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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
RODRIGO MONTEIRO
DESENVOLVIMENTO DE MENTA E PRODUÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL SOB
DIFERENTES CONDIÇÕES DE MANEJO
CURITIBA
2009
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RODRIGO MONTEIRO
DESENVOLVIMENTO DE MENTA E PRODUÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL SOB
DIFERENTES CONDIÇÕES DE MANEJO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Agronomia, área de concentração em
Produção Vegetal, Departamento de Fitotecnia e
Fitossanitarismo, Setor de Ciências Agrárias,
Universidade Federal do Paraná, como parte das
exigências para a obtenção do título de Mestre em
Agronomia.
Orientador: Prof. Dr. Cícero Deschamps
CURITIBA
2009
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Dedico
Aos meus pais, Erizaldo e Florência,
Aos meus irmãos, Lisandra e Junior
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, Pai do meu Senhor Jesus Cristo, misericordioso e fonte
de todas as bênçãos e graças na minha vida.
Agradeço aos meus pais, Erizaldo e Florência, que sempre me guiaram e
apoiaram. Sempre estiveram presentes em todos os momentos da minha vida, dos
mais simples aos mais importantes, com o maior carinho e compreensão possível.
Também agradeço aos meus irmãos, Lisandra e Junior, que mesmo longe, estavam
muito perto de mim, acompanhando todos os meus passos.
Agradeço em especial ao Professor Cícero, que desde minha graduação em
Agronomia foi um verdadeiro orientador. Passando dos limites das salas de aula e
laboratórios, me acompanhou durante esses anos de formação na Universidade de
maneira muito séria e dedicada. Dotado de inúmeras virtudes, admiro especialmente
sua paciência, humildade, compreensão e preocupação com todos à sua volta: um
verdadeiro educador e amigo.
Agradeço à Universidade Federal do Paraná, representada pelos
professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia Produção Vegetal e
pelos professores do Curso de Agronomia, especialmente ao professor Luciano de
Almeida e Luiz Antônio Biasi. Também agradeço a todos os funcionários que
contribuíram na minha caminhada, especialmente à Secretária da Pós-Graduação
Lucimara Antunes, e aos técnicos Sr. Altair (CEEx Canguiri), Maria Emília, Sr.
Rainério e Gilnei. À empresa IOTO International Ltda., pelo financiamento no
primeiro ano do projeto e disponibilização da área experimental em Campo Magro-
PR, agradeço pela oportunidade.
Agradecimento especial a todos os colegas e amigos de curso,
principalmente aos do laboratório: Magda, Cristina, Rafaellen, Luciana, Marisa,
Andressa, Deise, Fábio, Leila, Lury e Vera. À Marília, que muito me ajudou,
agradeço em especial. Todos os momentos compartilhados no campo e no
laboratório foram muito construtivos, além daqueles em descontração.
Aos amigos não acadêmicos, que caminharam junto comigo nesse período e
a todos aqueles que, de alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram para
que eu pudesse alcançar mais uma conquista, obrigado! Sejam sempre
abençoados.
BIOGRAFIA DO AUTOR
Rodrigo Monteiro, filho de Erizaldo Monteiro e Florência de Fátima Monteiro,
nascido em Curitiba no dia 01 de Março de 1983.
Cursou o Ensino Fundamental no Colégio Padre João Bagozzi, de 1989 a
1997. De 1998 a 2000 cursou o Ensino Médio no Centro Federal de Educação
Tecnológica do Paraná (CEFET-PR), atual UTFPR.
No ano de 2001 foi aprovado em lugar no vestibular do curso de
Agronomia da Universidade Federal do Paraná, o qual foi concluído em Junho de
2006. No início do ano de 2007 foi aceito como aluno regular no Curso de Mestrado
do Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Produção Vegetal, da UFPR.
Desde Dezembro de 2007 exerce a profissão de Engenheiro Agrônomo na
Prefeitura Municipal de Colombo, trabalhando com pequenos agricultores familiares
da região Metropolitana de Curitiba.
“Se o Senhor não constrói a casa, em vão labutam os
construtores; se o Senhor não guarda a cidade, em
vão vigiam os guardas. É inútil que madrugueis, e
que atraseis vosso deitar para comer o pão com
duros trabalhos: ao seu amado Ele o dá enquanto
dorme.”
Salmo 126 (127), 1-2
RESUMO
O cultivo de plantas aromáticas tem se mostrado uma importante alternativa à
agricultura tradicional. Os compostos do metabolismo secundário produzidos por
essas plantas são bastante utilizados pelas indústrias de medicamentos, de
alimentos e cosméticos. As plantas do gênero Mentha, em geral, possuem mentol
como principal composto em seu óleo essencial. O Estado do Paraná foi o maior
produtor mundial desse composto até a década de 1970, a partir de quando
problemas fitossanitários e de comercialização impediram o seu crescimento.
Atualmente demanda por mentol natural, em substituição ao sintético, fato pelo
qual os estudos sobre identificação de espécies e suas características agronômicas
se mostram importantes. Dois experimentos foram realizados com o objetivo de
caracterizar espécies e genótipos para o cultivo na região de Curitiba-PR visando o
composto mentol. Dezenove genótipos de três espécies (Mentha arvensis, Mentha x
piperita e Mentha spp.) foram avaliados em condições de campo no período de
outubro de 2005 a maio de 2006, em delineamento inteiramente casualizado com
três repetições. Oito genótipos que apresentaram bom acúmulo de biomassa e
produção de óleo essencial não continham mentol em seu óleo essencial, não
sendo, por isso, avaliadas no segundo corte, no qual o genótipo Peppermint
apresentou a maior produtividade de mentol, em torno de 80 L.ha
-1
. Em função dos
genótipos de Mentha arvensis, tradicionalmente cultivados, serem suscetíveis à
doença “ferrugem da menta”, foi realizado um segundo experimento no período de
janeiro a abril de 2008. A espécie avaliada foi Mentha campestris Schur., e foi
submetida a diferentes condições de manejo, sendo testados três espaçamentos de
plantio e duas épocas de colheita, sob delineamento de blocos ao acaso, em
esquema de parcelas subdivididas. Além de não ser suscetível à ferrugem, essa
espécie contém mais de 80% de mentol na composição de seu óleo essencial. Nas
condições experimentais os melhores resultados para produção de biomassa e de
óleo essencial, bem como mentol, foram no menor espaçamento (0,15 m x 0,60 m) e
na segunda época de colheita (90 dias após o plantio).
Palavras-chave: Cultivo. Genótipos. Espaçamento. Colheita. Menta. Mentol.
ABSTRACT
Growing aromatic plants has been shown to be an important alternative to the
traditional agriculture. The secondary metabolism compounds produced from these
plants are very used by medicine, food and cosmetics industries. The plants of genus
Mentha, in general, contain menthol as the main compound in their essential oil.
Parana state was the biggest producer of this compound until the 1970’s, from then
on phytosanitary and commercialization problems blocked its development. Currently
there is demand for natural menthol, in replacement to the synthetic, so that the
studies about species identification and agronomic traits are important. Two
experiments were carried out with the objective to characterize species and
genotypes for growing at Curitiba-PR region, aiming menthol production. Nineteen
genotypes of three species (Mentha arvensis, Mentha x piperita e Mentha spp.) were
evaluated on field conditions from October, 2005 to May, 2006, in completely
randomized design. Eight species that shown good biomass yield and essential oil
production did not contain menthol in their essential oil, and weren´t evaluated in the
second harvesting, in which the genotype Peppermint presented the greatest
menthol productivity, around 80 L.ha
-1
. Because the Mentha arvensis genotypes,
traditionally grown, are susceptible to the disease “Mint rust”, a second experiment
was conducted from January to April, 2008. The evaluated species was Mentha
campestris Schur. and it was submitted to different handling, tested three row
spacings and two harvesting times, in randomized blocks in split-plot. Besides not
being susceptible to the rust, this species contain more than 80% of menthol in its
essential oil composition. In the experimental conditions the best results for biomass
and essential oil production, as well as for menthol, were in the narrow spacing (0,15
m x 0,60 m) and in the second harvesting time (90 days after planting).
Key-words: Growing. Genotypes. Spacing. Harvesting. Mint. Menthol.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - RENDIMENTO E CONSTITUINTES DO ÓLEO ESSENCIAL DE ALGUMAS ESPÉCIES
IMPORTANTES DE MENTA .......................................................................................................33
TABELA 2 - ANÁLISE DE SOLO DA ÁREA EXPERIMENTAL, COLETADO NA PROFUNDIDADE DE
0-20 cm. CAMPO MAGRO. PR...................................................................................................34
TABELA 3 - MATERIAIS GENÉTICOS DE Mentha, COM SUAS RESPECTIVAS PROCEDÊNCIAS,
AVALIADAS EM CAMPO MAGRO, PR, 2005.............................................................................35
TABELA 4 - MASSA SECA DE RAMOS, ESTOLÕES, FOLHAS E MASSA SECA TOTAL (kg.ha
-1
) DE
19 GENÓTIPOS DE 3 ESPÉCIES DE Mentha, 1º CORTE EM CAMPO MAGRO, PR, 2006....38
TABELA 5 - MASSA SECA DE RAMOS, ESTOLÕES, FOLHAS E MASSA SECA TOTAL (kg.ha
-1
) DE
9 GENÓTIPOS DE 3 ESPÉCIES DE Mentha, 2º CORTE, EM CAMPO MAGRO, PR, 2006.....40
TABELA 6 - RENDIMENTO (uL.g m.s.
-1
) E PRODUTIVIDADE DE ÓLEO ESSENCIAL (L.ha
-1
) E
PRODUTIVIDADE DE MENTOL (L.ha
-1
) DE 19 GENÓTIPOS DE 3 ESPÉCIES DE
MENTHA, 1º CORTE EM CAMPO MAGRO, PR, 2006. ............................................................ 42
TABELA 7 - PRODUTIVIDADE DE ÓLEO ESSENCIAL (L.ha
-1
) E PRODUTIVIDADE DE MENTOL
(L.ha
-1
) DE 9 GENÓTIPOS DE 3 ESPÉCIES DE Mentha, CORTE EM CAMPO MAGRO,
PR, 2006......................................................................................................................................43
TABELA 8 - ANÁLISE DE SOLO DA ÁREA EXPERIMENTAL, COLETADO NA PROFUNDIDADE DE
0-20 cm¸ PINHAIS, PR, 2008 ......................................................................................................53
TABELA 9 - TRATAMENTOS TESTADOS NO EXPERIMENTO DE M.campestris Schur, EM
PINHAIS, PARANÁ, 2008............................................................................................................55
TABELA 10 - MASSA SECA DE RAMOS, DE FOLHAS, MASSA SECA TOTAL (g) E RAZÃO MASSA
SECA DE FOLHAS/MASSA SECA TOTAL DE Mentha campestris Schur, EM DIFERENTES
ÉPOCAS DE COLHEITA, PINHAIS, PR,2008 ............................................................................59
TABELA 11 - COMPRIMENTO DO RAMO PRINCIPAL (cm) DE Mentha campestris Schur. SOB
DIFERENTES ESPAÇAMENTOS E ÉPOCAS DE COLHEITA. PINHAIS, PR, 2008.................60
TABELA 12 - BIOMASSA DE FOLHAS (kg.ha
-1
) DE Mentha campestris Schur, SOB DIFERENTES
ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO, PINHAIS, PR, 2008...............................................................60
TABELA 13 - NÚMERO DE ESTOLÕES DE Mentha campestris Schur, SOB DIFERENTES
ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO E ÉPOCAS DE COLHEITA, PINHAIS, PR, 2008..................61
TABELA 14 - ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR (IAF) DE Mentha campestris Schur, SOB DIFERENTES
ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO E ÉPOCAS DE COLHEITA, PINHAIS, PR, 2008..................62
TABELA 15 - RENDIMENTO DE ÓLEO ESSENCIAL (µL.g m.s
-1
) DE Mentha campestris Schur. SOB
DIFERENTES ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO E ÉPOCAS DE COLHEITA, PINHAIS, PR,
2008.............................................................................................................................................62
TABELA 16 - PRODUTIVIDADE DE ÓLEO ESSENCIAL (L.ha
-1
) DE Mentha campestris Schur, SOB
DIFERENTES ESPAÇAMENTOS E ÉPOCAS DE COLHEITA, PINHAIS, PR, 2008.................63
TABELA 17 - PORCENTAGEM DE MENTOL NO ÓLEO ESSENCIAL DE Mentha campestris Schur,
SOB DIFERENTES ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO E ÉPOCAS DE COLHEITA, PINHAIS,
PR, 2008......................................................................................................................................64
TABELA 18 - PRODUTIVIDADE DE MENTOL (L.ha
-1
) DE Mentha campestris Schur, SOB
DIFERENTES ESPAÇAMENTOS E ÉPOCAS DE COLHEITA, PINHAIS, PR, 2008..........65
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - MICROGRAFIA ELETRÔNICA DE TRICOMAS NA SUPERFÍCIE ADAXIAL DA
FOLHA DE Mentha x piperita .......................................................................................................18
FIGURA 2 - CADEIA DE REAÇÕES DA BIOSSÍNTESE DO MENTOL EM Mentha x piperita..................24
FIGURA 3 - PLANTA DE Mentha campestris Schur COM ESTOLÃO EM EVIDÊNCIA............................52
FIGURA 4 - PREPARO DA ÁREA DE PLANTIO, CENTRO DE ESTAÇÕES EXPERIMENTAIS
DO CANGUIRI, PINHAIS, PR., 2008 ...........................................................................................54
FIGURA 5 - MUDAS DE Mentha campestris Schur EM CASA DE VEGETAÇÃO, COM 15 DIAS............54
FIGURA 6 - PLANTIO DE Mentha campestris Schur, NO CENTRO DE ESTAÇÕES
EXPERIMENTAIS DO CANGUIRI, PINHAIS, PR, 2008 ..............................................................56
FIGURA 7 - ÁREA EXPERIMENTAL DE Mentha campestris SCHUR, AOS 30 DIAS DE
CULTIVO, NO CENTRO DE ESTAÇÕES EXPERIMENTAIS DO CANGUIRI,
PINHAIS, PR, 2008.......................................................................................................................57
FIGURA 8 - EXTRATOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE BANCADA: CONJUNTO DE MANTA
AQUECEDORA, BALÃO VOLUMÉTRICO, APARELHO GRADUADO DE
CLEVENGER E SERPENTINA RESFRIADORA. LABORATÓRIO DE
ECOFISIOLOGIA, SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, UFPR, 2008 .........................................57
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................14
2 CAPÍTULO I - REVISÃO DE LITERATURA........................................................16
2.1 MENTA...............................................................................................................16
2.2 ÓLEOS ESSENCIAIS.........................................................................................17
2.3 FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS ...............19
2.3.1 Fotoperíodo, radiação e temperatura..............................................................20
2.3.2 Genótipos........................................................................................................21
2.3.3 Espaçamento de plantio e época de colheita..................................................22
2.4 MENTOL ............................................................................................................23
REFERÊNCIAS.........................................................................................................25
3 CAPÍTULO II – AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x
piperita e Mentha spp. EM CAMPO MAGRO-PR PARA A
PRODUÇÃO DE MENTOL.............................................................30
RESUMO...................................................................................................................30
ABSTRACT...............................................................................................................31
3.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................32
3.2 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................34
3.2.1 Preparo da área ..............................................................................................34
3.2.2 Material vegetal e preparo de mudas..............................................................35
3.2.3 Plantio, tratos culturais e colheita....................................................................36
3.2.4 Variáveis analisadas........................................................................................37
3.2.5 Caracterização química do óleo essencial......................................................37
3.2.6 Análises estatísticas........................................................................................38
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................38
3.3.1 Desenvolvimento vegetativo............................................................................38
3.3.2 Rendimento e qualidade do óleo essencial.....................................................41
3.4 CONCLUSÕES ..................................................................................................44
REFERÊNCIAS.........................................................................................................46
4 CAPÍTULO III – EFEITO DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM
Mentha campestris Schur.........................................................49
RESUMO...................................................................................................................49
ABSTRACT...............................................................................................................50
4.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................51
4.2 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................52
4.2.1 Preparo da área ..............................................................................................53
4.2.2 Material vegetal e preparo de mudas..............................................................54
4.2.3 Tratamentos .....................................................................................................55
4.2.4 Plantio, tratos culturais e colheita....................................................................55
4.2.5 Variáveis analisadas........................................................................................56
4.2.6 Caracterização química do óleo essencial......................................................58
4.2.7 Análises estatísticas........................................................................................58
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................58
4.3.1 Desenvolvimento vegetativo ...........................................................................58
4.3.2 Rendimento e qualidade do óleo essencial.....................................................62
4.4 CONCLUSÕES ..................................................................................................66
REFERÊNCIAS.........................................................................................................67
5 CAPÍTULO IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................71
ANEXOS...................................................................................................................73
14
1 INTRODUÇÃO
A produção de plantas medicinais, aromáticas e condimentares tem se
mostrado uma importante alternativa aos cultivos agrícolas tradicionais. Em
pequenas áreas, nas quais as culturas comestíveis como milho, feijão, batata ou
industriais, como soja, cana e algodão o se mostram economicamente
sustentáveis, o cultivo dessas plantas representa uma possibilidade de obtenção de
renda. O mercado consumidor desse tipo de produto apresenta demanda crescente,
principalmente em função dos atuais apelos de alimentação saudável e busca de
saúde com produtos naturais. A indústria também é importante nesse mercado,
absorvendo diversos produtos derivados do cultivo de plantas medicinais,
aromáticas e condimentares.
As plantas aromáticas são aquelas que produzem óleos essenciais, os quais
são misturas de componentes voláteis do metabolismo secundário vegetal. Os
óleos essenciais, ou seus componentes, são utilizados por diversos setores, dentre
eles a indústria farmacêutica, de cosméticos e alimentícia, além de outros
segmentos como no setor agrícola para controle alternativo de pragas e doenças.
Estima-se que a venda de produtos com base em plantas medicinais, no
varejo, foi da ordem de 14 bilhões de dólares/ano (1997). Em 2000, o mercado foi
estimado em 19,5 bilhões de dólares. também um crescimento anual para
plantas no mercado de ingredientes de perfumaria (6%), aromatizantes para
alimentos (8,5%) e óleos essenciais (7,5%) (Corrêa Junior et al., 2006). No mercado
interno atual estima-se um volume de comércio na ordem de R$ 1 bilhão,
correspondente a 50% do consumo da América Latina. No Brasil, o principal Estado
produtor de plantas medicinais e aromáticas é o Paraná, destacando-se os cultivos
de camomila, gengibre, espinheira santa e menta.
Os estudos com plantas aromáticas e medicinais têm se intensificado,
enfatizando não somente os potenciais usos dos produtos obtidos, mas sim como
obtê-los. Pesquisas no âmbito do cultivo dessas plantas e os efeitos do mesmo na
produção dos princípios ativos, compostos do metabolismo secundário, são muito
importantes para assegurar produção com qualidade para o mercado, que exige
padrão no produto. O uso de plantas da família Lamiaceae, à qual pertencem as
plantas do gênero Mentha, nesse tipo de pesquisa é amplamente difundido, tendo
15
em vista sua adaptabilidade a diferentes condições edafo-climáticas, ao ciclo
vegetativo anual e à quantidade de informações existentes relacionadas às suas
características, desde anatômicas, bioquímicas, taxonômicas e, em alguns casos,
até agronômicas.
Este trabalho objetivou avaliar 20 genótipos de quatro espécies de menta
quanto às suas características agronômicas de desenvolvimento vegetativo e
produção de óleo essencial nas condições da região metropolitana de Curitiba. Para
tanto foram realizados dois experimentos cujos resultados estão organizados em
dois capítulos nesta dissertação.
No capítulo I é apresentada uma revisão bibliográfica sobre o gênero
Mentha, abordando suas principais características botânicas e agronômicas, bem
como um breve histórico de seu cultivo e atual mercado.
O capítulo II se refere ao primeiro experimento realizado, no qual foram
avaliados 19 genótipos de três espécies de menta, a fim de identificar os mais
adaptados à região, considerando aspectos vegetativos e qualidade do óleo
essencial, especificamente a presença e porcentagem de mentol.
O capítulo III traz os dados do segundo experimento realizado. Nesse foram
avaliados o desenvolvimento vegetativo e produção de óleo essencial sob diferentes
condições de manejo da espécie Mentha campestris Schur., rica em mentol.
No capítulo IV são tecidas considerações finais sobre o trabalho em função
das conclusões dos experimentos.
16
2 CAPÍTULO I – REVISÃO DE LITERATURA
2.1 MENTA
O gênero Mentha pertence à família Lamiaceae, que compreende
aproximadamente 200 gêneros com aproximadamente 3200 espécies. São plantas
distribuídas em todo o mundo, tendo como centro de origem a Europa meridional e a
região do Mediterrâneo, suportando temperaturas baixas, mas bem adaptadas ao
clima tropical. As plantas de menta são perenes, com folhas opostas, pecioladas e
pubescentes. Suas flores são de coloração lilás ou branca, reunidas em espigas nas
axilas das folhas (MATTOS, 2000). cerca de 18 espécies no gênero (TUCKER e
NACZI, 2007); de acordo com Harley
1
(1972, citado por Zeinali et al. 2005), o gênero
Mentha consiste de um grande número de híbridos oriundos principalmente do
cruzamento entre as várias populações, dentro e entre essas espécies, sendo,
portanto, a identificação dos genótipos dificultada pela natureza heterozigótica e alta
plasticidade fenotípica. Também devido ao alto grau de variabilidade proveniente de
cruzamentos, a propagação das plantas para produção é preferencialmente
vegetativa, por estacas ou estolões.
O principal produto da menta é o seu óleo essencial, que pode ser obtido por
diferentes métodos de extração. Uma vez extraído o óleo do material vegetal, esse é
comercializado e, posteriormente, submetido a processos industriais de
desdobramento de seus componentes, fornecendo principalmente o mentol
cristalizado e o óleo desmentolado (CZEPAK, 1995). Além do mentol, algumas
espécies do gênero apresentam elevadas concentrações de linalol, mentona e
carvona. Aflatuni (2005) ilustra o uso dos óleos essenciais na indústria como
aromatizantes de medicamentos e preparações orais, como cremes dentais e
soluções antissépticas, além de seu uso como flavorizantes em gomas de mascar,
balas, bebidas e cigarros.
A área estimada cultivada mundialmente com plantas da família Lamiaceae,
citada por Simões e Spitzer (2001), é de 500 mil hectares, grande parte
1
Harley, R.M. Mentha. In: TUTIN, T.G. et al. Flora Europaea, Cambridge, v.3, p. 183-186, 1972.
17
representados por Mentha arvensis L., Mentha x piperita L. e Mentha spicata L.,
com produção anual de biomassa de 8.600, 2.367 e 880 toneladas,
respectivamente. Durante a segunda guerra mundial, o Brasil respondia por
aproximadamente 70% da produção mundial de menta (plantas do gênero Mentha),
sendo que o Paraná representava 95% do total nacional produzido. Naquela época o
país produzia mais de 3000 toneladas de mentol por ano, cujo principal comprador
eram os Estados Unidos (CLARK, 1998). No Estado do Paraná, a partir de meados
da década de 70, a área de produção diminuiu bastante devido ao baixo nível
tecnológico dos produtores, não compatível com os avanços na área de produção,
como introdução de novas cultivares mais exigentes em insumos e manejo
(CZEPAK, 1995). A produção sintética de mentol foi outro fator que contribuiu para
a diminuição do valor do mentol no mercado, desencorajando o cultivo da menta
(SILVA, 2006a). Porém, conforme Maia (1998) o mentol sintético apresenta
características tóxicas que o fazem inadequado para o uso em diversos alimentos e
produtos farmacêuticos, principalmente em função da porcentagem de
estereoisômero (+)- mentol.
Corrêa Junior e Scheffer (2004), relatam para o Paraná, no ano de 2003,
uma área de produção de menta de 54 ha, equivalente a 2,13% do total cultivado
com plantas medicinais, aromáticas e condimentares no Estado. Os mesmos autores
citam que na safra 2001/02, o valor bruto da produção para a menta atingiu
aproximadamente R$ 2.400.000,00. Esses valores se referem à produção de
matéria-prima para chá, não sendo utilizada comercialmente para a extração de óleo
essencial (CASTRO, 2007). Atualmente os E.U.A e a Índia são os principais
produtores de óleo essencial de menta.
2.2 ÓLEOS ESSENCIAIS
De acordo com a ISO 3218:1976, óleos voláteis são os produtos obtidos de
partes de plantas através da destilação por arraste de vapor d’água, bem como os
produtos obtidos por prensagem dos pericarpos de frutos cítricos. A designação de
óleo se devido a algumas características físico-químicas como a de serem
18
líquidos de aparência oleosa à temperatura ambiente, contudo, sua principal
característica consiste na volatilidade dos terpenos (SIMÕES e SPITZER, 2001).
Os óleos essenciais são misturas complexas e altamente variáveis de
constituintes que pertencem a dois grupos químicos: os terpenóides e os compostos
aromáticos (Aflatuni, 2005). De acordo com Bruneton (1995), os óleos essenciais
podem ser acumulados em diversos tipos de órgãos, como em raízes, caules,
folhas, flores e frutos, além das próprias sementes; o mesmo autor ainda afirma que
os óleos essenciais geralmente estão associados a formas especializadas de
armazenamento nas plantas. Conforme Brun e Voirin (1991) três tipos de
tricomas presentes nas folhas do gênero Mentha: tricomas não glandulares, tricomas
glandulares capitados e tricomas glandulares peltados. Turner et al. (2000) citam
que a síntese e o armazenamento dos compostos do óleo essencial de menta
ocorrem nos tricomas peltados, que apresentam mais lulas apicais que os
capitados (Figura 1), os quais contêm predominantemente carboidratos, lipídios e
proteínas (ASCENSÃO et al., 1998).
FIGURA 1 - MICROGRAFIA ELETRÔNICA DE TRICOMAS NA SUPERFÍCIE ADAXIAL DA FOLHA
DE Mentha x piperita NA FIGURA SUPERIOR; NA FIGURA INFERIOR, DETALHE DE
UM TRICOMA PELTADO DA MESMA FOLHA. NG tricomas não glandulares; C
tricomas capitados; P tricomas peltados; SC cavidade armazenadora; S célula
secretora; ST – célula-haste; B – célula basal.
FONTE: Croteau et al. (2005).
19
A composição do óleo essencial de menta varia em função da espécie, do
quimiotipo (mesma espécie mas com composição química do óleo essencial
diferente) e também de fatores abióticos, por isso não existe uma definição exata de
sua composição (SOUZA, 2006). Geralmente são encontrados os seguintes
compostos: mentol, neo-mentol, mentona, mentofurano, limoneno, linalol, carvona,
1,8 cineol, entre outros. Esses compostos pertencem à classe química dos terpenos,
os quais são sintetizados por complexas reações do metabolismo secundário de
algumas plantas.
A extração dos óleos essenciais pode ser feita por diversos métodos, dentre
eles hidrodestilação e extração por arraste de vapor, além de extrações com o uso
de solventes, como o etanol (AKIRE, 1999). Watanabe et al (2006) testando os
métodos de extração por arraste a vapor e por solvente etanol em M. arvensis,
obtiveram melhores resultados com o segundo método. Com a extração por arraste
a vapor o rendimento de óleo essencial foi em torno de 0,5%, enquanto que por
solvente atingiu 3,9%. A porcentagem de mentol extraída também foi melhor no
método com etanol: 75%, em detrimento dos 58% alcançados pelo outro método.
Entretanto, os autores afirmam que a escolha do método de extração deve levar em
conta o custo-benefício do processo, uma vez que a extração por solvente etanol é
mais cara que por arraste de vapor.
Para a menta, o limite mínimo de aceitação do óleo essencial é de 50% de
mentol (CORRÊA JUNIOR e SCHEFFER, 1994).
2.3 FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS
Sangwan et al. (2001) afirmam que a produção de óleos essenciais é
intimamente ligada à fisiologia de toda a planta e, assim, depende do estádio
metabólico, desenvolvimento e diferenciação do tecido onde ocorre a síntese do
óleo. Fatores ambientais como temperatura, umidade relativa, radiação, fotoperíodo
e práticas culturais influenciam o acúmulo e a composição dos óleos essenciais
(AFLATUNI, 2005). A composição quantitativa dos óleos essenciais de muitas
plantas aromáticas, conforme Marotti et al. (1994), é muito influenciada pelo
20
genótipo e condições agronômicas, como época de colheita, idade da planta e
densidade de plantio. O uso de elicitores, moléculas que estimulam mecanismos de
defesa das plantas por aumentar a biossíntese de produtos do metabolismo
secundário, também tem sido estudado, que muitos produtos secundários são
induzidos por estresse, o qual é simulado, em nível bioquímico, pelos elicitores
(DESCHAMPS e SIMON, 2006). Para Maia (1998), plantas que se desenvolvem sob
diferentes condições de cultivo contêm óleos essenciais com diferentes
características.
2.3.1 Fotoperíodo, radiação e temperatura
Em duas espécies de Mentha, Castro (2007) obteve maiores valores de
biomassa e produtividade de óleos essenciais quando as plantas foram expostas a
maiores intensidades de radiação. As concentrações de mentol e de mentona
também foram mais altas nas plantas sob maiores radiações. Deschamps et al.
(2008) observaram em seis cultivares, de três espécies de Mentha, diminuição do
rendimento de óleo essencial por ocasião do inverno. O fato foi atribuído à
diminuição da temperatura, radiação e umidade.
Karousou et al. (1998) constataram que o aumento da radiação UV-B
estimula a produção de óleo em algumas espécies de menta, mas não altera sua
composição. Por outro lado, Maffei et al. (1999) concluíram que a utilização de
radiação UV-A associada à luz branca em M. x piperita aumenta a área foliar e a
produção de terpenóides, mas também aumenta o mentofurano, composto não
desejado por diminuir a qualidade do óleo essencial. Franz et al
2
(1984, citado por
Ozel e Ozguven, 2002) obtiveram menores teores de mentol em plantas de menta
sob condições de dias curtos e altas temperaturas.
Li et al. (1996), ao avaliar níveis de radiação em Salvia e Thymus
observaram maior rendimento de óleo essencial nas plantas sob maiores radiações.
Assim também Silva et al. (2006b) observaram resultados semelhantes em carqueja
2
Franz, C. et al. Influence of the growing site on the quality of Mentha piperita L. oil. Acta Horticulture, n.
144, p. 145-150, 1984.
21
(Baccharis trimera [Less] D.C.). Por outro lado, Ram et al. (1999) obtiveram para
patchouli (Pogostemon cablin Benth.) consorciado com mamão (Carica papaya L.)
valores maiores de rendimento de óleo, sugerindo melhor desempenho sob
condições de sombreamento. Resultado semelhante foi obtido por Storck (2008) ao
testar níveis de sombreamento em condições de casa-de-vegetação para a mesma
espécie.
2.3.2 Genótipos
Atualmente os genótipos de menta cultivados no Brasil não são os mais
adaptados às diversas condições ambientais e agronômicas do país. Até a década
de 1970, auge da produção de menta brasileira e parananese, a cultivar mais
cultivada era a IAC-701, que por muito tempo teve seu material propagativo mal
conservado. O CENARGEN (Centro Nacional de Recursos Genéticos Brasília,
DF) introduziu, em 2002, uma coleção de 27 acessos de menta da Purdue
University, E.U.A. Em 2003, 45 acessos de menta foram obtidos de diversas
instituições nacionais que os mantinham em diferentes condições e passaram a
figurar a coleção de menta (CM) nacional. Sabe-se que a diversidade genética é
fundamental para a produção de óleos essenciais com composição química
diferenciada. Com uso adequado do pool gênico disponível, tem-se a necessidade
de uma caracterização fisiológica e agronômica desse germoplasma (DESCHAMPS,
2005).
Diferenças no rendimento e composição de óleo essencial em espécies de
Mentha foram atribuídas a características genéticas e fisiológicas dos genótipos
avaliados por Deschamps et al. (2006 e 2008), uma vez que observaram a
inexistência de correlação entre densidade de tricomas e rendimento do óleo
essencial. Os mesmos autores não observaram a presença do composto mentol em
genótipos de M. arvensis e M. x piperita, confirmando a importância de conhecer o
quimiotipo cultivado e a finalidade de sua produção.
22
2.3.3 Espaçamento de plantio e época de colheita
Estudando M. x piperita, Rohloff et al. (2005) observaram que a melhor
época de colheita para características quantitativas e qualitativas do óleo essencial
foi o período de pleno florescimento. Ainda observaram que os teores de mentol e
mentona tendem a ser maiores em dias longos, ao contrário do mentofurano, que
predomina em dias curtos, como também concluiu Bernáth (1992). Aflatuni (2005)
obteve maior rendimento de mentol em M. x piperita ao colher em pleno
florescimento e no espaçamento de 0,30 x 0,50 m. Em M. x villosa Huds., Innecco et
al. (2003) concluíram que a melhor época de colheita para obter os melhores
rendimentos de óleo e de óxido de piperitenona, foi entre 80 e 95 dias após o
plantio, no espaçamento de 0,60 x 0,35 m. Para M. arvensis, em condições
climáticas brasileiras, Czepak (1995) obteve maior rendimento de mentol no óleo
essencial em colheitas aos 60 a 80 dias após o plantio. Sacramento e Campos
(2002), por outro lado, obtiveram maiores valores de massa seca ao colher menta
aos 135 dias de cultivo. Ainda em M. arvensis, Randhawa e Satinder (1996)
observaram maior rendimento de óleo na colheita entre 120 e 135 dias após o
plantio, nos espaçamentos de 0,45 e 0,60 m entre linhas; ao atrasar a colheita de
120 para 150 dias, observaram aumento nos teores de mentol e acetato de mentila e
diminuição no teor de mentona. De maneira semelhante, Ram e Kumar (1997)
obtiveram maiores teores de mentol em M. arvensis ao colher aos 110 e 120 dias
após o plantio, quando comparada à colheita aos 90 dias.
Clark e Menary (1984) afirmam que não somente a época da colheita, mas
também o número de colheitas por período influencia o rendimento e qualidade do
óleo essencial, uma vez que obtiveram maior teor de mentol na primeira colheita
realizada de M. x piperita. Assim também Kothari e Singh (1995) observaram para o
composto carvona em M. gracilis. Zheljazkov e Topalov (1996) obtiveram maior teor
de óleo essencial e massa fresca de menta sob espaçamentos menores (maior
densidade de plantas).
23
2.4 MENTOL
O mentol é uma molécula pertencente à classe dos monoterpenos,
compostos do metabolismo secundário das plantas, que foi isolado pela primeira vez
em 1771 pelo botânico holandês Gambius. Sua biossíntese compreende 8 reações
metabólicas e uma complexa organização espacial, envolvendo enzimas localizadas
nos plastídeos, no retículo endoplasmático, mitocôndrias e citoplasma (WILDUNG e
CROTEAU, 2005), como ilustrado no esquema da figura 2. O MEP (metil eritritol
fosfato) plastídico é a primeira molécula nessa cadeia de reações, originando o
geranil difosfato que, pela ação da enzima limoneno sintase é convertido em
limoneno, composto que origem à maioria dos terpenos do óleo essencial de
Mentha. O mentol é derivado direto da mentona pela ação da enzima citoplasmática
mentona redutase (figura 2).
Estima-se que seu consumo em 2005 excedia 7000 toneladas anuais,
movimentando aproximadamente 300 milhões de dólares (CROTEAU et al., 2005). É
muito usado em formulações farmacêuticas para problemas gastrointestinais e
respiratórios, resfriados e dores músculo-esqueléticas (ECCLES, 1994). Sua ação
refrescante deve-se ao mecanismo de ativação de um canal catiônico em algumas
células identificado como TRPM8 (transient receptor potential), o qual também é
ativado por baixas temperaturas (PATEL et al., 2007).
24
FIGURA 2 - CADEIA DE REAÇÕES DA BIOSSÍNTESE DO MENTOL EM Mentha x piperita.
Substrato inicial: MEP - metil eritritol fosfato. Enzimas indicadas na rota: GPPS – geranil
difosfato sintase; LS – limoneno sintase; L30H – limoneno-3-hidroxilase; IPD – trans-
isopiperitenol desidrogenase; IPR – isopiperitona redutase; IPI – isopulegone isomerase;
PR – pulegone redutase; MFS – mentofurano sintase; MR – mentona redutase.
FONTE: Adaptado de Croteau et al. (2005).
Mentol
Mentofurano Geranil difosfato
Limoneno
Trans-isopiperitenol Isopiperitona cis-iso-pulegona Pulegona
Mentona
Rota do MEP
(Plastídeos)
Dimetil-alil pirofosfato
(Plastídeos)
(Mitocôndria) (Citosol) (Citosol) (Ret.endopl.)
(Ret.endopl.)
(Citosol)
(Plastídeos) (Plastídeos)
25
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30
3 CAPÍTULO II AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x
piperita e Mentha spp. EM CAMPO MAGRO-PR PARA A
PRODUÇÃO DE MENTOL
RESUMO
A utilização das plantas medicinais, condimentares e aromáticas é muito ampla,
desde o nível doméstico ao industrial. Independente de sua finalidade é necessária a
caracterização da espécie cultivada, para que haja certeza e segurança na obtenção
do composto desejado. O gênero Mentha compreende cerca de 18 espécies e
muitos quimiotipos, com diferenças inter e intra-específicas. O presente trabalho
teve como objetivo avaliar 19 genótipos de três espécies de Mentha para a obtenção
de mentol. O experimento foi conduzido a campo em delineamento inteiramente
casualizado e foram avaliados aspectos do desenvolvimento vegetativo, do
rendimento e da composição do óleo essencial. Dois cortes foram realizados, sendo
que o segundo somente para os genótipos com produtividade acima de 0,60 L.ha
-1
de mentol. Houve diferença entre os genótipos para todas as variáveis analisadas,
especialmente no rendimento de óleo essencial. Nos resultados do primeiro corte,
aos 90 dias após o plantio, alguns genótipos, mesmo com bons rendimentos de
biomassa, não apresentaram mentol na composição do óleo essencial. Por ocasião
do segundo corte, 90 dias após o primeiro, o genótipo que se destacou foi o
Peppermint, produzindo aproximadamente 80 L.ha
-1
de mentol. Genótipos de
Mentha arvensis L., tradicionalmente mais cultivados em função de seu teor de
mentol, foram muito prejudicados pela ocorrência de “ferrugem da menta”, levando a
menores valores de biomassa, mas o nas produtividades de óleo essencial e de
mentol.
Palavras-chave: Hortelã. Lamiaceae. Mentol. Óleo essencial.
31
ABSTRACT
The uses of medicinal, spice and aromatic plants are very wide, from domestic to
industrial level. Independent of their purpose of growth, species characterization is
needed, so that there will be certainty and safety in the desired compound obtaining.
The genus Mentha comprehends around 25 species and a lot of chemotypes, with
inter and intra specific differences. The present work aimed to evaluate 19 genotypes
of three Mentha species for menthol obtaining. The experiment was carried out on
field in completely randomized design and the vegetative development, yield and
composition of essential oil were evaluated. Two cuttings were made, but the second
only for those genotypes that presented more than 0,5 L.ha
-1
productivity of menthol.
There was difference among genotypes for all variables analyzed, specially on
essential oil yield. The results of the first cutting, 90 days after planting, have shown
some genotypes without menthol in their essential oil composition, even with great
biomass yields. By the second cutting, 90 days after the first one, the genotype
Peppermint was the best, producing near 80 L.ha
-1
of menthol. Mentha arvensis L.
genotypes, traditionally more grown for their high menthol yield, were very damaged
because the occurrence of “mint rust”, leading to lower biomass values, but not in
essential oil and menthol productivities.
Key-words: Mint. Lamiaeceae. Menthol. Essential oil.
32
3.1 INTRODUÇÃO
A Mentha, popularmente conhecida no Brasil como hortelã, é usada para fins
medicinais como analgésico estomacal e intestinal, estimulante das funções
cardíacas, controle da azia, gastrite, cólicas e gases (GRISI et al., 2006). Além da
finalidade de planta medicinal, também é usada como condimentar na forma de
aromatizantes alimentícios e tempero in natura. Conforme Watanabe et al. (2006),
dentre as espécies mais populares se destacam a menta do levante (M. citrata
Ehrhart.), hortelã verde (M. spicata L.), poejo (M. pulegium L.), hortelã crespa (M.
crispa L.), hortelã pimenta (M. x piperita) e a menta japonesa ou hortelã doce (M.
arvensis).
Por ser considerada uma cultura exigente em fertilidade do solo e água, foi
usada como cultura desbravadora nas regiões do interior dos Estados do Paraná e
de São Paulo. Com a diminuição das áreas desmatadas, a área de cultivo da menta
diminuiu; outros dois fatores que contribuíram para a diminuição da produção de
menta foram o advento do mentol sintético e a suscetibilidade das plantas de menta
à doença conhecida como “ferrugem da menta”, causada pelo fungo Puccinia
menthae Pers. (WATANABE et al., 2006).
O principal produto das plantas do gênero Mentha é o seu óleo essencial, de
forma geral rico em mentol na sua composição. Esse óleo essencial é produzido e
armazenado em glândulas especiais, os tricomas peltados, os quais estão presentes
principalmente nas folhas e flores, mas também em pequenas concentrações nos
caules. Sendo utilizado nas indústrias farmacêutica, alimentícia e de cosméticos,
movimentou cerca de US$ 276 milhões de dólares no ano de 2005, com produção
de 22,2 mil toneladas (57% na Índia). Para o ano de 2010 há previsões que estimam
produção de aproximadamente 30 mil toneladas de óleo essencial de menta
(SANGANERIA, 2005).
Mesmo se mostrando um mercado promissor e rentável, a produção de
menta no Brasil ainda se destina em sua maior parte para a produção de matéria
seca para chás, com preços muito abaixo dos oferecidos pelo óleo essencial. Isso
está atrelado em grande parte às condições e incentivos para a produção de óleo
essencial não serem tão atrativas. Além disso, a distância aos centros
33
processadores e consumidores desse produto também diminuem a competitividade
dos produtores brasileiros.
Sabe-se que as espécies de Mentha diferem entre si não somente
morfologicamente, mas também na quantidade e qualidade do óleo essencial
produzido e armazenado (SILVA et al., 2006). Na Tabela 1 podem ser observados
alguns dados médios de rendimento e composição do óleo essencial de algumas
espécies do gênero Mentha.
TABELA 1 - RENDIMENTO E CONSTITUINTES DO ÓLEO ESSENCIAL (O.E.) DE ALGUMAS
ESPÉCIES IMPORTANTES DE MENTA
Espécie de menta
Porcentagem e constituintes do óleo essencial
nas folhas
1
Mentha aquatica
0,8% de O.E. 40% de mentofurano, 28% de
mentol, 22% de acetato de mentila
Mentha arvensis
1,3 a 1,6% de O.E. 70 a 80% de mentol, 10% de
mentil-acetato, 8% de mentona
Mentha citrata
0,5 a 0,8% de O.E. 45 a 50% de linalol, 35 a 40%
de acetato de linalila
Mentha longifolia
1,2% de O.E. 50% de óxido de piperitona, 20% de
piperitona
Mentha x piperita
0,3 a 1% de O.E. 50 a 55% de mentol, 20% de
acetato de mentila, 10% de mentona
Mentha pulegium
1 a 2% de O.E. 85 a 95% de pulegone, 4 a 5% de
mentol
Mentha rotundifolia
0,06 a 0,1% de O.E. 51% de óxido de piperitona,
10% de dipenteno, 10% de limoneno, 10% de
acetato de diidrocarveol e 15% de carvona
Mentha spicata
0,2 a 0,5% de O.E. 58% de carvona, 8% de
limoneno, 10% de dipenteno, 7% de diidrocarveol
e 12% de acetato de diidrocarveol.
FONTE: Adaptado de Bhat et al. (2002).
1
Outros compostos foram encontrados em quantidades-traço e não estão indicados
.
Conhecer as principais características de uma determinada espécie é
fundamental para o seu cultivo. Para GRISI et al. (2006), a seleção entre espécies e
dentro de uma mesma espécie, visando o aumento da produção de óleo essencial é
uma ferramenta eficiente para os produtores de menta. Dentro dos processos de
caracterização agronômica e melhoramento da espécie, indubitavelmente devem ser
34
considerados os fatores abióticos que influenciam o resultado final do cultivo, no
caso, a produção em rendimento e qualidade de óleo essencial.
O presente trabalho teve como objetivo comparar o desenvolvimento
vegetativo e produção de óleo essencial de Mentha arvensis, M x piperita e M. sp.,
principalmente em relação à produção de mentol.
3.2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido de outubro de 2005 a maio de 2006 em
propriedade particular da empresa IOTO International Ltda., na zona rural do
município de Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba. A área localiza-se à
25º22.031’ latitude Sul, 49º26.715’ longitude Oeste, com 940 m de altitude e clima
subtropical úmido meso-térmico.
3.2.1 Preparo da área
O solo da área experimental é cambissolo plico (EMBRAPA, 1999), cuja
análise com as características químicas está na Tabela 2. Para essa análise
procedeu-se a amostragem do solo conforme a Comissão de Química e Fertilidade
do Solo de RS e SC (2004), na profundidade de 0-20 cm. A amostra de solo foi
analisada no Laboratório de Fertilidade do Solo do Departamento de Solos da
Universidade Federal do Paraná, que utiliza a metodologia de Pavan et al. (1992).
TABELA 2 - ANÁLISE DE SOLO DA ÁREA EXPERIMENTAL, COLETADO NA PROFUNDIDADE DE
0-20 CM. CAMPO MAGRO, PR, 2005.
pH Al
3+
Ca
2+
Mg
2+
K
+
SB T P C V Argila
CaCl
2
cmol
c
.dm
-3
mg.dm
-3
g.dm
-3
%
4,90 0,10 3,70 1,70 0,18 5,58 11,38 9,10 19,0 49 65
35
A correção da fertilidade e da acidez da área foi feita com base na
recomendação de adubação e calagem do IAC (1997) para a cultura da menta.
Foram aplicados 20 kg.ha
-1
de N, 40 kg.ha
-1
de P
2
O
5
, 60 kg.ha
-1
de K
2
O e 2,4 t.ha
-1
de calcário tipo Filler (PRNT 100%), para elevar o índice V para 70%. A adubação
de cobertura foi realizada com 30 kg.ha
-1
de N aos 30 dias após o plantio. Para a
segunda colheita a adubação com 30 kg.ha
-1
de N e 30 kg.ha
-1
de K
2
O foi feita três
semanas após o primeiro corte.
Antes do plantio os fertilizantes (uréia, super triplo e cloreto de potássio) e o
calcário (tipo filler) foram incorporados por operação de gradagem.
3.2.2 Material vegetal e preparo de mudas
Para o experimento três espécies do gênero Mentha foram utilizadas: M.
arvensis L., M. x piperita L. e M. spp. De cada espécie foram selecionados alguns
genótipos, listados na Tabela 3.
TABELA 3 - MATERIAIS GENÉTICOS DE MENTHA, COM SUAS RESPECTIVAS PROCEDÊNCIAS,
AVALIADOS EM CAMPO MAGRO, PR, 2005.
NOME CIENTÍFICO NOME COMUM PROCEDÊNCIA
Hortelã 403 CPQBA
Hortelã - PR 1 Capitão Leônidas Marques
Hortelã – PR 2 Capitão Leônidas Marques
M. arvensis L.
Hortelã – PR 3
Capitão Leônidas Marques
Chocolate mint Purdue University – EUA
Variegated mint Purdue University – EUA
Peppermint Purdue University – EUA
Ciudad del Este UnB
Piperita negra UnB
Hortelã 560 CPQBA
M. x piperita L.
Hortelã 489
CPQBA
Menta do Uruguai Uruguai
Hortelã 1802 São Paulo
IAC 5 IAC
IAC 7 IAC
IAC 8 IAC
IAC 9 IAC
Hortelã Botucatu UNESP
M. spp.
UFC 5 UFC
IAC – Instituto Agronômico de Campinas; UnB – Universidade de Brasília; CPQBA – Centro
Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrárias/UNICAMP; UFC – Universidade do
Ceará; UNESP – Universidade do Estado de São Paulo.
36
As mudas foram produzidas por estaquia herbácea em condições de casa-
de-vegetação no Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo UFPR. O padrão
determinado foi o de estacas de 10 cm, com uma gema e um par de folhas reduzido
à metade. O plantio foi feito em substrato contendo 50% de areia e 50% de
Plantmax
®
hortaliças, permanecendo cerca de 30 dias em bandejas de isopor em
casa-de-vegetação, com temperatura e irrigação controladas, até o enraizamento
das estacas.
3.2.3 Plantio, tratos culturais e colheita
O experimento foi implantado no campo nos dias 13 e 14 de outubro de
2005. As mudas, em torrão, foram plantadas no espaçamento de 0,50 m entre linhas
e 0,45 m entre plantas, totalizando parcelas de 9 m
2
com 50 plantas cada. O
delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com três repetições.
Durante os seis meses de cultivo as plantas eram irrigadas em dias alternados ou
pela manhã ou ao fim da tarde; foram realizadas capinas semanais nas parcelas
para eliminar o efeito da mato-competição. Houve incidência de ferrugem da menta
(Puccinia menthae) nos genótipos de M. arvensis L., porém o controle fitossanitário
com calda bordalesa foi feito somente durante o segundo ciclo de cultivo (rebrota).
Foram realizadas duas colheitas (cortes) na área experimental. O primeiro
corte aos 90 dias após o plantio (dias 18 e 19 de janeiro de 2006), ainda na estação
do verão, e o segundo (da rebrota), 90 dias após a primeira colheita (18 de abril de
2006), na estação do outono. Os cortes foram feitos a 10 cm do solo,
manualmente com tesoura de poda, acondicionando, separadamente, a parte aérea
dos estolões. Somente os genótipos que apresentaram valores acima de 0,6 L.ha
-1
de mentol foram avaliados no segundo corte. De cada parcela experimental foram
colhidas 6 plantas.
37
3.2.4 Variáveis analisadas
Para cada corte, o desenvolvimento vegetativo foi avaliado pela massa seca
de ramos, folhas e estolões. Para a extração do óleo essencial foram utilizadas
amostras de 100 g de massa fresca de folhas, submetidas ao processo de
hidrodestilação em aparelho graduado de Clevenger durante 2 horas. O rendimento
de óleo essencial em µL.g
-1
de massa fresca foi corrigido para base seca após
secagem de amostras a 65ºC em estufa com ventilação forçada até massa
constante. Ainda foi analisada a composição do óleo essencial.
3.2.5 Caracterização química do óleo essencial
A análise das amostras para identificar a porcentagem dos constituintes
majoritários do óleo essencial foi feita no Laboratório de Análise de Combustíveis
Automotivos (LACAUT), do Departamento de Engenharia Química da UFPR, pelo
método da cromatografia a gás acoplada à espectrometria de massas (CG/EM). O
cromatógrafo a gás utilizado era da marca Varian, modelo CP-3800, com detector
FID (CG/FID); coluna capilar Chrompack de lica fundida CP-SIL 8 CB com 0,25
mm de diâmetro interno, 30 m de comprimento e 0,25 µm de filme líquido. As
condições de análise foram as seguintes: a) temperatura do injetor: 250ºC, split
1:200; b) quantidade de amostra injetada: 1,0 µL; c) pressão da coluna: 30,0 psi; d)
gás de arraste: hélio a 1,0 mL.min
-1
na temperatura de 60ºC; e) gás de make up: ar
sintético, nitrogênio e hidrogênio; f) temperatura do detector FID: 300ºC; g)
programação da temperatura do forno: inicial 60ºC, elevação da temperatura a 90ºC
na razão de 3ºC permanecendo por 5 minutos, elevação da temperatura a 140ºC na
razão de 3ºC, elevação da temperatura a 240ºC na razão de 30ºC permanecendo
por 5 minutos; h) tempo total de análise/desenvolvimento: 40 minutos.
38
3.2.6 Análises estatísticas
As análises de variância (ANOVA) foram realizadas utilizando o programa
MSTAT-C (NISSEN, 1993). As variâncias dos tratamentos foram testadas quanto à
sua homogeneidade pelo teste de Bartlett e as médias dos tratamentos comparadas
pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.3.1 Desenvolvimento vegetativo
Os resultados das variáveis de análise de desenvolvimento vegetativo para o
primeiro corte podem ser observados na Tabela 4.
TABELA 4 - MASSA SECA DE RAMOS, ESTOLÕES, FOLHAS E MASSA SECA TOTAL (kg.ha
-1
) DE
19 GENÓTIPOS DE 3 ESPÉCIES DE MENTHA, 1º CORTE EM CAMPO MAGRO, PR,
2006.
Espécie Genótipo MS Ramos MS Estolões
1
MS Folhas
1
MS Total
1
Hortelã 403 892,14 e-g
327,16 ef 251,85 hi 1471,0
ij
Hortelã-PR 1 568,72 g 210,37 fg 169,83 i 948,9 j
Hortelã – PR 2 1317,74
c-g
93,70 h 400,10 h 1811,0
g-j
M. arvensis
Hortelã – PR 3 1076,01
e-g
333,05 d-f 382,59 h 1792,0
h-j
Chocolate mint 774,40 fg 1064,77
ab 892,59 fg 2732,0
d-i
Variegated peppermint
510,00 g 450,33 c-e
1123,62
e-g
2084,0
e-j
Peppermint 1117,90
d-g
778,43 a-c
1500,70
c-f 3397,0
d-g
Ciudad del Este 1354,03
c-g
85,84 h 2042,43
a-d
3482,0
d-f
Piperita negra 2135,23
bc 140,91 gh 1622,34
c-e
3898,0
cd
Hortelã 560 1020,62
e-g
774,20 a-c
1908,46
b-e
3788,0
cd
M.x piperita
Hortelã 489 1553,91
c-f 635,84 b-d
1422,39
d-f 3612,0
de
Menta do Uruguai 1947,45
b-d
1036,54
ab 3535,23
a 6519,0
ab
Hortelã 1802 1580,58
c-f 390,08 d-f 2221,52
a-d
4192,0
cd
IAC 5 2534,03
b 758,97 a-c
3147,82
ab 6441,0
ab
IAC 7 1737,98
b-e
1017,65
ab 3177,49
ab 5933,0
ab
IAC 8 1153,17
d-g
400,29 d-f 1630,08
c-e
3184,0
d-h
IAC 9 1453,37
c-f 1328,73
a 2592,84
a-c
5375,0
bc
Hortelã Botucatu 3420,49
a 411,85 c-e
3159,75
ab 6992,0
a
M. spp.
UFC 5 916,17 e-g
239,01 e-g
780,78 g 1936,0
f-j
C.V. (%) 19,48 3,49 2,41 13,99
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível
de 5%.
1
Dados transformados em log(x).
39
Houve muita variação entre os genótipos quanto ao desenvolvimento
vegetativo no corte. O período compreendido para essa avaliação foi o do verão
local e, conforme observado por autores como Deschamps et al. (2008), as plantas
do gênero Mentha têm a tendência de apresentar maior desenvolvimento vegetativo
sob essas condições climáticas. Para as quatro variáveis acima analisadas, o
genótipo que apresentou os maiores valores de massa seca foi o denominado
‘Hortelã Botucatu’ (Mentha spp.), em comparação com ‘Hortelã PR 1’, (Mentha
arvensis), proveniente de Capitão Leônidas Marques, no interior do Estado do
Paraná. Pôde ser observada uma tendência de comportamento quanto ao
desenvolvimento vegetativo dentro das espécies e entre elas. Os genótipos de
Mentha arvensis (Hortelã 403 e Hortelã PR 1, 2 e 3) apresentaram os menores
acúmulos de massa seca, tanto por órgãos vegetativos quanto na massa seca total.
Na espécie Mentha x piperita, salvo exceções dos genótipos ‘Ciudad del
Este’ e ‘Piperita Negra’, houve o comportamento de maior acúmulo de massa seca
em estolões e menor em ramos e folhas, o que pode estar associado às suas
características anatômicas. Enquanto as plantas de ‘Ciudad del Este’ e ‘Piperita
Negra’ apresentam hábito mais ereto e folhas maiores, as plantas dos outros
genótipos da mesma espécie têm hábito de crescimento rasteiro, com intensa
ramificação estolonífera. Os maiores acúmulos de massa seca foram observados
nas plantas de Mentha spp., isto é, em plantas sem espécie definida em função da
grande hibridização do gênero.
A grande variação do comportamento de diferentes genótipos foi
observada por Grisi et al. (2006) nas condições do Distrito Federal BR. Esses
autores avaliaram 25 genótipos quanto às suas características morfológicas e de
desenvolvimento vegetativo, inclusive acúmulo de massa seca e atribuíram às
diferenças genotípicas das plantas os resultados obtidos. Da mesma forma pode-se
explicar os resultados obtidos nesse experimento.
É importante ressaltar que o desenvolvimento vegetativo das plantas é
função de outros fatores que não os genéticos. Como citado, o período de análise
foi o verão, tido como o mais favorável para o pleno crescimento e desenvolvimento
das plantas. O manejo durante o experimento foi semelhante para todos os
genótipos, como a adubação, capinas e turnos de rega. É possível que algum
genótipo não tenha atingido seu potencial nas condições do experimento, em função
do manejo padronizado, porém, tendo em vista esse ser um estudo exploratório de
40
identificação de espécies potenciais para a região, esse fatoo pode ser tido como
determinante.
Por sua vez, a ocorrência da doença “ferrugem da menta” deve ser
considerada. Estudos como o de Edwards et al. (1999) relatam redução no
desenvolvimento vegetativo e rendimento de óleo essencial em Mentha x piperita.
Esses mesmos autores observaram aumento de desfolhamento em torno de 67%
em função da doença. Os genótipos de Mentha arvensis foram infectados pela
ferrugem de maneira severa, o que também pode explicar seus menores
rendimentos no acúmulo de massa seca.
Por ocasião do segundo corte quatro genótipos da espécie Mentha arvensis,
três genótipos de Mentha x piperita e dois genótipos de Mentha spp. foram
avaliados, em função de terem apresentado produtividade de mentol acima de 0,6
L.ha
-1
na primeira colheita (Tabela 5).
TABELA 5 - MASSA SECA DE RAMOS, FOLHAS E MASSA SECA TOTAL (kg.ha
-1
) DE 9
GENÓTIPOS DE 3 ESPÉCIES DE MENTHA, CORTE EM CAMPO MAGRO, PR,
2006.
Espécie Genótipo MS Ramos MS Folhas MS Total
Hortelã 403 1075,6 de 203,60 d 1131,21 b
Hortelã – PR 1 1663,7 c 310,6 c 1827,13 ab
Hortelã – PR 2 1138,6 d 219,95 cd 1221,94 b
M. arvensis
Hortelã – PR 3 2451,85 a 495,16 b 2606,11 ab
Peppermint 2185,19
ab 1232,89
a 3082,22
a
Chocolate mint 1532,5 c 673,18 b 2039,94 ab
M.x piperita
Hortelã 560 2131,2 b 1095,97 a 2739,94 ab
IAC 9 824,75
e 723,37
b 1446,73
ab
M. spp.
UFC 5 432,4 f 591,73 b 1479,32 ab
C.V. (%) 6,91 2,19 10,57
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível
de 5%.
Observou-se uma tendência à diminuição no acúmulo de biomassa. De
maneira geral isso pode ser explicado em função da diminuição do metabolismo da
planta pelo fim da estação do verão e início do outono. Estudos realizados por Clark
e Menary (1984) relatam que há diminuição no rendimento de massa seca das
plantas em colheitas de rebrotes, assim como observaram, também, Aflatuni (2005)
e Ram e Kumar (1997) em colheitas de rebrotes de M. arvensis. O comportamento
dos genótipos de M. arvensis ‘Hortelã PR 1’ e ‘Hortelã PR 3’, porém, foi
41
diferente, apresentando aumento na massa seca total quando comparada ao
primeiro corte. Em função do controle realizado com fungicida “calda bordalesa” em
aplicações semanais preventivas é bastante provável que esse resultado esteja
relacionado à menor incidência de ferrugem nessas plantas, permitindo seu maior
desenvolvimento vegetativo.
Como não houve diferença estatística para a massa seca de estolões entre
os 9 genótipos avaliados, os resultados dessa variável não estão apresentados. Isso
pode estar associado à baixa regeneração desse órgão nas plantas.
3.3.2 Rendimento e qualidade do óleo essencial
Foram observadas diferenças entre os genótipos no primeiro corte para as
variáveis relacionadas ao óleo essencial, como pode ser observado na tabela 6.
TABELA 6 - RENDIMENTO L.g M.S.
-1
) E PRODUTIVIDADE DE ÓLEO ESSENCIAL (L.ha
-1
) E
PRODUTIVIDADE DE MENTOL (L.ha
-1
) DE 19 GENÓTIPOS DE 3 ESPÉCIES DE
MENTHA, 1º CORTE EM CAMPO MAGRO, PR, 2006.
Espécie Genótipo
Rendimento de
óleo essencial
1
Produtividade de
óleo essencial
1
Produtividade de
mentol
2
Hortelã 403 134,92
ab 33,86 d-g 22,60 ab
Hortelã-PR 1 121,53
ab 20,66 g 13,63 bc
Hortelã – PR 2 170,09
a 66,76 a-c 43,04 a
M. arvensis
Hortelã – PR 3 93,38 bc 36,08 d-g 22,25 ab
Chocolate mint 26,84 e-g 24,26 fg 8,09 b-d
Variegated peppermint 28,43 e-g 32,37 d-g 0 e
Peppermint 21,11 f-h 31,73 d-g 11,63 bc
Ciudad del Este 37,46 de 76,68 ab 0 e
Piperita negra 18,19 gh 29,47 e-g 0,02 e
Hortelã 560 27,98 e-g 53,51 b-d 19,04 b
M.x piperita
Hortelã 489 59,49 cd 83,14 ab 0,56 de
Menta do Uruguai 10,20 i 33,35 d-g 0 e
Hortelã 1802 31,28 ef 69,60 a-c 0 e
IAC 5 32,92 ef 103,32 a 0 e
IAC 7 27,40 e-g 86,67 ab 0 e
IAC 8 30,24 ef 49,07 b-e 0 e
IAC 9 26,78 e-g 69,26 a-c 14,53 bc
Hortelã Botucatu 13,21 hi 41,95 c-f 0 e
M. spp.
UFC 5 15,03 hi 11,88 h 4,10 c-e
C.V. (%) 4,79 8,04 25,91
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível
de 5%.
1
Dados transformados em log(x);
2
Dados transformados em x+1
42
Conforme os resultados apresentados percebe-se que os genótipos de
Mentha arvensis foram os que apresentaram maiores rendimentos de óleo
essencial, mesmo com a incidência da ferrugem da menta. Isso discorda dos
resultados de autores como Zechini et al. (1995) e Edwards (1999), que relataram
decréscimo na produção de óleo essencial em plantas infectadas. É possível que os
valores obtidos realmente sejam menores que o potencial de tais genótipos sem a
influência da doença, porém, mesmo com ferrugem, esses não foram superados por
genótipos de outras espécies. Os genótipos das outras espécies apresentaram
variações no rendimento de óleo essencial, e como observado por Deschamps et al.
(2008) e Grisi et al. (2006), essas diferenças estão relacionadas às diferenças
genéticas das plantas. É consenso nos estudos de biossíntese de óleos essenciais
que as variações no rendimento e composição do óleo são função dos aspectos
ambientais, mas também da expressão genética das plantas (Marotti et al., 1994).
Em mentrasto (Ageratum conyzoides L.), Castro et al. (2004) observaram variações
no teor e composição do óleo essencial de 5 acessos da espécie, exemplificando a
influência das características genéticas sobre o metabolismo da planta.
Ao avaliar, porém, a produtividade de óleo essencial, que é dada em função
da produção de biomassa de folhas, genótipos com baixo rendimento de óleo
essencial, como IAC 5, apresentaram as mais altas produtividades de óleo, em
função de sua biomassa ser maior. Comportamento semelhante foi observado em
outros genótipos de Mentha spp.
Na análise cromatográfica dos óleos essenciais, foram identificadas
espécies não produtoras de mentol, fato observado por outros autores
anteriormente, como Deschamps et al. (2008). Alguns genótipos, mesmo com altos
valores de produtividade de óleo essencial não apresentaram mentol na composição
do óleo, não sendo, por isso, avaliados no segundo corte. A síntese dos compostos
monoterpênicos do óleo essencial no gênero Mentha, conforme descrito por Wildung
e Croteau (2005) inicia a partir de metil eritritol fosfato para suprir as unidades de
isoprenóides precursoras de isopentenil-fosfato e dimetil-alil-fosfato, até sua
conversão em geranil-difosfato, precursor universal de todos os monoterpenos
regulares. A partir desse ponto diversas enzimas estão envolvidas no processo e a
ausência de alguma pode levar a diferenças no rendimento e composição do óleo
essencial (Deschamps et al., 2008), como é o caso da relação entre pulegona
redutase e mentona redutase para a formação do mentol.
43
As diferenças na produtividade de mentol entre os genótipos produtores
desse composto podem ser explicadas em função da biomassa de folhas e também
da própria fisiologia da planta em produzir e armazenar o óleo essencial. O genótipo
que apresentou a maior produtividade de mentol foi o ‘Hortelã PR 2’, o diferindo
estatisticamente dos genótipos ‘Hortelã 403’ e ‘HortePR 3’, todos da espécie M.
arvensis. Esses resultados estão de acordo com os autores Ozel e Ozguven (2002),
que também obtiveram maiores valores de mentol em M. arvensis. Tradicionalmente
os cultivos nacionais e até internacionais são de plantas da espécie M. arvensis, em
função de seu teor de mentol, o que foi comprovado pelo presente experimento ao
se comparar diversos genótipos de três espécies.
Para o segundo corte os dados do óleo essencial estão apresentados na
tabela 7, com os resultados para produtividade do óleo essencial e mentol, em litros
por hectare.
TABELA 7 - PRODUTIVIDADE DE ÓLEO ESSENCIAL (L.ha
-1
) E DE MENTOL (L.ha
-1
) DE 9
GENÓTIPOS DE 3 ESPÉCIES DE MENTHA, CORTE EM CAMPO MAGRO, PR,
2006.
Espécie Genótipo Produtividade de óleo essencial
1
Produtividade de mentol
Hortelã 403 43,33 de 28,89 cd
Hortelã – PR 1 34,86 e 22,94 d
Hortelã – PR 2 52,97 d 34,56 cd
M. arvensis
Hortelã – PR 3 55,58 d 34,30 cd
Peppermint
210,89
a
77,37
a
Chocolate mint 117,07 bc 38,95 c
M.x piperita
Hortelã 560 144,21 b 54,76 b
IAC 9
136,85
bc
28,88
cd
M. spp.
UFC 5 98,62 c 33,90 cd
C.V. (%) 3,06 13,32
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível
de 5%.
1
Dados transformados em log(x)
Por ocasião do segundo corte, o genótipo que apresentou maior
produtividade de mentol foi a Peppermint, atingindo quase 80 L.ha
-1
de mentol, mais
que o dobro da produtividade do genótipo “Hortelã PR 3”, que teve o melhor
resultado no primeiro corte. Os resultados obtidos discordam de vários autores que
encontraram menores valores de produtividade de óleo essencial e mentol ao
comparar número de cortes e épocas de colheita (Deschamps et al., 2008; Aflatuni,
44
2005; Kofidis et al., 2004; Croteau et al., 2005). Pôde-se observar que de maneira
geral os genótipos apresentaram maiores produtividades de óleo e mentol por
ocasião do segundo corte. Isso pode estar associado não à maior produção de óleo,
mas sim a uma menor perda. Tendo em vista que as plantas cresceram menos em
relação ao primeiro corte, houve menor perda de folhas, em função de menor
sombreamento. Associado a esse fato, sugere-se que as plantas puderam otimizar a
utilização da radiação solar tanto para seu metabolismo primário quanto para o
secundário. Ao comparar os dois cortes é importante ressaltar que as condições de
colheita em cada um foram diferentes. No primeiro, houve chuva no momento do
corte, ao passo que no segundo corte as condições eram de tempo aberto. Sabe-se
que o se recomenda colheita de plantas medicinais e aromáticas sob condições
de chuva, que as plantas podem apresentar perdas, porém, por questões
logísticas, o primeiro corte foi realizado sob essas condições.
3.4 CONCLUSÕES
Foram observadas diferenças importantes entre os genótipos avaliados no
experimento. espécies de Mentha que, apesar de atingirem altos valores de
biomassa, o contêm mentol em seu óleo essencial, o que não torna seu cultivo
interessante para essa finalidade. Estudos mais aprofundados quanto à sua
composição de óleo podem revelar outras finalidades interessantes. Dentro das
espécies produtoras de mentol, alguns genótipos apresentaram baixo acúmulo de
biomassa, levando a uma produtividade menor de óleo essencial e mentol,
sugerindo a necessidade de mais estudos para incremento dessa variável.
Os genótipos avaliados apresentam maior desenvolvimento vegetativo no
primeiro corte, realizado no verão, em relação ao segundo corte, realizado no
outono. Porém, para produtividade de óleo essencial e mentol, os genótipos que
continham mentol atingem maiores valores no segundo corte.
O genótipo Peppermint, apesar de apresentar os maiores rendimentos de
mentol, tem como limitação para recomendação seu hábito rasteiro de crescimento,
o que dificulta a colheita e tratos culturais; isso pode representar inclusive um fator
anti-econômico no cultivo comercial de menta.
45
A espécie Mentha arvensis foi infectada severamente durante o período
experimental pela doença ferrugem da menta, fazendo com que os resultados para
os genótipos dessa espécie fosse relativamente menor aos outros, exceto na
produtividade de óleo essencial e mentol.
Tendo em vista a espécie Mentha arvensis ser suscetível à ferrugem da
menta, sugerem-se estudos semelhantes e mais aprofundados com outras espécies
não suscetíveis a essa doença.
46
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49
4 CAPÍTULO III EFEITO DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM
Mentha campestris Schur
RESUMO
A produção de óleos essenciais nas plantas aromáticas é influenciada por fatores
bióticos e abióticos. A demanda por esses produtos tem crescido, sendo os óleos
essenciais do gênero Mentha bastante visados pelas indústrias farmacêutica, de
cosméticos, alimentícia e agrícola, especialmente em função do composto mentol.
Esse trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de três espaçamentos de plantio
(0,60 x 0,15 m; 0,60 x 0,30 m e 0,60 x 0,45 m) e duas épocas de colheita (60 e 90
dias após o plantio) na espécie Mentha campestris Schur. O experimento foi
conduzido no Centro de Estações Experimentais do Canguiri UFPR, em Pinhais-
PR, no período de janeiro a abril de 2008. O delineamento utilizado foi o de blocos
ao acaso em esquema de parcelas subdivididas. Houve diferença significativa para
todas as variáveis analisadas, exceto na massa seca de estolões. Na segunda
época de colheita as massas secas de folhas, ramos e total foram maiores que na
primeira época. Para a biomassa de folhas observou-se maiores valores no menor
espaçamento de plantio. O rendimento de óleo essencial foi maior na segunda
época de colheita nos espaçamentos maiores. A produtividade do óleo também foi
maior na segunda época de colheita, porém no espaçamento mais adensado. Pode-
se concluir como recomendação para M. campestris o espaçamento 0,60 x 0,15m e
colheita aos 90 dias, por terem atingido maior biomassa, rendimento de óleo
essencial e produtividade de mentol por hectare.
Palavras-chave: Colheita. Espaçamento. Menta. Mentol
50
ABSTRACT
The essential oil production in the aromatic plants is influenced by biotic and abiotic
factors. These product´s demand has been growing, specially essential oils from the
genus Mentha, that are much aimed for the pharmaceutical, cosmetics, food and
agronomic industries, mainly because the compound menthol. This work had as main
objective evaluate the effect of three row spacings (0,60 x 0,15 m; 0,60 x 0,30 m and
0,60 x 0,45 m) and two harvesting times (60 and 90 days after planting) in Mentha
campestris Schur. species. The experiment was carried out at the Canguiri
Experimental Stations – UFPR, in Pinhais-PR, between January and April, 2008. The
experiment design was the randomized blocks in split-plot. There was statistical
difference for all variable, except for the stolon dry yield. In the second harvesting
time the leaves, stems and total dry yields were greater than in the first. For the
leaves biomass the biggest values were observed in the narrow spacing. The
essential oil yield was greater in the second harvest and in the wider rows. The
essential oil productivity was also greater in the second harvesting time, but in the
narrow row. It can be recommended the spacing 0,60 x 0,15m and harvesting at 90
days, because their greater biomass, essential oil yield and menthol productivity per
hectare.
Key-words: Harvesting. Spacing. Mint. Menthol..
51
4.1 INTRODUÇÃO
Algumas espécies de menta são cultivadas de maneira intensiva em
diversos países em função de seu óleo essencial, especialmente rico em mentol
(KHANUJA et al., 2000). Em 2002 o quilograma do óleo essencial de menta estava
cotado em US$ 54 (PAULUS et al., 2007). Do óleo essencial de menta são
aproveitados outros compostos além do mentol, o que também ajuda a definir a
qualidade do óleo. Rao (1999) cita para Mentha arvensis var. piperascens
rendimento em torno de 1,5% de óleo essencial e até 70% de mentol. Espécies de
Mentha x piperita avaliadas por Grisi (2003) apresentaram produtividade de óleo
essencial na faixa de 65 L.ha
-1
.
A produção de metabólitos secundários, dentre eles os óleos essenciais,
pelas plantas aromáticas, conforme Farooqi et al. (1999) depende não somente do
estado metabólico da planta, mas também do crescimento vegetativo, estação do
ano e intensidade e duração da radiação solar. Dessa forma, fica claro que as
condições de cultivo às quais as plantas o submetidas também influenciam na
produção.
Espaçamentos de plantio alteram a capacidade de interceptação de luz,
podendo alterar a capacidade fotossintética das plantas e, conseqüentemente, seu
crescimento. Além disso, a distância entre plantas no campo pode contribuir positiva
ou negativamente para a competição entre a cultura e plantas invasoras por
recursos como água, ar, espaço e nutrientes. A alteração no espaçamento de plantio
leva a diferenças na densidade de plantas, importante componente de rendimento
dos cultivos, o que pode garantir maiores rendimentos na população como um todo,
mesmo que cada indivíduo apresente menor rendimento.
A época de colheita também influencia o rendimento e composição do óleo
essencial das plantas. Diversos trabalhos relatam que colheitas no período de pleno
florescimento são mais recomendadas por apresentarem maiores concentrações de
compostos desejados, como o mentol (AFLATUNI, 2005; ROHLOFF et al., 2005;
RANDHAWA e SATINDER, 1996). Isso pode estar relacionado às reações
fisiológicas do metabolismo da planta, influenciadas por sua ontogenia e também
pelos aspectos climáticos: época do ano e suas características associadas, tais
como índices de temperatura, pluviosidade e umidade.
52
A espécie M. campestris Schur. (figura 3), conforme estudos prévios para a
realização dessa pesquisa, apresenta aproximadamente 80% de mentol em seu óleo
essencial. Dada a importância desse composto e a demanda de cultivo de espécies
de menta que não sejam tão severamente suscetíveis a doenças, principalmente à
ferrugem da menta, foi realizado o presente trabalho. Considerando a influência do
manejo na produção de óleo essencial, foram testados três espaçamentos de plantio
e duas épocas de colheita.
FIGURA 3 - PLANTA DE Mentha campestris SCHUR. NO CAMPO, COM ESTOLÃO EM EVIDÊNCIA.
4.2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido de janeiro a abril de 2008, no Centro de
Estações Experimentais do Canguiri (CEEx) - UFPR no município de Pinhais,
Região Metropolitana de Curitiba, localizado à 25º23.258’ latitude Sul, 49º07.713
longitude Oeste, com 919 m de altitude. A região apresenta clima subtropical úmido
meso-térmico, sendo que no decorrer do experimento o índice pluviométrico médio
mensal foi de 148,75 milímetros com temperaturas médias de 25,1ºC, mínima de
9,0ºC e máxima de 30,6ºC (SIMEPAR, 2008).
53
4.2.1 Preparo da área
O solo da área experimental é cambissolo plico (EMBRAPA, 1999), cuja
análise com as características químicas está na Tabela 8. Para essa análise
procedeu-se a amostragem do solo conforme a recomendação da Comissão de
Química e Fertilidade do Solo de RS e SC (2004), na profundidade de 0-20 cm. A
amostra de solo, coletada três meses antes do plantio, foi analisada no Laboratório
de Fertilidade do Solo do Departamento de Solos da Universidade Federal do
Paraná, que utiliza a metodologia de Pavan et al. (1992).
TABELA 8 - ANÁLISE DE SOLO DA ÁREA EXPERIMENTAL, COLETADO NA PROFUNDIDADE
DE 0-20 cm. PINHAIS, PR, 2008.
pH Al
3+
Ca
2+
Mg
2+
K
+
SB T P C V Argila
SMP cmol
c
.dm
-3
mg.dm
-3
g.dm
-3
%
6,30 0,00 7,70 3,30 1,15 12,15 16,15 158,00 32,9 75 40
A correção da fertilidade e da acidez da área foi feita com base na
recomendação de adubação e calagem da Comissão de Química e Fertilidade do
Solo do RS e SC (2004) para a cultura da menta. Foram aplicados 10 kg.ha
-1
de N,
40 kg.ha
-1
de P
2
O
5
, 30 kg.ha
-1
de K
2
O e 1,8 t.ha
-1
de calcário tipo Filler (PRNT
100%), para corrigir o pH SMP para 6,0. A adubação de cobertura foi realizada com
10 kg.ha
-1
de N aos 30 dias após o plantio.
Antes do plantio os fertilizantes (uréia, super triplo e cloreto de potássio) e o
calcário (tipo filler) foram incorporados por operação de gradagem, como pode ser
observado na Figura 4.
54
FIGURA 4 - PREPARO DA ÁREA DE PLANTIO, CENTRO DE ESTAÇÕES EXPERIMENTAIS DO
CANGUIRI, PINHAIS,PR, 2008.
4.2.2 Material vegetal e preparo de mudas
Para o experimento foi utilizada a espécie Mentha campestris Schur., de
nome comum “Emater 3”, proveniente da Universidade de Brasília (UnB). As mudas
foram produzidas por estaquia herbácea em condições de casa-de-vegetação no
CEEx - Canguiri UFPR. O padrão determinado foi o de estacas de 10 cm, com
uma gema e um par de folhas reduzido à metade. O plantio foi feito em substrato
Plantmax
®
hortaliças, permanecendo cerca de 40 dias em bandejas de isopor em
casa-de-vegetação, com irrigação por aspersão diária, até enraizamento das
estacas (Figura 5).
.
FIGURA 5 - MUDAS DE Mentha campestris Schur. EM CASA-DE-VEGETAÇÃO, COM 15 DIAS.
55
4.2.3 Tratamentos
O experimento consistiu em 6 tratamentos, relacionando três espaçamentos
(0,60 x 0,15 m; 0,60 x 0,30 m; 0,60 x 0,45 m) nas parcelas e duas épocas de
colheita (60 e 90 dias após o plantio) nas subparcelas, sob delineamento em blocos
ao acaso, em esquema de parcelas subdivididas, com 4 repetições (3 parcelas de
12,96m
2
cada). A área das parcelas era de 6,5 m
2
, sendo a dimensão das
subparcelas variável entre os tratamentos: 0,18; 0,36 e 0,54 m
2
, respectivamente
para 0,15; 0,30 e 0,45 x 0,60 m. Havia para o menor espaçamento 84 plantas por
parcela, 42 plantas no espaçamento intermediário e 35 no espaçamento 0,45 x 0,60
m. Em cada subparcela, havia 4 plantas úteis.
TABELA 9 - TRATAMENTOS TESTADOS NO EXPERIMENTO DE M. campestris Schur. EM
PINHAIS, PR, 2008.
Tratamento
Espaçamento (entre plantas x
entrelinhas)
Época de colheita (dias após o
plantio)
T1 0,15 x 0,60 m 60
T2
0,15 x 0,60 m
90
T3
0,30 x 0,60 m
60
T4
0,30 x 0,60 m
90
T5 0,45 x 0,60 m 60
T6
0,45 x 0,60 m
90
4.2.4 Plantio, tratos culturais e colheita
O experimento foi implantado no campo no dia 12 do mês de janeiro de 2008
(Figura 6). Durante os quatro meses de cultivo as plantas eram irrigadas em dias
alternados por aspersão; foram realizadas capinas quinzenais nas parcelas para
eliminar o efeito da mato-competição. o houve incidência de pragas nem doenças
durante o ciclo de cultivo (Figura 7). Foram realizadas duas colheitas na área
experimental. A primeira aos 60 dias após o plantio (12 de março de 2008), no final
do verão, e a segunda 30 dias após a primeira colheita (25 de abril), na estação
56
do outono. Os cortes foram realizados manualmente, com tesoura de poda, a 10 cm
do solo, acondicionando separadamente a parte aérea dos estolões.
4.2.5 Variáveis analisadas
O desenvolvimento vegetativo foi avaliado pela massa seca de ramos, folhas
e estolões. Também foi avaliado o número de estolões, a altura das plantas (pelo
comprimento do ramo principal), a área foliar pelo método do disco foliar
(FERNANDES, 2000) e calculado o índice da área foliar (IAF). Para a extração do
óleo essencial foram utilizadas amostras de 100 g de massa fresca de folhas,
submetidas ao processo de hidrodestilação em aparelho graduado de Clevenger
durante 2 horas (Figura 8). O rendimento de óleo essencial, em µL.g
-1
de massa
fresca, foi corrigido para base seca após secagem de amostras a 65ºC em estufa
com ventilação forçada até massa constante.
.
FIGURA 6 - PLANTIO DE Mentha campestris Schur. NO CENTRO DE ESTAÇÕES
EXPERIMENTAIS DO CANGUIRI. PINHAIS,PR, 2008.
57
FIGURA 7 - ÁREA EXPERIMENTAL DE Mentha campestris Schur. AOS 30 DIAS DE CULTIVO, NO
CENTRO DE ESTAÇÕES EXPERIMENTAIS DO CANGURI. PINHAIS, PR, 2008.
.
FIGURA 8 - EXTRATOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE BANCADA: CONJUNTO DE MANTA
AQUECEDORA, BALÃO VOLUMÉTRICO, APARELHO GRADUADO DE CLEVENGER E
SERPENTINA RESFRIADORA. LABORARIO DE ECOFISIOLOGIA, SETOR DE
CIÊNCIAS AGRÁRIAS, UFPR, 2008.
58
4.2.6 Caracterização química do óleo essencial
A análise das amostras para identificar a porcentagem do constituinte
majoritário do óleo essencial foi feita por meio de cromatografia a gás acoplada à
espectrometria de massas (CG/EM), pela EMBRAPA Agroindústria de Alimentos
RJ. Utilizou-se cromatógrafo a gás da marca Varian, modelo CP 3800, com detector
FID (CG-FID); coluna capilar HP 5 com 0,32 mm de diâmetro interno, 30 m de
comprimento e 0,25 µm de filme líquido. As condições de análise foram as
seguintes: a) temperatura do injetor: 250ºC, split 1:20; b) quantidade de amostra
injetada: 1,0 µL; c) gás de arraste: hélio a 1,0 mL.min
-1
na temperatura de 40ºC; d)
temperatura do detector FID: 250ºC; e) programação da temperatura do forno: inicial
60ºC, elevação da temperatura a 240ºC na razão de 3ºC por minuto; f) tempo total
da corrida: 50 minutos.
4.2.7 Análises estatísticas
As análises de variância (ANOVA) foram realizadas utilizando o programa
ASSISTAT versão 7.4 beta (SILVA e AZEVEDO, 2006). As variâncias dos
tratamentos foram testadas quanto à sua homogeneidade pelo teste de Bartlett e as
médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de
probabilidade.
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.3.1 Desenvolvimento vegetativo
De todas as variáveis analisadas a única que não apresentou diferença
estatística entre os tratamentos foi a massa seca de estolões. Os resultados dos
59
efeitos dos tratamentos sobre o acúmulo de massa seca de ramos, de folhas, massa
seca total e razão massa seca de folhas por massa seca total de Mentha campestris
Schur. podem ser observados na tabela 10.
TABELA 10 - MASSA SECA DE RAMOS, FOLHAS E MASSA SECA TOTAL (g) E RAZÃO MASSA
SECA DE FOLHAS/MASSA SECA TOTAL DE Mentha campestris Schur. EM
DIFERENTES ÉPOCAS DE COLHEITA. PINHAIS, PR, 2008.
Época de colheita MS Folhas MS Ramos MS Total
MS Folhas/
MS Total
60 dias 22,75 b 8,63 b 32,36 b 0,70 a
90 dias 35,47 a 20,71 a 57,34 a 0,61 b
Coeficiente de Variação (%) 24,76 32,38 27,50 4,29
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste de
Tukey ao nível de 5%.
Observou-se que a massa seca dos órgãos vegetativos (folhas e ramos) foi
maior na época de colheita, resultado do maior tempo de cultivo que permitiu às
plantas continuar crescendo e, consequentemente, acumular massa seca total.
Inneco et al. (2003) também observaram isso em Mentha x villosa Huds. Aflatuni
(2005) em quatro espécies de Mentha obteve resultados semelhantes no
experimento que comparou a massa seca de plantas entre duas épocas de colheita.
Em Mentha arvensis Ram e Kumar (1997) citam maior acúmulo de massa seca em
plantas com maior tempo de cultivo. A razão da massa seca de folhas/massa seca
total, maior na colheita, significa que por ocasião dos 60 dias após o plantio havia
mais folhas que ramos, assim como Czepak (1995) obteve em Mentha arvensis.
Pode-se observar ainda que o aumento da massa seca de folhas é semelhante ao
de ramos, levando a uma pequena diferença na razão massa seca de folhas/massa
seca total entre as duas colheitas, como também Rodrigues et al. (2004) observaram
no cultivo hidropônico de Mentha x piperita.
Quanto ao comprimento do ramo principal o houve interação entre os
fatores (Tabela 11). Entre os espaçamentos, o que apresentou maiores tamanhos foi
o de 0,15 x 0,60m. Observou-se que nesse espaçamento, mais adensado, os ramos
eram maiores, o que poderia estar associado à competição compensatória por luz,
geralmente observado em populações com maior número de plantas. Rao (2002),
avaliando espaçamentos de plantio em Pelargonium obteve resultados semelhantes.
60
TABELA 11 - COMPRIMENTO DO RAMO PRINCIPAL (cm) de Mentha campestris Schur. SOB
DIFERENTES ESPAÇAMENTOS E ÉPOCAS DE COLHEITA. PINHAIS, PR, 2008.
Época de colheita
Espaçamento
60 dias 90 dias
Média
0,15 x 0,60m 32,81 ns 43,16 ns 37,98 a
0,30 x 0,60m 26,12 ns 37,20 ns 31,66 b
0,45 x 0,60m 28,34 ns 32,88 ns 30,61 b
Média 29,09 b 37,74 a
Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível
de 5%.
Na segunda época de colheita os ramos foram maiores do que na primeira.
Assim como para as variáveis de acúmulo de massa, o maior ciclo de cultivo
provavelmente é o principal fator responsável pelo maior comprimento do ramo
principal na segunda colheita.
Ainda quanto aos aspectos do desenvolvimento vegetativo observou-se que
não houve interação entre os tratamentos e nem diferença entre as épocas de
colheita para a biomassa de folhas, mesmo tendo sido observada a tendência de
aumento na segunda colheita. A menor biomassa observada foi no espaçamento
0,45 x 0,60 m (Tabela 12). Para se avaliar a biomassa é levada em conta a
população de plantas e, em função do maior espaçamento possuir menos plantas
por área, explica-se sua menor biomassa de folhas em quilogramas por hectare.
Desde que não houve diferença entre os espaçamentos no acúmulo de massa seca
de folhas isoladamente, os resultados nos espaçamentos menores estão associados
a maiores populações de plantas. Em experimento com plantas do gênero
Pelargonium, Rao (2002) obteve maiores valores de biomassa em quatro colheitas
nos menores espaçamentos entre linhas (60 e 75 cm), ao comparar com
espaçamentos de 90 e 120 cm. Aflatuni (2005) também obteve maiores valores de
biomassa de folhas em plantios mais adensados.
TABELA 12 - BIOMASSA DE FOLHAS (kg.ha
-1
) de Mentha campestris Schur. SOB DIFERENTES
ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO. PINHAIS, PR,2008.
Espaçamento Biomassa de folhas
0,15 x 0,60m 2733,87 a
0,30 x 0,60m 2443,55 a
0,45 x 0,60m 1821,18 b
Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível
de 5%.
61
Para o número de estolões (Tabela 13) houve interação significativa entre os
fatores de espaçamento e época de colheita.
TABELA 13 - MERO DE ESTOLÕES DE Mentha campestris Schur. SOB DIFERENTES
ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO E ÉPOCAS DE COLHEITA. PINHAIS, PR, 2008.
Época de colheita
Espaçamento
60 dias 90 dias
0,15 x 0,60m 2,37 Ac 2,25 Aa
0,30 x 0,60m 8,33 Aa 1,58 Ba
0,45 x 0,60m 5,16 Ab 2,41 Ba
Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas não diferem
estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
Para o menor espaçamento não houve diferença entre as épocas de
colheita, mas para os outros dois na primeira época de colheita o número de
estolões foi maior. Na primeira época de colheita, a qual apresentou maior número
de estolões quando comparada à colheita, o espaçamento intermediário foi o que
apresentou maiores valores, também quando comparado aos outros espaçamentos.
Esses resultados podem ser explicados em função da pequena e lenta formação de
estolões nessa espécie, que cada espécie de Mentha tem características
específicas quanto à ramificação estolonífera. É importante ressaltar que o baixo
número de estolões no espaçamento mais adensado é coerente com a fisiologia da
planta: em condições de maior competição entre plantas o crescimento vertical é
primordial em detrimento do crescimento subterrâneo pelos estolões. A avaliação
dessa variável é importante, pois os estolões o muito utilizados na propagação
vegetativa das espécies de Mentha, podendo representar diminuição nos custos de
produção e de mão de obra no preparo e transplantio de mudas.
Conforme a tabela 14, todos os espaçamentos apresentaram maior IAF na
segunda colheita, sendo que em 0,15 x 0,60m, apresentou o maior IAF entre os
espaçamentos testados.
62
TABELA 14 - ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR (IAF)
DE Mentha campestris Schur. SOB DIFERENTES
ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO E ÉPOCAS DE COLHEITA. PINHAIS, PR, 2008.
Época de colheita
Espaçamento
60 dias 90 dias
0,15 x 0,60m 4,49 Ba 5,81 Aa
0,30 x 0,60m 2,23 Bb 5,45 Aa
0,45 x 0,60m 1,56 Bb 4,20 Ab
Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas não diferem
estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
Tendo em vista que o IAF é um índice adimensional obtido a partir da razão
da área foliar por área de solo, explica-se que no maior espaçamento essa variável
foi menor em função de apresentar menos plantas numa mesma área de terreno.
Em manjericão, Sifola e Barbieri (2006) atribuíram maiores valores de IAF ao maior
número de folhas por planta, e não à expansão foliar individual, o que também pode
explicar os presentes resultados.
4.3.2 Rendimento e qualidade do óleo essencial
Para o rendimento do óleo essencial L.g M.S
-1
) houve interação entre os
fatores. Na primeira época de colheita não houve diferença no rendimento de óleo
essencial por grama de massa seca entre os espaçamentos, enquanto que na
segunda época o menor espaçamento apresentou o menor rendimento. Nos
espaçamentos 2 (0,30 x 0,60 m) e 3 (0,45 x 0,60 m) não houve diferença no
rendimento de óleo entre as épocas de colheita (Tabela 15).
TABELA 15 - RENDIMENTO DE ÓLEO ESSENCIAL (µL.g M.S.
-1
) de Mentha campestris Schur. SOB
DIFERENTES ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO E ÉPOCAS DE COLHEITA. PINHAIS,
PR, 2008.
Época de colheita
Espaçamento
60 dias 90 dias
0,15 x 0,60m 55,38 Aa 35,96 Bb
0,30 x 0,60m 49,80 Aa 47,21 Aa
0,45 x 0,60m 47,72 Aa 50,23 Aa
Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas não diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
63
Deschamps et al. (2008), sugerem que o rendimento de óleo essencial é
função de componentes genéticos e fisiológicos. Nessa variável o componente
genético não pode ser considerado como fator de discussão entre os resultados
observados, uma vez que somente um genótipo em teste. Porém, mesmo assim,
a resposta fisiológica pode ser diferenciada ao considerar, por exemplo, o efeito da
capacidade fotossintética diferente entre os espaçamentos, em função de maior ou
menor interceptação de radiação. Em densidades maiores as plantas apresentam
maior concorrência pela luz e, logo, as plantas sob menores radiações, salvo
algumas exceções, apresentam menor rendimento de óleo essencial (CASTRO,
2007; OZEL e OZGUVEN, 2002). Ao adensar o plantio no experimento, por ocasião
da segunda colheita quando as plantas estavam maiores, os efeitos da competição
ficaram mais evidentes, resultando em menor rendimento de óleo essencial, como
também observou Aflatuni (2005). Ram e Kumar (1997) atribuíram à senescência
das folhas inferiores a queda na razão folha/ramos e no teor de óleo essencial em
plantas sob adubação nitrogenada e, logo, maior crescimento e sombreamento. Pelo
fato das folhas inferiores (maiores em tamanho e capacidade de armazenamento de
óleo essencial) sofrerem o mesmo efeito sob espaçamentos mais adensados, os
resultados observados no espaçamento 0,15 x 0,60 m também podem estar
associados à senescência foliar.
Na avaliação da produtividade do óleo essencial em L.ha
-1
, não havendo
interação entre os fatores, o menor espaçamento (0,15 x 0,60 m) apresentou maior
produtividade de óleo essencial, assim como a segunda época de colheita, quando
comparada à primeira época. Na tabela 16 estão os principais resultados para essa
variável.
TABELA 16 - PRODUTIVIDADE DE ÓLEO ESSENCIAL (L.ha
-1
) DE Mentha campestris Schur. SOB
DIFERENTES ESPAÇAMENTOS E ÉPOCAS DE COLHEITA. PINHAIS, PR, 2008.
Época de colheita
Espaçamento
60 dias 90 dias
Média
0,15 x 0,60m 182,58 ns 216,37 ns 199,48 a
0,30 x 0,60m 87,67 ns 149,38 ns 118,52 b
0,45 x 0,60m 63,40 ns 117,82 ns 90,61 b
Média 111,22 b 161,19 a
Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível
de 5%.
64
Os resultados obtidos para o efeito dos espaçamentos estão de acordo com
Aflatuni (2005), Rao (2002) e Ram e Kumar (1998). Tendo em vista que a
produtividade de óleo essencial é obtida pelo produto entre o rendimento de óleo por
massa seca e pela biomassa de folhas em um hectare, pode-se perceber por que o
menor espaçamento atingiu os maiores valores também nessa variável, assim como
naquelas em que a população de plantas é fator determinante nos cálculos. Ao
considerar a época de colheita, a maior produtividade de óleo aos 90 dias está
relacionada ao comportamento geral dos tratamentos de aumentar a biomassa na
segunda colheita, uma vez que essa variável é altamente correlacionada com o teor
de óleo essencial (Rohloff et al., 2005). De forma geral, autores têm relatado
maiores concentrações e produtividade de óleo essencial de menta no período do
florescimento (Kofidis e Bosabalidis, 2004, Rohloff et al., 2005; Aflatuni, 2005),
porém no presente experimento o que pôde ser observado foi uma correlação não
clara entre esses fatores, que na primeira colheita as plantas estavam em
florescimento e os valores de óleo essencial foram maiores na segunda colheita. Em
Mentha arvensis resultados semelhantes aos obtidos nesse experimento foram
obtidos por Czepak (1995). Isso pode significar que para a Mentha campestris o
rendimento de óleo não está tão intimamente ligado ao florescimento quanto para
outras espécies.
Para os componentes majoritários do óleo essencial, o único que apresentou
diferença significativa na interação entre os tratamentos foi o mentol (tabela17).
TABELA 17 - PORCENTAGEM DE MENTOL NO ÓLEO ESSENCIAL DE Mentha campestris Schur.
SOB DIFERENTES ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO E ÉPOCAS DE COLHEITA.
PINHAIS, PR, 2008.
Época de colheita
Espaçamento
60 dias 90 dias
0,15 x 0,60m 82,78 Ab 84,63 Aab
0,30 x 0,60m 83,29 Ab 85,59 Aa
0,45 x 0,60m 83,61 Aa 84,01 Ab
Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas não diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
Mesmo havendo uma tendência de aumento da concentração de mentol por
ocasião da segunda colheita, os valores indicam que não diferença nos teores
entre os espaçamentos e as épocas de colheita. Resultados semelhantes obtiveram
65
Aflatuni (2005) e Rohloff et al. (2005). evidências de que o teor de mentol
aumenta com o tempo de cultivo até certo período após o florescimento,
apresentando uma tendência quadrática de porcentagem no óleo essencial ao longo
do cultivo, como observaram Marcum e Hanson (2006), Randhawa e Satinder (1996)
e Scavroni et al. (2006). Além disso, tem sido observado quanto à idade das folhas,
que o teor de mentol é maior em folhas mais velhas (Turner et al., 2000; Maffei et al.,
1989), o que pode explicar os resultados aqui observados. Pelo fato da biossíntese
do mentol ser derivada do metabolismo primário da planta, pode haver prioridade ao
crescimento e desenvolvimento da planta em relação à produção de óleo essencial
(metabolismo secundário), principalmente durante o início do ciclo. Croteau et al.
(2005) afirmam que a formação dos tricomas glandulares peltados ocorre até o
momento em que a expansão foliar cessa, porém, a biossíntese dos compostos do
óleo essencial é temporalmente diferenciada. O mentol, como já citado, tem a
tendência de aumentar a concentração no decorrer do ciclo de cultivo em função da
enzima mentona-redutase, que se expressa próximo ao florescimento, dada a
necessidade de concentração de substrato e outros possíveis co-fatores (Croteau et
al.; 2005).
A produtividade do principal composto do óleo essencial, o mentol, em litros
por hectare, está apresentada na Tabela 18, podendo se perceber que, novamente,
o menor espaçamento apresentou maior produtividade, assim como a segunda
época de colheita.
TABELA 18 - PRODUTIVIDADE DE MENTOL (L.ha
-1
) DE Mentha campestris Schur. SOB
DIFERENTES ESPAÇAMENTOS E ÉPOCAS DE COLHEITA. PINHAIS, PR, 2008.
Época de colheita
Espaçamento
60 dias 90 dias
Média
0,15 x 0,60m 151,15 ns 183,57 ns 167,36 a
0,30 x 0,60m 73.10 ns 126.74 ns 99,92 b
0,45 x 0,60m 52.97 ns 99.94 ns 76,45 b
Média 92,41 b 136,75 a
Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível
de 5%.
Tendo em vista que a produtividade de mentol é função dos valores de
produtividade de óleo (L.ha
-1
) e de porcentagem de mentol, explicam-se os
resultados observados, que para ambas variáveis os maiores valores foram
observados no menor espaçamento e na segunda época de colheita.
66
4.4 CONCLUSÕES
Pelos resultados obtidos no experimento, pode-se concluir que o
espaçamento de plantio e a época de colheita influenciam o desenvolvimento
vegetativo e o rendimento e qualidade do óleo essencial de Mentha campestris
Schur. Nas condições de plantio mais adensado (0,15 x 0,60m), foram observados
maiores comprimentos de ramo principal e de biomassa de folhas. Também sob
essa condição a produtividade de óleo essencial e de mentol, em litros por hectare,
foram maiores.
O efeito da época de colheita foi evidente em todas as variáveis analisadas,
sendo que na segunda época de colheita, aos 90 dias, os resultados de acúmulo de
massa seca de folhas, ramos e massa seca total são maiores. A produtividade de
óleo essencial e mentol e a porcentagem dos compostos majoritários do óleo
essencial também são maiores por ocasião da colheita aos 90 dias.
Tendo em vista que o principal foco do estudo é a obtenção de mentol,
pode-se recomendar o espaçamento 0,15 x 0,60 m e colheita aos 90 dias após o
plantio, sob as condições testadas para Mentha campestris, uma vez que as
variáveis mais determinantes, como produtividade de óleo essencial e mentol, foram
maiores nessa situação.
67
REFERÊNCIAS
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Ostrobothnia. 50 f. Dissertação – Departamento de Biologia Universidade de
Oulu, Finlândia. Oulu – 2005.
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70
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glandular trichomes on developing leaves of peppermint. Plant Physiology. n. 124,
p. 655-663, 2000.
71
5 CAPÍTULO IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa com plantas aromáticas, medicinais e condimentares tem se
mostrado bastante importante dentro e fora das instituições de ensino e pesquisa. A
demanda gerada por parte do mercado faz com que esse tipo de cultivo tenha a
possibilidade de passar de alternativo para principal nos diferentes sistemas
produtivos agrícolas. Porém, para tanto, é necessária a pesquisa sólida e geradora
de resultados efetivos.
Neste trabalho, derivado de uma grande linha de pesquisa inter-institucional
com o gênero Mentha, foram avaliados, inicialmente, 19 genótipos afim de avaliar
seu comportamento vegetativo e de produção de óleo essencial, especificamente
para a obtenção de mentol. Somente 11 apresentaram mentol e, desses, 9 foram
selecionados por terem atingido produtividades maiores que 0,5 L.ha
-1
de mentol,
dentre esses, genótipos de Mentha arvensis, espécie suscetível a uma das doenças
mais severas desse gênero, a “ferrugem da menta”. Genótipos de Mentha x piperita
e de Mentha spp., porém, foram os que apresentaram maiores produtividades de
mentol, como a Peppermint, em torno de 80 L.ha
-1
por ocasião de segundo corte.
Essa avaliação se mostra interessante pelo fato de que muitas vezes os
produtores de menta, seja com finalidade para chá ou óleo essencial, não conhecem
as características das plantas cultivadas; em um mercado competitivo e exigente por
padrão de qualidade, o cultivo de espécies com origem definida e garantias mínimas
de produção representa um nicho de mercado e de maior rentabilidade.
Após a avaliação dos 19 genótipos partiu-se para a avaliação de práticas de
manejo que resultassem em maior produção de mentol: o espaçamento de plantio e
a época de colheita, porém, numa outra espécie, a Mentha campestris. Com os
resultados observados durante o período experimental e após as análises,
percebeu-se que essa espécie representa um grande potencial para o cultivo de
menta. O plantio no espaçamento 0,15 x 0,60 m, levando a uma maior densidade de
plantas, garantiu alta produção de biomassa e de produtividade de óleo essencial. A
colheita aos 90 dias após o plantio resultou em maiores valores de mentol no óleo
essencial e, assim se concluiu que a combinação desses fatores pode levar a altos
índices de produtividade.
72
Além da alta produtividade de biomassa, óleo essencial e mentol, a espécie
Mentha campestris apresentou outras vantagens em relação a outros genótipos,
como sua tolerância às geadas e, principalmente, sua resistência à ferrugem da
menta, não sendo observado nenhum sintoma da doença ao longo do período
experimental. Ainda assim, sugere-se avaliações em períodos mais longos de cultivo
para a Mentha campestris, afim de avaliar sua capacidade de rebrota e produção de
óleo em cortes sucessivos, como é o habitual da cultura. Outros aspectos
agronômicos ainda podem ser avaliados, como a questão do ajuste de adubação,
principalmente orgânica, e possíveis consórcios com outros genótipos ou culturas,
uma vez que foram observados bons resultados em altas densidades de plantio.
Para os 19 genótipos avaliados no primeiro experimento, novos estudos
podem ser conduzidos para exploração de outros compostos do óleo essencial
daqueles não produtores de mentol; a avaliação de outras condições de manejo nos
genótipos com mentol pode apresentar melhores resultados dos já obtidos.
Os resultados gerados por essa pesquisa apresentam grande possibilidade
de difusão tecnológica, uma vez que podem interessar tanto às indústrias quanto
aos produtores rurais.
ANEXOS
74
ANEXO 1 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE MASSA SECA DE RAMOS CORTE, DO
EXPERIMENTO “AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x piperita e
Mentha sp. EM CAMPO MAGRO-PR PARA A PRODUÇÃO DE MENTOL"
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Genótipo 18 27406583.157 1522587.953 19.78**
Resíduo 38 2924585.372 76962.773
Total 56 30331168.529
Média geral = 1424.419 CV-Genótipo = 19,48%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 2 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE MASSA SECA DE ESTOLÕES CORTE, DO
EXPERIMENTO “AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x piperita e
Mentha sp. EM CAMPO MAGRO-PR PARA A PRODUÇÃO DE MENTOL”
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Genótipo 18 6.782 0.377 45.00**
Resíduo 38 0.318 0.008
Total 56 7.101
Média geral = 2.620 CV-Genótipo = 3.49%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 3 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE MASSA SECA DE FOLHAS CORTE, DO
EXPERIMENTO AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x piperita e
Mentha sp. EM CAMPO MAGRO-PR PARA A PRODUÇÃO DE MENTOL"
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Genótipo 18 8.390 0.466 83.81**
Resíduo 38 0.211 0.006
Total 56 8.601
Média geral = 3.094 CV-Genótipo = 2.41%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 4 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE MASSA SECA TOTAL CORTE, DO EXPERIMENTO
“AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x piperita e Mentha sp. EM
CAMPO MAGRO-PR PARA A PRODUÇÃO DE MENTOL”
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Genótipo 18 183516628.672 10195368.260 38.815**
Resíduo 38 9981417.439 262668.880
Total 56 193498046.111
Média geral = 3662.571 CV-Genótipo = 13.99%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
75
ANEXO 5 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE MASSA SECA DE RAMOS CORTE, DO
EXPERIMENTO AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x piperita e
Mentha sp. EM CAMPO MAGRO-PR PARA A PRODUÇÃO DE MENTOL.
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Genótipo 08 11123483.475 1390435.434 130.577**
Resíduo 18 191670.766 10648.376
Total 26 11315154.242
Média geral = 1492.863 CV-Genótipo = 6.91%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 6 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE MASSA SECA DE FOLHAS CORTE, DO
EXPERIMENTO AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x piperita e
Mentha sp. EM CAMPO MAGRO-PR PARA A PRODUÇÃO DE MENTOL”
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Genótipo 08 1.911 0.239 67.534**
Resíduo 18 0.064 0.004
Total 26 1.975
Média geral = 2.712 CV-Genótipo = 2.19%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 7 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE MASSA SECA TOTAL CORTE, DO EXPERIMENTO
“AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x piperita e Mentha sp. EM
CAMPO MAGRO-PR PARA A PRODUÇÃO DE MENTOL”
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Genótipo 08 12104540.429 1513067.554 35.530**
Resíduo 18 766539.421 42585.523
Total 26 12871079.850
Média geral = 1952.726 CV-Genótipo = 10.57%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 8 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE RENDIMENTO DE ÓLEO ESSENCIAL CORTE, DO
EXPERIMENTO “AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x piperita e
Mentha sp. EM CAMPO MAGRO-PR PARA A PRODUÇÃO DE MENTOL”
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Genótipo 18 6.386 0.355 65.058**
Resíduo 38 0.207 0.005
Total 56 6.593
Média geral = 1.540 CV-Genótipo = 4.79%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo
.
76
ANEXO 9 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE PRODUTIVIDADE DE ÓLEO ESSENCIAL 1º CORTE,
DO EXPERIMENTO “AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x piperita e
Mentha sp. EM CAMPO MAGRO-PR PARA A PRODUÇÃO DE MENTOL”
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Genótipo 18 3.304 0.184 10.718**
Resíduo 38 0.651 0.017
Total 56 3.955
Média geral = 1.628 CV-Genótipo = 8.04%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 10 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE PRODUTIVIDADE DE MENTOL – 1º CORTE, DO
EXPERIMENTO AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x piperita e
Mentha sp. EM CAMPO MAGRO-PR PARA A PRODUÇÃO DE MENTOL”
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Genótipo 18 190.814 10.601 27.283**
Resíduo 38 14.765 0.389
Total 56 205.579
Média geral = 2.406 CV-Genótipo = 25.91%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 11 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE PRODUTIVIDADE DE ÓLEO ESSENCIAL CORTE,
DO EXPERIMENTO “AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x piperita
e Mentha sp. EM CAMPO MAGRO-PR PARA A PRODUÇÃO DE MENTOL”
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Genótipo 08 1.745 0.218 63.103**
Resíduo 18 0.062 0.003
Total 26 1.807
Média geral = 1.923 CV-Genótipo = 3.06%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 12 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE PRODUTIVIDADE DE MENTOL – 2º CORTE, DO
EXPERIMENTO AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Mentha arvensis, Mentha x piperita e
Mentha sp. EM CAMPO MAGRO-PR PARA A PRODUÇÃO DE MENTOL"
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Genótipo 08 6749.687 843.711 30.640**
Resíduo 18 495.656 27.536
Total 26 7245.343
Média geral = 39.394 CV-Genótipo = 13.32%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
77
ANEXO 13 DADOS CLIMÁTICOS POR PERÍODO DA UNIDADE EXPERIMENTAL, PINHAIS, PR,
2008.
Período
Temperaturas
mínimas -
médias (ºC)
Temperaturas
máximas -
médias (ºC)
Umidade
relativa (%)
Índices
pluviométricos
(mm)
Radiação
solar (Wm
-2
)
Janeiro 17,20 24,60 85,80 165,20 298,83
Fevereiro 17,60 26,60 81,80 124,00 368,13
Março 17,00 25,40 81,30 165,60 320,30
Abril 14,50 23,80 82,80 140,20 250,33
Fonte: SIMEPAR, Estação meteorológica de Pinhais, PR, 2008.
ANEXO 14 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE MASSA SECA DE ESTOLÕES DO EXPERIMENTO
“EFEITO DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM Mentha campestris Schur.”
Fonte de Variação Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Fator A 2 1.98418 0.99209 2.6477 ns
Resíduo – A 6 2.24820 0.37470
Parcelas 8 4.23238
Fator B 2 0.97069 0.97069 3.9232 ns
Interação A x B 2 1.97338 0.98669 3.9879 ns
Resíduo – B 6 1.48453 0.24742
Total 17 8.66098
Média geral = 0.97889 CV-A = 62.53% CV-B = 50.81%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 15 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE MASSA SECA DE FOLHAS DO EXPERIMENTO
“EFEITO DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM Mentha campestris Schur.”
Fonte de Variação
Graus de
liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Fator A 2 142.40331 71.20165 3.0196 ns
Resíduo – A 9 212.22024 23.58003
Parcelas 11 354.62355
Fator B 1 971.17204 971.17204 18.6828**
Interação A x B 2 3.63562 1.81781 0.0350 ns
Resíduo – B 9 467.83839 51.98204
Total 23 1797.26960
Média geral = 29.11542 CV-A = 16.67% CV-B = 24.76%
** significativo ao vel de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
78
ANEXO 16 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE MASSA SECA DE RAMOS DO EXPERIMENTO “EFEITO
DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM Mentha campestris Schur.”
Fonte de Variação
Graus de
liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Fator A 2 29.25051 14.62525 1.1956 ns
Resíduo – A 9 110.09083 12.23231
Parcelas 11 139.34133
Fator B 1 876.04167 876.04167 38.7717**
Interação A x B 2 11.03641 5.51820 0.2442 ns
Resíduo – B 9 203.35392 22.59488
Total 23 1229.77333
Média geral = 14.67667 CV-A = 23.83% CV-B = 32.38%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 17 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE MASSA SECA TOTAL DO EXPERIMENTO EFEITO DO
ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM Mentha campestris Schur.”
Fonte de Variação
Graus de
liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Fator A 2 258.77791 129.38895 1.8120 ns
Resíduo – A 9 642.64393 71.40488
Parcelas 11 901.42183
Fator B 1 3742.00427 3742.00427 24.5871**
Interação A x B 2 14.72261 7.36130 0.0484 ns
Resíduo – B 9 1369.74163 152.19351
Total 23 6027.89033
Média geral = 44.85333 CV-A = 18.83% CV-B = 27.50%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 18 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE RAO MASSA SECA DE FOLHAS/MASSA SECA
TOTAL DO EXPERIMENTO “EFEITO DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM
Mentha campestris Schur.”
Fonte de Variação
Graus de
liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Fator A 2 0.00626 0.00313 1.6578 ns
Resíduo – A 9 0.01699 0.00189
Parcelas 11 0.02325
Fator B 1 0.04250 0.04250 52.8549**
Interação A x B 2 0.00051 0.00025 0.3161 ns
Resíduo – B 9 0.00724 0.00080
Total 23 0.07350
Média geral = 0.66042 CV-A = 6.57% CV-B = 4.29%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
79
ANEXO 19 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DO COMPRIMENTO DO RAMO PRINCIPAL DO
EXPERIMENTO “EFEITO DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM Mentha
campestris Schur.”
Fonte de Variação
Graus de
liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Fator A 2 254.33328 127.16664 16.4627**
Resíduo – A 9 69.52077 7.72453
Parcelas 11 323.85405
Fator B 1 449.28107 449.28107 42.9923**
Interação A x B 2 51.34951 25.67475 2.4569 ns
Resíduo – B 9 94.05243 10.45027
Total 23 918.53705
Média geral = 33.42250 CV-A = 8.31% CV-B = 9.67%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 20 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DA BIOMASSA DE FOLHAS DO EXPERIMENTO “EFEITO
DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM Mentha campestris Schur.”
Fonte de Variação
Graus de
liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Fator A 2 3479009.30036 1739504.65018 11.3800**
Resíduo – A 9 1375704.87479 152856.09720
Parcelas 11 4854714.17515
Fator B 1 1016335.07370 1016336.07370 2.6180 ns
Interação A x B 2 7368026.93921 3684013.46645 9.4897 ns
Resíduo – B 9 3493911.60904 388212.40100
Total 23 16732987.79080
Média geral = 2332.86792 CV-A = 16.75% CV-B = 26.70%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 21 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DO NÚMERO DE ESTOLÕES DO EXPERIMENTO “EFEITO
DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM Mentha campestris Schur.”
Fonte de Variação
Graus de
liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Fator A 2 28.11223 14.05612 9.5685**
Resíduo – A 9 13.22100 1.46900
Parcelas 11 41.33323
Fator B 1 61.76042 61.76042 67.3077**
Interação A x B 2 44.52083 22.26042 24.2598**
Resíduo – B 9 8.25825 0.91758
Total 23 155.87273
Média geral = 3.68667 CV-A = 32.87% CV-B = 25.98%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
80
ANEXO 22 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DO ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR (IAF) DO EXPERIMENTO
“EFEITO DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM Mentha campestris Schur.”
Fonte de Variação
Graus de
liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Fator A 2 20.82036 10.41018 18.7268 **
Resíduo – A 9 5.00309 0.55590
Parcelas 11 25.82345
Fator B 1 34.29650 34.29650 100.0631 **
Interação A x B 2 3.76781 1.88390 5.4965 *
Resíduo – B 9 3.08474 0.34275
Total 23 66.97250
Média geral = 3.96042 CV-A = 18.82% CV-B = 14.78%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 23 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DO RENDIMENTO DE ÓLEO ESSENCIAL DO
EXPERIMENTO “EFEITO DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM Mentha
campestris Schur.”
Fonte de Variação
Graus de liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Fator A 2 51.22531 25.61265 1.7504 ns
Resíduo – A 9 131.69427 14.63270
Parcelas 11 182.91958
Fator B 1 253.76007 253.76007 6.0066*
Interação A x B 2 526.69911 263.34955 6.2335*
Resíduo – B 9 380.22443 42,24176
Total 23 1343.60318
Média geral = 47.71917 CV-A = 8.01% CV%-B = 13.62%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 24 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DA PRODUTIVIDADE DE ÓLEO ESSENCIAL DO
EXPERIMENTO “EFEITO DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM Mentha
campestris Schur.”
Fonte de Variação
Graus de
liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Fator A 2 51160.07733 25580.03866 18.3386**
Resíduo – A 9 12553.86019 1394.87335
Parcelas 11 63713.93751
Fator B 1 14982.50510 14982.50510 5.9011*
Interação A x B 2 839.12416 419.56208 0.1653 ns
Resíduo – B 9 22850.47959 2538.94218
Total 23 102386.04636
Média geral = 136.20625 CV-A = 27.42% CV-B = 36.99%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
81
ANEXO 25 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DA PRODUTIVIDADE DA PORCENTAGEM DE MENTOL
NO ÓLEO ESSENCIAL DO EXPERIMENTO EFEITO DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE
COLHEITA EM Mentha campestris Schur.”
Fonte de Variação
Graus de
liberdade
Soma de
quadrados
Quadrado médio F observado
Blocos 3 0,57615 0,19205 0.5171 ns
Fator A 2 2,52706 1,26353 3,4021 ns
Resíduo – A 6 2.22838 0,37140
Parcelas 11 5,33158
Fator B 1 13,74107 13,74107 35,8335**
Interação A x B 2 3,90211 1,95105 5,0879 *
Resíduo – B 9 3.45122 0,38347
Total 23 26,42598
Média geral = 83,98917 CV-A = 0,72% CV-B = 0,73%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
ANEXO 26 ANÁLISE DE VARIÂNCIA DA PRODUTIVIDADE DE MENTOL DO EXPERIMENTO
“EFEITO DO ESPAÇAMENTO E ÉPOCA DE COLHEITA EM Mentha campestris Schur.”
Fonte de Variação
G.L. S.Q. Q.M. F
Blocos 3 2067,68503 689,22834 0,5759 ns
Fator A 2 35634,91896 17817,45948 14,9131**
Resíduo-A 6 7168,49084 1194,74847
Parcelas 11 44871,09483
Fator B 1 11795,32682 11795,32682 6,5538*
Interação A x B 2 471,05326 235,52663 0,1309 ns
Resíduo-B 9 16197,87743 199,76416
Total 23 73335,35233
Média geral = 114.58167 CV-A = 30.16% CV-B = 37.02%
** significativo ao nível de 1% de probabilidade; * significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns:
não significativo.
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