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JOÃO OTACILIO LIBARDONI DOS SANTOS
ASPECTOS CINEMÁTICOS E CINÉTICOS DO MOVIMENTO DE
EVERSÃO DO CALCANHAR DURANTE A MARCHA
FLORIANÓPOLIS - SC
2008
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2
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE - CEFID
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO
HUMANO
JOÃO OTACILIO LIBARDONI DOS SANTOS
ASPECTOS CINEMÁTICOS E CINÉTICOS DO MOVIMENTO DE
EVERSÃO DO CALCANHAR DURANTE A MARCHA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências do Movimento Humano, do
Centro de Ciências da Saúde e do Esporte - CEFID,
da Universidade do Estado de Santa Catarina
UDESC, como requisito
para
obtenção do grau de
mestre em Ciências do Movimento Humano.
Orientador: Dr. Aluisio Otavio Vargas Avila
FLORIANÓPOLIS
Abril, 2008
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JOÃO OTACILIO LIBARDONI DOS SANTOS
ASPECTOS CINEMÁTICOS E CINÉTICOS DO MOVIMENTO DE
EVERSÃO DO CALCANHAR DURANTE A MARCHA
Dissertação aprovada como requisito para obtenção do grau de Mestre no Programa de
Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, da Universidade do Estado de Santa
Catarina.
BANCA EXAMINADORA:
Orientador: ____________________________________________________
Prof. Dr. Aluisio Otavio Vargas Avila
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Membro: _______________ _____________________________________
Prof. Dr. Carlos Bolli Mota
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM
Membro:
__________ __________________________________________
Prof. Dr. John Peter Nasser
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Membro:
____________________________________________________
Prof
a
. Dr
a
. Eliane Fátima Manfio
Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos - IBTeC
Florianópolis, SC, 25 de abril de 2008.
4
RESUMO
Titulo: Aspectos cinemáticos e cinéticos do movimento de eversão do calcanhar durante a
marcha;
Autor: João Otacilio Libardoni dos Santos
Orientador: Prof. Dr. Aluisio Otavio Vargas Ávila
Esta pesquisa teve como objetivo analisar a influência do movimento de eversão do
calcanhar sobre as variáveis biomecânicas da marcha relativas à distribuição de pressão
plantar (DPP) e o centro de pressão (COP). Participaram do estudo 21 sujeitos do sexo
masculino (média de idade 27 anos ± 8 anos, estatura de 178cm ± 6cm e massa corporal de
76kg ± 10kg). Os sujeitos foram divididos em dois grupos, considerando o Ângulo Máximo
de Eversão do Calcanhar: Grupo Normal (n=11) - sujeitos que apresentavam Ângulo Máximo
de Eversão do Calcanhar < e Grupo Overpronado (n=10) - sujeitos que apresentavam
Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar 8°. A coleta de dados consistiu - se em avaliar o
andar de forma descalça em linha reta sobre uma passarela de EVA sem qualquer inclinação
em relação à linha do horizonte e com uma velocidade controlada de 5km/h ± 5%. As
variáveis analisadas foram: Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar, Pressão Plantar Média,
Pico de Pressão Plantar, Área de contato, Carga Relativa, Velocidade Média do COP e
Deslocamento Medial e Lateral do COP. Para a aquisição dos dados cinemáticos foi utilizado
o sistema Spica Technology Corporation™ com duas câmeras de vídeo sincronizadas, com
taxa de amostragem de 955Hz. Para a aquisição dos dados cinéticos utilizou-se o sistema
Novel Emed- XR com taxa de amostragem de 100Hz. Na análise estatística foi aplicado o teste
de Shapiro-Wilk para verificar a normalidade dos dados. Para comparar as variáveis cinéticas
intra-grupo nas diferentes regiões do pé, foi utilizado o teste ANOVA One-Way.
comparando estas variáveis inter-grupos, foi utilizado o teste “tde Student para amostras
independentes. Para verificar possíveis correlações entre o Ângulo Máximo de Eversão do
Calcanhar e as variáveis cinéticas analisadas, utilizou-se o teste de Pearson. O nível de
significância adotado foi de 0,05. Ao comparar as variáveis “Pressão Plantar Média”, “Pico de
Pressão Plantar” e “Carga Relativa” entre as diferentes regiões do pé intra-grupo, pode-se
observar que ambos os grupos apresentaram um padrão de distribuição de pressão plantar
semelhante, diferenciando-se apenas pelas intensidades dessas variáveis. ao comparar as
variáveis “Pico de Pressão Plantar” e “Área de Contato” nas diferentes regiões do inter-
grupos, observou-se que o Grupo Normal apresentou maiores valores médios, estatisticamente
significativos, principalmente na região do calcanhar e do médio pé. Em relação às variáveis
5
“Pressão Plantar Média”, “Carga Relativa”, “Velocidade Média do COP” e “Deslocamento
Medial e Lateral do COP” não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas ao
comparar o Grupo Normal e o Grupo Overpronado em nenhuma das regiões analisadas. Ao
analisar possíveis correlações entre o Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar e as variáveis
cinéticas, pode-se observar que as variáveis “Pressão Plantar Média”, “Pico de Pressão
Plantar”, “Área de Contato” e “Carga Relativa” apresentaram correlações positivas
estatisticamente significativas com o “Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar”,
principalmente na região do médio pé. Já as variáveis “Velocidade Média do COP” e
“Deslocamento Medial e Lateral do COP” não apresentaram correlações estatisticamente
significativas. Assim, é possível concluir que o aumento do ângulo de eversão do calcanhar
(overpronação) afetou consideravelmente algumas variáveis biomecânicas da distribuição de
pressão plantar durante a marcha. Isso demonstra a importância da análise da distribuição de
pressão plantar no quadro clínico e preventivo, pois a mesma possui um grande potencial para
predizer movimentos anormais durante a locomoção.
Palavras-chave: Ângulo de Eversão do Calcanhar. Distribuição de Pressão Plantar. Centro de
Pressão. Marcha Humana.
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Centro de Ciências da Saúde e do Esporte – CEFID
Mestrado em Ciências do Movimento Humano
Florianópolis, 25 de abril de 2008.
6
ABSTRACT
Title: Kinematic and kinetic aspects of rearfoot eversion motion during walking;
Author: João Otacilio Libardoni dos Santos
Advisor: Aluisio Otavio Vargas Avila
The aim of this study was to examine the influence of the rearfoot eversion motion on
the biomechanical variables of the walking related with the plantar pressure distribution and
the center of pressure (COP). Twenty-one male subjects (mean age 27 years ± 8 years, height
1.78m ± 0.6m and body mass 76kg ± 10kg) have participated of the study. Subjects were
separate into two groups considering the Maximum Rearfoot Eversion Angle: Normal Group
(n-11) - which had an angle < and Overpronation Group (n=10) - which had an angle 8°.
The experimental data acquisition consisted in the evaluation of the barefoot gait in a straight
line on a EVA walkway (flat stuff), and a controlled speed of 5 km / h ± 5%. The variables
examined were: Maximum Rearfoot Eversion Angle, Media Plantar Pressure, Plantar Pressure
Peak, Contact Area, Relative Load, Mean Velocity of the COP and Medial and Lateral
displacement of the COP. The kinematic data has been acquired by the Spica Technology
Corporation™ video system with two video cameras synchronized with a sampling rate of
955 Hz. For the kinetic data acquisition was used the Novel Emed-XR system with a
sampling rate of 100 Hz. The Shapiro-Wilk test has been applied for the statistical analysis to
verify the normality of the data and the statistical test One-Way ANOVA was used to
compare the kinetic variables intra-group in different regions of the foot. The Student t-test
was used to compare these inter-groups variables and the Pearson statistical test to check
possible correlation between the Maximum Rearfoot Eversion Angle and kinetic variables.
The level of significance adopted was 0.05. Analyzing the variables Media Plantar Pressure,
Plantar Pressure Peak and Relative Load between different regions of the foot intra-groups,
had been observed that both groups has shown a similar pattern of distribution of plantar
pressure, but differentiating themselves only by the intensities of these variables. Plantar
Pressure Peak and Contact Area variables have been compared among themselves in different
regions of the foot inter-groups and, it was observed that the Normal Group showed higher
mean values significant statistically, especially on the region of the heel and mid-foot. There
was no significant statistically difference on the regions examined when the variables Media
Plantar Pressure, Relative Load, Mean Velocity of the COP and Medial and Lateral
displacement of the COP were compared between Normal Group and Overpronation Group.
Analyzing possible correlations between the Maximum Rearfoot Eversion Angle and kinetic
variables can be observed that the variables Media Plantar Pressure, Plantar Pressure Peak,
Contact Area and Relative Load have shown positive significant statistically correlations with
7
the Maximum Rearfoot Eversion Angle mainly in the mid-foot. However, there were no
correlations on the variables of Mean Velocity of the COP and Medial and Lateral
Displacement of the COP. These results suggest that the increase in the rearfoot eversion
angle (overpronation) affects considerably some biomechanical variables such as the
distribution of plantar pressure during the gait. This study demonstrates the importance of the
analysis of the distribution of pressure on the clinical and preventive situation, since it has a
great potential to predict abnormal movements during the locomotion.
Keywords: Rearfoot Eversion Angle. Plantar Pressure Distribution. Center of Pressure.
Human Gait.
University of Santa Catarina State – UDESC
Center of Healthy Science and Sport – CEFID
Master in Human Mouvement Science
Florianopolis, april 25th, 2008.
8
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Especificações Câmera MotionVision DALLSTAR CA-D6.....................................40
Quadro 2: Especificações do sistema Emed-XR.......................................................................42
Quadro 3: Organograma resumindo o tratamento estatístico...................................................53
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Estrutura óssea do pé.................................................................................................26
Figura 2: Balança digital...........................................................................................................40
Figura 3: Câmera modelo MotionVision DALLSTAR CA-D6 para aquisição de imagens......40
Figura 4: Calibrador de 13 pontos............................................................................................41
Figura 5: Sistema Novel Emed- XR ..........................................................................................42
Figura 6: Esquema da disposição das fotocélulas e do sistema Novel Emed- XR System........43
Figura 7: Localização dos marcadores reflexivos (Pé Direito) ................................................44
Figura 8: Ângulo relativo entre os segmentos Calcâneo (A-B) - Tíbia (C-D). ........................45
Figura 9: Posicionamento do pé para marcação dos marcadores reflexivos............................48
Figura 10: Divisão do pé em regiões........................................................................................51
Figura 11: Divisão do pé em regiões para análise da velocidade média do COP ....................51
Figura 12: Distribuição dos grupos de acordo com o Ângulo Máximo de Eversão do
Calcanhar..........................................................................................................................55
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1:Características Antropométricas dos grupos do estudo.............................................39
Tabela 2: Comparação dos valores médios do Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar entre
os grupos...........................................................................................................................54
Tabela 3: Comparação dos valores médios da Pressão Plantar Média entre os grupos nas
diferentes regiões do pé....................................................................................................55
Tabela 4: Comparação dos valores médios dos Picos de Pressão Plantar entre os grupos nas
diferentes regiões do pé....................................................................................................56
Tabela 5: Comparação dos valores médios da Área de Contato entre os grupos nas diferentes
regiões do pé.....................................................................................................................59
Tabela 6: Comparação dos valores médios da Carga Relativa entre os grupos nas diferentes
regiões do pé.....................................................................................................................60
Tabela 7: Comparação dos valores médios da Velocidade Mádia do COP entre os grupos nas
diferentes regiões do pé....................................................................................................61
Tabela 8: Comparação dos valores médios do Deslocamento Medial e Lateral do COP entre
os grupos...........................................................................................................................62
Tabela 9: Correlação entre os valores médios do AEC e a Pressão Plantar Média nas
diferentes regiões do pé....................................................................................................63
Tabela 10: Correlação entre os valores médios do AEC e os Picos de Pressão nas diferentes
regiões do pé.....................................................................................................................63
Tabela 11: Correlação entre os valores médios do AEC e a Área de Contato nas diferentes
regiões do pé.....................................................................................................................64
Tabela 12: Correlação entre os valores médios do AEC e a Carga Relativa nas diferentes
regiões do pé.....................................................................................................................64
Tabela 13: Correlação entre os valores médios do AEC e das variáveis do COP nas diferentes
regiões do pé.....................................................................................................................65
11
LISTA DE SÍMBOLOS
kPa: kiloPascal
ms: milisegundo
mm: milímetro
kg: Quilograma
Hz: Hertz
g: grama
cm: centímetro
m: metro
: maior ou igual
: menor ou igual
km/h: quilômetro/hora
(°): graus
(σ) : ângulo
%: porcentagem
cm
2
: centímetro quadrado
N.s: Newton . segundo
12
LISTA DE ABREVIATURAS
AEC: Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar
DPP: Distribuição de Pressão Plantar
COP: Centro de Pressão
IBTeC: Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos
3D: Tridimensional
M01: Região do Calcanhar
M02: Região do Médio-Pé
M03: Região dos Metatarsos
M04: Região dos Dedos
M05 – região dos metatarsos III-V
M06 – região do metatarso II
M07 – região do metatarso I
M08 – região dos dedo II-V
M09 – região do I dedo
A/D: Analógico/Digital
Vx: Velocidade no eixo x
Vy: Velocidade no eixo y
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................15
1.1
PROBLEMA...................................................................................................................15
1.2
OBJETIVOS...................................................................................................................17
1.2.1 Objetivo geral.................................................................................................................................17
1.2.2 Objetivos específicos......................................................................................................................17
1.3
JUSTIFICATIVA ...........................................................................................................18
1.4
DELIMITAÇÃO
DO
ESTUDO .....................................................................................19
1.5
LIMITAÇÃO
DO
ESTUDO...........................................................................................19
1.6
DEFINIÇÃO
DE
TERMOS............................................................................................19
2 REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................................22
2.1
MARCHA
HUMANA....................................................................................................22
2.2
ANATOMIA
E
BIOMECÂNICA
DO
TORNOZELO
E
DO
HUMANO.................24
2.2.1 O pé humano (conceito, estrutura e função)..................................................................................24
2.2.2 Morfologia e deformidades dos pés ...............................................................................................26
2.2.3 Articulação Subtalar......................................................................................................................29
2.3
D
ISTRIBUIÇÃO DE
P
RESSÃO
P
LANTAR
(DPP)...................................................................32
2.4
C
ENTRO
P
RESSÃO
(COP)
DURANTE A MARCHA
...............................................................35
3 MATERIAIS E MÉTODOS..........................................................................38
3.1
CARACTERIZAÇÃO
DO
ESTUDO.............................................................................38
3.2
SUJEITOS
DA
PESQUISA............................................................................................38
3.2.1 Caracterização dos sujeitos...........................................................................................................38
3.2.2 Classificação dos sujeitos ..............................................................................................................39
3.3 INSTRUMENTOS
DE
MEDIDA ..................................................................................39
3.3.1
Dados antropométricos .................................................................................................................39
3.3.2 Dados cinemáticos.........................................................................................................................40
3.3.3 Dados cinéticos..............................................................................................................................41
3.3.4
Sistema de controle de velocidade.................................................................................................43
3.4
DEFINIÇÃO
DOS
MARCADORES
ANATÔMICOS..................................................43
3.5
VARIÁVEIS
DO
ESTUDO
(D
EFINIÇÃO CONCEITUAL E OPERACIONAL
)........................44
3.6
CONTROLE
DE
VARIÁVEIS.......................................................................................47
3.7
COLETA
DE
DADOS....................................................................................................47
3.7.1 Procedimentos preliminares ..........................................................................................................47
3.7.2 Preparação dos sujeitos.................................................................................................................48
3.7.3 Coleta de Dados Biomecânicos......................................................................................................48
3.8
PROCESSAMENTO,
ARMAZENAMENTO
E
TRATAMENTO
DOS
DADOS ........49
14
4
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................54
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................66
6 CONCLUSÕES..............................................................................................68
7 REFERËNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................69
APÊNDICE........................................................................................................76
ANEXO...............................................................................................................78
15
1 INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMA
Por ser uma tarefa funcional que exige interações complexas e coordenação entre
muitos segmentos do corpo e desempenhadas de maneira automática após sua aquisição, a
locomoção humana vem sendo foco de estudos alguns séculos. A busca pela compreensão
do andar se faz necessária para descrever os movimentos corporais ditos normais e melhor
conhecer as condições patológicas (BARR e SHERRY, 2003).
Inman, Ralston e Todd (1981) destacam que o ato de andar possui dois requisitos
básicos, os quais compreendem uma suficiente força de reação do solo, aplicada pelos pés,
para manter o corpo em pé, e o movimento periódico dos membros inferiores, de uma posição
de apoio até o próximo apoio. Este movimento periódico é a essência da natureza cíclica do
andar humano.
Nos últimos 100 anos, devido ao acelerado processo de urbanização, o homem busca
se adaptar as superfícies na qual se desloca, ou seja, adaptar a estrutura do andar normal e
seus detalhes básicos para responder às variações do contexto ambiental, sem que variações
de ritmo e amplitude entre os seus componentes afetem a estabilidade. No que se refere ao
movimento de adaptação da locomoção, Knackfuss, Rosenbaum e Gomes (1993) destacam
que o tem papel primordial neste movimento, não com função de suportar, amortecer e
distribuir a força peso do indivíduo, mas também de permitir a adaptação da locomoção às
diferentes situações ambientais em que o indivíduo é exposto.
Portanto, as características dos pés são fatores importantes para a avaliação do andar.
Uma destas características está relacionada com o arco plantar longitudinal medial, que pode
ser funcionalmente afetado por desordens anatômicas, como os pés cavos, tipo de onde o
arco longitudinal medial se apresenta elevado, e os pés planos, nos quais o arco longitudinal
16
medial é mais baixo (CAILLIET, 2005). Os pés com arco plantar longitudinal medial baixo
podem ser resultado de anormalidades no alinhamento dos ossos, frouxidão ligamentar,
desequilíbro muscular, ou uma combinação desses fatores.
O plano pode ser classificado como flexível ou rígido, caracterizando o primeiro
como tendo um arco plantar que desaparece ao sustentar o peso e em geral se refaz quando o
indivíduo sustenta o corpo sobre as pontas dos pés. Já o plano rígido, pode estar associado
a alterações no movimento de pronação do pé, o que significaria alguns riscos para a estrutura
do pé, e até mesmo para todas as articulações do corpo envolvidas, alterando dessa forma o
andar normal (CAILLIET, 2005).
Zatsiorsky (2004) afirma que freqüentemente uma associação entre a natureza do
arco plantar e a pronação. Assim, um plano seria supostamente associado com uma maior
pronação (overpronação), enquanto que um cavo, rígido, associado com uma menor
pronação (subpronação). Estas alterações anatômicas podem afetar o alinhamento do pé,
tornozelo, perna, pélvis e região lombar, o que torna o um sistema instável resultando em
um movimento excessivo e anormal das articulações e modificando determinados parâmetros
biomecânicos da marcha (JAMES, BATES e OSTERNING, 1978; HINTERMANN e NIGG,
1998; CHEUNG, NG e CHEN, 2006;). Essas alterações biomecânicas terão seus efeitos
percebidos principalmente nas variáveis cinemáticas e cinéticas da marcha, mais
especificamente na fase de apoio do andar (WINTER, 1991).
Dentre as variáveis cinemáticas afetadas encontram-se o movimento de pronação do
calcanhar, que representa uma combinação dos movimentos de eversão, dorsiflexão e abdução
da articulação subtalar durante a fase de apoio da marcha (VILADOT, 1986). A pronação é
um movimento de adaptação natural das articulações subtalar e mediotarsal do pé para a
absorção do impacto durante a marcha e a corrida (BUCHBINDER, NAPORA e BIGGS,
1979; PERRY e LAFORTUNE, 1995). No entanto, movimentos excessivos de pronação
(overpronação) não são desejáveis, pois várias lesões durante a corrida m sido associadas a
essa situação. A overpronação durante o andar resulta na hiper-flexibilidade e instabilidade do
e ainda pode gerar movimento excessivo na rotação tibial. Portanto, quantificar o
movimento de pronação do não é uma tarefa fácil, devido a sua natural movimentação
tridimensional e a variação na orientação do eixo subtalar em diferentes sujeitos, bem como,
pela posição da articulação (KIRBY, 2001). Portanto, o ângulo de eversão do calcanhar é
freqüentemente usado para estimar a pronação do pé, pois este ângulo é relativamente
independente dos movimentos de outras articulações, e isso torna a medida menos propensa a
erros (PERRY e LAFORTUNE, 1995).
17
dentre as variáveis cinéticas comumente afetadas estão à distribuição de pressão
plantar e a força de reação do solo, as quais podem afetar o comportamento do centro de
pressão (COP). O COP é uma variável que está diretamente ligada ao equilíbrio ou
estabilidade do corpo, assim sendo, mudanças na estabilidade do corpo levam à alterações em
características do COP, tais como amplitude médio-lateral e antero-posterior, velocidade e
comprimento da trajetória. Todos estes processos de modificações estão diretamente inter-
relacionados, pois o aparelho locomotor funciona como uma cadeia fechada, ou seja, um
movimento é dependente do outro.
Assim, a quantificação de cargas corporais e movimentos resultantes dos segmentos
do corpo durante o andar tornam-se fundamental, pois fornece informações importantes sobre
os efeitos gerados por situações inadequadas a que é exposto o aparelho locomotor (MELLO,
1997), o que permite uma investigação acerca de estratégias de minimização de sobrecargas,
principalmente quando se o andar como uma das atividades mais executadas pela
população em geral, desde a locomoção em si até a prática como atividade física regular.
Em consideração a tais fatos foi formulada a seguinte situação problema para essa
dissertação:
“Alterações no ângulo de eversão do calcanhar afetam a distribuição de pressão
plantar (DPP) e o comportamento do centro de pressão (COP) durante a marcha?”
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Analisar a influência do ângulo de eversão do calcanhar na distribuição de pressão
plantar (DPP) e no comportamento do centro de pressão (COP) durante a marcha.
1.2.2 Objetivos específicos
1. Caracterizar o Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar
durante a marcha e classificar os sujeitos em grupos (Grupo Normal e
Grupo Overpronado);
18
2. Caracterizar as variáveis biomecânicas da distribuição de
pressão plantar (Pressão Plantar Média, Pico de Pressão Plantar, Área de
Contato e Carga Relativa) e do COP (Velocidade Média do COP,
Deslocamento Medial do COP e Deslocamento Lateral do COP) durante a
marcha;
3. Comparar as variáveis biomecânicas da distribuição de
pressão plantar (Pressão Plantar Média, Pico de Pressão Plantar, Área de
Contato e Carga Relativa) e as variáveis do COP (Velocidade Média do
COP, Deslocamento Medial do COP e Deslocamento Lateral do COP)
durante a marcha entre os grupos;
4. Correlacionar o Ângulo Máximo de Eversão do
Calcanhar com as variáveis biomecânicas da distribuição de pressão
plantar (Pressão Plantar Média, Pico de Pressão Plantar, Área de Contato
e Carga Relativa) e as variáveis do COP (Velocidade Média do COP,
Deslocamento Medial do COP e Deslocamento Lateral do COP) durante a
marcha.
1.3 JUSTIFICATIVA
Muitos estudos demonstraram as relações entre desconforto e alterações na pressão
plantar durante a marcha, mas poucos que descreveram claramente os fatores que
contribuem a estas alterações. Alterações na distribuição de pressão plantar, seja no andar
descalço ou calçado, podem vir a afetar o andar normal, prejudicando o aparelho locomotor.
As alterações do padrão normal da marcha exigem que o corpo busque de alguma
forma equilibrar/minimizar estas modificações, no entanto, o indivíduo é exposto a uma
situação de instabilidade. Para melhor compreender essas alterações, duas variáveis vem
sendo foco constante de estudos, o comportamento do movimento de eversão do calcanhar e o
comportamento do centro de pressão. Tanto o movimento de eversão do calcanhar quanto o
centro de pressão são variáveis que possuem grande importância na quantificação da marcha,
sendo assim mostra-se necessário buscar uma compreensão sobre as relações diretas entre um
e o outro.
Diversos estudos têm considerado os aspectos cinemáticos do andar, dentre eles, o
movimento de eversão do calcanhar (WINTER, 1991; CORNWALL e MCPOIL, 1995;
19
GHELUWE e MADSEN, 1997; MCCLAY e KURT, 1999; MCCLAY, 1999; DUARTE,
HARVEY e ZATSIORSKY, 2001; WILLIAMS III et al., 2001), e também dos aspectos
cinéticos, como a distribuição de pressão plantar (HENNIG e CAVANAGH, 1985; HENNIG
e MILANI, 1989; HENNIG e ROSENBAUM, 1991; MORAG e CAVANAGH, 1999;
HENNIG, 2001; HENNIG, 2002) e o comportamento do centro de pressão (CAVANAGH,
1980; PERRIN et al., 1993; MANAL, et al., 2000), mas, ainda é pouco explorada a relação
entre estas variáveis. Assim, torna-se pertinente à elaboração deste estudo, que busca verificar
as relações entre o ângulo de eversão do calcanhar, a distribuição de pressão plantar e o
comportamento do centro de pressão durante a marcha.
1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O presente estudo delimitou-se em analisar o movimento de eversão do calcanhar e as
características cinéticas da marcha em indivíduos do sexo masculino com idade média de
27
anos ± 8 anos
que não apresentavam sintoma de dor ou tenham sido submetidos à cirurgia
traumato-ortopédicas. O estudo foi realizado por meio de análise cinemática da marcha
(Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar) e da distribuição de pressão plantar,
especificamente Pressão Plantar Média, Pico de Pressão Plantar, Área de Contato, Carga
Relativa, Velocidade Média do COP, Deslocamento Medial e Lateral do COP, cujas coletas
ocorreram no Laboratório de Biomecânica do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro,
Calçado e Artefatos (IBTEC), localizado na cidade de Novo Hamburgo-RS.
1.5 LIMITAÇÃO DO ESTUDO
O presente estudo limitou-se pelo fato de analisar as variáveis do estudo somente no
pé direito do sujeito, devido à limitação da instrumentação.
1.6 DEFINIÇÃO DE TERMOS
Pronação do Calcanhar - Movimento da articulação subtalar a partir do toque
do calcâneo até o momento de total apoio ao solo (VIEL, 2001). Representa uma combinação
dos movimentos de eversão, dorsiflexão e abdução da articulação subtalar durante a marcha
(VILADOT, 1986).
20
Overpornação do Calcanhar - Pronação excessiva e indesejável do que
resulta durante o andar na hiper-flexibilidade e instabilidade do (CHEUNG, NG e CHEN,
2006; HINTERMANN e NIGG, 1998).
Grupo Normal: Sujeitos do estudo que apresentam Ângulo Máximo de
Eversão do Calcanhar < 8
o
durante a marcha.
Grupo Overpronado: Sujeitos do estudo que apresentam Ângulo Máximo de
Eversão do Calcanhar 8
o
durante a marcha.
Plano - Definido como o que apresenta queda do arco medial
longitudinal, ou seja, um arco longitudinal medial baixo (CAILLIET, 2005).
Cavo - Arco longitudinal medial demonstra-se elevado, ou seja, apresenta
um aumento anormal da altura da abóbada plantar. Este aumento quando acentuado, faz a
região medial do pé perder totalmente contato com o solo (MANFIO, 2001).
Centro de Pressão (COP) - Definido como o ponto de aplicação da resultante
das forças verticais agindo sobre a superfície de suporte (DUARTE; HARVEY e
ZATSIORSKY, 2001). O seu deslocamento representa o somatório coletivo do sistema de
controle postural e da força da gravidade.
Distribuição de Pressão Plantar (DPP) - Definida como o resultado da
aplicação da componente vertical da força de reação do solo em uma determinada área
(NOVEL, 2006).
Máscaras - São lugares, sobre o desenho da pressão, usados para definir
regiões de interesse particular. Essas regiões podem ser avaliadas (NOVEL, 2006).
Eixo do - determinado a partir de uma convenção do sistema de avaliação
utilizado (Emed-X), onde o eixo do pé é definido automaticamente considerando a linha entre
o calcanhar e o segundo metatarso (NOVEL, 2006).
21
Ângulo Limite é soma do valor mínimo do Ângulo Máximo de Eversão do
Calcanhar do Grupo Overpronado e o valor máximo do Ângulo Máximo de Eversão do
Calcanhar do Grupo Normal, dividido por dois.
22
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo são abordados os temas que orientam a pesquisa, tais como: Marcha
Humana, o Humano (conceito, funções e deformidades), o Movimento de Eversão do
Calcanhar, a Distribuição de Pressão Plantar (DPP) e o Centro de Pressão (COP).
2.1 MARCHA HUMANA
A marcha humana, segundo Enoka (2000) tem duas formas: o caminhar (ou andar) e o
correr. A distinção entre estas duas formas situa-se na percentagem de cada ciclo em que o
corpo é suportado pelo contato do com o solo. Durante o andar sempre pelo menos um
pé no solo, e por um breve período de cada ciclo, ambos estão no solo, caracterizando o andar
como uma seqüência alternada de apoios simples e duplo. O andar está entre os atos motores
mais automatizados, onde a seqüência de eventos é repetida ciclo após ciclo e entre diferentes
sujeitos (COSTA, 1995). Esta regularidade permite que se estabeleçam critérios objetivos
para a distinção entre padrões normais e patológicos, bem como para discriminar mudanças
qualitativas causadas pelo desenvolvimento do indivíduo.
A estrutura do andar normal e seus detalhes básicos adaptam-se para responder a
algumas variações do contexto ambiental, sem que variações de ritmo e amplitude entre os
seus componentes afetem a estabilidade. Os movimentos de locomoção são variáveis de
indivíduo para indivíduo, como também para o mesmo indivíduo a diferentes velocidades e de
apoio para apoio, mas existem certas características que possibilitam a padronização do
movimento.
O que caracteriza o andar é uma seqüência alternada de simples e duplos apoios
(suportes), ou seja, o ciclo da marcha é definido sobre um intervalo de tempo durante o qual
uma seqüência de eventos sucessiva e regular se completa.
23
Pode-se observar que o ciclo do andar é tradicionalmente dividido em duas fases: a de
apoio e a de balanço. Este ciclo é definido por um intervalo de tempo durante o qual uma
seqüência de eventos sucessivos e regulares se completam. Sutherland, (1980) descreve o
toque do pé e o desprendimento do pé como quatro eventos, em vista de serem dois membros.
A fase de apoio pode ser subdividida em três subfases: primeiro duplo apoio, apoio simples e
segundo duplo apoio e a fase de balanço em balanço inicial, balanço medial e balanço final.
David (2000) afirma que considerando os movimentos realizados pelo durante cada
ciclo são identificados oito eventos; cinco ocorrem na fase de apoio e três durante o balanço.
Durante a fase de apoio ocorrem os seguintes eventos:
Contato do calcanhar: este evento inicia o ciclo e representa o instante em que
o centro de massa do corpo está em sua posição mais baixa;
plano: é o momento em que a maior parte da superfície plantar está em
contato com solo;
Apoio médio: ocorre quando o que está em balanço passa pelo que está
em apoio e representa o instante em que o centro de massa do corpo está em
sua posição mais alta;
Retirada do calcanhar: ocorre com a retirada da carga do peso corporal
sustentado pelo antepé, iniciando o pré - balanço;
Retirada do pé: ocorre no início da fase de balanço.
Para a fase de balanço são três os eventos ocorridos:
Desaceleração: descreve a ação dos músculos quando eles desaceleram o
membro inferior e estabilizam o pé para transferência do peso corporal.
Balanço médio: ocorre quando o passa pelo contralateral, coincidindo
com o apoio médio do pé de apoio;
Aceleração: tem início logo que o deixa o solo e os músculos flexores do
quadril aceleram o membro inferior à frente do corpo;
Na marcha normal, a fase de apoio, constitui 60% do ciclo, é definida como o
intervalo em que o do membro de referência está em apoio com o solo. Podendo ser
dividida em contato inicial, resposta à carga, apoio médio, contato terminal e pré-balanço. A
fase de balanço constitui 40% do ciclo, é aquela porção do ciclo em que o membro de
referência não contacta o solo, podendo ser dividida em balanço inicial, médio e terminal
(VAUGHAN, DAVIS e O’CONNOR, 1992).
24
A divisão das fases da marcha em eventos específicos é muito importante para
podermos compreende - lá. Durante a fase de contato inicial do calcâneo, por exemplo, é
possível determinar à quantidade da força peso no decorrer do tempo (impacto), fase essa
também conhecida como taxa de aceitação do peso (PERRY, 2005). Já a fase de resposta à
carga é determinada pelo instante em que a planta do pé entra em contato com o solo e o peso
corporal é aceito pelo membro se encontra na fase de apoio simples. Durante a resposta à
carga, o calcâneo realiza um rolamento, enquanto o peso é transferido para o contra lateral
no instante que o oposto esta fase de pré-balanço, e é possível determinar a estabilidade do
andar. Sammarco e Hockenbury (2003), afirmam que na fase do toque do calcâneo até a
resposta a carga à articulação subtalar se everte, o pé prona se adaptando as irregularidades do
solo, a articulação everte em parte, pelo motivo que o ponto de contato do calcâneo é lateral
ao centro da articulação do tornozelo, fazendo um valgo forçado na articulação subtalar.
Portanto, a marcha humana é descrita por uma série de eventos complexos em todos os
segmentos corporais, onde, para identificar diferentes aspectos, é essencial identificar e
descrever os eventos relacionados a cada etapa. A marcha é uma combinação de força
muscular, movimento das articulações entre outros, que tem como objetivo básico deslocar o
corpo para frente com o mínimo de energia possível (PERRY, 2005).
2.2 ANATOMIA E BIOMECÂNICA DO TORNOZELO E DO PÉ HUMANO
2.2.1 O pé humano (conceito, estrutura e função)
Desde os primeiros meses de vida até sua especialização como estrutura de suporte e
membro para a locomoção, o é fundamentalmente um órgão ctil que permite a criança
explorar o ambiente. O é uma fonte constante de estímulos sensitivos. Estes estímulos,
originados do contato do com o exterior, viajam através do sistema nervoso e constituem a
informação principal necessária para manter o equilíbrio durante a locomoção e o
desempenho das atividades humanas (MACHADO, 1994).
É importante saber que para o desenvolvimento de uma marcha normal, o precisa
exercer as cinco funções seguintes: servir como base de apoio durante a resposta de carga,
proporcionar uma estrutura macia e adaptável para o contato do calcanhar com o chão, ajudar
a atenuar o impacto das forças no início da fase de apoio, proporcionar uma base de
sustentação firme e rígida no final da fase de posição em pé, e finalmente, permitir a rotação
do membro inferior no plano transverso, estando o apoiado sobre a base de sustentação
25
(MANOLE, MCPOIL e NITZ, 2000). Neste contexto, o conhecimento dos movimentos do
e do tornozelo durante o caminhar torna-se relevante. Durante os primeiros 15% da fase de
apoio o membro inferior gira internamente. Do toque do calcanhar até o pé-plano a
articulação subtalar se everte, o prona, e a parte dianteira do fica flexível para absorver
choque e adaptar-se às irregularidades na superfície do solo. A articulação subtalar everte em
parte, porque o ponto de contato do calcanhar é lateral ao centro da articulação do tornozelo,
produzindo assim um valgo forçado na articulação subtalar. No meio da fase de apoio, onde
ocorre após o contato máximo o primeiro impulso (KAPANDJI, 2000), o membro inferior
começa a inverter e girar externamente à mediada que a articulação subtalar se inverte. Com a
inversão da articulação subtalar e a supinação do pé, o mesmo é transformado em uma
estrutura gida capaz de realizar a propulsão, o segundo impulso motor (KAPANDJI, 2000;
NORDIN e FRANKEL, 2003).
Portanto, o pé é um complexo membro do aparelho locomotor, e tem como principal
função à capacidade particular em suportar, amortecer e distribuir a força peso do indivíduo,
nas inúmeras situações em que é solicitado funcionalmente (KNACKFUSS, ROSENBAUM
e GOMES, 1993). Para Viladot (1986), “o pé do ser humano, ao contrário da mão, sacrifica
todas as suas funções para concentrar-se em dois objetivos principais: sustentar o peso do
corpo e caminhar”. Partindo disto o mesmo autor afirma que devemos considerar o
como: suporte essencial para a posição bípede humana, estrutura tridimensional variável,
base do mecanismo antigravitacional e peça fundamental para a marcha humana.
Concordando com Viladot (1986), Grifka (1989) ressalta que o deve desempenhar duas
funções essenciais: conferir ao corpo estabilidade, enquanto se está em e assegurar a sua
locomoção.
As peças ósseas do são subdivididas em tarso, metatarso e dedos do pé. Os 26
ossos dos pés consistem em calcâneo, talus, 5 tarsais, 5 metatarsais e 14 falanges (Figura 1)
e são responsáveis por suportar as forças de tração. Segundo Viladot (1986) as forças de
tração são suportadas, passivamente, pelos feixes ligamentares que reforçam as cápsulas
ligamentares, e, ativamente, de forma subsidiária, pelos músculos cuja contração impede o
desabamento da abóbada plantar quando os elementos fibroelásticos, durante a dinâmica do
pé, são submetidos a uma sobrecarga. Estes auxiliam os ligamentos a vencerem as forças
antigravitacionais contrárias a postura bípede.
26
Figura 1: Estrutura óssea do pé.
Portanto, o movimento do ocorre em três eixos e em três planos, alguns autores
como Lehmkuhl, Smith e Eweiss (1987); Kapandji (2000) e Sammarco e Hockenbury (2003),
descrevem como:
Inversão é uma rotação nas articulações do tarso para virar a sola do pé para
dentro e dirige o pé para a extensão ocorrendo no plano frontal ou coronal;
Eversão este movimento acontece no coronal ou no plano frontal flexionado o
pé sobre a perna e projeta sua planta de modo que fique orientada para fora;
Adução e abdução ocorrem no plano horizontal ou transversal e são
movimentos médio-laterais;
2.2.2 Morfologia e deformidades dos pés
Ao realizar uma exploração tanto antropométrica quanto biomecânica do pé, deve-se
levar em conta que o é uma parte de uma unidade motora que vai desde a pelve até o e
que, além disso, é um órgão duplo, razão pela qual permite a sua comparação com o contra-
lateral.
As deformidades dos pés podem se desenvolver por muitas causas, tais como
formação congênita dos ossos, paralisia muscular ou espasticidade, deformações na
27
sustentação do peso e calçados mal adaptados, e Lehmkuhl, Smith e Eweiss (1987), ainda
classificam em cinco tipos de deformidades:
a) Pés valgus: pronação-eversão permanente no pé, sendo que o peso do corpo deprime o
arco, e podem-se reconhecer muitos estágios, sendo o ultimo sendo conhecido como
pés planus (pé chato).
b) Pés varus: supinação-inversão mais ou menos permanente do pé, de modo que o peso
é transferido para a face externa do pé, e seu lado medial fica fora do solo.
c) Pés equinus: o sujeito caminha sobre as cabeças dos metatarsianos sendo que o
calcâneo fica fora do solo.
d) Pés cavus: este tipo de pé tem um arco plantar exagerado ou escavação do pé.
e) Hálux valgus: desvio lateral acentuado do primeiro dedo.
Por tudo isso, antes de iniciar a exploração do é importante certificar-se de que não
exista nenhuma lesão no resto da unidade motora da qual o é parte integrante. Outro fator
importante é certificar-se que não existam alterações na estrutura do próprio pé. As alterações
mais freqüentes encontradas estão relacionadas com os arcos plantares. À medida que os
arcos se deformam durante a sustentação do peso, a energia mecânica é acumulada nos
ligamentos distendidos, nos tendões e na fáscia plantar dos ossos do pé, assim como, nos
músculos que se encontram em contração excêntrica. Portanto essa energia acumulada é
liberada para ajudar o a afastar-se do solo (HALL, 2000). Modificações nestas estruturas
que mantém o arco plantar podem levar a possíveis deformidades no pé. As principais
deformidades encontradas são denominadas:
Pé Plano
O plano ocorre pela queda do arco longitudinal do pé. Os ossos do tarso tendem a
formar uma linha reta em vez de um arco, perdendo a função de amortecimento, podendo
inclusive gerar desconforto. O plano é aquele que apresenta uma deformidade em valgo do
retropé.
No plano a borda medial do perde sua concavidade e parece protuir, enquanto o
navicular está abaixado contra o solo, e, além disso, o calcâneo sofre eversão. É interessante
que no plano ao levantar os dedos, muito do arco longitudinal retorna sendo perdido
apenas o apoio.
O plano pode ser classificado como relaxado ou rígido caracterizando o primeiro
como tendo um arco plantar bom, que desaparece ao sustentar o peso e em geral se refaz
quando o individuo se ergue sobre as pontas dos pés, enquanto, o plano rígido, é pronado
28
com um arco deprimido e é decorrente de uma contratura das partes moles, lesão articular,
fratura não-reduzida ou deslocamento ósseo (CAILLIET, 2005).
Cailliet (2005) afirma que as pessoas com plano também apresentam frouxidão
ligamentar generalizada, notada nos quadris, nos joelhos, na região lombar e até nas
extremidades superiores. Essa hiper-flexibilidade, na qual uma extensibilidade do
complexo gastrocnemio-sóleo e tendão calcâneo, causando pronação durante a marcha, pode
provocar a pronação do pé. O mesmo autor afirma que no plano, se o membro inferior é
angulado no fêmur ou na tíbia, o pé pronará, porque o fio de prumo da sustentação do peso cai
para dentro da linha mediana normal e sobrecarrega o arco longitudinal fazendo com que o
sustente o peso em sua face interna.
Pé Cavo
O cavo, também chamado de em garra ou oco, tem um arco
extraordinariamente alto. O pé é mais curto que o normal, pois o arco longitudinal alto encurta
o e gera obliqüidade das cabeças dos metatarsais quando elas entram em contato com a
superfície do solo, onde isso provoca metatarsalgia e geralmente forma calosidades abaixo das
cabeças (CAILLIET, 2005). Corroborando com o mesmo, Manfio (2001) afirma que no
cavo, o arco longitudinal é muito acentuado, excesso de pressão nas cabeças dos
metatarsianos que estão abaixadas, com formação de calosidades e fascite plantar por
processo de queda do arco. Quando muito acentuado o arco longitudinal, faz a parte média da
planta do pé perder totalmente o contato com o solo.
A extensão compensatória da articulação metatarsafalängica encurta os tendões
extensores com tenodese em flexão da articulação interfaälangica proximal. As articulações
interfalangicas proximais hiperflexionadas formam calos no dorso dos dedos. As articulações
metatarsofalängicas freqüentemente se deslocam e o antepé torna-se inflexível (CAILLIET,
2005).
Podem-se citar ainda outros tipos de deformidades do que serão contemplados nas
referências bibliográficas, e que estão relacionadas aos dedos: hálux rígido, hálux varo, dedo
de martelo, dedo em garra, dedo retraído e outros, sendo que todos podem resultar do uso de
calçados inadequados (MANFIO, 2001).
Segundo Manfio (2001) em seu estudo realizado no Brasil com 1.888 sujeitos de
ambos os sexos, entre esses, 1298 do sexo feminino e 590 do sexo masculino, com idades
entre 17 e 65 anos sem alterações estruturais, moradores dos estados de São Paulo, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, relatou que entre as mulheres 82% tem pés normais, 13%
29
possuem pés chatos e 5% são cavos e entre os homens 89% possuem pés normais, 6% pés
cavos e 5% possuem pés planos.
Vários ligamentos e a fáscia plantar sustentam os arcos plantares. A fáscia consiste em
espessas faixas fibrosas interligadas do tecido conjuntivo, estendendo-se por sobre a
superfície plantar do e ajudando no apoio do arco longitudinal (HALL, 2000). A
manutenção dos arcos plantares depende de quatro fatores principais: da arquitetura dos ossos
tarsais, da orientação das articulações e dos ligamentos, das forças produzidas pelas
contrações musculares e da estrutura forte dos ligamentos planares.
As estruturas dos pés estão interligadas, de forma que a carga é distribuída
uniformemente por sobre o pé durante a sustentação do peso (HALL, 2000). Portanto, a
arquitetura do pode influenciar o padrão de sobrecarga, uma condição de plano tende a
reduzir a carga sobre o antepé, entretanto uma condição de cavo aumenta de maneira
significativa a carga imposta ao antepé (HALL, 2000).
2.2.3 Articulação Subtalar
O calcâneo articula com o tálus em dois pontos distintos, uma na anterior e outra na
posterior, formando assim as articulações talocalcâneas. Essas articulações sinoviais formam
uma unidade funcional conhecida como articulação subtalar.
A articulação subtalar é primordial e essencial para a proteção do sistema músculo-
equelético. Essa é responsável juntamente com a junta tarsal transversal (constituído da junta
talonavicular e calcâneocubóide) por transformar a rotação tibial em pronação e supinação da
parte traseira do para absorver o impacto durante a caminhada e a corrida. (NORDIN e
FRANKEL, 2003). Portanto, sua principal função é permitir a rotação do membro inferior no
eixo transversal na fase de apoio da marcha. Essa rotação é resumida nos movimentos de
pronação e supinação do pé.
Pronação e supinação na articulação subtalar
Os termos pronação e supinação descrevem um movimento que ocorre
simultaneamente em três planos, mas em torno de um eixo só. As articulações do que
permitem movimentos em três planos são: a articulação talocural, subtalar,
talocalcaneonavicular e calcaneocubóide da região metatarsiana, assim como as articulações
dos raios primeiro e quinto.
Para produzir um movimento inteiro do pé, todas as articulações agem em sinergia. A
rotação interna da tíbia inicia o movimento das articulações do quando o membro inferior
se encontra em cadeia fechada. Por sua vez a rotação da tíbia é causada pela rotação da pelve
30
no plano transversal. Estes movimentos provocam a pronação ou supinação da articulação
subtalar que por si provoca uma reação em cadeia no tarso, na região metatarsiana.
A pronação do é definida como uma combinação dos movimentos de eversão do
calcanhar, abdução do antepé e dorsiflexão, e é um movimento de adaptação natural das
articulações subtalar e médiotarsal do pé para a absorção do impacto durante a caminhada e a
corrida (BUCHBINDER, NAPORA e BIGGS, 1979; PERRY e LAFORTUNE, 1995).
Devido à importância desse movimento durante a locomoção, a articulação subtalar
tem sido foco de diversos estudos no decorrer dos anos (WINTER, 1991; CORNWALL e
MCPOIL, 1995; MCCLAY e KURT, 1999; GHELUWE e MADSEN, 1997; MCCLAY,
1997; DUARTE, HARVEY e ZATSIORSKY, 2001; WILLIAMS III et al., 2001),
O movimento de pronação é observado em relação à movimentação da articulação
subtalar. Os movimentos a cerca dessa articulação acontecem em torno de um eixo obliquo,
onde esses ocorrem em um ângulo de 42
0
no plano tranverso, 16
0
no plano sagital e 74
0
no
plano frontal (O
,
SEIBEL, 1996). Isso significa que o movimento ocorre nos três planos do
corpo simultaneamente, o que produz no plano frontal movimentos de inversão e eversão, no
plano sagital movimentos de flexão plantar e dorsiflexão e no plano frontal os movimentos de
adução e abdução. Portanto a pronação inclui os movimentos de eversão, dorsiflexão e
abdução da articulação subtalar.
Lehmkuhl, Smith e Eweiss (1987) afirmam que durante a postura ereta (o peso é
sustentado pelo pé) e particularmente durante a marcha (o peso corporal desloca-se do
calcanhar para os artelhos), o arco longitudinal é deprimido (pronado). O movimento de
pronação ocorre na articulação subtalar, transversa do tarso e outras articulações. Os arcos
rígidos (pé cavo) demonstram pequenos movimentos de pronação enquanto os flexíveis (pé
plano) demonstram um maior movimento de pronação.
As modificações de pronação e supinação do não envolvem somente a articulação
subtalar, portanto os movimentos são complexos e atingem o membro inferior envolvido. A
supinação participa da estabilização durante o apoio do calcanhar e a fase de propulsão,
enquanto a pronação oferece uma melhor capacidade de adaptação à superfície e absorção de
choque. No impacto do calcanhar, o está levemente supinado e a tíbia em rotação externa;
após o impacto do calcanhar, o pé prona e permanece nesta posição, durante a fase de suporte.
Durante a pronação, a tíbia sofre uma rotação sobre o tálus, proporcional ao nível de pronação
da articulação subtalar (EDINGTON, FREDERICK e CAVANAGH, 1990). Enquanto
estudos geralmente concordam que o giro internamente da tíbia acontece entre 14-21% da
fase e então gira externamente (HUNT et al., 2001; LEARDINI et al., 1999), não existe
31
consenso relativo ao movimento no plano frontal do calcanhar. Portanto, alguns estudos
encontraram que o calcanhar everte até 25-35% da fase antes de inverter, enquanto outros
sugerem o calcanhar continua a everter até depois de 50% da fase. Esses estudos sugerem que
a cinemática é diferente durante a corrida e caminhada.
Uma quantidade moderada de pronação durante a marcha ou a corrida é uma
característica normal para atenuar as forças de impacto. Mas, características anatômicas e
fisiológicas do sujeito, o uso de calçado inadequado, distúrbios ósteo-mio-ligamentares
(patológicos), atividade física inadequada e o meio podem alterar os níveis de pronação
considerados normais durante a marcha afetando negativamente o sistema locomotor.
Edington, Frederick e Cavanagh (1990) afirmam que quantidades anormais de pronação
articular (overpronação) de algum componente da fase de apoio da marcha são um fator
comum entre a maioria dos processos patológicos do pé. Essa anormalidade existe em função
de um movimento compensatório sobre o eixo triplanar da articulação subtalar, que resulta em
uma alteração do alinhamento normal em qualquer parte do pé.
Durante a marcha se a pronação é excessiva, o tornozelo se desloca medialmente e
aumenta a rotação interna da tíbia, com repercussões nas estruturas do joelho e pé. A
overpronação é um mecanismo compensador para o genuvaro, tíbia vara, encurtamento do
tendão de Aquiles, gastrocnêmio e sóleo. Assim, a overpronação não é um movimento
desejável, pois várias lesões durante a corrida têm sido associadas com a excessiva pronação
do pé. A overpronação durante o andar resulta na hiper-flexibilidade e assim instabilidade do
pé. Também, pode gerar movimento excessivo na rotação tibial. Tem sido sugerido também
que a síndrome de dor patelo-femoral, síndrome do tibial posterior, fascite plantar e a
tendinite do tendão de Aquiles estão associadas com o movimento excessivo do (JAMES,
BATES e OSTERNING, 1978; HINTERMANN e NIGG, 1998; CHEUNG, NG e CHEN,
2006). Durante a marcha existe uma relação causal de overpronação e lesões por uso
excessivo, porém o mecanismo da correlação entre overpronação e lesões ainda não é bem
definido.
Entretanto, quantificar o movimento de pronação do não é uma tarefa fácil, devido
a sua natural movimentação tridimensional e a variação na orientação do eixo subtalar pelo
sujeito e pela posição da articulação (KIRBY, 2001). Portanto, o ângulo do calcanhar ou
eversão/inversão do é freqüentemente usado para estimar a pronação/supinação do pé, pois
este ângulo é relativamente independente dos movimentos de outras articulações, e isso torna
menos propenso aos erros (PERRY e LAFORTUNE, 1995). Assim, a fórmula para calcular a
eversão/inversão do calcanhar tem sido previamente informada na literatura e a ênfase está no
32
ângulo máximo de eversão do calcanhar, o qual é relacionado com várias lesões (NIGG e
MORLOCK, 1987; PERRY e LAFORTUNE, 1995; STACOFF, KALIN e STUSSI, 1991).
2.3 Distribuição de Pressão Plantar (DPP)
A Dinamometria é uma ferramenta fundamental para a cinética, que é o ramo da física
utilizado como instrumento pela biomecânica, que se refere às causas do movimento humano.
A dinamometria engloba todos os tipos de medidas de força e distribuição de pressão. Por
meio dessa tem-se estudado com interesse a área da base de sustentação do pé, ou seja, a
distribuição de pressão na superfície plantar através de instrumentos adaptados a anatomia do
pé humano.
Segundo Viladot (1986), na posição ereta normal, estando em repouso, o peso do
corpo passa da pelve para cada uma das extremidades, onde o primeiro osso que recebe a
carga é o talus, que tem por função distribuir essa força para os pontos de apoio posteriores e
anteriores. O mesmo autor afirma que existem três concepções diferentes de como se realiza o
apoio anterior na região da cabeça dos metatarsos:
1ª) o se apoiaria em três pontos, no calcanhar e na cabeça dos metatarsos I e V
(Tripé);
2ª) o antepé se apoiaria pela cabeça dos metatarsos centrais, essa teoria é inversa a
anterior e foi defendida por alguns autores alemães;
3ª) todas as cabeças dos metatarsianos suportam o peso, porém, a cabeça do metatarso
I recebe mais forças que os restantes, aproximadamente o dobro.
Atualmente são consideradas todas essas teorias ultrapassadas, pois a maioria dos
autores (DUCKWORTH et al., 1985; BETTS et al., 1980 apud MANFIO, 1995;
CAVANAGH, RODGERS e LIBOSHI, 1999; HUGHES et al., 1989; HUGHES et al., 1991;
PLANK, 1995; VILADOT, 1987 apud MANFIO et al., 2001) admite que todos os metatarsos
suportam carga, e que a maioria dos indivíduos normais apresentam as pressões mais elevadas
na região da cabeça dos metatarsos II e III.
Durante a inclinação do corpo para frente e durante a fase de balanceio na marcha, o
centro de força progride rapidamente para frente na direção do hálux durante a última parte do
apoio, e as cargas aumentadas tendem a ser transmitidas através da segunda cabeça
metatarsiana (MACHADO, 1994). Concordando com o mesmo, Meglan e Todd apud Manfio
(1995) afirmam que na locomoção normal o centro de força progride do calcanhar para o
hálux durante o período de apoio, começando mediamente no calcanhar passando para a parte
33
lateral do médio (onde permanece durante o médio apoio) e a seguir movendo-se para o
antepé.
Muitos estudos mostram as relações entre desconforto e elevadas pressões na planta
do pé, mas poucos que descrevam claramente os fatores que contribuem para pressões
elevadas e assim a aproximação para tratamento e alívio de sintomas são freqüentemente
empíricos e este grande interesse na medida da distribuição da pressão plantar é demonstrado
pelos diferentes métodos que tem sido projetados e testados.
Segundo Nigg e Herzog (1994) o esforço para quantificar as distribuições de pressão
começou a ser realizado no final do século XIX, porém, esforços significativos no
desenvolvimento de sistemas de medições disponíveis comercialmente, só foram feitos a
partir de 1980. O grande interesse na medida da distribuição de pressão plantar é demonstrado
pelos diferentes métodos que tem sido projetados e testados. Mais de 40 diferentes sistemas
têm sido documentados. Por causa deste grande número, poucos centros operam com
equipamentos similares e a comparação dos resultados dessas diferentes técnicas de medidas
se torna difícil.
Através destes diferentes tipos de sistemas, muitos estudos foram realizados para
definir o comportamento da distribuição de pressão plantar e também a força de reação do
solo, na posição em equilibrado, durante o caminhar e em outras atividades, como, por
exemplo, saltando, correndo, etc. Esses estudos foram desenvolvidos, pois os autores afirmam
que quando se avalia a distribuição de pressão plantar sob os pés, obtêm-se informações da
resposta de cargas realizadas durante toda a fase de contato dos pés, seja no movimento do
caminhar ou do correr.
Jordan e Barllet (1994) colocam que as medidas da distribuição de pressão plantar
podem ser ferramentas eficientes para o diagnóstico na identificação de problemas clínicos.
Mas para isso é interessante conhecer padrões normais e anormais de distribuição. Como
exemplo de análise cita-se Miyahira et al., (1996), que realizaram estudo da distribuição da
pressão plantar durante a marcha em crianças sem patologia com idade entre 10 e 12 anos
com pés descalços, chegando às conclusões de que os valores mais elevados de pressão
ocorreram bilateralmente sob as regiões correspondentes ao calcâneo, II e III cabeças
metatarsais e hálux.
Desta forma, com este intuito, o padrão de distribuição de pressão plantar, durante o
caminhar, tem sido extensamente estudado em bebês (HENNIG e ROSENBAUM, 1991;
BERTSCH et al., 2004), crianças (HENNIG, STAATS e ROSENBAUM, 1994; PISCIOTTA,
et al., 1994; MIYAHIRA et al., 1996); MACHADO, HENNIG e RIEHLE, 2001) e adultos
34
(ARCAM e BRULL, 1976; HENNIG e CAVANAGH, 1985; CAVANAGH, RODGERS E
LIBOSHI, 1999; HENNIG e MILANI, 1989; HENNIG e ROSENBAUM, 1991; MORAG e
CAVANAGH, 1999; HENNIG, 2001; HENNIG, 2002).
Cavanagh, Rodgers e Liboshi (1987) analisaram a distribuição de pressão plantar com
o sujeito descalço, estando na posição em equilibrado. Os autores não encontraram relação
entre o peso do corpo e os picos de pressão, de tal modo que se pode esperar que mulheres de
pouco peso tenham pressões plantares tão grandes quanto homens pesados. Já para determinar
às diferentes proporções das cargas na região plantar, na posição em pé equilibrado, descalço,
Arcam e Brull (1976), medindo a pressão plantar e a força de reação do solo de cinco sujeitos,
encontraram que em quatro dos sujeitos, 45 a 65% do peso do corpo está distribuído sob o
calcanhar e 30 a 47% está sob a parte anterior, com o restante sobre o meio pé. Sammarco
(1989) afirma que das porções do que tem contato com o solo, aproximadamente 50% da
carga é suportada pelo calcanhar e 50% é transmitida através da cabeça dos metatarsianos.
Ainda relatou que durante a fase de apoio da marcha, o centro de cargas progride rapidamente
para frente em direção do hálux. No entanto, nos estudos realizados por Cavanagh, Rodgers e
Liboshi (1987), na análise da distribuição das cargas, com uma amostra de 107 sujeitos (66
homens e 41 mulheres) na posição em e parado, encontraram que 60,5% do peso estaria
distribuído sobre o calcanhar, 7,8% no meio pé, 28,1% na parte anterior do e 3,6% nos
dedos.
Betts et al apud Manfio (1995) afirma que a proporção dos picos de pressão, entre o
calcanhar e a parte anterior do pé, segundo um estudo com um grupo de 29 crianças normais,
na posição em pé, encontraram que a pressão no calcanhar foi aproximadamente 1,94 vezes
maior do que a pressão na parte anterior. para Grieve e Rashdi (1984) apud Manfio (1995),
em estudos similares, encontraram que a pressão foi 1,74 vezes maior no calcanhar, enquanto
que Cavanagh, Rodgers e Liboshi (1987) encontraram que os picos de pressão sob o calcanhar
foram em média 2,6 vezes maiores do que na parte anterior.
Quando se está analisando a distribuição de pressão plantar e comparando dados deve-
se levar em conta primeiramente o sistema que foi utilizado para obter estes dados. Outro
fator importante é esclarecer como estes dados foram adquiridos, por exemplo, se o sujeito
estava na posição em estático ou de forma dinâmica durante a marcha, se este se
encontrava descalço ou com calçado. Devem-se levar em conta estes fatores, pois de acordo
com Betts et al apud Manfio (1995) as medições estáticas são somente uma fração de
informação disponível, a partir do sistema sugerido e que mais informações de valores
poderão resultar da analise da distribuição de pressão e cargas, durante um passo completo. O
35
mesmo afirma que durante o caminhar ocorre uma variação na força e na pressão da região
plantar, conforme o aumento da velocidade. Esta assertiva é confirmada pelos estudos de
Hudges et al apud Manfio (1995), que encontraram durante o caminhar em três diferentes
velocidades, que a força total e os picos de pressão total do crescem linearmente com o
aumento da velocidade do caminhar. Outros estudos, também comparando situações
descalço/calçado, salientam que ocorre uma diferenciação entre as duas situações.
Num contexto mais amplo Cavanagh (1989) apud Manfio (2001) salienta que na
verdade, a estrutura do pé é tão importante como sua função e os efeitos da função apresentam
ainda, uma grande variedade em relação às formas dos pés. Os valores dos picos de pressão
em toda a área do independem do tempo de contato. Nos pés cavos, pressões elevadas são
observadas no calcanhar e não são observadas pressões no meio do pé. Em contraste, o
normal e o pé plano mostram pressões elevadas no meio do pé e picos na área anterior do pé.
O autor ainda salienta que, na comparação da pressão plantar nos três tipos de pés durante o
caminhar lento, no qual ocorreram um aumento do contato do com o solo, as cargas
decrescem consideravelmente. Nos pés cavos, os valores dos picos de pressão foram baixos,
mas não ocorreram alterações na pressão plantar em relação às áreas de contato. Estas
medidas reforçam observações anteriores, isto é, os pés cavos são rígidos e não apresentam
um bom índice de absorção, enquanto que os pés planos podem alterar sua estrutura para
amortecer as forças de reação do solo. Desta forma, esses dois tipos de pés requerem
diferentes tipos de calçados.
Segundo Wilson apud Manfio (1995), embora assumindo que o desconforto é causado
por pressões elevadas embaixo dos pés, e que uma distribuição de pressão mais uniforme seria
mais satisfatória, existem áreas do pé, tais como embaixo do arco plantar, onde, mesmo
baixas pressões, poderiam ser desconfortáveis. Desta maneira Jordam e Barllet (1994) relatam
que várias pesquisas têm procurado materiais e construção de calçados que reduzam a pressão
plantar para prevenir danos e aliviar a dor daquelas pessoas que sofrem de doenças, tais como
diabetes mellitus, doença de Hansen e artrite reumática.
2.4 Centro Pressão (COP) durante a marcha
O corpo humano é constituído por sistemas complexos que se encontram
freqüentemente sujeitos as mais diversas formas de modificação. O controle postural é um
destes sistemas que está constantemente propicio as perturbações, e isso, faz com que o corpo
crie mecanismos para minimizar estes efeitos.
36
O centro de pressão (COP) é o ponto de aplicação da resultante das forças verticais
atuando na superfície de suporte, e representa um resultado coletivo do sistema de controle
postural e da força de gravidade (DUARTE; HARVEY e ZATSIORSKY, 2001). O COP
também é uma medida de deslocamento e é dependente do centro de gravidade. A amplitude
máxima do centro de pressão é a representação da oscilação que o corpo apresenta sem
modificar a postura que esta sendo mantida. Para a mensuração do COP, este é decomposto
em vetores ortogonais que representam a sua trajetória äntero-posterior e médio-lateral.
Para o controle da postura ereta, o deslocamento do centro de pressão acontece devido
à necessidade de gerar momento de força e força de reação do solo aplicados no corpo para
contrabalançar o deslocamento do centro de gravidade, a fim de garantir a estabilidade do
sistema (WINTER, 1991). Entretanto, a oscilação do centro de gravidade é a grandeza que
realmente indica o balanço do corpo e a grandeza COP é o resultado da resposta
neuromuscular ao balanço do centro de gravidade.
Estas alterações acontecem quando perturbações ocorrem, tanto durante a postura
quasi-estática quanto na dinâmica unipodal ou quando a base de apoio é menor ou ainda
quando o aparelho locomotor apresenta algum distúrbio. Nessas situações de instabilidade
postural, o ajuste postural antecipatório pode minimizar as perturbações. Estas perturbações
geram alterações no centro de gravidade o que faz com que ocorram movimentos
compensatórios para manter o equilíbrio. Mas, enquanto os movimentos do centro de
gravidade são causados pelos movimentos corporais, o deslocamento do COP surge pela
variação da força de reação do solo, pela aceleração do centro de gravidade, pelo momento de
inércia do corpo e pelas forças musculares aplicadas ao tornozelo (WINTER, 1991).
Durante a marcha normal, segundo Meglan e Todd (1998) o centro de pressão (COP)
progride do calcanhar para o hálux durante o período de apoio, começando medialmente no
calcanhar passando para a parte lateral do médio (onde permanece durante o médio apoio)
e a seguir movendo-se para o antepé.
Porém, medir o COP não é uma tarefa fácil, pois envolve o manejo de instrumentos de
medidas sofisticados e de difícil operação e compreensão. Mas, nos últimos anos dez anos a
análise das variáveis do COP a partir das medidas da distribuição de pressão plantar tem-se
demonstrado uma forma mais prática e fácil de realizar. Instrumentos como o F-Scan,
Emed/pedar, Musgrave, Electrodynogram (EDG) são amplamente usados na avaliação da
função do pé.
Estudos a cerca do centro de pressão a partir das medidas da distribuição de pressão
plantar vêem aumentando a cada dia devido a importância dessas variáveis na identificação de
37
patologias, pois mudanças nas variáveis do centro de pressão (COP) têm sido mensuradas e
usadas como ferramentas importantes para diferenciar e identificar grupos de sujeitos com
características diferentes.
No estudo de McPoil, Adrian e Pidcoe (1989) os autores avaliaram os efeitos de
órteses no comportamento do COP em 18 mulheres com deformidades na região do antepé
(nove mulheres com antepé varus e nove mulheres com antepé valgus), e os resultados
indicaram que no grupo de varus, somente os calçados reduziram significativamente a área do
COP. Considerando que no grupo de valgus, o calçado somente, e todos os três tipos de
órteses reduziram a área do COP comparada com a condição descalça, porém não houve
nenhuma diferença significativa entre os diferentes tipos de órteses. Assim, baseado nos
dados do COP, os autores sugerem que as órteses não têm nenhum benefício sobre o calçado
com boa estabilidade do calcanhar para as mulheres com deformidade de antepé varus. Em
contraste, as mulheres com deformidade de antepé valgus tiveram benefícios desde as órteses
tão bem como o calçado estável.
Scherer e Sobiesk (1994) também avaliaram os efeitos de órteses funcionais no
comportamento do COP em 18 sujeitos. Eles encontraram que o COP mudou lateralmente em
92% de participantes cujo índice do COP rea lateral do COP dividido pela área medial do
COP) estava inicialmente medialmente deslocado. Porém, o método para determinar o índice
do COP neste estudo pode estar totalmente propenso a erro, pois o calculo foi realizado sobre
uma impressão plantar a cerca de um papel impresso. Um estudo adicional achou uma
mudança lateral semelhante no “instante do centro força” com “apoio do arco medial”, porém
o teste só foi executado em cinco participantes. Vicenzino et al., (2006) analisaram sujeitos
com overpronação antes e após a aplicação de bandagem e concluíram que os sujeitos que
reduziram o ângulo de eversão do calcanhar apresentaram também uma redução do
deslocamento medial do COP, demonstrando assim a importância da análise do COP.
Reforçando os achados de Vicenzino et al., (2006), De Cock et al., (2007) também
conseguiram diferenciar sujeitos normais e com alterações nas características funcionais do
pé, afirmando que o deslocamento medial e lateral do COP é uma ferramenta importante na
identificação de distúrbios.
38
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos que norteiam o
presente estudo. São descritos: características do estudo, sujeitos da pesquisa, instrumentos de
medidas, controle das variáveis, procedimentos para a coleta de dados, estratégias de
processamento dos dados e o tratamento estatístico empregado.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
Esta pesquisa é caracterizada como empírica descritiva de inter-relação do tipo causal-
comparativa (THOMAS e NELSON, 2002). Descritiva com o objetivo de descrever variáveis
dinâmicas do andar (Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar, Pressão Plantar Média, Pico
de Pressão Plantar, Área de Contato, Carga Relativa, Velocidade Média do COP e
Deslocamento Medial e Lateral do COP,) e de inter-relação do tipo causal-comparativa, por
verificar a influência do movimento de eversão do calcanhar sobre variáveis cinéticas da
marcha. Os procedimentos experimentais da pesquisa foram realizados no laboratório de
biomecânica do IBTeC na cidade de Novo Hamburgo - RS.
3.2 SUJEITOS DA PESQUISA
3.2.1 Caracterização dos sujeitos
Participaram do estudo 21 sujeitos do sexo masculino com média de idade de 27 anos
± 8 anos, média de estatura de 178 cm ± 6 cm e média de massa corporal 76 kg ± 10 kg,
moradores da região metropolitana da grande Porto Alegre RS. A amostragem foi do tipo
39
não-probabilística intencional, conforme Barbetta (1994), pois não se fez uso de uma forma
aleatória de seleção, sendo constituída e selecionada voluntariamente. Sendo assim, os
sujeitos participantes foram homens, e demonstravam interesse em participar do estudo.
3.2.2 Classificação dos sujeitos
Os sujeitos foram classificados em 2 grupos, conforme o Ângulo Máximo de Eversão
do Calcanhar durante a marcha. Foram considerados os sujeitos que apresentavam Ângulo
Máximo de Eversão do Calcanhar < como sendo Grupo Normal e os sujeitos que
apresentavam Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar 8° como sendo Grupo
Overpronado.
Na Tabela abaixo estão descritas as características antropométricas de cada grupo:
Tabela 1:Características Antropométricas dos grupos do estudo
Grupos
Idade (anos)
(
X
± DP)
Estatura (cm)
(
X
± DP)
Massa Corporal (kg)
(
X
± DP)
Normal (n=11) 25 ± 4 177 ± 7 70 ± 7
Overpronado (n=10) 29 ± 10 179 ± 5 84 ± 7
3.3 INSTRUMENTOS DE MEDIDA
Para a análise dos dados antropométricos, cinemáticos e cinéticos foram utilizados os
seguintes instrumentos:
3.3.1 Dados antropométricos
Balança Digital
Para a análise da variável antropométrica massa corporal (utilizada para descrever o
grupo de estudo e para normalizar os dados cinéticos), foi utilizada uma balança da marca
Balmak, modelo BK-50FA, com resolução de 50 g (Figura 2).
40
Figura 2: Balança digital
3.3.2 Dados cinemáticos
Para a análise do Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar foi utilizado o sistema
Spica Technology Corporation™ composto por duas câmeras de vídeo de alta freqüência
modelo MotionVision DALLSTAR CA-D6 (Figura 3), sincronizadas, com taxa de amostragem
de 955 Hz. No Tabela 2 podem ser observadas as especificações das câmeras:
Figura 3: Câmera modelo MotionVision DALLSTAR CA-D6 para aquisição de imagens
Resolução
260 x 260
Tamanho do Pixel (µm)
10 x 10
Máximo de linha/Quadro (fps)
955
Quadro 1: Especificações Câmera MotionVision DALLSTAR CA-D6
Fonte: Spica Technology
As imagens foram capturadas por duas câmeras, passadas por um conversor A/D e
armazenadas em disco rígido. As imagens coletadas permitiram uma análise cinemática
41
tridimensional (3D), onde, para reconstrução 3D, após a calibração do volume espacial foi
utilizado o método DLT (Direct Linear Transformation), sendo que a coordenada X
representou a direção médio lateral, Y a direção antero-posterior e Z a direção vertical.
Para calibração do sistema de medição foi utilizado um calibrador, com 198 mm de
comprimento, 194 mm de profundidade e 206 mm de altura, onde foram definidos 13 pontos
proposto por Nasser, 1999 (Figura 04). A calibração foi realizada após reconhecimento dos
pontos marcados no calibrador, sendo que as medidas entre os pontos foram automaticamente
reconhecidas pelo software de calibração. Após o reconhecimento dos 13 pontos o erro
calculado foi inferior a 1,8 mm. A calibração do sistema permitiu a reconstrução para
conversão dos valores em pixeis, utilizando o método DLT (Direct Linear Transformation). A
calibração do sistema foi refeita (filmar e digitalizar o calibrador) sempre antes do inicio de
cada coleta, ou sempre que o posicionamento das câmeras fosse alterado.
Figura 4: Calibrador de 13 pontos
Fonte: NASSER e AVILA, 1999.
Os dados foram coletados e processados através do software DMAS6
®
da Spica
Technology Corporation™. Para a digitalização dos pontos diminui-se a sensibilidade do
brilho através do software DMAS6 até o reconhecimento automático dos pontos no espaço por
meio do alto contraste, e por fim foram informados ao software os pontos de acordo com o
modelo espacial criado anteriormente.
3.3.3 Dados cinéticos
Para a aquisição dos dados das variáveis cinéticas (Pico de Pressão Plantar, Pressão
Plantar Média, Área de Contato, Carga Relativa, Velocidade Média do COP, Deslocamento
42
Medial e Lateral do COP) foi utilizado o sistema Novel Emed-XR (Figura 05) que é um
sistema de baropodometria formado por sensores capacitivos (possuem um material dielétrico
ao meio) e pelos seguintes componentes:
Plataforma capacitiva emed - x sensorizada (a);
Adaptador da fonte de energia (b);
Cabos de comunicação USB (c);
Cabo de sincronismo com deo (conectado com a entrada do microfone de câmera de
vídeo (d));
Figura 5: Sistema Novel Emed- XR
Fonte: Novel, 2006.
No Quadro 2 constam as especificações do sistema Novel Emed- XR:
Dimensão (mm) 690x403x19(22)
Sensores por área (mm) 475x320
Número de Sensores 6080
Resolução (sensores/ cm²) 4
Freqüência (Hz) 100
Pressão Média (kPa) 10-1270
Ponto inicial da Pressão (kPa) 10
Precisão ±5%
Força Total Máxima (N) 193000
Quadro 2: Especificações do sistema Emed-XR
Fonte: Novel, 2006.
43
Este sistema possibilitou a aquisição dos dados referente à distribuição de pressão
plantar e comportamento do centro de pressão de forma dinâmica durante a marcha com uma
taxa de amostragem de 100 Hz. Os dados foram processados pelo Software Novel próprio do
sistema. A calibração do sistema foi feita a partir da massa corporal de cada sujeito.
3.3.4 Sistema de controle de velocidade
Para controlar a velocidade da marcha durante a coleta de dados foi utilizado um
conjunto de 4 fotocélulas, desenvolvidas no laboratório de pesquisa do IBTeC, e um
cronômetro. As fotocélulas foram dispostas a uma distância de 3 m entre si, sendo que o
transmissor ficou ao lado direito e o receptor do lado esquerdo da marcha. No centro da
disposição das fotocélulas foi posicionada a plataforma (Novel Emed- XR System) (Figura 6).
O sistema de fotocélulas considerava o instante em que o sujeito passava pela primeira
fotocélula, e quando o sujeito passava pela segunda fotocélula, no final de 3 m. Por meio do
conhecimento da distância entre as fotocélulas e do tempo utilizado para transcorrer a
distância foi determinada à velocidade da marcha.
Figura 6: Esquema da disposição das fotocélulas e do sistema Novel Emed- XR System
3.4 DEFINIÇÃO DOS MARCADORES ANATÔMICOS
Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar
Para a análise do Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar os marcadores reflexivos
foram localizados da seguinte forma (Figura 7) (NIGG e MORLOCK, 1987; STACOFF,
KALIN e STUSSI, 1991; PERRY e LAFORTUNE, 1995; CHEUNG e NG, 2007):
A: 20 mm do solo na região central do calcâneo (parte inferior mais
saliente do calcâneo);
EMED
44
B: 50 mm do solo na região central do calcâneo (parte superior mais
saliente do calcâneo);
C: na região do tendão do calcâneo, correspondente a altura da parte
mais saliente do maléolo lateral;
D: 150 mm acima do marcador três na região do centro da perna;
Figura 7: Localização dos marcadores reflexivos (Pé Direito)
3.5 VARIÁVEIS DO ESTUDO (Definição conceitual e operacional)
Para contemplar os objetivos propostos no estudo foram selecionadas as seguintes
variáveis:
Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar (°)
o Conceitualmente definido como o movimento angular do
calcâneo no plano frontal posterior durante a marcha (JAMES e
JONES, 1990; TIBERIO, 1987).
o Operacionalmente calculado pela diferença entre o ângulo
relativo (α) entre os segmentos calcâneo-tibia no contato inicial e o
ângulo relativo máximo entre os segmentos calcâneo-tibia (Figura 8)
que ocorre até 35% da fase de apoio durante a marcha (HUNT et al.,
2001; LEARDINI et al., 1999). Medido pelo sistema Spica
Technology Corporation™ e expresso em graus (°).
45
Figura 8: Ângulo relativo entre os segmentos Calcâneo (A-B) - Tíbia (C-D).
Pressão Plantar Média (kPa)
o Conceitualmente definida como o valor médio de pressão que pode ser
representativo da área plantar total ou de áreas plantares especificas, ou
seja, regiões anatômicas selecionadas (NOVEL, 2006).
o
Operacionalmente calculada por meio do sistema Novel Emed- XR e
expresso em kPa.
Pico de Pressão Plantar (kPa)
o
Conceitualmente definido como o valor máximo de pressão que pode
ser representativo da área plantar total ou de áreas plantares especificas,
ou seja, regiões anatômicas selecionadas (NOVEL, 2006).
o
Operacionalmente calculado por meio do sistema Novel Emed- XR e
expresso em kPa.
Área de Contato (cm
2
)
o Conceitualmente definida como a área calculada no período em que os
sensores de uma determinada região forem ativados, ou seja, pressionados
(NOVEL, 2006).
o Operacionalmente foi obtida por meio do sistema Novel Emed- XR e
expressa em cm
2
.
46
Carga Relativa (%Peso Corporal)
o
Conceitualmente definida pela relação dos impulsos locais de uma
determinada região anatômica e o somatório do impulso de todas as
regiões. Portanto, a Carga Relativa é obtida através da integral de força-
tempo (N.s) - o impulso, ou seja, a quantidade média de força, aplicada
perpendicularmente a uma área durante um intervalo de tempo (HENNIG,
STAATS, ROSENBAUM, 1994).
o
Operacionalmente obtida por meio do sistema Novel Emed- XR e
expresso kPa, e calculada a Carga Relativa, por meio do Excel, sendo
expressa em termos percentuais (%).
Velocidade Média do COP (ms)
o Conceitualmente definida como a velocidade resultante do
centro de pressão do pé nas componentes x e y, sendo que Vx
descreve a componente médio-lateral da velocidade e Vy a
componente ântero/posterior (NOVEL, 2006).
o Operacionalmente calculada pela razão entre a soma de cada
velocidade em cada frame divida pelo número de frames
(
n
Vi
Vmédia
=
) (NOVEL, 2006). Obtida pelo sistema
Novel Emed-
XR
e expressa em m/s.
Deslocamento Medial do COP (% deslocamento total)
o Conceitualmente definido como a área entre o eixo do e a
trajetória do centro de pressão (NOVEL, 2006).
o Calculada pela área localizada a esquerda, entre o eixo do e a
trajetória do centro de pressão (NOVEL, 2006). Obtido pelo sistema
Novel Emed- XR
e expressa em % deslocamento total.
Deslocamento Lateral do COP (% deslocamento total)
o Conceitualmente definido como definido como a área entre o
eixo do pé e a trajetória do centro de pressão (NOVEL, 2006).
47
o Calculada pela área localizada a direita, entre o eixo do e a
trajetória do centro de pressão (NOVEL, 2006). Obtido pelo sistema
Novel Emed- XR e expressa em % deslocamento total.
3.6 CONTROLE DE VARIÁVEIS
Com a finalidade de assegurar a qualidade do estudo, foram controladas as seguintes
variáveis durante os procedimentos de coleta:
o Ambiente de coleta de dados: Os sujeitos tiveram um tempo para adaptação em
um ambiente silencioso, livres de ruídos ou qualquer perturbação que pudesse
interferir nos testes.
o Velocidade: foi controlada a velocidade do andar descalço conforme
procedimento de coleta (5 km/h ± 5 %), baseada na norma de conforto NBR
14834.
o Temperatura e Umidade Ambiente: Foi controlada a temperatura e a umidade
do ambiente de coletada de dados, onde essas permaneceram na faixa de 23° ±
e 50% ± 5 % respectivamente (NBR 14834:2002).
3.7 COLETA DE DADOS
A fim de se atingir os objetivos da pesquisa, foram elaborados procedimentos que
incluem: revisão de materiais e instrumentos de mensuração das variáveis cinemáticas e
cinéticas da marcha humana, o projeto previamente aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa
em Seres Humanos da UDESC (Anexo 2), sob o protocolo 184/06 incluindo o termo de
consentimento informado (Apêndice "A") e coletas dos dados.
3.7.1 Procedimentos preliminares
Foram realizados os seguintes procedimentos preliminares:
1) contato com indivíduos;
2) autorização dos indivíduos através do termo de consentimento livre e esclarecido
(Apêndice "A");
3) agendamento do dia da coleta de dados;
4) preparação laboratorial.
48
3.7.2 Preparação dos sujeitos
No dia da coleta de dados os sujeitos foram conduzidos pelos pesquisadores até
Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos - IBTeC. No IBTeC os
indivíduos receberam códigos contendo um mero da ordem de coleta de dados para
assegurar um posterior anonimato dos sujeitos. Depois passaram por um período de
familiarização com o ambiente e adaptação com os instrumentos e com os pesquisadores.
Em seguida, foi realizada a seguinte tarefa:
1. Marcadores Anatômicos: para realizar as marcações para colocação
dos marcadores reflexivos para a análise do Ângulo Máximo de Eversão do
Calcanhar foi solicitado ao sujeito permanecer em pé, em posição
ortostática, com o peso distribuído de forma quasi-igual em ambos os pés.
Para garantir o mesmo alinhamento de todos os sujeitos durante a colocação
dos marcadores reflexivos os sujeitos foram instruídos a posicionar o pé
sobre uma linha reta marcado no solo (Figura 9), fazendo com que o centro
do calcanhar ficasse no meio dessa linha e também o segundo dedo
posicionado sobre à mesma.
Figura 9: Posicionamento do pé para marcação dos marcadores reflexivos
3.7.3 Coleta de Dados Biomecânicos
Primeiramente foi medida a massa corporal dos sujeitos, onde os mesmos subiram na
balança digital com o mínimo de roupa possível e permaneceram de forma ortostática para a
mensuração da massa corporal.
49
A coleta de dados dinâmica consistiu em o sujeito andar de forma descalça em linha
reta sobre uma passarela de EVA de treze metros de comprimento sem qualquer inclinação em
relação à linha do horizonte a uma velocidade de 5 km/h ± 5%. Foi analisado um passo para
cada tentativa válida, onde foi considerada válida a tentativa em que o sujeito tocou na área
útil da plataforma Novel Emed-XR com o direito, estando dentro do campo de visão das
câmeras e estando dentro da velocidade determinada. Foram realizadas 7 (sete) tentativas
válidas.
Para aquisição dos dados cinemáticos foram utilizadas 2 câmeras, modelo
MotionVision DALLSTAR CA-D6, com taxa de amostragem de 955 Hz, onde uma câmera
estava perpendicular ao movimento e a outra câmera posicionada formando um ângulo de
aproximadamente 40°, entre si, e ambas a uma altura de 30 cm do solo (garantindo que todos
os pontos poderiam ser vistos ao mesmo tempo pelas duas câmeras). Para a calibração do
sistema foi utilizado um calibrador, com 13 pontos, conforme descrito anteriormente nos
dados cinemáticos. Para aquisição dos dados referentes a distribuição de pressão plantar e
centro de pressão durante a marcha foi utilizado o sistema Novel Emed- XR com uma taxa de
amostragem de 100 Hz. Através dos dados referentes à distribuição de pressão plantar foram
calculadas as variáveis referentes ao centro de pressão.
Para buscar uma relação entre os dados das variáveis cinemáticas e cinéticas, e para
saber o momento em que o calcanhar tocava no solo, o sistema Spica Technology
Corporation™ foi alinhado com o sistema Novel Emed- XR. O alinhamento entre os sistemas
de aquisição foi realizado por meio de um LED (sinal luminoso) do sistema Novel Emed- XR
que era acionado pelo toque do calcanhar (contato inicial) na plataforma sensorizada. O LED
emitia um sinal luminoso quando os sensores capacitivos da plataforma Novel Emed- XR
estiverem carregados com carga superiores a 10 kPa (NOVEL, 2006). A partir do momento
em que o LED era ativado, foi considerado o inicio da análise dos dados do Ângulo Máximo
de Eversão do Calcanhar.
3.8 PROCESSAMENTO, ARMAZENAMENTO E TRATAMENTO DOS DADOS
Os dados referentes à cinemática foram digitalizados e processados (automaticamente)
pelo software DMAS6
®
da Spica Technology Corporation™. O Ângulo Máximo de Eversão
do Calcanhar foi obtido por meio das coordenadas no plano frontal, até 35% da fase de apoio,
por meio do próprio sistema Spica Technology Corporation™. Os 35% da fase de apoio
foram calculado em relação aos 100% da fase de contato, onde a fase de contato foi
50
determinada a partir do contato inicial do calcanhar com o solo até o desprendimento total dos
dedos (fase de propulsão). O Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar foi calculado pela
diferença entre o ângulo relativo entre os segmentes calcâneo-tibia no contato inicial e o
ângulo relativo máximo entre os segmentos calcâneo-tibia até 35% da fase de apoio. Para
filtrar os dados foi utilizado o filtro média-móvel com interpolação de 10 em 10 pontos,
próprio do sistema Spica. Os dados foram exportados e armazenados no software Excel 2003
®
da Microsoft, em forma de planilha. Das sete tentativas válidas de cada sujeito, foram
consideradas a média de cinco valores, sendo desconsiderados os dois extremos. Os dados
foram normalizados para cada sujeito, considerando o primeiro valor do Ângulo de Eversão
do Calcanhar sendo 0 (zero). Primeiramente foram coletados e processados os dados de todos
os sujeitos do estudo para posteriormente dividi-los em grupos.
Para classificar os sujeitos em grupos em relação ao Ângulo Máximo de Eversão do
Calcanhar foi determinado o valor limite entre os valores do Ângulo Máximo de Eversão do
Calcanhar dos grupos de sujeitos da pesquisa, melhor visualizado por meio dos gráficos
Boxplot.
Os dados cinéticos foram processados pelo software Novel Gmbh
®
, e assim também
foram exportados e armazenados (planilhas) no software Excel 2003
®
da Microsoft. Esses
dados não foram filtrados. Também, foram considerados a média dos valores das 5 tentativas
de cada sujeito, excluindo os extremos, para cada variável em cada região do pé.
Para a obtenção mais detalhada dos dados referentes à Pressão Plantar Média, Pico
de Pressão Plantar, Área de Contato e Carga Relativa foi elaborado um sistema de máscaras
no próprio software software Novel Gmbh
®
. Estas máscaras dividiram o pé em (Figura 10):
M01 – região do calcanhar lateral
M02 – região do calcanhar medial
M03 – região do médio pé lateral
M04 – região do médio pé medial
M05 – região dos metatarsos III-V
M06 – região do metatarso II
M07 – região do metatarso I
M08 – região dos dedos II-V
M09 – região do dedo I
51
Figura 10: Divisão do pé em regiões.
para a análise da variável Velocidade Média do COP foi elaborado um sistema de
máscaras que dividiu o em somente quatro regiões, calcanhar (01), médio (02), antepé
(03) e dedos (04) (Figura 11).
Figura 11: Divisão do pé em regiões para análise da velocidade média do COP
01
02
03
04
52
Depois de processados e armazenados os dados, foi aplicada a estatística descritiva e
inferencial. Primeiramente os sujeitos foram divididos nos respectivos grupos, como descrito
anteriormente. A partir da classificação dos sujeitos em dois grupos foi realizado o seguinte
tratamento estatístico:
Primeiramente foi realizado um teste de normalidade de Shapiro-Wilk para todas as
variáveis do estudo (cinemáticas e cinéticas) para cada grupo, onde essas demonstraram
seguir um padrão de distribuição normal.
Para garantir que os sujeitos do Grupo Normal possuíam valores médios do Ângulo
Máximo de Eversão do Calcanhar estatisticamente diferentes do Grupo Overpronado foi
aplicado um Test t de Student para amostras independentes. Após, para verificar se existiam
diferenças estatisticamente significativas entre as médias das variáveis cinéticas entre o Grupo
Normal e o Grupo Overpronado foi realizado novamente o Test t de Student para amostras
independentes. para verificar se existiam diferenças significativas entre os valores médios
nas mascaras dentro do próprio grupo, ou seja, a área do pé com maiores valores, foi aplicada
uma análise de variância por meio do teste One-Way ANOVA, e posteriormente para localizar
essas diferenças foi aplicado o teste de Scheffe. para verificar se existia associação entre o
Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar e as variáveis cinéticas do estudo foi utilizado o
teste de correlação de Pearson. Para todos os testes estatísticos foi utilizado um nível de
significância de 0,05. No organograma abaixo podemos observar a seqüência dos testes
estatísticos:
53
Quadro 3: Organograma resumindo o tratamento estatístico
Resultados
Estatística Descritiva
Estatística Inferencial
Teste de Normalidade
Shapiro-Wilk
Estatística Paramétrica
Não Pareada
Comparação Inter-Grupos
Test T Student
Correlações
Estatística Paramétrica
Pareada
Comparação Intra-
grupos
One-Way ANOVA
Scheffe
Pearson
54
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
De acordo com o primeiro objetivo especifico que foi caracterizar o Ângulo Máximo
de Eversão do Calcanhar dos sujeitos do estudo, foi possível dividir os sujeitos em dois
grupos (Tabela 2), onde os sujeitos que apresentaram Ângulo Máximo de Eversão do
Calcanhar < 8° foram classificados como sendo Grupo Normal e os sujeitos que apresentaram
Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar 8° como Grupo Overpronado.
Tabela 2: Comparação dos valores médios do Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar entre os grupos.
* diferenças estatisticamente significativas (p 0,05)
Para garantir que os grupos fossem selecionados de acordo com a proposta deste
estudo, foram realizadas comparações dos valores médios do Ângulo Máximo de Eversão do
Calcanhar entre os grupos (Tabela 2), encontrando assim diferenças estatisticamente
significativas entre o Grupo Normal e o Grupo Overpronado, o que garantiu que os grupos
fossem selecionados de forma a atender as características da pesquisa. Além disso, foi
realizado uma análise onde foi calculado o ângulo limite entre os grupos, que pode ser melhor
visualizado por meio dos gráficos Boxplot (Figura 12). Como se pode observar abaixo, os
gráficos não se sobrepõem o que garante que os valores médios dos grupos se diferenciam.
Grupos
X
± DP
Grupo Normal
(n = 11)
Grupo Overpronado
(n = 10)
t-teste p
Ângulo Máximo de Eversão
(°)
6,28 ± 0,89 10,7 ± 2,0 -6,45 0,000*
55
Figura 12: Distribuição dos grupos de acordo com o Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar
A seguir são apresentados para cada grupo nas nove regiões do pé os valores médios
das variaveis cinéticas da distribuição de pressão plantar e do centro de pressão do Grupo
Normal e do Grupo Overpronado, e os resultados do teste “t” para a comparação dos níveis de
significância entre os grupos.
Na Tabela 3 são apresentados os valores médios da variável Pressão Plantar Média nas
diferentes regiões do pé, e os resultados da comparação mas médias desses valores entre os
grupos:
Tabela 3: Comparação dos valores médios da Pressão Plantar Média entre os grupos nas diferentes regiões do pé.
Pressão Plantar Média (kPa)
X
± DP
Regiões do pé Grupo Normal (n=11) Grupo Overpronado (n=10) p
Calcanhar Lateral 22,34 ± 4,4 24,14 ± 4,4 0,365
Calcanhar Medial 23,10 ± 5,0 26,60 ± 5,6 0,149
Médio Pé Lateral 4,00 ± 4,4 6,71 ± 4,3 0,167
Médio Pé Medial 2,55 ± 3,8 6,30 ± 5,0 0,069
Metatarso III-V 32,40 ± 5,8 40,38 ± 16,9 0,155
Metatarso II 36,65 ± 8,9 42,50 ± 10,2 0,176
Metatarso I 24,24 ± 8,3 27,70 ± 5,8 0,288
Dedos II-V 5,15 ± 4,3 5,38 ± 5,8 0,918
Dedo I 21,49 ± 6,5 24,21 ± 9,0 0,434
* diferenças estatisticamente significativas (p 0,05)
56
Quando comparado o Grupo Normal com o Grupo Overpronado a Pressão Plantar
Média não apresentou diferenças estatisticamente significativas, em nenhuma das regiões
analisadas. Portanto essa variável demonstrou características semelhantes entre os grupos,
onde os valores médios de pressão plantar mais elevados foram encontrados principalmente
na cabeça do metatarso II e dos metatarsos III-V (Anexo B), para ambos os grupos. Na região
dos metatarsos III-V, as pressões plantares mais elevadas ocorreram na região do metatarso
III. Esses dados estão de acordo com Stott et al., (1973), Hutton e Dhanedran (1981) e
Hughes et al., (1991), onde os autores puderam evidenciar também, em seus estudos, que o
comportamento da distribuição de pressão plantar na região dos metatarsos não é homogênea,
ou seja, não distribui as pressões de forma igual em todas as cabeças do metatarsos.
Na Tabela 4 são apresentados os valores médios da variável Pico de Pressão Plantar e
às comparações desses valores entre os grupos nas diferentes regiões do pé.
Tabela 4: Comparação dos valores médios dos Picos de Pressão Plantar entre os grupos nas diferentes regiões do
pé.
Pico Pressão Plantar (kPa)
X
± DP
Regiões do pé Grupo Normal (n=11) Grupo Overpronado (n=10) p
Calcanhar Lateral 373,81 ± 54,96 453,80 ± 98,35 0,031*
Calcanhar Medial 391,21 ± 62,32 468,57 ± 91,46 0,034*
Médio Pé Lateral 90,76 ± 29,24 129,14 ± 45,60 0,032*
Médio Pé Medial 78,48 ± 28,80 133,41 ± 63,31 0,018*
Metatarso III-V 342,64 ± 42,91 405,76 ± 140,89 0,172
Metatarso II 410,96 ± 74,27 470,32 ± 92,25 0,119
Metatarso I 277,37 ± 82,30 311,40 ± 82,11 0,355
Dedos II-V 122,01 ± 57,15 116,77 ± 52,72 0,830
Dedo I 358,92 ± 112,33 348,88 ± 125,86 0,849
* diferenças estatisticamente significativas (p 0,05)
Analisando o comportamento da distribuição dos Picos de Pressão Plantar, nas
diferentes regiões do pé, verificou-se que os sujeitos do Grupo Normal apresentaram
características semelhantes aos sujeitos do Grupo Overpronado (Anexo C), porém o Grupo
Overpronado apresentou Picos de Pressão Plantar significativamente mais elevados do que o
Grupo Normal, na região do calcanhar e do médio pé. Os Picos de Pressão Plantar no Grupo
Overpronado foram aproximadamente 18% maiores na região do calcanhar medial (p
0,031), 17% maiores na região do calcanhar lateral (p
0,034), 30% maiores na região do
médio lateral (p
0,032) e 41% maiores na região do médio medial (p 0,018). Milani
57
e Hennig (1993) e Milani, Schnabel e Hennig (1995), realizaram um estudo semelhante
envolvendo o ângulo de eversão do calcanhar, onde os autores compararam três tipos de
calçados (um calçado que induzia ao aumento do Ângulo de Eversão do Calcanhar, um
calçado sem alterações e um calçado que limitava o Ângulo de Eversão do Calcanhar) e
também encontraram aumentos significativos dos Picos de Pressão na região lateral do
calcanhar em indivíduos overpronados.
Tais resultados sugerem que sujeitos que possuem ângulo de eversão do calcanhar
excessivo durante a marcha apresentam um aumento dos Picos de Pressão Plantar nas regiões
do calcanhar e médio pé. Concordando com isso, Subotnick apud Hennig e Rosenbaum
(1991) sugerem uma associação da condição de coxa vara/genu valgum em crianças com a
distribuição de pressão plantar e indicam que com acentuados e prolongalos movimento
excessivos de eversão do calcanhar durante a marcha ocorre aumento do estresse na região
medial do pé, modificando as pressões na região lateral e medial do calcanhar. Assim, essas
diferenças de pressões nas regiões do calcanhar e médio podem ser um bom indicador para
identificar eversão excessiva do calcanhar avaliada a partir da distribuição de pressão plantar,
que constitui em uma avaliação de fácil aplicação e tempo reduzido comparada a cinemetria.
O aumento dos Picos de Pressão pode estar associado à hiper-flexibilidade e
instabilidade do gerada pelo movimento de eversão excessivo e mais intenso do calcanhar
durante a marcha (JAMES, BATES e OSTERNING, 1978; HINTERMANN e NIGG, 1998;
CHEUNG, NG e CHEN, 2006). Entretanto, maiores pressões em áreas específicas levam a
necessidade de maiores cuidados em quadros clínicos, pois o aumento dos Picos de Pressão
Plantar está relacionado com dores no e com o surgimento de lesões (JORDAM e
BARLLET, 1994; WILSON apud MANFIO, 1995; MORAG e CAVANAGH, 1999), o que
se tornam ainda mais graves em sujeitos com doenças circulatórias ou diabetes
(CAVANAGH, RODGERS e LIBOSHI, 1999).
Na Tabela 4 pode ser observado também que tanto o Grupo Normal quanto o Grupo
Overpronado apresentaram uma tendência dos Picos de Pressão mais elevados na região do
metatarso II, seguido das regiões do calcanhar (medial e lateral) (Anexo C). Esses resultados
concordam com os achados de Grieve e Rashdi (1984), Hughes et al., (1987), Gross e Bunch
(1988), Jacob (1989) e Kogler e Shorten (2001), onde esta região também foi descrita como
recebendo os maiores Picos de Pressão, sendo o mais alto Pico de Pressão experimentado pela
cabeça do metatarso II. Já Hennig e Rosenbaum (1991), Meyring et al., (1997), Bryant,
Tinley e Singer (1999) e Nass, Hennig e Fischer (2000) descreveram que maiores Pico de
58
Pressão Plantar, em adultos, ocorrem na região do hálux, seguido da região do metatarso III e
do metatarso I.
Talvez a melhor discussão destes resultados e a teoria mais aceita atualmente, com
relação ao antepé, tenha sido apresentada pelos estudos de Betts et al., (1980), Duckworth et
al., (1985), Cavanagh e Rodgers (1987) e Viladot (1987) apud Manfio (2001), onde em seus
estudos, os autores relataram que a maioria dos indivíduos normais apresentavam as pressões
mais elevadas na região da cabeça dos metatarsos II e III. Reforçando essa teoria, Hughes et
al., (1989) (41% de 160 sujeitos assintomáticos), Hughes et al., (1991) (39% de 100 sujeitos
normais) e Plank (1995) (39% de 15 sujeitos normais), também encontraram maior incidência
de pressões máximas em sujeitos considerados assintomáticos sobre a cabeça dos metatarsos
II e III.
As divergências encontradas na literatura com relação aos valores dos Picos de
Pressão Plantar podem estar associada aos diferentes tipos de instrumentos de medidas
utilizado em cada estudo (Fscan System, Mat-Scan, Emed System, Pedar System), pois
atualmente é possível mapear de forma mais precisa as diferentes regiões do pé. Outros
fatores podem ser influentes nessa divergência de resultados, tais como diferenças no
momento de classificação dos indivíduos em grupos, o número de indivíduos, o número de
tentativas coletadas, a idade dos indivíduos, o alinhamento articular dos indivíduos (quadril,
joelho e pé), as características antropométricas do e a mobilidade articular do pé. Portanto,
estas observações são muito importantes no momento de analisar a distribuição de pressão
plantar e suas variáveis relacionadas, pois interferem diretamente no comportamento das
mesmas.
Na Tabela 5 são apresentados os valores médios da variável Área de Contato e às
comparações desses valores nas diferentes regiões do pé:
59
Tabela 5: Comparação dos valores médios da Área de Contato entre os grupos nas diferentes regiões do pé.
Área de Contato (cm
2
)
X
± DP
Regiões do pé Grupo Normal (n=11) Grupo Overpronado (n=10)
p
Calcanhar Lateral 19,37 ± 1,69 20,78 ± 1,09 0,038*
Calcanhar Medial 19,36 ± 1,64 21,26 ± 1,22 0,008*
Médio Pé Lateral 19,55 ± 8,47 24,02 ± 7,03 0,206
Médio Pé Medial 2,97 ± 0,92 4,81 ± 2,55 0,036*
Metatarso III-V 25,95 ± 2,12 30,75 ± 3,20 0,001*
Metatarso II 11,89 ± 1,18 13,26 ± 1,61 0,038*
Metatarso I 15,26 ± 2,23 16,70 ± 2,04 0,140
Dedos II-V 11,10 ± 4,78 8,92 ± 3,74 0,265
Dedo I 13,33 ± 1,59 13,56 ± 2,44 0,797
* diferenças estatisticamente significativas (p 0,05)
Ao analisarmos a variável Área de Contato, observaram-se diferenças significativas
com valores médios mais elevados para o Grupo Overpronado em comparação ao Grupo
Normal, sendo 6,8% maior na região do calcanhar medial (p 0,038), 8,9% na região do
calcanhar lateral (p 0,008), 38,3% na região do médio medial (p 0,036) e 15,6% na
região do metatarso III-V (p 0,001) e 10,3% na região do metatarso II (p 0,038). Essas
diferenças dos valores médios da Área de Contato entre os grupos, tornam também essa
variável um bom indicador para se identificar eversão excessiva do calcanhar avaliada a partir
de medida de distribuição de pressão plantar somente.
Esse aumento da Área de Contato, principalmente na região medial do pé, pode estar
relacionado à mobilidade excessiva dos ligamentos do joelho e a falta de tônus muscular,
onde a rotação excessiva da tíbia leva ao aumento do ângulo de eversão do calcanhar
(HINTERMANN e NIGG, 1998; CHEUNG, NG e CHEN, 2006). Isto tornaria o pé mais
instável (hiper-móvel), e explicaria o aumento nas áreas de contatos. Concordando com isso,
Vicenzino et al., (2006) relacionaram a diminuição do ângulo de eversão do calcanhar por
meio do processo de bandagem, e concluíram que os sujeitos que utilizaram a bandagem
(ângulo de eversão do calcanhar reduzido) apresentaram também uma redução significativa na
área de contato da região medial do calcanhar.
Na Tabela 6 estão apresentadas os valores médios da variável Carga Relativa e a
comparação desses valores nas diferentes regiões do pé entre os grupos:
60
Tabela 6: Comparação dos valores médios da Carga Relativa entre os grupos nas diferentes regiões do pé.
Carga Relativa (% peso corporal)
X
±
DP
Regiões do pé Grupo Normal (n=11) Grupo Overpronado (n=10) p
Calcanhar Lateral 7,57 ± 1,40 6,88 ± 0,96 0,208
Calcanhar Medial 8,40 ± 1,10 8,40 ± 1,31 0,999
Médio Pé Lateral 2,43 ± 1,49 3,16 ± 2,06 0,360
Médio Pé Medial 0,41 ± 0,31 0,83 ± 0,62 0,066
Metatarso III-V 13,56 ± 2,00 14,39 ± 4,19 0,565
Metatarso II 9,56 ± 1,79 10,13 ± 1,34 0,427
Metatarso I 7,29 ± 1,90 8,10 ± 1,80 0,332
Dedos II-V 1,42 ± 1,26 0,99 ± 0,73 0,359
Dedo I 4,14 ± 0,93 4,13 ± 1,46 0,992
* diferenças estatisticamente significativas (p 0,05)
Quando comparado os valores médios da Carga Relativa entre o Grupo Normal e o
Grupo Overpronado não foram observadas diferenças estatisticamente significativa em
nenhuma das regiões do pé analisadas. Ainda assim, pode-se observar que o padrão de
distribuição das Cargas Relativas foi semelhante entre os grupos (Anexo D), o que garante
que o Grupo Overpronado desse estudo possui o mesmo padrão de distribuição de carga que o
Grupo Normal. Esses dados não concordam com os achados de Milani, Schnabel, e Hennig
(1995), onde os autores induziram os sujeitos a um ângulo excessivo de eversão do calcanhar
por meio da utilização de um determinado calçado e encontraram aumento da carga relativa
na região do calcanhar medial e metatarso I, com uma redução dessa carga na região lateral
do médio-pé e do metatarso III quando comparados à marcha normal.
É notório também na Tabela 6 que tanto para o Grupo Normal quanto o Grupo
Overpronado, as maiores cargas aplicadas durante o andar foram encontradas na região do
metatarso III-V (Anexo E). Hennig e Rosenbaum (1991) compararam adultos normais e
crianças e também encontraram maiores cargas aplicadas sobre a região do metatarso III. Essa
maior carga aplicada na região do metatarso III contradiz claramente a concepção da
existência de um arco transverso na região do antepé. Isso demonstra que este arco não existe,
pois caso existisse seria esperado uma diminuição das cargas na região central da cabeça dos
metatarsos e um aumento na região dos metatarsos I e IV.
Na Tabela 7 estão apresentados os valores médios da variável Velocidade Média do
COP e às comparações desses valores nas diferentes regiões do pé:
61
Tabela 7: Comparação dos valores médios da Velocidade Mádia do COP entre os grupos nas diferentes regiões
do pé.
Velocidade Média do COP (m/s)
X
± DP
Regiões do pé Grupo Normal (n=11) Grupo Overpronado (n=10) P
Calcanhar 0,535 ± 0,133 0,601 ± 0,130 0,261
Médio Pé 0,541 ± 0,106 0,518 ± 0,097 0,601
Metatarsos 0,286 ± 0,027 0,281 ± 0,030 0,692
Dedos 0,779 ± 0,110 0,925 ± 0,393 0,251
* diferenças estatisticamente significativas (p 0,05)
Ao observar os padrões das Velocidades Médias do COP nas diferentes regiões do
encontrou-se que as maiores velocidades ocorrem na região dos dedos, e a menor velocidade
na região dos metatarsos, tanto para o Grupo Normal quanto para o Grupo Overpronado
(Anexo E). Essa característica havia sido relatada por Santos et al., (2007), que ao analisar
a marcha normal também encontraram maior velocidade média do COP na região dos dedos e
menor velocidade na região dos metatarsos. De Cock et al., (2007) ao analisar o
comportamento da velocidade da trajetória do COP durante o andar também encontrou um
padrão semelhante.
Ao comparar a Velocidade Média do COP entre os grupos nas diferentes regiões do pé
não houve diferenças estatisticamente significativas, demonstrando que o aumento do ângulo
de eversão do calcanhar não influenciou essa variável. Esses resultados não estão de acordo
com os achados de Ray, Needham e Snyder (1997), onde os autores na comparação entre
sujeitos normais e sujeitos com ângulo de eversão do calcanhar excessivo constataram
diferenças significativas na Velocidade Média do COP, sendo que sujeitos com ângulo de
eversão do calcanhar excessivo apresentaram um comportamento mais constante. Os autores
ainda ressaltaram que a Velocidade do COP seria um bom indicador para diferenciação entre
sujeitos normais e com anormalidades no ângulo de eversão do calcanhar. Concordando com
Ray, Needham e Snyder (1997), De Cock et al., (2007) também analisaram a Velocidade
Média do COP durante o andar, e conseguiram distinguir três grupos de sujeitos com
características funcionais do diferentes (pé normal, plano e cavo), e reforçaram que
as características relacionadas a velocidade do COP poderiam servir como referência para
estudos futuros do andar. Porém essas conclusões não se confirmam nesse estudo, pois a
Velocidade Média do COP não se demonstrou sensivelmente capaz de diferenciar sujeitos
normais de sujeitos ângulo de eversão do calcanhar excessivo.
62
Na Tabela 8 estão apresentados os valores médios das variáveis Deslocamento Medial
e Lateral COP e às comparações desses valores entre os grupos:
Tabela 8: Comparação dos valores médios do Deslocamento Medial e Lateral do COP entre os grupos.
Deslocamento Medial e Lateral COP
(% Deslocamento Total)
X
± DP
Variáveis Grupo Normal (n=11)
Grupo Overpronado (n=10)
p
Deslocamento Medial do COP 30,52 ± 19,16 36,42 ± 24,65 0,969
Deslocamento Lateral do COP 66,48 ± 25,30 66,86 ± 18,01 0,545
* diferenças estatisticamente significativas (p 0,05)
No presente estudo, as variáveis Deslocamento Medial e Lateral do COP não
apresentaram diferenças estatisticamente significativas quando comparados o Grupo Normal e
o Grupo Overpronado, demonstrando assim que o Grupo Normal apresentou tanto um
Deslocamento Medial quanto um Deslocamento Lateral do COP semelhante ao Grupo
Overpronado. Bäurle et al., (1999), Baur et al., (2001) e De Cock, Willems e De Clercq
(2005) também utilizaram a análise do deslocamento do COP como uma forma de diferenciar
sujeitos normais, de sujeitos com anormalidades e não conseguiram encontrar diferenças
estatisticamente significativas entre os grupos, concluindo assim que a análise da distribuição
de pressão plantar forneceria informações mais relevantes do que a análise de variáveis
relacionadas ao comportamento do COP.
Porém Vicenzino et al., (2006) analisaram sujeitos com overpronação antes e após a
aplicação de bandagem e concluíram que os sujeitos que reduziram o ângulo de eversão do
calcanhar apresentaram também uma redução do Deslocamento Medial do COP. Reforçando
os achados de Vicenzino et al., (2006), De Cock et al., (2007) também conseguiram
diferenciar sujeitos normais e com alterações nas características funcionais do pé, afirmando
que o Deslocamento Medial e Lateral do COP é uma ferramenta importante na identificação
de distúrbios.
Seguindo os objetivos específicos deste estudo, o quarto objetivo foi verificar a
correlação entre o Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar e as variáveis cinéticas. Os
resultados de tais correlações entre essas variáveis e seus níveis de significância estão
apresentados a seguir.
63
Na Tabela 9 estão apresentados os resultados das correlações entre o Ângulo Máximo
de Eversão do Calcanhar e a Pressão Plantar Média durante a marcha nas diferentes regiões
do pé.
Tabela 9: Correlação entre os valores médios do AEC e a Pressão Plantar Média nas diferentes regiões do pé.
Pressão Plantar Média (Correlação de Pearson)
n=21
M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9
Ângulo Máximo de
Eversão do
Calcanhar
0,360 0,411 0,471*
0,561*
0,128
0,220
0,200
-0,24
-0,011
* correlações estatisticamente significativas (p 0,05)
Existe correlação estatisticamente significativa entre o Ângulo Máximo de Eversão do
Calcanhar e a Pressão Plantar Média nas regiões do médio pé (Tabela 9). Apesar de haver
uma correlação fraca, e possível notar que as alterações no AEC estão positivamente ligadas
às alterações de Pressão Plantar Média nas regiões medial e lateral do médio pé, ou seja, à
medida que os valores do AEC aumentam as pressões plantares médias nessas regiões
também aumentam.
Na Tabela 10 a seguir estão apresentados os resultados das correlações entre o Ângulo
Máximo de Eversão do Calcanhar e os Picos de Pressão Plantar durante a marcha nas
diferentes regiões do pé.
Tabela 10: Correlação entre os valores médios do AEC e os Picos de Pressão nas diferentes regiões do pé.
Pico de Pressão Plantar (Correlação de Pearson)
n=21
M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9
Ângulo
Máximo de
Eversão do
Calcanhar
0,485*
0,434*
0,504*
0,607*
0,175
0,299
0,220
-0,115
-0,132
* correlações estatisticamente significativas (p 0,05)
A Tabela 10 é possível observar correlações fracas estatisticamente significativas
encontradas entre o Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar e o Pico de Pressão Plantar
nas regiões do calcanhar (medial e lateral) e médio lateral. Também foi possível notar a
existência de uma correlação positiva moderada na região do médio medial, o que
64
demonstra que sujeitos com o ângulo de eversão do calcanhar excessivo apresentam um
aumento dos Picos de Pressão principalmente nessa região.
Na Tabela 11 a seguir estão apresentados os resultados das correlações entre o ângulo
de eversão do calcanhar e a Área de Contato durante a marcha nas diferentes regiões do pé.
Tabela 11: Correlação entre os valores médios do AEC e a Área de Contato nas diferentes regiões do pé.
Área de Contato (Correlação de Pearson)
n=21
M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9
Ângulo Máximo
de Eversão do
Calcanhar
0,387 0,483*
0,212
0,593* 0,537*
0,581*
0,413 -0,191
0,191
* correlações estatisticamente significativas (p 0,05)
Em relação à Área de Contato, uma correlação positiva fraca foi encontrada nas
regiões do calcanhar medial e metatarsos III-V, e correlação positiva moderada nas regiões do
médio medial e metatarso II. Esse aumento da Área de Contato na região medial do
pode estar associado à hiper-mobilidade do pé, gerada pela eversão excessiva do calcanhar,
que causa um possível desabamento do arco longitudinal medial.
Na Tabela 12 a seguir estão apresentados os resultados das correlações entre o Ângulo
Máximo de Eversão do Calcanhar e Carga Relativa durante a marcha nas diferentes regiões
do pé.
Tabela 12: Correlação entre os valores médios do AEC e a Carga Relativa nas diferentes regiões do pé.
Carga Relativa (Correlação de Pearson)
n=21
M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9
Ângulo Máximo
de Eversão do
Calcanhar
-0,127 0,244 0,234
0,581*
-0,086
0,161 0,281 -0,207
0,008
* correlações estatisticamente significativas (p 0,05)
Ao correlacionar o Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar e a Carga Relativa foi
observado uma correlação positiva moderada, na região do médio pé medial, demonstrando
que com o aumento do o ângulo de eversão do calcanhar aumenta diretamente a carga relativa
nessa região.
Esses resultados encontrados nas Tabelas 9, 10, 11 e 12 demonstram que existe uma
relação direta entre o Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar e a distribuição de pressão
65
plantar principalmente nas regiões do calcanhar (medial e lateral) e do médio medial. E
possível observar que o Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar está diretamente
relacionado com alterações principalmente nas regiões do calcanhar (medial e lateral), bem
como médio (medial e lateral), talvez principalmente pelas mudanças que a overpronação
causa no contato do pé com o solo. Isso é extremamente importante, pois demonstra mais uma
vez a utilidade da distribuição de pressão na identificação de alterações na funcionalidade do
pé. Concordando com isso, Robinson, e Lake (2005) também encontraram uma boa
correlação entre a rotação da tíbia, que segundo McClay e Manal (1997) está diretamente
relacionado com o movimento de eversão do calcanhar, e alterações na distribuição das
pressões, principalmente nas regiões medial e lateral do calcanhar e médio pé. Esses autores
ainda afirmam que a análise da distribuição de pressão plantar pode ter um grande potencial
para predizer movimentos anormais durante a locomoção.
Já ao observar as variáveis ligadas ao COP, nem a Velocidade Média e nem os
Deslocamentos Medial e lateral apresentaram correlação estatisticamente significativa com o
Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar (Tabela 13).
Tabela 13: Correlação entre os valores médios do AEC e das variáveis do COP nas diferentes regiões do pé.
COP (Correlação de Pearson)
Velocidade Média do COP Deslocamento COP
Deslocamento
Deslocamento
n=21
Calcanhar
Médio Pé
Antepé
Dedos
Medial Lateral
Ângulo Máximo de Eversão
do Calcanhar
0,077 -0,300 0,106 0,113
0,083 0,113
* correlações estatisticamente significativas (p 0,05)
Isso demonstra que as variáveis relacionadas ao COP analisadas nesse estudo não
apresentaram sensibilidade suficiente para diferenciar sujeitos normais de sujeitos com ângulo
de eversão do calcanhar excessivo. Mas mesmo assim é necessário tomar-se alguns cuidados,
pois o fato dessas variáveis não demonstrarem associação pode estar relacionado à maneira de
como as ferramentas de análise foram utilizadas.
66
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo analisou as variáveis cinemáticas do movimento de eversão do
calcanhar e as variáveis cinéticas da distribuição de pressão plantar e do centro de pressão em
diferentes regiões do pé em um Grupo Normal e um Grupo Overpronado.
Ao comparar estas variáveis entre os grupos, pode-se concluir:
1. Em relação à Pressão Plantar Média, o Grupo Normal e o Grupo
Overpronado não apresentam diferenças estatisticamente significativas em
nenhuma das regiões do analisadas. Mas, ambos os grupos, apresentaram
características semelhantes, demonstrando maiores valores médios de
pressão na cabeça do metatarso II e metatarso III-V respectivamente.
2. O Grupo Normal e o Grupo Overpronado possuem distribuição dos Pico de
Pressão Plantar nas diversas regiões do pé semelhantes, onde ambos,
apresentam uma tendência de maiores picos na região do metatarso II,
seguido das regiões do calcanhar medial e lateral.
3. O Grupo Overpronado apresentou valores médios de Pico de Pressão Plantar
estatisticamente maiores que o Grupo Normal nas regiões do calcanhar
(medial e lateral) e médio pé (medial e lateral).
4. O Grupo Overpronado apresentou valores médios de Área de Contato
maiores nas regiões do calcanhar (medial e lateral), médio medial e nas
regiões do metatarso III-V e metatarso II em relação ao Grupo Normal.
5. O Grupo Normal e o Grupo Overpronado não apresentaram valores médios
de Carga Relativa estatisticamente diferentes em nenhuma das regiões do
analisadas. Portanto, ambos os grupos, demonstraram maiores valores
67
médios de Carga Relativa na região dos metatarsos III-V, quando comparada
às demais regiões.
6. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas ao
comparar a Velocidade Média do COP nas diferentes regiões do entre o
Grupo Normal e o Grupo Overpronado. Mas, ambos os grupos, apresentaram
maiores velocidades dias na região dos dedos e menores valores médios
dessa variável na região dos metatarsos, quando comparadas com as demais
regiões.
7. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas ao
comparar o Deslocamento Medial e Lateral do COP entre o Grupo Normal e
o Grupo Overpronado.
Ao verificar possíveis relações entre o Ângulo Máximo de Eversão do Calcanhar e
as variáveis da distribuição de pressão plantar (DPP) e do centro de pressão (COP) pode-se
concluir:
1. Existe correlação fraca estatisticamente significativa entre o aumento do
ângulo de eversão do calcanhar e o aumento da Pressão Plantar Média nas
regiões do médio pé (medial e lateral).
2. Existe correlação fraca estatisticamente significativa entre o ângulo de
eversão do calcanhar e o Pico de Pressão Plantar nas regiões do calcanhar
(medial e lateral) e médio lateral, e correlação moderada estatisticamente
significativa com a região do médio pé medial.
3. Existe correlação fraca estatisticamente significativa entre o aumento do
ângulo de eversão do calcanhar e o aumento da Área de Contato nas regiões
medial do calcanhar e do médio e na região do metatarso II e metatarso
III-V.
4. Existe correlação moderada estatisticamente significativa entre o ângulo de
eversão do calcanhar e a Carga Relativa na região medial do médio pé.
5. Não existe correlação estatisticamente significativa entre o ângulo de eversão
do calcanhar e a Velocidade Média do COP nas diferentes regiões do pé.
6. Não existe correlação estatisticamente significativa entre o ângulo de eversão
do calcanhar e o Deslocamento Medial e Lateral do COP.
68
6 CONCLUSÕES
É possível concluir com os resultados desse estudo que o aumento do ângulo de
eversão do calcanhar (overpronação) afetou consideravelmente variáveis biomecânicas da
distribuição de pressão plantar durante a marcha, o que pode significar alguns riscos para a
estrutura do pé, e até mesmo para todas as articulações do corpo envolvidas, alterando dessa
forma o andar normal. Isso demonstra cada vez mais a importância da análise da distribuição
de pressão plantar no quadro clinico e preventivo, pois essa tem um grande potencial para
predizer movimentos anormais durante a locomoção. Já, em relação as variáveis biomecânicas
do centro de pressão não se encontraram diferenças estatisticamente significativas entre o
Grupo Normal e o Grupo Overpronado, o que demonstrou que nesse estudo essas variáveis
não foram sensivelmente capazes de diferenciar os grupos envolvidos, demonstrando assim
que essas variáveis não são as mais indicadas para esse tipo de análise. Portanto, em relação
aos resultados encontrados no nosso estudo, é preciso se ter cuidado quanto a esta afirmação,
pois os valores encontrados para essa variável apresentam uma grande variabilidade, e
também outro fato que sugerimos que deve ser levado em consideração é a ferramenta
utilizada para a análise dessa variável, que pode ter sido inadequada.
Outro fator interessante que se pode concluir com essa pesquisa é que o Grupo
Normal e o Grupo Overpronado demonstraram padrões de distribuição de pressão plantar e do
comportamento das variáveis do COP semelhantes, podendo assim, serem diferenciados
somente em relação às intensidades com que essas variáveis se apresentaram. A partir disso,
se pode concluir, que não existe a possibilidade de diferenciar sujeitos normais de sujeitos
overpronados apenas por meio de uma análise qualitativa de um plantigrama de distribuição
de pressão plantar, sendo necessário uma análise quantitativa.
69
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76
APÊNDICE
APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido.
77
APÊNDICE "A"
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS - CEFID
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Titulo: “Aspectos cinemáticos e cinéticos do movimento de eversão do calcanhar durante
marcha”
O (a) Senhor (a)...................................................... está sendo convidado (a) a participar de um
estudo onde o qual fará uma investigação da “Aspectos cinemáticos e cinéticos do movimento
de eversão do calcanhar durante marcha”. Para esta avaliação será realizada uma filmagem
durante uma caminhada em superfície plana sem inclinação, com velocidade controlada, onde
se avaliará fatores relacionados ao movimento de eversão do calcanhar, a distribuição de
pressão plantar e a comportamento do centro de pressão.
A sua identidade será preservada, pois cada indivíduo será identificado por um número.
As pessoas que estarão lhe acompanhando serão um profissional de Educação Física, Prof.
João Otacílio Libardoni dos Santos orientado pela Prof
a
. Eliane Fátima Manfio e pelo Prof.
Dr. Aluisio Otavio Avila Vargas.
O (a) Senhor (a) poderá se retirar do estudo a qualquer momento.
Solicitamos a vossa autorização para o uso de seus dados para a produção de artigos técnicos
e científicos. A sua privacidade será mantida através da não-identificação do seu nome.
Agradecemos a vossa participação e colaboração.
Dr. Aluisio Otavio Avila Vargas.
(Pesquisador Responsável)
Endereço:
Rua Paschoal Simone, 358 Coqueiros.
Florianópolis - SC
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os
procedimentos da pesquisa e, que recebi de forma clara e objetiva todas as explicações
pertinentes ao projeto e, que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo
que neste estudo, as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em
mim. Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.
Nome_________________________________________.
Assinatura _____________________________________ .
Novo Hamburgo, ____/____/____.
78
ANEXO
ANEXO A – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos.
ANEXO B – Quadro com o resultado dos níveis de significância das comparações dos valores
médios (One-Way ANOVA Scheffe) da variável Pressão Plantar Média entre as regiões
diferentes do pé intra-grupo.
ANEXO C - Quadro com o resultado dos níveis de significância das comparações dos valores
médios (One-Way ANOVA Scheffe) da variável Pico de Pressão Plantar entre as diferentes
regiões do pé intra-grupo.
ANEXO D - Quadro com o resultado dos níveis de significância das comparações dos valores
médios (One-Way ANOVA Scheffe) da variável Área de Contato entre as diferentes regiões
do pé intra-grupo.
ANEXO E - Quadro com o resultado dos níveis de significância das comparações dos valores
médios (One-Way ANOVA – Scheffe) da variável Carga Relativa entre as diferentes regiões do
pé intra-grupo.
79
ANEXO F - Quadro com o resultado dos níveis de significância das comparações dos valores
médios (One-Way ANOVA Scheffe) da variável Velocidade Média do COP entre as
diferentes regiões do pé intra-grupo.
80
ANEXO A
81
ANEXO B
Quadro com o resultado dos níveis de significância das comparações dos valores médios (One-Way ANOVA
Scheffe) da variável Pressão Plantar Média entre as regiões diferentes do pé intra-grupo;
Grupo Normal
Grupo Overpronado
Pressão Plantar Média
Pressão Plantar Média
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Calcanhar Lateral
Calcanhar Medial
1.000
Calcanhar Lateral
Calcanhar Medial
1.000
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,011*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,008*
Metatarsos III-V
0.06
Metatarsos III-V
0,025*
Metatarso II
0,001*
Metatarso II
0,005*
Metatarso I
1.00
Metatarso I
0.999
Dedos II-V
0,001*
Dedos II-V
0,004*
Dedo I
1.000
Dedo I
1.000
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Calcanhar Medial
Calcanhar Lateral
1.000
Calcanhar Medial
Calcanhar Lateral
1.000
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,002*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,001*
Metatarsos III-V
0.119
Metatarsos III-V
0.113
Metatarso II
0,001*
Metatarso II
0,032*
Metatarso I
1.000
Metatarso I
1.000
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
1.000
Dedo I
1.000
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Médio Pé Lateral Calcanhar Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral Calcanhar Lateral
0,011*
Calcanhar Medial
0,000*
Calcanhar Medial
0,002*
Médio Pé Medial
1.000
Médio Pé Medial
1.000
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0,000*
Metatarso I
0,001*
Dedos II-V
1.000
Dedos II-V
1.000
Dedo I
0,000*
Dedo I
0,010*
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Médio Pé Medial Calcanhar Lateral
0,000*
Médio Pé Medial Calcanhar Lateral
0,008*
Calcanhar Medial
0,000*
Calcanhar Medial
0,001*
Médio Pé Lateral
1.000
Médio Pé Lateral
1.000
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0,000*
Metatarso I
0,000*
Dedos II-V
0.998
Dedos II-V
1.000
Dedo I
0,000*
Dedo I
0,008*
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Metatarsos III-V Calcanhar Lateral
0.063
Metatarsos III-V Calcanhar Lateral
0,025*
Calcanhar Medial
0.119
Calcanhar Medial
0.113
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
82
Metatarso II
0.945
Metatarso II
1.000
Metatarso I
0.264
Metatarso I
0.196
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0,028*
Dedo I
0,027*
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Metatarso II Calcanhar Lateral
0,001*
Metatarso II Calcanhar Lateral
0,005*
Calcanhar Medial
0,001*
Calcanhar Medial
0,032*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarso III-V
0.945
Metatarso III-V
1.000
Metatarso I
0,006*
Metatarso I
0.064
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0,000*
Dedo I
0,006*
Regiões do Pé
p
Regiões do Pé p
Metatarso I Calcanhar Lateral
1.000
Metatarso I Calcanhar Lateral
0.999
Calcanhar Medial
1.000
Calcanhar Medial
1.000
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,001*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarso III-V
0.264
Metatarso III-V
0.196
Metatarso II
0,006*
Metatarso II
0.064
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0,000*
Dedo I
0.999
Regiões do Pé
p
Regiões do Pé p
Dedos II-V Calcanhar Lateral
0,000*
Dedos II-V Calcanhar Lateral
0,004*
Calcanhar Medial
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Médio Pé Lateral
1.000
Médio Pé Lateral
1.000
Médio Pé Medial
0.998
Médio Pé Medial
1.000
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0,000*
Metatarso I
0,000*
Dedo I
0,000*
Dedo I
0,004*
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Dedo I Calcanhar Lateral
1.000
Dedo I Calcanhar Lateral
1.000
Calcanhar Medial
1.000
Calcanhar Medial
1.000
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,010*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,008*
Metatarso III-V
0,028*
Metatarso III-V
0,027*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,006*
Metatarso I
0.997
Metatarso I
0.999
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,004*
* diferenças estatisticamente significativas (p 0,05)
83
ANEXO C
Quadro com o resultado dos níveis de significância das comparações dos valores médios (One-Way ANOVA
Scheffe) da variável Pico de Pressão Plantar entre as diferentes regiões do pé intra-grupo.
Grupo Normal
Grupo Overpronado
Pico de Pressão Plantar
Pico de Pressão Plantar
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Calcanhar Lateral
Calcanhar Medial
1.000
Calcanhar Lateral
Calcanhar Medial
1.000
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarsos III-V
0.996
Metatarsos III-V
0.995
Metatarso II
0.986
Metatarso II
1.000
Metatarso I
0.172
Metatarso I
0.163
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
1.000
Dedo I
0.608
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Calcanhar Medial
Calcanhar Lateral
1.000
Calcanhar Medial
Calcanhar Lateral
1.000
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarsos III-V
0.930
Metatarsos III-V
0.969
Metatarso II
1.000
Metatarso II
1.000
Metatarso I
0,046*
Metatarso I
0.092
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0.995
Dedo I
0.417
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Médio Pé Lateral Calcanhar Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral Calcanhar Lateral
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Médio Pé Medial
1.000
Médio Pé Medial
1.000
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0,000*
Metatarso I
0,022*
Dedos II-V
0.996
Dedos II-V
1.000
Dedo I
0,000*
Dedo I
0,002*
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Médio Pé Medial Calcanhar Lateral
0,000*
Médio Pé Medial Calcanhar Lateral
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Médio Pé Lateral
1.000
Médio Pé Lateral
1.000
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0,000*
Metatarso I
0,029*
Dedos II-V
0.963
Dedos II-V
1.000
Dedo I
0,000*
Dedo I
0,002*
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Metatarsos III-V Calcanhar Lateral
0.996
Metatarsos III-V Calcanhar Lateral
0.995
Calcanhar Medial
0.930
Calcanhar Medial
0.969
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarso II
0.649
Metatarso II
0.964
Metatarso I
0.705
Metatarso I
0.739
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
1.000
Dedo I
0.983
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Metatarso II Calcanhar Lateral
0.998
Metatarso II Calcanhar Lateral
1.000
Calcanhar Medial
1.000
Calcanhar Medial
1.000
84
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarso III-V
0.649
Metatarso III-V
0.964
Metatarso I
0,007*
Metatarso I
0.084
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0.898
Dedo I
0.395
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Metatarso I Calcanhar Lateral
0.172
Metatarso I Calcanhar Lateral
0.183
Calcanhar Medial
0,048*
Calcanhar Medial
0.092
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,022*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,029*
Metatarso III-V
0.705
Metatarso III-V
0.739
Metatarso II
0,007*
Metatarso II
0.084
Dedos II-V
0,001*
Dedos II-V
0,010*
Dedo I
0.394
Dedo I
0.999
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Dedos II-V Calcanhar Lateral
0,000*
Dedos II-V Calcanhar Lateral
0.0008
Calcanhar Medial
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Médio Pé Lateral
0.996
Médio Pé Lateral
1.000
Médio Pé Medial
0.963
Médio Pé Medial
1.000
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0,001*
Metatarso I
0,010*
Dedo I
0,000*
Dedo I
0,001*
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Dedo I Calcanhar Lateral
1.000
Dedo I Calcanhar Lateral
0.608
Calcanhar Medial
0.995
Calcanhar Medial
0.417
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,002*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,002*
Metatarso III-V
1.000
Metatarso III-V
0.983
Metatarso II
0.898
Metatarso II
0.395
Metatarso I
0.394
Metatarso I
0.999
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,001*
* diferenças estatisticamente significativas (p 0,05)
85
ANEXO D
Quadro com o resultado dos níveis de significância das comparações dos valores médios (One-Way ANOVA –
Scheffe) da variável Área de Contato entre as diferentes regiões do pé intra-grupo
Grupo Normal
Grupo Overpronado
Área de Contato
Área de Contato
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Calcanhar Lateral
Calcanhar Medial
1.000
Calcanhar Lateral
Calcanhar Medial
1.000
Médio Pé Lateral
1.000
Médio Pé Lateral
0.758
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarsos III-V
0,025*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarso II
0,005*
Metatarso II
0,002*
Metatarso I
0.51
Metatarso I
0.457
Dedos II-V
0,001*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0.06
Dedo I
0,005*
Regiões do Pé
p
Regiões do Pé
p
Calcanhar Medial
Calcanhar Lateral
1.000
Calcanhar Medial
Calcanhar Lateral
1.000
Médio Pé Lateral
1.000
Médio Pé Lateral
0.887
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarsos III-V
0,024*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarso II
0,005*
Metatarso II
0,001*
Metatarso I
0.514
Metatarso I
0.295
Dedos II-V
0,001*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0.060
Dedo I
0,002*
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Médio Pé Lateral Calcanhar Lateral
1.000
Médio Pé Lateral Calcanhar Lateral
0.758
Calcanhar Medial
1.000
Calcanhar Medial
0.887
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarsos III-V
0,033*
Metatarsos III-V
0,012*
Metatarso II
0,003*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0.445
Metatarso I
0,004*
Dedos II-V
0,001*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0,045*
Dedo I
0,000*
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Médio Pé Medial Calcanhar Lateral
0,000*
Médio Pé Medial Calcanhar Lateral
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0,001*
Metatarso I
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0.448
Dedo I
0,000*
Dedo I
0,000*
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Metatarsos III-V Calcanhar Lateral
0,025*
Metatarsos III-V Calcanhar Lateral
0,000*
Calcanhar Medial
0,024*
Calcanhar Medial
0,000*
Médio Pé Lateral
0,033*
Médio Pé Lateral
0,012*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0,000*
Metatarso I
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0,000*
Dedo I
0,000*
86
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Metatarso II Calcanhar Lateral
0,005*
Metatarso II Calcanhar Lateral
0,002*
Calcanhar Medial
0,005*
Calcanhar Medial
0,001*
Médio Pé Lateral
000,3*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso I
0.767
Metatarso I
0.695
Dedos II-V
1.000
Dedos II-V
0.369
Dedo I
0.999
Dedo I
1.000
Regiões do Pé
p
Regiões do Pé
p
Metatarso I Calcanhar Lateral
0.508
Metatarso I Calcanhar Lateral
0.457
Calcanhar Medial
0.514
Calcanhar Medial
0.295
Médio Pé Lateral
0.445
Médio Pé Lateral
0,004*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso II
0.767
Metatarso II
0.695
Dedos II-V
0.491
Dedos II-V
0,001*
Dedo I
0.99
Dedo I
0.793
Regiões do Pé
p
Regiões do Pé
p
Dedos II-V Calcanhar Lateral
0,001*
Dedos II-V Calcanhar Lateral
0,000*
Calcanhar Medial
0,001*
Calcanhar Medial
0,000*
Médio Pé Lateral
0,001*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,001*
Médio Pé Medial
0.448
Metatarso III-V
1.000
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0.369
Metatarso I
0.491
Metatarso I
0,001*
Dedo I
0.974
Dedo I
0.274
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Dedo I Calcanhar Lateral
0.059
Dedo I Calcanhar Lateral
0,005*
Calcanhar Medial
0.06
Calcanhar Medial
0,002*
Médio Pé Lateral
0,045*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso II
0.999
Metatarso II
1.000
Metatarso I
0.99
Metatarso I
0.793
Dedos II-V
0.974
Dedos II-V
0.274
* diferenças estatisticamente significativas (p 0,05)
87
ANEXO E
Quadro com o resultado dos níveis de significância das comparações dos valores médios (One-Way ANOVA
Scheffe) da variável Carga Relativa entre as diferentes regiões do pé intra-grupo.
Grupo Normal
Grupo Overpronado
Carga Relativa - Grupo Normal
Carga Relativa
Regiões do Pé P
Regiões do Pé p
Calcanhar Lateral
Calcanhar Medial
0.986
Calcanhar Lateral
Calcanhar Medial
0.920
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,023*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarso II
0.251
Metatarso II
0.085
Metatarso I
1.000
Metatarso I
0.978
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0,001*
Dedo I
0.255
Regiões do Pé P
Regiões do Pé p
Calcanhar Medial
Calcanhar Lateral
0.988
Calcanhar Medial
Calcanhar Lateral
0.920
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarso II
0.889
Metatarso II
0.840
Metatarso I
0.918
Metatarso I
1.000
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0,000*
Dedo I
0,004*
Regiões do Pé P
Regiões do Pé p
Médio Pé Lateral Calcanhar Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral Calcanhar Lateral
0,023*
Calcanhar Medial
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0.236
Médio Pé Medial
0.489
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0,000*
Metatarso I
0,000*
Dedos II-V
0.951
Dedos II-V
0.594
Dedo I
0.473
Dedo I
0.995
Regiões do Pé P
Regiões do Pé p
Médio Pé Medial Calcanhar Lateral
0,000*
Médio Pé Medial Calcanhar Lateral
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Médio Pé Lateral
0.235
Médio Pé Lateral
0.489
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarsos III-V
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0,000*
Metatarso I
0,000*
Dedos II-V
0.951
Dedos II-V
1.000
Dedo I
0,000*
Dedo I
0.074
Regiões do Pé P
Regiões do Pé p
Metatarsos III-V Calcanhar Lateral
0,000*
Metatarsos III-V Calcanhar Lateral
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,004*
Metatarso I
0,000*
Metatarso I
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0,000*
Dedo I
0,000*
Regiões do Pé P
Regiões do Pé p
Metatarso II Calcanhar Lateral
0.251
Metatarso II Calcanhar Lateral
0.085
Calcanhar Medial
0.889
Calcanhar Medial
0.840
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso III-V
0,004*
88
Metatarso I
0.111
Metatarso I
0.683
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0,000*
Dedo I
0,000*
Regiões do Pé P
Regiões do Pé p
Metatarso I Calcanhar Lateral
1.000
Metatarso I Calcanhar Lateral
0.978
Calcanhar Medial
0.918
Calcanhar Medial
1.000
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Lateral
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso II
0.111
Metatarso II
0.683
Dedos II-V
0,000*
Dedos II-V
0,000*
Dedo I
0.003
Dedo I
0,011*
Regiões do Pé P
Regiões do Pé p
Dedos II-V Calcanhar Lateral
0,000*
Dedos II-V Calcanhar Lateral
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Calcanhar Medial
0,000*
Médio Pé Lateral
0.951
Médio Pé Lateral
0.594
Médio Pé Medial
0.951
Médio Pé Medial
1.000
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0,000*
Metatarso I
0,000*
Dedo I
0,020*
Dedo I
0.111
Regiões do Pé P Regiões do Pé p
Dedo I Calcanhar Lateral
0,001*
Dedo I Calcanhar Lateral
0.255
Calcanhar Medial
0,000*
Calcanhar Medial
0,004*
Médio Pé Lateral
0.473
Médio Pé Lateral
0.995
Médio Pé Medial
0,000*
Médio Pé Medial
0.074
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso III-V
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso II
0,000*
Metatarso I
0,003*
Metatarso I
0.011
Dedos II-V
0,020*
Dedos II-V
0.111
* diferenças estatisticamente significativas (p 0,05)
89
ANEXO F
Quadro com o resultado dos níveis de significância das comparações dos valores médios (One-Way ANOVA –
Scheffe) da variável Velocidade Média do COP entre as diferentes regiões do pé intra-grupo.
Grupo Normal
Grupo Overpronado
Velocidade do COP
Velocidade do COP
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Calcanhar Médio Pé
0.999
Calcanhar Médio Pé
0.855
Metatarsos
0,000*
Metatarsos
0,019*
Dedos
0,000*
Dedos
0,018*
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Médio Pé Calcanhar
0.999
Médio Pé Calcanhar
0.855
Metatarsos
0,000*
Metatarsos
0.125
Dedos
0,000*
Dedos
0,002*
Regiões do Pé p
Regiões do Pé p
Metatarsos Calcanhar
0,000*
Metatarsos Calcanhar
0,019*
Médio Pé
0,000*
Médio Pé
0.125
Dedos
0,000*
Dedos
0,000*
Regiões do Pé
p
Regiões do Pé
p
Dedos Calcanhar
0,000*
Dedos Calcanhar
0,018*
Médio Pé
0,000*
Médio Pé
0,002*
Metatarsos
0,000*
Metatarsos
0,000*
* diferenças estatisticamente significativas (p 0,05)
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