- 62 -
1997 e 1998, somente iniciaram um processo de reversão a partir de 2002, invertendo o sinal
entre os anos de 2003 a 2007.
TABELA 3: TRANSAÇÕES CORRENTES - BRASIL 1990-2008 - US$ (MILHÕES)
Séries
Anuais
Transações Correntes
(saldo)
Balança
Comercial
Serviços e Rendas
(saldo)
Exportações Importações
1990 -3.783,72 10.752,39 -15.369,12 31.413,75 20.661,36
1991 -1.407,45 10.579,96 -13.542,84 31.620,43 21.040,47
1992 6.108,83 15.238,89 -11.336,18 35.792,98 20.554,09
1993 -675,88 13.298,76 -15.577,05 38.554,76 25.256,00
1994 -1.811,22 10.466,47 -14.691,76 43.545,16 33.078,69
1995 -18.383,71 -3.465,61 -18.540,51 46.506,28 49.971,89
1996 -23.502,08 -5.599,04 -20.349,51 47.746,72 53.345,76
1997 -30.452,25 -6.752,88 -25.522,27 52.994,34 59.747,22
1998 -33.415,89 -6.574,50 -28.299,39 51.139,86 57.714,36
1999 -25.334,77 -1.198,86 -25.825,30 48.011,44 49.210,31
2000 -24.224,52 -697,74 -25.047,84 55.085,59 55.783,34
2001 -23.214,52 2.650,46 -27.502,52 58.222,64 55.572,17
2002 -7.636,62 13.121,29 -23.147,74 60.361,78 47.240,48
2003 4.177,28 24.793,92 -23.483,22 73.084,14 48.290,21
2004 11.679,23 33.640,54 -25.197,65 96.475,23 62.834,69
2005 13.984,65 44.702,87 -34.275,99 118.308,38 73.605,50
2006 13.642,60 46.456,62 -37.120,35 137.807,47 91.350,84
2007 1.550,72 40.031,62 -42.509,89 160.649,07 120.617,44
2008 -28.299,52 24.745,80 -57.233,50 197.942,44 173.196,63
FONTE: O autor (2009).
NOTA: Os dados organizados pelo autor foram extraídos de: IPEADATA. Disponível em:
Http://www.ipeadata.gov.br/ipeaweb.dll/ipeadata?SessionID=525795435&Tick=1248572475578&VAR_FUNC
AO=Ser_Ind%28%29&Mod=M. Acesso em 22/07/2009.
Além disso, segundo a tabela, verificou-se que tais desequilíbrios pós-real foram
puxados, fundamentalmente, por dois fatores chaves: pelo expressivo aumento das
importações, que se mantiveram por vários anos em níveis superiores ao valor exportado,
tornando negativo o saldo da balança comercial de 1995 a 2000; singularmente, pelo
crescente desequilíbrio na balança de serviços e rendas, explicado, sobretudo, pelo pagamento
dos altos juros que atraiam os capitais externos.
A reversão desses desequilíbrios correntes iniciada em 2002, e que se consolida
entre os anos de 2003 a 2007, baseou-se, fundamentalmente, na recuperação dos saldos
positivos da balança comercial, devido ao rápido crescimento das exportações e a estagnação
temporária das importações, após a desvalorização cambial imposta pela crise de 1999.
Entretanto, diante dos desequilíbrios nas transações correntes, a partir dos déficits
comerciais e de serviços, o fechamento do balanço de pagamentos e o conseqüente equilíbrio
externo da economia somente poderiam ser garantidos pela entrada ininterrupta de capitais
externos. Fossem, aqueles destinados a investimento direto externo (IDE), ou por aqueles
especulativos de curto prazo, em carteira, atraídos, particularmente, pelas altas taxas de juros
oferecidas pelos títulos brasileiros, ou por possibilidades de ganhos no mercado de ações. De