Estudo retrospectivo realizado no Reino Unido, entre os anos de 1992 a 2008,
com 1237 pacientes que se internaram por insuficiência hepática aguda, em 32
(2,6%), a causa atribuída foi o VHB. Dentre os pacientes com hepatite B, 6 (18,7%)
foram para transplante e 26 (81,2%), não. Aqueles que não transplantaram, 13
(50%) faleceram nos primeiros 30 dias de internação.
(65)
Estudo realizado em Bangladesh, entre os anos de 2003 a 2008, 67 pacientes
foram diagnosticados com hepatite fulminante. Visando acompanhar os desfechos
desses casos, 9 (13,4%) tinham o VHB e 58 (86,6%) apresentaram outras causas.
Dentre os pacientes acometidos por hepatite fulminante, 49 (73,1%) faleceram, e
desses, 08 (89%) pelo VHB.
(66)
Com o objetivo de estimar o impacto econômico da hepatite pelo VHB, ou
seja, os custos com procedimentos e medicamentos, exceto os antivirais, foi
realizado um estudo, em 2005, sobre o gasto médio anual em cada estágio da
hepatite crônica no SUS. O resultado do estudo mostrou que o gasto por paciente
variou de R$ 980,89, na hepatite crônica sem tratamento antiviral, até R$ 87.372,60,
no primeiro ano após transplante hepático.
(67)
Na grande maioria dos casos, esses
custos seriam evitados, uma vez que a hepatite viral B é uma doença 100%
previnível, com, custo aproximado de R$ 3,60 quando a administração das três
doses da vacina.
A instituição frequente da vacinação contra a VHB, nos últimos 30 anos, em
diversos países, como os Estados Unidos, em 1981, Taiwan, em 1984, e Brasil, em
1998, tem trazido uma mudança no cenário dessa “epidemia”.
(15,47,52,68,69)
No Brasil, segundo o Programa Nacional de Imunizações (PNI), considera-se
adequado, para a faixa etária de 1 a 19 anos, a cobertura vacinal igual ou superior a
95%, e almeja atingir essa meta no ano de 2010. Para tanto houve aquisição de
aproximadamente 4 milhões de doses a serem aplicadas tanto nos jovens, naquela
faixa etária, como também nas populações consideradas vulneráveis. Informações
desse Programa mostram que, no Brasil, entre os anos de 1993 a 2008, a cobertura
vacinal atingiu 77,41%, e no Rio Grande do Sul, 73,55%. Em Porto Alegre, entre os
anos de 1994 a 2008, a cobertura vacinal chegou a 64,52%.
(70)
Na presente coorte, 65 (63,1%) dos pacientes não haviam feito a vacina e
somente 3 (2,9%) informaram ter realizado a vacinação completa. Como esses
pacientes não tiveram o anti-HBs avaliado após a vacinação não pode-se tecer
comentários em relação ao seu perfil imunológico.