Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO PARA DETERMINAÇÃO DE RESÍDUOS
DE PESTICIDAS EM ALFACE (Lactuca sativa L.) PRODUZIDA EM SISTEMA
CONVENCIONAL
ROGÉRIO LUIZ DA SILVA
SÃO CRISTÓVÃO/SE
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO PARA DETERMINAÇÃO DE RESÍDUOS
DE PESTICIDAS EM ALFACE (Lactuca sativa L.) PRODUZIDA EM SISTEMA
CONVENCIONAL
ROGÉRIO LUIZ DA SILVA
ORIENTADOR: Prof. Dr. Sandro Navickiene
SÃO CRISTÓVÃO/SE
2010
Dissertação apresentada ao
Núcleo de Pós-Graduação em
Química da Universidade Federal
de Sergipe como requisito para a
obtenção do título de Mestre em
Química.
ads:
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
S586d
Silva, Rogério Luiz da
Desenvolvimento de método para determinação de
resíduos de pesticidas em alface (lactuca sativa)
produzida em sistema convencional / Rogério Luiz da
Silva. – São Cristóvão, 2010.
83 f. : il.
Dissertação (Mestrado em Química) Programa de
Pós-Graduação em Química, Pró-Reitoria de Pós-
Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de
Sergipe, 2010.
Orientador: Prof. Dr. Sandro Navickiene
1. Pesticidas. 2. Alface. 3. Lactuca sativa. 4. Toxidade.
I. Título.
CDU 543.393/.54
Este trabalho é dedicado especialmente aos meus pais,
Ivanete Lustosa Silveira da Silva e Reginaldo Luiz da Silva,
por toda a dedicação, carinho, atenção, inspiração
profissional e por me ensinar que a vida é uma vitória diária,
à grande educação e incentivo que me foi concedido; e a
vocês declamo meu enorme amor e carinho por serem
aqueles que considero os melhores pais que eu possa
merecer, sem dúvida alguma.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por sempre ter me dado a oportunidade de ser alguém
melhor e dar suporte a realização dos meus sonhos.
Ao apoio incondicional dos meus pais, principalmente no desenvolvimento da
minha vida educacional desde a pré-escola até hoje quando me torno mestre,
sei que ainda vão caminhar muito comigo, e agora no doutorado. A vocês é que
procuro me dedicar cada dia mais e nunca esquecendo a simplicidade que
fizeram questão de me ensinar.
Ao meu irmão que sempre me incentivou a ir além do que ele achava não
conseguir chegar.
A minha noiva, Ana Cristina, por me apoiar sempre e por acreditar que eu seria
capaz de superar todos os obstáculos, me apoiando e ajudando no que estava
a seu alcance, mesmo que isso as vezes proporcionasse a minha distância
temporária, mas mesmo assim compreendeu os motivos e me alavancou ao
ponto mais alto que eu poderia chegar, obrigado por tudo.
Aos meus sogros por apoiar e incentivar sempre.
Ao meu grande amigo e irmão Marcelo que desde o vestibular esteve ao meu
lado, apoiando, incentivando e acreditando que poderia chegar sempre mais
longe, com as suas palavras as vezes dura me ensinou que na vida não
devemos ter máscaras e que dar uma segunda chance as pessoas é sinônimo
de nobreza.
Agradeço à Universidade Federal de Sergipe pelo ensino gratuito e de qualidade e
ao Laborario de Análise de Compostos Ornicos Poluentes.
Um agradecimento especial ao meu orientador prof. Sandro Navickiene pela
oportunidade de ser seu aluno de mestrado, pela ateão, pelos pues de orelha e
por me mostrar que ser um pesquisador não é apenas estar no laborario e sim ter
dedicação sempre na busca dos melhores resultados, mesmo que para isso as
vezes seja necesrio caminhar sozinho.
Aos professores Haroldo Silveira Dórea e Marcelo da Rosa Alexandre por sua
grata ajuda ao longo do mestrado e nas bancas de qualificação e defesa. E a
professora Djalma Andrade por sua orientação na graduação e grande
amizade.
Aos meus antigos colegas de graduação Ana Geli, Katia Cristina, Ana Cristina,
Renata e Emanuella.
Aos amigos que fiz nesse mestrado, em especial a Márcia e Claudia, que foram
companheiras de todas as horas e por estarem sempre ao meu lado, a Michel
que abriu as portas do GC na minha cabeça, a Marcell por sempre estar pronto
a ajudar e apoiar e a Elissandro e Vanessa pelas dúvidas respondidas e o apoio
dado, vocês são partes desse mestrado.
Aos amigos do LEMON, Amanda, Juliana, Tássia, Valéria e meu brother André
pela ajuda na hora sempre certa.
Aos colegas do LCP Ricardo, Débora, Tamires Cruz, Alain Gaujac, Daniela,
Adalberto, Daniele, Samia, Gisele, Renata e Fabrício pelo clima de harmonia e
alegria no laboratório.
Aos professores do Departamento de Química: Nivan, Paulo Cesar, José do
Patrocínio, Luciane, Maria de Lara, Carlos Alexandre, Simone, Catia e Ana
Paula. Enfim, agradeço a todos que de alguma maneira contribuíram para a
realização deste trabalho.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS..............................................................................................i
LISTA DE TABELAS............................................................................................iii
LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS.............................................................v
RESUMO.............................................................................................................vii
ABSTRACT..........................................................................................................ix
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................1
2. OBJETIVOS....................................................................................................3
2.1 – Objetivo Geral...........................................................................................3
2.2 – Objetivos Específicos...............................................................................3
3. JUSTIFICATIVA................................................................................................4
4. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA......................................................................5
4.1 – Pesticidas.................................................................................................5
4.2 – Classes químicas dos pesticidas selecionados......................................10
4.3 – Hortaliça em estudo: Alface....................................................................14
5. MÉTODO ANALÍTO......................................................................................15
5.1 – Programa de monitoramento.................................................................16
5.2 – Método de multirresíduo de pesticidas..................................................17
5.3 – Dispersão da matriz em fase sólida.......................................................18
5.3.1 – Características dos suportes-adsorvente selecionados para
dispersão da matriz em fase sólida...................................................22
5.4 – Cromatografia a gás e espectrometria de massas................................23
6 . REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................25
7 . EXPERIMENTAL..........................................................................................28
7.1 – Material...................................................................................................28
7.2 – Solventes e sorventes............................................................................28
7.3 – Padrões de pesticidas............................................................................28
7.4 – Equipamentos.........................................................................................28
7.5 – Preparação de amostra de alface...........................................................29
7.6 – Fortificação de amostra de alface...........................................................29
7.7 – Preparação das soluções padrão dos pesticidas...................................29
7.8 – Condições cromatográficas de análise...................................................29
7.9 – Validação de Método Analítico...............................................................30
7.9.1 – Exatidão...............................................................................................31
7.9.2 – Precisão...............................................................................................32
7.9.3 – Linearidade..........................................................................................32
7.10 – Limpeza do material.............................................................................33
7.11 – Método de Extração por Sólido-Líquido...............................................33
7.12 – Método de extração por MSPD............................................................34
8. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................36
8.1 – Seleção dos princípios ativos (pesticidas)..............................................36
8.2 – Otimização das condições cromatográficas...........................................36
8.3 – Ensaios para desenvolvimento do método de extração por MSPD.......38
8.3.1 – Escolha de adsorvente e proporção matriz:adsorvente......................38
8.3.2 – Ensaios para escolha do solvente de eluição......................................42
8.4 – Efeito matriz............................................................................................45
9. VALIDAÇÃO DO MÉTODO ANALÍTICO.....................................................47
9.1– Exatidão...................................................................................................48
9.2 – Precisão..................................................................................................50
9.3 – Linearidade.............................................................................................51
9.4 – Limite de detecção (LOD).......................................................................53
9.4.1– Limites de detecção do método validado com o encontrado na
literatura................................................................................................54
9.5 – Limite de quantificação (LOQ)................................................................55
10. NOVOS MATERIAIS PARA MSPD............................................................57
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................59
12. PERSPECTIVAS FUTURAS......................................................................60
12. REFERÊNCIAS..........................................................................................61
i
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Principais rotas de transporte e degradação de agrotóxicos
no ambiente..........................................................................................................6
Figura 2. Alface (Lactuca sativa)........................................................................14
Figura 3. (a) alface plantada em meio convencional e (b) alface plantada
em sistema de estufa.........................................................................................15
Figura 4. Esquema da dispersão da matriz em fase sólida................................19
Figura 5: Fluxograma do processo de MSPD para extração de pesticidas
de alface.............................................................................................................35
Figura 6: Cromatograma (GC/MS, modo SIM) de uma solução padrão dos
analitos (1,0 µg mL
-1
), sendo: 1) pirimicarbe; 2) parationa metílica; 3) mala-
tiona; 4) procimidona; 5) α-endossulfam e 6) β-endossulfam............................37
Figura 7: Eficiência na recuperação (n = 2) dos pesticidas em alface utilizan-
do sílica:alumina nas proporções 2:1 e 1:1 (m/m)..............................................40
Figura 8: Cromatograma silica:alumina 1:1, em acetonitrila, obtido por GC-
MS. Sendo: 1) pirimicarbe; 2) parationa metilica; 3) malationa; 4) procimi-
dona; 5) α-endossulfam e 6) β-endossulfam. Para condições cromato-
gráficas ver item 7..............................................................................................41
Figura 9: Cromatograma silica:alumina 2:1, em acetonitrila, obtido por GC-
MS. Sendo: 1) pirimicarbe; 2) parationa metilica; 3) malationa; 4) procimi-
dona; 5) α-endossulfam e 6) β-endossulfam. Para condições cromato-
gráficas ver item 7.8...........................................................................................41
ii
Figura 10: Eficiência na recuperação (n = 2) dos pesticidas em alface utili-
zando silica:alumina 1:1 como suporte sólido e eluição com 20 mL dos
solventes diclorometano, mistura de solventes acetato de etila:hexano
(85:15, v/v) e 30 mL de acetonitrila...................................................................43
Figura 11: Cromatograma silica:alumina 2:1, em diclorometano, obtido por
GC-MS. Sendo: 1) pirimicarbe;2) parationa metilica; 3) malationa; 4) proci-
midona; 5) α-endossulfam e 6) β-endossulfam. Para condições cromato-
gráficas ver item 7.8...........................................................................................47
Figura 12: Cromatogramas obtidos no GC-MS do branco em acetonitrila
(a), da solução padrão de comparação 0,5 µg g
-1
(b), do extrato fortificado
da matriz no nível de fortificação 0,5 µg g
-1
(c) e do branco do extrato (d).
sendo: 1) pirimicarbe; 2) parationa metilica; 3) malationa; 4) procimidona;
5) α-endossulfam e 6) β-endossulfam. Para condições cromatográficas
ver item 7.8.........................................................................................................50
Figura 13. Curvas analíticas obtidas no extrato da matriz: pirimicarbe (a), ma-
lationa (b), procimidona (c) e parationa metílica (d),..........................................52
Figura 14. Curvas analíticas obtidas no extrato da matriz: α-endossulfam
(e) e β-endossulfam (f).......................................................................................53
iii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Característica dos pesticidas selecionados para estudo......................8
Tabela 2. Propriedades físico-químicas dos pesticidas selecionados
para estudo...........................................................................................................9
Tabela 3. Solubilidade dos pesticidas em solventes orgânicos..........................10
Tabela 4. Estrutura química dos pesticidas selecionados para estudo..............13
Tabela 5. Produção de alface.............................................................................15
Tabela 6. Aplicação da dispersão da matriz em fase sólida na determinação
de pesticidas em alimentos (frutas e verduras)..................................................21
Tabela 7. Tempos de retenção e fragmentos monitorados na quantificação
dos pesticidas.....................................................................................................37
Tabela 8. Testes para seleção do sistema de suporte sólido e solvente de
eluição para os pesticidas de matriz de alface por MSPD.................................44
Tabela 9. Valores de recuperação média dos pesticidas e coeficientes de
variação dos pesticidas de alface por MSPD e GC/MS....................................49
Tabela 10. Valores dos coeficientes de correlação e equações da reta para
os pesticidas preparados no extrato da matriz e analisados por MSPD e
GC/MS. Para condições cromatográficas de análise ver item 7.8.....................51
Tabela. 11. Valores dos limites de detecção do método LOD
m
e do instru-
mento LOD
i
dos pesticidas para análises realizadas por GC/MS......................54
iv
Tabela 12. Limite de detecção dos pesticidas procimidona, malationa, α-
endossulfam e β-endossulfam em diversos trabalhos encontrado na litera-
tura e no trabalho desenvolvido..........................................................................55
Tabela 13. Valores dos limites de quantificação dos pesticidas em análises
realizadas por GC/MS........................................................................................56
Tabela 14 - Comparação da recuperação obtida com sílica:alumina (1:1,
(m/m)) e polímero (La
0.9
Eu
0.1
)
2
(dipic)
3
(H
2
O)
3
......................................................58
v
LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ASE extração acelerada com solventes (do inglês accelerated solvent
extraction)
C
18
– fase sólida à base de sílica modificada com grupos octadecil
C
8
– fase sólida à base de sílica modificada com grupos octil
CV – coeficiente de variação
DAD – detector de arranjo de fotodiodos (do inglês diode array detector)
DCM - diclorometano
DDT – diclorodifeniltricloroetano
DL – dose letal
DL
50
– dose letal para 50% da população
ECD – detector de captura de elétrons (do inglês electron capture detectior)
EI – modo de ionização por impacto de elétrons ou ionização por elétrons
ENDAGRO - Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe
EU – União Européia (do inglês European Union)
EUA – Estados Unidos da América
FAO Organização das Nações Unidas de Agricultura e Alimentos (do inglês
Food and Agriculture Organization of the United Nations)
FID – detector por ionização em chama (do inglês flame ionization detectior)
GC – cromatografia gasosa (do inglês gas chromatography)
HPLC cromatografia líquida de alta eficiência (do inglês high performance
liquid chromatography)
HS – headspace
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
IC – intervalo de confiança
IDA – índice diário aceitável.
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial
IT – aprisionamento de íons (do inglês ion-trap)
vi
IUPAC União Internacional de Química Pura e Aplicada (do inglês
International Union of Pure and Applied Chemistry)
LC – cromatografia líquida (do inglês liquid chromatography)
LLE – extração líquido-líquido (do inglês liquid – liquid extraction)
LMR – limite máximo de resíduos
LOD – limite de detecção (do inglês
Limit of Detection)
LOQ – limite de quantificação ( do inglês Limit of Quantification
MAE – extração assistida por microondas (do inglês microwave extraction)
MS – espectrometria de massas (do inglês mass spectrometry)
MS-MS espectrometria de massas sequencial (do inglês tandem mass
spectrometry)
MSPD – dispersão da matriz em fase sólida (do inglês matrix solid-phase
dispersion)
NCI ionização química no modo negativo (do inglês negative chemical
ionization)
NPD detector de nitrogênio e fósforo (do inglês nitrogen and phosphorus
detector)
PCI ionização química no modo positivo (do inglês positive chemical
ionization)
PID - detector de fotoionização (do inglês photoionizahion detector)
PLE extração com líquido pressurizado (do inglês pressurized liquid
extraction)
r – coeficiente de correlação
RP – fase reversa (do inglês reversed phase)
RSD – desvio padrão relativo (do inglês relative standard deviation)
s – estimativa do desvio padrão absoluto
SFC cromatografia por fluido supercrítico (do inglês supercritical fluid
chromatography)
SFE – extração por fluido supercrítico (do inglês supercritical fluid extraction)
SIM – monitoramento de íons selecionados (do inglês selected ion monitoring)
vii
SPE – extração em fase sólida (do inglês solid phase extraction)
SPME – microextração em fase sólida (do inglês solid phase microextraction)
THF – tetrahidrofurano
TOF – tempo de vôo (do inglês time-of-fly)
USA – do inglês United States of America
USEPA Agência Americana de Proteção Ambiental (do inglês United States
Environmental Protechion Agency)
UV – ultravioleta
viii
RESUMO
A alface (Lactuca sativa L) é a hortaliça folhosa de grande importância
econômica, sendo consumida principalmente na forma in natura. Visando
assegurar maior produtividade, pesticidas de diferentes classes químicas têm
sido empregados nas etapas de produção de alface.
Embora estes pesticidas
tragam benefícios no aumento da produção agrícola, sua toxicidade deve ser
considerada, e para isso torna-se necessário dispor de métodos analíticos
eficientes para verificar a presença de resíduos de pesticidas na produção. A
literatura apresenta poucos métodos para determinar pesticidas em alface. Em
vista disto, este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de método
baseado nas técnicas de dispersão da matriz em fase sólida e cromatografia a
gás acoplada à espectrometria de massas (GC/MS) para determinar resíduos
dos pesticidas malationa, parationa metílica, pirimicarbe, procimidona, α-
endossulfam e β-endossulfam em alface. O método por dispersão da matriz em
fase sólida foi desenvolvido, testando-se diferentes tipos e quantidades de
sorventes, alumina, Florisil, sílica
,
e solventes orgânicos (20 e 30 mL) como
ciclohexano, diclorometano, acetato de etila, n-hexano e acetonitrila em
diferentes proporções (1:1, 7:3, 8:2, 9:1, 85:15, v/v). As melhores recuperações
para os pesticidas malationa, parationa metílica, pirimicarbe, procimidona, α-
endossulfam e β-endossulfam em análises por GC/MS foram obtidas por meio
do sistema sílica/alumina, utilizando um volume de 30mL do solvente
acetonitrila com valores médios de recuperação variando de 50 a 120% e
coeficientes de variação na faixa de 0,6 a 8,0% para os níveis de concentração
de 0,1; 0,25; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 µg g
-1
. Os limites de detecção ficaram na faixa
de 0,01 e 0,03 µg g
-1
. E os limites de quantificação foram de 0,08 e 0,11 µg g
-1
,
respectivamente.
Palavras-chave: pesticidas; GC/MS; alface;MSPD
ix
ABSTRACT
Lettuce (Lactuca sativa) has a great, being mainly consumed in natura. In order
to ensure greater productivity, pesticides from different chemical classes have
been used to improve its production. Although these pesticides bring benefits,
increasing agricultural production, their toxicity should be considered. As for this
reasor it is necessary to have effective analytical methods to verify the presence
of pesticide residues in lettuce. The literature presents Few methods are present
in the liberahone for determining pesticides in lettuce. Thus, this paper aims to
develop a new method based on MSPD and GC-MS. Techiniques to determine
residues of malathion, parathion methyl, pirimicarb, procymidone , α-endosulfan
and β-endosulfan in lettuce. The method dispersion matrix solid phase was
developed and tested for different types and amounts of sorbents, alumina,
Florisil, silica, and organic solvents (20 and 30 mL) and cyclohexane,
dichloromethane, ethyl acetate, n-hexane and acetonitrile at different ratios (1:1,
7:3, 8:2, 9:1, 85:15, v/v). The best recoveries for the pesticides malathion,
parathion methyl, pirimicarb, procymidone, α-endosulfan and β-endosulfan
were obtained through the system silica / alumina, using a volume of 30 mL of
acetonitrile with average recovery ranging from 50 to 120% and coefficients of
variation varying from 0,6 to 8.0% for concentration levels of 0.1, 0.25, 0.5, 1.0,
1.5 and 2.0 µg g
-1
The limits of detection and quantification for the method were
0.08 and 0.11 µg g
-1
, respectively.
Keywords: pesticides, GC/ MS; lettuce; MSPD
1
1.
INTRODUÇÃO
A alface (Lactuca sativa L.) da família Asteraceae, em geral
apresentam folhas macias, grandes, de sabor suave e refrescante, que
crescem em volta do caule pequeno (em roseta), podendo ser lisas ou
crespas, formando ou não uma cabeça e podem apresentar diversas
tonalidades de verde e roxo-bronzeado. Seu sistema radicular é delicado,
muito ramificado e superficial. A floração ocorre no verão, estimulada pelos
dias longos. Os frutos da alface são do tipo aquênio e se apresentam
pontiagudos, de formato oval, elíptico ou espatulado com estrias
longitudinais na superfície e comprimento variável de 2 a 5 mm (PILAU,
2002).
As alfaces com 96% de água apresentam elevado teor de vitaminas,
minerais e água e prestam-se a inúmeros pratos culinários, sendo
consumida na forma in natura em saladas e sucos, ou na forma cozida em
sopas e refogados. Cada 100 gramas de alface contêm apenas 15 kcal o
que a torna um alimento importante em dietas de restrição calórica. As
alfaces são muito perecíveis e estragam-se rapidamente se mal
conservadas, ou manipuladas inadequadamente (LOPES, 2002).
O consumo de hortaliças como a alface tem crescido junto com o
aumento da população mundial, esse crescimento tem causado grandes
preocupações, pois como a alface é muito perecível a torna mais suscetível
ao ataque de pragas. Consequentemente, pesticidas de diferentes grupos
químicos têm sido empregados em alguma etapa da produção agrícola, quer
seja no tratamento prévio das sementes, durante o cultivo ou após a colheita
(FENOLL, et al., 2007
(a)
).
Embora o uso de pesticidas traga benefícios no aumento da produção
agrícola, sua toxicidade deve ser considerada, e para isso torna-se
necessário controlar a qualidade dos produtos hortícolas, para evitar
possíveis riscos para os consumidores (FENOLL, et al., 2007
(b)
).
O termo pesticida abrange qualquer substância que é utilizado para
prevenir, destruir, atrair, repelir ou controlar pragas, incluindo espécies o
desejadas de plantas ou animais durante a produção, estocagem,
transporte, distribuição e processamento de alimentos, produtos agrícolas e
2
ração animal ou produtos administrados a animais para o controle de
ectoparasitas (BLUME E REICHERT, 2002).
Os pesticidas malationa, parationa metílica, pirimicarbe, procimidona,
α-endossulfam e β-endossulfam podem ser aplicados nos solos, por meio de
água de irrigação ou diretamente sobre a cultura. Em qualquer desses
casos, eles serão absorvidos pelas raízes e pelas folhas e translocados para
todas as partes das plantas, podendo chegar pela cadeia alimentar ao
homem (BARBOSA, 2004).
Esses pesticidas são comumente utilizados nas culturas de hortaliças,
incluindo a alface, sendo que desses os pesticidas pirimicarbe,
procimidona e malationa é que são regulamentados pela ANVISA para
utilização em alface.
Em 2008, a ANVISA, realizou análises em 17 alimentos, encontrando
resíduos de agrotóxicos em 15% das 1.773 amostras. O produto com mais
irregularidades foi o pimentão com 64% e entre as hortaliças folhosas a
alface com 19,8% (BASSETTE E BOTELHO, 2009).
A alface foi a matriz escolhida para o estudo de determinação de
resíduos de pesticidas por se tratar da hortaliça consumida in natura mais
popular do Brasil, segundo a ANVISA. Diante do risco potencial de resíduos
de pesticidas na alface, necessidade de monitoramento constante dos
níveis de concentração dessas substâncias.
O método de dispersão da matriz em fase sólida (MSPD) é uma
técnica de extração eficiente uma vez que permite efetuar etapas de
rompimento da estrutura sólida original da matriz, homogeneização, extração
e purificação da amostra de maneira simultânea, o que possibilita a posterior
análise do extrato pré-concentrado utilizando uma quantidade pequena de
solventes orgânicos e pouca quantidade de amostra (KRISTENSON, er al.,
2006). O extrato final pode ser analisado por técnicas cromatográficas ou
eletroforese capilar para quantificação dos analitos (LIANG, et al., 2004).
É importante ressaltar que a literatura descreve poucos métodos para
determinação de pesticidas em matriz de alface e nenhum desses métodos
utiliza a técnica de dispersão da matriz em fase sólida. O presente trabalho
propõe desenvolver uma metodologia analítica simples para determinação
3
dos pesticidas malationa, parationa metílica, pirimicarbe, procimidona,
α-
endossulfam e β-endossulfam em alface, utilizando as cnicas de dispersão
da matriz em fase sólida e cromatografia à gás acoplada a espectrometria de
massas.
2. OBJETIVOS
2.1 – Objetivo Geral
Desenvolver uma metodologia analítica para determinar resíduos de
pesticidas em alface, utilizando as cnicas de dispersão da matriz em fase
sólida e cromatografia à gás acoplada a espectrometria de massas.
2.2 – Objetivos Específicos
Selecionar pesticidas que são utilizados em alface.
Obter as condições cromatográficas de análise dos pesticidas
selecionados por GC-MS.
Desenvolver um procedimento para extrair resíduos dos pesticidas
selecionados utilizando a técnica de dispersão da matriz em fase
sólida.
Validar o método desenvolvido.
Aplicar o método desenvolvido em amostras de alface produzidas na
cidade de Itabaiana, Sergipe.
4
3. JUSTIFICATIVA
O monitoramento da quantidade de pesticidas presentes em culturas
agrícolas é de grande importância, pois permite avaliar a qualidade destes
produtos, proporcionando a verificação de tendências no aumento do uso. É
necessário, portanto o desenvolvimento de métodos analíticos que sejam
confiáveis, de baixo custo, com curto tempo de análise e que seja de fácil
difusão e aplicação em outros laboratórios (ANVISA
(b)
, 2009).
A técnica de dispersão da matriz em fase lida é uma técnica
simples e fácil de ser aplicada, pois apresenta boas vantagens diante de
outros métodos de extração como a extração líquido-líquido (LLE) e extração
em fase sólida (SPE), porque permite redução significativa da quantidade de
amostra e do consumo de solvente necessário para uma análise
multirresíduo, além de reduzir o risco de formação de emulsões, sendo
aplicada para matrizes sólidas ou semi-sólidas (LANÇAS, 2004).
A cromatografia gasosa (GC) é um dos métodos de análise mais
empregados na análise de pesticidas em amostras complexas, devido a
eficiência na separação e quantificação das espécies de interesse presente
nos extratos, utilizando detectores por captura de elétrons (ECD), adequado
para análise de compostos halogenados, ionização de chama (FID) ou
espectrômetro de massas (MS), sendo este último muito utilizado para
confirmação dos pesticidas, pois fornece informações estruturais baseado na
fragmentação dos compostos (COLLINS, et al., 2006).
O uso de pesticida é comum nas culturas da alface, segundo a
ANVISA usado em 70% das plantações. Consequentemente, faz-se
necessário dispor de um método analítico para determinar resíduos de
pesticidas na alface, a fim de garantir que o consumo desta hortaliça não
resulte em problemas de intoxicação para os consumidores deste produto
(LÓPEZ, et al., 2007).
5
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 – Pesticidas
No que se refere às áreas agricultáveis, um grande desafio para a
humanidade é a produção de alimentos para uma população em plena
expansão. Os setores rurais estão disputando espaço com a expansão das
áreas de urbanização e industrialização. Nesse contexto, na busca de uma
maior produtividade agrícola por hectare, o emprego de pesticidas tem
apresentado papel preponderante. Atualmente a exploração comercial e
econômica de qualquer cultura agrícola faz uso de pesticidas, exceto a
agricultura orgânica (GRISOLIA, 2002).
Os pesticidas têm várias classificações: quanto à ação, à forma de
atuação e à origem. Quanto à forma de atuação os agrotóxicos podem ser
sistêmicos ou não sistêmicos. Os não sistêmicos têm ação de contato (via
dérmica), penetração, ingestão (via oral) e fumegante (via respiratória). Os
agrotóxicos sistêmicos surgiram como um aperfeiçoamento na seletividade
do combate à praga, com a intenção de não matar os insetos não nocivos. É
transportado pela seiva do vegetal em quantidade letal para o inseto, sem
prejudicar a planta (CARVALHO, 2009).
A utilização de produtos químicos para controlar pragas, doenças e
ervas daninhas possibilita ao ser humano aumentar a produção de alimentos
em quantidade e qualidade. Estes produtos denominados pesticidas,
praguicidas, agroquímicos foram por muito tempo utilizado de forma
indiscriminada, até surgirem as informações sobre os impactos ambientais
causados pelo seu uso inadequado (BARBOSA, 2004).
Portanto, os agrotóxicos, além de minimizar a ação danosa das
pragas, doenças e plantas daninhas em culturas agrícolas, também podem
oferecer riscos à saúde humana e ao meio ambiente. O uso dos agrotóxicos,
favorece os riscos de contaminação de diversos compartimentos ambientais,
como a contaminação de solos agrícolas, de águas superficiais e
subterrâneas e de alimentos, podendo, em episódios mais graves,
inviabilizar o consumo destes. Isso pode gerar consequentemente, efeitos
nocivos em organismos terrestres e aquáticos, como intoxicação pelo
6
consumo de água e de alimentos contaminados, além da intoxicação
ocupacional de trabalhadores e produtores rurais. Na Figura 1 são
apresentados esquematicamente os principais processos que atuam na
movimentação e na degradação de agrotóxicos na natureza, ilustrando os
meios mais prováveis onde esses compostos podem ser encontrados
(GEBLER, 2004).
Figura 1. Principais rotas de transporte e degradação de agrotóxicos no
ambiente. Adaptada de Gebler, 2004.
Com isso, o monitoramento de agrotóxicos no meio ambiente é uma
ferramenta de suma importância para a caracterização e o gerenciamento
dos riscos ambientais decorrentes do uso desses produtos em condições
reais. Além disso, conforme preconizado pelo Decreto Federal Brasileiro no.
4.074 de 2002, o monitoramento desses compostos também pode fazer
parte da avaliação em processo de registro de novos produtos, ou ainda, da
reavaliação de produtos em uso (PRCCSAJ, 2009).
7
Neste sentido o monitoramento dos resíduos de pesticidas no meio
ambiente, principalmente nas culturas agrícolas, é de fundamental
importância, para assegurar a qualidade dos alimentos que chegam até o
consumidor.
No Brasil, o controle de resíduos de agrotóxicos em alimentos
começou a se desenvolver isoladamente a partir da década de 1970, com o
primeiro laboratório de análise de resíduos, trabalhando na determinação de
organoclorados em leite, estendendo suas atividades também para análise
de pesticidas em carne bovina, devido às exigências nas exportações
(BARBOSA, 2004).
No entanto, somente nos últimos anos com os avanços científicos
(desenvolvimento de novas técnicas tanto de extração como de análise), e
uma política responsável (leis mais específicas e o monitoramento de
agências regulamentadoras como a ANVISA), é que se tem uma nova
avaliação da qualidade dos alimentos consumidos em relação à presença de
agrotóxicos (ANVISA, 2009).
Em 2001, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da
Saúde (ANVISA) implantou um programa de análise de resíduos de
agrotóxicos em alimentos (PARA) com a participação de vários estados
brasileiros e laboratórios de análise de resíduos de agrotóxicos. A criação
deste programa tem como objetivo o monitoramento dos principais
pesticidas encontrados em frutas, verduras, hortaliças entre outros
alimentos.
A Tabela 1 mostra a classificação dos pesticidas utilizados na cultura
de alface quanto ao seu modo de ação, forma de atuação e classe
toxicológica.
8
Tabela 1. Característica dos pesticidas selecionados para estudo.
Pesticidas
Modo
de
ação
Forma
de
atuação
Classe
toxicológica
Classe química
(fórmula)
Aplicação
Massa
molar
g mol
-1
Pirimicarbe inseticida sistêmico II altamente
tóxico
carbamato
C
11
H
18
N
4
O
2
foliar 240
Parationa-
metílica
acaricida
inseticida
sistêmico I
extremamente
tóxico
organofosforado
C
8
H
10
NO
5
PS
foliar 263
Malationa inseticida
acaricida
não
sistêmico
III mediamente
tóxico
organofosforado
C
10
H
19
O
6
PS
2
foliar 284
Procimidona fungicida sistêmico II altamente
tóxico
dicarboximida
C
13
H
11
Cl
2
NO
2
foliar 288
α-
endossulfam
acaricida
formicida
inseticida
sistêmico I
extremamente
tóxico
organoclorado
C
9
H
6
Cl
6
O
3
S
foliar/solo 339
β-
endossulfam
acaricida
formicida
inseticida
sistêmico I
extremamente
tóxico
organoclorado
C
9
H
6
Cl
6
O
3
S
foliar/solo 406
FONTE: ANVISA, 2009.
O comportamento de um pesticida pode ser estimado pelas suas
características físico-químicas e pelos seus metabólitos ou produtos de
degradação. A Tabela 2 mostra algumas propriedades físico-químicas dos
pesticidas selecionados para o estudo.
9
Tabela 2. Propriedades físico-químicas dos pesticidas selecionados para
estudo.
Pesticidas
Ponto de
Ebulição (ºC)
P
ressão de
vapor (Pa),
20-25°C
*Log K
ow
Tempo de
meia vida (t
1/2
),
(dias)
Solubilidade
em água a
20-25°C (g/L)
Pirimicarbe 164,7-167,7 0,9 x 10
-
3
1,7 21 3,0
Parationa-
metílica
35-36 0,2x10
-
3
3,0 18,5 0, 055
Malationa 156-157 5,3 x 10
-
3
2,7 7,0 1,4 x 10
-
2
Procimidona 100 18,0 x 10
-
3
3,1 3,0 4,5 x 10
-
3
α-endossulfam 109,2 0,8x10
-
3
4,7 50 3,2x10
-
4
β-endossulfam
213,3 0,8x10
-
3
4,7 50 3,2x10
-
3
FONTE: BARCELÓ, 1997.
*Coeficiente de partição octanol: água.
A Tabela 3 relaciona a solubilidade dos pesticidas estudados em
alguns solventes orgânicos.
10
Tabela 3. Solubilidade dos pesticidas em solventes orgânicos
Pesticidas
Solubilidade (g L
-
1
)
,
20
-
25°C
Acetato de etila
Diclorometano
Hexano
Acetonitrila
Pirimicarbe solúvel solúvel - solúvel
Parationa- metílica - > 200 10-20 solúvel
Malationa solúvel solúvel - solúvel
Procimidona - solúvel - solúvel
α-endossulfam 200 200 24 solúvel
β-endossulfam 200 200 24 solúvel
Fonte: TOMLIN, 1994.
4.2 - Classes Químicas dos Pesticidas Selecionados
Carbamatos:
Os carbamatos são compostos orgânicos derivados do ácido
carbâmico. Degradam-se relativamente rápido, são pouco absorvidos pelo
organismo humano (não se acumulam em tecidos gordurosos), além de
inibidores reversíveis da acetilcolinesterase, AchE, responsável pela
transmissão de impulsos nervosos no organismo. Vários produtos deste
grupo químico foram banidos em outros países devido aos seus efeitos
cancerígenos (BARBOSA, 2004; BADIOU, 2008). Dentre os pesticidas da
classe química dos carbamatos selecionados para estudo tem-se o
pirimicarbe (Tabela 1) que é bastante utilizado nas plantações de alface,
tomate, berinjela, batata entre outros. O limite máximo de resíduos refere-
se à soma de seus metabólitos, que são o pirimicarbe dietílico e a
metilamina (WHO, 2004).
De acordo com a Organização Mundial da
Saúde, o pirimicarbe, como ingrediente ativo e grau técnico, é
considerado altamente tóxico. Para mamíferos não é carcinogênico e não
apresenta efeitos reprodutivos adversos (WHO, 2004).
11
Dicarboximida:
Dentre os pesticidas da classe química dos dicarboximida selecionado
para estudo tem-se a procimidona
(Tabela 1), que é um fungicida que tem
aplicação foliar nas culturas de alface, batata, cebola, citros, feijão e frutas
em geral (ANVISA, 2009).
Organoclorados:
Estes compostos o produzidos sinteticamente pela ação de cloro
elementar sobre hidrocarbonetos derivados do petróleo. A ligação carbono-
cloro caracteriza-se por ser difícil de romper. Desta forma, uma vez que os
organoclorados tenham entrado no ambiente, eles degradam-se muito
lentamente, tendendo, portanto, a se acumular. Além disso, a maioria dos
compostos organoclorados é hidrofóbica: eles não dissolvem facilmente em
água, mas são facilmente solúveis em meios semelhantes ao
hidrocarboneto, tais como óleos e tecidos adiposos (BAIRD, 2002). Um
organoclorado selecionado para o estudo é o endossulfam que atua como
acaricida, formicida e inseticida e tem aplicação foliar nas culturas de
algodão, cacau, café, cana-de-açúcar e soja (ANVISA, 2009). Em Sergipe
ele também aplicado nas culturas de hortaliças (EMDAGRO, 2009).
Organofosforados:
Na década de 1940, os organofosforados foram introduzidos no
mercado de pesticidas, constituindo uma classe importante de inseticidas,
acaricidas, nematicidas e fungicidas, sendo atualmente os mais utilizados na
agricultura. Devido a sua alta eficácia no controle de ampla variedade de
pragas, estes compostos são os preferidos na lavoura, possibilitando
encontrar resíduos e subprodutos em níveis nocivos ao consumo humano
(SILVA, 2008).
Embora estes compostos sejam degradados em água, existe a
possibilidade de restarem resíduos e subprodutos em níveis relativamente
nocivos ao consumo humano, além da possibilidade de contaminação aguda
em altas concentrações (NETO, 2005).
12
Em relação aos agrotóxicos clorados, os organofosforados são mais
tóxicos (em termos de toxidade aguda), porém proporcionam menos dano ao
meio ambiente por não serem bioacumulados (WESSELING, 2005).
Eles podem ser absorvidos por diversas rotas, incluindo inalação,
ingestão e absorção dérmica. Atuam inibindo a ação da enzima
acetilcolinesterase na transmissão dos impulsos nervosos. Estes compostos
são conhecidos por induzirem ou agravarem certos problemas de saúde em
seres humanos (FILHO, 2005; EPA, 2006; SILVA, 2008). Como pode ser
verificado no trabalho realizado por RUSSO (2002), que em sua pesquisa
tanto com pacientes saudáveis, quanto os que estavam afetados por câncer,
encontrou organofosforados nos rins, fígado e tecido adiposo nos mesmos,
os quais foram quantificados em níveis de ng nos tecidos.
Os pesticidas organofosforados por serem hidrossolúveis, não se
acumulam no tecido adiposo e consequentemente, são degradados mais
rapidamente em tecidos vivos. Possuem a vantagem de serem eliminados
mais rapidamente em mamíferos, quando comparados com os pesticidas
organoclorados (DÓREA
(b)
, 2004).
Dentre esta classe destacam-se a malationa e a parationa
metílica (Tabela 4), estudados no presente trabalho. E dentre os pesticidas
organofosforados, os selecionados para estudo no presente trabalho foram a
malationa e a parationa metílica. A malationa é utilizado nas culturas de
arroz, cacau, citros, pêssego, tomate e hortaliças; decompõe-se facilmente
em meio alcalino ou ácido produzindo compostos isoméricos e similares que
apresentam ação direta no sistema nervoso central (LARINI, 1999). A
parationa metílica é comumente utilizada como inseticida nas culturas de
algodão, alho, arroz, batata, cebola, feijão, milho e soja (ANVISA, 2009).
A Tabela 4 relaciona as estruturas químicas e os nomes IUPAC dos
pesticidas selecionados para estudo.
13
Tabela 4. Estrutura química dos pesticidas selecionados para estudo.
Pesticidas
Estrutura química
Malationa
(O,O-dimetil-ditiofosfato de dietil-
mercaptosuccinato)
Parationa
metílica
(Tiofosfato de dimetil
paranitrofenila)
Pirimicarbe
(4-dimetil carbamato de 2-
dimetilamino-5,6 dimetil pirimidina)
Procimidona
(N-(3,5-diclofenil)-1,2-
dimetilciclopropano-1,2
dicarboximida))
α
-
E
ndossulfam
(Sulfito de 1,2,3,4,7,7- hexacloro-
biciclo-(2,2,1)-2-hepteno,5,6-bis-
oximetileno)
β
-
E
ndossulfam
(Sulfito de 1,2,3,4,7,7- hexacloro-
biciclo-(2,2,1)-2-hepteno,5,6-bis-
oximetileno)
Fonte: ANVISA, 2009.
14
4.3 - Hortaliça em estudo: Alface.
A alface (Lactuca sativa L.) é uma hortaliça folhosa, no qual se prende
as folhas, lisas ou crespas, fechando ou não a cabeça conforme a variedade.
É a hortaliça folhosa de maior importância econômica, sendo consumida in
natura na forma de salada. (PILAU, 2002; LOPES, 2002).
A alface apresenta sabor agradável e refrescante sendo
considerada de grande importância nutricional devido a sua presença regular
na dieta, principalmente dos consumidores das regiões sudeste e sul do
Brasil (BLISKA, 1998). Além de constituir uma excelente fonte de vitamina A
(MEDEIROS, 1999) também apresenta a vantagem de ser de baixo valor
energético (apenas 16 Kcal em cada 100 g), razão pela qual é
frequentemente indicada na dieta alimentar de convalescentes e idosos
(PILAU, 2002).
A alface também tem propriedades medicinais como: laxante, diurético,
depurativa e calmante, entre outras. O talo da alface contém a lactucina, que
possui propriedades hipnóticas e soníferas, podendo assim a alface ser
considerado sedativo natural do sistema central (PLANTAS MEDICINAIS,
2009). A Figura 3 mostra a alface plantada em meio convencional com o uso
de pesticidas e em estufa sem o uso de pesticidas. Sendo que no caso da
alface a aplicação dos pesticidas é feita de forma foliar.
Figura 2
. Alface (Lactuca sativa L.)
15
(a) (b)
A Tabela 5 apresenta dos dados referente a produção de alface no Brasil
segundo a ANVISA.
Tabela 5. Produção de alface
Produção
Brasil - 2006
Hortaliça
Condição do produtor
Proprietário
Assentamento
sem titulação
definida
Arrendatário
Parceiro
Ocupante
Produtor
sem área
Alface
(toneladas)
354.820 7.297 110.973 25.534 21.395 5.584
5 - MÉTODO ANALÍTICO
Pesticidas de diferentes classes químicas que o aplicados na
agricultura e na pecuária aumentaram verticalmente no Brasil, Em 2007
gastou-se US$ 87,83 por hectare, 10% a mais que no ano de 2006 (ANVISA,
2009), tornando necessário o monitoramento de eventuais resíduos no meio
ambiente e nos alimentos (SANCHEZ, 2003), bem como a avaliação de risco
pela ingestão de alimentos (CALDAS, 2000). A tendência das empresas
Figura 3
.
(a) alface plantada em meio convencional e (b) alface plantada em
sistema de estufa
16
fabricantes de defensivos agrícolas é pesquisar e sintetizar moléculas de
maior complexidade e caráter polar com alta eficiência de ação pesticida (O
Estado de São Paulo, 2009). Por outro lado, se faz necessário o
desenvolvimento de métodos analíticos de alta rastreabilidade para maior
número de princípios ativos, com alta sensibilidade de quantificação e
confirmação. Para tanto, têm sido desenvolvidos métodos analíticos para
quantificar os resíduos de pesticidas, possibilitando mensurar e avaliar os
riscos de contaminação humana.
O avanço do conhecimento científico,
aliado ao desenvolvimento tecnológico na área laboratorial, têm permitido a
verificação da qualidade e segurança alimentar em relação à presença de
agrotóxicos em níveis não prejudiciais ao ser humano (MARTINS, 2005).
5.1 - Programa de monitoramento
Em programas de monitoramento de resíduos de pesticidas em
alimentos (PARA) normalmente são adotados métodos mutirresíduos. Os
resultados permitem verificar as aplicações das boas práticas agrícolas, o
uso abusivo da formulação de agrotóxicos, com respeito às doses mínimas
do intervalo de carência e ao uso inadequado de agrotóxicos não
autorizados por órgãos competentes. Os dados produzidos pelos programas
permitem também avaliar e mensurar o potencial risco à saúde da população
humana com relação ao consumo de alimentos. Através dos dados de
programa de monitoramento é possível conhecer o cenário internacional e
nacional de pesticidas do ponto de vista das tendências de resíduos nos
alimentos e dos aspectos importantes para o planejamento de estratégias de
controle, de monitoramento e laboratoriais para se atingir os objetivos de
forma eficiente e obter resultados satisfatórios (ANVISA
(b)
, 2009).
No Brasil, o monitoramento nacional denominado Programa de Análise
de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos foi realizado em 4.001 amostras
de frutas (banana, laranja, maçã, mamão, morango) e de vegetais (alface,
batata, cenoura e tomate) no período de 2001 a 2004. Estas amostras foram
coletadas em supermercados de grandes cidades em 13 estados brasileiros.
O critério da amostragem foi baseado em dados de consumo anual per
17
capita em kg, alimentos fornecidos pela cesta básica, os sistemas de cultivo
e de manejo de pragas das diferentes culturas e a disponibilidade destes
alimentos no comércio, nos diferentes estados inseridos no programa. As
análises foram realizadas pelo método multirresíduo para 91 princípios
ativos, exceto para os ditiocarbamatos, para os quais foi adotado uma
metodologia analítica específica.
De acordo com os resultados verificaram-se que das 4.001 amostras
analisadas de julho de 2001 a dezembro de 2004, foram detectados
resíduos em 3.271 amostras, sendo que 2.340 (71,5%) foram regulares
(dentro do limite máximo de resíduo) e 931 (28,5%) das amostras foram
irregulares. Vale salientar também que dentre as amostras detectadas
positivas, muitas amostras apresentaram resíduos ltiplos. Das 931
amostras irregulares, 776 (83,4%) amostras eram de uso irregular, não
autorizado pela ANVISA, e 155 (16,6%) estavam em níveis acima de limite
máximo de resíduo (LMR). Estes dados permitem concluir que, na realidade
brasileira, o maior problema com relação aos níveis de agrotóxicos no
alimento in natura, não está na forma de aplicação do produto em alimento,
mas no uso indiscriminado de agrotóxicos não autorizados para
determinadas culturas. Dentre os alimentos in natura analisados, as culturas
de alface, cenoura, laranja e tomate apresentaram os maiores índices de
irregularidades (ANVISA
(b)
, 2009).
5.2 Método multirresíduo de pesticidas
Métodos multirresíduos para determinação de resíduos de pesticidas são
normalmente adotados em laboratórios pela praticidade de determinação de
um grande número de princípios ativos de diversas classes, após uma
simples extração, facilitando a demanda rápida e eficiente do monitoramento
(HEMANDEZ, 2006). A preparação da amostra é uma etapa crítica de um
método multirresíduo, com a possibilidade da diversidade de substâncias que
podem ser extraídas (ORTELLI, 2004).
18
5.3 - Dispersão da Matriz em Fase Sólida (MSPD)
Em 1989, o norte americano Steven Barker e colaboradores
desenvolveram uma técnica de extração, uma modificação da extração em
fase sólida (solid phase extraction - SPE) com o objetivo de extrair analitos
de amostras sólidas e semi-sólidas, que a SPE é usualmente empregada
com o propósito de isolar um ou mais analitos presentes em uma matriz
"líquida" ou extrato de uma matriz sólida (LANÇAS, 2004). Por outro lado, a
MSPD surgiu como uma alternativa aos métodos clássicos de preparação de
amostra (extração sólido-líquido, por exemplo), porque tem como vantagens
a redução significativa da quantidade de amostra e do consumo de solvente
necessários para uma análise multirresíduo, além de reduzir o risco de
formação de emulsão (BARKER, 2000). A dispersão da matriz em fase
sólida consiste na homogeneização de uma pequena quantidade de amostra
(0,1 a 5 g) com um material adsorvente. Esta mistura é transferida para uma
coluna ou cartucho. Os analitos são extraídos com solventes orgânicos que
são percolados pela coluna. O mecanismo de MSPD inclui a
homogeneização da amostra, rompimento celular, extração, fracionamento e
purificação em um simples processo (BARKER, 2007). Um esquema da
MSPD pode ser visto na Figura 4.
19
Figura 4. Esquema da dispersão da matriz em fase sólida.
A MSPD envolve a dispersão da amostra sobre um suporte sólido
seguida de eluição com um solvente apropriado (BLASCO, 2002). E tem
como objetivo dividir a amostra em partículas menores, de forma a se obter
a exposição de maior área superficial da mesma durante o processo de
extração (BARKER, 2000).
O adsorvente serve como um abrasivo, rompendo a estrutura original da
amostra, formando um novo grau de interação dos analitos com o suporte
sólido facilitando no isolamento e no processo de extração. O adsorvente
exerce um papel fundamental no processo de extração. No entanto é difícil
se obter um adsorvente que seja eficiente na extração de um conjunto de
substâncias pertencentes a funções químicas diferentes e que apresentem
os mesmos tipos de interação com estes adsorventes (LANÇAS, 2004).
20
Os fatores que afetam a dispersão da matriz em fase sólida são: a
natureza do suporte sólido como tamanho do poro, a natureza da fase ligada
ao suporte (fase reversa, fase normal, e com ou sem pré condicionamento
da fase), a natureza da amostra (conteúdo de água, açúcar), modificações
na matriz (ajustes de pH), e a natureza e a ordem dos solventes de eluição
(BARKER, 2000).
Muitas vezes a depender da natureza e complexidade da amostra, o
extrato obtido após o processo de MSPD encontra-se suficientemente limpo
para a análise num equipamento adequado como GC ou HPLC, entretanto
muitas vezes torna-se necessário acrescentar uma etapa adicional no
processo de extração atuando na remoção de substâncias interferentes da
matriz, pelo uso de coluna auxiliar ou conectando-se uma segunda coluna,
no próprio processo de MSPD (BARKER, 2007).
Diversos trabalhos foram realizados utilizando esta técnica para
determinação de pesticidas em alimentos (Tabela 6), mas nenhum deles
investigou a aplicação de MSPD para determinação de malationa, parationa
metílica, pirimicarbe, procimidona, α-endossulfam e β-endossulfam em
alface.
21
Tabela 6. Aplicação da dispersão da matriz em fase sólida na determinação de pesticidas em alimentos (frutas (morango,
uva e maçã) e verduras (alface, pimentão e couve)).
Analitos
Método de extração
em
MSPD
Anál
ise
Referência
pesticidas (organoclorados,organofosfarados, carbamatos, piretróides, e triazinas)
terra de diatomácea GC/MS HU, 2004.
ometoato, dimetoato, carbendazim, propoxur, tiabendazol,carbaril, pirimicarbe, azinfós
metílico, metidationa e iprodiona
terra de diatomácea LC/MS PERRET, 2002.
Acrinatrina, carbosulfano, ciproconazol, α-cialotrina,cresoxim- metílico, pirifenox,
piriproxifem, propanil e tebufenpirade
C18 e agitação com acetato de
etila
LC-ESI-MS/MS SOLER, 2004
Isômeros de endossulfam e sulfato de endossulfam
ultra-som com Florisil e alumina
GC/MS e GC-
ECD
ALBERO, 2003
Captana, carboxina, fludioxonil, flutolanil, folpete, primetanil, quintozeno e tebuconazol
C18 GC-NPD e GC-
ECD
NAVARRO,
2002
Diazinona e etiona
C18, ciano, fenil e amino
GC-NPD HUSSAIN, 2003
Monocrotofós, parationa metílica, cipermetrina e deltametrina
sílica gel e clean up com alumina
GC/MS DÓREA, 2004
Dieldrin, endrin, heptacloro, hexaclorobenzeno, endossulfam, p,p’-DDD, o,p’-DDE, o,p’-
DDT, p,p’-DDT, dicofol, metoxicloro, mirex, clorotalonil, parationa metílica, fenitrotiona,
folpete, malationa, diazinona, cis e trans permetrina
C18 e clean up com SPE com
sílica
GC-ECD CARDOSO,
2004
Diazinona, parationa metílica, fenitrotiona, malationa, cloropirifós, fentoato, metidationa,
profenofós e etiona
Florisil com eluição por US
GC-NPD ALBERO, 2004
Bromopropilato, clorpirifós metílico, cipermetrina, deltametrina, fenarimol, fenvalerato,
imazanil, lindano,permetrina, fentoato, procimidona, propiconazol e
vinclozolina
C18 e carbono grafitizado
GC-ECD e MS TORRES, 1997
Clorfenvinfós, clorpirifós, fenarimol, iprodiona,procimidona, propiconazol, tetradifona,
triadimefon e vinclozolin
alumina, sílica e Florisil GC/MS VIANA, 1996
266 pesticidas, entre eles: deltametrina, diclorana, fentiona,folpete, iprodiona, malationa,
trifluralina, procimidona e captana
terra de diatomácea GC/MS CHU, 2005
Bitertanol, carbendazina, fentiona, imidaclopridona, metiocarbe, piriproxifem e triclorfon
C8 GC/MS e LC/MS BLASCO, 2002
Malationa, parationa metílica e β-endossulfam
alumina GC-NPD DÓREA, 2004
Diazinona, parationa metílica, fenitrotiona, malationa,
fentiona, clorpirifós etílico, bromofós metílico, metidationa,
azinfós metílico e permetrina.
C8, C18 e sílica GC/MS KRISTENSON,
2006.
22
5.3.1 - Características dos suportes-adsorvente selecionados para MSPD
O preparo da amostra tem como principal objetivo isolar o(s)
componente(s) de interesse de outros compostos presentes na matriz, os
quais poderão interferir posteriormente na determinação analítica. Muitas
vezes esta etapa é também denominada de extração, mas em muitos casos,
não é necessária uma etapa de extração para que o analito possa ser
avaliado por uma técnica instrumental. Após o isolamento dos compostos de
interesse da matriz, pode ser necessária uma etapa completar de limpeza
(clean up) da amostra particularmente em se tratando de amostras complexas
(LANÇAS, 2008).
A escolha do suporte-adsorvente recai na polaridade do analito e na
natureza da matriz. Os suportes sólidos podem ser constituídos de um
material (Florisil, sílica ou alumina etc.) ou podem ser suportes recobertos
por uma fase quimicamente ligada (C8, C18, amino, ciano, entre outras)
.
Neste último caso, é adicionada uma nova dimensão ao processo: a fase
quimicamente ligada age como um solvente ou detergente que dissolve e
dispersa os componentes da amostra na fase ligada, além de promover a
dispersão na superfície do suporte sólido. Espera-se que os componentes
da amostra se distribuam pela superfície e na fase ligada, de acordo com
suas polaridades relativas (BARKER, 2007).
Para aplicações que requerem uma fase lipofílica quimicamente ligada,
geralmente o suporte-adsorvente faz uso de materiais como C
18
e C
8
. O tipo
de ligante (C
8
e C
18
), a quantidade e a porcentagem também afetarão os
resultados, portanto, devem-se examinar as fases disponíveis para cada
aplicação. O isolamento de analitos mais polares é realizado com suportes
sólidos polares e o de analitos menos polares com suportes menos polares
(DÓREA, 2004).
Os suportes sólidos frequentemente utilizados em processo de extração
são:
Sílica (SiO
2
)
n
-OH: É um polímero inorgânico usado diretamente como
sorvente e para preparação de uma importante família de sorventes
conhecidos como sílicas ligadas fisicamente. É o sorvente mais utilizado para
23
propósitos gerais. Possui superfície ligeiramente ácida que facilita a retenção
dos compostos sicos. Facilmente absorve água pela formação de ligação
de hidrogênio com grupos silanóis (LANÇAS, 2004).
Alumina (Al
2
O
3
)
n
: Depois da sílica, é o adsorvente mais utilizado.
Possui caráter anfótero Tem característica alcalina, embora possa também
ser preparada para apresentar características neutra ou ácida. É geralmente
empregada na separação de compostos lipofílicos e, pelo fato de poder ser
preparada com características ácida, neutra ou alcalina, é bastante útil na
separação de substâncias que apresentam variações dessas características
(COLLINS, 2006).
Florisil [Mg.Al(SiO
4
)
n
] : É o sorvente mais polar e deve ser utilizado
com reservas quando se analisa compostos polares, uma vez que poderá
provocar adsorção irreversível em sua superfície e o analito de interesse não
ser removido com os eluentes comumente empregados nesta técnica. É
muito utilizado na extração de pesticidas (LANÇAS, 2004).
Octadecilsilano (C
18
): Possui caráter apolar. A característica lipofílica
do C
18
facilita o rompimento, dispersão e retenção de espécies lipofílicas
(KRISTENSON, 2006).
5.4 - Cromatografia a gás e espectrometria de massas
A cromatografia a gás é um método físico de separação dos
componentes de uma mistura através de uma fase gasosa móvel sobre uma
fase estacionária. Ela é utilizada para separação de compostos voláteis, isto
é, os analitos a serem separados devem apresentar uma razoável pressão de
vapor à temperatura de separação. (NETO, 2003).
Na cromatografia a gás, o constituinte gasoso é transportado pela
coluna por uma fase móvel gasosa, chamada gás de arraste (sendo que a
escolha do gás de arraste depende do detector e da eficiência e velocidade
de separação desejada). (HARRIS, 2001). Os gases mais usados como fases
móveis são nitrogênio, hélio, hidrogênio e argônio. O gás de arraste não deve
interagir com o recheio da coluna, deve ser barato, disponível e compatível
com o detector usado (COLLINS, 2006).
24
A técnica de cromatografia a gás acoplada à espectrometria de massas
(GC/MS) é usada na análise de várias espécies químicas presentes no
sistemas diversos permitindo assim uma ampla caracterização e quantificação
de diversas classes de compostos. (CARVALHO, 2009).
Um espectrômetro de massas é um equipamento utilizado para análise
qualitativa e quantitativa, o qual é basicamente constituído por três unidades
fundamentais: uma fonte de íons, um analisador e um sistema de detecção. A
fonte de íons tem a finalidade de gerar íons a serem analisados na fase
gasosa a partir das amostras de interesse (BUSTILLOS, 2003). O analisador
de massas emprega combinações entre campos elétrico e magnético para
separar íons gerados na fonte de ionização de acordo com as suas razões
massa/carga (m/z). O detector tem a finalidade de quantificar os íons
provenientes do analisador de massas.
Na espectrometria de massas, as moléculas gasosas são ionizadas
(geralmente para formarem tions), aceleradas por um campo elétrico, e
analisadas de acordo com sua massa. O processo de ionização geralmente
confere energia suficiente para quebrar a molécula numa variedade de
fragmentos. Um espectro de massas é um gráfico que mostra a abundância
relativa de cada fragmento que atinge o detector no espectrômetro de
massas. (HARRIS, 2001).
25
6. REVISÃO DE LITERATURA
Esta revisão de literatura apresenta trabalhos que abordam métodos de
determinação de pesticidas em culturas hortícolas e vegetais por cnicas
cromatográficas de análise.
LÓPEZ et al, 2007, desenvolveram um método para determinação
simultânea de diferentes classes de pesticidas em diferentes variedades de
alface, utilizando cromatografia a gás com detector nitrogênio-fósforo (NPD).
Nesse método não foi necessária etapa de limpeza para extração dos
pesticidas nas matrizes estudadas. Foi utilizado 10 g da amostra e
homogeneizada em 200 mL de acetato por 2 min no homogeneizador
Polytron PT2000. Em seguida adicionou-se mais 20 mL de acetato de etila:
ciclohexano (1:1, v/v) e centrifugada por 10 min. O extrato foi filtrado e a fase
orgânica foi concentrada até a secura por evaporação rotativa e redissolvido
em 5 mL de acetato de etila:ciclohexano(1:1, v/v) e analisado por GC-NPD e
GC-MS. As recuperações ficaram na faixa de 63,9 a 118,6%. Os limites de
detecção (LOD) foi de 3 mg g
-1
e o desvio padrão relativo foi inferior a 9,5%.
HETHERTON et al, 2004, desenvolveram um método multirresíduo de
pesticidas e seus metabólitos em frutas e vegetais. A amostra foi
homogeneizada com 10 mL de acetonitrila e em seguida centrifugada, sendo
os pesticidas analisados pela técnica de cromatografia líquida acoplada a
espectrometria de massas. A recuperação nos níveis de fortificação (0,01 e
0,10 mg Kg
-1
) variou de 77 para 124 % e o desvio padrão foi inferior a 20%.
PATEL et al, 2003, desenvolveram um método para análise de resíduos de
pesticidas em alface por cromatografia a gás acoplada a um espectrômetro
de massas (GC-MS). Nesse método elimina a necessidade de uma etapa de
limpeza. As amostras foram extraídas com uma mistura de acetato de etila,
Na
2
SO
4
e NaHCO
3
. O limite de detecção ficou na faixa de 0,0025-0,5 µg mL
-1
(equivalente a 0,005-1,0 µg/kg). A média das recuperações ficou entre 73 a
118% e o desvio padrão relativo (RSD) 13%.
GONZÁLEZ, 2008, desenvolveu um método para determinação de
resíduos de pesticidas em vegetais folhosos, entre eles a alface. Por extração
em fase sólida (SPE), usando como solvente de eluição acetonitrila: tolueno
26
(3:1, v/v). O eluato foi evaporado e redissolvido com 0,5 mL de acetona. O
extrato foi analisado por cromatografia a gás acoplado a espectrômetro de
massas. As recuperações variaram entre 80 e 110%. O limite de detecção foi
de 0,010
µg/Kg. Os resíduos de pesticidas foram encontrados em 84% das
amostras.
GONZÁLEZ, 2008, determinou a ocorrência de resíduos de pesticidas em
produtos hortícolas por cromatografia a gás e extração em fase lida,
usando como solventes de eluição acetona, acetonitrila e tolueno. Os limites
de detecção variaram de 0,002 a 0,010 µg/kg, enquanto os limites de
quantificação variaram de 0,006 a 0,020 µg/kg para os pesticidas estudados.
FERRER et al, 2009, desenvolveram um método para identificação e
quantificação de três pesticidas clorados comumente utilizados na cultura
hortícola por cromatografia líquida e espectrômetro de massas. A extração
das amostras teve como solvente de eluição acetato de etila. O resíduo foi
redissolvido em 15 mL de metanol. Em seguida os extratos contendo 1 g de
amostra foi filtrada antes da fortificação do analito, o que evitou a etapa de
limpeza da matriz. E após fortificação com uma solução de pesticidas foram
analisados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). O coeficiente
de variação ficou entre 2-3%. Os limites de detecção variaram de 0,002 a
0,01 µg/kg. A seletividade e sensibilidade adequadas da técnica permitiram a
aplicação do método na identificação e quantificação de pesticidas em
matrizes vegetais.
ABHILASH et al, 2007, desenvolveram um método por MSPD para
determinação de resíduos de pesticidas lindano e isômeros do
hexaclorociclohexano em vegetais, frutas e planta medicinais por GC-ECD.
Foi adicionado a etapa de limpeza para extração dos pesticidas nas matrizes
estudadas. Foi utilizado 500 mg de Florisil como adsorvente para
homogeneização de 5,0 g da amostra. Na tentativa de eliminar a umidade da
matriz foi utilizado ainda 1,0 g de sulfato de magnésio anidro mais 500 mg de
cloreto de sódio que foram transferidos para uma coluna contendo 2,0 g de
alumina neutra, como adsorvente auxiliar, e 500 mg de sulfato de sódio
anidro. Para a etapa de eluição foi feito otimização do sistema de solventes,
sendo utilizado 1 mL de n-hexano:acetato de etila (70:30, v/v). As
27
recuperações ficaram na faixa de 93 a 103%. Os limites de detecção (LOD)
para os
α, β, γ e δ-HCH foram de 3 a 6 ng/g. Como os resultados se
mostraram satisfatórios, a metodologia foi aplicada para análises de
monitoramento do pesticida lindano e isômeros do hexaclorociclohexano em
matrizes alimentícias.
FENOLL et al, 2007, desenvolveram um método para determinação
simultânea de diferentes classes de pesticidas em diferentes variedades de
alface, que após fortificadas, foram homogeneizada com os solventes:
acetona e mistura de acetato de etila e ciclohexano e centrifugada por 10 min.
A análise dos resíduos de pesticidas foi realizada por cromatografia à gás
com detector nitrogênio-fósforo (NPD) e análise confirmatória dos pesticidas
foi realizada por cromatografia à gás acoplado a um espectrômetro de
massas. A recuperação em dois níveis de fortificação ( 0,05 e 0,20 mg g
-1
)
variou de 63,9 para 118,6 % e o desvio padrão foi inferior a 9,5%.
FENOLL et al, 2007, desenvolveram um método para determinação
simultânea de pesticidas em diferentes variedades de alface, que após
fortificadas, foram homogeneizada com os solventes: acetona e mistura de
acetato de etila e ciclohexano e centrifugada por 10 min. A análise dos
resíduos de pesticidas foi realizada por cromatografia à gás com detector por
captura de elétrons (ECD) e análise confirmatória dos pesticidas foi realizada
por cromatografia à gás acoplado a um espectrômetro de massas. A
recuperação em dois níveis de fortificação (0,1 e 3,8 mg g
-1
) variou de 66,4
para 119,2 % e o desvio padrão foi inferior a 7,7%.
28
7. EXPERIMENTAL
7.1
Material
Béquer (50mL), bastão de vidro, proveta (10 a 50mL), balão
volumétrico (1, 5, 10mL), balão de fundo redondo, vidro de relógio, frasco de
vidro com tampa rosqueável; colher de aço inoxidável, espátula, pinça,
seringa de polietileno (20mL), lã de vidro, micropipeta (Boeco Pipette 0,5-10,
10-100 e 100-1000µL).
7.2 – Solventes e Sorventes
Diclorometano, acetona, acetato de etila, n-hexano (Tedia
Company, USA) e acetonitrila (Mallinckrodt Chemicals, USA) todos grau
HPLC; sílica gel 60 200 Mesh (J. T. Baker, USA), alumina neutra 70 – 290
Mesh (Macherey Nagel, Alemanha), Florisil 60 100 Mesh (Sigma, USA),
sulfato de sódio anidro (Merck, Alemanha), grau p.a. e carvão ativado (Synth
P.A).
7.3 – Padrões Certificados de Pesticidas
- malationa (AccuStandard, USA. Pureza de 99,1 %)
- parationa metílica (Dr. Ehrenstorfer GmbH, Alemanha. Pureza
de 98,1%)
- pirimicarbe (Chem Service,USA. Pureza de 98,0%)
- procimidona (AccuStandard, USA. Pureza de 99,1 %)
- α-endossulfam (Dr. Ehrenstorfer GmbH, Alemanha. Pureza
100%)
- β-endossulfam (Dr. Ehrenstorfer GmbH, Alemanha. Pureza de
99,4%).
7.4 – Equipamentos
Evaporador-rotatório (Fisatom 802D)
Balança analítica (Sartorius BL 2105)
29
Cromatógrafo a gás (CG) 2010 acoplado ao espectrômetro
de massas (MS) modelo QP2010 plus da marca Shimadzu
(Kyoto, Japão) com injetor split/splitless e/ou auto injetor
AOC-20i
Sistema para SPE vacuum manifold (Varian, Walnut Creck,
CA, EUA)
7.5 – Aquisição de Amostra de Alface
A alface (Lactuca sativa), cultivada no município de Itabaiana/SE, foi
adquirida na feira livre do conjunto Sol Nascente em Aracaju/Sergipe. A
alface foi armazenada numa caixa térmica previamente limpa, sob
refrigeração.
7.6
Fortificação da Amostra de Alface
Para a fortificação da amostra foi pesado 4 g de alface e em seguida
foi contaminada com 500 µL de uma solução mista dos pesticidas
pirimicarbe, parationa metílica, malationa, procimidona, α-endossulfam e β-
endossulfam nas concentrações 0,1; 0,25; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 µg mL
-1
em
acetonitrila. Em seguida a amostra de alface fortificada foi deixada em
repouso por 30 min para eveporação do solvente.
7.7 - Preparação das Soluções Padrão dos Pesticidas
As soluções estoque dos padrões certificados de malationa (500 µg
mL
-1
), parationa metílica (568 µg mL
-1
), pirimicarbe (400 µg mL
-1
), procimidona
(400 µg mL
-1
), α-endossulfam (400 µg mL
-1
) e β-endossulfam (300 µg mL
-1
)
foram preparadas em acetonitrila. A partir destas foi preparada 5 mL da
solução intermediária dos analitos, da qual foram preparadas soluções de
trabalho nas concentrações de 0,05; 0,1; 0,25; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 5,0 e 10 µg
mL
-1
para obtenção das curvas analiticas e a realização do estudo de
recuperação.
30
7.8 – Condições Cromatográficas para o GC/MS
Cromatógrafo a gás da Shimadzu modelo 2010 acoplado ao
espectrômetro de massas modelo QP2010 plus da marca Shimadzu (Kyoto,
Japão); coluna DB5MS - 5% de fenil e 95 % polidimetilsiloxano (30 m x 0,25
mm x 0,25 µm) J & W Scientific (USA). O gás de arraste foi o He (99,999%)
à pressão de 6 kg/cm
2.
; injetor split/splitless (250 ºC); modo splitless; volume
injetado 1µL; programação de temperatura: temperatura inicial: 60 ºC (1
min); taxa de aquecimento de 10 ºC/min até 290 ºC (3 min); O espectrômetro
de massas foi operado com monitoramento de íons selecionados (SIM), no
modo de ionização por elétrons a 70 eV (280ºC); fluxo na coluna: 1,6
mL/min.; tempo total da corrida de 27 min.
7.9 – Validação de Método Analítico
Um método analítico deve gerar informações que sejam
confiáveis e interpretáveis sobre a amostra, devendo ser submetido a uma
avaliação que é chamada validação, processo bem definido e documentado
certificado pelos chamados parâmetros de desenvolvimento analítico ou
figuras de mérito. A validação é um conjunto de ensaios que se destinam a
verificar se um determinado todo analítico é apto a produzir resultados
confiáveis e que estejam adequados aos objetivos a que se propõe. Dados
analíticos que não sejam confiáveis podem conduzir a decisões desastrosas
e a prejuízos irreparáveis. É através da validação que se tem conhecimento
das limitações e da confiabilidade das medidas obtidas na análise por meio
da metodologia desenvolvida (GAUJAC, 2006; RIBANI, 2004).
Segundo a NBR ISO 9000, validação é uma comprovação, através do
fornecimento de evidência objetiva, de que os requisitos para uma aplicação
ou uso específicos pretendidos foram atendidos. Para LANÇAS (2004),
validação é ato ou efeito de validar, dar validade, tornar valido, tornar
legitimo ou legal. Visa a diminuir ou controlar os fatores que levam a
imprecisão ou inexatidão de um dado gerado. Para RIBANI (2004), a
validação de métodos assegura a credibilidade do método durante seu uso
rotineiro, sendo algumas vezes mencionado como o processo que fornece
31
uma evidência documentada de que o método realiza aquilo para qual tem o
objetivo de assim o fazer.
Embora não haja um consenso sobre quais parâmetros devem ser
incluidos em um processo de validação de um método analítico, pelo menos
os seguintes normalmente fazem parte da maioria dos processos de
validação: exatidão, precisão, linearidade, sensibilidade, especificidade,
seletividade, robustez, limite de detecção e limite de quantificação (LANÇAS,
2004)
7.9.1 – Exatidão
A exatidão expressa a concordância entre o valor encontrado e
o valor verdadeiro. É geralmente determinada por intermédio do uso de uma
amostra certificada cuja concentração do analito de interesse é conhecida.
Os processos mais utilizados para avaliar a exatidão de um método são
materiais de referência, comparação de métodos, adição de padrão e
ensaios de recuperação. Este último constitui o procedimento mais utilizado
e reflete a medida de eficiência do processo de isolamento do analito de
interesse, presente ou adicionada na porção analítica da matriz (RIBANI,
2004; LANÇAS, 2004). A recuperação é determinada pela relação:
Recuperação (%) = [valor obtido / valor adicionado] x 100
A eficiência do método varia em função da concentração da
substância, ou seja, a dispersão dos resultados aumenta com a diminuição
da concentração e a recuperação pode diferir substancialmente entre
valores altos e baixos. Na maioria dos procedimentos analíticos de
validação, recuperações dentro da faixa de 70-120%, com precisão de até ±
20% são aceitas. Entretanto, para matrizes complexas tal como a alface,
estes valores podem ser de 50-120% de recuperação, com precisão de até ±
15% (RIBANI, 2004).
32
7.9.2 – Precisão
A precisão de um método é a expressão da concordância entre
vários resultados analíticos obtidos para uma mesma amostra, amostras
semelhantes ou padrões sob condições definidas e pode ser determinada
em condições de repetibilidade (representa a concordância entre os
resultados de medições sucessivas de um mesmo método, efetuadas sob as
mesmas condições de medição, chamadas de repetitividade: mesmo
procedimento; mesmo analista; mesmo instrumento usado sob as mesmas
condições; mesmo local; repetições em um curto intervalo de tempo) ou
reprodutibilidade (medidas efetuadas da mesma amostra e método em
diferentes laboratórios, operadores e equipamentos). Usualmente, é
expressa em termos de estimativa do desvio padrão absoluta (s) ou desvio
padrão relativo (RSD, do inglês relative standard deviation), também
conhecido como coeficiente de variação (CV) (INMETRO, 2003; RIBANI,
2004; LANÇAS, 2004) e seus valores aceitáveis para análise de traços ou
impurezas chega até 20%.
RSD = S/X x 100
Onde:
S = estimativa do desvio padrão da recuperação
X = média aritmética dos valores de recuperação
7.9.3 – Linearidade
A linearidade de um método analítico pode ser definido como sendo a
habilidade deste todo em gerar resultados diretamente proporcionais à
concentração do analito, em uma determinada faixa de concentração
(RIBANI, 2004). Para a maioria das técnicas cromatográficas, observa-se
uma relação linear de primeira ordem entre a resposta instrumental medida
(eixo y) (variável dependente) e a concentração do analito (eixo x) (variável
independente). Essa relação produz uma equação de regressão linear y =
ax + b, que relaciona as duas variáveis x e y, e gera coeficiente de
33
regressão a (inclinação da curva) e b (interseção da curva analítica com o
eixo y, quando x=0) (INMETRO, 2003). Essa equação é valida para um
intervalo determinado de concentração do analito, independente da técnica
instrumental utilizada.
Também é possível calcular o coeficiente de correção (r), que pode ser
utilizado para estimar a qualidade da curva analítica uma vez que
demonstra uma menor variação dos dados obtidos quanto mais próximo de
1 for o valor r (RIBANI, 2004). Valores de r iguais ou superiores a 0,99 e
0,90, são recomendados, respectivamente, pela ANVISA e pelo INMETRO.
os valores de determinação (r
2
) o tidos como satisfatórios a partir de
0,98 (ANVISA, 2009; INMETRO, 2003). A faixa linear de um método de
ensaio no qual for demonstrado ser possível a determinação com a
precisão, exatidão e linearidade exigida, sob as condições específicas do
ensaio. A faixa linear é definida como sendo a faixa de concentração na
qual a sensibilidade pode ser considerada constante, é normalmente
expressa nas mesmas unidades do resultado obtido pelo método analítico
(INMETRO, 2003).
7.10 – Limpeza do Material
O material utilizado no preparo das soluções e no processo de
extração foi enxaguado em água corrente (3x), deixado de molho em
solução de Extran 2% por 24 horas, novo enxague com água corrente (3x),
lavado com água destilada e, em seguida, com hexano e acetona, seco em
estufa ou a temperatura ambiente para então ser guardados com as
extremidades cobertas com papel filme ou laminado.
7.11 – Método de Extração por Sólido-Líquido
A alface foi pesada (4,0 g) em vidro de relógio em seguida foi
transferida para uma seringa de polietileno contendo a de vidro (base de
sustentação), e, sequencialmente silica gel e alumina nas proporções de 1: e
2:1 (m/m) e 1,0 g Na
2
SO
4
anidro. A eluição foi efetuada com 30 mL do
34
solvente diclorometano e das misturas de solventes Acetato de etila:hexano
e acetato de etila:diclorometano em diversas proporções nos teste para essa
técnica, na sequência o extrato foi concentrado em evaporador rotatório (80
rpm; 50°C) até 2 mL. Em seguida, sob fluxo de N
2
a1,0 mL. Uma alíquota
de 1,0 µL foi analisado por GC-MS.
7.12 – Método de Extração por MSPD
A alface foi pesada (4,0 g) em cápsula de porcelana foi adicionado o
adsorvente (0,5 g de sílica) e foi homogeneizado por aproximadamente 3
min até a obtenção de uma massa uniforme, que em seguida foi transferida
para uma seringa de polietileno contendo a de vidro (base de
sustentação), e, sequencialmente, 1 g de silica gel, 1 g de alumina, 0,1 g de
carvão ativado e 0,5 g Na
2
SO
4
anidro. A eluição foi efetuada com 30 mL de
acetonitrila, na sequência o extrato foi concentrado em evaporador rotatório
(80 rpm; 50°C) até 2 mL. Em seguida, sob fluxo de N
2
até 1,0 mL. Uma
alíquota de 1,0 µL foi analisado por GC-MS.
A Figura 5 sintetiza as etapas do procedimento de extração.
35
Figura 5. Fluxograma do processo de MSPD para extração de
pesticidas de alface.
36
8. RESULTADOS E DISCUSSÃO
8.1 Seleção dos princípios ativos
Foram selecionados pesticidas que são aplicados nas culturas hortícolas
da cidade de Itabaiana no estado de Sergipe. Os princípios ativos malationa,
parationa metílica, pirimicarbe, procimidona,
α-endossulfam e β-endossulfam
têm seu uso controlado pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de
Sergipe (EMDAGRO) para o controle de ação de pragas nas culturas
hortícolas.
8.2 Otimização das Condições Cromatográficas por GC/MS
Primeiramente foram realizadas análises das soluções padrão
individuais dos pesticidas selecionados por CG/MS (modo SCAN) para
obtenção dos tempos de retenção dos pesticidas, utilizando uma solução
de 1,5 µg mL
-1
. Posteriormente foram feitas injeções das soluções padrão
dos pesticidas, selecionando seus íons mais significativos (modo SIM,
Selected Ion Monitoring) no modo ionização por elétrons a 70 eV.
Foram testadas programações de temperatura, a fim de obter uma
separação eficiente e uma resolução adequada de análise. O fluxo da fase
móvel foi mantido em 1,6 mL/min. A seleção dos fragmentos monitorados e
os tempos de retenção dos pesticidas estão relacionados na Tabela 7.
37
Tabela 7. Tempos de retenção e fragmentos monitorados na quantificação
dos pesticidas.
Pesticidas Tempo de
retenção (min)
Fragmentos
monitorados (m/z)
Pirimicarbe 16,6 72, 166, 238
Parationa metílica 17,3 109, 125, 246
Malationa 18,1 93, 127, 173
Procimidona 19,3 96, 124, 283
α-endossulfam 19,9 195, 207, 241
β-endossulfam 21,3 159, 195, 241
A resposta do detector é mostrada na Figura 6 pelo cromatograma da
solução padrão dos analitos em concentração 1,0 µg mL
-1
obtido no GC-MS,
operando no modo SIM.
Figura 6
. Cromatograma (GC/MS, modo SIM) de uma solução padrão dos analitos
(1,0 µg mL
-1
), sendo: 1) pirimicarbe; 2) parationa metilica; 3) malationa; 4)
procimidona; 5) α-endossulfam e 6) β-endossulfam. Para condições cromatográficas
de análise ver item 7.8.
Tempo (min.)
Resposta do detector
38
8.3 -
Ensaios para Desenvolvimento do
Método de Extração por
MSPD
Para o desenvolvimento de métodos multirresíduo de análise de
pesticidas, é necessário explorar as características físico-químicas dos
analitos visando a alta seletividade e sensibilidade na detecção e
quantificação, melhores desempenho na extração e pré-concentração, maior
rapidez no procedimento analítico e menor custo econômico e ambiental da
análise, pois na maioria das vezes os compostos possuem características
distintas, no que se refere a polaridade, volatidade ou ainda nas
propriedades de detecção (BEZERRA, 2009).
A eficiência da extração para desenvolvimento do método foi
analisada em termos de valores percentuais dos analitos em ensaios de
recuperação (nível de fortificação de 0,1; 0,25; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 µg g
-1
,
Tabela 9). A eficiência foi calculada comparando as áreas dos picos de cada
composto extraído nos ensaios de recuperação com aquelas obtidas da
solução padrão preparada no extrato da matriz, a qual foi preparada pela
diluição de 500 µL da solução padrão dos pesticidas 2,0 µg mL
-1
em 500 µL
do extrato da amostra testemunha da matriz, de forma a minimizar os erros
por excesso ou redução gerados pelo efeito matriz, bastante acentuado em
matrizes complexas como a alface. Esse efeito é atribuido a uma elevada
transferência de compostos da matriz para o extrato durante a extração dos
analitos de interesse, os quais podem co-eluir junto ou muito próximos ao
tempo de retenção dos pesticidas bem como diminuir ou aumentar a área do
mesmo (MENKISSOGLU-SPIROUDI, 2004).
8.3.1 - Escolha do adsorvente e proporção matriz:adsorvente
Os ensaios iniciais para escolha do adsorvente apropriado e da
proporção adequada adsorvente:amostra foram realizados de maneira
qualitativa com sílica, alumina e Florisil como suportes lidos e eluição com
20 e 30 mL dos seguintes solventes: acetato de etila (mediamente polar),
hexano (apolar), acetonitrila (polar), e diclorometano (mediamente polar).
39
A sílica e o Florisil são sorventes com características polares. Florisil é
o sorvente mais polar, frequentemente utilizado em análise de resíduos de
pesticidas e sua utilização é preferida para limpeza de pesticidas apolares
em matrizes altamente gordurosas devido a sua facilidade em reter lipídios
(DOPICO-GARCIA, 2007). A sílica possui superfície ligeiramente ácida que
facilita a retenção de compostos básicos, e propriedades mais polares que o
Florisil interagindo com mais facilidade com pesticidas mais polares (SABIN,
2007). A alumina neutra por ser um sorvente tipicamente anfótero consegue
interagir de forma favorável com os pesticidas de classes químicas variadas
facilitando o processo de extração (LANÇAS, 2004).
Nos ensaios realizados as recuperações atingiram valores
diferenciados. Foram elaborados dois grupos testes: grupo 1 composto pelo
sorvente silica e o grupo 2 pela mistura silica:Florisil na proporção 1:1 (m/m)
e silica:alumina na proporção 2:1 (m/m) (Tabela 7). Quando sílica e Florisil
foram utilizados, o eluente apolar e com menor força eluotrópica em sílica
(diclorometano:acetato de etila 1:1 (v/v)) não foi eficiente para extração dos
compostos, obtendo-se recuperações inadequadas para a parationa metilica,
273%.
Valores elevados de recuperação para parationa metílica (354%) e β-
endossulfam (203%) quando silica:Florisil 1:1 (m/m) foi testado, deve-se
provavelmente aos pesticidas terem interagido mais com o Florisil. Além
disso, a utilização do mesmo facilitou também a extração de outros
constituintes da alface por sua maior capacidade de interação química com
grupos polares do vegetal como a clorofila (ABHILASH, 2007), resultando
em efeito matriz, dado os elevados valores de recuperação nos ensaios
quando se fez uso deste suporte sólido.
Segundo PINHO, 2009, elevados valores de recuperação e baixa
precisão são observados em análises de agrotóxicos de caráter polar em
amostras complexas como vegetais. Para Gonzalez-Rodriguez, 2008, os
problemas gerados pelos componentes endógenos da matriz nas respostas
do detector não dependem apenas das características dos compostos, mas
também das próprias condições cromatográficas, particularmente no injetor,
na coluna cromatográfica e no detector do CG.
40
Este trabalho foi iniciado com a técnica de extração sólido-líquido com
a eluição dos pesticidas em diversos solventes. O resultado das extrações
com a mistura diclorometano:acetato de etila 7:3 (v/v) permitiu obter
recuperações com valores entre 8 e 194%, quando a mistura sílica:alumina
2:1 (m/m) foi utilizada como suporte sólido, e 23-322% com a silica. Este
último sistema arrastou tanto os analitos de interesse como os compostos
interferentes, responsáveis pela recuperação elevada da parationa metílica
(322%) no ensaio com a sílica.
Como os resultados não foram satisfatórios, pois as recuperações
ficaram fora da faixa aceitável, que, segundo Ribani (2004), é entre 50 e
120%, optou-se pela técnica de extração por dispersão da matriz em fase
sólida. Nos ensaios iniciais foram testados os sistema sílica:alumina 2:1
(m/m), e adição de 0,5 g de silica homogeinizada na amostra fortificada e 30
mL de acetonitrila. Este sistema permitiu obter valores de recuperação entre
50 e 160%. A Figura 7 tem-se a comparação dos sistemas silica:alumina 1:1
(m/m) e silica:alumina 2:1 (m/m).
0
50
100
150
200
pirimicarbe parationa
metílica
malationa procimidona α-endossulfam β-endossulfam
silica:alumi
na 2:1
silica:alumi
na 1:1
Apesar de se ter observado uma melhora significativa nas
recuperações obtidas quando se usou a técnica MSPD, tendo como solvente
de eluição a acetonitrila, havia ainda o efeito matriz, observado nos valores
de recuperação para parationa metilica e malationa, 160%. Com o objetivo
de reduzir o efeito matriz nas recuperações foi adicionado 0,1 g de carvão
Figura 7
.
Eficiência na recuperação (n = 2) dos pesticidas em alface utilizando
sílica:alumina nas proporções 2:1 e 1:1 (m/m).
Recuperação (%)
41
ativado, para tentar a remoção de impurezas traços (LIMA, 2006).
Observaram-se então cromatogramas mais definidos e recuperações entre
60 e 120%. Figuras 8 e 9.
Desta forma, os valores encontrados, quando se usou silica:alumina
1:1 (m/m) e acetonitrila 30 mL e adição de 0,1 g de carvão ativado, podem
ser considerados dentro do limite, que segundo RIBANI 2004 é entre 50 e
120%.
Figura 8.
Cromatograma silica:alumina 1:1, em acetonitrila (0,25 µg mL
-
1
), obtido por
GC-MS da solução mista de pesticidas. Sendo: 1) pirimicarbe; 2) parationa metilica; 3)
malationa; 4) procimidona; 5) α-endossulfam e 6) β-endossulfam. Para condições
cromatográficas ver item 7.8
Figura 9
.
Cromatograma silica:alumina 1:1, em acetonitrila (0,25 µg mL
-
1
), obtido por
GC-MS da solução fortificada. Sendo: 1) pirimicarbe; 2) parationa metilica; 3)
malationa; 4) procimidona; 5) α-endossulfam e 6) β-endossulfam. Para condições
cromatográficas ver item 7.8
Resposta do detector
Resposta do detector
Tempo (min.)
Tempo (min.)
42
8.3.2 - Ensaios para seleção do solvente de eluição
Um solvente ou mistura de solventes apropriado deve permitir a
eluição dos analitos livres dos componentes da matriz bem como melhorar
as recuperações. Para isso, a seleção do solvente leva em consideração as
polaridades dos analitos (VALSAMAKI, 2006). Para os compostos mais
polares a recuperação aumenta com o aumento da polaridade do solvente.
Esta tendência foi observada em ensaios mantendo a proporção matriz e
adsorvente para os ensaios utilizando solventes com características polares
a mediamente polares, como diclorometano e a mistura
diclorometano:acetato de etila nas proporções (1:1, 7:3 e 9:1 v/v), que os
analitos em estudo também são polares a mediamente polares. Os valores
médios de recuperação obtidos nesses ensaios foram maiores comparados
aos ensaios com acetato de etila:n-hexano em diferentes proporções
(Tabela 8).
A acetonitrila, considerada um dos melhores solventes extratores para
análise de agrotóxicos, pois geralmente apresenta compatibilidade com o
analito, com o preparo da amostra, na análise por cromatografia gasosa e
pode ser empregada para analisar agrotóxicos de diferentes polaridades
(MASTOVSKÁ, 2004), eluiu com maior eficiência os pesticidas em interesse
nos ensaios com sílica: alumina 1:1 (m/m) comparado ao diclorometano e a
mistura acetato de etila:hexano nas proporções (1:1; 7:3; 8:2; 9:1 e 85:15,
v/v). Os valores médios de recuperação que oscilaram entre 60 e 120%,
evidenciando uma melhor eficiência da extração com acetonitrila nestes
ensaios, como é mostrado na Figura 10.
43
0
50
100
150
200
250
300
350
pirimicarbe parationa malationa procimidona α-endossulfam β-endossulfam
diclorom
etano
acetato:
hexano
acetonitr
ila
Recuperação (%)
Figura 10
.
Eficiência na recuperação (n = 2) dos pesticidas em alface utilizando
silica:alumina 1:1 como suporte sólido e eluição com diclorometano, acetato de
etila:hexano (85:15, v/v) e de acetonitrila.
44
Tabela 8. Testes para seleção do sistema de suporte sólido e solvente de eluição para os pesticidas de matriz de alface
por MSPD na concentração de 0,25 µg g
-1
MSPD Recuperação (%)

teste
Suporte sólido
Solvente (v/v)
(volume, 30 mL)
malationa parationa
metílica
pirimicarbe procimidona α-endossulfam β-endossulfam
1
sílica
acetato:hexano (1:1)
_
407
_ _ 58 172
1
sílica
acetato: hexano (8:2)
_
396
_ _ 64 178
1
sílica
acetato: hexano (7:3)
_
303
_ _ 64 178
1 silica acetato: hexano (85:15)
_
322
_ _
36 120
1
sílica
acetato: hexano (9:1)
_
727
_ _ 51 13
1
sílica
diclorometano: acetato (8:2)
_
358
_ _ 66
226
1
sílica
diclorometano
_
128
_ _ 64 218
1
sílica
diclorometano: acetato (9:1)
_
90
_ _ 36 132
1
sílica
diclorometano: acetato (1:1)
_
273
_ _ 59 180
2
1g silica + 1g Florisil diclorometano: acetato (1:1)
_
354
_ _
58 203
2
2g silica + 1g alumina diclorometano: acetato (1:1)
_
548
_ _
104 350
2
2g silica + 1g alumina diclorometano: acetato (7:3)
_
115
_ _
59 194
2
2g silica + 1g alumina diclorometano: acetato (9:1)
_
149
_ _
60 204
2
1g silica + 1g alumina acetonitrila
160
140
96 60
50 45
2
1g silica + 1g alumina
e 0,1 g carvão
ativado
acetonitrila
103
100
120 80
65 60
45
8.4 Efeito Matriz
As taxas de recuperação em métodos de análise multirresíduo em
alimentos para os compostos de interesse nem sempre são satisfatórios, por
apresentarem porcentagens de extração acima de 100% e ainda elevados
desvios nas análises. Estes resultados estão relacionados com o efeito
matriz que ocorre durante a análise cromatográfica (MENKISSOGLU-
SPIROUDI, 2004; HAJSLOVÁ, 2003).
O efeito matriz, a interferência dos componentes da matriz na
quantificação dos pesticidas na análise cromatográfica, ocorre porque a
curva analítica utilizada para quantificar os pesticidas contém uma variedade
de compostos pertencentes à matriz que são co-extraidos. Estes compostos
interferem durante a análise cromatográfica, pois influenciam na quantidade
de pesticidas que é transferida para a coluna. (GONZALES, 2008).
O efeito matriz pode ocorrer em diversas partes do sistema
cromatográfico como: injetor, coluna ou detector. O liner do injetor (tubo de
vidro) é o principal responsável pelo efeito matriz, pois sítios ativos deste
material podem absorver ou induzir a degradação térmica de alguns analitos.
Quando as soluções padrão são preparadas no solvente puro e analisadas
por cromatografia, mais sítios ativos do liner estão disponíveis para interagir
com os pesticidas. Entretanto, quando se analisa os extratos, os pesticidas
estão na presença de componentes da matriz, ocorrendo assim uma
competição pelos sítios ativos. Dependo das características do analito e da
amostra, os componentes da matriz podem ser adsorvidos no liner e mais
pesticidas podem ser introduzidos na coluna cromatográfica, originando uma
resposta mais para o pesticida quando comparado com a resposta deste em
solvente puro (HAJSLOVÁ & ZROSTILIKOVA, 2003), proporcionando,
assim, erroneamente uma alta concentração dos pesticidas.
Normalmente, para corrigir esses erros nas taxas de recuperação, a
curva analítica pode ser preparada substituindo o solvente puro por extrato
da matriz isenta de pesticidas, durante a diluição das soluções padrão nas
diversas concentrações (RIBANI, 2004). Muitos pesticidas têm se mostrado
estáveis quando preparados em extrato da matriz. Têm-se observado a
46
degradação de organofosforados apenas quando se eleva a temperatura de
armazenamento dos padrões, caso contrário, quando os padrões
preparados no extrato da matriz são armazenados em baixa temperatura,
estes são tão estáveis quanto os padrões preparados em solvente puro
(KOCOUREK, 1998).
A intensidade do efeito matriz pode variar de uma amostra para outra,
ou de acordo com a concentração do analito na matriz. HAJSLOVÁ (1998)
verificou que quanto menor a concentração do analito na amostra, maior
será o efeito matriz. Um fato interessante foi observado por SCHENCK &
LEHOTAY (2000) em que o pesticida terbufós não apresentou nenhum efeito
matriz quando analisado em concentrações mais altas 5 e 10 µg mL
-1
.
Entretanto, para concentrações mais baixas na ordem de 0,1 µg mL
-1
,
apresentou significativo efeito de matriz.
As propriedades físico-químicas dos pesticidas e dos interferentes,
como polaridade, volatilidade, estabilidade em altas temperaturas, etc.
também são fatores relevantes no estudo de efeito de matriz
(MENKISSOGLU-SPIROUDZ & FOTOPOULOU, 2004). Pesticidas que
contém grupos amida e/ou ligações P=O, de uma forma geral, compostos
mais polares, são largamente afetados pela matriz. Ou mesmo compostos
de elevada massa molar como os piretróides tendem a apresentar também
aumento da resposta (SANCHEZ-BRUNETE, 2005).
O efeito matriz foi verificado no desenvolvimento deste trabalho, pois
além das elevadas recuperações obtidas nos testes, para o desenvolvimento
do método (ver item 8.6 e Tabela 8), obtiveram-se cromatogramas com um
número elevado de sinais co-eluídos com os analitos estudados, Figura 11.
47
Para eliminar esse efeito matriz foram testados solventes com
características de média a alta polaridade, discutidos no item 8.6. Além
disso, foi substituído o solvente puro por extratos da matriz isenta de
pesticidas durante a preparação das soluções padrão nas diversas
concentrações de trabalho, pois segundo SCHENCK, 2000, na injeção de
uma solução padrão preparada em solvente puro, apenas os agrotóxicos da
solução são expostos aos sítios ativos do liner. Ao passo que na injeção de
um extrato, ocorre uma competição entre os agrotóxicos de interesse e os
co-extratores presentes na amostra pelos sítios do liner. Assim, uma
quantidade maior de analito alcança a coluna e consequentemente o
detector. E também foi adicionado carvão ativado que teve a função de
remoção de impurezas traços da matriz. Com isso foi otimizado o método de
dispersão da matriz em fase sólida para determinar os pesticidas
pirimicarbe, parationa metílica, malationa, procimidona, α-endossulfam e β-
endossulfam em matriz de alface.
9. VALIDAÇÃO DO MÉTODO ANALÍTICO
Em análise de resíduos de pesticidas, a validação do método de
ensaio ocorre, usualmente, por meio de ensaios de recuperações
intralaboratorial, ou seja, no próprio laboratório onde se deseja validar o
Figura 11
.
Cromatograma silica:alumina 2:1, em diclorometano, obtido por GC-MS
(modo SCAN). sendo: 1) pirimicarbe; 2) parationa metilica; 3) malationa; 4)
procimidona; 5) α-endossulfam e 6) β-endossulfam. Para condições cromatográficas
ver item 7.8.
Resposta do detector
Tempo (min.)
48
método. Sendo assim, os parâmetros contemplados neste trabalho para a
validação do método analítico desenvolvido foram: exatidão (em termos de
recuperação), precisão (em termos do coeficiente de variação), linearidade
(em termos de coeficiente de correlação da curva analítica para uma dada
faixa de concentração), sensibilidade (em termos de limite de detecção e
limite de quantificação).
9.1 Exatidão
A avaliação da exatidão do método desenvolvido foi realizada por
meio de ensaios de fortificação de amostras testemunhas de alface em seis
níveis de concentração, quais sejam: 0,1; 0,25; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 µg g
-1
em
uma rie de três replicatas para cada nível e sete replicatas para o nível
0,25 µg g
-1
.
O método desenvolvido apresentou valores satisfatórios de
recuperação em todos os níveis de concentração estudados. A exceção foi
α-endossulfam que na concentração de 0,1 µg g
-1
não foi detectado. Os
valores de coeficiente de variação mais baixos são estabelecidos na
concentração de 0,1 e 0,5 µg g
-1
, dado a boa precisão em ensaios
realizados nesta concentração, dentro da faixa de recuperação obtida nos
resultados mostrados na Tabela 9.
49
Tabela 9. Valores de recuperação média dos pesticidas e coeficientes de
variação dos pesticidas de alface por MSPD e GC/MS.
Pesticidas
LMR
*
(
µg g
-1
)
Nível de
fortificação
(
µg g
-1
)
Recuperação
média (%)
+
CV
(%)
pirimicarbe 1,0 0,1
0,25
0,5
1,0
1,5
2,0
77
103
103
98
102
73
0,7
3,0
4,6
2,1
1,5
5,2
parationa
metílica
- 0,1
0,25
0,5
1,0
1,5
2,0
89
100
72
95
84
96
0,6
2,9
3,1
0,7
2,1
5,7
malationa 8,0 0,1
0,25
0,5
1,0
1,5
2,0
67
120
90
93
93
111
2,2
2,4
5,8
4,3
0,6
5,1
procimidona 5,0 0,1
0,25
0,5
1,0
1,5
2,0
62
80
70
71
77
106
1,6
6,9
2,5
3,2
4,0
4,8
α-
endossulfam
- 0,1
0,25
0,5
1,0
1,5
2,0
-
60
62
61
75
112
-
7,6
0,9
1,6
2,0
4,4
β-
endossulfam
- 0,1
0,25
0,5
1,0
1,5
2,0
60
50
61
68
87
88
2,6
8,0
0,9
6,5
0,7
6,2
* ANVISA, 2009
+ n = 7
50
9.2 Precisão
Os coeficientes de variação para cálculos de recuperação no presente
estudo variaram de 0,6 a 8,0% para análises realizadas em GC/MS ( Tabela
9). A Figura 12 apresenta os cromatogramas do branco dos reagentes, do
extrato fortificado da matriz e da solução de comparação em solvente
acetonitrila e no extrato de alface (Lactuca sativa L.) fortificado com solução
padrão de pesticidas pirimicarbe, parationa metílica, malationa, procimidona,
α-endossulfam e β-endossulfam no nível de concentração de 0,5 µg mL
-1
.
(a)
(b)
(c)
Figura 12
.
Cromatogramas obtidos no GC-MS da amostra em acetonitrila (branco)
(a), da solução padrão de comparação 0,5 µg g
-1
em acetonitrila (b), do extrato
fortificado da matriz no nível de fortificação 0,5 µg g
-1
(c), sendo: 1) pirimicarbe; 2)
parationa metilica; 3) malationa; 4) procimidona; 5) α-endossulfam e 6) β-
endossulfam. Para condições cromatográficas ver item 7.8.
Resposta do detector Resposta do detector
Resposta do detector
51
9.3 Linearidade
A faixa linear de cada analito foi determinada a partir de um conjunto
de medições experimentais, usando o método matemático da regressão
linear, obtendo-se o coeficiente de correlação r. Os valores das faixas de
trabalho para todos os pesticidas foram de 0,05 a g/mL por GC/MS e
preparados no extrato da alface. A Tabela 10 apresenta os valores dos
coeficientes de correlação e as equações de regressão linear de cada
pesticida estudado por GC/MS). As Figuras 13 e 14 demonstram as curvas
analíticas para pirimicarbe, malationa, procimidona, parationa metílica,
α-
endossulfam e β-endossulfam.
Tabela 10. Valores dos coeficientes de correlação e equações da reta para
os pesticidas preparados no extrato da matriz e analisados por MSPD e
GC/MS.
Pesticidas
Linearidade
g/mL)
Coeficiente
de correlação r
Equação
da reta
pirimicarbe 0,05-2,0 0,998 y = 358133x - 28769
parationa 0,05-2,0 0,998 y = 37171x + 29014
malationa 0,05-2,0 0,998 y = 43058x + 60837
procimidona 0,25-2,0 0,996 y = 78064x + 102088
α-endossulfam 0,25-2,0 0,998 y = 26865x - 2794,6
β-endossulfam 0,25-2,0 0,999 y = 18350x + 1096,8
52
(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 13. Curvas analíticas obtidas no extrato da matriz: pirimicarbe (a),
malationa (b), procimidona (c) e parationa metílica (d)
53
(e)
(f)
Figura 14. Curvas analíticas obtidas no extrato da matriz: α-endossulfam (e)
e β-endossulfam (f).
9.4 Limite de Detecção (LOD)
A detectabilidade de um método analítico pode ser definido
considerando-se o limite de detecção (LOD) e o limite de quantificação
(LOQ) apresentado por este.
O LOD representa a menor concentração do analito que pode ser
detectada, mas não quantificada, em certo nível de confiança, utilizando-se
de um determinado método analítico (INMETRO, 2003)
Para determinação de resíduos, a forma mais empregada para cálculo
do limite de detecção é através da relação três vezes sinal/ruído, sendo o
resultado expresso como a concentração do analito na amostra (LANÇAS,
2004). O limite de detecção de cada um dos pesticidas estudados foi
calculado através do desvio padrão (n=7 replicatas) no menor nível de
concentração da solução de fortificação de cada analito. O cálculo do limite
de detecção foi feito através da relação mostrada abaixo.
54
LOD = t
95%
.s/S
Onde:
t
95%
= coeficiente de Student para 95% de confiança
s = desvio padrão
S = coeficiente angular da curva analítica
A Tabela 11 apresenta os valores dos limites de detecção para os
pesticidas analisados por GC/MS.
Tabela 11. Valores dos limites de detecção do método LOD dos pesticidas
obtidos por GC/MS.
Pesticida LMR*
(mg/Kg)
LOD
(mg/Kg)
pirimicarbe
1,0 0,01
parationa
- 0,02
malationa
8,0 0,01
procimidona
5,0 0,01
α-endossulfam
- 0,01
β-endossulfam
- 0,03
* ANVISA, 2009
9.4.1 Limites de detecção do método validado com o encontrado na
literatura
De acordo com os dados das tabelas 12 pode se verificar que o
método proposto obteve melhores valores de limites de detecção se
comparado a outros trabalhos encontrados na literatura para os pesticidas
procimidona, malationa, α-endossulfam e β-endossulfam em amostra de
alface, mostrando que o método é viável para análise destes pesticidas em
amostra de alface.
55
Tabela 12. Limite de detecção dos pesticidas procimidona, malationa,
α-
endossulfam e β-endossulfam em diversos trabalhos encontrado na
literatura e no trabalho desenvolvido
Concentração 0,2 µg/g sendo
Procimidona Malationa α-
endossulfam
β-
endossulfam
Referência
LOD
0,01 0,01 0,01 0,03 TRABALHO*
DESENVOLVIDO
0,03 - - - GONZÁLEZ* -
RODRIGUES,
2008
- - 0,58 1,26 BARRIADA*-
PEREIRA, 2010
0,02 - - - TORRES, 1997*
0,7 3,1 - - FENOLL, 2007**
*GC/MS
**GC/ECD
9.5 Limite de Quantificação (LOQ)
O limite de quantificação de um método (LOQ) expressa a menor
concentração do analito que pode ser quantificada, ao empregar-se um
determinado procedimento experimental (LANÇAS, 2004). Os limites de
quantificação foram calculados levando em consideração sete replicatas de
fortificação na alface em análises por GC/MS, sendo que o mesmo é
estabelecido como dez vezes a estimativa do desvio padrão (INMETRO,
2003). Os limites de quantificação de cada pesticida foram calculados com
base na equação mostrada abaixo:
LOQ = 10 x s/S
Onde:
s = desvio padrão
S = coeficiente angular da curva analítica
Na Tabela 13 estão apresentados os valores dos limites de
quantificação método LOQ para os pesticidas analisados por GC/MS.
56
Tabela 13. Valores dos limites de quantificação do método LOQ
dos
pesticidas em análises realizadas por GC/MS.
Pesticida LMR*
(mg/Kg)
LOQ
(mg/Kg)
pirimicarbe
1,0 0,04
parationa
- 0,02
malationa
8,0 0,04
procimidona
5,0 0,04
α-endossulfam
- 0,04
β-endossulfam
- 0,11
*ANVISA, 2009
57
10. NOVOS MATERIAIS PARA MSPD
O tipo de adsorvente e a polaridade do solvente de eluição, são
conhecidos como fatores chave na extração por dispersão da matriz em fase
sólida, uma vez que determina tanto a eficiência da extração como a pureza
do extrato final (LEHOTAY,2000).
Neste trabalho, além de sorventes convencionais também foi testado
um novo material, o polímero “polímero (La
0.9
Eu
0.1
)
2
(dipic)
3
(H
2
O)
3
” como fase
para extração por MSPD dos pesticidas pirimicarbe, parationa metílica,
malationa, procimidona, α-endossulfam e β-endossulfam em amostras de
alface. Os resultados mostraram que o polímero “polímero
(La
0.9
Eu
0.1
)
2
(dipic)
3
(H
2
O)
3
pode ser aplicado com sucesso para análise dos
pesticidas em estudo, pois o polímero forneceu melhores valores de
recuperação entre 93 e 109% para análise de procimidona, α-endossulfam e
β-endossulfam em comparação aos adsorventes convencionais como
sílica:alumina (1:1, (m/m)) com valores de recuperação entre 61 e 95%,
Tabela 14. Este polímero pode ser útil para análise de resíduos de pesticidas
em amostras de alface, pois requer pequena quantidade 0,5 g, mostrando
ser viável economicamente. As etapas de síntese e caracterização desse
material foram realizadas de acordo com dados previamente reportados na
literatura (BROUCA-CABARRECQ, 2002) com algumas modificações pelo
laboratório de Compostos Inorgânicos e Orgânicos com Propriedades
Especiais do DQI/UFS sob a coordenação da prof
a
Maria Eliane de
Mesquita. Os centros de lantânio foram dopados com európio numa
proporção 0,9:0,1 o que não alterou a estrutura do material original.
58
Tabela 14. Comparação da eficiência de recuperação dos pesticidas de
alface, utilizando sílica:alumina (1:1, (m/m)) e polímero
“(La
0.9
Eu
0.1
)
2
(dipic)
3
(H
2
O)
3
”.
Recuperação (%)
Pesticidas Nível de
fortificação
(µg g
-1
)
sílica:alumina
(1:1, (m/m))
Polímero
(La
0.9
Eu
0.1
)
2
(dipic)
3
(H
2
O)
3
"
pirimicarbe
1,0
98 100
parationa metílica
95 109
malationa 93 102
procimidona 71 107
α-endossulfam 61 93
β-endossulfam 68 104
59
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos neste trabalho permitem concluir que o
procedimento analítico de extração por MSPD desenvolvido para a
determinação simultânea de seis pesticidas (malationa, parationa metílica,
pirimicarbe, procimidona,
α-endossulfam e β-endossulfam) em amostras de
alface (Lactuca sativa), empregando GC-MS, mostrou-se eficiente, rápido,
preciso e exato e requer pouca quantidade de amostra, adsorvente e volume
de solventes. As condições cromatográficas adotadas permitiram a obtenção
de bons resultados de resolução dos compostos em análise.
O método de extração desenvolvido envolve a homogeneização da
amostra de alface (4,0 g) nos seguintes suportes sólidos: sílica (1,0 g) e
alumina (1g), e carvão ativado (0,1g), sem a etapa de purificação e eluição
com 30 mL de acetonitrila.
Na etapa de validação do procedimento proposto para extração dos
pesticidas em análise no GC-MS, foram avaliados as figuras de mérito
exatidão e precisão, onde foram obtidos valores médios de recuperação em
seis níveis de fortificação estando na faixa entre 50 e 120%, dentro da faixa
aceitável descrita na literatura para análise de resíduos de pesticidas em
amostras complexas (50-120%) e concordância entre os valores com RSD
menores que 8,0%. Os limites de detecção e quantificação do método não
excederam 0,08 e 0,11 µg g
-1
, respectivamente.
O limite de detecção do método foi comparado com outros métodos
encontrado na literatura onde se encontrou valores que variaram entre 0,02
e 1,26, e no trabalho desenvolvido esses valores foi entre 0,01 e 0,03 para
os pesticidas malationa, procimidona, α-endossulfam e β-endossulfam.
Neste trabalho também foi testado outro material para MSPD o polímero
(La
0.9
Eu
0.1
)
2
(dipic)
3
(H
2
O)
3
, obtendo valores de recuperação entre 93 e 109%,
melhores até do que os encontrado com sorvente convencionais como o
sistema sílica:alumina para os pesticidas procimidona, α-endossulfam e β-
endossulfam.
60
12. PERSPECTIVAS FUTURAS
Estudar a inclusão de outros princípios ativos e outras amostras
hortícolas, como couve e repolho, no método MSPD-GC-MS;
Aplicar a metodologia desenvolvida em amostras de alface produzidas
na cidade de Itabaiana, Sergipe.
61
13. REFERÊNCIAS
ABHILASH, P. C.; SINGH, N. Multiple residue extraction for organochlorine
pesticides in medicinal plant. Bulletin of Environmental Contamination and
Toxicology. p. 6-10, 2008.
ABHILASH, P. C.; JAMIL, S.; SINGH, N. Matrix solid-phase dispersion
extraction versus solid phase dispersion extraction in the analysis of
combined residues of hexachlorocyclohexane isomers in plant matrices.
Journal of Chromatography A. 1176. p. 43-47, 2007.
ALBERO, B. et al. Determination of herbicide residues in juice by matrix
solid-phase dispersion and gas Chromatography-mass spectrometry.
Journal of Chromatography A. 1043, 127 – 133, 2004.
ALBERO, B.; SANCHEZ-BRUNETE, C.; TADEO, J. L. Determination of
endosulfan isomers and endosulfan sulfate in tomato juice by matrix solid
phase dispersion and gas chromatography. Journal of chromatography A.
v. 1007, p. 137-143, 2003.
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Sistema de
Informações sobre Agrotóxicos. Disponível em: www.anvisa.gov.br.
Consultado em 03/02/2009.
[ANVISA
(b)
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da
Saúde. Agrotóxicos e Toxicologia. Programa de Análise de Resíduos de
Agrotóxicos em Alimentos (PARA). Relatório de atividades: 2001- 2004.
2005, 98p. Disponível na internet
<http://www.anvisa.qov.br/toxicoloqia/residuos/index.htm>. Acesso em 08 de
dezembro de 2009.
BAIRD, C., Química Ambiental, Bookman, Porto Alegre, 2002, 319-331p.
BADIOU, A.; MELED, M.; BELZUNCES, L. P. Honeybee Apis mellifera
achetylcolineasterase A biomarker to detect deltamethrin exposure.
Ecotoxicology and Environmental Safety. v.69, p.246–253, 2008.
BARBOSA, L. C. A. Os Pesticidas, o Homem e o Meio Ambiente. Viçosa.
UFV, p. 15-34, 2004.
BARCELÓ, D.; HENNION, C. M. Trace determination of pesticides and their
degradation products in water. Techniques and Instrumentation in Analytical
Chemistry. Elsevier. 116-121p. 1997.
BARKER, S. A. Matrix solid phase dispersion (MSPD). Journal
Biochemistry Biophysical Methods, v. 70, p.151 – 162, 2007.
BARKER, S. A. Matrix Solid-Phase Dispersion. Journal of
Chromatography A. v.885, p 115-127, 2000.
62
BASSETTE, F., BOTELHO, R., Saúde. Folha de São Paulo, caderno 5, 16
de abril de 2009.
BEZERRA, D. S. S.; Método analítico para determinação de pesticidas
residuais em mel de abelhas "Apis mellifera" utilizando MSPD e GC/MS.
Dissertação (Mestrado em Química) – Universidade Federal de Sergipe,
Brasil, 2009.
BLASCO, C.; FONT, G.; PICO, Y.; Comparison of microextraction
procedures to determine pesticides in oranges by liquid chromatography–
mass spectrometry. Journal of Chromatography A. v. 970, p.201-212,
2002.
BLUME, E.; REICHERT, J. M., Destino de pesticidas no ambiente agrícola.
In: IV seminário de produção integrada de frutas, De MELO, G. W. B.,
SEBEM, S. S. (Eds.), anais 110 p, Bento Gonçalves 2002.
BLISKA Jr, A., Alface (Lactuca sativa L.): Distintos sistemas de produção,
conservação e avaliação pós-colheita. Dissertação de mestrado, Campinas.
Unicamp, p. 103. 1998.
BROUCA-CABARRECQ, C.; FERNANDES, A.; JAUD, J.; COSTES, J. P.;
Hydrothermal investigation of the lanthanide (Ln=La, Ce, Pr, Nd, Sm) 2,6-
pyridinedicarboxylate system. Inorganica Chimica ACTA. v.332, p.54-60,
2002.
BUSTILLOS, O.V.; SASSINE, A.; MARCH, R. A espectrometria de massas
quadrupolar. Editora Scortecci, edição, 162 p., 2003.
CALDAS, E., SOUZA, L., Rev. Saúde Pública, 34 (5) 529-537, 2000.
CARVALHO, P. H. V., Desenvolvimento de todo Para Determinação
de Resíduos de Pesticidas em Planta Medicinal Cordia Salicifolia por
GC/MS e HPLC/UV Empregando Dispersão da Matriz em Fase Sólida.
Dissertação de mestrado, UFS, 2009.
CARDOSO, M. H. W.; BASTOS, L. H. P.; NEVES, T. S.; ABRANTES, S.
Ciências e Tecnologia de Alimentos. v.24, p.298, 2004.
CHU, X. G.; HU, X. Z.; YAO, H. Y. Determination of 266 pesticide residues in
apple juice by matrix solid-phase dispersion and gas chromatography–mass
selective detection. Journal of Chromatography A, v.201, p.1063, 2005.
COLLINS, C. H.; BONATO, P.; BRAGA, G. L. Fundamentos de
Cromatografia. Editora Unicamp. Campinas – São Paulo. 2006.
DOPICO-GARCIA, M. S. et al. Solid-phase extraction versus matrix solid-
phase dispersion: Application to white grapes. Talanta, v.74, p.20–31, 2007.
63
DÓREA, H. S
(a)
.; LOPES, W. G. Aplicação da técnica de dispersão da matriz
em fase lida (DMFS) na análise de pesticidas em quiabo por GC EM.
Química Nova, v. 27, n. 6, p.892-896, 2004.
DÓREA, H. S
(b)
.; SOBRINHO, L. L.; Analysis of Pesticide Residues in Rice
Using Matrix Solid-Phase Dispersion (MSPD).
Journal of Brazilian
Chemical Society, v.15, p.690-694, 2004.
ENDAGRO - empresa de desenvolvimento agropecuário de Sergipe.
Pesquisa agropecuária. Disponível em: www.endagro.se.gov.br. Acesso em:
04/04/2009.
EPA (2006). Edition of Drinking Water Standards and Health Advisories.
Acesso em outubro de 2009. Disponível em
<http://www.epa.gov/waterscience/criteria/drinking/dwstandards.pdf
FENOLL, J.(a), HELLIN, P., LOPEZ, J., GONZALEZ, A., FLORES, R.;
determination of pesticide residues in lettuce by gas chromatography with
electron-capture detection. Journal of AOAC International, v.90, p.1670-
1676. 2007.
FENOLL, J.(b), HELLIN, P., LOPEZ, J., GONZALEZ, A., FLORES, R.;
Simplified multiresidue method for determination of pesticide residues in
lettuce by gas chromatography with nitrogen-phosphorus detection.
Analytical Bioanalytical Chemistry, v.389, p.643-651, 2007.
FERRER, I.; THURMAN, E. M.; ALBA, R. F.; quantitation and accurate mass
analysis of pesticides in vegetables by LC/TOF-MS. Analytical Chemistry.
v.77 (9), p.2818-2825, 2009.
FERRER, C. et al. Determination of pesticide residues in olives and olive oil
by matrix solid-phase dispersion followed by gas chromatography/mass
spectrometry and liquid chromatography/tandem mass spectrometry.
Journal of Chromatography A, v.1069, p.183–194, 2005.
FILHO, A. M.; Desenvolvimento de método para determinação de
resíduos de pesticidas em tomate por dispersão da matriz em fase
sólida e cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas.
Defesa de Dissertação de Mestrado em Química.do Programa de Pós-
graduação em Química da Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão
– Sergipe. 2005.
GAUJAC, A. Otimização e validação de método para determinação de
BTEX em amostras ambientais aquosas empregando microextração em
fase sólida e GC-FID. 2006. 120 p. Dissertação (Mestrado em Química)
Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2006.
64
GEBLER, L.; Banco de Informações Ambientais e Toxicológicas dos
Agrotóxicos Utilizados até a Safra 2002/2003 na Produção Integrada de
Maçãs no Brasil. Embrapa Uva e Vinho: Bento Gonçalves, RS, Circulação
Técnica n 48, julho 2004.
GONZÁLEZ. R. M. R.; OTERO, R. R.; GRANDE, B. C.; GÁNDARA, J. S.
Determination of 23 pesticide residues in leafy vegetables using gas
chromatography–ion trap mass spectrometry and analyte protectants.
Journal of Chromatography A. v.1196-1197, p.100 – 109, 2008.
GONZÁLEZ. R. M. R.; OTERO, R. R.; GRANDE, B. C.; GÁNDARA, J. S.
Occurrence of fungicide and insecticide residues in trade samples of leafy
vegetables. Food Chemistry. v.107, p.1342–1347, 2008.
GRISOLIA, C. K. A. Comparison between mouse and fish micronucleous test
using cyclophosphamide mitomyxin C and various pesticides. Mutation
Research. v.518, p.145-150, 2002.
HAJSLOVÁ, J.; HOLADOVÁ, K.; KOCOUREK, V.; POUSTKA, J.; GODULA,
M.; CUHRA, P.; KEMPNÝ, M. Matrix-induced effects: a critical point in the a
gas chromatograph analysis of pesticides residues. Journal of
Chromatography A. v.800, p.283-295, 1998.
HAJSLOVÁ, J.; ZROSTLÍKOVÁ, J.; Matrix effects in (ultra)trace analysis of
pesticide residues in food and biotic matrices. Journal of Chromatography
A. v.1000, p.181-197, 2003.
HARRIS, D. C,; Análise Química Quantitativa, 5ª. Ed., LTC, 1999, 862p.
HERNÁNDEZ, F.; POZO, O.J.; SANCHO, J.V.; BIJLSMA, L; BARREDA, M.;
PITARCH, E. Multiresidue liquid chromatography tandem mass spectrometry
detemination of 52 non gas chromatography-amenable pesticides and
metabolites in different food commodities. Journal of Chromatography A, v.
1109, p.242-252, 2006.
HETHERTON, C. L.; SYKES, M. D.; FUSSELL, R. J.; GOODALL, D. M. A
multi-residue screening method for the determination of 73 pesticides and
metabolites in fruit and vegetables using high-performance liquid
chromatography/tandem mass spectrometry. Rapid Communications in
Mass Spectrometry, v.18, p.2443-2450, 2004.
HU, X. Z.; YU, J. X.; YAN, Z. G.; NI, L. S.; LIN, Y. F.; WANG, P.; LI, J.;
HUANG, X.; CHU, X. Z.; ZHANG, Y. B.; Determination of Multiclass Pesticide
Residues in Apple Juice by Gas Chromatography-Mass Selective Detection
after Extraction by Matrix Solid-Phase Dispersion. Journal of AOAC
International. v.87, p.972, 2004.
HUSSAIN, S. W.; KIAROSTANNI, V.; MORROVATI, M.; TAGEBAKHSH, M.
R.; Multiresidue determination of diazinon and ethion in pistachio nuts By use
65
of matrix solid phase dispersion with a lanthanum silicate co-column And
gas chromatography. ACTA Chromatographia. v.13, p.208, 2003
[IUPAC] Intemational Union of Pure and Apllied Chemistry. Harmonized
guidelines for single-laboratory validation of methods of analysis. Pure and
Applied Chemistry, 74, p.835-855, 2002.
INMETRO: Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial: Orientação sobre Validação de Métodos de Ensaios Químicos,
DOG-CGCRE-008, 2003.
KORTA, E. Study of acaricide stability in honey. Characterization of amitraz
degradation products in honey and beeswax. Journal of Agriculture and
Food Chemistry. v.49, v.5835-5842, 2001.
KOCOUREK, V.; HAJSLOVA, J.; HOLADOVÁ, K.; POUSTKA, J. Stability of
pesticides in plant extracts used as calibrants in the gas chromatographic
analysis of residues, Journal of Chromatography A. v.800, p.297-394,
1998.
KRISSTENSON M., RAMOS, L., BRINKMAN U. A. Th., Recent advances in
matrix solid-phase dispersion. Trends in Analytical Chemistry. v.25, p.96-
111, 2006.
KRISTENSON, E. M.; HAVERKATE, E. G. J.; SLOOTEN, C. J.; RAMOS, L.
Miniaturized automated matrix solid-phase dispersion extraction of pesticides
in fruit followed by gas chromatographic-mass spectrometric analysis.
Journal of Chromatography A. v. 917,p.277-286, 2001.
LANÇAS, F. M. Scientia Chromatographia. Instituto Internacional de
Cromatografia. v. 0. No. 0. Editora átomo. 2008.
LANÇAS, F. M. Extração em Fase Sólida (Solid Phase Extraction). São
Carlos – São Paulo: Ed. Rima, 2004.
LEHOTAY, S. J. Supercritical fluid extraction of pesticides in foods, Journal
of Chromatography A. v.785, p.289-312, 2000.
LIANG, Y. Z.; XIE. P.; CHAN. K. Quality control of herbal medicines. Journal
of Chromatography B. v.812, p.53-70, 2004.
LOPES, S. J., Modelos referentes a produção de sementes de alface sob
hidroponia, Tese de Doutorado, Piracicaba, USP, 2002. 129 p.
LÓPEZ. J.; FENOLL, J.; LHELLÍN, P.; GONZÁLEZ, A.; FLORES, P.
Simplified multiresidue method for determination of pesticide residues in
lettuce by gas chromatography with nitrogen-phosphorus detection,
Analytical Bioanalytical Chemistry. v.389, p.643-651, 2007.
66
LARINI, L.; Toxicologia dos Praguicidas. São Paulo: Ed. Manole, p.230,
1999.
MARTINS Jr, H.; Estudo de determinação de resíduos de glifosato e
ácido aminometilfosfônico (AMPA) em amostras de soja e água usando
cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas com
ionização por electrospray (LC-ESI/MS/MS). 2005. Dissertação (mestrado)
2005. Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo.
MAŠTOVSKÁ, K., Lehotay S. J.;
Evaluation of common organic solvents for
gas chromatographic analysis and stability of multiclass pesticide residues.
Journal of Chromatography A. v.1040, p.259–272, 2004.
MEDEIROS, L. A. M., Influência da fertirrigação em substratos no
crescimento e desenvolvimento de alface (Lactuca sativa) conduzida
em estufa plástica. Dissertação de mestrado, Santa Maria, UFSM, 1999. 59
p.
MENKISSOGLU-SPIROUDI, U.; FOTOPOULOU, A. Matrix effect in Gas
Chromatographic determination of insecticides and fungicides in vegetables.
International Journal of Environmental Analytical Chemistry. v.84, p.15-
27, 2004.
NAVARRO, M.; PICÓ, Y.; MARÍN, R.; MAÑES, J. Application of matrix solid
phase dispersion to the determination of a new generation of fungicides in
fruits and vegetables. Journal of Chromatography A. v.968, p.201- 209,
2002.
NETO, F. R. A; NUNES, D. S. S; Cromatografia, Princípios Básicos e
Técnicas Afins. Editora Interciência. Rio de Janeiro. 2003.
NETO, P. A. de S. P. CAETANO, L. C. Plantas medicinais do popular ao
cientifico. Editora UFAL. Maceió – Alagoas. 2005.
ORTELLI, D.; EDDER, P.; CORVI, C. Multiresidue analysis of 74 pesticidas
in fruits and vegetables by liquid chromatography-electrospray-tandem mass
spectrometry. Analytica Chimica Acta, v.520, p.33-45, 2004.
O Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.estadão.com.br.
Consultado em 12/12/2009.
PATEL, K,; FUSSELL, R.J.; GOODALL, D.M.; KEELY, B.J. Analysis of
Pesticide Residues in Lettuce by Large Volume–difficult Matrix Introduction–
gas Chromatography–time of Flight–mass Spectrometry (LV-DMI-GC-TOF-
MS). The Analyst, v.128, p.1228-1231, 2003.
PERRET, S.; GENTILI, A.; MARCHESE, S.; SERGI, M.; D'ASCENZO, G.;
Validation of a Method for the Determination of Multiclass Pesticide Residues
in Fruit Juices by Liquid Chromatography/ Tandem Mass Spectrometry after
67
Extraction by Matrix Solid-Phase Dispersion. Journal of AOAC
International. 85, p.724-730, 2002.
PILAU, F. G., Intervalos entre irrigações na produção de alface hidropônica,
Dissertação de mestrado, Santa Maria, UFSM, 2002 88 p.
PINHO, G. P., NEVES, A. A., QUEIROZ, M. E. L. R., SILVÉRIO, F. O., Efeito
da matriz na quantificação de agrotóxicos por Cromatografia Gasosa,
Química Nova. v.32, p.987-995, 2009.
PLANTAS MEDICINAIS. Disponível em:
<htpp://www.agroecologia.com.br/ervasanta/planta.htm> Acesso em:
15/05/2009.
PRCCSAJ; Decreto 4.074 de 2002.
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/decreto/2002/D4074.htm, acessada
em Dezembro de 2009.
RIBANI, M.; BOTTOLI, C. B. G.; COLLINS, C. H.; JARDIM, I. C. S. F.;
MELO, L. F. C. Validação de métodos cromatográficos e eletroforéticos.
Química Nova. v. 27, p.771-780, 2004.
RUSSO, M. V.; CAMPANELLA, L.; AVINO, P.; Determination of
organophosplorus pesticides residues in human tissues by capilary gas
chromatography-negative chemical ionization mass spectrometry analyses,
Journal of Chromatography B. v.780, p.431-441, 2002.
SABIN, G. P. Desenvolvimento e validação de método utilizando SPE e
GC-MS para a determinação multirresíduo de pesticidas em água
potável. 2007. 140 p. Dissertação (Mestrado em Química) Universidade
Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2007.
SANCHEZ-BRUNETE, C.; ALBERO, B.; MARTÍN, G.; TADEO, J. T.;
Determination of pesticides residues by GC-MS using analyte protectantes to
couteract the matrix efect, Analytical Sciences. v.21, p.1291-1296, 2005.
SANCHES, S. M. Pesticidas e seus respectivos riscos associados à
contaminação da água. Pesticidas: Revista de Ecotoxicologia e Meio
Ambiente. v.13, p.53-58, 2003.
SCHENK, F. J.; LEHOTAY, S. J. Does further clean-up reduced the Matrix
enhancement effect in Gas Chromatographic analysis of pesticide residues in
food. Journal of Chromatography A. v.868, p.51-61, 2000.
SILVA, M. G. D.; AQUINO, A.; DOREA, H. S. ; NAVICKIENE, S. .
Simultaneous determination of eight pesticide residues in coconut using
MSPD and GC/MS. Talanta, v.76, p.680-684, 2008.
68
SOLER, C.; MAÑES, J.; PICÓ, Y. Routine application using single
quadrupole liquid chromatograph mass spectrometry to pesticides analysis
in citrus fruits. Journal of Chromatography A.v.1088, p.224-233, 2004.
TOMLIN, C. (Ed.). A World Compendium the Pesticide Manual. Incorporating
the Agrochemicals Handbook. Then th Edition, 1994.
TORRES, C. M.; PICÓ, Y.; REDONDO, M. J.; MAÑES, J. Matrix Solid-Phase
Dispersion extraction procedure for multiresidues pesticides analysis in
oranges. Journal of Chromatography A. v.719, p.95-103, 1997.
VALSAMAKI, V. I. et al. Determination of organochlorine pesticides and
polychlorinated biphenyls in chicken eggs by matrix solid phase dispersion.
Analytica Chimica Acta, p.195–201, 2006.
VIANA, E.; MOLT, J. C.; FONT, G. Optimization of a Matrix-Solid-Phase
Dispersion method for the analysis of pesticide residues in vegetables.
Journal of Chromatography A. v.754, p.437–444, 1996.
WESSELING, C.; CARRIOLS, M.; BRAVO, V. Acute pesticides poisoning
and pesticides registration in Central America toxicology and applied.
Phamacology. v.207, p.697-705, 2005
.
[WHO] World Health Organization. The WHO Recommended Classification
of Pesticide by Hazard and Guidelines to Classification 2004.
<http//.who.int/ipcs/publications/pesticides-hazard/en>. Acesso em 26 de
novembro de 2009.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo