outras enamoradas. Portanto, se o córrego acabava no lago era por amor.
Se um pinheiro se erguia ao lado de outro era por amor. E a visão de Deus
sob as coisas, que dava unidade ao criado, era mais forte que as próprias
coisas; a unidade do todo era mais forte que a distinção das coisas entre
elas.
14
(CHIARA apud ROSSÉ 2001, p.830).
Lubich relata em chave confessional: para ela, a experiência tem uma alta
densidade de realismo, isto é, a mística e a contemplação eram fruto da vivência
evangélica assim como seus frutos de conversão e de formação de comunidade.
Esta experiência mística não tinha somente uma utilidade alegórica para entender
Deus, mas era, por assim dizer, desvelação para mostrar a verdadeira realidade das
coisas: Deus que as sustenta.
Giordani também parece concordar que havia um aspecto contemplativo na
natureza circundante ao escrever sobre aquele período:
E então, quando se ia à campanha, aquelas florestas alpinas se
transfiguravam em catedrais, aqueles cumes pareciam picos de cidades
santas, flores e ervas se coloriam com a presença de anjos e santos: tudo
se animava em Deus. Caíam as barreiras da matéria. Esta também era uma
forma daquela reconciliação de sagrado e profano, por meio da qual,
eliminado o feio, o mal, o deformado, se recuperavam por todas partes os
valores de beleza e de vida da natureza, em todos os seus aspectos.
Os seus discursos [de Lubich], como as obras, resultavam em um assíduo
desmantelamento de detritos mortuários para restabelecer a comunicação,
para si tão simples, da natureza com a sobrenatureza, da matéria com o
espírito, da terra com o Céu. Uma duplicação dos valores da existência na
terra; um abrir a passagem ao paraíso.
15
(GIORDANI 2007 p. 153)
É difícil distinguir se Giordani utiliza um artifício literário poético para exprimir
estados de espírito, o que lhe concederia uma certa licença na escrita; ou se ele
33
14
“Io avvertii che non era tutto fiamma solo dentro di me [riferimento alla Parola del Vangelo]
ma, in certo modo, anche fuori di me. [até aqui, CIARDI 2006. p.173] Avevo l'impressione di percepire,
forse per una grazia speciale di Dio, la presenza di Dio sotto le cose. Per cui se i pini erano inondati
dal sole, se i ruscelli cadevano nelle loro cascatelle luccicando, se le margherite e gli altri fiori ed il
cielo erano in festa per l'estate, più forte era la visione d'un sole che stava sotto a tutto il creato.
Vedevo, in certo modo, credo, Dio che sostiene, che regge le cose. E Dio faceva sì che esse non
fossero così come noi le vediamo; erano tutte collegate fra loro dall'amore, tutte, per così dire, l'una
dell'altra innamorate. Per cui se il ruscello finiva nel lago era per amore. Se un pino s'ergeva accanto
ad un altro era per amore. E la visione di Dio sotto le cose, che dava unità al creato, era più forte delle
cose stesse; l'unità del tutto era più forte che la distinzione delle cose fra loro.”
15
“E allora quando s’andava in campagna quelle foreste alpine si trasfiguravano in cattedrali,
quelle cime parevano picchi di città sante, fiori ed erbe si coloravano della presenza di angeli e di
santi: tutto s’animava in Dio. Cadevano le barriere della materia. Era anche questa una forma di quella
riconciliazione di sacro e di profano, per cui, eliminato il brutto, il male, il deforme, si ricuperavano
d’ogni parte i valori di bellezza e di vita della natura, in tutti i suoi aspetti.
I discorsi di lei (Chiara), come le opere, risultavano un assiduo sgombero di detriti mortuari per
ristabilire la comunicazione, per sé così semplice, della natura con la soprannatura, della materia con
lo spirito, della terra col Cielo. Una duplicazione dei valori dell’esistenza in terra; un aprire il valico al
paradiso.”