Download PDF
ads:
CAMILA MACAGNAN
AS RELAÇÕES INTERORGANIZACIONAIS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA
IMAGEM TURÍSTICA REGIONAL
Um estudo na microrregião Rota das Terras – Rio Grande do Sul
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI
Centro de Educação de Balneário Camboriú
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
CAMILA MACAGNAN
AS RELAÇÕES INTERORGANIZACIONAIS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA
IMAGEM TURÍSTICA REGIONAL
Um estudo na microrregião Rota das Terras – Rio Grande do Sul
Dissertação de Mestrado apresentada como
requisito para obtenção do título de Mestre em
Turismo e Hotelaria pelo Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Turismo e Hotelaria da
Universidade do Vale do Itajaí, sob a orientação da:
Profª. Dra. Anete Alberton
Balneário Camboriú
2007
ads:
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas especiais que tive a grande sorte de poder contar nesta minha
trajetória...
À Minha Família
...ao meu Pai Ivo e minha Mãe Bea, pelo dedicado esforço, paciência, incentivo,
apoio e o carinho incondicional.
...aos meus irmãos Edu e Rica, pela alegria de existirem.
...à vovó Helena e Tia Inês, pela preocupação e confiança.
Aos Meus Amigos
...Janaina pela sua alegria, apoio e por se dispor a percorrer a Rota das Terras junto
comigo.
...Marcela pelos sábios conselhos e por facilitar o contato junto a Prefeitura Municipal
de Cruz Alta.
...Nilse pela amizade e por ter me iniciado a vida cientifica.
...à mana TaTe que me adotou em Bal. Camboriú.
...à Luciana por dividir as angústias do mestrado.
...à Maria pelas divertidas conversas e pela hospitalidade.
...aos colegas de mestrado, Elenara, Fabiela, Gilberto, Janaina, Silvia, e toda turma,
pelo doce convívio e pelas discussões produtivas.
...aos amigos das turmas de 2004: Alissandra, Anna, Daniela, Daniel, Maria Helena,
Ricardo e Gabi; e 2006: Adonai, Daniele, Nadia e Olívia; que tive a alegria de
conhecer e conviver neste período.
Aos professores
...Profa. Anete Alberton pelas contribuições e principalmente pela paciência.
...ao Prof. Miguel Angel Verdinelli pelo valioso tempo despendido e pelos
importantes ensinamentos.
....E a todas as demais pessoas que não foram citadas, mas que de alguma forma,
contribuíram tornando mais rico este processo.
iv
RESUMO
A imagem turística, sob o contexto regional, é formada a partir das ações de
instituições municipais, que podem ou não atuar de forma coordenada através de
cooperação interorganizacional, na busca por vantagens competitivas. Neste
cenário, este trabalho objetivou analisar as relações interorganizacionais no
processo de formação da imagem turística regional da Rota das Terras. Essa
microrregião, situada na região central do Rio Grande do Sul, criou, em 1997, o
Consórcio de Desenvolvimento Sustentável Rota das Terras, formado a partir da
iniciativa de instituições públicas e privadas, atualmente integrando 21 municípios,
motivados para o incremento da atividade turística da região. A pesquisa foi
desenvolvida em duas fases, uma de análise qualitativa e outra quantitativa. Na
análise qualitativa foram avaliadas 65 peças impressas de divulgação, para
identificar os atores envolvidos na promoção turística e selecionar os atributos
promovidos pelas instituições pertencentes à Rota das Terras. Na pesquisa
quantitativa foram aplicados 73 questionários envolvendo gestores representantes
de diferentes segmentos: do governo, das empresas privadas e das associações
que atuam no desenvolvimento do turismo na região, analisando a identidade
projetada e as relações interorganizacionais sob a perspectiva de cada um dos
segmentos. Para análise dos dados foram utilizadas técnicas de análise descritiva
(freqüência, impacto médio, desvio padrão), análise de variância e multivariada
(fatorial e clusters). Os resultados indicam que as organizações públicas são as
instituições que mais promovem os atrativos locais e regionais. As instituições
públicas, privadas e associações estão de acordo sobre os atributos promovidos,
as associações percebem em mais alto grau a atratividade dos atributos, do que as
empresas, enquanto que estas acreditam que a região é mais bem vista que as
associações e os órgãos públicos. As instituições, em geral, vêem a região com
projeção de crescimento, mas ainda pouco preparada para o turismo. Quanto às
relações interorganizacionais, embora as organizações se identifiquem com a Rota
das Terras e sintam-se aglomeradas, elas mantêm pouco contato entre si e a
comunicação e o poder de influência das decisões é unilateral, sendo os órgãos
públicos centralizadores das decisões para o desenvolvimento do turismo regional.
Palavras-chave: imagem; imagem turística regional, regionalização e relações
interorganizacionais.
v
ABSTRACT
The touristic image, under regional context, is performed from municipal institutions
initiatives that could, or not, act of coordinate form through the interorganizational
cooperation, searching for competitive advantages. In this scene, the dissertation
aimed to analyze the interorganizational relations in the process of formation of the
regional touristic image of Rota das Terras. This microrregion, situated in the Central
Region of Rio Grande do Sul State, founded, in 1997, the Consórcio de
Desenvolvimento Sustentável Rota das Terras, formed from a initiative of public and
private institutions, integrating actually 21 municipalities, motivated for increase the
touristic activity of the region. The research was developed in two stages, utilizing
qualitative in the first and quantitative analyses in the second. In the qualitative
analyses were evaluate 65 pieces of press divulgation for identifying the involved
actors on the touristic promotion and selecting the promoted attributes by the
institutions integrants of Rota das Terras. In the quantitative research were
performed 73 questionnaires with managers representing different segments:
govern, private initiative and associations that participate on the development of
regional tourism, analyzing the projected identity and the inter-institutional relations
under the perspective of each one of the segments. For data analyzing were utilized
descriptive analyses (frequency, medium impact, standard deviation), variance
analyses and multivariate (factorial and clusters). The results indicate that public
organizations are the institutions that more promote local and regional attractives.
The results indicate that public organizations are the institutions that more promote
local and regional attractives. The public and private institutions and the associations
agree on the promoted attributes, while the associations percept in higher degree the
attractiveness of the attributes than the enterprises, but these believe that the region
is more well viewed than associations and public institutions do it.. The institutions, in
general, percepts the region with potential for increasing, but yet lowly prepared for
tourism. Considering the inter-institutional relations, although the organizations have
identification with Rota das Terras and feel like agglomerate, maintain little mutual
contact. The communication and the influence power of decision is unilateral, being
the public organs that centralize the decisions for the regional development of
tourism.
Key words: image; regional touristic image, regionalisation, interorganizational
relations.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Identidade: quadro conceitual ...................................................................29
Figura 2 - Modelo do Processo de Interdependência da Identidade e Imagem ........35
Figura 3 - Conexão entre identidade organizacional percebida e imagem externa
construída para fortalecer a identificação organizacional..........................................38
Figura 4 - Relação entre imagem, identidade e reputação........................................40
Figura 5 - Modelo estrutural do turismo.....................................................................43
Figura 6 - Sistema Geral de Formação da Imagem da Destinação...........................50
Figura 7 - Modelo de Proposição dos Determinantes da Imagem de Destinações
Turísticas antes da Visitação.....................................................................................51
Figura 8 - Modelo de Formação da Imagem de Destinação .....................................53
Figura 9 - Mapa das Zonas Turísticas do Rio Grande do Sul....................................76
Figura 10 - Mapa ilustrativo da Rota das Terras .......................................................77
Figura 11 - Modelo esquemático da pesquisa...........................................................87
Figura 12 - Fluxo dos procedimentos metodológicos ..............................................101
Figura 13 - Dendrograma do Fator 1 (Promoção Regional) ....................................152
Figura 14 - Dendrograma do Fator 2 (Cooperação) ................................................154
Figura 15 - Dendrograma do Fator 3 (Papel Organizações Privadas) ....................155
Figura 16 - Dendrograma do Fator 4 (Conhecimento) ............................................157
vii
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Porcentagem de cada meio de comunicação utilizado por setor...........108
Gráfico 2 - Número de meios de comunicação utilizados por setor ........................109
Gráfico 3 - Concordância com os atributos projetados por público .........................112
Gráfico 4 – Médias da concordância com os atributos projetados por público........113
Gráfico 5 - Atratividade dos atributos projetados por público ..................................116
Gráfico 6 - Médias da atratividade dos atributos projetados por público .................117
Gráfico 7 - Percepção de prestígio externo por público ..........................................120
Gráfico 8 - Médias da percepção de prestígio externo por público .........................121
Gráfico 9 – Nível de Identificação por público .........................................................123
Gráfico 10 - Médias da identificação por público.....................................................124
Gráfico 11 – Nível de Contato por público...............................................................125
Gráfico 12 - Médias do contato por setor ................................................................126
Gráfico 13 - Nível de Conhecimento por público.....................................................127
Gráfico 14 - Médias do conhecimento por público ..................................................128
Gráfico 15 - Nível de Comunicação por público ......................................................130
Gráfico 16 – Médias da comunicação por setor ......................................................131
Gráfico 17 - Comportamento de Envolvimento Interorganizacional por público......134
Gráfico 18 – Médias do Envolvimento interorganizacional por público ...................135
Gráfico 19 - Papel Institucional por público .............................................................137
Gráfico 20 – Médias do Papel Institucional por público...........................................138
Gráfico 21 - Percepção das Ações do Consórcio Rota das Terras por público.......140
Gráfico 22 – Médias da Percepção do Consórcio por público.................................141
Gráfico 23 - Classificação de Redes por público.....................................................142
Gráfico 24 – Médias da Proximidade Geográfica por público..................................143
Gráfico 25 – Médias da Formalidade do Poder por público.....................................144
Gráfico 26 – Médias da Centralidade do Poder por público ....................................144
viii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Termos e conceitos de Imagem, Identidade e Reputação ......................36
Quadro 2 - Principais abordagens e autores sobre imagem de destinações ............45
Quadro 3 - Dimensões e atributos da imagem turística percebida............................46
Quadro 4 - Pontos/eventos turísticos e base econômica por município da Rota das
Terras........................................................................................................................79
Quadro 5 - Objetivos específicos, variáveis e instrumentos de pesquisa..................86
Quadro 6 - Categorias de Análise para o Material de Divulgação Impresso .............89
Quadro 7 - População e amostra da pesquisa ..........................................................91
Quadro 8 - Escala de Medida....................................................................................92
Quadro 9 - Estrutura do Questionário .......................................................................92
Quadro 10 - Variáveis do instrumento quanto à Percepção de Prestígio Externo.....93
Quadro 11 - Variáveis do instrumento quanto as Relações Interorganizacionais .....95
Quadro 12 - Tabulação das Perguntas de Controle..................................................96
Quadro 13 - Lista de peças publicitárias impressas analisadas..............................103
Quadro 14 - Atrativos promovidos pelas instituições da Rota das Terras ...............105
Quadro 15 - Identificação dos respondentes por cidade e atividade.......................107
Quadro 16 – Diferenças estatísticas das médias da atratividade............................117
Quadro 17 – Avaliação Geral Identidade Projetada ................................................121
Quadro 18 – Diferenças estatísticas das médias da comunicação (Teste Tukey) ..131
Quadro 19 – Diferenças estatísticas das médias da centralidade do poder (Teste
Tukey) .....................................................................................................................145
Quadro 20 - Avaliação Geral das Relações Interorganizacionais ...........................145
Quadro 21 - Descrição do agrupamento dos setores para o Fator 1 (Promoção
Regional).................................................................................................................153
Quadro 22 - Descrição do agrupamento dos setores para o Fator 2 (Cooperação)154
Quadro 23 - Descrição do agrupamento dos setores para o Fator 3 (Papel
Organizações Privadas) ..........................................................................................156
Quadro 24 - Descrição do agrupamento dos setores para o Fator 4 (Conhecimento)
................................................................................................................................157
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Concordância com os Atributos Projetados ...........................................111
Tabela 2 - Atratividade dos Atributos Projetados ....................................................115
Tabela 3 - Percepção de Prestígio Externo.............................................................119
Tabela 4 – Nível de Identificação ............................................................................122
Tabela 5 – Nível de Contato....................................................................................124
Tabela 6 - Nível de Conhecimento..........................................................................127
Tabela 7 - Nível de Comunicação ...........................................................................129
Tabela 8 - Comportamento de Envolvimento Interorganizacional...........................132
Tabela 9 - Papel Institucional ..................................................................................136
Tabela 10 - Percepção das Ações do Consórcio Rota das Terras..........................139
Tabela 11 - Classificação de Redes........................................................................142
Tabela 12 - Definição dos fatores para análise .......................................................147
Tabela 13 - Matriz Rotacionada ..............................................................................148
Tabela 14 - Definição dos Fatores ..........................................................................149
x
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice A - Descrição das Cidades da Rota Das Terras (PIPG) ..........................175
Apêndice B - Formulário da Pesquisa Quantitativa .................................................179
Apêndice C – Indicadores e renumeração das variáveis do terceiro bloco do
instrumento de pesquisa .........................................................................................183
Apêndice D - Estatuto Social do Consórcio Rota Das Terras dee Desenvolvimento
Turístico e Ambiental...............................................................................................185
xi
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS...................................................................................................vi
LISTA DE GRÁFICOS...............................................................................................vii
LISTA DE QUADROS ..............................................................................................viii
LISTA DE TABELAS...................................................................................................ix
LISTA DE APÊNDICES ..............................................................................................x
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13
1.1 OBJETIVOS DE PESQUISA................................................................................15
1.1.1 Objetivo Geral.................................................................................................15
1.1.2 Objetivos Específicos....................................................................................16
1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA .......................................................................16
1.3 ESTRUTURA DO ESTUDO .................................................................................20
2 MARCO TEÓRICO........................................................................................................ 22
2.1 IMAGEM: DELIMITAÇÃO DO TEMA..................................................................22
2.1.1 Uma visão introdutória ao tema...................................................................22
2.1.2 A imagem sob o enfoque mercadológico...................................................26
2.1.3 Conceituações e relação entre Identidade, Imagem e Reputação........28
2.2 IMAGEM TURÍSTICA............................................................................................40
2.2.1 Amplitude Conceitual ....................................................................................41
2.2.2 A Imagem Turística pela Percepção do Turista........................................44
2.2.3 Fontes de Informação ...................................................................................51
2.2.4 Promoção da Imagem Turística ..................................................................54
2.3 A REGIONALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERORGANIZACIONAIS
COOPERATIVAS...............................................................................................................59
2.3.1 A regionalização e suas premissas para o turismo no Brasil.................60
2.3.2 Relações Interorganizacionais Cooperativas............................................63
2.3.3 Relações cooperativas entre organizações turísticas .............................71
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS............................................................................... 75
3.1 SOBRE A MICRORREGIÃO DENOMINADA ROTA DAS TERRAS..............75
3.2 CONCEITOS PESQUISADOS ............................................................................79
3.2.1 Identidade Projetada .....................................................................................80
3.2.2 Relações Interorganizacionais Cooperativas............................................81
3.3 PROBLEMA DE PESQUISA ................................................................................85
3.4 DELINEAMENTO DA PESQUISA.......................................................................86
3.5 PARTE 1: PROCEDIMENTOS QUALITATIVOS ..............................................88
3.6 PARTE 2: PROCEDIMENTOS QUANTITATIVOS ...........................................90
3.6.1 Públicos pesquisados....................................................................................90
3.6.2 Instrumento de coleta dos dados ................................................................91
3.6.3 Coleta dos dados...........................................................................................96
3.6.4 Tratamento e análise dos dados.................................................................97
3.7 ESTRUTURA GERAL DA PESQUISA..............................................................100
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS.......................................... 102
xii
4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS ATRIBUTOS PROJETADOS PELAS
ORGANIZAÇÕES DA ROTA DAS TERRAS ...............................................................102
4.2 ANÁLISE DESCRITIVA POR INDICADOR......................................................105
4.2.1 Meios de Comunicação utilizados.............................................................108
4.2.2 Identidade Projetada ...................................................................................109
4.2.3 Relações Interorganizacionais Cooperativas..........................................122
4.3 ANÁLISE MULTIVARIADA.................................................................................146
4.3.1 Análise Fatorial.............................................................................................146
4.3.2 Análise de Cluster por fator........................................................................152
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 159
REFERÊNCIAS........................................................................................................165
APÊNDICES .............................................................................................................175
1 INTRODUÇÃO
A regionalização vem marcando as últimas décadas como uma das
tendências mundiais que, fortalecida pela globalização e pela abertura dos
mercados, foi percebida como sujeito do desenvolvimento (DALLABRIDA, 2000). Em
decorrência, na administração pública do turismo, o processo de regionalização foi
conduzido nos últimos anos, pelo governo federal, a partir do Plano Nacional de
Turismo, lançado no ano de 2003, iniciativa adotada como alternativa de
descentralização do governo (ROSCOCHE, 2004; MTUR, 2004).
Entre as premissas que nortearam o Plano Nacional de Turismo – PNT
destacam-se a parceria e a gestão descentralizada; a desconcentração de renda por
meio da regionalização, interiorização e segmentação da atividade turística; a
diversificação dos mercados, produtos e destinos; a inovação na forma e no
conteúdo das relações e interações dos arranjos produtivos; a adoção de
pensamento estratégico, exigindo planejamento, análise, pesquisa e informações
consistentes; e, o incremento do turismo interno (MTUR, 2004).
No mesmo ano do lançamento do Plano Nacional do Turismo, foi proposto,
pelo Ministério do Turismo, o chamado Programa de Regionalização do Turismo
Roteiros do Brasil (ROSCOCHE, 2004). Como objetivos, o programa visa promover
uma gestão de política pública descentralizada, coordenada e integrada, baseada
nos princípios da flexibilidade, de articulação, de mobilização, de cooperação
intersetorial e interinstitucional e na sinergia de decisões. O Programa de
Regionalização do Turismo PRT incentiva o planejamento regional de forma
integrada, participativa e com gestão coordenada de todos os atores municipais em
cada região turística (MTUR, 2004).
Com a regionalização do turismo, a ão centrada na unidade municipal é
direcionada para uma política pública mobilizadora de planejamento e coordenação
para o desenvolvimento turístico local, regional, estadual e nacional, de forma
articulada e compartilhada (ARAUJO e BRAMWEL, 2002; FORTES e
MANTOVANELI, 2006). Assim, os esforços de instituições municipais, regionais,
estaduais e nacionais são direcionados de forma coordenada em ações de
negociação, consenso, planejamento e organização social, sendo objetivo desta
nova estrutura, diversificar a oferta turística brasileira, ordenando as regiões em
14
roteiros, a fim de aumentar a competitividade dos produtos turísticos em todos os
estados (MTUR, 2004; BOM, VARGAS e MARTONI, 2006).
Ao propor a regionalização para o desenvolvimento local, o Ministério do
Turismo ampliou a visão do sistema turístico, no qual a individualidade não é
suficiente, pois o ambiente impõe a integração em um sistema, em uma rede real,
viva, baseada em relações e comunicações, amparada por valores e intenções
(CASAROTTO FILHO e PIRES, 2001; ALMEIDA, 2005). Neste ambiente em rede, a
capacidade de promover a cooperação é facilitada como estratégia competitiva
(THESING, 2005).
Sob esta concepção são apresentados benefícios para as organizações que
estabelecem algum tipo de relação em rede, de maneira formal ou informal, com
outras organizações que atuam em áreas semelhantes ou idênticas. As trocas de
recursos entre as organizações sejam estes materiais, como matéria-prima, ou
imateriais, como informação, mão-de-obra, conhecimento e habilidades (SELIN e
BEASON, 1991; BARNEY, 1991; GULATI, 1999); a união de esforços e a divisão
dos custos para os desafios do mercado, bem como o desenvolvimento de ações
estratégicas de marketing de forma cooperada (SELIN e BEASON, 1991; CAI, 2002;
ATELJEVIC e DOORNE, 2004) são alguns dos benefícios identificados para que as
organizações conquistem de forma conjunta, vantagens competitivas frente aos
concorrentes externos.
Assim, um dos pontos positivos para a cooperação entre organizações, é a
sinergia de esforços despendidos no marketing (POWEL, 1990; CASAROTTO
FILHO e PIRES, 2001). Dessa forma, o investimento na divulgação e promoção da
imagem pode ser otimizado, podendo ganhar maior abrangência de público, de
mídia e de ações promocionais. Promovendo a região turística de forma integrada
entre as instituições, ganha-se em escopo e escala (SELIN e BEASON, 1991; CAI,
2002; ATELJEVIC e DOORNE, 2004), podendo atrair diferentes públicos, através da
diversidade de atrativos ofertada.
A formação e a manutenção da imagem são consideradas importantes
ferramentas de promoção de marketing para cidades, regiões e países, que afinal
são considerados produtos a serem vendidos, tanto para o turismo como para a
própria captação de investimentos (KOTLER, HAIDER e REIN, 1994; BUTLER e
HALL, 1998). E pela competitividade existente são empreendidas por instituições
15
ações para criar uma imagem que permita a projeção internacional de acordo com o
posicionamento desejado (PAZ, 2005).
Uma das principais dificuldades na projeção da imagem regional, sendo
turística ou não, é a necessidade que o local tem de criar uma história sobre si e
contá-la coerentemente e de forma atrativa (KOTLER, HAIDER e REIN, 1994). No
entanto, no caso da atividade turística, são envolvidos muitos atores na promoção
de seus produtos, consequentemente são utilizados diversos canais de mídia, o que
aumenta o risco de serem criadas e promovidas mensagens opostas e confusas.
Dessa forma, os atores podem promover imagens diferenciadas e conflitantes
podendo as mesmas se chocar e se contrapor (KOTLER, HAIDER e REIN, 1994).
Este intricado processo de formação da imagem turística regional, a partir das
inter-relações entre as instituições é o foco deste trabalho, que tem como objeto de
estudo a microrregião Rota das Terras, situada na macrorregião norte do Estado do
Rio Grande do Sul. A escolha se justifica pelo fato de que, a partir da união do poder
público e da iniciativa privada, desde 1997 foi criado o Consórcio de
Desenvolvimento Sustentável Rota das Terras como alternativa para o
desenvolvimento do turismo na região. Neste contexto, este estudo busca responder
a seguinte questão: como as organizações da região da Rota das Terras estão
inter-relacionadas para a formação da imagem turística regional?
1.1 OBJETIVOS DE PESQUISA
Para responder ao questionamento acima apresentado os seguintes objetivos
foram estabelecidos:
1.1.1 Objetivo Geral
Analisar as relações interorganizacionais no processo de formação da
imagem turística regional da Rota das Terras.
16
1.1.2 Objetivos Específicos
Selecionar os atributos promovidos pelas instituições da Rota das Terras;
Verificar os meios de comunicação utilizados pelos atores envolvidos na
promoção turística regional;
Determinar a percepção das organizações públicas, privadas e associações
sobre a identidade projetada da microrregião da Rota das Terras / RS;
Caracterizar a atuação e a percepção das relações interorganizacionais
pelas instituições públicas, privadas e associações.
1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
Ao propor a análise das relações interorganizacionais no processo de
formação da imagem turística regional, dois campos de estudo de grande profusão
nas discussões acadêmicas são abordados. Isoladamente, a imagem e as relações
interorganizacionais são temas bastante difundidos teoricamente e, neste
trabalho, são pesquisados de forma interligada, contribuindo para a
complementação das discussões em ambas as áreas de estudo.
As abordagens conceituais, enfoques e campos de estudo que pesquisam a
imagem são inúmeras (BOULDING, 1956; DUTTON e DUKERICH, 1991; GOMES e
SAPIRO, 1993; DUTTON, DUKERICH e HARQUAIL, 1994; BARICH e KOTLER,
1999; GIOIA, SCHULTZ e CORLEY, 2000; SMIDTS; PRUYN e VAN RIEL, 2001;
MACHADO, 2001; MEYER, 2002; ALMEIDA, 2005). Da mesma forma, é grande o
interesse dedicado às pesquisas sobre imagem de destinações turísticas
principalmente provenientes de periódicos internacionais (NASAR, 1990; COHEN,
1993; AHMED, 1996; BUTLER e HALL, 1998; JENKINS, 1999; BIGNÉ, SANCHEZ e
SANCHEZ, 2001; BRADLEY, HALL e HARRISON, 2002; ECHTNER, 2002;
KONECNIK, 2004).
A imagem turística tem sido intensamente discutida, tanto na área do
marketing, como no turismo (UM, 1993; AHMED, 1996; BALOGLU e MCCLEARY,
1999; BIGNÉ, SANCHEZ e SANCHEZ, 2001). Em sua grande maioria, as pesquisas
enfocam a percepção da imagem pelo turista e o comportamento deste no processo
de escolha da destinação turística. Em menor número são as pesquisas que
17
abordam a promoção da imagem turística, destacando o trabalho de Kotler, Haider e
Rein (1994) no exterior, e as dissertações de Solha (1999) e Ituassu (2004), ambas
analisando a imagem promovida no Brasil e focando, respectivamente, os veículos
de comunicação escrita para a divulgação do lugar e a construção da imagem de
país a partir do material promocional da campanha da Embratur.
Embora o termo “imagem” seja em sua grande maioria investigado a partir da
percepção do consumidor, ou do turista, estudos no campo da imagem
organizacional que defendem outras visões para este tema, como será adotado
nesta pesquisa. A imagem organizacional ganhou novo foco com a difusão de
conceitos semelhantes e relacionados a ela, como identidade e reputação,
perspectivas estas, que focam a avaliação de uma organização pelo ponto de vista
de um ou mais stakeholders (DOWLING, 2004). Sob estes paradigmas, os conceitos
de identidade e imagem perpassam a avaliação dos membros internos à
organização, enquanto que a reputação foca a percepção do público externo
(DUTTON e DUKERICH, 1991; DUTTON, DUKERICH E HARQUAIL, 1994; GIOIA e
THOMAS, 1996; GIOIA, SCHULTZ e CORLEY, 2000).
Pela perspectiva dos membros da organização, as pesquisas sobre imagem
discutem as relações entre os membros e a relação destes com a organização. A
investigação de Dutton e Dukerich (1991) é considerada uma das precursoras,
analisando a imagem e a identidade do ponto de vista interno, a partir das
avaliações que os membros do Porto de Nova York e Nova Jersey fazem deles e da
organização. Posteriormente, Dutton, Dukerich e Harquail (1994) desenvolvem o
modelo de imagem organizacional e identificação dos membros com a organização,
modelo este que não foi testado pelas autoras. os trabalhos de Gioia e Thomas
(1996) e Gioia, Schultz e Corley (2000) adotam a mesma terminologia proposta por
Dutton e Dukerich (1991).
Esta abordagem organizacional da imagem será adaptada para o turismo, no
processo de formação da imagem turística, em um contexto regional, considerando
como membros internos e formadores da imagem, as instituições envolvidas nesta
atividade. Neste sentido, a forma pela qual as instituições se relacionam neste
processo, interfere na imagem da região, sendo então necessário o aporte dos
estudos que abordam as relações interorganizacionais.
As pesquisas científicas são também abrangentes ao que se refere aos
estudos sobre as relações cooperativas interorganizacionais (SCHOMMER, 2000;
18
VERSCHOORE FILHO, 2003; HOFFMANN, MOLINA-MORALES e MARTINEZ-
FERNÁNDES, 2004; CUNHA e MELO, 2005). Da mesma forma, como tema
abrangente e complexo, a regionalização interessa a diversos campos de estudos
como, políticas públicas (ENDRES, 2003; SCHOMMER, 2003), processos sócio-
culturais (BECKER, 1996; JACKS, 1998) e econômicos (KOTLER, JATUSRIPITAK e
MAESINCEE, 1997; CASTELLS, 2003).
No campo dos estudos na área de turismo, a regionalização e o enfoque nas
relações cooperativas vêm recebendo interesse crescente, principalmente em
pesquisas nacionais. Temas como clusters (CUNHA e CUNHA, 2006; GOMES e
SILVA, 2006; MONTEIRO e MENÃO, 2006; NOVAES e SPONCHIADO, 2006;
SILVA; 2006), redes de cooperação (LUCCHESE, [s.d]; COSTA, 2005;
MASSUKADO e TEIXEIRA, 2006; SANCHO, 2006; TEIXEIRA, CUNHA e SILVA,
2006), desenvolvimento regional (ARAUJO e BRAMWELL, 2002; AULICINO, 2004;
ROSCOCHE, 2004; MORAES e MATHEUS, 2004; LEMOS e SOUZA, 2006) e
políticas de regionalização do turismo (BOM, VARGAS e MARTONI, 2006; FORTES
e MANTOVANELI JR., 2006) tem sido atuais nos estudos no turismo.
O desenvolvimento como tema para a área de turismo,
passou a ser uma questão central, uma vez que as destinações, em sua
maioria, dependem do tempo de permanência do visitante que, por sua vez,
depende da quantidade e da qualidade da oferta turística. Ou seja, por mais
que um único município ofereça excelentes atrativos e boa infra-estrutura,
dificilmente conseguirá manter a estada dos turistas por um tempo maior se
não houver um trabalho integrado com a região de entorno que possibilite a
diversificação e a qualificação da oferta. (FORTES e MANTOVANELI JR,
2006, p.3)
Neste contexto, juntamente com o Plano de Regionalização do Turismo,
proposto pelo Ministério do Turismo, as relações cooperativas podem ser
estimuladas entre as instituições (THESING, 2005), trabalhando conjuntamente na
imagem como um fator para a atração turística (BALOGLU e McCLEARY, 1999;
BEERLÍ e MARTIN, 2004a/b). Portanto, em regiões, pólos, blocos comerciais e
consórcios, cujas empresas unem esforços para se manterem competitivas, podem
conjuntamente fortalecer a imagem da sua marca (KOTLER, HAIDER e REIN, 1994;
CASAROTTO FILHO e PIRES, 2001).
Embora autores como Powel (1990) e Casarotto e Pires (2001) afirmem que
as relações cooperativas podem incrementar os investimentos em marketing e
fortalecer a imagem da marca, ainda são poucas as pesquisas focando
19
especificamente esta relação, a que este trabalho tem como objetivo aprofundar.
Poucos são os estudos como o de Cai (2002), que enfocou a cooperação para a
criação de uma marca para destinos rurais. Há uma carência neste sentido, de
pesquisas de caráter científico, com o enfoque nas relações cooperativas entre as
organizações turísticas e seu envolvimento na formação da imagem de destinos
formados por aglomerações de cidades turísticas.
Além de contribuir para as discussões acadêmicas, este trabalho também visa
dar suporte às instituições, que no atual cenário mundial, em decorrência do
crescimento da competitividade nesta era informatizada e globalizada, devem
elaborar imagens atraentes para se diferenciar e conquistar consumidores (BARICH
e KOTLER, 1991; GOMES e SAPIRO, 1993; KOTLER, HAIDER e REIN, 1994;
SOLHA, 1999; MACHADO, 2001; ITUASSU, 2004; ALMEIDA, 2005). Ainda mais no
setor do turismo, considerado como uma das atividades de maior crescimento no
mundo, com tendência muito forte a intensificar progressivamente sua
representatividade no mercado global”, conforme Vaz (1999, p.7).
O crescimento de 35,5% na chegada de turistas no mundo, no período
compreendido entre 1996 a 2005 (EMBRATUR; 2006), mesmo com a crise no
turismo principiada em 2001 pelos atentados terroristas nos Estados Unidos e
consequentemente seguida pela Guerra no Iraque, pode representar a evolução do
turismo mundial. Além disso, o crescimento do setor turístico pode ser percebido não
unicamente pela demanda ascendente de turistas, mas também em função do
próprio aumento da oferta, provinda do empenho de novos destinos em conquistar
importância no mapa turístico mundial (BRADLEY, HALL e HARRISON, 2002),
exigindo das destinações iniciativas e ações como forma de se obter vantagem
competitiva.
Dessa forma, com a abordagem da cooperação entre organizações na
formação da imagem turística regional, é oferecida uma oportunidade para discutir
estes dois instrumentos adotados por certas destinações para conquistar vantagem
competitiva frente às demais. Para Kotler, Haider e Rein (1994) e Cai (2002), os
benefícios da imagem regional são para empresas, comunidade e governo, podendo
a região atrair turistas, moradores e investimentos, sendo que através da
cooperação toda a região, além de reduzir os custos entre os atores para a
promoção, pode ganhar também em escopo e escala, oferecendo maior número de
atrativos e atraindo público diverso (SELIN e BEASON, 1991). Mas é importante
20
salientar que a promoção da imagem gera muitos custos e, quando mal feita, pode
provocar resultados negativos e ineficientes, sendo de grande complexidade criar
uma imagem sólida e positiva, principalmente quando existem muitos atores
envolvidos, como é o setor turístico (KOTLER, HAIDER e REIN, 1994).
Pela perspectiva política, esta pesquisa contribui em dois pontos. Na
discussão de uma das premissas de grande importância para o PRT, que é a
cooperação regional e que promove a coordenação e colaboração das instituições.
E também quanto ao papel das instituições públicas neste processo.
Finalmente, considerando o turismo uma trama de relações entre empresas,
indivíduos e entidades (civis, governamentais, etc), uma cadeia de oferta a qual
todos os atores interferem no produto final, as ações de marketing e de construção
de imagem tendem a ter alto grau de complexidade, pois a comunicação necessita
ter discursos de cada ator coerente com os demais (BIGNAMI, 2004). Portanto,
apresenta-se relevante para o momento, tanto pela contribuição do arcabouço
acadêmico, quanto pela discussão junto a empresas e instituições públicas, o como
estas instituições estão relacionadas no processo de formação da imagem turística,
no contexto da regionalização.
1.3 ESTRUTURA DO ESTUDO
Este trabalho é composto por cinco capítulos. No primeiro, é apresentada a
contextualização dos temas abordados. São expostas, as linhas que guiam o
trabalho, a introdução ao tema, a apresentação da questão-problema que conduz a
investigação, bem como os objetivos geral e específicos e a justificativa e relevância
desta pesquisa.
No Capítulo 2 constam as discussões teóricas sobre os temas abordados na
pesquisa e que norteiam a investigação. O primeiro item deste capítulo aborda
questões referentes à amplitude conceitual do termo imagem, enfocando as
abordagens mercadológicas e organizacionais. Em seguida são referenciadas as
pesquisas direcionadas a imagem de destinações turísticas. Por fim, o terceiro item
contextualiza o atual processo de regionalização do turismo e retrata novas formas
de relacionamentos interorganizacionais.
21
O terceiro capítulo aborda os aspectos metodológicos adotados para a
consecução da pesquisa. Neste estágio apresenta-se a descrição da Rota das
Terras, os conceitos para investigar a identidade projetada e as relações
interorganizacionais, o delineamento da pesquisa e os procedimentos de coleta e de
análise dos dados.
No Capítulo 4 são apresentados os resultados e a análise dos dados obtidos
na pesquisa. No primeiro item do quarto capítulo são identificados os atributos
projetados pelas organizações da Rota das Terras, resultados esses identificados a
partir da pesquisa qualitativa. Nos itens 4.2 e 4.3 são apresentados e analisados os
dados obtidos na pesquisa quantitativa. O item 4.2 apresenta a análise descritiva de
cada indicador e no item 4.3 as variáveis que investigam as relações
interorganizacionais são analisadas através de duas técnicas multivariadas, a
análise fatorial e de cluster. no Capítulo 5 são feitas as considerações finais do
trabalho.
Por fim, são apresentadas as referências que fundamentaram este trabalho e
os apêndices.
2 MARCO TEÓRICO
Ao propor a análise da imagem turística regional a partir das inter-relações
entre as instituições parece imprescindível abordar questões teóricas que enfocam a
imagem, a imagem de destinações turísticas, bem como as relações
interorganizacionais. Partindo deste pressuposto, este capítulo foi assim dividido,
abordando estes três enfoques.
A primeira parte deste capítulo procura caracterizar de forma geral a imagem,
direcionando o foco para as perspectivas mercadológica e organizacional e
demonstrando as relações, semelhanças e diferenças deste termo, com a identidade
e a reputação. Na segunda parte é discutida a amplitude conceitual da imagem de
destinações turísticas, versando sobre a imagem como percepção do turista e como
objeto da promoção mercadológica. Por fim são discutidas, a partir da regionalização
do turismo, as novas formas de relações interorganizacionais, enfocando também
estas relações no campo de estudos do turismo.
2.1 IMAGEM: DELIMITAÇÃO DO TEMA
Existe uma ampla e variada gama de estudos referente ao assunto imagem,
relativos às mais diferentes disciplinas e campos de pesquisa. Nos tópicos a seguir
serão expostos alguns conceitos e características deste termo, direcionados mais
precisamente para as áreas do marketing e da imagem organizacional que se
enquadram ao objetivo do trabalho.
2.1.1 Uma visão introdutória ao tema
Os estudos sobre imagem existem desde a antiguidade (MACHADO, 2001),
perpassando áreas de conhecimento como a filosofia, semiótica, teologia, geografia,
antropologia, comunicação, economia e marketing (SOLHA, 1999; ITUASSU, 2004).
Esta amplitude de abordagens apresenta a complexidade dos estudos sobre este
tema, que não é necessariamente um objeto concreto, físico e palpável, mas sim
que se vale de percepções da realidade e promove a construção de significados,
tanto a indivíduos, quanto a grupos (BOULDING, 1956; KOTLER, HAIDER e REIN,
23
1994; BARICH e KOTLER, 1991; SOLHA, 1999; MACHADO, 2001; ITUASSU,
2004).
Para Cohen (1993), os estudos sobre a imagem apresentam duas direções de
pesquisa, a extrínseca e a intrínseca. A primeira direção aborda o relacionamento
entre imagem e realidade, em que se procuram entender os reflexos, distorções,
falsidades desta realidade projetada. a direção intrínseca foca as características
da própria imagem, como estilo, estrutura, especialidade e as mensagens
decodificadas na imagem. O autor afirma que ambas direções podem ser
combinadas, mas que raramente o são.
A abordagem extrínseca sugerida por Cohen é discutida por Joly (1996), que
aborda a imagem como uma representação do real, seja ela material ou imaterial,
visual ou não, natural ou fabricada, assim “uma imagem é, antes de tudo, algo que
se assemelha a outra coisa” (JOLY, 1996, p. 38). Esta condição induz que a imagem
seja alocada na categoria das representações, que é submetida ao denominador
comum da analogia, ou da semelhança.
Da mesma forma, Ituassu (2004), contribuindo com esta afirmação, considera
que o fato de a imagem ser uma apropriação da realidade faz dela uma distorção do
próprio real, tornando-se assim a sua representação. Mesmo que a imagem seja
uma falsa realidade, quem a recebe aceita-a como verdade, pois acredita ser a
representatividade do real. Considerando a imagem como uma representação
analógica, pode-se observar, que haverá entre os diversos tipos de imagem uma
diferenciação: de um lado as imagens que são fabricadas, de outro as imagens que
são registradas.
As imagens que são fabricadas imitam mais ou menos corretamente um
modelo ou, como no caso das imagens científicas de síntese, propõem um
modelo. Sua função principal é imitar com tanta perfeição que podem se
tornar virtuais e provocar a ilusão da própria realidade sem serem reais. [...]
Na maioria das vezes, as imagens registradas assemelham-se ao que
representam. A fotografia, o vídeo, o filme são considerados imagens
perfeitamente semelhantes, ícones puros, ainda mais confiáveis porque são
registros feitos, como vimos, a partir de ondas emitidas pelas próprias
coisas. (JOLY, 1996, p. 38).
Paradoxalmente, ao estabelecer a diferenciação acima, Joly (1996)
involuntariamente criou uma imagem fabricada. No intuito de formular um modelo
para diferenciar as imagens, a partir de uma síntese, ao exemplificar imagens
registradas, o autor considerou a fotografia e o vídeo como imagens perfeitamente
semelhantes à realidade. Mas a imagem vai além do aporte visual. Ao considerar o
24
turismo, fotografia e deo são formas de se registrar uma imagem, e muitas vezes
podem esconder realidades importantes, como, por exemplo, odores desagradáveis
presentes numa paisagem deslumbrante, podendo ser suficientemente negativos a
ponto de desestimular uma visita àquele lugar, quando esta informação passa a ser
de conhecimento público, agregando este dado à percepção desta imagem.
Essa constatação é mais um fato que ressalta a complexidade da abordagem
deste tema, adentrando desta forma, nas questões subjetivas à imagem, que Cohen
(1993) chamou de imagem intrínseca. Pelo fato da imagem estar relacionada à
realidade, como exposto acima, ela sempre será comparada com experiências
passadas ou com o que já é de conhecimento de cada indivíduo (JOLY, 1996).
Logo, quando alguém aceita certa imagem, pode alterá-la e reconstruí-la em função
da comparação com outras imagens análogas, já armazenadas em sua memória.
Para Joly (1996), a imagem pode variar entre a visão natural das coisas,
como o sonho, a fantasia; e as construções a partir de paralelismos qualitativos,
como metáforas verbais, imagens de si, imagens de marcas. O autor define que
mesmo quando não se trata da imagem concreta, mas sim a mental, é unicamente a
comparação que a define.
Por depender da percepção e da fabricação de sentido, a imagem é tida como
subjetiva, pois cada sujeito agrega à informação recebida, valores próprios,
passando-a por processos de relativização e revitalização crítica, sob aspectos
individuais de experiências vividas e crenças (ITUASSU, 2004). A formação da
imagem, para Almeida (2005), é um processo subjetivo, único, relacionado à
experiência individual e, ao mesmo tempo, somatório de sensações, percepções e
inter-relações de atores sociais.
Entre as definições mais aceitas e difundidas para imagem, referindo-se ao
seu caráter subjetivo, destaca-se a que considera o termo como a “soma de crenças,
atitudes e impressões que uma pessoa ou grupo tem de um objeto. O objeto pode
ser uma empresa, produto, marca, lugar ou pessoa” (BARICH e KOTLER, 1991, p.
95). A imagem não precisa necessariamente ser de algo concreto, físico, podendo
ser somente de idéias, sensações, pois de qualquer forma ela poderá ser
processada na mente dos indivíduos. Assim, imagens formalizam conceitos,
posicionamentos, idéias que são percebidas na mente de indivíduos (ITUASSU,
2004).
25
Neste sentido, o termo imagem é aceito como o resultado da percepção, que
poderá ser falsa ou verdadeira, imaginada ou real (GOMES e SAPIRO, 1993). Por
este motivo, a imagem não pode ser considerada como fatos, ou mensagens, pois
ela é a construção de significados e percepções que cada pessoa passa a construir
após ter recebido um determinado número de informações, de várias fontes e com
certa freqüência no tempo (BOULDING, 1956).
Este caráter de permanente construção proporciona à imagem uma condição
de dinamicidade, ou seja, a capacidade da imagem ser alterada. Novas informações
podem influenciar a imagem construída, podendo modificar seu significado
simbólico. Assim, o acesso a novas informações pode não provocar nenhum
impacto, não causando modificação alguma na imagem; pode adicionar conteúdo à
imagem já existente, mas não agregando valor, mantendo-a como antes; pode
reforçar positivamente, melhorando a imagem que se tinha anterior àquela
informação; ou ainda pode colocar a imagem existente em vida ou até mesmo
causando a sua reformulação (BOULDING, 1956; MACHADO, 2001; ITUASSU,
2004).
Este processo de dinamicidade da imagem relaciona-se com outra
característica importante, que é a manutenção da imagem. Para manter uma
imagem positiva no tempo, é importante que as informações que perpetuem ou
melhorem a representatividade da imagem existente na mente dos indivíduos,
sejam constantes. A modificação de uma imagem não é tão fácil, pois novas
mensagens que são incoerentes com a percepção constituída acabam sendo
ignoradas e somente após um trabalho sistemático é que as informações
questionadoras poderão vir a ser aceitas como verdades (BOULDING, 1956;
MACHADO, 2001).
Até o momento a imagem foi apresentada apenas como fator de recepção de
várias mensagens no qual será construída subjetivamente por um indivíduo. Mas a
imagem também pode ser considerada como resultado de uma impressão projetada
deliberadamente por um emissor para certa audiência. A imagem construída pela
comunicação é uma ferramenta muito utilizada pelo marketing, que será discutido no
tópico a seguir.
26
2.1.2 A imagem sob o enfoque mercadológico
Os estudos sobre imagem pelos paradigmas do marketing foram iniciados em
meados da década de 50, primeiramente sob o enfoque nos estudos sobre marca,
que gradualmente estenderam-se para a imagem corporativa (ALMEIDA, 2005).
Convém esclarecer que, ao pesquisar a imagem sob o enfoque organizacional e
mercadológico foram encontradas duas terminologias: imagem organizacional e
imagem corporativa. Em virtude de não terem sido percebidas diferenças entre
ambas, serão aqui abordadas indistintamente.
O interesse acadêmico sobre a imagem começou a ganhar profusão a partir
dos primeiros trabalhos de Boulding e Martineau por meados dos anos 50. Estes
autores constataram que os consumidores compram produtos não apenas por seus
atributos e funções físicas, mas também pelos significados que conferem à marca
(BOULDING, 1956; BALOGLU e MCCLEARY, 1999; ITUASSU, 2004).
Sob esta visão, Boulding (1956) abordou que o comportamento humano é
dependente da imagem. Para o autor, “parte da nossa imagem do mundo é a crença
de que essa imagem é partilhada por outras pessoas como nós” (BOULDING, 1956,
p.6). Dessa forma a imagem é aquilo que acreditamos ser verdade. Além disso, “a
estrutura do conhecimento subjetivo ou a imagem de qualquer indivíduo ou
organização consiste não apenas de imagens de fato mas também de imagens de
valor (BOULDING, 1956, p.8, grifo do autor). Este valor é atribuído por uma
classificação das várias imagens que um indivíduo possui, de acordo com uma
escala de melhor e pior, que pode ser modificada em resposta às mensagens que
vão sendo agregadas.
Partindo desta classificação de valores, Barich e Kotler (1991) sob os
pressupostos do marketing definiram imagem sendo, a forma pela qual indivíduos
vêem a oferta mercadológica e o composto de marketing de uma organização. Estes
valores pessoais atribuídos à imagem de uma instituição, que a diferencia das
demais, são baseados nas percepções que as pessoas têm através de tudo que
elas tenham lido, escutado, visto em símbolos, anúncios e logotipos e pela própria
experiência direta com a instituição. Este processo é resultado das estratégias de
posicionamento e do como a organização quer ser percebida por seus públicos
(MACHADO, 2001).
27
Assim, a projeção da imagem ganhou importante destaque no marketing, cujo
objetivo é criar certas impressões que atraiam públicos de interesse por uma
organização, produto, marca, personalidade (BARICH e KOTLER, 1991; ALMEIDA,
2005), bem como, destinos turísticos. Sua relevância é verificada ao passo que “os
processos de construção e manutenção de imagens, assim como as conseqüências
que as imagens trazem para quem as têm, passam a ser vistos como fatores críticos
por aqueles que procuram eficácia em suas ações, no mercado” (ITUASSU, 2004,
p.14).
Nesse sentido, a imagem é considerada como o resultado de uma
determinada impressão que um emissor deliberadamente tenta projetar em uma
audiência. Ou seja, duas dimensões da imagem, uma como retrato interno a
partir de sensações e percepções, como apresentado no tópico anterior e outra
como imagem fabricada, que é construída pela comunicação. Podendo ser mais ou
menos verdadeira, mais ou menos precisa, mais ou menos saliente, mais ou menos
significante (ALMEIDA, 2005).
Estas duas dimensões da imagem são incorporadas na definição de Ind
(1990) que considera que “A imagem corporativa se produz ao ser recebida. Uma
organização pode transmitir uma mensagem sobre si mesma a seus empregados,
seus investidores, a seus clientes e a todo público, dentro e fora de si mesma” (IND,
1990, p.6). Para o autor, é possível transmitir uma mensagem especial de si, mas o
importante é a recepção desta mensagem, pois o público recebe constantes
mensagens sejam intencionais ou não, que variam da credibilidade das fontes de
comunicação, sendo as campanhas publicitárias e relações públicas ferramentas
para a criação de uma imagem mais idônea da organização.
Da mesma forma, Almeida (2005) concorda que, ao se tratar da imagem de
uma organização, de produtos ou marcas, há um esforço por parte das organizações
em criar uma impressão blica que atraia seus blicos de interesse, ou seja,
existe um gerenciamento por trás da imagem, conforme a intencionalidade da
organização. Assim uma organização pode vir a influenciar sua imagem
deliberadamente, como resultado de uma ação instrumental.
Desta dualidade podemos entender a imagem corporativa como sendo:
uma impressão vivida e holística de uma organização sustentada por
determinado segmento de público; parte, resultado de um processo de
construção de sentido, desenvolvido por esse determinado público e, outra
parte, resultado do processo de comunicação da organização, formal ou
28
informal, com maior ou menor controle, sistematizado ou não, constante ou
esporádico, bem ou mal gerenciado. (ALMEIDA, 2005, p. 59).
Assim, a comunicação pode ser aceita como forma de alterar uma imagem,
tentando modificar as crenças, sentimentos, idéias e impressões de um determinado
público em relação a um objeto, a outra opção seria então modificando o próprio
conceito de si (DOWLING, 1986 apud ALMEIDA, 2005). Como confirma Machado
(2001), a comunicação é o pilar fundamental para conquistar a melhor percepção
possível e em decorrência a melhor imagem junto aos públicos de uma organização.
A partir da comunicação a organização pode ser retratada de inúmeras formas, em
geral determinadas em função daquilo que ela quer destacar, ou seja, daquilo em
que ela é boa, buscando evitar que sejam expostos seus pontos fracos e negativos
(ALMEIDA, 2005).
Mas para Alvesson (2001), a imagem organizacional é ainda mais ampla, pois
“pode ser dirigida em atos e acordos específicos, em símbolos visíveis para
assimilação pública, mas também no comportamento diário dentro da organização e
na interação desta com outras” (ALVESSON, 2001, p.870). Esta característica da
imagem envolve questões referentes à identidade da organização. Esta relação
entre imagem e identidade, bem como com a reputação, provoca certa confusão
entre estes três conceitos (ITUASSU, 2004; ALMEIDA, 2005) sendo, portando,
apresentado no tópico a seguir, as definições e conceituações destas três
terminologias e das relações existentes entre elas.
2.1.3 Conceituações e relação entre Identidade, Imagem e Reputação
Ao abordar questões sobre imagem parece imprescindível discutir a relação
deste termo com outros dois conceitos: identidade e reputação. Nos estudos das
ciências organizacionais e marketing há interesse equivalente nestes três construtos,
por serem perspectivas que focam a avaliação geral de uma organização por um ou
mais grupos chaves de stakeholders (DOWLING, 2004). Existe uma grande
semelhança entre os assuntos, muitas vezes, tratados amesmo como sinônimos
(ITUASSU, 2004), sendo importante expor algumas definições e conceituações de
cada termo.
29
Referente aos estudos organizacionais, a identidade é um dos tópicos mais
abordados na atualidade em múltiplos níveis: organizacional, profissional, social e
individual (ALVESSON e SVENINGSSON, 2003). Caldas e Wood Jr., (1997)
elaboraram um modelo para a compreensão dos estudos sobre identidade, que vão
desde o caráter individual, perpassando as noções de grupo e organização, até
alcançar o nível macro, tanto referente à identidade de nações, como de
humanidade. A figura 01 representa a subdivisão dos estudos em cada um desses
níveis.
Figura 1 - Identidade: quadro conceitual
1
Fonte: Caldas e Wood Jr., 1997
Na figura 01, Caldas e Wood Jr (1997) expõem a conexão entre os temas
relacionados à identidade individual, de grupo e de organização. Referente à
identidade organizacional os autores afirmam que os estudos iniciaram entre o final
da década de 80 e início dos anos 90. Esta vertente manteria laços com o segundo
agrupamento, o de self-concept (auto-conceito) e identidade do grupo, que
1
Foram mantidas na figura 01 as terminologias adotadas pelos autores. Na primeira linha, a
dimensão da observação denominada Self pode também ser entendida como, segundo os mesmos
autores, identidade interior.
Self Humano
Caráter Nacional
Dimensão da Observação
Auto-Percepção
Imagem
Self
Comportamento
Indivíduo Grupo Organização Humanidade
Ego
Identidade
Interior
3
Identidade
Organizacional
6
1
Identidade
X
Autoconceito
Organizacional
4
5
Imagem
Corporativa
Self-concept:
Autoconceito
do indivíduo
X
do grupo
Identidade
do grupo
2
Dimensão do Objeto
30
compreende a identidade como sendo o entendimento que uma entidade, grupo ou
pessoa fazem de si mesmos, ou através da relação entre identidade individual e
identidade grupal através do conceito de identificação (CALDAS e WOOD JR.,
1997).
É importante salientar que a identificação tem recebido importante destaque
tanto nos estudos sobre a teoria da identidade social (MAEL e ASHFORTH, 1989),
de identidade organizacional (FOREMAN e WHETTEN, 2002; ALVESSON e
SVENINGSSON, 2003), como naqueles relacionados à imagem (DUTTON,
DUKERICH e HARQUAIL, 1994) e prestígio organizacional (MAEL e ASHFORTH,
1992; SMIDTS; PRUYN e VAN RIEL, 2001). Para Alvesson e Sveningsson (2003), a
teoria da identidade social e a identificação organizacional se popularizaram
enfatizando temas como identificação social em forma de uma percepção
sobreposta da identidade pessoal com a identidade de um grupo ou de uma
organização.
A identificação organizacional para Mael e Ashforth (1989) tem importante
destaque junto ao comportamento organizacional. Para os autores a teoria da
identidade social desenvolvida pelos teórico Tajfel e Turner
2
em meados dos anos
80, pode estabelecer algumas coerências com a identificação organizacional,
concernente ao fato de que para Tajfel os indivíduos classificam a si mesmos e aos
outros em várias categorias sociais como membros de uma organização, afiliação
religiosa, gênero, classes de idade, entre outros. Um dos objetivos para estas
classificações é para que os indivíduos localizem-se ou definam-se a si próprios no
ambiente social. Sendo a identificação social a crença de uma pessoa quanto a
algumas agregações humanas (MAEL e ASHFORTH, 1989).
A identificação algumas vezes é utilizada como sinônimo de compromisso,
embora seja mais ‘internalizada’, aderindo a valores e normas grupais,
homogeneizando atitudes e comportamentos (MACHADO, 2003). Neste sentido a
identificação organizacional teria como vantagens a cooperação entre os membros e
a competição com os não membros (DUTTON, DUKERICH e HARQUAIL, 1994).
Mael e Ashforth (1992) acreditam haver quatro conceitos para a identificação
organizacional. Em primeiro lugar a identificação é compreendida como um construto
2
Os autores Tajfel, H e Turner, J.C. foram os precursores da teoria da identidade social com o artigo
públicado em 1985 “The social identity theory of intergroup behavior” (apud MAEL e ASHFORTH,
1989 e 1992).
31
cognitivo/perceptivo não necessariamente associado com um comportamento
específico ou estado afetivo; segundo ela é relacional e comparativa; em função
desta última característica a identificação é considerada uma opinião própria; e, por
fim, por ser uma classificação, tende a ser categórica e a intensidade do sentido de
identificação é uma questão de grau.
Já Foreman e Whetten (2002) propõem que os membros de uma organização
podem ter múltiplas identificações de como pensar e se relacionar com a
organização em múltiplos níveis de abstração. Para esses autores os modelos
teóricos que abordam a identificação, afirmam que este fenômeno amplia ou
explicita um processo de comparação de identidade envolvendo um componente
avaliativo, a intenção pelos quais os membros do grupo contribuem para reduzir a
dissonância entre o ‘quem sou eu’ com o ‘quem somos nós’.
Enquanto a identificação seria um intenso processo de comparação de
identidades, para as ciências sociais a identidade é compreendida como um
processo de afiliação a um determinado grupo social, a partir das significações
criadas por um indivíduo (ALVESSON e KARREMAN, 2004). Dessa forma, a terceira
corrente exposta na figura 01, a identidade organizacional será entendida então em
função da forma pela qual a “organização percebe a si mesma” (CALDAS e WOOD
JR., 1997, p. 12).
Para Van Riel (1997), a identidade corporativa originalmente teve como
sinônimos o nome, a logo, o estilo arquitetônico e a identidade visual usada por uma
organização. A partir da cada de 70, a identidade corporativa começou a ser
compreendida como a forma pelo qual uma empresa se apresenta para si, tanto pelo
comportamento, como a partir de simbolismos para audiências internas e externas.
O autor afirma ainda que a identidade corporativa possa ser definida como a
apresentação própria de uma organização originada no comportamento individual
dos membros da organização, expressando a continuidade, distintividade e
centralidade da mesma. Sendo a continuidade referente à permanência no tempo, a
distintividade referindo-se a tudo o que diferencia a organização de outras e a
centralidade representando o que é percebido como a essência da organização
(VAN RIEL, 1997).
Diferentemente deste aspecto comportamental dos membros de uma
organização, na pesquisa de Simões, Dibb e Fisk (2005), o gerenciamento da
identidade corporativa é avaliado a partir de três fatores chaves: a identidade visual,
32
a comunicação e a filosofia, valores e missão da empresa. Para reduzir esta
confusão conceitual do termo, é possível compreender a identidade sob dois
enfoques, um respondendo pelo conceito de identidade corporativa, ou ainda como
identidade organizacional (MACHADO, 2003; ALMEIDA, 2005).
Para Almeida (2005), a identidade corporativa é definida geralmente pela alta
gerência e repassada através de comunicação formal e de símbolos para seus
públicos internos e externos. Ainda é freqüente, como afirmou Van Riel (1997),
chamar a identidade corporativa de identidade visual, pois ela se utiliza de
elementos visuais, para diferenciar a organização das demais, sendo seu foco o
público externo e as percepções do mercado (MACHADO, 2003). Na pesquisa de
Simões, Dibb e Fisk (2005), o gerenciamento da identidade corporativa deve ser
estrategicamente definido, levando em consideração tanto os elementos visuais, a
comunicação, quanto a filosofia adotada pelos gestores que influência as relações
internas junto a organização, sendo este o conjunto que promove a distinção da
empresa frente a outras.
a identidade organizacional é compreendida, conforme se referia Van Riel
(1997), como um processo interno, formado pelas crenças e valores compartilhados
entre os membros da organização (MACHADO; 2003; ALMEIDA, 2005). Por este
motivo, a identificação como abordado anteriormente, mantém forte relação com a
identidade organizacional (MACHADO, 2003), por se tratar dos sentimentos de
pertencimento dos membros da empresa.
Para autores como Alvesson e Karreman (2004), o crescente interesse
conduzido à identidade e principalmente à identidade social, discutidos na teoria
organizacional, teriam sido motivados por uma visão de controle cultural-ideológico,
bem como o crescimento dos estudos referente à cultura organizacional. Segundo
os autores, a identidade organizacional suscitaria um significado de integração e
orquestração do trabalho.
Não adentrando neste caráter controlador da identidade e da cultura
organizacional, alguns autores abordam apenas a relação entre estes dois termos.
Almeida (2005) afirma que a ligação entre identidade e cultura organizacional esta
relacionada ao fato de que quando a identidade é clara, ela contribui para dar
sentido à cultura e para dar significado a própria organização. Sendo a identidade
um processo que recebe influência o apenas dos membros organizacionais, mas
também de outros grupos de relacionamento da organização, o que, em certo
33
sentido, distingue-se da cultura que recebe maior influência interna (ALMEIDA,
2005) e que seria a provedora dos elementos simbólicos os quais as imagens seriam
construídas e comunicadas (MACHADO, 2003).
Este caráter da identidade, que promove uma relação dos membros
organizacionais com outros grupos externos a ela, está relacionado com o quinto
agrupamento expresso na figura 01 de Caldas e Wood Jr (1997) referente à imagem
organizacional. Para os autores este é um caráter da identidade organizacional visto
de forma mais instrumental. Eles abordam que as pesquisas nesta esfera enfocam a
compreensão de como as organizações administram a sua imagem externa e como
tal imagem afeta-as, bem como das análises críticas quanto à manipulação da
imagem e da identidade corporativa.
A relação entre identidade e imagem organizacional foi objeto de pesquisa de
Dutton e Dukerich (1991), Gioia e Thomas (1996), Gioia, Schultz e Corley (2000),
autores referência neste assunto. Para os autores certo consenso sobre a
existência de três pilares na definição do termo identidade e que se referem a como
os membros a definem quanto: a centralidade, a continuidade e a distinção (VAN
RIEL, 1997). Já para a definição da imagem organizacional, o campo conceitual é de
maior amplitude.
A imagem organizacional foi primeiramente definida por Dutton e Dukerich
(1991) como a crença dos membros quanto aos atributos que outros, externos a
organização, usam para distingui-la. Em outro artigo, Dutton, Dukerich e Harquail
(1994) usam a mesma definição referente à imagem organizacional denominando-a
de imagem externa construída, que será posteriormente aceita como percepção de
prestígio externo (SMIDTS, PRUYN e VAN RIEL, 2001; VAN RIEL e BRUGGEN,
2003; ALMEIDA, 2005).
Sob este enfoque tanto a imagem, quanto a identidade organizacional são
aceitas como construtos mantidos na mente dos membros da organização. Sendo a
identidade formada pela crença nos atributos que os membros acreditam que
caracterizam a organização e a imagem como os empregados pensam que os
outros vêem a organização. Estes conceitos diferem-se ainda do termo reputação,
muitas vezes confundido e adotado como sinônimo de imagem, que é aceito como
os atributos atuais que o público externo atribui a uma organização (DUTTON e
DUKERICH, 1991; DUTTON, DUKERICH e HARQUAIL, 1994).
34
Gioia, Schultz e Corley (2000) expressam esta relação entre imagem,
identidade e reputação, com a mesma definição proposta por Dutton e Dukerich
(1991) e Dutton, Dukerich e Harquail (1994), em um esquema que pode ser
observado na figura 02.
Na figura 02, os autores apresentam os processos o qual a identidade se
inter-relaciona e é suscetível à influência da imagem. Gioia, Schultz e Corley (2000)
argumentam que esses processos são iniciados após a suposição de que os
membros da organização, essencialmente os gestores, tenham desenvolvido algum
senso do ‘como é a organização’ e tenham comunicado esta identidade para os
públicos internos e externos. Desta forma, tanto identidade, quanto imagem são
processos mutáveis, na tentativa de convergência entre o ‘como nos vemos’ e o
‘como pensamos que os outros nos vêem’, sendo esta relação dependente do
feedback dos stakeholders. Somente após o processo em que a imagem externa
percebida está em conformidade com a identidade, ou vice e versa, que a imagem
desejada será projetada, resultando a partir de então na reputação junto ao público
externo, que vai gerar o feedback para a organização, tornando-se um procedimento
cíclico (GIOIA, SCHULTZ e CORLEY, 2000).
35
Figura 2 - Modelo do Processo de Interdependência da Identidade e Imagem
Fonte: Gioia, Schultz e Corley (2000)
No esquema ilustrado na figura 02, são apresentadas algumas terminologias
adotadas para designar alguns tipos de imagem, bem como identidade e reputação.
Não
Sim
Sim
Desencadeando feedback
ou evento externo
Comparação Identidade/Imagem
Identidade
Questões de auto-reflexão
Como pensamos que somos?
Como pensamos que devemos
ser?
Imagem externa Construída
Questões refletidas por outros
O que eles pensam sobre nós?
O que eles pensam que deveríamos
ser?
Discrepância
percebida
Ação?
Devemos
fazer alguma
coisa?
Imagem
Projetada
Impressões Transitórias/
Reputação
Imagem desejada
futura
Identidade
Corporativa
Mudanças
identidade organizacional
Pensamentos diferentes
sobre nós mesmos
Mudanças
Impressões transitórias
Modificar como os outros
percebem-nos
Mudar
identidade/imagem?
O que devemos fazer?
Não
36
Alguns termos e as definições adotados por diversos autores estão expostos no
quadro 1.
TERMOS DEFINIÇÕES AUTORES
Imagem externa
construída ou Percepção
de prestígio externo
Percepções dos membros da
organização sobre como o público
externo percebe a organização.
Dutton e Dukerich (1991);
Dutton, Dukerich e Harquail
(1994); Smidts, Pruyn e Van Riel
(2001); Carrol e Riel (2001);
Carmeli e Freund (2002); Elstak
e Riel (2004); Carmeli (2004);
Almeida (2005).
Imagem projetada
Imagem criada por uma organização
para ser comunicada aos seus
constituintes, pode ou não representar
a realidade, imagem singular da
organização.
Alvesson (1990); Bernstein
(1984).
Imagem desejada futura
Percepção da imagem futura da
organização por seus públicos externo
e interno. Percepção idealizada de
uma visão da alta administração.
Gioia e Chittipeddi (1991); Gioia
e Thomas (1996).
Identidade corporativa
Representação consistente e dirigida
da corporação enfatizada ao
gerenciamento de símbolos e logos
corporativos; representação própria
estrategicamente planejada e
operacionalizada aplicada interna e
externamente
Olins (1989); Van Riel e Balmer
(1997).
Impressão transitória
Interpretação de curto prazo
construída pelos receptores através da
observação direta ou interpretação de
símbolos fornecidos pela organização.
Berg (1985); Grunig (1984;
1997).
Reputação
Relativamente estável, à longo tempo,
juízo coletivo pelo público externo da
organização.
Fombrun e Shanley (1990);
Fombrun (1996).
Quadro 1 - Termos e conceitos de Imagem, Identidade e Reputação
Fonte: Adaptado de Gioia, Schultz e Corley (2000) e Almeida (2005)
Sob o enfoque dos autores citados no quadro 1 e na figura 2, a imagem e a
identidade são processos dependentes das percepções dos membros internos à
organização (GIOIA e THOMAS, 1996), a imagem neste sentido remete-se
indiretamente ao público externo, sendo apenas a impressão transitória e a
reputação que darão sentido às percepções e interpretações do público externo. Por
este viés a imagem será tratada então como percepção de prestígio externo, como
definida por Dutton e Dukerich (1991) e Dutton, Dukerich e Harquail (1994), exposto
anteriormente.
A imagem compreendida pela percepção de prestígio externo, ou como
definida primeiramente, a imagem externa construída, tem sido muito pesquisada
(DUTTON e DUKERICH, 1991; DUTTON, DUKERICH e HARQUAIL 1994; GIOIA e
37
THOMAS, 1996; GIOIA, SCHULTZ e CORLEY, 2000; SMIDTS; PRUYN e VAN
RIEL, 2001; VAN RIEL e BRUGGEN, 2003). As crenças que os membros possuem
em relação ao que o público externo à organização pensa sobre esta e sobre como
eles percebem o indivíduo por participar da organização, reflete no sentimento de
afiliação e pertencimento junto à empresa. Dessa forma o prestígio externo da
organização quando percebido como atrativo fortalece a identificação dos membros,
podendo direcionar para a cooperação entre aqueles que participam da organização,
para a competição com aqueles que não fazem parte, ou ainda resultar em um
comportamento cidadão (DUTTON, DUKERICH e HARQUAIL, 1994).
A este respeito, Almeida (2005) conecta o conceito de identificação com o
comportamento de envolvimento institucional. Para a autora, quando existe uma
forte identificação dos membros com a organização é aumentado o envolvimento
dos empregados no sentido de uma contribuição significativa para os resultados da
organização, mesmo que não seja formalmente reconhecido como parte de suas
funções. Assim, o comportamento de envolvimento institucional trata-se de “como o
empregado age, no dia-a-dia, além do que se espera dele” (ALMEIDA, 2005, p.167).
A este comportamento diário, Alvesson (2001) acrescenta a importância do
conhecimento, seja o individual, o referente ao trabalho em específico (expertise),
quanto às questões gerenciais, as relações com clientes, ou da própria organização
em que se atua. Para este autor, como exposto anteriormente, tanto as relações
internas, quanto as externas da organização são influenciadoras da imagem
organizacional.
Além da ligação com o comportamento de envolvimento institucional,
evidenciado por Almeida (2005), a identificação organizacional, para Dutton,
Dukerich e Harquail (1994) seria fortalecida pela alta atratividade da identidade
percebida, percepção de prestígio externo e a visibilidade da afiliação
organizacional; pelo alto grau de consistência entre os atributos que os membros
utilizam para definir a si próprios e os atributos usados para definir uma imagem
organizacional; o alto grau de distintividade de uma imagem organizacional; a
continuidade da imagem organizacional; e o alto nível de contato com a organização
(em termos de duração e intensidade). Este modelo proposto pelas autoras pode ser
percebido na figura 03.
38
Figura 3 - Conexão entre identidade organizacional percebida e imagem externa construída
para fortalecer a identificação organizacional
Fonte: Adaptado de Dutton, Dukerich e Harquail (1994)
Ao tentar explicar como a imagem percebida pelos membros internos modifica
o grau de identificação com a organização, Dutton, Dukerich e Harquail (1994)
determinam a percepção dos membros, a que as autoras chamam de imagem, por
dois fatores: a identidade percebida, expressa por como os membros percebem a
distintividade, a centralidade e a continuidade da organização; e a percepção de
prestígio externo, a que se refere às crenças dos membros quanto à percepção do
público externo. A identificação, para as autoras, ocorre quando os membros se
tornam ligados à organização incorporando os atributos e características desta ao
seu self-concept (auto-conceito). Cabe ressaltar que a imagem externa construída é
considerada como um resultado deste processo que é iniciado pela identidade
organizacional percebida. O esquema (Figura 3) demonstra a intricada relação entre
identidade, identificação e percepção de prestígio externo.
Além das definições que compreendem a imagem como um processo interno
à organização, o termo também é confundido com a definição de reputação, que
referencia as percepções do público externo. Para Shenkar e Yuchtman-Yaar
(1997), as diferentes terminologias devem-se apenas às preferências das áreas de
estudo, sendo a reputação adotada preferencialmente nas pesquisas da área
econômica, enquanto a imagem deriva do marketing. Para o autor, ambos os termos
Princípios de auto
-
definição
Identidade
Organizacional
Percebida
Imagem
Externa
Construida
Continuidade
Distintividade
Centralidade
Atratividade da
Identidade Org.
Percebida
Visibilidade da
afiliação
organizacional
Nível de contato
com a
organização
Força da
identificação
organizacional
Identificação
Atratividade da
Imagem externa
Construída
39
significam o prestígio relativo de uma organização, terminologia esta adotada pela
sociologia.
Diferentemente desta posição adotada por Shenkar e Yuchtman-Yaar (1997)
que iguala os significados dos dois termos em questão, bem como daquela distinção
entre identidade, imagem e reputação feita por Dutton, Dukerich e Harquail (1994),
como apresentado anteriormente, que aceitava a definição da imagem apenas como
fator da percepção interna da organização, autores que acreditam que a imagem
é um dos componentes para a reputação (FOMBRUN, 1996; MACHADO, 2001;
RANFT et al, 2006).
Sob esta perspectiva, a imagem é compreendida como impressões ou
percepções transitórias de diversos públicos, relacionados à organização
(FOMBRUM, 1996; MACHADO, 2001; ITUASSU, 2004; ALMEIDA, 2005), enquanto
a reputação é um agregado de performances, ações e imagens da marca, mantido
por um longo período de tempo (FOMBRUM, 1996; RANFT et al, 2006; ALMEIDA,
2005). A reputação é dependente do grau de familiaridade, da credibilidade, das
diferentes expectativas e reações sociais que pessoas mantêm ao longo tempo para
com uma organização. A reputação normalmente vem ligada à marca corporativa, ou
branding, que avalia o sucesso de uma marca, ou a personalidade desta (VAN RIEL,
2002; BERENS e VAN RIEL, 2004). Dowling (2004) afirma que o crescente interesse
pela reputação corporativa, é proveniente das áreas da economia, da estratégia
corporativa e de relações públicas.
Para Fombrum (1996), a reputação está relacionada com a identidade
organizacional, com a apresentação do seu nome e das características que
identificam e diferenciam a organização para os públicos externos e também a partir
da imagem percebida por todos os stakeholders envolvidos com a organização. O
autor ilustra esta relação, como pode ser visto na figura 04.
40
Figura 4 - Relação entre imagem, identidade e reputação
Fonte: Fombrun, 1996
A partir da figura quatro, pode-se inferir que a imagem é dependente tanto da
identidade organizacional e corporativa, bem como a reputação, o fechamento deste
processo, é dependente tanto da imagem e consequentemente da identidade. Tanto
identidade, quanto imagem e reputação são processos que devem ser conduzidos
pelo posicionamento estratégico da organização (MACHADO, 2001).
Foram apresentadas aqui a relação, as semelhanças e diferenças entre
identidade, imagem e reputação. Em virtude desta pesquisa ter como escopo
apenas as percepções das instituições pertencentes a região a ser analisada,
apenas a identidade e a percepção de prestígio externo serão por esta investigadas.
A reputação e a imagem percebida pelos turistas e pela comunidade não serão aqui
englobadas. Convém também serem apresentados os estudos referentes à imagem
especificamente de destinos turísticos, abordados na próxima parte deste capítulo.
2.2 IMAGEM TURÍSTICA
A imagem por muito tempo tem sido alvo de interesse nos estudos de turismo
(BUTLER e HALL, 1998). Segundo White (2004), o assunto continua atual, sendo
que para esse autor recentes estudos têm utilizado o termo imagem em relação a
destinações turísticas. Como decorrência, a mesma amplitude de enfoques
destinada ao termo imagem, pode ser percebida nas abordagens dos estudos
referente à imagem turística. As publicações, principalmente em periódicos
internacionais, que abordam a imagem turística na sua variedade de enfoques, são
inúmeras e demonstram a atenção e o interesse acadêmico dedicados ao tema. Por
Nome /
Auto
Apresentação
Imagem junto ao consumidor
Imagem junto à comunidade
Imagem junto ao investidor
Imagem junto ao empregado
Reputação
Corporativa
Identidade
Corporativa
41
este fato, determinar com exatidão o significado do termo imagem de destinação
turística é bastante complexo e depende da abordagem adotada pelo pesquisador
(JENKINS, 1999).
No próximo item apresentam-se os diferentes enfoques designados à imagem
turística. Dedicou-se maior atenção às abordagens adotadas pelo marketing, por se
enquadrar com os objetivos desta pesquisa.
2.2.1 Amplitude Conceitual
As pesquisas enfocando a imagem turística derivam das mais variadas
disciplinas. Nos periódicos internacionais podem ser encontradas obras sob o olhar
da geografia, com temáticas voltadas para a percepção da paisagem de cidades
(NASAR, 1990); da antropologia, focando a autenticidade promovida no turismo
alternativo (COHEN, 1989), os estereótipos criados pelas imagens turísticas de
povos nativos (COHEN, 1993), os mitos criados pelos folhetos turísticos (SELWYN,
1990); da sociologia referente às imagens de metrópoles (ROWE e STEVENSON,
1994); do marketing, enfocando principalmente a influência da imagem no processo
de decisão de compra (UM, 1987; AHMED, 1996; BALOGLU e McCLEARY, 1999;
BEERLI e MARTÍN, 2004a e 2004b), e a promoção da imagem turística (SANTANA,
s/d; TRIGUEIRO, 1999; SIRAKAYA e SONMEZ, 2000; MARKWICK, 2001;
PEREIRO; 2003; PAZ, 2005; HUGHES e ALLEN, 2005); ou até mesmo englobando
várias destas teorias de imagem como marketing, geografia e sociologia (BRAMWEL
e RAWDING, 1996).
Os estudos geográficos indicam que lugares podem projetar imagens distintas
como as unicidades de um específico ambiente local, econômico e cultural, a
sociologia crítica busca analisar as diferentes imagens de lugares a partir dos
reflexos das mudanças promovidas pelo capitalismo e a sociedade capitalista
(BRANWEL e RAWDING, 1996). Tanto a geografia, a antropologia e a sociologia
procuram explicar as relações sociais e espaciais envolvidas no processo de
formação e de modificação da imagem turística, e as suas interferências no
comportamento dos turistas e dos anfitriões (SOLHA, 1999).
as pesquisas sobre a imagem turística sob o enfoque do marketing têm
contribuído, principalmente, na análise da imagem turística enquanto elemento
42
importante no processo de motivação e escolha da destinação, mensurando a
satisfação do turista e definindo o papel da imagem (UM, 1987; AHMED, 1996;
BALOGLU e McCLEARY, 1999; BIGNÉ, , SANCHEZ e SANCHEZ, 2001; BEERLI e
MARTÍN, 2004a e 2004b). Estas pesquisas partem do pressuposto que a imagem é
um importante fator de atração de turistas e buscam avaliar como ela é percebida
em se tratando de destinações turísticas.
No entanto, a imagem de uma destinação turística pode consistir tanto da
interpretação subjetiva da realidade feita pelo turista (BIGNÉ, SANCHEZ e
SANCHEZ, 2001), bem como, do resultado de um processo a ser gerenciado por
promotores e gestores, como objeto da promoção do marketing (KOTLER, HAIDER
e REIN, 1994). Lohmann e Kaim (1999) apresentam esta dualidade da imagem
turística na figura 05.
43
Figura 5 - Modelo estrutural do turismo
Fonte: Lohmann e Kaim (1999)
Conforme o sistema representado na figura 5, a imagem pode ser o resultado
dos processos de construção de significações por parte da demanda, ou como
decorrência da projeção de imagens pela oferta turística, sendo o turismo
dependente de ambas as imagens. Neste sentido, as pesquisas sobre imagem de
destinações turísticas versam por estes dois enfoques, cabendo neste estudo,
diferenciar estas duas abordagens, que serão apresentadas nos próximos itens.
-Tempo livre
(semana e
ano)
-Saúde
-Mobilidade
-Valores, atitudes
-Tendências, moda
-Motivos, demandas
-Sociodemografia
-Hábitos de viagem
-Condições de vida
e trabalho
-Cenário
-Natureza
-Tempo/Clima
-Cultura
-História
-Construções
humanas (parques...)
-Acomodações
-Catering
-Infra-estrutura
-Serviços
-Transporte
-Distribuição
Habilidade
P/ viagem
Motivação
p/ viagem
Atratividade
Amenities
Acessibili
dade
Demanda
Oferta
Imagem Imagem
(Re)ação (Re)ação
Turismo
Comunicação
Resultado
Filtro Estrutura
Economia
Demografia Política
Sociedade
44
2.2.2 A Imagem Turística pela Percepção do Turista
A imagem de destinações turísticas para um grande número de
pesquisadores refere-se às percepções dos turistas em relação a um específico
destino. Neste sentido, a imagem é aceita como “o conjunto de idéias sobre um
local” (KOTLER, HAIDER e REIN, 1994, p. 151). A definição mais referenciada do
termo imagem turística, não difere daquela que define a imagem, sendo
compreendida como a soma das crenças, idéias e impressões que uma pessoa
possui sobre um lugar ou destinação (CROMPTON, 1977; KOTLER e ANDREASEN,
1988).
Cabe salientar, a diferença entre imagem com um termo que tem seu
significado muito semelhante, o estereótipo. Para Poyares (1998), o estereótipo é
um processo de redução e simplificação que o indivíduo adota como forma de
minimizar a multiplicidade de percepções que o acometem. Para diferenciar os
termos será adotada a seguinte definição “Um estereótipo sugere uma imagem
amplamente difundida que é bastante distorcida e simplista, e que provoca uma
atitude favorável ou desfavorável em relação à localidade. Uma imagem, por sua vez
é mais uma opinião pessoal que varia de indivíduo para indivíduo” (KOTLER,
HAIDER e REIN, 1994, p. 152).
De acordo com o conceito exposto acima, a imagem de destinação consiste
da interpretação subjetiva da realidade feita pelo turista (BIGNÉ, SANCHEZ e
SANCHEZ, 2001). Assim, o turista percebe muitas imagens das destinações e estas
imagens influenciam seus comportamentos, atitudes, e o predispõe a consumir o
destino (AHMED, 1996; BALOGLU e McCLEARY, 1999; JENKINS, 1999; BIGNÉ,
SANCHEZ e SANCHEZ,, 2001; PEREZ-NEBRA e TORRES, 2001; BERLI e
MARTÍN, 2004a e 2004b). Conforme esta visão, muitas pesquisas procuraram
explicar o processo de formação da imagem percebida pelo turista, o
comportamento destes em relação à imagem, as formas de mensuração desta, os
componentes que afetam a imagem, a imagem antes e pós a visitação, enfim são
muitos os enfoques, alguns apresentados no quadro 02.
45
ABORDAGENS AUTORES
A imagem pós a visitação Bigné, Sanchez e Sanchez (2001)
Relação entre localização geográfica
do turista (distância) e imagem
Chon et al (1991); Joppe et al ( 2001); Jensens
(2002); Obenour, Lengfelder e Groves (2005)
Mensuração da imagem do destino Echtner (1991); Jenkins (1999)
Componentes da imagem
Ahmed (1996); White (2004); Beerli e Martín
(2004a)
Fatores de influência Baloglu e Brinberg (1997)
Modelos de formação da imagem
Crompton (1977); Um (1987); Baloglu (1997);
Baloglu e McCleary (1999); Tapachai (2000);
Beerli e Martín (2004b)
Imagens de País
Han (1989); Papadoulos e Heslop (1989; 2000);
Rittichainowat (2001); Pérez-Nebra e Torres
(2001); Sönmez e Sirakaya (2002); Hui e Wan
(2003); Konecnik (2004); Laroche et al (2005);
Kim e Morrison (2005)
Quadro 2 - Principais abordagens e autores sobre imagem de destinações
Fonte: elaboração própria com base nos autores citados no quadro
Nas diferentes abordagens sobre a imagem de destinações que estão
expostas no quadro 02, os autores buscam avaliar o comportamento do turista a
partir das imagens que este possui relativa a uma destinação. Neste sentido Baloglu
e Brinberg (1997) argumentam que ambientes e lugares possuem imagens tanto
cognitiva (ou perceptiva) e afetiva. O primeiro estilo centra-se nas crenças e
conhecimentos que o turista tem sobre a destinação, enquanto o segundo refere-se
aos sentimentos e emoções cultivados por um destino. A soma destes componentes
forma a imagem geral dos destinos turísticos, sendo caracterizados como fatores de
influência para a escolha de um destino. White (2004) afirma que as pesquisas com
este tema vêm identificando a presença constante do componente afetivo na
operacionalização da construção da imagem, tendo sido por muito tempo
negligenciado.
Do ponto de vista teórico, uma crença geral que o componente cognitivo é
um antecedente do componente afetivo e que as respostas dos consumidores vêm
de seus conhecimentos sobre o objeto, resultado das fontes de informação que
serão detalhadas adiante (BEERLÍ e MARTIN, 2004a). Como componentes
cognitivos, Beerli e Martín (2004a) identificam as dimensões e atributos que
determinam a imagem da destinação turística percebida, a seleção dos atributos
usados na designação de uma escala de investigação dependerá largamente da
atração de cada destinação. Estes atributos estão apresentados no quadro 03. Para
estes autores, enquanto a imagem cognitiva são os atributos do quadro, a imagem
afetiva são os benefícios percebidos que estes atrativos podem trazer ao indivíduo.
46
RECURSOS
NATURAIS
INFRAESTRUTURA
GERAL
INFRAESTRUTURA
TURISTICA
Clima: temperatura, atmosfera,
umidade, horas de sol;
Praias: qualidade do mar,
praias arenosas ou rochosas,
extensão das praias,
superlotação das praias;
Riquezas de cenário: reservas
naturais protegidas, lagos,
montanhas, desertos, etc;
Variedade e exclusividade:
fauna e flora.
Desenvolvimento e
qualidade das estradas,
aeroportos e portos;
Facilidades no transporte
público e privado;
Desenvolvimento do serviço
de saúde;
Desenvolvimento das
telecomunicações;
Desenvolvimento da infra-
estrutura comercial;
Extensão do
desenvolvimento de
construção.
Acomodação hotel e self-
catering: número de camas,
categorias, qualidade;
Restaurantes: número,
categorias, qualidade;
Bares, discotecas e clubes;
Facilidade de acesso a
destinação;
Excursões para a destinação;
Centros turísticos;
Redes de informações
turísticas.
RECREAÇÃO E LAZER
TURISTICO
CULTURA, HISTÓRIA E
ARTE
FATORES POLITICOS E
ECONOMICO
Parques temáticos; Atividades
de esportes e entretenimento:
golfe, pesca, caça, ski,
mergulho; parque aquáticos,
zoológicos, caminhadas,
atividades de aventura,
cassinos, vida noturna,
shopping.
Museus, construções
históricas, monumentos, etc;
Festivais, concertos, etc;
Artesanato; Gastronomia;
Folclore; Religião;
Costumes e formas de vida.
Estabilidade política;
Tendências políticas;
Desenvolvimento econômico;
Segurança: proporção de
criminalidade, ataques
terroristas;
Preços.
AMBIENTE
NATURAL
AMBIENTE
SOCIAL
ATMOSFERA
DO LOCAL
Belezas de cenário;
Beleza das cidades;
Limpeza;
Superlotação;
Poluição do ar e sonora;
Congestionamento do trafego.
Hospitalidade e amabilidade
dos residentes locais;
Miséria e pobreza;
Qualidade de vida;
Barreiras de linguagem.
Lugares luxuosos; Lugares da
moda; Lugares com fama e
reputação; Lugares
direcionados a famílias;
Lugares exóticos; Lugares
místicos; Lugares relaxantes;
Lugares estressantes; Lugares
gostosos e felizes; Lugares
agradáveis; Lugares chatos;
Lugares atrativos e
interessantes.
Quadro 3 - Dimensões e atributos da imagem turística percebida
Fonte: Berlí e Martin (2004a)
Nas pesquisas sobre imagem de países, a imagem cognitiva ganha
importante destaque, principalmente devido ao fato dela poder resultar em imagem
negativa (RITTICHAINOWAT, 2001; LAROCHE et al, 2005). Segundo Rittichainowat
(2001), a Tailândia embora considerada entre as três primeiras destinações mais
populares da Ásia, teve problemas na sua imagem resultado da presença da AIDS,
prostituição, poluição e deterioração de seus atrativos turísticos. Diferente deste
enfoque, para Konecnik (2004), apenas os componentes cognitivos/perceptivos da
imagem foram adotados para avaliar a imagem da Eslovênia, pois sendo uma
47
destinação jovem, a partir destes dados pode-se analisar o grau de conhecimento
sobre os atributos do país, que o público investigado possui.
Ambos os componentes cognitivo e afetivo são importantes para a imagem de
um país, sendo que o componente afetivo tem grande importância por ser
considerado um fator decisivo na atração de turistas (SONMEZ e SIRAKAYA, 2002).
A Turquia, na pesquisa de Sonmez e Sirakaya (2002) teve boa percepção cognitiva,
enquanto o componente afetivo teve pouca relevância para os possíveis turistas,
que tinham pouca motivação para conhecer este país. Além disso, Kotler, Haider e
Rein (1994, p.151) esclarecem que “a imagem que as pessoas têm a respeito de um
local não revela necessariamente suas atitudes em relação a ele”. Assim, mesmo
que uma imagem seja positiva, isso não significa que duas pessoas com desejos
diferentes tenham a mesma atitude em conhecer um local específico, por isso da
importância do componente afetivo da imagem.
Laroche et al (2005) sugerem em sua pesquisa que quando a imagem de um
país inclui um forte componente afetivo isto influi diretamente na avaliação do
produto, sendo considerada mais relevante que as crenças no produto, quando a
imagem de um país tem um forte componente cognitivo, a influência direta na
avaliação do produto é menor do que a crença neste. Para os autores, ambos os
componentes são considerados importantes para a imagem de um país. Papadoulos
e Heslop (1989; 2000) argumentam que esta imagem, que pode vir a ser trabalhada
como uma marca criando familiaridade com o público (HAN; 1989) influencia
significativamente as decisões de compra, de produtos em geral, não apenas
originados pelo turismo.
Além dos componentes cognitivo e afetivo, as pesquisas quanto à imagem de
um país investigam também as alterações que podem acontecer a partir de eventos
internacionais, como foi o caso da pesquisa de Kim e Morrison (2005) que
analisaram a imagem antes e pós a Copa Mundial de 1998, na Coréia do Sul. Os
resultados obtidos com esta investigação comprovaram que a imagem da Coréia do
Sul melhorou em um curto espaço de tempo para três nacionalidades diferentes em
decorrência do evento.
As pesquisas sobre imagem também contribuem na compreensão do
processo de escolha de um destino. Tapachai e Waryszak (2000) propõem um
modelo de imagem benéfica. Neste modelo a decisão de visita a uma determinada
destinação de férias é resultado das percepções e impressões desta imagem
48
benéfica que é baseada em cinco tipos de valores: funcional; social; emocional;
epistêmico e condicional. O valor funcional parte da percepção que o turista tem da
utilidade dos atributos físicos. O valor social refere-se à qualidade percebida
adquirida por uma associação com um ou mais grupos sociais. a utilidade
percebida pelo valor emocional está ligada a uma alternativa que resulta da
habilidade de promover sentimentos e estados afetivos. O valor epistêmico é a
capacidade que o atributo tem de provocar curiosidade e promover a inovação. O
valor condicional é uma utilidade que é percebida pelo resultado de uma situação
especifica anterior, ou um contexto feito por uma escolha, as alternativas adquirem
valor condicional na presença de antecedentes físicos ou contingências sociais que
melhoram seus valores funcionais e sociais, mas que de outra forma não possuiriam
este valor. Tapachai e Waryszak (2000) analisaram estas dimensões a partir das
imagens percebidas por turistas de dois países Tailândia e Estados Unidos.
Além do processo de escolha de um destino Bigné, Sanchez e Sanchez
(2001) analisaram também a permanência e as futuras intenções do turista. Os
autores confirmaram em sua pesquisa a hipótese de que a imagem de um destino
influencia o comportamento do consumidor. Foi comprovado que quando a
qualidade dos atributos promovidos por uma destinação é percebida pelo turista,
existe uma forte influência na satisfação da visita e também na avaliação pós a
compra, mais especificamente na intenção de retorno ao destino e nas possíveis
recomendações da destinação. Para os autores este modelo é considerado fator
chave para o marketing turístico.
A percepção do turista quanto à satisfação dos produtos e serviços de uma
destinação também é analisada em decorrência da origem do visitante (JOPPE,
MARTIN e WAALEN, 2001; OBENOUR, LENGFELDER e GROVES, 2005). Joppe,
Martin e Waalen (2001) apontam na pesquisa realizada em Toronto que a imagem
geral é percebida de forma similar, mas a importância dos atributos, bem como o
nível de satisfação do turista é variável conforme o país de origem. Obenour,
Lengfelder e Groves (2005) focaram a influência da distância na imagem de regiões
turísticas em formação. Os autores analisaram seis áreas de mercado dominante
(dominant market áreas DMAs) e puderam propor que a gestão estratégica da
imagem deve promover de forma separada aqueles atributos que foram identificados
mais fortemente para cada região pesquisada.
49
Ahmed (1996) havia realizado uma pesquisa semelhante à de Obenour,
Lengfelder e Groves (2005), em seis regiões diferentes, procurando analisar as
diferentes dimensões da imagem turística que podem afetar as estratégias
promocionais do estado de Utah, nos Estados Unidos. No estudo foram
entrevistadas pessoas que visitaram o estado, e também quem ainda não visitou,
tendo sido comprovado que a imagem total da destinação é diferente da imagem de
seus constituintes, ou seja, os atributos da destinação são percebidos de forma
distinta para os turistas atuais, como para os não visitantes, demonstrando uma
possível falha na promoção dos atributos. Da mesma forma os interesses pelos
atrativos da destinação eram diferentes para as pessoas que constituíam cada
região.
Para Selby e Morgan (1996), além desta multiplicidade de percepções que é a
imagem de destinos, agrega-se ainda um problema nas pesquisas sobre este tema
que, com algumas notáveis exceções, exclui os indivíduos que decidem por não
visitar a destinação. Para estes autores quando existe uma proporção significante de
turistas potenciais que possuem uma imagem desfavorável de uma destinação e que
não os motive a visitar o destino, torna-se importante para planejadores de turismo e
profissionais de marketing que tenham conhecimento sobre esses motivos e o
porquê desta imagem e desta atitude. Eles reforçam, afirmando ser inaceitável que
pesquisas de marketing sobre a imagem considerem apenas o mercado atual, ou
aqueles que receberam informações positivas suficientes para resultar na decisão de
compra.
Apesar de todo o interesse e importância, os estudos sobre imagem de
destinações têm sofrido críticas por serem ateóricos e sem modelos conceituais
(BALOGLU e MCCLEARY, 1999; BERLI e MARTIN, 2004a e 2004b). Corroborando
com esta afirmação, White (2004) informa que as pesquisas buscam muito mais
definir imagem, focando como uma segmentação variável, seus componentes e sua
mensuração, do que identificando a imagem como diferentes construções de
percepções, ou atitudes, que para ele é aceito como de maior relevância tanto para
gestores, como para promotores dos destinos turísticos.
Neste sentido um dos primeiros modelos do processo de decisão de
destinações turísticas, foi proposto por Crompton (1977) e investigou as barreiras
percebidas pelos respondentes em relação a tempo, dinheiro e disposição para
viajar. O modelo partia de um contexto de desequilíbrio sócio-psicológico e cultural,
50
avaliando o processo de escolha de um turista a sair em viagem, que partia da
necessidade de quebra da rotina. Crompton foi um dos precursores ao propor este
modelo tornando-se referência para os demais autores.
um modelo um pouco mais recente de Um (1987) sugere identificar os
inibidores e facilitadores percebidos no processo de escolha de uma destinação de
lazer. Este modelo considera os estímulos externos (sociais, significativos e
simbólicos), além dos internos (motivações e características pessoais) como
influenciadores do componente cognitivo. Sendo considerados os estímulos internos
como inibidores da escolha de um destino em específico e os estímulos externos, os
facilitadores. Baloglu e McCleary (1999) apresentam um sistema geral da formação
da imagem turística, levando em consideração os fatores externos e internos, como
mostra a figura 6.
Figura 6 - Sistema Geral de Formação da Imagem da Destinação
Fonte: Baloglu e McCleary; 1999
Na figura 06, Baloglu e McCleary (1999) apresentam um sistema geral da
formação da imagem da destinação, que seria resultado de fatores pessoais e de
estímulos, como anteriormente proposto por Um (1987). No quadro central da figura,
o construto imagem da destinação é formado pelas avaliações perceptual/cognitiva,
afetiva e global. Os fatores de estimulo externo, podem ser resultados de várias
fontes, devendo ser melhor detalhados. Dessa forma, antes de abordar a promoção
da imagem cabe um adendo sobre as fontes de informação como fatores da
formação da imagem.
FATORES PESSOAIS
Psicológicos
Valores
Motivações
Personalidade
Social
Idade
Educação
Estado Civil
Outros
IMAGEM DE
DESTINAÇÃO
Perceptual / Cognitiva
Afetiva
Global
FATORES DE
ESTIMULO
Fontes de
Informações
Quantidade
Tipo
Experiência Prévia
Distribuição
51
2.2.3 Fontes de Informação
As fontes de informações (BERLI e MARTIN, 2004a) ou também chamadas
de fatores de estímulo (BALOGLU e MCCLEARY 1999) são as forças que
influenciam a formação da percepção e avaliação da imagem. Elas se referem à
quantidade e natureza diversa das fontes de informação as quais os indivíduos são
expostos, incluindo informações da destinação adquiridas como resultado de visitas
ao lugar.
Autores como Baloglu e McCleary (1999) e Berlí e Martin (2004a e 2004b)
estabelecem que juntamente com outros fatores, as fontes de informações expostas
aos indivíduos determinam as destinações a serem consideradas como possíveis
alternativas de escolha. Baloglu e McCleary (1999) apresentam os fatores deste
processo na figura 07.
Figura 7 - Modelo de Proposição dos Determinantes da Imagem de Destinações Turísticas
antes da Visitação.
Fonte: Baloglu e McCleary, 1999.
Este modelo proposto por Baloglu e McCleary (1999) apresenta os fatores
que os autores acreditam serem determinantes para a formação da imagem que um
indivíduo percebe de uma destinação antes da sua visitação, pois esta, como será
vista adiante também é considerada no processo de formação da imagem. Sendo o
processo de percepção da imagem ligado à subjetividade, os autores consideraram
neste modelo as avaliações perceptivas/cognitivas e afetivas do indivíduo. O tipo e a
quantidade de fontes de informação influenciam a formação do componente
Variedade (quantidade) de
Fontes de Informações
Tipos de Fontes de
Informações
Idade
Educação
Motivações de Viagens
Sócio-Psicológicas
Avaliação
Perceptual /
Cognitiva
Avaliação
Afetiva
IMAGEM
GERAL
52
cognitivo da imagem, mas não em contrapartida o emotivo (BALOGLU e
MCCLEARY, 1999; BEERLI e MARTIN, 2004A).
Kotler, Haider e Rein (1994) determinam que as informações possam partir de
diferentes fontes como fontes pessoais, comerciais, públicas e por vivência. As
fontes pessoais partem da família, dos amigos, vizinhos e conhecidos. as
comerciais são provenientes da publicidade, pessoal de venda e organizadores de
viagens. As fontes públicas referem-se à mídia de massa, órgãos de classificação de
lugares e peritos. Outra fonte poder ser resultado da vivência, como o caso de visitas
ao lugar.
Neste mesmo sentido, Gartner (1993) acredita que o processo de formação
de imagem pode ser apresentado como uma progressão de diferentes agentes ou
fontes de informação que atuam independentemente para formar uma imagem
singular na mente dos indivíduos. O autor classifica os diferentes agentes como
indução pública; indução oculta; autônoma; orgânico; e por fim a visitação ao local.
A indução pública, segundo Gartner (1993), é encontrada na publicidade
convencional nos meios de massa, informações provindas por instituições relevantes
à destinação ou operadores turísticos que vendem a imagem. a indução oculta
refere-se aquela em que se faz uso de celebridades nas atividades de promoção da
destinação, ou artigos e reportagens. Para o autor a fonte autônoma, incluí as
mensagens emitidas por meios de massa, broadcasting de notícias, documentários,
filmes, programas de televisão, etc, sobre o lugar e que não tem controle. a fonte
orgânica envolve as informações transmitidas por pessoas como amigos e parentes,
sobre lugares, baseada nos seus conhecimentos próprios ou experiências,
independe de as informações serem requeridas ou voluntárias. Por fim considera-se
a visita à destinação, o ponto final do continuum do processo de formação da
imagem (GARTNER, 1993).
Para Phelps (1986), as quatro primeiras fontes de informações propostas por
Gartner (1993) são aceitas como imagem secundária. A imagem primária é formada
pela visita na destinação em questão. Como a escolha de uma destinação envolve
certo risco, as fontes secundárias de informação seriam relevantes e essenciais
modelos na formação das imagens de destinações alternativas para ser
consideradas no processo de tomada de decisões. Em geral, o comprador recebe de
fontes comerciais a maior parte das informações sobre os locais. Por outro lado, as
informações mais confiáveis vêm das fontes pessoais. Cada fonte tem um papel
53
diferente na decisão de compra. As informações comerciais têm basicamente um
papel informativo, enquanto as fontes públicas e pessoais têm um papel legitimador.
A fonte da vivência, isto é, ir pessoalmente ao local e examinar locais alternativos,
tem um papel avaliador.
Mansfeld (1992) demonstrou por crença geral, não baseada em evidência
empírica, que as fontes secundárias exercem três funções básicas na escolha da
destinação: minimizar o risco da decisão; criar uma imagem de destinação e servir
como mecanismo para depois justificar a escolha. Beerlí e Martín (2004a)
desenvolveram e validaram empiricamente um modelo que explica os diferentes
fatores que formam a imagem pós-visita de uma destinação (figura 8), incluindo as
fontes de informações primárias e secundárias. Como resultado as fontes
secundárias, as fontes induzidas: impressos feitos por autoridades públicas, por
operadores turísticos, campanhas de propaganda, e internet, não tem influência
significante nos diferentes fatores da imagem cognitiva antes da visita. Somente as
agências de viagens como fontes induzidas que apresentam influência positiva e
significativa no fator cognitivo nas decisões de viagens de sol e praia. Os autores
recomendam que os responsáveis por promover recursos devam manter um
relacionamento com estes canais de distribuição e as mensagens transmitidas
devem coincidir com a imagem desejada para o lugar.
Figura 8 - Modelo de Formação da Imagem de Destinação
Fonte: Beerli e Martin; 2004a
FONTES DE INFORMAÇÕES
Secundária
Induzida
Orgânica
Autônoma
Primária
Experiência Prévia
Intensidade de visitas
FATORES PESSOAIS
Motivações
Experiências de Férias
Características Sócio -
demográficas
IMAGEM DE DESTINO PERCEBIDA
IMAGEM
COGNITIVA
IMAGEM
AFETIVA
IMAGEM
GERAL
54
De acordo com Bigné, Sanchez e Sanchez (2001, p. 614), “embora não seja
possível controlar todos os elementos intervenientes para formar a imagem de
destinação, é possível manipular alguns deles tais como publicidade, escritórios de
informações turísticas, relações públicas, recomendações de agências de viagens e
operadores turísticos e instrumentos promocionais.”
As imagens apresentam-se como uma simplificação de várias associações e
informações ligadas ao local. Elas são o produto de uma mente que tenta processar
e resgatar a essência de uma série de dados sobre um local. O turista potencial
pode ter em cada estágio diferentes imagens de uma destinação, imagens as quais
são construídas pela quantidade, fonte e objetividades da informação disponível. A
imagem da destinação, de um potencial turista, deriva da variedade de fontes, as
quais são categorizadas como imagens ‘projetadas’ e ‘orgânicas’. Organizações
turísticas oficiais são responsáveis pela imagem projetada enquanto a imagem
orgânica pode ser derivada de fontes não turísticas. Então, imagens projetadas
incluem fontes comerciais como propagandas e fontes orgânicas incluem cultura
popular, mídia, literatura e educação. (SELBY e MORGAN, 1996)
Para Bignami (2002), a imagem é o resultado dinâmico de um complexo
processo cognitivo que envolve a assimilação de informações que podem ou não ser
verdadeiras, geradas e difundidas pelas mais diversas fontes (instituições sociais
como igreja, família, escola, Estado, meios de comunicação, etc). E consistem de
fatos históricos e da atualidade, mitos, crenças, figuras, estereótipos, produção
cultural, ações de promoção turística, enfim, dos mais diversos discursos.
A partir do exposto até o momento, pode-se considerar a imagem de um lugar
como a síntese das idéias que, repetidas por diversos interlocutores e por sua
freqüência irão caracterizar um destino (BIGNAMI, 2002).
2.2.4 Promoção da Imagem Turística
Embora considerada como um processo de construção subjetiva a imagem é
resultado de inúmeras forças, algumas induzidas, outras o controladas. A
promoção da imagem turística enquanto ferramenta do marketing compreende as
forças induzidas da imagem pela oferta turística. Segundo Ahmed (1996, p.38), a
imagem pela perspectiva do marketing deve responder a uma questão lógica para a
55
estratégia de promoção: qual é a ligação entre a decisão do turista de visitar uma
destinação com a imagem promovida?”.
Neste sentido Kotler, Haider e Rein (1994, p.41) consideram que:
As imagens não são fáceis de ser elaboradas ou mudadas. Isso exige
pesquisa sobre como os moradores e as pessoas de fora vêem o local. É
preciso identificar os elementos verdadeiros e os falsos, bem como seus
pontos fortes e fracos; isso requer inspiração e a capacidade de escolher
entre as imagens conflitantes. A escolha tem de ser feita de mil maneiras,
de forma que seus moradores, empresários e outros concordem com uma
imagem de consenso. É necessária também uma verba significativa para
divulgá-la.
Santanta ([s.d]) estabelece as diferentes imagens do destino. Assim, ele
considera que todo lugar tem uma imagem própria, que é resultado da imagem que
a população residente tem de si mesma e dos espaços-territórios em que convivem
e desenvolvem suas atividades diárias. Além dessa imagem, o autor afirma que
qualquer área ou território dispõe de uma série de elementos físicos, sociais e
culturais capazes de serem promovidos como recursos para atrair o turista e que
formam a imagem para venda, que é marcada por servir aos interesses de
instituições e empresários da área, bem como, em menor medida, pelos residentes.
“Enquanto que em situações é observada uma política conjunta e participativa de
todos os envolvidos no desenho de tal imagem, em outras observamos um
conglomerado de idéias mais ou menos compatíveis que podem não chegar a
materializar-se” (SANTANA, [s.d], p.1).
Dando continuidade a este processo que Santana ([s.d]) propôs, se é o caso
da primeira situação, em que os envolvidos adotam política conjunta e participativa,
para compor a imagem, estas então irão se materializar em diversas campanhas de
promoção, formando-se o que autor denomina de imagem promovida. Considerada
um importante componente físico, tangível que se reflete em panfletos, folhetos,
cartazes e outras formas de material publicitário (SANTANA, [s.d]). Esta pode ainda
não ser a imagem que os turistas venham a consumir, em virtude de que as
operadoras turísticas podem modificar imagem ao criar novos produtos, conjugando
nos pacotes turísticos diferentes destinos, a esta imagem o autor nomeia de
imagem re-criada. O autor ainda considera que quando esta imagem re-criada
chega as agências de viagem, último canal antes de alcançar o turista, ainda podem
ser ocasionadas algumas variações que definirão a imagem vendida.
56
Sob estes aspectos, a imagem é aceita como importante fator de atração e
promoção de destinos e como afirmam Bradley, Hall e Harrison (2002, p. 5)
“Promoção de cidades tem sido profundamente positiva como uma parte tangível do
processo de desenvolvimento urbano”. Os autores apresentam como a construção
da imagem urbana e a promoção de cidades pode contribuir para uma revitalização
de cidades industriais que buscam atrair turistas e consolidar uma imagem de
cidades turísticas.
Kotler, Haider e Rein (1994) advertem ainda que, melhorar a imagem não é
suficiente para garantir a prosperidade de um local. Ele precisa de características
especiais para satisfazer seus moradores e atrair pessoas de fora. Para os autores
atualmente várias cidades estão procurando novas atrações para apresentar, e com
certeza nem a imagem nem as atrações podem dar a resposta completa ao
desenvolvimento de um local. Elas não substituem ou cobrem suas deficiências. O
básico está relacionado à infra-estrutura: meios de transporte, energia suficiente,
escolas, segurança, água potável, espaços recreativos, bons hotéis e restaurantes.
Portanto para uma imagem surtir efeito, Kotler, Haider e Rein (1994) propõem
alguns critérios como a validade, a credibilidade, a simplicidade, a atratividade e a
diferenciação, cada um é definido por:
Validade: se um local divulgar uma imagem muito diferente da realidade a
chance de êxito é mínima;
Credibilidade: mesmo se a imagem proposta for válida, ela pode não ser
imediatamente acreditável;
Simples: se um local divulga muitas imagens de si mesmo pode causar
confusão;
Atraente: a imagem deve sugerir o porquê que as pessoas gostariam de
morar lá, visitar, investir, etc;
Diferenciada: a imagem funciona melhor quando se distingue de outros
temas comuns.
Enquanto que cidades são lugares complexos e multifacetados apresenta-se
como uma das barreiras da promoção do marketing turístico, reduzir esta
diversidade em uma simples mensagem geral de marketing. Se um lugar ressalta
um atributo distinto ou a combinação deste na imagem geral, a mensagem é clara e
facilmente entendida, mas quando se tenta capturar a diversidade do lugar, resulta
em imagem similar a de outras cidades (BRAMWELL e RADING,1996).
57
Além desta barreira, também o fato de que “cada local tem de elaborar
uma história sobre si mesmo e contá-la coerentemente e de forma bem-feita. No
entanto, um grande número de mercados e canais de mídia cria um enorme risco de
mensagens opostas e confusas.” (KOTLER, HAIDER e REIN, 1994, p.173) Os
atores podem promover a imagem diferentemente e conflitante podendo as “imagens
se chocarem”.
Ruschmann (1999, p.61) corrobora com esta afirmação destacando que “a
complexidade da propaganda turística reside na variedade dos produtos a
comercializar, como também na gama de empreendedores envolvidos: hoteleiros,
transportadores, restaurantes, etc.” Segundo a autora, é melhor realizar ações
promocionais em conjunto do que isoladamente. Além de diminuir os custos de
divulgação, as ações podem ser mais amplas, pois quanto mais o turismo local
desenvolve-se, mais os empreendedores têm a ganhar.
De acordo com afirmação acima, Ignara (1999) argumenta que os turistas, na
maior parte das vezes, primeiro escolhem o local para viajar para depois escolher o
hotel onde se hospedar. Assim, não adianta o hotel promover seu produto se o
comprador não está motivado a visitar a localidade turística. Da mesma forma, uma
localidade turística não pode promover exclusivamente seu potencial de atrativos
turísticos sem promover os serviços turísticos disponíveis nessa destinação.
Outro obstáculo importante esclarecer é o que Papadopoulos e Heslop (2002)
atentam no que diz respeito à administração da imagem de destino. Os autores
advertem que diferentemente da imagem corporativa ou de marca, a imagem das
localidades (estados, regiões, países) não está diretamente sob o controle dos
profissionais de marketing, o que torna ainda mais crítica a tarefa de divulgá-la.
Kotler, Haider e Rein (1994) confirmam o que pensam esses autores, ao
descreverem que atores do setor público e do setor privado são vendedores da
imagem de um lugar, e que o trabalho deve ser executado coerentemente por estes
diferentes atores. Assim, “ao contrario do marketing de negócios e produtos, o
marketing de localidades requer o apoio ativo dos órgãos públicos e privados,
grupos de interesse e cidadãos” (KOTLER, HAIDER e REIN, 1994).
Kotler, Haider e Rein (1994), afirmam que em geral, as atividades de
marketing de uma localidade são de responsabilidade dos órgãos públicos, sendo
que as pressões tem origem no setor privado, quando os negócios não estão bem.
58
Os autores consideram também que em alguns casos as lideranças podem surgir do
setor privado. Mas o verdadeiro desafio é:
coordenar todos os grupos de interesse do setor público e privado num
corpo de trabalho coeso que concorde com os objetivos a serem alcançados
e os meios de atingi-los. Muitas vezes, órgãos com responsabilidades
coincidentes ou concorrentes, dentro do próprio setor público, levam à
inatividade ou a atitudes opostas. Alguns dos atores do setor privado podem
discordar de determinado plano, causando uma ruptura no esforço total
necessário. Juntar os grupos heterogêneos para apoiar uma causa comum
requer liderança (KOTLER, HAIDER e REIN, p.158)
Ainda para os autores, os criadores das imagens de destinos podem utilizar
três instrumentos para implantar uma imagem eficaz de uma localidade: slogans,
frases e posicionamentos; símbolos visuais; e eventos e feitos. Eles ainda
consideram que outros tipos de instrumentos de criação de imagem e promoção,
nem todos sob controle da localidade, podem ajudar ou prejudicar. Entre eles estão
filmes, televisão, shows, música popular, equipes esportivas e itens relacionados a
jogos – camisetas, bonés e pôsteres.
Para Kotler, Haider e Rein (1994) antes de escolher as mensagens e a mídia
para a promoção turística é preciso determinar o público-alvo. Como foi
demonstrado anteriormente cada possível mercado-alvo requer mensagens e mídias
diferentes, que se enquadre com seu perfil sócio-psicológico, cultural, faixa etária,
educação, entre outros. Dessa forma os promotores de localidades devem utilizar
vários instrumentos de grande influência para promover um local nos seus
mercados-alvo. Os principais instrumentos são publicidade, marketing direto,
promoção de vendas, relações públicas e venda pessoal (KOTLER, HAIDER e
REIN, 1994).
De forma mais detalhada, Solha (1999) reuniu uma lista mais extensa de
elementos e veículos de comunicação que podem colaborar na formação e
consolidação da imagem de destinação, alertando que o “uso adequado dos canais
de comunicação pode contribuir para criar, modificar ou mesmo solidificar a imagem
de uma destinação turística.” A pesquisa de Solha (1999) verificou a imagem como
importante papel na divulgação turística como instrumento do marketing. A pesquisa
abordou a atuação dos veículos de comunicação escrita dirigidos ao turista na
divulgação de imagens turísticas de Porto Seguro / Bahia.
Ahmed (1996) confirma uma crescente agressividade nas campanhas
promocionais de destinações turísticas que tem dado uma nova dimensão para
59
competitividade de destinos e tem resultado no aumento do número de divulgação
de imagem nos cadernos de viagem e turismo de jornais e até nos meios de
comunicação. O autor destaca ainda que a promoção do turismo é importante para o
crescimento da vantagem competitiva de uma destinação turística em relação a
outra. Mas ele afirma que os recursos destinados ao turismo o são suficientes
para atrair um grande número de turistas para uma destinação turística.
Neste sentido, Cai (2002) sugere a criação de uma imagem de marca
cooperativa para destinações rurais. A pesquisa averiguou junto aos turistas a
percepção destes quanto à imagem de comunidades isoladas e da região como um
todo, considerando certa proximidade geográfica e cultural das comunidades que
compõem a região. Foi constatado que a imagem cooperativa resulta de uma
imagem baseada nos atributos das múltiplas comunidades rurais, como foram
percebidas pelos turistas. Os atributos mais marcantes foram percebidos na imagem
das localidades que possuíam uma identidade de marca, mas ainda mais
favorável foi a associação da marca baseada em atitudes e afetividade para a
região, em detrimento das comunidades individuais.
Embora a pesquisa de Cai (2002) tenha relação com a deste estudo, nela
foram consideradas as percepções dos turistas para uma imagem de marca
cooperativa, enquanto esta proposta objetiva avaliar as relações cooperativas no
processo de criação da imagem turística regional. Por este motivo, no próximo item
serão abordadas questões referentes às relações interorganizacionais cooperativas.
2.3 A REGIONALIZAÇÃO E AS RELAÇÕES INTERORGANIZACIONAIS
COOPERATIVAS
A interdependência global; a criação de blocos econômicos; a
transnacionalização das empresas; os rápidos avanços tecnológicos; o acirramento
da competição; e o aumento da preocupação com o meio ambiente, são fatores que
contribuíram para a tendência às novas formas de relacionamento entre as
organizações (GULATI, 1995; KOTLER, JATUSRIPITAK e MAESINCEE, 1997).
Neste contexto, “uma das principais características do atual ambiente organizacional
é a necessidade das empresas atuarem de forma conjunta e associada” (OLAVE e
60
AMATO NETO, 2001, p. 289). Inseridos neste contexto que as tendências à
regionalização e as relações interorganizacionais cooperativas se destacam.
Desta forma, para iniciar este item serão apresentadas considerações sobre o
processo de regionalização, discutindo em seguida os aspectos referentes às
relações interorganizacionais cooperativas. Por fim, serão apresentadas as
discussões das relações interorganizacionais cooperativas especificamente no
campo do turismo.
2.3.1 A regionalização e suas premissas para o turismo no Brasil
O fim do segundo milênio foi marcado por duas tendências
concomitantemente contraditórias e complementares. Ao mesmo tempo em que era
promovido um sistema global, interdependente e interconectado, facilitado pelos
avanços tecnológicos, fortaleciam-se simultaneamente, as relações nos níveis
nacionais, regionais e locais (KOTLER, JATUSRIPITAK e MAESINCEE,1997;
CASTELLS, 2003).
Em decorrência do pós Guerra-Fria, novas formas de organização política e
econômica foram necessárias, sendo a regionalização uma alternativa adotada por
diversos países pelo mundo, na década de 1990 (KONDO, [s.d]). Nesta dialética
global versus local, a globalização é encorajada pelo aporte econômico, na medida
em que seu anverso é respaldado por processos de regionalização sócio-cultural
(BECKER, 1996; JACKS, 1998), político (ENDRES, 2003; SCHOMMER, 2003) e
também econômico (CASTELLS, 2003).
Para Becker (1996), a regionalização foi um movimento que buscou, em
primeiro lugar, a proteção dos recursos ambientais e culturais e em segundo plano
procurava alternativas de sobrevivência no mercado globalizado. Sob este aspecto,
a regionalização é antes de tudo um processo sócio-cultural com o objetivo de
manter e reforçar as identidades locais e regionais em decorrência da nova cultura
global que foi promovida pela globalização (JACKS, 1998).
O processo de regionalização, no caso brasileiro, pôde ser percebido também
como reflexo da descentralização do poder do Estado (ENDRES, 2003;
SCHOMMER, 2003). A partir da década de 1980, movimentos exigindo maior
eficiência e eficácia das políticas públicas iniciam a revalorização do local, levando à
61
intensa descentralização de recursos e atribuições. Ganhou-se espaço para novas
formas de articulação com a sociedade civil e com o setor privado (SCHOMMER,
2003).
pelo aspecto econômico, a regionalização da economia mundial foi
principiada pela criação de blocos econômicos como União Européia - UE, Tratado
de Livre Comércio da América do Norte - NAFTA, Mercosul e Cooperação
Econômica da Ásia e do Pacífico - APEC (CASTELLS, 2003). Para Kondo ([s.d]),
foram criados acordos que garantiam relações privilegiadas entre seus membros.
Os países criaram associações como união aduaneira (livre-comércio interno e
acordos com países extra-bloco), mercado comum (livre circulação de capitais,
pessoas, serviços e produtos) e zona de livre-comércio (eliminação ou redução de
taxas aduaneiras entre seus membros). Mas Castells (2003) destaca que as
verdadeiras unidades de comércio não são países, mas sim empresas e redes de
empresas que podem ter a capacidade de competirem globalmente.
Neste cenário mundial, a regionalização foi percebida como sujeito do
desenvolvimento (DALLABRIDA, 2000), bem como a atividade turística uma
possibilidade para o desenvolvimento regional (AULICINO, 2004). Submetendo-se à
tendência da regionalização, o Ministério do Turismo (MTur), em abril de 2003,
lançou o Plano Nacional do Turismo. Entre as premissas que nortearam o plano
destacam-se a parceria e gestão descentralizada; a desconcentração de renda por
meio da regionalização, interiorização e segmentação da atividade turística; a
diversificação dos mercados, produtos e destinos; a inovação na forma e no
conteúdo das relações e interações dos arranjos produtivos; a adoção de
pensamento estratégico, exigindo planejamento, análise, pesquisa e informações
consistentes; e por fim o incremento do turismo interno (MTUR, 2004).
Em agosto do mesmo ano foi realizada uma oficina para repensar o Programa
Nacional de Municipalização do Turismo (PNMT), até então em voga desde a
década de 1990 e também para discutir o Macro Programa 4 do Plano Nacional de
Turismo intitulado Programa de Regionalização do Turismo Roteiros do Brasil.
Neste encontro determinou-se que:
...o PNMT se extingue como Programa Nacional estruturante, embora a
municipalização continue sendo incentivada em alguns Estados e
municípios que considerarem necessário o desenvolvimento dos
pressupostos do programa. Passam, assim, a existir ações municipais
voltadas a sensibilização, organização, inventariação, planejamento e
comercialização. O município será assim como apontam as conclusões,
62
uma célula para o desenvolvimento regional e que servirá como um
fortalecedor do processo de desenvolvimento regional. (...) Mas
reconhecendo os benefícios do PNMT e a necessidade de desenvolvimento
regional o Ministério considerou a integração entre municipalização e
regionalização de modo que se insiram nas políticas públicas de Estado e
dos municípios. (ROSCOCHE, 2004, p. 11)
Enquanto o PNMT fortalecia o sistema local, cujas ações eram centradas no
âmbito municipal, o PRT promove a integração entre municípios para o
desenvolvimento regional (FORTES e MANTOVANELI, 2006). Para o Plano
Nacional de Turismo, a regionalização foi recebida como um modelo de gestão de
política pública descentralizada, coordenada e integrada, baseada nos princípios da
flexibilidade, articulação, mobilização, cooperação intersetorial e Interinstitucional e
na sinergia de decisões. A proposta é de um planejamento regional integrado,
participativo e com gestão coordenada de todos os atores municipais em cada
região turística (MTUR, 2004).
Com este intuito, as diretrizes políticas do PRT são formadas por três pilares
norteadores: a gestão coordenada; o planejamento integrado e participativo; e a
promoção e apoio à comercialização (MTUR, 2004). Segue a descrição de cada uma
nos itens abaixo:
Gestão Coordenada – a partir da formação de parcerias, compartilhando
propostas, responsabilidades e ações, envolvendo governos federais,
estaduais e municipais, integrando a comunidade no planejamento,
implementação e avaliação;
Planejamento Integrado e Participativo ação pública articulada, seja estatal
ou privada, envolvendo a participação política dos setores sociais e
econômicos;
Promoção e Apoio à Comercialização diversidade e particularidades da
oferta turística segmentada e dos modos de comercializar. Para a
operacionalização tem-se: formação de redes, educação para o mercado,
formatação de roteiros, estratégias de promoção e apoio a comercialização.
Para Padovani ([s.d]), este processo de regionalização, teoricamente, se
origina da abordagem de clusters, que segundo o autor seria a economia de
aglomeração aplicada ao turismo, ou seja, procura-se estruturar atrativos e infra-
estrutura para oferecer produtos turísticos diferenciados em espaços geográficos
aglomerados. Este caráter será abordado com mais atenção no próximo item,
juntamente com o tema cooperação.
63
2.3.2 Relações Interorganizacionais Cooperativas
Organizações não são entidades autônomas, mas sim ancoradas em redes
de interação com outras organizações, de setores similares ou diferentes
(SCHOMMER, 2000). Neste sentido, as relações interorganizacionais se apresentam
como formas de ligações estabelecidas entre organizações, como meio de obter
vantagem competitiva (THORELLI, 1986); com objetivo de incrementar a
performance organizacional (WHETTEN e LEUNG, 1979; OLIVER, 1990); ou
alcançar determinados objetivos em comum (HUGGINS, 1998; MELO, 2002, LIMA,
2003).
De acordo com a teoria da dependência de recursos (BARNEY, 1991), as
relações interorganizacionais ocorrem pela necessidade de acesso a recursos
críticos para que as organizações possam alcançar seus objetivos (BULGACOV e
FOGGIATTO, 2005). Entre os resultados decorrentes das relações organizacionais
estabelecidas inter-firmas, destacam-se: os ganhos de produtividade e
competitividade das empresas, o fortalecimento de setores produtivos e o aumento
da cooperação (GARRIDO, 2006).
A cooperação como um sistema nos quais indivíduos, grupos, organizações
formais e informais, unem-se no sentido da realização do equilíbrio entre os
objetivos particulares e os da coletividade, não se constitui uma idéia recente
(VERSCHOORE FILHO, 2003). Porém, por muito tempo, predominou a competição
como principal opção estratégica das empresas para sua sobrevivência e expansão
(BEGNIS, PEDROZO e ESTIVALETE, 2005).
Para Verschoore Filho (2003), duas premissas solidificam o ensejo da
cooperação pelas organizações. A primeira é a idéia de que o todo é maior que a
soma das partes e a segunda é a de que, ao contrário dos resultados ganha-perde
das relações competitivas, a cooperação não se sustenta com relações díspares, ou
todos ganham juntos ou todos perdem juntos. “A cooperação interorganizacional
emerge exatamente quando estas duas premissas tornam-se gerenciáveis“
(VERSCHOORE FILHO, 2003, p 2).
Por outro lado, a cooperação empresarial não impede as empresas de
competirem no mercado, mas possibilita que todo o tecido produtivo se torne mais
competitivo, como uma teia (rede). Isso acontece em uma comunidade industrial
formada por muitas empresas, que possuam alguma conexão seja horizontal e/ou
64
vertical (BAIARDI e LANIADO, 2000). A partir deste conceito, destaque-se o termo
“coopetição”, uma fusão dos termos cooperação e competição. A estratégia consiste
num relacionamento simbiótico limitado a determinados aspectos e que ocorre entre
empresas concorrentes, para conquistar mercado ou reduzir custos para aumentar a
competitividade e adquirir posição de liderança no mercado (LIMA, 2003; CHIEN e
PENG, 2005).
Assim, as relações interorganizacionais podem oscilar entre duas direções
não exclusivas: a da competição e conflito e a da cooperação e colaboração
(KOTLER et al., 1997; CHIEN e PENG, 2005). É oportuno dizer que cooperação e
conflito são processos simultâneos em relações interorganizacionais, inclusive em
redes, e um número elevado de membros representa oportunidade de mais
criatividade mas, ao mesmo tempo, de maiores conflitos. (SCHOMER, 2000, p. 149).
Verschoore Filho (2003) aponta também como dificuldades para a cooperação
questões como as formas de divisão dos esforços e dos custos, bem como a
apropriação dos ganhos. Para o autor, tais conflitos ensejam uma busca natural pela
melhor organização das atividades colaborativas. Assim, segundo ele, um dos
elementos chaves para a cooperação é a coordenação dos esforços mútuos
necessários para o alcance dos propósitos pré-determinados. Como a realização de
ações em conjunto envolve um elevado grau de interdependência entre os agentes,
as organizações passam a ter novos direitos e deveres (VERSCHOORE FILHO,
2003).
Mas para que a cooperação tenha seu potencial de benefícios aproveitado,
algumas condições são apontadas como fundamentais, como o desejo de cooperar,
a necessidade de competência específica, de recursos financeiros e divisão de
riscos e de eficiência adaptativa (SCHOMMER, 2000). Uma exigência apontada por
Powell (1990) para que existam relações de redes, é a presença de confiança entre
os parceiros. Huggins (1998) em sua pesquisa constatou que a principal barreira na
formação das redes é a falta de confiança entre as empresas em muitas localidades.
A confiança entre os parceiros é considerada um elemento necessário para as
relações interorganizacionais, pois ela “tende a criar condições para o
aprimoramento das alianças, uma vez que para se chegar à fase de negociação é
necessária a existência de algum nível de confiança entre os parceiros” (CUNHA e
MELO, 2005, p. 69). Na pesquisa de Cunha e Melo (2005) foi constatado que a
65
confiança possibilita maior troca de informações, compartilhamento de dados e até
mesmo das dificuldades sofridas pelos parceiros, facilitando a tomada de decisões.
Além disso, o grau de confiança entre os parceiros aumenta quando os
objetivos o alcançados através da cooperação (DOTTO e WITTMANN, 2003).
Dessa forma, pode-se inferir que a confiança, além de ser pré-requisito para o
estabelecimento de ações cooperativas, acaba sendo fortalecida pelos resultados
positivos do relacionamento entre as organizações. Corroborando com esta
afirmativa, Cunha e Melo (2005) estabelecem que a confiança se fortalece quanto
mais positiva forem as experiências na relação interorganizacional, embora, quando
o risco é maior, o contrato é utilizado como instrumento de segurança para as partes
envolvidas.
Assim, entre as formas cooperativas de relações interorganizacionais, estão
as parcerias, alianças estratégicas, joint ventures e redes (OLIVER, 1990;
SCHOMMER, 2000; VERSCHOORE FILHO, 2003). Existe uma semelhança entre os
termos e até mesmo certa confusão entre as abordagens. Além das formas referidas
acima, ainda pode-se acrescentar os chamados clusters, atualmente muito
abordados, sendo por vezes comparado às redes.
Para Verschoore Filho (2003), a parceria é uma das formas mais simples de
cooperação, na qual as organizações se dispõem a trabalhar juntas por um curto
período de tempo na busca de melhorias específicas nos negócios. Para o autor, as
parcerias podem vir a facilitar uma aliança mais duradoura, na medida em que as
organizações se aproximam, os contatos tornam-se recorrentes e os objetivos
assumem proporções maiores dentro um processo natural de evolução.
as joint ventures se configuram como alianças oportunistas, quando é
percebida uma possível vantagem imediata (mesmo que temporária) na aliança
entre organizações, seja na constituição de um novo negócio ou na ampliação de
algum existente (KANTER, 1990). As joint ventures podem também ser
consideradas como uma cooperação de cunho tecnológico (VERSCHOORE FILHO,
2003), cuja idéia central é procurar obter nos parceiros as competências faltantes
para o desenvolvimento de um produto ou de um processo específico. Ao contrário
de outras formas cooperativas, as joint ventures pressupõem a criação de uma nova
empresa para administrar os esforços em conjunto. As partes associadas provêm à
empresa o capital e os recursos indispensáveis ao trabalho proposto e são
66
recompensados no futuro pelas inovações ou pelos lucros (GULATI, 1995;
VERSCHOORE FILHO, 2003).
As alianças estratégicas se caracterizam por possuir uma coordenação
formalizada, mas, ao contrário das joint ventures, onde a criação de uma nova
empresa, as alianças são governadas por relações contratuais, segundo Verschoore
Filho (2003). Os contratos de alianças estratégicas se destacam por tentar antecipar
os elementos do processo cooperativo, estabelecendo os objetivos, as formas como
estes serão alcançados, a divisão dos resultados e o que mais for relevante para as
partes (VERSCHOORE FILHO, 2003).
Entre os possíveis tipos de alianças, Kanter (1990) aponta as alianças multi-
organizacionais de serviços, também denominadas de consórcios, cujas
organizações que possuem uma necessidade similar juntam-se para criar uma nova
entidade que venha a preencher o anseio de todas. Conforme o conceito de Gulati
(1995) e Verschoore Filho (2003), o consórcio condiz com uma joint venture, que
pressupõe a concepção de uma nova entidade. Casarotto e Pires (2001)
consideram o consórcio uma rede flexível, que não surge de forma repentina, sendo
a questão cultural relevante, cuja concretização esta ligada aos modelos de
desenvolvimento regional.
Independente da terminologia adotada, o consórcio pode abranger a
fabricação, desenvolvimento, valorização, comercialização e exportação do produto;
a valorização da marca; os padrões de qualidade; a obtenção de crédito; e a
capacitação das empresas (CASAROTTO e PIRES, 2001). O consórcio, entre outras
funções, deve exercer: pesquisas de mercado; divulgação de informações sobre os
setores de atuação das empresas membros do consórcio; manutenção de um site na
internet com informações atualizadas sobre as empresas; promoção territorial;
disponibilidade de suporte informativo sobre recursos financeiros; contratação de
consultores/técnicos para sanar problemas comuns e específicos; realização de
convenções e eventos; e representação das empresas em eventos nacionais e
internacionais; atração de investimentos externos (CASAROTTO e PIRES, 2001).
Embora Casarotto e Pires (2001) não diferenciem alianças estratégicas de
redes, Verschoore Filho (2003) salienta que as alianças, por envolverem contratos
firmados, podem acabar inibindo a cooperação entre os parceiros, em razão das
dificuldades empíricas de coordenação das relações puramente contratuais,
existindo uma extensa e variada gama de estudos normativos que tentam facilitar a
67
implementação prática dos seus fundamentos. Portanto o autor considera a união de
empresas em rede como uma das alternativas de cooperação com maiores
possibilidades de resultados, cuja gestão não é menos complexa que as alianças
estratégicas.
O termo rede é usado por diferentes campos do conhecimento (SCHOMMER,
2000), como ciências naturais, exatas e sociais (COSTA, 2005). Variadas são as
tipologias utilizadas, como redes dinâmicas (MILES e SNOW, 1986); redes
estratégicas (JARILLO, 1988); redes (POWELL, 1990); redes industriais (EBERS e
JARILLO, 1997); redes de recursos (GULATI, 1999); redes políticas (ENDRES,
2003); redes de informação (FRAZIER e NIEHM, 2004); redes de empresas
(HOFFMANN, MOLINA-MORALES e MARTINEZ-FERNÁNDES, 2004).
Indiferente às tipologias, as redes são consideradas um grupo de
organizações sejam empresas, sindicatos, associações órgãos públicos, que servem
em um mercado em particular e mantém vínculos constantes, como, relações
informais, relações entre comprador e fornecedor, ou através do compartilhamento
de atividades (EBERS e JARILLO, 1997). As redes são estruturas mais flexíveis
(MILES e SNOW, 1986), posicionando-se de maneira intermediária ao mercado e a
hierarquia (POWEL, 1990).
O propósito central das redes “é reunir atributos que permitam uma
adequação ao ambiente competitivo em uma única estrutura, sustentada por ões
uniformizadas, porém descentralizadas, que possibilite ganhos de escala sem perder
a flexibilidade por parte das empresas associadas” (VERSCHOORE e BALESTRIN,
2006, p. 1). Para Schommer (2000), o sistema de redes interorganizacionais pode
ser entendido como forma institucional distinta, como estratégia de adaptação e
sobrevivência. A autora assegura que as redes que envolvem produção conjunta
exigem elevados níveis de cooperação interorganizacional e, em geral, redes em
diferentes setores geram mais cooperação do que organizações no mesmo nicho ou
setor e tendem a ser mais intensas e estáveis.
Um fator importante para a formação de redes é o enfoque na localização,
mais precisamente, na proximidade das organizações (BAUM e HAVEMAN, 1997;
HUGGINS, 1998; PORTER, 1999), focando na aglomeração de empresas para a
obtenção de vantagens como produtividade, inovação e competitividade através da
sinergia coletiva (COSTA, 2005). Esta idéia de proximidade geográfica remete à
concepção de cluster, sendo Porter um dos precursores. Penna (2001) aborda a
68
diferença dos termos aglomeração e aglomerado ambos usados indistintamente
como tradução do termo cluster para o português:
A aglomeração foi tornada em aglomerado. A diferença das definições não
vem dos 50 anos que as separam, mas traduz duas atitudes perante a vida.
Uma, conformada apenas em interagir, ainda que haja potencial latente. A
outra, ativa, gera e captura sinergias o todo é tornado maior do que a
simples soma das partes, torna-se competitiva, produz mais resultados e
gera mais lucros e cresce. (PENNA, 2001, p. 1)
Conforme a citação acima, o conceito do termo aglomerado é o que melhor se
aproxima da definição de cluster proposta por Porter (1999), o qual é definido como
“concentrações geográficas de empresas inter-relacionadas, fornecedores
especializados, prestadores de serviços, empresas em setores correlatos e
outras instituições específicas (universidades, órgãos de normatização e
associações comerciais), que competem, mas também cooperam entre si.”
(PORTER, 1999, p. 210)
Resumidamente o termo cluster pode ser definido como um aglomerado que
“é um agrupamento geograficamente concentrado de empresas inter-relacionadas e
instituições correlatas numa determinada área, vinculadas por elementos comuns e
complementares” (PORTER, 1999, p. 211). Os clusters, em geral surgem de um
processo endógeno, espontâneo e são, de alguma maneira, estimulados por
antecedentes culturais e históricos locais. Apesar de não dependerem de uma ão
estatal externa e planejada para sua criação, é consenso que o papel do Estado no
apoio e fortalecimento das bases locais torna-se fundamental para o sucesso desse
modelo multi-organizacional (GARRIDO, 2006).
Cunha e Cunha (2005) consideram como características relevantes dos
clusters a troca de informações entre empresas, instituições e indivíduos; existência
de uma diversificada infra-estrutura institucional de apoio às atividades
desenvolvidas; presença de uma identidade sociocultural; vantagens competitivas
coletivas; desenvolvimento de especialização coletiva; implementação de ões
estratégicas entre os agentes; organização simultânea de relações de concorrência
e cooperação entre os agentes.
Como abordado anteriormente, a coopetição é inerente às relações
interorganizacionais, mas nas abordagens de clusters o papel da competição é
marcante, mesmo quando a cooperação é o elemento forte do cluster. A rivalidade é
considerada como necessária para o desenvolvimento e sobrevivência do cluster,
sendo que sem competição as empresas são fadadas a fracassar, principalmente no
69
que se refere ao processo dinâmico das inovações (CUNHA e CUNHA, 2005), que
resulta em melhorias organizacionais e de produtos (GARRIDO, 2006).
Embora exista certa paridade entre os conceitos de relacionamentos
interorganizacionais cooperativos apresentados aqui, propostas de classificação
dessas formas, com o fim de clarear as diferenças entre os tipos de
relacionamentos. Amato Neto (2000) diferencia estas relações em redes pela
formalização do poder, sendo três os tipos por ele considerados: as redes sociais, as
redes burocráticas e as redes proprietárias. As redes sociais são com base na
informalidade das relações interempresariais. nas redes burocráticas existe um
contrato formal para regular as especificações no fornecimento de produtos e
serviços, a própria organização da rede e as condições entre os membros.
Associações comerciais e consórcios são considerados redes burocráticas. A
terceira é a rede proprietária, que formaliza acordos relativos ao direito de
propriedade, sendo as joint ventures tipos desta rede.
a tipologia proposta por Hoffmann, Molina-Morales e Martinez-Fernández
(2004) consta de quatro indicadores: a direcionaliade, a localização, a formalização
e o poder. Segundo os autores a direcionalidade refere-se à direção das relações
entre as partes, podendo estas ser verticais ou horizontais. As redes verticais são
aquelas formadas por organizações distintas, como as existentes entre compradores
e fornecedores. As redes horizontais são estabelecidas por organizações que
competem pelo mesmo público e mercado.
O segundo indicador da tipologia de Hoffmann, Molina-Morales e Martinez-
Fernández (2004) é a localização, podendo as redes ser dispersas ou aglomeradas.
As redes dispersas exigem um processo de logística avançado para superar a
distância e é mais presente em redes verticais. as redes aglomeradas
territorialmente possibilitam relações que se estendem aquelas puramente
comerciais (HOFFMANN, MOLINA-MORALES e MARTINEZ-FERNÁNDES, 2004).
Cabe destacar a este ponto que a proximidade geográfica pode gerar maior
confiança nas relações e encorajar a propensão à cooperação (DOTTO e
WITTMANN, 2003; ALIEVI e FERSTEINSEIFER, 2005). Casarotto Filho e Pires
(2001) admitem que a cooperação é mais eficaz no âmbito do município, ou até
mesmo de um bairro, porém os autores concordam que os sistemas econômicos
locais necessitem de escala, que muitas vezes o município isolado não oferece,
podendo através de um consórcio regional minimizar esta carência.
70
A formalização dos acordos é o terceiro indicador segundo a tipologia de
Hoffmann, Molina-Morales e Martinez-Fernández (2004). Podendo ser entre aquelas
de base contratual formal e aquelas de bases não contratuais. Nesta abordagem, as
redes são formas abrangentes, que englobam tanto as noções de alianças
estratégicas e joint ventures como sendo redes formais com base contratual, como
as relações baseadas na confiança, consideradas as redes informais (HOFFMANN,
MOLINA-MORALES e MARTINEZ-FERNÁNDES, 2004).
O poder é o quarto e último indicador na tipologia de redes desenvolvida por
Hoffmann, Molina-Morales e Martinez-Fernández (2004), podendo ser orbital, ou
não. Para os autores ao menos nas redes verticais formadas por empresa e
fornecedores, existe uma hierarquia de poder, sendo então denominada de rede
orbital, pois possui um centro de poder, no caso a empresa maior que pode exercer
seu poder de barganha com os fornecedores que são empresas menores. as
redes não orbitais são aquelas em que todas as partes têm igual capacidade de
tomada de decisão, presente principalmente nas redes horizontais nas quais os
membros da rede são empresas que competem com o mesmo produto e mercado.
Pesquisas atuais vêm contribuindo para a compreensão do processo das
relações cooperativas. Galerani (2003) avaliou a aliança estratégica vertical, em
duas redes cooperativas agropecuárias e evidenciou que a opção pela cooperação,
visa a sobrevivência imediata e o fortalecimento no longo prazo. Os principais
motivos para as alianças foram as dificuldades financeiras, a baixa escala de
produção, a concorrência entre as cooperativas e a perspectiva de acesso a
recursos financeiros. Destacam-se como resultados conquistados a otimização da
estrutura; a obtenção de escala de produção; o compartilhamento de atividades; o
fim da competição entre as cooperativas; a utilização, em conjunto, de marcas;
acesso a recursos financeiros e utilização, em comum, de tecnologias.
Já a pesquisa de Verschoore Filho (2003) analisa o desenvolvimento do
programa Redes de Cooperação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Que
também foi objeto de estudo de Verschoore e Balestrin (2006), que avaliaram os
fatores competitivos das empresas em redes de cooperação do mesmo programa.
Este item procurou apresentar uma visão geral das abordagens,
características, convergências e divergências dos estudos sobre as relações
interorganizacionais cooperativas. Para o próximo item serão expostas as
discussões sobre as relações interorganizacionais cooperativas no setor do turismo.
71
2.3.3 Relações cooperativas entre organizações turísticas
Embora o setor turístico expresse certa interdependência entre diversas
organizações, tanto do setor público, quanto do privado, constata-se que as relações
interorganizacionais cooperativas estão ainda pouco presentes nos estudos de
turismo. Saxena (2005, p. 278) constata que a necessidade das abordagens
cooperativas “chega de uma mudança nas estratégias competitivas que são
influenciadas pela volatilidade e suscetibilidade da indústria do turismo”. Assim,
estabelecer as relações cooperativas em organizações turísticas parece ser de
interesse para gestores e acadêmicos do turismo (SELIN e BEASON, 1991). Temas
como redes, clusters e teorias de aglomeração começam a permear os estudos de
turismo como forma de explicá-lo como uma influência local e no desenvolvimento
regional (NOVELLI, SCHMITZ e SPENCER, 2006).
A abordagem nas relações interorganizacionais foi objeto de pesquisa de
Selin e Beason (1991). Eles constataram que a maioria das organizações analisadas
não percebia o trabalho das demais organizações turísticas como sendo importante
para a sua própria. Embora esta característica tenha comprovado que pouca
cooperação entre as organizações analisadas, outro item da pesquisa demonstrou
que existe um grande interesse por parte delas em se tornar cooperativas. Naquela
pesquisa, os autores puderam comprovar que a proximidade geográfica, o domínio
consensual e a interdependência são fatores que contribuem para a existência de
relações cooperativas entre as organizações turísticas. Entretanto, as outras
hipóteses investigadas que se referiam às metas similares, ao conhecimento das
outras organizações, à escassez de recursos, à baixa incidência de concorrência e
ao número de visitantes no parque pesquisado, não puderam ser comprovados na
pesquisa.
Papageorgiou (2003) propõe a realização de uma pesquisa nas relações entre
os setores público e privado, com ênfase no marketing e na promoção, com o
objetivo de examinar a efetividade e o impacto das práticas de marketing adotadas
por organizações e unidades de negócios que operam em diferentes setores no
campo do turismo. Este artigo é o que mais se aproxima do objetivo deste trabalho,
embora seja apenas um levantamento de conceitos, não abordando nenhum
especificamente. O autor justifica a necessidade da sua pesquisa por haver pouco
72
interesse teórico sob este enfoque, sendo este também negligenciado pelos
profissionais de turismo.
O enfoque nas alianças estratégicas também é presente no campo do
turismo. Strate e Rappole (1997) investigaram as alianças entre marcas de hotéis e
companhias de restaurantes. Os autores consideram que esta estratégia de negócio
não é nova, porém para eles ela tem recebido um enfoque atual, utilizado
frequentemente para ajudar as empresas a maximizarem seus lucros. Eles citam
cinco razões para estes tipos de alianças, a criação de benefícios financeiros; a
criação de maior valor para o cliente; o aumento da imagem geral; o fortalecimento
da posição competitiva da operação; e por fim a criação de vantagens operacionais.
Mas uma das abordagens mais pesquisadas atualmente refere-se aos
clusters no turismo (BAUM e HAVEMAN, 1997; TOLEDO, VALDEZ e POLLERO,
2002; CUNHA e CUNHA, 2005 e 2006; GOMES e SILVA, 2006; MONTEIRO e
MENÃO, 2006; NOVAES e SPONCHIADO, 2006; SILVA, 2006). Baum e Haveman
(1997) discutem a questão da aglomeração de hotéis em relação à diferenciação
pelo tamanho ou pelo preço praticado.
Toledo, Valdez e Pollero (2002), discutem o cluster turístico em relação
com o planejamento estratégico regional, que deve ser coordenado por atores dos
setores público, privado e de organizações não governamentais. Existe uma
presunção de que o cluster turístico em programas de desenvolvimento local seja
uma atividade estratégica no combate às disparidades regionais e às desigualdades
sociais (CUNHA e CUNHA 2005; MONTEIRO e MENÃO, 2006; SILVA, 2006).
Neste sentido Cunha e Cunha, 2005 advertem que a concretização do cluster
turístico não é a solução fácil e automática para qualquer situação. Devendo-se
considerar que:
Nem todas as regiões oferecem as mesmas condições para o
desenvolvimento do turismo. Uma região com potencial de desenvolvimento
do turismo deve possuir características culturais, físico-naturais e sociais
que definam sua identidade regional, deve possuir infra-estrutura adequada
que favoreça a acessibilidade, deve dispor de supra-estrutura (meios de
hospedagem, restaurantes, serviços de transporte, etc.) que garanta a
qualidade do produto turístico, deve ter localização estratégica em relação
aos pólos emissores de turistas, deve oferecer atrações turísticas em
número suficiente para atrair turistas e viabilizar economicamente as
atividades envolvidas com o turismo, e deve manter estratégias de
marketing turístico para divulgar uma imagem atrativa, diferenciada e
competitiva do produto turístico (CUNHA e CUNHA, 2005, p. 3)
73
Para Cunha e Cunha (2006), um cluster turístico está associado a um
conjunto de empresas e instituições espacialmente concentradas que estabelecem
entre si relações horizontais (entre empresas que satisfazem o mesmo grupo de
clientes, diferenciando seus serviços, ou aquelas que atuam na área do turismo,
como restaurantes, meios de hospedagens, transporte, animação) e relações
verticais (como as existentes entre empresa e fornecedores). Para os autores as
relações horizontais estão relacionadas às formas de alianças estratégicas,
enquanto que as verticais são através das redes estratégicas.
As pesquisas sobre redes (LUCHESE, [s.d]; ENDRES, 2003; SILVA, 2004;
COSTA, 2005; MASSUKADO e TEIXEIRA, 2006), bem como a cooperação
(SANCHO, 2006) começam a ser objetos de análise no campo do turismo. Endres
(2003) analisa as relações de redes políticas no turismo, analisando o PNMT (já
abordado na primeira parte desta seção). As relações de redes de cooperação foram
pesquisadas por Lucchese ([s.d]) e Silva (2004). Ambos os autores identificaram que
os atores do turismo, os pequenos proprietários rurais (LUCCHESE [s.d]) e as
pequenas empresas turísticas (SILVA, 2004) percebem a necessidade da
interdependência para o desenvolvimento turístico local. Massukado e Teixeira
(2006) fazem um levantamento teórico das redes interorganizacionais no turismo,
sob a perspectiva da cooperação entre instituições públicas e privadas.
Ateljevic e Doorne (2004) discutem a relação na maioria das vezes conflituosa
entre governo e pequenas empresas de turismo na Nova Zelândia. Para os autores
o fato de estas empresas oferecerem produtos em pequena escala e de escopo
diverso acabam não tendo muita participação na tomada de decisões e muitas vezes
sendo afetadas negativamente pelas políticas públicas, que privilegiam as empresas
de maior porte e com maior poder de influência nas decisões. Os autores apontam,
como possível solução, o desenvolvimento de uma macrorregião que possibilite a
cooperação das pequenas empresas, primeiramente aumentando a intensidade
[grifo dos autores], o escopo e o nível de acordos reguladores e secundariamente
simplificando os acordos no sentido de aumentar o acesso à informação e o
aperfeiçoamento das habilidades da mão-de-obra, para que esta se torne
especializada na região.
Costa (2005) pesquisou empiricamente a questão da competitividade e das
relações de redes entre organizações públicas, privadas e de terceiro setor. Entre os
construtos analisados pela autora para verificar a presença de redes de empresas
74
destacam-se: a proximidade geográfica, a cooperação, a confiança, a formalidade
de poder, a comunicação, a competição, entre outros. A pesquisa não constatou a
presença de relações de redes nas localidades analisadas.
Sancho (2006) pesquisou a cooperação e o associativismo na cidade de
Maria da (MG), constatando que o turismo naquele município é gerenciado de
forma descentralizada e participativa entre os atores turísticos e vem se
apresentando como uma forma de inclusão social. O autor salienta que a iniciativa
para o desenvolvimento do turismo no município promoveu a criação do COMTUR
(Conselho Municipal de Turismo) e que, apoiado pelo Sebrae, iniciou a promoção de
atividades de inclusão social e desenvolvimento sustentável. Esta iniciativa mobilizou
a comunidade que começou a se organizar em cooperativas de artesanato, turismo,
de produtores naturais, etc.
Este capítulo abordou as questões gerais sobre imagem, imagem turística,
regionalização, relações interorganizacionais cooperativas e relações cooperativas
entre organizações turísticas. O capítulo a seguir apresenta os passos
metodológicos e os conceitos que serão abordados neste estudo.
75
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
Os construtos formadores da imagem são variados e dependem do ponto de
vista adotado pelo pesquisador. Embora a imagem turística na maioria dos estudos
seja geralmente avaliada pela percepção do turista, esta pesquisa, recorrendo aos
estudos da imagem organizacional e das relações interorganizacionais propõe a
análise das relações interorganizacionais no processo de formação da imagem
turística regional da Rota das Terras/RS.
Este capítulo apresenta a caracterização da pesquisa e os procedimentos
utilizados para a sua realização. No primeiro item a região a ser analisada é
caracterizada. No item dois são abordados os conceitos a serem pesquisados,
delimitando como cada termo foi adotado. Posteriormente é retomado o problema de
pesquisa, a fim de esclarecer os objetivos e a questão central que balizam este
estudo. Também é apresentado o delineamento de pesquisa, e as partes que a
compõem, esclarecendo os métodos e instrumentos adotados, retratando os
públicos analisados, a determinação da amostra, a forma de coleta, o tratamento e a
análise dos dados.
3.1 SOBRE A MICRORREGIÃO DENOMINADA ROTA DAS TERRAS
A partir das diretrizes do PRT, os estados nacionais devem trabalhar no
desenvolvimento de no mínimo três regiões turísticas, além das capitais,
estruturando novos roteiros e produtos turísticos (BOM et al, 2006). A microrregião
da Rota das Terras no Rio Grande do Sul RS é uma das regiões turísticas em
desenvolvimento neste estado.
Segundo a Setur/RS ([s/d]), a Rota das Terras está localizada na zona
geográfica Central (Figura 9), especificamente na macrorregião norte do estado,
englobando municípios das regiões do Alto Jacuí, Planalto e Centro (ROTA DAS
TERRAS, [s/d]).
76
Figura 9 - Mapa das Zonas Turísticas do Rio Grande do Sul
Fonte: SETUR/RS ([s/d])
Geograficamente, a região é formada por municípios com áreas planas,
próximas ao maior lago artificial do estado, o Alagado do Passo Real e a Barragem
do Município de Tio Hugo. A região é considerada uma das mais produtivas do
estado, cuja base da economia é proveniente do setor primário, com a agricultura da
soja, milho e trigo e a pecuária de corte e leiteira. O setor industrial também é
representativo para a economia. Culturalmente a região é marcada pela
descendência européia (GUIA DE INFORMAÇÕES TURÍSTICAS, [s/d]; ROTA DAS
TERRAS, [s/d]).
Em 1997 foi instituído na região o Consórcio Rota das Terras, iniciativa que
partiu da união do poder público e iniciativa privada (ROTA DAS TERRAS, [s/d];
materiais de divulgação da Rota das Terras) participando inicialmente 19 municípios.
Atualmente integram a micro região da Rota das Terras, 21 municípios (Figura 10)
sendo eles: Alto Alegre, Boa Vista do Incra, Boa Vista do Cadeado, Campos Borges,
Carazinho, Colorado, Cruz Alta, Ernestina, Fortaleza dos Valos, Ibirubá, Jacuizinho,
Lagoa dos Três Cantos, Não-Me-Toque, Quinze de Novembro, Saldanha Marinho,
Salto do Jacuí, Santa Bárbara do Sul, Selbach, Tapera, Tio Hugo e Victor Graeff.
ROTA DAS TERRAS
77
Figura 10 - Mapa ilustrativo da Rota das Terras
Fonte: Rota das Terras [s/d])
Para melhor caracterizar a região foi realizado um levantamento com
informações sobre os hotéis, os restaurantes, as agências de viagens, os pontos e
eventos turísticos e a economia local de cada um dos 21 municípios (Apêndice A). O
Quadro 4 apresenta de forma resumida, apenas as informações dos pontos/eventos
turísticos e a base da economia de cada município.
78
MUNICÍPIOS E PONTOS TURÍSTICOS DA ROTA DAS TERRAS
ALTO ALEGRE: Igreja Matriz São Marcos; Parque de Rodeios; Praça Central; rio Jacuí e Lago do
Passo Real. Economia baseada na agricultura e agroindústria de grãos, queijos e embutidos.
BOA VISTA DO CADEADO: Fazenda do Cadeado. Economia baseada na agropecuária.
BOA VISTA DO INCRA: Festas folclóricas e religiosas. Economia baseada na agropecuária.
CARAZINHO: Parque Municipal João Alberto Xavier da Cruz; Museu Regional Olivio Otto; Jockey
Clube Carazinhense; Parque de Exposições Vali Albrecht; Aeroclube Carazinho; Lago Guaruja;
Clube Comercial de Carazinho.
CAMPOS BORGES: Gruta de Santa Rita de Cássia; Alagado do Passo Real; rio Jacuizinho;
Parque dos Rodeios do Centro de Tradições Gaúchas Galpão Hospitaleiro e Igreja Matriz
dedicada a São Sebastião. Economia baseada na agropecuária e a extração da pedra basalto.
COLORADO: Igreja São João Batista; Gruta Nossa Senhora de Lourdes e SAC – Sociedade
Aquática Coloradense. Economia baseada na produção de grãos, leite e suinocultura.
CRUZ ALTA: Monumento de Fátima; Casa da Cultura Justino Martins; Parque Integrado de
Exposições; Balneário Belo Horizonte; Cascata Nossa Senhora da Conceição; Complexo Turístico
Fazendo do Pilão; Parque Holística São Francisco de Assis; Brique da Praça da Bandeira e Museu
Casa Érico Veríssimo. Economia baseada na agropecuária, indústria, comércio sólido e serviços.
ERNESTINA: Camping Bavária e Bavária Piscina; Camping Prainha; Estância Velha Ecoturismo;
Centro de Interpretação Ambiental Beija Flor; Pousada Alambique; Santuário N. Sra. Fátima
Estância Velha e Museu Municipal. Economia baseada na agropecuária
FORTALEZA DOS VALOS: Lago artificial da Barragem do Passo Real; "vossorocas" do Ivaí;
Museu Padre Jerônimo Martini; Praça 3 de Maio; Igreja São Roque. Economia baseada no setor
primário, atualmente desenvolvendo o turismo cultural e de eventos
IBIRUBÁ: Granja "Alles Blau"; Balneário Pesque-Pague; Cascata e Usina do Pinheirinho; Acqua
Mania Park; Museu Theobaldo Becker; Casa de Cultura Osvaldo Krames; Monumento aos
Imigrantes. A base da economia é agricultura, indústria e comércio.
LAGOA DOS TRES CANTOS: Clube Recreativo; Sempre Unidos Parque Municipal da Lagoa;
Igreja Católica e Evangélica (IECLB); Igreja Adventista do Dia e Parque Clube da Lagoa em
Linha Ojeriza.Economia baseada na agropecuária e comércio de sementes forrageiras.
JACUIZINHO: Rodeio Taça Cidade da Fé; Romaria Tradicionalista e arquitetura germânica. Base
econômica: agricultura com produção de soja, trigo, milho e criação de gado.
NÃO-ME-TOQUE: Monumento ao Imigrante Alemão; Monumento ao Imigrante Italiano;
Monumento ao Imigrante Holandês; Casas das Associações Culturais; Praça Dr. Otto Schmiedt;
Carta Testamento; Jardim Paraíso na Terra; Casa da Cultura Dr. Otto Stahl; Haras Dune; Camping
Vale do Paraíso; CTG Galpão Amigo. Economia baseada na indústria de transformação e
agropecuária.
QUINZE DE NOVEMBRO: Museu Municipal; Padre Paulo Bertolini; Museu Santa Clara; Museu
Prof. Alfredo Drake e Museu de Ciências Naturais; Igreja Nossa Senhora da Saúde; Gruta de
Pedras Semipreciosas Cascatinha Franken; Casa do Artesão e as Corredeiras do rio Jacuí.
Economia baseada na agropecuária, sendo a indústria, o comércio e os serviços em expansão.
SALDANHA MARINHO: Praça Castro e Silva; Arvores e flores de diversos tipos. Economia
basicamente da agricultura.
SALTO DO JACUÍ: Hidrelétrica Jacui; Hidrelétrica do Passo Real; garimpos de Pedras Ágata;
Parque de Energia das águas (Parque temático de Salto do Jacuí). Base da economia: geração de
energia, mineração, agricultura, agropecuária, indústria
SANTA BARBARA DO SUL: Parque de arvores naturais; Jockei Club; Casa de Cultura Lauro
Prestes Filho; Monumento a Santa Bárbara; Pista de MotoCross. Economia baseada na
agropecuária.
SELBACH: Praça João XXIII; Igreja São Tiago; Monumento do Imigrante; Casa Urban; Haras
Pinno; Gruta de Nossa Senhora de Lourdes; Santuário de Nossa Senhora da Saúde; Camping
Cristal; Camping Vale Verde; Sala do Artesão; Recanto do Mel; Cabanha Bogorny; Museu
Municipal Olindo Feldkirche e Mini-Mundo Encantado. Economia Agropastoril.
TAPERA: Casa do Vinho Rizzi; Propriedade da Família Crestani; Centro de Lazer Gota D’Água;
Sitio Vieira; Cabanha Mangueirão; Trilha Eco-Cultural dos Três Mártires; Trattoria Bella Itália; Casa
do Artesão Nossa Arte; Gruta Nossa Senhora de Lourdes; Memorial Taperense. Economia
baseada em agropecuária e a atividade turística em expansão.
79
MUNICÍPIOS E PONTOS TURÍSTICOS DA ROTA DAS TERRAS
TIO HUGO: Tio Hugo é conhecido por seu importante e estratégico entroncamento rodoviário.
Caminhos que ligam a estrada da produção aos principais pólos de distribuição do Estado e até
mesmo do país. Economia baseada na agropecuária.
VICTOR GRAEFF: Praça Municipal Tancredo de Almeida; Museu Municipal; Área de lazer junto
ao Centro de Tradições Gaúchas; Microbacia Piloto do Rio Grande do Sul; Arquitetura sacra;
piscicultura e Café Colonial com iguarias da região. Economia baseada na agropecuária e geração
de energia.
Quadro 4 - Pontos/eventos turísticos e base econômica por município da Rota das Terras
Fonte: ROTA DAS TERRAS ([s/d])
No ano de 2006, os roteiros turísticos: Voltando ao Passado; Caminhos
Rurais das Terras e Caminhos da Cultura, Encanto e Lazer; foram aprovados pelo
Ministério do Turismo. Fazem parte desses roteiros: Tapera, Victor Graeff, Colorado,
Lagoa dos Três Cantos, Selbach, Quinze de Novembro e Cruz Alta; além de
municípios de outras regiões próximas. Os roteiros expressam o potencial turístico
para o turismo rural, gastronômico e cultural (ROTA DAS TERRAS, [s/d]).
3.2 CONCEITOS PESQUISADOS
Para analisar a imagem turística regional sob o enfoque das relações
interorganizacionais foram utilizadas obras de referência relacionadas às seguintes
áreas de estudo: relações interorganizacionais cooperativas, identidade, imagem e
imagem turística. Embora exista um vasto aporte teórico sobre a imagem turística,
ou a imagem de destinações, como exposto no capítulo 3, a maioria dos enfoques
direcionados ao tema abordam a imagem a partir da percepção do turista. Em
decorrência a este fato, foram adotadas nesta pesquisa as definições de identidade
e imagem a partir da visão mercadológica e organizacional.
Desta forma, a região em questão será analisada como propõem os estudos
de imagem de uma organização, considerando seus membros as instituições que
integram a região. Assim, a imagem turística regional será compreendida segundo a
definição de imagem projetada, ou seja, a imagem criada por uma organização a ser
comunicada aos seus públicos, podendo ou o ser real e que representa a
singularidade da organização (ALVESSON, 1990).
Nos próximos dois subitens são definidos os conceitos abordados, que foram
divididos em dois grupos: identidade projetada e relações interorganizacionais
cooperativas.
80
3.2.1 Identidade Projetada
A identidade projetada segundo Dutton e Dukerich (1991) é a forma pela qual
a organização tenta ser mais atrativa aos olhos de seus públicos. Neste trabalho a
identidade regional será aceita segundo a definição de identidade organizacional,
que segundo as autoras refere-se ao que os membros acreditam caracterizar uma
organização, neste caso a região de análise. Assim a identidade projetada foca-se
nos aspectos da identidade organizacional que são mais atraentes, embora possa
não ser exatamente uma representação verdadeira da realidade organizacional
(ALMEIDA, 2005). Três construtos serão avaliados neste bloco: o grau de
concordância com os atributos promovidos; a atratividade dos atributos promovidos
e a percepção de prestígio externo. Cabe esclarecer que os atributos avaliados
quanto ao grau de concordância e atratividade foram levantados a partir da pesquisa
qualitativa dos materiais impressos e dos sites, que será descrito ainda neste
capítulo.
a. Grau de Concordância com os atributos promovidos
Para Dutton, Dukerich e Harquail (1994) o grau de consistência dos atributos
que os membros utilizam para definir a si próprios, relaciona-se com a identificação
com a organização (MACHADO, 2005). Neste ponto serão avaliados em que grau os
membros das instituições pertencentes à região em análise, concordam com os
atributos promovidos.
b. Atratividade dos atributos promovidos
A atratividade dos atributos tem ligação com a distintividade da imagem
organizacional (DUTTON, DUKERICH e HARQUAIL, 1994) e avalia a percepção do
apelo que este atributo possui (MACHADO, 2005). Este item procura avaliar quais os
atributos que os membros da região analisada acreditam que tem maior força
atrativa junto à tomada de decisão dos turistas em potencial.
c. Percepção de prestígio externo
A percepção de prestígio externo (SMIDTS, PRUYN e VAN RIEL 2001; VAN
RIEL e BRUGGEN, 2003; ALMEIDA, 2005) ou a imagem externa construída
(DUTTON, DUKERICH e HARQUAIL, 1994), diz respeito a como os membros
81
percebem a imagem que o blico externo tem da organização. Para estes autores,
esta percepção é resultado das imagens que a organização projeta, quando os
membros percebem um alto prestígio, o fortalecimento da identificação com a
organização, o que reverte no maior envolvimento com esta.
As pesquisas quanto à percepção de prestígio externo basicamente avaliam
itens como a administração de uma empresa; a qualidade do trabalho dos
funcionários; o desempenho frente aos concorrentes; a lucratividade; o suporte e a
qualidade dos produtos e serviços; os sentimentos em relação à empresa; entre
outros. Em virtude desta pesquisa não focar a imagem unicamente de uma
organização e sim da imagem regional que é o conjunto de várias instituições que
formam a região de análise, foram utilizadas neste caso, as imagens percebidas
pelos turistas tanto cognitivas, quanto afetivas (BEERLI e MARTIN, 2004a; 2004b).
Assim, 15 são as variáveis da percepção de prestígio externo atribuídas neste
estudo e estão relacionadas aos atributos que as pesquisas em imagem turística
evidenciaram como importantes para a percepção do turista. As variáveis referem-se
às seguintes características: infra-estrutura turística; infra-estrutura básica; variedade
de atrativos; hospitalidade; unicidade e diferencial dos atrativos; acessibilidade dos
preços; à destinação ser interessante; ao destino estar preparado para receber o
turismo; à região ser considerada com boa qualidade de vida; organizada; com
perspectiva de crescimento; com mão-de-obra preparada; com boa reputação e
fama; reconhecida; por fim se há boa impressão da região.
3.2.2 Relações Interorganizacionais Cooperativas
Para avaliar a imagem organizacional, alguns elementos como: identificação,
contato, comunicação, conhecimento e comportamento de envolvimento, são
analisados com os membros da organização. Como o trabalho objetiva analisar a
imagem regional, esses indicadores foram adaptados, considerando como membros,
as organizações que compõem a Rota das Terras. Dessa forma, adentrando na
esfera interorganizacional, identificou-se que os indicadores propostos acima
também avaliam as relações interorganizacionais cooperativas, sendo então
complementados com a análise do papel institucional, das ações do Consórcio Rota
82
das Terras e da tipologia de redes proposta por Hoffmann, Molina-Morales, e
Martinez-Fernándes (2004). Segue abaixo, a definição de cada indicador.
a. Identificação
Um alto nível de identificação com a organização aumenta a motivação do
grupo para se atingir os objetivos, estreita a afinidade entre os membros da
organização, aumenta a interação do grupo (ALMEIDA, 2005). Para Smidts; Pruyn e
Van Riel, (2001), a identificação organizacional é a extensão do quanto um indivíduo
sente-se pertencente a um grupo, bem como sendo um membro representante
deste. Desta forma, este aspecto refere-se a como as instituições sentem-se em
relação à região de estudo a que pertencem.
Os membros tornam-se ligados a uma organização quando eles incorporam
as características dos atributos (DUTTON, DUKERICH e HARQUAIL, 1994). As
autoras abordam a questão da identificação na formação da imagem organizacional
a partir de como os membros que trabalham em uma organização se identificam
com a mesma. Almeida (2005), em sua pesquisa sobre a identidade projetada na
reputação organizacional analisa a identificação do público interno da instituição da
Fundação Dom Bosco com a identidade projetada da mesma. Estas pesquisas
apresentam a ligação entre a identificação organizacional com a identidade e
também com a imagem.
b. Contato
No modelo proposto por Dutton, Dukerich e Harquail (1994), quanto maior o
contato que um membro tem com a organização seja em termo de intensidade e
duração, maior é a atratividade da identidade organizacional percebida. Da mesma
forma, a periodicidade de encontros e a conservação do contato durante o passar do
tempo são indicadores para as relações interorganizacionais (SELIN e BEASON,
1991).
c. Comunicação
Smidts, Pruyn e Van Riel (2001) mensuram a identificação organizacional dos
empregados em três organizações e identificaram que a comunicação entre público
interno das organizações estaria ligada à percepção de prestígio externo,
83
melhorando-a. Serão avaliadas aqui se as instituições participam das decisões sobre
o desenvolvimento do turismo e a troca de informações entre as instituições.
d. Conhecimento
Alvesson (2001) discute a importância do conhecimento que os membros da
organização possuem, seja referente ao trabalho em específico, ou quanto às
questões gerencias da organização como um todo. O conhecimento das demais
organizações também é considerado como um fator para as relações
interorganizacionais cooperativas na pesquisa de Selin e Beason (1991). Desta
forma, este construto analisará se as instituições conhecem a Rota das Terras, os
atrativos de forma geral e o material promocional das demais organizações turísticas
e se as organizações se conhecem entre si.
e. Comportamento de Envolvimento Interorganizacional
O grau de envolvimento com a organização, segundo Almeida (2005),
desenvolve comportamentos de cooperação. Para a autora, o envolvimento vai além
da obrigação do funcionário de uma empresa. As questões sobre comportamento de
envolvimento organizacional tratam basicamente da disposição que o funcionário
tem em colaborar voluntariamente com os colegas e com os objetivos de
crescimento da empresa. Como esta pesquisa não está analisando unicamente uma
organização e sim uma região turística, formada e constituída pela integração de
municípios e instituições tanto públicas quanto privadas na promoção de uma
imagem também serão analisadas se existem relações cooperativas entre as
instituições. Neste sentido, adaptaram-se as questões para que as instituições
demonstrem o grau de envolvimento e disposição para cooperar com outras
instituições, tanto na promoção da imagem, como em outras ações.
A confiança considerada como um elemento necessário para as relações
interorganizacionais cooperativas acontecerem (CUNHA e MELO, 2005) será
avaliada no comportamento de envolvimento, inquirindo se as instituições percebem
confiança entre elas. Outra variável considerada no comportamento de
envolvimentos interorganizacionais aborda a rivalidade entre as instituições, que
segundo Almeida (2005), inibe a cooperação dos membros.
84
f. Papel Institucional
Dois aspectos avaliam o papel institucional. Primeiro referente ao papel das
instituições na promoção da imagem, segundo Kotler, Haider e Rein (1994) sendo
três os responsáveis pela promoção turística, empresas, órgãos blicos e meios de
comunicação local. Outro aspecto refere-se ao papel de participação das instituições
(CASAROTTO e PIRES, 2001), considerando a participação das empresas e do
governo.
g. Percepção das Ações do Consórcio
Como existe o consórcio intermunicipal na região, serão avaliadas as
percepções das instituições sobre as funções que, segundo Casarotto Filho e Pires
(2001), estas entidades devem exercer. Segundo os autores, um consórcio deve
realizar pesquisas de mercado; divulgação de informações sobre as áreas de
atuação das organizações; manutenção de um site na internet com as informações
sobre as instituições; promoção territorial; disponibilização de suporte informativo
sobre recursos financeiros; contratação de consultores/técnicos; participação de
eventos.
h. Classificação de Redes
A classificação de redes proposta por Hoffmann, Molina-Morales e Martinez-
Fernándes (2004), permite verificar o modo pelo qual está sendo operado o
relacionamento entre as organizações. Mesmo já formalizada a entidade do
Consórcio Rota das Terras, convém avaliar como são as relações existentes entre
as organizações. Segundo a proposta dos autores apenas três dos itens foram
avaliados nesta pesquisa: a localização, a formalidade e o poder. Não foi
contemplado o quarto item proposto pelos autores, a direcionalidade, por
previamente considerar que as relações existentes entre as instituições são na
direção horizontal, ou seja, entre organizações similares que competem pelo mesmo
público.
A localização refere-se à proximidade geográfica como um fator importante
para as aglomerações (PORTER, 1999). A proximidade possibilita a sinergia e
confiança entre as instituições e possivelmente resulta em cooperação (HUGGINS,
1998; PENNA, 2001). Dessa forma como se propõe analisar a cooperação entre
85
instituições que integram uma região, será analisada se as instituições percebem se
há proximidade entre elas ou não.
A formalidade pretende avaliar se as relações mantidas entre as instituições
da Rota das Terras são com base contratual, ou não. A formalidade diz respeito às
relações entre as instituições, sendo que as relações informais representam maior
confiança, e em decorrência maior cooperação (DOTTO e WITTMANN, 2003;
ALIEVI e FERSTEINSEIFER, 2005). As instituições serão questionadas se elas
fazem mais acordos informais do que formais.
Por fim a centralidade do poder diz respeito às organizações possuírem o
mesmo poder de decisão. Conforme Hoffmann, Molina-Morales e Martinez-
Fernándes (2004), a centralidade do poder pode ser orbital, em que uma
organização tem mais poder de decisão, ou não orbital, em que todas as empresas
têm poder de decisão.
3.3 PROBLEMA DE PESQUISA
Para elucidação do problema de pesquisa, cabe aqui retomar a questão
central que norteia este estudo, a qual inquire: como as organizações da região da
Rota das Terras estão inter-relacionadas para a formação da imagem turística
regional?
A partir desta questão são novamente expostos os objetivos específicos no
quadro 5, com a intenção de apresentar as variáveis e indicadores a serem
analisados e os instrumentos de pesquisa utilizados para atingi-los.
86
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
VÁRIAVEIS E
INDICADORES
ABORDAGEM DE PESQUISA
Selecionar os atributos promovidos
pelas organizações da Rota das
Terras
Modelo Adaptado de
Imagem Benéfica de
Tapachai e Waryszak
(2000)
Funcional;
Social;
Emocional;
Epistêmico;
Condicional.
Pesquisa qualitativa de dados
secundários a partir da análise
do discurso.
Verificar os meios de comunicação
utilizados pelos atores envolvidos na
promoção turística regional
Tipos de meios
Quantidade de meios
Questionário de questões
fechadas, de múltipla escolha.
Determinar a percepção das
organizações públicas, privadas e
associações sobre a identidade
projetada da microrregião da Rota
das Terras / RS
Grau de
concordância com os
atributos promovidos;
Grau de atratividade
dos atributos
promovidos;
Percepção de
prestígio externo.
Questionário de questões
fechadas.
Variáveis ordinais.
Escala de Medida de Atitudes
de 6 pontos.
Análise através de estatística
descritiva por: freqüência,
impacto médio e desvio padrão.
Caracterizar a atuação e percepção
das relações interorganizacionais
pelas organizações públicas,
privadas e associações
Identificação;
Contato;
Comunicação;
Conhecimento;
Comportamento de
envolvimento;
Papel Institucional;
Ações do Consórcio;
Classificação de
Redes.
Questionário com questões
fechadas.
Variáveis ordinais.
Escala de Medida de Atitudes
de 6 pontos. Análise através de
estatística descritiva por:
freqüência, impacto médio e
desvio padrão; e análises
fatorial e de aglomerados.
Quadro 5 - Objetivos específicos, variáveis e instrumentos de pesquisa.
Fonte: Elaboração própria.
3.4 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Esta pesquisa se classifica como descritiva, na medida em que se propõe
descrever as características e as percepções de grupos de forma pré-planejada e
estruturada (MALHOTRA, 2001), utilizando-se das abordagens qualitativa e
quantitativa. No modelo esquemático da pesquisa (Figura 11) estão representados
os elementos avaliados em cada abordagem, bem como a inter-relação entre os
mesmos. Os blocos de texto em destaque na Figura 11 referem-se aos quatro
objetivos específicos do trabalho.
87
Figura 11 - Modelo esquemático da pesquisa
Fonte: Elaboração própria
Na primeira parte da pesquisa (Figura 11) é adotada a abordagem qualitativa
para analisar as peças de divulgação das instituições da Rota das Terras. Quatro
etapas compõem a Parte 1. Primeiramente se identificou as entidades promotoras;
em seguida foi averiguada a presença do Consórcio Rota das Terras no material
promocional; na terceira etapa foram avaliados os atributos a partir do modelo de
Tapachai e Waryszack (2000) e na última etapa foram selecionados os grupos de
atributos promovidos pelas instituições como representativos da Região da Rota das
Terras.
A Parte 2 da pesquisa (Figura 11) foi dividida em duas etapas e apresenta os
elementos avaliados por meio da análise quantitativa, a partir de questionários
aplicados com os gestores das organizações públicas, privadas e associações. Na
primeira etapa os dados foram analisados a partir da estatística descritiva. Nesta
etapa foram verificados os tipos e a quantidade de meios de comunicação mais
utilizados pelas organizações; avaliada a identidade projetada a partir do grau de
concordância e da atratividade dos atributos projetados e a percepção de prestígio
externo; analisados os indicadores que avaliam as relações interorganizacionais
como: identificação, contato, comunicação, conhecimento, comportamento de
envolvimento interorganizacional, papel institucional, percepção das ações do
consórcio e classificação de redes. Na segunda etapa da pesquisa quantitativa, os
indicadores para análise das relações interorganizacionais foram avaliados através
das técnicas de análise fatorial e cluster, recursos da estatística multivariada, que
serão descritos ainda neste capítulo.
CONCORDÂNCIA
IDENTIDADE PROJETADA
IDENTIFICAÇÃO
COMPORTAMENTO
DE ENVOLVIMENTO
INTER-INSTITUCIONAL
ATRATIVIDADE
COMUNICAÇÃO
CONHECIMENTOCONTATO
CLASSIFICAÇÃO
REDES
PAPEL
INSTITUCIONAL
PERCEPÇÃO
DAS AÇOES DO
CONSÓRCIO
PERCEPÇÃO
DE PRESTIGIO
EXTERNO
ANÁLISE QUALITATIVA DO
MATERIAL PROMOCIONAL
Etapa 2 - Análise Fatorial e de Aglomerados
Etapa 1 - Análise Descritiva
IDENFICAÇÃO
DAS ENTIDADES
PROMOTORAS
AVERIGUAÇÃO
DA PARTICIPAÇÃO
DO CONSÓRCIO
NA DIVULGAÇÃO
AVALIAÇÃO DOS
APELOS (TAPACHAI
E WARYSZACK,
2000)
SELEÇÃO DOS
ATRIBUTOS
PROMOVIDOS
RELAÇÕES INTER-INSTITUCIONAIS
ANÁLISE QUANTITATIVA DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS COM OS GESTORES
PARTE 1 PARTE 2
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 4
VERIFICAÇÃO DOS
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
UTILIZADOS
TIPO
QUANTIDADE
88
3.5 PARTE 1: PROCEDIMENTOS QUALITATIVOS
Para identificar as entidades promotoras da imagem e selecionar os atributos
promovidos foi realizado um estudo a partir de análise documental dos materiais
impressos disponíveis para divulgação, referente aos municípios, eventos, roteiros
turísticos e sobre a própria Rota das Terras. Para análise, foram utilizados
procedimentos qualitativos, que tendem a ser subjetivos, exigindo do pesquisador a
interpretação do texto (palavras) ou imagens (MALHOTRA, 2001; HAIR et al.,
2005a).
Nesta etapa da pesquisa, as imagens analisadas foram as induzidas, ou seja,
aquelas promovidas intencionalmente pelas instituições públicas e privadas
(GARTNER, 1993). A razão desta etapa partiu do entendimento que a identidade
turística projetada é revelada no material de divulgação/comunicação produzido
intencionalmente pelas instituições pertencentes à Rota das Terras. A cooperação
entre as instituições também é avaliada neste estágio da pesquisa, buscando
verificar a existência de interação entre as instituições no material de divulgação
produzido.
A coleta do material de divulgação aconteceu entre os dias 28 e 29 do mês de
Agosto de 2006. Anterior à visitação, por contato telefônico, foi constatado junto aos
meios de hospedagens dos municípios pertencentes à Rota das Terras que os
mesmos não possuem material de divulgação impresso. Os materiais de divulgação
foram recolhidos em prefeituras/centros administrativos; em
secretarias/departamentos de turismo; em postos de informações turísticas e na
própria sede do Consórcio da Rota das Terras. Convém esclarecer que,
possivelmente, a análise não abrangeu a totalidade das peças de divulgação, visto
que apenas aquelas disponíveis nos dias da coleta foram avaliadas.
Para a interpretação do material de divulgação recolhido foi utilizado o método
de análise de conteúdo. Esta técnica é indicada para obter dados através da
observação e análise do conteúdo ou mensagem de texto escrito. A análise é
realizada por meio sistemático e de observação, o qual o pesquisador avalia a
freqüência com que palavras e temas são identificados (HAIR et al., 2005a). As
peças de divulgação foram avaliadas em quatro etapas, apresentadas na figura
11. Nas duas primeiras etapas foram identificadas as entidades promotoras e
89
averiguada a participação do Consórcio e verificando como ele se faz presente no
material de divulgação. Na terceira etapa, cada peça foi analisada a partir das
categorias propostas no modelo de imagem benéfica de Tapachai e Waryszak
(2000) conforme o quadro 6.
CATEGORIAS DE
ANÁLISE
QUALITATIVA
ITENS ANALISADOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE
FUNCIONAL Atributos físicos, utilitários, funcionais.
Quando são expostos os atributos
em si: igrejas, praças,
monumentos etc.
SOCIAL
Associações com um ou mais grupos
sociais específicos. Associações com
estereótipos positivamente ou
negativamente demográficos,
socioeconômico e grupos étnico-
culturais.
Quando são suscitados grupos
sociais: famílias, jovens, grupos
de terceira idade etc.
EMOCIONAL
Habilidade para suscitar sentimentos ou
estados afetivos.
Quando são evidenciados
elementos que provoque relações
de sentimentos como descanso,
tranqüilidade, agitação etc.
EPISTÊMICO
Habilidade de provocar curiosidade,
promover novidade, e/ou satisfazer um
desejo de conhecimento. Capacidade
de promover algo novo, ou diferente.
Quando são provocadas novas
experiências seja de
conhecimento, de vivencias, de
experiências etc.
CONDICIONAL
A utilidade percebida por uma
alternativa como um resultado de uma
situação especifica ou um contexto feito
por uma escolha. Alternativas adquirem
valor condicional na presença de
antecedentes físicos ou contingências
sociais que melhoram seus valores
funcionais e sociais, mas que de outra
forma não possuíssem este valor.
Baseado neste conceito, um
consumidor ira escolher as alternativas
que derivam utilidade de uma
associação com uma situação
antecedente. Valor condicional foca na
utilidade extrínseca tanto quanto na
utilidade intrínseca ou alternativa.
Quando um elemento tem
interferência direta, ou é
estabelecida relação com outro
fator.
Quadro 6 - Categorias de Análise para o Material de Divulgação Impresso
Fonte: Adaptado de Tapachai e Waryszak (2000)
No modelo de Tapachai e Waryszak (2000), as percepções dos turistas são
analisadas a partir das categorias apresentadas no quadro 6, que foram, portanto,
adaptadas para analisar os apelos promovidos nas peças de divulgação, podendo
demonstrar como os atributos são vendidos para seus públicos. Na última etapa da
pesquisa qualitativa os atributos identificados foram agrupados um a um por
semelhança, resultando em 14 grupos de atributos a serem utilizados no instrumento
90
de pesquisa da abordagem quantitativa para a análise do quanto os gestores
concordam e vêem como atrativos cada um dos grupos de atributos promovidos.
Estes grupos, por fazerem parte dos resultados serão apresentados no capítulo 4.
3.6 PARTE 2: PROCEDIMENTOS QUANTITATIVOS
Esta parte da pesquisa é considerada quantitativa enquanto visa “quantificar
os dados e aplica alguma forma da análise estatística” (MALHOTRA, 2001, p.155),
embora os dados sejam qualitativos, dessa forma são quantificados eventos
qualitativos e atribuídos caráter objetivo à observação (PEREIRA, 2001). A
abordagem quantitativa foi adotada para verificar os meios de comunicação
utilizados pelas instituições, determinar a identidade projetada e caracterizar as
relações interorganizacionais. O procedimento para a coleta dos dados primários da
fase quantitativa constitui-se de survey, ou seja, questionários estruturados, para
obter respostas específicas de um número maior de indivíduos, de forma
relativamente rápida (MALHOTRA, 2001; HAIR et al, 2005a).
3.6.1 Públicos pesquisados
Foram estabelecidos como públicos pesquisados as organizações locais que
atuam como promotoras da divulgação turística da região. Kotler, Haider e Rein
(1994) consideram que os atores do marketing local o sinalizados como sendo as
instituições dos setores público e privado. Para os autores, em geral a tarefa de
divulgação cabe aos políticos, que são pressionados pelos atores do setor privado,
mas a iniciativa pode partir também dos atores do setor público, que podem
promover uma troca com varejistas por intermédio das câmaras de comércio,
associações comerciais locais, entre outras (KOTLER, HAIDER e REIN, 1994).
A partir disto, as organizações locais envolvidas com a imagem turística
regional a serem pesquisadas, foram divididas em três públicos: governo; empresas
privadas e associações, quantificados no quadro 7.
91
PÚBLICOS REPRESENTANTES / INSTITUIÇÕES
POPULAÇÃO
AMOSTRA
MÍNIMA
3
AMOSTRA
FINAL
Prefeitos 21
07
Governo
Secretários 21
18
19
26
Meios de Hospedagem 35
15
Agências de Turismo 7
04
Parques e Balneários 17
07
Empresas
Privadas
Empreendimentos Turísticos 05
27
03
29
Associações comerciais e lojistas 21
15
Associações
Associações de artesãos 08
12
03
18
TOTAL 135
57
73
Quadro 7 - População e amostra da pesquisa
Fonte: Elaboração própria
O quadro 7 apresenta a população, a amostra mínima e a amostra final.
Adotou-se uma amostragem por conveniência e não-probabilística, devido ao
considerável número de cidades, tornando-se dispendioso o acesso a todos os
municípios, além da incompatibilidade de horários que possibilitasse o encontro com
todos os atores, principalmente os representantes do governo. Para a amostra
mínima calculou-se um erro tolerável de até 10%.
Dos 21 municípios integrantes da Rota das Terras, 18 tiveram pelo menos um
representante participante da pesquisa. Boa Vista do Incra e Boa Vista do Cadeado,
não foram contemplados pelo difícil acesso a esses municípios e o representante do
município de Jacuizinho não pode responder a pesquisa no dia da visita. O quadro
15 no segundo item do capitulo 4 (página 107), apresenta a identificação dos atores
por cidade, público e função.
3.6.2 Instrumento de coleta dos dados
O questionário estruturado, com perguntas de alternativa fixa e ordem
determinada, foi adotado como instrumento de coleta de dados (Apêndice B). A
escala empregada foi de número par, de 6 pontos (Quadro 8), utilizada como forma
de forçar o posicionamento dos respondentes, pelo fato de não haver um ponto
neutro (HAIR et al, 2005a).
3
O erro amostral tolerável e a amostra mínima foram calculados a partir da fórmula n
0
= 1/E
0
2
segundo Barbetta (2001)
92
1 2 3 4 5 6
(BAIXA CONCORDÂNCIA)
(ALTA CONCORDÂNCIA)
Quadro 8 - Escala de Medida
Fonte: Elaboração própria
O questionário foi estruturado em quatro blocos (quadro 9) e buscou
responder três dos objetivos específicos referentes aos meios de comunicação
utilizados pelas instituições, à identidade projetada e às relações
interorganizacionais. O primeiro bloco questionou o grau de concordância com os
atributos promovidos e o poder de atratividade que estes atributos exercem para os
turistas potenciais. Como os atributos promovidos foram identificados na pesquisa
qualitativa, optou-se por apresentá-los apenas no capítulo 4.
INDICADORES OBJETIVOS ESPECIFICOS
BLOCO 1
Concordância Atratividade
BLOCO 2
Percepção de Prestígio Externo
Determinar a percepção das
instituições públicas, privadas e
associações sobre a identidade
projetada da microrregião da Rota das
Terras / RS
Identificação
Contato
Conhecimento
Comunicação
Comportamento de Envolvimento
Interorganizacional
Papel Institucional
Ações do Consórcio
BLOCO 3
Classificação Redes
Caracterizar a atuação e percepção
das relações interorganizacionais pelas
instituições públicas, privadas e
associações
Tipo de Organização
BLOCO 4
Meios de Comunicação
Verificar os meios de comunicação
utilizados pelos atores envolvidos na
promoção turística regional
Quadro 9 - Estrutura do Questionário
Fonte: Elaboração própria
O segundo bloco do questionário argüiu sobre a Percepção de Prestígio
Externo, um dos três indicadores para descrever a identidade projetada, no qual
respondentes indicam como a Rota das Terras é vista pelo público externo. As
assertivas que o compõem estão apresentadas no quadro 10.
93
VARIÁVEIS BLOCO 2 – PERCEPÇÃO DE PRESTÍGIO EXTERNO
1. Uma destinação com boa infra-estrutura turística (acessos, sinalização, restaurantes,
hospedagem).
2. Uma destinação com boa infra-estrutura geral (limpeza, saneamento, segurança, hospitais,
telecomunicações).
3. Uma destinação com variados atrativos turísticos.
4. Uma destinação hospitaleira.
5. Uma destinação com atrativos turísticos únicos e diferenciados das demais regiões turísticas.
6. Uma destinação com preços acessíveis.
7. Uma destinação interessante.
8. Uma destinação preparada para receber o turismo.
9. Uma região com boa qualidade de vida.
10. Uma destinação bem organizada.
11. Uma destinação com perspectiva de crescimento.
12. Uma destinação com mão-de-obra preparada.
13. Uma destinação com boa reputação e fama.
14. Uma destinação reconhecida.
15. As pessoas têm uma boa impressão da região.
Quadro 10 - Variáveis do instrumento quanto à Percepção de Prestígio Externo
Fonte: Adaptado de Beerlí e Martín (2004a; 2004b)
O terceiro bloco avalia os indicadores: identificação; contato; conhecimento;
comunicação; comportamento de envolvimento interinstitucional; papel institucional;
ações do Consórcio; e classificação de redes segundo Hoffmann, Molina-Morales e
Martinez-Fernándes (2004), para caracterizar as relações interorganizacionais. As
variáveis de cada indicador estão apresentadas no quadro 10.
94
INDICADOR E AUTORES VARIÁVEIS BLOCO 3
IDENTIFICAÇÃO
(DUTTON, DUKERICH E
HARQUAIL, 1994; SMIDTS,
PRUYN e VAN RIEL, 2001;
ALMEIDA, 2005)
1. Sinto fortes laços com a Rota das Terras.
2. Sou feliz por ser membro da Rota das Terras.
P.C_Não me sinto membro pertencente da Rota das Terras.
CONTATO
(SELIN e BEASON, 1991;
DUTTON, DUKERICH e
HARQUAIL, 1994)
3. Participo de encontros periódicos com outras organizações
turísticas.
4. Participo há muito tempo de encontros para discutir o turismo.
P.C_Pouco me interessa participar dos encontros da Rota das Terras.
CONHECIMENTO
(SELIN e BEASON, 1991;
ALVESSON, 2001)
5. Conheço bem os demais atrativos da Rota das Terras.
6. Conheço os materiais de divulgação promovidos pelas demais
organizações turísticas.
7. As organizações turísticas são conhecidas umas das outras.
P.C_Tenho pouco conhecimento sobre a Rota das Terras.
COMUNICAÇÃO
(SMIDTS, PRUYN e VAN
RIEL, 2001)
8. As instituições que pertencem a Rota das Terras trocam
informações importantes para o desenvolvimento do turismo.
9. Posso opinar e sugerir formas para desenvolver ou corrigir ações
na gestão do turismo da Rota das terras.
P.C_Existe pouca troca de informações entre as instituições e o
Consórcio da Rota das Terras.
COMPORTAMENTO DE
ENVOLVIMENTO
INTERINSTITUCIONAL
(ALMEIDA, 2005; CUNHA e
MELO, 2005)
10. Realizo ações promocionais em conjunto com outras organizações
para divulgar a região.
11. Ajudo a promover outras instituições turísticas locais e regionais.
12. Discuto metas e planos para o desenvolvimento turístico regional.
13. Minha instituição mantém bons relacionamentos com as demais
organizações locais.
14. Procuro sempre oferecer apoio às demais instituições.
15. Existe rivalidade entre as instituições que competem pelo mesmo
público.
16. Os conflitos entre as instituições são resolvidos satisfatoriamente.
17. Mantenho relações de confiança com as demais organizações
turísticas.
P.C_Existe pouca relação de confiança entre as instituições.
P.C_Não realizo muitas ações em conjunto com outras organizações
para promover a Rota.
PAPEL INSTITUCIONAL
(KOTLER, HAIDER e REIN,
1994; CASAROTTO e
PIRES, 2001)
18. Percebo que instituições públicas participam com freqüência de
encontros para discutir o desenvolvimento do turismo.
19. Percebo que instituições privadas participam com freqüência de
encontros para discutir o desenvolvimento do turismo.
20. Percebo que o governo local promove adequadamente os atrativos
turísticos do município.
21. Percebo que os veículos de comunicação local transmitem uma
boa imagem do município.
22. Percebo que o Consórcio Rota das Terras promove os atrativos
locais de forma igual.
23. Percebo que as empresas turísticas privadas promovem
efetivamente seus produtos turísticos.
P.C_As instituições de forma geral não promovem adequadamente os
atrativos turísticos.
95
INDICADOR E AUTORES VARIÁVEIS BLOCO 3
AÇÕES DO CONSÓRCIO
(CASAROTTO e PIRES,
2001)
24. Recebo apoio do Consórcio Rota das Terras.
25. O Consórcio Rota das Terras divulga resumos das informações
recolhidas sobre os setores de atuação das organizações.
26. O Consórcio mantém uma página na Internet com informações
atualizadas sobre as potencialidades, interesses e serviços
prestados pelas organizações.
27. O Consórcio Rota das Terras realiza pesquisas de mercado.
28. O Consórcio atua de forma integrada com as instituições em
campanhas de promoção.
29. O Consórcio disponibiliza de suporte informativo sobre recursos
financeiros.
30. O Consórcio em conjunto com as organizações participam de
feiras e eventos.
31. O Consórcio contrata consultores técnicos/especializados para
sanar problemas comuns.
32. O Consórcio promove convenções técnicas e/ou comerciais.
P.C_O Consórcio Rota das Terras promove poucas ações para o
turismo regional.
CLASSIFICAÇÃO DE
REDES
(HOFFMANN, MOLINA-
MORALES e MARTINEZ-
FERNÁNDES, 2004)
33. As organizações turísticas regionais estão próximas fisicamente.
P.C_As organizações turísticas regionais estão muito afastadas umas
das outras.
34. Os acordos informais entre as organizações turísticas são mais
constantes que os acordos formais.
P.C_Os acordos entre as instituições são na maioria via contratos.
35. Todas as organizações turísticas exercem mesmo poder de
influência nas decisões.
P.C_Não possuo o mesmo poder de decisão que as outras
instituições membros da Rota.
P.C. – Perguntas de Controle
Quadro 11 - Variáveis do instrumento quanto as Relações Interorganizacionais
Fonte: Adaptado de Selin e Beason (1991); Dutton, Dukerich e Harquail (1994); Kotler, Haider e Rein
(1994); Alvesson (2001); Casarotto e Pires (2001); Smidts, Pruyn e Van Riel (2001); Hoffmann,
Molina-Morales e Martinez-Fernándes (2004); Almeida (2005); Cunha e Melo (2005).
As perguntas do terceiro bloco, na aplicação do questionário não foram
mantidas na ordem em que estão apresentadas no quadro 11, como forma de
verificar realmente a precisão das respostas (o Apêndice C apresenta a ordem das
questões aplicadas em relação à ordem das questões para análise). Também foram
adicionadas ao questionário neste bloco do instrumento perguntas de controle (P.C),
com o objetivo de também verificar a precisão e veracidade das respostas. As
perguntas de controle foram estruturadas de forma contrária e tabuladas em sentido
inverso, ou seja, quando os respondentes indicavam a medida 6, a resposta da
questão de controle foi tabulada como 1, e assim sucessivamente, como apresenta o
quadro 12.
96
PC: Perguntas de Controle
Quadro 12 - Tabulação das Perguntas de Controle
Fonte: Elaboração própria
As questões de controle obtiveram porcentagens de confiabilidade entre 41%
até 90%. Considerando a dificuldade dos respondentes principalmente pelo fato das
perguntas serem negativas, invertendo a ordem de concordância e até mesmo
considerando falha na formulação das mesmas, optou-se por desconsiderá-las.
O quarto bloco do questionário foi composto de duas questões. Na primeira o
respondente indicava o tipo de instituição e a segunda questão de múltipla-escolha
eram marcados os meios de comunicação utilizados.
3.6.3 Coleta dos dados
Preliminarmente à coleta de dados definitiva, conforme recomenda Barbetta
(2001), foi realizado um pré-teste do questionário para averiguar eventuais
imprecisões do instrumento. O autor recomenda que o pré-teste seja realizado com
indivíduos semelhantes aos componentes da população que se deseja estudar,
dessa forma foi definido um conjunto de dez respondentes na cidade de Cruz Alta,
município que integra a Rota das Terras e determinado por conveniência. Entre os
respondentes dois eram dirigentes de instituições públicas, três de agência de
receptivo e cinco de meios de hospedagem.
Três entrevistadores acompanharam o pré-teste, atentos às dificuldades
encontradas, às questões que tomaram mais tempo dos respondentes e às dúvidas
mencionadas. Os entrevistadores de campo também tomaram nota do tempo
despendido para completar o instrumento por cada respondente a fim de adequá-lo
ao tempo desejado entre 20 a 30 minutos por formulário. Com o pré-teste foi
avaliado o instrumento de coleta de dados quanto à clareza dos termos e das
perguntas, forma das questões, interesse nas perguntas para os objetivos e
apresentação do questionário ao entrevistado. A partir de então foram feitos os
ajustes necessários ao instrumento.
Tabulação
PC*
Tabulação
PC*
1
6
2
5
3
4
4
3
5
2
6
1
97
A aplicação do questionário definitivo iniciou no dia 12 de dezembro de 2006
e encerrou no dia 10 de janeiro de 2007. Os formulários foram aplicados
individualmente, no local de trabalho de cada ator social, em horários pré-agendados
e realizados por um pesquisador e um entrevistador devidamente treinado.
3.6.4 Tratamento e análise dos dados
As técnicas de estatística descritiva e multivariada foram utilizadas para o
tratamento e análise dos dados dos questionários aplicados com os gestores das
organizações públicas, privadas e associações, na pesquisa quantitativa.
A análise descritiva foi realizada para cada uma das questões do instrumento
de pesquisa, através de freqüências absolutas e porcentuais, impacto médio e
desvio padrão, com o auxilio do software Excel 2003. Em cada construto foi aplicada
a análise de variância (ANOVA) com o suporte do software Statistic 6.0, com o
objetivo de identificar diferenças entre as médias de dois grupos ou mais (HAIR et al,
2005b), verificando assim, a diferença das médias dos setores público, privado e
associações. Em todas as análises foram adotados intervalos de confiança de 95%,
ou seja, quando ρ foi maior que 0,05 as médias não foram consideradas como
diferentes estatisticamente. Nos construtos onde se identificaram médias
estatisticamente diferentes (ρ < 0,05), aplicou-se o teste de Tukey para verificar
entre quais públicos as médias eram significativamente diferentes.
Para a estatística multivariada foram utilizadas duas técnicas, a análise
fatorial e a análise de cluster. A análise fatorial busca verificar as variáveis que se
correlacionam entre construtos diferentes, em que os respondentes apresentam
comportamento semelhante. A escolha deste método justifica-se por sintetizar as
informações de um grande número de variáveis em um pequeno número de fatores,
mas sem perdas das informações significativas (REIS, 1997; HAIR et al, 2005b).
Posterior à definição dos fatores, foi aplicada a análise de agrupamento (cluster),
para fatores com mais de uma variável, com o intuito de identificar grupos
semelhantes em cada fator, visto que combina os objetos com alta homogeneidade
interna e alta heterogeneidade externa (HAIR et al, 2005).
A análise multivariada com base nas técnicas fatoriais e de aglomerados foi
realizada somente para avaliar a inter-relação das variáveis do terceiro bloco do
98
instrumento de pesquisa e detectar o perfil dos públicos sob esta perspectiva, com o
apoio do software Statistica 6.0. Para aplicação da análise multivariada nas
questões não respondidas foi atribuído o valor da mediana da variável. Para
determinar a confiabilidade das variáveis calculou-se o Alpha de Cronbach. No
conjunto de 35 variáveis do terceiro bloco obteve-se o valor de α de 0.96, sendo que
os valores mínimos de aceitabilidade são de 0,60 a 0,70 (HAIR et al, 2005b).
Aceitando que o intervalo de valores possíveis de 0 a 1, o α de 0.96 sugere que 96%
do impacto real está sendo medido, (PEREIRA, 2001; HAIR et al, 2005b), o que
indica alto nível de confiabilidade das variáveis.
a. Análise Fatorial
A análise fatorial identifica relações latentes e combina as variáveis em
fatores (HAIR et al, 2005a). Configura-se uma técnica de interdependência, no
sentido em que é examinado todo um conjunto de relações interdependentes
(MALHOTRA, 2001, p. 504), formando uma matriz de intercorrelação entre as
variáveis, nenhuma considerada dependente da outra, sobre a qual é construído um
novo conjunto de variáveis conforme as relações na matriz de correlação (COOPER
e SCHINDLER, 2003). Por isso esta técnica pode ser utilizada como forma de
exploração, investigando a intercorrelação entre indicadores e variáveis,
considerando que a interpretação dos resultados é amplamente subjetiva (COOPER
e SCHINDLER, 2003).
O número de fatores a serem analisados foi determinado com base nos
autovalores (eigenvalues) e na percentagem da variância (MALHOTRA, 2001; HAIR
et al, 2005a). Com base nos autovalores, segundo o critério de Kaiser, método mais
usual de acordo com Pereira (2001), foram retidos apenas os fatores com
autovalores superiores a 1,0 e excluídos do modelo os demais. Na pesquisa também
foi atendido o critério baseado na percentagem da variância, em que o número de
fatores extraídos é determinado pela percentagem acumulada da variância quando
atingido um nível satisfatório, sendo recomendado que os fatores extraídos
respondam por, no mínimo, 60% da variância (MALHOTRA, 2001). Obtendo na
pesquisa, com os sete fatores extraídos um percentual de 70,39%.
Em razão da matriz inicial de fatores raramente resultar em fatores que
possam ser interpretados, é aconselhável à rotação da matriz (MALHOTRA, 2001).
99
A rotação não afeta a comunalidade
4
e a percentagem explicada da variância total,
(MALHOTRA, 2001; PEREIRA, 2001) alterando apenas a percentagem de variância
explicada por cada fator. O método aplicado para a rotação foi a Varimax
Normalizada, comumente utilizado, que minimiza o número de variáveis com altas
cargas sobre um fator, facilitando a interpretação dos fatores (MALHOTRA, 2001).
Foram aceitas para compor os fatores apenas as variáveis com carga fatorial
superior a 0,60, valor mínimo aceitável pela estatística de Kaiser-Meyer-Olkin
(KMO), que compara as correlações entre os componentes (REIS, 1997; PEREIRA,
2001).
b. Análise de Agrupamento (Cluster)
Complementar à análise fatorial, os fatores com mais de uma variável
também foram analisados pelo método de agrupamento (cluster) outra técnica
multivariada de interdependência (HAIR et al, 2005a). A análise de agrupamento
busca combinar objetos em grupos, de forma que os objetos em cada grupo sejam
semelhantes entre si e diferentes dos objetos dos outros grupos “a idéia é maximizar
a homogeneidade de objetos dentro de grupos, ao mesmo tempo em que maximiza
a heterogeneidade entre os grupos” (HAIR et al, 2005b, p.381). A partir da análise
de agrupamento foi possível identificar a posição dos atores diante dos fatores
formados.
O método utilizado para agrupamento foi o Ward, um “procedimento de
agrupamento hierárquico, no qual a similaridade usada para juntar agrupamentos é
calculada como a soma de quadrados entre os dois agrupamentos somados sobre
todas as variáveis” (HAIR et al, 2005, p. 383). Este método foi aplicado através de
distâncias euclidianas “medida mais comumente usada da similaridade entre dois
objetos. Essencialmente, é uma medida do comprimento de um segmento de reta
desenhado entre dois objetos” (HAIR et al, 2005, p. 382). Para interpretação dos
dados foram gerados dendrogramas que são representações gráficas (gráfico em
árvore) que apresenta como os agrupamentos são combinados de forma hierárquica
(HAIR et al, 2005). Para cada fator um dendrograma foi gerado, explicando através
4
Comunalidade deriva de Communality e é considerada “a medida de quanto da variância de uma variável é
explicada pelos fatores derivados pela análise fatorial” (PEREIRA, 2001, p. 123) ou seja, é a “porção da
variância que uma variável compartilhada com todas as outras variáveis consideradas. É também a proporção de
variância explicada pelos fatores comuns” (MALHOTRA, 2001, p. 505)
100
de porcentagem como os públicos se comportaram diante das variáveis agrupadas
na análise fatorial.
3.7 ESTRUTURA GERAL DA PESQUISA
A figura 12 apresenta o fluxograma dos procedimentos metodológicos
adotados no trabalho.
101
Identificar as
Entidades Promotoras
Averiguar a presença
do Consórcio Rota das Terras
Avaliar os Apelos segundo modelo
de Tapachai e Waryszack (2000)
Selecionar os atributos promovidos
Pré-teste do
Instrumento de pesquisa
Pesquisa de Campo nos
municípios da Rota das
Terras
ANÁLISE
DESCRITIVA E
ANOVA
ANÁLISE
FATORIAL
• Tipo e Quantidade de
meios;
• Grau de Concordância
com os atributos
projetados;
• Grau de Atratividade
dos atributos projetados;
• Percepção do Prestígio
Externo;
• Identificação;
• Contato;
• Conhecimento;
• Comunicação;
• Comportamento de
Envolvimento;
• Papel Institucional;
• Ações do Consórcio
• Classificação Redes
ANÁLISE DE
CLUSTER NOS
FATORES
FORMADOS
ABORDAGEM QUALITATIVA
ABORDAGEM QUANTITATIVA
ANÁLISE
DESCRITIVA E
ANOVA
Figura 12 - Fluxo dos procedimentos metodológicos
Fonte: Elaboração própria
102
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Este capítulo está dividido em três partes onde são expostos os resultados
dos dados extraídos das pesquisas qualitativa e quantitativa. O primeiro item deste
capítulo exibe a análise do material promovido pelas instituições da Rota das Terras,
que proveu elementos para parte do instrumento da pesquisa quantitativa. a
análise dos dados da pesquisa quantitativa foi realizada em duas etapas. O item
dois, deste capítulo, apresenta a análise dos resultados através de estatística
descritiva, utilizando médias, desvios, freqüências, com o auxilio do software Excel
2003. No item três são apresentados os resultados a partir de duas técnicas
multivariadas, a análise fatorial e por cluster com o auxilio do software Statistic 6.0.
4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS ATRIBUTOS PROJETADOS PELAS
ORGANIZAÇÕES DA ROTA DAS TERRAS
A análise do material promocional aconteceu em quatro etapas, como
apresentado na figura 11, do Capítulo 3. Primeiramente foram identificadas as
entidades promotoras; na seqüência, averiguou-se a participação do Consórcio da
Rota das Terras nos materiais promocionais; na terceira fase foram avaliados os
apelos promovidos segundo o modelo adaptado de imagem benéfica de Tapachai e
Waryszack (2000) e, por fim, selecionados os atributos promovidos pela microrregião
da Rota das Terras, que serviram para compor parte do instrumento da pesquisa
quantitativa.
Individualmente foram pesquisadas 65 peças de divulgação, como descrito no
quadro 13. As peças foram segmentadas primeiramente por cidades, identificando
quais são os atributos promovidos municipalmente e também os que promovem a
região como destinação turística.
103
Peça
Cidade
Folder
Folheto
Calendário Revista Brinde
Shell
Folder
Outros
Alto Alegre 1
Boa Vista do
Cadeado 1
Boa Vista do Incra 1
Campos Borges 1
Carazinho 1
Colorado 1
Cruz Alta 4 1 1 1(a)
Ernestina 1
Espumoso 1
Fortaleza dos
Valos 1 1
Ibiruba 1 1
Jacuizinho 1
Lagoa dos Três
Cantos 3 1 1 1
Não–me–toque 1 1 1 1(b)
Quinze de
Novembro 1 2 1 1
Saldanha Marinho 1
Salto do Jacuí 1 1 1
Santa Bárbara do
Sul 1
Selbach 3 1 1
Tapera 4 4 1 1 1(c)
Tio Hugo 1
Victor Graeff 1 1
Rota Della
Cuccagna 1
Rota das Terras 4 1(d)
Total Parcial 19 9 2 2 2 27 1
TOTAL 65
Legenda: (a) Cartaz (b)Cd-room (c) Mapa Turístico (d) Catálogo
Quadro 13 - Lista de peças publicitárias impressas analisadas
Fonte: Elaboração própria
Os shell folders são lâminas avulsas que compõem o catálogo de divulgação
da Rota das Terras (Quadro 13). Dessa forma, cada um dos 21 municípios, a Rotta
Della Cuccagna e a Rota das Terras possui uma lâmina que promove os atrativos
individuais. Dentre as peças avulsas que também se obteve quantidades
representativas na análise, destacam-se os folders e os folhetos.
Na primeira etapa da análise, constatou-se que entre as entidades com maior
incentivo na divulgação dos atrativos da região da Rota das Terras se destacam os
representantes do setor público, tanto prefeituras, quanto secretarias de turismo. O
Consórcio Rota das Terras, em algumas peças locais, está presente como apoiador.
Empresas privadas, tanto do setor do comércio como do setor turístico também
aparecem como promotoras de seus serviços, em peças de divulgação do município
104
e, em menor número, em materiais de divulgação própria. Associações de comércio
também aparecem como apoiadores, bem como órgãos do governo federal e
estadual, como a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), a Setur/RS (Secretaria
Estadual do Turismo do Rio Grande do Sul) e o Sebrae/RS (Serviço Brasileiro de
Apoio à Micro e Pequena Empresa).
A análise das peças promocionais indicou que a Rota das Terras geralmente
é referenciada nas peças publicitárias. Os materiais em que não é mencionada são
em geral peças mais antigas. A logomarca do Consórcio é o principal elemento
utilizado para identificar a Rota das Terras, sendo poucas as situações em que ela é
citada no corpo do texto informativo. Algumas peças de divulgação também
apresentam o mapa da Rota das Terras, que localiza os municípios que a integram.
Quanto aos atributos promovidos, segundo o modelo de imagem benéfica de
Tapachai e Waryszak (2000), foram identificados fortemente aqueles de cunho
funcional, ou seja, os atributos em si, como: artesanato, hotéis, pousadas, campings,
restaurantes, bares, praças, museus, balneários, igrejas, entre outros. Esta
característica reforça que o componente cognitivo está mais presente nas peças,
que o afetivo. Como Beerlí e Martin (2004a) afirmam, o componente cognitivo
aborda o atributo em si, enquanto que o afetivo trata dos benefícios que o atrativo
pode trazer ao indivíduo.
Os demais componentes foram pouco evidenciados nas peças de divulgação.
O apelo social foi identificado em apenas quatro peças, focando-se à família, aos
jovens, às crianças e, implicitamente, às pessoas envolvidas com o agronegócio.
Neste sentido pode se considerar que não um público-alvo único para a região
como um todo, mas que cada atributo atrai seu próprio público.
Poucas também foram as ocorrências para os atributos emocionais. A maioria
dos apelos identificados destina-se ao descanso, à calmaria, à tranqüilidade, à
reflexão e ao bem-estar, bem como o apelo para a emoção e para festividades. O
apelo para a emoção está inscrito em uma peça de cunho religioso. o apelo para
festividades está ligado a uma festa jovem periódica que é promovida em um dos
balneários. De forma geral os apelos emotivos remetem à tranqüilidade e ao bem-
estar.
Quanto aos atributos epistêmicos, foram identificados apelos como:
experiências culturais, religiosas, históricas e vivenciais. Estes apelos buscam
provocar a curiosidade e a novidade. Como atributos condicionais, aqueles que
105
remetem à utilidade percebida como resultado de uma situação anterior, foram
identificados, principalmente, atributos que remetem à Rota della Cuccagna
(município de Tapera) como parte integrante desta. Apenas uma peça identificou
como atributo condicional a participação na Rota das Terras.
Após a seleção de todos os atributos, eles foram agrupados por similaridades,
resultando 14 grupos de atrativos que são promovidos como representativos da Rota
das Terras, expostos no quadro 14.
Grupos de Atrativos da Rota das Terras
1. Atrativos Naturais: natureza exuberante, belas paisagens, jardins ornamentais, trilhas
ecológicas e pedras preciosas
2. Infra-estrutura: hotéis, pousadas, campings, restaurantes, bares e boates
3. Eventos: festas culturais, eventos, rodeios e bailes
4. Aspectos religiosos: Igrejas, templos, grutas, eventos religiosos
5. Turismo de negócios: eventos, feiras e exposições comerciais
6. Folclore, etnias: grupos folclóricos, expressões étnicas, corais, bandas musicais
7. Atrativos sócio-culturais: museus, casas de cultura e exposições de arte
8. Artesanato
9. Arquitetura típica e colonial
10. Gastronomia típica e diversificada
11. Cabanhas, sítios, vinícolas, produtos coloniais e propriedades rurais
12. Usinas, micro-bacias e barragens
13. Praças, centros administrativos, memoriais e monumentos
14. Parques e balneários
Quadro 14 - Atrativos promovidos pelas instituições da Rota das Terras
Fonte: Elaboração própria
Segundo a definição de Santana ([s.d]), estes grupos de atrativos
apresentam-se como a imagem promovida pelas instituições da Rota das Terras.
Percebe-se que a região oferece a diversidade do destino, o que é criticado por
alguns autores como Bramwell e Randing (1996), pois a mensagem não ressalta um
atributo único e distinto. Esses 14 grupos de atributos foram considerados como
parte integrante do instrumento da pesquisa quantitativa e analisados quanto ao
grau de concordância e atratividade percebido pelas organizações.
4.2 ANÁLISE DESCRITIVA POR INDICADOR
Além de verificar os meios de comunicação utilizados por setor, os grupos de
atrativos promovidos pelas instituições da região da Rota das Terras, identificados
no item 4.1, compuseram parte do instrumento quantitativo, sendo analisados
quanto à concordância e à atratividade dos mesmos e que, conjuntamente com a
106
percepção de prestígio externo irão determinar a identidade projetada. O
instrumento também caracterizou as relações interorganizacionais, a partir dos
indicadores: identificação, contato, conhecimento, comunicação, comportamento de
envolvimento interinstitucional, papel institucional, ações do Consórcio Rota das
Terras e classificação de redes.
Para tanto foram aplicados questionários com os representantes de
instituições públicas, privadas e de associações. Dos 21 municípios pertencentes à
microrregião Rota das Terras, 18 (85,71%) foram contemplados nesta pesquisa
5
. Do
total de 73 respondentes, 29 constituem o setor privado (39,73%); 26 representam o
governo (35,62%); e 18 correspondem ao terceiro setor (24,66%). Compreendem o
setor privado agências de turismo; hotéis e pousadas; parques e balneários;
empreendimentos turísticos (organizações com fins lucrativos consideradas pontos
turísticos). Constituindo os representantes políticos do governo local foram
considerados prefeitos e secretários que discutem o turismo. Correspondendo às
associações foram consideradas associações comerciais e de artesões, O quadro
15 apresenta o número de entrevistados por cidade, setor e tipo de organização ou
cargo.
5
Os três municípios que não participaram da pesquisa são: Boa Vista do Cadeado, Boa Vista do
Incra e Jacuizinho.
107
Público Privado Associações
Municípios
Prefeito
Secretários
Hotel
Parques e
Balneários
Agências
Empreend.
Turísticos
Comerciais
Artesões
Soma
1
Carazinho 1 1 2 4
2
Tio Hugo 3 3
3
Ibiruba 1 3 1 1 6
4
Selbach 1 1 1 1 4
5
Cruz Alta 1 1 2 2 1 7
6
Salto do Jacui 1 1 1 3
7
Campos Borges 1 1
8
Alto Alegre 1 1 1 3
9
Quinze de Novembro 1 3 1 1 1 7
10
Fortaleza dos Valos 1 2 3
11
Tapera 1 1 1 1 3 1 8
12
Santa Bárbara 1 2 3
13
Saldanha Marinho 1 1 2
14
Colorado 1 1 2
15
Ernestina 1 1 1 1 4
16
Victor Graef 1 1 1 3
17
Lagoa dos Três Cantos 1 1 1 1 4
18
Não-me-Toque 1 1 2 1 1 6
Soma Parcial
7 19 15 7 4 3 15 3
TOTAL
26 29 18
73
Quadro 15 - Identificação dos respondentes por cidade e atividade.
Fonte: Elaboração própria
108
4.2.1 Meios de Comunicação utilizados
Inquiridos quanto aos meios de comunicação (Gráfico 1) os mais utilizados
para as empresas são as placas/outdoors (26,03%) e o rádio (23,29%), enquanto
que os utilizados com menor freqüência são as revistas especializadas (4,11%) e a
televisão (10,96%). As prefeituras utilizam em menor número as placas/outdoors
(8,22%) e as revistas especializadas (15,07%) e em quantidade maior folders
(34,25%) e rádio (32,88%). Para as associações, a televisão (6,85%) e as revistas
especializadas (8,22%) são os meios de comunicação menos utilizados, sendo o
rádio e o jornal os meios mais utilizados (20,55% cada).
10.96
23.29
17.81
21.92
15.07
17.81
4.11
26.03
21.92
21.92
32.88
20.55
34.25
26.03
31.51
15.07
8.22
23.29
6.85
20.55
13.70
19.18
13.70
20.55
8.22
9.59
8.22
0 5 10 15 20 25 30 35
TV
RADIO
PANFLETO
FOLDER
STAND
JORNAL
REVISTA
PLACA/OUTDOOR
SITE
Meios de Comunicação
Porcentagem
ASSOCIAÇÕES
GOVERNO
EMPRESA
Gráfico 1 - Porcentagem de cada meio de comunicação utilizado por setor
Fonte: Elaboração própria
As prefeituras municipais são as instituições que se valem do maior número
de meios de divulgação, sendo, em média, seis os diferentes canais de comunicação
utilizados. As associações empregam, em média, cinco diferentes meios. Já as
empresas são as instituições que se utilizam de menor número de meios de
comunicação para se promover, em média quatro canais.
109
2
1
1
2
4
2
4
1
7
5
3
2
3
2
5
7
2
3
2
3
1
6
2
2
1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
Freqüência por setor
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Número de meios de comunicação utilizados
ASSOCIAÇÕES
GOVERNO
EMPRESA
Gráfico 2 - Número de meios de comunicação utilizados por setor
Fonte: Elaboração própria
Como mostra o gráfico 2, os representantes do governo são os que utilizam o
maior número de meios de divulgação para se promover comparado com os demais
públicos pesquisados. Destaca-se que os representantes políticos têm maior
freqüência entre quatro a oito diferentes canais utilizados para autopromoção As
associações utilizam um a nove meios de divulgação de forma equilibrada. as
empresas se valem de zero a oito diferentes canais de mídia, destacando-se a maior
freqüência na utilização de dois a seis diferentes meios. Os resultados confirmam
que, em geral, a atividade de marketing de uma destinação se enquadra como
responsabilidade dos órgãos públicos como afirmado por Kotler, Haider e Rein
(1994), podendo ser resultado de pressões do setor privado, o que não pode ser
aqui confirmado.
4.2.2 Identidade Projetada
Para avaliar a identidade projetada, primeiramente foi realizada a análise
qualitativa do material promocional das instituições pertencentes à Rota das Terras
(item 4.1). A partir desta primeira etapa, foram obtidos 14 grupos de atributos
projetados, que foram analisados quanto à concordância e a atratividade. Para
avaliar a identidade projetada, também se analisou a percepção de prestígio
externo.
110
a. Concordância com os atributos projetados
A concordância com os atributos projetados indica se os atores estão de
acordo com o que está sendo promovido pela região em análise. Na tabela 1 são
apresentados as freqüências, os impactos e os desvios padrão obtidos por atributo e
também o impacto médio obtido pelo indicador concordância. As variáveis nesta
tabela, e nas posteriores foram dispostas em ordem decrescente a partir dos valores
de seus impactos.
Sete grupos de atributos avaliados quanto à concordância obtiveram impacto
médio superior a quatro e o mínimo de 70% de freqüência agrupada entre valores de
4 a 6 (Tabela 1). Os três grupos de atributos com impacto médio mais alto foram
usinas, micro-bacias e barragens (4,71); parques e balneários (4,67); e gastronomia
típica e diversificada (4,63). Dos outros sete grupos que obtiveram impacto médio
abaixo de 4, todos alcançaram o mínimo de 50,7% para as freqüências agrupadas
dos valores de 4 a 6. Os três grupos de atributos com menor valor de impacto médio
sendo considerados menos representativos da Rota das Terras pelos atores foram:
museus, casas de cultura e exposições de arte (3,66); artesanato (3,62); e
arquitetura típica (3,62).
111
Tabela 1 - Concordância com os Atributos Projetados
1 2 3 4 5 6
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
1 2 9 17 20 24
1.4 2.7 12.3 23.3 27.4 32.9
1 3 11 9 28 20
1.4 4.2 15.3 12.5 38.9 27.8
1 2 6 20 26 16
1.4 2.8 8.5 28.2 36.6 22.5
2 11 24 26 10
2.7 15.1 32.9 35.6 13.7
5 7 27 22 12
6.9 9.6 37.0 30.1 16.4
7 14 14 23 15
9.6 19.2 19.2 31.5 20.6
7 13 21 19 13
9.6 17.8 28.8 26.0 17.8
3 6 15 23 16 9
4.2 8.3 20.8 31.9 22.2 12.5
2 7 16 20 22 6
2.7 9.6 21.9 27.4 30.1 8.2
2 9 18 15 18 10
2.8 12.5 25.0 20.8 25.0 13.9
2 8 15 21 23 4
2.7 11.0 20.6 28.8 31.5 5.5
5 10 15 16 19 7
6.9 13.9 20.8 22.2 26.4 9.7
3 14 17 20 12 7
4.1
19.2
23.3
27.4
16.4
9.6
3 11 22 15 19 3
4.1 15.1 30.1 20.6 26.0 4.1
4.16
Desvio
Padrão
IMPACTO MÉDIO:
1.5C - Eventos, feiras e exposições
comerciais (turismo de negócios).
1.3C - Festas culturais, eventos, rodeios
e bailes.
1.6C - Grupos folclóricos, expressões
étnicas, corais, bandas musicais.
1.11C - Cabanhas, sítios, produtos
coloniais, propriedades rurais e
vinícolas.*
3.62 1.25
VARIAVEIS
Impacto
Médio
16.4 83.6
1.12C -Usinas, micro-bacias e
barragens.
20.8 79.2
12.7 87.3
4.25 1.22
1.274.34
82.2
16.4 83.6
28.8 71.2
17.8
27.4 72.6
33.3 66.7
34.3 65.8
40.3 59.7
34.3 65.8
41.7 58.3
46.6 53.4
49.3 50.7
3.62 1.34
3.76 1.42
3.92 1.20
1.35
1.09
4.42 1.00
3.97 1.22
1.293.97
4.71 1.21
1.7C - Museus, casas de cultura e
exposições de arte.*
1.8C - Artesanato.
4.63 1.10
4.40
4.67 1.23
3.94
1.9C - Arquitetura típica e colonial.
1.14C - Parques e balneários.*
1.10C - Gastronomia típica e
diversificada.**
1.1C - Natureza exuberante, belas
paisagens, jardins ornamentais, trilhas
ecológicas, pedras preciosas.
1.2C - Hotéis, pousadas, campings,
restaurantes, bares e boates.
1.13C -Praças, centros administrativos,
memoriais e monumentos.
1.4C - Igrejas, templos, grutas, eventos
religiosos.*
* Uma questão em branco
** Duas questões em branco
Fonte: Elaboração própria
Porém, o impacto médio global de 4,16 para a concordância com os atributos
projetados (Tabela 1), em uma escala de 6 pontos indica que as instituições
112
concordam em grau intermediário com os atributos promovidos. Como sugerem
Dutton, Dukerich e Harquail (1994) e Almeida (2005) o grau de consistência dos
atributos que os membros utilizam para definir a si mesmos se relaciona com o grau
de identificação com a organização, o resultado indicou que certa concordância,
mas não em nível alto.
4.21
3.55
4.28
3.89
4.10
3.86
3.32
3.03
3.45
4.46
3.62
4.55
3.93
4.61
4.42
4.08
4.38
3.81
4.46
4.65
3.85
3.81
3.58
4.65
4.08
4.77
3.81
4.73
4.78
4.28
4.61
4.22
4.56
4.28
4.33
4.28
3.94
4.88
4.41
4.89
4.28
4.67
1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0
Natureza exuberante…
Hotéis, pousadas, campings, restaurantes…
Festas culturais, eventos…
Igrejas, templos, grutas, eventos religiosos.
Eventos, feiras e exposições comerciais…
Grupos folclóricos, expressões étnicas…
Museus, casas de cultura e exposições…
Artesanato.
Arquitetura típica e colonial.
Gastronomia típica e diversificada.
Cabanhas, sítios, produtos coloniais…
Usinas, micro-bacias e barragens.
Praças, centros administrativos...
Parques e balneários.
Grupo de atributos projetados
Impacto por público
Empresa Governo Associações
Gráfico 3 - Concordância com os atributos projetados por público
Fonte: Elaboração própria
Analisando o gráfico 3 é possível perceber as divergências entre os públicos
em relação à concordância com os atributos projetados. Destaca-se que o
artesanato para o governo e para as associações é considerado um atributo
mediano, enquanto as empresas o consideram como um atrativo de menor
representatividade para a Rota das Terras. Para os três grupos de atributos que
obtiveram maior impacto médio (Usinas, micro-bacias e barragens; Parques e
balneários; Gastronomia) é possível inferir que existe consenso entre os atores dos
setores público, privado e associações.
113
Média por público
Current effect: F(2, 70)=2,6861, p=,07517
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0,95 confidence intervals
Empresas Governo Associações
Públicos
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
4.6
4.8
5.0
Média Concordância
Gráfico 4 – Médias da concordância com os atributos projetados por público
Fonte: Elaboração própria
Comparando as médias atribuídas por cada setor, o gráfico 4 aponta que as
associações concordam em maior grau com os atributos projetados, em seguida o
governo e, em menor nível de concordância, as empresas. Entretanto, segundo a
análise de variância (ANOVA) não existe diferença estatística entre as médias
atribuídas por cada setor quanto a concordância com os atributos projetados de
forma geral (ρ = 0,075) considerando o nível de significância de 0,05 (Gráfico 4). Os
resultados demonstram que as instituições pouco divergem entre si, mas que
concordam em nível intermediário com os atributos projetados pelas próprias
organizações, indicado pelo impacto médio de 4,16 (Tabela 1).
Deve-se considerar que tanto os representantes do governo, como empresas
privadas e associações indicaram concordar em maior nível com os atrativos:
usinas, micro-bacias e barragens; parques e balneários; gastronomia típica e
diversificada. Embora as instituições divulguem a diversidade da região, como
constatado no item 4.1, estes três grupos de atributos são considerados pelas
instituições como os de maior representatividade para a Rota das Terras, ou seja,
são os atributos que as instituições melhor identificam e definem a destinação
segundo Dutton, Dukerich e Harquail (1994) e Machado (2005).
114
b. Atratividade dos atributos promovidos
Enquanto a concordância com os atributos projetados busca avaliar se os
membros das instituições pertencentes à Rota das Terras estão de acordo com os
atributos que estão sendo promovidos, a atratividade tem como objetivo averiguar se
os atores acreditam que estes atributos têm poder de atração para o público. Nesse
sentido, os mesmos atributos analisados quanto à concordância, também foram
avaliados quanto à atratividade (Tabela 2).
A tabela 2 indica que 10 grupos de atributos alcançaram impacto médio
superior a 4. Os mesmos três grupos de atributos que obtiveram maior impacto
médio para concordância (Tabela 1) também alcançaram maior impacto junto à
atratividade, embora não na mesma ordem. Parques e balneários (4,77) o
considerados os atributos mais atrativos, seguidos pela gastronomia típica e
diversificada (4,65) e então as usinas, micro-bacias e barragens (4,56), este último
grupo considerado o mais representativo da região (Tabela 1), não tem o mesmo
respaldo quanto a sua atração de potenciais turistas.
Apenas quatro grupos de atributos obtiveram impacto médio inferior a 4,
alcançando o mínimo de 58,9% de freqüência agrupada para os valores de 4 a 6. Os
três grupos de atributos: artesanato (3,62); arquitetura típica (3,74); museus, casas
de cultura e exposições de arte (3,81), que obtiveram menor impacto quanto à
concordância, também receberam os menores valores para a atratividade. Para os
respondentes, ambos os atrativos são pouco representativos para a identificação da
região e, possivelmente por esta razão, são considerados como menos atrativos
para conquistar potenciais turistas.
115
Tabela 2 - Atratividade dos Atributos Projetados
1 2 3 4 5 6
F / % F / % F / % F / % F / % F / %
1 3 11 8 24 26
1.4 4.1 15.1 11.0 32.9 35.6
1 2 8 18 23 19
1.4 2.8 11.3 25.4 32.4 26.8
1 5 12 14 15 25
1.4 6.9 16.7 19.4 20.8 34.7
4 9 25 19 16
5.5 12.3 34.2 26.0 21.9
7 13 16 20 17
9.6 17.8 21.9 27.4 23.3
1 4 14 22 24 8
1.4 5.5 19.2 30.1 32.9 11.0
7 15 19 21 11
9.6 20.5 26.0 28.8 15.1
1 4 21 13 26 8
1.4 5.5 28.8 17.8 35.6 11.0
6 18 21 20 8
8.2 24.7 28.8 27.4 11.0
1 9 19 12 21 10
1.4 12.5 26.4 16.7 29.2 13.9
3 8 16 19 17 10
4.1 11.0 21.9 26.0 23.3 13.7
5 8 18 13 21 7
6.9 11.1 25.0 18.1 29.2 9.7
4 8 17 22 18 4
5.5 11.0 23.3 30.1 24.7 5.5
5 10 15 26 12 5
6.8
13.7
20.5
35.6
16.4
6.8
4.18
VARIAVEIS
Impacto
Médio
Desvio
Padrão
1.14A - Parques e balneários.*
4.77 1.27
20.5 79.5
1.10A - Gastronomia típica e
diversificada.**
4.65 1.16
15.5 84.5
1.12A -Usinas, micro-bacias e barragens.
4.56 1.37
25.0 75.0
1.1A - Natureza exuberante, belas
paisagens, jardins ornamentais, trilhas
ecológicas, pedras preciosas.
4.47 1.13
17.8 82.2
1.5A - Eventos, feiras e exposições
comerciais (turismo de negócios).
4.37 1.29
27.4 72.6
1.3A - Festas culturais, eventos, rodeios
e bailes.
4.21 1.13
26.0 74.0
1.2A - Hotéis, pousadas, campings,
restaurantes, bares e boates.
4.19 1.21
30.1 69.9
1.11A - Cabanhas, sítios, produtos
coloniais, propriedades rurais e
vinícolas.*
4.14 1.19
35.6 64.4
1.6A - Grupos folclóricos, expressões
étnicas, corais, bandas musicais.
4.08 1.14
32.9 67.1
1.4A - Igrejas, templos, grutas, eventos
religiosos.*
4.01 1.33
40.3 59.7
1.13A -Praças, centros administrativos,
memoriais e monumentos.
3.95 1.35
37.0 63.0
1.7A - Museus, casas de cultura e
exposições de arte.*
3.81 1.41
43.1 56.9
1.9A - Arquitetura típica e colonial.
3.74 1.26
39.7 60.3
IMPACTO MÉDIO:
1.8A - Artesanato.
3.62 1.30
41.1 58.9
* Uma questão em branco
** Duas questões em branco
Fonte: Elaboração própria
A atratividade é considerada importante para dar distintividade à instituição
(DUTTON, DUKERICH e HARQUAIL, 1994; ALMEIDA, 2005), embora, por pouca
116
diferença, foi possível constatar que o impacto médio para a atratividade foi superior
à concordância, podendo significar que as instituições da Rota das Terras acreditam
que os atributos possuam poder de atratividade, mas que ainda não estão
devidamente preparados.
Ao comparar o gráfico 5 com o gráfico 3 constatou-se que os atores tem maior
uniformidade em relação à concordância (Gráfico 3) do que em relação à
atratividade dos atributos projetados (Gráfico 5), principalmente quanto aos atributos
com mais alto impacto. Para as empresas, o grupo de atributos: usinas, micro-bacias
e barragens, é considerado o mais atrativo, enquanto que para associações e
governo este grupo é a terceira opção.
4.14
3.69
3.90
3.86
4.17
3.76
3.50
3.03
3.59
4.32
4.00
4.45
3.83
4.38
4.58
4.38
4.23
3.77
4.42
4.31
3.77
3.73
3.58
4.69
4.00
4.50
3.81
4.96
4.83
4.72
4.67
4.61
4.61
4.28
4.33
4.39
4.22
5.12
4.56
4.82
4.33
5.11
1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 5.5
Natureza exuberante…
Hotéis, pousadas, campings, restaurantes…
Festas culturais, eventos…
Igrejas, templos, grutas, eventos religiosos.
Eventos, feiras e exposições comerciais…
Grupos folclóricos, expressões étnicas…
Museus, casas de cultura e exposições…
Artesanato.
Arquitetura típica e colonial.
Gastronomia típica e diversificada.
Cabanhas, sítios, produtos coloniais…
Usinas, micro-bacias e barragens.
Praças, centros administrativos...
Parques e balneários.
Grupo de atributos projetados
Impacto por público
Associações
Governo
Empresa
Gráfico 5 - Atratividade dos atributos projetados por público
Fonte: Elaboração própria
A análise de variância (Gráfico 6) indicou que diferença estatística
significativa entre as médias por setor (ρ = 0,016). O teste de Tukey foi aplicado para
identificar as médias que diferem estatisticamente (quadro 16). Identificou-se que a
média das empresas difere significativamente da média das associações (ρ = 0,026).
O gráfico 6 demonstra que a menor média corresponde às empresas, enquanto que
as associações foram as instituições mais positivas em relação à atratividade dos
atributos e a média do governo, por ser intermediária não diferiu das demais.
117
Médias por público
Current effect: F(2, 70)=4,3465, p=,01662
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0,95 confidence intervals
Empresas Governo Associações
Públicos
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
4.6
4.8
5.0
5.2
Média Atratividade
Gráfico 6 - Médias da atratividade dos atributos projetados por público
Fonte: elaboração própria
Públicos Empresa Governo Associações
Empresa
-
0,397200
0,026474
Governo
-
0,266837
Associações
-
Quadro 16 – Diferenças estatísticas das médias da atratividade
Fonte: elaboração própria
Referente a atratividade dos atributos projetados, empresas e associações
foram significativamente divergentes, indicando certo descompasso, principalmente
pelo fato de que as associações comerciais são representantes das empresas
privadas. As empresas são mais críticas em relação ao quanto os atributos da
destinação são atrativos, ou tem de apelo para atrair turistas (MACHADO, 2005).
Como as empresas dependerem mais diretamente do turismo, do que as
associações, por este fato as empresas privadas podem ter sido mais realistas.
c. Percepção de Prestígio Externo
Além da concordância e atratividade dos atributos da Rota das Terras, a
percepção de prestígio externo (tabela 3) também foi analisada para avaliar a
identidade projetada. Este bloco de variáveis busca averiguar se os representantes
das instituições acreditam que a Região possui uma boa imagem, sob diferentes
aspectos, junto ao público externo.
118
Das 15 variáveis que investigam a percepção de prestígio externo, uma
alcançou impacto médio superior a 5 e sete obtiveram impacto médio acima de 4
(Tabela 3). Considerando a porcentagem de freqüência agrupada, as quatro
primeiras variáveis obtiveram o mínimo de 90% para os valores de 4 a 6. As
variáveis com maior impacto dio consideram que os respondentes acreditam que
o púbico externo a região como de boa qualidade de vida (5,10), que a
destinação tem perspectivas de crescimento (4,96); que as pessoas têm uma boa
impressão da região (4,89); e que consideram como uma destinação hospitaleira
(4,67).
Das sete variáveis que obtiveram impacto médio inferior a 4 (Tabela 3), seis
alcançaram o mínimo de 54,8% de freqüência agrupada para os valores entre 4 a 6.
As variáveis com menor impacto médio consideravam a destinação reconhecida
(3,72); e como uma região preparada para o turismo (3,67). A variável que se refere
à “destinação com mão-de-obra preparada” obteve o menor impacto médio (3,41) e
a maior porcentagem agrupada entre os valores de 1 a 3 (50,7%).
Estes resultados evidenciam que os atores acreditam que o público externo
a região com boa qualidade de vida, com projeção de crescimento e com boa
impressão da região, mas que a consideram como uma destinação pouco preparada
para o turismo.
119
Tabela 3 - Percepção de Prestígio Externo
4.21
38.4 61.6
31.5 68.5
39.7 60.3
4.1
3
1.4
1
13.7 86.3
1
1.4
1
1.4
9.6 90.4
50.7 49.3
30.1 69.9
21.9 78.1
45.2 54.8
Impacto médio:
2.7 97.3
30.1 69.9
36.1 63.9
9.6 90.4
23.6
4
5.5
8
11.0
25
34.2
27
37.0
8
11.0
1
1.4
5
6.8
13
17.8
22
30.1
21
28.8
10
13.7
2
2.7
4.2 6.9 25.0 41.7 20.8 1.4
115301853
2.7
2 3
4.1
6
8.2
8
11.0
17
23.3
22
30.1
18
24.7
5
6.8
8.2
614
19.2
24
32.930.1
22
23.3
17 30
41.1
13
20
27.4
1
1.4
95.9
76.4
30 27
37.041.117.82.71.4
- 1
1.4
6
8.2
14
19.2
26
35.6
26
35.6
19
26.0
29
39.7
23
31.5
2
2.7
--
- 2
2.7
5
6.8
22
30.1
30
41.1
14
19.2
8
11.0
18
24.7
32
43.8
13
17.8
1
1.4
2
2.7
13
17.8
25
34.2
22
30.1
10
13.7
1
1.4
2
2.8
14
19.4
25
34.7
22
30.6
8
11.1
1
1.4
2
2.7
19
26.0
24
32.9
20
27.4
7
9.6
2
2.7
2
2.7
19
26.0
27
37.0
20
27.4
3
4.1
5.10 0.88
4.96 1.01
1.094.30
4.89 0.83
4.67 0.96
4.24 1.07
2.11 - Uma destinação com
perspectiva de crescimento.
2.15 - As pessoas têm uma boa
impressão da região.
2.4 - Uma destinação hospitaleira.
2.6 - Uma destinação com preços
acessíveis.
2.7 - Uma destinação interessante.
2.5 - Uma destinação com atrativos
turísticos únicos e diferenciados das
demais regiões turísticas.*
4.62 1.04
2.13 - Uma destinação com boa
reputação e fama.
2.12 - Uma destinação com mão-de-
obra preparada.
2.8 - Uma destinação preparada para
receber o turismo.
2.14 - Uma destinação reconhecida.*
2.1 - Uma destinação com boa infra-
estrutura turística (acessos,
sinalização, restaurantes,
2.3 - Uma destinação com variados
atrativos turísticos.
2.10 - Uma destinação bem
organizada.
2.2 - Uma destinação com boa infra-
estrutura geral (limpeza, saneamento,
segurança, hospitais,
2.9 - Uma região com boa qualidade
de vida.
F / % F / % F / %
- 1 2
4.1
F / %VARIAVEIS
Impacto
dio
Desvio
Padrão
1 2 3 4 5 6
F / %
3.41 1.05
3.67 1.20
3.72 1.05
3.81 1.24
F / %
3.85 1.13
3.90 0.99
3.96 1.03
4.11 1.07
* Uma questão em branco
** Duas questões em branco
Fonte: Elaboração própria
Verifica-se no gráfico 7 que os representantes de órgãos públicos indicaram
médias inferiores, principalmente nas variáveis concernentes a atividade turística,
como: uma destinação com boa infra-estrutura geral (3,58); preparada para receber
120
o turismo (3,58); uma destinação reconhecida (3,58); com boa infra-estrutura
turística (3,65).
3.76
4.21
3.76
4.86
4.34
4.86
4.28
3.76
5.31
4.17
4.86
3.48
4.38
3.72
4.93
3.65
3.58
3.69
4.58
4.12
4.46
4.31
3.58
5.23
3.69
5.00
3.38
3.92
3.58
4.11
4.11
4.22
4.50
4.24
4.44
4.33
3.67
4.56
3.78
5.06
3.33
3.94
3.94
4.78
4.92
1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 5.5
Uma destinação com boa infra-estrutura turística…
Uma destinação com boa infra-estrutura geral ...
Uma destinação com variados atrativos turísticos.
Uma destinação hospitaleira.
Uma destinação com atrativos turísticos únicos e diferenciados…
Uma destinação com preços acessíveis.
Uma destinação interessante.
Uma destinação preparada para receber o turismo.
Uma região com boa qualidade de vida.
Uma destinação bem organizada.
Uma destinação com perspectiva de crescimento.
Uma destinação com mão-de-obra preparada.
Uma destinação com boa reputação e fama.
Uma destinação reconhecida.
As pessoas têm uma boa impressão da região.
Impacto por público
Associações
Governo
Empresa
Gráfico 7 - Percepção de prestígio externo por público
Fonte: Elaboração própria
O gráfico 8 indica que as empresas têm maior percepção de prestígio externo
do que as outras instituições, principalmente os órgãos do governo. As empresas
embora tenham concordado em menor grau com os atributos projetados e terem
sido as mais críticas quanto à atratividade dos mesmos, indicaram maior percepção
de prestigio externo, demonstrando que elas consideram que o público externo
possui boa imagem da região. Porém, na análise de variância (Gráfico 8) as dias
das empresas, associações e governo não são significativamente diferentes (ρ =
0,51).
121
Médias por público
Current effect: F(2, 70)=,67030, p=,51481
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0,95 confidence intervals
Empresas Governo Associações
Públicos
3.7
3.8
3.9
4.0
4.1
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
Média Percepção de Prestígio Externo
Gráfico 8 - Médias da percepção de prestígio externo por público
Fonte: Elaboração própria
d. Avaliação Geral da Identidade Projetada
Avaliando a identidade projetada de forma geral (Quadro 17), as instituições
pouco divergem quanto à concordância com os atributos projetados e com a
percepção de prestígio externo. A maior divergência ocorreu quanto à atratividade
sendo que para as associações os atributos projetados são mais atrativos do que
para as empresas.
INDICADORES
MÉDIA
GLOBAL
MÉDIAS POR PÚBLICO Ρ Médias (Tukey)
Concordância com
os atributos
projetados
4,16
E (3.92) < G (4.22) < A (4.46)
0,075
-
Atratividade dos
atributos projetados
4,18
E (3.90) < G (4.20) < A (4.62)
0,016
Empresas e
Associações (ρ =
0,026)
Percepção de
prestígio externo
4,21
G (4.11) < A (4.20) < E (4.31)
0,51
-
Quadro 17 – Avaliação Geral Identidade Projetada
Fonte: Elaboração própria
As organizações indicaram nível intermediário tanto para a concordância e
atratividade dos atributos promovidos, quanto pelo conjunto de aspectos da região
que acreditam ser percebidos pelo blico externo. Embora as médias tenham se
diferenciado minimamente, que se considerar que as empresas embora
concordem em menor grau com os atributos da Rota das Terras e quanto a
122
atratividade dos mesmo, elas acreditam em maior grau comparada as outras
organizações que a Rota das Terras tem uma boa imagem junto ao público externo.
Segundo Dutton, Dukerich e Harquail (1994) e Machado (2005), a percepção
positiva dos atributos projetados e da percepção de prestígio externo pode contribuir
para o sentimento de identificação e envolvimento do membro junto à organização, o
que pode favorecer a cooperação, questões estas analisadas no próximo item.
4.2.3 Relações Interorganizacionais Cooperativas
Para analisar as relações interorganizacionais foram avaliados os indicadores:
identificação, contato, conhecimento, comunicação, comportamento de envolvimento
interinstitucional, papel institucional, percepção das ações do Consórcio Rota das
Terras e, por fim a classificação de redes.
a. Identificação
A identificação busca avaliar o sentimento de pertencimento que as
instituições têm em relação à Rota das Terras. Duas variáveis avaliaram este
aspecto e estão apresentadas na tabela 4.
Tabela 4 – Nível de Identificação
1
2
3
4
5
6
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
5 6 11 16 23 12
6.85 8.22 15.07 21.92 31.51 16.44
3 6 13 18 25 8
4.11 8.22 17.81 24.66 34.25 10.96
4.11
Impacto Médio
4.10 1.29
30.14 69.86
VARIÁVEIS
Impacto
Médio
Desvio
Padrão
3.2 - Sou feliz por ser membro da Rota das
Terras.
4.12 1.44
30.14 69.86
3.1 - Sinto fortes laços com a Rota das Terras.
Fonte: Elaboração própria
Ainda que o valor de 4,11 correspondente ao impacto médio para a
identificação, seja considerado como de importância intermediária, é possível
verificar pela porcentagem das freqüências, que a medida 5, comparada às demais,
é predominante nas duas variáveis avaliadas. Conforme a porcentagem agrupada
(69,86% em ambas as variáveis) é plausível inferir que os atores tendem para alta
123
identificação com a Rota das Terras. O gráfico 9 representa o impacto médio da
identificação por público pesquisado.
3.97
3.93
3.95
4.15
4.38
4.27
4.22
4.06
4.14
1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50
3.1 - Sinto fortes laços
com a Rota das
Terras.
3.2 - Sou feliz por ser
membro da Rota das
Terras.
Impacto Médio
Identificação
Variaveis e Impacto Médio do Indicador
Associações
Governo
Empresas
Gráfico 9 – Nível de Identificação por público
Fonte: Elaboração própria
Referente ao comportamento de cada setor quanto à identificação (Gráfico 9),
é possível destacar que as empresas são as instituições que demonstraram menor
grau de sentimento de pertencimento para com a Rota das Terras (impacto médio de
3,95). As associações ficaram no nível intermediário, com 4,14 de impacto médio,
enquanto que os representantes do governo demonstraram maior identificação
(4,27). Quanto às variáveis, é importante destacar que o governo sente maior
felicidade em pertencer à Rota das Terras, enquanto que as associações sentem
mais fortemente os laços para com a região.
124
Médias por público
Current effect: F(2, 70)=.50301, p=.60688
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0.95 confidence intervals
Empresas Governo Associações
Públicos
3.2
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
4.6
4.8
5.0
Média Identidade
Gráfico 10 - Médias da identificação por público
Fonte: Elaboração própria
Embora os setores aparentem divergências (Gráfico 9), a análise de variância
(Gráfico 10) indica que as médias não são significativamente diferentes (ρ = 0,60).
Os resultados indicam um nível intermediário de identificação das instituições com a
Rota das Terras. O nível de identificação, quando alto, pode aumentar a motivação
do grupo para se atingir objetivos, estreitar afinidades entre os membros e aumentar
a interação do grupo (DUTTON, DUKERICH e HARQUAIL, 1994; ALMEIDA, 2005).
b. Contato
Duas variáveis foram analisadas para avaliar o nível de contato entre as
instituições, quanto à freqüência e a duração do contato. A tabela 5 apresenta os
resultados.
Tabela 5 – Nível de Contato
1
2
3
4
5
6
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
11 11 22 7 12 10
15.07 15.07 30.14 9.59 16.44 13.70
16 7 17 12 13 8
21.92 9.59 23.29 16.44 17.81 10.96
3.35
45.21
Impacto Médio
3.3 - Participo de encontros periódicos com
outras organizações turísticas.
3.38 1.62
60.27 39.73
3.4 - Participo há muito tempo de encontros
para discutir o turismo.
3.32 1.67
54.79
VARIÁVEIS
Impacto
Médio
Desvio
Padrão
Fonte: Elaboração própria
125
Acerca do contato (Tabela 5), percebe-se que para as duas variáveis que
avaliam este indicador as respostas se concentram nas medidas mais baixas, de 1 a
3. O impacto médio de 3,35 indica nível relativamente baixo para o contato entre as
organizações. Enquanto para a variável sobre a participação em encontros
periódicos houve predominância para o valor 3 (30,14%), a variável que considera a
“participação muito tempo de encontros” obteve respostas em maior grau para o
valor 3 (23,29%) e 1 (21,92%). O gráfico 11 apresenta as disparidades entre os
públicos.
2.97
3.21
3.09
3.88
3.88
3.88
3.33
2.67
3.00
1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50
3.3 - Participo de
encontros periódicos
com outras
organizações
turísticas.
3.4 - Participo há muito
tempo de encontros
para discutir o turismo.
Impacto Médio Contato
Variaveis e Impacto Médio do Indicador
Associações
Governo
Empresas
Gráfico 11 – Nível de Contato por público
Fonte: Elaboração própria
Ao verificar as médias por público (Gráfico 11), é possível identificar que os
representantes do governo possuem maior impacto médio (3,88) referente ao
contato. Destaca-se que as empresas demonstram participar a mais tempo de
encontros para discutir o turismo do que as associações, enquanto estas
aparentemente participam mais de encontros periódicos do que as empresas. No
entanto, o gráfico 12 demonstra, a partir da análise de variância, que as médias não
diferem significativamente de público para público (ρ = 0,059).
126
Médias por público
Current effect: F(2, 70)=2.9411, p=.05937
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0.95 confidence intervals
Empresas Governo Associações
Públicos
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
Média Contato
Gráfico 12 - Médias do contato por setor
Fonte: Elaboração própria
O contato, segundo Dutton, Dukerich e Harquail (1994), fortalece a
identificação com a organização. Os resultados indicaram baixo nível de contato
entre as instituições, enquanto que a identificação (subitem a) foi mais positiva. A
este fato, deve-se considerar que na proposta das autoras o nível da pesquisa foi o
organizacional, enquanto que nesta foi focado o nível interorganizacional, em um
cenário regional. É possível inferir que a identificação corresponde mais aos
sentimentos de pertencimento, do que propriamente ao desempenho efetivo nas
ações de desenvolvimento do turismo, como demonstrou o baixo nível de
participação das instituições em encontros para discutir o turismo regional.
c. Conhecimento
Este indicador verifica se as instituições se conhecem entre si, se conhecem
os atrativos da Rota das Terras e o que é promovido pelas demais organizações,
cujos resultados estão apresentados na tabela 6.
127
Tabela 6 - Nível de Conhecimento
1
2
3
4
5
6
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
5 8 14 18 24 4
6.85 10.96 19.18 24.66 32.88 5.48
8 6 14 22 15 8
10.96 8.22 19.18 30.14 20.55 10.96
8 8 15 20 14 8
10.96 10.96 20.55 27.40 19.18 10.96
3.74
1.47
42.47 57.53
Impacto Médio
38.36 61.64
3.6 - Conheço os materiais de divulgação
promovidos pelas demais organizações
turísticas.
3.66
Desvio
Padrão
3.7 - As organizações turísticas são
conhecidas umas das outras.
3.82 1.34
36.99 63.01
3.5 - Conheço bem os demais atrativos da
Rota das Terras.
3.74 1.45
VARIÁVEIS
Impacto
Médio
Fonte: Elaboração própria
Embora o impacto médio (3,74) para o conhecimento também seja um
resultado baixo, como foi para o contato, ao considerar a porcentagem agrupada das
freqüências, identifica-se predominância dos valores de 4 a 6 nas três variáveis
pesquisadas. O valor 5 foi predominante para a variável que questiona se as
organizações turísticas são conhecidas umas das outras (32,88%). As outras duas
variáveis obtiveram predominância do valor 4, quanto ao conhecimento dos demais
atrativos da Rota das Terras (30,14%) e o conhecimento das demais organizações
turísticas (27,40%). Dessa forma, apenas pelo impacto médio não se pode concluir
que o nível de conhecimento seja baixo, considerando que nas freqüências
predominam os valores 4 e em uma variável o valor 5.
3.28
3.24
3.83
3.45
4.31
4.38
3.69
4.13
3.65
3.28
4.00
3.66
1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00
3.5 - Conheço bem os demais atrativos da
Rota das Terras.
3.6 - Conheço os materiais de divulgação
promovidos pelas demais organizações
turísticas.
3.7 - As organizações turísticas são
conhecidas umas das outras.
Impacto Médio Conhecimento
Variaveis e Impacto Médio do Indicador
Associações
Governo
Empresas
Gráfico 13 - Nível de Conhecimento por público
Fonte: Elaboração própria
128
Ao observar o posicionamento de cada público pesquisado de acordo com as
variáveis que avaliam o conhecimento (Gráfico 13), é possível constatar que o
governo tem maior impacto médio (4,13), enquanto que associações (3,66) e
empresas (3,45) indicam os menores níveis. Em duas variáveis o governo indicou
possuir maior nível de conhecimento seja dos materiais de divulgação, ou dos
demais atrativos da Rota das Terras, do que indicaram as empresas e associações.
estas duas instituições acreditam em maior grau que o governo, que as
organizações turísticas o conhecidas entre elas, sendo a variável com
predominância no valor 5 (Tabela 6).
O conhecimento do trabalho em específico, ou das questões gerenciais da
organização pode contribuir para a identidade da organização, no compartilhamento
da mesma linguagem e das formas de interação entre os membros e como recurso
de persuasão no marketing para os consumidores, sendo considerado importante
para a imagem construída no comportamento diário e na interação da organização
com outras (Alvesson, 2001). Enquanto que apenas os representantes do governo
demonstram conhecer razoavelmente os demais atrativos e o material de divulgação
de outras instituições, empresas e associações acreditam em maior grau que o
governo que as instituições são conhecidas umas das outras.
Médias por público
Current effect: F(2, 70)=2.5312, p=.08683
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0.95 confidence intervals
Empresas Governo Associações
Públicos
2.8
3.0
3.2
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
4.6
4.8
Média Conhecimento
Gráfico 14 - Médias do conhecimento por público
Fonte: Elaboração própria
129
Embora o governo tenha indicado maior nível de conhecimento que as demais
instituições, o gráfico 14 demonstra que as médias atribuídas cada um dos públicos
não foram significativamente diferentes (ρ = 0,086). Pode-se constatar que para as
instituições o nível do conhecimento avaliado obteve grau intermediário.
d. Comunicação
Para identificar o nível da comunicação foi avaliado se troca de
informações entre as instituições sobre o desenvolvimento do turismo e se as
instituições sentem-se aptas para opinar e sugerir ações na gestão do turismo. A
tabela 7 apresenta os resultados.
Tabela 7 - Nível de Comunicação
1
2
3
4
5
6
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
5 12 6 21 23 6
6.85 16.44 8.22 28.77 31.51 8.22
7 8 16 21 16 5
9.59 10.96 21.92 28.77 21.92 6.85
3.75
Impacto Médio
3.63 1.38
42.47 57.53
VARIÁVEIS
Impacto
Médio
Desvio
Padrão
3.9 - Posso opinar e sugerir formas para
desenvolver ou corrigir ações na gestão do
turismo da Rota das terras.
3.86 1.42
31.51 68.49
3.8 - As instituições que pertencem a Rota das
Terras trocam informações importantes para o
desenvolvimento do turismo.
Fonte: Elaboração própria
A comunicação, da mesma forma que o conhecimento, apresentou impacto
médio baixo (3,75), porém, as freqüências agrupadas obtiveram maior
representatividade nas medidas de 4 a 6 (Tabela 7). O valor 5 (31,51%) foi
predominante na variável que inquire o poder de opinar e sugerir formas para gestão
do turismo. em menor grau, foi a predominância do valor 4 (28,77%) para a
variável que considera que as instituições trocam informações importantes para o
turismo.
130
3.17
3.52
3.34
3.92
4.54
4.23
3.94
3.44
3.69
1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00
3.8 - As instituições que pertencem a Rota das
Terras trocam informações importantes para o
desenvolvimento do turismo.
3.9 - Posso opinar e sugerir formas para
desenvolver ou corrigir ações na gestão do
turismo da Rota das terras.
Impacto Médio Comunicação
Variaveis e Impacto Médio do Indicador
Associações
Governo
Empresas
Gráfico 15 - Nível de Comunicação por público
Fonte: Elaboração própria
O gráfico 15 indica certa disparidade entre as instituições quanto ao poder de
opinar e sugerir ações para o turismo. Enquanto o governo indica possuir relativo
poder para opinar e sugerir, empresas e associações demonstram níveis baixos.
Quanto à questão sobre a troca de informações entre as instituições, os níveis são
semelhantes para associações e governo, enquanto que empresas indicam grau
inferior. Comparando as duas variáveis, pode-se constatar que as empresas e o
governo demonstram ‘poder opinar e sugerir ações para o turismo’, em maior grau
que a ‘troca de informações entre as instituições’, indicando que estes dois públicos
percebem mais seu poder do que a efetividade dele para a troca de informações.
Pela análise de variância (Gráfico 16) foi confirmado que as médias atribuídas
pelos públicos são diferentes estatisticamente (ρ = 0,016). A partir do teste de Tukey
(quadro 18) foi identificado que a média indicada pelas empresas diverge da média
apresentada pelos representantes políticos (ρ = 0,014). O governo percebe maior
nível de comunicação entre as instituições, principalmente comparado às empresas.
131
Médias por público
Current effect: F(2, 70)=4.3681, p=.01630
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0.95 confidence intervals
Empresas Governo Associações
Públicos
2.6
2.8
3.0
3.2
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
4.6
4.8
5.0
Média Comunicação
Gráfico 16 – Médias da comunicação por setor
Fonte: Elaboração própria
Públicos Empresa Governo Associações
Empresa
-
0.014925
0.615662
Governo
-
0.323599
Associações
-
Quadro 18 – Diferenças estatísticas das médias da comunicação (Teste Tukey)
Fonte: Elaboração própria
Conforme Smidts, Pruyn e Van Riel (2001), um clima positivo de comunicação
entre os membros pode incrementar o sentimento de pertencimento, melhorando a
identificação dos membros com a organização. Considerando os resultados da
Tabela 7 é possível considerar um nível mediano para a comunicação, que obteve
predominância entre os valores 4 e 5, mas impacto médio abaixo de 4.
Considerando o Gráfico 15, percebe-se que as organizações divergem
principalmente quanto ao poder de opinar, sendo que o governo indica possuir maior
poder que associações e principalmente que empresas privadas, confirmado na
análise de variância (Gráfico 16). Dessa forma, pode-se concluir que a comunicação
entre as instituições, a partir dos itens avaliados, não acontece de forma equilibrada
entre os públicos distintos.
132
e. Comportamento de Envolvimento Interinstitucional
O grau de envolvimento com a organização, segundo Almeida (2005),
desenvolve o comportamento de cooperação. As questões sobre comportamento de
envolvimento organizacional tratam basicamente da disposição que o funcionário
tem em colaborar voluntariamente com os colegas e com os objetivos de
crescimento da empresa. Como esta pesquisa não está analisando unicamente uma
organização e sim uma região turística, formada e constituída pela integração de
municípios e instituições tanto públicas quanto privadas na promoção de uma
imagem, a disposição das instituições para manter relações cooperativas com outras
organizações também será analisada. A tabela 8 apresenta as variáveis que
avaliaram o comportamento de envolvimento interinstitucional.
Tabela 8 - Comportamento de Envolvimento Interorganizacional
1
2
3
4
5
6
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
2 4 8 18 29 12
2.74 5.48 10.96 24.66 39.73 16.44
3 5 12 20 23 11
4.11 6.85 16.44 27.40 31.51 15.07
7 11 9 14 21 11
9.59 15.07 12.33 19.18 28.77 15.07
4 8 16 25 18 2
5.48 10.96 21.92 34.25 24.66 2.74
9 9 15 12 25 3
12.33 12.33 20.55 16.44 34.25 4.11
12 10 14 13 17 7
16.44 13.70 19.18 17.81 23.29 9.59
9 12 16 18 14 4
12.33 16.44 21.92 24.66 19.18 5.48
10 13 15 17 12 6
13.70 17.81 20.55 23.29 16.44 8.22
3.75
Impacto Médio
3.11 - Ajudo a promover outras instituições
turísticas locais e regionais.
3.36
1.50
52.05 47.95
3.15 - Existe rivalidade entre as instituições
que competem pelo mesmo público.
3.38 1.43
50.68 49.32
3.10 - Realizo ações promocionais em
conjunto com outras organizações para
divulgar a região.
3.47 1.61
49.32 50.68
3.12 - Discuto metas e planos para o
desenvolvimento turístico regional.
3.60 1.48
45.21 54.79
3.16 - Os conflitos entre as instituições são
resolvidos satisfatoriamente.
3.70
1.20
38.36 61.64
73.97
3.17 - Mantenho relações de confiança com
as demais organizações turísticas.
3.88 1.58
36.99 63.01
3.13 - Minha instituição mantém bons
relacionamentos com as demais organizações
locais.
4.42 1.21
19.18 80.82
3.14 - Procuro sempre oferecer apoio às
demais instituições.
4.15 1.30
27.40
VARIÁVEIS
Impacto
Médio
Desvio
Padrão
Fonte: Elaboração própria
Das oito variáveis que analisaram o comportamento de envolvimento
interinstitucional, seis obtiveram freqüência agrupada de no mínimo 50,68% para os
valores de 4 a 6. Duas destas alcançaram impacto médio superior a 4, relativo à
“instituição manter bons relacionamentos com as demais organizações” (4,42) e
133
quanto a “sempre oferecer apoio as demais instituições” (4,15). A questão referente
às relações com base em confiança obteve impacto médio inferior a 4, verifica-se
que houve predominância para o valor 5 (28,77%), considerando também que a
porcentagem da freqüência agrupada para esta variável foi de 63,01% para as
medidas entre 4 a 6. As relações com base em confiança favorecem a cooperação
interorganizacional, como afirmam Cunha e Melo (2005).
Quanto à variável que questiona se os conflitos são resolvidos
satisfatoriamente, é predominante o valor 4 nas respostas (34,25%). Embora o valor
5 tenha sido predominante nas variáveis que abordam se o respondente discute
metas e planos para o turismo (34,25%) e se realiza ações promocionais em
conjunto com outras organizações (23,29%), constata-se que o valor 3 também tem
incidência elevada, reduzindo consideravelmente a porcentagem de freqüência
agrupada entre 4 a 6 e o impacto médio de ambas às variáveis.
as duas variáveis que obtiveram porcentagem de freqüência agrupada
para os valores entre 1 a 3, superior a 50%, referem-se “à rivalidade entre as
instituições que competem pelo mesmo público” (50,68%) e quanto a “ajudar a
promover outras instituições” (52,05%).
Apesar do impacto médio deste indicador aparentemente ser inferior a 4,
existe um nível razoável no comportamento de envolvimento interinstitucional, o que
pode indicar certo grau de cooperação entre as organizações conforme Almeida
(2005), embora este nível seja inferior para as ações de promoção de outras
instituições e em conjunto. O gráfico 17 apresenta a disposição das instituições para
cada variável deste indicador.
134
3.10
3.31
3.17
4.38
4.07
3.34
3.79
3.62
3.59
3.88
3.27
4.42
4.62
4.12
3.58
3.65
4.27
3.98
3.44
3.56
3.11
4.22
4.33
3.17
3.61
3.72
3.65
1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00
3.10 - Realizo ações promocionais em conjunto com
outras organizações para divulgar a região.
3.11 - Ajudo a promover outras instituições turísticas
locais e regionais.
3.12 - Discuto metas e planos para o desenvolvimento
turístico regional.
3.13 - Minha instituição mantém bons relacionamentos
com as demais organizações locais.
3.14 - Procuro sempre oferecer apoio às demais
instituições.
3.15 - Existe rivalidade entre as instituições que
competem pelo mesmo público.
3.16 - Os conflitos entre as instituições são resolvidos
satisfatoriamente.
3.17 - Mantenho relações de confiança com as demais
organizações turísticas.
Impacto Médio Envolvimento
Variaveis e Impacto Médio do Indicador
Associações
Governo
Empresas
Gráfico 17 - Comportamento de Envolvimento Interorganizacional por público
Fonte: Elaboração própria
Percebe-se que de forma geral existe paridade entre os públicos pesquisados
referente às variáveis do comportamento de envolvimento interinstitucional (Gráfico
17). É perceptível certa compatibilidade entre os três públicos para as duas questões
que obtiveram maior impacto médio (Tabela 8) sobre oferecer apoio às demais
instituições e manter bons relacionamentos. Também houve compatibilidade entre
os blicos quanto aos conflitos serem resolvidos de forma satisfatória e ajudar a
promover outras instituições.
135
Médias por público
Current effect: F(2, 70)=1.1010, p=.33824
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0.95 confidence intervals
Empresas Governo Associações
Públicos
3.0
3.2
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
4.6
Média Comportamento de Envolvimento
Gráfico 18 – Médias do Envolvimento interorganizacional por público
Fonte: Elaboração própria
Embora empresas e associações apresentaram os menores níveis para as
discussões de metas e planos para o turismo; ações promocionais em conjunto; e
relações de confiança, comparados com os altos níveis indicados pelo governo
(Gráfico 17), as médias indicadas pelos três setores para o envolvimento
interorganizacional, como reforça a análise de variância (Gráfico 18) não se diferem
significativamente (ρ = 0,338). O que suscita afirmar que as instituições têm níveis
semelhantes de comportamento de envolvimento interinstitucional.
f. Papel Institucional
O papel institucional foi avaliado sob dois aspectos. Primeiro sob a função
exercida pelas instituições públicas, privadas, meios de comunicação e a entidade
formada pelo Consórcio na promoção da região da Rota das Terras. E também
sobre a avaliação do papel das organizações em participar de encontros para
discutir o turismo (CASAROTTO e PIRES, 2001).
136
Tabela 9 - Papel Institucional
1
2
3
4
5
6
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
2 9 10 12 28 12
2.74 12.33 13.70 16.44 38.36 16.44
3 7 20 25 14 4
4.11 9.59 27.40 34.25 19.18 5.48
4 10 17 21 16 5
5.48 13.70 23.29 28.77 21.92 6.85
12 8 17 6 20 10
16.44 10.96 23.29 8.22 27.40 13.70
10 16 15 13 14 5
13.70 21.92 20.55 17.81 19.18 6.85
10 22 16 12 10 3
13.70 30.14 21.92 16.44 13.70 4.11
3.58
Impacto Médio
3.19 - Percebo que instituições privadas
participam com freqüência de encontros para
discutir o desenvolvimento do turismo.
2.99 1.40
65.75 34.25
3.20 - Percebo que o governo local promove
adequadamente os atrativos turísticos do
município.
3.27
1.51
56.16 43.84
3.18 - Percebo que instituições públicas
participam com freqüência de encontros para
discutir o desenvolvimento do turismo.
3.60 1.69
50.68 49.32
58.90
3.22 - Percebo que o Consorcio Rota das
Terras promove os atrativos locais de forma
igual.
3.68
1.30
42.47 57.53
3.21 - Percebo que os veículos de
comunicação local transmitem uma boa
imagem do município.
4.25 1.37
28.77 71.23
3.23 - Percebo que as empresas turísticas
privadas promovem efetivamente seus
produtos turísticos.
3.71 1.17
41.10
VARIÁVEIS
Impacto
Médio
Desvio
Padrão
Fonte: Elaboração própria
Conforme a tabela 9, os veículos de comunicação local são considerados
pelas instituições aqueles que mais promovem a região, sendo a única variável que
alcançou impacto médio superior a 4, com porcentagem agrupada de freqüência de
71,23% entre os valores de 4 a 6. Esta constatação suscita a discussão se o motivo
pela escolha dos meios de comunicação local é realmente pela sua efetividade na
promoção da região ou pela promoção insuficiente realizada pelas instituições
públicas, ou privadas?
As variáveis que citavam empresas (58,90%) e o Consórcio Rota das Terras
(57,53%) obtiveram impacto médio moderado quanto à promoção adequada de seus
produtos turísticos, considerando a porcentagem de freqüência agrupada entre os
valores de 4 a 6. o governo local, referente à promoção dos atributos, obteve o
menor impacto médio (3,27), sendo que 56,16% da freqüência agrupada
corresponde aos valores de 1 a 3. Este resultado indica que embora as instituições
públicas tenham demonstrado serem as instituições que mais promovem a região,
seja pelos materiais de divulgação analisados (item 4.1) ou pela quantidade de
meios de comunicação utilizados, elas foram consideradas, comparando com as
empresas privadas e o consórcio, as que menos promovem adequadamente os
atrativos da região.
Confrontando o papel das organizações privadas e públicas na participação
de encontros para discutir o turismo, conforme a tabela 9, as instituições públicas
137
alcançaram impacto médio de 3,60 e com predominância de 50,68% para os valores
entre 1 a 3. as instituições privadas obtiveram impacto de 2,99, com
predominância de 65,75% para os valores entre 1 e 3, o que indicou que estas são
as instituições que participam com menor assiduidade comparada às organizações
públicas. O gráfico 19 apresenta a posição de cada público conforme cada variável.
3.24
3.07
2.93
4.00
3.45
3.79
3.41
4.08
2.81
3.62
4.69
3.88
3.54
3.77
3.50
3.11
3.33
4.00
3.78
3.83
3.59
1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00
3.18 - Percebo que instituições públicas participam com
freqüência de encontros para discutir o desenvolvimento
do turismo.
3.19 - Percebo que instituições privadas participam com
freqüência de encontros para discutir o desenvolvimento
do turismo.
3.20 - Percebo que o governo local promove
adequadamente os atrativos turísticos do município.
3.21 - Percebo que os veículos de comunicação local
transmitem uma boa imagem do município.
3.22 - Percebo que o Consorcio Rota das Terras promove
os atrativos locais de forma igual.
3.23 - Percebo que as empresas turísticas privadas
promovem efetivamente seus produtos turísticos.
Impacto Médio Papel Institucional
Variaveis e Impacto Médio do Indicador
Associações
Governo
Empresas
Gráfico 19 - Papel Institucional por público
Fonte: Elaboração própria
O gráfico 19 demonstra que não houve muita disparidade entre os públicos,
analisando de forma geral as variáveis. As duas variáveis que obtiveram maior
diferença entre os públicos referem-se ao papel do governo local, quanto à
promoção dos atrativos turísticos e da participação nos encontros para discutir o
turismo. Em ambas as variáveis as empresas indicaram baixo nível de concordância
com o papel do governo sob estes dois aspectos.
138
Médias por público
Current effect: F(2, 70)=.82119, p=.44410
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0.95 confidence intervals
Empresas Governo Associações
Públicos
2.8
3.0
3.2
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
Média Papel Institucional
Gráfico 20 – Médias do Papel Institucional por público
Fonte: Elaboração própria
A análise de variância (Gráfico 20) confirmou que não muita disparidade
entre os públicos quanto ao Papel Institucional, pois as dias não podem ser
consideradas como diferentes significativamente (ρ = 0,444). Infere-se que as
instituições pouco divergem sobre o papel das instituições para o desenvolvimento
da atividade turística para a região.
g. Percepção das Ações do Consórcio Rota das Terras
A criação de um consórcio é principiada por uma necessidade comum entre
organizações, que se juntam para criar uma nova entidade, com o objetivo de
preencher todos os seus anseios (KANTER, 1990). O Consórcio Rota das Terras é
um consórcio intermunicipal, no qual governantes municipais são os associados,
com objetivo de realizar ações conjuntas de cooperação (Estatuto do Consórcio,
Apêndice E). Como existe o consórcio intermunicipal na região, serão avaliadas as
percepções das instituições sobre as funções que, segundo Casarotto Filho e Pires
(2001), estas entidades devem exercer. Segundo os autores, um consórcio deve
realizar pesquisas de mercado; divulgação de informações sobre as áreas de
atuação das organizações; manutenção de um site na internet com as informações
sobre as instituições; promoção territorial; disponibilizarão de suporte informativo
sobre recursos financeiros; contratação de consultores/técnicos; participação de
139
eventos. Também foi avaliado se as organizações sentem-se apoiadas pelo
Consórcio Rota das Terras.
Tabela 10 - Percepção das Ações do Consórcio Rota das Terras
1
2
3
4
5
6
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
3 5 9 21 22 13
4.11 6.85 12.33 28.77 30.14 17.81
9 8 14 17 16 9
12.33 10.96 19.18 23.29 21.92 12.33
5 11 19 19 14 5
6.85 15.07 26.03 26.03 19.18 6.85
7 11 16 23 13 3
9.59 15.07 21.92 31.51 17.81 4.11
11 14 18 8 17 5
15.07 19.18 24.66 10.96 23.29 6.85
10 15 12 21 12 3
13.70 20.55 16.44 28.77 16.44 4.11
10 18 18 18 5 4
13.70 24.66 24.66 24.66 6.85 5.48
13 14 18 19 7 2
17.81 19.18 24.66 26.03 9.59 2.74
11 27 11 13 10 1
15.07 36.99 15.07 17.81 13.70 1.37
3.37
Impacto Médio
3.27 - O Consorcio Rota das Terras realiza
pesquisas de mercado.
2.82 1.35
67.12 32.88
3.29 - O Consórcio disponibiliza de suporte
informativo sobre recursos financeiros.
2.99 1.35
61.64 38.36
3.25 - O Consórcio Rota das Terras divulga
resumos das informações recolhidas sobre os
setores de atuação das organizações.
3.03 1.35
63.01 36.99
3.31 - O Consórcio contrata consultores
técnicos/especializados para sanar problemas
comuns.
3.26 1.42
50.68 49.32
3.24 - Recebo apoio do Consórcio Rota das
Terras.
3.29 1.55
58.90 41.10
3.32 - O Consórcio promove convenções
técnicas e/ou comerciais.
3.45 1.32
46.58 53.42
57.53
3.28 - O Consórcio atua de forma integrada
com as instituições em campanhas de
promoção.
3.56 1.33
47.95 52.05
3.30 - O Consórcio em conjunto com as
organizações participam de feiras e eventos.
4.27 1.32
23.29 76.71
3.26 - O Consórcio mantém uma página na
Internet com informações atualizadas sobre as
potencialidades, interesses e serviços
prestados pelas organizações.
3.68 1.54
42.47
VARIÁVEIS
Impacto
Médio
Desvio
Padrão
Fonte: Elaboração própria
Entre as nove variáveis de análise apenas uma alcançou impacto médio
superior a 4 (Tabela 10). A ação do consórcio que obteve maior impacto médio é a
que considera que a entidade em conjunto com as organizações participa de feiras e
eventos (4,27) e a porcentagem de freqüência agrupada foi de 76,71% entre os
valores de 4 a 6. Outras três variáveis alcançaram a porcentagem acima de 50% na
freqüência agrupada entre os valores mais altos, embora o impacto médio para
estas variáveis tenha sido inferior a 4.
as cinco variáveis restantes deste bloco mantiveram predominância entre
as freqüências de valores mais baixos, entre 1 a 3. A ação do consórcio que obteve
o impacto médio mais baixo foi a que afirma que a entidade realiza pesquisas de
mercado (2,82). Nota-se que acerca das funções que o Consórcio Rota das Terras
140
deveria exercer, conforme Casarotto e Pires (2001), poucas delas são percebidas
pelas instituições da região. A variável que considera se as instituições sentem-se
apoiadas pelo Consórcio, obteve freqüência agrupada de 58,90% entre os valores
de 1 a 3. O gráfico 21 demonstra a opinião de cada setor referente a estas variáveis.
2.93
2.69
3.24
2.72
3.38
2.66
4.03
2.66
3.14
3.05
3.77
3.35
4.12
2.81
3.69
3.08
4.81
3.88
3.73
3.69
3.17
3.11
3.78
3.00
3.67
3.39
3.89
3.33
3.56
3.43
1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00
3.24 - Recebo apoio do Consórcio Rota das Terras.
3.25 - O Consórcio Rota das Terras divulga resumos das informações recolhidas
sobre os setores de atuação das organizações.
3.26 - O Consórcio mantém uma página na Internet com informações atualizadas
sobre as potencialidades, interesses e serviços prestados pelas organizações.
3.27 - O Consorcio Rota das Terras realiza pesquisas de mercado.
3.28 - O Consórcio atua de forma integrada com as instituições em campanhas de
promoção.
3.29 - O Consórcio disponibiliza de suporte informativo sobre recursos financeiros.
3.30 - O Consórcio em conjunto com as organizações participam de feiras e eventos.
3.31 - O Consórcio contrata consultores técnicos/especializados para sanar
problemas comuns.
3.32 - O Consórcio promove convenções técnicas e/ou comerciais.
Impacto Médio Percepção Consórcio
Variaveis e Impacto Médio do Indicador
Associações
Governo
Empresas
Gráfico 21 - Percepção das Ações do Consórcio Rota das Terras por público
Fonte: Elaboração própria
Comparando os públicos pesquisados, de forma geral os representantes do
governo são os mais positivos em relação às ações exercidas pelo Consórcio Rota
das Terras. As associações mantêm-se como grupo intermediário, enquanto que as
organizações privadas são as mais críticas quanto às funções praticadas pela
entidade. Duas variáveis alcançaram o mínimo de 3 na média de repostas das
empresas, a que considera que o Consórcio promove convenções técnicas e
comerciais (3,14) e de que este participa em conjunto com outras organizações de
feiras e eventos (4,03).
Considerando que os sócios efetivos do Consórcio Rota das Terras são as
entidades governamentais, é possível suscitar que, conforme os baixos níveis de
concordância sobre as funções do Consórcio percebidas pelas empresas e também
pelo indicativo de baixo índice de participação de encontros e de discussão de
planos e metas para o desenvolvimento do turismo, alguns questionamentos podem
ser feitos. As empresas percebem realmente ineficiência do Consórcio ou não tem
contato suficiente? As empresas possuem interesse para a atividade turística? Ou
141
apenas estão desmotivadas? O Consórcio tem incentivado suficientemente a
participação das empresas? Ou não tem conseguido inserir as organizações
privadas para alcançar metas em conjunto?
"Var1"; LS Means
Current effect: F(2, 70)=2.8707, p=.06336
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0.95 confidence intervals
e g s
Var1
2.4
2.6
2.8
3.0
3.2
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
MCons
Gráfico 22 – Médias da Percepção do Consórcio por público
Fonte: Elaboração própria
Embora a análise de variância (Gráfico 22) demonstra que as empresas
percebem em menor grau que o Consórcio cumpre suas funções, não é possível
aceitar que as médias atribuídas pelos três setores são estatisticamente são
diferentes (ρ = 0,063).
h. Classificação de Redes
Conforme a classificação de redes proposta por Hoffmann, Molina-Morales e
Martinez-Fernándes (2004), quatro são os itens a avaliar: direcionalidade,
localização, formalidade e poder. Esta pesquisa não se ateve ao primeiro item por
previamente considerar que as relações existentes entre as instituições são na
direção horizontal, ou seja, entre organizações similares que competem pelo mesmo
público. Desta forma três variáveis compõem este bloco, cujos resultados estão
apresentados na tabela 11.
142
Tabela 11 - Classificação de Redes
1
2
3
4
5
6
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
F / %
1 4 14 25 22 7
1.37 5.48 19.18 34.25 30.14 9.59
8 5 17 29 14
10.96 6.85 23.29 39.73 19.18
7 9 19 22 12 4
9.59 12.33 26.03 30.14 16.44 5.48
3.35 - Todas as organizações turísticas
exercem mesmo poder de influência nas
decisões.
3.48
3.34 - Os acordos informais entre as
organizações turísticas são mais constantes
que os acordos formais.
1.32
47.95 52.05
3.49 1.20
41.10 58.90
3.33 - As organizações turísticas regionais
estão próximas fisicamente.
4.15
1.10
26.03 73.97
VARIÁVEIS
Impacto
Médio
Desvio
Padrão
Fonte: Elaboração própria
A variável referente à proximidade geográfica foi à única que alcançou
impacto médio superior a 4, com 73,97% da freqüência agrupada entre os valores
de 4 a 6. Enquanto que o impacto médio para informalidade dos acordos (3,49) e o
poder de influência (3,48) tenha sido inferior a 4, observa-se que as freqüências
agrupadas alcançaram o mínimo de 52,05% entre os valores de 4 a 6.
4.21
3.46
3.31
4.08
3.38
4.00
4.17
3.67
2.94
1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50
3.33 - As organizações
turísticas regionais estão
próximas fisicamente.
3.34 - Os acordos informais
entre as organizações
turísticas são mais
constantes que os acordos
formais.
3.35 - Todas as
organizações turísticas
exercem mesmo poder de
influência nas decisões.
Variaveis e Impacto Médio do Indicador
Associações
Governo
Empresas
Gráfico 23 - Classificação de Redes por público
Fonte: Elaboração própria
Considerando primeiramente a localização, é possível constatar que
convergência entre os três públicos quanto à proximidade geográfica das instituições
(Gráfico 23) confirmado também pela análise de variância (Gráfico 24) que indicou
que as médias não são estatisticamente diferentes (ρ = 0,909). A localização é
143
aceita como um fator importante para as aglomerações (PORTER, 1999), sendo que
a proximidade possibilita a sinergia e confiança entre as instituições, podendo
resultar em cooperação (HUGGINS, 1998; PENNA, 2001), o que não foi confirmado
a partir dos índices medianos nos resultados do comportamento de envolvimento
interorganizacional.
"Var1"; LS Means
Current effect: F(2, 70)=.09551, p=.90903
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0.95 confidence intervals
e g s
Var1
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
4.6
4.8
ProxGeo
Gráfico 24 – Médias da Proximidade Geográfica por público
Fonte: Elaboração própria
Quanto à formalidade das relações mantidas entre as instituições da Rota das
Terras, percebe-se pouca disparidade entre os públicos (Gráfico 23). Embora as
associações (3,67) demonstram maior grau de informalidade, que empresas (3,46) e
governo (3,38), a análise de variância (Gráfico 25) demonstra que estas médias não
são diferentes significativamente (ρ = 0,750). A predominância do valor 4 (Tabela 11)
indica que as instituições firmam razoavelmente acordos com base na informalidade
representando certo grau de confiança nas relações (DOTTO e WITTMANN, 2003;
ALIEVI e FERSTEINSEIFER, 2005).
144
"Var1"; LS Means
Current effect: F(2, 70)=.28819, p=.75051
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0.95 confidence intervals
e g s
Var1
2.6
2.8
3.0
3.2
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
Inform
Gráfico 25 – Médias da Formalidade do Poder por público
Fonte: Elaboração própria
Já a centralidade do poder, conforme o gráfico 23, obteve a maior divergência
entre os públicos, sendo confirmado a partir da análise de variância (Gráfico 26) que
as médias são diferentes estatisticamente (ρ = 0,030). As médias dos
representantes do governo e das associações divergem estatisticamente (ρ =.0,055)
conforme o teste de Tukey (Quadro 19).
"Var1"; LS Means
Current effect: F(2, 70)=3.6813, p=.03019
Effective hypothesis decomposition
Vertical bars denote 0.95 confidence intervals
e g s
Var1
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
Poder
Gráfico 26 – Médias da Centralidade do Poder por público
Fonte: Elaboração própria
145
Públicos Empresa Governo Associações
Empresa
-
0.133436
0.747300
Governo
-
0.055793
Associações
-
Quadro 19 – Diferenças estatísticas das médias da centralidade do poder (Teste Tukey)
Fonte: Elaboração própria
Conforme Hoffmann, Molina-Morales e Martinez-Fernándes (2004), a
centralidade do poder pode ser orbital, em que uma organização tem mais poder de
decisão, ou não orbital, em que todas as empresas têm poder de decisão. Com este
resultado pode-se suscitar que as instituições não possuem mesmo poder de
influência nas decisões, indicando que o governo seria o detentor do poder.
i. Avaliação Geral das Relações Interorganizacionais
Um resumo dos resultados das relações interorganizacionais é demonstrando
no quadro 20. Os representantes do governo foram os mais positivos em oito dos
dez itens avaliados, enquanto que as empresas privadas foram as mais negativas
em seis dos dez itens. Apenas a questão quanto à proximidade geográfica teve
impacto médio superior a 4 para os três públicos e a identificação que obteve
impacto médio global superior a 4, os demais itens avaliados variaram a média
global entre 3,35 a 3,75.
INDICADORES
MÉDIA
GLOBAL
MÉDIA POR PÚBLICO ρ
MÉDIAS
(TUKEY)
Identificação
4,11
E (3.95) < A (4.14) < G (4.27)
0,60
-
Contato
3,35
A (3.00) < E (3.09) < G (3.88)
0,059
-
Conhecimento
3,74
E (3.45) < A (3.66) < G (4.13)
0,086
-
Comunicação
3,75
E (3.34) < A (3.69) < G (4.23)
0,014
Empresas e
Governo
(ρ = 0,014)
Envolvimento
3,75
E (3.59) < A (3.65) <G (3.98)
0,338
-
Papel Institucional
3,58
E (3.41) < A (3.59) < G (3.77)
0,444
-
Ações do Consórcio
3,37
E (3.05) < A (3.43) < G (3.69)
0,063
-
Proximidade
geográfica
4,15
G (4.08) < A (4.17) < E (4.21)
0,909
-
Informalidade
3,49
G (3.38) < E (3.46) < A (3.67)
0,750
-
Poder de influência
3,48
A (2.94) < E (3.31) < G (4.00)
0,030
Associações e
Governo
(ρ = 0,055)
Quadro 20 - Avaliação Geral das Relações Interorganizacionais
Fonte: Elaboração própria
146
Embora as empresas tenham sido as mais críticas, ou seja, demonstrando
menor participação principalmente comparada ao governo, os resultados indicaram
que as instituições de forma geral pouco discordam significativamente quanto à
identificação, o contato, o conhecimento, o envolvimento, o papel institucional, à
percepção das ações do consórcio, à proximidade geográfica e à informalidade. Em
apenas dois casos efetivamente observou-se que as instituições são divergentes, na
questão comunicação e poder de influência. Há desacordo entre as instituições
principalmente pelo fato de o governo demonstrar ser o detentor do poder de
discutir, opinar e tomar as decisões.
Os resultados de forma geral foram medianos, sendo prematuro afirmar que
as relações entre as instituições da Rota das Terras sejam efetivamente
cooperativas, principalmente pela pouca incidência de contato entre as instituições.
4.3 ANÁLISE MULTIVARIADA
Para a análise multivariada utilizou-se duas técnicas, a análise fatorial e a
análise de cluster. Buscou-se com a aplicação destas técnicas verificar a associação
de variáveis do bloco de afirmativas que analisou as relações interorganizacionais,
tentando diferenciar em grupos distintos os respondentes que apresentam
comportamentos semelhantes. A análise fatorial reduz o número de variáveis
agrupando-as em fatores, que foram após sua determinação avaliados pela análise
de cluster para verificação dos públicos que compõem cada fator.
Primeiramente foi calculado o Alpha de Cronbach para determinar a
confiabilidade das variáveis. Para Hair et al (2005b), os valores mínimos,
considerados limites inferiores de aceitabilidade o de 0,60 a 0,70. O valor de α
obtido foi de 0.96 para o conjunto total de 35 variáveis analisadas (Tabela 12),
sugerindo que 96% do impacto real está sendo medido, considerando o intervalo de
valores possíveis de 0 a 1 (PEREIRA, 2001; HAIR et al, 2005b).
4.3.1 Análise Fatorial
O primeiro passo da análise fatorial foi determinar o número de fatores a
serem analisados. A Tabela 4 apresenta os sete fatores que foram retidos por
147
apresentaram eigenvalues superiores a 1, conforme o critério de Kaiser (PEREIRA,
2001) e no conjunto explicarem 70.39% da variância acumulada, segundo o critério
que aceita o mínimo de 60% da variância acumulada (PEREIRA, 2001; HAIR et al,
2005a). Como pode ser observado na terceira coluna da Tabela 12, apenas o
primeiro fator já explica 43,62% das variações das medidas originais, mais da
metade do total acumulado.
Tabela 12 - Definição dos fatores para análise
Fatores Eigenvalue Eigenvalue Acumulado % Total Variância % Acumulada
1
15.27 15.27 43.62 43.62
2
2.31 17.58 6.60 50.22
3
1.93 19.50 5.50 55.73
4
1.53 21.03 4.37 60.10
5
1.38 22.41 3.93 64.03
6
1.12 23.53 3.20 67.23
7
1.10 24.64 3.15 70.39
Fonte: Elaboração própria
Buscando produzir fatores interdependentes e correlacionados (HAIR et al,
2005a), foi aplicada a rotação Varimax Normalizada na matriz fatorial. Na tabela 13,
as linhas representam as variáveis e as colunas os sete fatores retidos. As células
sombreadas indicam as variáveis aceitas para compor os fatores, sendo
determinante para a sua escolha a carga fatorial superior a 0,60, valor mínimo
aceitável pela estatística de Kaiser-Meyer-Olskin KMO (REIS, 1997; PEREIRA,
2001).
148
Tabela 13 - Matriz Rotacionada
Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Fator 5 Fator 6 Fator 7
3.1 0.222171 0.095184 0.061254 0.107420 0.787572 0.024736 0.132032
3.2 0.440902 0.068286 0.138740 0.420014 0.390186 -0.080313 0.354908
3.3 0.276094 0.572888 -0.085260
0.230584 0.234345 0.190184 0.219092
3.4 0.215031 0.698639 0.168626 0.266556 -0.150349 -0.191585 0.239829
3.5 0.243886 0.503101 -0.004858
0.270023 0.288372 0.162780 0.416315
3.6 -0.010531 0.401951 0.107501 0.739833 0.090549 0.019065 0.231815
3.7 0.178046 0.438221 0.451154 0.169317 0.531046 0.043958 0.186679
3.8 0.683219 0.250486 0.188640 0.184892 0.182686 0.138815 0.339943
3.9 0.286325 0.690972 0.094804 0.149254 0.178029 0.285213 -0.098199
3.10 0.180492 0.328751 0.229929 0.508459 0.037529 0.278598 0.248587
3.11 0.069986 0.605849 0.454745 0.233363 -0.113581 -0.076186 0.189903
3.12 0.211695 0.777983 0.097677 0.303224 -0.150745 0.070826 0.072388
3.13 0.226644 0.766934 0.130903 0.123769 0.155566 0.111568 0.110428
3.14 0.075499 0.682619 0.286289 -0.014252 0.229609 0.052234 0.055458
3.15 0.016236 0.171400 0.257810 0.082911 0.010439 0.722460 -0.059026
3.16 0.185244 0.526294 0.198365 -0.118072 0.068829 0.399540 0.256131
3.17 0.262979 0.589675 0.015285 0.276057 0.355380 0.001680 0.465237
3.18 0.608397 0.352032 0.293000 0.204733 0.342166 -0.078522 0.132416
3.19 0.263930 0.180987 0.708566 0.087093 0.070729 0.234994 0.214805
3.20 0.594269 0.322041 0.253109 0.161563 0.131504 -0.301042 0.096144
3.21 0.603931 0.453131 0.100008 -0.087686 0.187514 0.151377 0.036192
3.22 0.635171 0.034094 0.079554 0.415789 -0.054906 0.009167 0.385016
3.23 0.065978 0.180196 0.739390 0.162679 0.086150 0.181884 0.084129
3.24 0.631421 0.389463 0.123848 0.222542 0.128403 0.029779 0.258984
3.25 0.372172 0.081012 0.395985 0.561024 -0.137663 0.027229 0.173725
3.26 0.197709 0.004130 0.125954 0.680774 0.414576 0.222477 -0.015553
3.27 0.587298 0.133173 0.588139 0.126908 0.092794 -0.071558 0.083360
3.28 0.720678 0.216594 0.077590 0.187443 0.156930 0.247542 0.327130
3.29 0.448172 0.138621 0.474955 0.197468 0.282943 0.302211 -0.105779
3.30 0.343128 0.313664 0.225183 0.625076 0.213052 -0.207500 0.007006
3.31 0.496796 0.449344 0.163267 0.342457 0.101379 0.270163 -0.098606
3.32 0.431021 0.465240 0.222049 0.353910 0.291275 -0.119468 -0.030773
3.33 0.220446 0.091708 0.287940 0.219182 0.122157 -0.126892 0.699176
3.34 0.325723 0.362070 0.283680 -0.016069 0.137906 0.073339 0.510461
3.35 0.371522 0.287418 -0.118999
0.553914 0.013245 -0.021048 0.508839
Expl.
Var
5.299359 6.245879 3.077481 3.724012 2.213772 1.563731 2.511167
Prp.
Totl
0.151410 0.178454 0.087928 0.106400 0.063251 0.044678 0.071748
Fonte: Elaboração própria
Das 35 variáveis medidas que compõem os construtos a serem analisados,
apenas 19 integram os sete fatores formados pela matriz fatorial (Tabela 13). Na
tabela 14 são descritas as variáveis que compõem os fatores, variando de no
mínimo uma até o máximo de 06 variáveis por fator.
149
Tabela 14 - Definição dos Fatores
FATORES E VARIÁVEIS Dimensão
Loadings
% da variância
explicada
Fator 1 – PROMOÇAO REGIONAL
3.28. Consórcio atua de forma integrada com as
instituições em campanhas de promoção.
CONS 0.72
3.8. As instituições que pertencem à Rota das Terras
trocam informações importantes para o
desenvolvimento do turismo.
COM 0.68
3.22. Percebo que o consórcio Rota das Terras
promove os atrativos locais de forma igual.
PAP 0.64
3.24. Recebo apoio do Consórcio Rota das Terras. CONS 0.63
3.18. Percebo que instituições públicas participam com
freqüência de encontros para discutir o
desenvolvimento do turismo.
PAP 0.61
3.21. Percebo que os veículos de comunicação local
transmitem uma boa imagem do município.
PAP 0.60
43,6
Fator 2 – COOPERAÇAO
3.12. Discuto metas e planos para o desenvolvimento
turístico regional.
ENV 0.78
3.13. Minha instituição mantém bons relacionamentos
com as demais organizações locais.
ENV 0.77
3.4. Participo há muito tempo de encontros para discutir
o turismo.
CONT 0.70
3.9. Posso opinar e sugerir formas para desenvolver ou
corrigir ações na gestão do turismo da Rota das terras.
COMU 0.69
3.14. Procuro sempre oferecer apoio às demais
instituições.
ENV 0.68
3.11. Ajudo a promover outras instituições turísticas
locais e regionais.
ENV 0.61
6,6
Fator 3 – PAPEL ORGANIZÕES PRIVADAS
3.23. Percebo que as empresas turísticas privadas
promovem efetivamente seus produtos turísticos.
PAP 0.74
3.19. Percebo que instituições privadas participam com
freqüência de encontros para discutir o
desenvolvimento do turismo.
PAP 0.71
5,5
Fator 4 – CONHECIMENTO
3.6. Conheço os materiais de divulgação promovidos
pelas demais organizações turísticas.
CONH 0.74
3.26. O Consórcio mantém uma página na Internet com
informações atualizadas sobre as potencialidades,
interesses e serviços prestados pelas organizações.
CONS 0.68
3.30. O Consórcio em conjunto com as organizações
participam de feiras e eventos.
CONS 0.63
4,4
Fator 5 – IDENTIFICAÇAO
3.1. Sinto fortes laços com a Rota das Terras. IDEN 0.79 3,9
Fator 6 – COMPETIÇAO
3.15. Existe rivalidade entre as instituições que
competem pelo mesmo público.
ENV 0.72 3,2
Fator 7 – LOCALIZAÇAO
3.33. As organizações turísticas regionais estão
próximas fisicamente.
CLAS 0.70 3,2
Fonte: Elaboração própria
Percebe-se na Tabela 14 que as variáveis que compõem quatro dos sete
fatores o se ajustam a uma única dimensão, sendo estes fatores considerados
150
como híbridos. Apenas o Fator 3, composto de mais de uma variável e os fatores 5,
6 e 7 cada um com uma única variável são considerados fatores puros.
A nomeação dos fatores, por tratar de um processo subjetivo, combinou lógica
e intuição na avaliação das variáveis com cargas mais altas como sugere Hair et al
(2005a). O Fator 1 foi denominado de Promoção Regional (Tabela 14) pelo fato de
três das seis variáveis que o compõem referenciarem-se às questões da promoção e
da imagem regional. Sozinho este fator explica 43,6% da variância, representando o
principal fator com o dobro da variância explicada pelos demais fatores juntos. As
seis variáveis agrupadas fazem parte de três dimensões diferentes, duas referentes
às ações do consórcio (CONS), uma à comunicação (COM), e três variáveis
abordam o papel institucional (PAP) das instituições públicas, do consórcio e dos
meios de comunicação.
Das três variáveis (3.28 CONS; 3.22 PAP; 3.21 PAP) que abordam a
promoção e a imagem regional, aquela com menor variabilidade condiz ao papel dos
meios de comunicação locais para a promoção dos municípios, demonstrando que
os respondentes tendem possuir certa conformidade sob esta questão. As outras
duas variáveis indicam como tarefa do consórcio a divulgação regional, seja atuando
de forma integrada com as demais instituições, ou como uma ação isolada do
mesmo. Destaca-se que a variável que questiona a atuação do Consórcio de forma
integrada com as demais instituições em campanhas de promoção, possui a maior
variabilidade dentro do Fator 1, o que indica que os respondentes divergem em
maior grau neste aspecto.
As outras três variáveis do Fator 1 correspondem à troca de informação entre
as instituições (3.8 – COM); ao apoio destinado a estas pelo consórcio (3.24
CONS); e quanto à participação das instituições públicas em encontros para discutir
o turismo (3.18 – PAP). É possível inferir que estas variáveis estão relacionadas pelo
fato de as instituições públicas atuarem efetivamente no Consórcio,
conseqüentemente recebendo o apoio direto, o que pode possibilitar maior troca de
informações entre estas instituições. Dessa forma a variabilidade pode ser resultado
do fato dos demais públicos não se sentirem integrados e participantes deste
processo.
Os demais fatores da matriz explicaram cada um menos de 7% da variância.
Por escala hierárquica, explicando 6,6% da variância, o Fator 2, com também seis
variáveis o compondo, reflete a intenção das instituições para a cooperação, sendo
151
assim denominado. Das seis variáveis que o compõem, quatro integravam a
dimensão do envolvimento institucional (ENV); as outras duas referentes ao contato
(CON) e a comunicação (COM).
As variáveis: “se a organização participa muito tempo de encontros para
discutir o turismo” (CON); e se “pode opinar e sugerir formas para desenvolver ou
corrigir ações na gestão do turismo na Rota das Terras” (COM); configuram se as
organizações mantêm relacionamentos entre si e se atuam no desenvolvimento do
turismo. Dutton, Dukerich e Harquail (1994) e Smidts, Pruyn e Van Riel (2001)
consideram que o contato e a comunicação são importantes para a identificação do
membro com a organização, e para Selin e Beason (1991) estes dois itens são
importantes para a relação interorganizacional cooperativa. A alta variabilidade
destas questões indica um desnível entre as instituições, não participando da
mesma forma sob estes aspectos.
Conforme Machado (2005) o grau de envolvimento institucional desenvolve o
comportamento de cooperação. Duas das questões deste fator apresentam a
disposição dos atores para apoiar outras instituições, bem como ajudar a promovê-
las. As outras duas dizem respeito ao bom relacionamento entre as organizações e
quanto à participação da organização em discutir metas e planos para o turismo.
Analisando o Fator 2, pode-se considerar que divergências entre os
respondentes quanto à cooperação, não acontecendo de forma igual entre todas as
instituições.
O Fator 3, explicando 5,5% da variância, agrupa duas variáveis de uma única
dimensão, o papel institucional (PAP). Ambas as variáveis referem-se ao papel das
empresas turísticas quanto à participação em encontros para discutir o turismo e
promoção adequada de seus atrativos. Este fator indica a divergência entre os
públicos quanto ao papel das organizações privadas.
o Fator 4, denominado Conhecimento, com três variáveis explica 4,4% da
variância. Das variáveis, uma remete ao conhecimento dos materiais de divulgação
promovidos pelas demais instituições (CONH) e duas remetem ao Consórcio
(CONS) se mantém página na Internet com informações atualizadas e se o
Consórcio, em conjunto com as organizações, participa de feiras e eventos.
O Fator 5 com uma única variável correspondente ao “sentimento de fortes
laços com a Rota das Terras” (IDEN) explica 3,9% da variância. O Fator 6, que
corresponde a 3,2% da variância explicada, é formado pela variável acerca da
152
“rivalidade entre as instituições que competem pelo mesmo público” (ENV). Já o
Fator 7, aborda a “proximidade física das organizações turísticas regionais” (CLAS)
E explica também 3,2% da variância.
4.3.2 Análise de Cluster por fator
Após definidos os fatores, aplicou-se a técnica de cluster para identificar o
desempenho dos públicos em cada fator. Cabe esclarecer que os três últimos
fatores (5, 6 e 7) não foram analisados pela técnica de cluster, pois são formados
por uma única variável cada, tendo já sido exposto na análise descritiva, como cada
público se comportou perante a variável (Item 4.2).
A figura 13 apresenta o dendrograma do Fator 1, chamado de Promoção
Regional.
Figura 13 - Dendrograma do Fator 1 (Promoção Regional)
Fonte: elaboração própria.
Dendograma para 73 instituições
Metódo Ward
Distâncias Euclidianas
G2
S3
E27
E5
E3
S16
E24
E29
G25
E26
E19
S18
S17
G20
S12
E9
E6
E18
S9
G5
E8
G17
E15
G21
G15
E4
E13
G24
E11
G7
S7
S15
S13
E25
G13
E12
S1
G10
S2
E22
G8
G3
E14
S10
G26
G6
G22
G1
E17
G12
G23
E21
G4
E10
E7
S14
G9
G14
G11
S5
E23
G18
G16
S11
E2
S4
S8
S6
E16
E20
E28
G19
E1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Distância de Ligação
40
%
34%
26%
153
O dendrograma do fator 1 indica que três grupos foram formados. No quadro
21 estão descritos como cada grupo se segmentou. A maior concentração dos
respondentes encontra-se no grupo 1 (40%), seguido pelo grupo 3 (34%) e com
menor concentração o grupo 2 (26%)
Grupo 1 – Fraco, predominância de valores 1 a 3 (40%)
52% das empresas
31% dos órgãos públicos
33% das associações
Grupo 2 – Intermediário predominância dos valores 3 e 4 (26%)
24% das empresas
23% dos órgãos públicos
33% das associações
Grupo 3 – Forte predominância de valores 4 a 6 (34%)
24% das empresas
46% dos órgãos públicos
33% das associações
Quadro 21 - Descrição do agrupamento dos setores para o Fator 1 (Promoção Regional)
Fonte: elaboração própria.
A partir do cluster do fator 1, é possível distinguir a divergência entre as
organizações privadas e os órgãos públicos. As empresas se encontram em grande
parte no primeiro grupo, o mais negativo. Em quase mesma proporção, os órgãos
públicos se situam no terceiro grupo, o mais positivo. É aparente o contraste entre os
dois públicos, evidenciando principalmente certa descrença por parte das empresas
em relação à promoção da região, principalmente à realizada pelo Consórcio, pelas
instituições públicas e pelos meios de comunicação. As associações se mantiveram
neutras, não se destacando em grupo algum.
Referente ao fator 2, sobre a Cooperação, o dendrograma está apresentado
na Figura 14.
154
Figura 14 - Dendrograma do Fator 2 (Cooperação)
Fonte: elaboração própria.
Da mesma forma que o Fator 1, o Fator 2 também apresentou três grupos,
descritos no quadro 22.
Grupo 1 – Fraco, predominância de valores 1 a 3 (36%)
48% das empresas se encontram neste grupo
15% dos órgãos públicos
44% das associações
Grupo 2 – Intermediário predominância dos valores 3 e 4 (38%)
14% das empresas
69% dos órgãos públicos
33% das associações
Grupo 3 – Forte predominância de valores 4 a 6 (26%)
38% das empresas
15% dos órgãos públicos
22% das associações
Quadro 22 - Descrição do agrupamento dos setores para o Fator 2 (Cooperação)
Fonte: elaboração própria.
Conforme o quadro 22, não é possível assegurar que os níveis de cooperação
tanto para empresas, como para associações seja relativamente baixos. Embora
Dendograma para 73 instituições
Método Ward
Distâncias Euclidianas
G8
G16
S3
S14
G5
E9
G6
G24
S15
G18
E25
G3
S7
E6
E20
G7
G21
G26
G22
S5
S13
G4
G10
G13
G2
G23
G14
G9
E11
S2
S1
E7
E28
E5
E16
E14
E22
E12
S11
E13
G15
G1
S10
G11
G12
E23
E10
G19
E3
S8
E8
E4
E26
S9
E19
G25
S12
E18
S6
S4
E29
G17
E27
E2
E17
S16
E21
E15
G20
S18
S17
E24
E1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Distância de Ligação
38%
26%
36%
155
seja menos expressivo a porcentagem de empresas no grupo 03 que no grupo 01,
podemos considerar ainda o grupo intermediário, que mesmo não identificando alto
nível de cooperação, demonstra certa tendência dessas organizações para as ações
cooperativas. O mesmo pode ser considerado para as associações, embora elas
tenham maior participação no grupo 02. Já os órgãos públicos, com a grande
maioria no grupo 02, demonstram interesse mediano para a cooperação.
o dendrograma do fator 3, referente ao papel das organizações privadas,
formou quatro grupos distintos dentro do fator (Figura 15).
Figura 15 - Dendrograma do Fator 3 (Papel Organizações Privadas)
Fonte: elaboração própria.
Conforme a figura 15, em virtude do fator ser composto por duas únicas
variáveis, quatro grupos foram formados. Assim foi acrescentado um novo grupo,
cujas variáveis não tinham mesmo peso, sendo chamado de indefinido. No quadro
23 cada grupo é detalhado.
Dendograma para 73 Instituições
Metódo Ward
Distância Euclidiana
G8
E6
G11
E27
E23
S4
S3
G5
G25
G24
E24
E21
E18
E16
S9
S18
S17
G7
G17
G20
E8
E15
S6
S5
S16
G22
G19
G18
E3
G23
G21
E26
S8
E13
S11
G3
E5
S7
S2
S14
G13
G10
G1
E25
E22
G26
S15
E12
S10
E28
G2
E20
E19
E14
E11
E10
S13
S12
G4
G14
E7
E4
E17
S1
G9
G6
E9
G16
G15
G12
E29
E2
E1
0
10
20
30
40
50
Distância de Ligação
19%
22%
32%
27%
156
Grupo 1 – Fraco, predominância de valores 1 a 3 (27%)
17% das empresas
31% dos órgãos públicos
39% das associações
Grupo 2 – Intermediário predominância dos valores 3 e 4 (32%)
41% das empresas
31% dos órgãos públicos
17% das associações
Grupo 3 – Forte predominância de valores 4 a 6 (22%)
17% das empresas
19% dos órgãos públicos
33% das associações
Grupo 4 – Indefinido (19%)
24% das empresas se encontram neste grupo
19% dos órgãos públicos
11% das associações
Quadro 23 - Descrição do agrupamento dos setores para o Fator 3 (Papel Organizações
Privadas)
Elaboração própria
No fator 3, que é referente ao papel das organizações privadas, a maioria das
empresas se posicionou no grupo intermediário e em grau menor com a mesma
proporção entre os grupos 01 e 03. No quarto grupo a maioria foi de empresas, que
não mantiveram a mesma posição para as duas variáveis. Os órgãos públicos se
posicionaram mais fortemente nos grupos 01 e 02 e em menor grau, no terceiro e
quarto grupo. Já as associações se mantiveram de forma semelhante tanto no grupo
mais fraco, quanto no mais forte.
Quanto ao papel das organizações privadas, percebe-se que nem mesmo as
próprias empresas o positivas quanto sua participação de encontros para discutir
o turismo ou na promoção dos seus atrativos. As associações são mais positivas
que as próprias empresas. o governo é mais crítico quanto às empresas,
posicionando-se entre os grupos negativo e intermediário.
O dendrograma do fator 4, do Conhecimento, esta apresentado na figura 16.
Novamente quatro grupos foram configurados, como descreve o quadro 24.
157
Figura 16 - Dendrograma do Fator 4 (Conhecimento)
Fonte: elaboração própria.
Como demonstra a Figura 16, os dois grupos com menor participação foram
os grupos 4 (19%) e 1 (21%). O grupo 2 teve maior representatividade, seguido pelo
grupo 3. O quadro 21 apresenta o perfil de cada grupo.
Grupo 1 – Fraco, predominância de valores 1 a 3 (21%)
24% das empresas se encontram neste grupo
12% dos órgãos públicos
28% das associações
Grupo 2 – Intermediário predominância dos valores 3 e 4 (34%)
41% das empresas
38% dos órgãos públicos
17% das associações
Grupo 3 – Forte predominância de valores 4 a 6 (26%)
10% das empresas
42% dos órgãos públicos
28% das associações
Grupo 4 – Indefinido (19%)
24% das empresas se encontram neste grupo
8% dos órgãos públicos
28% das associações
Quadro 24 - Descrição do agrupamento dos setores para o Fator 4 (Conhecimento)
Fonte: elaboração própria.
Dendograma para 73 Instituições
Metódo Ward
Distância Euclidiana
S18
S17
G19
G17
S6
S16
E29
S8
E24
E9
G25
E19
E26
E8
E15
G9
G23
G5
G13
S14
S13
S10
G4
E17
G7
G20
G12
S7
S11
E7
G6
G11
G8
E12
S1
E5
S4
S3
E6
E4
S15
G22
E3
G18
E20
S9
E21
E14
S2
G24
E2
G15
E28
E27
G2
G10
E13
G3
G26
G1
E25
E10
E22
G21
S5
E23
E16
G16
E18
S12
G14
E11
E1
0
10
20
30
40
50
Distância de Ligação
21% 34% 26% 19%
158
As variáveis agrupadas no fator 4 referem-se ao conhecimento dos materiais
de divulgação de outras instituições turísticas; ao Consórcio manter página na
internet atualizada e participar de feiras e eventos em conjunto com outras
organizações. Sob estes aspectos os órgãos públicos, se posicionaram
positivamente, estando em maior grau no terceiro grupo. Já as empresas estão mais
presentes no grupo intermediário. As associações não se destacaram em nenhum
grupo.
159
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Inserido no contexto de regionalização do setor turístico brasileiro, o trabalho
teve como objetivo analisar as relações interorganizacionais no processo de
formação da imagem turística regional da Rota das Terras. Esta região, situada no
estado do Rio Grande do Sul, foi escolhida por manter desde 1997 o Consórcio de
Desenvolvimento Sustentável Rota das Terras, formado a partir da iniciativa de
instituições públicas e privadas integrando, atualmente, 21 municípios motivados
para o incremento da atividade turística da região.
Este estudo se propôs analisar a imagem turística regional sob a perspectiva
da imagem organizacional (DUTTON e DUKERICH, 1991; DUTTON, DUKERICH e
HARQUAIL, 1994; GIOIA e THOMAS, 1996; GIOIA, SCHULTZ e CORLEY, 2000;
ALVESSON, 2001; SMIDTS, PRUYN e VAN RIEL, 2001), que considera a imagem o
resultado da percepção dos membros da organização. Considerando que os
membros que compõem a região analisada são as instituições, buscou-se agregar o
suporte teórico das relações interorganizacionais cooperativas (CASAROTTO e
PIRES, 2001; HOFFMANN, MOLINA-MORALES e MARTINEZ-FERNÁNDES, 2004;
CUNHA e MELO, 2005).
Para consecução dos objetivos foram utilizadas na pesquisa as abordagens
qualitativa e quantitativa. Na abordagem qualitativa foram selecionados os atributos
promovidos pelas instituições, por meio de análise do discurso, em 65 peças
impressas de divulgação das instituições da Rota das Terras. A partir desta
definição, na abordagem quantitativa, foram aplicados 73 questionários com
representantes de instituições públicas, privadas e associações com o intuito de
verificar os meios de comunicação utilizados, determinar a identidade projetada
pelas instituições e caracterizar as relações interorganizacionais. Os dados
coletados foram tratados por meio de estatística descritiva (freqüências, impacto
médio e análise de variância - ANOVA) e multivariada (análise fatorial e de cluster).
Identificou-se, tanto pelos materiais impressos analisados quanto nos dados
levantados através do questionário, que as organizações públicas são as instituições
que mais promovem os atrativos locais e regionais. O Consórcio Rota das Terras
geralmente aparece nas peças de divulgação como apoiador. Em menor grau as
organizações privadas e associações comerciais se apresentam como promotoras,
sendo freqüentemente apoiadoras, poucas vezes divulgando sozinhas seus
160
atrativos. Este fato reflete também na quantidade de meios utilizados para
promoção, sendo que os representantes do governo indicam utilizar mais meios de
comunicação do que as associações e empresas.
A partir da seleção dos 14 grupos de atributos considerados representativos
da região, na análise das peças promovidas pelas instituições da Rota das Terras,
verificou-se que existe compatibilidade entre as instituições públicas, privadas e
associações, referente aos grupos de atributos que alcançaram maior
representatividade: usinas, micro-bacias e barragens; parques e balneários;
gastronomia típica e diversificada. Pode-se aceitar que as instituições estão de
acordo que estes atributos tem maior representatividade para a Rota das Terras, ou
seja, são os atributos que as instituições melhor identificam e definem a destinação
segundo Dutton, Dukerich e Harquail (1994) e Machado (2005).
O grau de atratividade dos grupos de atributos promovidos pouco se
diferenciou do grau identificado para a concordância, sendo minimamente superior,
o que pode suscitar que as instituições acreditam no potencial e diferencial dos
atributos, mais do que realmente correspondem à região. Percebeu-se que
discordância entre as instituições privadas e associações quanto à atratividade. As
associações acreditam mais no poder de atratividade dos atributos que as
empresas.
Identificou-se também que as instituições acreditam em maior grau que sua
imagem é de uma região com projeção de crescimento, agradável de viver e que
causa boa impressão e em nível inferior eles acreditam que a destinação é
percebida como preparada para o turismo. Kotler et al (1994) afirma que não basta
melhorar a imagem de um local se há uma infra-estrutura precária, mas no caso da
região esta é uma das suas qualidades, os resultados sugerem que o que faltaria é
preparo para o turismo, em mão-de-obra, investimentos em acessos, sinalização,
meios de hospedagens, entre outros. Apesar destas indicações, a percepção de
prestígio externo não teve níveis elevados, mas pode ser considerada positiva pelas
instituições.
Autores como Dutton, Dukerich e Harquail (1994); Gioia et al (1996) e Almeida
(2005) identificaram que quando alto nível de concordância, de atratividade e de
percepção de prestígio externo, a identificação e o envolvimento com a organização
é incentivada. A pesquisa demonstrou que as instituições possuem níveis
semelhantes, quanto à identificação, a concordância, a atratividade e a percepção
161
de prestigio externo. Embora estes índices não sejam refletidos para o contato, o
conhecimento, a comunicação e o comportamento de envolvimento.
A identificação não reverte em maior participação das instituições em
encontros para discutir o turismo, contrariando o que afirmam Dutton, Dukerich e
Harquail (1994), observado nos baixos índices referente ao contato. Da mesma
forma com o conhecimento e com a comunicação que não obtiveram índices
significativos, apresentando grande disparidade entre os públicos. As respostas
quanto ao conhecimento indicaram que empresas e associações acreditam em
maior grau que as instituições se conhecem, enquanto que o governo indicou níveis
mais altos para o conhecimento dos demais atrativos da região e do material de
divulgação das demais instituições. Quanto à comunicação, o governo, comparado
com as associações e as empresas, sente, em nível superior, o poder de opinar e
sugerir formas para a gestão do turismo.
Destaca-se o fato que, para governo e empresas a troca de informações entre
as instituições obteve grau inferior comparado ao poder para opinar e sugerir ações
para o turismo. Isto significa que, embora em níveis diferentes, estes públicos
percebem possuir certo poder de opinião, embora a troca de informações não seja
tão favorecida.
Os resultados do comportamento de envolvimento interinstitucional foram
baixos, não alcançando os mesmos níveis da identificação, da percepção de
prestígio externo, da concordância e da atratividade dos atributos. Destaca-se,
principalmente, que as instituições mantêm, significativamente, bons
relacionamentos, procurando sempre oferecer apoio às demais organizações. Em
contrapartida as instituições indicaram baixos veis quanto à ajuda na promoção de
outras instituições. A rivalidade foi considerada baixa o que promove o ambiente de
cooperação segundo Almeida (2005). Outro item importante a salientar é que os
representantes do governo indicam que o as instituições que mais discutem o
desenvolvimento do turismo, demonstrando maior envolvimento com a atividade,
diferente dos baixos índices demonstrado por empresas e associações.
Os representantes do governo foram as instituições mais positivas em relação
à percepção das ações do Consórcio, acompanhados pelas associações, enquanto
as organizações privadas foram as mais críticas. Apenas uma das funções
propostas por Casarotto Filho e Pires (2001) obteve expressividade entre as
instituições, que considera que o Consórcio participa em conjunto com outras
162
organizações de feiras e eventos, enquanto que as demais funções o obtiveram
níveis significativos, principalmente em função das empresas.
Percebeu-se que as instituições públicas e privadas divergem entre si sobre o
papel institucional. Os representantes do governo indicam baixo grau de
concordância quanto às empresas privadas participar de encontros e divulgar
adequadamente os atrativos locais. O inverso foi indicado pelas organizações
privadas, embora constatado que as organizações públicas são as instituições que
mais promovem os atributos da região e as que indicam manter maior envolvimento
e poder de discussão.
De acordo com a classificação de redes, foi possível concluir que as
instituições convergem sobre a proximidade existente entre elas e que os acordos
não são predominantes com base na informalidade. Quanto ao poder de influência
os resultados reforçam o que foi identificado na comunicação e no comportamento
de envolvimento, que as instituições não exercem mesmo poder de influência, sendo
que apenas os representantes do governo sentem em maior em grau este poder.
A partir da análise fatorial e de cluster foi possível apontar a divergência entre
as organizações privadas e os órgãos públicos, referentes, principalmente, à
Promoção Regional e ao Papel das Instituições Privadas. O contraste entre os dois
públicos evidencia certa descrença por parte das empresas em relação à promoção
da região, principalmente à realizada pelo Consórcio, pelas instituições públicas e
pelos meios de comunicação. Da mesma forma os representantes do governo
criticam a participação das empresas nas ações para o desenvolvimento do turismo,
sendo que as próprias empresas sinalizam certo acordo com as instituições públicas.
Os resultados da análise fatorial e de cluster não puderam assegurar os níveis de
cooperação entre as instituições, que variaram entre intermediário e baixo.
Os resultados indicaram que, embora a microrregião mantenha o Consórcio
Rota das Terras como uma entidade de iniciativa das organizações públicas e
privadas, percebe-se que o envolvimento, o contato, o poder de decisão é
predomínio basicamente dos governos locais. As organizações privadas e as
associações demonstram pouca participação nas discussões sobre o
desenvolvimento do turismo regional.
Não foi possível identificar com a pesquisa os motivos pelos quais as
instituições privadas e as associações mantêm este distanciamento em relação ao
planejamento do turismo. Bem como as razões pelas quais as empresas indicaram
163
tão baixos níveis quanto ao desempenho das funções do Consórcio. Alguns
questionamentos foram feitos no decorrer das análises quanto a estes motivos e
cabe serem retomados: As empresas percebem realmente ineficiência do Consórcio
ou não têm contato suficiente? Será que as empresas possuem interesse e vocação
para a atividade turística? Ou apenas estão desmotivadas? O Consórcio tem
incentivado suficientemente a participação das empresas? Ou não tem conseguido
interagir com as organizações privadas para alcançar metas em conjunto?
Embora muitas questões tenham emergido do trabalho, pode-se confirmar a
complexidade do processo de formação da imagem turística regional, conforme
afirmam Kotler, Haider e Rein (1994) e Ruschmann (1999), por envolver muitos
atores e mensagens que podem divergir entre si. Este trabalho identificou que,
apesar de contar com 10 anos (1997-2007) de existência, o Consórcio Rota das
Terras, com a finalidade de desenvolver o turismo, ainda apresenta problemas de
relacionamentos, principalmente entre governo e empresas, que se resolvidos
poderiam favorecer para uma imagem mais positiva da região.
Deve-se considerar que o trabalho enfrentou algumas limitações no seu
desenvolvimento. Em decorrência dos estudos sobre imagem serem na maioria dos
casos pesquisados no contexto organizacional e a imagem turística ser basicamente
analisada sob o viés da percepção do turista, os indicadores e muitas das variáveis
foram adaptados para o contexto interinstitucional. Embora resultado de uma
extensa pesquisa bibliográfica, o pesquisador não se exime da responsabilidade de
eventualmente ter ignorado certas variáveis, bem como tê-las adaptado de forma
não plausível.
Em virtude da impossibilidade de realizar a pesquisa com toda a população, a
amostragem se restringiu aos participantes de maior acessibilidade. Assim, a
amostragem que foi realizada por conveniência pode ser considerada outra
limitação, tentou-se minimizá-la pela busca de abrenger o maior número de
representantes das diferentes instituições e que representasse pelo menos um
município, embora três dos 21 municípios não tenham participado da pesquisa.
Outra limitação refere-se à escolha do questionário fechado. Na tentativa de
contemplar o maior número de organizações para verificar a cooperação entre elas
na construção da imagem, adotou-se um questionário fechado, de mais fácil e rápido
preenchimento, não sendo absorvidas as reflexões dos respondentes sobre as
164
questões, o que poderia ter fornecido ainda mais informações e ter respondido
algumas questões que surgiram após a conclusão da pesquisa.
Como sugestão para novas pesquisas, este estudo pode ser complementado
através de uma reavaliação minuciosa das variáveis analisadas, incorporando e se
necessário suprimindo questões semelhantes, podendo apoiar-se nos resultados da
análise fatorial que identificaram novas dimensões. Os resultados desta pesquisa
suscitaram alguns questionamentos, referente ao papel do Consórcio Roda das
Terras e principalmente da divergência entre os atores públicos, privados e
associações que poderiam ser investigados de forma mais aprofundada, através de
entrevistas. Considerando também que foram investigados apenas os gestores,
numa análise mais ampla da imagem, poderia se verificar junto aos turistas, o
resultado das ações aqui investigadas na construção da imagem percebida. Para
fins de comparação com a região analisada, o mesmo estudo também pode ser
aplicado em outras regiões, do estado ou fora dele.
Espera-se que o estudo além de fornecer dados e discutir as relações
interorganizacionais no processo de formação da imagem da Rota das Terras, tenha
contribuído para complementar as pesquisas nos campos da imagem e das relações
interorganizacionais. Que as questões aqui propostas possam fomentar a discussão
da imagem turística sob o enfoque das relações interorganizacionais, ligação ainda
pouco explorada.
165
REFERÊNCIAS
AHMED, Z. U. The need for the identification of the constituents of a destination's
tourist image: a promotion segmentation perspective. Journal of Professional
Services Marketing,v.14 (1), p.37-60, 1996.
ALIEVI, R. M.; FENSTERSEIFER, J. E. Relações de Cooperação e Criação de
Vantagens Competitivas: um estudo no arranjo produtivo vinícola da região da Serra
Gaúcha, Brasil. In. 30º Encontro da Anpad, 2006. Salvador, p.1-16, 23 a 27 set.
2006.
ALMEIDA, A. L. C. A influência da identidade projetada na reputação
organizacional, 2005. 361f. Tese (Doutorado em Administração) Faculdade de
Ciências Econômicas, Universidade de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2005.
ALVESSON, M. Knowledge Work: Ambiguity, image and identity. Human Relations,
New Deli, v.54 (7), p.863-886, jul. 2001.
ALVESSON, M. Organization: From substance to image? Organizational Studies,
v.11, n.3, p.373-394, 1990.
ALVESSON, M.; KARREMAN, D. Cages in Tandem: Management control, social
identity, and identification in a Knowledge - Intensive firm. Organization, New Deli,
v.11 (1), p.149-175, jan. 2004
ALVESSON, M.; SVENINGSSON, S. Managing Managerial identities: Organization
fragmentation, discourse and indentity struggle. Human Relations, New Deli, v.56
(10), p.1163-1193, out. 2003.
AMATO NETO, J. Redes de Cooperação Produtiva e Clusters Regionais.
Oportunidades para as pequenas e médias empresas. São Paulo: Atlas, 2000.
ARAUJO, L. M. de; BRAMWELL, B. Partnership and Regional in Tourism in Brazil.
Annals of Tourism Research, Great Britain, v.29, n.4, p.1138-1164, 2002.
ASHFORTH, B. E.; MAEL, F. Social Identity Theory And The Organization.
Academy of Management Review, v. 14, n.1, p.20-39, jan. 1989.
ASHFORTH, B. E.; MAEL, F. Alumni and their alma mater: A partial test of the
reformulated model of organizational identification. Journal of Organizational
Behavior, v.13, 2, p.103-123, mar. 1992.
ATELJEVIC, J.; DOORNE, S. Diseconomies of scale: A study of development
constraints in small tourism firms in central New Zealand. Tourism and Hospitality
Research, v.5, n.1, p.5-24, mar. 2004.
AULICINO, M. P. Turismo como um fator de desenvolvimento regional. Anais do II
Seminário de Pesquisa em Turismo do Mercosul, Brasil, p.1-15, 10-11 set. 2004.
BAIARDI, A.; LANIADO, R. N. Entre a competição e a cooperação: valores e atitudes
empresariais na perspectiva de uma atuação sistêmica. O&S, Bahia, v.7, n.9,
set./dez. 2000.
BALOGLU, S.; BRINBERG, D. Affective images of tourism destinations. Journal of
Travel Research, v. 35, n.4, p. 11-15, 1997.
BALOGLU, S.; McCLEARY, K. W. A model of destination image formation. Annals
of Tourism Research, 26, n.4, p.868-897, 1999.
166
BARBETTA P. A. Estatística aplicada às Ciências Sociais. 4ed. Florianópolis:
UFSC, 2001.
BARICH, H.; KOTLER, P. A Framework for Marketing Image Management. Sloan
Management Review, 32, 2, p.94-104, winter 1991.
BARNEY, J. Firm Resources and Sustained Competitive Advantage. Journal of
Management, v.17, n.1, p.99-120, 1991.
BAUM, J. A. C.; HAVEMAN, H. A. Love Thy Neighbor? Differentiation and
Agglomeration in the Manhattan Hotel Industry. In. Administrative Science
Quartely, n. 42, 1997, p. 304-338.
BECKER, U. Competitividade: um novo padrão de desenvolvimento regional. Redes,
Santa Cruz do Sul, v.1, n.1, 1996.
BEERLI, A.; MARTIN, J. Factors Influencing Destination Image. Annals of Tourism
Research, Great Britain, v.31, n.3, p.657-681, 2004A.
BEERLI, A.; MARTIN, J. Tourists’ Characteristics and the Perceived Image of Tourist
Destinations: a quantitative analysis a case study of Lanzarote, Spain. Tourism
Mangement, 25, p.623-636, 2004B.
BEGNIS, H. S. M.; PEDROZO, E. A.; ESTIVALETE, V. F. B. Cooperação Enquanto
Estratégia Segundo Diferentes Perspectivas Teóricas. Enanpad, 2005. CD-ROOM
BERENS, G; VAN RIEL, C. B. M. Coorporate Associations in the academic literature:
three main streams of tougth in the reputation measurement literature. Corporate
Reputation Review, Holanda, v.7, n.2, p.161-178, summer 2004.
BIGNAMI R. A Imagem do Brasil no Turismo: construção, desafios e vantagem
competitiva. São Paulo: Aleph, 2002.
BIGNAMI, R. Comunicação como Fator Estratégico do Produto Turístico. In
RUSCHMANN, D.; SOLHA, K. T. Turismo: uma visão empresarial, Barueri: Manole,
p.169-186, 2004.
BIGNÉ, H. J.; SANCHEZ, I. M.; SANCHEZ, J. Tourism Image, Evaluation Variables
and After Purchase Behavior: inter-relationship. Tourism Management, n.22, p.607-
616, 2001.
BOM, A, J.; VARGAS B. D. S.; MARTONI R. M. Rota Turística no Contexto das
Políticas de Regionalização: os circuitos mineiros e as estradas reais. In. VII
Seminário Internacional de Turismo, 2006, Curitiba, 15-18 out. 2006.
BOULDING, K. The Image, 1956. Trad. Disponivel em:
<http://sites.mpc.com.br/cesar.dantas.de.castro/a_imagem.htm>. Acesso em: 08
ago. 2006.
BRADLEY, A.; HALL, T.; HARRISON, M. Promoting New Images for Meeting
Tourism. Sellind Cities, UK, v.19, n.1, p.61-70, 2002.
BRAMWELL, B.; RAWDING, L. Tourism Marketing Images of Industrial Cities.
Annals of Tourism Research, Great Bretain, v.23, n.1, p.201-221, 1996.
BULGACOV, S.; FOGGIATTO, J.L. As mudanças estruturais da rede de dois grupos
siderúrgicos. RAM. Ano 5, n. 2, 2005.
167
BUTLER, R. W.; HALL, M. Image and reimaging of rural areas. In BUTLER, R. W.;
HALL, M.; JENKINS, J. Tourism and Recreation in Rural Areas, Manchester: Jhon
Wiley and Sons, 1998.
CAI, L. A. Cooperative Branding for Rural Destinations. Annals of Tourism
Research, Great Britain, v.29, n.3, p.720-742, 2002.
CALDAS M.; WOOD JR T. Identidade Organizacional. RAE: Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v.37, n.1, p.6-17 jan./mar. 1997.
CASAROTTO FILHO, N.; PIRES, L. H. P. Redes de Pequenas e Médias Empresas
e Desenvolvimento Local: Estratégias para a conquista da competitividade global
com base na experiência italiana, 2ed. São Paulo: Atlas, 2001.
CASTELLS, M. A sociedade em rede - a era da informação: economia, sociedade
e cultura, Trad. Roneide Venâncio Mager, v.1, 2ed. São Paulo: Paz e terra, 2003.
CHIEN, T.; PENG, T. Competition e Cooperation Intensity in a Network a case
study in Taiwan Simulator Industry. Journal of American Academy of Business.
Cambridge, vol. 7, n. 2, p.150-155, sep. 2005.
COHEN, E. Primitive e Remote. Hill Tribe Trekking in Thailand. USA, v. 16, p.30-61,
1989.
COHEN, E. The study of touristic images of native people. Mitigating the stereotype
of a stereotype. In PEARCE, D.; BUTTLER, R. Tourism Research. Cap.4. Critique
and chalenges. Routledge, 1993.
COOPER, D. R.; SCHINDLER, P. S. Métodos de Pesquisa em Administração.
Trad. Luciana de Oliveira da Rocha. 7ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.
COSTA, H. A. Análise das Relações de Rede e do Perfil da Competitividade
Turística: estudo comparativo entre São Francisco e Laguna SC. 2005. 175 f.
Dissertação (Mestre) - Curso de Turismo e Hotelaria Universidade do Vale do
Itajaí, Balneário Camboriú.
CROMPTON, J. L. A systems model of the tourist´s destination selection
decision process with particular reference to the role of image and perceived
constraints. 1977. 507 f. Dissertação (Doutor) - A&M Universitmy, Texas, 1977.
CUNHA, S. K. da C.; CUNHA, J. C. Clusters de Turismo: Abordagem teórica e
avaliação. In. VII Seminário Internacional de Turismo, 2006, Curitiba, 15-18 out.
2006.
CUNHA, S. K. da C.; CUNHA, J. C. Modelo Sistêmico para Avaliação do Impacto do
Turismo no Desenvolvimento Local. Enanpad, 2005. CD-ROOM
CUNHA, C. R.; MELO, M. C. O. L. Cooperação Tecnológica em Empresas Mineira
de Biotecnologia. RAE. vol. 45. Edição especial. 2005. p. 60-71.
DALLABRIDA, V. R. O Desenvolvimento Regional. A necessidade de novos
paradigmas. Ijuií: Ed. Unijuí, 2000
DOTTO, D. M. R.; WITTMANN, M. L.; As redes de pequenas médias empresas do
Vale do Rio Pardo e Taquari do Rio Grande do Sul, Brasil: uma análise de
estratégias de cooperação empresarial e desenvolvimento regional. In. VIII
Congresso Internacional del CLAD sobre la reforma del Estado y de la
administracion pública, 2003. Panamá, 28 a 31 oct. 2003.
168
DOWLING, G. R. Journalists´ evaluation of corporate reputations. Corporate
Reputation Review, Australia, v.7, n.2, p.196-205, summer 2004.
DUTTON, J. E.; DUKERICH, J. M. Keeping an eye on the mirror: image and identity
in organization adaptation. Academy Of Management Journal, Texas, v.34, n.3,
p.517-554, sep. 1991.
DUTTON, J. E.; DUKERICH, J. M.; HARQUAIL, C. V. Organizational images and
member identification. Administrative Science Quarterly, v.39, n.2, p.239-263, jun.
1994.
EBBERS, M.; JARILLO, J. C. The construction, forms, and consequence of industry
network. Int. Studies of Mgt. & Org, v.27, n.4, p.3-21, winter, 1997-98.
ECHTNER, C. M. The content of third world tourism marketing: a 4A approuch. The
International Journal of Tourism Research, Canada, v.6, n.4, p.413-434, nov./dec.
2002.
ENDRES, A. V. Redes políticas como um novo instrumento de condução política do
estado: contextualização frente à complexidade social e possibilidades para o
planejamento turístico. Turismo: Visão e ação, v.5, n.3, p.217-238, set./dez. 2003.
FOREMAN, P.; WETTHEN, D. A. Members identification with multiple-identity
organizations. Organization Science, v.6, n.13, p.618-635, nov./dec. 2002.
FORTES, S.; MANTOVANELI, O. Desafios institucionais da regionalização do
turismo no Vale Europeu - Santa Catarina In. VII Seminário Internacional de
Turismo, 2006, Curitiba, 15-18 out. 2006.
FRAZIER, B.; NIEHM, L.S. Exploring Business Information Networks of Small
Retailers in Rural Communities. Journal of Developmental Entrepreneurship, v.1,
n.9, p.23-42, apr. 2004.
GALERANI, J. Formação, estruturação e implementação de aliança estratégica entre
empresas cooperativas. RAE eletrônica. Vol. 2, n. 1, jan/jun 2003.
GARRIDO, I. M. D. A. Modelos multiorganizacionais no turismo: cadeias, clusters e
redes. In: RUSCHMANN, D.; SOLHA, K. T. Planejamento turístico, Barueri:
Manole, pg. 219-252, 2006.
GARTNER, W. Image Formation Process. In UYSAL, M.; FESENMAIER, D.
Communication and Channel Systems in Tourism Marketing. New York: Haworth
Press, p. 191-215, 1993.
GIOIA, A. D.; THOMAS, J. B. Identity, image and issue interpretation: Sensemaking
during strategic change in academia. Administrative Science Quarterly, v.3, n.41,
p.370-403, sep. 1996.
GIOIA, D.; SCHULTZ, M.; CORLEY, K. G. Organization identity, image, and adaptive
instability. Academy Of Management: The academy of management review, v.1,
n.21, p.63-81, jan. 2000.
GOMES, B. M. A.; SILVA, V. J. Políticas de circuitos turísticos de Minas Gerais: uma
análise sob a concepção de clusters. In. VII Seminário Internacional de Turismo,
Curitiba, 15-18 out. 2006.
GOMES, M. T.; SAPIRO, A. Imagem corporativa uma vantagem competitiva
sustentável. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, p.84-96,
nov./dez. 1993.
169
GULATI, R. Does familiarity breed truth? The implications of repeated ties for
contractual choice in alliances. Academy of Management Journal, v. 38, n. 1, 85-
112, 1995.
GULATI, R. Network location and learning: the influence of network resources and
firm capabilities on alliance formation formation. Strategic Management Journal,
EUA, 20, p.397-420, 1999.
HAIR JR, J. F. et al. Fundamentos de todos de Pesquisa em Administração.
Trad. Lene Belon Ribeiro. Porto Alegre: Bookman, 2005.
HAIR JR. J. et al. Análise Multivariada de Dados. Trad. Adonai Schlup Sant’Anna e
Anselmo Chaves Neto. 5ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
HAN, C. M. Country image: Halo or summary construct?. Journal of Marketing
Research, v.2, n.16, may 1989, p 222-229.
HOFFMANN, V. E.; MOLINA-MORALES, F. J.; MARTINEZ-FERNÁNDES, T. Redes
de empresas: uma proposta para sua classificação. ENAMPAD, Curitiba, 26-29 abr.
2004.
HUGGINS, R. local business co-operation and training and enterprise councils: The
development of inter-firm networks. Regional Studies, v.32, p.813-826, Cambridge,
1998.
HUGHES, H.; ALLEN, D. Cultural tourism in central and eastern Europe: the views of
‘induced image formation agents’. Tourism Management, 26, p.173-183,
Manchester, 2005.
IGNARRA, L. R. Marketing aplicado ao turismo. In Fundamentos em turismo. cap.
08, p.83-97. São Paulo: Pioneira, 1999.
IND, Nicholas. La Imagem Corporativa: estrategias para desarrollar progrmas de
identidad eficaces. Madrid: Diaz de Santos, 1990. 196p
ITUASSU, C. T. Destino Brasil: Uma análise da campanha publicitária realizada
pela Embratur no ano 2000e sua contribuição para a formação da imagem do país.
2004. 199 f. Dissertação (Mestre) - Curso de Administração, Departamento de
Centro de Pós Graduação e Pesquisa em Administração, Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004.
JACKS, N. Mídia Nativa: industria cultural e cultura regional. Porto Alegre: Editora
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1998.
JARILLO, J. C. On strategic networks. Strategic Management Journal, Spain, v.9,
p.31-41, 1988.
JENKINS, O. H. Understanding and measuring tourist destination images. The
International Journal of Tourism Research, Australia, v.1, n.1, p.1-15, jan./feb.
1999.
JOLY, M. Introdução a Análise da Imagem. Tradução Marina Appenzeller. Coleção
Ofício da Arte e Forma. Campinas: Papirus, 1996.
JOPPE, M.; MARTIN, D. W.; WAALEN, J. Toronto´s images as a destination: A
comparative importance-satisfaction analysis by origin of visitor. Journal of Travel
Research, v.39, 2001, p 525-260.
170
KIM, S. S.; MORRISON, A. M. Change of images of South Korea among foreign
tourists after the 2002 FIFA World Cup. Tourism Management, 26, 2005, p 233-247.
KONDO, M. M. O paradigma da regionalização. especial para Folha de S.Paulo.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u2526.shtml>.
Acesso em: 08 ago. 2006.
KONECNIK, M. Evaluations Slovenia´s images as a tourism destination: A self-
analysis process towards building a destination brand. Journal of Brand
Management, v.4, n.11, abr. 2004, p 307-316.
KOTLER P; JATUSRIPITAK, S.; MAESINCEE, S. O marketing das nações: uma
abordagem estratégica para construir as riquezas nacionais. Trad. Bazan tecnologia
e lingüística Ltda. São Paulo: Futura, 1997.
KOTLER, P.; ANDREASEN, A. B. Marketing para Organizações que Não Visam
Lucro. Trad. H. de Barros. 1ed., 1988, p 644.
KOTLER, P.; HAIDER, D. H.; REIN, I. Marketing Público: Como atrair
investimentos, empresas e turismo para cidades, regiões, estados e países. Trad.
Eliane Kanner. São Paulo: Makron Books, 1994.
LAROCHE, M. et al. The influence of country image structure on consumer
evaluations of foreign products. International Marketing Review, v.1, n.22, 2005, p
96-115.
LEMOS, I. S.; SOUZA, A. Estratégias competitivo-cooperativas para o
desenvolvimento regional sustentável do turismo. In. VII Seminário Internacional
de Turismo, 2006, Curitiba, 15-18 out. 2006.
LIMA, J. J. A Organização e o Ambiente relações interorganizacionais. Caderno
da Escola de Negócios da UniBrasil. Jul/dez 2003, p 99-112.
LOHMANN, M.; KAIM, E.; Wheather and Holiday Destination Preferences: image,
attitude and experience. The Tourist Review, Zeitschrift für Fremdenverkehr, 2,
1999, p 54-64.
LUCCHESE, T. Rede de cooperação turística: um desenvolvimento de turismo rural
local. Disponível em:
<http://www.www.presidentekennedy.br/retur/edicao02/artigo06.pdf>. Acesso em: 05
nov. 2005.
MACHADO, A. M. C. Identidade, imagem e reputação do centro superior de Vila
Velha, na perspectiva dos alunos de graduação do curso de sistemas
econômicos. 2001. 222 f. Dissertação (Mestre) - Curso de Administração,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2001.
MACHADO, H. V. A identidade e o contexto organizacional: Perspectiva de análise.
RAD, São Paulo, 2003. Edição especial. p 51-63.
MAEL, F.; ASHFORTH, B. E. Social Identity Theory and the Organization. Academy
of Management Review, v.14, n.1, jan 1989, p 20-39.
MAEL, F.; ASHFORTH, B. E. Alumni and their alma mater: A partial test of the
reformulated model of organizational identification. Journal of Organization
Behavior, v.2, n.13, mar. 1992, p 20-39.
MALHOTRA, N. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
171
MANSFELD, Y. From Motivation to Actual Travel. Annals of Tourism Research, v.
19, 1992, p 399-419.
MARKWICK, M. Postcards from Malta: image, consumption, context. Annals of
Tourism Research, Great Britain, v.28, n.2, 2001, p 417-438.
MASSUKADO, M. S.; TEIXERA, R. M. Redes interorganizacionais no turismo: uma
perspectiva para a cooperação entre os setores públicos e privados. In. VII
Seminário Internacional de Turismo, 2006. Curitiba, 15-18 out. 2006.
MELO, V. P. Terceiro setor e interorganizações: uma análise crítica a partir da
realidade baiana. 2002. 178f. Dissertação (Mestre) Escola de Administração –
Universidade Federal da Bahia, Salvador.
MEYER, M. L. K. A percepção de imagem de uma instituição de ensino superior
pelos alunos. 2002. 129 f. Dissertação (Mestre) - Curso de Administração,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2002.
MILES, R. E.; SNOW, C. C. Organizations: new concepts for new forms. California
Management Review, California, v.28, n.3, spring 1986, p 62-73.
MINISTÉRIO DO TURISMO. Programa de regionalização do turismo: Roteiros do
Brasil, Ministério do Turismo, Brasília, 2004.
MONTEIRO, S. V.; MENÃO, D. R. A formação de clusters turísticos: uma proposta
para desenvolver com sustentabilidade. In. VII Seminário Internacional de
Turismo, 2006. Curitiba, 15-18 out. 2006.
MORAES, L. M.; MATHEUS. Projeto pólo cuesta: elaboração de um modelo de
políticas públicas para o desenvolvimento turístico regional sustentável. Anais do 2
o
seminário de pesquisa e turismo do Mercosul, Brasil, 10-11 set. 2004, p 1-15.
NASAR, J. L. The evaluative image of the city. American Planning Association:
Journal of the American Planning Association, v.1, n.56, winter 1990, p 41-53.
NOVAES, M. H.; SPONCHIADO, F. A. As interfaces do turismo e a formação de
clusters: um estudo de caso da região das Hortênsias - RS. In. VII Seminário
Internacional de Turismo. Curitiba, 15-18 out. 2006.
NOVELLI, M.; SCHMITZ, B.; SPENCER, T. Networks, clusters and innovation in
tourism: a UK experience. Tourism Manegement. 27, 2006, p 1141-1152.
OBENOUR, W.; LENGFELDER, J.; GROVES, D. The development of a destination
through the image assessment of six geographic markets. Journal Of Vacation
Marketing, Ohio, v.2, n.11, abr. 2005, p 107-119.
OLAVE, M. E. L.; AMATO NETO, J. Redes de Cooperação Produtiva: uma estratégia
de competitividade e sobrevivência para pequenas e médiass empresas. Gestão e
Produção. v. 8, n. 3, dez. 2001, p 289-303.
OLIVER, C. Determinants of Interorganizational Relationships: intagration and future
directions. Academy of Management. Vol. 15, N. 2, Apr 1990, p 241-265.
PADOVANI, E. G. R. O Programa de Regionalização do Turismo. Disponível em:
<http://www.am.unisal.br/públicacoes/artigos-56.asp>. Acesso em: 08 ago. 2006.
PAPADOPOULOS, N.; HESLOP, L. A. As other see us: The image of Canadian
products abroud. Canadian Papers Review, Canada, v.4, n.16, winter 1989, p 27-
31.
172
PAPADOPOULOS, N.; HESLOP, L. A. Country as brands. Ivey Business Journal,
Canada, v.2, n.65, nov./dec. 2000, p 307-36.
PAPADOPOULOS, N.; HESLOP, L. A. Country equity and country branding:
Problems and prospective. Journal of Brand Management, v.4/5, n.9, apr. 2002, p
294-314.
PAPAGEORGIOU, G. Public-private interactions in Anglo-Greek tourism: Reflection
on aspects of the primary research process. Tourism and Hospitality Research,
v.4, n.4, 2003, p 321-330.
PAZ, S. Administración estratégica de marca territorial: como construir y administrar
la marca de ciudades y regiones. Revista da Administração, ed.45, v.11, n.3,
mai./jun. 2005, p 1-19.
PENNA, J.C. Clusters lucros e crescimentos. Revista Brasileira de
competitividade, n.1, abr./jul. 2001.
PEREIRA, J. C. R. Análise de dados qualitativos: estratégias metodológicas para
as ciências da saúde, humanas e sociais. 3ed. Edusp: São Paulo, 2001.
PEREIRO, X. As imagens turísticas do outro: Portugal e Galiza. XV Congresso of
International Union of Antropology and Ethnological Sciences, 5-12 jul. 2003.
PEREZ-NEBRA, A. R.; TORRES, C. V. Imagem do Brasil como país de destino
turístico: uma pesquisa da psicologia do consumidor. Turismo Visão e Ação, n.10,
out. 2001 / mar. 2002, p 101-114.
PHELPS, A. Holiday destination image the problem of assessment. An example
Developed in Menorca. Tourism Management, v. 7, 1986, p 168-180.
PORTER, M. Competição: estratégias competitivas essenciais. Trad. Afonso Celso
da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
POWELL, W. W. Neither market nor hierarchy: network forms of organization.
Research in Organization Behavior, v.12, 1990, p 285-336.
POYARES, W. R. Imagem blica: glória para uns, ruína para outros. São Paulo:
Globo, 1998. 207p
RANFT, A. L.; FERRIS, G. R.; ZINKO, R.; BUCKLEY, M. R. Marketing the Image of
Management: the costs and benefits of CEO reputation. Organizational Dynamics,
v.35, n.3, 2006, p 279-290.
REIS, E. Estatística Multivariada Aplicada. Edições Silabo. Lisboa, 1997. 343f.
RITTICHAINOWAT, B. N.; QU, H.; BROWN, T. J. Thayland´s international travel
image. Cornell Hotel And Restaurant Administration Quarterly, v.2, n.42, abr.
2001, p 82-95.
ROSCOCHE, L. F. Possibilidades e limitações do desenvolvimento regional do
turismo na região dos Campos Gerais (PR). Anais do II Seminário de Pesquisa em
Turismo do Mercosul, Brasil, 10-11 set. 2004, p 01-16.
ROTA DAS TERRAS. Disponível em: <www.rotadasterras.com.br>. Acesso em:
agosto de 2006.
ROWE, D.; STEVENSON, D. Provincial Paradise: Urban Tourism and City Imaging
Outside the Metropolis. The Australian and New Zealand Journal of Sociology,
v.30, n.2, august 1994, p 178-193.
173
RUSCHMANN, D. Marketing Turístico: um enfoque promocional. 3ed. Campinas:
Papirus, 1999.
SANCHO, A. O associativismo e cooperativismo como estratégias de inclusão social.
In. VII Seminário Internacional de Turismo, 2006. Curitiba, 15-18 out. 2006.
SANTANA, A. La imagem em el sistema turístico.[s/d].
SAXENA, G. Relationship, networks and the learning regions: case evidence from
the Peak District National Park. Tourism Management, UK, 26, 2005, p 277-289.
SCHOMMER, P. C. Investimento Social das Empresas: cooperação organizacional
num espaço compartilhado. O & S. v. 7, n. 19, set./dez., 2000, p 145-160.
SCHOMMER, P. C. Gestão Pública no Brasil: notícias do teatro de operações. RAE,
São Paulo, v.4, n.43, out./dez.2003, p 102-107.
SELBY, M.; MORGAN, N. J. A case study of its role in destination market research.
Tourism Management, Great Britain, v.17, n.4, 1996, p 287-294
SELIN, S.; BEASON, K.; Interorganizational Relations in Tourism. Annals of
Tourism Research, EUA, v.18, 1991, p 639-652.
SELWYN, T. Tourist Brochures as post-moderm myths. Tourism, v.13, n.3-4, 1990,
p 13-25.
SETUR-RS. Mapa das zonas geograficas do Rio Grande do Sul. Disponível em:
<www.setur-rs.com.br>.Acesso em: agosto de 2006.
SHENKAR, O.; YUCHTMAN-YAAR, E. Reputation, image, prestige, and goodwill: An
interdiciplinary approuch to organizational standing. Human Relations, v.11, n.50,
nov. 1997, p 1361-1381.
SILVA, J. A. S. Clusters competitividade territorial e o desenvolvimento turístico. In.
VII Seminário Internacional de Turismo, 2006. Curitiba, 15-18 out. 2006.
SIMÕES, C.; DIBB, S.; FISK R. P. Managing Corporate Identify: an internal
perspective. Journal Academy of Marketing of Science. v. 33, n. 2, spring 2005.
SIRACAYA, E.; SONMEZ, S. A distorted destination image? The case of Turquey.
Journal of Travel Research, v.41, nov. 2002, p 185-196.
SIRAKAYA, E.; SONMEZ, S. Gender images in state tourism brochures: An over
looked area in socially responsible tourism marketing. Journal of Travel Research,
v.38, mar. 2000, p 353-362.
SMIDTS, A.; PRUYN, A. T. H.; VAN RIEL, C. B. M. The impact of employee
communication and perceived external prestige on organizational identification.
Academy of Management Journal, v.44, n.05, out. 2001, p 1052-1062.
SOLHA, K. T. Divulgação de imagens turísticas: Exemplo de Porto Seguro
(Bahia). 1999. 123 f. Dissertação (Mestre) - Curso de Relações Públicas,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.
STRATE, R. W.; RAPOLE, C. L. Strategic Alliances between Hotels and
Restaurants. Cornell Hotel and Restaurant Administration Quarterly. Vol. 38, n.
3, jun. 1997, p 50-61.
TAPACHAI, N.; WARYSZAK, R. An Examination of the Role of Beneficial Image in
Tourist Destination Selection. Journal of Travel Research, v.39, aug. 2000, p 37-44.
174
TEIXEIRA, R. M.; CUNHA, A. R. S.; SILVA, M. R. Redes de relacionamento e
cooperação interorganizacional em hotéis de pequeno porte em Curitiba. In. VII
Seminário Internacional de Turismo, 2006. Curitiba, 15-18 out. 2006.
THESING, N. J. Redes de cooperação: Novas formas de pensar e agir. In. I
Congresso Nacional de Redes de Cooperação, 2005. Porto Alegre, dez. 2005.
THORELLI, Hans B. Networks: between markets and hierarchies. Strategic
Management Journal, v. 7, 1986, p 37-51.
TOLEDO, G. L.; VALDÉZ, J. A.; POLLERO, A. C. Configuratión del turismo em el
ambiente globalizado: estudio de casos de clusters turísticos. Turismo em Análise,
São Paulo, 13(1), maio 2002, p 90-104.
TRIGUEIRO, C. M. Marketing e Turismo: como planejar e administrar o marketing
turístico para uma localidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
UM, S. The roles of perceived inhibitors and perceived facilitators in the
pleasure travel destination choice process. 1987. 139 f. Dissertação (Mestre) -
Curso de Filosofia, A&M University, Texas, 1987.
VAN RIEL, C. B M. Research in corporate communication: An overview of an
emerging field. Management Comunication Quarterly, Rotterdam, v.11, n.2, nov.
1997, p 288-309.
VAN RIEL, C. B. M.; VAN BRUGGEN, G. H. Impact: A management judgment tool to
predict the effectiveness of corporate advertising campaigns. Journal of Brand
Management, v.11, n.1, set. 2003, p 22-33.
VAZ, G. N. Marketing Turístico: receptivo e emissivo. Um roteiro estratégico para
projetos mercadológicos públicos e privados. São Paulo: Pioneira, 1999.
VERSCHOORE FILHO, J. R. S. O Programa Redes de Cooperação: uma análise
dos instrumentos de administração pública para o desenvolvimento sócio-
econômico. In. VIII Congresso Internacional del CLAD sobre la reforma del
Estado y de la administracion pública, 2003. Panamá, 28 a 31 oct. 2003.
VERSCHOORE, J. R.; BALESTRIN, A. Fatores Competititivos das Empresas em
Redes de Cooperação. ENANPAD. Salvador, 23 a 27 set. 2006, p 1-16.
WHETTEN, D. A.; LEUNG, T. K. The Instrumental Value of Interorganizational
Relations: antecedents and consequences of linkage formation. Academy of
Management Journal. Vol 22, n. 2, jun. 1979, p 325-344.
WHITE, C. J. Destination Image: to see or not to see?. International Journal of
Contemporary Hospitality Management, v.16, n.5, 2004, p 309-314.
APÊNDICES
Apêndice A - Descrição das Cidades da Rota Das Terras (PIPG)
CIDADE HOTEIS RESTAURANTES PARQUES/ATRATIVOS ECONOMIA LOCAL
AG.
VIAGENS
1
ALTO
ALEGRE
_ _
Igreja Matriz São Marcos, Parque de
Rodeios, Praça Central, rio Jacuí e
Lago do Passo Real.
Baseada na agricultura,
destaque para: soja, trigo,
produção de leite e
suinocultura. Incentivo a
agroindústria de grãos, queijos
e embutidos.
_
2
BOA VISTA
DO CADEADO
_ _ Fazenda do Cadeado
Cultivo de soja, milho, trigo e
pecuária.
_
3
BOA VISTA
DO INCRA
_ _ _
Baseada na produção de soja,
milho, aveia, trigo e da
pecuária
_
4
CAMPOS
BORGES
_ _
Gruta de Santa Rita de Cássia,
Alagado do Passo Real, rio
Jacuizinho, Parque dos Rodeios do
Centro de Tradições Gaúchas
Galpão Hospitaleiro e Igreja Matriz
dedicada a São Sebastião.
Está baseada na agricultura de
soja, trigo e milho, além da
pecuária de corte e leiteira. E a
extração da pedra basalto.
_
5 COLORADO
Hotel Colorado
- Restaurante Hotel Colorado
- Restaurante Ponto Bom
- Kaiká Lanches
Igreja São João Batista, Gruta
Nossa Senhora de Lourdes e SAC -
Socedade Aquática Coloradense.
Baseada na produção de
grãos, leite e suinocultura.
_
6 CRUZ ALTA
- Helena
- Hotel
Steinbrenner
- Hotel Califórnia:
- Hotel Linassi
- Hotel dos
Viajantes
- Hotel Fazenda
- Hotel Serrana
- Pousada Santa
- Restaurante Paladar Fone:
- Restaurante do Clube
Internacional
- Restaurante Boun Mangiare
- Restaurante do Miguel
Fone:
Monumento de Fátima, Casa da
Cultura Justino Martins, Parque
Integrado de Exposições, Balneário
Belo Horizonte, Cascata Nossa
Senhora da Conceição, Complexo
Turístico Fazendo do Pilão, Paqrue
Holistica São Francisco de Assis,
Brique da Praça da Banderia e
Museu Casa Érico Veríssimo
_
Luciane
Viagens e
Turismo
176
Helena
7 ERNESTINA _ _
Camping Bavária e Bavária Piscina,
Camping Prainha, Estância Velha
Ecoturismo, Centro de Interpretação
Ambiental Beija Flor, Pousada
Alambique, Santuário N. Sra. Fátima
Estância Velha e Museu Municipal.
Agropecuária _
8 ESPUMOSO _ _
Parque de Exposições Armídoio
Bertani, Praça Borges Medeiros,
Presépio Flutuante – Rio Jacuí
_ _
9
FORTALEZA
DOS VALOS
- Hotel e
Restaurante
Tucano
- La Ville
- Churrascaria Panorama
- Point Mania
Lago artificial da Barragem do
Passo Real, as "vossorocas" do
Ivaí, Museu Padre Jerônimo Martini,
Praça 3 de Maio, Igreja São Roque
Base da economia é o setor
primário.Desenvolvendo
atualmente o turismo cultural e
de eventos
_
10 IBIRUBÁ
- Euro Hotel
- Hotel Boa Vista
-Pousada Central
-Hotel Presidente
- Hotel Suíço
-Hotel Pitangueira
- Capital 922
- Mania’s Bar e Restaurante
- Café Central
- Ferreira Lanches
- Choche’s Restaurante
- Restaurante do Clube
Comercial
- Gourmet Restaurante e
Pastelaria
- Dino Lanches
- Alternativa Lanches
- Eurinho Restaurante
- Prato Pronto Fone
Granja "Alles Blau "em Linha 2
Fundos
Balneário Pesque-Pague
Cascata e Usina do Pinheirinho
Acqua Mania Park em Passo Bonito
Museu Theobaldo Becker
Casa de Cultura Osvaldo Krames
Monumento aos Imigrantes
A base da economia é
agricultura, indústria e
comércio
- Magia
Turismo
- Serra
Dourada
- Giru’S Tur
11
LAGOA DOS
TRES
CANTOS
-Camping Parque
Clube da Lagoa
(2) - Restaurante da Marlete
- Restaurante da IVA
Clube Recreativo, Sempre Unidos
Parque Municipal da Lagoa, Igreja
Católica e Evangélica (IECLB),
Igreja Adventista do Dia e Parque
Clube da Lagoa em Linha Ojeriza.
_
Gute Reise
Viagens e
Turismo
Ltda
12 JACUIZINHO _ _ _
A base da economia é
agricultura com a produção de
soja, trigo, milho e criação de
gado
_
177
13
NÃO-ME-
TOQUE
- Hotel Arco Iris
- Hotel Hans
- Hotel do Beno
- Lancheria Scherer
- Lancheria Da Rodoviária
- Pizzaria Ritorna
- Recanto Lanches
- Restaurante Do Clube
União
- Krau’s Bar
- Restaurante Da Cotrijal
- Churrascaria Sauthier
- Café, Pão e Cia
Monumento ao Imigrante Alémão,
Monumento ao Imigrante Italiano,
Monumento ao Imigrante Holandês,
Casas das Associações Culturais,
Praça Dr. Otto Schmiedt, Carta
Testamento, Jardim Paraíso na
Terra, Casa da Cultura Dr. Otto
Stahl, Haras Dune, Camping Vale
do Paraíso
CTG Galpão Amigo
_ _
14
QUINZE DE
NOVEMBRO
- Hotel de Lazer
Águas da Fonte
- Passo do
Lagoão
- Hotel Candeeiro
- Restuarnte Syrio
-Restaurante do Candeeiro
-Restaurante Portal das
Águas
Museu Municipal, Padre Paulo
Bertolini, Museu Santa Clara, Museu
Prof. Alfredo Drake e Museu de
Ciências Naturais, Igreja Nossa
Senhora da Saúde, Gruta de Pedras
Semipreciosas
Cascatinha Franken,
Casa do Artesão e as
Corredeiras do rio Jacuí.
_ _
15
SALTO DO
JACUÍ
– Pousada Jacuí
- Hotel Bela Vista
- Hotel Cabanas
- Pousada Central
- Pousada dos
Viajantes
- Restaurante Do Parque
- Churrascaria Sinuelo
- Restaurante Dos Viajantes
- Churrascaria Amantino
Costa
- Churrascaria Ágata
- Churrascaria E Pizzaria
Riograndense
- Restaurante Stampa
- Choperia Alternativo’s
- Pesque E Pague Tramontini
Hidrelétrica Jacui,
Hidrelétrica do Passo Real,
garimpos de Pedras Ágata, Parque
de Energia das águas (Parque
temático de Salto do Jacuí)
Geração de Energia,
Mineração, Agricultura, Agro-
pecuária, Indústria
- MP
Turismo
-
Condutores
de Turismo
16 SELBACH
- Pousada Século
XXI
- Hotel Requinte
- Pizzaria Huppes
- Recanto do Mel
- Honigecke
- Lancheria Guachos Bar
e Restaurante
Praça João XXIII, Igreja São Tiago,
Monumento do Imigrante, Casa
Urban , Haras Pinno , Gruta de
Nossa Senhora de Lourdes,
Santuário de Nossa Senhora da
Saúde , Camping Cristal na VRS-
402 km 05 , Camping Vale Verde
em Linha Floresta, Sala do Artesão
onde podem ser adquiridas peças
Agropastoril _
178
de artesanato local, Recanto do Mel
na RS-223 km 37, Cabanha
Bogorny em Bela Vista, Museu
Municipal Olindo Feldkirche e
Mini-Mundo Encantado.
17 TAPERA
- Hotel e Motel
Imperial;
- Hotel e
Restaurante
Primavera;
- Motel Pousada
Paradiso;
- Churrasco da Mata;
- Restaurante Dom Fiorindo;
- Restaurante Clube Aliança;
- Restaurante La Bodeguita;
- Restaurante Primavera;
- Cantina Italiana;
- Tratoria Bella Itália;
- Opção Chopperia;
- Banana Pastel;
Casa do Vinho Rizzi; Propriedade
da Família Crestani; Centro de
Lazer Gota D’Água; Sitio Vieira;
Cabanha Mangueirão; Trilha Eco-
Cultural dos Três Mártires; Trattoria
Bella Itália; Casa do Artesão Nossa
Arte; Gruta Nossa Senhora de
Lourdes; Memorial Taperense.
_ _
18 TIO HUGO _ _
Tio Hugo é conhecido por seu
importante e estratégico
entroncamento rodoviário.
Caminhos que ligam a estrada da
produção aos principais pólos de
distribuição do Estado e até mesmo
do país
_ _
19
VICTOR
GRAEFF
- Pousada Wagner
- Balneário
Camping e
Pesque Pague
Kronbauer
São José da
Glória
- Recantu’s Bar
Beijo Frio (lancheria e
sorveteria)
- Bar do Darci
- Restaurante do Mário
- Bar e Restaurante Rossi
Praça Municipal Tancredo de
Almeida, Museu Municipal, Área de
lazer junto ao Centro de Tradições
Gaúchas, Microbacia Piloto do Rio
Grande do Sul, Arquitetura sacra,
piscicultura e um gostoso Café
Colonial com iguarias da região
_ _
Apêndice B - Formulário da Pesquisa Quantitativa
Caro respondente,
Estamos realizando uma pesquisa sobre a imagem turística regional a partir das inter-relações
institucionais, tendo sido escolhida a Rota das Terras como objeto de estudo. Gostaríamos de contar
com sua colaboração, respondendo ao questionário abaixo, que faz parte da dissertação de mestrado
de turismo da mestranda Camila Macagnan orientada pela Professora Dra. Anete Alberton. As
questões foram elaboradas de forma a facilitar a leitura, permitindo que todas sejam respondidas em
20 minutos aproximadamente. Em caso de vidas nas questões, por favor, pergunte ao
entrevistador. Agradecemos a sua participação!
1. Na tabela abaixo são apresentados os atributos promovidos nos materiais de divulgação das
instituições da Rota das Terras. Marque na coluna 1 o quanto você concorda que este atributo
representa a Rota das Terras. Na coluna 2 marque o grau de atratividade que este atributo exerce na
promoção da Rota. Sendo 1 pouca concordância / atratividade e 6 alta concordância / atratividade.
- ▬▬▬▬▬▬▬ + - ▬▬▬▬▬▬ +
1 2
Atributos
Concordância Atratividade
1.1.
Natureza exuberante, belas paisagens, jardins
ornamentais, trilhas ecológicas, pedras preciosas.
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.2.
Hotéis, pousadas, campings, restaurantes, bares e
boates.
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.3.
Festas culturais, eventos, rodeios e bailes. 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.4.
Igrejas, templos, grutas, eventos religiosos. 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.5.
Eventos, feiras e exposições comerciais (turismo
de negócios).
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.6.
Grupos folclóricos, expressões étnicas, corais,
bandas musicais.
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.7.
Museus, casas de cultura e exposições de arte. 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.8.
Artesanato. 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.9.
Arquitetura típica e colonial. 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.10.
Gastronomia típica e diversificada. 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.11.
Cabanhas, sítios, produtos coloniais, propriedades
rurais e vinícolas.
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.12.
Usinas, micro-bacias e barragens. 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.13.
Praças, centros administrativos, memoriais e
monumentos.
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
1.14.
Parques e balneários. 1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
2. Marque, na sua opinião, o grau de concordância com as afirmações abaixo, que referem a como
você acredita que a Rota das Terras é vista pela maioria do público externo. Sendo 1 para pouca
concordância e 6 para alta concordância. - ▬▬▬▬▬▬ +
2.1.
Uma destinação com boa infra-estrutura turística (acessos, sinalização,
restaurantes, hospedagem).
1 2 3 4 5 6
2.2.
Uma destinação com boa infra-estrutura geral (limpeza, saneamento,
segurança, hospitais, telecomunicações).
1 2 3 4 5 6
2.3.
Uma destinação com variados atrativos turísticos. 1 2 3 4 5 6
2.4.
Uma destinação hospitaleira. 1 2 3 4 5 6
2.5.
Uma destinação com atrativos turísticos únicos e diferenciados das demais
regiões turísticas.
1 2 3 4 5 6
2.6.
Uma destinação com preços acessíveis. 1 2 3 4 5 6
2.7.
Uma destinação interessante. 1 2 3 4 5 6
2.8.
Uma destinação preparada para receber o turismo. 1 2 3 4 5 6
2.9.
Uma região com boa qualidade de vida. 1 2 3 4 5 6
Universidade do Vale do Itajaí
Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria
CONTROLE DO
PESQUISADOR
Nº Quest:
Município:
2.10.
Uma destinação bem organizada. 1 2 3 4 5 6
2.11.
Uma destinação com perspectiva de crescimento. 1 2 3 4 5 6
2.12.
Uma destinação com mão-de-obra preparada. 1 2 3 4 5 6
2.13.
Uma destinação com boa reputação e fama. 1 2 3 4 5 6
2.14.
Uma destinação reconhecida. 1 2 3 4 5 6
2.15.
As pessoas têm uma boa impressão da região. 1 2 3 4 5 6
3. Indique o Grau de Concordância com as afirmações abaixo. Sendo 1 pouca concordância e
6 muita concordância. - ▬▬▬▬▬▬ +
3.1.
Sinto fortes laços com a Rota das Terras. 1 2 3 4 5 6
3.2.
Participo de encontros periódicos com outras organizações turísticas. 1
2
3
4
5
6
3.3.
Conheço bem os demais atrativos da Rota das Terras. 1 2 3 4 5 6
3.4.
As instituições que pertencem a Rota das Terras trocam informações
importantes para o desenvolvimento do turismo.
1 2 3 4 5 6
3.5.
Percebo que o Consórcio Rota das Terras promove os atrativos locais de
forma igual.
1 2 3 4 5 6
3.6.
O Consórcio atua de forma integrada com as instituições em campanhas
de promoção.
1 2 3 4 5 6
3.7.
As organizações turísticas regionais estão próximas fisicamente. 1
2
3
4
5
6
3.8.
Os acordos informais entre as organizações turísticas são mais constantes
que os acordos formais.
1
2
3
4
5
6
3.9.
Mantenho relações de confiança com as demais organizações turísticas. 1
2
3
4
5
6
3.10.
Todas as organizações turísticas exercem mesmo poder de influência nas
decisões.
1 2 3 4 5 6
3.11.
Recebo apóio do Consórcio Rota das Terras. 1 2 3 4 5 6
3.12.
Participo há muito tempo de encontros para discutir o turismo. 1
2
3
4
5
6
3.13.
Conheço os materiais de divulgação promovidos pelas demais
organizações turísticas.
1 2 3 4 5 6
3.14.
O Consórcio Rota das Terras divulga resumos das informações recolhidas
sobre os setores de atuação das organizações.
1 2 3 4 5 6
3.15.
Ajudo a promover outras instituições turísticas locais e regionais. 1 2 3 4 5 6
3.16.
Percebo que o governo local promove adequadamente os atrativos
turísticos do município.
1 2 3 4 5 6
3.17.
O Consórcio Rota das Terras realiza pesquisas de mercado. 1 2 3 4 5 6
3.18.
Sou feliz por ser membro da Rota das Terras. 1 2 3 4 5 6
3.19.
Percebo que instituições públicas participam com freqüência de encontros
para discutir o desenvolvimento do turismo.
1
2
3
4
5
6
3.20.
As organizações turísticas são conhecidas umas das outras. 1 2 3 4 5 6
3.21.
O Consórcio mantém uma página na Internet com informações atualizadas
sobre as potencialidades, interesses e serviços prestados pelas
organizações.
1 2 3 4 5 6
3.22.
Realizo ações promocionais em conjunto com outras organizações para
divulgar a região.
1 2 3 4 5 6
3.23.
Percebo que os veículos de comunicação local transmitem uma boa
imagem do município.
1 2 3 4 5 6
3.24.
O Consórcio disponibiliza de suporte informativo sobre recursos
financeiros.
1 2 3 4 5 6
3.25.
Percebo que instituições privadas participam com freqüência de encontros
para discutir o desenvolvimento do turismo.
1
2
3
4
5
6
3.26.
Posso opinar e sugerir formas para desenvolver ou corrigir ações na
gestão do turismo da Rota das terras.
1 2 3 4 5 6
3.27.
Discuto metas e planos para o desenvolvimento turístico regional. 1 2 3 4 5 6
3.28.
O Consórcio contrata consultores técnicos/especializados para sanar
problemas comuns.
1 2 3 4 5 6
3.29.
Minha instituição mantém bons relacionamentos com as demais
organizações locais.
1 2 3 4 5 6
3.30.
O Consórcio promove convenções técnicas e/ou comerciais. 1 2 3 4 5 6
3.31.
Procuro sempre oferecer apoio às demais instituições. 1 2 3 4 5 6
3.32.
O Consórcio em conjunto com as organizações participam de feiras e
eventos.
1 2 3 4 5 6
3.33.
Existe rivalidade entre as instituições que competem pelo mesmo público. 1 2 3 4 5 6
3.34.
Percebo que as empresas turísticas privadas promovem efetivamente seus
produtos turísticos.
1 2 3 4 5 6
3.35.
Os conflitos entre as instituições são resolvidos satisfatoriamente. 1 2 3 4 5 6
3.36.
Não me sinto membro pertencente da Rota das Terras. 1 2 3 4 5 6
3.37.
Pouco me interessa participar dos encontros da Rota das Terras. 1 2 3 4 5 6
3.38.
Tenho pouco conhecimento sobre a Rota das Terras. 1 2 3 4 5 6
3.39.
Existe pouca troca de informações entre as instituições e o Consórcio da
Rota das Terras.
1 2 3 4 5 6
3.40.
Não realizo muitas ações em conjunto com outras organizações para
promover a Rota.
1 2 3 4 5 6
3.41.
As instituições de forma geral não promovem adequadamente os atrativos
turísticos.
1 2 3 4 5 6
3.42.
O Consórcio Rota das Terras promove poucas ações para o turismo
regional.
1 2 3 4 5 6
3.43.
As organizações turísticas regionais estão muito afastadas umas das
outras.
1 2 3 4 5 6
3.44.
Os acordos entre as instituições são na maioria via contratos. 1 2 3 4 5 6
3.45.
Existe pouca relação de confiança entre as instituições. 1 2 3 4 5 6
3.46.
Não possuo o mesmo poder de decisão que as outras instituições
membros da Rota.
1 2 3 4 5 6
4. Sua organização se intitula como:
4.1. ( ) Empresa Turística Privada
4.2. ( ) Associação ou Sindicato
4.3. ( ) Instituição de Apoio ao Desenvolvimento do Turismo
4.4. ( ) Governo
5. Marque os meios de comunicação que sua organização utiliza para se promover:
5.1. ( ) Televisão
5.2. ( ) Rádio
5.3. ( ) Panfleto
5.4. ( ) Folder
5.5. ( ) Stand em feiras e eventos
5.6. ( ) Jornal
5.7. ( ) Revistas especializadas
5.8. ( ) Placa / Outdoor
5.9. ( ) Home page / site de internet
5.10. ( ) Outros. quais ________________________
Opcional:
Nome:__________________________________________________________________________
Instituição que representa___________________________________________________________
Apêndice C – Indicadores e renumeração das variáveis do terceiro bloco do
instrumento de pesquisa
INDICA
DOR
QUESTAO
APLICADA
VARIÁVEL
ORDEM
ANALISADA
3.1 Sinto fortes laços com a Rota das Terras. 3.1
IDENT
3.18 Sou feliz por ser membro da Rota das Terras. 3.2
3.2
Participo de encontros periódicos com outras organizações
turísticas.
3.3
CONT
3.12
Participo há muito tempo de encontros para discutir o
turismo.
3.4
3.3 Conheço bem os demais atrativos da Rota das Terras. 3.5
3.13
Conheço os materiais de divulgação promovidos pelas
demais organizações turísticas.
3.6
CONHEC
3.20 As organizações turísticas são conhecidas umas das outras.
3.7
3.4
As instituições que pertencem a Rota das Terras trocam
informações importantes para o desenvolvimento do
turismo.
3.8
COMUM
3.26
Posso opinar e sugerir formas para desenvolver ou corrigir
ações na gestão do turismo da Rota das terras.
3.9
3.22
Realizo ações promocionais em conjunto com outras
organizações para divulgar a região.
3.10
3.15
Ajudo a promover outras instituições turísticas locais e
regionais.
3.11
3.27
Discuto metas e planos para o desenvolvimento turístico
regional.
3.12
3.29
Minha instituição mantém bons relacionamentos com as
demais organizações locais.
3.13
3.31 Procuro sempre oferecer apoio às demais instituições. 3.14
3.33
Existe rivalidade entre as instituições que competem pelo
mesmo público.
3.15
3.35
Os conflitos entre as instituições são resolvidos
satisfatoriamente.
3.16
ENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
3.9
Mantenho relações de confiança com as demais
organizações turísticas.
3.17
3.19
Percebo que instituições públicas participam com freqüência
de encontros para discutir o desenvolvimento do turismo.
3.18
3.25
Percebo que instituições privadas participam com
freqüência de encontros para discutir o desenvolvimento do
turismo.
3.19
3.16
Percebo que o governo local promove adequadamente os
atrativos turísticos do município.
3.20
3.23
Percebo que os veículos de comunicação local transmitem
uma boa imagem do município.
3.21
3.5
Percebo que o Consórcio Rota das Terras promove os
atrativos locais de forma igual.
3.22
PAPEL INSTITUCIONAL
3.34
Percebo que as empresas turísticas privadas promovem
efetivamente seus produtos turísticos.
3.23
3.11 Recebo apoio do Consórcio Rota das Terras. 3.24
ACOE
S DO
CONS
ÓRC
IO
3.14
O Consórcio Rota das Terras divulga resumos das
informações recolhidas sobre os setores de atuação das
organizações.
3.25
3.21
O Consórcio mantém uma página na Internet com
informações atualizadas sobre as potencialidades,
interesses e serviços prestados pelas organizações.
3.26
3.17 O Consórcio Rota das Terras realiza pesquisas de mercado.
3.27
3.6
O Consórcio atua de forma integrada com as instituições em
campanhas de promoção.
3.28
3.24
O Consórcio disponibiliza de suporte informativo sobre
recursos financeiros.
3.29
3.32
O Consórcio em conjunto com as organizações participam
de feiras e eventos.
3.30
3.28
O Consórcio contrata consultores técnicos/especializados
para sanar problemas comuns.
3.31
3.30 O Consórcio promove convenções técnicas e/ou comerciais.
3.32
3.7
As organizações turísticas regionais estão próximas
fisicamente.
3.33
3.8
Os acordos informais entre as organizações turísticas são
mais constantes que os acordos formais.
3.34
CLAS.
REDES
3.10
Todas as organizações turísticas exercem mesmo poder de
influência nas decisões.
3.35
* sem perguntas de controle
Apêndice D - Estatuto Social do Consórcio Rota Das Terras dee
Desenvolvimento Turístico e Ambiental
(Fonte: www.rotadasterras.com.br)
CAPÍTULO PRIMEIRO - DA CRIAÇÃO DO CONSÓRCIO
Pelo presente instrumento, assinados pelos Prefeitos Municipais infra-citados, os municípios
neste ato por eles representados constituem, baseados nos termos da art. 13, itens I, V, VI e
VII, e do art. 18 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, um consórcio
intermunicipal que se regerá pelas normas a seguir, podendo o referido consórcio e entidade
do Governo Estadual, realizar ações conjuntas numa relação de cooperação que serão
detalhadas posteriormente em convênios específicos.
Art. - O Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Região Planalto CONDESUS,
doravante denominado CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, constitui-se sob a forma jurídica
de Associação Civil, sem fins lucrativos, devendo reger-se pelas normas do Código Civil
Brasileiro e legislação pertinente, pelo presente estatuto e pela regulamentação a ser
adotada pelos seus órgãos.
Art. - Considerar-se constituído o CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, tão logo tenha
subscrito o presente instrumento, o número mínimo de 09 (nove) municípios, representados
pelos seus prefeitos.
Art. 3º - É facultado o ingresso de novos municípios no CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, a
qualquer momento e a critério do Conselho de Prefeitos, o será por termo aditivo firmando
pelo seu presidente e pelo prefeito do município que deseja consorciar-se, do qual constará
a lei municipal que autorizou, e, desde que o município tenha parte de seu território fazendo
limite com a zona núcleo.
Art. 4º - CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, te sua sede no Município de Quinze de
Novembro/RS, junto a Rua Gonçalves Dias, nº 961, e Foro na cidade de Ibirubá/RS.
Parágrafo único - Com as alterações da diretoria do consórcio, a sede e Foro da entidade,
será transferida para a cidade do novo presidente.
Art. - A área de atuação do Consórcio será formada pelos municípios de: Quinze de
Novembro, Cruz Alta, Júlio de Castilhos, Salto do Jacuí, Ibirubá, Fortaleza dos Valos, Ijuí,
Panambi, Santa Bárbara do Sul, Selbach, Tapera, Campos Borges, Alto Alegre, Colorado,
Espumoso, Lagoa dos Três Cantos, Victor Graeff, Não-Me-Toque e Carazinho.
Art. - O consórcio CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, terá vigência por tempo
indeterminado.
CAPÍTULO SEGUNDO - DAS FINALIDADES
Art. 7º - São finalidades do CONDESUS/ROTA DAS TERRAS:
I - Representar o conjunto de municípios que integram em assuntos de interesse comum
perante quaisquer outras entidades, especialmente perante as demais esferas de governo;
II - Planejar, adotar e executar projetos e medidas destinadas a promover e acelerar o
desenvolvimento de programas turísticos, cultural e ambiental da região compreendida pelos
territórios dos municípios consorciados;
III - Implemantar ações para desenvolvimento sustentável através do manejo adequado dos
recursos naturais renováveis, da recuperação de áreas degradadas e enriquecimento das
florestas nativas, integradas ao fortalecimento da agricultura ecológica e diversificada, e a
usos múltiplos do patrimônio cultural, destacando-se entre estas, a implantação de
programas de turismo ecológico, rural, cultural, formais e informais de educação;
IV - Desenvolver serviços de interesse dos municípios consorciados.
Parágrafo único - Para cumprimento de suas finalidades, o CONDESUS/ROTA DAS
TERRAS, poderá:
Adquirir os bens que forem necessários, os quais integrarão o seu patrimônio;
Firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e
subvenções de outras entidades e órgãos de governo, inclusive do exterior;
Prestar a seus associados serviços de qualquer natureza, especialmente assistência
técnica, fornecendo inclusive recursos humanos, matérias e econômicos.
CAPÍTULO TERCEIRO - DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Art. 8º - O CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, terá a seguinte estrutura básica:
I - Conselho de Prefeitos;
II - Presidente do Conselho de Prefeitos;
III - Conselho Técnico;
IV - Conselho Fiscal.
Art. - O Conselho de Prefeitos é o órgão deliberativo, constituído pelos prefeitos dos
Municípios Consorciados.
§ - O Conselho de Prefeitos será presidido pelo Prefeito de um dos Municípios
Consorciados, eleito em escrutínio secreto para o mandato de 02 (dois) anos, após a
apreciação das contas do mandato anterior permitida à reeleição.
§ - Não havendo consenso, ou acontecendo empate, proceder-se-á novo escrutínio, ou a
tantos quantos forem necessários, até o desempate.
§ - Na mesma ocasião e condições dos parágrafos anteriores, será escolhido um vice-
presidente, que substituirá o presidente nas suas ausência ou impedimentos.
§ 4º - A apreciação das contas e a eleição do presidente e do vice-presidente, serão
realizadas em junho do respectivo ano.
Art. 10º - O Conselho Técnico é o órgão consultivo constituído por membros indicados pelos
Prefeitos participantes do consórcio, sendo que, de acordo com as conveniências do
Conselho de Prefeitos poderá escolher um Secretário Executivo para presidi-lo.
Art. 11º - Caso houver a opção pela existência de uma Secretaria Executiva, a mesma será
dirigida por um Secretário Executivo, e constituída pelo apoio técnico administrativo
integrado pelo quadro de pessoal aprovado pelo Conselho de Prefeitos.
Art. 12º - O Conselho Fiscal, é o órgão fiscalizador, constituído de 14 (quatorze) membros,
sendo 50% Titulares e 50% Suplentes, todos definidos pelos integrantes da entidade.
§ - O Conselho Fiscal terá seus membros designados para o mandato de 02 (dois) anos,
após apreciação das contas do mandato anterior.
§ - A critério dos membros indicados para o conselho fiscal, poderão ser escolhidos um
presidente, um vice-presidente e um secretário para o conselho.
Art. 13º - Compete ao Conselho de Prefeitos:
I - Deliberar em última instância, sobre os assuntos gerais do Consórcio, com aprovação de
maioria absoluta ou maioria simples em segunda chamada, desde que presente no mínimo
1/3 dos Prefeitos do Consórcio;
II - Aprovar e modificar o Regimento Interno do Consórcio, bem como resolver e dispor
sobre os casos omissos;
III - Aprovar o plano de atividades e a proposta orçamentária anual, ambos elaborados pela
Secretaria Executiva;
IV - Definir política patrimonial e financeira, e aprovar os programas de investimentos do
consórcio elaborados pela Secretaria Executiva;
V - Deliberar sobre o quadro de pessoal e a remuneração de seus empregados, e ainda o
afastamento destes ou demissão, conforme o caso.
VI - Eleger ou indicar o seu Secretário Executivo, bem como, determinar o seu afastamento
ou demissão, conforme o caso.
VII - Aprovar o relatório anual de atividades do consórcio elaborado pela Secretaria
Executiva.
VIII - Apreciar em julho de cada ano as contas do exercício anterior prestadas pela
Secretaria Executiva, e analisadas e com parecer do Conselho Fiscal.
IX - Prestar contas ao órgão público concessor dos auxílios e subvenções que o
CONDESUS/ROTA DAS TERRAS venha a receber.
X - Deliberar sobre as cotas de contribuição dos municípios consorciados.
XI - Autorizar a alienação dos bens do consórcio, bem como o seu oferecimento como
garantias de operações de crédito.
XII - Aprovar a requisição de servidores municipais para servirem no consórcio.
XIII - Deliberar sobre a exclusão de sócios, nos casos previstos no Art. 29.
XIV - Propor, e tendo em vista o parecer do Conselho Fiscal, deliberar sobre a alteração do
presente Estatuto e Regimento Interno.
XV - Autorizar a entrada de novos sócios de acordo com Art. 3º.
Art. 14º - O Conselho de Prefeitos se reunirá por convocação de seu Presidente, sempre
que houver pauta para deliberação e, extraordinariamente, quando convocado, por ao
menos 1/3 de seus membros.
Art. 15º - Compete ao Presidente do Conselho de Prefeitos:
I - presidir as reuniões e o voto de qualidade;
II - dar posse aos membros do Conselho Fiscal;
III - representar o Consórcio, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente, podendo
firmar contratos, convênios, bem como constituir procuradores ad negotia e ad judicia,
podendo esta competência ser delegada parcial ou totalmente ao Coordenador Geral,
mediante decisão do Conselho de Prefeitos;
IV - movimentar, em conjunto com o Secretário Executivo, as contas bancárias e os
recursos do Consórcio, podendo esta competência ser delegada total ou parcial;
V - movimentar em conjunto com os técnicos responsáveis por projetos específicos, contas
bancárias de recursos a serem aplicados com exclusividade nestes referidos projetos.
Art. 16º - Compete ao Conselho Técnico:
I - emitir parecer sobre os assuntos que são objetos do Consórcio;
II - propor o Regimento Interno do Consórcio;
III - aprovar ou não os Planos de Aplicação dos recursos do CONDESUS/ROTA DAS
TERRAS;
IV - elaborar o plano de atividade e a proposta orçamentária anual;
V - recomendar programas de investimentos do Consórcio visando a extensão ou aplicação
dos benefícios do CONDESUS/ROTA DAS TERRAS.
Art. 17º - Compete ao Conselho Fiscal:
I - fiscalizar permanentemente a contabilidade do Consórcio;
II - acompanhar e fiscalizar, sempre que considerar oportuno e conveniente, quaisquer
operações econômicas ou financeiras da entidade;
III - exercer o controle de gestão e de finalidades do CONDESUS/ROTA DAS TERRAS;
IV - emitir parecer sobre as propostas orçamentárias, balanço de relatório de conta em
geral, a serem submetidas ao Conselho de Prefeitos para a Secretaria Executiva;
V - emitir parecer sobre proposta de alterações do presente estatuto;
VI - eleger seu presidente, vice-presidente e secretário.
Art. 18º - O Conselho Fiscal, através do seu presidente e por decisão da maioria de seus
integrantes, poderá convocar o Conselho de Prefeitos, para as devidas providências,
quando forem verificadas irregularidades na escritura contábil, nos atos de gestão financeira
ou patrimonial ou, ainda, inobservâncias de normas legais, estatutárias ou regimentais.
Art. 19º - Compete ao Secretário Executivo:
I - promover a execução das atividades do Consórcio;
II - propor a estruturação administrativa de seus serviços, quadro de pessoal e a respectiva
remuneração, a serem submetidas à aprovação do Conselho de Prefeitos;
III - contratar, enquadrar, promover, demitir e punir servidores, bem como praticar os atos
relativos ao pessoal administrativo;
IV - propor no Conselho de Prefeitos, a requisição de servidores municipais para servirem
no Consórcio;
V - fornecer no Conselho de Prefeitos e Fiscal do Consórcio, todas as informações que lhe
sejam solicitadas;
VI - elaborar em conjunto com o Conselho Técnico o plano de atividades e proposta
orçamentária anual, a serem submetidos ao Conselho de Prefeitos;
VII - elaborar o relatório anual de atividades, juntamente com o Conselho Técnico a ser
submetidas ao Conselho de Prefeitos;
VIII - elaborar a prestação de contas dos auxílios e subvenções concedidas ao Consórcio,
para serem apresentadas pelo Conselho de Prefeitos ao órgão concessor;
X - enviar anualmente aos municípios do consórcio, o balanço anual;
XI - movimentar em conjunto com o Presidente do Conselho de Prefeitos, ou com quem este
indicar, as contas bancárias e os recursos do consórcio;
XII - autorizar compras, dentro dos limites do orçamento aprovado pelo Conselho de
Prefeitos, e fornecimentos que estejam de acordo com o Plano de Atividades aprovado pelo
mesmo conselho;
XIII - autenticar livros e atas de registro do consórcio;
XIV - designar seu substituto, em caso de impedimento ou ausência para responder pelo
expediente;
XV - enviar à análise do Conselho Fiscal, balanços, proposta orçamentária e relatório de
contas em geral.
Art. 20º - Os servidores municipais serão cedidos ao CONDESUS/ROTA DAS TERRAS,
sem prejuízo de sua remuneração.
Parágrafo único - Ocorrendo contratação de funcionário, a estes deverá observar-se a
Legislação Trabalhista.
Art. 21º - O patrimônio do Consórcio, será constituído:
I - pelos bens e direitos que vier a adquirir a qualquer título;
II - pelos bens e direitos que lhe forem doados por entidades públicas ou privadas.
Art. 22º - Constituem recursos financeiros do CONDESUS/ROTA DAS TERRAS:
I - a quota de contribuição mensal dos municípios integrantes, aprovadas pelo Conselho de
Prefeitos;
II - os auxílios, contribuições e subvenções concedidas por entidades públicas ou privadas;
III - a remuneração dos serviços próprios;
IV - as rendas de seu patrimônio;
V - os saldos de exercícios;
VI - as doações e legados;
VII - o produto de alienação de seus bens;
VIII - o produto de operações de créditos;
IX - as rendas eventuais, inclusive as resultantes de depósitos e aplicações de capital.
Parágrafo único - A quota de contribuição será fixada pelo Conselho de Prefeitos, até o
último dia do mês de junho de cada ano, para viger no exercício seguinte, e será paga em
duodécimos, até o último dia de cada mês.
CAPÍTULO QUARTO - DO USO DOS BENS E SERVIÇOS
Art. 23º - Terão acesso ao uso dos bens e serviços do CONDESUS/ROTA DAS TERRAS,
todos os sócios que contribuíram para a sua aquisição. O acesso, entretanto, daqueles que
não contribuíram, dar-se-á nas condições a serem deliberadas pelos que contribuíram;
Art. 24º - Para o uso dos bens e dos serviços será regulamentado, em cada caso, pelos
associados;
Art. 25º - Respeitadas as respectivas legislações municipais, cada sócio pode colocar a
disposição do CONDESUS, os bens de sue próprio patrimônio e os serviços de sua própria
administração para uso comum, de acordo com a regulamentação que for aventada com os
usuários;
CAPÍTULO QUINTO - DA RETIRADA, EXCLUSÃO E CASO DE DISSOLUÇÃO
Art. 26º - Cada sócio poderá, a qualquer momento, retirar-se da sociedade, desde que
anuncie sua intenção, com prazo nunca inferior a 180 (cento e oitenta) dias, cuidando, os
demais sócios de acertar os termos da distribuição dos custos, planos, programas ou
projetos de que participava o retirante.
Art. 27º - Serão excluídos do quadro social, ouvido o Conselho de Prefeitos, os sócios que
tenham deixado de incluir no orçamento da despesas a dotação devida no Consórcio ou, se
incluída, deixado de efetuar o pagamento, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
danos, através da ação própria que venha a ser promovida pela sociedade;
Art. 28º - O CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, somente será extinto por decisão do
Conselho de Prefeitos, em reunião extraordinária, especialmente convocada para esse fim,
e por voto de no mínimo 2/3 (dois terços) de seus membros;
Art. 29º - Em caso de extinção, os bens e recursos do consórcio, reverterão ao patrimônio
dos sócios, proporcionalmente aos investimentos efetuados.
Parágrafo Único - Podem, entretanto, os sócios que participaram de um investimento
individual, optar pela reversão a apenas um deles, escolhido mediante sorteio ou outro
método de comum acordo escolhido.
Art. 30º - Aplicam-se às hipóteses do artigo anterior, aos casos de encerramento de
atividades do consórcio, cujos investimentos se ornem ociosos;
Art. 31º - Os sócios que se retirarem espontaneamente, e os excluídos do quadro social,
somente participarão da reversão dos bens e recursos da sociedade, quando de sua
extinção ou encerramento de atividades de que participou, e nas condições previstas nos
artigos 26 e 29 deste estatuto;
CAPÍTULO SEXTO - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 32º - O Estatuto do CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, somente poderá ser alterado
pelos votos de, no mínimo 2/3 (dois terços) dos membros do Conselho de Prefeitos, em
reunião extraordinária especialmente convocada para este fim;
Art. 33º - Ressalvadas as exceções expressamente previstas no presente estatuto, todas as
demais deliberações serão tomadas pelo voto de maioria absoluta;
Art. 34º - Havendo consenso entre seus membros, as eleições e demais deliberações dos
respectivos conselhos poderão ser efetuadas através de aclamação;
Art. 35º - Os votos de cada membro do conselho de Prefeitos serão singulares,
independentes das inversões feitas pelo Município que representem a sociedade;
Art. 36º - A quota de contribuição dos consorciados, para o corrente exercício, será fixada na
mesma reunião em que forem eleitos o Presidente e o Vice-Presidente do Conselho de
Prefeitos;
Art. 37º - A diretoria do Conselho Fiscal será eleita tão logo tenham sido indicados seus
membros;
Art. 38º - Os Municípios sócios do CODESUS/ROTA DAS TERRAS, respondem
solidariamente pelas obrigações assumidas pela sociedade até sua participação, somadas
as 06 (seis) mensalidades dos 180 (cento e oitenta) dias a que se refere o artigo 26.
Parágrafo Único - Os membros da diretoria do CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, não
poderão pessoalmente pelas obrigações contraídas com a ciência e em nome da sociedade,
mas assumirão as responsabilidades pelos atos praticados pela forma contraria a Lei ou as
disposições contidas neste Estatuto.
CAPÍTULO SETIMO - DO FUNDO ROTATIVO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL
DA ROTA DAS TERRAS FUNDESUS
Art. 39 - Fica criado o FUNDO ROTATIVO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL DO
CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, que tem como objetivo propiciar amparo financeiro aos
programas de manejo florestal sustentável, agricultura ecológica, turismo rural, cultural e
ecológico e a programas de educação patrimonial ambiental (formal e informal).
Art. 40 - Obedecido os limites dos recursos disponíveis, em consonância com as diretrizes e
normas traçadas pelo conselho técnico, será objeto de financiamento os seguintes
programas:
I - Programa de incentivo e apoio às atividades de manejo florestal sustentável;
II - Programa de incentivo e apoio às atividades de agricultura ecológica sustentável;
III - Programa de incentivo e apoio às atividades de turismo cultural, rural e ecológico;
IV - Programa de incentivo e apoio às atividades de educação patrimonial e ambiental;
CAPÍTULO OITAVO - DOS RECURSOS DO FUNDO
Art. 41 - Constituem recursos do FUNDESUS/ROTA DAS TERRAS:
I - Os aprovados em Lei Municipal e constantes do orçamento de cada um dos participantes;
II - Os auxílios e subvenções específicos, concedidos por órgãos públicos federal, estadual
e municipais;
III - Os auxílios resultantes da celebração de convênios ou termos de cooperação entre os
municípios e entidades privadas, nacional ou internacional, sob forma de doação;
IV - Os provenientes de pagamentos dos empréstimos concedidos;
V - Os provenientes de financiamentos obtidos em instituições bancarias oficiais ou
privadas;
VI - Os rendimentos de aplicações financeiras de suas disponibilidades;
Parágrafo Único - Os recursos do FUNDESUS/ROTA DAS TERRAS, destinar-se-ão ao
financiamento de programa instituídos pelo CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, arrolados no
art. 40 deste estatuto.
CAPÍTULO NONO - DOS DESTINATÁRIOS DO FUNDO
Art. 42 - São destinatários do FUNDESUS/ROTA DAS TERRAS:
I - Mini, pequeno e médios produtores rurais que se proponham mediante plano de
aplicação, aprovados pelo conselho técnico do CONDESUS/ROTA DAS TERRAS,
desenvolver atividades de manejo florestal sustentável, agricultura ecológica sustentável,
turismo cultural rural e ecológico e programas de educação patrimonial/ambiental, de forma
individual e ou associada;
II - Micro e pequenas empresas, comercial de prestação de serviços e de atividades
turísticas que atendam as exigência do programa de incentivo e de apoio a estas atividades.
CAPÍTULO DÉCIMO - DA ADMINISTRAÇÃO DO FUNDO
Art. 43 - O FUNDEUS/ROTA DAS TERRAS, ficará vinculado contabilmente a secretaria
Municipal da Fazenda do Município que contenha a Presidência do CONSÓRCIO DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL ROTA DAS TERRAS;
Parágrafo Único - O órgão ao qual estiver vinculado o FUNDESUS/ROTA DAS TERRAS,
fornecerá todos os recursos humanos e materiais necessários a alcançar seus objetivos.
Art.44 - Toda a liberação de recursos pelo FUNDESUS/ROTA DAS TERRAS, será efetuada
mediante a apresentação de um plano de aplicação, após este receber parecer favorável do
Conselho técnico;
Art. 45 - A secretaria Municipal da Fazenda, manterá os controles contábeis e financeiros de
movimentação dos recursos do FUNDESUS/ROTA DAS TERRAS, fazendo, também, a
tomada de conta dos recursos aplicados;
Parágrafo 1º - A contadoria municipal apresentará mensalmente ao CONDESUS/ROTA DAS
TERRAS, os balancetes que demonstrem o movimento do Fundo, bem como prestarão
esclarecimento sempre que forem solicitados.
Parágrafo - Ao final do Exercício, a Contadoria Municipal prestará contas ao
CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, apresentando:
Livro de Contas Correntes;
Balanço financeiro das operações do Fundo;
Demonstração dos restos a pagar do Fundo;
Demonstrativo dos créditos que o Fundo tem perante terceiros;
Balancete de receitas e despesas orçamentárias do fundo;
Art. 46 - Os recursos do FUNDESUS/ROTA DAS TERRAS, serão depositados, em conta
especial, em estabelecimento oficial de crédito, no Município sede da Presidência do
CONDESUS/ROTA DAS TERRAS.
Parágrafo Único - Obedecida a programação financeira, previamente aprovada, o excesso
de caixa existente será aplicado no mercado de capitais, através de banco oficial de credito,
vedada a aplicação em bancos privados.
Art. 47 - Os bens móveis e imóveis adquiridos, com recursos do FUNDESUS/ROTA DAS
TERRAS, serão incorporados ao CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, registrando-se a fonte
de aquisição.
§1º - O serviço de patrimônio dos municípios apresentarão sempre que solicitados e,
obrigatoriamente, no final de cada exercício, a relação dos bens moveis e imóveis
adquiridos com recursos do FUNDESUS/ROTA DAS TERRAS, ou de outras fontes de
financiamento ou que lhes venha a ser doado.
§ - O s materiais adquiridos pelo Fundo serão controlados e administrados pelo
almoxarifado municipal, e movimentados por solicitação do CONDESUS/ROTA DAS
TERRAS.
CAPÍTULO DÉCIMO PRIMEIRO - DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Art. 48º - Os recursos financeiros do FUNDESUS/ROTA DAS TERRAS, serão
movimentados, através da rede bancária oficial pelo presidente do CONDESUS/ROTA DAS
TERRAS e pelo tesoureiro municipal.
CAPÍTULO DÉCIMO SEGUNDO - DOS FINANCIAMENTOS E DAS AMORTIZAÇÕES
Art. 49º - Os financiamentos, à conta do FUNDESUS, serão liberados pela Secretaria
Municipal da Fazenda, após parecer conclusivo e favorável do Conselho Técnico, da
Secretaria Municipal que tenha atividade com o programa que está sendo financiado à
autorização final do Presidente do CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, tendo como base
estudos e projetos técnicos elaborados para pedido de financiamento;
Parágrafo Único - O Presidente do CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, poderá celebrar
convênio com entidades públicas ou privadas, estadual ou federal, para a realização de
estudos e projetos a que se refere o caput deste artigo, quando julgar necessário e ou
quando dependerem de parecer técnico para sua aprovação.
Art. 50º - Os recursos do FUNDESUS/ROTA DAS TERRAS, serão aplicados e amortizados
por área de atividade.
Art. 51º - As formas de financiamento e de amortização serão as regulamentadas no
Regimento Interno do FUNDESUS/ROTA DAS TERRAS.
CAPÍTULO DÉCIMO TERCEIRO - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 52º - O Regimento Interno do FUNDESUS/ROTA DAS TERRAS, será elaborado pelo
CONDESUS/ROTA DAS TERRAS, no prazo de 120 (cento e vinte) dias de sua instalação e
submetido ao Conselho de Prefeitos para sua aprovação.
Art. 53º - Este Estatuto Social entrará em vigor na data de sua aprovação.
Aprovado em 08 de Julho de 1997.
ELEMAR SAND
Presidente do Conselho de Prefeitos
VOLNEI SCUNEIDER
Advogado - OAB RS 31861
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo