erosão. Com o tempo, esta cobertura se decompõe, se transforma em nutrientes para o solo e
aumenta a atividade biológica do solo.
A manutenção da matéria orgânica do solo também pode contribuir para o controle de
fitonematóides. Estudos mostram que o mecanismo de ação da matéria orgânica na supressão
de fitonematóides tem sido atribuído, na maioria das vezes, à melhoria da estrutura dos solos.
Esta inclui desde mudanças no pH, umidade e em propriedades químicas e físicas do solo,
resultando em maior aeração, capacidade de retenção de água, melhoria na nutrição da planta
ou no desenvolvimento de microrganismos que competem com os nematóides fitoparasitas,
por meio da liberação de nutrientes à planta, aumento da população de predadores ou de
microrganismos parasitas existentes no solo, ou por meio da liberação de metabólitos tóxicos
devido à sua decomposição, como compostos fenólicos, NH
3
ou nitrito, íons de Ca
+
(RITZINGER; FANCELLI, 2006).
Contudo, essas mudanças são altamente dependentes da relação C/N do material
utilizado, do favorecimento ao crescimento e desenvolvimento de espécies antagônicas
existentes no solo, dos metabólitos liberados por meio de sua decomposição e da quantidade
do material aplicado, seja para a supressão do fitoparasita, seja para aumentar a tolerância da
planta. A espécie do fitonematóide presente, ou a condição da cultura, com relação à sua
adaptabilidade e presença de tratos culturais adotados também devem ser considerados. Esses
atributos podem ser importantes em situações específicas, pois a eficácia da matéria orgânica
varia, dependendo da sua natureza, tipo de solo e espécie do fitonematóide. Além disso, a
ação tóxica da decomposição da matéria orgânica por antagonistas, actinomicetos ou bactérias
pode estar relacionada com a produção e liberação de quitinase. A produção de quitinase
promove o rompimento da camada de proteção dos ovos dos fitonematóides, que é composta
por quitina, resultando na eclosão prematura do estádio juvenil (MIAN; RODRÍGUEZ-
KÀBANA, 1982; STIRLING, 1991; RITZINGER; MCSORLEY, 1998 a; b; RODRÍGUEZ-
KÀBANA; KLOEPPER, 1999).
Não obstante, a aplicação de matéria orgânica pode, por si só, promover benefício às
plantas com relação à sua nutrição, bem como favorecer a manutenção de umidade,
diminuindo o estresse hídrico. Dessa forma, a cultura poderá tolerar a presença dos
fitoparasitas sem, contudo, apresentar queda acentuada da sua produção (MCSORLEY;
GALLAHER, 1995; RITZINGER et al., 1998; MCSORLEY, 1998, BRIDGE, 2000).
Felippi (2003) observou que, nos pomares onde havia teor de matéria orgânica mais
elevado, a cultura da figueira, apresentava bom desenvolvimento, ou seja, aspecto “viçoso”,
mesmo tendo presente o nematóide das galhas. A matéria orgânica, não diminuiu o nível