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Desenvolvimento de produto popular: estratégia, inovação e decisão
Revista de Ciências da Administração
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v. 9, n. 19, p. 81-102, set./dez. 2007
se enfrentam concorrentes que pensam em fazer o mesmo investimento, não há tempo
para uma opção real e deve-se, de fato, partir para o tudo ou nada. Em ambos os casos,
no entanto, a aplicação dos dois procedimentos recomendados permite ao menos,
melhorar o grau de conforto que o decisor sente em relação à decisão tomada.
A geração de alternativas é uma fase crucial no processo decisório. Sharpe e
Keelin (1998) ressaltam que muitas vezes os líderes de projeto tornam-se tão defen-
sores de uma idéia que a geração de alternativas modificadas raramente são geradas.
Estimular novas alternativas torna-se fundamental principalmente quando existem
vários projetos em pauta e um orçamento a ser compartilhado.
Para diminuir as incertezas, tomadores de decisão utilizam-se de vários ins-
trumentos: Consulta a especialistas, realização de pesquisas, análises estatísticas e
matemáticas, elaboração de pesquisas, leitura de revistas e livros atualizados. A razão
básica para a busca da redução das incertezas é tentar aumentar a probabilidade de
resultados futuros positivos (CLEMEN; REILLY, 2001). A informação de um espe-
cialista é dita perfeita se a opinião deste especialista sempre estiver correta. O valor
esperado da informação é algo importante a ser discutido antes da contratação desse
especialista. Considerando-se o valor esperado, pode-se decidir se vale ou não a pena
consultar um especialista, realizar um teste ou uma pesquisa de campo.
Os autores Kim et al. (1992) simulam dois tipos de enfoques para o lançamento
de um novo produto: no primeiro, a alta direção da empresa define as características
gerais e a faixa de preço pretendida e, em seguida, a fábrica define o processo que será
utilizado para produzi-lo. No segundo, as duas etapas são definidas em conjunto. Em
ambas, há um grupo de variáveis a serem levadas em conta e uma função objetiva a
ser otimizada. No segundo enfoque, juntam-se todas as variáveis das duas etapas e
cria-se uma única função-objetivo. A simulação é feita usando Programação Linear.
Na primeira etapa, planejamento do produto, algumas das variáveis que entram no
modelo são: Estratégia de Lançamento, unidades do produto a serem efetivamente
demandadas, proporção da demanda pelo produto que é perdida devido à existên-
cia de produto similar no mercado, preço unitário do produto, custo dos materiais,
custo da mão-de-obra por unidade do produto, investimento de capital requerido.
Na segunda etapa, projeto do processo (de fabricação), algumas das variáveis são:
capacidade tecnológica adicional a ser adquirida (medida em horas-máquina), efi-
ciência de cada uma das tecnologias disponíveis, custo de aquisição de cada tipo de
tecnologia, custo de mão-de-obra operária. Além disso, vários produtos são consi-
derados em conjunto, com vista a selecionar os que devem ser fabricados, definir
suas características e as quantidades a serem produzidas. Concluem, após aplicar
testes estatísticos sobre os resultados das simulações, que a integração entre as duas
fases é mais benéfica, quando se podem prever bem os volumes demandados e as
eficiências dos processos de fabricação, quando as margens de lucro são estreitas,