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AMANDA DA SILVA LIRA
DESENVOLVIMENTO HUMANO E PECUÁRIA LEITEIRA EM
PERNAMBUCO
RECIFE-PE – MAIO/2010.
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOMETRIA E ESTATÍSTICA APLICADA
DESENVOLVIMENTO HUMANO E PECUÁRIA LEITEIRA EM
PERNAMBUCO
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Biometria e Estatística Aplicada como
exigência parcial à obtenção do título de
Mestre.
Área de Concentração: Modelagem
Estatística e Computacional (Com ênfase
nas áreas agrárias, biológicas e humanas)
Orientador: Prof. Dr. Kleber Régis Santoro
RECIFE-PE – MAIO/2010.
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Ficha catalográfica
L768d Lira, Amanda da Silva
Desenvolvimento humano e pecuária leiteira em
Pernambuco / Amanda da Silva Lira. -- 2010.
59 f.: il.
Orientador: Kleber Régis Santoro..
Dissertação (Mestrado em Biometria e Estatística
Aplicada) – Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Departamento de Estatística e Informática, Recife, 2010.
Inclui referências e anexo.
1. Análise multivariada 2. Desenvolvimento humano
3. Pecuária leiteira I. Santoro, Kleber Régis, orientador
II. Título
CDD 519.5
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOMETRIA E ESTATÍSTICA APLICADA
DESENVOLVIMENTO HUMANO E PECUÁRIA LEITEIRA EM PERNAMBUCO
AMANDA DA SILVA LIRA
Dissertação julgada adequada para
obtenção do título de mestre em Biometria
e Estatística Aplicada, defendida e
aprovada por unanimidade em 18/05/2010
pela Comissão Examinadora.
Orientador:
‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗
Prof. Dr. Kleber Régis Santoro
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Banca Examinadora:
‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗
Prof. Dr. Severino Benone Paes Barbosa
Universidade Federal Rural de Pernambuco
‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗
Prof. Dr. Francisco Fernando Ramos de Carvalho
Universidade Federal Rural de Pernambuco
‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗‗
Prof. Dr. Eufrázio de Souza Santos
Universidade Federal Rural de Pernambuco
iii
Dedicatória
Aos meus pais, João Bosco e das
Graças, que de tudo fizeram para me
proporcionar uma boa educação e formação.
Em memória aos meus tios Ubirajara
e Araguacy e ao meu primo querido Everton.
A minha querida avó, Luiza Maria que
é meu anjo da guarda, aos meus tios e tias,
e ao meu Deus.
iv
Agradecimentos
Primeiramente, agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de estar no
mundo e de acreditar que fé é crer no que não se vê, é perseverar diante do
impossível.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco, por ter contribuído para o meu
crescimento como profissional e humano;
A todos os professores, pela dedicação a árdua tarefa de lecionar e incentivar
a pesquisa;
Aos meus pais, Sr. João Bosco e Sra. Maria das Graças, pessoas que
sempre foram exemplos de coragem, amor, determinação, retidão e perseverança.
A minha querida irmã Araguacy, pelo apoio e companheirismo.
Ao meu orientador Kleber Régis, que com paciência e dedicação sempre teve
atenção a nosso trabalho e em mim, outro pai que herdo na minha formação
acadêmica.
Ao grande amigo e sempre orientador Pedro Cezar, por sempre me incentivar
e me fazer enxergar que existe um “caminho das pedras”.
Ao meu querido amigo, Dr. Raul, pela confiança que sempre depositou em
mim, e pelos ensinamentos de base para minha formação profissional com caráter
cientifico.
Às companheiras e companheiros da pós graduação que dividimos
conhecimento dentre nossas áreas e pelos dias maravilhosos de entrosamento:
Alexandra (muchacha) por me ensinar a ser sempre positiva e pelas comidinhas
depois de dias estressados de estudos, a Edleide (tia) por ter me acolhido e se
tornar parte das lembranças de dias de risadas apesar das dificuldades, a Kátia,
Vinicius, Chico, o melhor grupo que existiu na biometria, adoro vocês. Syntia,
Rejane, Tadeu, Leila, Rita Limex e Danielle Loureiro, pela amizade dedicada a mim.
Em especial ao quarteto fantástico minhas queridas e eternas amigas que
estão dentro do meu coração, Vanessa (maninha) não encontro palavras pra
descrever o nosso entendimento, Juliana (Juli-Juli) que sempre esteve presente com
muita atenção e Maíra (amarela) amiga inesperada e sempre surpreendente.
v
Aos amigos recifenses Dona Jacira e Seu Armando, Dona Ivone, Dona
Nisinha, pessoas que sempre guardarei no coração por sempre me receberem com
carinho e atenção aos seus lares que sempre sente e levava muito contágio de
alegria.
A Andrea Rocha, outra irmã que encontrei, sempre dedicarei carinho e
atenção, sou eternamente grata por sempre me acolher.
Aos amigos Alessandro, Simas, Rodrigo e Wagner, pela grande amizade um
pelo outro e para comigo também.
Ao amigo Luciano, que cuidou sempre de mim com incentivos, carinho e
atenção. Um maninho que encontrei e sei que sempre poderei contar.
A querida Zuleide, que sempre soube como tudo iria se proceder na minha
vida em Recife, e pelas ótimas palavras de incentivo e atenção.
Ao secretário Marcos, que sempre me atendeu com atenção.
Aos meus queridos amigos da dança e de Recife, lugar o qual sempre fui
muito feliz, em especial a Dona Lêda (mami), Juliana Simões (maninha Chiquinha),
Taciana, Darlan, Maíra Travassos, Marcio Bass, Kátia e Flávio.
Aos amigos piauienses Lidiane e Eroni, por fazerem parte desta minha
trajetória no mestrado e pela cumplicidade, aventuras e incentivo durante este
período.
Aos meus queridos amigos de Campina Grande que, mesmo longe torceram
por essa vitória. Iane, pelo carinho, grande amizade e atenção para que eu não
“deixasse a peteca cair”; Brunno um dos meus melhores amigos, o qual tenho
orgulho de ser madrinha de seu casamento, Aldo, Allyson, Danielly Alves (Nalda),
Danielly Oliveira, Elimácia, Giliane, Joherlan, Joyce, Luana, Márcia, Márcio, Tatiana
e Vera, pela cumplicidade e apoio na busca dos nossos objetivos.
Em especial, à grande pessoa que entrou na minha vida, proporcionando
ainda mais felicidade. Uma verdadeira jóia rara, que nos momentos cruciais sempre
me apoiou e incentivou ao término desta dissertação e na minha vida, ao meu puro e
nobre amor Luydson.
Tenho muito a agradecer a muitas pessoas. Então a todos que me auxiliaram
até onde já cheguei, muito obrigada.
vi
“Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo, que moras à sombra do
Onipotente, dize ao Senhor: Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus,
em que eu confio. É ele quem te livrará do laço do caçador, e da peste
perniciosa. Ele te cobrirá com suas plumas, sob suas asas encontrarás
refúgio. Sua fidelidade te seum escudo de proteção. Tu não temerás os
terrores noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia, nem a peste que se
propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio-dia. Caiam mil homens
à tua esquerda e dez mil à tua direita, tu não serás atingido. Porém verás
com teus próprios olhos, contemplarás o castigo dos pecadores, porque o
Senhor é teu refúgio. Escolheste, por asilo, o Altíssimo. Nenhum mal te
atingirá, nenhum flagelo chegará à tua tenda, porque aos seus anjos ele
mandou que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão
em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra. Sobre serpente e
víbora andarás, calcarás aos pés o leão e o dragão. Pois que se uniu a
mim, eu o livrarei; e o protegerei, pois conhece o meu nome. Quando me
invocar, eu o atenderei; na tribulação estarei com ele. Hei de livrá-lo e o
cobrirei de glória. Será favorecido de longos dias, e mostrar-lhe-ei a minha
salvação.”
Salmo 90
vii
Resumo
Com um caráter exploratório, este trabalho teve como objetivo verificar possíveis
relações entre os IDHs (longevidade, educação e renda) com efetivo do rebanho
bovino, produção e a produtividade leiteira do estado de Pernambuco, constituindo,
assim, o banco de dados, aqui utilizado, para os anos de 1980, 1991 e 2000 obtidos
no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através do Sistema
IBGE de Recuperação Automática (SIDRA). Realizaram-se análises das técnicas
multivariadas, tais como: correlação múltipla, fatorial, agrupamento e discriminantes,
resultando em uma relação relevante entre a população rural ativa e total com o
comportamento da produtividade leiteira e os IDHs de longevidade, educação e
renda no estado de Pernambuco.
Palavras-chave: Análise multivariada, desenvolvimento humano, rebanho bovino.
viii
Abstract
With an exploratory nature, this work had as objective verify relations possible
between the HDI (longevity, education and income) with the effective of the herd,
milk production and productivity of the state of Pernambuco constituting, thus, the
database, used here, for the years 1980, 1991 and 2000, obtained from the site of
the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), by Automatic System
Recovery IBGE (SIDRA). Analyses of multivariate techniques such as multiple
correlation, factorial, cluster and discriminant, resulting in a significant relationship
between the rural population active and full with the behavior of milk productivity and
the HDI of longevity, education and income in the state of Pernambuco.
Keywords: analysis multivariate, human development, cattle
ix
LISTA DE FIGURAS
INTRODUÇÃO
Figura 1 Mapa das mesorregiões do estado de Pernambuco ....................
15
CAPÍTULO 1
Figura 1 Mapa das microrregiões do estado de Pernambuco .......................
21
Figura 2 Dendrograma das microrregiões do Estado de Pernambuco em
relação aos IDHs, rebanho, produção e produtividade leiteira no
ano de 1980 .................................................................................... 34
Figura 3 Dendrograma das microrregiões do Estado de Pernambuco em
relação aos IDHs, rebanho, produção e produtividade leiteira no
ano de 1991 .................................................................................... 35
Figura 4 Dendrograma das microrregiões do Estado de Pernambuco em
relação aos IDHs, rebanho, produção e produtividade leiteira no
ano de 2000 .................................................................................... 36
Figura 5 Gráfico de contraste das microrregiões do Estado de Pernambuco
em relação aos IDHs, rebanho, produção e produtividade ............. 39
Figura 6 Comportamento da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) na
Região Metropolitana de Pernambuco em relação aos IDHs ......... 43
Figura 7 Comportamento da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) na
Região da Zona da Mata de Pernambuco em relação aos IDHs ....
44
Figura 8 Comportamento da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) na
Região do Agreste de Pernambuco em relação aos IDHs ..............
45
Figura 9 Comportamento da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) na
Região do Sertão de Pernambuco em relação aos IDHs ............... 46
Figura 10 Comportamento da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) na
Região do São Francisco de Pernambuco em relação aos IDHs ... 47
x
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1
Tabela 1 Correlação de Pearson para as variáveis para o ano de 1980 ....... 27
Tabela 2 Correlação de Pearson para as variáveis para o ano de 1991 ....... 28
Tabela 3 Correlação de Pearson para as variáveis para o ano de 2000 ....... 29
Tabela 4 Composição dos fatores dos IDHs, rebanho, produção e
produtividade leiteira das microrregiões do Estado de
Pernambuco em relação aos anos de 1980, 1991 e 2000 ..............
31
Tabela 5 Microrregiões pertencentes a cada grupo para os anos de 1980,
1991 e 2000 .................................................................................... 32
Tabela 6 Teste da análise discriminante das microrregiões do estado de
Pernambuco para os anos de 1980, 1991 e 2000 .......................... 37
xi
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS……………………………………………………………...... ix
LISTA DE TABELAS………………………………………………………..……… x
INTRODUÇÃO………………………………………………………....…………… 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………….………………..… 17
CAPÍTULO 1
ASSOCIAÇÃO DOS ÍNDICES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DA
POPULAÇÃO DE PERNAMBUCO COM PECUÁRIA LEITEIRA.......................
19
Introdução...........................................................................................................
20
Materiais e Métodos........................................................................................... 24
Resultados e Discussão..................................................................................... 26
Conclusões......................................................................................................... 48
Agradecimentos..................................................................................................
49
Literatura Citada................................................................................................. 49
Anexos I .............................................................................................................
54
12
INTRODUÇÃO
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pela
Organização das Nações Unidas (ONU), parte do pressuposto de que para
aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão
econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que
influenciam a qualidade da vida humana. Ele tem como objetivo oferecer um
contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per
capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento.
Idealizado pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq com a colaboração do
economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de
1998, o IDH pretende ser uma medida geral e sintética, do desenvolvimento
humano (PNUD, 2010).
Atualmente, o IDH é publicado em dezenas de idiomas e em mais de
cem países. Todo ano a medição do desenvolvimento dos países é feita pela
ONU, em que ela classifica e divulga os resultados. É uma forma de medir o
desenvolvimento de países, regiões, estados ou municípios de acordo com
parâmetros comparativos relacionados a educação (analfabetismo/matrículas),
longevidade (perspectiva de vida após nascimento/natalidade/mortalidade) e
renda (PIB-per-capita).
Este índice pode ajudar a sociedade civil organizada e o estado, em
todas as suas esferas (federal, estadual e municipal), a conhecer melhor a
realidade de cada região, para que assim possam intervir propondo ações e
iniciativas para melhorar a qualidade de vida em locais que necessitem de
maior assistência, e devem procurar fazer isto de forma continuada. Em
atenção a isto, diversos países passaram a elaborar, periodicamente,
Relatórios de Desenvolvimento Humano Nacional (RDH) com o apoio do PNUD
(2001)
.
13
O IDH também é utilizado para aferir o nível de desenvolvimento
humano em municípios, denominando-se IDH-Municipal (IDH-M). Embora
meça os mesmos fenômenos educação, longevidade e renda os
indicadores levados em conta são mais adequados para avaliar as condições
de núcleos sociais menores (Lima & Boueri, 2009).
No que se refere à educação, o lculo do IDH-M considera dois
indicadores, com pesos diferentes: a taxa de alfabetização de pessoas acima
de 15 anos de idade, com peso 2, e a taxa bruta de frequência à escola, com
peso 1. O primeiro indicador é o resultado da razão entre o número de pessoas
com mais de 15 anos capazes de ler e escrever um bilhete simples, ou seja, o
número de adultos alfabetizados e o número de pessoas com mais de 15 anos
residentes no município. O segundo indicador é obtido através da razão entre o
número de pessoas que estão frequentando a escola, independente da idade,
e a população do município na faixa etária de 7 a 22 anos de idade (FJP; IPEA;
PNUD, 2005).
No tocante a longevidade, o IDH-M leva em conta a expectativa de vida
ao nascer para o ano em estudo e, para a avaliação da renda. O critério
utilizado é a renda municipal per capita em dólares PPC (paridade de poder de
compra), ou seja, a renda média dos moradores do município com correções
que possibilitem sua comparação (FJP; IPEA; PNUD, 2005).
Definidos os indicadores, são calculados subíndices específicos para
cada um dos três componentes. O IDH-M de cada município é a média
aritmética desses três subíndices, de modo a resultar num valor entre 0,0 e 1,0.
Quanto mais próximo de 1, melhores são as condições de desenvolvimento
humano, e quanto mais próximo de 0,0 piores são essas condições. A
classificação do IDH-M considera como baixo desenvolvimento humano o
intervalo entre 0,0 e 0,5; como médio desenvolvimento humano o intervalo
entre 0,5 e 0,8 e alto desenvolvimento humano o intervalo entre 0,8 e 1,0 (FJP;
IPEA; PNUD, 2005).
Desde 1998, o Brasil dispõe de um Atlas do Desenvolvimento Humano,
(2003). Essa ferramenta apresentou os Índices de Desenvolvimento Humano
alcançados em 1991 e 2000 (anos dos Censos Demográficos realizados pelo
IBGE) pelas Regiões, Estados e Distrito Federal e Municípios. Ele revelou as
desigualdades de oportunidades de desenvolvimento existentes entre os entes
14
federativos de um país de dimensão continental e historicamente marcado por
grandes diferenças territoriais (AZEVEDO, 2005).
O estado de Pernambuco é localizado no centro-leste da região
Nordeste constituído por 185 municípios, cinco regiões geoeconômicas: a
Região Metropolitana de Recife, a Zona da Mata, o Agreste, o Sertão e o Vale
do São Francisco, além de 18 microrregiões: Região Metropolitana do Recife,
Itamaracá, Suape, Alto Capibaribe, Brejo Pernambucano, Vale do Ipanema,
Vale do Ipojuca, Garanhuns, Médio Capibaribe, Araripina, Pajeú, Sertão do
Moxotó, Salgueiro, Petrolina, Itaparica, Mata Meridional, Mata Setentrional e
Vitória de Santo Antão (Figura 1).
Depois de experimentar um período relativamente longo de atraso, a
economia de Pernambuco vem mostrando, mais recentemente, alguns indícios
de recuperação do crescimento, apresentando uma performance relativa um
pouco superior à média dos demais Estados nordestinos. Tal desempenho
parece estar associado a oportunidades criadas pela localização e por atração
de investimentos carreados pela existência de um distrito industrial portuário, o
complexo Suape, além do aproveitamento de algumas vantagens relativas de
espaços econômicos como o da fruticultura irrigada no Vale do São Francisco e
do gesso na região do Araripe, bem como ao melhor desempenho de
segmentos mais tradicionais, como o sucro-alcooleiro, nos anos mais recentes
(LIMA et al, 2007).
Aliado a estes fatores, Pernambuco ainda possui uma grande
concentração da atividade econômica em torno de sua capital, Recife, a qual
possui cerca de 60% do PIB estadual. Embora não necessariamente se possa
associar esta concentração ao fato de que boa parte do Estado (88,84%) esteja
localizada no chamado Polígono das Secas, que, como o nome diz, é a
região nordestina sujeita a estiagens periódicas; em Pernambuco, esta
realidade assume proporções de calamidade por este Polígono constituir uma
região subdesenvolvida em que predomina a atividade agrícola de subsistência
bastante subordinada ao regime irregular de chuvas. Deste modo, a população
que vive não consegue manter, durante todo o ano, a estabilidade na
geração de renda (SOBEL et al.,2008).
Estes fatores (baixa renda e concentração) fazem com que as condições
socioeconômicas da maioria dos municípios pernambucanos estejam em níveis
15
Figura 1 – Mapa das mesorregiões do estado de Pernambuco. Fonte: IBGE
16
desastrosos. Como consequência, como afirmou Barros (2002), o estado é
composto, em sua grande maioria, por uma população de pouca qualificação e
de baixa renda. No entanto, Vergolino & Monteiro Neto (1998) destacaram que,
mesmo nestas zonas consideradas mais pobres do Estado, é possível
identificar municípios ou microrregiões considerados dinâmicos (por exemplo,
Caruaru, Petrolina e Santa Cruz do Capibaribe) em que a qualidade de vida
encontra-se relativamente melhor.
Pernambuco é caracterizada por uma economia diversificada, com o
cultivo de lavouras como milho, feijão e mandioca, entre outros, além da
pecuária de leite e de corte. Dados recentes revelam que nos últimos dois anos
a produção leiteira da região agreste pernambucana cresceu 23%,
representando 73% da produção leiteira do Estado de Pernambuco
(CONSELHO NACIONAL E ABASTECIMENTO, 2004; FIGUEIROA, 2006). A
pecuária, ao lado da cana-de-açúcar, constituem as duas atividades do agro
mercantil mais tradicionais do estado. Estão presentes desde os primórdios da
colonização, inicialmente dividindo a mesma área de mata litorânea, que vem a
ser conhecida por Zona da Mata. Com a expansão dos engenhos e o
surgimento de conflitos entre a agricultura e a pecuária, esta é levada a
adentrar o Agreste, curais sendo sucessivamente implantados desde o final do
século XVII, mas principalmente ao longo do século XVIII (LINS, 1976).
A importância da atividade leiteira pode ser destacada pelo elevado valor
nutritivo do leite, alimento essencial a algumas faixas da população, pela
geração de renda de centenas de produtores e ainda pela alta participação do
leite e derivados no mercado e, por consequência, nos índices que calculam a
inflação.
Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo verificar as
relações entre os IDHs (longevidade, educação e renda) ao efetivo do rebanho
bovino, produção e a produtividade leiteira do estado de Pernambuco.
17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, J. M. L. de. Padrões de Escolarização da População Recifense, in:
Recife. PCR e outros. Atlas do Desenvolvimento Humano do Recife, 2005.
CD-Rom. Disponível também em:
<http://www.recife.pe.gov.br/pr/secplanejamento/pnud2006/>. Acesso em mar.
2009.
BARROS, A. R. C. Perspectivas do Desenvolvimento de Pernambuco. Revista
Econômica do Nordeste, Fortaleza, CE, v. 33, n. 2, p. 180-195, abr-jun. 2002.
CONSELHO NACIONAL DE ABASTECIMENTO, Conjuntura Regional Per-
nambuco. 2004. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/download/sureg/PE/
conjuntura01.pdf>. Acesso em: 8 fev. 2010.
FIGUEIROA, J. G. O Sinal Verde para a Reestruturação da Agroindústria
do Leite no Agreste Pernambucano. Agronline.com.br. Disponível em:
<http://www.agronline.com.br/artigos/artigo.php?id=240>. Acesso em: 18 de
fevereiro de 2010.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO FJP, INSTITUTO DE PESQUISA
ECONÔMICA APLICADA IPEA, PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA
O DESENVOLVIMENTO – PNUD. Índice de desenvolvimento Humano dos
Municípios Brasileiros–IDH, 2005. Disponível em:
<http://www.fjp.gov.br/publicaçoes/indicededesenvolvimentohumanodosmunicip
iosbrasileirosidh( fjp/ipea/pnud).html>. Acesso em: 8 jun. 2005.
LIMA, João Policarpo R.; SICSÚ, Abraham Benzaquem; PADILHA, Maria
Fernanda F. G. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, CE, v. 38, n. 4, p.
602 – 621, out-dez. 2007
18
LINS, R. C. A Bovinocultura no Nordeste: aspectos históricos e
econômicos. Recife: Ministério da Educação e Cultura, Instituto Joaquim
Nabuco de Pesquisas Sociais, 1976. 27p.
PNUD, IPEA, FJP, IBGE: Relatório do Desenvolvimento Humano no Brasil.
2001 PROCANA. Os impressionantes números do setor. Disponível em:
<http://www.jornalcana.com.br/Conteudo. Acesso em: 20 de fev. 2010.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO PNUD.
Entenda os indicadores. Disponível em:
<http://www.pnud.org.br/indicadores/index.php>. Acesso em: 27 de mar. 2009.
CONGRESSO SOCIEDADE BRASLEIRA DE DE ECONOMIA,
ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL SOBER, 48, 2008, Rio Branco,
AC. Divisão regional do desenvolvimento humano em Pernambuco: Uma
aplicação de análise de cluster. Rio Branco, AC: 2008.
VERGOLINO, J. R. de O.; NETO, A. M. Desafios do Desenvolvimento em
Pernambuco, (Prêmio Novas Idéias para um Novo Nordeste) Banco do
Nordeste, Recife: 1998.
19
Associação dos índices de desenvolvimento humano da população de Pernambuco
com pecuária leiteira
Amanda da Silva Lira
1
Kleber Régis Santoro
2
RESUMO:
Com um caráter exploratório, este trabalho teve como objetivo verificar possíveis
relações entre os IDHs (longevidade, educação e renda) com efetivo do rebanho bovino,
produção e a produtividade leiteira do estado de Pernambuco, constituindo, assim, o
banco de dados, aqui utilizado, para os anos de 1980, 1991 e 2000, obtidos no site do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através do Sistema IBGE de
Recuperação Automática (SIDRA). Realizaram-se análises de técnicas multivariadas,
tais como: correlação múltipla, fatorial, agrupamento e discriminantes, resultando em
uma relação relevante entre a população rural ativa e total com o comportamento da
produtividade leiteira e os IDHs de longevidade, educação e renda no estado de
Pernambuco.
PALAVRAS-CHAVE: análise multivariada, IDH, produtividade de leite.
ABSTRACT:
With an exploratory nature, this work had as objective verify relations possible between
the HDI (longevity, education and income) with the effective of the herd, milk
production and productivity of the state of Pernambuco constituting, thus, the database,
used here, for the years 1980, 1991 and 2000, obtained from the site of the Brazilian
Institute of Geography and Statistics (IBGE), by Automatic System Recovery IBGE
(SIDRA). Analyses of multivariate techniques such as multiple correlation, factorial,
cluster and discriminant, resulting in a significant relationship between the rural
population active and full with the behavior of milk productivity and the HDI of
longevity, education and income in the state of Pernambuco.
KEYWORDS: analysis multivariate, HDI, milk yield.
1
Departamento de Estatística e Informática, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, CEP:
52.171-900, Recife, PE, Brasil, E-mail: amandasle[email protected]m
2
Professor - UAG/UFRPE. Rua Ernesto Dourado, 82 - Bairro Heliópolis - CEP: 55296-190 - Garanhuns -
PE, Brasil, E-mail: krsantoro@uag.ufrpe.br
20
Introdução
A comparação do padrão de vida (longevidade, educação e renda) entre
diferentes regiões geográficas é uma área de estudo que apresenta certa abrangência em
Economia. Embora os estudos relacionados ao bem-estar não apresentem uma definição
universal, a aceitação da natureza multidimensional do conceito estimula o surgimento
de contribuições diversas, preocupadas em conceituar e medir o bem-estar sob
diferentes aspectos, sendo a prática recorrente a construção de índices de bem-estar e de
pobreza (ALKIRE, 2002 e MCGILLIVRAY & CLARKE, 2006).
Diewert (1986) discute a impossibilidade da construção de um índice ideal capaz
de descrever e agregar preferências individuais, um determinado nível de bem-estar
social e outras dimensões do bem-estar econômico. Segundo o autor, o máximo que se
pode fazer é pesquisar um índice capaz de fornecer o maior conjunto de informações
sobre a questão, relevante com entendimento claro das suposições utilizadas para a
construção do índice.
Dentre os vários índices existentes o índice de desenvolvimento humano (IDH) é
uma medida sintética do desenvolvimento humano de uma nação, que abrange três
dimensões básicas: educação (IDH-E), longevidade (IDH-L), e renda (IDH-R). Cada
uma destas dimensões fornece um índice, que em conjunto, a partir de uma média
aritmética simples, dá origem ao IDH, ou seja, apresenta-se como medida síntese,
focando em que pese a pluralidade de interpretações que pode emergir dos diferentes
conceitos (PNUD, 2003 e MUNIZ et al 2005).
Em Pernambuco (Figura 1), a pecuária, ao lado da monocultura da cana-de-
açúcar, constituem atividades agromercantis tradicionais. Estão presentes desde os
primórdios da colonização, inicialmente dividindo a mesma área da Zona da Mata
21
Figura 1 – Mapa das microrregiões do estado de Pernambuco. Fonte: IBGE
22
Pernambucana. A expansão dos engenhos e o surgimento de conflitos entre a agricultura
e a pecuária estadual, fez com que está última adentrasse em direção ao Agreste, tendo
currais sucessivamente implantados desde o final do século XVII, mas principalmente
ao longo do século XVIII (LINS, 1976).
Segundo Figueiroa (2006), o desenvolvimento humano do Estado de
Pernambuco está atrelado a sua característica econômica diversificada, com o cultivo de
implantação de lavouras como milho, feijão, mandioca, entre outros, além da pecuária
de leite e de corte. A importância da atividade leiteira pode ser destacada pelo elevado
valor nutritivo do leite, alimento essencial a algumas faixas da população, pela geração
de renda de centenas de produtores e ainda pela alta participação do leite e derivados no
mercado e, por consequência, nos índices que calculam a inflação.
Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo verificar as relações entre
os IDHs (longevidade, educação e renda) os efetivos do rebanho bovino e a
produtividade das microrregiões do estado de Pernambuco.
Análise Multivariada
As técnicas de análise multivariada possibilitam avaliar um conjunto de
características, levando em consideração as correlações existentes, o que permite que
interferências sobre o conjunto de características sejam feitas em um nível de
significância conhecido.
A análise fatorial é uma das técnicas da analise multivariada que consiste em
identificar um número relativamente pequeno de fatores que podem ser usados para
representar relações entre um conjunto de variáveis inter-relacionadas. A pressuposição
básica da análise fatorial é que existem determinados fatores causais gerais que
23
originam as correlações observadas entre as variáveis de estudo. Considerando que
muitas relações entre as variáveis são, na maior parte, decorrentes dos mesmos fatores
causais gerais, o número de fatores será quase sempre menor que o número de variáveis.
Segundo Hoffmann (1992), a análise fatorial em componentes principais (ACP)
é uma técnica estatística estreitamente associada à análise fatorial e, em um conjunto de
variáveis, os componentes principais são combinações lineares dessas variáveis
construídas com o objetivo de explicar o máximo da variância das variáveis originais.
Outra técnica multivariada de grande aplicabilidade é a análise de agrupamento,
cujo objetivo da classificação é repartir os indivíduos em grupos homogêneos, de modo
que cada grupo seja bem diferenciado. Normalmente, o resultado é uma hierarquia,
representada por um gráfico denominado dendrograma. Após a obtenção dos resultados
gráficos, esses dados servirão para a definição do número de grupos distintos. Ao
escolher um nível elevado de "corte", obtêm-se maior número de grupos, ocorrendo o
contrário se o nível de corte for mais baixo.
Conhecendo a classificação, é fácil deduzir partições em um número maior ou
menor de classes (Bouroche & Saporta, 1981; Aleixo & Souza, 2001). O exame do
dendrograma induz ao privilégio de partições supostamente consistentes e à rejeição de
outras (Volle, 1993). De acordo com Aleixo & Souza (2001), conhecendo a
classificação, obtêm-se os grupos de indivíduos (propriedades rurais), o que permite
verificar os parâmetros que evidenciam as características homogêneas dentro de um
grupo e também as principais diferenças entre esses grupos.
O estudo de discriminação entre duas populações, apresentado por Fisher em
1935, e publicado pela primeira vez em 1936, consistia em construir uma função linear
das variáveis mensuradas nas unidades experimentais, cujos coeficientes função
maximizassem a “distância entre as duas populações” definida pelo quociente da
24
diferença entre as médias dos grupos relativamente aos desvios padrão no interior de
cada grupo. Não obstante a função discriminante tenha sido sugerida, a princípio, para o
trabalho específico com duas populações, seu uso foi estendido para a discriminação
entre mais de duas.
O desenvolvimento teórico conceitual dado à discriminação sob o ponto de vista
da função discriminante de Fisher baseou-se na maximização da distância entre as
populações sem levar em consideração o aspecto de minimizar as probabilidades de erro
no processo discriminatório. No segmento do aperfeiçoamento da técnica Welch (1939),
abordou o problema de discriminação entre duas populações considerando as
probabilidades de erro de classificação. Crocci (1979) apresenta uma extensa revisão
sobre alguns procedimentos para a obtenção da probabilidade de classificação
baseando-se na função discriminante linear de Fisher para duas populações.
Material e Métodos
A área que compõe este estudo abrange o estado de Pernambuco e suas
microrregiões, exceto o Distrito estadual de Fernando de Noronha. As informações
obtidas sobre a população urbana e rural ativa, população urbana e rural total, o número
de cabeças de gado, número de vacas ordenhadas, produção de leite em litros (10
3
) e
produtividade (litros/vaca/ano) foram através do site do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE, 2010), obtidas no Sistema IBGE de Recuperação Automática
(SIDRA, 2010) constituindo o banco de dados aqui utilizado dos anos de 1980, 1991 e
2000. Também foram empregados dados fornecidos pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA, 2010) para o IDH-L(Longevidade), IDH-E (Educação) e
IDH-R(Renda), nos anos de 1980, 1991 e 2000.
25
Inicialmente realizou-se uma análise de correlação linear de Pearson para
verificar a relação entre os IDHs (longevidade, educação e renda), os efetivos do
rebanho bovino e a produtividade leiteira das microrregiões do estado de Pernambuco,
sendo os valores de significância ordenados segundo o teste “t”, ao vel de 5% de
probabilidade (α = 0,05).
Posteriormente procedeu-se a uma análise fatorial, optou-se colocar no trabalho
o teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e de Esfericidade de Bartlett, os quais indicam o
grau de suscetibilidade ou ajuste da análise fatorial aos dados (HAIR et al, 1998).
Para interpretação do KMO, valores próximos de 1,0 indicam que o método de
análise fatorial é perfeitamente adequado para o tratamento dos dados. Por outro lado,
valores menores que 0,5 indicam a inadequação do método (PEREIRA, 2001).
Para o teste de Esfericidade de Bartlett, valores de significância maiores que
0,100 indicam que os dados não são adequados para o tratamento com o método em
questão (HAIR et al, 1998). A rotação utilizada foi do tipo Varimax, método de rotação
ortogonal que minimiza o número de variáveis que cada agrupamento terá,
simplificando a interpretação dos fatores.
A partir das variáveis selecionadas, optou-se por aplicar a análise de
agrupamento hierárquico de ligação completa, utilizando distância Euclidiana.
O método de Cluster Membership Single Solution, em que exibe os grupos
para que cada caso seja atribuído a uma ou mais etapas na combinação de grupos. E
para análise discriminante, de acordo com o teste do lâmbda de Wilks, duas funções são
estatisticamente relevantes para separar os grupos ao nível de 1% de significância.
As análises foram realizadas através do software Statistical Package for Social
Sciences (SPSS) versão 13, Statitical Analyses System (SAS) versão 9.1, R-project
versão 2.9.2 e Microsoft Office Excel® 2007.
26
Resultados e Discussão
Os coeficientes associados à correlação entre as características do IDH-L, IDH-E
e IDH-R com os efetivos do rebanho bovino e a produtividade leiteira das microrregiões
do estado de Pernambuco, para os anos de 1980, 1991 e 2000, apresentam fortes
associações, na maioria dos casos (Tabela 1, 2 e 3). Assim como uma relação negativa,
inversamente proporcional, com as variáveis da população rural total e ativa, números
de cabeça de gado, número de vacas ordenhadas, produção de leite e produtividade
leiteira (litro/vaca/ano). Ainda, notou-se que o IDH-R não apresenta influência sobre a
área da população rural e, em consequência, sobre as variáveis, produção de leite e
produtividade leiteira (litro/vaca/ano) nos respectivos anos do estudo 1980, 1991 e
2000.
Como resultante do processo de modernização da agricultura (a partir dos anos
1950) e a formação dos Complexos Agroindustriais (CAI’s - na década de 1970) fez
surgir no país um novo arranjo produtivo do setor leiteiro. No entanto, a partir de 1990,
as mudanças nas áreas política e econômica modificaram de forma substancial essa
atividade. Entre essas mudanças, podem ser citadas: a liberação do preço do leite em
1991, a abertura comercial e a consolidação do Mercosul. Tais fatores provocaram
mudanças em todos os segmentos da atividade leiteira nacional (seja no âmbito da
produção, industrialização, distribuição e consumo) dada as novas configurações nos
processos de comercialização (estratégias dos supermercados), a elevação do poder das
multinacionais como processadoras dos produtos derivados do leite, e o aumento do
nível de exigência em relação à qualidade do leite (Madanêlo e Marafon, 2004). E mais,
Carvalho et al. (2004) considera outro fator, a estabilidade de preços como fator
condicionante de algumas das mudanças ocorridas.
27
Tabela 1. Correlação de Pearson para as variáveis em estudo no ano de 1980
Variáveis
IDH-
Longevidade
IDH-
Educação
IDH-Renda
Pop.
Rural
Ativa
Pop.
Urbana
Ativa
Pop.
Rural
Total
Pop.
Urbana
Total
Cabeças
Gado
Nº Vacas
Ordenhadas
Produção
de Leite
IDH-Educação 0,681*
IDH-Renda 0,522* 0,844*
Pop. Rural Ativa -0,652* -0,443 -0,328
Pop. Urbana Ativa 0,050 0,567* 0,667* 0,342
Pop. Rural Total -0,592* -0,395 -0,297 0,984* 0,395
Pop. Urbana Total 0,073 0,582* 0,678* 0,323 0,999** 0,377
Nº Cabeças Gado -0,588* -0,537* -0,595* 0,730** -0,060 0,672* -0,086
Nº Vacas Ordenhadas
-0,572* -0,459* -0,512* 0,694** -0,007 0,633* -0,032
0,973**
Produção de Leite -0,589* -0,432 -0,408 0,696** 0,069 0,632* 0,044 0,921**
0,975**
Produtividade
(litros/vaca/ano)
-0,573* -0,401 -0,256 0,915** 0,310 0,920**
0,291 0,622* 0,622* 0,678*
* e ** (significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente)
28
Tabela 2. Correlação de Pearson para as variáveis em estudo no ano de 1991
Variáveis
IDH-
Longevidade
IDH-
Educação
IDH-Renda
Pop.
Rural
Ativa
Pop.
Urbana
Ativa
Pop.
Rural
Total
Pop.
Urbana
Total
Cabeças
Gado
Nº Vacas
Ordenhadas
Produção
de Leite
IDH-Educação 0,830**
IDH-Renda 0,496* 0,751*
Pop. Rural Ativa -0,622* -0,360 -0,198
Pop. Urbana Ativa 0,338 0,649* 0,749** 0,223
Pop. Rural Total -0,626* -0,370 -0,257 0,985**
0,193
Pop. Urbana Total 0,332 0,644* 0,736** 0,230 0,998**
0,205
Nº Cabeças Gado -0,691* -0,537* -0,362 0,766**
-0,089 0,703**
-0,101
Nº Vacas Ordenhadas -0,629* -0,477* -0,297 0,738**
-0,007 0,673* -0,020
0,974**
Produção de Leite -0,614* -0,475* -0,182 0,691**
0,040 0,620* 0,027 0,905**
0,965**
Produtividade (litros/vaca/ano) -0,643* -0,376 -0,137 0,848**
0,176 0,874**
0,196 0,556* 0,557* 0,594*
* e ** (significativo a 5 e 1% de probabilidade respectivamente)
29
Tabela 3. Correlação de Pearson para as variáveis em estudo no ano de 2000
Variáveis
IDH-
Longevidade
IDH-
Educação
IDH-Renda
Pop.
Rural
Ativa
Pop.
Urbana
Ativa
Pop.
Rural
Total
Pop.
Urbana
Total
Cabeças
Gado
Nº Vacas
Ordenhadas
Produção
de Leite
IDH-Educação 0,900**
IDH-Renda 0,717** 0,764**
Pop. Rural Ativa -0,702** -0,502* -0,349
Pop. Urbana Ativa 0,379 0,589* 0,750** -0,004
Pop. Rural Total -0,664* -0,472* -0,370 0,943**
0,004
Pop. Urbana Total 0,374 0,589* 0,736** -0,004 0,998*
0,018
Nº Cabeças Gado -0,784** -0,613* -0,515* 0,845**
-0,169
0,768**
-0,177
Nº Vacas Ordenhadas -0,599* -0,508* -0,322 0,805**
-0,044
0,722**
-0,060
0,908**
Produção de Leite -0,623* -0,559* -0,294 0,749**
-0,012
0,660* -0,025
0,817**
0,940**
Produtividade (litros/vaca/ano) -0,630* -0,446 -0,282 0,754**
0,082 0,828**
0,109 0,497 0,435 0,504*
* e ** (significativo a 5 e 1% de probabilidade respectivamente)
30
Na análise fatorial (Tabela 4), cujas conclusões foram tiradas a partir de
componentes principais, os resultados de extração, para os anos de 1980, 1991 e 2000,
respectivamente, foram de quatro, três e cinco fatores com raízes características. Os
fatores foram capazes de explicar 85,74; 84,75 e 90,31% da variância total do modelo.
A fim de verificar a consistência dos dados originais, foi aplicado o teste de KMO e os
seus resultados indicam que a amostra está adequada à análise fatorial, ou seja, a análise
fatorial é possível e indicada.
Com o intuito de testar a presença de correlação linear entre as variáveis, via
matriz de correlação, aplicou-se o Teste de Esfericidade de Bartlett, em que, os
resultados permitiram afirmar que a matriz de correlação não é uma identidade. As
variáveis foram agrupadas nos fatores que possuem maior correlação.
Por fim para análise fatorail, é possível observar que no fator 1 estão
concentradas as variáveis da área da população rural e as variáveis relacionadas ao
rebanho bovino, enquanto no fator 2 estão os IDHs, sendo que no ano de 1980 o IDH-E
e IDH-R, em 1991 os de IDH-L e IDH-E e em 2000 os três IDHs.
Aleixo et al. (2003) comentaram que a pecuária leiteira ocupa papel importante
na agropecuária brasileira, que envolve grande número de pequenos produtores no
processo produtivo e apresenta significativa capacidade de geração de empregos,
trabalho e renda, desde as atividades na produção primária até a industrialização dos
produtos, com capacidade de gerar um fluxo rápido de capital, o que define a pecuária
leiteira como fundamental na manutenção da estrutura produtiva familiar,
principalmente pela questão da renda constante.
31
Tabela 4. Composição dos fatores dos IDHs, rebanho, produção e produtividade leiteira
das microrregiões do Estado de Pernambuco em relação aos anos de 1980, 1991 e 2000.
(a) 1980
Fator 1 Fator 2 Autovalor KMO Bartlett
População Rural Ativa IDH E
85,75% 0,669 221,1**
População Rural Total IDH R
Número de cabeças de gado
Número de vacas ordenhadas
Produção de leite litros (10
3
)
Produtividade (litros/vaca/ano)
(b) 1991
População Rural Ativa IDH L
84,75% 0,639 225,6**
População Rural Total IDH E
Número de cabeças de gado
Número de vacas ordenhadas
Produção de leite litros (10
3
)
Produtividade (litros/vaca/ano)
(c) 2000
População Rural Ativa IDH L
90,31% 0,767 104,0**
População Rural Total IDH E
Número de cabeças de gado IDH R
* e ** (significativo a 5 e 1% de probabilidade respectivamente)
No estudo com análise de cluster para os anos de 1980, 1991 e 2000 foram
criados três grupos, segundo o método de Cluster Membership Single Solution,
(Tabela 5).
De acordo com Sobel et al. (2008), dentre os municípios considerados de alto
desenvolvimento humano, a capital Recife, e seus vizinhos Olinda, Paulista e Jaboatão
dos Guararapes, destacaram-se por centralizar mais da metade das atividades
econômicas do estado. No Agreste, os municípios de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do
Capibaribe se sobressaíram, o primeiro por possuir o mais importante centro comercial
32
de feira livre de confecções do interior pernambucano e os seguintes devido à produção
e comercialização de confecções têxtil. O município de Petrolina, localizado no extremo
Oeste do Estado, também se destacou, neste caso por possuir um dos pólos de produção
de frutas tropicais mais importantes do mundo. De um modo geral, observou-se que os
municípios considerados melhores para se viver possuem algumas características em
comum, como uma maior e melhor disponibilidade de infra-estrutura econômica,
destacando-se o transporte, a comunicação e a energia; uma rede regional eficiente de
comercialização; e uma organização social em torno de, pelo menos, uma atividade com
potencial para alavancar a economia local.
Tabela 5. Microrregiões pertencentes a cada grupo para os anos de 1980, 1991 e 2000.
1980
Grupo
1
Recife
Grupo
2
Itamaracá, Suape, Alto Capibaribe, Brejo Pernambucano, Vale do Ipanema,
Médio Capibaribe, Araripina, Pajeu, Sertão Do Moxotó, Salgueiro, Petrolina,
Itaparica, Vitoria De Santo Antão
Grupo
3
Vale do Ipojuca, Garanhuns, Mata Meridional Pernambuco, Mata Meridional
Pernambuco, Mata Setentrional Pernambuco.
1991
Grupo
1
Recife
Grupo
2
Itamaracá, Suape, Alto Capibaribe, Brejo Pernambucano, Vale do Ipanema,
Médio Capibaribe, Araripina, Pajeu, Sertão do Moxotó, Salgueiro, Petrolina,
Itaparica, Vitoria de Santo Antão, Mata Meridional Pernambuco, Mata
Meridional Pernambuco, Mata Setentrional Pernambuco
Grupo
3 Vale do Ipojuca, Garanhuns.
2000
Grupo
1
Recife
Grupo
2
Itamaracá, Suape, Alto Capibaribe, Brejo Pernambucano, Vale do Ipanema,
Médio Capibaribe, Araripina, Pajeu, Sertão do Moxotó, Salgueiro, Petrolina,
Itaparica, Vitoria de Santo Antão, Garanhuns, Mata Meridional Pernambuco,
Mata Meridional Pernambuco, Mata Setentrional Pernambuco;
Grupo
3 Vale do Ipojuca
33
O dendrograma hierárquico (Figuras 2, 3 e 4) apresenta uma árvore de
agrupamento das microrregiões pernambucanas, para os anos de 1980, 1991 e 2000, em
que, foi possível notar a ocorrência acima de quatro clusters mais representativos,
respectivamente, com interações de distâncias reescalonadas.
Observou-se ainda a ocorrência de uma similaridade dos agrupamentos nos anos
em estudo, entre regiões com características homogêneas. Neste sentido, segundo
Andrade (1998), o Agreste, historicamente, foi, e continua sendo, uma região produtora
de carne e leite, produzindo excedentes que contribuem para o abastecimento de todas
as mesorregiões do Estado, porém tem recebido menos destaque que os referidos ao
Sertão e à Zona da Mata, que tem grande potencial econômico com produção de gesso e
açucareiro respectivamente.
Todavia seria esperado que ocorresse uma modificação da magnitude do
coeficiente de correlação e não a relação inversa encontrada. A agricultura familiar deve
ser entendida como o segmento que detém poder de influência econômica e social. Esta
atividade, cujo capital pertence à família e em que a direção do processo produtivo está
assegurada pelos proprietários, apesar do tamanho das unidades produtivas e de sua
capacidade geradora de renda, possui características inteiramente compatíveis com a
importante participação na oferta agrícola (Abramovay, 1997).
O dinamismo da agricultura familiar depende de sua base material de produção,
sobretudo a fertilidade das terras, a formação dos agricultores e o ambiente sócio-
econômico em que atuam, destacando-se o acesso diversificado aos mercados, ao
crédito, à informação, à compra de insumos e aos meios materiais de exercícios de
cidadania, como escola, saúde, assistência técnica, entre outros (Abromovay, 1997).
34
Figura 2 – Dendrograma das microrregiões do Estado de Pernambuco em relação aos IDHs, rebanho, produção e produtividade leiteira no ano de
1980.
35
Figura 3 – Dendrograma das microrregiões do Estado de Pernambuco em relação aos IDHs, rebanho, produção e produtividade leiteira no ano de
1991.
36
Figura 4 – Dendrograma das microrregiões do Estado de Pernambuco em relação aos IDHs, rebanho, produção e produtividade leiteira no ano de
2000.
37
Teste da análise por discriminantes (Tabela 6) verificou que as únicas variáveis
que representam a área rural não foram significativas ao vel de 5% de probabilidade
nos anos de 1980, 1991 e 2000.
Objetivando determinar a função discriminante para as microrregiões do estado
pernambucano, aplicou-se o teste de Lambda Wilks, para os anos de 1980, 1991 e 2000
obtendo os respectivos resultados: 4,62; 5,09 e 5,51 (P<0,01).
Tabela 6. Teste da análise discriminante das microrregiões do estado de Pernambuco
para os anos de 1980, 1991 e 2000
Variáveis
Correlação
Canônica
Coeficiente-R R/ (1-RSq) F
1980
População Rural Ativa 0,890146 0,1437 0,1678 1,44
População Urbana Ativa 0,829993 0,3520 0,5431 4,66**
População Rural Total 0,718061 0,1526 0,1801 1,55
População Urbana Total 0,559013 0,3846 0,6248 5,37**
Número de cabeças de gado 0,545139 0,3699 0,5870 5,04**
Número de vacas ordenhadas 0,432518 0,4086 0,6910 5,93**
Produção de leite litros (10
3
) 0,382523 0,3800 0,6130 5,26**
Produtividade (litros/vaca/ano) 0,349458 0,5053 10,214 8,77**
IDH - L 0,222664 0,6357 17,447 14,98**
IDH - E 0,150917 0,5216 10,903 9,36**
IDH - R 0,088543 0,5330 11,414 9,80**
1991
População Rural Ativa 0,887114 0,1314 0,1513 1,29
População Urbana Ativa 0,810779 0,3791 0,6106 5,21**
População Rural Total 0,611501 0,1106 0,1244 1,06
População Urbana Total 0,517459 0,3973 0,6593 5,62**
Número de cabeças de gado 0,301506 0,3893 0,6375 5,44**
Número de vacas ordenhadas 0,285891 0,4798 0,9225 7,87**
Produção de leite litros (10
3
) 0,214924 0,5387 11,676 9,96**
38
Produtividade (litros/vaca/ano) 0,150342 0,6591 19,334 16,49**
IDH - L 0,663880 0,5406 11,769 10,04**
IDH - E 0,703114 0,4943 0,9774 8,34**
IDH - R 0,477765 0,3513 0,5415 4,62**
2000
População Rural Ativa 0,533749 0,2229 0,2869 2,75*
População Urbana Ativa 0,750590 0,4087 0,6911 6,63**
População Rural Total 0,696643 0,1807 0,2206 2,12
População Urbana Total 0,636169 0,4206 0,7259 6,96**
Número de cabeças de gado 0,321217 0,5009 10,037 9,62**
Número de vacas ordenhadas 0,289184 0,4369 0,7759 7,44**
Produção de leite litros (10
3
) 0,321217 0,5009 10,037 9,62**
Produtividade (litros/vaca/ano) 0,880251 0,3962 0,6563 6,29**
IDH - L 0,655557 0,4742 0,9017 8,65**
IDH - E 0,439314 0,5414 11,803 11,32**
IDH - R 0,390848 0,2380 0,3123 2,99*
* e ** (significativo a 5 e 1% de probabilidade respectivamente)
A função discriminante pode ainda ser utilizada para verificar graficamente
(Figura 5) a similaridade das microrregiões em relação aos IDHs, rebanho, produção e
produtividade leiteria no estado de Pernambuco, em que, foi observada uma possível
formação de quatro quadrantes de microrregiões, estando Recife em destaque, que o
município encontra-se isolado das demais regiões.
No segundo quadrante, de acordo com a Agência de Desenvolvimento
Econômico de Pernambuco (ADDiper), são regiões da zona da mata marcadas por uma
economia predominantemente agrícola, tendo como principal atividade a produção da
cana-de-açúcar e de seus derivados. No terceiro quadrante, observa-se microrregiões
que caracterizam com dinamismo da economia, e no quarto quadrante são regiões do
Agreste e Sertão pernambucano, que têm em comum algumas características variadas
39
-2 0 2 4
-1 0 1 2 3 4 5
Dim 1 (51.32 %)
Dim 2 (31.23 %)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
1617
18
Referência: 1:Recife, 2:Itamaracá, 3:Suape, 4:Alto Capibaribe, 5:Brejo Pernambucano, 6:Vale do Ipanema, 7:Vale do Ipojuca, 8:Garanhuns, 9:Médio
Capibaribe, 10:Araripina, 11:Pajeu, 12:Sertão do Moxotó, 13:Salgueiro, 14:Petrolina, 15:Itaparica, 16:Mata Meridional, 17:Mata Setentrional, 18:Vitoria de
Santo Antão.
Figura 5 - Gráfico de contraste das microrregiões do Estado de Pernambuco em relação aos IDHs, rebanho, produção e produtividade nos anos de
1980, 1991 e 2000.
40
como têxtil e sua confecção, comércio, serviços, turismo, pecuária de corte e leiteria e
derivados do leite.
A Região Metropolitana do Recife sempre se destaca em relação às demais
microrregiões, estabelecendo-se em um único grupo, devido ao fato de compor a capital
do estado, desempenhando, assim, um forte papel de centralizador econômico. A
microrregião do Vale do Ipojuca também se destaca por possui cidades de importância
inter-regional, como Caruaru, que possui vários pólos industriais, sobretudo no setor
alimentício. O comércio na microrregião é o mais intenso no interior onde também é
praticada agricultura e diversas atividades de criação.
O comportamento da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) para a mesorregião
Metropolitana chama a atenção os mais elevados índices nos anos de 1988 e tendo
outro pico em 1996, os demais anos são relevantes entre si ficando em torno de 600 kg
(litro/vaca/ano). O estado de Pernambuco teve uma economia estagnada durante a
"década perdida" (1985 a 1995) e vem crescendo rapidamente do final do século XX
para o começo do século XXI. Em 2000, o PIB per capita era de 3.673 reais, totalizando
um crescimento de mais de 40% nesse período, e mais de 10% ao ano. Em relação aos
IDHs no ano de 1980 para a mesorregião metropolitana, observou-se que o IDH da
renda se concentrou em 61% e que no ano de 1991 teve uma queda para 56%, e voltou a
ter um leve crescimento da taxa no ano seguinte do Censo de 2000 chegando a 61%. O
IDH de Educação foi ascendente nos anos do Censo, chegando a atingir uma taxa de
81%. E para o IDH de Longevidade também ocorreu um crescimento das taxas; no ano
de 1980 foi de 53%; no seguinte ano do Censo foi de 68% e chegou a 77% no ano de
2000 (Figura 6).
Foi visto que o comportamento da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) para a
mesorregião da Zona da Mata teve um crescimento aos passar dos anos, juntamente com
41
os IDHs, sendo que O IDH da educação ultrapassou os demais IDHs com o passar dos
anos, chegando a 68% no ano de 2000 e o IDH da longevidade a 67% e o da renda a
52% (Figura 7).
De acordo com Machado & Silva Júnior (2009), a região da Zona Mata
atravessa a luta por uma reforma agrária na Região visando uma melhor distribuição de
terras, um novo modelo produtivo que não o monocultor e uma melhor preservação e
restauração ambiental, uma vez que esta continua sendo degradada por esta forma de
produção implantada ainda no período colonial, esta Região se apresenta como uma das
mais preocupantes na questão da tensão social no estado. Registra-se nela um dos piores
IDH do país, seguidos pelos altos índices de analfabetismo, uma distribuição de água
ineficiente, além da mencionada concentração de terra, que expropria os
trabalhadores agrícolas do seu principal meio de produção, a terra.
No estudo da mesorregião do Agreste Pernambucano foi verificada a maior
concentração da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) no passar dos anos de 1974 a
2008; chegando a maior taxa de crescimento no ano de 2007, por volta de 1389 kg de
litro/vaca/ano (Figura 8). Monteiro et al. (2007), afirmam que a produção leiteira da
região Agreste de Pernambuco demonstra ser emergente e tem se consolidado. Esta
região é caracterizada por uma economia diversificada, com o cultivo de lavouras como
milho, feijão e mandioca (entre outras), além da pecuária de leite e de corte. Dados
recentes revelam que nos últimos dois anos a produção leiteira dessa região cresceu
23%, representando 73% da produção leiteira do Estado de Pernambuco (CONSELHO
NACIONAL E ABASTECIMENTO, 2004; FIGUEIROA, 2006).
se referindo aos IDHs o que chama atenção é sua crescente evolução no
decorrer dos anos analisados pelo Censo, chegando ao ano de 2000 o IDH da renda com
71%, o da educação em 67% e da longevidade a 64% (Figura 8).
42
Segundo Pereira & Souza (2002), entre 1960 e 1980 verificou-se uma mudança
estrutural no setor primário da região. O rebanho bovino cresceu 250% e a produção de
leite aumentou 340%, consolidando a posição de liderança do Agreste pernambucano no
criatório estadual. Houve uma expansão considerável nas pastagens plantadas, em geral
substituindo áreas antes ocupadas com culturas de subsistência. Comparando a
produção de 1975 com a de 1980, o Agreste pernambucano sofreu uma grande redução
na área colhida e na produção de feijão, mandioca, milho e algodão herbáceo. A
expansão das terras destinadas à pecuária foi avaliada em 400.000 ha, sem que tenha
havido significativa elevação na oferta de postos de trabalho na atividade.
A mesorregião do Sertão Pernambucano foi verificada que ocorreu uma
evolução ao passar dos anos em análise da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) e dos
IDHs, chegando o maior pico em 2008 da produtividade leiteira, por volta de 927,88kg
de litro/vaca/ano (Figura 9).
E para a mesorregião do São Francisco Pernambucano foi verificado que houve
oscilações com o passar dos anos no estudo na produtividade leiteira (litros/vaca/ano),
sendo a mais baixa em relação às demais mesorregiões do estado, com maior pico na
produtividade no ano de 2006, ocorrendo queda nos anos de 1997, 1998 e 1999, e,
posteriormente, ascensão nos anos de 2000 a 2006, voltando a cair nos anos de 2007 e
2008. Em relação aos IDHs, observou-se um crescimento de todas as taxas, porém se
destaca uma pequena queda no ano de 2000, sendo ainda superior às análises anteriores
(Figura 10).
Tratando da pecuária bovina no estado de Pernambuco, Lima et al. (2007)
observaram que o Agreste pernambucano apresenta alguma expressão no estado, mas
enfrenta dificuldades em vista das condições naturais adversas, embora possa ser notado
43
Figura 6 – Comportamento da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) na Região Metropolitana de Pernambuco em relação aos IDHs.
44
Figura 7 – Comportamento da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) na Região da Zona da Mata de Pernambuco em relação aos IDHs.
45
Figura 8 Comportamento da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) na Região do Agreste de Pernambuco em relação aos IDHs.
46
Figura 9 – Comportamento da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) na Região do Sertão de Pernambuco em relação aos IDHs.
47
Figura 10 – Comportamento da produtividade leiteira (litro/vaca/ano) na Região do São Francisco de Pernambuco em relação aos IDHs.
48
mais recentemente, um certo fortalecimento da bacia leiteira do Agreste em torno do
município de Garanhuns e uma atividade ainda expressiva da avicultura na Região
Metropolitana do Recife e na Zona da Mata. No Sertão desenvolveu-se em bases ainda
tradicionais, com algumas exceções, a caprinocultura, que também padece com as variações
climáticas e o baixo nível de capitalização, usando padrões tecnológicos, em geral, muito
pouco atualizados.
Pelo lado social, espera-se que a agricultura seja ferramenta efetiva para impulsionar a
geração de emprego e renda. Com foco na inclusão social, ressalte-se o importante papel da
agricultura auxiliando na redução da pobreza rural, centrada em pequenos agricultores, pela
inserção desses agentes em sistemas de mercado, pelo estímulo à criação de emprego e renda
na própria agricultura ou em agroindústrias e pelo estabelecimento de mercados para
pagamento por serviços ambientais (WORLD BANK, 2007).
Conclusões
As análises multivariadas de correlação múltipla, fatorial, agrupamento e
discriminantes contribuem para compreensão das características de relações entre os IDHs
(longevidade, educação e renda), os efetivos do rebanho bovino e a produtividade das
microrregiões do estado de Pernambuco, sendo possível verificar a relação entre
desenvolvimento humano e pecuário leiteiro nas populações rurais no Estado. Correlações
positivas forte entre o rebanho e a produção para população rural ativa e rural total, também
foram observadas, entretanto não houve efeito sobre a população urbana. Por fim, constatou-
se o efeito antagônico dos IDHs com rebanho e produtividade.
49
Agradecimentos
A CAPES e CNPq (505912/2008-2) pelo apoio financeiro. A Pós-Graduação em
Biometria e Estatística Aplicada (PPGBEA) pelo apoio logístico e bom ambiente de trabalho.
E a Vanessa Santos, Juliana, Soraya Farias pela revisão e correções do trabalho.
Literatura Citada
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53
ANEXOS I
Normas para preparação de trabalhos científicos para publicação na
Revista Brasileira de Zootecnia
Escopo e política
A Revista Brasileira de Zootecnia (RBZ) é uma publicação mensal da Sociedade
Brasileira de Zootecnia (SBZ), com o objetivo de publicar artigos originais nas áreas
de Aqüicultura; Forragicultura; Melhoramento, Genética e Reprodução;
Monogástricos; Produção Animal; Ruminantes; e Sistemas de Produção e
Agronegócio.
No processo de publicação, os trabalhos técnico-científicos são avaliados por
revisores ad hoc, indicados pelo Conselho Científico, composto por especialistas
com doutorado nas diferentes áreas de interesse, e coordenados pela Comissão
Editorial da RBZ. A política editorial da RBZ consiste em manter o alto padrão
científico das publicações, por intermédio de colaboradores de renomada conduta
ética e elevado nível técnico.
serão aceitos trabalhos escritos em português ou inglês e que não foram
publicados nem submetidos à publicação em outro veículo. Deve-se ressaltar que
isto não se aplica a resumos expandidos. Os trabalhos fracionados ou subdivididos
em partes devem ser encaminhados juntos, pois serão submetidos aos mesmos
revisores.
O conteúdo dos artigos publicados na Revista Brasileira de Zootecnia é de exclusiva
responsabilidade de seus respectivos autores.
Encaminhamento de trabalhos
A RBZ publica artigos científicos originais nas áreas de Aquicultura, Forragicultura,
Melhoramento, Genética e Reprodução, Monogástricos, Produção Animal,
Ruminantes, e Sistemas de Produção e Agronegócio.
O envio dos manuscritos é feito exclusivamente pela página da RBZ
(www.sbz.org.br), link Revista, juntamente com a carta de encaminhamento,
conforme instruções no link "Envie seu manuscrito".
O pagamento da taxa de tramitação (pré-requisito para emissão do número de
protocolo), no valor de R$ 40,00 (quarenta reais), deverá ser realizado por meio de
boleto bancário, disponível na página da SBZ (www.sbz.org.br).
Uma vez aprovado o artigo, será cobrada uma taxa de publicação, que, no ano de
2009, para assinantes da RBZ, sede R$ 115,00 (até 8 páginas no formato final) e
R$ 45,00 para cada página excedente. Entretanto, se entre os autores houver algum
não-assinante (exceto co-autores que não militam na área zootécnica, desde que
não seja o primeiro autor e que não publique mais de um artigo no ano corrente
54
(reincidência), serão cobrados valores diferenciados (consultar link "Instruções aos
autores" na página da RBZ). Para não-assinantes, serão cobrados R$ 90,00 por
página (até 8 páginas no formato final) e R$ 180,00 para cada página excedente.
Forma e preparação de trabalhos
Os trabalhos publicados ou sob consideração em qualquer outra publicação não
serão aceitos. Ressalta-se que esta norma não é válida para resumos expandidos.
Só serão aceitos trabalhos escritos em português ou inglês.
O texto deve ser elaborado segundo as normas da RBZ e orientações disponíveis no
link "Instruções aos autores".
Formatação de texto
O texto deve ser digitado em fonte Times New Roman 12, espaço duplo (exceto
Resumo, Abstract e Tabelas, que devem ser elaborados em espaço 1,5), margens
superior, inferior, esquerda e direita de 2,5; 2,5; 3,5; e 2,5 cm, respectivamente.
Pode conter até 25 páginas, numeradas seqüencialmente em algarismos arábicos.
As páginas devem apresentar linhas numeradas (a numeração é feita da seguinte
forma: MENU ARQUIVO/CONFIGURAR PÁGINA/LAYOUT/NÚMEROS DE LINHA.../
NUMERAR LINHAS), com paginação contínua e centralizada no rodapé.
Estrutura do artigo
O artigo deve ser dividido em seções com cabeçalho centralizado, em negrito, na
seguinte ordem: Resumo, Abstract, Introdução, Material e Métodos, Resultados e
Discussão, Conclusões, Agradecimento e Literatura Citada.
Não serão aceitos cabeçalhos de terceira ordem.
Os parágrafos devem iniciar a 1,0 cm da margem esquerda.
Título
Deve ser preciso e informativo. Quinze palavras são o ideal e 25, o máximo. Digitá-lo
em negrito e centralizado, segundo o exemplo: Valor nutritivo da cana-de-açúcar
para bovinos em crescimento. Indicar sempre a entidade financiadora da pesquisa,
como primeira chamada de rodapé numerada.
Autores
Deve-se listar aseis autores. A primeira letra de cada nome/sobrenome deve ser
maiúscula (Ex.: Anacleto José Benevenutto). Não listá-los apenas com as iniciais e o
último sobrenome (Ex.: A.J. Benevenutto).
55
Outras pessoas que auxiliaram na condução do experimento e/ou preparação/
avaliação do trabalho devem ser mencionadas em Agradecimento.
Resumo
Deve conter no ximo 1.800 caracteres com espaço. As informações do resumo
devem ser precisas e informativas. Resumos extensos serão devolvidos para
adequação às normas.
Deve sumarizar objetivos, material e métodos, resultados e conclusões. Não deve
conter introdução. Referências nunca devem ser citadas no resumo.
O texto deve ser justificado e digitado em parágrafo único e espaço 1,5, começando
por RESUMO, iniciado a 1,0 cm da margem esquerda.
Abstract
Deve aparecer obrigatoriamente na segunda página e ser redigido em inglês
científico, evitando-se sua tradução por meio de aplicativos comerciais.
O texto deve ser justificado e digitado em espaço 1,5, começando por ABSTRACT,
em parágrafo único, iniciado a 1,0 cm da margem esquerda.
Palavras-chave e Key Words
Apresentar até seis (6) palavras-chave e Key Words imediatamente após o
RESUMO e ABSTRACT, respectivamente, em ordem alfabética. Devem ser
elaboradas de modo que o trabalho seja rapidamente resgatado nas pesquisas
bibliográficas. Não podem ser retiradas do título do artigo. Digitá-las em letras
minúsculas, com alinhamento justificado e separado por vírgulas. Não devem conter
ponto final.
Introdução
Deve conter no máximo 2.500 caracteres com espaço.
Deve-se evitar a citação de várias referências para o mesmo assunto.
Trabalhos com introdução extensa serão devolvidos para adequação às normas.
Material e Métodos
Descrição clara e com referência específica original para todos os procedimentos
biológicos, analíticos e estatísticos. Todas as modificações de procedimentos devem
ser explicadas.
Resultados e Discussão
Os resultados devem ser combinados com discussão. Dados suficientes, todos com
algum índice de variação incluso, devem ser apresentados para permitir ao leitor a
56
interpretação dos resultados do experimento. A discussão deve interpretar clara e
concisamente os resultados e integrar resultados de literatura com os da pesquisa
para proporcionar ao leitor uma base ampla na qual possa aceitar ou rejeitar as
hipóteses testadas.
Evitar parágrafos soltos e citações pouco relacionadas ao assunto.
Conclusões
Devem ser redigidas em parágrafo único e conter no máximo 1.000 caracteres com
espaço.
Não devem ser repetição de resultados. Devem ser dirigidas aos leitores que não
são necessariamente profissionais ligados à ciência animal. Devem explicar
claramente, sem abreviações, acrônimos ou citações, o que os resultados da
pesquisa concluem para a ciência animal.
Abreviaturas, símbolos e unidades
Abreviaturas, símbolos e unidades devem ser listados conforme indicado na home
page da RBZ, link Revista>Instruções aos autores.
Deve-se evitar o uso de abreviações o consagradas e de acrônimos, como por
exemplo: "o T3 foi maior que o T4, que não diferiu do T5 e do T6". Este tipo de
redação é muito cômoda para o autor, mas é de difícil compreensão para o leitor.
Tabelas e Figuras
É imprescindível que todas as Tabelas sejam digitadas segundo menu do Word
"Inserir Tabela", em células distintas (não serão aceitas tabelas com valores
separados pelo recurso ENTER ou coladas como figura). Tabelas e figuras enviadas
fora de normas serão devolvidas para adequação.
Devem ser numeradas seqüencialmente em algarismos arábicos e apresentadas
logo após a chamada no texto.
O título das tabelas e figuras deve ser curto e informativo, devendo-se adotar as
abreviaturas divulgadas oficialmente pela RBZ.
A legenda das figuras (chave das convenções adotadas) deve ser incluída no corpo
da figura. Nos gráficos, as designações das variáveis dos eixos X e Y devem ter
iniciais maiúsculas e unidades entre parênteses.
Figuras não-originais devem conter, após o título, a fonte de onde foram extraídas,
que deve ser referenciada.
As unidades, a fonte (Times New Roman) e o corpo das letras em todas as figuras
devem ser padronizados.
57
Os pontos das curvas devem ser representados por marcadores contrastantes,
como círculo, quadrado, triângulo ou losango (cheios ou vazios).
As curvas devem ser identificadas na própria figura, evitando o excesso de
informações que comprometa o entendimento do gráfico.
As figuras devem ser gravadas no programa Word, Excel ou Corel Draw (extensão
CDR), para possibilitar a edição e possíveis correções.
Usar linhas com, no mínimo, 3/4 ponto de espessura.
No caso de gráfico de barras, usar diferentes efeitos de preenchimento (linhas
horizontais, verticais, diagonais, pontinhos etc). Evite os padrões de cinza porque
eles dificultam a visualização quando impressos.
As figuras deverão ser exclusivamente monocromáticas.
Não usar negrito nas figuras.
Os números decimais apresentados no interior das tabelas e figuras devem conter
vírgula, e não ponto.
Citações no texto
As citações de autores no texto são em letras minúsculas, seguidas do ano de
publicação. Quando houver dois autores, usar & (e comercial) e, no caso de três ou
mais autores, citar apenas o sobrenome do primeiro, seguido de et al.
Comunicação pessoal (ABNT-NBR 10520).
Não fazem parte da lista de referências, sendo colocadas apenas em nota de
rodapé. Coloca-se o sobrenome do autor seguido da expressão "comunicação
pessoal", a data da comunicação, o nome, estado e país da instituição à qual o autor
é vinculado.
Literatura Citada
Baseia-se na Associação Brasileira de Normas Técnicas _ ABNT (NBR 6023).
Devem ser redigidas em página separada e ordenadas alfabeticamente pelo(s)
sobrenome(s) do(s) autor(es).
Digitá-las em espaço simples, alinhamento justificado e recuo até a terceira letra a
partir da segunda linha da referência. Para formatá-las, siga as seguintes instruções:
no menu Formatar, escolha a opção Parágrafo... RECUO especial, opção
DESLOCAMENTO... 0,6 cm.
Em obras com dois e três autores, mencionam-se os autores separados por ponto-e-
vírgula e, naquelas com mais de três autores, os três primeiros vêm seguidos de et
58
al. As iniciais dos autores não podem conter espaços. O termo et al. não deve ser
italizado nem precedido de vírgula.
O recurso tipográfico utilizado para destacar o elemento título será negrito e, para os
nomes científicos, itálico.
Indica(m)-se o(s) autor(es) com entrada pelo último sobrenome seguido do(s)
prenome(s) abreviado (s), exceto para nomes de origem espanhola, em que entram
os dois últimos sobrenomes.
No caso de homônimos de cidades, acrescenta-se o nome do estado (ex.: Viçosa,
MG; Viçosa, AL; Viçosa, RJ).
Obras de responsabilidade de uma entidade coletiva
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY - AOAC. Official methods
of analysis. 16.ed. Arlington: AOAC International, 1995. 1025p.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV. Sistema de análises estatísticas e
genéticas - SAEG. Versão 8.0. Viçosa, MG, 2000. 142p.
Livros e capítulos de livro
LINDHAL, I.L. Nutrición y alimentación de las cabras. In: CHURCH, D.C. (Ed.)
Fisiologia digestiva y nutrición de los ruminantes. 3.ed. Zaragoza: Acríbia, 1974.
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NEWMANN, A.L.; SNAPP, R.R. Beef cattle. 7.ed. New York: John Wiley, 1997. 883p.
Teses e dissertações
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Congressos, reuniões, seminários etc
59
Citar o mínimo de trabalhos publicados em forma de resumo, procurando sempre
referenciar os artigos publicados na íntegra em periódicos indexados.
CASACCIA, J.L.; PIRES, C.C.; RESTLE, J. Confinamento de bovinos inteiros ou
castrados de diferentes grupos genéticos. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 30., 1993, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro:
Sociedade Brasileira de Zootecnia, 1993. p.468.
EUCLIDES, V.P.B.; MACEDO, M.C.M.; OLIVEIRA, M.P. Avaliação de cultivares de
Panicum maximum em pastejo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA
DE ZOOTECNIA, 36., 1999, Porto Alegre. Anais... São Paulo: Sociedade Brasileira
de Zootecnia/Gmosis, [1999] (CD-ROM).
Artigo e/ou matéria em meios eletrônicos
NGUYEN, T.H.N.; NGUYEN, V.H.; NGUYEN, T.N. et al. [2003]. Effect of drenching
with cooking oil on performance of local yellow cattle fed rice straw and cassava
foliage. Livestock Research for Rural Development, v.15, n.7, 2003. Disponível em:
<http://www.cipav.org.co/lrrd/lrrd15/7/nhan157.htm> Acesso em: 28/07/2005.
REBOLLAR, P.G.; BLAS, C. [2002]. Digestión de la soja integral en rumiantes.
Disponível em: <http://www.ussoymeal.org/ruminant_s.pdf.> Acesso em: 12/10/02.
SILVA, R.N.; OLIVEIRA, R. [1996]. Os limites pedagógicos do paradigma da
qualidade total na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA
UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos... Recife: Universidade Federal do
Pernanbuco, 1996. Disponível em: <http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais.htm>
Acesso em: 21/01/97.
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