148
jornalistas, grupos de escoteiros, etc.), encerramento do ano letivo escolar
153
, entrega do
fardamento escolar, comemoração do aniversário da escola
154
, dentre outros eventos. Fora dos
prédios escolares, as festas ganhavam a conotação de desfiles que ocupavam as principais
ruas e praças da cidade. As principais datas cívicas comemoradas em vias públicas no estado
de Sergipe eram: 7 de Setembro
155
, Emancipação Política de Sergipe/Festa da Paz
156
,
Proclamação da República
157
e a Festa da Bandeira
158
.
Durante as festas, os alunos recebiam os visitantes ao som de hinos patrióticos e de
demonstrações de exercícios militares e de ginástica sueca. Esta maneira de ritualização servia
para transmitir à sociedade uma imagem ilibada do estabelecimento escolar, sendo este o
lugar do cultivo ao civismo, através do entoar do hino, e da disciplina, por meio da perfeita
execução dos exercícios ginásticos e militares.
Freitas (2003b) ao referir-se às solenidades festivas do Colégio Inglês, pontua que as
festas tinham intenção de permitir o acesso aos resultados da aprendizagem, além de garantir
visibilidade social à instituição escolar. Segundo a autora:
Estas solenidades realizadas no final do ano letivo, em geral duravam o dia
inteiro, e se tornaram um espaço privilegiado para a visibilidade do
refinamento e da distinção que o processo de formação no Colégio conferia
às suas alunas. O domínio dos conhecimentos, a fluência nas diversas
línguas estrangeiras, a recitação de poemas, as apresentações musicais, a
exposição dos trabalhos manuais refinados, permitiam o acesso aos
resultados da aprendizagem e também exibiam a cultura da classe
153
As comemorações alusivas ao encerramento do ano letivo escolar podem ser identificadas nos anúncios
jornalísticos intitulados: “Ferias” (O Estado de Sergipe, 2/12/1915, ano: XVI, n.º: 4.780, p. 2); “Collegio N. S.
de Lourdes – Festa de encerramento das aulas” (Correio de Aracaju, 18/11/1927, ano: XX, n.º: 588, p. 1) e
“Collegio N. S. da Conceição – Termo de Exame” (O Estado de Sergipe, 17/12/1915, ano: XVI, n.º: 4.792, p. 3).
154
A nota jornalística intitulada “Grupo General Siqueira” publicada no Correio de Aracaju (18/3/1915, ano:
VIII, n.º: 1.409, p. 1) aborda a comemoração do aniversário do referido grupo escolar.
155
De acordo com DaMatta (1997), o Dia da Pátria “[...] é único, acentuando o rompimento definitivo com o
período colonial e o início de uma ‘maioridade política’. É pois, um rito histórico de passagem, já que sua
performance visa não só a recriar um momento glorioso do passado, mas muito especialmente a marcar a
passagem entre o mundo colonial e o mundo da liberdade e da autodeterminação. Desse modo, os eventos
históricos e empiricamente registrados são tomados como paradigmáticos e os personagens que o engendram,
como heróis nacionais oficiais” (DAMATTA, 1997, p. 54, grifo do autor).
156
A “Festa da Paz” foi uma festa criada para comemorar duas datas: a “Emancipação Política do Estado de
Sergipe” e o “Tratado da Paz”, também conhecido como “Tratado de Versalhes” um acordo de paz assinado
pelas nações européias em 28 de junho de 1919 no qual a Alemanha foi obrigada a reconhecer sua
responsabilidade pelo conflito da 1ª Guerra Mundial. Tal tratado era composto por 440 artigos, divididos em
cinco capítulos: 1) Pacto da Sociedade das Nações; 2) Cláusulas de segurança; 3) Cláusulas territoriais; 40
Cláusulas financeiras e econômicas e 5) Cláusulas diversas (AQUINO, 1999). Com relação ao tratado de Paz, foi
localizada uma nota explicativa no jornal O Estado de Sergipe, intitulada “A Paz” (O Estado de Sergipe,
1/7/1919, ano: XX, n.º: 5.784, p. 2).
157
Os anúncios sobre o mencionado desfile podem ser localizados nos anúncios intitulados: “Quinze de
Novembro” (O Estado de Sergipe, 17/11/1910, ano: XII, n.º: 3.420, p. 1) e “15 de NOVEMBRO” (Correio de
Aracaju, 17/11/1915, ano: IX, n.º: 1.598, p. 1).
158
O anúncio sobre o citado desfile pode ser identificado no anúncio intitulado “FESTA DA BANDEIRA” (O
Estado de Sergipe, 4/11/1917, ano: XVIII, n.º: 5.321, p. 3).