37
escolas, hospitais ou quartéis, são tratadas igualmente como singulares, quando
significativas (NUVOLARI et al, 2003, p.16).
A vazão das águas residuárias industriais é função do tipo e do porte da
indústria, processo, grau de reciclagem, adoção de práticas de conservação de
água, existência de pré-tratamento etc. Dessa forma, mesmo no caso de duas
indústrias que fabriquem essencialmente o mesmo produto, as vazões de despejo
podem ser diferentes entre si (VON SPERLING, 2006, p.82). Assim, deve-se
procurar obter dados específicos de cada indústria, no sentido de extrair dados de
interesse (ex: consumo de água, produção de despejo) para o cálculo das vazões
industriais.
A água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária, ambas inevitáveis
parcelas do esgoto sanitário, chegam às canalizações: a primeira, por percolação no
solo fragilizado pela escavação da vala, otimizada pela superfície externa do tubo,
por onde escoa até encontrar uma falha que permita sua penetração, ocorrendo
principalmente quando o nível do lençol freático está acima da cota de
assentamento dos tubos, o que deve ser verificado ao se considerar a respectiva
taxa de contribuição; a segunda, por penetração direta nos tampões de poços de
visita, ou outras eventuais aberturas, ou ainda pelas áreas internas das edificações e
escoamentos para a rede coletora, ocorrendo por ocasião das chuvas mais intensas,
com expressivo escoamento superficial. Quando não se têm dados locais
específicos disponíveis, a taxa de infiltração é normalmente expressa em termos de
vazão por extensão de rede ou por área servida. A NBR 9649/1986 da ABNT cita a
faixa de 0,05 a 1,0 L/s. Km (VON SPERLING, 2006, p.80).
Quanto ao destino do esgoto, na maioria das vezes, são coleções de água
natural - cursos de água, lagos ou mesmo o oceano, mas também pode ser o solo
convenientemente preparado para receber a descarga efluente do sistema. A esse
destino final se denomina de corpo receptor (NUVOLARI et al, 2003, p.16).
As principais categorias de matéria orgânica encontradas nos esgotos
sanitários são proteínas, carboidratos e lipídios. Proteínas são grandes complexos
moleculares compostos de aminoácidos; carboidratos são compostos
polihidroxilados, tais como açúcares, celulose e amidos; lipídios são substâncias
orgânicas à base de óleos, graxas e gorduras. O volume de matéria orgânica
biodegradável presente em uma amostra de esgoto doméstico típico deverá
apresentar 40% a 60% de proteínas, 25% a 50% de carboidratos e cerca de 8% a