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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ESTRATÉGIA E ORGANIZAÇÕES
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA REGIÃO NORTE DO PARANÁ
CLEVERSON FLOR DA ROSA
CURITIBA
2009
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CLEVERSON FLOR DA ROSA
DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA REGIÃO NORTE DO PARANÁ
Dissertação apresentada como requisito parcial à
obtenção do grau de Mestre. Curso de Mestrado em
Administração do Setor de Ciências Sociais Aplicadas da
Universidade Federal do Paraná.
Orientador: Prof. Dr. João Carlos da Cunha
CURITIBA
2009
3
Ao Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, Aquele que Foi que É e que Será.
À Cristina, minha esposa, e aos meus filhos Amanda e Renan, à dona Rosa, minha
mãe, pelo amor e compreensão incondicional recebido.
Todo louvor, toda honra e toda glória seja dada somente a Deus!
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por me dar o fôlego da vida e estar presente
em todos os momentos, sejam momentos alegres ou difíceis, pois sem lutas não há
vitórias.
Aos professores da Universidade Federal do Paraná - UFPR, pelos
ensinamentos proporcionados durante o mestrado.
Ao meu orientador Professor Doutor João Carlos Cunha por ter acreditado no
meu potencial e dispensado grande apoio, paciência e direcionamento nesta
dissertação.
Aos professores da banca Dr. Sergio Bulgacov e Dr. Antoninho Caron por
terem contribuído de maneira indelével.
A todos os colegas de mestrado pelos momentos que passamos juntos, e em
especial aos amigos ‘Seven’: André, Gilberto, Luiz Eduardo, Mário, Miguel e Noeli
que sempre me incentivaram. Á Márcia que é uma grande amiga.
A todos meus familiares, em especial a minha esposa Cristina que sempre me
apoiou e me incentivou e aos meus filhos Amanda e Renan que compreenderam
que por muitas vezes tive que ser um pouco ausente em virtude do ritmo dos
estudos.
A minha mãe Dona Rosa que sempre foi um grande exemplo a ser seguido, e
ainda hoje no auge dos seus 74 anos, concluiu o sexto período da faculdade de
Pedagogia, está cursando inglês e informática e fazendo teste para sua primeira
habilitação de motorista, provando que a idade não é uma referência para se tomar
atitudes, mas sim o espírito.
5
“O essencial, com efeito, na educação, não é a doutrina ensinada, é o despertar.”
(Ernest Renan)
11 As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos, bem fixados pelos mestres
das assembléias, que nos foram dadas pelo único Pastor.
12 E, demais disto, filho meu, atenta: não limite para fazer livros, e o muito estudar é
enfado da carne.
13 De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos;
porque isto é o dever de todo o homem.
14 Porque Deus de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que esencoberto, quer seja
bom, quer seja mau.
Eclesiastes 12: 11-14
6
RESUMO
Estamos vivendo em uma sociedade onde encontramos regiões desprovidas de
recursos, e tal situação é, muitas vezes, resultante da estagnação e da inércia dos
órgãos responsáveis pela promoção do desenvolvimento, quer sejam órgãos
públicos quer sejam privados. É um desafio, grande e necessário, criar um modelo
de desenvolvimento sustentável que inclua a sociedade e seja eficaz, melhorando
assim, o cotidiano da sociedade de uma forma duradoura que leve em consideração
a competitividade e o desenvolvimento regional. Este estudo visa avaliar o potencial
de desenvolvimento do turismo na região Norte do Paraná, para tanto se faz
necessário primeiramente identificar que tipo de estratégia competitiva utiliza as
empresas de turismo na Região Norte do Paraná. Em seguida verificar quais os
fatores locacionais mais relevantes para o desenvolvimento do turismo na região, e
por fim recomendar ações para instituições públicas e privadas que estimulem o
desenvolvimento do turismo na referida região. Este estudo é um levantamento
descritivo e tem como nível de análise a região Norte do Paraná, onde foram
pesquisadas sete empresas de turismo delimitadas pela ADETUNORP que
compreende 92 municípios participantes desta agencia, instituições de apoio,
prefeituras e instituições de ensino. A pesquisa utilizou de métodos mistos, ou seja,
qualitativos e quantitativos. O levantamento e a análises das evidências foi baseada
na lógica de investigação descritiva e se deu mediante o estudo caso misto e estudo
de campo. Para a coleta de dados foram utilizados entrevistas e questionários semi-
estruturados. A análise dos dados se deu de forma qualitativa, com análise de
conteúdo. Os resultados relevantes demonstraram que a maioria das empresas de
turismo da região Norte do Paraná utilizam-se de estratégias competitivas de
enfoque e diferenciação. Os fatores locacionais mais relevantes para o
desenvolvimento do turismo são: característica regional; recursos humanos;
recursos de conhecimento; recursos de capital; infra-estrutura; demanda; apoio; e
institucional. Por fim, foram sugeridas ações à União, Estado, Município e iniciativa
privada que estimulem o desenvolvimento do turismo na região Norte do Paraná,
ações essas como: uma maior integração entre empresas de turismo e o
institucional, já que existe um Programa de Regionalização do Turismo (PRT).
Palavras-chave: Competitividade. Desenvolvimento Regional. Turismo.
7
ABSTRACT
We are living on a society with regions without resources, and such situation is, most
of the times, the result of the stagnation and inactivity of the responsible agencies by
the promotion of the development, either public or private agencies. It is a challenge,
huge and necessary, to create a sustainable model of development that includes the
society and that is efficient, improving this way, the everyday of a society on a
lifelong way that take into account the competitively and the regional development.
This study aims to evaluate the development potential of tourism in the Northern
region of Paraná State, so it is necessary firstly to identify what kind of competitive
strategy the tourism companies of the Northern regions of Paraná State use.
Secondly, verify what are most relevant location factors for the development of
tourism in the region, and finally, recommend actions for public and private
institutions that stimulate the development of the tourism in the named region. This is
a descriptive study and it has as an analysis level the Northern regions of Paraná,
where seven tourism companies were researched delimitated by the ADETUNORP
which has 92 participant municipalities of this agency, supportive institutions, town
halls and teaching institutions. The survey and the analysis of the evidences was
based in the logic of the descriptive investigation and happened in a mix case study
and a field study. For collecting the data was used interviews and semi structured
questionnaires. The data analysis was on a qualitative way with content analysis.
The relevant results showed that most of the tourism companies of the Northern
region of Parana used competitive strategies of focusing and differentiation. The
most relevant location factors for the development of the tourism are: regional
characteristics; human resources; capital resources; self structure; dispute; support;
and institutional. Finally, it was suggested actions to the Union, State, Municipal and
private initiative that stimulate the development of tourism in the Northern region of
Parana, actions as: a bigger integration between the tourism companies and the
institutional, since there is a Tourism Regionalization Program.
Keywords: Competitively. Regional Development. Tourism.
8
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – CHEGADA DE TURISTAS INTERNACIONAIS.............................. 34
TABELA 2 – PAÍSES RECEPTORES DE TURISTAS INTERNACIONAIS......... 35
TABELA 3 – PRINCIPAIS DESTINOS NO MUNDO........................................... 35
TABELA 4 – POSIÇÕES ICCA 2006 / REALIZAÇÕES DE EVENTOS
INTERNACIONAIS..........................................................................
38
TABELA 5 – EMPREGOS E OCUPAÇÕES DIRETOS GERADOS POR ANO
SETOR DE TURISMO....................................................................
39
TABELA 6 – DADOS ESTATÍSTICOS DO TURISMO NO PARANÁ.................. 43
TABELA 7 - COMPARATIVO DAS PRINCIPAIS ESTATISTICAS DO
TURISMO NO BRASIL...................................................................
91
TABELA 8 - PRINCIPAIS DESTINOS VISITADOS PELOS TURISTAS
ESTRANGEIROS EM 2005............................................................
92
9
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – TIPOS DE TURISMO, TENDO EM VISTA A DEMANDA............... 23
FIGURA 2 – ATIVIDADES E OFERTA TURÍSTICAS......................................... 25
FIGURA 3 – MARCAS DA INDÚSTRIA TURÍSTICA.......................................... 27
FIGURA 4 – CONTRIBUIÇÕES DISCIPLINARES PARA O CAMPO DO
TURISMO........................................................................................
32
FIGURA 5 – EVOLUÇÃO NO NÚMERO DE EMPREGADOS FORMAIS
NA ATIVIDADE TURÍSTICA...........................................................
38
FIGURA 6 – CENÁRIO PROSPECTIVO DO TURISMO NO BRASIL.................
39
FIGURA 7 – CENÁRIO PROSPECTIVO DO TURISMO NO PARANÁ...............
44
FIGURA 8 – VANTAGENS COMPETITIVAS SISTÊMICAS DE CLUSTERS
TURÍSTICOS.................................................................................
46
FIGURA 9 – AS CINCO FORÇAS COMPETITIVAS........................................... 52
FIGURA 10– MODELO DE IMPACTO DO TURISMO NO
DESENVOLVIMENTO LOCAL.......................................................
57
FIGURA 11– MODELO DO DIAMANTE DE PORTER.........................................
58
FIGURA 12– NÍVEIS DE COMPETITIVIDADE SISTÊMICA DE UM CLUSTER
TURÍSTICO....................................................................................
60
FIGURA 13– DETERMINANTES DA COMPETITIVIDADE SISTÊMICA............. 61
FIGURA 14– VISÃO EMPRESARIAL DA COMPETITIVIDADE...........................
63
FIGURA 15– VISÃO ESTRUTURAL DA COMPETITIVIDADE............................ 64
FIGURA 16– VISÃO SISTÊMICA DA COMPETITIVIDADE.................................
64
FIGURA 17- MODELO DE PESQUISA............................................................... 72
FIGURA 18- MODELO SIMPLIFICADO DE PESQUISA..................................... 79
FIGURA 19- RELACIONAMENTO PROPOSTO DAS VARIÁVEIS DE
PESQUISA......................................................................................
81
FIGURA 20- MAPA DO PARANÁ COM ATRAÇÕES TURISTICAS....................
94
FIGURA 21- MAPA DA REGIÃO NORTE DO PARANÁ......................................
95
FIGURA 22- SITUAÇÃO HIDRICA NO SOLO..................................................... 124
FIGURA 23- OFERTA TURISTICA MARGEADA PELA BR 369......................... 127
FIGURA 24- OFERTA TURISTICA DA REGIÃO NORTE DO PARANÁ............. 128
FIGURA 25- SEGMENTOS TURÍSTICOS REAIS DA REGIÃO NORTE
10
DO PARANÁ................................................................................... 129
FIGURA 26- DEMANDA TURISTICA A PARTIR DE LONDRINA....................... 130
FIGURA 27- CLASSIFICAÇÃO DA OFERTA TURISTICA E EQUIPAMENTO
E SERVIÇOS..................................................................................
140
FIGURA 28- TIPOS POTENCIAS DE TURISMO NA REGIÃO NORTE DO
PARANÁ.........................................................................................
141
FIGURA 29- DEMANDA POTENCAL A PARTIR DE LONDRINA....................... 142
FIGURA 30- CAPACIDADE EMPRESARIAL.......................................................
143
FIGURA 31- SITUAÇÃO REAL E POTENCIAL DA REGIÃO.............................. 145
11
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1– TIPOLOGIAS DA ABORDAGEM DE COMPETITIVIDADE............ 50
QUADRO 2– FATORES DETERMINANTES DA COMPETITIVIDADE SOB
A ÓTICA DE ALGUNS AUTORES..................................................
55
QUADRO 3– TEORIAS DO CRESCIMENTO REGIONAL...................................
66
QUADRO 4– MODELO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL NA AMÉRICA
LATINA............................................................................................
71
QUADRO 5–RESUMO DA METODOLOGIA....................................................... 88
QUADRO 6-
RESUMO DA REGIÃO NORTE...................................................... 96
QUADRO 7-
QUADRO RESUMO DAS EMPRESAS ESTUDADAS....................
104
QUADRO 8-
QUADRO RESUMO DAS ESTRATÉGIAS DAS EMPRESAS
ESTUDADAS..................................................................................
121
12
LISTA DE SIGLAS
ACT - Atividades Características do Turismo
ADETUNORP - Agência de Desenvolvimento Turístico do Norte do Paraná
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social
CCPC - Centro de Capacitação, Produção e Comercialização
CEPATUR - Conselho Paranaense de Turismo
CMMAD - Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento
CODEL - Companhia de Desenvolvimento de Londrina
ECOPARANÁ - Serviço Social Autônomo
EMATER - Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural
EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo
FAFICOP - Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Cornélio
Procópio
FAP - Faculdade de Apucarana
FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador
FECEA - Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana
FESTUR - Fundação de Esporte e Turismo
FINAME - Financiamento de Máquinas e Equipamentos
IAD - Instituto Alemão de Desenvolvimento
IAP - Instituto Ambiental do Paraná
IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICCA - International Congress & Convention Association
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
IDH-M - Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal
IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social
MBA - Master of Bussines Administration
MINTER - Mestrado Interinstitucional em Administração
MPEs - Micro e Pequenas Empresas
NATE - Núcleo de Assessoria Turística e Eventos
OCDE - Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico
OMT - Organização Mundial de Turismo
ONU - Organização das Nações Unidas
13
PAC - Programa de Aceleração ao Crescimento
PARANATUR - Empresa Paranaense de Turismo
PIB - Produto Interno Bruto
PJ - Pessoa Jurídica
PROGER - Programa de Geração de Emprego, Trabalho e Renda
PRONAF - Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar
PRT - Programa de Regionalização do Turismo
RAIS - Relação Anual de Informações Sociais
SAC - Sistema de Amortização Constante
SEAB - Secretaria da Agricultura e do Abastecimento
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SEIT - Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo
SETU - Secretaria de Estado do Turismo
TRAF - Turismo Rural na Agricultura Familiar
UEL - Universidade Estadual de Londrina
UF - Unidade Federativa
UFPR - Universidade Federal do Paraná
14
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 16
1.1 APRESENTAÇÃO.......................................................................................... 16
1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................. 18
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-EMPÍRICA.................................................... 20
2.1 O TURISMO................................................................................................... 20
2.1.1 Conceituação.............................................................................................. 21
2.1.2 Elementos básicos do turismo.................................................................... 21
2.1.2.1 Demanda.................................................................................................. 22
2.1.2.2 Oferta....................................................................................................... 23
2.1.2.3 Espaço geográfico.................................................................................... 26
2.1.2.4 Operadoras de turismo............................................................................. 26
2.1.3 O turismo como indústria............................................................................ 27
2.1.4 Tipos e formas de turismo........................................................................... 28
2.1.5 Abordagens do turismo na interdisciplinaridade......................................... 31
2.1.6 Panorama do setor de turismo.................................................................... 32
2.1.6.1 Panorama mundial do turismo................................................................. 33
2.1.6.2 Panorama nacional do turismo................................................................. 36
2.1.6.3 Panorama estadual e regional do turismo................................................ 40
2.1.7 Alguns estudos do turismo no Paraná........................................................ 45
2.2 COMPETITIVIDADE...................................................................................... 47
2.2.1 Conceitos.................................................................................................... 48
2.2.2 Fatores que induzem à competitividade...................................................... 51
2.2.2.1 Inovação................................................................................................... 52
2.2.2.2 Produtividade .......................................................................................... 53
2.2.2.3 Tecnologia................................................................................................ 53
2.2.2.4 Pessoas.................................................................................................... 54
2.2.2.5 Redes de empresas................................................................................. 54
2.2.2.6 Ação do governo...................................................................................... 54
2.2.3 Modelos de análise de competitividade...................................................... 56
2.2.3.1 Modelo do diamante de Porter................................................................. 57
2.2.3.2 Modelo de competitividade sistêmica de Altenburg................................. 59
2.2.3.3 Modelo de competitividade sistêmica de Meyer-Stamer.......................... 61
2.2.3.4 Modelo de competitividade sistêmica de Coutinho e Ferraz.................... 63
2.3 DESENVOLVIMENTO REGIONAL................................................................ 65
2.3.1 Dimensões do desenvolvimento regional.................................................... 68
2.3.2 Modelos de crescimento e desenvolvimento regional................................. 69
2.3.3 Desenvolvimento Sustentável.....................................................................
2.3.4 Papel das instituições no desenvolvimento regional...................................
73
75
2.3.5 Facilitadores e barreiras ao desenvolvimento regional............................... 77
3. METODOLOGIA.............................................................................................. 79
3.1 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA..................................... 80
3.2 DELINEAMENTO E DESIGN DA PESQUISA............................................... 86
3.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA...................................................................... 86
3.3.1 População................................................................................................... 86
3.3.2 Fonte e coleta de dados.............................................................................. 87
3.4 TRATAMENTO DOS DADOS........................................................................ 87
3.5 LIMITAÇÕES DO ESTUDO........................................................................... 87
15
3.6 RESUMO DA METODOLOGIA...................................................................... 88
4. APRESENTAÇÃO DAS INFORMAÇÕES....................................................... 90
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO ESTUDADA............................................. 90
4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS DE TURISMO ESTUDADAS.......... 96
4.3 ÓRGÃOS MUNICIPAIS DE APOIO AO TURISMO....................................... 104
4.4 INSTITUIÇÕES DE ENSINO E DE APOIO.................................................... 110
4.5 AGENTES FINANCIADORES DO TURISMO................................................ 115
5. ANÁLISE E PROPOSTAS............................................................................... 121
5.1 ESTRATÉGIA COMPETITIVA UTILIZADA PELAS EMPRESAS DE
TURISMO NA REGIÃO NORTE DO PARANÁ.........................................
121
5.2 FATORES LOCACIONAIS MAIS RELEVANTES PARA O DESENVOLVI-
MENTO DO TURISMO NA REGIÃO NORTE DO PARANÁ.....................
123
5.3 PROPOSTAS DE AÇÕES RECOMENDADAS PARA A UNIÃO QUE
ESTIMULEM O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA REGIÃO
NORTE DO PARANÁ................................................................................
132
5.4 PROPOSTAS DE AÇÕES RECOMENDADAS PARA O ESTADO QUE
ESTIMULEM O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA REGIÃO
NORTE DO PARANÁ................................................................................
135
5.5 PROPOSTAS DE AÇÕES RECOMENDADAS PARA O MUNICÍPIO QUE
ESTIMULEM O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA REGIÃO
NORTE DO PARANÁ................................................................................
138
5.6 PROPOSTAS DE AÇÕES RECOMENDADAS PARA A INICIATIVA
PRIVADA QUE ESTIMULEM O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
NA REGIÃO NORTE DO PARANÁ...........................................................
143
6 CONCLUSÃO................................................................................................... 146
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 149
APÊNDICE........................................................................................................... 158
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO
Estamos vivendo em uma sociedade onde encontramos regiões desprovidas
de recursos, e tal situação é muitas vezes, resultante da estagnação e da inércia dos
órgãos responsáveis pela promoção do desenvolvimento, quer sejam órgãos
públicos quer sejam privados. Existe uma grande preocupação em reverter esse
quadro, que tem contribuído de forma assustadora para o alcance de terríveis níveis
de pobreza, aumentando a taxa de desemprego, acarretando aumento da violência
e da criminalidade, dentre outros problemas sociais. Com isso há necessidade
urgente de um novo modelo de desenvolvimento, que contribua de forma eficiente
para as soluções dos problemas enfrentados pela sociedade. E que esse novo
modelo possa ser constante, trazendo assim o tão esperado “desenvolvimento
sustentável”.
Surgia em 1970 à idéia de que a indústria deveria buscar o desenvolvimento
econômico, porem Brüseke (1996) e Vieira (1995) apontam o fato de que a
sociedade industrial de forma alguma poderia crescer de forma indefinida. As forças
que determinavam o crescimento econômico contínuo das indústrias poderiam
prejudicar o equilíbrio ecológico global, ameaçando nações desenvolvidas e em
pleno desenvolvimento, mesmo que em nome do chamado “desenvolvimento”.
Segundo Wennekers e Thurik (1999), os países desenvolvidos agregavam
valor a sua produção através de investimento na industrialização, diversificando a
economia. Foram então adotados todos inovadores de produção pelos
empreendedores, que diversificaram a economia da manufatura, alcançando dessa
forma novos mercados. Na busca de gerar novas oportunidades de negócios,
iniciativas privada e pública dispõem de ações que incentivam as empresas locais,
com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento regional. Estas ações de
incentivo consistiram em terrenos e construções cedidas para instalações; incentivo
ao turismo; serviços de terraplanagens; saneamento básico e energia; incentivos
fiscais ou redução nos impostos; criação de parques industriais; entre várias.
Diante desse quadro, é um desafio, grande e necessário, criar um modelo de
desenvolvimento sustentável que inclua a sociedade e seja eficaz, melhorando,
assim, o cotidiano da sociedade de uma forma duradoura. Desenvolvimento
17
sustentável foca a necessidade de promover o desenvolvimento econômico,
satisfazendo os interesses da geração presente, sem, contudo, comprometer a
geração futura (CMMAD, 1991).
Outro aspecto importante para o desenvolvimento regional é a
competitividade. Segundo Porter (1999) a competitividade em nível nacional deve
considerar o ambiente competitivo onde está inserida, e as empresas devem adquirir
conhecimento, de tal forma que consigam traçar estratégias que as tornem
empresas competidoras globais eficientes. O “Diamante de Porter (1993)
apresenta-se como um esquema de análise dos fatores responsáveis pela criação
de vantagens competitivas das nações, de uma região ou indústria. As
determinantes da vantagem nacional são as condições de demanda, indústrias
correlatas e de apoio, condições de fatores e estratégia, estrutura e rivalidade das
empresas.
De acordo com Porter (1993), os fatores locais influenciam na vantagem
competitiva duradoura, em um mundo globalizado. Como o desenvolvimento das
indústrias pode alavancar o desenvolvimento da região, logo, o tema deste estudo
será a análise da potencialidade da indústria do turismo, a ser desenvolvido na
região Norte do Paraná.
Diante deste quadro e da preocupação com o desenvolvimento regional e
competitividade, o tema do presente trabalho é: desenvolvimento do turismo na
região Norte do Paraná.
O objetivo geral deste trabalho é avaliar o potencial de desenvolvimento do
turismo na região Norte do Paraná, para a viabilização do objetivo geral se faz
necessário traçar alguns objetivos específicos:
Identificar que tipo de estratégia competitiva utiliza as empresas de
turismo na Região Norte do Paraná;
Quais os fatores locacionais mais relevantes para o desenvolvimento
do turismo na região Norte do Paraná;
Recomendar ações para instituições públicas e privadas que estimulem
o desenvolvimento do turismo nessa região.
18
1.2 JUSTIFICATIVA
Sofremos algumas transformações econômicas no século passado, as quais
acarretaram problemas que atualmente afligem a comunidade global. No tangente à
questão de sustentabilidade no mundo dos negócios, passamos por um processo de
civilização complicado e não muito harmonizador. Faz-se necessário a disseminação
de empreendimentos com enfoque no desenvolvimento sustentável. Espera-se que
as empresas estejam estimuladas, para que possam desenvolver-se localmente,
mas também harmonicamente.
No Brasil, e aqui no norte do Paraná, observou-se a necessidade de se
estimular, cada vez mais, o desenvolvimento sustentável. Considera-se então uma
boa oportunidade a realização desta pesquisa voltada ao turismo, objetivando
identificar as oportunidades de negócios no desenvolvimento sócio-econômico
dessa região.
É necessário ressaltar o papel proeminente do turismo em um país tropical e
diversificado como o Brasil. De acordo com o Ministério do Turismo, sua missão é
desenvolver o turismo como atividade econômica sustentável, com papel relevante
na geração de empregos e divisas, proporcionando a inclusão social. Esse Ministério
inova na condução de políticas públicas, com um modelo de gestão descentralizado,
orientado pelo pensamento estratégico. A Empresa Brasileira de Turismo
(EMBRATUR) na época de sua criação, em 18 de novembro de 1966, tinha como
principal objetivo fomentar a atividade turística, criando condições para a geração de
emprego, renda e desenvolvimento em todo o país. Desde janeiro de 2003, com a
instituição do Ministério do Turismo, sua atuação concentra-se na promoção, no
marketing e apoio à comercialização dos produtos, serviços e destinos turísticos
brasileiros no exterior (EMBRATUR, 2008).
Nesse contexto, considera-se primeiramente que é fundamental utilizar um
modelo de análise de desenvolvimento de um município, para avaliar o potencial de
desenvolvimento especificamente do setor de turismo na região Norte Paranaense,
identificando potenciais negócios no setor de turismo, bem como o tipo de estratégia
utilizada pela empresas e sugerir às instituições públicas e privadas algumas ações
que permitam sua implementação, promovendo o desenvolvimento dessa região.
Como justificativa acadêmica, um dos fatores mais importantes deste trabalho
é a contribuição da pesquisa embasada no conceito de sustentabilidade que integra
19
visões até recentemente conflitantes entre os interesses dos negócios privados e
interesses da gestão das coisas públicas.
Contribui também com a utilização de um novo modelo de avaliação de
oportunidades de negócio, que levam em consideração conceitos tradicionais de
competitividade e desenvolvimento regional, mas que também incorpore conceitos
mais modernos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável.
E por fim, esta pesquisa justifica-se por conhecer a dinâmica econômica
regional do turismo e os impactos positivos e negativos que tal indústria traz para a
região.
O presente estudo visa a colaborar com o projeto MINTER FAFICOP/UFPR
que tem como objetivo principal a promoção do desenvolvimento regional. No âmbito
socioeconômico, justifica-se a pesquisa, pois a região norte do Paraná é privilegiada
e propícia a exploração do turismo, bem como abundância de o de obra de
baixa qualificação, carente de empregos, e que poderia beneficiar-se com o
desenvolvimento deste segmento.
Por fim, a existência de estudos por parte de alguns municípios da região
para a exploração do turismo com perfil socioeconômico, o que traz indícios que
este tipo de negócio pode ser viável e vantajoso para a região em estudo.
Este trabalho está dividido em seis partes. Na primeira parte apresenta-se o
tema, problema, objetivos gerais e específicos e a justificativa para a realização
desta pesquisa. A segunda parte se refere à fundamentação teórico-empírica e
contém três seções, sendo que a primeira apresenta o setor do turismo em nível
internacional, nacional, estadual e regional e estudos realizados sobre este setor;
a segunda seção trata da competitividade, fatores determinantes e modelos de
análise e a terceira seção trata da questão do desenvolvimento regional, do papel
das instituições, das barreiras e facilitadores e à evolução dos modelos de
desenvolvimento regional. A terceira parte apresenta a metodologia utilizada no
trabalho. A quarta parte traz a apresentação das informações. Na quinta parte
apresenta-se a análise das informações e propostas de ações para a União, Estado,
Municípios e iniciativa privada que estimulem o desenvolvimento do turismo na
região Norte do Paraná. E por fim na sexta parte as principais conclusões e
recomendações para estudos futuros.
20
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-EMPÍRICA
Esta seção apresenta os principais temas que compõem a base teórica para
subsidiar os procedimentos metodológicos, análises e recomendações
subseqüentes. Nesse sentido, a base teórico-empírica compõe o turismo, a
competitividade e o desenvolvimento regional.
2.1 O TURISMO
O turismo é uma atividade que envolve tanto aspectos econômicos como
sociais, políticos e culturais. Hoje uma concepção, quase que unânime de que o
ele é feito através da comunicação e interação de pessoas com outras pessoas, com
as manifestações culturais de diferentes povos e com a natureza (HAZIN et al.
2000).
Segundo Lage e Milone (2001), o turismo vem se transformado numa
atividade econômica de grande relevância mundial. O crescimento explosivo da de-
manda e da oferta de serviços turísticos tem sido propiciado pela disseminação de
informações, redução dos custos de transporte, investimentos em infra-estrutura e o
aumento da renda mundial. Assim, o turismo deve ser compreendido como um
conjunto de bens e serviços promovendo o desenvolvimento socialmente justo e a
economia equilibrada, no âmbito local e regional, integrando tanto o
desenvolvimento rural como urbano, proporcionando um processo de
desenvolvimento diversificado economicamente (Salvati, 2004).
uma preocupação em prevenir os impactos ambientais do turismo
decorrentes da degradação dos recursos naturais, por isso é necessário concentrar
esforços, criando um desenvolvimento sustentável, e não somente dos recursos
naturais, mas incluindo aos produtos, atrativos e equipamentos turísticos. Para
Ruschmann (1997), turismo sustentável e desenvolvimento sustentável estão
ligados intimamente à sustentabilidade do meio ambiente, uma vez que o
desenvolvimento e o desenvolvimento do turismo, em especial, dependem da
preservação da viabilidade de seus recursos de base e de forma continuada. Neste
contexto socioeconômico, o turismo pode ser considerado como uma indústria limpa,
que gera importantes divisas, sem poluição ou dano ao ambiente (Manosso, 2005).
21
2.1.1 Conceituação
O conceito de turismo pode ser estudado por varias perspectivas, pois é
matéria bastante controversa. O turismo relaciona-se com viagens, porém não são
todas as viagens que podem ser consideradas como turismo.
Uma das conceituações mais antiga de turismo é a do economista austríaco
Herman Von Schullard, em 1910 que definia o turismo como a soma das operações,
principalmente as de natureza econômica, relacionadas com a entrada, a per-
manência e o deslocamento de estrangeiros para dentro ou para fora de um país,
cidade ou região (IGNARRA, 2000).
Em 1942, Hunziker e Krapf conceituaram o turismo como a somatória dos
fenômenos e das relações resultante das viagens e das estâncias dos não
residentes, desde que não estejam ligados a uma residência permanente nem a
uma atividade remunerada. Burkart e Medlik (1981) definiram turismo como os
pequenos deslocamentos e temporais para destinos fora do lugar habitual de
residência e trabalho ou atividades empreendidas durante a estada nesses destinos.
Por fim, destaca-se a definição adotada pela Organização Mundial de Turismo
(OMT, 1994), onde o turismo compreende as atividades realizadas pelas pessoas
durante as viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um
período consecutivo inferior a um ano, por lazer, negócios ou outros. Vale ressaltar
que em todos esses conceitos, vários elementos são comuns, pois levam em
consideração que um deslocamento do turista e que ele está fora de sua
residência habitual; o período da estadia não deve ser de caráter permanente;
compreende a viagem e as atividades envolvidas durante o percurso e estadia.
Finalmente seja qual for o motivo da viagem, o turismo inclui tanto os serviços como
os produtos para satisfazer as necessidades dos turistas.
2.1.2 Elementos básicos do turismo
A natureza da atividade turística consiste em um conjunto complexo de inter-
relações de diferentes fatores que devem ser considerados em conjunto, sob uma
ótica sistemática, ou seja, um conjunto de elementos inter-relacionados que evoluem
de forma dinâmica. Distinguem-se quatro elementos básicos no conceito de
atividade turística: demanda; oferta; espaço geográfico e operadoras de turismo.
22
2.1.2.1 Demanda
A demanda é formada por um conjunto de consumidores ou consumidores em
potencial de bens e serviços turísticos. Os turistas, os viajantes e os visitantes
formam a demanda turística. Esse grupo de pessoas pode ser heterogêneo, com
personalidades e interesses diferentes, caracterizado pelas motivações,
experiências e sociodemográficas. assim várias classificações dentro da
demanda turística, e todas elas são relevantes, pois, identificados seus modelos é
possível busca a homogeneidade de conceitos, facilitando a elaboração e a
formulação das estratégias no setor turístico.
A OMT (1995) distingue os conceitos de viajante e de visitante. Viajante é
qualquer pessoa que viaje entre dois ou mais países ou entre duas ou mais loca-
lidades em seu país de residência habitual. Visitantes são todos os tipos de viajantes
relacionados ao turismo.
Lage e Milone (2001) definem a demanda turística como a quantidade de
bens e serviços turísticos que os indivíduos desejam consumir, por um determinado
preço, em determinado período de tempo. Dessa forma, o principal agente
econômico responsável pela demanda turística é o consumidor de produtos
turísticos, denominado turista. E do ponto de vista da demanda, levando-se em
conta a direção dos fluxos ou correntes turísticas, são determinadas diferentes
formas de turismo, conforme Figura 1.
23
FIGURA 1 - TIPOS DE TURISMO, TENDO EM VISTA A DEMANDA
Internacional
FONTE: OMT (1994 p. 43)
Portanto, o lugar de origem dos turistas e o destino escolhido por eles podem
ser distinguidos entre turismo doméstico (residentes visitando seu próprio país),
turismo receptivo (não residentes procedentes de um determinado país) e turismo
emissor (residentes no próprio país, dirigindo-se a outros países). As três formas de
turismo podem ser combinadas com turismo interior (doméstico receptivo), turismo
nacional (doméstico e emissor) e turismo internacional (emissor e receptivo).
2.1.2.2 Oferta
Segundo Ignarra (1999), oferta turística é constituída por um conjunto de
elementos que conformam o produto turístico, e que, isolados possuem
pouco valor turístico ou são somente úteis para outras atividades que não a turística.
Porém esses elementos agrupados podem compor o que se denomina "produto
turístico". Segundo o autor, a oferta turística pode ser composta por um conjunto de
elementos divididos em alguns grupos como atrativos turísticos; serviços turísticos;
serviços públicos e infra-estrutura básica.
Oliveira (2000) entende que oferta turística é tudo o que o local dispõe que
pode ocupar o tempo dos turistas, englobando tanto seus recursos naturais como
artificiais, bem como os bens e serviços públicos e privados. Quanto maior a
24
capacidade de produzir atividades que ocupem o tempo livre dos turistas, maiores
serão os lucros da localidade. Cada região oferece seu próprio produto. Aquela
região que conseguir oferecer maior variedade de produtos, com melhores preços e
serviços, vencerá a concorrência. As ofertas fazem com que as correntes turísticas
se desviem facilmente de uma região pra outra.
A OMT (1996) apóia-se no conceito de gastos turísticos para identificar
diferentes categorias de oferta turística, conforme o local em que se realize o gasto.
Assim, leva em consideração que todo gasto de consumo efetuado por um visitante
ou por conta de um visitante, durante seu deslocamento e sua estada no lugar de
destino. Dessa forma são apresentados, na Figura 2 os agrupamentos de diferentes
categorias de oferta turística.
25
FIGURA 2 - ATIVIDADES E OFERTAS TURÍSTICAS
FONTE: MCINTHOSH E GOELDNER, 1990 (OMT, 1994 p. 45)
Os principais conceitos de gasto turístico, conforme OMT (1996) se fossem
classificados por partes, seriam obtidos das combinações de alojamento,
alimentação, transporte, lazer, cultura, atividades esportivas e compras entre outros.
Todas essas atividades são realizadas predominantemente no lugar de destino
turístico, pois é aí que se assenta a oferta turística.
Dessa forma, as agências de viagens, principalmente nos mercados de
origem, têm a função de mediadoras entre a oferta e a demanda; realizam a função
de comercialização da oferta turística, comunicando e distribuindo o produto
turístico. A margem de lucro das agências por sua mediação fará parte da economia
nacional do país de origem e não da do destino turístico.
26
2.1.2.3 Espaço geográfico
A experiência turística ocorre em espaço geográfico. Na literatura turística é
possível encontrar termos como:
Espaço turístico: determinado lugar geográfico onde acontece a oferta
turística e de onde flui a demanda. Boullón (1990) subdivide este espaço em
unidades menores: zona turística, área turística, complexo turístico, centro
turístico ou núcleos turísticos.
Município turístico: termo empregado em algumas normas, como no caso da
Lei ns 7/1995, da Organização de Turismo em Canárias. Delimita o espaço
administrativo com os limites idênticos aos limites municipais. Adotam-se
também os termos zonas turísticas, que podem abranger mais de um
município ou núcleos turísticos, em um âmbito inferior ao municipal.
Destino turístico, para Buli (1994), é o país, região ou cidade para onde se
dirigem os visitantes, tendo-os como principal objetivo. Outros autores
(Cooper et al, 1993) definem o destino turístico como a concentração de
instalações e serviços planejados para satisfazer as necessidades dos
turistas. Ao falar de destino faz-se referência a um lugar de recepção aos
visitantes. É o lugar para onde tem de se deslocar a demanda, a fim de
consumir o produto turístico.
2.1.2.4 Operadoras de turismo
Operadoras de turismo são aqueles agentes participantes das atividades
turísticas, sejam os intermediários entre o consumidor final e o produto turístico, ou
os que possam estender sua ação mediadora ao resto da oferta complementar como
alimentação, hotel, conjunto de oferta de alojamento, entre outros. Relacionam-se
também as atividades de transportes e a comercialização dos pacotes turísticos,
como as agências de viagens, as operadoras turísticas e as centrais de reserva.
Todos esses quatros aspectos formam a indústria turística, na qual, além da
totalidade desses elementos, deve-se levar em consideração os fatores
denominados exógenos não controláveis, e que podem influenciá-la, contribuindo
então para o conceito sistemático do turismo, conforme Figura 3.
27
FIGURA 3 - MARCAS DA INDÚSTRIA TURÍSTICA
FONTE: OMT (2001, p. 49)
2.1.3 O turismo como indústria
O turismo tem uma atenção especial em razão de ser uma fonte geradora de
receitas e de exigir uma manipulação metódica, consolidando-se dentro do conceito
de "indústria normal". Beni (1998) afirma que no turismo tanto a área estatal como a
empresarial têm como objetivo real o lucro. O Estado almeja um superávit no
balanço de pagamento sob a atividade turística, em função da entrada de divisas. E
as empresas que atuam no setor turístico, de igual forma, dimensionam a prestação
dos serviços em função dos lucros sobre os investimentos. Dessa forma, o turismo
pode ser considerado como indústria, pela existência de uma organização em um
28
setor que promove viagens e beneficia os locais receptores, pelos meios que utiliza
e pelos resultados produzidos.
Conforme Wahab (1977), o turismo é uma indústria capaz de propiciar
crescimento econômico pido, com ofertas de empregos, nível de vida, renda e
ativação de outros setores produtivos do país receptor.
Oliveira (2000) ressalta que a chamada “indústria do turismoengloba vários
setores: hotelaria, transporte de passageiros, esporte, lazer, repouso, congressos,
de exposições, arte, brindes e suvenires, cassinos e outros que estão ligados, direta
ou indiretamente, às viagens individuais ou de grupos. E complementa Steinbruch
(1998) que a indústria do turismo é uma grande produtora de riquezas e aparece,
em todo o mundo, como um dos mais importantes segmentos geradores de
empregos e postos de trabalho.
A OMT (2001) ressalta que a indústria turística caracteriza-se por sua grande
complexidade, não somente pela ampla quantidade de elementos que a compõe,
mas também pelos diferentes setores econômicos do seu desenvolvimento. Dessa
forma, o turismo é considerado como uma exportação de uma região ou nação até o
lugar de destino, gerando renda, favorecendo a criação de empregos, ingresso de
divisas que ajudam a equilibrar a balança de pagamentos, aumentando impostos pú-
blicos e aquecendo a atividade empresarial. A atividade turística tem uma grande
importância na economia, devido a sua elevada contribuição para a geração de
Valor Agregado Bruto na região receptora.
Neste contexto de turismo como indústria, Oliveira (2000) afirma que o
turismo aproveita os bens da natureza sem esgotá-los; emprega mão-de-obra em
grande escala; exige altos investimentos; gera rendas individuais e empresariais;
proporciona a entrada de divisas na balança de pagamentos; origina receitas para
os cofres públicos; produz efeitos na economia do país; valoriza imóveis e
impulsiona a construção civil. Logo, são inúmeros os benefícios que propicia.
2.1.4 Tipos e formas de turismo
Segundo Oliveira (2000), vários tipos de turismo praticados em todo o
mundo, tornando essa atividade uma grande opção de desenvolvimento. No entanto
cada local deve definir que tipo ou tipos de turismo nele se enquadram, conforme o
potencial da região. Ele enumera os tipos principais de turismo.
29
Turismo de lazer: praticado por pessoas que viajam por prazer, sem muitas
pretensões, desejando apenas conhecer novos locais, mudar de ambiente,
descansar, rever amigos, visitar parentes, “curtir” a paisagem, sair em rias
com a família.
Turismo de eventos: praticado por quem deseja participar de acontecimentos
promovidos com o objetivo de discutir assuntos de interesse comuns ou
expor/lançar novos artigos no mercado, que podem ser: congressos,
convenções, seminários, mesas redondas, simpósios, painéis, conferências,
fóruns, colóquios, palestras, exposições, salões e feiras, mostras, encontros e
bolsas, festas, festivais, entre outros.
Turismo de águas termais: praticado por pessoas que buscam as estâncias
hidrominerais para tratamento de saúde ou por recreação.
Turismo desportivo: praticado por pessoas que vão participar ou assistir a
eventos desportivos. Esse tipo de turismo movimenta a economia local não só
com a presença dos atletas e das assistências, mas também com as obras da
estrutura.
Turismo religioso: praticado por pessoas interessadas em visitar locais
sagrados.
Turismo de juventude: praticado por jovens e estudantes que viajam,
geralmente para comemorar o término de cursos escolares.
Turismo social: praticado por pessoas de baixa renda e contam com a ajuda
de empresas ou governo.
Turismo cultural: praticado por professores, técnicos, pesquisadores,
arqueólogos, cientistas, estudantes em busca de novos conhecimentos.
Turismo ecológico: praticado por pessoas que apreciam a natureza.
Turismo de compras: quando os viajantes normalmente trazem lembranças
para casa.
Turismo de aventura: praticado por pessoas que buscam emoções radicais.
Turismo gastronômico: locais conhecidos e atraentes pelos produtos que
oferecem à mesa.
Turismo de incentivo: resulta da política de empresas que querem aumentar
suas vendas mercadológicas.
30
Turismo da terceira idade: em virtude da qualidade de vida nos países
desenvolvidos, as pessoas estão alcançando idades mais avançadas e
viajam bastante.
Turismo rural: é aquele praticado nas fazendas, sítios ou chácaras, com
atividades próprias da zona rural.
Turismo de intercâmbio: feito por jovens estudantes, com o objetivo de
realizar cursos ou aprender idiomas em outros países.
Turismo de cruzeiros marítimos: tendência cada vez maior, em vista das
facilidades de pagamento (ates somente privilégio dos mais abastados).
Turismo de negócios: praticado por executivos que viajam para participar de
reuniões com seus fornecedores e realizar negócios.
Turismo técnico: praticado por trabalhadores em áreas técnicas, que viajam
para conhecer as instalações de seus fornecedores e resolver problemas.
Turismo de saúde: realizado por pessoas que necessitam tratar a saúde, e
procuram locais com clínicas e serviços médicos especializados.
Turismo étnico e nostálgico: praticado por pessoas que visitam seus lugares
de origem ou os de seus antepassados.
Oliveira (2000) destaca ainda quatro formas de praticar o turismo.
Turismo individual: viagens realizadas sem a intervenção de um agente;
Turismo em grupo: com a participação de diversas pessoas em um
programa;
Turismo organizado: por meio de agências de turismo, providenciando
reservas, transportes, hospedagem e serviços complementares;
Turismo receptivo e turismo emissivo: o receptivo compreende o conjunto de
serviços de apoio e assistência destinados à recepção das pessoas
provenientes de outras regiões do país ou exterior, e no emissivo ocorre o
contrário: assistência e apoio aos movimentos das pessoas que viajam para
fora do local de residência.
31
2.1.5 Abordagens do turismo na interdisciplinaridade
Segundo Geoldner et. al (2002), o turismo engloba quase todos os aspectos
da sociedade. Existe o turismo cultural (abordagem antropológica); a abordagem
psicológica (verifica o comportamento dos turistas); a abordagem no campo da
ciência política (os turistas cruzam fronteiras e são necessários passaportes e vistos
de órgãos governamentais); abordagem jurídica (os setores interagem com os
órgãos legislativo juntamente com a de sociólogos, geógrafos, economistas e
antropólogos, os quais criam as leis, as regulamentações e o ambiente legal no qual
o setor turístico deve operar); há, também, uma abordagem que foca o transporte de
passageiros, entre outras.
Logo, o turismo sendo o amplo, tão complexo e tão multifacetado que o
necessárias diferentes abordagens para estudá-lo, e cada uma delas adaptada a
uma tarefa ou objetivo diferente, conforme Figura 4.
32
FIGURA 4 – CONTRIBUIÇÕES DISCIPLINARES PARA O CAMPO DO TURISMO
FONTE: GOELDNER ET. AL (2002, p.30)
2.1.6 Panorama do setor de turismo
A complexa organização do turismo envolve inúmeras unidades. As
organizações turísticas podem ser analisadas sob a forma geográfica, com as
seguintes composições: internacionais, em regiões do mundo, nacionais, regionais
dentro de países, estaduais ou provinciais e locais (GOELDNER et al., 2002).
33
A importância atual e crescente do turismo no espaço geográfico, nas mais
diversas escalas, de local a mundial, é incontestável. Conforme a OMT (2001), a
importância econômica do turismo é diferente em cada uma das regiões mundiais,
uma vez que o grau de seu desenvolvimento não segue o mesmo ritmo de
crescimento em todas elas. Isso ocorre devido a diversos fatores, entre os quais a
Secretaria Geral de Turismo (1990) destaca: grau de desenvolvimento e crescimento
econômico, renda disponível da população, tempo livre, aspectos demográficos,
entorno político, costumes e crenças religiosas, nível geral de educação e grau de
desenvolvimento tecnológico. Quanto maior o desenvolvimento econômico da
região, maior seu desenvolvimento tecnológico, a renda disponível do cidadão
médio, seu nível de educação, seu tempo livre, favorecendo o crescimento do
turismo.
2.1.6.1 Panorama mundial do turismo
Conforme Dias (2003), o fortalecimento e a consolidação de um novo padrão
de acumulação capitalista planetário, com políticas de desenvolvimento definidas
globalmente, não diminuem o papel das políticas nacionais. A política definida
globalmente se em nível nacional, tornando-se fundamental o acompanhamento
cada vez maior por parte das agências internacionais das políticas públicas
executada pelos Estados, tanto as setoriais como as integradas numa ação de
desenvolvimento sustentável. Dias (2003) ressalta ainda que outro mecanismo
usado é o da normatização dos procedimentos em nível global, para se permitir sua
análise, adotando-se padrões internacionais para o acompanhamento dos processos
de desenvolvimento, quer sejam gerais ou setoriais, como a adoção do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) em nível mundial e local; e no âmbito do turismo, a
necessidade de adoção de um padrão global de procedimentos para a verificação da
evolução das contas nacionais de turismo. À importância do turismo internacional
que se somar o consumo turístico interior, que em muitos países, como os Estados
Unidos, é bastante superior ao turismo internacional.
O documento Turismo no Brasil 2007 / 2010, elaborado pelo Ministério do
Turismo, destaca que os dados econômicos internacionais mostram uma forte
relação entre o ambiente econômico e o crescimento do turismo no mundo todo. O
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) potencializa o crescimento do turismo,
34
tanto no sentido positivo quanto no negativo. No período de 1975 a 2000, o turismo
cresceu a um ritmo médio de 4,4 % anual, enquanto que o crescimento econômico
mundial médio, medido pelo PIB, foi de 3,5% ao ano. Segundo informação da
Organização Mundial do Turismo, aproximadamente de 6 a 8% do total de empregos
gerados no mundo dependem do turismo. Neste documento é relatado que as
chegadas internacionais, em 2004, foram da ordem de 766 milhões de turistas,
superando em mais de 25 vezes as chegadas registradas em 1950, o que significa
um crescimento médio anual de 6,5%. O mercado das viagens representou, em
2004, em torno de 30% do total das trocas internacionais de serviços comerciais,
constituindo um dos seus maiores componentes.
Enquanto as chegadas de turistas internacionais em todo o mundo tiveram
um crescimento na ordem de 50%, no período de 1995 a 2005, no Brasil estes
números cresceram em 170%, no mesmo período, conforme Tabela 1.
TABELA 1 - CHEGADA DE TURISTAS INTERNACIONAIS POR REGIÃO - 1995-2005
FONTE: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO – OMT 2006 & ANUÁRIO ESTATÍSTICO
EMBRATUR (2006)
(DADOS DE 2005 ESTIMADOS)
De acordo com os dados da OMT (2006), os países mais visitados por turistas
internacionais no período de 2001-2005 são os europeus, com a França no primeiro
lugar. Os seguintes países foram os 10 maiores destinos do turismo internacional
conforme Tabela 2.
35
TABELA 2 - PRINCIPAIS PAÍSES RECEPTORES DE TURISTAS INTERNACIONAIS / 2001-2005
FONTE: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO OMT 2006 & ANUÁRIO ESTATÍSTICO
EMBRATUR (2006)
(DADOS DE 2005 ESTIMADOS)
Conforme a OMT, as previsões indicam que o turismo continuará crescendo
nos próximos anos e sua contribuição para a economia estará ligada ao crescimento
da mesma. Mais de um milhão de turistas internacionais viajarão no ano 2010 e
calculam-se l.602 milhões para o ano 2020; as entradas pelo turismo deveriam
alcançar a cifra de 1,5 trilhões no ano 2010 e 2 trilhões em 2020, conforme Tabela 3.
TABELA 3 – PRINCIPAIS DESTINOS NO MUNDO - 2020
FONTE: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO – OMT (2006)
36
2.1.6.2 Panorama nacional do turismo
O planejamento econômico no Brasil passou a ser efetivamente empregado a
partir de 1956, com o Plano de Metas elaborado pelo governo Kubitschek (1956-
1961). Antes disso houve tentativas limitadas e precárias voltadas a identificação de
problemas de natureza setorial, em função dos quais se elaboravam diagnósticos e
propostas que deveriam ser aplicadas a determinadas atividades econômicas.
Dessa forma, o Brasil dispõe de uma experiência em planejamento que pode ser útil
no processo de construção de um sistema de planejamento duradouro e que permita
organizar um desenvolvimento permanente e sustentável (DIAS, 2003).
Segundo Lage e Milone (2001), para que o crescimento e o desenvolvimento
do turismo de um país ocorram de forma organizada, de acordo com um plano
previamente delineado, em detrimento das necessidades identificadas, é
fundamental considerar a participação de dois agentes econômicos: a organização
nacional de turismo, funcionando como uma empresa turística pública, e o governo.
Quanto à organização nacional do turismo, Lage e Milone (2001) afirmam que
a organização deve decidir e resolver os problemas econômicos fundamentais de o
que produzir, como e para quem (os bens e os serviços). As principais funções
dessa organização devem ser regulamentais, consultoras e promocionais, e suas
responsabilidades primordiais devem estar voltadas para a investigação, a
informação, a regulamentação, o controle, a publicidade, a solução de problemas
técnicos e jurídicos, as relações internacionais, a criação de áreas turísticas, a
promoção e a política turística estrangeira. No caso do Brasil, a organização
nacional de turismo é representada pelas atividades do Instituto Brasileiro de
Turismo (EMBRATUR), cujas funções se enquadram nas atribuições mencionadas.
Em relação ao governo, Lage e Milone (2001) destacam que quanto menos
desenvolvido é o país, maior será a intervenção governamental sobre suas
atividades de turismo. A relação do governo com o setor privado e com outras
empresas turísticas é muito necessária, principalmente porque o turismo requer sua
ação em diversos aspectos, inclusive de legislação. Além desses casos, que
envolvem muitos aspectos jurídicos, podem-se destacar como de responsabilidade
governamental, em conjunto com a organização nacional de turismo, realizar os
estudos básicos de mercado da futura demanda turística; promover a propaganda
37
do turismo em nível nacional; definir políticas de preços; aumentar o bem-estar da
população e atuar nas relações exteriores com outros países.
O papel do governo no turismo é fundamental, podendo criar mecanismos
favoráveis para os investimentos turísticos por meio de regulamentações, incentivos,
subsídios, créditos, assessorias cnicas, taxas preferenciais, facilidades especiais,
ajuda nos custos operacionais, recrutamento e treinamento de mão-de-obra,
incentivos e ajudas fiscais.
Conforme o Plano Nacional do Turismo 2007 / 2010, o turismo é uma
atividade que se inter-relaciona com diversos segmentos econômicos e demanda
um complexo conjunto de ações setoriais para o seu desenvolvimento. Por meio de
uma ação intersetorial integrada nas três esferas da gestão pública e da parceria
com a iniciativa privada, conforme a proposta do Programa de Aceleração ao
Crescimento (PAC), os recursos turísticos nas diversas regiões do país se
transformarão em produtos turísticos, propiciando o desenvolvimento sustentável da
atividade, com a valorização e a proteção do patrimônio natural e cultural e o
respeito às diversidades regionais. No que se refere aos investimentos em infra-
estrutura, estes devem se concentrar em três eixos relacionados à infra-estrutura
logística, à infra-estrutura energética e à infra-estrutura social urbana.
O turismo é uma atividade de grande relevância no crescimento econômico
do país devido a sua contribuição para o aumento do PIB, como também pela
capacidade de geração de trabalho, ocupação e renda, com impactos na melhoria
da qualidade de vida da população. De acordo com dados da Relação Anual de
Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego, e considerando
as Atividades Características do Turismo (ACT), o mercado formal de trabalho em
turismo no país passou de 1.716 mil pessoas empregadas, em 2002, para 2.013 mil
pessoas empregadas, em 2006, o que representa um crescimento da ordem de
17,30% em quatro anos, conforme Figura 5.
38
FIGURA 5 – EVOLUÇÃO NO NÚMERO DE EMPREGOS FORMAIS NA ATIVIDADE TURÍSTICA
(EM MILHÕES)
FONTE: MINISTÉRIO DO TURISMO / PLANO NACIONAL DO TURISMO 2007 / 2010
De acordo com a classificação da International Congress & Convention
Association (ICCA), para o ano de 2006, o Brasil passou a ocupar a posição no
ranking dos países que mais realizam eventos internacionais em todo o mundo. Em
2003, o País ocupava a 19ª posição nesse ranking, mantendo-se como o melhor
colocado entre todos os países latino-americanos e como o segundo das Américas,
conforme Tabela 4.
TABELA 4 - POSIÇÕES ICCA 2006 / REALIZAÇÕES DE EVENTOS INTERNACIONAIS
FONTE: MINISTÉRIO DO TURISMO / PLANO NACIONAL DO TURISMO 2007 / 2010
De acordo com o documento Turismo no Brasil 2007 / 2010, a trajetória do
turismo brasileiro nos últimos anos, somada às condições externas, vem
combinando em proporções variadas rumo ao potencial, com alguns reparos a
serem feitos devido ao aumento da concentração de mercado em alguns setores do
turismo. Porém grande parte das premissas traçadas encontra-se bem posicionadas
para o desenvolvimento do setor de turismo, conforme Figura 6.
39
FIGURA 6 – CENÁRIO PROSPECTIVO DO TURISMO NO BRASIL
FONTE: MINISTÉRIO DO TURISMO. TURISMO NO BRASIL 2007 / 2010
De acordo com o Ministério do Turismo (2006), a criação de empregos diretos
no setor aumenta praticamente 70% em quatro anos. Este resultado não apenas
reflete o aumento do PIB e dos gastos públicos e privados, mas também a evolução
do câmbio, conforme Tabela 5.
TABELA 5 – EMPREGOS E OCUPAÇÕES DIRETOS GERADOS POR ANO NO SETOR DE
TURISMO
FONTE: MINISTÉRIO DO TURISMO. TURISMO NO BRASIL 2007 / 2010
40
As previsões das metas para o período 2007 a 2010 revelam que o turismo
possui um grande potencial no aumento da economia como um todo, o turismo, por
ser um setor intensivo em mão-de-obra, pode contribuir para a geração e a
distribuição de renda e geração de emprego no país, vindo a contribuir para o
combate à pobreza e a redistribuição da renda brasileira, minimizando as
desigualdades entre as prioridades no orçamento brasileiro, propostas pelo Plano
Nacional de Turismo. O Brasil está muito aquém de outros países mais
desenvolvidos, nos quais o peso do turismo e dos gastos públicos com o setor são
bem maiores.
2.1.6.3 Panorama estadual e regional do turismo
uma questão que pode incomodar aos estudiosos do turismo regional: ele
é uma opção viável para desenvolvimento de uma região? O Paraná possui
relevantes manifestações culturais e grandes potencialidades a serem
desenvolvidas nos mais diversos setores da atividade econômica, seja dinâmica seja
tradicional. Não se pode tirar proveito somente de vantagens comparativas
tradicionais da região, como a abundância de recursos naturais e mão-de-obra
barata, mas é necessário juntar esforços para criar novas competências em nível
regional.
Coutinho (1998) afirma que a capacidade de articular novas oportunidades
em setores de rápido crescimento depende de uma conjugação especial de
condições. É o resultado da soma dos empreendimentos, competências na
capacidade técnica de produção, de engenharia, de gestão e de comercialização. O
desenvolvimento dessas competências depende de uma acumulação tácita de
conhecimentos dentro da empresa ou da região e da forma como funciona o
restante do sistema de formação profissional, da criação de conhecimento na
universidade, fora da universidade, e em outras instituições.
De acordo com Dias (2003), embora o turismo de negócios, o cultural e
alguns outros tipos de turismo se dirijam, normalmente, aos núcleos urbanos, grande
parte da demanda turística opta por localizar-se nas zonas menos desenvolvidas,
tendência crescente devido à relevância do turismo alternativo, principalmente de
natureza. O setor público e os órgãos de financiamento têm assumido um papel
importante, concedendo estímulos diretos e indiretos na promoção do
41
desenvolvimento nas regiões menos favorecidas. Dessa forma, o turismo tem tido
um impacto positivo no desenvolvimento regional, que se caracteriza por obtenção
de uma distribuição mais eqüitativa no nível de vida entre as regiões mais e menos
desenvolvidas; melhoria das condições de habitabilidade local e regional e estímulo
ao desenvolvimento regional, pois a implantação e o melhoramento da infra-
estrutura e dos equipamentos necessários para o turismo facilitam ou estimulam o
estabelecimento na região de outras atividades econômicas.
Ignarra (1999) ressalta o turismo como uma atividade econômica que tem
suas principais matérias-primas no território, na paisagem, no patrimônio natural e
cultural. Dessa forma não é possível produzir turismo sem que haja direta ou
indiretamente uma participação do Poder Público. Portanto, o desenvolvimento do
setor turístico tem na ação governamental um elemento estratégico para o seu
desenvolvimento. atividades que são passiveis de intervenção do Estado:
planejamento do fomento da atividade; controle de qualidade do produto; promoção
institucional da destinação; financiamento dos investimentos da iniciativa privada;
capacitação de recursos humanos; controle do uso e da conservação do patrimônio
turístico; captação, tratamento e distribuição da informação turística; implantação e
manutenção da infra-estrutura urbana básica; prestação de serviços de segurança
pública; captação de investidores privados para o setor; desenvolvimento de
campanhas de conscientização turística; apoio ao desenvolvimento de atividades
culturais locais (tais como o artesanato, o folclore, a gastronomia típica); implantação
e manutenção de infra-estrutura turística voltada para a população de baixa renda e
implantação e operação de sistemas estatísticos de acompanhamento
mercadológico.
De acordo com a Secretaria de Estado do Turismo, a primeira organização
pública do turismo no Paraná, voltada ao planejamento da atividade, surgiu em
1969, com a criação da Empresa Paranaense de Turismo (PARANATUR). Depois de
trinta anos foi criada a Secretaria de Estado do Turismo (SETU), órgão da
administração direta do Governo do Estado, que tem como objetivo o planejamento,
a organização e o monitoramento da Política Estadual de Turismo, contando com
assessorias, coordenadorias e grupos setoriais, e também com suas vinculadas:
Paraná Turismo, Centro de Convenções de Curitiba e o serviço social autônomo
ECOPARANÁ. Seu desafio é o de desenvolver o turismo de forma sustentável,
42
gerando benefícios sociais, econômicos, culturais, políticos e ambientais nos
núcleos em que se desenvolve (SETU, 2008).
De acordo com dados disponibilizados pela SETU (2008), segue-se a
evolução institucional do turismo paranaense:
1932 e 1945: houve as primeiras tentativas de organizar e incentivar o turismo
no Paraná, quando Manoel Ribas era Interventor. Nesta época foi construído
o Hotel Cassino em Foz do Iguaçu-PR, o primeiro empreendimento voltado
exclusivamente para o turismo.
1953: foi criada a Câmara de Expansão, que manteve a Divisão de Turismo
subordinada à Secretaria do Governo.
1966: surgiu o Departamento de Turismo e Divulgação, ficando vinculado à
Secretaria de Viação e Obras Públicas, e o de Divulgação, agregado ao
Serviço de Imprensa do Palácio do Governo. Pouco tempo depois, o
Departamento de Turismo desmembrou-se e passou a constituir um
departamento autônomo dentro da referida Secretaria.
1969: foram criados o Conselho Paranaense de Turismo (CEPATUR) e a
Empresa Paranaense de Turismo (PARANATUR), com o objetivo de fomentar
a indústria do turismo no Paraná, atendendo as diretrizes formuladas pelo
CEPATUR.
1989: foi extinta a PARANATUR e criado um cargo de Diretor de Turismo na
Fundação de Esporte e Turismo (FESTUR).
1995: foi criada a autarquia ParaTurismo vinculada à Secretaria de Estado
de Esporte e Turismo.
2001: a Paraná Turismo ficou vinculada à Secretaria de Estado da Indústria,
do Comércio e do Turismo (SEIT).
Atualmente desde 2002 a Paraná Turismo encontra-se vinculada à Secretaria
de Estado do Turismo (SETU).
Conforme o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social
(IPARDES), os dados revelam que 15% do PIB paranaense são originados da
agricultura, 40% da indústria e 45% do setor terciário, onde estão incluídas as
atividades turísticas. De acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2004), o Paraná figurou como 5º maior
43
estado do país em receita bruta gerada, pessoal ocupado e salários pagos pelas
atividades características do Turismo, demonstrando a grande representatividade
dessas atividades no setor terciário da economia (IPARDES, 2008). E a maior
parcela dos serviços relativos às atividades turísticas corresponde à área de
alimentação (65,4%), seguida das atividades de alojamento, transporte rodoviário,
auxiliares de transportes, agências de viagem, transportes aéreos, aluguel de
automóveis, serviços desportivos de lazer e transporte aquaviário.
Conforme dados na Tabela 6 abaixo, apresentados pela SETU, destaca-se
que houve um significativo crescimento no fluxo de turistas no Paraná, na demanda
total de turistas e no gasto médio per capita.
TABELA 6 – DADOS ESTATÍSTICOS DO TURISMO NO PARANÁ
FONTE: DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA – CPTU/SETU (2007)
De acordo com o Plano de Desenvolvimento do Paraná 2008 / 2011, na
construção do Cenário Prospectivo do Turismo no Estado foram confrontados os
dados das análises macro e micro ambiental. O Paraná tem um enorme potencial
para se fortalecer, sendo um dos principais destinos do sul do país, devido a sua
posição estratégica, atratividade e disponibilidade de bens e serviços. Portanto, faz-
se necessária uma maior diversificação da sua oferta, a partir da criação de novos
produtos e do fortalecimento das organizações do setor, da continuidade das ações
de municipalização e regionalização do turismo.
Na Figura 7 a seguir, foi possível traçar os objetivos e metas para o período
2008 / 2011.
44
FIGURA 7 – CENÁRIO PROSPECTIVO DO TURSIMO NO PARANÁ
FONTE: PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO DO PARANÁ 2008 / 2011
O turismo é uma necessidade e um direito de todo cidadão e leva em conta a
realidade de que muitos não têm condições de usufruí-lo, por falta de recursos,
informações ou motivação (DIAS, 2003). O Estado tem, entretanto, tem o dever de
propiciar o turismo social, que atinge o maior número de pessoas das camadas mais
desfavorecidas da sociedade, cabendo aos municípios, com o respaldo do Governo
Federal, intervir na obtenção de melhoria da qualidade de vida de sua população.
Essa relação entre o global e o local apresenta um aspecto que é a disputa entre os
diversos níveis locais, no cenário global, que competem entre si para atrair a
instalação de plantas industriais, de enormes centros de compra, eventos inter-
nacionais, parques temáticos e, conseqüentemente, fluxo de visitantes. Esse ponto
indica a necessidade de aumento da competitividade global dos diversos lugares
para usufruírem dos processos globais.
45
No âmbito do turismo, não apenas os países competem no mercado
internacional, mas principalmente e cada vez mais as cidades assumem papel de
destaque na disputa pêlos fluxos de visitantes, ancorando-se em diferenciais
competitivos que as tornam singular no mercado global. (DIAS, 2003)
Conforme dados da Agência de Desenvolvimento do Turismo do Norte do
Paraná (ADETUNORP), seus agentes de turismo definiram as prioridades do setor
para o desenvolvimento sustentável da região. Destacam-se dentre as propostas, a
implantação do Museu do Café, que teria como sede o município de Londrina; a
criação da Rota do Trem, passando pelos municípios que tiveram seu
desenvolvimento impulsionado pela linha férrea; e a criação de roteiros, que poderão
ser identificados como "Caminhos das Águas" e "Caminhos do Café". Estes roteiros
serão criados a partir da vocação cultural de cada município ou microrregião, como
forma de aproveitar as potencialidades de cada município (ADETUNORP, 2008).
2.1.7 Alguns estudos do turismo no Paraná
Até chegar ao atual estágio do conhecimento do turismo, houve um conjunto
de estudos e pesquisas, destacando-se o de Sperb (2006) buscando a análise das
práticas de gestão ambiental do setor de hospedagem de um local reconhecido
como destino turístico “ecológico”, a Ilha do Mel, PR. Foi verificado que são
empregadas algumas práticas neste setor que aliaram atividade econômica à
preservação ambiental. Os procedimentos metodológicos deram-se através de
perguntas (pesquisa) relacionadas à localidade Ilha do Mel. Conclui-se que as ações
desenvolvidas pelos empreendedores o têm noção do conjunto, visando apenas
ao curto prazo. As ações desenvolvidas pelo setor público são consideradas
paradoxais, ao passo que nas áreas destinadas à ocupação humana as ações deste
setor são consideradas incompletas, ausentes ou mesmo equivocadas para garantir
o desenvolvimento sustentável na Ilha do Mel.
Cunha e Cunha (2006) apresentam a dinâmica de competitividade gerada
pelas redes de cooperação e propõe um modelo de análise das vantagens
competitivas sistêmicas de clusters de turismo, a partir de uma avaliação critica dos
modelos de competitividade sistêmica (ALTENBURG, 1998) com a abordagem do
diamante (PORTER, 1999) conforme Figura 8.
46
FIGURA 8 – VANTAGENS COMPETITIVAS SISTÊMICAS DE CLUSTERS TURÍSTICOS
FONTE: CUNHA E CUNHA (2006)
Em seu trabalho, Garcia e Benatto (2005) apresentam um estudo de caso
visando ao artesanato como produto turístico no município de Jacarezinho - PR, com
o objetivo de identificar nos produtos artesanais realizados pelos artesãos do Centro
de Capacitação, Produção e Comercialização de Artesanato de Jacarezinho - PR
(CCPC), características que expressem a identidade cultural local, ou de possíveis
mudanças de estratégias, que visem a fortalecer a atividade. Os instrumentos de
coleta de dados constituíram-se de três tipos de questionários, com perguntas
abertas e fechadas aos visitantes e aos potenciais compradores do artesanato.
Verificou-se que tanto os visitantes como os artesãos concordam que o fato da
matéria-prima utilizada ser da região, faz com que o artesanato tenha características
locais. No entanto, é necessário que se fomentem ações para atender às
expectativas do turista no município.
Outro estudo, realizado por Cavalcante (2002), enfoca a diversificação
contemporânea do turismo, na perspectiva da Geografia, tendo o turismo rural como
tema central e como sub-temas a sua potencialidade, regulamentação, impactos e
47
perspectivas. Entre as tendências atuais da prática social do turismo está a
valorização da rusticidade e de paisagens naturais as áreas rurais passam,
portanto, a serem encaradas também como um território de suporte para as
atividades de lazer. O trabalho de investigação empírica abordou o desenvolvimento
embrionário do turismo nas áreas rurais do Norte Velho do Paraná, a partir das
modalidades que estão surgindo, das experiências que seus protagonistas estão
vivenciando e do perfil das pessoas que procuram o turismo rural como alternativa
econômica e como visitantes. Através da necessária relação entre a abordagem
teórica e empírica, uma tentativa de contribuição para o conhecimento,
entendimento e análise deste fenômeno cuja expansão é recente e, portanto, ainda
pouco abordada pelos estudos geográficos.
Um estudo realizado por Comegno e Luciano (2001) teve como foco principal
a idéia de revitalizar um antigo balneário termal na cidade de Bandeirantes PR, as
Termas Yara, cujo ápice ocorreu na década de 1970, tendo como empresário
responsável um imigrante italiano, mas após a sua morte, as termas entraram em
decadência. O trabalho também traz dados e o histórico do Município de
Bandeirantes, expondo a questão do planejamento, além de especificar o turismo de
saúde e o turismo sustentável, e de analisar, através de gráficos, outras termas.
2.2 COMPETITIVIDADE
Segundo Andrioli (2003), a competitividade é um dos princípios da economia
liberal que teve como principais precursores David Ricardo e Adam Smith. Segundo
Smith, havendo concorrência, os atores envolvidos estariam contribuindo para o
progresso da sociedade. A competitividade abordada por Ricardo através da análise
das vantagens comparativas se baseia no estabelecimento de um processo de
intercâmbio, onde os envolvidos nas transações são beneficiados mutuamente
nessa relação.
Devido à globalização e as transformações nas relações econômicas
mundiais, a competitividade ganhou destaque de garantia da existência das
empresas no âmbito competitivo, estimulando as empresas a gerir suas
competências, adequando seus recursos, para geração e manutenção de vantagem
competitiva, administrando a evolução de sua participação no setor, em níveis
mundiais ou locais, onde atua.
48
2.2.1 Conceitos
No Brasil, a maioria das empresas se encontra numa situação de fragilidade
quanto a sua capacidade de enfrentar os padrões de concorrência global atual e os
que se delineiam no futuro (PASSOS, 2002). Os empresários não estão
suficientemente preparados para este novo cenário, e sem o engajamento pró-ativo
dos colaboradores da empresa o haverá substantiva capacidade competitiva
global. A noção de melhoria contínua nos processos deve ser difundida como regra
e expectativa de cada um e de todos na empresa. Embora seja um tema
amplamente divulgado, o termo competitividade é essencial nos estudos das
organizações, o havendo um consenso sobre seu conceito. Algumas teorias se
contrastam ou se complementam.
O conceito de competitividade foi abordado por vários autores e, para Toledo
e Amigo (1999), competitividade é a capacidade de uma empresa superar seus
concorrentes e conseguir conquistar e manter seus clientes. Rodrigues Filho
(1995) afirma que a competitividade resulta de ações no âmbito comercial, produtivo
e administrativo, permitindo o alcance dos objetivos financeiros da empresa, de seu
crescimento e da sua participação no mercado, conquistando e mantendo seus
clientes preferenciais. Segundo Porter (1993), a competitividade é resultante da
habilidade dos conhecimentos obtidos, criando um desempenho superior ao da
concorrência. Para ele, o conceito mais adequado estaria ligado a produtividade.
Para alcançar maior participação no mercado é necessário que as empresas atinjam
altos níveis de produtividade, devendo aumentá-la com o passar dos tempos.
Coutinho e Ferraz (1994) colocam que a competitividade é a capacidade da
empresa de conseguir criar estratégias, implementando-as de forma duradoura e
que a mantenham em uma posição sustentável no mercado. Finalmente, Santos
(2007) conceitua a competitividade como conjunto de fatores, políticas e ambiente
institucional que determina o nível de produtividade do país e, portanto, o nível de
prosperidade que alcançará.
De acordo com Porter (1999), competitividade é resultante da combinação de
informação, conhecimento, tecnologia, organização, cooperação e coordenação, que
se traduz em produtos competitivos no âmbito internacional. Nos anos 80 houve
uma intensificação na competição internacional e as empresas passaram a criar
outros modelos, modernizaram os produtos, buscaram novas oportunidades para o
49
aumento de sua lucratividade. Com isso as indústrias foram pressionadas a se
adaptarem a esse modelo, buscando maior produtividade, inovação tecnológica,
redução dos custos, obtendo ganho de tempo e flexibilidade.
Nos anos 90, surge um novo cenário de globalização dos mercados. A era da
competitividade obrigava as empresas a tomarem atitudes para a sobrevivência, de
uma forma duradoura. Porter (1993) mostra que a vantagem competitiva sustentável
é a base fundamental para o desempenho acima da média, a longo prazo, e que o
conceito de competitividade nacional é a produtividade das empresas, que leva a
competitividade da nação.
Prahalad e Hamel (1995) afirmam que a competição para o futuro consiste
numa competição em alcançar melhores oportunidades, potencialmente disponíveis
para a empresa. Empresas do futuro não competem dentro das fronteiras setoriais
existentes, mas competem para ultrapassar as estruturas setoriais e atingir novos
setores.
Na visão de Prahalad e Hamel (1995), futuramente a competição passa pela
liderança intelectual, gerência dos caminhos de migração e participação no
mercado. Exigirá também a capacidade de criar estratégias, esquecendo-se as
velhas crenças e valores que não mais contribuem para o novo ambiente. Segundo
os autores a empresa necessita aprender a pensar diferente sobre três aspectos: o
significado de competitividade, da estratégia e das organizações.
Logo, a competitividade é enfocada por vários autores e Muller (1996)
apresenta no Quadro 1 a seguir, algumas dessas abordagens.
50
QUADRO 1 - TIPOLOGIAS DA ABORDAGEM DE COMPETITIVIDADE
FONTE: MÜLLER (1996)
51
2.2.2 Fatores que induzem à competitividade
A competitividade resulta da combinação de diversos fatores, segundo Lapolli
et al. (1995), sejam eles fatores internos, como preço, qualidade, produtividade,
tecnologia e estratégia competitiva na busca da eficiência global da empresa e
tomadas de decisões; ou fatores externos, como ambiente macroeconômico, infra-
estrutura econômica, técnico-científica e educacional e políticas econômicas.
Santos (2007) enfatiza que os fatores determinantes da competitividade
dependem de fatores empresariais (internos à empresa), estruturais (referente à
indústria) e sistêmicos. Os empresariais são as estratégias adotadas pela empresa,
qualidade dos recursos humanos, da gestão e o grau de inovação. Os fatores
estruturais estão ligados às condições de concorrência e fatores setoriais. Por fim,
os fatores sistêmicos são aqueles inerentes à empresa, que não possui
possibilidade de intervenção, como infra-estrutura econômica, níveis de educação e
saúde da sociedade, grau de desenvolvimento tecnológico, grau de
institucionalização dos mercados de bens e serviços.
A formulação das estratégias organizacionais da empresa é influenciada
pelos padrões de concorrência relevante do setor. Portanto, competitividade é a
capacidade da empresa formular e implementar estratégias de concorrência, que lhe
permitem ampliar ou conservar uma posição sustentável no mercado, de forma
duradoura (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1997).
Porter (1989) mostra que a vantagem competitiva que uma empresa pode
alcançar origina-se de baixo custo ou diferenciação, o que pode levar a três
estratégias genéricas.
Liderança de custo;
Diferenciação;
Enfoque.
Ao indicar as estratégias genéricas, Porter (1989) também as relaciona à
indústria, incluindo as regras de concorrência, englobadas nas cinco forças
competitivas, modelo destinado à análise da competição entre empresas, que deve
ser levado em consideração para a elaboração de estratégias. O autor refere-se a
essas forças como micro ambiente, avaliando que a estratégia competitiva de uma
empresa deve aparecer a partir da abrangência das regras da concorrência, que
definem a atratividade de uma indústria, conforme Figura 9.
52
FIGURA 9: AS CINCO FORÇAS COMPETITIVAS
FONTE: PORTER (1989)
Vários autores têm abordado fatores internos e externos à organização que
induzem à competitividade, e que serão abordados a seguir.
2.2.2.1 Inovação
Porter (1998) afirma que para se manter competitivo é preciso um constante
processo de inovação, pois competitividade é um alvo móvel. Assim, a inovação tem
um papel fundamental para o sucesso de uma organização, pois pode minimizar os
riscos da empresa (SCHEWE e HIAM, 1998).
Matesco (1993) destaca que para a promoção do progresso econômico de um
país e da competição entre as empresas, a inovação tecnológica é fundamental. Isto
vem corroborar com Mcarthur e Saches (2001), para os quais os países competitivos
53
se diferenciam dos menos competitivos por meio da capacidade de alcance das
inovações compatíveis com as necessidades de mercado.
Conforme Bateman e Snell (1998) uma nova tecnologia pode modificar as
regras da concorrência dentro de um setor industrial, podendo levar as empresas ao
desejo de antecipar-se aos concorrentes, pela ocupação dos melhores nichos de
mercado.
2.2.2.2 Produtividade
Drucker (1975) chamou a atenção para o grande desafio da década de 90,
que seria a produtividade. Coutinho e Ferraz (1993) entendem-na como um
fenômeno relacionado às características de uma empresa ou de um produto, que
podem estar relacionadas ao desempenho no mercado ou à eficiência técnica na
produção. Conforme Contador (1996), a qualidade do processo é arma potente para
a competitividade, sem a qual a empresa terá muitas dificuldades para sobreviver,
devendo, obrigatoriamente, buscar a melhoria contínua.
Para Prahalad e Hamel (1995), a empresa torna-se competitiva quando tem
bons resultados na alavancagem de recurso internos: objetividade nas metas
estratégicas; valorização de atividades afins; participação ativa dos funcionários e
parceiros; minimização do tempo e otimização dos recursos financeiros e estruturais.
2.2.2.3 Tecnologia
Outro ponto importante do fator competitivo é o grau de desenvolvimento
tecnológico ligado ao desenvolvimento intelectual, à atratividade de investimentos
estrangeiros, à tecnologia da informação e ao avanço nas telecomunicações
(SANTOS, 2007).
Contador (1996) ressalta a importância do desenvolvimento tecnológico na
obtenção da vantagem competitiva, pois o que se valorizava antigamente como
mão-de-obra, matéria-prima e energia barata, deixou de ser primordial. Passou a ter
destaque a tecnologia como vantagem competitiva, e Porter (1989) concorda com
isso, desde que houvesse redução de custos ou aumento da diferenciação, se a
liderança tecnológica fosse sustentável, se houvesse pioneirismo, e finalmente, se
ocorresse o aprimoramento da estrutura geral do negócio.
54
2.2.2.4 Pessoas
As empresas são formadas de capital humano, o que influencia toda a
dinâmica da organização, como coloca Marcovitch (1991) para o qual as empresas
dirigidas por executivos que se arriscam e têm visão de expansão, alem de
possuírem uma postura inovadora, tem mais chances de se manterem competitivas
no mercado.
Contador (1996) relaciona positivamente muito forte entre a formação escolar
das pessoas com a competitividade na indústria, e Coutinho e Ferraz (1994),
colocam a ausência de mecanismos que promovam a capacitação gerencial como
prejudicial à competitividade.
Por fim, Prahalad e Hamel (1995) destacam que a empresa deve buscar a
liderança intelectual como forma de posicionar o setor competitivamente, no futuro,
salientando que essa capacidade emocional e intelectual do capital humano pode
servir de alavanca.
2.2.2.5 Redes de empresas
As empresas têm buscado parcerias no intuito de se tornarem competitivas.
Conforme Maital (1986), um ambiente cooperativo pode proporcionar um melhor
conhecimento e informação, afetando a qualidade dos produtos e serviços. As
empresas competitivas serão as que conseguirem meios inovadores de cooperação
até mesmo com a concorrência. E Porter (1998) destaca que a inovação no âmbito
internacional pode ser adquirida mediante a cooperação das indústrias, através da
formação de redes. Afirma também que os clusters afetam a capacidade de
competição. A cooperação torna-se, então, a maior força da vantagem competitiva.
(JARILLO, 1989).
2.2.2.6 Ação do governo
Baumann (1996) destaca que o governo deve implementar ações que
estimulem o mercado nacional e internacional, construindo vantagens competitivas.
Para Santos (2007) são essenciais as parcerias público-privadas, que podem
promover reformas necessárias à estruturação do Estado e à agilização dos
55
investimentos em tecnologia e educação, como meios de atingir os objetivos da
sociedade rumo à competitividade. Segue Quadro 2.
QUADRO 2 - FATORES DETERMINANTES DA COMPETITIVIDADE SOB A ÓTICA DE ALGUNS
AUTORES
Autores/Grupo de
fatores
determinantes
Sistêmicos – Relativos ao
ambiente concorrencial
Estruturais – Relativos ao
mercado
Internos - Relativos
à empresa
Fajnzylber (1988) Ritmo de investimentos
Doação de recursos para
investimentos (formas de
financiamento)
Mercado de trabalho e estado de
bem-estar
Infra-estrutura educacional e de
P&D
Uso de instrumentos de política e
da dimensão institucional
Relações industriais
Estrutura setorial e absorção do
processo técnico.
Organização
empresarial
PORTER (1993) Mudanças nos regulamentos
governamentais
Condições de fatores, como
trabalho especializado e infra-
estrutura.
Necessidades novas ou
renovadas do comprador
Aparecimento de novo
segmento de indústria
Localização ou rede geral de
atividades
Condições de demanda
Indústrias correlatas ou de
apoio: presença de indústrias
abastecedoras ou correlatas.
Condições que governam como
as empresas são criadas,
organizadas, dirigidas e sua
rivalidade interna.
Configuração da indústria:
ameaça de novos concorrentes
e produtos substitutos, relação
com clientes e fornecedores,
rivalidade do mercado.
Novas tecnologias.
Custos ou
disponibilidade
oscilante de insumos
Configuração ou
coordenação das
estratégias globais
Alianças estratégicas
Ferraz, Kupfer,
Haguenauer
(1996); Coutinho,
Ferraz (Org.)
(1995)
Macroeconômicos: taxa de
câmbio, carga tributária, taxa de
crescimento do PIB, oferta de
crédito e taxa de juros, política
salarial e outros.
Político institucional: política
tributária, tarifária, tecnológica,
poder de compra do governo.
Legais e regulatórios: proteção a
propriedade industrial,
preservação ambiental, defesa da
concorrência, proteção
consumidor e regulação capital
estrangeiro.
Infra-estrutura e condições
sociais.
Internacionais: Tendências do
comércio, fluxo de capital e
acordos.
Mercado: tamanho e
dinamismo, grau de
sofisticação e acesso a
mercados internacionais.
Regime de incentivos e
regulação da concorrência:
aparato legal, política fiscal e
financeira, política comercial e
papel do Estado.
Configuração da indústria:
desempenho e capacitação,
estrutura patrimonial e
produtiva, articulações na
cadeia
Possas (1999) Situação macroeconômica: taxa
de câmbio e de juros, contas
Grau de concentração
Vantagens detidas de cada
56
públicas, balança de pagamentos e
nível de utilização da capacidade.
Leis e normas que regulam a
atividade econômica.
Política fiscal, legislação
ambiental, trabalhista,
previdenciária, comercial,
bancária, de direito dos
consumidores, de propriedade
intelectual, de regulação da
concorrência, entre outras.
Ambiente natural.
Elementos de caráter social:
distribuição de renda, níveis
educacionais, relações de trabalho
etc.
Costumes e cultura
competidor
Característica de insumos
disponíveis e setores que
fornecem.
Qualificação mão-de-obra
Tamanho de mercado
Preferências do consumidor
Fontes e formas de
financiamento disponíveis
Instituto Alemão
de
Desenvolvimento,
citado em Macedo
(2000)
Política orçamentária, monetária,
fiscal, de regulação da
concorrência, cambial e
comercial.
Padrões básicos de organização
política, jurídica e econômica
Capacidade estratégica e política
Política de infra-estrutura,
educacional, tecnológica,
industrial, ambiental, regional,
seletiva de importações e
exportações
Fatores socioculturais, escala
de valores.
Capacidade de
gestão.
Estratégias
empresariais.
Gestão da inovação
Ciclos de produção
Integração em redes
Logística
Interação de
provedores e
usuários.
FONTE: SILVA (2004)
2.2.3 Modelos de análise de competitividade
Ao longo do estudo sobre competitividade, foram desenvolvidos diversos
modelos para sua análise e mensuração. Serão vistos alguns desses modelos,
porém será destacado o modelo do diamante de Porter e o modelo de
competitividade sistêmica de Altenburg.
Segundo Ambastha e Momaya (2004), a escolha de modelos de
competitividade pode variar de acordo com os objetivos de cada organização, bem
como em função da fase de crescimento da empresa.
Cunha e Cunha (2005) apresentam modelo de avaliação da competitividade
sistêmica. A título de exemplo, sugerem sua aplicação para a análise do impacto do
turismo no desenvolvimento local. O modelo aborda os atores e suas relações
associadas aos indutores de competitividade nos níveis (meta, macro, meso e micro)
e os fatores indutores de sustentabilidade conforme Figura 10 a seguir. (econômico,
social, ambiental, cultural e político-institucional).
57
FIGURA 10 – MODELO DE IMPACTO DO TURISMO NO DESENVOLVIMENTO LOCAL
FONTE: CUNHA E CUNHA (2005)
Os autores apontam que, o modelo de Porter e o de Altenburg, no caso da
análise de clusters turísticos realizada pelos autores, apresentam uma
complementaridade que o modelo de Altenburg facilita a análise de fatores com
características sistêmicas e complexas agrupando-os por níveis de análise,
facilitando a sua utilização por estudiosos, tomadores de decisão, pesquisadores e
elaboradores de políticas.
2.2.3.1 Modelo do diamante de Porter
Porter (2001) constatou que os padrões de competitividade e as fontes de
vantagens comparativas podem variar em função do setor industrial ou segmento.
Destaca ainda que um país pode obter êxito na competição internacional em um
segmento industrial, em detrimento de determinantes da vantagem nacional,
modeladoras do ambiente onde as empresas estão inseridas e podem criar a
chamada “vantagem competitiva”. Segue modelo na Figura 11.
58
FIGURA 11 – MODELO DO DIAMANTE DE PORTER
FONTE: PORTER (1993)
Os determinantes da competitividade nacional consistem em quatro atributos
conforme a Figura 11 acima: condições de fatores, condições de demanda,
indústrias correlatas e de apoio, estratégia, estrutura e rivalidade nas empresas,
governo e acaso.
Condições de fatores: referem-se à disponibilidade dos fatores utilizados no
processo de produção de cada setor, como recursos naturais, financeiros,
infra-estrutura e mão-de-obra qualificada. O autor ressalta que o aspecto mais
importante é a forma como esses fatores são desenvolvidos e utilizados.
Condições de demanda: relacionam-se com a demanda interna que o país
apresenta em relação aos produtos ou serviços oferecidos pelas indústrias.
Quanto maior a exigência dos consumidores e maior o grau de sofisticação
exigida, maior será o estímulo para o setor aprimorar seus produtos e
59
serviços, adquirindo vantagens sobre os demais concorrentes de outras
regiões.
Indústrias correlatas e de apoio: referem-se à existência ou ausência de
fornecedores, indústrias abastecedoras e setores relacionados que sejam
internacionalmente competitivos.
Estratégias, estrutura e rivalidades nas empresas: referem-se à maneira como
as empresas são constituídas, organizadas e administradas localmente em
relação à natureza da rivalidade empresarial. Porter (2001) ressalta que a
concorrência leva a empresa a buscar o aperfeiçoamento.
Governo: refere-se aos regulamentos e padrões exigidos pelo governo. As
empresas são forçadas a buscar o enquadramento nos moldes das políticas
governamentais, que podem ocasionar alterações na vantagem competitiva
nacional.
Acaso: refere-se aos acontecimentos externos à gestão das empresas, como
guerras, catástrofes, novas descobertas tecnológicas, mudanças radicais na
demanda do mercado.
O modelo de Porter, que a principio foi criado para análise de competitividade
das nações, também tem sido muito utilizado nos estudos relacionados ao setor
industrial e aos estudos dos diversos setores (OLIVEIRA E OLIVEIRA, 2004).
2.2.3.2 O modelo de competitividade sistêmica de Altenburg
O modelo de competitividade elaborado para o Instituto Alemão de
Desenvolvimento (IAD) demonstra de que maneira os quatro níveis de análise -
meta, macro, meso e micro - definem a competitividade de um setor. No estudo de
Cunha e Cunha (2005) foi utilizado um modelo de níveis de competitividade
sistêmica de um cluster turístico baseado neste modelo alemão, conforme Figura 12
a seguir.
60
FIGURA12 – NÍVEIS DE COMPETITIVIDADE SISTÊMICA DE UM CLUSTER TURÍSTICO
FONTE: CUNHA e CUNHA (2005) ADAPTADO DE ALTENBURG ET AL. (1998)
Nível meta: analisa os valores socioculturais desenvolvidos na sociedade,
avalia se existe um consenso de que o desenvolvimento das indústrias e a
integração competitiva estão ligados ao mercado global e verifica a
capacidade dos atores e grupos de elaborar estratégias comuns visando a
atingir padrões internacionais de divisão do trabalho.
Nível macro: demonstra que o quadro macroeconômico de um país deve ser
estável para tornar-se competitivo perante as demais nações, através de
estratégias e estabilidade da estrutura, para que as empresas não sofram os
efeitos negativos em seu crescimento econômico e nas exportações.
Nível meso: mostra que, para as empresas obter um crescimento é
necessário ocorrer em paralelo o crescimento da demanda por estruturas de
suporte, estabelecendo a competitividade não apenas entre empresas
individuais, mas entre fornecedores, clientes e concorrentes, cujo
desenvolvimento depende dos fatores locacionais. Com o aumento da
61
exigência por competitividade global, aumenta também a demanda local,
regional e nacional para criar um ambiente de suporte aos negócios.
Nível micro: ilustra que os fatores para as empresas permanecerem
competitivas no mercado são: a relação custo-eficiência, a qualidade, a
variedade e a agilidade nas respostas às demandas dos clientes. Esses
fatores permitem as empresa alcançar vantagens competitivas possibilitando
um melhor posicionamento no mercado.
2.2.3.3 Modelo de competitividade sistêmica de Meyer-Stamer
Stamer (2001) propõe um modelo de competitividade sistêmica para o
desenvolvimento socioeconômico em níveis municipal, regional, estadual ou
nacional. Ela apresenta-se em quatro níveis, conforme Figura 13.
FIGURA13 – DETERMINANTES DA COMPETITIVIDADE SISTÊMICA
FONTE: JÖRG MEYER-STAMER (1998)
62
Nível meta: compreende as questões sócio-culturais que direcionam o modelo
competitivo da organização econômica, direcionamento da sociedade ao
desenvolvimento, formulação de estratégias e políticas, aprendizado e
conhecimento e a coesão social. Macedo (2000) afirma que é neste nível que
otimiza a eficiência dos níveis micro, macro e meso.
Nível macro: compreende as questões políticas e econômicas; envolve as
políticas comerciais, fiscais, políticas monetárias e de orçamento, a
estabilidade econômica e o sistema jurídico. O ambiente macroeconômico
interfere nos investimentos, que são o fator essencial para o crescimento da
produtividade, pelo impacto das políticas monetárias e fiscais ou pela política
cambial.
Nível meso: compreende, segundo Porter (1993), as condições de fatores de
estrutura da indústria, infra-estrutura regional para importação e exportação,
políticas com a finalidade de fortalecer a competitividade dos setores, do meio
ambiente, das tecnologias, da educação e do trabalho.
Nível micro: compreende as unidades eficientes das empresas, por meio de
inovações e da eficiência coletiva e de redes de inovação como consórcios,
condomínios, núcleos setoriais e estruturas de apoio. Neste nível contempla
os fatores da cadeia de valor das empresas. Nessa perspectiva, as empresas
alcançam vantagens competitivas quando conseguem desempenhar suas
atividades com menor custo, oferecendo um produto no mercado com valores
compatíveis com o da concorrência ou diferenciando o produto agregando
maior valor para o cliente final, justificando o preço mais elevado (PORTER,
1986).
Esser et al. (1994) destacam que a competitividade não se manifesta somente
a partir de alterações no nível macro, nem exclusivamente de ações internas no
nível micro, mas resulta da interação dos diversos atores sociais que participam
conjuntamente de um processo de aprendizagem. O padrão de organização da
sociedade oportuniza a fundamentação à competitividade de uma empresa. O autor
63
destaca ainda que a relevância de todos os veis do sistema e a interação entre
eles é o que gera vantagem competitiva.
2.2.3.4 Modelo de competitividade sistêmica de Coutinho e Ferraz
Para Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1997), a competitividade de uma nação
se traduz na capacidade de produzir bens e serviços que satisfaçam o mercado
internacional, ao mesmo tempo em que consegue expandir a renda de seus
cidadãos e elevar o nível de crescimento de emprego. Vale lembrar que a
competitividade depende tanto dos fatores internos como externos das empresas,
numa relação sistêmica de interdependência e inter-relacionamento.
Os fatores de sucesso da competitividade estão divididos em variáveis
empresariais, variáveis estruturais e variáveis sistêmicas, conforme modelos
representados pela Figuras 14, 15 e 16 a seguir.
FIGURA 14 - VISÃO EMPRESARIAL DA COMPETITIVIDADE
FONTE: ADAPTADO DE FERRAZ, KUPFER, HAGUENAUER (1997)
As variáveis empresariais envolvem aspectos relacionados com a gestão
competitiva, a capacidade inovativa, a capacidade produtiva e os recursos humanos.
64
FIGURA 15 - VISÃO ESTRUTURAL DA COMPETITIVIDADE
FONTE: ADAPTADO DE FERRAZ, KUPFER, HAGUENAUER (1997)
As variáveis estruturais envolvem os aspectos relacionados ao mercado, à
configuração da indústria e ao regime de incentivos e regulamentação da
concorrência.
FIGURA 16 - VISÃO SISTÊMICA DA COMPETITIVIDADE.
FONTE: ADAPTADO DE FERRAZ, KUPFER, HAGUENAUER (1997)
65
As variáveis sistêmicas envolvem um conjunto de fatores sistêmicos como
fatores macroeconômicos, fatores político-institucionais, fatores regulatórios, fatores
infra-estruturais, fatores sociais, fatores relacionados aos interesses nacionais e
fatores relacionados à distribuição espacial da produção.
2.3 DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Normalmente o enfoque que se ao desenvolvimento de um país ou região
é o aspecto econômico, por entender que para o alcance do desenvolvimento se faz
necessário traçar estratégias que tornem o país ou região competitivos
economicamente, diante do cenário de globalização, que possui produtos
competitivos e com alta tecnologia. Nesta visão, o desenvolvimento é alcançado em
questões políticas econômicas e tributárias (MARTINELLI e JOYAL, 2004).
De acordo com Graciarena (2000), essa idéia de desenvolvimento econômico
foi rejeitada nos últimos anos, demonstrando que o mais importante é o caráter do
crescimento, proporcionando uma melhor qualidade de vida e promovendo o bem-
estar social, e não somente visando o tamanho do crescimento econômico. Vindo
corroborar com Pereira (2007), afirma que sem o desenvolvimento social não é
possível haver o desenvolvimento econômico satisfatório, sendo um dos
componentes principais dessa interação o capital social e a cultura.
Tem havido, porém, muita divergência segundo Boisier (1996), sobre o
conceito de desenvolvimento devido a inúmeras terminologias utilizadas por diversos
autores, no decorrer dos tempos. Destaca ainda que foram atribuídos diferentes
adjetivos ao termo desenvolvimento que chegam a ser redundantes e até
exagerados, como desenvolvimento territorial, desenvolvimento local,
desenvolvimento regional, desenvolvimento sustentável, desenvolvimento
endógeno, desenvolvimento humano, entre outros.
Na década de 1990, Amaral Filho (1996) definiu desenvolvimento regional
endógeno como um processo interno da organização que visa agregar valor à
produção de uma forma contínua, bem como absorvendo a capacidade da região,
retendo o excedente econômico gerado pela economia local ou pela atração de
excedentes vindos de outras regiões. O resultado deste processo objetiva a
ampliação do emprego, do produto, e da renda local ou da região, em um modelo de
desenvolvimento regional definido.
66
Godard et al. (1987) ressaltam que no desenvolvimento local o importante é a
cooperação entre seus atores e a análise das formas de cooperação voluntária ou
institucional que ocorrem desde que o objetivo comum seja o desenvolvimento local.
O desenvolvimento constitui-se de um processo global, somando-se os
esforços do setor público e dos investidores do setor privado, nacionais e
estrangeiros, de forma racional da aplicação dos investimentos, aproveitando
experiência cnica e obtendo melhores condições de auto-sustentação do processo
(SOBRINHO, 1982).
Houve mudanças nas teorias de desenvolvimento regional nos últimos
tempos e os motivos que levaram a essas mudanças resultaram da crise e do
declínio de muitas regiões tradicionalmente industriais. Oliveira e Lima (2003)
afirmam que o desenvolvimento regional deve ter: a participação ativa da sociedade
local; planejamento contínuo na ocupação do território e distribuição dos
rendimentos do processo de crescimento.
Para Boisier (2001), o desenvolvimento regional é um processo de mudança
estrutural regional vinculado a um permanente progresso continuado da própria
região, da comunidade, da sociedade, do indivíduo e habitante deste território.
As teorias e estratégias de crescimento e desenvolvimento regional são
apresentadas no Quadro 3 a seguir, mostrando-as desde os anos 1950 até 1980 por
(ANDRADE, 2007).
QUADRO 3 - TEORIAS DO CRESCIMENTO REGIONAL
Período Teorias Estratégias Medidas e ações (exemplos)
Anos
Cinqüenta
- Teoria das fases de
crescimento.
- Teoria do
crescimento
equilibrado.
- Teoria da base de
exportação.
- Multiplicador I-O.
- Teorias
neoclássicas de
crescimento
- Acelerar o processo de
crescimento regional.
- Prioridade a indústria.
- Ampliar a base de
exportação regional.
- Aproveitar ao máximo os
efeitos multiplicadores
locais
- Melhorar a dotação de
infra-estruturas físicas.
- Atrair capitais e
investimentos do resto do
mundo.
- Localizar nas regiões
grandes empresas públicas.
- Analisar e apoiar o
aproveitamento dos efeitos
produtivos na construção e
serviços locais.
Anos
Sessenta
- Teorias
NeoKeynesianas.
- Teorias do
- Mobilidade inter-regional
dos fatores.
- Prioridade aos
- Incentivo à mobilidade de
mão-de-obra.
- Incentivo ao capital para
67
crescimento
cumulativo.
- Teorias dos pólos
de crescimento.
mecanismos de mercado.
- Correção das imperfeições
de mercado.
- Compensação das
desvantagens das regiões
pobres.
- Criar focos de crescimento
através de indústrias chave
e uma maior concentração
de indústrias.
superar a falta de atração das
regiões desenvolvidas.
- Corrigir/equilibrar as
imperfeições de mercado
laboral.
- Incentivos ao investimento
nas áreas mais atrasadas.
- Investimento do setor
público.
- Dotação de infra-estruturas
e serviços coletivos nas
regiões pobres.
- Localização de grandes
complexos industriais em
zonas atrasadas, em setores
chave.
Anos
Setenta
- Desenvolvimento
endógeno.
- Desenvolvimento
desde baixo.
- Aproveitar e explorar o
próprio potencial de
crescimento.
- Descentralizar a política
regional. Políticas locais.
- Apoio às iniciativas
empresariais locais.
- Incentivos à criação local
de novas empresas.
Anos
Oitenta
- Teorias sobre a
difusão e inovação
tecnológica.
- Teorias sobre os
entornos inovadores.
- Vinculação de
desenvolvimento
local/regional com a
difusão tecnológica.
- Seleção de prioridades
tecnológicas.
- Reforçar os elementos
favorecedores da inovação
e da formação de redes.
- Difusão de novas
tecnologias.
- Apoio à introdução/difusão
de novas tecnologias.
- Concentração de esforços
tecnológicos.
- Desenvolvimento de infra-
estrutura de comunicações
- Vincular o
desenvolvimento tecnológico
com as capacidades e
potencialidades locais.
FONTE: ELABORADO POR ROURA (1995)
Novaes, Ribas e Novaes (2000) afirmam que embora a expressão
desenvolvimento sustentável seja usada freqüente em diversas áreas, não
unanimidade no seu conceito, motivo que leva as facetas e os vários ângulos da
sustentabilidade a não se integrarem, que as características da sustentabilidade
na prática diferem da sustentabilidade definida cientificamente. Este conceito
extrapola a esfera econômica incorporando outros elementos que conferem
características especiais ao desenvolvimento sustentável.
A sustentabilidade se funda num sentido ético-político para o
desenvolvimento. É percebida como um fenômeno complexo de várias dimensões
68
(social, ecológica, espacial, político-institucional, cultural, econômica, entre outras)
integradas como um sistema comunicativo (BEZERRA e BURSZTYN, 2000).
2.3.1 Dimensões do desenvolvimento regional
A análise do desenvolvimento regional deixou de ser apenas pelas
perspectivas econômica e financeira. Com o passar dos anos, surgiram também
outras dimensões nos estudos de desenvolvimento regional, como a social,
tecnológica, política, educacional, entre outros, apresentando uma análise mais
completa.
Econômica: em seu estudo a respeito do desenvolvimento endógeno,
Vázquez Barqueiro (2001) ressalta a importância da dimensão econômica de
análise, embora ela resulte de outras dimensões e da disseminação da
inovação e do conhecimento, da flexibilização da produção, do
desenvolvimento locacional e institucional.
Social: para Franco (2002) todo desenvolvimento interfere no capital social e
humano, portanto todo desenvolvimento é desenvolvimento social. O
crescimento econômico não representa necessariamente um
desenvolvimento social, visto que este deve provocar a evolução da
sociedade e do capital social.
Tecnológica: Porter (1993) afirma que a vantagem que um país, região ou
localidade adquire relaciona-se com sua capacidade de aprendizado e
inovação. Concordando, Feitosa (2007) destaca que a inovação, o
conhecimento e a aprendizagem interativa são fundamentais para o
desenvolvimento regional.
Política: Polèse (1998) concorda que quando uma descentralização de
políticas, deixando livres os espaços regionais, acontece o desenvolvimento
econômico. É essencial, então, verificar a base econômica, deixando que o
trabalho, o capital e as tendências econômicas fluíam como suporte da
região. As riquezas naturais atreladas ao fator humano adaptar-se-ão à
economia nos seus próprios moldes. Com os suportes produtivos da região
poderão ser traçados planos de desenvolvimento para as economias nacional
e global.
69
Educação: Melo e Hansen (2007) demonstraram através de estudos que uma
das principais dificuldades para a incorporação de métodos produtivos e
gerenciais mais modernos é a redução da escolaridade na força de trabalho.
Suzigan, Garcia e Furtado (2007) usaram as dimensões educacionais e
tecnológicas como indicadoras de capacitações locais de sistemas de
produção. Atribuíram a essas dimensões o apoio às empresas de uma
localidade e à criação de capacidades de inovação.
2.3.2 Modelos de crescimento e desenvolvimento regional
Yves-A. Fauré e Hasenclever (2007) ressaltam que é primordial para o
crescimento do desenvolvimento regional que os atores executem ações
coordenadas. Para verificar o processo de construção do desenvolvimento, devem
atentar para questões como:
Quais são os recursos utilizados?
Quais são as modalidades de coordenação entre os atores?
Por que atribuir à ação local uma natureza particular que deveria ser
valorizada?
O crescimento do desenvolvimento nacional ou regional está ligado ao
sucesso dos setores industriais. Para alavancar o desenvolvimento regional, é
preciso utilizar um sistema que Porter (1993) intitula de “diamante”, o qual possui
quatro determinantes:
Condições de fatores;
Condições de demanda;
Indústrias correlatas e de apoio;
Estratégia, estrutura e rivalidade das empresas.
Polèse (1998) apresenta o modelo com base econômica: o multiplicador
regional e as relações intersetoriais. Ele faz com que a procura externa das
vantagens comparativas da região influencie os níveis de produção, emprego da
região e das exportações. Para a sobrevivência da região, as indústrias devem
buscar a procura externa e adaptar-se a ela, criando a idéia de abertura. Este
70
modelo delimita as indústrias de base e as de atividades de suporte, as quais
derivam da presença das atividades de base.
North (1977) considera que as exportações têm um papel fundamental no
desenvolvimento de uma região. A melhoria das exportações e a implementação de
novos produtos de exportação podem ocasionar o crescimento da região. Essa
necessidade tem sido o princípio básico da teoria do crescimento econômico
regional (NORTH, 1997).
Myrdal (1972) é um dos autores da formulação do modelo de causação
circular cumulativa, no qual a relação entre os territórios desequilibradamente
desenvolvidos desencadearia um crescente agravamento das diferenças matriciais
nos níveis de desenvolvimento. O autor constata três situações nos níveis de
desenvolvimento econômico dos países de centro e de periferia: existe um número
pequeno de países prósperos e um grande número de países excessivamente
pobres; os prósperos estão em desenvolvimento contínuo, já os pobres se não estão
estagnados ou mesmo em retrocesso, encontram-se em um nível médio e lento de
desenvolvimento; normalmente, têm aumentado as desigualdades econômicas entre
os pobres e os que estão prosperando. O autor afirma que a tendência das forças de
mercado em atuação é aumentar e não diminuir as desigualdades regionais.
O pólo de crescimento influencia uma determinada região e precisa de canais
que estabeleçam sua ligação com toda a região por ele influenciada para que essa
influência seja exercida em toda sua dimensão. Para Perroux (1978) os “nós de
tráfego” e “zonas de desenvolvimento” que são as estradas, os meios de transporte
e de comunicação, desempenham a sua função possibilitando o crescimento dos
pólos principais.
O pólo de crescimento surge devido ao aparecimento de uma indústria motriz,
considerando como indústria que realiza a separação dos fatores da produção e
provoca a concentração de capitais sob um mesmo poder e decompõe tecnicamente
as tarefas e a mecanização (ANDRADE, 1987).
Sobre a dispersão regional, concentração intra-regional e descentralização
urbana, Godinho (2002), através de estudos, verificou que padrões que
obedecem a uma seqüência temporal correspondente aos diferenciados estágios de
desenvolvimento socioeconômico. De acordo com seu estudo estavam
caracterizados três estágios:
71
Concentração inicial: o crescimento da economia nacional se manifesta de
forma polarizada, concentrando-se em uma ou em um número reduzido de
regiões do país;
Dispersão concentrada: o crescimento sustentado da economia nacional
relaciona-se à expansão econômica dessa região central para outras regiões,
seja devido a fatores econômicos ou a fatores políticos, contribuindo para
uma integração da economia nacional;
Concentração descentralizada: no interior dos centros urbanos de grande
dimensão, a tendência do processo de crescimento é de ser acompanhado
por descentralização de população e de atividades econômicas do centro
para a periferia.
O processo de desenvolvimento econômico dos países desenvolvidos se
caracteriza, ao nível da sua incidência espacial, como um processo de dispersão
concentrada descentralizada (GODINHO, 2002).
O trabalho realizado por De Luca (2001) demonstra, no Quadro 4 a seguir, os
modelos de desenvolvimento regional na América Latina, de 1940 até 2000.
QUADRO 4 - MODELOS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL NA AMÉRICA LATINA
FONTE: DE LUCA (2001)
Cunha apresenta um modelo de pesquisa que pode ser utilizado na pesquisa
das principais APL’s ou setores da região, bem como os fornecedores e cliente, os
estudos de fatores locacionais mais relevantes para o setor como: fatores, indústrias
correlatas, demanda e apoio legal. Quais os pontos fracos nos fatores e o que mais
impacta nos lucros e nos custos. E por fim as propostas de ação para a União,
Estado, Município bem como para a iniciativa privada, conforme Figura 17.
72
FIGURA 17: MODELO DE PESQUISA
FONTE: CUNHA (2007)
73
2.3.3 Desenvolvimento Sustentável
O desenvolvimento sustentável surge de uma nova percepção local e global
de que os recursos não são infinitos e que o futuro depende das atitudes da
sociedade. Esse novo conceito ressalta não somente a sustentabilidade ambiental,
mas também a sustentabilidade política, econômica, financeira, do ponto de vista
privado, e de todos os stakeholders envolvido no desenvolvimento sustentável. A
questão da sustentabilidade tem que abranger o desenvolvimento a curto, médio e a
longo prazo. A sociedade e as políticas públicas são responsáveis pela evolução do
ambiente em que a própria sociedade vive. Na Conferência Mundial Sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento - Rio/92, a mídia relatava que a palavra chave seria a
sustentabilidade, tendo como definição do termo, “garantir as necessidades do
desenvolvimento sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer
suas próprias necessidades”.
na primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, realizada em 1972, foi criado um documento intitulado “Os Limites
do Crescimento”, que alertava para a possibilidade do esgotamento dos recursos
naturais. A maior polêmica desse encontro diz respeito aos proponentes do
crescimento zero para os países em desenvolvimento, sendo que estes últimos
revidavam o direito ao crescimento, a exemplo do que fizeram os países mais
“ricos”. O progresso a qualquer preço começa a ser questionado (CASAROTTO,
2000).
A partir desta conferência, o conceito de sustentabilidade vem sendo
discutido em diversas áreas do conhecimento. A evolução da idéia de
desenvolvimento sustentável emerge da problemática ambiental, e posteriormente
agrega a problemática social, e mais recentemente a territorial (CASAROTTO,
2000).
Fauré e Hasenclever (2007) abordam a noção de desenvolvimento
local/regional integrando várias dimensões como a espacial, econômica, social,
cultural e política e que a dinâmica do conjunto apresentado pode produzir uma
prosperidade sólida e sustentável, que não se resume apenas a indicadores
econômicos na avaliação do desenvolvimento da localidade. Os autores ainda
complementam que desenvolvimento local é o encontro de potencialidades
localizadas, até então não exploradas, com a iniciativa proativa de atores públicos e
74
privados, locais e regionais em favor da atenção à melhoria da competitividade
empresarial e da localidade.
A questão da sustentabilidade tem origem na Conferência sobre Meio
Ambiente organizada pela Organização das Nações Unidas ONU, em Estocolmo,
Suécia, no ano de 1972 e, num segundo momento, à sistematização publicada no
Relatório Nosso Futuro Comum, em 1988, a qual serviu de base à discussão da
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano –
Rio 92.
Para Novaes, Ribas e Novaes (2000, p.40), “Ainda está longe da unanimidade
o conceito de desenvolvimento sustentável, embora a expressão seja de uso cada
vez mais freqüente em diversas áreas. Por isso mesmo, os vários ângulos e facetas
da sustentabilidade enfrentam dificuldades de integração, já que a sustentabilidade é
definida de uma forma na área científica, formulada e praticada com outras
características quando o é nas políticas públicas, encarada de maneiras
diferentes nas atividades econômicas e dos ambientalistas.”
Bezerra e Bursztyn (2000) ponderam que: “A sustentabilidade funda,
portanto, um sentido ético-político para o desenvolvimento. Deve ser percebida
como um fenômeno complexo de múltiplas dimensões (social, espacial, ecológica,
político-institucional, econômica, cultural, etc.) integradas como ‘vasos
comunicantes’ de um sistema.” (BEZERRA e BURSZTYN, 2000, p.16). Para
Sobrinho, (1982, p.47), “O desenvolvimento deve ser um processo global,
conjugando os esforços do setor público e dos investidores privados, nacionais e
estrangeiros, como forma de racionalizar a aplicação dos investimentos, aproveitar a
experiência cnica e obter melhores condições de auto-sustentação do processo.”
Afinal, “é do interior do processo de standartização global que emergem as
afirmações das identidades locais, como princípio essencial da vida pessoal e da
mobilização social, da afirmação de autonomia e tentativas de defesa das diferenças
culturais. Estabelecer as passarelas entre as identidades culturais nacionais,
regionais e locais e a organização econômica global é o desafio maior da
sustentabilidade.” (BEZERRA e BURSZTYN, 2000, p.52).
Franco (1999) diz que “o que chamamos de Desenvolvimento local
Integrado e Sustentável nada mais é do que uma metodologia, latu sensu, para
desencadear” o processo de promoção do desenvolvimento e a metodologia
preconizada deve contemplar: a capacitação para a gestão local; a criação de uma
75
nova institucionalidade participativa; o diagnóstico e planejamento participativos; a
construção negociada de uma demanda pública da localidade (em geral
materializada na forma de um plano de desenvolvimento ou de uma agenda local de
prioridades de desenvolvimento); a articulação da oferta estatal e não-estatal de
programas e ações com a demanda pública da localidade; a celebração de um pacto
de desenvolvimento na localidade; fortalecimento da sociedade civil; fomento ao
empreendedorismo; e, a instalação de sistemas de monitoramento e avaliação.
Milanez (2003) in Interfaces, 2006, afirma que não como se construir uma
economia estável que não seja através de um processo de sustentabilidade,
mudando radicalmente a distribuição de riquezas para gerar mercado e a forma de
produzir os produtos para poder atender os diferentes mercados com seus
diferentes valores. É necessário incentivar cada vez mais a produção local, que
coerente com a cultura, gera empregos locais, usa materiais locais e desconcentra
riquezas e oportunidades.
Apesar das várias definições propostas a respeito do desenvolvimento
sustentável, pode-se observar uma complementaridade entre as mesmas e que
limitar o assunto a uma definição apenas, seria limitar a amplitude de um assunto
tão vasto.
2.3.4 Papel das instituições no desenvolvimento regional
De acordo com Franco (2002) e Vázquez Barquero (1988), o desenvolvimento
regional possui um caráter endógeno, uma vez que os fatores que promovem o
progresso regional se encontram na própria região. Para fortalecer o processo de
mudança é necessário usar todas as potencialidades existentes na região tais como:
fatores naturais, humanos e sociais. Dessa forma fortalece-se a cultura regional,
motivando os agentes locais a promover e incorporar ações inovadoras, sem
prejudicar a base sócio-cultural regional.
Neste contexto as instituições locais têm papel fundamental para o
desenvolvimento regional: universidades, institutos de pesquisa, empresas de
transferência tecnológica, comércio, sindicatos, bancos, órgãos governamentais,
entre outros. Amin e Thrift (1994) destacam a importância dessas forças
institucionais que gerariam uma interação sinérgica e representações industriais
coletivas e propósitos comuns. Os autores destacam ainda alguns fatores sociais e
76
culturais que contribuem para o desenvolvimento regional: presença institucional
marcante; interação entre as instituições locais; criação de estruturas de coalizão e
desenvolvimento de conscientização dos atores regionais.
Segundo Veiga (2001) o desenvolvimento regional o ocorre devido apenas
às políticas blicas, mas a uma nova cultura de ações voltadas para a construção
de um objetivo comum para a região. É o resultado da articulação dos vários atores
sociais, econômicos, políticos, culturais, públicos ou privados de um determinado
território, que trabalham juntos na criação de um planejamento estratégico a longo
prazo.
Conforme a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE, 1993 e 1996) o papel do Estado baseia-se no resultado da dinâmica
econômico-social do comportamento dos atores, dos agentes e das instituições
locais. Devido à proximidade dos atores com o usuário final dos produtos e serviços,
as instâncias locais levam vantagens sobre as instâncias governamentais.
Tanzi (1995) identificou em seu estudo, duas linhas favoráveis da relação
entre descentralização e alocação eficiente:
Teorema da descentralização: nem todos os bens públicos possuem
características espaciais parecidas. Os governos locais obtêm vantagem
comparativa superior em supri-los, em relação ao governo central devido à
proximidade das informações;
Vantagem oferecida pela concorrência entre governos locais: facilidade na
identificação das preferências da população, pois quem melhor identificar
essas preferências colherá melhores benefícios. A concorrência entre os
governos locais gera um processo eficaz na alocação dos recursos.
Porter (1993) destaca que o papel do governo para consolidar a vantagem
competitiva nacional não pode ser paternalista na intervenção governamental,
podendo criar uma dependência prejudicial nas empresas. E o papel delas, no
desenvolvimento regional, consiste em criar e manter vantagens competitivas,
percebendo e descobrindo novas maneiras de competição em uma determinada
indústria e na inovação para o mercado. O fator primordial no desenvolvimento de
uma região ou de um país é a presença de indústrias competitivas e inovadoras
(PORTER, 1993).
Para o processo de desenvolvimento regional, Storper (1995) demonstrou a
importância do ambiente sociocultural, o qual chamou de “ativos relacionais” e de
77
“interdependências não comercializáveis”. O estudo de Putnam (1993), do caso
italiano, veio ao encontro disso, demonstrando o papel e as tradições da sociedade
civil no desenvolvimento regional. Amin e Thriff (1994) destacam também que a vida
econômica da região depende das relações cognitivas entre as instituições
relacionadas às questões da cultura, políticas e sociais. Diante disso, o
desenvolvimento regional está ligado às condições locais e o alvo do planejamento
da região passa a ser a própria localidade.
2.3.5 Facilitadores e barreiras ao desenvolvimento regional
Os facilitadores e as barreiras ao desenvolvimento regional são abordados
por vários autores, os quais colocam que atores que contribuem ou dificultam a
promoção do desenvolvimento, tais como: os empreendedores, a identidade cultural,
as pequenas e médias empresas, os aglomerados industriais, as políticas e a
sociedade.
Entre os facilitadores do desenvolvimento regional, segundo Paiva e Cordeiro
(2002) estão os empreendedores, com um papel relevante como agentes indutores
no crescimento e fortalecimento econômico de uma região, por meio da inovação, da
promoção de negócios que valorizam os recursos, transformando os desafios em
fonte de oportunidades, gerando assim emprego e desenvolvimento regional.
Paiva (2005) identifica, através de um estudo sobre a identidade cultural do
empreendedor, que quanto mais estiver atrelado a sua cultura, mais o
empreendedor poderá assumir um compromisso com o desenvolvimento regional. E
Santos (1998) destaca também o papel econômico e social relevante das pequenas
e médias empresas na economia, como agentes facilitadores do desenvolvimento,
através de geração de emprego e de renda, com agilidade e capacidade de
flexibilidade, adaptando-se às mudanças que ocorrem no ambiente onde estão
inseridas. Porém, Amorim (1998) além de destacar o significante papel das
pequenas e médias empresas na criação de emprego e promoção do crescimento,
que colocam elas na verdade continuam a enfrentar grandes barreiras que
prejudicam o seu desenvolvimento, devido às dificuldades de acesso a vários
instrumentos: insumos e componentes, crédito, tecnologia, mercados e órgãos
públicos.
78
Porter (1999) destaca, a partir da evolução dos conceitos de competitividade,
que os aglomerados industriais constituem-se num efetivo mecanismo gerador do
desenvolvimento regional. Mostra que vantagens competitivas em um mercado
globalizado estão sujeitas cada vez mais aos fatores locais como relacionamentos,
conhecimento, identidades, motivações, entre outros, e os concorrentes não
conseguem competir geograficamente.
Vários autores têm discutido a respeito das políticas como facilitadoras do
desenvolvimento regional. Amaral Filho (1996) ressalta que no desenvolvimento
endógeno a execução de políticas de fortalecimento e as estruturas internas
qualificadas visam a consolidar um desenvolvimento de origem local, promovendo
condições socioeconômicas para atrair novas atividades produtivas, numa
perspectiva economicamente aberta.
A sociedade também tem um papel relevante como facilitadora na promoção
do desenvolvimento regional. Boisier (1997) considera a sociedade civil o principal
agente da modernização e da transformação sócio-econômica em uma região,
através da integração social e da cooperação. Esta visão, também defendida por
vários pesquisadores do desenvolvimento endógeno. Uma das chaves do
desenvolvimento local compreende a capacidade de cooperação entre os atores. A
análise das formas de cooperação institucional ou voluntária que se produzem entre
eles também deve-se levar em consideração, contanto que o objetivo seja o
desenvolvimento local (GODARD ET AL., 1987).
Apesar de haver barreiras significativas ao desenvolvimento regional,
também vários facilitadores e oportunidades que podem contribuir sobremaneira
para o desenvolvimento de uma região. O que se deve atentar é para as
características peculiares de cada região e potencializar o que nela de mais
precioso e explorá-la.
79
3 METODOLOGIA
Este capítulo especifica a metodologia da pesquisa adotada para avaliação
das condições necessárias para o desenvolvimento do turismo na região Norte do
Paraná. O capítulo está dividido em: especificação do problema de pesquisa;
delineamento e design de pesquisa; delimitação da pesquisa; tratamento dos dados
e limitações do estudo.
Com base no modelo de pesquisa de Cunha apresentado no desenvolvimento
regional, utilizou-se para realização desta pesquisa um modelo simplificado de
pesquisa, pois não foi realizada a análise em todo o município como propõe o
modelo, mas especificamente no setor de turismo. Segue Figura 18.
FIGURA 18: MODELO SIMPLIFICADO DE PESQUISA
FONTE: CUNHA (2007).
80
3.1 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
Partindo do pressuposto que o desenvolvimento do turismo é uma alavanca
para o desenvolvimento de uma região, o problema de pesquisa apresentado é:
Quais as condições necessárias para o desenvolvimento do turismo na região Norte
do Paraná?
Com o intuito de viabilizar o alcance do objetivo principal deste trabalho,
foram levantadas as seguintes perguntas de pesquisa:
1) Que tipo de estratégia competitiva utiliza as empresas de turismo na
Região Norte do Paraná?
2) Quais os fatores locacionais mais relevantes para o desenvolvimento
do turismo na região Norte do Paraná?
3) Quais são as ações que devem ser recomendadas para a União que
estimulem o desenvolvimento do turismo na região Norte do Paraná?
4) Quais são as ações que devem ser recomendadas para o Estado que
estimulem o desenvolvimento do turismo na região Norte do Paraná?
5) Quais são as ações que devem ser recomendadas para os Municípios
que estimulem o desenvolvimento do turismo na região Norte do
Paraná?
6) Quais o as ações que devem ser recomendadas para a iniciativa
privada que estimulem o desenvolvimento do turismo na região Norte
do Paraná?
Uma vez formuladas as questões de pesquisa são apresentados o modelo de
pesquisa e as definições constitutiva e operacional das variáveis, conforme Figura
19.
81
FIGURA 19 – RELACIONAMENTO PROPOSTO DAS VARIÁVEIS DE PESQUISA
VARIÁVEL INDEPENDENTE VARIÁVEL DEPENDENTE
VARIÁVEL MODERADORA
FONTE: ELABORAÇÃO DO AUTOR CONFORME BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
Foram consideradas neste estudo: a variável independentes que são as
vantagens locacionais (de fatores; de demanda; de indústrias de apoio e
institucional) e as ações de estímulo ao setor de turismo recomendado à União,
Estado, Município e iniciativa privada; a variável dependente que são as vantagens
competitivas do setor de turismo e a variável moderadora que são as estratégias
competitivas. As relações entre as variáveis estão representadas na Figura 19.
Segue a definição constitutiva e operacional da variável independente que
são as vantagens locacionais de fatores, demanda, apoio e institucional, e as ações
de estímulo ao setor de turismo recomendado à União, Estado, Município e iniciativa
privada, a variável dependente que são as vantagens competitivas do setor de
turismo e a variável moderadora que são as estratégias competitivas.
Variável independente
Vantagens locacionais de fatores
DC: o os fatores-chave de produção criados, e ou herdados. São eles os fatores
especializados de produção, que podem ser habilidades da mão-de-obra
(qualificação), capital e infra-estrutura. Isto cria uma vantagem competitiva, porque
VANTAGENS COMPETITIVAS
DO SETOR DE TURISMO
ESTRATÉGIAS
COMPETITIVAS
2º AÇÕES DE ESTÍMULO AO SETOR
DE TURISMO RECOMENDADO
À UNIÃO
AO ESTADO
AOS MUNICÍPIOS
À INICIATIV
A PRIVADA
DE FATORES
DE DEMANDA
DE APOIO
INSTITUCIONAL
1º VANTAGENS LOCACIONAIS
82
se outras empresas não puderem facilmente copiar estes fatores, eles se tornam
valiosos diferenciais (PORTER, 1993).
DO: As variáveis locacionais de fatores como mão-de-obra qualificada, capital e
infra-estrutura foi avaliada através da obtenção de dados qualitativos e quantitativos
relativos a sua disponibilidade na região. A disponibilidade de mão-de-obra foi
avaliada com dados de sua qualidade, quantidade e custo, obtidos junto aos
dirigentes das empresas de turismo da região, bem como junto aos cursos de
Turismo das instituições de ensino superior de Cornélio Procópio, Santo Antonio da
Platina, Apucarana e Londrina. A variável capital foi avaliada através do capital
empregado na região e da disponibilidade de recursos para investimentos e
financiamentos de empresas de turismo. A variável infra-estrutura foi medida através
do levantamento da infra-estrutura disponível na região, como estradas de acesso,
saneamento, serviço de saúde e segurança, energia, entre outros.
Vantagens locacionais de demanda
DC: As vantagens locacionais de demanda referem-se à composição e a natureza
do mercado interno. As condições de demanda determinam o rumo e o caráter da
melhoria e inovação pelas empresas do país. Porter (1993) aborda ainda alguns
aspectos como a composição da demanda interna, o tamanho da demanda e
padrões de crescimento e internacionalização da demanda interna.
DO: A variável vantagem locacional de demanda foi medida a partir de análise de
dados secundários obtidos em estudos elaborados pelos institutos de pesquisa
como ADETUNORP, SETU, IPARDES, IBGE.
Vantagens locacionais de apoio
DC: Fornecedores internos dotados de competitividade internacional criam
vantagens para os setores a quem se destinam seus produtos (PORTER, 1999). As
vantagens locacionais que podem advir da presença de indústrias de apoio
competitivas são várias como: a obtenção de insumos com maior eficácia de custos,
83
de uma maneira rápida, eficiente e preferencial e a estreita relação de trabalho que
proporciona informações e intercâmbio técnico de qualidade (PORTER, 1993).
DO: A variável locacional de apoio foi avaliada por meio da obtenção de dados
qualitativos e quantitativos. As informações foram obtidas junto aos gestores das
empresas de apoio, como serviços de hospedagem, restaurantes, serviços de
transporte, serviços pessoais, esportes, agências de viagens, entre outros. Os dados
foram coletados através de entrevistas semi–estruturadas, questionários aplicados
aos gestores das empresas de apoio às atividades do turismo e documentos
secundários.
Vantagens locacionais institucional
DC: O papel principal do governo na vantagem competitiva nacional reside em
influenciar positivamente os quatro determinantes da vantagem competitiva
(PORTER, 1993).
DO: A variável locacional institucional foi avaliada por meio da obtenção de dados
qualitativos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi–estruturada e
questionários aplicados junto aos responsáveis pelas: secretarias municipais de
turismo, prefeituras e outros órgãos governamentais envolvidas às atividades do
turismo. Foram obtidas informações como: participação do governo no setor de
turismo, ações de apoio ao turismo, subsídios de incentivo para empresas de
turismo.
Ações de estímulo ao setor de turismo recomendado à União
DC: Ações que fomente o desenvolvimento sustentável do turismo na esfera da
União.
DO: Foi operacionalizada por meio das ações recomendadas à União para promover
o desenvolvimento sustentável do setor de turismo. Foi obtidas as informações
através de fontes secundárias que são os documentos e estudos consultados e
entrevista junto aos empresários, estado, municípios e associações.
84
Ações de estímulo ao setor de turismo recomendado ao Estado
DC: Ações que fomente o desenvolvimento sustentável do turismo na esfera
estadual.
DO: Foi operacionalizada por meio das ações recomendadas ao Estado a fim de
promover o desenvolvimento sustentável do setor de turismo. Foi obtidas as
informações através de fontes secundárias que são os documentos e estudos
consultados e entrevista junto aos empresários, estado, municípios e associações.
Ações de estímulo ao setor de turismo recomendado aos Municípios
DC: Ações que fomente o desenvolvimento sustentável do turismo na esfera
municipal.
DO: Foi operacionalizada por meio das ações recomendadas aos Municípios a fim
de promover o desenvolvimento sustentável do setor de turismo na Região Norte do
Paraná. Foi obtidas as informações através de fontes secundárias que são os
documentos e estudos consultados e entrevista junto aos empresários, estado,
municípios e associações.
Ações de estímulo ao setor de turismo recomendado à iniciativa privada
DC: Ações destinada a iniciativa privada que fomente o desenvolvimento sustentável
do turismo na Região Norte do Paraná.
DO: Foi operacionalizada por meio das ações recomendadas à iniciativa privada
com para promover o desenvolvimento sustentável do setor de turismo na Região
Norte do Paraná. Foi obtidas as informações através de fontes secundárias que são
os documentos e estudos consultados e entrevista junto aos empresários, estado,
municípios e associações.
85
Variável dependente
Vantagens competitivas da indústria
DC: Competitividade é a capacidade da empresa em atingir seus objetivos. A
empresa pode possuir diferentes objetivos ao longo de sua existência, portanto, uma
avaliação que atende qualquer critério é a capacidade da empresa em atender seus
objetivos estratégicos (PORTER, 1993).
DO: Foi operacionalizada com obtenção de dados qualitativos e quantitativos
através de entrevistas semi–estruturadas e questionários respondidos pelos
dirigentes de empresas turísticas avaliando suas percepções quanto ao grau de
competitividade, as barreiras à competitividade e os fatores críticos de sucesso. A
vantagem competitiva foi quantificada a partir do percentual do atingimento das
metas estratégicas. Foram sugeridos alguns objetivos estratégicos como:
lucratividade, participação no mercado e faturamento. Os empresários puderam
sugerir também outros objetivos que julgaram ser relevantes em seus planos
estratégicos. Para cada objetivo estratégico foi informado o grau de atingimento do
mesmo.
Variável moderadora
Estratégias competitivas
DC: Estratégia competitiva é a forma com que a empresa escolhe competir no
mercado. Para Porter (1989), três estratégias genéricas para enfrentar as forças
competitivas: liderança pelo custo total, onde a empresa se posicionar no mercado
com custos mais baixos que o da concorrência; diferenciação, onde a empresa
desenvolve produtos ou serviços, criando algo que seja considerado único ao âmbito
de toda a indústria; e a estratégia de enfoque, onde a empresa foca um determinado
grupo comprador, um segmento da linha de produtos, ou um mercado geográfico,
visando atender um alvo determinado, podendo satisfazer melhor suas
necessidades com diferenciação ou custos mais baixos, ou ambos.
86
DO: As estratégias utilizadas pelas empresas para se diferenciarem de seus
concorrentes e definir a extensão de mercado-alvo foi identificada qualitativamente a
partir de informações dos dirigentes das empresas pesquisadas e dos órgãos
públicos envolvidos no setor de turismo da região. A entrevista identificou a posição
da empresa em relação a pontos característicos dos posicionamentos estratégicos
como liderança pelo custo, enfoque e diferenciação.
3.2 DELINEAMENTO E DESIGN DE PESQUISA
Para a realização deste trabalho, a pesquisa utilizou de métodos mistos, ou
seja, qualitativos e quantitativos. O levantamento e a análises das evidências foi
baseada na lógica de investigação descritiva e se deu mediante o estudo caso misto
e estudo de campo.
Foi utilizado os métodos mistos de pesquisa, e a estratégia de triangulação,
onde a coleta dos dados qualitativos e quantitativos foi realizada de forma
simultânea, ocorrendo a integração dos dados na fase de interpretação. Optou-se
pela estratégia de triangulação visando à eliminação dos pontos fracos de cada
método e potencializando os pontos fortes.
O nível de análise desta pesquisa foi as empresas de turismo na região Norte
do Paraná e a unidade de análise foram as sete empresas de turismo estudadas.
A pesquisa teve um desenho de corte transversal, uma vez que os dados
foram coletados em um único momento do tempo.
3.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
3.3.1 População
O estudo foi realizado em sete empresas de turismo da Região Norte do
Paraná, trata-se de um estudo multicaso. As empresas de turismo delimitadas pela
ADETUNORP compreendem 92 municípios participantes desta agência. Também
foram coletadas informações das empresas de turismo da região junto à SETU,
IPARDES, IBGE.
87
3.3.2 Fonte e coleta de dados
Para coleta de dados, foram utilizadas fontes de dados primários, cujos dados
foram obtidos por meio de aplicação de questionários e entrevistas semi–
estruturadas junto às secretarias municipais de turismo, órgãos governamentais
envolvidas com as atividades do turismo, iniciativa privada. Foi realizado também um
levantamento de campo de dados secundários, qualitativos e quantitativos
relacionados aos fatores locacionais mais relevantes.
3.4 TRATAMENTO DOS DADOS
O tratamento dos dados qualitativos foi feito através de análise de conteúdo.
Conforme Vergara (2005) a analise de conteúdo tem por objetivo identificar o que
está sendo dito sobre um determinado tema. Bardin (1977) define como um conjunto
de técnicas que visa obter através de procedimentos sistemáticos e objetivos de
descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção destas mensagens.
No tratamento dos dados quantitativos foi utilizado a estatística descritiva.
Este método se justifica em vista da estatística descritiva ser muito utilizada para
descrever a amostra, verificar se as variáveis apresentaram condições para uso de
algumas técnicas estatísticas e para responder a questões específicas de pesquisa.
3.5 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Uma das limitações deste estudo foi o fato de que devido à utilização da
técnica de levantamento de dados foi através da percepção das pessoas envolvidas
nas atividades de turismo, e que essas pessoas têm acerca de si mesmas e do
contexto turístico é subjetiva, pode ter não revelado dados reais.
Outra limitação se deu em não obter um instrumento que identifique
claramente uma demanda potencial, uma vez que esta não necessariamente faz
parte da mesma região geográfica. Bem como identificar as barreiras existentes que
impedem a demanda potencial se transformar em demanda efetiva.
88
Essa metodologia procurou minimizar as limitações, ouvindo várias fontes de
evidências: além dos dirigentes das empresas, foram ouvidos responsáveis em
instituições públicas e associativas.
Outra limitação foi a realização da pesquisa ser realizada em empresas,
escolhidas por critérios de facilidade de acesso e não por método de seleção de
amostra aleatória, o que pode ter comprometido a representatividade das
informações sobre o setor em geral.
O estudo foi restrito às variáveis julgadas mais convenientes à
competitividade do segmento de turismo, conforme modelo de análise utilizado. Em
casos específicos de empresas as variáveis escolhidas podem não representar as
melhores escolhas.
Em virtude da quantidade de empresas pesquisadas não se pode generalizar
os resultados da pesquisa para além da Região Norte do Paraná, uma vez que,
cada região possui as suas peculiaridades que devem ser levadas em conta para
uma análise mais específica.
Por fim, outra limitação ocorreu no corte transversal da análise, pois as
organizações pesquisadas foram especificamente em um determinado tempo, o que
pôde descrever uma realidade particular, e que essa realidade representou um
momento atípico, pois não levou em conta a crise mundial que se instaurou no final
de 2008, podendo refletir diretamente no setor de turismo.
3.6 RESUMO DA METODOLOGIA
Segue Quadro 5 contendo o resumo da metodologia utilizada.
QUADRO 5 - RESUMO DA METODOLOGIA
Perguntas de
Pesquisa
Variáveis Indicadores
Fonte Coleta de
Dados
Tratamento
dos Dados
Que tipo de
estratégia
competitiva utiliza as
empresas de turismo
na Região Norte do
Paraná?
Estratégias
competitivas
Opinião dos
dirigentes e
gestores
Dirigentes
das
empresas de
turismo e
Gestores
municipal-
estaduais
dos órgãos
de turismo
Primária -
Entrevista e
Questionário
Análise de
conteúdo
Quais são as
vantagens
locacionais
Vantagens
Locacionais:
de fatores;
Opinião dos
dirigentes e
gestores
Dirigentes
das
empresas de
Primária -
Entrevista e
Questionário
Análise do
discurso e
estatística
89
relevantes em
termos de
quantidade,
qualidade e
disponibilidade para
o desenvolvimento
do turismo na região
Norte do Paraná?
de demanda;
de apoio; e
institucional.
turismo e
Gestores
municipal-
estaduais
dos órgãos
de turismo
descritiva.
Quais ações que
podem ser
implementadas
pelas instituições
públicas (União,
Estado e Municípios)
para estimular e
apoiar o
desenvolvimento do
turismo na região
Norte do Paraná?
Vantagem
competitiva
Opinião dos
gestores
Gestores
municipal-
estaduais/est
aduais/feder
al dos órgãos
de turismo
Prefeitura
Municipal –
Prefeito ou
Secretário
municipal de
turismo
Secretário-
Secretaria
Estadual do
turismo
Primária
Análise de
conteúdo e
estatística
descritiva.
Quais as ações que
a iniciativa privada
pode desenvolver
para estimular e
apoiar o
desenvolvimento do
turismo na região
Norte do Paraná?
Vantagem
competitiva
Opinião dos
dirigentes
Empresas -
Dirigentes
Primárias -
Entrevistas,
questionários
,
Análise de
conteúdo e
estatística
descritiva.
90
4 APRESENTAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
O presente capítulo tem por finalidade apresentar a caracterização das
empresas estudadas, as instituições de apoio, os órgãos públicos, as instituições de
ensino, agentes financiadores, bem como a caracterização da região para um
melhor entendimento do contexto regional.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO ESTUDADA
Com o intuito de facilitar a compreensão do contexto da região estudada,
faz-se necessário uma breve caracterização da região Norte do Paraná, onde está
inserida dentro do Paraná e Brasil, retratando os aspectos relevantes ao turismo,
como os dados sócio-econômicos e políticos, que são imprescindíveis para o
desenvolvimento regional. Serão abordados, também, os municípios que compõem
a região, elucidando assim o contexto regional.
Brasil
O turismo no Brasil é uma atividade econômica importantíssima. Pode-se
evidenciar na Tabela 7 que, com cinco milhões de visitantes estrangeiros em 2007, o
Brasil é o principal destino do mercado turístico internacional na América do Sul,
ocupando segundo lugar na América Latina em termos de fluxo de turistas
internacionais.
91
TABELA 7 – COMPARATIVO DAS PRINCIPAIS ESTATÍSTICAS DO TURISMO NO BRASIL
FONTE: MINISTÉRIO DO TURISMO. TURISMO NO BRASIL 2007 / 2010
Os valores com os gastos dos turistas estrangeiros em visita ao Brasil
alcançaram em torno de R$ 9,9 bilhões em 2007, e o país abarcou 3,5% do fluxo
turístico internacional no continente americano. Em 2005, o turismo contribuiu com
3,2% das receitas nacionais advindas da exportação de bens e serviços,
responsável pela criação de 7% dos empregos diretos e indiretos na economia
brasileira. Em 2006, 1,87 milhões de pessoas foram empregadas neste setor, com
768 mil empregos formais (41%) e 1,1 milhões de ocupações informais (59%). O
turismo doméstico representa uma parcela fundamental do setor; contabilizando 51
milhões de viagens em 2005, a receita direta gerada pelo turismo interno foi de R$
43,6 bilhões 5,6 vezes mais que as receitas originadas pelos turistas estrangeiros
em 2005.
Conforme dados apresentados pela EMBRATUR (2006) na Tabela 8, os
destinos para as viagens de lazer no Brasil em 2005 foram Rio de Janeiro, Foz de
Iguaçu e São Paulo, respectivamente. para os turistas estrangeiros que visitaram
o Brasil a negócios, eventos e convenções, no mesmo ano os destinos mais
procurados foram São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Desta forma as
pesquisas da EMBRATUR apontam que existe uma forte concentração das viagens
dos turistas estrangeiros nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, e nas
regiões Sudeste e Sul do país, independentemente do motivo.
92
TABELA 8 – PRINCIPAIS DESTINOS VISITADOS PELOS TURISTAS ESTRANGEIROS EM 2005
FONTE: EMBRATUR (2006)
Região SUL
A Região Sul do Brasil - que é composta pelos estados do Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul - vem se destacando no cenário nacional do turismo,
pois possui diferenciadas atrações, como as belezas naturais, praias, cidades
históricas e colônias européias, além do clima bem definido.
Paraná
O Paraná localiza-se na Região Sul do País, ocupando uma área de 199.314
km2, que corresponde a 2,3% da superfície total do Brasil. O estado conta com 399
municípios instalados (SETU, 2004).
93
A população - estimada em 10,3 milhões de habitantes (IBGE - 2007) - é
formada, predominantemente, por descendentes de diversas etnias como:
poloneses, italianos, alemães, ucranianos, holandeses, espanhóis e japoneses que
aqui se fixaram, juntando-se ao índio, ao português e ao negro, os três elementos
básicos que formaram o povo e a cultura paranaense, fazendo com que o Paraná
seja conhecido como a "Terra de Todas as Gentes".
São cinco as zonas naturais do Estado: o Litoral, o Primeiro, o Segundo e o
Terceiro Planalto e a Serra do Mar. Na área de hospitalidade, o Paraná conta
atualmente, com 528 hotéis e os serviços de aproximadamente 977 agências de
turismo com 1076 guias cadastrados.
A mão-de-obra é qualificada por meio de vários cursos técnicos e
profissionalizantes além dos mais de 40 cursos de turismo ofertados em nível
superior.
O Paraná é um dos estados que tem um grande número de parques
nacionais, destacando-se o Parque Nacional do Iguaçu e o Parque Nacional do
Superagui. Destaca-se, ainda, no local com cerca de 250 quedas-d’águas e com 75
metros de altura, o que a torna conhecida internacionalmente. A Garganta do Diabo
é uma das atrações do maior conjunto de cataratas do mundo.
A Serra do Mar, porção de Mata Atlântica no estado, é também um dos
pontos fortes no turismo. É possível descer a serra, por trem, conhecida como
‘litorina’, que sai de Curitiba com destino às pequenas cidades históricas de
Morretes e Antonina, onde pode-se provar o barreado, prato típico da região e do
estado. Na Figura 20 são apresentados as atrações turísticas do Paraná.
94
FIGURA 20 – MAPA DO PARANÁ COM ATRAÇÕES TURISTICAS
FONTE: ECOPARANÁ (2007)
Norte do Paraná
A região Norte do Paraná possui uma população de aproximadamente 1,13
milhões de habitantes, com IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal)
de 0,76. Segundo a ADETUNORP, a região conta com 92 municípios, são eles:
Abatiá, Alvorada do Sul, Andirá, Apucarana, Arapongas, Arapuá, Ariranha do Ivaí,
Assai, Bandeirantes, Barra do Jacaré, Bela Vista do Paraíso, Bom Sucesso,
Borrazópolis, Cafeara, Califórnia, Cambará, Cambé, Cambira, Carlópolis,
Centenário do Sul, Congonhinhas, Conselheiro Mairinck, Cornélio Procópio,
Cruzmaltina, Faxinal, Figueira, Florestópolis, Guapirama, Guaraci, Grandes Rios,
Godoy Moreira, Ibaiti, Ibiporã, Itambaracá, Ivaiporã, Jaboti, Jacarezinho, Jandaia do
Sul, Jaguapitã, Japira, Jardim Alegre, Jataizinho, Joaquim Távora, Jundiaí do Sul,
Kaloré, Leopolís, Lidianopolís, Londrina, Lunardelli, Lupionopolis, Marilândia do Sul,
Morumbi, Mauá da Serra, Miraselva, Nova America da Colina, Nova Fátima, Nova
Italcomi, Nova Santa Barbara, Pinhalão, Pitangueiras, Porecatu, Prado Ferreira,
95
Primeiro de Maio, Quatiguá, Rancho Alegre, Ribeirão Claro, Ribeirão do Pinhal, Rio
Bom, Rio Branco do Ivaí, Rolândia, Rosário do Ivaí, Sabaudia, Sapopema, Salto do
Itararé, Santa Amélia, Santa Cecília do Pavão, Santa Mariana, Santana do Itararé,
Santo Antonio do Paraíso, Santo Antonio da Platina, São Jerônimo da Serra, São
José da Boa Vista, São João do Ivaí, São Pedro do Ivaí, São Sebastião da Amoreira,
Sertaneja, Sertanópolis, Siqueira Campos, Tamarana, Tomazina, Uraí e Wenceslau
Brás, conforme Figura 21.
FIGURA 21 – MAPA DA REGIÃO NORTE DO PARA
FONTE: ADETUNORP (2008)
A distância média dos municípios até a cidade de Londrina, que é um pólo na
região, é de aproximadamente 87 quilômetros. O nível atual de atratividade na
região é médio, mas as condições de uso são precárias. Em relação ao turismo os
segmentos são lazer, turismo rural, turismo de negócios, eventos. um grande
potencial no ecoturismo e turismo rural em virtude das características da região. A
capacidade e o potencial empresarial da região são bons. Segue Quadro 6 contendo
resumo da região estudada.
96
QUADRO 6 – RESUMO DA REGIÃO NORTE
FONTE: SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, DO DESENVOLVIMENTO URBANO E DOS
TRANSPORTES (2008)
4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS DE TURISMO ESTUDADAS
Será apresentada uma breve descrição das empresas de turismo
pesquisadas neste estudo, que fazem parte da região Norte do Paraná. A
caracterização das empresas consiste no nome, localização, ano de fundação,
número de funcionários, origem dos empregados, estrutura do capital e o principal
produto/serviço oferecido. Será descrito, ainda, as informações que levam a
caracterizar a estratégia de cada empresa. No entanto, em virtude de algumas das
empresas pesquisadas não autorizarem a publicação, optou-se em utilizar nomes
fictícios para as mesmas.
DADOS GERAIS PRINCIPAIS ATRATIVOS
População
Total
(habitantes)
IDH-M
(Média)
Distância média
de Londrina
(km)
Nível de Atratividade
Condições de uso
atual
1.132.284 0,76 87,1 Médio Precário
SEGMENTOS
EQUIPAMENTOS E
SERVIÇOS
ENVOLVIMENTO
COMUNITÁRIO
Real Potencial
Precário Precário
. Negócios
. Eventos
. Lazer
. Rural
. Ecoturismo
. Rural
ORGANIZAÇÃO
TURÍSTICA
DEMANDA
Pública Privada
Real e Potencial
CAPACIDADE
EMPRESARIAL
PONTUAÇÃO
MÉDIA
CLASSIFICAÇÃO
Precário Precário
Sim Bom 25,3 Razoável
97
Aguativa Golf Resort
O Aguativa Golf Resort está localizado na cidade de Cornélio Procópio - PR é
um empreendimento hoteleiro do tipo resort que oferece instalações e serviços de
hospedagem, alimentação, entretenimento e eventos de alto padrão. Possui uma
completa infra-estrutura, permitindo receber e integrar seu público com muito
aconchego.
Com localização privilegiada e natureza exuberante, o Aguativa tem a
vantagem de estar em uma região próxima ao Trópico de Capricórnio, conferindo
uma temperatura amena, com baixos índices de chuva e sol abundante o ano todo.
São mais de 1,5 milhão de metros quadrados cercados por rio, lagos, montanhas,
vegetação nativa e fontes de água mineral, naturalmente aquecidas. Sua missão é
levar entretenimento e hospitalidade aos clientes, em conjunto com atividades que
propiciem consciência ecológica, resgate de valores culturais e sociais, visando,
desta forma, garantir melhoria da qualidade de vida para clientes e colaboradores.
Sua visão é ser um dos melhores resorts do Brasil, oferecendo produtos e serviços
consistentes no segmento de negócios e lazer, constituindo-se como uma referência
nacional para a categoria.
As fontes de “Água Mineral Ativa” foram descobertas em 1950 por caçadores
que exploravam a região. Logo depois, na década de 1960, foi construída a primeira
piscina para atender às necessidades de lazer e entretenimento dos moradores de
Cornélio Procópio. Como esta piscina aproveitava a água mineral naturalmente
aquecida, o local foi denominado “Termas”.
A primeira estrutura hoteleira foi construída em 1968, numa área denominada
Panorama, que se encontra a 1000 metros da atual construção. Em 1980, o hotel
passou para a área central, quando foram construídos 36 chalés, nova recepção,
sala de jogos e o Restaurante Panorâmico.
Com a vinda do Grupo Neszlinger, em 1995, o Aguativa passou por diversas
mudanças estruturais visando proporcionar maior conforto e comodidade aos
hóspedes. Desde então, vem buscando se qualificar cada vez mais na modalidade
em que está inserido: Resort, sendo que este se constitui num dos ramos mais
promissores do turismo em todo o mundo.
A coroação do grande trabalho realizado aconteceu nos anos de 2005 e 2006,
quando o Aguativa Golf Resort foi eleito pelos, leitores da Revista Viagem &
98
Turismo, o segundo melhor resort de campo do Brasil consecutivamente. Nesse
mesmo ritmo, o Aguativa Golf Resort vem investindo em constantes melhorias para
continuar oferecendo serviços inovadores e de qualidade, objetivando garantir a
satisfação de seus clientes.
Sitio Ecológico Scandolo
O Sítio Ecológico Scandolo está localizado na cidade de Cambará - PR as
margens da BR 369, Km 24. É um empreendimento familiar, que oferece instalações
e serviços de lazer, trilha natural, recreação, eventos, hospedagem, piscina,
consciência ecológica, aventura entre outros entretenimentos. Possui uma estrutura
que permite receber vários grupos, sejam escolas, empresas e famílias.
A empresa possui três sócios proprietários, dois contratos formais, cinco
temporários. Dependendo da época do ano pode haver mais contratação com
profissionais free-lance. Três das pessoas que exercem suas atividades no
Scandolo possuem o ensino fundamental, quatro concluíram o ensino médio e três
possuem curso superior, sendo que duas cursaram especialização. A origem da
maioria dos empregados é da própria região.
A estrutura do capital da empresa é privado nacional. O principal
produto/serviço turístico oferecido pelo Scandolo é o Day use”, ou seja,
normalmente as pessoas / grupos passam o dia. Isto porque a estrutura para
hospedagem ainda não comporta um grande numero de hóspedes, mas um
esforço para ampliação e construção de chalés. Segundo a percepção do
empresário, o Day usechega a 70% de sua participação no mercado. A empresa
não conta com parcerias.
Na visão do empresário, as práticas das estratégias competitivas são
implementadas para manter o diferencial competitivo de sua empresa. Ele momenta
que “através de redução de custos operacionais, podemos tornar o preço mais
competitivo. Investimento em estrutura torna possível atender a uma maior demanda
em época de temporada. Monitoramos os processos regularmente para não haver
queda na qualidade.”
99
Empreendimento Hoteleiro Alpha
O Empreendimento Hoteleiro Alpha, localizado na região de Londrina PR,
foi fundado em 1998. O sócio fundador possuía 70 anos quando criou a empresa,
era médico, pós-graduado e empresário. Com seu falecimento os filhos assumiram a
direção.
Suas instalações oferecem conforto, qualidade e lazer aos seus clientes.
Possui uma estrutura que permite receber empresas, grupos escolares e famílias.
Conta com restaurante, cafeteria, salão de jogos, conveniência, piscina, serviços de
fisioterapia, massagem anti-stress e tratamento fitoterápico, alem de outros serviços
turísticos.
Possui dois cios proprietários, trinta contratos formais e um familiar, sem
contrato formal. Dezessete pessoas que exercem suas atividades na Alpha possuem
o ensino fundamental; dez cursaram o ensino médio; uma possui curso técnico;
duas concluíram curso superior e uma delas realizou pós-graduação. A origem da
maioria dos empregados é da própria região.
O capital da empresa é dos próprios sócios. O principal produto/serviço
turístico oferecido pela Alpha é hotelaria. A percepção do diretor é que sua
participação chega a 60% no mercado. A empresa possui uma parceria, no ano de
2007 disponibilizou mais dois novos produtos no mercado, impactando
positivamente na receita e no lucro.
Beta Pousada e Estância de Lazer
A Beta Pousada e Estância de Lazer está localizada em Jataizinho - PR.
Fundada em 2004, está preparada para receber até 200 pessoas. Seu centro de
eventos é um espaço diferente dos convencionais, pois sua fachada foi projetada
com vidros temperados, proporcionado maior contato com a natureza.
Possui dois cios proprietários, cinco contratos formais, um estagiário, um
temporário e dois familiares, sem contrato formal. Cinco pessoas que exercem suas
atividades na Beta possuem o ensino fundamental; dois, o ensino médio; quatro
concluíram curso superior, e três destas realizaram pós-graduação. A origem da
maioria dos empregados é da própria região. A estrutura do capital da empresa é
proveniente dos sócios e de empréstimos de instituições de apoio as MPEs.
100
A sócia fundadora era coordenadora de eventos de outra pousada e tinha 21
anos quando da fundação da Beta; na época, era formada em Turismo e
Hotelaria. Hoje, com 25 anos, possui especialização e docência MASTER/MBA
Turismo, Hotelaria e Entretenimento.
O principal produto/serviço turístico oferecido pela empresa é a hospedagem
que conta com a metade da participação no mercado em relação aos outros
produtos. Em 2007 foram disponibilizados novos produtos/serviços como terapias de
bem-estar, o que impactou positivamente nos lucros. Existem algumas parcerias
para o sucesso empresarial.
Conta com serviços de organização e execução de casamentos, bodas e
aniversários, confraternizações familiares, empresariais, religiosas e escolares;
convenções, treinamentos e lançamentos de novos produtos. Oferece também,
serviços de terapias de bem-estar, como: shiatsu massagem relaxante, drenagem
linfática, massagem tai, quick massage, escalda-pés aromático & reflexologia,
banhos aromáticos na hidromassagem. Seu restaurante panorâmico serve delícias
da gastronomia rural, além de café da manhã diferenciado, apreciando as águas do
Rio Tibagi.
Os chalés, em alvenaria, mantêm o clima simples e natural do campo. São
bem estruturados e possuem varanda, ideal para contemplar o pôr do sol e a beleza
do Rio. A pousada possui atrações de lazer, diversão e descanso com estrutura de
piscina, trilha de acesso ao Rio Tibagi, quadra de vôlei de areia, campo de futebol
gramado, sala de jogos, playground, circuito de tirolesa/arvorismo, pescaria a beira
do Rio, entre outros atrativos.
Clube de Campo Scandolo
O Clube de Campo Scandolo está localizado entre as cidades de Santo
Antonio da Platina - PR e Bandeirantes - PR. Compreende espaço com muito verde,
bosques, lagos e uma completa área de lazer para desfrutar o que há de melhor na
natureza nessa região. O Clube de Campo Scandolo, com sua planejada área, que
busca integrar a natureza a um completo complexo esportivo, consegue agradar,
com sua beleza, os olhos mais exigentes. O clube oferece vários campos de futebol,
quadra esportiva e piscina com toboágua.
101
O Clube recebe excursões e visitantes - com consulta e agendamento prévio -
que podem aproveitar a área que é referência regional em termos de preservação.
Muito mais que lazer e prática esportiva, o Clube de Campo Scandolo desenvolve
papel fundamental de conscientização sobre a importância do meio ambiente,
convidando seus visitantes a refletirem sobre a preservação da natureza.
O cio proprietário Kleber Scandolo vem de uma família de origem
empreendedora, a exemplo de seu tio, João Scandolo (proprietário do Sítio
Ecológico Scandolo, mencionado neste estudo), deu continuidade ao trabalho do
sócio fundador que, aos 28 anos com a formação de agricultor, fundou em 1984 este
clube. Como empresa de sucessão familiar possui três sócios proprietários, um
contrato formal e três temporários. Dependendo da época do ano pode haver mais
contratação com profissionais free-lance. Quatro das pessoas que exercem suas
atividades no Clube Scandolo possuem o ensino fundamental; uma o ensino médio
e duas possuem curso superior. A origem da maioria dos empregados é da própria
região.
A estrutura do capital da empresa é dos próprios sócios. O principal
produto/serviço turístico oferecido pelo Clube Scandolo é a diária do lazer, ou seja,
normalmente as pessoas / grupos passam o dia usufruindo da estrutura do Clube.
Segundo a percepção do proprietário, a diária de lazer representa cerca de 80% de
sua participação no mercado em relação a outros produtos. A empresa conta com
algumas parcerias.
Segundo o proprietário ”devido o Clube estar localizado em uma região onde
o poder aquisitivo da população e a má distribuição de renda ocasionam uma
realidade diferente dos demais clubes localizados nos grandes centros do país, pois
não tem apoio governamental e social, e em relação às linhas de créditos para
investimento, nem sempre estão disponíveis para as pequenas empresas. Assim
todos os investimentos realizados no decorrer dos 30 anos do Clube, foram por
recursos próprios.”
Gama Hotel Resort
O Gama Resort está localizado na cidade de Apucarana - PR. Em torno de
um lago, constituído de rochas de basalto, foi construída uma estrutura de lazer,
com piscinas, tobogã aquático, pedalinhos, restaurante, sauna, centro de eventos
102
corporativos e sociais. O lago é formado pela nascente do rio Itambé, por esse
motivo mantém sempre a água transparente, podendo assim observar diversas
espécies de peixes, constituindo um ambiente de rara beleza natural.
A missão do Gama Resort é oferecer qualidade de serviço que excedam as
expectativas dos clientes, com excelência em qualidade para seu descanso; várias
opções de descontração para seu entretenimento, alem de facilidades e diferencias
para que seu evento se torne inesquecível. Sua visão é ser o melhor “Hotel de
Negócio e Lazer” da região, oferecendo descanso, entretenimento e eventos com
excelência em qualidade e conforto.
O Gama Resort surgiu do sonho do empresário em construir um
empreendimento turístico em um local onde tivesse um atrativo natural e que
possuísse uma boa localização. Na época em que adquiriu a propriedade, o
empresário se encantou pelo lago, que era muito grande e no qual vislumbrou um
grande potencial. Embora as pessoas não conseguissem partilhar o sonho do
empresário, a todo o momento ele imaginava “o empreendimento pronto”,
funcionando, assim como as pessoas utilizando as instalações. Houve muitas
batalhas, mas graças ao esforço e dedicação, o Gama Resort é um referencial na
região. O empresário destaca: “Muitas vezes nossos sonhos têm um preço muito
alto para aqueles que nos cercam e amamos”.
também por parte do empreendimento, uma consciência de preservação
da natureza, por meio do programa de Educação Ambiental do Gama Resort, que
tem por conceitos: “Educação ambiental é a relação do homem com a
biodiversidade e esta com o Meio ambiente”; “O dever de cada cidadão é proteger e
conservar o meio ambiente considerado de interesse comum”; “O mato protege a
água, a água protege a vida”.
O referido programa considerou que a mata ciliar é componente de um
ecossistema natural e que sem ela o meio ambiente desequilibra. A mata ciliar
aumenta a infiltração da água elevando o lençol freático, controla a temperatura e
funciona como um filtro. Esta qualidade é fundamentada para a conservação da
biodiversidade, pois a mata ciliar forma corredores naturais ao longo dos rios e
nascentes que proporciona a conexão de remanescentes de vegetação nativa,
facilitando o trânsito de animais e a troca de material genético, sem os quais não se
garantem a renovação natural e a diversidade genética da flora e fauna. Diante
disso, o Gama Resort desenvolve várias ações de recuperação da mata ciliar.
103
Delta – Clube de Campo
O Delta Clube de Campo está localizado na cidade de Ibiporã, é um
empreendimento do tipo Resort, Camping e Lazer. Fundado no ano 2000. O sócio
fundador Dr. Justino, médico e empresário, hoje já falecido.
O Delta Clube de Campo pode ser considerado privilegiado pela beleza
natural que o rodeia, margeando a Rodovia BR 369 - Saída para Jataizinho. Possui
10.000 metros quadrados de área construída, distribuídos nos setores:
administrativo, clínico ambulatorial, educação, nutrição, profissionalizante, rural,
esportivo, lazer e clube, para dar o melhor em qualidade de atendimentos.
A empresa possui dois contratos formais, um temporário e dois terceirizados.
Duas das pessoas que exercem suas atividades no Clube de Campo possuem o
ensino fundamental e três concluíram o possui ensino médio. A origem da maioria
dos empregados é da própria região.
A estrutura do capital da empresa é proveniente dos associados do clube. O
principal produto/serviço turístico oferecido pelo Clube de Campo é o Camping,
piscina, esportes e lazer em geral. A empresa não conta com parcerias. Segue
Quadro 7 com o resumo das empresas estudadas.
104
QUADRO 7 – QUADRO RESUMO DAS EMPRESAS ESTUDADAS
Empresa Município
Númer
o de
Funcio-
nários
Produto/
Serviço
Constituição
do Capital
Porte
de acordo
com Nº de
funcionários
(SEBRAE)
Ano de
Funda-
ção
Aguativa Golf
Resort
Cornélio
Procópio
220
Pacote
Turístico
Próprio e
Financiamento
Média
Empresa
1995
Sítio Ecológico
Scandolo
Cambará 8
Day use
Privado
Nacional
Microempresa 1982
Empreendimento
Hoteleiro Alpha
Londrina
33
Hospedagem Dos sócios
Pequena
Empresa
1998
Beta Pousada e
Estância de
Lazer
Jataizinho 11 Hospedagem Dos sócios Microempresa 2004
Clube de Campo
Scandolo
Entre Santo
Antonio da
Platina e
Bandeirantes
7 Diárias Dos sócios Microempresa 1984
Gama Hotel
Resort
Apucarana
85
Pacote
Turístico
Dos sócios e
Financiamento
Pequena
Empresa
1994
Delta Clube de
Campo
Ibiporã 6 Diárias Dos sócios Microempresa 2000
Síntese da
análise
Região
Norte do
Paraná
Maioria
até 35
funcion
ários
Maioria
Diária e
Hospeda-
gem
Maioria
capital dos
sócios
Maioria Micro
e Pequena
empresa
Maioria
a mais
de 10
anos
no
ramo
FONTE: O autor (2008)
4.3 ÓRGÃOS MUNICIPAIS DE APOIO AO TURISMO
Será apresentada uma descrição das entrevistas realizadas nos órgãos de
apoio ao turismo que fazem parte da região Norte do Paraná. A caracterização dos
órgãos consiste na identificação do município, localização, setor da prefeitura e as
ações do município no apoio ao turismo. Em virtude de algumas das prefeituras não
autorizarem a publicação, optou-se em não mencioná-las.
105
Cabe ressaltar aqui as dificuldades de se conseguir informações no âmbito
municipal, pois dos 92 municípios delimitados pela ADETURNOR, foi encaminhado
questionários via e-mail para 52 secretarias municipais, com um retorno de apenas 3
questionários respondidos pela secretaria municipal do turismo, embora se tenha
cobrado por várias vezes o retorno dos mesmos. Em muitos municípios não foi
possível realizar a entrevista com o secretário de turismo, ou por que não existe
realmente a figura do secretário, ou o mesmo não é da área de turismo, somente
ocupando o cargo politicamente.
Essas dificuldades revelam de uma maneira geral, que os municípios não têm
uma visão do turismo como uma viabilidade econômica e sim meramente social.
Prefeitura Alfa
Na prefeitura Alpha foi entrevistado o chefe do departamento de Meio
Ambiente e Turismo. Perguntou-se quais são os incentivos oferecidos pelo município
para a instalação de novas empresas do setor de Turismo: A resposta foi que a
cidade é carente de locais ou recursos naturais que sirvam de atrativos para
empresas desse ramo. Entretanto, a Prefeitura se mostra favorável e apóia qualquer
ação ou interesse de empresas que queiram se instalar no município. Não há foco
político para esse setor.
Questionou-se sobre as contrapartidas exigidas pelo município a essas
empresas: A resposta foi que qualquer empresa que queira se instalar, deverá
respeitar a legislação vigente, assim como ter preocupação de preservação
ambiental, além de favorecer o crescimento da cidade.
Foi indagado se o município realiza parcerias com o setor de Turismo: A
resposta foi que não conta com empresas desse ramo. Entretanto, parcerias com o
Ministério do Turismo e SEBRAE foram realizadas com o intuito de realizar outras
melhorias na cidade. É um processo lento, mas está sendo feito. As reformas das
praças da cidade foram feitas através de parcerias com o ministério de turismo.
Foi questionado sobre a existência de uma política de fortalecimento do setor
do Turismo no município e que ações estão sendo executadas: O chefe do
departamento respondeu que existe um começo, visto que, anteriormente, nada foi
feito na cidade Alpha. A primeira ão é o “levantamento”, em busca de conhecer o
foco, o tema básico dessa cidade, para poder estabelecer se é turismo religioso,
106
turismo de um dia, história do café, pesca, belezas naturais, recuperação da
ferroviária, para implantar o turismo ferroviário, restauração da linha férrea.
Ao questionar se existe uma competição entre os municípios da região em
relação a incentivos de abertura de novas empresas do setor de Turismo, a resposta
foi que não competição; pelo contrário, tem sido buscadas parcerias com esses
municípios, para favorecer o turismo regional, em virtude da escassez de espaços
turísticos nessa região.
Não houve nos últimos 3 anos incentivos municipais disponibilizados e
efetivados para as empresas do setor de Turismo, com exceção de apoio na
organização de festas tradicionais. Também não houve incentivos solicitados pelos
empresários do Turismo.
Segundo o chefe de departamento de Meio Ambiente e Turismo quase não há
um grau de representatividade do setor de Turismo na economia local. Mas o
mesmo está em ascensão, uma vez que nunca antes houve ações de incentivo a
este setor. Foram feitos vários contatos com cidades de maior porte como Londrina,
além do Ministério do Turismo. As parcerias entre os municípios poderá apresentar
um resultado mais rápido do que as ações individuais. Projetos que visem à
determinação de uma identidade turística poderão ser feitos nos anos seguintes,
para identificar e promover o turismo religioso, histórico do café, ou férreo.
Prefeitura Beta
Na prefeitura Beta foi entrevistado o assessor da Secretaria de Turismo. Fui
informado de que não incentivos oferecidos pelo município para a instalação de
novas empresas do setor de Turismo, e também que não existem empresas deste
setor, do ramo de viagens, eventos, hotéis; apenas existem apenas pequenos
restaurantes. Foram pleiteadas algumas verbas, através do Ministério do Turismo,
para construção de uma anfiteatro e um centro de eventos, que estão sendo
construídos neste ano. Alem da reforma da rodoviária e da restauração do Bosque.
No momento, existe um conselho de Turismo. Todavia, ainda não é atuante,
por isso não existe uma política de fortalecimento do setor do Turismo no município.
Indaguei se competição entre os municípios da região em relação a incentivos de
abertura de novas empresas do setor de Turismo. A resposta foi que entre os
Municípios Beta, Sertaneja, Alvorada do Sul e Primeiro de Maio ainda não uma
107
implementação completa em relação ao turismo e que no momento ainda não
incentivos municipais disponibilizados e efetivados para as empresas do setor de
Turismo, nem nos últimos três anos.
Segundo o assessor algumas solicitações de incentivo pelos empresários
do Turismo. Mas que este não foi disponibilizado pelo município, como é o caso da
solicitação de alguns agricultores da estrada do Cardoso, mas faltam infra-estrutura
e planejamento da prefeitura.
Não comprovado grau de representatividade do setor de Turismo na
economia local. Segundo o assessor, existe uma Associação chamada Agência de
Desenvolvimento do Turismo do Norte do Paraná (ADETUNORP), localizada em
Londrina, que apoio no quesito de cursos de habilitação para recepcionar turistas
entre outros serviços relacionados ao Turismo.
Prefeitura Gama
Na prefeitura Gama foi entrevistado o Secretário Municipal, pois não possui
uma Secretaria do Turismo. A prefeitura incentiva os empresários que desejam se
instalar neste município de diversas formas. As formas mais comuns de incentivo
são: a isenção de alguns tributos municipais; a doação de terrenos; o acesso aos
canais da prefeitura municipal para divulgação do mesmo; além de todo apoio da
administração municipal.
A Prefeitura Gama exige como contrapartida das empresas o reconhecimento
do apoio dado. Muitas vezes, a administração municipal dá vários incentivos às
empresas e não reconhecimento por parte das mesmas. “Também exigimos
dessas o envolvimento com a nossa comunidade, através de contratação de
pessoas de nosso município e re-investimentos na própria cidade”, afirma o
secretário.
O município realiza parcerias com o setor de Turismo, sendo que o objetivo
principal dessas parcerias é desenvolver cada vez mais o setor. Gama se
transformou em pólo na região de diversas formas, e para isso conta com parcerias.
Gama se tornou cidade pólo universitária devido às parcerias feitas com as
universidades e também pólo na cultura de uva e morango, pelas parcerias e
incentivo junto aos agricultores locais.
108
Quanto à existência de uma política de fortalecimento do setor do Turismo no
município, além das parcerias, está se estabelecendo em Gama, diversas estâncias
(chácaras para eventos) para que os universitários que moram na cidade possam
desfrutar do lazer. Para absorver a grande produção de uva, está se estabelecendo
uma vinícola, prevista para inaugurar em 2009. A prefeitura sempre procurou
fortalecer o turismo, por acreditar ser o município com o maior potencial turístico da
região.
Quando indagado se existe uma competição entre os municípios da região
em relação a incentivos de abertura de novas empresas do setor de Turismo. A
resposta do secretário foi de que acredita que sim. Hoje e, cada vez mais, os
municípios perceberam que o turismo é uma grande forma de arrecadação. Trazer
turistas para os municípios significa investimentos no comércio local, por exemplo,
pois esses turistas irão consumir produtos. E devido a essa grande movimentação
de dinheiro que o turismo traz, os municípios enriquecem, não somente esse setor,
mas todos os outros vinculados a esses.
Foram vários os incentivos municipais disponibilizados e efetivados para as
empresas do setor de Turismo nos últimos três anos, na criação de locais de
eventos foram incontáveis.
O grau de representatividade do setor de Turismo na economia local é
enorme, turismo significa dinheiro girando na economia local. Em Gama o turismo é
crescente, pois como pólo universitário, cada vez mais estudantes procuram a
cidade para o estudo, e também diversão. “Nesse ramo somos referência em toda a
região”, alega o secretario.
Prefeitura Delta
Na prefeitura Delta a entrevista deu-se com o chefe de gabinete. Foi relatado
que no momento não disponibilizado recurso para incentivo de instalação de
empresas do setor turístico, devido à falta de interesse, pois a região dispõe de
poucos recursos turísticos naturais existentes.
O município realiza parecerias com o Ministério do Turismo apenas na
revitalização de praças municipais e canteiros, para um embelezamento da cidade.
Existe um único centro regional de lazer e turismo, onde o realizados eventos e
109
festas municipais. O município não forneceu incentivo às empresas de turismo nos
últimos 3 anos, devido à inexistência destas.
É quase inexistente a participação do turismo na economia local, pois o
município se apóia, essencialmente, nos recursos gerados pelo setor agropecuário.
Prefeitura Épsilon
Na prefeitura Épsilon foi a assessora de gabinete que concedeu entrevista. A
mesma informou que no momento não há incentivos para instalação de novas
empresas do setor de Turismo, porém as leis municipais passam por processo de
reformulação e vislumbram tais incentivos. Em contrapartida, é exigido pelo
município, que essas empresas estejam em dia com os tributos federais, estaduais e
municipais.
Com o objetivo de agregar fomento, capacitação profissional e para a
comunidade, criação de roteiros e rotas turísticas, captar recursos de ordem Federal
e Estadual para construções turísticas, promoção de eventos e cursos de
capacitação e sensibilização com a comunidade local e regional, o município realiza
parcerias com o:
- Ministério do Turismo
para captar recursos para construções e eventos e
capacitação para o turismo.
- Secretaria de Estado e Turismo para eventos e capacitação para o turismo;
implantação de planos de regionalização do turismo; divulgação em nível Estadual e
Nacional de atrativos de Épsilon e região; auxílio técnico nos assuntos que se
fizerem necessários.
- Paraná Turismo ( Londrina ) para articulação entre os municípios com
potencial turístico para o desenvolvimento de forma regionalizada.
- ECOPARANÁ na criação de uma rota turística ligando vários municípios da
região de Delta (em planejamento).
- SEBRAE nos estudos de viabilização de roteiros turísticos para o município
Delta e região, além de e cursos de capacitação para a comunidade.
- Universidade Estadual de Londrina - (UEL) parceria no desenvolvimento de
um plano de marketing para o Castelo Japonês que está sendo desenvolvido no
município.
110
Existe política de fortalecimento do setor do Turismo no município e está
sendo desenvolvido - após um longo processo de sensibilização com a comunidade
- um plano diretor de turismo, no qual todas as diretrizes de desenvolvimento
turístico estão sendo trabalhadas.
Foi investido aproximadamente R$105.000,00 (em obras municipais) nos
últimos três anos em relação ao turismo.
4.4 INSTITUIÇÕES DE ENSINO E DE APOIO
Será apresentada a descrição das entrevistas realizadas nas instituições de
ensino da região Norte do Paraná que ofertam curso de Turismo, em nível superior.
Instituição de Ensino Alpha
Na Instituição de Ensino Alpha foi entrevistado o representante docente do
Curso de Turismo, com linha de formação em Planejamento Turístico. O curso
oferece condições para os acadêmicos atuarem na gestão e planejamento turístico,
bem como na pesquisa e docência na área, pois conhecem a realidade social,
econômica, ambiental e cultural das sociedades onde a atividade turística é
desenvolvida. Durante o curso, é proporcionado estágios supervisionados, como
forma de integrar as abordagens teóricas com atividades práticas do mercado de
trabalho do futuro profissional. A duração é de 3 anos, em regime semestral, com
um total de 2440 horas (incluindo 5 visitas técnicas durante o curso), além de e 100
horas complementares. A oferta dá-se no período noturno.
O curso conta com recursos que viabilizam o contato do acadêmico com o
mercado turístico e a comunidade. O Núcleo de Planejamento Turístico realiza
pesquisas in loco, no objeto de estudo. As oportunidades de estágio, firmadas
mediante convênios entre a Alpha e Órgãos blicos e/ou Empresas, possibilitam o
aprendizado prático e, conseqüentemente, contribuem com o processo educativo,
que a incorporação da teoria, por meio de pesquisa, com atividades práticas
pertinentes à área de conhecimento do Bacharel em Turismo contribui para a
formação de planejadores e gestores aptos a enfrentar desafios, colaborando com o
desenvolvimento de campos de atuação para os técnicos em Turismo.
111
O currículo é composto por disciplinas da área de Ciências Humanas
(História, Geografia, Sociologia, Português, Língua Estrangeira: Inglês e Espanhol);
além das matérias específicas, como Planejamento Turístico, Turismo Rural,
Eventos e Hotelaria.
O curso oferece condições para os profissionais desenvolverem sua
criatividade, capacidade de planejamento estratégico, com uma visão da realidade
socioeconômica e cultural e habilidades em relações humanas.
Os alunos, normalmente, trabalham durante o período diurno, possuem renda
entre 4 e 6 salários mínimos. Nos últimos 3 anos formaram 45 alunos. A instituição
conta com 6 professore, sendo dois com título de mestre; três especialistas e um
com apenas graduação.
A instituição tem como infra-estrutura: Núcleo de Planejamento Turístico;
Campos Experimentais de Turismo Rural; Laboratório de Informática (sala de 30 m²,
possuindo 15 computadores com CD-ROM; atendendo aos alunos das 18h00min as
23h00min horas dando suporte às disciplinas que necessitem deste recurso.
Oferece suporte informatizado com os computadores ligados à internet, e com
softwares especializados para a área); além das salas de aula.
A instituição está iniciando o processo de parcerias com as empresas de
Turismo. Não conta com investimentos do governo e uma das dificuldades para
realizar parcerias é a falta de credibilidade da atividade turística como setor
econômico.
Em relação à formação de mão-de-obra no apoio às empresas no
desenvolvimento do turismo da região Norte do Paraná é relativamente boa aos
parâmetros dos equipamentos existentes, inclusive pelo grande número destes no
principal equipamento turístico da região Norte Pioneira, o Aguativa Golf Resort.
Instituição de Ensino FAP – Faculdade de Apucarana
Na Instituição de Ensino Faculdade de Apucarana FAP, que oferta o Curso
de Turismo com ênfase em hotelaria, foi entrevistada a professora Dorotéa Tchopko.
Outros cursos oferecidos para o referido segmento: Curso de Turismo na FECEA e
Técnico em turismo, no Colégio Agrícola no ensino médio.
O curso da FAP dispõe de 1900 horas de aulas teóricas, 280 horas de
práticas acadêmicas e 240 horas em EAD, totalizando 2420 horas. Além de 100
112
horas de estágio supervisionado em Turismo e 200 horas de estágio supervisionado
em Hotelaria. As atividades acadêmicas complementares totalizam 200 horas.
É feito pesquisa com empresários da área para verificar a qualidade de
profissionais formados e se a grade curricular é compatível com as necessidades do
mercado de trabalho, pois são trabalhadas com avaliações, visitas técnicas,
realização de estágio.
Os alunos possuem de 18 a 28 anos. Nos três últimos anos foram formados
de 50 a 70 alunos. A instituição conta com 10 professores, sendo 07 especialistas,
02 mestres e 1 doutorando. Quanto à infra-estrutura destinada, os alunos do curso
de Turismo da FAP têm acesso a laboratórios específicos:
Informática,
NATE (Núcleo de Assessoria Turística e Eventos)
Laboratório de Hospedagem
Laboratório de Alimentos e Bebidas
Núcleo de Empregabilidade em Turismo e Hotelaria (acesso a estágio e
vagas de trabalho no setor, e orientação na elaboração de artigos
científicos).
Algumas disciplinas oportunizam contato direto com a realidade por meio de
trabalhos e visitas de campo.
O curso de Turismo possui o Núcleo de Empregabilidade em Turismo e
Hotelaria, que realiza parcerias para participação dos alunos em eventos, afim de
conhecimento no setor, com empresas hoteleiras para estágios, Prefeitura Municipal
de Apucarana e região para de realização de Inventário Turístico e Pesquisa e
estágio em parques municipais, propriedades rurais e acompanhamento do
processo turístico. O principal objetivo habilitar o aluno a exercer as atividades
ligadas ao planejamento, organização e execução de ações que envolvem o
Turismo, com espírito crítico, de modo a contribuir para a sociedade, associando
teoria e prática, desenvolvendo atividades de pesquisa, valorizando os
conhecimentos adquiridos no decorrer do curso.
Dados de pesquisa institucional ( respostas dos Discentes): O curso oferece
atividades acadêmicas (iniciação científica, monitoria, eventos, mini cursos) para
complementar sua aprendizagem? 4% dos discentes afirmam, quando a média é de
113
5%. O Curso oferece atividades em parceria e intercâmbios com a comunidade?
3,15% dos discentes responderam positivamente, quando a média é de 5%.
A instituição não recebe investimentos do governo. Uma das dificuldades
percebidas pela instituição para realização de parcerias é quanto à empregabilidade,
onde as empresas buscam mão de obra barata, assim o discente sai preparado para
o mercado, mas deve buscar outros centros para trabalhar no setor.
Apucarana possui quatro hotéis no qual somente dois contratam parte de sua
mão de obra especializada. Os demais Hotéis nem cogitam a possibilidade de
estágio e contratação. Quanto ao setor de agenciamento e eventos, as parcerias se
dão de forma viável, no qual estas empresas são facilitadoras para que discentes
conheçam o setor.
Instituição de Apoio Beta
Na Instituição de Apoio Beta em Londrina, foi entrevistada a consultora
contratada. Foi verificado, dentre as ações propostas no setor de turismo, a criação
do projeto ‘Turismo no Norte Paranaense’. Pode-se verificar que há um alto grau de
representatividade do setor de turismo na economia local, pois a atividade turística
abrange cerca de 50 setores direta e indiretamente, apesar da região não ser
tipicamente turística. O turismo está em ascensão, observa-se tal tendência por meio
da crescente demanda/oferta de redes hoteleiras e novos empreendimentos na
região. ações que visam o crescimento do setor de turismo, entre ela a
formatação de rotas turísticas e o desenvolvimento de um programa de
competitividade para as empresas.
No aspecto de formação de mão-de-obra (Recursos Humanos), esta
instituição participa na qualificação e treinamentos, mensalmente. A cada seis
meses, por meio dos diagnósticos realizados por especialistas, não na região,
como nas empresas e propriedades, se obtém um panorama da região em relação a
recursos de conhecimento. Esta instituição também se posiciona em termos de
Recurso de Capital junto às empresas de turismo subsidiando algumas ações
empresariais, como consultorias, diagnósticos turísticos e empresariais. Não
atuação em termos de recursos de infra-estrutura para as empresas.
Algumas ações que esta instituição poderia adotar para melhorar a
competitividade do segmento da indústria do turismo na região seria por meio dos
114
diagnósticos, consultorias, planos de marketing e qualificação das empresas,
contribuindo assim para o desenvolvimento econômico e social da região.
ADETUNORP
A Agência de Desenvolvimento Turístico do Norte do Paraná (ADETUNORP)
é uma associação, sem fins lucrativos, de direito privado, com autonomia
administrativa e financeira, constituído em 2006, com sede administrativa no
município de Londrina – PR tem por objetivo:
Integrar as atividades dos conselhos municipais de turismo;
Desenvolver atividades de integração do turismo com as áreas de assistência
social, educação, cultura e meio ambiente;
Integrar o setor governamental com a iniciativa privada;
Elaborar estudos, pesquisas, programas e projetos de desenvolvimento do
turismo;
Elaborar programas de desenvolvimento de turismo regional;
Desenvolver atividades de treinamento, capacitação e atualização
profissional;
Desenvolver atividades com as associações e agências de desenvolvimento;
Criar centros de referência de turismo;
Organizar debates, feiras, seminários, congressos, shows, exposições e
eventos;
Promover serviços voluntariados;
Desenvolver atividade experimental, não lucrativa, de novos modelos de
comércio, serviços, produção, emprego e crédito;
Elaborar programas e projetos de parceria empresarial e de geração de
emprego e renda e novos investimentos;
Constituir parcerias com o setor governamental em projetos e programas
sociais, de geração de emprego e renda;
Desenvolver atividades de incubadora de novos negócios e
empreendimentos;
Montar e gerenciar central de compra associativa;
Montar e administrar centro de eventos e exposições;
115
Administrar consórcio de empregador de mão de obra específico para o setor
de turismo;
Estabelecer parcerias com as faculdades, universidades e escolas
profissionalizantes;
Promover o artesanato local e regional.
A área de atuação da ADETUNORP tem como prioridade os municípios da
Regional do Norte do Estado do Paraná, que poderá se organizar em unidades
independentes de trabalho através de coordenadorias de segmentação e diretorias.
Para atingir seus objetivos, a ADETUNORP, firma convênios, contratos, termos de
parceria, termos de cooperação e articular-se pela forma conveniente, com órgãos
ou entidades públicas e privadas, nacionais e estrangeiras. Firma parcerias com
organizações da sociedade civil de interesse público, poder público, agências de
desenvolvimento, conselhos municipais, estaduais e federais, assim como compor
câmaras setoriais ou técnicas.
4.5 AGENTES FINANCIADORES DO TURISMO
Pequenas empresas encontram dificuldades crescentes para se desenvolver,
ou mesmo sobreviver, por falta de acesso a fontes adequadas de capital de giro.
Para suprir esta lacuna, existem algumas linhas de crédito para estimular
investimentos no segmento do turismo. Disponibilidades, condições, exigências e
custos, enfim, tudo que é necessário ao apoio financeiro para implantação,
ampliação, modernização e reforma de empreendimentos do setor turístico.
Banco do Brasil
O Banco do Brasil disponibiliza algumas linhas de crédito, como:
PROGER TURISMO INVESTIMENTO financiamento a projetos de
investimento com ou sem capital de giro associado, com recursos do Fundo
de Amparo ao Trabalhador (FAT). É destinado aos empresários individuais,
micro e pequenas empresas do setor turístico com faturamento bruto anual de
até R$ 5 milhões, com uma taxa de encargos financeiros: TJLP + 5,15% ao
116
ano. Garantia reais que podem ser complementadas por fundo de aval. O
valor do financiamento pode chegar a 90% do valor do projeto, com um teto
para empresas com FBA até R$ 3 milhões: R$ 300 mil; para empresas com
FBA entre R$ 3 e R$ 5 milhões: R$ 400 mil e capital de giro associado: R$ 50
mil.
BB GIRO RÁPIDO, capital de giro composto por crédito fixo reutilizável e
cheque especial. Destinado às micro e pequenas empresas com faturamento
bruto anual de até R$ 5 milhões, com teto mínimo de financiamento de R$ 2
mil e máximo de R$ 100 mil, conforme o limite de crédito do cliente. Com um
prazo de 18 meses, com até 59 dias para pagamento da primeira parcela. A
garantia é a fiança dos sócios ou de terceiros.
PRONAF Turismo Rural tem por finalidade apoiar o desenvolvimento de
projetos turísticos em propriedades familiares, tais como pousadas,
restaurantes, locais de "pesque e pague" e cafés coloniais, com recursos do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). A
condição para receber o benefício é ser produtor rural, enquadrado no
PRONAF grupos "C" e "D" e "E" com prazo de até 8 anos.
ACL FAT apoio financeiro através da antecipação do valor líquido das vendas
realizadas com cartões VISA com recursos do FAT. Destinado às micro e
pequenas empresas com faturamento bruto anual de até R$ 5 milhões que
atuem nos seguintes segmentos: Hotéis, inclusive hotéis-fazenda, e pousadas
com ou sem restaurante, e apart-hoteis usados como hotéis; alojamento
turístico, camping e outros tipos de alojamento; restaurantes e
estabelecimentos de bebidas, com serviço completo; lanchonetes e similares;
fornecimento de comida preparada; outros serviços de alimentação e
atividades de agências de viagens e organizadores de viagens. Com uma
taxa de juros de TJLP + 10% ao ano e prazo de até 360 dias.
117
SEBRAE/PR
O SEBRAE/PR firma convênios com agentes financeiros oficiais, prestando
informações e orientações sobre linhas de crédito voltadas para pequenas
empresas. Tais informações dizem respeito aos critérios estipulados pelos bancos
para acesso às linhas especiais, aos prazos de pagamento, às taxas de juros, entre
outras. A orientação prestada é realizada da seguinte forma: a pedido dos bancos, o
SEBRAE/PR elabora os estudos necessários para avaliar a capacidade de
pagamento das empresas que estão interessadas nessas linhas. Dessa forma, o
empresário terá uma boa visão, antes de fechar o contrato com o banco, sobre como
sua empresa deverá comportar-se, caso o financiamento seja feito. O SEBRAE/PR
recomenda que, além de simplesmente buscar o crédito, o empresário procure
encontrar os motivos que estão levando sua empresa a tomar recursos no mercado.
Esse tipo de orientação pode ser obtida com a orientação empresarial coletiva ou a
consultoria de orientação. Além disso, o SEBRAE/PR dispõe de um instrumento de
apoio para complementar as garantias bancárias que são exigidas na concessão de
crédito: o Fundo de aval.
Caixa Econômica Federal
A Caixa Econômica Federal dispõe de várias linhas de crédito para o setor de
turismo:
BNDES Automático: crédito para micro e pequenas empresas que contribuem
para o desenvolvimento nacional. Assim, é uma linha de crédito que utiliza
recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) para financiar empreendimentos que contribuam com o crescimento
nacional. Ele beneficia micro e pequenas empresas de ramos variados, tais
como turismo, educação, saúde e transporte, possibilitando o financiamento
de obras civis e a aquisição de móveis e utensílios pertinentes a um projeto.
Além disso, permite obter capital de giro associado ao financiamento de
equipamentos e outros investimentos. Com um limite do crédito variável que
pode chegar a R$ 10.000.000,00. A concessão do crédito está sujeita à
análise cadastral da empresa e à viabilidade do projeto. O prazo de
118
pagamento do empréstimo pode ser feito em até 60 meses, incluído o período
de carência de até 12 meses.
PROGER Investimento: incrementa os negócios da micro ou pequena
empresa com um financiamento de até R$ 400.000,00. É uma linha de crédito
instituída pelo Ministério do Trabalho que utiliza recursos do FAT. Com ela, a
empresa conta com as melhores condições para financiar o seu Plano de
Negócios de investimento e capital de giro associado. E, assim, garante o
crescimento da micro ou pequena empresa. Com um limite de até 90% do
projeto, limitado a R$ 400.000,00. Inclui-se neste limite a parcela de capital de
giro associado, quando houver, que não pode exceder a 40% do total do
financiamento, limitada a R$30.000,00. Com prazo de até 48 meses, incluindo
carência de até seis meses.
Cartão BNDES Caixa: com esta linha de crédito a empresa adquire bens de
produção e tem a36 meses para pagar. É destinado à micro, pequena e
média empresas e àquelas do ramo da construção civil, para transações
virtuais. Por meio dele, é disponibilizado um limite de crédito para aquisição
de bens de produção no Portal do BNDES. Com prazo que pode chegar até
36 meses. As parcelas o fixas e iguais, com juros de apenas 1,14% ao
mês. Porem, o faturamento bruto anual é de até R$ 60.000.000,00.
Cartão Producard PJ: neste, a empresa tem um crédito para adquirir o que
precisa, com até 36 meses para pagar. O Producard é um cartão de crédito
que disponibiliza até R$ 100.000,00 para atender às necessidades de
investimento e aquisição de insumos para produção das micro e pequenas
empresas com faturamento anual fiscal de a R$ 7.000.000,00. O Cartão
Producard PJ pode ser utilizado para efetuar compras em diversas lojas
conveniadas e o valor da compra é creditado diretamente na conta do
vendedor. Com prazo de utilização varia de dois a seis meses e o de
amortização, de um a 36 meses. Limite de crédito mínimo: R$500,00 e
máximo: R$ 100.000,00 pago com prestações mensais debitadas da conta
corrente da empresa.
119
PROGER Turismo Investimento: com crédito de até R$ 400.000,00 para as
empresas oferecerem aos seus clientes as melhores lembranças do Brasil. É
uma linha de crédito destinada à micro ou pequena empresa do ramo
turístico, com faturamento anual de até R$ 5.000.000,00. Com ela, a empresa
conta com recursos do FAT para financiar projetos de investimento e capital
de giro associado. O prazo do financiamento é de até 60 meses e limite de
até 90% do projeto, limitado a R$ 400.000,00.
PROGER Turismo Capital de Giro: essa linha de crédito é destinada ao
financiamento de recursos para micro e pequenas empresas do ramo
turístico, com a utilização de recursos do FAT. As empresas devem estar
legalmente estabelecidas e obter faturamento de até R$ 5.000.000,00,
mais de 12 meses consecutivos. Destina-se também a cooperativas e
associações de produção. O valor do financiamento do Proger Turismo
depende do faturamento bruto anual da empresa, sempre com limite máximo
de R$ 400.000,00. O prazo para a quitação do empréstimo é de até 12
meses, sem carência.
Financiamento de Máquinas e Equipamentos (FINAME): com crédito de até
60 meses para pagar, financia a compra de máquinas e equipamentos para a
micro ou pequena empresa. É uma linha de crédito destinada a empresas de
micro e pequeno porte, localizadas em qualquer região do país. São utilizados
recursos do BNDES para financiar a aquisição de máquinas e equipamentos
nacionais novos, cadastrados na Agência Especial de Financiamento
Industrial, e capital de giro associado à aquisição isolada de equipamentos. O
limite de financiamento é de até R$ 1.000.000,00, o que deve corresponder
até 90% do valor deles. O prazo do empréstimo pode ser pago em a60
meses, incluído o período de carência de até 12 meses. O FINAME adota o
Sistema de Amortização Constante (SAC). As prestações são cobradas
mensalmente, todo dia, respeitando-se o período de carência, se houver.
Já para o turista há, também, linhas de créditos especiais:
120
Cartão Turismo CAIXA Visa e Mastercard: é um cartão com a marca CAIXA
associada às bandeiras VISA ou Mastercard que possibilita ao cliente
programar suas férias e usufruir da linha de crédito com taxa de juros e
prazos diferenciados para utilização em estabelecimentos de turismo, como:
hotéis e pousadas, companhias reas, locadoras de veículos, companhias
terrestres, agências de viagem/operadora de turismo, restaurantes e parques
temáticos, podendo parcelar as compras em até 24 vezes.
Poupança Turismo: é uma modalidade de poupança que objetiva incentivar o
cliente a programar suas férias por meio de depósitos mensais e
consecutivos, possibilitando chegar mais perto da viagem dos seus sonhos. O
cliente da Poupança Turismo concorre, mensalmente, a pacotes turísticos
para qualquer lugar do Brasil. Para participar dos sorteios este deve efetuar
um depósito mensal líquido mínimo de R$ 100,00, durante pelo menos 3
meses consecutivos.
121
5 ANÁLISE E PROPOSTAS
Este capítulo tem por finalidade apresentar as informações obtidas junto às
empresas estudadas, as instituições de apoio, os órgãos públicos, instituições de
ensino, agentes financiadores, bem como sua análise. Apresenta, também, as
propostas de ações para as instituições no nível federal, estadual e municipal e
iniciativa privada que estimulem o desenvolvimento do turismo na região Norte do
Paraná. Esta unidade está organizada de forma a responder as questões do
presente estudo.
5.1 ESTRATÉGIA COMPETITIVA UTILIZADA PELAS EMPRESAS DE TURISMO
NA REGIÃO NORTE DO PARANÁ
Esse tópico tem a finalidade de apresentar as estratégias competitivas das
empresas de turismo participantes do estudo sob a óptica dos dirigentes sobre o
diferencial de seus produtos. Tais estratégias foram classificadas de acordo com a
teoria de Porter sobre as estratégias genéricas de negócios. Segue quadro 8.
QUADRO 8 – QUADRO RESUMO DAS ESTRATÉGIAS DAS EMPRESAS ESTUDADAS
Empresa
Percepção dos
Dirigentes em relação
aos produtos / serviços
Produto/ Serviço
Classificação da
Estratégia Genérica de
Porter
Aguativa Golf Resort
Excelência na qualidade Pacote Turístico Enfoque e Diferenciação
Sítio Ecológico Scandolo
Qualidade e Preço baixo
nos produtos / serviços
Day use
Enfoque e Custo
Empreendimento Hoteleiro
Alpha
Diversificação do produto Hospedagem Enfoque e Diferenciação
Beta Pousada e Estância
de Lazer
Confiabilidade nos
serviços e Boa Imagem
Hospedagem Enfoque e Diferenciação
Clube de Campo Scandolo
Preço baixo e
Capacidade de
atendimento
Diárias Custo
Gama Hotel Resort
Qualidade e
Diversificação do produto
Pacote Turístico Enfoque e Diferenciação
Delta Clube de Campo
Preço baixo e
Acompanhamento das
tendências de mercado
Diárias Custo
FONTE: O autor (2008)
122
Pelas pesquisas realizadas nas empresas de turismo da região Norte do
Paraná foi possível observar que a maioria delas utiliza a estratégia de Enfoque e
Diferenciação. A Aguativa Resort priva pela sua marca, a necessidade de
atividade de marketing no que se refere à fixação da marca da empresa, inclusive já
houve publicação de Top of Mind (marca mais lembrada) em revista de turismo
conceituada nacionalmente. Procura também investir na capacitação dos recursos
humanos e na necessidade de inovação e diversificação nos seus produtos e
serviços.
Assim como a Aguativa Resort, as empresas Beta Pousada e Estância de
Lazer, Empreendimento Hoteleiro Alpha e Gama Hotel Resort também externaram a
preocupação em sua estratégia com a necessidade de possuir uma imagem de
confiabilidade para seus clientes. A preocupação com a qualidade dos produtos e
serviços e o esforço na manutenção dessa qualidade e até mesmo superá-la. o
demonstraram ênfase na questão da organização do trabalho / processos ou
necessidade de uma forma mais eficaz de divisão do trabalho com mensuração e
avaliação. Em relação ao preço competitivo, ou custo baixo, também não houve
ênfase de que seria um diferencial importante para as vendas de seus produtos /
serviços, isto demonstra que realmente as empresas têm um foco mais voltado para
qualidade e por nicho de mercado.
As empresas Clube de Campo Scandolo e Delta Clube de Campo mostraram
traçar suas estratégias em cima dos custos para oferecer baixo preço e ganhar uma
parcela do mercado. Através da pesquisa foi possível observar que essas empresas
estavam mais voltadas para estratégia de preço competitivo ou custo baixo onde o
preço é o diferencial mais importante para suas vendas. Nos dois casos as
empresas não demonstraram esforços em relação à necessidade de atividades de
marketing no que se refere à fixação da marca da empresa ou incluindo da
publicidade. Também não demonstraram preocupação com a qualidade dos
produto/serviços ofertados, isto vem demonstrar claramente que a estratégia
utilizada por essas duas empresas é a estratégia de custo.
Somente o Sítio Ecológico Scandolo apresentou preocupação em ofertar
produtos/serviços voltados a grupos específicos como pacotes especiais para
formandos, grupos religiosos, eventos empresariais, entre outros, alem da ênfase no
preço competitivo para a região.
123
5.2 FATORES LOCACIONAIS MAIS RELEVANTES PARA O DESENVOLVIMENTO
DO TURISMO NA REGIÃO NORTE DO PARANÁ
Com base na teoria de Porter, este capítulo identifica os fatores locacionais
mais relevantes para o desenvolvimento do turismo na região Norte do Paraná por
meio do levantamento de informações através de entrevista e questionário semi-
estruturada junto aos dirigentes das empresas estudadas. Os fatores foram
agrupados em característica regional, recursos humanos, recursos de conhecimento,
recursos de capital, infra-estrutura, demanda, apoio e institucional.
Fator – Característica Regional
Foram identificados os fatores sobre a característica regional como clima
favorável, vegetação propícia ao turismo, baixo custo de vida da população,
potencial hidrográfico, paisagem atrativa, boa localização geográfica e outros
atrativos para o negócio.
Para a Aguativa Golf Resort, Sitio Ecológico Scandolo, Gama Hotel Resort,
Beta Pousada e Estância de Lazer, é imprescindível a boa localização geográfica, o
clima, a paisagem e hidrografia para o bom funcionamento da empresa. Conforme
levantado, o Norte Velho do Paraná abrange áreas de relevo conhecidas como
Segundo e Terceiro Planaltos e grandes rios da Bacia do Paraná como o Rio
Paranapanema, Rio das Cinzas, Rio Tibagi e Rio Laranjinha com numerosos
afluentes. o rios de planalto contendo cachoeiras, quedas e corredeiras,
apresentando, portanto, potencial significativo para o turismo. Esta Região tem, na
sua maior parte, clima subtropical mesotérmico com verões quentes com tendência
de concentração de chuvas no verão, mas sem chegar a ter estação seca definida.
O município de São Jerônimo da Serra esrepresentado com o clima temperado
mesotérmico com verões frescos, também sem estação seca definida. Essa variação
climática representa potencialidade turística, uma vez que parte da demanda pode
optar por aproveitar a temperatura mais fresca no verão.
Na Figura 22 segue mapa da situação hídrica do Paraná, no qual consta a
situação do Norte do Paraná nas regiões de Londrina e Cambará.
124
FIGURA 22 – SITUAÇÃO HIDRICA NO SOLO
FONTE: IAPAR (2008)
O Clube de Campo Scandolo e o Delta Clube de Campo acharam irrelevantes
os fatores: ser pólo de compras na região e facilidade de acesso aos grandes
centros, pois estão localizados em cidades menores. Já o Empreendimento Hoteleiro
Alpha acha imprescindível ser pólo na região, pois se localiza na região de Londrina,
onde há um grande fluxo de turista em potencial.
Fator – Recursos Humanos
Foi identificado o fator recursos humanos como existência de quantidade e
disponibilidade de recursos humanos, quantidade de pessoal altamente capacitado,
custo competitivo da mão-de-obra, existência de quantidade de estudantes na área
de Turismo e facilidade no recrutamento de pessoal especializado.
No Aguativa Golf Resort há uma equipe de treinamento que capacita os
novos funcionários que geralmente vêm da região, a maioria dos funcionários é de
Cornélio Procópio, Nova América da Colina e Londrina. Normalmente, a maioria
desse pessoal não tem nenhuma formação na área de turismo, porém a Aguativa vê
125
um potencial na simplicidade das pessoas e os aperfeiçoam. O Aguativa presa pela
excelência no atendimento que é um diferencial do seu negócio.
No Sítio Ecológico Scandolo, por ser um empreendimento familiar, os próprios
sócios fazem a seleção do pessoal, procurando contratar pessoas que tenham
algum conhecimento ou que trabalharam nesta área. Pela proximidade da
Faculdade de Jacarezinho uma facilidade no recrutamento de estudante de
turismo. O Delta Clube de Campo e o Clube de Campo Scandolo o têm muita
dificuldade em conseguir mão-de-obra, pois no seu segmento não exigência de
uma formação muito rígida.
Quanto a Beta Pousada e Estância de Lazer, o Empreendimento Hoteleiro
Alpha e Gama Hotel Resort verificou-se que uma preocupação em conseguir
um profissional mais capacitado. Conforme dados, a faculdade FAP de Apucarana, a
Instituição de Ensino Alpha e a Instituição de Apoio Beta têm disponibilizado, no
mercado de trabalho, profissionais qualificados e capacitados que parte são
absorvidos pelos empreendimentos da própria região. Porém, outros profissionais
vão para grandes centros, como Curitiba, Maringá, Foz do Iguaçu e até mesmo
outras capitais do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Fator – Recursos de Conhecimento
No levantamento das informações foi possível identificar no fator de
conhecimento, a existência e a importância dos conhecimentos técnicos necessários
que estão disponíveis nas universidades, escolas técnicas, institutos de pesquisa,
associações comerciais e sindicais da região, assim como se os conhecimentos de
mercado necessários estão disponíveis nessas instituições.
Levantou-se, também, a existência de qualidade nos conhecimentos
disponíveis para o setor, se existência de quantidade de escolas que oferecem
cursos nesta área ou cursos de capacitação específicos para esta área. Qual a
qualidade no atendimento e apoio das instituições e se há institutos que promovem a
capacitação dos empresários / administradores através de treinamentos
direcionados a gestão de negócios. Se facilidade em conseguir parcerias com as
instituições de ensino para cursos de nível nacional / internacional, ou integração de
empresas com institutos de ensino. Se bom relacionamento e apoio à formação
126
de mão de obra especializada necessária para o setor e se os dirigentes deste setor
têm habilidade para gestão de negócios e capacitação em liderança.
Neste quesito observou-se a existência de um hiato entre as instituições que
geram conhecimento com as empresas, embora haja uma tentativa de integração da
formação do conhecimento com a prática através de estágios, parcerias, trabalhos
de campo. Porém, ainda muita dificuldade, pois nas instituições é formada uma
quantidade maior de profissionais que o mercado local possa absorver, com isso há
um inchaço no mercado de trabalho. Outro fator é que normalmente os estudantes
ou profissionais usam as empresas da região como trampolim para sua carreira
profissional, quando o profissional do turismo se especializa na área normalmente as
empresas da região, com exceção a Aguativa Golf Resort, o perdem, por não
conseguir manter seus altos salários.
Fator – Recursos de Capital
Foi possível identificar, no fator recursos de capital, se existe facilidade na
captação de recursos, se quantidade suficiente de instituições para
financiamento, se o custo do capital disponível para financiamento é acessível, a
existência de capital disponível para os investimentos necessários.
A maioria dos empresários apontou para a inexistência de um crédito que se
enquadre para sua empresa, ou tem exigências que a empresa não pode cumprir,
ou juros altos, ou valor limitado, enfim, vários empecilhos que inviabilizam a maioria
dos apoios financeiros oferecidos, além da burocracia em se conseguir esse crédito.
Porém, como pode-se observar, no levantamento de informações dos agentes
financiadores do turismo, várias linhas de crédito disponíveis para o empresário,
tanto no Banco do Brasil, como na Caixa Econômica Federal ou através do
SEBRAE, BNDES, ou outra instituição financeira, basta o empresário criar projetos
que justifiquem o investimento.
Fator – Infra-Estrutura
No fator infra-estrutura procurou-se avaliar, junto aos empresários, qual a
situação de alguns fatores como saneamento básico, serviço de telefonia,
disponibilidade energética, coleta e destino do lixo, programa de urbanização
127
(melhoria de parques públicos, praças, etc.), segurança pública, saúde pública e
privada, pavimentações, sistemas de transportes (aeroportos, ferrovias e rodovias),
tecnologia de informação, existência de acessibilidade, entre outros.
No Aguativa Golf Resort e Gama Hotel Resort, por possuir em uma estrutura
onde praticamente tudo o que o turista necessita dentro do próprio
empreendimento, ressaltaram que o mais importante seria o acesso ao seu
empreendimento, como estradas em boa conservação, pedágios acessíveis,
sinalização eficiente, sistema de transporte funcional. Por margear a BR 369, que
faz parte do anel viário do Paraná, alguns municípios o privilegiados conforme
mapa da Figura 23.
FIGURA 23 – OFERTA TURISTICA MARGEADA PELA BR 369
FONTE: MAPASTERRA (2008)
as outras empresas pesquisadas enfatizaram os serviços essenciais
como, saneamento básico, hospitais preparados, pronto socorro, serviço de
segurança eficiente.
128
Demanda
Procurou-se identificar neste estudo a existência de demanda de turismo pelo
produto/serviço ofertado na região onde a empresa está instalada, se existe
demanda por produtos/serviços que a empresa i produzir no futuro, ou se há
demanda em outros estados e países. Os empresários foram unânimes em afirmar
que é imprescindível o conhecimento da demanda para traçar estratégias e oferecer
seus produtos para a demanda em potencial.
Num estudo realizado pela ADETUNORP, que procurou verificar a demanda
potencial para a região a partir da análise da oferta turística, conforme Figura 24.
FIGURA 24 – OFERTA TURISTICA DA REGIÃO NORTE DO PARANÁ
FONTE: ADETUNORP (2008)
Conforme a oferta turística real da região Norte do Paraná, seja ele turismo de
aventura, cultural, ecoturismo, esportivo, turismo de eventos ou negócios, lazer,
pesca, turismo rural, religioso entre outros, pode se levantar a demanda real
conforme Figuras 25 e 26.
129
FIGURA 25 – SEGMENTOS TURÍSTICOS REAIS DA REGIÃO NORTE DO PARANÁ
FONTE: ADETUNORP (2008)
Na Figura 26 é possível verificar a estimativa da demanda turística da região
Norte do Paraná, a partir da cidade de Londrina, que é um pólo referencial da região.
Num raio de 87 km de distância do ponto de referência, temos uma população em
torno de 1,13 milhões de habitantes, se ampliarmos esse raio para 308 km de
distância, abrangemos cerca de 3,15 milhões de habitantes que ainda estão
localizados no Paraná. Porém, se ampliarmos uma distância média de 356 km
teríamos uma população de 14,2 milhões de habitantes, pois atingiríamos o estado
de São Paulo que faz divisa com a região Norte Pioneiro. Totalizando em torno de
18,5 milhões de habitantes numa distância média de 220 km contando com os dois
estados.
130
FIGURA 26 – DEMANDA TURISTICA A PARTIR DE LONDRINA
FONTE: ADETUNORP (2008)
Apoio
Foi levantado, junto aos empresários, a importância e existência de apoio
como institutos de pesquisa, associações, sindicatos de empresas/trabalhadores,
cooperativas e outras instituições públicas locais. Atuação de entidades de apoio,
tais como: SEBRAE, Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural
(EMATER), Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Instituto Agronômico do Paraná
(IAPAR), SETU, Companhia de Desenvolvimento de Londrina (CODEL),
Associações e a existência de agentes fomentadores de empreendedorismo.
Existência de apoio político, existência de Agencia de Desenvolvimento do Turismo
organizado que apóiam e orientam as empresas da região e existência de
cooperação entre as empresas com bom nível de integração e ética nas relações.
131
A percepção dos dirigentes das empresas pesquisadas apontou grande
deficiência na questão do apoio. Embora haja um esforço por parte das prefeituras e
outros órgãos interessados em alavancar o turismo na região na prática pouco se
fazem. Em relação às Secretarias Municipais de Turismo, praticamente não há
estrutura formal, dos 92 municípios estudados a maioria não tem representante do
setor e, quando há, o responsável pela Secretaria está acumulando o cargo
juntamente com outro departamento e, ainda não é um profissional do ramo de
turismo. Na tentativa de contato por meio eletrônico com 58 Secretarias de Turismo
ou Prefeituras da região, somente 5% dessas retornaram e, quando agendado uma
entrevista, a maioria também se esquivam alegando que, em virtude da troca de
prefeito para o ano de 2009 muitas modificações internas aconteceriam.
Um dos órgãos que mais demonstrou apoio ao desenvolvimento do turismo
foi a ADETUNORP, como já comentado na apresentação de dados.
Institucional – Políticas Públicas
No levantamento das informações, tentou-se identificar o fator institucional em
relação às políticas públicas, verificando se o setor tem facilidade para a captação
de recursos, se as empresas têm apoio do poder blico municipal com existência
de política públicas de apoio ao setor ou recursos financeiros disponíveis (Linhas de
crédito e outras formas de financiamento) que promovam a preservação da natureza
garantindo o desenvolvimento sustentável. Programas de capacitação profissional,
melhorias na educação básica, políticas de incentivos fiscais para este setor,
programas de estímulo ao investimento no setor. Se estímulos à oferta de
produtos/serviços turísticos, programas ou ações específicas para o segmento
promovido pelos diferentes âmbitos de governo e/ou instituições, representação
política do setor que envolve o fomento ao desenvolvimento do setor e marketing
Institucional do governo para consolidar a imagem turística da região.
A exemplo do apoio, a percepção dos dirigentes das empresas pesquisadas,
também apontou grande deficiência na questão institucional políticas públicas.
Como mencionado, as prefeituras têm atrofiado o setor turístico neste sentido. O
sentimento dos empresários é que estão desamparados e sujeitos as políticas
existentes.
132
Coordenação Nacional
5.3 PROPOSTAS DE AÇÕES RECOMENDADAS PARA A UNIÃO QUE
ESTIMULEM O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA REGIÃO NORTE DO
PARANÁ
Recomenda-se que haja uma maior integração entre empresas de turismo e
governo federal, que existe um Programa de Regionalização do Turismo (PRT),
Todavia na prática, ainda é pouco utilizado. Veremos como funciona esse programa
destacando os aspectos positivos e negativos e qual as ações que a União deve
promover para o sucesso do referido programa.
O processo de planejamento turístico surgiu sob a perspectiva de se
encontrar um mecanismo viável e flexível para o desenvolvimento da atividade
turística, que possa ter coordenação, organização, controle e manejo das ações sob
um determinado território.
Conforme Velloso (2006) o PRT foi criado pelo Ministério do Turismo, com o
auxilio da Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, visando uma efetiva
cooperação entre todos os setores da sociedade, instaurando um mecanismo
funcional e participativo entre órgãos públicos, iniciativa privada, sociedade civil e
terceiro setor. Buscando organizar, gerir, coordenar, comercializar, e criar novos
atrativos turísticos com características de cada região do Brasil. Promove a
cooperação e a parceria do segmento turístico com os poderes públicos e privados,
com as organizações da sociedade civil, terceiro setor, instituições de ensino e
turistas. Todos devem trabalhar de forma coletiva para atingir objetivos comuns.
A estrutura de coordenação do PRT, a nível federal, está assim organizada:
Porém, a estrutura estratégica para gestão do PRT está baseada na
descentralização do processo de planejamento turístico, configurando uma política
pública de parceria entre o Estado e a sociedade, que é representada por entidades
da sociedade civil e terceiro setor, se fazendo presente em todas as coordenações
na atividade turística brasileira.
Conselho Nacional do Turismo
(Câmara Temática de Regionalização)
Ministério do Turismo
133
As diretrizes operacionais do PRT pelo Ministério do Turismo, constituem-se
em nove módulos:
Sensibilização;
Mobilização;
Institucionalização da Instância de Governança Regional;
Elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Regional;
Implementação do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo
Regional;
Sistemas de Informações Turísticas do Programa;
Roteirização Turística;
Promoção e Apoio a Comercialização;
Sistema de Monitoria e Avaliação de Programa.
Os impactos positivos do PRT, apresentado pelo Ministério do Turismo, na
área Ambiental são: valorização das áreas naturais do destino turístico; ampliação e
preservação de áreas protegidas; criação de planos e programas de preservação e
recuperação de áreas naturais; maior investimento nas ações voltadas para a
preservação ambiental; melhoria dos padrões de uso e ocupação do solo; aumento
da conscientização ambiental; redução da poluição ambiental; melhoria da coleta e
destinação do lixo e dos resíduos lidos; utilização de tecnologias limpas na
adequação e estruturação da oferta turística diferencial; redução do consumo de
energia; tratamento e destinação do esgoto; redução e tratamento de água.
os impactos positivos na questão socioculturais constam de: melhoria dos
equipamentos, serviços e infra-estrutura dos destinos turísticos; recuperação e
conservação dos valores culturais; oportunidades de intercâmbio cultural entre a
comunidade local e os turistas; aumento da tolerância e do bem estar da
comunidade; valorização da atividade artesanal; renascimento e fortalecimento do
orgulho étnico; valorização e preservação do patrimônio histórico; valorização da
herança cultural; melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano; satisfação do
turista.
Por fim, os impactos positivos no aspecto econômico são identificados: na
contribuição para o equilíbrio da balança de pagamentos; na contribuição para o
Produto Interno Bruto (PIB); na contribuição para a criação de novas ocupações e
134
postos de trabalho; na contribuição para impulsionar a atividade empresarial, devido
às ltiplas conexões com os demais setores da economia; na geração e
distribuição de renda nas comunidades locais; na elevação dos níveis cultural e
profissional da população; expansão do setor da construção; na industrialização
básica na economia regional; modificação positiva da estrutura econômica e social;
na atração da mão-de-obra de outras localidades; na diversificação, estruturação e
ampliação das atividades econômicas da região.
No entanto, os impactos negativos do turismo ocorrem por meio da falta de
equilíbrio no processo de planejamento turístico exercido em um determinado
espaço. Mas como todos os setores produtivos do território nacional, os manejos
dos impactos negativos do turismo podem e devem ser minimizados através da
formação de um conceito de equilíbrio no uso dos atrativos turísticos.
O Ministério do Turismo apresenta os impactos negativos no âmbito
ambiental: arquitetura não integrada a paisagem; problemas com tratamento de
resíduos sólidos; poluição sonora, do ar e da água; erosão de vertentes e perda do
solo; desequilíbrio hidrológico; uso intensivo da terra; ocupação de áreas agrícolas;
urbanização descontrolada; redução das áreas verdes; assoreamento de corpos
d’água.
Os impactos negativos na questão socioculturais: aumento das diferenças
sociais; descaracterização cultural; segregação dos residentes locais;
enfraquecimento da cultura local frente à dos turistas; descaracterização dos
produtos artesanais; vulgarização das manifestações tradicionais; mudanças
negativas nos hábitos e padrões culturais e de consumo; destruição do patrimônio
histórico; massificação da cultura.
Por fim, os impactos negativos no aspecto econômico: grande dependência
da atividade turística por parte da comunidade; abandono das atividades
econômicas tradicionais; inflação e especulação imobiliárias; sazonalidade da
demanda turística, provocando efeitos econômicos negativos nas localidades
receptoras;
A credibilidade aplicada à atividade turística é realmente viável, desde que,
todo seu processo seja minuciosamente respeitado, e efetivado através de práticas
planejadas e integradas aos elementos que compõe o turismo. Facilitando a
concepção de minimização dos impactos negativos na economia nacional.
135
5.4 PROPOSTAS DE AÇÕES RECOMENDADAS PARA O ESTADO QUE
ESTIMULEM O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA REGIÃO NORTE DO
PARANÁ
A exemplo das propostas e ações recomendadas para a União, recomenda-
se que haja uma maior integração entre empresas de turismo e governo do Estado
do Paraná, pois existem planos e programas de fomento ao desenvolvimento do
turismo no referido estado. Porém, como o Paraná é mais conhecido, turisticamente,
por sua região litorânea, pela capital e pela beleza de Foz de Iguaçu, pouco se tem
na prática para a região Norte. Abordaremos os planos e programas do setor
disponibilizados pelo governo do estado.
Segundo Velloso (2006) o Programa de Regionalização do Turismo (PRT)
também tem a participação da Secretaria Estadual de Turismo, conforme
organograma abaixo.
Para que a descentralização do planejamento turístico seja concretizada de
uma maneira sólida e eficaz é importante que seja estabelecido competências
pertinentes a cada ator envolvido no desenvolvimento e crescimento da atividade
turística. Ou seja, a prática do processo de planejamento turístico descentralizado
está estreitamente vinculada à designação de ações dos envolvidos, seguindo os
módulos das diretrizes operacionais do Plano Nacional do Turismo, visto no PRT, de
acordo com o Ministério do Turismo. Na esfera estadual, compete ao Estado, no
quesito “sensibilização”: identificar os atores adequados, de acordo com o perfil do
programa nas regiões turísticas; recrutar monitores, facilitadores e animadores,
desde que esta seja a opção escolhida como estratégia de atuação; identificar as
demais pessoas que participarão do processo de sensibilização; organizar e articular
os parceiros para o processo de regionalização, em âmbito estadual; promover a
Coordenação Estadual
Fórum Estadual de Turismo
Órgão Estadual de Turismo
Coordenação Regional
Instância de Governança Regional / Municípios Integrados
(A ser criada / validada durante a implementação do programa, Ex:
Fórum, Conselho, Cooperativa, etc).
136
sensibilização dos atores. À instância de governança regional, compete: sensibilizar
os municípios que compõem as regiões turísticas selecionadas; articular a
integração regionalizada do turismo com os parceiros dos municípios.
No quesito “mobilização”, compete ao Estado: executar as ações de
mobilização previstas; articular os parceiros para mobilização das regiões turísticas;
apoiar as atividades regionais do setor turístico e outros fins. À instância de
governança regional, compete: mobilizar os atores envolvidos em toda a cadeia
produtiva do turismo e fora dela; mobilizar os atores envolvidos dos municípios;
articular outras ações da regionalização com os parceiros.
Ao Órgão Oficial de Turismo no Estado compete: coordenar todo o processo
de institucionalização da Instância de Governança Regional; difundir o processo de
instalação da Instância de Governança nas diversas regiões turísticas. À Instância
de Governança Regional, compete: fortalecer seu papel de coordenação nos casos
em que esta esteja estabelecida. O Estado também tem suas atribuições na
elaboração, implementação do plano estratégico de desenvolvimento do turismo
regional; sistema de informações turísticas do programa; roteirização turística;
promoção e apoio à comercialização e por fim no sistema de monitoria e avaliação
do programa.
Outra ação do Governo do Estado do Paraná é o Programa de Turismo Rural.
As Secretarias de Estado do Turismo (SETU) e da Agricultura e do Abastecimento
(SEAB) comprometeram-se a promover ações integradas com vistas ao
planejamento, à estruturação e à implementação de uma política pública para o
Turismo Rural que possibilite o desenvolvimento local e regional, com base nas
vocações e potencialidades do Estado. Assim, com a colaboração de entidades
parceiras foi construído o referido programa que se caracteriza como um instrumento
orientador para fomentar a realização de ações que visem à estruturação e a
promoção de produtos, serviços e destinos de Turismo Rural, através da
sensibilização e capacitação de técnicos, empresários, agricultores familiares e
demais envolvidos com a produção agropecuária e com a atividade turística. Tal
Programa dará ênfase especial ao Turismo Rural na Agricultura Familiar (TRAF),
pois no Paraná a agricultura familiar representa quase que a totalidade dos
agricultores e o desenvolvimento de atividades turísticas nestas comunidades têm
se apresentado como uma eficiente estratégia de promoção do desenvolvimento
local com a geração de emprego e renda.
137
No Plano de Desenvolvimento do Turismo do Paraná 2008-2011 o Governo
apresenta programas de Gestão e Fomento ao Turismo Estadual para promover a
articulação e integração entre as organizações públicas e privadas que atuam na
cadeia produtiva do turismo, bem como o seu fortalecimento, utilizando-se de
ferramentas de gestão estratégica que busquem o planejamento integrado e
participativo, através da compatibilização dos diferentes interesses e ambientes,
das potencialidades e dos desafios a enfrentar, e orientem o direcionamento a ser
dado para o turismo nas diferentes regiões turísticas do Paraná. Entre eles:
Planejamento Integrado e Participativo;
o Política de Turismo do Estado do Paraná 2008-2011
o Municipalização e Regionalização do Turismo
o Estudos e Pesquisas Estatísticas
Fomento e Articulação Institucional
o Articulação Institucional e Parlamentar
o Financiamentos e investimentos no Turismo
Oferta Turística
o Organização e Estruturação da Oferta Turística
o Diversificação e Competitividade da Oferta Turística
Qualificação dos Produtos Turísticos
o Educação para o turismo
o Qualificação profissional
o Normalização do Turismo
o Certificação do Turismo
Divulgação do Destino Paraná
o Turismo de Negócios e Eventos
o Ações Promocionais
Comercialização do Destino Paraná
o Ações Comerciais
o Canais de Distribuição
Assim, as ações propostas pelo Governo do Estado fazem com que se possa
vislumbrar a competência destinada a cada ator integrante da cadeia produtiva do
turismo, propiciando uma ação conjunta e coordenada do processo de
implementação do planejamento turístico.
138
5.5 PROPOSTAS DE AÇÕES RECOMENDADAS PARA OS MUNICÍPIOS QUE
ESTIMULEM O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA REGIÃO NORTE DO
PARANÁ
Como propostas e ações recomendadas para a União e Estados,
recomenda-se que haja ainda uma maior integração entre empresas de turismo e as
Prefeituras. Através do presente estudo verificou-se que na maioria dos 92
municípios não existe uma Secretaria de Turismo bem estruturada, capaz de propor
ações, projetos e programas que fomentem o desenvolvimento do turismo nos
municípios. Porém algumas ações que o município pode realizar de acordo com
o PRT, conforme organograma abaixo:
Como o Programa de Regionalização do Turismo é descentralizado em seu
planejamento turístico, o município possui suas competências no desenvolvimento e
crescimento da atividade turística. Ao município compete as ações seguindo os
módulos das diretrizes operacionais do Plano Nacional do Turismo.
No dulo “sensibilização”: sensibilizar os municípios que compõem as
regiões turísticas selecionadas; articular a integração regionalizada do turismo com
os parceiros do município; apoiar o Órgão Oficial de Turismo da UF na identificação
dos atores adequados, de acordo com o perfil do programa nos municípios;
participar de todo o processo de sensibilização. No módulo “mobilização”: articular a
integração regionalizada do turismo com os parceiros dos municípios; apoiar o órgão
Oficial das UFs na mobilização dos atores necessários no processo, de acordo com
o perfil do programa nos municípios; participar de todo o processo de mobilização.
No processo de “institucionalização da instância de governança regional” os
municípios tem por atribuição: articular a integração regionalizada do turismo com os
parceiros do município; apoiar o Órgão Oficial de Turismo da UF na identificação dos
atores adequados e necessários, de acordo com o perfil do programa nos
municípios; participar da Instância de Governança Regional. O município também
tem suas atribuições na elaboração, implementação do plano estratégico de
Colegiado Local (Conselho, Fórum,
etc).
Órgão Municipal de
Turismo
Coordenação Municipal
139
desenvolvimento do turismo regional; sistema de informações turísticas do
programa; roteirização turística; promoção e apoio à comercialização e por fim no
sistema de monitoria e avaliação do programa com as ações de acompanhar e
participar da monitoria do programa de regionalização; acompanhar o programa de
regionalização; executar as ações de monitoria e avaliação de acordo com os planos
e projetos elaborados (VELLOSO, 2006).
Recomenda-se, que os municípios tenham uma visão do turismo como
viabilidade econômica e não meramente social. Pois do ponto de vista do turista é
lazer, porém do ponto de vista municipal o turismo tem que ser visto como uma
oportunidade rentável de negócio que pode alavancar o desenvolvimento do
município. Recomenda-se também uma maior integração das Prefeituras Municipais
com a ADETUNORP, pois a Agência vem fazendo estudos, diagnósticos e
propostas para o desenvolvimento na região. Um de seus trabalhos compreende em
conhecer a oferta turística regional; avaliar o potencial turístico dos municípios;
identificar obstáculos; fundamentar decisões; minimizar riscos e direcionar ações
futuras para assim poder compor um destino turístico regional. Neste estudo da
Agência, verificou-se a oferta turística e equipamentos e serviços da região
conforme Figura 27, onde o município de Londrina ficou classificado como
excelente, e os municípios de Rolândia, Arapongas, Apucarana e Andirá como bom
para a oferta turística.
140
FIGURA 27 – CLASSIFICAÇÃO DA OFERTA TURISTICA E EQUIPAMENTO E SERVIÇOS
FONTE: ADETUNORP (2008)
Neste estudo da ADETUNOR foi possível identificar os segmentos turísticos
potenciais na região, com destaque de excelência para o município de Londrina e
classificação “bom” para os municípios Rolândia, Apucarana, Cornélio Procópio,
Ribeirão Claro e Carlópolis, conforme pode se observar na Figura 28.
141
FIGURA 28 – TIPOS POTENCIAS DE TURISMO NA REGIÃO NORTE DO PARANÁ
FONTE: ADETUNORP (2008)
Identifica-se ainda a possível demanda da região a partir de Londrina com
três faixas de análise, a primeira e segunda um mercado consumidor potencial
prioritário com um raio de até160 km de Londrina, a segunda faixa com um raio de
até 360 km. E um mercado consumidor secundário num raio maior de até 560 km.
Conforme Figura 29.
142
FIGURA 29 – DEMANDA POTENCAL A PARTIR DE LONDRINA
FONTE: ADETUNORP (2008)
Em resumo, as ações da ADETUNOR para a região centram-se em:
Trabalhar o mercado consumidor da região (PR e interior de SP);
Trabalhar com os municípios que se encaixaram na classificação excelente,
bom e razoável, a curto e médio prazo;
Desenvolver o Destino Turístico com foco em:
o Roteiros Turísticos Temáticos Integrados (produtos turísticos);
o Eventos Turísticos Temáticos Integrados (produtos turísticos);
o Criação de uma marca comercial a partir da identidade regional;
Por meio de um trabalho conjunto com diversos parceiros, definir e executar
as ações necessárias para o desenvolvimento e integração regionais levando
em consideração os subsídios apresentados no presente trabalho.
143
5.6 PROPOSTAS DE AÇÕES RECOMENDADAS PARA A INICIATIVA PRIVADA
QUE ESTIMULEM O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA REGIÃO NORTE DO
PARANÁ
Além das ações sugeridas ao poder público federal, estadual e municipal, faz-
se necessário, também, recomenda ações à iniciativa privada que estimulem o
desenvolvimento do turismo na região Norte do Paraná. Essas ações podem servir
para as entidades ligadas ao segmento de turismo como sindicatos, associações
comerciais, associações de municípios, agências de desenvolvimento, entre outras,
podendo interferir na melhoria da competitividade do setor turístico da região.
Conforme estudo realizado pela ADETUNOR, a região possui uma boa
capacidade empresarial, principalmente nas cidades de Londrina, Rolândia,
Arapongas, Apucarana, Cornélio Procópio, Ibaiti, Santo Antonio da Platina,
Jacarezinho e Ribeirão Claro, as demais cidades também tem potencial junto aos
empresários para o desenvolvimento do turismo, conforme Figura 30.
FIGURA 30 – CAPACIDADE EMPRESARIAL
FONTE: ADETUNORP (2008)
144
Sugere-se, então, que haja um envolvimento maior da iniciativa privada junto
aos órgãos fomentadores do desenvolvimento da região, uma vez que analisado
os fatores locacionais e verificados que há um potencial para o desenvolvimento do
setor. Com a capacidade empresarial da região, havendo integração entre as ações
nos níveis federal, estadual e municipal, pode-se alavancar o turismo na região.
Segue algumas metas que a ADETUNOR traçou e que com o apoio da
iniciativa privada, terão maiores chances de serem alcançadas.
Criar a Imagem da Região Norte do Paraná;
Criar a Logo Marca da ADETUNORP;
Viabilizar o site da ADETUNORP;
Diagnóstico que será elaborado em 15 municípios;
Viabilizar a Rota do Rosário (Turismo Religioso);
Continuar o trabalho da Rota das Águas entre os municípios de Ribeirão
Claro Tomazina e Carlópolis (Turismo Náutico);
Rota do Café (Turismo Rural);
Trem Turístico Itinerante;
Rota do Agronegócios (Negócios);
Criar coordenadoria e Regionalizar a ADETUNORP.
Através da iniciativa privada é possível surgir pousadas, hotéis fazendas,
sítios dedicados ao ecoturismo, fazendas de caça, agencias entre outros
empreendimentos que tragam recursos para a região.
Surge, então, um grande desafio para a iniciativa privada, que conta com a
capacidade dos empresários da região e os fatores locacionais, tanto no segmento
de aventura, cultura, ecoturismo, esportivo, lazer, pesca e temas como esportes
radicais, água, educação ambiental, vôo livre, etnias, fazendas de café, lazer rural
entre outros, conforme mapa traçado pela ADETUNOR, conforme Figura 31.
145
FIGURA 31 – SITUAÇÃO REAL E POTENCIAL DA REGIÃO
FONTE: ADETUNORP (2008)
146
6 CONCLUSÃO
Este estudo teve por objetivo identificar as condições necessárias para o
desenvolvimento do turismo na região Norte do Paraná. Para isso, foram
identificadas as estratégias competitivas utilizadas pelas empresas de turismo da
região e os fatores locacionais mais relevantes. Apresentam-se algumas conclusões,
bem como sugestões para realização de outros novos estudos.
No que se refere às estratégias competitivas utilizadas pela maioria das
empresas de turismo da região Norte do Paraná e levando em conta os aspectos
abordados por Porter (1986) apresentaram estratégias de enfoque e diferenciação.
Contudo há empresas de pequeno porte que competem com custos baixos no intuito
de ganhar uma grande parcela do mercado, que é o caso dos clubes de campo.
Quanto aos fatores locacionais mais relevantes para o desenvolvimento do
turismo na região Norte do Paraná, foram analisados quanto ao grau de importância
que o empresário atribui a esses fatores e se existe ou não na região. Quanto ao
grau de importância, verificou-se que os fatores mais relevantes o: as
características regionais como clima, vegetação, paisagem; recursos humanos;
recursos de conhecimento; recursos de capital; infra-estrutura como saneamento
básico, energia, água, estradas, transportes; demanda; apoio das instituições;
políticas públicas.
Em relação à viabilidade do desenvolvimento do turismo na região, este
estudo mostrou que existe, por parte das instituições, um esforço em apoiar os
empresários da região, bem como a existência de fatores locacionais relevantes, a
existência de instituições de formação e capacitação do profissional do turismo. Em
relação aos recursos de capitais, foi levantado que várias linhas de crédito que o
empresário pode usufruir. A região possui infra-estrutura, como saneamento básico,
disponibilidade energética, segurança publica, saúde, sistemas de transporte.
Portanto as condições atuais são possíveis e viáveis um empreendimento turístico.
Justifica-se então o desenvolvimento do turismo na região que pode trazer como a
própria Organização Mundial do Turismo registra que o turismo: incentiva o
entendimento entre os impactos do desenvolvimento turístico no meio ambiente, na
cultura e nas ações do homem; assegura a distribuição mais justa dos custos e
benefícios; gera emprego local em vários setores; estimula indústrias domésticas;
incentiva o intercâmbio com o exterior e injeta capital e dinheiro novo na economia
147
local; diversifica a economia local; incorpora o planejamento e a regionalização;
estimula a melhoria dos transportes locais, comunicações e infra-estrutura básica;
cria área de lazer e de preservação; incentiva o uso de terras improdutivas para a
agricultura; proporciona a comunidade local, maior entendimento de outras culturas;
demonstra a importância dos recursos naturais e culturais.
Como parte do objetivo deste trabalho, foi possível apresentar algumas ações
a ser implementadas para o desenvolvimento do turismo na região Norte do Paraná.
Neste sentido, as ações sugeridas para União, Estados e Municípios foi uma
recomendação de que haja ainda uma maior integração entre empresas de turismo
e os três níveis de governo, pois existem planos e programas de fomento ao
desenvolvimento do turismo como o Programa de Regionalização do Turismo (PRT).
Através do presente estudo verificou-se que na maioria dos 92 municípios não existe
uma Secretaria de Turismo bem estruturada, capaz de propor ações, projetos e
programas que fomentem o desenvolvimento do turismo nos municípios. Com uma
boa capacidade empresarial sugere-se, então, que haja um envolvimento maior da
iniciativa privada junto aos órgãos fomentadores do desenvolvimento da região, com
a capacidade empresarial da região, havendo integração entre as ações nos níveis
federal, estadual e municipal, pode-se alavancar o turismo na região. Por meio da
iniciativa privada é possível surgir pousadas, hotéis fazendas, sítios dedicados ao
ecoturismo, fazendas de caça, agencias entre outros empreendimentos que tragam
recursos para a região.
É possível afirmar, portanto, que os objetivos estabelecidos nesta pesquisa
foram cumpridos integralmente. Foram identificadas as estratégias competitivas
utilizadas pelas empresas de turismo; os fatores locacionais mais relevantes; a
viabilidade do desenvolvimento do turismo na região; e sugestões para a União,
Estados, Municípios e iniciativa privada que estimule o desenvolvimento do turismo
na região. Desta forma, as questões de pesquisas foram respondidas.
O modelo de pesquisa utilizado trouxe grandes contribuições para a
pesquisa e para o construto. Esse modelo foi aplicado no desenvolvimento de um
município, porem utilizou-se esse modelo, adaptando-se ao segmento de turismo
especificamente.
A partir das limitações e das contribuições desse modelo, recomenda-se
novos estudos para continuidade do trabalho, tais como: Como as estratégias
competitivas das empresas influenciam na competitividade do setor de turismo?
148
Como os fatores locacionais influenciam nas estratégias competitivas das empresas
de turismo? Como o desenvolvimento regional é afetado pelas estratégias
competitivas das empresas de turismo?
149
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158
APÊNDICES
159
ROTEIRO DE ENTREVISTA – SETOR DE TURISMO
VERIFICAÇÃO DA ESTRATÉGIA
Roteiro de entrevista das empresas de Turismo da Região Norte do Paraná.
Nome do Entrevistado: _______________________________________
Autoriza divulgação do nome da empresa? ( ) SIM ( ) NÃO
Cargo/Função: _____________________________ DATA ____/____/____
Bloco 1 Identificação da Empresa - Este bloco visa identificar a empresa de turismo da região
Norte do Paraná. Obs.: As quantidades devem ser colocadas nos parênteses.
1.1 Nome da Empresa: ________________________________________________________________
1.2 Localização da Empresa (Cidade):_____________________________________________________
1.3 Endereço Completo: ______________________________________ Fone contato: ( ) _________
1.4 Site:_______________________________________________ E-mail: _______________________
1.5 Segmento de atividade principal (classificação CNAE): _____________________________________
1.6 Ano da Fundação: _____________
1.6 Número de pessoas que trabalham na empresa, segundo características das relações de trabalho
:
( ) Sócio proprietário ( ) Contratos formais ( ) Estagiário ( ) Temporário ( ) Terceirizados
( ) Bolsistas ( ) Familiares sem contrato formal ( ) Outros: ____________________
1.7 Escolaridade do pessoal ocupado (situação atual) - quantidade:
( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio ( )Técnico ( )Superior ( ) Pós-Graduação
1.8 Origem da maioria dos empregados: ( ) da região ( ) de outras regiões
1.9 Estrutura do capital da empresa: ( ) Dos sócios ( ) Privado Nacional ( ) Privado Internacional
( ) Empréstimos de instituições de apoio as MPEs ( ) Outras. Citar:__________________________
Bloco 2 – Identificação do Sócio Fundador
Este bloco visa identificar o perfil do fundador da empresa.
2.1 Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Idade quando criou a empresa:________Idade atual:____
2.2 Formação acadêmica na época da fundação:_____________________________________________
2.3 Formação acadêmica atual: __________________________________________________________
2.4 Principal atividade que o sócio fundador exercia antes de criar a empresa:______________________
160
Bloco 3 Perfil da empresa - Este bloco visa identificar quais os produtos/serviços de turismo
oferecido pela empresa e a forma como disponibiliza os seus principais produtos/serviços
turísticos no mercado.
3.1 Qual o principal produto/serviço turístico oferecido pela empresa? ____________________________
3.2 Percentagem (%) de Participação no Mercado do principal produto/serviço turístico em relação aos
outros produtos/serviços oferecidos pela empresa: ________________________________________
3.3 Quantos produtos/serviços turísticos novos foram disponibilizados no mercado em 2007 e se teve
impacto no lucro, receita e participação no mercado:_______________________________________
3.4 Parcerias: Existem parcerias e contratos de cooperação entre empresas? ______________________
Quais os fatores locacionais relevantes para a instalação e permanência desta
empresa de turismo na região? Fatores priorizados pelo setor de turismo. O que é
relevante e se tem ou não na região?
Bloco 4 Vantagens Locacionais (Fatores, demanda, apoio, institucional) - Este bloco visa
identificar quais os fatores relevantes que levaram a empresa a se instalar nesta região, bem como o
que faz com que ela se mantenha competitiva na região. Ou seja, quais fatores e apoios existentes,
bem como a demanda para os seus produtos/serviços.
(GI) Grau de importância: (1) imprescindível, (2) importante e (3) irrelevante.
(NOTA) de 0 a 10 para a existência na região (sendo que zero é não existe)
GI Fatores – Característica regional Nota
Baixo custo de vida
Ser pólo de compras na região
Qualidade de Vida
Facilidade de acesso aos grandes centros
Clima favorável
Vegetação propicia ao turismo
Potencial hidrográfico
Paisagem atrativa
Boa localização geográfica
Atratividade para negócios
Outros:
GI Fatores – Recursos Humanos Nota
Existência de quantidade e disponibilidade de recursos humanos
Quantidade de pessoal altamente capacitado
Custo competitivo da mão-de-obra
Existência de quantidade de estudantes na área de Turismo
Facilidade no recrutamento de pessoal especializado
Outros:
GI Fatores – Recursos de Conhecimento Nota
Os conhecimentos técnicos necessários estão disponíveis nas universidades escolas
técnicas, institutos de pesquisa e associações comerciais e sindicais da região
Os conhecimentos de mercado necessários estão disponíveis nas universidades,
escolas técnicas, institutos de pesquisa e associações comerciais e sindicais da região
Existência de qualidade nos conhecimentos disponíveis para o setor
Existe quantidade de escolas que oferecem cursos nesta área
Existe quantidade de cursos de capacitação específicos para esta área
Existe qualidade no atendimento e apoio das instituições
Existem institutos que promovem a capacitação dos empresários / administradores
através de treinamentos direcionados a gestão de negócios
Existe facilidade para conseguir parcerias com as Instituições de Ensino para cursos
de nível nacional / internacional
161
Existe integração empresas institutos de ensino, bom relacionamento e apoio a
formação de mão de obra especializada necessárias para o setor
Os dirigentes deste setor têm habilidade para gestão de negócios e capacitação em
liderança
Outros:
GI Fatores – Recursos de Capital Nota
Existe facilidade na captação de recursos
Existe quantidade suficiente de instituições para financiamento
O custo do capital disponível para financiamento é acessível
Existe capital disponível para os investimentos necessários
Outros:
GI Fatores – Infra-estrutura Nota
Saneamento básico
Serviço de telefonia
Disponibilidade energética
Coleta e destino do lixo
Programa de urbanização (melhoria de parques públicos, praças, etc.)
Segurança pública
Saúde pública e privada
Pavimentações
Sistemas de transportes (aeroportos, ferrovias, rodovias, etc.)
Tecnologia de informação
Existência de Acessibilidade
Outros:
GI Demanda Nota
Existe demanda pelo produto/serviço ofertado na região onde a empresa está instalada
Existe demanda por produtos/serviços que a empresa ira produzir no futuro
Existe demanda em outros estados
Existe demanda em outros países
Não existe demanda na região
Outros:
GI Apoio Nota
Existência de institutos de pesquisa
Existência de associações, Sindicatos de empresas/trabalhadores, cooperativas e
outras instituições públicas locais.
Existência de instituições de apoio: a presença e atuação de entidades de apoio, tais
como: SEBRAE, EMATER, IAP, Associações. A existência de agentes fomentadores
de empreendedorismo
Instituições de ensino: Universidades, Formação acadêmica técnica e universitária,
grande oferta de vagas em Turismo nas Instituições de ensino.
Oferta de cursos de especialização na área de Turismo
Existência de Agencia de Desenvolvimento do Turismo organizado que apóiam e
orientam as empresas da região.
Existência de cooperação entre as empresas com bom nível de integração e ética nas
relações
Existência de apoio político
Outros:
GI Institucional -
políticas públicas
Nota
O Setor tem facilidade para a captação de recursos
As empresas têm apoio do poder público municipal com existência de política públicas
de apoio ao setor
Recursos financeiros disponíveis (Linhas de crédito e outras formas de financiamento)
que promovam a preservação da natureza garantindo o desenvolvimento sustentável
Programas de capacitação profissional
Melhorias na educação básica
Políticas de incentivos fiscais para este setor
Programas de estímulo ao investimento no setor
162
Estímulos à oferta de produtos/serviços turísticos
Programas ou ações específicos para o segmento promovido pelos diferentes âmbitos
de governo e/ou instituições
Representação política do setor que envolve o fomento ao desenvolvimento do setor
Os tipos de financiamentos oficiais oferecidos são conhecidos pelas empresas do setor
Marketing Institucional do governo para consolidar a imagem turística da região
Outros (especifique)
Qual o tipo de Estratégia competitiva do principal produto/serviço? Visa identificar o
tipo de estratégia da empresa – Blocos 5, 6 e 7
Bloco 5 Estratégias Competitivas da empresa - Este bloco visa identificar quais os elementos
decisivos para manter a capacidade competitiva na principal linha de produto/serviço da empresa.
(NOTA) Enumere de 1 a 13 o grau de importância das estratégias colocadas em prática na sua empresa,
onde [13] é a estratégia menos importante e [1] a mais importante.
Estratégias NOTA
Marca Difundida: necessidade de atividades de marketing no que se refere à fixação da marca
da empresa, incluindo diversos tipos de publicidade
Imagem de Confiabilidade- credibilidade: necessidade de possuir uma imagem de confiabilidade
estabelecida para atuar diretamente junto a clientes selecionados
Organização do Trabalho/Processos: necessidade de uma forma mais eficaz de divisão do
trabalho com mensuração e avaliação
Qualidade do Produto/serviço - o produto/serviço precisa ser reconhecido pelo mercado como
um produto/serviço de qualidade: necessidade de manter padrão de qualidade
Estrutura de vendas do produto/serviço: necessidade da construção de estruturas de vendas e
pós-venda.
Potencial financeiro: necessidade de disponibilidade financeira e/ou facilidade de crédito para
investimentos em atividades de marketing e desenvolvimento de produtos/serviços
Capacidade de monitoramento: necessidade de monitoramento de tendências do mercado, ou
seja, de recolher, processar e avaliar informações quanto à evolução dos mercados
Capacitação dos recursos humanos: a necessidade de capacitações
Inovação e diversificação soluções criativas: necessidade de lançamento de novos
produtos/serviços, diversificação para novos mercados.
Preço competitivo - Custo Baixo/Preço Baixo: o preço é diferencial importante para as vendas
dos produtos/serviços
Capacidade de atendimento: capacidade de atender a demanda
Oferta de produtos/serviços voltados a grupos específicos
Outras, citar:
Bloco 6: De uma maneira geral qual estratégia você considera que sua empresa atua no mercado?
6.1 Estratégia de diferenciação do produto pela qualidade ( )
6.2 Estratégia de diferenciação pelo custo ( )
6.3 Estratégia de diferenciação por nicho de mercado. ( )
Bloco 7: Comentário geral sobre a estratégia da empresa / Outros comentários.
163
ROTEIRO DE ENTREVISTA – SETOR DE TURISMO
APOIO AO SETOR DE TURISMO
Roteiro de entrevista nos Órgãos de apoio ao Turismo da Região Norte do Paraná.
Nome do Entrevistado: ____________________________________________
Autoriza divulgação do nome deste Órgão? ( ) SIM ( ) NÃO
Cargo/Função: ______________________________ DATA ____/____/____
Bloco 1 – Identificação - Este bloco visa identificar o órgão de apoio ao Turismo da região Norte do
Paraná.
1.7 Nome do Órgão: ___________________________________________________________________
1.8 Localização do Órgão (Cidade):_______________________________________________________
1.9 Endereço Completo: ______________________________________ Fone contato: ( ) _________
1.10 Site:_________________________________________ E-mail: _______________________
Bloco 2: Roteiro das perguntas aos Órgão de apoio ao Turismo da Região Norte do Paraná.
1) Quais foram às ações propostas deste Órgão para o setor de Turismo nos últimos
três anos?
2) Qual o grau de representatividade do setor de Turismo na economia local? O setor
está em ascensão ou já se apresenta em declínio?
3) Este órgão está projetando ações que visem à organização e o crescimento do
setor de Turismo? Quais ações?
4) No aspecto de formação de mão-de-obra (Recursos Humanos), este Órgão
participa de que forma? Qual a freqüência?
164
5) No aspecto de Recursos de Conhecimento, este Órgão participa de que forma?
Qual a freqüência?
6) Em termos de Recurso de Capital junto as empresas de Turismo, como este Órgão
se posiciona?
7) Em termos de Recursos de infra-estrutura local, como este Órgão se posiciona?
8) Que ações este Órgão poderia adotar para melhorar a competitividade do
Segmento da indústria do Turismo na região?
Bloco 3: Comentário geral sobre o apoio as empresas de Turismo na Região Norte do Paraná
/
Outros comentários.
165
ROTEIRO DE ENTREVISTA – SETOR DE TURISMO
INSTITUIÇÃO DE ENSINO
(FORMAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA PARA APOIO AO SETOR DE TURISMO)
Roteiro de entrevista das Instituições de Ensino na formação de mão-de-obra para
apoio as empresas no desenvolvimento do Turismo da Região Norte do Paraná.
Nome do Entrevistado: _____________________________________________
Autoriza divulgação do nome desta Instituição? ( ) SIM ( ) NÃO
Cargo: _______________________________ DATA ____/____/____
Bloco 1 Identificação - Este bloco visa identificar a Instituição de Ensino na formação de mão-de-
obra para apoio as empresas no desenvolvimento de Turismo da região Norte do Paraná.
1.11 Nome da Instituição: ________________________________________________________
1.12 Localização da Instituição(Cidade):_____________________________________________
1.13 Endereço Completo: _______________________________ Fone contato: ( ) _________
1.14 Site:_______________________________________ E-mail: _______________________
Bloco 2: Roteiro das perguntas as Instituições de Ensino para apoio as empresas no
desenvolvimento do Turismo da Região Norte do Paraná.
1) Quais são os cursos oferecidos para o segmento do Turismo?
2) Quais são as características desses cursos oferecidos (tempo de formação, custo, vel,
escolaridade exigida, horas aula, etc.)
3) E feita pesquisa com empresários da área para verificar a qualidade de profissionais ofertados?
4) A grade curricular é compatível com as necessidades do mercado de trabalho? Em resumo
como ele é trabalhado?
5) Qual o perfil dos alunos que se matriculam nesse (s) curso (s)?
166
6) Quantos alunos foram formados nos três últimos anos?
7) Qual é o número de professores (instrutores) que a instituição possui para a realização desse
(s) curso (s)?
8) Qual é a formação dos instrutores e ou professores que ministram os cursos? Qual é a
proporção alunos por professor?
9) Quanto à infra-estrutura destinada a esses cursos, como se caracterizam? (quantidade de
laboratórios, máquinas e equipamentos), defasagem em relação às tecnologias existentes
nas empresas?
10) A instituição realiza parcerias com as empresas de Turismo? Com que objetivo? De que forma?
Qual a freqüência?
11) A instituição recebe investimentos do governo? Em que modalidade? Onde é empregado?
12) Barreiras percebidas para realizar parcerias (internas e externas)?
Bloco 3: Comentário geral da Instituição de Ensino sobre a formação de mão-de-obra no apoio as
empresas no desenvolvimento do Turismo na Região Norte do Paraná / Outros comentários.
167
ROTEIRO DE ENTREVISTA – SETOR DE TURISMO
PREFEITURAS (APOIO AO DESENVOLVIMENTO DO
TURISMO)
Roteiro de entrevista nas Prefeituras (Apoio ao Turismo da Região Norte do Paraná)
Nome do Entrevistado: ______________________________________________
Autoriza divulgação do nome desta Prefeitura? ( ) SIM ( ) NÃO
Cargo/Função: ______________________________ DATA ____/____/____
Bloco 1 Identificação - Este bloco visa identificar a Prefeitura Municipal de apoio ao Turismo da
região Norte do Paraná.
1.15 Cidade (Localização da Prefeitura):____________________________________________
1.16 Setor da Prefeitura: ________________________________________________________
1.17 Endereço Completo: _______________________________Fone contato: ( ) _________
1.18 Site:______________________________________ E-mail: _______________________
Bloco 2: Roteiro das perguntas paras Prefeituras no apoio ao Turismo da Região Norte do Paraná.
1) Quais são os incentivos oferecidos pelo município para a instalação de novas
empresas do setor de Turismo?
2) Quais são as contrapartidas exigidas pelo município a essas empresas?
3) O município realiza parcerias com o setor de Turismo? Qual o objetivo? De que
forma? Qual é a freqüência?
168
4) Existe uma política de fortalecimento do setor do Turismo no município? Que ações
estão sendo executadas?
5) Existe uma competição entre os municípios da região em relação a incentivos de
abertura de novas empresas do setor de Turismo?
6) Qual foi a quantidade de incentivos municipais disponibilizados e efetivados para
as empresas do setor de Turismo nos últimos três anos?
7) Quais são os incentivos solicitados pelos empresários do Turismo e não
disponibilizados pelo município? Por quê?
8)
Qual o grau de representatividade do setor de Turismo na economia local? O setor
está em ascensão ou já se apresenta em declínio?
Bloco 3: Comentário geral da Prefeitura sobre o apoio as empresas de Turismo na Região Norte do
Paraná / Outros comentários.
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