveis e explicar a
maior parte da variância possível por meio do modelo especificado (KLINE, 2005).
Quanto às suposições para a entrada de dados, deve-se, antes dos ajustes dos modelos
geral, de mensuração e estrutural, realizar alguns testes de diagnóstico, tais como a análise da
linearidade e da normalidade dos indicadores e a análise da multicolinearidade entre
indicadores e seus respectivos constructos (HAIR et al., 2005).
Quanto à adequação do tamanho da amostra, deve-se considerar o número de
respondentes e a quantidade de parâmetros a serem especificados. Parâmetros, “a não ser que
a teoria indique o contrário”, são (i) todas as variâncias das variáveis independentes, (ii) todas
as covariâncias entre variáveis independentes, (iii) todos os loadings conectando variáveis
latentes aos seus indicadores, e (iv) todos os coeficientes de regressão entre as variáveis
observadas ou latentes (PRADO, 2006, p. 134-135). Prado (2006) alerta, ainda, que as
variâncias e as covariâncias entre as variáveis dependentes e as covariâncias entre variáveis
independentes e dependentes não são parâmetros do modelo. O número de parâmetros não
pode exceder ao número de observações (KLINE, 2005). Assim, o tamanho mínimo aceitável
163
da amostra é de 5 respondentes para cada parâmetro estimado, e o número ideal é de 10
respondentes por parâmetro. No entanto, quando os dados violam as suposições de
normalidade multivariada, a proporção deve aumentar para 15 respondentes por parâmetro
(HAIR et al., 2005).
É relevante lembrar que a adequação do tamanho da amostra é fundamental na
estimação e interpretação dos resultados da MEE, pois a definição do tamanho amostral
permitirá minimizar o impacto do erro de amostragem em casos em que os dados não seguem
uma distribuição normal (HAIR et al., 2005).
Quanto às técnicas de estimação na modelagem de equações estruturais, pode-se
considerar a Maximum Likelihood Estimation (MLE), a Weighted Least Square (WLS), a
Generalized Least Squares (GLS), a Ordinary Least Square (OLS), a Interatively Reweighted
Generalized Square (ERLS) e a Assymptotically Distribution-Free Estimation (ADF) (HAIR
et al., 2005; KLINE, 2005; TABACHNICK; FIDELL, 1996; GARSON, 2008).
De acordo com Hair et al. (2005), a técnica MLE gera parâmetros mais robustos
quando o pressuposto de normalidade dos dados é atendido. Porém, os referidos autores
afirmam que quando o tamanho amostral é grande (excedendo de 400 a 500) e/ou ocorrem
problemas de normalidade dos dados essa técnica torna-se “muito sensível”, impactando
negativamente na qualidade das medidas de ajuste. Nesses casos, os autores sugerem a adoção
da técnica de estimação ADF, “já que tal procedimento requer grandes amostras para
compensar a confiança nas suposições sobre distribuição de outros métodos” (p. 485).
Entretanto, Hu, Bentler e Kano (1992) abordam as técnicas de estimação MLE e ADF
diferentemente de Hair e seus colegas. Hu, Bentler e Kano (1992) encontraram que (i) quando
a suposição de normalidade é razoável, a técnica de estimação MLE tem um bom desempenho
com amostras maiores que 500, e a técnica ADF tem um desempenho ruim com amostras
menores que 2.500; (ii) quando a suposição de normalidade é violada, a técnica MLE tem um
bom desempenho com amostras de 2.500 ou mais, e a técnica ADF tem desempenho ruim
com amostras inferiores a 2.500; e (iii) quando os erros e fatores são dependentes, mas não
correlacionados, a técnica MLE tem desempenho baixo, e a ADF é fraca para amostras iguais
ou menores que 2.500, mas apresenta bom desempenho para amostras de 5.000 casos.
Como a teoria sobre ADF foi originalmente introduzida como uma proposta geral para
solucionar o problema de distribuições não-normais de variáveis num modelo estrutural,
esperava-se que esse método funcionasse bem para quaisquer distribuições arbitrárias (HU;
BENTLER; KANO, 1992). No entanto, esses autores verificaram que a técnica ADF também
164
é sensível ao tamanho amostral, não tendo, por exemplo, bom desempenho com amostras
menores de 2.500 casos. Corroborando com o trabalho de Hu e colegas, Tabachnick e Fidell
(1996, p. 748) afirmam que a técnica “ADF parece ser uma escolha ruim sob todas as
condições, a não ser que o tamanho da amostra seja muito grande (> 2.500)”; e Gold, Bentler
e Kim (2002, p. 22) afirmam que “quando os dados não são normais, métodos MLE são ainda
preferíveis”.
Quanto ao processo de estimação, de acordo com Hair et al. (2005), deve-se optar por
(i) estimação direta, (ii) bootstrapping, (iii) simulação, ou (iv) jackknifing. No processo de
estimação direta avaliam-se o intervalo de confiança e o erro padrão de cada estimativa com
base no erro amostral de uma só amostra. No bootstrapping as estimativas paramétricas finais
e suas estimativas de confiança são obtidas a partir de múltiplas estimações do modelo ao
longo de amostras distintas, ou seja, as estimativas de parâmetros e seus intervalos de
confiança são calculados com base em múltiplas estimações. No processo simulação, novas
amostras são geradas após alterações em certas características para atender aos objetivos da
investigação; logo, depende-se também de múltiplas amostras. No processo jackknifing,
repetidas amostras são derivadas da original (N); assim, cada nova amostra tem tamanho N-1
com uma observação distinta omitida, porém diferente dos processos anteriores (HAIR et al.,
2005).
Os procedimentos para escolher o tipo de matriz de entrada de dados e estimação do
modelo estrutural, nessa pesquisa, seguiram a seguinte ordem: a) definição da matriz de
entrada de dados; b) análise das suposições que envolvem a entrada dos dados coletados; c)
adequação e impacto do tamanho amostral; d) definição das técnicas de estimação; e (v)
escolha dos processos de estimação dos modelos propostos.
a) Matriz de entrada de dados
A matriz de correlação e o Coeficiente de Person foram definidos para a interpretação
dos resultados dos modelos propostos. A matriz de correlação foi escolhida por ser de fácil
interpretação e por apresentar resultados diretos, e o coeficiente de Pearson pelo fato de todos
os indicadores dos modelos serem metricamente medidos. O resultado das inter-relações dos
35 indicadores está apresentado na matriz de correlação no Anexo J. Uma síntese dos
resultados está apresentada na Tabela 47.
165
Tabela 47 Síntese dos Resultados da Matriz de Correlação Pesquisa Valores Normativos
Inter-relações Significância Estatística
333 0,001
51 0,01
52 0,05
32 0,10
127 Sem significância
Nota: Total de 595 inter-relações.
Constata-se, pelos resultados que nenhuma das 595 inter-relações excedeu aos valores
definidos por Kline (2005, p. 73) e Hair et al. (2005, p. 189), 0,85 e 0,90, respectivamente,
como limites máximos para uma boa relação. As maiores correlações ocorreram entre os
indicadores Le10_aca e Le11_aca (0,79, sig. 0,001) e Le11_aca e Le13_aca (0,80, sig.
0,001), caracterizando que não há problemas de multicolinearidade entre os dados. Logo, as
inter-relações das variáveis estão dentro dos limites aceitáveis para a aplicação da MEE.
b) Suposições para a Entrada de Dados
A análise das suposições para a entrada dos dados foi realizada e apresentada na Seção
5.2.6 (Preparação dos Dados). Para tanto, foram utilizados testes (i) para identificar outliers
multivariados (D² de Mahalanobis), (ii) para avaliar a normalidade dos dados (Kolmogorov-
Smirnov e Shapiro-Wilks, Análise da Assimetria e Curtose), (iii) para minimizar os efeitos da
não-normalidade (aplicou-se fórmulas corretivas, como: X
2
; LOG10_X; ou 1/X), (iv) para
verificar a correlação entre as variáveis (Coeficiente de Correlação de Pearson), e (v) para
avaliar a multicolinearidade dos dados (Tolerância e Fator de Inflação da Variância). De
acordo com os resultados obtidos em cada teste, verificou-se que a base de dados está apta a
ser utilizada na avaliação dos modelos propostos nesse estudo.
c) Tamanho Amostral
O tamanho amostral mínimo desejável para se ter um bom ajuste do modelo estrutural
é de 5 respondentes para cada parâmetro estimado (HAIR et al. 2005). Considerando que o
modelo geral desse estudo tem 82 parâmetros e será avaliado com base em 916 casos, o
resultado da proporção é de 11,17 (916/82) respondentes por parâmetro. É importante
salientar que o modelo geral ainda passará por processos de ajustes de performance. Logo, o
resultado dessa proporção aumentará. No entanto, mesmo nessa fase da análise, o número de
respondentes por parâmetro estimado já é superior à proporção mais adequada, sugerida por
Hair et al. (2005, p. 484): “10 respondentes por parâmetro”. Em função disso, pelo critério de
tamanho amostral, os modelos propostos estão aptos a serem avaliados. Esse tamanho
166
amostral é superior ao número mínimo de 250 respostas válidas para análises de intergrupos
na MEE, conforme sugerido por Kline (2005).
Antes da escolha da técnica e do processo de estimação dos modelos propostos, deve-
se definir o programa estatístico a ser utilizado nas análises da MEE. Assim, o software
escolhido foi o AMOS 7.0 (Analysis of Moment StructuresARBUCKLE, 2006). Esse
programa está entre os indicados por Byrne (2001) e Kline (2005).
d) Estimação do Modelo
Para a estimação dos modelos estruturais foi definido a MLE (Maximum Likelihood
Estimation), padrão na maioria dos programas estatísticos (BYRNE, 2001; KLINE, 2005;
HAIR et al., 2005). Essa técnica foi escolhida em função de (i) Hu, Bentler e Kano (1992) e
Tabachnick e Fidell (1996) afirmarem que é possível utilizar a MLE em amostras inferiores a
2.500 casos, sem grandes perdas; (ii) Gold, Bentler e Kim (2002) preferirem a MLE quando
os dados não são normais; (iii) Bentler
46
, (apud SANTOS, 2001, p. 127) defender que “uma
distribuição normal dos dados não é freqüentemente obtida na prática”; e (iii) pelo fato de se
conseguir, após a purificação dos modelos, uma proporção superior a 15 respondentes por
parâmetro, valor ideal “quando os dados violam as suposições de normalidade multivariada”
(HAIR et al., 2005, p. 484).
Quanto ao processo de estimação, optou-se pela estimação direta, haja vista que nesse
processo tanto a estimativa do parâmetro quanto seu intervalo de confiança surgirão dos
modelos propostos, baseados somente em uma amostra (N=916).
Estágio 5 – Avaliação da Identificação do Modelo Estrutural
Esse estágio trata da habilidade dos modelos propostos gerarem estimativas únicas. O
objetivo desse estágio é identificar um modelo que produza estatísticas válidas, significativas
e lógicas. Assim, deve-se buscar um modelo superidentificado (overidentified model). Esse
modelo tem mais graus de liberdade do que parâmetros estimados (HAIR et al., 2005). De
acordo com esses autores, grau de liberdade é a diferença entre o número de correlações ou
46
BENTLER, P. M. Some contributions to efficient statistics in structural models: Specification and estimation
of moment structures. Psychometrika, v. 48, n.4 , p. 493-517, 1983.
167
covariâncias e o número real de coeficientes no modelo. Assim, para se conseguir um modelo
superidentificado deve-se (i) construir um modelo teórico com número mínimo de
coeficientes que podem ser justificados, (ii) fixar as variâncias de erros de mensuração dos
constructos possíveis, (iii) fixar quaisquer coeficientes estruturais seguramente conhecidos, e
(iv) eliminar variáveis problemáticas (HAIR et al., 2005).
Nesse estágio, problemas de identificação de modelos, tais como (i) grande número de
coeficientes estimados relativamente ao número de covariâncias ou correlações, ou seja,
pequeno número de graus de liberdade, (ii) efeitos recíprocos (setas causais de sentidos
duplos entre dois constructos), ou (iii) falha em fixar a escala de um constructo, levam à
inabilidade de um modelo (HAIR et al., 2005).
Nesse estudo, a busca por modelos superidentificados seguiu os seguintes
procedimentos: a) garantia do número mínimo de coeficientes justificados; b) fixação da
variância dos erros; c) fixação de coeficientes estruturais; e d) eliminação de variáveis
problemáticas.
a) Número de Coeficientes
Nessa fase buscou-se ajustes aceitáveis com o maior número possível de graus de
liberdade, a fim de garantir a generalização dos resultados. A meta foi alcançar a “condição de
ordem”, ou seja, “mais informações na matriz de dados do que o número de parâmetros a
serem estimados”, para que se tenha um número positivo de graus de liberdade (HAIR et al.,
2005, p. 487). Para isso, os modelos propostos foram parcimoniosos, com o número de
coeficientes superior ao mínimo desejável, sendo todos justificados pela teoria.
b) Fixação dos Erros de Variância
Nesse estudo não foi necessário fixar os erros de variância para os indicadores e
constructos, conforme sugerem Kline (2005) e Hair et al. (2005).
c) Fixação dos Coeficientes Estruturais
Nesse estágio foram selecionados indicadores, um de cada constructo, que
permaneceram com as suas cargas fixadas no valor 1,0 durante todo o processo de ajustes e
estimação dos modelos. Os indicadores escolhidos foram os mais representativos dentro de
seus respectivos constructos, ou seja, aqueles que apresentaram maior carga fatorial,
identificada na Análise Fatorial Exploratória (HAIR et al., 2005). Para o constructo Valores
168
Pessoais foi selecionado o atributo Va4 (carga=0,66), para Atitude o At4 (carga=0,78), para
Lealdade Cognitiva o Le3_Cog (carga=0,82), para Lealdade Afetiva o Le14_Afe (carga=0,88),
para Lealdade Conativa o Le5_Con (carga=0,79), e para Lealdade Ação o Le11_Aca
(carga=0,93).
d) Eliminação de Variáveis Problemáticas
Como não houve problemas de identificação das variáveis, nenhuma foi eliminada.
Estágio 6 – Avaliação de Critérios de Ajuste do Modelo
Nesse estágio analisa-se a performance das medidas dos modelos. As avaliações são
feitas pela análise das estimativas transgressoras e pelos ajustes dos modelos geral, de
mensuração e estrutural.
As estimativas transgressoras, que verificam os limites aceitáveis da MEE, podem ser:
a) variância negativa ou não significativa de erros para qualquer constructo; b) coeficiente
padronizado excedente ou muito próximo de 1; ou c) erro padrão muito grande associado ao
coeficiente estimado (HAIR et al., 2005).
Assim, após a análise das estimativas transgressoras, verifica-se a qualidade dos
ajustes do modelo geral, do modelo de mensuração e do modelo estrutural, nessa seqüência, a
fim de confirmar a adequada representação das relações propostas. Para avaliar os ajustes são
utilizados três grupos de medidas: as absolutas, as incrementais e as de parcimônia. Ressalta-
se que são apresentadas nesse estudo somente as medidas utilizadas na avaliação dos modelos
propostos.
As medidas de ajuste absoluto “determinam o grau em que o modelo geral (estrutural e
de mensuração) prevê a matriz de covariância ou de correlação observada” (HAIR et al.,
2005, p. 521). Essas medidas são:
169
a) ?² (Qui-quadrado de razão verossimilhança)
“A mais fundamental medida de ajuste geral” (HAIR et al., 2005, p. 522). De acordo
com esses autores, um valor elevado de ?² em relação aos graus de liberdade significa que as
matrizes observadas e estimadas diferem sensivelmente, ou seja, são consideravelmente
diferentes. Assim, níveis de significância estatística indicam a probabilidade de que essas
diferenças ocorrem unicamente devido a variações amostrais. Logo, “baixos valores de qui-
quadrado que resultam significância maiores que 0,05 ou 0,01, indicam que as matrizes de
entrada real e prevista não são estatisticamente distintas” (p. 522). Como esse indicador é
“muito sensível” quanto ao tamanho de amostra, deve-se complementar a análise desse índice
com outras medidas (HAIR et al., 2005, p. 522).
Prado (2006, p. 139), citando Tanaka (1993)
47
e Gerbing e Anderson (1993)
48
, afirma
que o ?² (qui-quadrado) “é importante, mas não determinante na aceitação/rejeição do
modelo”. Logo, como referência, deve-se utilizar a relação do qui-quadrado com os graus de
liberdade (?²/gl), considerando valores iguais ou inferiores a 5 como aceitáveis. Já Tabachnick
e Fidell (1996, p. 748) sugerem para essa relação “um valor menor do que 2”, e Schumacker e
Lomax (1996) indicam como nível aceitável valores entre 1 e 5, afirmando que valores
menores do que 1 indicam ajuste pobre e que maiores que 5 refletem a necessidade de
melhorias no modelo.
b) GFI (Goodness of Fit Index)
Esse índice é semelhante ao coeficiente de determinação (R²) em regressão múltipla e
pode ser ajustado ao número de parâmetros do modelo (TABACHNICK; FIDELL, 1996). O
GFI mede o ajustamento global, por meio da comparação entre os resíduos quadrados dos
dados do modelo predito com os dados reais. Seu valor pode variar entre 0 e 1, sendo que o
valor “1 indica um ajuste perfeito” (ARBUCKLE, 2006, p. 548). Entretanto, não há limite de
referência para aceitação, sendo que “valores maiores indicam melhor ajuste, sem referências
estabelecidas” (HAIR et al., 2005, p. 526). Prado (2006), novamente se referindo a Tanaka
(1993) e a Gerbing e Anderson (1993), afirma que, para esse índice, valores acima de 0,90
47
TANAKA, J. S. Multifaceted conceptions on fit in structural equations modeling. In: BOLLEN, K. A.; LONG,
J. S. (Eds.). Testing structural equation models. Newbury Park: Sage, p. 10-39, 1993.
48
GERBING, D. W.; ANDERSON, J. C. Monte Carlo evaluations of goodness-of-fit indices for structural
equation models. In: BOLLEN, K. A.; LONG, J. S. (Eds.). Testing structural equation models. Newbury
Park: Sage, p. 40-65, 1993.
170
indicam um bom ajustamento. O mesmo parâmetro é adotado por Schumacker e Lomax
(1996).
c) RMSR (Root Mean Square Residual)
Esse índice equivale à raiz quadrada da média dos resíduos quadrados uma média
dos resíduos entre as matrizes observadas e os resíduos da matriz de referência. O RMSR
pode ser definido pela matriz de covariância ou pela matriz de correlação, sendo mais
eficiente quanto às correlações (HAIR et al., 2005). Para esse índice, valores baixos indicam
um bom ajustamento (ARBUCKLE, 2006, PRADO, 2006) e “um RMSR 0 indica um ajuste
perfeito” (ARBUCKLE, 2006, p. 551).
d) RMSEA (Root Mean Square Error of Aproximation)
De acordo com Hair et al. (2005), esse índice é a raiz quadrada do erro quadrático
médio de aproximação, que procura corrigir a tendência do ?² (qui-quadrado) em rejeitar o
modelo especificado com uma amostra grande. Esse índice representa a diferença entre as
matrizes observada e estimada de acordo com os graus de liberdade (gl) do modelo (HAIR et
al., 2005). De acordo com Schumacker e Lomax (1996), valores menores do que 0,05 são
parâmetros para esse índice. Porém, valores variando entre 0,05 e 0,08 são considerados
aceitáveis por ARBUCKLE (2006) e Hair et al. (2005). Valores maiores que 0,08 indicam um
erro razoável de mensuração e modelos com valores de 0,10 ou mais não devem ser
considerados (ARBUCKLE, 2006).
As medidas de ajuste incrementais comparam o modelo proposto a algum modelo
básico, chamado de modelo nulo, ou seja “sem relações estruturais” (PRADO, 2006, p. 140).
O modelo nulo apresenta apenas um constructo, tendo todos os indicadores medindo
perfeitamente tal constructo e esse modelo “deve ser algum modelo realista tal que todos os
demais modelos devem excedê-lo” (HAIR et al., 2005, p. 523). Essas medidas são:
a) AGFI (Adjusted Goodness of Fit)
Esse índice de qualidade de ajuste calibrado é a extensão do GFI, ajustado pela relação
entre os graus de liberdade do modelo proposto e os graus de liberdade do modelo nulo
(HAIR et al., 2005). O AGFI deve ter os mesmos parâmetros do GFI, ou seja, valores iguais a
1 indicam ajuste perfeito e valor 0 não indica ajuste (ARBUCKLE, 2006). Um nível de
171
aceitação recomendado é um valor maior ou igual a 0,90 (SCHUMACKER; LOMAX, 1996;
HAIR et al., 2005).
b) TLI (Tucker-Lewis Index) ou NNFI (NonNormed Fit Index)
Esse índice compara os graus de liberdade do modelo nulo com os graus de liberdade
do modelo proposto (HAIR et al., 2005). Os valores do TLI variam entre 0 e 1, sendo que o
valor 1 equivale a um bom ajuste (ARBUCKLE, 2006). Schumacker e Lomax (1996) e Hair
et al. (2005) consideram valores iguais ou superiores a 0,90 como bons ajustes.
c) NFI (Normed Fit Index)
De acordo com Hair et al. (2005), esse índice de ajuste normalizado avalia o modelo
estimado comparando o valor do seu ?² (qui-quadrado) com valor do qui-quadrado do modelo
nulo. Assim, o resultado da divisão do ?² do modelo nulo pelo ?² do modelo proposto pode
variar entre 0 (sem ajuste) e 1 (ajuste perfeito) (HAIR et al., 2005). Um valor aceitável para
esse índice é de 0,90 ou mais (TABACHNICK; FIDELL, 1996; ARBUCKLE, 2006; HAIR et
al., 2005). Garson (2008, p. 27) sugere um ponto de corte “mais liberal”: valores iguais ou
superiores a 0,80.
d) CFI (Comparative Fit Index)
Esse é um índice de ajuste comparativo entre o modelo nulo e o proposto (HAIR et al.,
2005). O valor do CFI deve variar entre 0 e 1. Valor igual a 1 indica um bom ajuste do
modelo (ARBUCKLE, 2006), mas pode-se considerar valores iguais ou superiores a 0,90
como aceitáveis (SCHUMACKER; LOMAX, 1996; TABACHNICK; FIDELL, 1996;
PRADO, 2006).
As medidas de ajuste de parcimônia relacionam o índice de qualidade de ajuste do
modelo proposto com o número de coeficientes estimados necessários para se atingir o nível
de ajuste (HAIR et al., 2005). O objetivo dessas medidas é diagnosticar se o ajuste do modelo
foi obtido um “superajustamento” dos dados com muitos coeficientes. “Esse procedimento é
semelhante ao ‘ajuste’ do R² em regressão múltipla”, e o seu uso é limitado (HAIR et al.,
2005, p. 524). Essas medidas são:
172
a) PNFI (Parcimonious Normed Fit Index)
Esse índice é uma modificação do NFI, pois leva em consideração o número de graus
de liberdade usado para atingir um nível de ajuste (HAIR, et al., 2005). Valores mais
próximos de 1 indicam um bom desempenho do modelo (PRADO, 2006). De acordo com
Schumacker e Lomax (1996) valores entre 0 (sem ajuste) e 1 (ajuste perfeito) são aceitáveis,
porém esse índice é utilizado somente para comparar modelos alternativos.
b) PGFI (Parcimonius Goodness Fit Index)
Esse índice modifica o ajuste do GFI de forma diferente do AGFI, pois o PGFI se
baseia na parcimônia do modelo (HAIR et al., 2005). Nesse índice, valores mais próximos de
1 indicam que o modelo é mais parcimonioso (TABACHNICK; FIDELL, 1996; HAIR et al.,
2005).
A avaliação dos critérios de ajuste dos modelos propostos nesse estudo seguiram os
seguintes procedimentos: a) avaliação das estimativas transgressoras, b) identificação dos
níveis de ajustes do modelo geral, c) do modelo de mensuração, e d) do modelo estrutural.
A Avaliação das Estimativas Transgressoras
A verificação de estimativas transgressoras levou em consideração a existência de (i)
variâncias negativas, (ii) coeficientes padronizados excedentes ou muito próximos de 1, e (iii)
erros padrão muito grandes. As avaliações foram realizadas por meio do modelo de medida
para cada constructo separadamente. Os resultados estão apresentados nas Tabela 48a e 48b.
173
Tabela 48a Avaliação das Estimativas Transgressoras Constructos Valores Pessoais e Atitude
Modelo Geral
Constructo Valores Pessoais
Va1 0,47 (11,61)
Va2 0,54 (12,99)
Va3 0,60 (13,99)
Va4 0,61 ª
Va5 0,45 (11,28)
Va6 0,54 (12,84)
Va7 0,52 (12,56)
Va8 0,52 (12,57)
Va9 0,51 (12,48)
Va10 0,43 (10,60)
Constructo Atitude
At1 0,66 (20,45)
At2 0,27 (7,71)
At3 0,76 (23,71)
At4 0,78 ª
At5 0,42 (11,16)
At6 0,53 (14,65)
At7 0,76 (21,95)
At8 0,60 (17,06)
At9 0,51 (13,86)
Notas: 1. Coeficientes padronizados (Valores t entre parênteses). 2. Todos os valores t são
significativos a 0,001. (a) Os valores t não foram calculados porque a carga do indicador, na
avaliação, foi fixada em 1.
Tabela 48b Avaliação das Estimativas Transgressoras Constructos Fases da Lealdade Modelo Geral
Constructo Lealdade Cognitiva
Le1_cog 0,64 (18,11)
Le3_cog 0,77 ª
Le2_cog 0,36 (11,30)
Le9_cog 0,76 (20,22)
Constructo Lealdade Afetiva
Le6_afe 0,75 (23,86)
Le14_afe 0,84 ª
Le15_afe 0,67 (23,83)
Le16_afe 0,83 (25,73)
Constructo Lealdade Conativa
Le4_con 0,52 (12,15)
Le5_con 0,73 ª
Le7_con 0,60 (12,47)
Le8_con 0,49 (10,95)
Constructo Lealdade Ação
Le10_aca 0,83 (35,62)
Le11_aca 0,92 ª
Le12_aca 0,86 (38,31)
Le13_aca 0,87 (39,89)
Notas: 1. Coeficientes padronizados (Valores t entre parênteses). 2. Todos os valores t são
significativos a 0,001. (a) Os valores t não foram calculados porque a carga do indicador, na
avaliação, foi fixada em 1.
Observa-se, pelos resultados, que todos os indicadores são estatisticamente
significativos (sig. 0,001) e indicam sentido relacional adequado para MEE, demonstrando
174
que não há problemas quanto às estimativas transgressoras. Em função disso, conclui-se que a
base de dados está apta à avaliação do ajuste dos modelos geral, de mensuração e estrutural.
B Ajustes do Modelo Geral
Os ajustes do modelo geral foram baseados nas relações lineares representadas na
Figura 8. Os índices de ajuste encontrados para o modelo geral foram comparados aos limites
mínimos aceitáveis, estabelecidos por Tabachnick e Fidell (1996), Schumacker e Lomax
(1996), Arbuckle (2006), Hair et al. (2005) e Prado (2006). Os resultados estão apresentados
no Quadro 12.
Figura 8 Estrutura do Modelo Geral
VALOR
ATITUDE
At9
e19
At8
e18
At7
e17
At6
e16
At5
e15
At4
e14
At3
e13
At1
e11
LEAL COG
Le2_cog
e21
Le3_cog
e22
Le9_cog
e23
LEAL AFE
Le6_afe
e24
Le14_afe
e25
Le15_afe
e26
Le16_afe
e27
LEAL CON
Le4_con
e28
Le5_con
e29
Le7_con
e30
Le8_con
e31
LEAL ACA
Le10_aca
e32
Le11_aca
e33
Le12_aca
e34
Le13_aca
e35
Va1
e1
Va2
e2
Va3
e3
Va4
e4
Va5
e5
e36
e37
e38
e39
e40
At2
e12
Va6
e6
Va7
e7
Va8
e8
Va9
e9
Va10
e10
Le1_cog
e20
175
Dados do Modelo Geral:
35 Indicadores para 6 Constructos (1 exógeno e 5 endógenos)
Total de Graus de liberdade (GL) = 548
Número de parâmetros estimados = 82
Tamanho amostral = 916
Número de respondente por parâmetro estimado = (916/82) = 11,17
Modelo Proposto: ?² = 2.760,13 df = 548 p = 0,001
Modelo Nulo: ?² = 13.667,52 df = 595 p = 0,001
Avaliação do modelo estrutural com medidas de qualidade de ajuste
Medida
de Ajuste
Nível Aceitável Autores
Nível
Encontrado
Avaliação
teste de sig. fornecido Hair et al. (2005) 2.760,13 Sig. 0,001
(?² / GL)
< 5
Schumacker e Lomax (1996) e
Prado (2006)
5,04 Aceitável
GFI
90
,
0
Schumacker e Lomax (1996) e
Prado (2006)
0,84 Periférica
RSMR próximo de 0
ARBUCKLE (2006)
e Prado (2006)
0,19 Periférica
RMSEA > 0,05 e < 0,08
ARBUCKLE (2006)
e Hair et al. (2005)
0,07 Aceitável
AGFI
90
,
0
Schumacker e Lomax (1996) e
Hair et al. (2005)
0,82 Periférica
TLI ou
NNFI
90
,
0
Schumacker e Lomax (1996) e
Hair et al. (2005)
0,82 Periférica
NFI
90
,
0
Tabachnick e Fidell (1996),
ARBUCKLE (2006)
e Hair et al. (2005)
0,80 Periférica
CFI
90
,
0
Schumacker e Lomax (1996),
Tabachnick e Fidell (1996) e
Prado (2006)
0,83 Periférica
PNFI > 0 e < 1, próximo de 1
Schumacker e Lomax (1996) e
Prado (2006)
0,74 Aceitável
PGFI > 0 e < 1, próximo de 1
Tabachnick e Fidell (1996)
e Hair et al. (2005)
0,73 Aceitável
Quadro 12 Comparação entre os Ajustes do Modelo Geral e os Índices Aceitáveis
Verifica-se, no quadro acima, que o modelo geral foi calculado com base em uma
amostra de 916 casos, com 35 indicadores para 1 constructo exógeno e 5 constructos
endógenos, tendo 82 parâmetros estimados.
Quanto à comparação das medidas absolutas, observa-se que o modelo geral é
estatisticamente significativo e que os índices RMSEA e a relação qui-quadrado por graus de
liberdade (?²/gl) apresentam valores considerados aceitáveis. Já os índices GFI e RSMR têm
valores considerados periféricos, mas próximos aos valores desejáveis.
Quanto à comparação das medidas incrementais, constata-se que todos os índices estão
ligeiramente abaixo dos níveis desejáveis, mas com valores maiores ou iguais a 0,80 AGFI
(0,82), TLI (0,82), NFI (0,80) e CFI (0,83) , o que lhes garante uma avaliação periférica.
176
Quanto à comparação das medidas de parcimônia, nota-se que ambos os índices, PNFI
e PGFI, têm ajustes aceitáveis (0,74 e 0,73, respectivamente).
Pelos resultados obtidos, conclui-se que o modelo geral apresenta índices de qualidade
de ajuste aceitáveis para aplicação da MEE. Contudo, se os resultados forem comparados aos
índices de ajuste consolidados por Brei e Liberali (2004)
49
, que avaliaram o uso de MEE em
Marketing no Brasil, entre os anos 1994 e 2003, pode-se concluir que o modelo geral tem
índices de ajustes muito bons, pois somente o GFI, o TLI e o CFI estão abaixo dos parâmetros
identificados. É importante salientar que “a avaliação da qualidade de ajuste de um modelo é
mais um processo relativo do que um com critérios absolutos” (HAIR et al., 2005, p. 489).
Logo, deve-se ter cautela ao analisar esses índices.
Assim, com a avaliação das medidas de ajuste do modelo geral realizada, passou-se à
avaliação de desempenho dos modelos de mensuração e estrutural.
C Ajustes do Modelo de Mensuração
Nessa fase percebe-se a similaridade entre a análise fatorial exploratória e o modelo de
mensuração em MEE. Na análise fatorial o objetivo é identificar a relação entre as variáveis
na formação de fatores (análise exploratória), e no modelo de mensuração os fatores são as
variáveis latentes. Assim, no modelo de mensuração as variáveis atuam como indicadores de
cada fator. Logo, no ajuste desse modelo busca-se confirmar os indicadores dentro dos seus
respectivos fatores. Para isso, utiliza-se a técnica Análise Fatorial Confirmatória (AFC)
(HAIR et al., 2005). A AFC é aplicada para medir uma variedade de propósitos, tais como,
“desenhos para validação de constructos e refinamento de escalas, validação multi-
traço/multi-método, e medir invariância” (MACCALLUM; AUSTIN, 2000, p. 208).
Na AFC avaliam-se (i) as cargas dos indicadores em seus respectivos constructos; (ii)
a quantidade de erro de medida (variância única) para cada indicador; e (iii) as estimativas de
49
Valores dos ajustes dos modelos estruturais consolidados por Brei e Liberali (2004) Tamanho médio da
razão Qui-quadrado/GL (6,81); GFI (0,88); RSMR (0,23); RMSEA (0,09); AGFI (0,76); TLI (0,84); e CFI
(0,92).
177
variâncias entre os fatores (KLINE, 2005), a fim de verificar se os indicadores atingem níveis
aceitáveis de confiabilidade e de validade de constructo (convergente e discriminante)
(GARSON, 2008).
A Confiabilidade avalia a consistência interna do conjunto de indicadores quando
esses são somados para formar um escore total para a escala (MALHOTRA, 2001). Logo, os
indicadores são confiáveis se são consistentes em suas mensurações (HAIR et al., 2005).
A Validade diz respeito à capacidade que os indicadores de um constructo têm de
medir com precisão o que eles se propõem a medir. A validade pode ser convergente ou
discriminante. A validade convergente indica até que ponto os indicadores se correlacionam
positivamente com outros do mesmo constructo, e se convergem para o mesmo constructo. A
validade discriminante determina em que medida os constructos se correlacionam entre si,
pois constructos devem ser suficientemente distintos uns dos outros (MALHOTRA, 2001;
CHURCHILL; YACOBUCCI, 2005).
Hair et al. (2005) alertam que a validade não garante a confiabilidade e vice-versa, e
que essas duas condições, ao mesmo tempo distintas e inter-relacionadas, têm fundamental
importância na Análise Fatorial Confirmatória.
Assim, para avaliar os ajustes do modelo de mensuração devem ser verificadas a
validade convergente e a validade discriminante. Na avaliação da validade convergente
verificam-se (i) os pesos padronizados (cargas fatoriais) de cada indicador no seu respectivo
constructo, (ii) a confiabilidade composta, e (iii) a variância extraída (HAIR et al., 2005;
FORNELL; LARCKER, 1981). Na avaliação da validade discriminante verificam-se as
variâncias compartilhadas entre os constructos (FORNELL; LARCKER, 1981, BAGOZZI;
PHILIPS, 1982; BAGOZZI; YI; PHILIPS, 1991).
O peso padronizado é o valor da carga fatorial definido pelo pesquisador. Indicadores
com esse peso devem ser estatisticamente significativos, pois o objetivo nessa fase é
“purificar” a escala de medida. Caso o indicador não tenha carga igual ou maior que o peso
padronizado e não seja estatisticamente significante, ele deve ser eliminado e o modelo de
mensuração reespecificado (HAIR et al., 2005).
178
A Confiabilidade Composta é calculada para verificar a consistência interna dos
indicadores, descrevendo o grau em que eles representam o constructo latente. O valor
mínimo aceitável para esse teste é 0,70 (HAIR et al., 2005; GARSON, 2008), “apesar de não
ser um padrão absoluto” (HAIR et al., 2005, p. 489).
A variância extraída reflete a quantia geral de variância dos indicadores explicada
pelo constructo latente, ou seja, a quantidade de variância de cada indicador que é utilizada
para compor a avaliação do constructo (HAIR et al., 2005; FORNELL; LARCKER, 1981).
Orientações sugerem que a variância extraída deve exceder a 0,50 para um constructo
(FORNELL; LARCKER, 1981; HAIR et al., 2005; GARSON, 2008).
Na pesquisa Valores Normativos foram avaliadas a validade convergente e a validade
discriminante, a fim de confirmar o ajuste do modelo.
1) Avaliação da Validade Convergente
A validade convergente foi verificada por meio da análise: a) das cargas fatoriais e b)
dos resultados obtidos nos cálculos da confiabilidade composta e da variância extraída dos
indicadores e dos constructos.
a) Análise das Cargas Fatoriais (Pesos Padronizados)
O valor padronizado do indicador definido para esse estudo foi 0,50. Esse valor é o
mesmo utilizado nos estudos de Shi e Wright (2001) e Grace e O’Cass (2005) e estabelecido
por Hair et al. (2005, p. 107) como "Garantia de Significância Prática". Assim, estabelecido o
valor da carga padronizada, iniciou-se o processo de análise para purificação das escalas. Os
indicadores que apresentaram cargas inferiores a 0,50 ao longo do processo foram eliminados.
O resultado final da análise está apresentado na Tabela 49.
179
Tabela 49 Validade Convergente Modelo de Mensuração - Análise das Cargas Fatoriais dos
Indicadores
Constructo Valores Pessoais
Va1 0,53 (12,45)
Va2 0,61 (13,78)
Va3 0,60 (13,72)
Va4 0,70 ª
Va7 0,53 (12,45)
Constructo Atitude
At1 0,69 (20,41)
At3 0,79 (23,45)
At4 0,79 ª
At7 0,76 (22,61)
At8 0,54 (15,81)
Constructo Lealdade Cognitiva
Le1_cog 0,63 (15,40)
Le3_cog 0,78 ª
Le9_cog 0,75 (15,99)
Constructo Lealdade Afetiva
Le6_afe 0,75 (23,96)
Le14_afe 0,84 ª
Le15_afe 0,67 (20,99)
Le16_afe 0,83 (26,68)
Constructo Lealdade Conativa
Le4_con 0,51 (8,26)
Le5_con 0,86 ª
Le7_con 0,50 (8,18)
Constructo Lealdade Ação
Le10_aca 0,83 (35,79)
Le11_aca 0,92 ª
Le12_aca 0,86 (38,23)
Le13_aca 0,87 (39,81)
Notas: Cargas fatoriais dos indicadores com valores t entre parênteses. Todas as cargas são significativas a
0,001. (a) Os valores t não foram calculados porque a carga do indicador, na avaliação, foi fixada em 1.
Observa-se, na tabela acima, que dos 35 indicadores da escala original, apenas 24
apresentaram cargas fatoriais iguais ou acima do valor padronizado e são estatisticamente
significativos. Constata-se: (i) que o constructo que mais perdeu indicadores foi Valores
Pessoais (5), seguido por Atitude (4); (iii) que o constructo Lealdade Cognitiva ficou sem o
indicador Le2_cog e o constructo Lealdade Conativa sem indicador Le8_Con; e (iv) que os
constructos Lealdade Afetiva e Lealdade Ação permaneceram com todos os seus indicadores.
Assim, com essa nova configuração, passou-se à avaliação da confiabilidade composta
e da variância extraída dos indicadores e de seus respectivos constructos.
180
b) Cálculos da Confiabilidade Composta (CC) e da Variância Extraída (VE)
Para calcular a CC e a VE foram aplicadas as fórmulas apresentadas no Quadro 13. Os
resultados dos cálculos estão na Tabela 50.
Quadro 13 Fórmulas para o Cálculo da Confiabilidade Composta e da Variância Extraída
Notas: e
j
= 1 (cargas fatoriais padronizadas)²; (e
j
representa o erro de medida do indicador)
Tabela 50 Validade Convergente Modelo de Mensuração Alpha de Cronbach, Confiabilidade
Composta e Variância Extraída
Constructo Pré-Purificação Pós-Purificação
Alpha¹
CC VE
Alpha
CC VE
Valores Pessoais
2
0,78 0,79 0,27 0,73 0,73 0,36
Atitude
3
0,82 0,83 0,37 0,84 0,84 0,52
Lealdade Cognitiva
4
0,72 0,74 0,43 0,76 0,77 0,52
Lealdade Afetiva 0,85 0,86 0,60 - - -
Lealdade Conativa
5
0,70 0,68 0,35 0,64 0,67 0,42
Lealdade Ação 0,92 0,93 0,76 - - -
Notas: (¹) Valores do Alpha de Cronbach. Indicadores excluídos: (²) Va5, Va6, Va8, Va9 e Va10; (
3
)
At2, At5, At6 e At9; (
4
) Le2_cog; e (
5
) Le8_con.
Ao analisar os resultados percebe-se que:
a) quanto à consistência interna (Alpha de Cronbach), apenas o constructo Lealdade
Conativa obteve índice insatisfatório para pesquisas descritivas (0,64) abaixo de 0,70
recomendado por Hair et al. (2005). Entretanto, observa-se que os demais constructos
obtiveram bons índices, variando entre 0,73 (Valores Pessoais) e 0,92 (Lealdade Ação);
b) quanto à confiabilidade composta, observa-se que o constructo Lealdade Ação
obteve o maior valor (0,93). Constata-se que dois constructos, Valores Pessoais e Lealdade
Conativa, tiveram seus valores reduzidos após a purificação da escala, e que o segundo ficou
com valor (0,67) abaixo de 0,70, limite mínimo recomendado por Hair et al. (2005) para
pesquisas descritivas; e
(S cargas fatoriais padronizadas)
2
(S cargas fatoriais padronizadas)
2
+ Se
j
Confiabilidade (CC) =
(S cargas fatoriais padronizadas
(S cargas fatoriais padronizadas
2
) + Se
j
Variância Extraída (VE) =
181
c) quanto à variância extraída, observa-se que o constructo Lealdade Ação obteve a
maior VE (0,76). Os constructos Valores Pessoais e Lealdade Conativa ficaram com valores
0,36 e 0,42, respectivamente, abaixo de 0,50, limite mínimo recomendado por Hair et al.
(2005). Logo, esses valores indicam que mais da metade da variância dos indicadores
especificados não é explicada pelos constructos. Entretanto, o constructo Valores Pessoais
apresentou resultados favoráveis quanto à consistência interna (Alpha=0,78) e confiabilidade
composta (0,73), o que não ocorreu com o constructo Lealdade Conativa. Quanto aos demais
constructos, verifica-se que são consistentes quanto à variância extraída.
Em resumo, nota-se (i) que o constructo Lealdade Conativa tem os indicadores
especificados com menor poder de representação (Alpha = 0,64, CC = 0,67 e VE = 0,42); e
(ii) que a maior parte dos constructos apresentou uma melhora quanto à confiabilidade
composta e à variância extraída após o processo de purificação da escala. Em função disso,
conclui-se que os indicadores são satisfatórios para representar os seus respectivos
constructos, não comprometendo a avaliação do modelo estrutural.
2) Avaliação da Validade Discriminante
A verificação da validade discriminante foi realizada: a) pelo cálculo das variâncias
compartilhadas, método sugerido por Fornell e Larcker (1981), e b) pelo cálculo da diferença
entre os qui-quadrados dos constructos, método sugerido por Bagozzi e Philips (1982).
a) Cálculo da Validade Discriminante pelo Método de Fornell e Larcker (1981)
Por meio desse método avalia-se a validade comparando a variância compartilhada
(correlação ao quadrado) com a variância extraída em cada um dos fatores no processo de
purificação da escala (Validade Convergente). Assim, se a variância ao quadrado existente
entre dois fatores for menor que a variância extraída do fator, então há validade discriminante
entre eles. Mas, se a variância ao quadrado for maior, então há ausência de validade entre os
mesmos. A base para o cálculo da validade discriminante está representada na Figura 9 e os
resultados estão apresentados na Tabela 51.
182
Figura 9 Validade Discriminante Modelo de Mensuração Escala Purificada
Tabela 51 Validade Discriminante Modelo de Mensuração - Teste de Fornell e Larcker (1981)
Valores
Pessoais
Atitude
Lealdade
Cognitiva
Lealdade
Afetiva
Lealdade
Conativa
Lealdade
Ação
Valores Pessoais 0,36
Atitude 0,05 0,52
Lealdade Cognitiva 0,02 0,46 0,52
Lealdade Afetiva 0,02 0,37 0,58 0,60
Lealdade Conativa 0,00 0,12 0,08 0,08 0,42
Lealdade Ação 0,03 0,30 0,58 0,61 0,09 0,76
Nota: As diagonais se referem à variância extraída dos fatores e os demais valores à variância
compartilhada (ao quadrado) entre os pares de constructos (FORNELL; LARCKER, 1981).
Ao analisar os resultados apresentados na tabela acima, observa-se que há variâncias
compartilhadas (correlação ao quadrado) relativamente baixas entre a maior parte dos
constructos, especialmente, entre o constructo Valores Pessoais e os demais, confirmando em
parte a validade discriminante do modelo. Porém, constata-se que as variâncias
VALOR
ATITUDE
At8
e18
At7
e17
At4
e14
At3
e13
At1
e11
LEAL COG
Le1_cog
e20
Le3_cog
e22
Le9_cog
e23
LEAL AFE
Le6_afe
e24
Le14_afe
e25
Le15_afe
e26
Le16_afe
e27
LEAL CON
Le4_con
e28
Le5_con
e29
Le7_con
e30
LEAL ACA
Le10_aca
e32
Le11_aca
e33
Le12_aca
e34
Le13_aca
e35
Va7
e7
Va4
e4
Va3
e3
Va2
e2
Va1
e1
183
compartilhadas entre os constructos Lealdade Afetiva e Lealdade Cognitiva (0,58); Lealdade
Ação e Lealdade Cognitiva (0,58); e Lealdade Ação e Lealdade Afetiva (0,61) são maiores
que as variâncias extraídas dos próprios constructos (apresentadas na diagonal), indicando
ausência de validade discriminante entre eles.
Assim, se apenas o critério estabelecido por Fornell e Larker (1981) fosse considerado,
alguns indicadores ou constructos deveriam ser excluídos para se evitar problemas de
multicolinearidade nas estimativas e ajustes do modelo estrutural. Contudo, antes de qualquer
ação corretiva, optou-se por aguardar os resultados do teste de diferença de qui-quadrados
sugerido por Bagozzi e Philips (1982).
b) Cálculo da Validade Discriminante pelo Método de Bagozzi e Philips (1982)
Por meio desse método avalia-se a diferença entre os qui-quadrados de um par de
constructos, sendo criados, para tanto, dois modelos. No primeiro, a seta de covariância que
conecta os constructos fica livre de erros, e o modelo é estimado, obtendo um valor de qui-
quadrado (?²). Em seguida, cria-se um segundo modelo, com o termo de erro da covariância
fixado em 1. Esse modelo é estimado e obtém-se outro valor de ?². Então, realiza-se o teste de
diferença entre os dois ?² obtidos. Se os dois modelos não forem significativamente diferentes
(??², com sig. > 0,05), assume-se que não há validade discriminante entre eles.
As análises desse método estão representadas nas Figuras 10a a 10o e os resultados
estão apresentados na Tabela 52.
184
Fig. 10a - Validade Discriminante Valor e
Atitude
VALOR
ATITUDE
At8 e18
1
At7 e17
1
At4 e14
1
1
At3 e13
1
At1 e11
1
Va7e7
1
Va4e4
1
1
Va3e3
1
Va2e2
1
Va1e1
1
1
Fig. 10b - Validade Discriminante Valor e
Lealdade Cognitiva
VALOR
LEAL COG
Le1_cog
e20
Le3_cog
e22
Le9_cog
e23
Va7e7
1
Va4e4
1
1
Va3e3
1
Va2e2
1
Va1e1
1
1
1
1
1
1
Fig. 10c - Validade Discriminante Valor e
Lealdade Afetiva
VALOR
LEAL AFE
Le6_afe
e24
Le14_afe
e25
Le15_afe
e26
Le16_afe
e27
Va7e7
1
Va4e4
1
1
Va3e3
1
Va2e2
1
Va1e1
1
1
1
1
1
1
1
Fig. 10d - Validade Discriminante Valor e
Lealdade Conativa
VALOR LEAL CON
Le4_con
e28
Le5_con
e29
Le7_con
e30
Va7e7
1
Va4e4
1
1
Va3e3
1
Va2e2
1
Va1e1
1
1
1
1
1
1
Fig. 10e - Validade Discriminante Valor e
Lealdade Ação
VALOR
LEAL ACA
Le10_aca
e32
Le11_aca
e33
Le12_aca
e34
Le13_aca
e35
Va7e7
1
Va4e4
1
1
Va3e3
1
Va2e2
1
Va1e1
1
1
1
1
1
1
1
Fig. 10f - Validade Discriminante Atitude e
Lealdade Cognitiva
ATITUDE
At8e18
1
At7e17
1
At4e14
1
1
At3e13
1
At1e11
1
LEAL COG
Le1_cog
e20
Le3_cog
e22
Le9_cog
e23
1
1
1
1
1
Fig. 10g - Validade Discriminante Atitude e
Lealdade Afetiva
ATITUDE
At8e18
1
At7e17
1
At4e14
1
1
At3e13
1
At1e11
1
LEAL AFE
Le6_afe
e24
Le14_afe
e25
Le15_afe
e26
Le16_afe
e27
1
1
1
1
1
1
Fig. 10h - Validade Discriminante Atitude e
Lealdade Conativa
ATITUDE
At8e18
1
At7e17
1
At4e14
1
1
At3e13
1
At1e11
1
LEAL CON
Le4_con
e28
Le5_con
e29
Le7_con
e30
1
1
1
1
1
Figuras de 10a a 10o Validade Discriminante Modelos de Mensuração
Teste de Bagozzi e Philips (1982)
185
Fig. 10i - Validade Discriminante Atitude e
Lealdade Ação
ATITUDE
At8e18
1
At7e17
1
At4e14
1
1
At3e13
1
At1e11
1
LEAL ACA
Le10_aca
e32
Le11_aca
e33
Le12_aca
e34
Le13_aca
e35
1
1
1
1
1
1
Fig. 10j - Validade Discriminante Lealdade
Cognitiva e Lealdade Afetiva
LEAL COG
Le1_cog
e20
Le3_cog
e22
Le9_cog
e23
LEAL AFE
Le6_afe
e24
Le14_afe
e25
Le15_afe
e26
Le16_afe
e27
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Fig. 10k - Validade Discriminante Lealdade
Cognitiva e Lealdade Conativa
LEAL COG
Le3_cog
e22
Le9_cog
e23
LEAL CON
Le4_con
e28
Le5_con
e29
Le7_con
e30
Le1_cog
e20
1
1
1
1
1
1
1
1 1
Fig. 10l - Validade Discriminante Lealdade
Cognitiva e Lealdade Ação
LEAL COG
Le3_cog
e22
Le9_cog
e23
LEAL ACA
Le10_aca
e32
Le11_aca
e33
Le12_aca
e34
Le13_aca
e35
Le1_cog
e20
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Fig. 10m - Validade Discriminante Lealdade
Afetiva e Lealdade Conativa
LEAL AFE
Le6_afe
e24
Le14_afe
e25
Le15_afe
e26
Le16_afe
e27
LEAL CON
Le4_con
e28
Le5_con
e29
Le7_con
e30
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Fig. 10n - Validade Discriminante Lealdade
Afetiva e Lealdade Ação
LEAL ACA
Le10_aca
e32
Le11_aca
e33
Le12_aca
e34
Le13_aca
e35
1
1
1
1
1
LEAL AFE
Le6_afe
e24
Le14_afe
e25
Le15_afe
e26
Le16_afe
e27
1
1
1
1
1
1
Fig. 10o - Validade Discriminante Lealdade
Conativa e Lealdade Ação
LEAL CON
Le4_con
e28
Le5_con
e29
Le7_con
e30
LEAL ACA
Le10_aca
e32
Le11_aca
e33
Le12_aca
e34
Le13_aca
e35
1
1
1
1
1
1
11
1
1
Conclusão das Figuras de 10a a 10o Validade Discriminante Modelos de Mensuração
Teste de Bagozzi e Philips (1982)
186
Tabela 52 Validade Discriminante Modelo de Mensuração Diferença de Qui-quadrados Teste de
Bagozzi e Philips (1982)
Constructo Constructo Modelo Fixo Modelo Livre Diferença
Sig.
A B
Qui-quadrado GL Qui-quadrado
GL
Valores Atitude 500,95 35 170,15 34 330,80 0,00
Valores Le_Cog 240,93 20 85,97 19 154,96 0,00
Valores Le_Afe 241,87 27 96,27 26 145,60 0,00
Valores Le_Con 239,53 20 70,44 19 169,09 0,00
Valores Le_Ação 256,03 27 146,58 26 109,45 0,00
Atitude Le_Cog 182,95 20 127,84 19 55,11 0,00
Atitude
Le_Afe 272,25 27 227,66 26 44,59 0,00
Atitude Le_Con 219,56 20 105,58 19 113,98 0,00
Atitude Le_Ação 250,40 27 205,77 26 44,63 0,00
Le_Cog Le_Afe 252,71 14 238,88 13 13,83 0,00
Le_Cog Le_Con 38,10 9 14,62 8
23,48 0,00
Le_Cog
Le_Ação 155,43 14 131,50 13 23,93
0,00
Le_Afe
Le_Con 71,76 14 54,15 13
17,61 0,00
Le_Afe
Le_Ação 311,87 20 235,23 19 76,64
0,00
Le_Con Le_Ação
131,18 20 120,81 13
10,37 0,00
Notas: 1. (GL) graus de liberdade. 2. O Modelo Fixo tem erro da covariância fixado em 1.
Percebe-se, pelos resultados, que todos os constructos considerados no modelo de
mensuração possuem conceitos diferentes, pois há diferenças significativas de qui-quadrado
(p<0,001). Logo, por esse critério, a validade discriminante entre as variáveis endógenas e
exógenas é confirmada.
Como os resultados dos dois métodos de validade discriminante (Fornell e Larker,
1981 e Bagozzi e Philips, 1982) são divergentes, optou-se por não excluir qualquer constructo
do modelo de mensuração, acompanhando, assim, a perspectiva teórica que fundamenta o
modelo geral.
Após a realização dos ajustes do modelo de mensuração, que especifica quais
indicadores são correspondentes em cada constructo e os escores dos constructos latentes,
passou-se à avaliação dos modelos estruturais.
187
D Ajustes dos Modelos Estruturais
Nesse estágio serão avaliados os ajustes dos modelos estruturais Efeito Direto,
Mediação Completa e Mediação Parcial, apresentados no Estágio 2 Diagramas de caminhos.
Para avaliar os ajustes foram realizadas: a) a análise de significância dos coeficientes
estimados; b) a análise do coeficiente geral de determinação (R²); e c) a análise dos índices de
ajuste (medidas absolutas, incrementais e de parcimônia), conforme sugerem Hair et al.
(2005) e Kline (2005).
Os índices de ajuste dos modelos estruturais, apresentados nesse estudo, seguiram os
seguintes parâmetros de avaliação:
a) Aceitável (?² / gl) menor que 5,00; RSMR próximo 0; RMSEA entre 0,05 e 0,08;
GFI, AGFI, TLI, NFI e CFI maior ou igual a 0,90; e PNFI e PGFI próximos de 1. Esses
índices são sugeridos por Tabachnick e Fidell (1996); Schumacker e Lomax (1996); Arbuckle
(2006); Hair et al. (2005) e Prado (2006);
b) Periférico (?² / gl) variando entre 5,00 e 7,00; RSMR entre 0,10 e 0,23; RMSEA
de 0,08 a 0,09; GFI, AGFI, TLI, NFI e CFI, variando entre 0,85 e 0,89; e PNFI e PGFI de
0,60 a 0,80. Esses valores estão entre os parâmetros aceitável e inaceitável; e
c) Inaceitável (?² / gl) acima de 7,00; RSMR acima de 0,23; RMSEA acima de 0,09;
GFI, AGFI, TLI, NFI e CFI abaixo de 0,85. Esses valores estão baseados nas médias
consolidadas por Brei e Liberali (2004), apresentados na Seção Ajustes do Modelo Geral.
188
Análise do Modelo 1 Efeito Direto
No Modelo 1 as hipóteses são que os Valores Pessoais estão positivamente
relacionados com as Fases da Lealdade. Essas relações estão representadas na Figura 11 e os
resultados apresentados na Tabela 53. Os resultados dos ajustes do modelo estrutural estão na
Tabela 54.
Figura 11 Modelo Estrutural Efeito Direto
VALOR
LEAL COG
Le1_cog
e20
Le3_cog
e22
Le9_cog
e23
LEAL AFE
Le6_afe
e24
Le14_afe
e25
Le15_afe
e26
Le16_afe
e27
LEAL CON
Le4_con
e28
Le5_con
e29
Le7_con
e30
LEAL ACA
Le13_aca
e32
Le12_aca
e33
Le11_aca
e34
Le10_aca
e35
Va7
e7
Va4
e4
Va3
e3
Va2
e2
Va1
e1
e40
e39
e38
e37
0,16*
0,02ª
-
0,10ª
0,15*
*
0,87*
0,92*
0,81*
R² = 0,03
R² = 0,66
R² = 0,83
R² = 0,79
189
Tabela 53 Efeitos das relações entre Valores Pessoais e Fases da Lealdade - Modelo Efeito Direto
Coeficientes não-
padronizados
Coeficientes
padronizados
Valores
(t
Variáveis
Dependentes
(R²)
Variáveis
Independentes
ß Erros padrão ß
Leal Cognitiva
(0,03)
Valor 0,24 0,07 0,16 3,63*
Valor 0,03 0,06 0,02 0,46 ª Leal Afetiva
(0,66)
Leal Cognitiva 0,91 0,05 0,81 18,06*
Valor -0,06 0,05 -0,10 -1,14 ª Leal Conativa
(0,83)
Leal Afetiva 0,33 0,04 0,92 7,48*
Valor 0,30 0,14 0,15 2,08** Leal Ação
(0,79)
Leal Conativa 2,77 0,37 0,87 7,56*
Notas: (¹) Testes-t bi-caudais: (*) valores t > 3,33 => p<0,001; (**) valores t > 1,97 => p<0,05; e (a)
coeficientes sem significância estatística. R² é o Coeficiente de Determinação e ß é o coeficientes de regressão
padronizados (Beta padronizado).
Observa-se, pelos resultados apresentados na tabela acima, que:
a) não há coeficiente padronizado maior do que 1 ou erros padrão muito elevados,
revelando que não existem problemas de estimativas estatísticas;
b) os valores dos coeficientes de determinação (R²), especialmente do constructo
Valores, são baixos, demonstrando pouco poder de explicação da equação de regressão e,
portanto, uma baixa previsão da variável dependente;
c) as relações Valores Pessoais-Lealdade Cognitiva e Valores Pessoais-Lealdade
Ação são estatisticamente significativas, demonstrando que esses constructos são
positivamente relacionados. Assim, variações nos Valores Pessoais gerarão alterações na
Lealdade Cognitiva e na Lealdade Ação. Logo, as hipóteses H1a e H1d foram suportadas;
d) as relações Valores Pessoais-Lealdade Afetiva e Valores Pessoais-Lealdade
Conativa não são estatisticamente significativas, demonstrando que esses constructos não são
relacionados. Assim, as hipóteses H1b e H1c não foram suportadas; e
e) a seqüência relacional positiva entre as fases da lealdade, proposta por Oliver
(1997, 1999), foi confirmada, pois as relações entre elas são estatisticamente significativas.
Assim, alterações na Lealdade Cognitiva afetarão a Lealdade Afetiva que, por sua vez,
produzirá efeitos sobre a Lealdade Conativa, que influenciará a Lealdade Ação.
Dessa maneira, com as hipóteses do Modelo Efeito Direto parcialmente suportadas,
passou-se às análises dos índices de ajuste do modelo.
190
Tabela 54 Índices de Ajuste do Modelo Estrutural Efeito Direto
Medida de Ajuste
Índices de Ajuste - Modelo Efeito
Direto
Avaliação
1.019,29 Sig. 0,001
gl 145 ---
(?² / gl)
7,03 Periférica
GFI 0,89 Periférica
RSMR 0,17 Periférica
RMSEA 0,08 Aceitável
AGFI 0,85 Periférica
TLI ou NNFI 0,87 Periférica
NFI 0,88 Periférica
CFI 0,89 Periférica
PNFI 0,74 Periférica
PGFI 0,68 Periférica
Nota: A proporção de respondentes por parâmetro foi de 20,35 (916 casos por 45 parâmetros estimados),
superior ao sugerido por Hair et al. (2005) de 15 respondentes quando os dados violam as suposições de
normalidade multivariada.
Pelos resultados, verifica-se que:
a) as principais medidas de ajuste do Modelo Efeito Direto têm avaliações entre os
parâmetros periférico e aceitável;
b) o valor do qui-quadrado (1.019,29) com 145 graus de liberdade é estatisticamente
significativo ao nível de 0,001 e que o valor da relação entre o qui-quadrado com os graus de
liberdade (?²/gl) está no limite da aceitação periférica. Entretanto, autores como Hair et al.
(2005) e Kline (2005) sugerem cautela na análise desses índices na verificação da aderência
de modelos estruturais, pois ambos são fortemente influenciados pelo tamanho da amostra e
pelo número de indicadores; e
c) os índices GFI=0,89, RSMR=0,17, AGFI=0,85, TLI=0,87, NFI=0,88, CFI=0,89,
PNFI=0,74 e PGFI=0,68 são de aceitação periférica, apresentando, porém, valores bem
próximos dos índices recomendados, e que o índice RMSEA=0,08 tem avaliação aceitável.
Em resumo, as avaliações dos índices de ajuste dão suporte ao Modelo Efeito Direto.
191
Análise do Modelo 2 Efeito Mediador Completo
No Modelo 2 as relações entre Valores Pessoais, Atitude e Fases da Lealdade estão
representadas na Figura 12 e os resultados estão apresentados na Tabela 55. Os resultados dos
ajustes do modelo estrutural estão na Tabela 56.
Ressalta-se que a hipótese da relação Valores Pessoais-Fases da Lealdade ser
totalmente mediada pela Atitude será analisada na Seção 5.2.7.2 – Teste do Papel Mediador
da Atitude.
Figura 12 Modelo Estrutural Efeito Mediador Completo
0,24*
0,17*
0,25*
0,57*
0,74*
0,23*
0,59*
0,12*
R² = 0,05
R² = 0,55
R² = 0,59
R² = 0,14
R² = 0,41
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
VALOR
ATITUDE
At8
e18
1
At7
e17
1
At4
e14
1
At3
e13
1
At1
e11
1
1
LEAL COG
Le1_cog
e19
Le3_cog
e20
Le9_cog
e21
LEAL AFE
Le6_afe
e22
Le14_afe
e23
Le15_afe
e24
Le16_afe
e25
LEAL CON
Le4_con
e26
Le5_con
e27
Le7_con
e28
LEAL ACA
Le13_aca
e33
Le12_aca
e32
Le11_aca
e31
Le10_aca
e30
Va7
e7
1
Va4
e4
1
Va3
e3
1
Va2
e2
1
Va1
e1
1
e43
e42
e41
e40
e44
1
1
1
1
1
1
1
192
Tabela 55 Efeitos das relações entre Valores Pessoais, Atitude e Fases da Lealdade - Modelo Efeito
Mediador Completo
Coeficientes não-
padronizados
Coeficiente
padronizado
Variáveis
Dependentes (R²)
Variáveis
Independentes
ß Erros padrão ß
Valores
(t
Atitude
(0,05)
Valor 0,18 0,03 0,23 5,38*
Leal Cognitiva
(0,55)
Atitude 1,35 0,08 0,74 16,73*
Atitude 0,53 0,12 0,25 4,41* Leal Afetiva
(0,59)
Leal Cognitiva 0,68 0,07 0,57 9,27*
Atitude 0,49 0,13 0,24 3,82* Leal Conativa
(0,14)
Leal Afetiva 0,16 0,06 0,17 2,69**
Atitude 1,42 0,09 0,59 15,28* Leal Ação
(0,41)
Leal Conativa 0,14 0,04 0,12 3,20*
Notas: (1) Testes-t bi-caudais: (*) valores t > 3,33 => p<0,001; e (**) valores t > 2,60 => p<0,01. R² é
o Coeficiente de Determinação e ß é o coeficientes de regressão padronizados (Beta padronizado).
Percebe-se, pelos resultados apresentados na tabela acima, que:
a) não há coeficiente padronizado maior do que 1 e que os erros padrão apresentados
não são muito elevados, permitindo, assim, avaliar as relações entre os constructos com
segurança estatística;
b) os valores dos coeficientes de determinação (R²), especialmente do constructo
Valores, são baixos, demonstrando pouco poder de explicação da equação de regressão e,
portanto, uma baixa previsão da variável dependente;
c) todas as relações são estatisticamente significativas, demonstrando que esses
constructos são positivamente relacionados. Assim, alterações no constructo Valores Pessoais
gerarão alterações no constructo Atitude que, conseqüentemente, alterará as Fases da
Lealdade. Logo, as hipóteses H2a, H2b, H2c, H2d e H2e foram suportadas; e
d) a seqüência relacional positiva entre as fases da lealdade foi novamente
confirmada, pois as relações são estatisticamente significativas.
Assim, com todas as hipóteses do Modelo 2 suportadas, passou-se à análise dos índices
de ajuste do modelo.
193
Tabela 56 Índices de Ajuste do Modelo Estrutural Efeito Mediador Completo
Medida de Ajuste
Índices de Ajuste
Modelo Mediação Completa
Avaliação
1.351,59 Sig. 0,001
Gl 244 ---
(?² / gl)
5,54 Periférica
GFI 0,89 Periférica
RSMR 0,23 Periférica
RMSEA 0,07 Aceitável
AGFI 0,87 Periférica
TLI ou NNFI 0,88 Periférica
NFI 0,87 Periférica
CFI 0,89 Periférica
PNFI 0,77 Periférica
PGFI 0,73 Periférica
Nota-se, pelos índices apresentados na tabela acima, que:
a) as principais medidas de ajuste do Modelo Mediação Completa têm avaliações
entre periférica e aceitável;
b) o valor do qui-quadrado (1.351,59) com 244 graus de liberdade é estatisticamente
significativo ao nível de 0,001, e que o valor da relação entre o qui-quadrado e os graus de
liberdade (5,54) ficou ligeiramente acima do mínimo recomendado (5,00). Porém, sabe-se que
o tamanho da amostra e o número de indicadores interferem diretamente no valor desses
índices (HAIR et al., 2005; KLINE, 2005); e
c) os índices GFI=0,89, RSMR=0,23, AGFI=0,87, TLI=0,88, NFI=0,87, CFI=0,89,
PNFI=0,77 e PGFI = 0,73, têm valores bem próximos dos índices recomendados, recebendo
avaliação periférica, enquanto o índice RMSEA=0,07 recebeu avaliação aceitável.
Verifica-se que as relações propostas no Modelo Mediação Completa são confirmadas
pelos resultados dos índices de ajuste do modelo.
194
Análise do Modelo 3 Efeito Mediador Parcial
No Modelo 3 analisa-se as relações entre os Valores Pessoais, a Atitude e as Fases da
Lealdade de forma direta e indireta. Essas relações estão representadas na Figura 13 e os
resultados estão apresentados na Tabela 57. Os resultados dos ajustes do modelo estrutural
estão na Tabela 58.
Destaca-se que a hipótese da relação Valores Pessoais-Fases da Lealdade ser
parcialmente mediada pela Atitude será analisada na próxima Seção 5.2.7.2 Teste do Papel
Mediador da Atitude.
Figura 13 Modelo Estrutural Efeito Mediador Parcial
0,00
0,00
-0,06
0,00
0,22*
0,74*
0,24*
0,25*
0,57*
0,13*
0,17*
0,57*
R² = 0,59
R² = 0,14
R² = 0,41
R² = 0,05
R² = 0,55
VALOR
ATITUDE
At8
e18
At7
e17
At4
e14
At3
e13
At1
e11
LEAL COG
Le1_cog
e20
Le3_cog
e22
Le9_cog
e23
LEAL AFE
Le6_afe
e24
Le14_afe
e25
Le15_afe
e26
Le16_afe
e27
LEAL CON
Le4_con
e28
Le5_con
e29
Le7_con
e30
LEAL ACA
Le13_aca
e32
Le12_aca
e33
Le11_aca
e34
Le10_aca
e35
Va7
e7
Va4
e4
Va3
e3
Va2
e2
Va1
e1
e40
e39
e38
e37
e36
195
Tabela 57 Efeitos das relações entre Valores Pessoais, Atitude e Fases da Lealdade - Modelo Efeito
Mediador Parcial
Coeficientes não-
padronizados
Coeficiente
padronizado
Variáveis
Dependentes
(R²)
Variáveis
Independentes
ß
Erros
padrão
ß
Valores
(t
Atitude
(0,05)
Valor 0,18 0,03 0,22 5,20*
Valor 0,00 0,05 0,00 0,00 ª Leal Cognitiva
(0,55) Atitude 1,35 0,08 0,74 16,37*
Valor 0,00 0,06 0,00 -0,04 ª
Atitude 0,53 0,12 0,24 4,33*
Leal Afetiva
(0,59)
Leal Cognitiva 0,68 0,07 0,57 9,31*
Valor -0,10 0,08 -0,06 -1,35 ª
Atitude 0,52 0,13 0,25 3,99*
Leal Conativa
(0,14)
Leal Afetiva 0,16 0,06 0,17 2,71**
Valor 0,10 0,07 0,00 1,55 ª
Atitude 1,38 0,09 0,57 14,52*
Leal Ação
(0,41)
Leal Conativa 0,15 0,04 0,13 3,29*
Notas: (1) Testes-t bi-caudais: (*) valores t > 3,33 => p<0,001; e (**) valores t > 2,60 => p<0,01; (a)
coeficientes sem significância estatística. R² é o Coeficiente de Determinação e ß é o coeficientes de
regressão padronizados (Beta padronizado).
Verifica-se, pelos resultados, que:
a) não há coeficiente padronizado maior do que 1 e que os erros padrão apresentados
são relativamente baixos, revelando que não existem problemas de estimativas transgressoras;
b) os valores dos coeficientes de determinação (R²), especialmente do constructo
Valores, são baixos, demonstrando pouco poder de explicação da equação de regressão e,
portanto, uma baixa previsão da variável dependente;
c) dentre as relações do constructo Valores Pessoais, somente a relação com o
constructo Atitude é estatisticamente significativa, demonstrando que, com a intermediação
do constructo Atitude, os Valores Pessoais não interferem nas Fases da Lealdade. Assim, a
hipótese H3a foi suportada, confirmando que os valores pessoais estão positivamente
relacionados com a Atitude, e as hipóteses H3b, H3c; H3d e H3e não foram suportadas;
d) todas as relações entre o constructo Atitude as Fases da Lealdade são
estatisticamente significativas, confirmando que esse constructo está positivamente
relacionado com cada fase. Logo, as hipóteses H3f, H3g, H3h e H3i foram suportadas; e
e) a seqüência das relações entre as fases da lealdade foi novamente confirmada, pois
as relações são estatisticamente significativas.
Assim, com as hipóteses do Modelo 3 parcialmente suportadas, passou-se à análise dos
índices de ajuste do modelo.
196
Tabela 58 Índices de Ajuste do Modelo Estrutural Efeito Mediador Parcial
Medida de Ajuste
Índices de Ajuste
Modelo Mediação Parcial
Avaliação
1.347,57 Sig. 0,001
Gl 240 ---
(?² / gl)
5,61 Periférica
GFI 0,89 Periférica
RSMR 0,23 Periférica
RMSEA 0,07 Aceitável
AGFI 0,87 Periférica
TLI ou NNFI 0,88 Periférica
NFI 0,87 Periférica
CFI 0,89 Periférica
PNFI 0,76 Periférica
PGFI 0,71 Periférica
Observa-se, pelos índices, que:
a) as principais medidas de ajuste do Modelo Mediação Parcial têm avaliações entre
periférica e aceitável;
b) o valor do qui-quadrado (1.347,57) com 240 graus de liberdade é estatisticamente
significativo ao nível de 0,001 e que a relação entre o qui-quadrado e os graus de liberdade
(?²/GL) é igual a 5,61, valor próximo ao mínimo recomendado, recebendo então avaliação
periférica; e
c) os índices GFI=0,89, RSMR=0,23, AGFI=0,87, TLI=0,88, NFI=0,87, CFI=0,88,
PNFI=0,76 e PGFI=0,71 apresentaram ajustes de avaliação periférica, porém com valores
bem próximos dos índices recomendados, enquanto que o índice RMSEA=0,07 tem valor
considerado aceitável.
Em resumo, pelas avaliações do modelo de mensuração e pelos valores dos índices de
ajuste do modelo estrutural, pode-se afirmar que as relações propostas nos modelos estruturais
analisados acima são aceitáveis.
A seguir, passou-se ao último estágio da Modelagem de Equações Estruturais:
Interpretação dos Modelos.
197
Estágio 7 Interpretação e Modificação do Modelo
Logo que os modelos são considerados aceitáveis, ou seja, adequados em termos de
qualidade de ajustes, os resultados obtidos devem ser confrontados com a teoria proposta,
para que algumas perguntas possam ser respondidas, tais como: os relacionamentos da teoria
foram comprovados estatisticamente? Os modelos concorrentes sugerem formulação de
hipóteses alternativas? Os relacionamentos entre as variáveis ocorreram na direção proposta
pelas hipóteses? (HAIR et al., 2005). De acordo com esses autores, dois outros aspectos
também devem ser considerados nesse estágio: a) o uso de soluções padronizadas ou não
padronizadas para a interpretação dos modelos; e b) a reespecificação do modelo, pela qual
acrescentam-se ou eliminam-se parâmetros estimados do modelo original.
Quanto à interpretação e modificação dos modelos, observa-se que nesse estudo, ao
analisar os resultados, certos questionamentos formulados acima já foram respondidos,
entretanto, outras questões serão tratadas no Capítulo 5 – Conclusões das Pesquisas.
Assim, com a finalização dos estágios da Modelagem de Equações Estruturais, passou-
se à análise da mediação do constructo Atitude.
198
4.2.8.4 Teste do Papel Mediador da Atitude
Para explicar o significado da mediação entre constructos e demonstrar a cadeia das
relações existentes entre eles, três diagramas de caminhos foram definidos (ver Figura 14).
Os diagramas assumem um sistema de três variáveis com dois caminhos relacionais
para a variável resultado (Fases da Lealdade): o impacto direto da variável independente
(Valores Pessoais) caminho C , e o impacto do mediador (Atitude) caminho B –.
também o caminho da variável independente (Valores Pessoais) para o mediador (Atitude)
caminho A.
De acordo com Baron e Kenny (1986), uma variável funciona como mediadora quando
atende às seguintes condições:
Condição I variações nos níveis da variável independente (Valores Pessoais)
provocam variações significativas no mediador (Atitude) caminho A;
Condição II variações no mediador (Atitude) provocam variações na variável
dependente (Fases da Lealdade) caminho B; e
Condição III quando uma relação anteriormente significativa entre a variável
independente (Valores Pessoais) e a variável dependente (Fases da Lealdade) caminho C
(no Modelo 1) tem os caminhos A e B controlados caminho C (no Modelo 3) deixa de
ser significativa, ocorre o efeito mediador.
Uma demonstração de mediação mais forte ocorre quando o caminho C (no Modelo 3)
é igual a zero, pois, nessa condição, pode-se afirmar que há forte evidência de um único
mediador dominante. Mas, se o caminho C (no Modelo 3) é residual, ou seja, não é igual a
zero, isto indica a operação de múltiplos fatores mediadores entre as variáveis independente e
dependente (BARON; KENNY, 1986).
199
Figura 14 Diagrama de Caminhos Mediação entre Constructos
Na pesquisa Valores Normativos, o caminho Valores Pessoais Fases da Lealdade
(caminho C) foi apresentado como Modelo Efeito Direto (Modelo 1); os caminhos Valores
Pessoais Atitude (caminho A) e Atitude Fases da Lealdade (caminho B) foram
apresentados como Modelo Mediação Completa (Modelo 2) e, finalmente, a verificação dos
três caminhos (A, B e C), simultaneamente, foi realizada por meio do Modelo Mediação
Parcial (Modelo 3).
A consolidação dos resultados desses modelos está apresentada na Tabela 59.
Tabela 59 Avaliação da Mediação do Constructo Atitude
Modelo 1
Efeito Direto
Modelo 2
Mediação Completa
Modelo 3
Mediação Parcial Caminhos
ß
Valor t (sig)
ß
Valor t (sig)
ß
Valor t (sig)
Val Le_cog
0,16 3,63* (H1a) - - 0,00 0,00 ª (H3b)
Val Le_afe
0,02 0,46 ª (H1b) - - 0,00 -0,04 ª (H3c)
Val Le_con
- 0,10 -1,14 ª (H1c) - - -0,06 -1,35 ª (H3d)
Val Le_aca
0,15 2,08** (H1d) - - 0,00 1,55 ª (H3e)
Val Ati
- - 0,23 5,38* (H2a) 0,22 5,20* (H3a)
Ati Le_cog
- - 0,74 16,73* (H2b) 0,74 16,37* (H3f)
Ati Le_afe
- - 0,25 4,41* (H2c) 0,24 4,33* (H3g)
Ati Le_con
- - 0,24 3,82* (H2d) 0,25 3,99* (H3h)
Ati Le_aca
- - 0,59 15,28** (H2e) 0,57 14,52* (H3i)
Notas: Método de estimação: MLE (Maximum Likelihood Estimation). As estimativas são os coeficientes
de regressão padronizados (ß). (¹) Testes-t bi-caudais: (*) valores t > 3,33 => p<0,001; (**) valores t >
1,97 => p<0,05. As representações dentro dos parênteses são as hipóteses (ex. H1a).
B
A
Atitude
Fases da
Lealdade
Modelo 2 Mediação Completa
Valores
Pessoais
Modelo 3 Mediação Parcial
A
C
Atitude
Fases da
Lealdade
Valores
Pessoais
B
Modelo 1 Efeito Direto
Fases da
Lealdade
Valores
Pessoais
C
200
Ao analisar os resultados dos três modelos, à luz das condições estabelecidas por
Baron e Kenny (1986), percebe-se que:
a) a condição I caminho A é plenamente satisfeita, pois o constructo Valores
Pessoais tem efeito estatisticamente significativo sobre o constructo Atitude (ß=0,23; Valor
t=5,38; sig. 0,001) Modelo Mediação Completa (Modelo 2) (H2a foi suportada),
b) a condição II caminho B é plenamente satisfeita, pois o constructo Atitude tem
efeito estatisticamente significativo sobre os constructos Lealdade Cognitiva (ß=0,74; Valor
t=16,73; sig. 0,001); Lealdade Afetiva (ß=0,25; Valor t=4,41; sig. 0,001); Lealdade Conativa
(ß=0,24; Valor t=3,82; sig. 0,001); e Lealdade Ação (ß=0,59; Valor t=15,28; sig. 0,001)
Modelo Mediação Completa (Modelo 2) (H2b, H2c, H2d e H2e foram suportadas); e
c) a condição III é parcialmente satisfeita, pois os Valores Pessoais só são
estatisticamente significativas, no caminho C (Modelo Efeito Direto), na relação com a
Lealdade Cognitiva (ß=0,16; Valor t=3,63; sig. 0,001) e a Lealdade Ação (ß=0,15; Valor
t=2,08; sig. 0,05). (H1a e H1d foram suportadas)
Desta maneira, verifica-se que somente estes dois constructos podem ser considerados
na análise dos caminhos A, B e C (Modelo de Mediação Parcial) para a análise de mediação.
Assim, observa-se que, quando os caminhos A e B são controlados, a relação Valores
Pessoais-Lealdade Cognitiva e Valores Pessoais-Lealdade Ação, deixam de ser
estatisticamente significativas. Logo, confirma-se o constructo Atitude como mediador da
relação Valores Pessoais-Fase Cognitiva e Valores Pessoais-Fase Ação. Porém, a influência
do constructo Valores Pessoais é baixa no modelo.
Verifica-se ainda que o constructo Atitude pode ser considerado um forte e único
mediador dominante das relações Val Le_cog e Val Le_aca, pois o valor t dessas
relações é igual a zero (BARON; KENNY, 1986).
Desta forma, concluída a análise do efeito mediador da Atitude, passou-se à análise do
efeito moderador das variáveis demográficas na relação valores pessoais-fases da lealdade.
201
4.2.8.5 Teste do Papel Moderador das Variáveis Demográficas
Baron e Kenny (1986) afirmaram que a função moderadora de uma “terceira” variável
é dividir uma variável independente focal em dois subgrupos, estabelecendo seus domínios de
eficácia máxima em relação a uma variável dependente. Os moderadores podem envolver
tanto manipulações ou avaliações e quaisquer variáveis situacionais ou pessoais. A
propriedade aparente da variável moderadora é que, diferentemente da relação mediador-
preditor, onde o preditor é casualmente antecedente do mediador, o moderador e o preditor
estão no mesmo nível com relação aos seus papéis enquanto variáveis causais, a certos efeitos
de critério. Ou seja, as variáveis moderadoras sempre funcionam como variáveis
independentes, enquanto que eventos mediadores alteram seus papéis de efeitos. De acordo
com Hombeck (1997), se uma variável A (ex. Valores Pessoais) está relacionada com a
variável C (ex. Fases da Lealdade), mas somente sobre certas condições da variável B (ex.
Gênero, Idade), então B é uma variável moderadora.
Para testar as hipóteses relativas às variáveis moderadoras, utilizou-se a análise causal
multi-grupos (JÖRESKOG; SÖRBOM, 1993). Essa técnica é utilizada para verificar efeitos
moderadores de variáveis por meio do teste de significância da diferença entre os valores dos
qui-quadrados (??²) de dois modelos, o restrito e o irrestrito (HOMBURG; GIERING, 2001;
WANGENHEIM, 2003; BENNETT; HÄRTEL; MCCOLL-KENNEDY, 2005;
EVANSCHITZKY; WUNDERLICH, 2006; LIN; DING, 2006; BEYERS; GOOSSENS,
2003; OLSEN, 2007). O modelo restrito (fixo) tem todas as relações fixadas e o modelo
irrestrito (livre) tem uma ou várias relações liberadas, com no mínimo um grau de liberdade a
menos do que o modelo restrito (fixo). Logo, o valor do qui-quadrado do modelo irrestrito
sempre será mais baixo que o do modelo restrito. A questão a ser analisada é se a variação no
valor do qui-quadrado é significativa quando se move do modelo restrito para o irrestrito. Se
esse fato ocorrer, há indicação de efeitos diferenciais nas duas sub-amostras, suportando
assim a hipótese de moderação (HOMBURG; GIERING, 2001).
202
A análise de multi-grupos foi conduzida em 4 etapas:
Primeira O conjunto de dados com as variáveis latentes envolvidas no processo de
moderação (idade, renda e escolaridade) foi separado em dois grupos por meio de uma
divisão-mediana, com exceção da variável gênero (masculino e feminino). Em um grupo
ficaram os respondentes que tiveram escores baixos na variável a ser analisada, enquanto que
o outro grupo foi formado por aqueles que tiveram escores altos na mesma variável. O
mecanismo de divisão foi realizado pelo processo dicotômico de itens (ex. renda baixa = 0 e
renda alta = 1).
Segunda Um modelo de caminhos foi estimado para as respectivas sub-amostras, no
qual todos os caminhos entre os valores pessoais e as fases da lealdade e os caminhos dos
indicadores para as variáveis latentes foram fixados (restritos), a fim de serem iguais entre os
dois grupos. Os caminhos estão representados na Figura 16. Assim, o modelo com parâmetros
fixos foi estimado e os valores dos qui-quadrados observados.
Terceira O mesmo modelo de caminhos foi novamente estimado de forma irrestrita,
ou seja, permitiu-se que apenas um caminho entre os valores pessoais e as fases da lealdade
variasse nos dois grupos, sempre liberando um caminho a cada análise. Por exemplo, na
análise da moderação da idade sobre as fases da lealdade, liberou-se o caminho entre valores
pessoais e lealdade cognitiva, mantendo os demais caminhos fixos; na análise da lealdade
afetiva, liberou-se o caminho entre os valores e a lealdade afetiva, deixando os demais fixos, e
assim sucessivamente. Desta maneira, o modelo com um dos parâmetros livre foi estimado, e
os valores dos qui-quadrados observados. Constatou-se que no modelo irrestrito (livre) houve
um grau de liberdade a menos do que no restrito, pois há um caminho estimado a mais.
Quarta Analisou-se a diferença entre os valores dos qui-quadrados dos dois
modelos. O teste de estatística é computado subtraindo-se o qui-quadrado do modelo restrito
do qui-quadrado do modelo irrestrito. Os graus de liberdade para o teste são a diferença em
graus de liberdade para os dois modelos.
203
Análise do Modelo 4 Efeito Moderador das Variáveis Demográficas
Nesse modelo analisam-se as influências das variáveis demográficas nas relações entre
os Valores Pessoais e as Fases da Lealdade. Essas relações estão representadas na Figura 15 e
os resultados estão apresentados nas Tabelas 60, 61, 62 e 63.
Figura 15 Modelo Efeito Moderador
VALOR
LEAL COG
Le1_cog
e20
Le3_cog
e22
Le9_cog
e23
LEAL AFE
Le6_afe
e24
Le14_afe
e25
Le15_afe
e26
Le16_afe
e27
LEAL CON
Le4_con
e28
Le5_con
e29
Le7_con
e30
LEAL ACA
Le13_aca
e32
Le12_aca
e33
Le11_aca
e34
Le10_aca
e35
Va7
e7
Va4
e4
Va3
e3
Va2
e2
Va1
e1
e40
e39
e38
e37
- Gênero
- Idade
- Escolaridade
-
Renda
204
4.2.8.5.1 Moderação pelo Gênero
A tabela 60 apresenta a diferença entre os valores do qui-quadrado das sub-amostras.
Tabela 60 Efeito Moderador do Gênero Análises dos Multi-Grupos
Gênero
Masculino (n=469) Feminino (n=477)
Relações
Es timativa t-valor Estimativa t-valor
??² (df/gl=1)
Valores à Leal Cognitiva (H4a) 0,63 4,81* 0,61 4,71* 6,10***
Valores à Leal Afetiva (H4b) 0,17 1,51ª 0,24 2,15*** 0,15ª
Valores à Leal Conativa (H4c) -1,07 -8,20* -1,03 -8,05* 0,04ª
Valores à Leal Ação(H4d) 1,17 7,86* 1,30 9,48* 0,50ª
Notas: 1. Estimativa (Beta não padronizado). 2. ª valores não significativos. 3. * significância < 0,001; **
significância < 0,01; *** significância < 0,05; **** significância < 0,10.
Os resultados demonstram que a diferença de qui-quadrado com um grau de liberdade
entre o modelo restrito (?²=1702,20, gl=328) e os modelos irrestritos só foi significativa na
relação entre valores pessoais e lealdade cognitiva (?²=1696,10, gl=327). Esse resultado
(??²[1] = 6,10, com sig.<0,05) permite afirmar que os valores pessoais dos homens
influenciam mais a lealdade cognitiva do que os valores pessoais das mulheres, ainda que a
diferença seja pequena. Logo, a hipótese H4a foi suportada, confirmando que o gênero
modera a relação entre valores pessoais e lealdade cognitiva.
As hipóteses H4b, H4c e H4d não foram suportadas, pois não apresentaram diferenças
significativas de qui-quadrados, confirmando, desta forma, ausência de moderação.
4.2.8.5.2 Moderação pela Idade
A tabela 61 apresenta a diferença entre os valores do qui-quadrado das sub-amostras.
Tabela 61 Efeito Moderador da Idade Análises dos Multi-Grupos
Idade
Novos (n=753) Experientes (n=163)
Relações
Estimativa t-valor Estimativa t-valor
??² (df/gl=1)
Valores à Leal Cognitiva (H5a) 0,50 5,11* 0,65 2,80** 12,56*
Valores à Leal Afetiva (H5b) 0,05 0,60ª 0,62 3,15* 7,10**
Valores à Leal Conativa (H5c) -0,88 -8,47* -1,21 -6,13* 2,66****
Valores à Leal Ação (H5d) 1,17 9,97* 0,91 4,81* 1,44ª
Notas: 1. Idade Novos vai até 34 anos. 2. Estimativa (Beta não padronizado). 3. ª valores não significativos.
4. * significância < 0,001; ** significância < 0,01; *** significância < 0,05; **** significância < 0,10.
205
Os resultados nos sub-grupos de idade indicam que a diferença de qui-quadrado com
um grau de liberdade entre o modelo restrito (?²=1781,58, gl=328) e os modelos irrestritos foi
significativa nas relações entre valores pessoais e lealdade cognitiva (?²=1769,02, gl=327),
com o resultado ??²[1] = 12,56, com sig.<0,001; valores pessoais e lealdade afetiva
(?²=1774,48, gl=327), com o resultado ??²[1] = 7,10, com sig.<0,01; e valores pessoais e
lealdade conativa (?²=1778,92, gl=327), com o resultado ??²[1] = 2,66, com sig.<0,10. Logo
as hipóteses H5a, H5b e H5c foram suportadas.
Observa-se que os valores pessoais dos respondentes mais experientes têm um impacto
maior nas fases da lealdade cognitiva e afetiva, positivamente, e na fase conativa,
negativamente. A relação negativa indica que à medida que a importância dos valores
pessoais investigados aumenta, a lealdade conativa diminui, ou seja, essa fase passa a ser
menos importante para ambas as sub-amostras, tendo um efeito maior para os mais
experientes. Assim, observa-se que com o aumento da idade, os valores pessoais influenciam
diretamente nas fases cognitiva e afetiva da lealdade, e na direção inversa na fase conativa.
Nesse caso, os respondentes mais experientes privilegiam a cognição e o afeto e dão menos
importância à intenção de compra (conação).
Os resultados confirmam que a idade não modera a relação entre valores pessoais e
lealdade ação, pois a relação não teve a diferença significativa entre os qui-quadrados;
conseqüentemente, a hipótese H5d não foi suportada.
4.2.8.5.3 Moderação pela Escolaridade
A tabela 62 apresenta a diferença entre os valores do qui-quadrado das sub-amostras.
Tabela 62 Efeito Moderador da Escolaridade Análises dos Multi-Grupos
Escolaridade
Baixa (n=62) Alta (n=854)
Relações
Estimativa t-valor Estimativa t-valor
??² (df/gl=1)
Valores à Leal Cognitiva (H6a) 1,08 2,67** 0,52 5,59* 12,70**
Valores à Leal Afetiva (H6b) 0,19 0,72ª 0,17 2,06*** 0,00
Valores à Leal Conativa (H6c) -1,50 -4,00* -0,91 -9,19* 2,29
Valores à Leal Ação (H6d) 1,44 3,48* 1,13 10,36* 0,53
Notas: 1. Escolaridade baixa vai até o 2º grau completo. 2. Estimativa (Beta não padronizado). 3. ª valores
não significativos. 4. * significância < 0,001; ** significância < 0,01; *** significância < 0,05; ****
significância < 0,10.
206
Os resultados demonstram que, nos sub-grupos da variável escolaridade, a diferença de
qui-quadrado com um grau de liberdade entre o modelo restrito (?²=1807,41, gl=328) e os
modelos irrestritos só foi significativa na relação entre valores pessoais e lealdade cognitiva
(?²=1794,71, gl=327), com o resultado ??²[1] = 12,70, com sig.<0,01. Logo, a hipótese H6a
foi suportada, confirmando que a escolaridade modera a relação entre valores pessoais e
lealdade cognitiva. Esse resultado permite afirmar que os valores pessoais dos respondentes
com baixa escolaridade influenciam de modo mais forte na lealdade cognitiva.
Verifica-se, pelos demais resultados, que as hipóteses H6b, H6c e H6d não foram
suportadas, pois não apresentaram diferença significativa entre os valores dos qui-quadrados.
4.2.8.5.4 Moderação pela Renda
A tabela 63 apresenta a diferença entre os valores do qui-quadrado.
Tabela 63 Efeito Moderador da Renda Análises dos Multi-Grupos
Renda
Baixa (n=645) Alta (n=271)
Relações
Estimativa t-valor Estimativa t-valor
??² (df/gl=1)
Valores à Leal Cognitiva (H7a) 0,51 4,83* 0,57 3,47* 12,29**
Valores à Leal Afetiva (H7b) 0,14 1,43ª 0,24 1,74**** 0,42ª
Valores à Leal Conativa (H7c) -0,86 -7,97* -1,22 -7,44* 4,13***
Valores à Leal Ação (H7d) 1,25 10,12* 0,88 5,32* 3,56****
Notas: 1. Renda baixa vai até R$ 2.000,00. 2. Estimativa (Beta não padronizado). 3. ª valores não significativos.
4. * significância < 0,001; ** significância < 0,01; *** significância < 0,05; **** significância < 0,10.
Os resultados indicam que a diferença de qui-quadrado com um grau de liberdade
entre o modelo restrito (?²=1722,74, gl=328) e os modelos irrestritos foi significativa nas
relações entre valores pessoais e lealdade cognitiva (?²=1710,45, gl=327), com o resultado
??²[1] = 12,29, com sig.<0,01; valores pessoais e lealdade conativa (?²=1718,61, gl=327),
com o resultado ??²[1] = 4,13, com sig.<0,05; e valores pessoais e lealdade ação (?²=1719,18,
gl=327), com o resultado ??²[1] = 3,56, com sig.<0,10. Logo, as hipóteses H7a; H7c e H7d
foram suportadas. A hipótese H7b não foi suportada, pois não apresentou diferença
significativa entre os valores dos qui-quadrados.
207
Na moderação dessa variável três situações foram observadas: (i) os valores pessoais
dos respondentes com rendas mais altas influenciam positivamente na fase cognitiva e (ii)
negativamente a relação valores-fase conativa; e (iii) os valores dos respondentes com rendas
menores influenciam positivamente na fase ação.
A relação negativa indica que à medida que a importância dos valores pessoais
investigados aumenta, a lealdade conativa diminui, ou seja, essa fase passa a ser menos
importante para ambas as sub-amostras, tendo um efeito maior para os respondentes de alta
renda. Assim, observa-se que com o aumento da renda, os valores pessoais influenciam
diretamente nas fases cognitiva e ação, e negativamente na fase conativa. Nesse caso, os
respondentes com rendas mais altas privilegiam a cognição e dão menos importância à
intenção de comprar (conação), enquanto que os de renda mais baixas superam mais os
obstáculos que impedem a compra.
Com os resultados acima, encerram-se as análises estatísticas dessa tese, observando
que das trinta e quatro hipóteses dos modelos finais analisados, vinte não foram suportadas e
quatorze foram suportadas (ver Quadro 14).
Observação Importante sobre as análises realizadas nesse trabalho:
Todas as análises multivariadas foram realizadas com três amostras, sendo a primeira
com outliers (N=916), a segunda sem outliers (N=899) e a terceira com os dados
normalizados. Os resultados e a comparação entre as amostras estão apresentados no Anexo
K.
Pelos resultados, observa-se que os índices de ajuste dos modelos estruturais foram
alterados somente na terceira casa decimal, demonstrando pouca alteração entre os modelos.
Assim, para apresentação dos resultados gerais, optou-se pela utilização dos dados originais,
com outliers, evitando, desta forma, a perda das informações coletadas, de acordo com a
sugestão de Kline (2005).
2
08
Hipótese Proposição Resultado
Modelo 1 Efeito Direto
H1a Valores pessoais estão positivamente relacionados com a lealdade cognitiva. Suportada
H1b Valores pessoais estão positivamente relacionados com a lealdade afetiva. Não Suportada
H1c Valores pessoais estão positivamente relacionados com a lealdade conativa. Não Suportada
H1d Valores pessoais estão positivamente relacionados com a lealdade ação. Suportada
Modelo 2 Efeito Mediação Completa
H2a Valores pessoais estão positivamente relacionados com a atitude. Suportada
H2b Atitude está positivamente relacionada com a lealdade cognitiva. Suportada
H2c Atitude está positivamente relacionada com a lealdade afetiva. Suportada
H2d Atitude está positivamente relacionada com a lealdade conativa. Suportada
H2e Atitude está positivamente relacionada com a lealdade ação. Suportada
Modelo 3 Efeito Mediação Parcial
H3a Valores pessoais estão positivamente relacionados com a atitude. Suportada
H3b Valores pessoais exercem efeitos diretos na lealdade cognitiva. Não Suportada
H3c Valores pessoais exercem efeitos diretos na lealdade afetiva. Não Suportada
H3d Valores pessoais exercem efeitos diretos na lealdade conativa. Não Suportada
H3e Valores pessoais exercem efeitos diretos na lealdade ação. Não Suportada
H3f Atitude está positivamente relacionada com a lealdade cognitiva. Suportada
H3g Atitude está positivamente relacionada com a lealdade afetiva. Suportada
H3h Atitude está positivamente relacionada com a lealdade conativa. Suportada
H3i Atitude está positivamente relacionada com a lealdade ação. Suportada
Modelo 4 Efeito Moderador
Gênero
H4a O gênero modera a relação entre valores pessoais e lealdade cognitiva. Suportada
H4b O gênero modera a relação entre valores pessoais e lealdade afetiva. Não Suportada
H4c O gênero modera a relação entre valores pessoais e lealdade conativa. Não Suportada
H4d O gênero modera a relação entre valores pessoais e lealdade ação. Não Suportada
Idade
H5a A idade modera a relação entre valores pessoais e lealdade cognitiva. Suportada
H5b A idade modera a relação entre valores pessoais e lealdade afetiva. Suportada
H5c A idade modera a relação entre valores pessoais e lealdade conativa. Suportada
H5d A idade modera a relação entre valores pessoais e lealdade ação. Não Suportada
Escolaridade
H6a A escolaridade modera a relação entre valores pessoais e lealdade cognitiva. Suportada
H6b A escolaridade modera a relação entre valores pessoais e lealdade afetiva. Não Suportada
H6c A escolaridade modera a relação entre valores pessoais e lealdade conativa. Não Suportada
H6d A escolaridade modera a relação entre valores pessoais e lealdade ação. Não Suportada
Renda
H7a A renda modera a relação entre valores pessoais e lealdade cognitiva. Suportada
H7b A renda modera a relação entre valores pessoais e lealdade afetiva. Não Suportada
H7c A renda modera a relação entre valores pessoais e lealdade conativa. Suportada
H7d A renda modera a relação entre valores pessoais e lealdade ação. Suportada
Quadro 14 Hipóteses da Pesquisa e Resultados dos Testes de Avaliação
Fonte: Dados da Pesquisa.
209
5 CONCLUSÕES DAS PESQUISAS
Ao abordar as relações existentes entre os constructos valores pessoais, atitude e fases
da lealdade, elaborando e estudando empiricamente quatro modelos teóricos junto a clientes
de instituições bancárias brasileiras, essa tese procurou preencher uma importante lacuna
dentro da literatura de Marketing. Para tanto, foram realizados dois estudos empíricos: o
primeiro investigou os Valores Pessoais pelo método Ipsativo (Ordenamento), e o segundo
avaliou os Valores Pessoais pelo método Normativo (Rating). Os resultados desse trabalho
ampliam a fronteira do conhecimento na disciplina de Marketing, contribuindo de maneira
relevante para a Teoria dos Valores Humanos e para a área do Comportamento do
Consumidor, além fornecer subsídios às empresas para a confecção de estratégias de
relacionamento com clientes, uma vez que os resultados permitem entender a influência dos
valores pessoais na lealdade do consumidor.
Os modelos teóricos, que abordaram a complexa inter-relação entre valores pessoais,
atitude e fases da lealdade propostas por Oliver (1997), estudaram (i) os efeitos diretos das
relações existentes entre os valores pessoais e as fases da lealdade; (ii) os efeitos mediadores
total e parcial da atitude na relação valores pessoais-fases da lealdade; e (iii) os efeitos
moderadores das variáveis demográficas de gênero, idade, escolaridade e renda na relação
valores pessoais-fases da lealdade. A originalidade do trabalho foi assegurada por meio de
revisões teóricas realizadas junto às principais bases de dados nacionais e internacionais,
como Blackwell Synergy, Elsevier Science Direct, Ebsco, Emerald Insight, Infotrac College,
Proquest, Scopus, Thompson Gale, Wilson Web e Google Scholar, que não localizaram
estudos que tratassem das relações entre estes constructos.
Nesse último capítulo são discutidos os resultados dos testes das hipóteses que visaram
a responder os dois questionamentos centrais da tese qual o impacto dos valores pessoais
nas fases da lealdade do consumidor e qual o impacto das variáveis demográficas de gênero,
idade, escolaridade e renda na relação entre estes dois constructos. Discute-se, ainda, algumas
implicações acadêmicas e gerenciais proporcionadas pelos resultados.
210
Na avaliação das relações propostas, três conceitos foram centrais para as conclusões
do estudo. O primeiro refere-se aos valores pessoais, que tiveram como base a definição de
Rokeach (1973, p. 5): “um valor é uma crença duradoura de que um modo de conduta
específico ou um estado-final de existência é pessoal ou socialmente preferível a outro modo
de conduta ou estado-final de existência”. O segundo trata da atitude, amparada pelo trabalho
de Grube, Mayton II e Ball-Rokeach (1994), que a define como organização de crenças
existenciais, avaliativas, prescritivas e causais dos indivíduos acerca de um objeto ou de uma
situação que os predispõem a responder sobre esses objetos ou situações independentemente
de pressões ou controles sociais. E, finalmente, o conceito das fases da lealdade, elaborado
por Oliver (1999): a fase cognitiva, que está vinculada a informações, tais como preços,
qualidade e outros atributos de produtos; a fase afetiva, que está ligada ao gosto, ao
sentimento e à satisfação do cliente; a fase conativa, que trata da intenção comportamental e
do comprometimento do consumidor; e a fase ação, que representa a superação de obstáculos
que impeçam a compra do produto ou serviço por parte do consumidor.
Os modelos testados também foram sustentados por justificativas teóricas. O Modelo
Efeito Direto, que propõe os valores pessoais como antecedentes das fases da lealdade, está
justificado no fato de que cada indivíduo detém numerosos valores (ex. realização, segurança,
benevolência) com variados graus de importância (SCHWARTZ, 2005a), sendo ambas as
perspectivas relevantes na compreensão do comportamento do consumidor (MARANDI;
LITTLE; SEKHON, 2006). Os Modelos Mediação Completa e Mediação Parcial, que
propõem que as atitudes agem como intervenientes, direta e indiretamente, na relação entre os
valores pessoais e as fases da lealdade, estão amparados no fato de os valores terem
fundamentos que influenciam as atitudes (HOMER; KAHLE, 1988), e de que as atitudes
influenciam o comportamento (SAWYERR; STRAUSS; YAN, 2005). Assim, considerando
que as fases da lealdade também têm componentes comportamentais (JONES; TAYLOR,
2007) e que as atitudes recebem influência dos valores e influenciam o comportamento, os
modelos foram amparados teoricamente. O Modelo Efeito Moderador, que propõe que as
variáveis demográficas de gênero, idade, escolaridade e renda afetam a direção e/ou a força da
relação valores-fases da lealdade, tem justificativa no fato de diferentes combinações entre
essas variáveis revelarem distintas necessidades e desejos dos clientes (SHETH; MITTAL;
NEWMAN, 2001), interferindo na força preditiva dos valores pessoais sobre as fases da
lealdade. Assim, com as relações justificadas, as premissas que fundamentaram os modelos
foram transformadas em 34 hipóteses.
211
Para o teste das hipóteses foram realizadas duas pesquisas de campo: uma com
objetivo exploratório Estudo dos Valores Ipsativos , e outra de efeito conclusivo-descritivo
Estudo dos Valores Normativos. No método ipsativo os respondentes ordenaram um
conjunto de valores (rank order) e escolheram um valor em detrimento de outro, e no método
normativo os respondentes avaliaram (rate) um conjunto de valores pessoais. Para a aplicação
da primeira pesquisa foram adaptadas escalas existentes, e na segunda foram utilizadas
escalas originadas do primeiro estudo.
As análises da pesquisa Valores Ipsativos foram realizadas junto a uma base de dados
de 910 respondentes que (i) ordenaram 9 valores pessoais mais importantes, dos 18 valores
terminais da escala Rokeach Value Survey (RVS); (ii) opinaram sobre 20 itens de atitude da
escala de Heerden e Puth (1995), por meio da escala de diferencial semântico, e (iii)
avaliaram 16 itens do constructo Fases da Lealdade, baseados nos trabalhos de Harris e Goode
(2004) para as fases cognitiva e ação, de Pedersen e Nysveen (2001) para a fase afetiva, e de
McMullan e Gilmore (2003) para a fase conativa, por meio de uma escala do tipo de Likert.
As análises da pesquisa Valores Normativos foram realizadas junto a uma base de dados
composta por 916 respondentes que (i) avaliaram 10 valores pessoais, sendo escolhidos 5
mais importantes e 5 de menor importância dos indicados na pesquisa Valores Ipsativos; (ii)
16 itens do constructo fases da lealdade, ambos os constructos por meio de escalas do tipo de
Likert; e (iii) opinaram sobre 10 itens de atitudes, por meio da escala de diferencial semântico.
Pelas análises realizadas, constatou-se que das trinta e quatro hipóteses dos modelos
finais analisados, vinte não foram suportadas.
212
5.1 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES SOBRE A PRIMEIRA QUESTÃO DE PESQUISA
Respondendo ao primeiro problema de pesquisa proposto para a tese Qual o
impacto dos valores pessoais nas fases da lealdade do consumidor?
Pelos resultados obtidos (Modelo 1), pode-se afirmar que os valores pessoais
impactam positivamente somente na formação de duas fases da lealdade do consumidor em
relação a instituições bancárias: a cognitiva (H1a), que está vinculada a informações sobre
preços, qualidade e outros atributos de produtos e serviços, e a fase ação (H1d), que
representa a superação de obstáculos que impedem a compra de produtos e serviços da
concorrência por parte do cliente. Entretanto, é impotante salientar que o impacto do
constructo Valores Pessoais é baixo.
A justificativa para a relação positiva está no fato de os valores pessoais serem
elementos psicológicos organizados internamente e agirem como padrões preferenciais,
refletindo as respostas dos indivíduos frente a estímulos e fazendo-os raciocinar sobre seus
modos de ação. Assim, como a fase cognitiva representa a base informacional disponível ao
consumidor, permitindo a preferência de uma marca em detrimento de outra, os
consumidores, estimulados pelas informações recebidas, são guiados pelos valores pessoais
na avaliação preferencial de uma marca. Logo, um consumidor que atribui maior importância
aos valores pessoais investigados, ou os têm como mais importantes, será mais leal ao banco
que lhe disponibilizar informações mais detalhadas sobre preços e qualidades vinculadas aos
seus produtos e serviços. Enfim, o cliente será leal ao banco sobre o qual detiver
conhecimentos amplos, claros e bem fundamentados.
Quanto à fase lealdade ação, que representa a transformação da intenção
comportamental dos clientes na superação de situações que os impeçam de continuar
comprando, os valores pessoais guiam a motivação ou o desejo dos clientes no sentido de
permanecerem clientes de um banco, independentemente de ações da concorrência. Logo, um
consumidor que atribui maior importância aos valores pessoais investigados, ou os têm como
sendo os mais importantes, terá uma pré-disposição a agir de maneira mais persistente, a fim
de superar obstáculos que o impeçam de transacionar com o banco de seu maior
213
relacionamento, evitando, desta forma, buscar outra marca no mercado, ou seja, tornar-se-á
leal.
A justificativa para a ausência de relação entre os valores pessoais e as duas fases da
lealdade, afetiva e conativa, pode estar associada ao fato de os valores investigados
representarem o que um indivíduo busca atingir na sua vida, ao passo que as fases
representam o afeto e a intenção comportamental. Assim, na fase afetiva, que representa “o
gostar de” ou a “satisfação cumulativa”, os indivíduos estão mais vulneráveis às
argumentações depreciativas das instituições bancárias com as quais se relacionam; logo, seus
valores não os guiam à lealdade, fazendo com que procurem novos bancos. Quanto à fase
conativa, que representa o comprometimento com a recompra, a ausência de relação com os
valores pode estar associada à segurança do consumidor, que não permite um comportamento
de repetição de transações financeiras num mesmo banco.
Com relação à influência dos valores pessoais sobre as fases da lealdade, tendo a
atitude como mediadora dessa relação, (Modelos 2 e 3), o estudo suportou parcialmente as
hipóteses sugeridas. No modelo de mediação total ficou comprovado que os valores
antecedem a atitude (H2a) e essa, as fases da lealdade (H2b, H2c, H2d e H2e). Logo, os
resultados permitem concluir que a atitude é mediadora somente nas relações valores
pessoais-lealdade cognitiva e valores pessoais-lealdade ação.
A justificativa para o papel mediador da atitude nessas relações está no fato de os
valores pessoais serem instâncias distintas. Valores são elementos de natureza abstrata que
guiam ações e julgamentos que transcendem às situações, enquanto que as atitudes se
organizam em torno de, ou em relação a, situações específicas que serão avaliadas. Os
resultados obtidos permitem concluir que os valores pessoais guiam os indivíduos (i) a avaliar
de maneira favorável (atitude positiva) as informações fornecidas pelos bancos sobre seus
produtos e serviços (fase cognitiva); e (ii) tender a permanecer clientes por tempo
indeterminado na instituição com a qual têm relacionamento (fase ação). Assim, a atitude age
como mediadora, alterando o papel de causa-efeito, passando a justificar os efeitos nas
relações valores pessoais-fases da lealdade (cognitiva e ação), que exerciam impactos diretos.
Desta forma, conclui-se que os valores pessoais possibilitam julgamentos e avaliações, que
214
são as atitudes, e essas permitem aos indivíduos guiarem suas ações em relação às duas fases
da lealdade.
A ausência de mediação da atitude nas relações entre os valores pessoais e as fases
afetiva e conativa se deve ao fato desses constructos não serem positivamente relacionados,
conforme observado no Modelo 1. É importante salientar que para que uma variável seja
mediadora o constructo anterior a ela (ex. Valores Pessoais) deve, necessariamente, apresentar
uma relação direta estatisticamente significativa com a posterior (ex. Fases da Lealdade).
5.2 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES SOBRE A SEGUNDA QUESTÃO DE PESQUISA
Respondendo ao segundo problema de pesquisa proposto para a tese Qual o impacto
das variáveis demográficas de gênero, idade, escolaridade e renda na relação entre os
valores pessoais e as fases da lealdade do consumidor?
Pelos resultados obtidos, pode-se afirmar que, de forma geral, o impacto é positivo. As
análises dos efeitos moderadores permitem concluir que:
(i) quanto ao gênero, os valores pessoais dos homens influenciam mais a fase cognitiva
da lealdade do que os das mulheres (H4a). Assim, pode-se concluir que os valores dos
homens os tornam mais leais do que os das mulheres na fase que representa a experiência
baseada em informações sobre preços, qualidades e outros atributos dos produtos e serviços
do banco. Esse resultado evidencia que os homens se contentam mais com as informações
recebidas do que as mulheres, que procuram saber mais sobre as marcas existentes no
mercado. As demais fases da lealdade não são influenciadas pelo gênero. Isso se deve ao fato
de os sistemas de valores dos homens e das mulheres serem semelhantes quanto à tomada de
decisão em relação às fases afetiva, conativa e de ação quando se trata de instituições
bancárias.
(ii) quanto à idade, os valores das pessoas mais experientes (acima dos 34 anos)
influenciam mais as fases da lealdade do que os dos jovens. Consumidores mais experientes
são mais leais (a) na fase cognitiva (H5a), que representa as respostas avaliativas vinculadas
aos pensamentos, idéias e informações (influência positiva); (b) na fase afetiva (H5b), que
indica os sentimentos existentes em relação a uma situação como, por exemplo, a satisfação
215
(influência positiva); e (c) na fase conativa (H5c), que caracteriza um compromisso ou
comprometimento de recompra (influência negativa). É importante ressaltar que a amostra
considerada nesse estudo é constituída por 82,20% de respondentes com até 34 anos.
A influência positiva dos valores sobre a fase cognitiva revela que os valores pessoais
dos clientes mais experientes fazem com que eles avaliem as informações disponibilizadas
pela instituição bancária sobre os atributos dos produtos ou serviços e prefiram essa marca em
detrimento de outra do mercado. A influência positiva dos valores sobre a fase afetiva
demonstra que, além das informações sobre os atributos da marca, os valores dos clientes
mais experientes os tornam satisfeitos e emocionalmente vinculados aos bancos com os quais
mantêm maior relacionamento. Desta forma, conclui-se que, enquanto os valores dos jovens
os guiam na busca por informações sobre outras marcas existentes no mercado, não se
importando com a relação sentimental com o seu banco de relacionamento, os valores dos
mais experientes os conduzem à busca de conhecimentos satisfatórios sobre as instituições
bancárias e a estabelecer vínculos afetivos com as mesmas.
A influência negativa identificada entre os valores pessoais e a fase conativa sugere
que à medida que as pessoas mais experientes atribuem maior importância aos valores
investigados, elas passam a ter menos comprometimento com compras futuras das instituições
bancárias com as quais mantêm o maior relacionamento. Como os valores pessoais terminais
representam o que há de mais importante na vida (ex. auto-respeito, equilíbrio interno,
sabedoria), esse resultado leva a concluir que à medida que os mais experientes os detêm com
maior intensidade, menor importância dão ao desejo de manter um relacionamento duradouro
e valioso com um único estabelecimento bancário, procurando, desta forma, diversificar suas
relações. Esse resultado pode estar relacionado ao fato de os valores das pessoas mais velhas
fazerem com que elas restrinjam mais as situações de risco como, por exemplo, colocar
todas as economias em um só banco do que os jovens.
(iii) quanto à escolaridade, os valores pessoais dos clientes com menor grau de
instrução (até o 2º grau completo) influenciam a fase cognitiva da lealdade (H6a) mais do que
os que possuem alto nível escolar. Isso, possivelmente, se deve ao fato de os valores daqueles
de baixa escolaridade fazerem com que creiam nas informações recebidas dos bancos com os
quais possuem maior relacionamento. Os valores daqueles de alta escolaridade os encorajam a
buscar mais informações dentre as marcas existentes no mercado, não se satisfazendo somente
216
com as informações recebidas de seus bancos. As demais fases da lealdade não são
influenciadas pela escolaridade pelo fato de os sistemas de valores de ambos os segmentos
(baixa e alta escolaridade) serem semelhantes quanto à tomada de decisão em relação às fases
afetiva, conativa e de ação quando se trata de instituições bancárias.
(iv) quanto à renda, os valores pessoais dos clientes de mais alta renda influenciam
(positivamente) mais a fase cognitiva (H7a) e (negativamente) a fase conativa (H7c) do que
os valores daqueles que possuem rendas mais baixas; e os valores daqueles que detêm rendas
menores influenciam (positivamente) mais a fase ação (H7d) do que os valores do que detém
rendas maiores.
A influência positiva dos valores dos clientes de mais alta renda sobre a fase cognitiva
revela que esses clientes tornam-se leais quando detêm conhecimentos e informações
suficientes sobre os atributos vinculados aos produtos ou serviços dos bancos com os quais
possuem maior relacionamento. Entretanto, os valores desses clientes têm influência negativa
na fase conativa, indicando que à medida que as pessoas que possuem maior renda atribuem
maior importância aos valores investigados, elas passam a ter menos comprometimento de
recompra com essa instituição bancária. Esse resultado se deve ao fato de os valores dos
clientes de rendas maiores os orientarem a evitar riscos, procurando, assim, diversificar suas
aplicações financeiras entre diferentes bancos.
A influência positiva dos valores daqueles que possuem rendas menores na fase
lealdade ação evidencia que estes os guiam no sentido de permanecer comprando dos bancos
com os quais mantêm maior relacionamento, independentemente dos obstáculos que possam
surgir ao longo da relação. Esse resultado se deve ao fato de os valores dos clientes de rendas
menores fazerem com que evitem grandes mudanças.
217
5.3 OUTRAS DISCUSSÕES E CONCLUSÕES DAS PESQUISAS
5.3.1 Pesquisa Valores Ipsativos
Os resultados dessa pesquisa permitem concluir que:
(i) há pequenas divergências de respostas dos entrevistados quanto aos cinco valores
mais importantes (segurança da família, auto-respeito, felicidade, equilíbrio interno e
sabedoria) e os cinco de menor importância (vida confortável, reconhecimento social, mundo
de paz, vida excitante e sentimento de realização). Entretanto, os resultados apontaram que os
valores Segurança da Família e Auto-respeito são os dois mais importantes, e que os valores
Vida Confortável e Reconhecimento Social são os de menor importância em todos os aspectos
analisados: gênero, idade, escolaridade, renda e tempo de relacionamento bancário.
O fato de Segurança Familiar e Auto-respeito serem os valores mais respeitados
sugere que os respondentes estão mais preocupados com a preservação do seu grupo
ascendente e descendente e também mais focados no respeito à escolha dos próprios
objetivos. A atribuição dos menores índices aos valores Vida Confortável e Reconhecimento
Social reflete a hipótese de os respondentes não valorizarem tanto a aproximação com o
prestígio, status social, admiração ou vida próspera e o respeito do grupo social. Os resultados
(mais e menos importante) confirmam coerência nas respostas. Os primeiros valores têm o
foco na família e no respeito a si mesmos, e os menos importantes enfatizam questões
externas, de performances individuais bem-sucedidas, ou seja, negam posições dominantes
dentro de seu grupo social.
(ii) há diferenças estatisticamente significativas quanto ao ordenamento dos valores
mais importantes por gênero. Mesmo tendo os mesmos dois valores mais importantes
Segurança da Família e Auto-respeito , as mulheres valorizam mais, na seqüência, o
Equilíbrio Interno, a Felicidade e a Amizade Verdadeira, e os homens valorizam mais a
Felicidade, o Equilíbrio Interno e a Sabedoria. Esses resultados permitem concluir que há
divergências quanto aos valores Amizade Verdadeira e Sabedoria. Os valores de ambos os
sexos fazem com que procurem se livrar de conflitos internos e dar mais valor ao
contentamento. Entretanto, enquanto os valores das mulheres as conduzem ao
companheirismo, ao sentimento de atenção e à simpatia frente a pessoas que podem não fazer
218
parte dos laços familiares na busca pela vinculação de caráter social , os homens valorizam
mais a compreensão amadurecida da vida, a reflexão e a sensatez.
5.3.2 Pesquisa Valores Normativos
Os resultados dessa pesquisa permitem concluir que:
(i) o valor Segurança da Família é, indiscutivelmente, o mais importante para os
indivíduos, pois os resultados corroboram com a pesquisa Valores Ipsativos. Talvez, esse
resultado se deva às influências do nosso modelo educacional ou à insegurança constante na
qual vivemos.
(ii) há uma inversão de posição entre dois valores declarados como importantes para os
respondentes em ambas as pesquisas. Enquanto na pesquisa Valores Ipsativos, Auto-respeito
ficou em segundo lugar e Felicidade ocupou a terceira colocação, na pesquisa Valores
Normativos o valor Felicidade ficou em segundo e Auto-respeito em terceiro. Tal fato pode
ter ocorrido em função dos métodos diferentes empregados nas pesquisas. Entretanto, o que
fica evidente é que, mesmo havendo alteração de posição, esses valores são confirmados entre
os três mais importantes para os respondentes, possibilitando concluir que os indivíduos
almejam contentamento com auto-estima, ou vice-versa.
(iii) os valores Vida Excitante, Reconhecimento Social e Vida Confortável são,
seguramente, os valores terminais de menor importância para os indivíduos, pois os resultados
dessa pesquisa corroboram com os resultados da pesquisa Valores Ipsativos.
(iv) dentre os segmentos de gênero, idade, escolaridade, renda e tempo de
relacionamento bancário, é possível concluir que há diferenças significativas quanto à
importância dos valores.
No segmento gênero, as mulheres valorizam mais o Auto-respeito, o Equilíbrio
Interno, o Mundo de Paz, o Reconhecimento Social e o Sentimento de Realização, enquanto
os homens dão mais importância ao valor Vida Excitante. Os resultados demonstram que as
mulheres valorizam mais a auto-estima e a harmonia interna e externa, mas almejam também
219
o reconhecimento da sociedade por meio do sucesso pessoal, enquanto os homens valorizam
mais a vida estimulante e ativa.
Quanto à idade, os mais experientes (maiores de 34 anos) dão mais importância aos
valores Auto-respeito, Equilíbrio Interno, Mundo de Paz e Sabedoria, enquanto que os jovens
(com idade até 34 anos) valorizam mais a Vida Excitante. Os resultados levam a concluir que
pessoas mais experientes valorizam seus objetivos e tentam alcançá-los com equilíbrio e
sensatez, almejando um mundo de bem-estar social, enquanto os mais jovens buscam desafios
na vida.
No quesito escolaridade, os respondentes que possuem instrução acima do 2º grau (alta
escolaridade) dão mais valor ao Sentimento de Realização, enquanto os que possuem baixa
escolaridade (até o 2º grau) valorizam mais o Reconhecimento Social. Esse resultado
demonstra que enquanto aqueles mais instruídos valorizam suas performances individuais, os
que têm baixa escolaridade valorizam o status social.
Quanto à renda individual, os respondentes com renda acima de R$ 2.000,00 (alta
renda) valorizam mais o Equilíbrio Interno e a Sabedoria, enquanto os que possuem renda
baixa (até R$ 2.000,00) dão mais valor ao Reconhecimento Social. Os resultados permitem
concluir que os detentores de rendas maiores buscam viver distante de conflitos internos,
numa compreensão amadurecida da vida, enquanto os que possuem rendas menores são
motivados para o poder e o prestígio.
Quanto ao tempo de relacionamento, clientes bancários mais antigos (alto
relacionamento com mais de 2 anos de conta corrente) valorizam mais o Auto-respeito, o
Equilíbrio Interno, o Mundo de Paz, enquanto aqueles que têm conta corrente há menos de 2
anos (baixo relacionamento) dão mais valor ao Reconhecimento Social e à Vida Excitante. Os
resultados levam a concluir que aqueles que se relacionam há mais tempo com os bancos
visam à paz interna, à tolerância e ao bem-estar social, sem conflitos, enquanto os clientes
mais novos anseiam pelo poder social, ousadia e estimulação.
Um resumo da relação valores pessoais-fases da lealdade e os segmentos identificados
como moderadores nessa relação, com os respectivos valores pessoais os caracterizam, estão
apresentados no Quadro 15.
220
Fases /
Influência dos
Valores
Segmentos Valores Pessoais
Homens
Baixa Escolaridade (até o 2º Grau)
Reconhecimento Social e Vida Excitante
Mais Experientes (maiores de 34 anos)
Cognitiva
(Positiva)
Rendas Maiores (acima de R$ 2.000,00)
Auto-respeito; Equilíbrio Interno, Mundo
de Paz, Sabedoria e Sentimento de
Realização
Afetiva
(Positiva)
Mais Experientes (maiores de 34 anos)
Auto-respeito; Equilíbrio Interno, Mundo
de Paz, Sabedoria e Sentimento de
Realização
Mais Experientes (maiores de 34 anos)
Conativa
(Negativa) Rendas Maiores (acima de R$ 2.000,00)
Auto-respeito; Equilíbrio Interno, Mundo
de Paz, Sabedoria e Sentimento de
Realização
Ação
(Positiva)
Baixa Escolaridade (até o 2º Grau) Reconhecimento Social e Vida Excitante
Quadro 15 Relação entre as Fases da Lealdade, Segmentos Demográficos e Valores Pessoais
50
Fonte: Dados da Pesquisa.
5.4 – IMPLICAÇÕES ACADÊMICAS
Essa pesquisa amplia a fronteira do conhecimento sobre os constructos valores
pessoais, atitude e lealdade do consumidor na disciplina de Marketing. Vários autores (ex.
England, 1967; Henry, 1976; Rokeach, 1981; Wang e Rao, 1995; Smith e Schwartz, 1997;
Bardi e Schwartz, 2003) comprovaram que os valores pessoais influenciam o comportamento
humano; outros (ex. Vinson, Scott e Lamont, 1977; Homer e Kahle, 1988; McCarty e Shrum,
1993b; Kim et al., 2002; Jayawardhena, 2004) encontraram que as atitudes exercem funções
mediadoras entre os valores e o comportamento das pessoas; e Marandi, Little e Sekhon
(2006) apresentaram a função mediadora da atitude na relação valores pessoais-lealdade. Não
havia, até então, registros de investigações empíricas sobre a relação existente entre os valores
pessoais, a atitude e as fases da lealdade propostas por Oliver (1997). Desta forma, os
resultados obtidos nesse estudo contribuem de maneira relevante na ampliação de teorias que
tratam de valores pessoais, atitude e lealdade do consumidor.
50
Observação: Os segmentos apresentados são apenas os que tiveram diferenças estatísticas significativas nas
análises de Moderação, e os valores são os que apresentaram diferenças estatísticas significativas na Análise
de Variância (ANOVA).
221
A confirmação da relação positiva entre os valores pessoais e a atitude corrobora com
os resultados obtidos por Rokeach (1973; 1981) e Schwartz (1992, 1994, 2005a, 2006), que
diferenciaram ambos os constructos, demonstrando que enquanto os valores guiam os
indivíduos, as atitudes possibilitam avaliações de suas ações. Quanto à influência dos valores
nas fases cognitiva e ação, os resultados contribuem de forma inédita para a identificação de
mais um constructo preditor da lealdade do consumidor: Valores Pessoais.
Por meio dos resultados obtidos nessa tese, chegou-se ainda a outras implicações
acadêmicas importantes, apresentadas a seguir.
a) Mensuração dos Valores Pessoais (Medida Ipsativa e Normativa)
Os resultados das duas investigações empíricas (Pesquisa Valores Ipsativos e Pesquisa
Valores Normativos) permitiram a conclusão de que ambos os métodos apresentam vantagens
e desvantagens, conforme alertado por Munson; McIntyre, 1979; Alwin, Krosnick, 1985,
McCarty e Shrum, 1997 e Meglino; Ravlin, 1998. Através da aplicação das pesquisas e das
análises dos resultados constatou-se que o método ipsativo tem como vantagem a estruturação
hierárquica dos valores pessoais apresentados aos respondentes, o que permitiu uma melhor
avaliação e escolha por parte dos entrevistados. No entanto, suas análises estatísticas são
limitadas, além de exigir um tempo maior para as respostas. O método normativo tem como
vantagens a facilidade de aplicação da escala, a obtenção de respostas rápidas e, acima de
tudo, a flexibilidade para análises estatísticas mais avançadas. A desvantagem desse método
está na baixa diferenciação de resultados no conjunto de atributos, ou seja, as respostas
tiveram uma variação bastante restrita quanto aos pontos disponíveis para a mensuração, com
tendência avaliativa para o final positivo da escala (end-piling).
b) Valor Pessoal Mais Importante Segurança da Família
Os resultados de ambas as pesquisas (Valores Ipsativos e Valores Normativos)
permitiram concluir que, independentemente de cultura (cidade), sexo, idade, escolaridade,
renda ou tempo de relacionamento com alguma instituição bancária, o valor pessoal mais
importante é Segurança da Família. Esse resultado vai ao encontro dos trabalhos de
Gastaldello (1999), Carvalho (2001) e Giacomino e Eaton (2003).
222
c) Diferenças dos Valores Pessoais entre Gênero e Idade dos Respondentes
Os resultados desse estudo confirmaram a existência de diferenças de valores entre os
sexos masculino e feminino e entre as idades dos respondentes. Quanto ao gênero, os
resultados encontrados corroboraram com os trabalhos de Rokeach (1973), Kahle (1986),
Tamayo (1998), Giacomino e Eaton (2003), Prince-Gibson e Schartz (1998), Schwartz (1992,
1996, 2005a). Rokeach (1973) encontrou que os homens tendem a ordenar o valor Vida
Excitante como mais importante, enquanto as mulheres classificam os valores Mundo de Paz
e Equilíbrio Interno como mais importantes. Kahle (1986) identificou que as mulheres
tendem a classificar os valores que representam as relações amigáveis com outros muito mais
do que os homens. Tamayo (1998) encontrou que as garotas são mais orientadas para a
autotranscendência e coletividade, e os garotos para a autopromoção. Giacomino e Eaton
(2003) afirmam que as mulheres tendem, mais do que os homens, a focar nos objetivos
organizacionais e sociais e a servir os outros. Schwartz (2005b, p. 77) afirma que as teorias
que discutem as diferenças de gênero compartilham “uma visão de mulher mais relacional,
expressiva e comunal e de homem mais autônomo, instrumental e ativo”. De acordo com esse
autor, as mulheres enfatizam mais o universalismo (Mundo de Paz, Equilíbrio Interno),
enquanto os homens enfatizam mais a estimulação (Vida Excitante).
Quanto à diferenciação dos valores pessoais pela idade, os resultados reforçam a teoria
defendida por Schwartz (1992, 1996, 2005a) e por Giacomino e Eaton (2003) de que os
indivíduos possuem valores diferentes ao longo de suas vidas. Para o primeiro autor, os
grupos mais jovens priorizam o hedonismo, a estimulação e a autodeterminação e dão menos
importância aos valores segurança, tradição e conformidade; para Giacomino e Eaton (2003),
os jovens têm maior orientação para a o auto-respeito e servir aos outros.
d) Papéis Mediadores e Moderadores de Variáveis numa Relação
Há problemas que ocorrem com certa regularidade nos trabalhos acadêmicos sobre a
mediação e moderação de variáveis como, por exemplo, a utilização vaga ou intercambiável
entre os dois termos, inconsistências entre terminologia e a base conceitual das variáveis
utilizadas, o uso de procedimentos analíticos que não conseguem efeitos mediados e
moderados, e uma dissonância entre o texto escrito e as figuras apresentadas (HOLMBECK,
1997). Enfim, os papéis de mediação e moderação, bastante distintos entre si, muito
freqüentemente geram confusões e controvérsias (MUMMALANENI; GOPALAKRISHNA,
223
1995). Portanto, é relevante lembrar que, num efeito mediador, uma variável Z (ex. atitude) se
apresenta como mediadora quando se encaixa entre duas outras variáveis X e Y (ex. valores
pessoais e lealdade). Assim, se X está significativamente associada a Y, e se X influencia Z e
Z influencia Y, então Z é uma variável mediadora entre X e Y. Num efeito moderador, uma
variável Z (ex. atitude) se apresenta como moderadora se, somente sob certas condições de Z,
a variável X (ex. valores pessoais) está relacionada à variável Y (ex. lealdade). Assim, pode-
se afirmar que a variável moderadora Z tem um impacto na relação entre X e Y
(HOLMBECK, 1997). Esse estudo, ao apresentar, discutir e analisar os papéis das variáveis
demográficas na relação valores pessoais-fases da lealdade contribui, significativamente, para
esclarecer dúvidas relativas a esses tipos de análise na disciplina de Marketing.
e) Moderação das Características Demográficas (Gênero, Idade, Escolaridade e
Renda) na Relação Valores Pessoais-Fases da Lealdade
Homburg e Giering (2001) afirmaram que estudos utilizando análises multivariadas
mostraram que as características pessoais são relevantes enquanto moderadoras de uma
relação. As conclusões do presente estudo comprovaram tal afirmativa.
Quanto à moderação pelo gênero, encontrou-se que os homens são mais leais na fase
cognitiva do que as mulheres. Esse resultado vai ao encontro do trabalho de Homburg e
Giering (2001) e Mittal e Kamakura (2001). Os primeiros afirmaram que os homens são mais
propensos a recomprar produtos do que as mulheres, que têm seu comportamento de compra
fortemente influenciado pela avaliação dos processos de interação pessoal. Já Mittal e
Kamakura (2001), similarmente, afirmaram que o comportamento de recompra dos homens é
mais forte do que o das mulheres. Entretanto, os resultados aqui encontrados divergem
daqueles apresentados por Evanschitzky e Wunderlich (2006) e Ndubisi (2006). Os primeiros
afirmaram que os homens tendem a ser menos leais do que as mulheres, e o segundo afirmou
que as mulheres são mais leais quando os processos envolvem altos níveis de confiança na
relação com as instituições financeiras.
A análise da moderação pela idade identificou que os valores pessoais dos mais
experientes influenciam nas fases da lealdade cognitiva (informações) e afetiva
(envolvimento, satisfação), corroborando com os resultados dos trabalhos de Homburg e
Giering (2001) e Evanschitzky e Wunderlich (2006). Os primeiros encontraram que a idade
modera a ligação entre satisfação (fase afetiva) e lealdade, sendo que essa relação é mais forte
224
para os mais experientes, pois os jovens baseiam suas decisões de compra principalmente nas
informações recebidas do mercado, e não somente na satisfação com o fornecedor.
Evanschitzky e Wunderlich (2006) afirmaram que os clientes mais Experientes tendem mais à
lealdade cognitiva por exigirem um número menor de critérios de decisão, sendo menos
propensos a buscar informações do que os mais jovens, que procuram por informações
alternativas e à lealdade afetiva, pelo fato de serem mais afetados pela percepção da
performance do fornecedor. É relevante ressaltar que a amostra considerada nessa tese é
eminentemente jovem, com 53,10% dos respondentes com até 24 anos.
Quanto à moderação pelos níveis educacionais, os resultados vão ao encontro dos
trabalhos de Mitall e Kamakura (2001) e Evanschitzky e Wunderlich (2006). Os dois estudos
identificaram que altos níveis educacionais estão associados a baixos níveis de lealdade do
consumidor.
No que tange à moderação pela renda, os resultados desse estudo confirmam em parte
os encontrados por Evanschitzky e Wunderlich (2006) e divergem dos encontrados por
Homburg e Giering (2001). Evanschitzky e Wunderlich (2006) identificaram que indivíduos
com menor renda são mais leais nas fases cognitiva e afetiva. Nos resultados dessa tese
identificou-se que quem tem baixa renda é mais leal, porém na fase da lealdade ação.
Homburg e Giering (2001) afirmaram que a lealdade é mais fraca para quem tem alta renda.
Nessa tese, contrariamente, identificou-se que quem tem alta renda é mais leal na fase
cognitiva do que os de baixa renda.
f) Criação de uma Escala de Valores Pessoais, Atitude e Lealdade (Escala VALE)
para o Contexto de Serviços
A partir do teste empírico de Rokeach (1968) a teoria de valores vem sendo ampliada
de forma gradativa, especialmente para o desenvolvimento de novas escalas de mensuração,
como a List of Values (LOV) (BEATTY et al., 1985), a Values and Life Style (VALS)
(KAHLE; BEATTY; HOMER, 1986), a Schwartz Value Survey (SVS) (SCHWARTZ;
BILSKY, 1987, 1990) e a escala de valores para serviços (SERPVAL) (LAGES;
FERNANDES, 2005). O presente estudo também contribuiu para a formação de uma escala
aplicável ao contexto de serviços. Essa escala, que pode ser referenciada como Escala VALE,
integra os constuctos Valores Pessoais, Atitude e Lealdade, possuindo 10 atributos para os
225
dois primeiros e 16 para o último. O primeiro constructo, Valores, pode ser investigado por
métodos ipsativos (ranking) ou normativos (rating), e os demais por medidas intervalares. A
Escala VALE passou pelos processos formais de validação de conteúdo, validação de
constructo e teste de fidedignidade, conforme sugerido por Churchill (1979). Porém, essa
escala só foi testada no contexto de bancos.
g) Confirmação da Influência Direta na Seqüência das Fases da Lealdade
Os resultados desse estudo confirmaram a relação de causa-efeito quanto à seqüência
das fases da lealdade sugerida por Oliver (1997), indo ao encontro dos trabalhos de Sivadas e
Baker-Prewitt (2000), Harris e Goode (2004), Lewis e Soureli (2006) e Evanschitzky e
Wunderlich, (2006).
5.5 – IMPLICAÇÕES GERENCIAIS
Os bancos, como quaisquer outras empresas do segmento de serviços (hotéis, empresas
aéreas, de telefonia e internet, entre outras), necessitam estar atentos aos fatores que
interferem no relacionamento com seus clientes. Especificamente no setor bancário, o
fortalecimento de empresas internacionais, a modernização dos estabelecimentos de vendas, a
rapidez no surgimento de novos produtos e serviços, a alteração no padrão de compras e a
diversificação na utilização de mídias de comunicação dificultam, cada vez mais, a
diferenciação em relação à concorrência. Assim, com os resultados identificados nesse estudo,
os bancos poderão traçar ações estratégicas que visem à permanência e à ampliação de suas
bases de clientes, garantindo-lhes, conseqüentemente, mais lucros.
Com os resultados é possível, por exemplo:
a) Desenvolver Campanhas Publicitárias e Montar Propagandas:
(i) coerentes com os valores pessoais
Os bancos poderão veicular em suas campanhas publicitárias os valores mais
importantes identificados pelos clientes: Segurança da Família, Auto-respeito e Felicidade.
Caberá às agências de propaganda aproximar, em peças publicitárias, esses valores aos
valores da organização, enfatizando que ambos (cliente-banco) possuem os mesmos valores
226
ou, ainda, demonstrar que o banco tem condições atender aos valores pessoais de seus clientes
por meio de seus produtos e serviços.
Por exemplo, uma vez que os clientes valorizam (i) segurança familiar, os bancos
poderão reforçar informações sobre sua solidez patrimonial, além apresentar produtos e
serviços que visem à segurança, como previdência privada, seguro saúde, seguro de vida, etc.;
(ii) auto-respeito, os bancos poderão demonstrar que respeitam os objetivos de seus clientes e
compartilham de sua auto-estima, apresentando-lhes soluções que permitam escolher, criar ou
explorar seus desejos livremente; e (iii) felicidade, os bancos poderão comunicar que possuem
produtos, serviços e formas de atendimento que proporcionam esse sentimento a seus clientes.
b) que explorem as atitudes positivas
As atitudes levam os indivíduos a agir de maneira consistente em relação a
determinadas situações. Assim, os bancos devem ajustar suas marcas, produtos e serviços às
atitudes existentes, tentando ampliar a avaliação favorável de seus clientes. Desta forma, as
agências de propaganda, utilizando suas ferramentas de comunicação, poderão explorar as
atitudes mais positivas identificadas pelos clientes nesse estudo: (i) Confiança, que está
vinculada à crença na integridade e dignidade do parceiro; (ii) Estabilidade, relacionada à
segurança, seja financeira ou patrimonial; (iii) Visibilidade, que demonstra que o banco tem o
foco no mercado; e (iv) Grandeza, que inspira domínio do setor e modernidade tecnológica.
c) que veiculem a seqüência das fases da lealdade
As agências de propaganda poderão veicular, em peças publicitárias separadas, a
seqüência das fases da lealdade. Por exemplo, explorar numa primeira peça o fator cognitivo,
apresentando o banco, convidando os clientes atuais e os prospects a conhecerem a
instituição, a qualidade e os preços de seus produtos e serviços, ressaltando a força de sua
marca; em seguida, em outra peça, explorar o fator afetivo, apresentando à comunidade o
vínculo emocional existente entre clientes-banco, especificamente abordando a satisfação de
seus correntistas; numa terceira peça, investir no fator conativo, demonstrando as vantagens
de se comprar naquele banco, além do compromisso e do comprometimento existentes com os
clientes; e, finalmente, na última peça, explorar o fator ação, garantindo aos clientes atuais e
futuros que sempre encontrarão naquela instituição o que procuram, convencendo-os de que
estão ou farão parte da melhor empresa do mercado.
227
b) Desenvolver Produtos ou Serviços de Forma Segmentada
No setor bancário, a possibilidade da expansão de mercado e da conservação da base
de clientes passa pelo desenvolvimento de novos produtos e novas formas de relacionamento.
Assim, os bancos, por possuírem consumidores com características bem diferentes, devem
criar produtos e serviços também diferenciados, ou seja, de forma segmentada. Nesse sentido,
os resultados desse estudo possibilitam às empresas inovarem, baseadas nos valores
identificados como mais importantes para cada segmento, conforme apresentado na Quadro
16.
Segmentos Valores Pessoais
Mulheres
Auto-respeito, Equilíbrio Interno, Mundo de Paz,
Reconhecimento Social e Sentimento de Realização
Homens
Idade Baixa (até 34 anos)
Vida Excitante
Idade Alta (mais de 34 anos) Auto-respeito, Equilíbrio Interno, Mundo de Paz e Sabedoria
Escolaridade Baixa (até 2º grau)
Renda Baixa (até R$ 2.000,00):
Reconhecimento Social
Renda Alta (mais de R$ 2.000,00) Equilíbrio Interno e Sabedoria
Tempo de Relacionamento Baixo (até 2
anos)
Reconhecimento Social e Vida Excitante
Tempo de Relacionamento Alto (mais de
2 anos)
Auto-respeito; Equilíbrio Interno e Mundo de Paz
Quadro 16 Segmentos Demográficos e Valores Pessoais Mais Importantes
Fonte: Dados da Pesquisa.
c) Diminuir a Lealdade Dividida
Existem, no setor bancário brasileiro, 112,1 milhões de contas-correntes
(FEBRABAN, 2008), sendo que muitas dessas contas possuem o mesmo correntista,
demonstrando a multibancarização da população. Tal cenário coloca a esse setor o desafio de
manter a lealdade dos clientes. “O índice de lealdade dos clientes do setor bancário brasileiro
é muito menor do que a média mundial, de acordo com a pesquisa da consultoria The Gallup
Organization” (ABBC, 2007). Conforme resultados apresentados nessa pesquisa, enquanto a
média mundial de lealdade é de 33%, no Brasil esse percentual é de apenas 17%. Assim,
como a Teoria de Oliver (1997, 1999) prevê que para que um cliente seja considerado
“verdadeiramente leal” é necessário que ele transite pelos quatro estágios da lealdade
cognitivo, afetivo, conativo e ação , pode-se afirmar que os correntistas de mais de um banco
têm “lealdade dividida”, ou seja, conhecem a marca, os produtos e serviços de um banco (fase
cognitiva), estão satisfeitos em outro (fase afetiva), mas têm compromisso de recompra com
um terceiro (fase conativa). Na realidade, um dos desafios desse setor é a redução dessa
228
“lealdade dividida”. Assim, caberá aos bancos direcionarem ações para conquistar a lealdade
por meio dos valores pessoais de seus clientes.
Em síntese, os resultados dessa pesquisa identificaram que enquanto as mulheres, os
mais experientes, os que têm maior escolaridade e faixa de renda e os clientes mais antigos
dos bancos possuem os valores classificados entre os mais importantes (Auto-respeito,
Equilíbrio Interno, Mundo de Paz, Sabedoria e Sentimento de Realização), os homens, os
jovens, os que têm menor escolaridade e faixa de renda e são clientes com pouco tempo de
relacionamento bancário possuem os valores classificados como de menor importância
(Reconhecimento Social e Vida Excitante). Os resultados também indicam que (i) os valores
pessoais dos homens, das pessoas mais experientes, daqueles que possuem baixa escolaridade
e daqueles que detêm rendas maiores fazem com que esses indivíduos sejam mais leais aos
bancos na fase cognitiva, que representa a disponibilização de informações sobre a qualidade,
os atributos e os preços dos produtos e serviços bancários; (ii) os valores das pessoas mais
experientes as tornam mais leais na fase afetiva, que representa à vinculação emotiva do
cliente com os bancos com os quais tem maior relacionamento; (iii) os valores pessoais dos
mais experientes e daqueles que possuem rendas maiores fazem com que não tenham
comprometimento de recomprar os produtos e serviços dos bancos com os quais se
relacionam mais (fase conativa); e (iv) os valores pessoais daqueles que possuem rendas
menores fazem com que estejam mais dispostos a continuarem clientes do banco de maior
relacionamento (fase ação). E, ainda, os resultados comprovaram que os valores pessoais
influenciam diretamente a fase cognitiva e a fase ação da lealdade.
229
6 LIMITAÇÕES DAS PESQUISAS E ESTUDOS FUTUROS
Nesse capítulo são discutidas algumas limitações do trabalho e propostas possíveis
alternativas de pesquisas futuras.
Três limitações relevantes foram observadas nesse estudo.
A primeira refere-se ao tipo de amostragem, que não foi probabilística. Por questões de
recursos, optou-se pela técnica de amostragem tipo bola-de-neve. Porém, essa técnica
evidencia “características demográficas e psicográficas mais semelhantes às pessoas que as
referem, do que poderia ocorrer ao acaso” (MALHOTRA, 2001, p. 308). Logo, mesmo tendo
as duas pesquisas um tamanho amostral grande (mais de 900 respondentes em cada uma),
deve-se ter cautela quanto às inferências e projeções dos resultados sobre a população-alvo.
A segunda refere-se aos índices de ajustes dos modelos estruturais avaliados, que
foram considerados de aceitação periférica quando comparados aos dos índices tidos como
aceitáveis para uma Modelagem de Equações Estruturais (MEE). Entretanto, os índices
obtidos foram melhores do que os encontrados por Brei e Liberalli (2004), que avaliaram o
uso de MEE em Marketing no Brasil, entre os anos de 1994 e 2003.
A terceira refere-se ao coeficiente de determinação (R²), que teve valor baixo nos
constructos que sofreram impacto do constructo Valores Pessoais.
Quanto à proposição para trabalhos futuros, sugere-se:
1. Verificar os motivos das diferenças atitudinais, em relação às instituições bancárias,
entre os respondentes sul-africanos e os brasileiros. Essas diferenças foram identificadas nos
resultados da Análise Fatorial Exploratória dos atributos do constructo atitude da pesquisa
Valores Ipsativos. Pelo trabalho original de Heerden e Puth (1995), 20 itens da escala, com
cargas fatoriais superiores a 0,50, se agruparam em 4 dimensões (Dinamismo,
Estabilidade/Credibilidade, Clientes/Serviço e Identidade Visual). Na pesquisa Valores
Ipsativos os atributos também se agruparam em 4 fatores, mas com configuração diferente da
escala original e, ainda, somente 10 atributos tiveram cargas fatoriais superiores a 0,50. A
explicação para essas diferenças pode estar no fato de os respondentes sul-africanos terem
respondido apenas sobre os 4 maiores bancos daquele país, sem que tivessem,
necessariamente, qualquer vínculo com a instituição financeira. No caso da pesquisa Valores
230
Ipsativos, os entrevistados responderam sobre os bancos com os quais mantêm maior
relacionamento.
2. Realizar trabalhos que foquem na moderação das variáveis demográficas de gênero
e renda em relações que envolvam a lealdade do consumidor. Tal sugestão se deve ao fato de
os resultados desse estudo, quanto ao gênero, irem ao encontro dos trabalhos de Homburg e
Giering (2001) e Mittal e Kamakura (2001), mas divergirem dos estudos de Evanschitzky e
Wunderlich (2006) e Ndubisi (2006) e, quanto à renda, terem confirmado, em parte, o
trabalho de Evanschitzky e Wunderlich (2006), mas divergirem do estudo de Homburg e
Giering (2001).
3. Replicar o estudo (i) no mesmo contexto de análise, inserindo na escala de Valores
Pessoais os valores instrumentais do Rokeach Value Survey (RVS), que representam os modos
de comportamento dos indivíduos; e (ii) em segmentos diferentes de serviços, tais como
hotéis, telefonia, transporte ou saúde, em função de os Valores Pessoais terem se apresentado
como boa solução para segmentação de mercado.
4. Inserir nos modelos avaliados outros constructos inerentes ao Marketing de
Relacionamento, tais como confiança, comprometimento, custo de mudança, boca-a-boca,
entre outros, em virtude de os resultados terem demonstrado que o impacto (efeito direto) dos
Valores Pessoais nas Fases da Lealdade ser baixo.
231
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260
ANEXO A Relação de Trabalhos Acadêmicos Brasileiros sobre Valores Pessoais,
Atitude e Lealdade
Origem / Ano Autores
EnANPAD, 2001 Leão e Mello
EnANPAD, 2002 Leão e Mello Menck
EnANPAD, 2003 Leão e Souza Neto
EnANPAD, 2005
Jeunon
Kny, Senna, Barata, Cesar, Côrrea,
Goulart e Koehler
Kaminski e Prado
Leão e Mello
Porto e Torres
EnANPAD, 2006
Freitas Jr. e Marchetti
Leão e Mello
Porto e Porto
Silveira, Keiserman, Castilhos e
Gavronski
EnANPAD, 2007
Añaña, Merino e Nique
Flores Neto e Silveira
Giraldi e Ikeda
Pimenta, Vilas Boas, Melo, Nunes e
Boaventura
Vilas Boas
EMA, 2006 Leão e Mello Vilas Boas, Sette, Brito e Abreu
EMA, 2008
Alves, Rego, Machado e Oliveira
Henrique, Monteiro e Matos
Leão e Mello
Merino e Petroll
Pimenta e Vilas Boas
Ribas e Lima
Quadro 17 Trabalhos Brasileiros sobre Valores Pessoais
51
Origem / Ano Autores
EnANPAD, 1998 Ayrosa Farhangmehr e Soares
EnANPAD, 1999 Urdan e Rodigues Miranda, Marchetti e Prado
EnANPAD, 2001 Cuperschmid e Tavares Kamlot e Rocha
EnANPAD, 2002 Anjos Neto, Souza Neto e Gonçalves Matos e Veiga
EnANPAD, 2003 Matos e Veiga
EnANPAD, 2004
Espinoza e Nique
Lima e Ayrosa
Matos
Petroll, Damacena e Zanluchi
Rocha e Marques
EnANPAD, 2005
Farias
Maciel e Pépece
Matos e Ituassu
Petroll, Damacena e Vieira
EnANPAD, 2006
Bacha, Perez e Vianna
Brasil (b)
Chiusoli
Fernandes e Santos (a)
Fernandes e Santos (b)
Huertas e Campomar
EnANPAD, 2007
Huertas e Urdan
Lacerda
Matos e Vieira
EMA, 2004
Bedante e Slongo
Carvalho
Rossi, Marcondes e Popadiuk
Souza e Luce
Veiga Neto
EMA, 2006
Costa e Freitas
Fernandes e Santos (c)
Giraldi, Ikeda e Carvalho
Huertas e Urdan
Monteiro e Veiga
Moura, Aranha, Zambaldi e Ponchio
Porto
Serralvo
Souza e Luce
Veiga, Santos e Lacerda
EMA, 2008
Costa, Rocha e Oliveira
Facó
Feitosa, Feitosa, Rambalducci e
Rambalducci
Henrique, Monteiro e Matos
Matos
Petroll
Rambalducci, Rambalducci, Feitosa e
Feitosa
Silva, Amstalden e Silva
Quadro 18 Trabalhos Brasileiros sobre Atitude
52
51
Nos EnANPADs de 1998, 1999, 2000 e 2004 e no EMA de 2004 não foram apresentados trabalhos sobre
Valores Pessoais.
52
No EnANPAD de 2000 não foi apresentado trabalho sobre Atitudes.
261
Origem / Ano Autores
EnANPAD, 1998 Prado e Farias Urdan e Rodrigues
EnANPAD, 2000
Zuñiga e Urdan
EnANPAD, 2001
Mückenberger
Santos
Vecchi e Luce
EnANPAD, 2002
Brei e Rossi
Hernandez
Rosa e Kamakura
Santos e Rossi
Veiga, Gonçalves e Moura
EnANPAD, 2003
D'Angelo, Espinoza e Liberali Neto
Gonçalves Filho, Guerra e Moura
Kockanny, Marchetti e Prado
Prado e Santos
EnANPAD, 2004
Anjos Neto e Moura
Cohen, Zambaldi e Aranha
Perin, Sampaio, Brei e Porto
Peters Filho
Rodrigues
EnANPAD, 2005
Fonseca, Trez e Espartel
Freire e Nique
Gastal e Luce
Leal
Leite, Elias e Sundermann
Machado, Gonçalves Filho, Monteiro e
Machado
Moura
Santos e Fernandes
Zancan e Prado
EnANPAD, 2006
Brasil (a)
Burlamaqui e Barbosa
Leite, Lopes e Leite
Matos e Henrique
Prado
Ribas
Ribeiro, Hanna e Monteiro
Santos e Fernandes
Souki
Veloso e Mesquita
EnANPAD, 2007
Freitas, Mazza e Mota
Gosling e Souza
Matos, Henrique e Rosa
Maffezzolli-Francisco
Oliveira
Santos e Fernandes
EMA, 2004
Andrade
Cunha, Marchetti e Prado
Espartel, Rossi e Müller Neto
Fernandes e Santos
Gusso, Marchetti e Prado
Prado e Santos
Santos e Fernandes
Zambaldi, Cohen e Aranha
EMA, 2006
Baptista e Mazzon
Elias, Leite e Gonçalves Filho
Espartel e Rossi
Marchetti, Prado e Cuperschmid
Santos, Leite e Alves
Serralvo
Vargas Neto e Luce
Vieira e Matos
EMA, 2008
Basso, Schwab, Pólvora, Marques,
Pereira e Slongo
Costa, Freire, Bonfim e Rocha
Lopes, Moriguchi e Fagundes
Lopes, Nohara, Hernandez e Acevedo
Reichelt
Walter, Gomes, Frega, Tontini e Silva
Quadro 19 Trabalhos Brasileiros sobre Lealdade do Consumidor
53
53
No EnANPAD de 1999 não foi apresentado trabalho sobre Lealdade do Consumidor.
262
ANEXO B Escala de Atitudes Heerden e Puth (1995)
Essa escala de diferencial semântico foi utilizada para investigar as atitudes dos
clientes bancários da África do Sul em relação à imagem das instituições financeiras. A escala
desenvolvida por Heerden e Puth se originou de uma coletânea de itens bipolares de
diferentes estudos. A escala final foi validada com 20 dos 30 itens iniciais.
Tabela 64 Escala de Atitude de Heerden e Puth (1995)
54
Not growing 1 2 3 4 5 Growing fast
Passive 1 2 3 4 5 Active
Always improving 5 4 3 2 1 Not too progressive
Quiet 1 2 3 4 5 Lively
Aggressive 5 4 3 2 1 Meek
Dynamism
Rigid 1 2 3 4 5 Flexible
Trustworthy 5 4 3 2 1 Untrustworthy
Stable 5 4 3 2 1 Unstable
Dishonest 1 2 3 4 5 Honest
Stability /
Credibility
Positive clients 5 4 3 2 1 Negative clients
Friendly 5 4 3 2 1 Unfriendly
Unfriendly employees 1 2 3 4 5 Friendly employees
Good service 5 4 3 2 1 Bad service
Cold 1 2 3 4 5 Warm
Knowledgeable employees 5 4 3 2 1 Unknowledgeable employees
Client /
Customer service
Unlikeable 1 2 3 4 5 Likeable
Unattractive 1 2 3 4 5 Attractive
Stylish 5 4 3 2 1 Plain
Invisible 1 2 3 4 5 Visible
Visual identity
Old-fashioned 1 2 3 4 5 Really modern
Strong Weak
Reputable Disreputable
Itens excluídos Unsuccessful Successful
após a Análise Interesting Boring
Fatorial Slow Fast
Exploratória Clean Dirty
com carga inferior
Unsociable Sociable
a 0,50 Important Unimportant
Low quality High quality
Believable advertising Unbelievable advertising
54
ALPPLBAUM, R. L.; ANATOL, K. W. E. Dimensions of source credibility: a test for reproducibility. Speech
Monographs, v. 40, p. 231-237, 1973.
BEVIS, J. C. Supplying research answers to management’s questions. In: Konrad, E.; Ericksson, R. (Eds), Marketing
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BOYD, H. W.; WESTFALL, R.; STASCH, S. F. Marketing Research, 6.ed., Richard Irwin, Homewood, IL, 1985.
CHURCHILL, G. A. Jr. Basic Marketing Research, 2.ed., The Dryden Press, Orlando, FL., 1992.
DILLON, W. R., MADDEN, T. J.; FIRTLE, N. H. Marketing Research in a Marketing Enviroment, 2.ed., Richard D.
Irwin, Homewood, IL., 1990.
EMORY, C. W.; COOPER, D. R. Business Research Methods, 4.ed., Richard D. Irwin, Homewood, IL., 1992.
KERVIN, J. B. Methods for Business Research. Harper-Collins, New York, NY, 1992.
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p. 53-61, 1974/5.
MINDAK, W. A. Fitting the semantic differencial to the marketing problem. Journal of Marketing, v. 25, p. 28-33,
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WEIERS, R. M. Marketing Research, 2.ed., Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ, 1988.
WRIGHT, B. The problem of measuring meaning and feeling. Social Research, v. 3, 1959.
263
ANEXO C Relação de Trabalhos Acadêmicos sobre Lealdade do Consumidor nas
Décadas de 1990 e 2000
Principais Trabalhos Constructos
Relacionados
Década 1990 Década 2000
Satisfação do
Consumidor
Rust e Zahorik (1993)
Bolton (1998)
Dubé e Maute (1998)
Johnson e Auh (1998)
Loveman (1998)
Mittal e Lassar (1998)
Bolton e Lemon (1999)
Neal (1999)
Moutinho e Smith (2000)
Ganesh, Arnold e Reynolds (2000)
Homburg e Giering (2001)
Mittal e Kamakura (2001)
Szymanski e Henard (2001)
Chiou, Droge e Hanvanich (2002)
Anderson e Srinivasan (2003)
Luarn e Lin (2003)
Mägi (2003)
Shankar, Smith e Rangaswamy (2003)
Taylor e Hunter (2003)
Beerli, Martín e Quintana (2004)
Chiou (2004)
Ngobo (2004)
Skogland e Siguaw (2004)
Donio, Massari e Passiante (2005)
Chiou e Shen (2006)
Lim, Widdows e Park (2006)
Vásquez-Carrasco e Foxall (2006)
Chandrashekaran, et al. (2007)
Keiningham et al. (2007)
Olsen (2007)
Qualidade
Fornell et al. (1996)
Sirohi, Mclaughlin e Wittink (1998)
Bloemer, Ruyter, Wetzels (1999)
Disney (1999)
Parasuraman e Grewal (2000)
Sivadas e Baker-Prewitt (2000)
Hennig-Thurau, Langer e Hansen (2001)
Caruana (2002)
Olsen (2002)
Seiders et al. (2005)
Tsiotsou (2006)
Zineldin (2006)
Performance
Reichheld e Sasser (1990)
Mittal, Kumar e Tsiros (1999)
Reichheld, Markey e Hopton (2000)
Gustafsson e Johnson (2002)
Lewis e Soureli (2006)
Valor percebido
Gassenheimer, Houston e Davis (1998)
Blackwell et al. (1999)
Johnson, Herrmann e Huber (2006)
Olsen e Johnson (2003)
Confiança e
Comprometi-
mento
Bendapudi e Berry (1997)
Macintosh e Lockshin (1997)
Tax, Brown e Chandrashekaran (1998)
Garbarino e Johnson (1999)
Pritchard, Havitz e Howard (1999)
Singh e Sirdeshmukh (2000)
Mattila (2001a)
Zins (2001)
Bove e Johnson (2002)
Sirdeshmukh, Singh e Sabol (2002)
Fullerton (2003)
Harris e Goode (2004)
Agustin e Singh (2005)
Bove e Johnson (2006)
Ndubisi (2006)
Rauyruen e Miller (2007)
Imagem
Andreassen e Lindestad (1998)
Bloemer e Ruyter (1998)
Andreassen (1999)
Abdullah, Al-Nasser e Husain (2000)
Back (2005)
Bontis, Booker e Serenko (2007)
Hsieh e Li (2008)
Quadro 20 - Trabalhos relacionados à Lealdade publicados nas décadas de 1990 e 2000
Continua
264
Conclusão do Quadro 20 Trabalhos sobre Lealdade das décadas de 1990 e 2000
Marca
Bloemer, Kasper (1995)
Bhattacharya (1997);
Dekimpe et al. (1997);
Fournier e Yao (1997)
Riley et al. (1997)
Ha (1998)
Baldinger e Rubinson (1996)
Dubois e Laurent (1999)
Gedenk e Neslin (1999)
Chaudhuri e Holbrook (2001)
Delgado-Ballester e Munuera-Alemán (2001)
Odin, Odin e Valette-Florence (2001)
Rundle-Thiele e Bennett (2001)
Rundle-Thiele e Mackay (2001)
Pedersen e Nysveen (2001)
Quester e Lim (2003)
Back e Parks (2003)
Grewal, Levy e Lehmann (2004)
Stern e Hammond (2004)
Majumdar (2005)
Brink, Odekerken-Schröder e Pauwels (2006)
Noble, Griffith e Adjei (2006)
Preço Grewal, Monroe e Krishnan (1998) Krishnamurthi e Papatla (2003)
Custo de
Mudança
Ruyter, Wetzels, Bloemer (1998)
Lee, Lee e Feick (2001)
Burnham, Frels e Mahajan (2003)
Caruana (2004)
Lam et al. (2004)
Wallace, Giese e Johnson (2004)
Yang e Peterson (2004)
Aydin, Özer e Arasil (2005)
Bell, Auh e Smalley (2005)
Balabanis, Reynolds e Simintiras (2006)
Liu (2006)
Recuperação de
Serviços e
Reclamação
Mattila (2001b)
Buttle e Burton (2002)
Srinivasan, Anderson e Ponnavolu (2002)
Robbins e Miller (2004)
Chebat e Slusarczyk (2005)
Homburg e Fürst (2005)
Gruen, Osmonbekov e Czaplewski (2006)
Dewitt, Nguyen e Marshall (2008)
Programas de
Lealdade e
Retenção de
Clientes
Sharp e Sharp (1997)
Bolton, Kannan e Bramlett (2000)
Kivetz e Simonson (2002)
Roehm, Pullins e Roehn (2002)
Kivetz e Simonson (2003)
Uncles, Dowling e Hammond (2003)
Yi e Jeon (2003)
Kumar e Shah (2004)
Banasiewicz (2005)
Seth, Momaya e Gupta (2005)
Keh e Lee (2006)
Nunes e Drèze (2006)
Leenheer et al. (2007)
Meyer-Waarden (2007)
Wirtz, Mattila e Lwin (2007)
Fonte: Pesquisa Bibliográfica.
265
ANEXO D Escalas de Lealdade do Consumidor Baseadas nas Fases Propostas por
Oliver (1997)
Fases / Escala
McMullan e Gilmore (2003) - Adaptada das escalas de Raju (1980)
55
; Oliver (1997)
56
;
Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988)
57
e Beatty, Kahle e Homer (1988)
58
.
Cognitiva
1. I understand the features of Restaurant X well enough to evaluate it against other
restaurants.
2. It is important that when choosing to eat out, I make the right choice of restaurant.
3. When deciding on a restaurant, I am not interested in bargain-seeking.
4. When choosing a restaurant, I compare prices of different restaurants to be sure I get the
best value money.
5. Restaurant X has up-to-date equipment.
6. Restaurant X’s facilities ar visualy appealing.
Afetiva
1. Restaurant X is a restaurant that interests me.
2. Restaurant X is exactly what I need from a restaurant.
3. Restaurant X as a choice of restaurant has not worked out as well as I thought it would.
4. Restaurants should not be expected to give customers individual attention.
5. Restaurant X is a restaurant that I could talk about for a long time.
6. I have a preference for Restaurant X in this locality.
7. Dinning in Restaurant X says a lot about who I am.
Conativa
1. Restaurant X is a restaurant that interests me.
2. Restaurant X is more than a more restaurant.
3. I would try an alternative restaurant if was 25% less expensive than Restaurant X.
4. I would try an alternative restaurant if the alternative restaurant offered increased
facilities than Restaurant X.
5. I would change restaurant if the alternative offered increased status.
6. I would change restaurant if the alternative’s staff were more friendly.
7. I care a lot about Restaurant X.
8. I consider myself to be highly loyal to Restaurant X.
9. I would get tired of eating in Restaurant X every time I eat out.
Ação
1. If I could do it over again, I’d choose an alternative restaurant to Restaurant X.
2. When I see a new restaurant somewhat different from the usual, I investigate it.
3. I usually dine in the same restaurant within a locality.
4. When I go to a restaurant, I feel it is safer to order dishes I am familiar with.
5. If I like a restaurant, I rarely switch from it just to try something different.
6. I get bored with buying the same brands even if they are good.
Quadro 21 Escalas de Lealdade do Consumidor
Continua
55
RAJU, P. S. Optimal satisfaction level: Its relationship to personality, demographics and exploratory
behaviour. Journal of Consumer Research, v.7, p.272-282, 1980.
56
OLIVER, R.L.. Satisfaction: a behavioral perspective on the consumer. New York: Irwin McGraw-Hill,
1997.
57
PARASURAMAN, A.; ZEITHAML, A.; BERRY, L.L.. SERVQUAL: A multiple-item scale for measuring
consumer perceptions of service quality. Journal of Retailing, v.64, n.1, p.12-40, 1988.
58
BEATTY, S.E.; HOMER, P.; KAHLE, L.R.. The involment-commitment model: Theory and implications.
Journal of Business Research, v.16, n.2, p.149-168, 1988.
266
Continuação do Quadro 21 Escalas de Lealdade do Consumidor
Fases / Escala Harris e Goode (2004).
Cognitiva
1. I believe that using Books.com/Flights.com is preferable to other companies.
2. I believe that Books.com/Flights.com has the best offers at the moment.
3. I believe that the features of Books.com/Flights.com are badly suited to what I liked.
4. I prefer the service of Books.com /Flights.com to the service of competitors.
Afetiva
1. I have a negative attitude to Books.com/Flights.com.
2. I dislike the Books.com/Flights.com offering.
3. I like the features of Books.com /Flights.com services and offers.
4. I like the performance and services of the Books.com/Flights.com.
Conativa
1. I have repeatedly found Books.com/Flights.com is better than others.
2. I nearly always find the offer of Books.com /Flights.com inferior.
3. I have repeatedly found the features of Books.com/Flights.com inferior.
4. Repeatedly, the performance of Books.com/Flights.com is superior to that of competitor
firms.
Ação
1. I would always continue to choose Books.com/Flights.com before others.
2. I will always continue to choose the features of Books.com/Flights.com before others.
3. I would always continue to favor the offerings of Books.com/Flights.com before others.
4. I will always choose to use Books.com/ Flights.com in preference to competitor firms.
Fases / Escala
Caruana (2004) Escalas afetiva e conativa adaptadas de Gremler et al.(2001)
59
e Oliver,
(1997)
60
, e escala de ação adaptada de Oliver (1997).
Cognitiva
1. I try to use my provider’s services every time I need mobile communication services.
2. I consider my provider as my primary service provider for mobile communication
services.
3. I consider my service provider to be my first choice when I need mobile communication
services.
4. My provide is the primary service provider I consider when I want mobile
communication services.
Afetiva
1. I really like doing business with my provider.
2. To me, my provider is clearly the best service provider with whom to do business.
Conativa
1. I intend to continue using my provider’s services over the next few years.
2. I encourage friend and relatives to use my provider’s services.
3. As long as the present service experience continues, I doubt that I would switch to
another service provider.
Ação
1. When I have a need for mobile communication services I buy only from current service
provider.
Fases / Escala Lu, Han, Li e Li (2005).
Cognitiva
1. Perception in value.
2. Perception in price.
3. Perception in quality.
Afetiva
1. Trust in enterprise.
2. Devotion to mutual relation.
3. Attention paid to enterprise.
Conativa
1. Likelihood to select the enterprise again.
2. Relying on enterprise psychologically.
3. Will of mainstaining the relation.
4. Partiality for enterprises.
Ação
1. Repeat purchase intention.
2. Related purchase intention.
3. Referral intention.
4. Price sensitivity.
Continua
59
GREMLER, D. D.; BROWN, S. W.; BITNER, M. T; PARASURAMAN, A. Customer loyalty and
satisfaction: What resonces in service contexts? www.gremler.net/MKT405_S02 . Acesso em 15 mai. 2007.
60
OLIVER, R. L. Satisfaction: a behavioral perspective on the consumer. New York: Irwin McGraw-Hill, 1997.
267
Continuação do Quadro 21 Escalas de Lealdade do Consumidor
Fases / Escala
Evanschitzky e Wunderlich (2006) escala cognitiva adaptada de Westbrook (1981)
61
,
escla afetiva adaptada de Oliver (1997)
62
, e escala conativa adaptada de Zeithaml,
Berry, e Parasuraman (1996)
63
.
Cognitiva
Performance ratings on
Assortment.
Assortment of departments.
Quality level.
Merchandise selection.
Well-stocked departments.
Environment
Interior appearance.
Store layout.
Roominess.
Cleanliness.
Price
Special sales.
Price level.
Store salespersons
Helpfulness of salespeople.
Friendliness.
Politeness.
Service
Willingness to exchange.
Fairness of adjustments.
Afetiva
Overall satisfaction.
Liking.
Conativa
Repurchase intention.
Cross-buying intention.
Word-of-mouth behavior intention.
Ação
Word-of-mouth behavior.
Purchase frequency.
Money spent (per year) - The indicator “money spent per year”was the absolute value
transformed into a 5-point scale.
Fases / Escala Pedersen e Nysveen (2001)
Cognitiva
1. I will keep on using this bank as long as it is profitable for me.
2. I will keep on using this bank as long as it offers the best interest rates for me.
Afetiva
1. I have a positive emotional relation to the bank I have chosen.
2. I feel attached to the bank I have chosen.
3. In the future, I would like to remain a customer of the bank I have chosen.
4. The bank I have chosen has personal meaning to me.
Conativa
1. I will recomend the bank I have chosen to persons I know.
2. I think I will keep on using the bank I have chosen for a long time.
3. I intend to remain a customer of the bank I have chosen.
Ação ---
Continua
61
WESTBROOK, R. Sources of Consumer Satisfaction with Retail Outlets. Journal of Retailing, v. 57, p. 68-
85, 1981.
62
OLIVER, R. L. Satisfaction: a behavioral perspective on the consumer. New York: Irwin McGraw-Hill,
1997.
63
ZEITHAML, V.; BERRY, L.; PARASURAMAN, A. The Behavioral Consequences of Service Quality.
Journal of Marketing, v. 60, n. 2, p. 31-46, 1996.
268
Continuação do Quadro 21 Escalas de Lealdade do Consumidor
Fases / Escala
Quester e Lim (2003) escala adaptada: itens 1, 3, 6, 10 e 12 de Cooper-Martin (1993)
64
;
itens 4 e 16 de Beatty e Kahe (1988)
65
; item 9 de Lichtenstein et al. (1990)
66
; item 14 de
Raju (1980)
67
; itens 2, 8, 11 de Holbrook (1986)
68
; e itens 5, 7, 15 de Mano e Oliver
(1993)
69
.
Cognitiva
3. I put in quite a great deal of effort when I made a decision about which brand of ____ to
buy among these brands.
6. I always thought of this particular brand of ____ over the other brand(s) when I
considered buying a pair/one.
10. I considered brand to be very important in choosing a ____.
12. I paid a lot of attention to this particular brand of ____ over the other brand(s).
Afetiva
2. Over the last months/years, I have always bought the same brand of ____ because I
really liked the brand.
5. I would be upset if I had to buy another brand of ____ if this particular brand was not
available.
7. I was excited about getting this particular brand of ___ over the other brand(s).
8. I would continue to buy the same brand of ____ because I like the very much.
11. I felt good about this particular brand of ___ over the other brand(s).
13. I felt very attached to this particular brand of ____ over the other brand(s).
15. I was interested in this particular brand of ___ over the other brand(s).
Conativa
1. It was very important for me to buy this particular brand of ____ over (an) other
brand(s).
4. Although another brand was on sale, I still bought this particular brand of ____.
9. I always found myself consistently buying this particular brand of ____ over the other
brand(s).
14. Once I have decided on a particular brand of ___ over other brands, i will stick by it.
16. If this particular brand of ____ was not available at the store, I would rather not buy at
all if I have to choose another brand.
Ação ---
Fases / Escala
Back e Parks (2003) e Back (2005) ambos os estudos adaptaram suas escalas dos
trabalhos de Loken e John (1993)
70
; Oliver (1997)
71
; e Beatty, Homer e Kahle (1988)
72
.
Cognitiva
1. The ____ Hotel provides me superior service quality as compared to any other hotel
brand.
2. No other hotels perform services better than the ____ Hotel.
3. The ___ Hotel has more benefits than others in its category.
Afetiva
1. I love staying at the ____ Hotel.
2. I feel better when I stay at the ____ Hotel.
3. I like the _____ Hotel more than other hotel brands.
Conativa
1. Even if another hotel brand is offering a lower room rate, I would still stay at the ____
Hotel.
2. I intend to continue staying at the ____ Hotel.
3. I consider the ____ Hotel to be my first lodging choice.
Ação ----
64
COOPER-MARTIN, E. Effects of information format and similarity among alternatives on consumer choice processes.
Journal Academy of Marketing Sciences, v. 21, p. 239-246, 1993.
65
BEATTY, S. E.; KAHLE, L. R. Alternative hierarchies of the attitude-behaviour relationship: the impact of brand
commitment and habit. Journal Academy of Marketing Sciences, v. 16, n. 2, p. 1-10, 1988.
66
LICHTENSTEIN, D. R.; NETEMEYER, R. D.; BURTON, S. Distinguishing coupon proneness from values
consciousness: an acquisition-transation utility theory perspective. Journal of Marketing, v. 54, p. 54-67, 1990.
67
RAJU, P. S. Optimal satisfaction level: Its relationship to personality, demographics and exploratory behaviour. Journal of
Consumer Research, v. 7, p. 272-282, 1980.
68
HOLBROOK, M. B. Aims, concepts, and methods for the representation of individual differences in aesthetic responses to
design features. Journal of Consumer Research, v. 13, p. 337-347, 1986.
69
MANO, H.; OLIVER, R. L. Assessing the dimensionality and structure of the consumption experience: evaluation, feeling,
and satisfaction. Journal of Consumer Research, v. 20, p. 451-466, 1993.
70
LOKEN, B.; JOHN, D. R. Diluting brand beliefs: When do brand extensions have a negative impact? Journal of
Marketing, v. 57, n. 3, p. 71-84, 1993.
71
OLIVER, R. L. Satisfaction: a behavioral perspective on the consumer. New York: Irwin McGraw-Hill, 1997.
72
BEATTY, S. E.; HOMER, P.; KAHLE, L. R. The involment-commitment model: Theory and implications. Journal of
Business Research, v. 16, n. 2, p. 149-168, 1988.
269
Conclusão do Quadro 21 Escalas de Lealdade do Consumidor
Fases / Escala Sudhahar, Israel, Britto e Selvam (2006).
Cognitiva
1. To me, this bank would rank first among the other banks.
2. I would patronize this bank for a long period of time.
3. I will deal exclusively with this bank.
4. I think of this bank as my bank.
5. The bank I patronize reflect a lot about who I am.
Afetiva
1. I dislike the bank terms.
2. I like the performances and services of the bank.
3. I have a negative attitude toward this bank.
4. I am satisfied with my decision to stay with this bank.
Conativa
1. To me, this bank would rank first among the other banks.
2. I would patronize this bank for a long period of time.
3. I will deal exclusively with this.
4. I think of this bank as my bank.
5. The bank I patronize reflect a lot about who I am.
Ação ---
Fases / Escala Brink, Odekerken-Schröder e Pauwels (2006) escala adaptada de Quester e Lim
(2003)
73
.
Cognitiva 1. I would always think of Statro over other brands when I consider buying trousers/staples.
2. I would pay a lot of attention to Statro over other brands.
Afetiva 1. I would be upset if I had to buy another brand of trousers/staples if Statro was not
available.
2. I would be excited about getting Statro over other brands.
3. I would feel good about Statro over other brands.
4. I would feel very attached to Statro over other brands.
5. I would be interested in Statro over other brands.
Conativa 1. It would be very important for me to buy Statro over other brands although another
brand is on sale, I would buy Statro.
2. I would always find myself consistently buying Statro over other brands.
3. If Statro were not available at the store, I would rather not buy at all if I have to choose
another brand.
Ação ---
73
QUESTER; Pascale; LIM, Ai Lin. Product involvement/brand loyalty: is there a link? Journal of Product &
Brand Management, v. 12, n. 1, p. 22-38, 2003.
270
ANEXO E Questionário da Pesquisa Valores Ipsativos
Questões Finais
O(a) Sr.(a) por gentileza poderia me dizer:
Tempo de relacionamento com o banco _________ meses.
Sexo Idade
Estado Civil Ocupação Principal
( ) 1. Masc.
( ) 2. Fem.
( ) 1. até 20 anos
( ) 2. entre 21 e 24 anos
( ) 3. entre 25 e 34 anos
( ) 4. entre 35 e 44 anos
( ) .5. entre 45 e 54 anos
( ) .6. acima de 55 anos
( ) 1. Solteiro
( ) 2. Casado
( ) 3. Divorciado
( ) 4. Viúvo
( ) 5. Outro
( ) 1. Empresário
( ) 2. Prof. liberal
( ) 3. Func. público
( ) 4. Func.empresa
privada
( ) 5. Autônomo
( ) 6. Estudante
( ) 7. Aposentado
( ) 8. Desempregado
( ) 9. Produtor rural
( ) 10. Outro
Grau de Instrução Faixa de Renda Bruta Mensal Individual
( ) 1. 1
o
Grau incompleto
( ) 2. 1
o
Grau completo
( ) 3. 2
o
Grau incompleto
( ) 4. 2
o
Grau completo
( ) 5. Superior incompleto
( ) 6. Superior completo
( ) 7. Pós-graduação incompleto
( ) 8. Pós-graduação completo
( ) 1. Até R$ 999,99 reais
( ) 2. De R$ 1000,00 até R$ 2000,00 reais
( ) 3. De R$ 2001,00 até R$ 3000,00 reais
( ) 4. De R$ 3001,00 até R$ 4000,00 reais
( ) 5. De R$ 4001,00 até R$ 5000,00 reais
( ) 6. De R$ 5001,00 até R$ 6000,00 reais
( ) 7. De R$ 6001,00 até R$ 7000,00 reais
( ) 8. De R$ 7001,00 até R$ 8000,00 reais
( ) 9. De R$ 8001,00 até R$ 9000,00 reais
( ) 10. De R$ 9001,00 até R$ 10.000,00 reais
( ) 11. acima de R$ 10.000,00 reais
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
DO SUL
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
Bom Dia / Boa Tarde!
Meu nome é Jorge Luiz Henrique. Sou doutorando da área de Marketing do Curso de
Administração do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. No momento estou realizando a pesquisa: De um Sistema de Valores à
Lealdade, que é pré-requisito para a minha titulação. Gostaria de contar com a sua
colaboração!
Para responder a pesquisa pense no Banco com o qual você tem maior relacionamento.
Meu único objetivo é conhecer a sua opinião sobre esse Banco.
Não é necessário se identificar.
Obrigado!
271
Pesquisa sobre Valores Pessoais
Estas duas páginas referem-se à pesquisa sobre os VALORES das pessoas.
Não se trata de um teste e não há respostas certas ou erradas. A melhor resposta é a sua
opinião.
Por favor, siga os passos listados abaixo.
PRIMEIRO, leia toda a lista ao lado!
SEGUNDO, selecione os 9 valores mais importantes para você. Faça isso colocando um
“X” na primeira coluna.
Lembre-se, quando você indicar os valores mais importantes não estará dizendo que os
demais não sejam importantes, mas que eles são simplesmente menos importantes do que
aqueles que serão marcados.
TERCEIRO, ordene os 9 valores de 1 a 9 na segunda coluna, sendo 1 o mais importante
e 9 o de menor importância.
Exemplo:
Amor maduro (intimidade sexual e espiritual)
X 3 Auto-respeito (auto-estima)
Equilíbrio Interno (livre de conflito interno)
X 1 Felicidade (contentamento)
Verdadeira amizade (íntimo companheirismo)
Atributos
Discordo Concordo
Totalmente Totalmente
Eu acredito que usar o Banco X é preferível a outros bancos 1 2 3 4 5 6 7
Eu sempre continuaria a escolher o Banco X antes de outros
bancos
1 2 3 4 5 6 7
Eu experimentaria outro Banco se ele fosse 25% mais
barato que o Banco X
1 2 3 4 5 6 7
Eu acredito que o Banco X não oferece aquilo que eu gosto 1 2 3 4 5 6 7
Eu tenho uma relação emocional positiva com o Banco X 1 2 3 4 5 6 7
Eu sempre continuaria a favorecer as ofertas do Banco X
antes de outros bancos
1 2 3 4 5 6 7
Eu acredito que o Banco X tem as melhores ofertas neste
momento
1 2 3 4 5 6 7
Eu mudaria de Banco se outro oferecesse mais status 1 2 3 4 5 6 7
Eu me sinto ligado ao Banco X 1 2 3 4 5 6 7
Futuramente, eu gostaria de permanecer cliente do Banco X 1 2 3 4 5 6 7
Eu sempre escolherei usar o Banco X preferencialmente aos
bancos concorrentes
1 2 3 4 5 6 7
Eu experimentaria outro banco se ele oferecesse instalações
melhores que o Banco X
1 2 3 4 5 6 7
O Banco X tem significado pessoal para mim 1 2 3 4 5 6 7
Eu mudaria de Banco se a equipe de outro banco fosse mais
simpática
1 2 3 4 5 6 7
Eu prefiro o serviço do Banco X ao serviço de seus
concorrentes
1 2 3 4 5 6 7
Eu sempre continuarei a escolher a qualidade do Banco X
antes de outros
1 2 3 4 5 6 7
272
O Sr(a) acha que o seu Banco é:
Agressivo 5 4 3 2 1 Retraído
Amigável 5 4 3 2 1 Não amigável
Bom serviço 5 4 3 2 1 Serviço ruim
Clientes Positivos 5 4 3 2 1 Clientes Negativos
Confiável 5 4 3 2 1 Não confiável
Desagradável 1 2 3 4 5 Agradável
Desonesto 1 2 3 4 5 Honesto
Elegante 5 4 3 2 1 Simples
Empregados com
conhecimento
5 4 3 2 1
Empregados sem
conhecimento
Empregados não
amigáveis
1 2 3 4 5
Empregados
amigáveis
Estável 5 4 3 2 1 Instável
Fora de moda 1 2 3 4 5
Realmente
moderno
Frio 1 2 3 4 5 Caloroso
Invisível 1 2 3 4 5 Visível
Não atraente 1 2 3 4 5 Atraente
Passivo 1 2 3 4 5 Ativo
Quieto 1 2 3 4 5 Barulhento
Rígido 1 2 3 4 5 Flexível
Sem crescimento 1 2 3 4 5
Crescendo
rapidamente
Sempre progredindo 5 4 3 2 1
Sem muitos
progressos
Pesquisa sobre Atitudes
Estas duas páginas referem-se à pesquisa sobre as ATITUDES das pessoas em relação
ao seu banco de maior relacionamento.
Relembrando, não se trata de um teste e não há respostas certas ou erradas. A melhor
resposta é a sua opinião.
Por favor, leia toda a lista ao lado!
Em relação ao seu banco, circule o número que reflete a sua opinião.
Exemplo
Amigável 5 4 3 2 1 Não amigável
Bom serviço 5 4 3 2 1 Serviço ruim
Clientes Positivos 5 4 3 2 1 Clientes Negativos
273
9
Mais
Importantes
Valores
1 a 9
Amor maduro (intimidade sexual e espiritual)
Auto-respeito (auto-estima)
Equilíbrio Interno (livre de conflito interno)
Felicidade (contentamento)
Igualdade (fraternidade, oportunidade igual para todos)
Liberdade (independência, escolha livre)
Mundo de beleza (beleza da natureza e das artes)
Mundo de paz (livre de guerra e conflito)
Prazer (vida agradável, ociosa)
Reconhecimento social (respeito e admiração)
Sabedoria (compreensão amadurecida da vida)
Salvação (salvar-se, vida eterna)
Segurança da família (cuidar dos seres amados)
Segurança nacional (proteção contra ataque)
Sentimento de realização (contribuição duradoura)
Verdadeira amizade (íntimo companheirismo)
Vida confortável (vida próspera)
Vida excitante (vida estimulante, ativa)
Pesquisa sobre Lealdade
Estas duas páginas referem-se à pesquisa sobre a LEALDADE dos clientes.
Também não se trata de um teste e não há respostas certas ou erradas. A melhor
resposta é a sua opinião.
Por favor, responda às questões pensando no seu banco de maior relacionamento, que
está representado no questionário como Banco X.
Assinale com um X seu grau de concordância para cada uma das afirmações, sendo 1
discordo totalmente e 7 concordo totalmente.
Exemplo:
Eu tenho uma relação emocional positiva
com o Banco X
1 2 3 4 5 6 7
Eu sempre continuaria a favorecer as ofertas
do Banco X antes de outros bancos
1 2 3 4 5 6 7
Eu acredito que o Banco X tem as melhores
ofertas neste momento
1 2 3 4 5 6 7
274
ANEXO F Análise das Tabulações Cruzadas e do Teste de Mann-Whitney
Observa-se, nas Tabelas 65, 66, 67 e 68, pelas tabulações cruzadas entre valores
pessoais e idade, escolaridade, renda e tempo de relacionamento bancário, que tanto os dois
valores mais importantes (Segurança da Família e Auto-respeito) quanto os de menor
importância (Vida Confortável e Reconhecimento Pessoal) são os mesmos para todos os
segmentos. Entretanto, pelo teste de hipótese Mann-Whitney, constatou-se que não há
significância estatística entre as associações dos grupos analisados.
Tabela 65 Ordenamento dos Valores por Idade
Idade
Valores
Novos
(n=519)
Experientes
(n=391)
Segurança da Família
Auto-respeito
Felicidade
Equilíbrio Interno
Posição 1
Mais Importantes
(sig. 0,176) (*)
Sabedoria 6º (**)
Vida Confortável
Reconhecimento Social
Vida Excitante (***)
Mundo de Paz
Posição 9
Menor Importância
(sig. 0,124) (*)
Sentimento de Realização
N=910. Notas: Novos: até os 34 anos. (*) Significância do Teste Mann-Whitney. (**) Na 5ª colocação
ficou o valor Salvação. (***) Na 4ª colocação ficou o valor Amizade Verdadeira.
Tabela 66 Ordenamento dos Valores por Escolaridade
Escolaridade
Valores
Baixa
(n=462)
Alta
(n=448)
Segurança da Família
Auto-respeito
Felicidade
Equilíbrio Interno
Posição 1
Mais Importantes
(sig. 0,543) (*)
Sabedoria 8º (**)
Vida Confortável
Reconhecimento Social
Vida Excitante 7º (***)
Mundo de Paz
Posição 9
Menor Importância
(sig. 0,731) (*)
Prazer
N=910. Notas: Escolaridade baixa vai até superior incompleto. (*) Significância do Teste Mann-
Whitney. (**) Na 5ª colocação ficou o valor Sabedoria. (***) Na 4ª colocação ficou o valor
Sentimento de Realização e na 5ª Amizade Verdadeira.
275
Tabela 67 Ordenamento dos Valores por Renda Individual
Renda Individual
Valores
Baixa
(n=469)
Alta
(n=441)
Segurança da Família
Auto-respeito
Felicidade
Equilíbrio Interno
Posição 1
Mais Importantes
(sig. 0,087) (*)
Mundo de Paz 8º (**)
Vida Confortável
Reconhecimento Social
Vida Excitante
Amizade Verdadeira
Posição 9
Menor Importância
(sig. 0,5431) (*)
Mundo de Paz 3º (***)
N=910. Notas: Renda baixa vai até R$ 3.000,00. (*) Significância do Teste Mann-Whitney. (**) Na 5ª
colocação ficou o valor Sabedoria. (***) Na 4ª colocação ficou o valor Sentimento de Realização e na
Igualdade.
Tabela 68 Ordenamento dos Valores por Tempo de Relacionamento Bancário
Tempo de Relacionamento Bancário
Valores
Recentes
(n=465)
Antigos
(n=445)
Segurança da Família
Auto-respeito
Felicidade
Equilíbrio Interno
Posição 1
Mais Importantes
(sig. 0,341) (*)
Sabedoria
Vida Confortável
Reconhecimento Social 3º (*)
Vida Excitante
Liberdade 13º
Posição 9
Menor Importância
(sig. 0,426) (*)
Amizade Verdadeira
N=910. Notas: Tempo de Relacionamento Recente vai até 7 anos de conta corrente. (*) Significância do
Teste Mann-Whitney. (**) Na 2ª colocação ficou o valor Mundo de Paz; na 4ª Sentimento de Realização
e na 5ª Igualdade.
276
ANEXO G Questionário da Pesquisa Valores Normativos
DADOS DEMOGRÁFICOS
Sexo Grau de Instrução Estado Civil
( ) 1. Masculino
( ) 2. Feminino
Idade (anos)
( ) 1. até 20
( ) 2. entre 21 e 24
( ) 3. entre 25 e 34
( ) 4. entre 35 e 44
( ) 5. entre 45 e 54
( ) 6. acima de 55
( ) 1. 1
o
Grau incompleto
( ) 2. 1
o
Grau completo
( ) 3. 2
o
Grau incompleto
( ) 4. 2
o
Grau completo
( ) 5. Superior incompleto
( ) 6. Superior completo
( ) 7. Pós-graduação
incompleto
( ) 8. Pós-graduação
completo
( ) 1. Solteiro
( ) 2. Casado
( ) 3. Divorciado
( ) 4. Viúvo
( ) 5. Outro
Renda Bruta Mensal Individual
Ocupação Principal
( ) 1. Até R$ 999,99 reais
( ) 2. De R$ 1.000,00 até R$ 2.000,00 reais
( ) 3. De R$ 2.001,00 até R$ 3.000,00 reais
( ) 4. De R$ 3.001,00 até R$ 4.000,00 reais
( ) 5. De R$ 4.001,00 até R$ 6.000,00 reais
( ) 6. De R$ 6.001,00 até R$ 8.000,00 reais
( ) 7. De R$ 8.001,00 até R$ 10.000,00 reais
( ) 8. Acima de R$ 10.000,00
( ) 1. Aposentado
( ) 2. Autônomo
( ) 3. Estudante
( ) 4. Func.Empresa Privada
( ) 5. Func. Economia.Mista
( ) 6. Func. Público
( ) 7. Prof. Liberal
( ) 8. Outro
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
Bom Dia / Boa Tarde / Boa Noite!
Meu nome é Jorge Luiz Henrique. Sou doutorando da área de Marketing
do Curso de Administração. No momento estou realizando a pesquisa Lealdade,
que é pré-requisito para a minha titulação.
Gostaria de contar com a sua colaboração!
Obrigado!
Por favor, assinale com um X seu grau de importância para cada uma das
afirmações, sendo 1 Sem Importância e 7 Muito Importante, pensando nos seus
Valores Pessoais.
Exemplo:
Sabedoria 1 2 3 4 5 6 7
Qual a importância desses Valores para você?
Atributos Sem Muito
Importância Importante
Auto-respeito 1 2 3 4 5 6 7
Equilíbrio Interno 1 2 3 4 5 6 7
Felicidade 1 2 3 4 5 6 7
Mundo de Paz 1 2 3 4 5 6 7
Reconhecimento Social 1 2 3 4 5 6 7
Sabedoria 1 2 3 4 5 6 7
Segurança da Família 1 2 3 4 5 6 7
Sentimento de Realização 1 2 3 4 5 6 7
Vida Confortável 1 2 3 4 5 6 7
Vida Excitante 1 2 3 4 5 6 7
277
Pensando no seu
Banco de Maior Relacionamento
, como o
Banco X,
assinale com
um X seu grau de concordância para cada uma das afirmações, sendo 1 discordo
totalmente e 7 concordo totalmente.
Exemplo:
Eu tenho uma relação emocional positiva
com o Banco X
1 2 3 4 5 6 7
Por favor, pensando no seu
Banco de Maior Relacionamento
, responda:
Nome do Banco __________________________________
Tempo de Relacionamento com o banco _________ meses.
Pensando nesse Banco, circule o número que reflete a sua opinião.
Exemplo:
Honesto 5 4 3 2 1 Desonesto
O Banco de meu Maior Relacionamento é:
Amigável 5 4 3 2 1 Não amigável
Quieto 5 4 3 2 1 Barulhento
Bom 5 4 3 2 1 Ruim
Confiável 5 4 3 2 1 Não confiável
Grande 5 4 3 2 1 Sem Crescimento
Estável 5 4 3 2 1 Instável
Honesto 5 4 3 2 1 Desonesto
Progressivo 5 4 3 2 1 Sem Muitos Progressos
Visível 5 4 3 2 1 Invisível
Atributos Discordo Concordo
Totalmente Totalmente
Eu acredito que o Banco X tem as melhores ofertas neste
momento
1 2 3 4 5 6 7
Eu acredito que o Banco X não oferece aquilo que eu gosto
1 2 3 4 5 6 7
Eu acredito que usar o Banco X é preferível a outros bancos
1 2 3 4 5 6 7
Eu experimentaria outro Banco se ele fosse 25% mais
barato que o Banco X
1 2 3 4 5 6 7
Eu experimentaria outro banco se ele oferecesse instalações
melhores que o Banco X
1 2 3 4 5 6 7
Eu me sinto ligado ao Banco X 1 2 3 4 5 6 7
Eu mudaria de Banco se a equipe de outro banco fosse mais
simpática
1 2 3 4 5 6 7
Eu mudaria de Banco se outro oferecesse mais status
1 2 3 4 5 6 7
Eu prefiro o serviço do Banco X ao serviço de seus
concorrentes
1 2 3 4 5 6 7
Eu sempre continuarei a escolher a qualidade do Banco X
antes de outros
1 2 3 4 5 6 7
Eu sempre continuarei a escolher o Banco X antes de outros
bancos
1 2 3 4 5 6 7
Eu sempre continuarei a favorecer as ofertas do Banco X
antes de outros bancos
1 2 3 4 5 6 7
Eu sempre escolherei usar o Banco X preferencialmente aos
bancos concorrentes
1 2 3 4 5 6 7
Eu tenho uma relação emocional positiva com o Banco X
1 2 3 4 5 6 7
Futuramente, eu gostaria de permanecer cliente do Banco X
1 2 3 4 5 6 7
O Banco X tem significado pessoal para mim 1 2 3 4 5 6 7
278
ANEXO H - Avaliação da Aleatoriedade dos Dados Perdidos via Correlações de Variáveis Dicotomizadas e o Teste MCAR
Va1 Va2 Va3 Va4 Va5 Va6 Va7 Va8 Va9
Va10 At1 At2 At3 At4 At5 At6 At7 At8 At9 Le1 Le2
Le3 Le4 Le5 Le6
Le7
Le8
Le9 Le10 Le11 Le12 Le13 Le14 Le15
Le16
Va1 1,000
Va2 0,407 1,000
Va3
-
0,002
-
0,003
1,000
Va4
-
0,003
-
0,003
-
0,003
1,000
Va5
-
0,004
-
0,005
0,264
-
0,005
1,000
Va6
-
0,003
-
0,004
0,352
-
0,004
0,184
1,000
Va7
-
0,003
-
0,003
-
0,003
-
0,003
-
0,005
-
0,004
1,000
Va8
-
0,003
-
0,004
-
0,003
-
0,004
-
0,007
-
0,005
-
0,004 1,000
Va9 .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a)
Va10
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002
.(a)
1,000
At1
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,003
-
0,004
-
0,003
-
0,003
-
0,003
.(a)
-
0,002
1,000
At2
-
0,004 0,232
-
0,004
-
0,005
-
0,007
-
0,005
-
0,005
-
0,006
.(a)
-
0,003
-
0,004 1,000
At3
-
0,006 0,149
-
0,006
-
0,007 0,091
-
0,008
-
0,007
-
0,009
.(a)
-
0,004
-
0,006 0,100
1,000
At4
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002
.(a)
-
0,001
-
0,002
-
0,003
-
0,004
1,000
At5
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002
.(a)
-
0,001
-
0,002
-
0,003
-
0,004
-
0,001
1,000
At6
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,003
0,264
-
0,003
-
0,003
-
0,003
.(a)
-
0,002
-
0,002
-
0,004
-
0,006
-
0,002
-
0,002
1,000
At7
-
0,003
-
0,004
-
0,003
-
0,004
-
0,007
-
0,005
-
0,004
-
0,005
.(a)
-
0,002
-
0,003
-
0,006
-
0,009
-
0,002
-
0,002
-
0,003
1,000
At8
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002
.(a)
-
0,001
-
0,002
-
0,003
-
0,004
-
0,001
-
0,001
-
0,002
-
0,002
1,000
At9
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002
.(a)
-
0,001
-
0,002
-
0,003
-
0,004
-
0,001
-
0,001
-
0,002
-
0,002
-
0,001
1,000
Continua
279
Continuação do Anexo H - Avaliação da Aleatoriedade dos Dados Perdidos via Correlações de Variáveis Dicotomizadas e o Teste MCAR
Va1 Va2 Va3 Va4 Va5 Va6 Va7 Va8 Va9
Va10 At1 At2 At3 At4 At5 At6 At7 At8 At9 Le1 Le2
Le3 Le4 Le5 Le6
Le7
Le8
Le9 Le10 Le11 Le12 Le13 Le14 Le15
Le16
Le1
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002
.(a)
1,000
-
0,002
-
0,003
-
0,004
-
0,001
-
0,001
-
0,002
-
0,002
-
0,001
-
0,001
1,000
Le2 .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a)
.(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a)
Le3
-
0,002
-
0,002
-
0,002
0,577
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002
.(a)
-
0,001
-
0,002
-
0,003
-
0,004
-
0,001
-
0,001
-
0,002
-
0,002
-
0,001
-
0,001
-
0,001
.(a)
1,000
Le4
-
0,004
-
0,005
-
0,004
-
0,005
-
0,007
-
0,005
-
0,005
-
0,006
.(a)
-
0,003
-
0,004
-
0,007
0,100
-
0,003
-
0,003
-
0,004
-
0,006
-
0,003
-
0,003
-
0,003
.(a)
-
0,003
1,000
Le5
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002
.(a)
-
0,001
-
0,002
-
0,003
0,265
-
0,001
-
0,001
-
0,002
-
0,002
-
0,001
-
0,001
-
0,001 .(a)
-
0,001
-
0,003 1,000
Le6 .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a)
.(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a)
.(a) .(a) .(a) .(a)
Le7 .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a)
.(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a)
.(a) .(a) .(a) .(a)
.(a)
Le8 .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a)
.(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a)
.(a) .(a) .(a) .(a)
.(a) .(a)
Le9
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,003
-
0,004
-
0,003
-
0,003
-
0,003
.(a)
-
0,002
-
0,002
-
0,004
-
0,006
-
0,002
-
0,002
0,499
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002 .(a)
-
0,002
-
0,004
-
0,002 .(a)
.(a) .(a) 1,000
Le10
-
0,004
-
0,005
-
0,004
-
0,005
-
0,007
-
0,005
-
0,005
-
0,006
.(a)
-
0,003
-
0,004
-
0,007
-
0,010
-
0,003
-
0,003
-
0,004
0,178
-
0,003
-
0,003
-
0,003
.(a)
-
0,003
-
0,007
-
0,003
.(a)
.(a) .(a)
-
0,004
1,000
Le11
-
0,004
-
0,005
-
0,004
-
0,005
-
0,008
-
0,006
-
0,005
-
0,007
.(a)
-
0,003
-
0,004
-
0,008
-
0,012
-
0,003
-
0,003
-
0,004
-
0,007
-
0,003
-
0,003
-
0,003
.(a)
-
0,003
0,138
-
0,003
.(a)
.(a) .(a)
-
0,004
-
0,008
1,000
Le12
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,003
-
0,004
-
0,003
-
0,003
-
0,003
.(a)
-
0,002
-
0,002
-
0,004
-
0,006
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002
.(a)
-
0,002
-
0,004
-
0,002
.(a)
.(a) .(a)
-
0,002
-
0,004
-
0,004
1,000
Le13
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002
.(a)
-
0,001
-
0,002
-
0,003
-
0,004
-
0,001
-
0,001
-
0,002
-
0,002
-
0,001
-
0,001
-
0,001
.(a)
-
0,001
-
0,003
-
0,001
.(a)
.(a) .(a)
-
0,002
-
0,003
-
0,003
-
0,002
1,000
Le14
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002
.(a)
-
0,001
-
0,002
-
0,003
-
0,004
-
0,001
-
0,001
-
0,002
-
0,002
-
0,001
-
0,001
-
0,001
.(a)
-
0,001
-
0,003
-
0,001
.(a)
.(a) .(a)
-
0,002
-
0,003
-
0,003
-
0,002
-
0,001
1,000
Le15
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,002
-
0,003
-
0,002
-
0,002
-
0,002
.(a)
-
0,001
-
0,002
-
0,003
-
0,004
-
0,001
-
0,001
-
0,002
-
0,002
-
0,001
-
0,001
-
0,001
.(a)
-
0,001
-
0,003
-
0,001
.(a)
.(a) .(a)
-
0,002
-
0,003
-
0,003
-
0,002
-
0,001
-
0,001
1,000
Le16 .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a)
.(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a)
.(a) .(a) .(a) .(a)
.(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a) .(a)
.(a)
Notas: ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed). (a) Cannot be computed because at least one of the variables is constant. É uma constante!
a Little's MCAR test: Chi-Square = 1497,057, DF = 1412, Sig. = ,057
280
ANEXO I Comparação de Médias de Valores dentre os Segmentos Analisados
Tabela 69 Comparação de médias de Valores dentre os Segmentos Masculino e Feminino
Valores Segmentos
Média
Teste F Sig
A 6,34
Auto-respeito
B 6,64
28,249 0,000
A 6,09
Equilíbrio Interno
B 6,30
10,76 0,001
A 6,49
Felicidade
B 6,51
0,206 0,650
A 5,73
Mundo de Paz
B 6,12
24,881 0,000
A 5,10
Reconhecimento Social
B 5,45
17,128 0,000
A 6,25
Sabedoria
B 6,24
0,040 0,841
A 6,52
Segurança da Família
B 6,61
2,580 0,109
A 6,27
Sentimento de Realização
B 6,43
7,122 0,008
A 5,83
Vida Confortável
B 5,97
3,749 0,053
A 5,52
Vida Excitante
B 5,18
16,176 0,000
Notas: A=Maculino (N=469) e B=Feminino (N=447).
Tabela 70 Comparação de médias de Valores dentre os Segmentos de Idade
Valores Segmentos
Média
Teste F Sig
A 6,45
Auto-respeito
B 6,64
6,923 0,009
A 6,13
Equilíbrio Interno
B 6,45
13,547 0,000
A 6,49
Felicidade
B 6,56
0,849 0,357
A 5,86
Mundo de Paz
B 6,21
12,075 0,001
A 5,24
Reconhecimento Social
B 5,42
2,736 0,098
A 6,22
Sabedoria
B 6,37
3,778 0,050
A 6,54
Segurança da Família
B 6,67
2,866 0,091
A 6,35
Sentimento de Realização
B 6,35
0,005 0,943
A 5,88
Vida Confortável
B 5,99
1,556 0,213
A 5,43
Vida Excitante
B 5,03
12,532 0,000
Notas: A=Novos, até 34 anos (N=753) e B=Experientes, acima 34 anos (N=163).
281
Tabela 71 Comparação de médias de Valores dentre os Segmentos de Escolaridade
Valores Segmentos
Média
Teste F
Sig
A 6,68
Auto-respeito
B 6,47
3,370 0,067
A 6,21
Equilíbrio Interno
B 6,19
0,025 0,875
A 6,58
Felicidade
B 6,50
0,551 0,458
A 6,10
Mundo de Paz
B 5,91
1,509 0,220
A 5,71
Reconhecimento Social
B 5,24
7,942 0,005
A 6,18
Sabedoria
B 6,25
0,411 0,522
A 6,61
Segurança da Família
B 6,56
0,204 0,652
A 6,07
Sentimento de Realização
B 6,37
6,730 0,010
A 6,06
Vida Confortável
B 5,89
1,566 0,211
A 5,13
Vida Excitante
B 5,37
2,057 0,152
Notas: A=Baixa, até o 2º Grau completo (N=62) e B=Alta, acima do 2º Grau (N=854).
Tabela 72 Comparação de médias de Valores dentre os Segmentos de Renda
Valores Segmentos
Média
Teste F
Sig
A 6,46
Auto-respeito
B 6,54
1,679 0,195
A 6,15
Equilíbrio Interno
B 6,30
4,617 0,032
A 6,48
Felicidade
B 6,56
1,918 0,166
A 5,90
Mundo de Paz
B 5,97
0,822 0,365
A 5,33
Reconhecimento Social
B 5,13
4,502 0,034
A 6,20
Sabedoria
B 6,37
7,073 0,008
A 6,53
Segurança da Família
B 6,64
2,781 0,096
A 6,34
Sentimento de Realização
B 6,37
0,133 0,715
A 5,89
Vida Confortável
B 5,92
0,205 0,651
A 5,36
Vida Excitante
B 5,34
0,063 0,802
Notas: A=Baixa, até R$ 2.000,00 (N=645) e B=Alta, acima de R$ 2.000,00 (N=271).
282
Tabela 73 Comparação de médias de Valores dentre os Segmentos de Tempo de Relacionamento
Bancário
Valores Segmentos
Média
Teste F
Sig
A 6,43
Auto-respeito
B 6,55
4,184 0,041
A 6,11
Equilíbrio Interno
B 6,30
8,351 0,004
A 6,48
Felicidade
B 6,54
1,007 0,316
A 5,85
Mundo de Paz
B 6,01
4,119 0,043
A 5,35
Reconhecimento Social
B 5,16
5,016 0,025
A 6,26
Sabedoria
B 6,23
,272 0,602
A 6,55
Segurança da Família
B 6,59
,397 0,529
A 6,37
Sentimento de Realização
B 6,33
,473 0,492
A 5,92
Vida Confortável
B 5,86
,720 0,396
A 5,47
Vida Excitante
B 5,21
9,082 0,003
Notas: A=Baixo, até 2 anos (N=534) e B=Alto, acima de 2 anos (N=382).
ANEXO J – Matriz de Correlação entre as Variáveis
Va1 Va2 Va3 Va4 Va5 Va6 Va7 Va8 Va9 Va10 At1 At2 At3 At4 At5 At6 At7 At8 At9
Va1 1
Va2 ,445(ª) 1
Va3 ,255(ª) ,346(ª) 1
Va4 ,336(ª) ,396(ª) ,448(ª) 1
Va5 ,189(ª) ,217(ª) ,166(ª) ,249(ª) 1
Va6 ,247(ª) ,300(ª) ,265(ª) ,293(ª) ,292(ª) 1
Va7 ,249(ª) ,267(ª) ,348(ª) ,397(ª) ,163(ª) ,301(ª) 1
Va8 ,179(ª) ,198(ª) ,321(ª) ,249(ª) ,293(ª) ,304(ª) ,281(ª) 1
Va9 ,159(ª) ,166(ª) ,283(ª) ,244(ª) ,347(ª) ,280(ª) ,240(ª) ,381(ª) 1
Va10
,136(ª) ,158(ª) ,273(ª) ,143(ª) ,307(ª) ,274(ª) ,102(ª) ,290(ª) ,415(ª) 1
At1 ,102(ª) ,084(*) ,136(ª) ,154(ª) ,081(*)
,082(*)
,114(ª) ,091(ª) ,088(ª) 0,057 1
At2
-0,012 0,016 0,038 0,020 0,040 0,024 0,039 -0,005 0,034 0,017 ,228(ª) 1
At3
,068(*)
,086(ª) ,109(ª) ,112(ª) 0,054 0,044 ,084(*)
0,011 0,059 -0,044 ,628(ª) ,259(ª) 1
At4
,091(ª) ,075(*) 0,055 ,100(ª) 0,035 ,068(*)
,104(ª) 0,045 0,051 -0,044 ,503(ª) ,193(ª) ,601(ª)
1
At5
,104(ª) ,095(ª) ,104(ª) ,088(ª) -0,015 ,066(*)
0,060 ,097(ª) 0,059 0,045 ,170(ª) 0,034 ,281(ª)
,257(ª) 1
At6
,065(*)
,076(*) ,076(*)
0,058 -0,063 ,096(ª) 0,055 ,081(*)
-0,032 -0,007 ,256(ª) ,114(ª) ,345(ª)
,412(ª) ,521(ª) 1
At7
,105(ª) ,124(ª) ,086(ª) ,072(*)
0,010 0,053 ,103(ª) 0,015 0,037 -0,058 ,480(ª) ,202(ª) ,562(ª)
,660(ª) ,228(ª) ,399(ª) 1
At8
,101(ª) ,086(ª) ,076(*)
,148(ª) ,076(*)
,104(ª) ,122(ª) 0,056 0,061 0,037 ,364(ª) ,139(ª) ,439(ª)
,410(ª) ,367(ª) ,357(ª) ,435(ª)
1
At9
,137(ª) ,176(ª) ,119(ª) ,132(ª) 0,046 ,139(ª) ,088(ª) ,105(ª) 0,049 -0,003 ,281(ª) 0,057 ,311(ª)
,350(ª) ,472(ª) ,376(ª) ,358(ª)
,509(ª) 1
Le1
0,045 ,116(ª) ,070(*)
,111(ª) 0,057 ,074(*)
,117(ª) 0,010 ,067(*)
-0,012 ,419(ª) ,140(ª) ,426(ª)
,370(ª) ,121(ª) ,211(ª) ,358(ª)
,282(ª) ,153(ª)
Le2
0,029 0,012 0,038 ,065(*)
-0,062 -0,020 0,045 -0,024 -0,036 -0,064 ,256(ª) 0,063 ,365(ª)
,287(ª) ,167(ª) ,192(ª) ,275(ª)
,218(ª) ,206(ª)
Le3
0,057 ,080(*) ,105(ª) 0,055 0,006 0,033 ,112(ª) 0,033 -0,004 -0,027 ,382(ª) ,117(ª) ,412(ª)
,359(ª) ,170(ª) ,261(ª) ,344(ª)
,234(ª) ,211(ª)
Le4
0,015 0,013 -0,005 0,036 -0,062 -0,002 0,064 -0,039 -0,002 -0,033 ,215(ª) ,072(*)
,249(ª)
,192(ª) ,068(*)
,099(ª) ,185(ª)
,140(ª) ,080(*)
Le5
0,012 0,048 -0,024 0,004 -0,064 0,004 0,026 -0,037 -0,055 -,083(*)
,159(ª) ,072(*)
,208(ª)
,165(ª) ,084(*)
,102(ª) ,182(ª)
,094(ª) ,103(ª)
Le6
0,057 ,140(ª) ,065(*)
0,045 ,076(*)
-0,020 0,059 ,075(*)
0,051 -0,042 ,322(ª) ,070(*)
,356(ª)
,296(ª) ,075(*)
,136(ª) ,290(ª)
,183(ª) ,111(ª)
Le7
-0,048 -0,013 -0,031 -0,043 -,114(ª)
-0,031 0,028 -,099(ª)
-,086(ª)
-,088(ª) ,125(ª) ,085(*)
,149(ª)
,150(ª) ,080(*)
,099(ª) ,116(ª)
,089(ª) 0,050
Le8
0,026 0,018 0,035 0,061 -,191(ª)
-0,014 ,085(*)
-0,063 -,126(ª)
-,157(ª) ,144(ª) 0,055 ,134(ª)
,156(ª) ,095(ª) ,156(ª) ,171(ª)
,095(ª) ,106(ª)
Le9
-0,019 ,077(*) ,082(*)
0,013 0,027 0,051 ,069(*)
0,057 0,058 0,012 ,387(ª) ,119(ª) ,441(ª)
,324(ª) ,172(ª) ,255(ª) ,346(ª)
,294(ª) ,196(ª)
Le10
0,048 ,110(ª) ,079(*)
,135(ª) ,106(ª) ,098(ª) ,112(ª) 0,015 ,140(ª) 0,028 ,354(ª) ,148(ª) ,443(ª)
,300(ª) ,150(ª) ,219(ª) ,355(ª)
,285(ª) ,168(ª)
Le11
0,061 ,127(ª) ,073(*)
,132(ª) ,086(ª) 0,045 ,103(ª) 0,017 ,117(ª) 0,019 ,339(ª) ,152(ª) ,416(ª)
,316(ª) ,088(ª) ,151(ª) ,338(ª)
,252(ª) ,137(ª)
Le12
0,064 ,101(ª) ,080(*)
,097(ª) ,069(*)
0,038 ,089(ª) 0,008 ,087(ª) -0,026 ,349(ª) ,126(ª) ,413(ª)
,333(ª) ,121(ª) ,174(ª) ,354(ª)
,258(ª) ,159(ª)
Le13
0,048 ,088(ª) ,079(*)
,122(ª) ,073(*)
0,026 ,101(ª) 0,003 ,096(ª) -0,042 ,354(ª) ,136(ª) ,424(ª)
,356(ª) ,111(ª) ,200(ª) ,356(ª)
,241(ª) ,169(ª)
Le14
0,041 ,089(ª) 0,035 0,063 0,046 0,009 0,051 0,035 0,023 -0,022 ,408(ª) ,133(ª) ,369(ª)
,348(ª) ,104(ª) ,164(ª) ,338(ª)
,255(ª) ,150(ª)
Le15
,079(*)
,087(ª) ,111(ª) ,095(ª) -0,010 0,041 ,108(ª) 0,019 0,037 -,068(*)
,442(ª) ,144(ª) ,504(ª)
,461(ª) ,168(ª) ,253(ª) ,421(ª)
,320(ª) ,217(ª)
Le16
0,048 ,078(*) 0,022 0,050 0,047 0,018 0,012 0,031 0,046 -0,049 ,346(ª) 0,051 ,326(ª)
,293(ª) ,080(*)
,108(ª) ,280(ª)
,202(ª) ,106(ª)
Continua
284
Continuação do Anexo J – Matriz de Correlação entre as Variáveis
Le1_cog
Le2_cog
Le3_cog
Le4_con
Le5_con
Le6_afe
Le7_con
Le8_con
Le9_cog
Le10_aca
Le11_aca
Le12_aca
Le13_aca
Le14_afe
Le15_afe
Le16_afe
Le1
1
Le2
,276(ª) 1
Le3
,493(ª) ,242(ª) 1
Le4
,162(ª) ,202(ª) ,206(ª) 1
Le5
,126(ª) ,195(ª) ,181(ª) ,439(ª) 1
Le6
,305(ª) ,243(ª) ,422(ª) ,165(ª) ,155(ª) 1
Le7
,069(*) ,221(ª) ,095(ª) ,249(ª) ,419(ª) 0,026 1
Le8
0,064 ,177(ª) ,099(ª) ,201(ª) ,315(ª) 0,015 ,407(ª) 1
Le9
,470(ª) ,276(ª) ,587(ª) ,163(ª) ,141(ª) ,453(ª) ,065(*) -0,008 1
Le10
,422(ª) ,247(ª) ,432(ª) ,207(ª) ,144(ª) ,477(ª) 0,051 0,052 ,583(ª) 1
Le11
,422(ª) ,226(ª) ,457(ª) ,237(ª) ,169(ª) ,509(ª) ,079(*) 0,043 ,565(ª) ,797(ª) 1
Le12
,419(ª) ,269(ª) ,444(ª) ,214(ª) ,211(ª) ,526(ª) ,085(*) 0,052 ,535(ª) ,708(ª) ,770(ª) 1
Le13
,443(ª) ,265(ª) ,478(ª) ,263(ª) ,208(ª) ,532(ª) ,131(ª) ,084(*) ,529(ª) ,683(ª) ,804(ª) ,790(ª) 1
Le14
,407(ª) ,245(ª) ,414(ª) ,208(ª) ,133(ª) ,621(ª) 0,054 0,008 ,433(ª) ,485(ª) ,517(ª) ,539(ª) ,562(ª) 1
Le15
,492(ª) ,321(ª) ,589(ª) ,212(ª) ,199(ª) ,481(ª) ,117(ª) ,092(ª) ,553(ª) ,551(ª) ,576(ª) ,580(ª) ,642(ª) ,587(ª) 1
Le16
,337(ª) ,212(ª) ,352(ª) ,236(ª) ,170(ª) ,634(ª) 0,042 -0,040 ,377(ª) ,448(ª) ,523(ª) ,527(ª) ,535(ª) ,694(ª) ,539(ª) 1
Notas: 1. ª Correlação significativa ao nível de 0,01; 2. * correlações significativas ao nível de 0,005.
285
Anexo K Comparação dos Índices de Ajuste dos Modelos em Amostras Diferentes
Nota Valores diferentes da amostra adotada (sem missing com outilers_n=916) estão em negrito.
Nota Valores diferentes da amostra adotada (sem missing com outilers_n=916) estão em negrito.
Nota Valores diferentes da amostra adotada (sem missing com outilers_n=916) estão em negrito.
Modelo 1 Efeito Direto
Sem Missing com
Outliers (n=916)
Sem Missing e sem
Outliers (n=899)
Dados Normalizados Sem
Missing com Outliers (n=916)
1.019,29 1.029,64 1.021,27
gl 145 145 145
(?² / gl)
7,03 7,10 7,04
GFI 0,89 0,89 0,89
RSMR 0,17 0,17 0,15
RMSEA 0,08 0,08 0,08
AGFI 0,85 0,85 0,85
TLI ou NNFI 0,87 0,87 0,87
NFI 0,88 0,88 0,88
CFI 0,89 0,89 0,89
PNFI 0,74 0,74 0,74
PGFI 0,68 0,68 0,68
Modelo 2 Efeito Mediador Completo
Sem Missing com
Outliers (n=916)
Sem Missing e sem
Outliers (n=899)
Dados Normalizados Sem
Missing com Outliers (n=916)
1.351,59 1.343,58 1.343,11
gl 244 244 244
(?² / gl)
5,54 5,51 5,50
GFI 0,89 0,89 0,89
RSMR 0,23 0,23 0,20
RMSEA 0,07 0,07 0,07
AGFI 0,87 0,87 0,87
TLI ou NNFI 0,88 0,88 0,88
NFI 0,87 0,88 0,87
CFI 0,89 0,90 0,89
PNFI 0,77 0,77 0,77
PGFI 0,73 0,73 0,73
Modelo 3 Efeito Mediador Parcial
Sem Missing com
Outliers (n=916)
Sem Missing e sem
Outliers (n=899)
Dados Normalizados Sem
Missing com Outliers (n=916)
1.347,57 1.339,58 1.338,73
gl 240 240 240
(?² / gl)
5,61 5,58 5,58
GFI 0,89 0,89 0,90
RSMR 0,23 0,23 0,20
RMSEA 0,07 0,07 0,07
AGFI 0,87 0,87 0,87
TLI ou NNFI 0,88 0,88 0,88
NFI 0,87 0,88 0,87
CFI 0,89 0,90 0,89
PNFI 0,76 0,76 0,76
PGFI 0,71 0,71 0,72
286
Jorge Luiz Henrique
Curriculum Vitae
Março/2009
287
Dados Pessoais
Nome Jorge Luiz Henrique
Filiação Jorge Henrique e Nair Maciel Henrique
Nascimento 04/04/1961 - Três Corações/MG - Brasil
Carteira de Identidade M2883503 SSP - MG - 09/09/1981
CPF 45384975687
_________________________________________________________________________________
Formação Acadêmica/Titulação
2005 - 2009 Doutorado em Administração.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Porto Alegre, Brasil
Título: Dos Valores Pessoais às Fases da Lealdade, Ano de obtenção: 2009
Orientador: Carlos Alberto Vargas Rossi
1999 - 2001 Mestrado em Administração.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Porto Alegre, Brasil
Título: Satisfação do usuário com as tecnologias da informação nos serviços
bancários, Ano de obtenção: 2001
Orientador: Henrique Mello Rodrigues de Freitas
1995 - 1996 Especialização em MBA Executivo em Finanças.
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, IBMEC, Brasil
Título: Bolsa de Valores
1985 - 1987 Graduação em Licenciatura em Ciências Físicas e Biológicas.
Centro Universitário de Brasília, UniCEUB, Brasília, Brasil
1988 - 1988 Graduação em Matemática - Licenciatura Plena.
Centro Universitário de Brasília, UniCEUB, Brasília, Brasil
_________________________________________________________________________________
Atuação profissional
1. Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
_______________________________________________________________________
Vínculo institucional
2007 - 2008 Vínculo: Colaborador , Enquadramento funcional: Professor , Carga
horária: 5, Regime: Parcial
2. Escola Brasileira de Administração Pública do Distrito Federal - FGV/EBAP/DF
_______________________________________________________________________
Vínculo institucional
2004 - 2005 Vínculo: Professor , Enquadramento funcional: Professor , Carga
horária: 5, Regime: Parcial
3. União Pioneira de Integração Social - UPIS
_______________________________________________________________________
Vínculo institucional
2001 - 2004 Vínculo: Celetista formal , Enquadramento funcional: Professor ,
Carga horária: 5, Regime: Parcial
288
_________________________________________________________________________________
Produção bibliográfica
Artigos completos publicados em periódicos
1. ROSES, L, HOPPEN, N, HENRIQUE, Jorge L.
Management of perceptions of information technology service quality. Journal of Business Research. ,
p.- - , 2008.
2. MATOS, C. A. de, HENRIQUE, Jorge L., ROSSI, C. A. V.
Service Recovery Paradox: A Meta-Analysis. Journal of Service Research. , v.10, p.60 - 77, 2007.
3. LUNARDI, Guilherme L., BELLINI, Carlo G. P., HENRIQUE, Jorge L.
Service Quality in Banks: Insights from the Brazilian Experience. Journal of Internet Banking and
Commerce. , v.10, p.1-6 - , 2005.
4. LUNARDI, Guilherme L., HENRIQUE, Jorge L.
Aplicação da Soft Systems Methodology na avaliação de um programa de pós-graduação em
Administração: perspectiva do corpo discente. REAd. Revista Eletrônica de Administração. , v.8, p.1 -
, 2002.
Trabalhos publicados em anais de eventos (completo)
1. HENRIQUE, Jorge L., MONTEIRO, Plínio R. R., MATOS, C. A. de
As influências dos Valores Pessoais nas Atitudes e nas Fases da Lealdade. In: Encontro de
Marketing, 2008, Curitiba.
III Encontro de Marketing. ANPAD, 2008.
2. MATOS, C. A. de, HENRIQUE, Jorge L., ROSA, Fernando
Os Efeitos Direto, Mediador e Moderador do Custo de Mudança na Satisfação e Lealdade do
Consumidor. In: Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração,
2007, Rio de Janeiro.
XXXI Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração.
ANPAD, 2007.
3. SOUZA, Rosana V., HENRIQUE, Jorge L., BREI, Vinícius A.
Avaliação da Relação entre Self Estendido, Fluxo, Vínculo e Satisfação em Ambientes Virtuais. In:
Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, 2006, Salvador.
XXX Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração.
ANPAD, 2006.
4. MATOS, C. A. de, HENRIQUE, Jorge L.
Balanço do Conhecimento em Marketing: Uma Metanálise dos Resultados Empíricos dos
Antecedentes e Conseqüentes da Satisfação e Lealdade. In: Encontro da Associação Nacional de
Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, 2006, Salvador.
XXX Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração.
ANPAD, 2006.
5. ROSES, L. K., HOPPEN, N., HENRIQUE, Jorge L., GASTAL, Fernanda
Management of Perceptions of Information Technology Service Quality. In: The Business Association
of Latin American Studies, 2006, Lima.
The Business Association of Latin American Studies. BALAS, 2006.
6. HENRIQUE, Jorge L., SOUZA, Rosana V.
O Uso da Técnica de Análise Conjunta na Pesquisa em Marketing: Uma Avaliação das Publicações
Brasileiras. In: Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração,
2006, Salvador.
XXX Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração.
ANPAD, 2006.
289
7. LUNARDI, Guilherme L., HENRIQUE, J, ROSES, L. K.
Alinhamento Estratégico de Tecnologia de Informação (TI): Um estudo de caso realizado em um
grande banco brasileiro de varejo. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2005, Porto
Alegre.
XXV Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Associação Brasileira de Engenharia de
Produção (ABEPRO), 2005.
8. BELLINI, Carlo G. P., LUNARDI, Guilherme L., HENRIQUE, Jorge L.
Measuring Service Quality in Banks: The Development of an Instrument for the Brazilian Sector. In:
6th Annual Global Information Technology Management World, 2005, Anchorage (Alaska/USA).
Global Information Technology Management Association (GITMA). , 2005.
9. HENRIQUE, Jorge L., BUSS, Carla
Processo de desenvolvimento de um produto financeiro: Planejamento do conceito. In: Congresso
Brasileiro Gestão de Desenvolvimento de Produtos, 2003, Gramado.
IV Congresso Brasileiro Gestão de Desenvolvimento de Produtos. LOPP-UFRGS - CEGOP,
2003.
10. HENRIQUE, Jorge L., BUSS, Carla
Teste de conceito de novo produto utilizando Conjoint Analysis. In: Encontro Nacional de Engenharia
de Produção, 2003, Ouro Preto.
XXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Associação Brasileira de Engenharia de
Produção (ABEPRO), 2003.
11. LUNARDI, Guilherme L., HENRIQUE, Jorge L., BELLINI, Carlo G. P.
Qualidade de Serviços Bancários: O Caso do Banco do Brasil. In: Encontro Nacional de Engenharia
de Produção, 2001, Salvador.
XXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Associação Brasileira de Engenharia de
Produção (ABEPRO), 2001.
Trabalhos publicados em anais de eventos (resumo)
1. LUNARDI, Guilherme L., HENRIQUE, Jorge L.
Avaliação institucional através da Soft Systems Methodology: Uma aplicação no Programa de Pós-
Graduação em Administração da UFRGS. In: Jornadas de Jovens Pesquisadores do Grupo
Montevidéu, 2000, São Carlos.
VIII Jornada de Jovens Pesquisadores do Grupo Montevidéu. Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar), 2000.
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