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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos
Área de Nutrição Experimental
Desenvolvimento de material educativo digital para divulgação
científica da nutrigenômica
Roberta Saraiva Giroto Patrício
Dissertação para obtenção do grau de
MESTRE
Orientador:
Prof. Dr. Thomas Prates Ong
São Paulo
2010
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
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FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos
Área de Nutrição Experimental
Desenvolvimento de material educativo digital para divulgação
científica da nutrigenômica
Roberta Saraiva Giroto Patrício
Dissertação para obtenção do grau de
MESTRE
Orientador:
Prof. Dr. Thomas Prates Ong
São Paulo
2010
Roberta Saraiva Giroto Patrício
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Desenvolvimento de material educativo digital para divulgação científica da
nutrigenômica
Comissão Julgadora
da
Dissertação para obtenção do grau de Mestre
Prof. Dr. Thomas Prates Ong
orientador/presidente
____________________________
1o. examinador
____________________________
2o. examinador
São Paulo, _________ de _____.
À Deus, aos meus pais João e Solange, ao meu
marido Eduardo e minha filha Maria Eduarda e
ao meu filho que ainda está por vir.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pela força que tem me concedido durante esse período para
enfrentar todos os desafios.
Aos meus pais, João e Solange, pessoas que um dia sonharam com este momento e que hoje
podem compartilhá-lo comigo.
Aos meus irmãos Luiz Henrique e Simone pelo companheirismo e incentivo.
Ao meu querido marido Eduardo, que desde o inicio deste desafio esteve bravamente ao meu
lado, agradeço pela paciência, companheirismo e incentivo em meus estudos. Sem você este
sonho não seria possível.
Ao amor da minha vida, minha filha Maria Eduarda que tanto me acompanhou e incentivou
em meus estudos. Desculpe-me pelos momentos de ausência.
Ao meu filho que ainda está por vir, meu companheiro da etapa final do mestrado.
Ao Professor Doutor Thomas Prates Ong a minha eterna gratidão por ter acreditado em mim e
por ter aceitado me orientar neste trabalho que foi um grande desafio.
Ao Professor Fernando Salvador Moreno pelas contribuições em meu trabalho.
Aos professores Bayardo Torres, Célia Colli e Elizabeth Nascimento pelas contribuições no
exame de qualificação.
Aos colegas de laboratório Fábia, Letícia, Luciana, Suzana, Eduardo, Renato, Mônica, Aline,
Carlos, Alessandra, Bruna, Aderuza, Clarissa e Rodrigo.
Aos funcionários do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental pela dedicação a
todos os alunos.
Ao CNPq pela bolsa de mestrado.
“Amor da minha vida daqui até a eternidade nossos
destinos foram traçados na maternidade”
(Cazuza)
RESUMO
PATRICIO, R.S.G. Desenvolvimento de material educativo digital para divulgação
científica da nutrigenômica. 2010. 79f. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Ciências
Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
Nutrigenômica representa disciplina cientifica recente que surgiu na era do pós-genoma
humano, sendo seu foco de estudo a interação gene nutriente. Profissionais com educação
universitária que atuam na área da alimentação e nutrição e da saúde relatam ter dificuldades
no entendimento dos princípios dessa disciplina. Recursos digitais como animações
representam ferramentas interessantes para o processo de ensino-aprendizagem da
nutrigenômica. Dessa forma o objetivo do presente trabalho foi o de desenvolver material
educativo digital intitulado “Fundamentos da Nutrigenômica”, baseado nas animações
“Modulação da expressão gênica por nutrientes e compostos bioativos dos alimentos” e
“Nutrigenômica e redução do risco de câncer”, para divulgação científica da nutrigenômica
para profissionais da área da alimentação e nutrição e da saúde. Para desenvolver o material
educativo digital, utilizou-se esquema que se divide nas seguintes etapas: análise e
planejamento; modelagem; implementação; avaliação e manutenção. As animações foram
produzidas nos programas PowerPoint 2007 e E.M PowerPoint Vídeo Converter. Avaliou-se
o material educativo digital por meio de questionário junto a 20 profissionais (nutricionistas,
farmacêuticos, engenheiros de alimentos, biólogos, químico, dentista e zootecnista)
matriculados ou não em Programas de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo nas áreas
da alimentação e nutrição e da saúde. Mais de 80% dos participantes concordaram fortemente
ou concordaram com as seguintes afirmações: O material educativo digital é de fácil
manuseio”; A utilização desse tipo de recurso tem vantagens sobre textos”; O material
educativo digital trouxe conhecimentos novos sobre Nutrigenômica”; Os conceitos estão
expostos de forma clara”; Meus conhecimentos anteriores foram suficientes para aprender
com o material educativo digital”; Os textos estão redigidos com clareza”; As animações
auxiliam a compreender os fenômenos exibidos”; Aprendi bastante sobre os fundamentos da
nutrigenômica com o material educativo digital. Conclui-se que o material educativo digital
“Fundamentos da nutrigenômica” representa ferramenta útil para divulgação científica da
nutrigenômica junto a profissionais da área da alimentação e nutrição e da saúde.
Palavras-chave: Nutrigenômica. Divulgação cientifica. Profissionais. Material educativo
digital. Animação.
ABSTRACT
PATRICIO, R.S.G. Development of digital learning material for scientific dissemination
of nutrigenomics. 2010. Thesis (MA) - Faculty of Pharmaceutical Sciences, University of
São Paulo, São Paulo, 2010.
Nutrigenomics represents recent scientific discipline that has emerged in the post-human
genome era, with focus on gene nutrient interaction. Professionals with university education
working in the field of food and nutrition and health report having difficulties in
understanding the principles of this discipline. Digital resources such as animations represent
interesting tools for the teaching and learning of nutrigenomics. Thus the objective of this
study was to develop digital learning material entitled "Fundamentals of Nutrigenomics",
based on the animations "Modulation of gene expression by nutrients and bioactive food
compounds" and "Nutrigenomics and risk reduction of cancer," for scientific dissemination of
nutrigenomics for professionals in the food and nutrition and health areas. To develop the
digital learning material, we used the scheme that is comprised by the following steps:
analysis and planning, modeling, implementation, evaluation and maintenance. The
animations were produced with the PowerPoint 2007 and EM Video Converter softwares. We
evaluated the digital educational materials through a questionnaire provided to 20
professionals (nutritionists, pharmacists, food engineers, biologists, chemist, dentist and
zootechnist) registered or not in Graduate Programs from University of Sao Paulo in the areas
of food and nutrition and health. Over 80% of participants strongly agreed or agreed with the
following statements: "The digital educational material is easy to handle", "The use of this
resource type presents advantages over text", "The digital learning material brought new
knowledge on Nutrigenomics" , "The concepts are clearly exposed", "My previous knowledge
was sufficient to learn from the digital learning material", "The texts are written with clarity",
"The animations help to understand the exhibited phenomena", "I learned a lot about
nutrigenomics fundamentals with the digital learning materials". We conclude that the digital
learning material “Fundamentals of Nutrigenomics” represents a useful tool for scientific
dissemination of nutrigenomics for professionals in the field of food and nutrition and health.
Keywords: Nutrigenomics. Scientific dissemination. Professionals. Digital learning material.
Animation.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Tela de abertura do material educativo digital “Fundamentos da Nutrigenômica”. . 30
Figura 2: Tela do item “O que é nutrigenômica?”.................................................................... 30
Figura 3: Tela do item como nosso genoma funciona? ............................................................ 31
Figura 4: Tela do item como nosso genoma funciona? ............................................................ 31
Figura 5: Tela do item a alimentação afeta o funcionamento do genoma. ............................... 32
Figura 6: Tela do item nutrigenômica e redução do risco de câncer. ....................................... 32
Figura 7: Tela do item nutrigenômica e redução do risco de câncer. ....................................... 33
Figura 8: Tela do item nutrigenômica e redução do risco de câncer. ....................................... 33
Figura 9: Sites recomendados. .................................................................................................. 34
Figura 10: Storyboard da animação ”modulação da expressão gênica por nutrientes e
compostos bioativos dos alimentos”......................................................................................... 35
Figura 11: Slide da tela de abertura da animação “modulação da expressão gênica por
nutrientes e compostos bioativos dos alimentos”. .................................................................... 35
Figura 12: Slide mostra o núcleo e o citoplasma celular. ......................................................... 36
Figura 13: Slide que informa que humanos apresentam normalmente 22 pares de
cromossomos autossomos e 1 sexual. ...................................................................................... 36
Figura 14: Slide que destaca um cromossomo. ........................................................................ 37
Figura 15: Slide que informa que nos cromossomos estão distribuídos os cerca de 25 mil
genes que compõem o genoma humano. .................................................................................. 37
Figura 16: Slide que apresenta a localização da região promotora e codificadora de um gene.
.................................................................................................................................................. 38
Figura 17: Slide que apresenta a etapa de transcrição do processo de expressão gênica. ........ 38
Figura 18: Slide que apresenta a ativação da região promotora por um fator de transcrição
(FT), com transcrição da região codificadora do DNA em RNA, pela ação da enzima RNA
polimerase (RNApol). .............................................................................................................. 39
Figura 19: Slide que ilustra que a etapa de tradução do RNA em proteína envolve a leitura dos
códons nos ribossomos. ............................................................................................................ 39
Figura 20: Slide que ilustra a produção de proteína na etapa de tradução. .............................. 40
Figura 21: Slide que ilustra composto bioativo (representado por um triângulo vermelho)
fornecido por diferentes alimentos de origem vegetal.............................................................. 40
Figura 22: Slide que ilustra ativação direta de fator de transcrição (FT) por composto bioativo
dos alimentos (representado por um triângulo vermelho). ....................................................... 41
Figura 23: Slide que ilustra ativação indireta de fator de transcrição (FT) por composto
bioativo dos alimentos (representado por um triângulo vermelho). Nesse exemplo, o
composto bioativo exerce sua ação interferindo em vias de sinalização celular. ..................... 41
Figura 24: Slide que ilustra a ativação indireta de fator de transcrição (FT) (representado por
um circulo verde) pelo composto bioativo dos alimentos. ....................................................... 42
Figura 25: Slide que ilustra a ligação do composto bioativo do alimento na região promotora
do gene. ..................................................................................................................................... 42
Figura 26: Slide que ilustra a transcrição do gene através da ligação da enzima RNA pol na
região codificadora do gene. ..................................................................................................... 43
Figura 27: Slide que ilustra a etapa de tradução do gene. ........................................................ 43
Figura 28: Slide que ilustra a etapa de tradução em proteína. .................................................. 44
Figura 29: “Storyboard” da animação “nutrigenômica e redução do risco de câncer”. ........... 45
Figura 30: Slide da tela de abertura da animação “Nutrigenômica e redução do risco de
câncer”. ..................................................................................................................................... 46
Figura 31: Slide que apresenta fator de risco de natureza física (raios UV proveniente do sol)
para o câncer. ............................................................................................................................ 46
Figura 32: Slide que apresenta fator de risco de natureza biológica (vírus) para o câncer. ..... 47
Figura 33: Slide que apresenta fator de risco de natureza química (carcinógenos) para o
câncer. ....................................................................................................................................... 47
Figura 34: Slide que apresenta fontes em que o carcínógeno benzo[a]pireno pode ser
encontrado. ............................................................................................................................... 48
Figura 35: Slide que mostra o benzo[a]pireno promovendo mutação no DNA. ...................... 48
Figura 36: Slide que mostra o benzo[a]pireno promovendo a troca da base do DNA A
(adenina ) por T (timina). ......................................................................................................... 49
Figura 37: Slide que ilustra a ligação da enzima RNA polimerase (RNApol) ao gene mutado.
.................................................................................................................................................. 49
Figura 38: Slide que ilustra a transcrição do DNA mutado. ..................................................... 50
Figura 39: Slide que mostra a leitura do códon com alteração em uma base, na etapa de
tradução. ................................................................................................................................... 50
Figura 40: Slide que mostra que a alteração na seqüência de aminoácidos gera proteína com
função alterada, que pode induzir a proliferação celular descontrolada e, com isso, o
desenvolvimento tumoral. ........................................................................................................ 51
Figura 41: Slide que mostra o desenvolvimento do câncer. ..................................................... 51
Figura 42: Slide que mostra que frutas, verduras e legumes apresentam compostos bioativos
capazes de estimular a expressão de genes importantes para a redução do risco de câncer. ... 52
Figura 43: Slide que destaca o sulforafano, composto bioativo oriundo do brócolis. .............. 52
Figura 45: Slide que ilustra a cascata de ativação indireta do fator de transcrição NRF-2 pelo
sulforafano. ............................................................................................................................... 53
Figura 46: Slide que ilustra o fator de transcrição NRF2 ativo ligado à região promotora do
gene. .......................................................................................................................................... 54
Figura 47: Slide que ilustra a ativação da transcrição pelo fator de transcrição NRF2. ........... 54
Figura 48: Slide que ilustra que a ativação do fator de transcrição NRF2 pelo sulforafano
resulta na indução da expressão do gene para a enzima glutationa-S-transferase.................... 55
Figura 49: Slide que ilustra que a glutationa S-transferase conjuga molécula de glutationa à
molécula de benzopireno. ......................................................................................................... 55
Figura 50: Slide que informa que a conjugação com molécula de glutationa torna o
benzopireno hidrossolúvel, facilitando sua excreção através da urina e fezes. ........................ 56
Figura 51: Slide que informa que destoxificação do benzopireno é uma forma de se proteger o
DNA contra mutações e, com isso, reduzir o risco de desenvolvimento de câncer. ................ 56
Figura 52: Slide que informa que o consumo regular de frutas e hortaliças auxilia na
destoxificação de carcinógenos. ............................................................................................... 57
Figura 53: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a questão “Como
considera seu conhecimento sobre nutrigenômica?”. IS = Insignificante, DM = Decorrente de
informações veiculadas pela mídia, PRC = Proveniente de revistas de divulgação cientifica,
RD = Resultante de disciplina cursadas na universidade, RC = Resultante de cursos de
educação continuada, RP = Resultante de palestras e /ou conferencias cientificas, OF =
Originada de outras fontes de informação. ............................................................................... 59
Figura 54: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “O
material educativo é de fácil manuseio”. CF = Concordo fortemente, C = Concordo, I =
Indeciso, D = Discordo, DF =Discordo fortemente. ................................................................ 59
Figura 55: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “A
utilização desse tipo de recurso tem vantagens sobre textos”. CF = Concordo fortemente, C =
Concordo, I = Indeciso, D = Discordo, DF =Discordo fortemente. ......................................... 60
Figura 56: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “O
material educativo digital trouxe conhecimentos novos sobre nutrigenômica”. CF = Concordo
fortemente, C = Concordo, I = Indeciso, D = Discordo, DF =Discordo fortemente. ............... 60
Figura 57: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “Os
conceitos estão expostos de forma clara”. CF = Concordo fortemente, C = Concordo, I =
Indeciso, D = Discordo, DF =Discordo fortemente. ................................................................ 61
Figura 58: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “Meus
conhecimentos anteriores foram suficientes para aprender com o material educativo digital”.
CF = Concordo fortemente, C = Concordo, I = Indeciso, D = Discordo, DF =Discordo
fortemente. ................................................................................................................................ 61
Figura 59: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “Os
textos estão redigidos com clareza”. CF = Concordo fortemente, C = Concordo, I = Indeciso,
D = Discordo, DF =Discordo fortemente. ................................................................................ 62
Figura 60: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “Os
textos estão redigidos com clareza”. CF = Concordo fortemente, C = Concordo, I = Indeciso,
D = Discordo, DF =Discordo fortemente. ................................................................................ 62
Figura 61: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “Aprendi
bastante sobre os fundamentos da nutrigenômica com o material educativo digital”. CF =
Concordo fortemente, C = Concordo, I = Indeciso, D = Discordo, DF =Discordo fortemente.
.................................................................................................................................................. 63
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição dos participantes (n = 20) de acordo com profissão e formação
universitária...........................................................................................................................58
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
C Concordo
CF Concordo Fortemente
D Discordo
DF Discordo Fortemente
DM Decorrentes de Informações Veiculadas pela Mídia (revistas, jornais, TV).
HAP Hidrocarboneto Aromático Policíclico
I Indeciso
IS Insignificante
OF Originadas de Outras Fontes de Informações
PGH Projeto Genoma Humano
PRC Provenientes de Revistas de Divulgação Cientifica
RC Resultantes de Cursos de Educação Continuada
RD Resultantes de Disciplinas Cursadas na Universidade
RP Resultantes de Palestras e/ou Conferencias Cientificas
SNPs Polimorfismos de Nucleotídeo Único
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 15
1.1 Nutrigenômica: disciplina genômica de vertente nutricional ......................................... 15
1.2 Nutrigenômica e Câncer ................................................................................................. 17
1.3 Divulgação científica da nutrigenômica ......................................................................... 19
1.4 Uso do computador no ensino ........................................................................................ 20
1.5 O uso das animações na promoção da aprendizagem e divulgação cientifica ............... 22
2. OBJETIVO ........................................................................................................................... 24
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 25
3.1 Material ........................................................................................................................... 25
3.2 Métodos .......................................................................................................................... 25
3.2.1 Análise e Planejamento ........................................................................................... 25
3.2.2 Modelagem .............................................................................................................. 26
3.2.3 Implementação......................................................................................................... 26
3.2.4 Avaliação e Manutenção ......................................................................................... 27
4. RESULTADOS .................................................................................................................... 29
4.1 Desenvolvimento do material educativo digital “Fundamentos da Nutrigenômica” ..... 29
4.1.2 Desenvolvimento do conteúdo estático ....................................................................... 29
4.1.3 Desenvolvimento das animações ................................................................................. 34
4.1.3.1 Animação “Modulação da expressão gênica por nutrientes e compostos bioativos
dos alimentos” .................................................................................................................. 34
4.1.3.2 Animação “Nutrigenômica e redução do risco de câncer” ................................... 44
4.2 Avaliação do material educativo digital “Fundamentos da Nutrigenômica” ................. 57
5. DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 66
6. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 71
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 72
15
1. INTRODUÇÃO
1.1 Nutrigenômica: disciplina genômica de vertente nutricional
Com a conclusão do Projeto Genoma Humano (PGH), cujo objetivo foi seqüenciar
todo nosso material genético, muitos estudos têm sido realizados com a finalidade de elucidar
as funções dos genes e suas interações com o meio ambiente (VENTER et al., 2001; KAPUT,
2008). Os genes podem ser definidos como unidades fundamentais da hereditariedade que
contêm informações para a produção das diferentes proteínas necessárias ao funcionamento
das células (ORDOVAS; CORELA, 2004; KAUWELL, 2005).
De acordo com os dados obtidos no PGH, estima-se que o genoma humano é
composto por cerca de 30 mil genes, que são responsáveis por produzir mais de 100 mil
proteínas diferentes (TRUJILLO; DAVIS; MILNER, 2006). O termo genoma refere-se ao
conjunto do material genético encontrado nos cromossomos de um organismo. Os seres
humanos apresentam normalmente 23 pares de cromossomos, dos quais 22 são autossômicos
e 1 é sexual (XX ou XY) ( KAUWELL, 2005; BEERY, 2008).
O PGH permitiu ainda identificar os polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs),
principais formas de variação genética entre os indivíduos (KAPUT; RODRIGUES, 2004).
Estes polimorfismos podem implicar na produção de proteínas com funções alteradas,
interferindo desse modo no balanço entre saúde e doença. SNPs podem influenciar na
resposta individual à alimentação. Dependendo do conjunto de SNPS herdados algumas
pessoas podem se tornar mais suscetíveis a certas doenças como, por exemplo, as do coração,
câncer, diabetes dentre outras (AFMAN; MULLER, 2006; TRUJILLO; DAVIS; MILNER,
2006).
No contexto da era do pós-genoma, surgiram as diferentes disciplinas “ômicas”
(GUTTMACHER; COLLINS, 2002; ORDOVAS; CORELA, 2004; KAUWELL, 2005,
MORENO; ONG, 2008; KAPUT, 2008), destacando-se a nutrigenômica, que busca investigar
quais são as influências dos nutrientes e compostos bioativos dos alimentos na forma como os
genes se expressam e como variações no genoma influenciam a forma pela qual o individuo
responde à dieta (GILLIES, 2003; GERMAN, 2005).
16
Segundo Kaput e Rodrigues (2004), os conceitos da nutrigenômica podem ser
resumidos da seguinte forma:
A dieta age no genoma humano de forma direta ou indireta alterando a
estrutura e expressão dos genes;
Em certas circunstâncias, para alguns indivíduos a dieta pode ser um sério fator
de risco para diferentes doenças;
Alguns genes regulados pela dieta podem ter papel na incidência, progressão e
na severidade de doenças crônicas;
O grau com que a dieta influência o equilíbrio entre saúde e doença pode
depender da composição genética;
Intervenção dietética baseada na compreensão das necessidades nutricionais e
no genótipo pode ser usada para prevenir, inibir e mitigar doenças.
Apesar dos seres humanos apresentarem características distintas quanto ao peso,
altura, cor da pele e cabelo, ou seja, fenótipos bem variados, o seu DNA tem semelhança de
99,9%. Assim essa pequena variação de 0,1% na seqüência dos genes tem papel importante na
diferenciação de uma pessoa para outra e na suscetibilidade a doenças (KAPUT;
RODRIGUES, 2004). Neste contexto os nutrientes podem desencadear efeitos moleculares
benéficos ou não, sendo estas ações dependentes da composição genética individual e de
quais genes apresentam sua atividade alterada (HIRSCH; EVANS, 2005).
Além dos polimorfismos, outros fatores como os ambientais também exercem
influências na expressão dos genes como, por exemplo, medicamentos, poluentes, estresse e
inclusive a alimentação (ORDOVAS; CORELA, 2004). Considerando que os alimentos
representam o fator ambiental ao qual estamos constantemente expostos, destaca-se que são
os hábitos alimentares os principais responsáveis pela alteração na expressão dos genes
(ORDOVAS; CORELA, 2004; FERGUSON et al., 2007).
As recomendações nutricionais futuras com base no genótipo de cada pessoa deverão
ser ótimas para a redução do risco dessas doenças e promoção da saúde (ORDOVAS;
CORELA, 2004). Nesse contexto, diferentes organizações têm elaborado recomendações
nutricionais visando a redução do risco de doenças como as cardiovasculares, câncer e
diabetes (ORDOVAS; CORELA, 2004). Entretanto, destaca-se que nem todos se
beneficiariam da mesma forma de tais recomendações, uma vez que seu estabelecimento não
17
levou em conta as profundas diferenças que os indivíduos apresentam na resposta à dieta
(ORDOVAS; CORELA, 2004; KAPUT, 2008).
Dessa forma o objetivo da nutrigenômica é estabelecer no futuro dietas personalizadas
com base no genótipo, para promover a saúde e reduzir o risco de doenças crônicas não
transmissíveis (FERGUSON et al., 2007; FIALHO; MORENO; ONG, 2008; KAPUT, 2008;
DEBUSK, 2009 ).
1.2 Nutrigenômica e Câncer
O câncer pode ser definido como uma doença provocada por alterações genéticas que
favorecem a perda de controle e funções celulares, permitindo o crescimento descontrolado e
desordenado das células (PAUL, 2005; BÉLIVEAU; GINGRAS, 2007). Isso ocorre devido a
mutações somáticas em genes que controlam o ciclo de proliferação celular como os
protooncogenes, que estimulam o processo de divisão celular, e nos genes supressores de
tumor que inibe o processo de divisão celular (CHESSON; COLLINS, 1997; RIVOIRE et al.,
2001; WARD, 2002). Os protooncogenes, quando sofrem mutações, tornam-se oncogenes e
causam multiplicação celular excessiva, enquanto os genes supressores contribuem para o
desenvolvimento do câncer quando são inativados (RIVOIRE et al., 2001).
Muitos estudos apontam o fator ambiental como principal causador de danos no DNA,
destacando-se os hábitos alimentares e estilo de vida como um dos principais fatores (FOGG-
JOHNSON; KAPUT, 2003; JOHNSON, 2004; HSU et al., 2009). Vida sedentária, tabagismo,
poluição, consumo de álcool em excesso, vírus, alimentação com baixo consumo de frutas,
verduras e legumes estão associados a diversos tipos de câncer (NEPOMUCENO, 2005).
Alimentação rica em gorduras e açucares e pobres em fibras e vegetais está associada,
por exemplo, ao câncer de cólon (ILIAS, 2006). Com a introdução da industrialização houve
muitas mudanças na forma de disponibilização dos alimentos; as farinhas, por exemplo, para
fazer pães e massas são extremamente refinadas e suas fibras são removidas (BÉLIVEAU,
GINGRAS, 2007). A iniciação do câncer de cólon pode ser evitada por ingestão adequada de
frutas, legumes e verduras frescas, bem como de grãos integrais (HAAS et al., 2007). dieta
rica em sal e alimentos que contém conservantes como nitrito e nitrato está associada ao
câncer de estomago (ABREU, 1997; HSU et al., 2009).
18
Outro fator de risco para o desenvolvimento do câncer é a exposição aos
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP), como o benzo[a]pireno, que podem ser
encontrados na poluição ambiental, fumaça do cigarro e em carnes com superfície
chamuscadas ou queimadas como, por exemplo, durante preparo de hambúrguer e churrascos
(RIBARREN et al., 1999; KAZEROUNI et al., 2001; GUO et al., 2009). Os HAP podem
provocar danos no DNA, favorecendo o desencadeamento de diversos tipos de câncer como,
por exemplo, o de pulmão, mama e inclusive de fígado (SILVA et al., 2007; GUO et al.,
2009).
Em determinados alimentos são encontrados importantes compostos que auxiliam na
destoxificação dos componentes cancerígenos (ZHANG; THAG; GONZALES, 2003). Os
alimentos que merecem destaque nesse sentido são os da família das crucíferas, que
compreende o brócolis, couve de bruxelas, couve flor e repolho (CLARKE et al., 2008).
Durante o processo de mastigação do brócolis, pela ação da mirozinase, a
glicorafanina presente neste legume se transforma em sulforafano, uma importante molécula
anticarcinogênica (SHAPIRO et al., 2001; BÉLIVEAU; GINGRAS, 2007). O sulforafano
favorece a eliminação de toxicantes como o benzo[a]pireno (BÉLIVEAU; GINGRAS, 2007).
Mais precisamente o sulforafano atuaria ativando a quinase JNK, que passaria a
fosforilar o fator de transcrição NRF2 que se encontra associado a proteína KEAP1 no
citoplasma. Após a fosforilação de NRF2, este se desliga da proteína KEAP1 e se transloca
para o núcleo induzindo a expressão do gene para enzima glutationa S-trasferase (ALBENA et
al., 2007; LAMPE, 2009). Glutationa S- transferases consistem em enzimas produzidas por
diferentes classes de genes, como , , e que apresentam capacidade de eliminar
componentes que causam danos no DNA, como por exemplo, os HAP contribuindo dessa
forma para proteção contra agentes que poderiam induzir o desenvolvimento do câncer
(GUEMBAROVSKI; CÓLUS, 2001).
Algumas pessoas parecem ter risco aumentado para o desenvolvimento do câncer, por
apresentarem polimorfismos em genes que codificam a enzima glutationa S-transferase,
provocando acumulo de agentes que induzem danos no DNA (NEBERT, 1991; RAUNIO et
al., 1995). Para essas pessoas o consumo de crucíferas aumentaria o poder de indução dessas
enzimas inibindo o processo de ativação dos carcinógenos (YOUNG-SAM; WHO-SHIK;
KONG, 2004).
19
1.3 Divulgação científica da nutrigenômica
Por ser a nutrigenômica uma disciplina científica relativamente recente - a primeira
menção do termo na literatura ocorreu apenas em 1999, em publicação do periódico Science
(DELLAPENNA, 1999) - observa-se ser ainda limitado entre a população, inclusive entre
profissionais com formação universitária, o conhecimento a respeito de seus princípios,
benefícios potenciais e limitações (SLAMET-LOEDIN ; JENIE, 2007).
No caso específico de profissionais da área da alimentação e nutrição e da saúde,
apesar de terem tido acesso ao ensino universitário, esses relatam dificuldades para
compreender os princípios da nutrigenômica (ROSEN et al., 2006). Isso pode estar
relacionado a fatores como ausência do tema em grades curriculares, falta de docentes com
formação na área e, além disso, percepção de que a nutrigenômica represente disciplina
complexa (MCCARTHY et al., 2008). Faz-se necessário que tais profissionais adquiram
conhecimentos a respeito da nutrigenômica, de modo a incorporar aspectos genéticos e
genômicos da nutrição na prática clínica, educacional e de pesquisa (ENGLER, 2009).
Entretanto, o ensino de nutrigenômica para profissionais apresenta desafios uma vez que o
conhecimento a respeito de nutrição e genética varia amplamente entre diferentes grupos
(MORIN, 2009).
Estudo a respeito do conhecimento de profissionais canadenses da área da saúde sobre
nutrigenômica revelou que nutricionistas, médicos e farmacêuticos consideravam seu
conhecimento limitado e ressaltavam a necessidade de material educativo sobre o tema
(MORIN, 2009). Os livros-texto disponíveis sobre nutrigenômica consistem em sua maioria
de contribuições de diversos autores da área e têm como público-alvo pesquisadores. Seu uso
como material de referência introdutório ao tema é, nesse sentido, limitado (BUSSTRA et al.,
2007).
Dentre as diferentes alternativas para ampliar o conhecimento de profissionais a
respeito dos aspectos genômicos da nutrição, destaca-se o uso de ferramentas tutoriais, cuja
distribuição online possibilitaria acesso de número amplo de usuários (MCCARTHY et al.,
2008). O desenvolvimento de material educativo digital tem sido recomendado para ensino da
nutrigenômica para grupos heterogêneos (BUSSTRA et al., 2007). São considerados
complexos conceitos moleculares e genéticos necessários à compreensão da nutrigenômica.
Neste caso o uso do computador mediado por diferentes mídias poderia favorecer a
20
compreensão, por exemplo, dos aspectos moleculares envolvidos na relação nutrição e câncer
(KOHLMEIER et al., 2000).
1.4 Uso do computador no ensino
Com a introdução do computador na educação ocorreram mudanças na maneira de
ensinar e aprender (VALENTE, 2000). O computador passou a ser um meio de ensino muito
importante e tem acelerado o desenvolvimento do aprendizado possibilitando a utilização de
conteúdos didáticos estruturados e mais organizados (GAZZONI; CANAL; FALKEMBACH,
2006). Escolas e universidades têm utilizado o computador como ferramenta pedagógica com
objetivo de facilitar a compreensão dos alunos sobre assuntos considerados complexos como
o câncer (BOKHOLT; WEST, 2003).
O ensino através do computador pode ser visto segundo Galembeck (1999), atras de
duas visões: uma é a utilização do computador como ferramenta de ensino, proporcionando o
aprendizado. Na outra visão do ensinar através do computador, este deveria ser um elemento
do cotidiano dos estudantes trazidos para a sala de aula, aproximando os professores e alunos
através da mediação da informática.
Valente (2008) relata que o uso inteligente do computador é fundamental para
provocar mudanças na abordagem pedagógica e para tornar mais eficiente o processo de
transmissão de conhecimento e divulgação cientifica de conteúdos novos. Diversas
alternativas para a aprendizagem surgiram com a utilização do computador na educação
como, por exemplo, a consulta de informações distribuídas pela internet e o uso de materiais
educativos (EICHLER; PINO, 2000).
A internet é uma ferramenta que pode ser utilizada na educação com finalidade de
complementar os conteúdos realizados em sala de aula tornando o aprendizado mais ativo
(NUNES, 2006). Na internet encontram-se diversos tipos de aplicações educacionais como
por exemplo as atividades de apoio ao ensino (VALENTE, 2002; CANABARRO; RAMOS,
2003; MORAN, 1997; MORAN, 2000; MORAN, 2008). O professor pode ministrar sua
aula e a partir do conhecimento estruturado pelo professor o aluno pode recorrer a recursos da
internet para aprofundar seus conhecimentos e trazer temas de novas abordagens para ser
discutido em sala de aula (MORAN, 2008). As informações chegam até os alunos, de forma
muitas vezes acelerada e devido a essas mudanças na educação o professor teve que
21
desenvolver estratégias para ministrar sua aula com finalidade de suprir a demanda de
informações (ALMEIDA, 2008).
Uma tese de Settin (2004) sobre elaboração, aplicação e avaliação de um curso a
distância para pré-vestibulandos com ênfase em ensino de biologia, mostra que a educação
através do apoio da internet pode complementar os estudos dos alunos de forma positiva.
Nesse caso, Settin introduziu, paralelamente ao currículo tradicional em uma escola da cidade
de Campinas, assuntos relacionados a gene e genoma, temas que estavam em evidência na
mídia e que eram importantes para os alunos que iriam prestar vestibulares. A introdução da
tecnologia teve como um dos objetivos complementar o ensino convencional oferecendo ao
aluno uma grande variedade de informação contribuindo para a construção da autonomia.
Outra forma de complementar o ensino e aprendizagens dos estudantes são os
materiais educativos que segundo Canabarro e Ramos (2003) é todo aquele programa que
pode ser usado com objetivo educacional. Vale lembrar que material educativo, software
educacional, aplicativos educacionais, material educacional, material didático na forma
eletrônica, material didático digital são sinônimos (FALKEMBACH, 2005). Para que o
material educativo desempenhe seu papel educacional é necessário que sua qualidade e
pertinência pedagógica sejam previamente avaliadas de modo que atenda as áreas de
aplicação (CANABARRO; RAMOS, 2003; JUCÁ, 2006).
Canabarro e Ramos (2003) ressaltam que professores poderiam passar de meros
utilizadores de materiais educativos a produtores; dessa forma poderiam atender as
necessidades de seus alunos de forma mais eficiente. Para criação do material educativo não
se faz necessário a utilização de laboratórios de ultima geração, softwares de difícil
manipulação e profissionais de alta competência tecnológica para manipular os softwares
(CANABARRO; RAMOS, 2003). O programa Microsoft PowerPoint é um exemplo de
software de fácil manipulação que pode ser utilizado para construir material educativo
utilizando diferentes dias presentes no software (CANABARRO; RAMOS, 2003;
FALKEMBACH, 2005).
22
1.5 O uso das animações na promoção da aprendizagem e divulgação cientifica
As novas tecnologias como os vídeos são ferramentas que estão sendo muito utilizadas
nos dias atuais na educação e para divulgação cientifica de temas novos, por apresentarem um
grande poder na comunicação, e como facilitadores na compreensão de conteúdos onde as
informações foram obtidas inicialmente por meio de textos (AMARAL; SOUZA, 2008).
O vídeo ajuda o professor a atrair o seu aluno sem modificar a relação pedagógica. Para
os alunos o uso do vídeo significa momento de descanso e lazer, modificando a postura diante
do modo de aprendizado (MORAN, 1995). O vídeo transmite de forma mais ágil as
informações que estão presentes nos textos (AMARAL; SOUZA, 2008). Através das
ilustrações presentes nos vídeos consegue-se melhorar a percepção de conteúdos que foram
obtidos em sala de aula e compor cenários que não foram eventualmente entendidos pelos
alunos (MORAN, 1995). A interação com diferentes dias (sons, imagens e vídeos) permite
que as informações fiquem armazenadas na memória através de vivencias que vão sendo
incorporadas (KENSK, 2005).
Falkembach e Caetano (2008) mencionam que os vídeos podem estimular a pesquisa,
incentivar o compartilhamento de experiências, desenvolver competências individuais e
possibilitar o trabalho em grupo. Segundo Moran (1995) o vídeo tem uma dimensão moderna
e lúdica. Uma dimensão moderna, pois é um meio de comunicação que integra várias
linguagens. Lúdica, pois permite brincar com a realidade, e mostrá-la onde quer que seja
necessário ou desejável.
De acordo com Amaral; Souza; Colombo (2006), o vídeo deveria ser incorporado no
currículo escolar e para que aconteça esta incorporação é necessário que haja uma superação
da comunidade que ainda apresenta resistência na utilização dessa nova tecnologia como meio
de complementação e reforços dos conteúdos ministrados em sala de aula.
Animações representam especificamente recursos pedagógicos cujo uso tem sido
estimulado (STITH, 2004), especialmente para o ensino de conteúdos da área de genômica
(CHATTOPADHYAY, 2005). Essa ferramenta permite maior eficácia para o ensino de
eventos dinâmicos, quando comparadas a imagens estáticas. A visualização de animações
auxilia o aluno na compreensão de processos complexos, ao permitir que conceitos abstratos
sejam convertidos em objetos visuais específicos, que podem ser manipulados (MCLEAN et
al., 2005). A integração de diferentes mídias (som, texto, imagem e animações) permite
promover situações estimulantes para o usuário, não apenas despertando sua atenção, mas
23
mantendo-a ao longo de sua interação com o material educativo digital (TEIXEIRA;
BRANDÃO, 2003; O´DAY, 2006). Além disso, a disponibilização das animações livremente
na internet permite maior acesso ao material educativo digital.
24
2. OBJETIVO
Desenvolvimento de material educativo digital intitulado “Fundamentos da
Nutrigenômica”, baseado nas animações modulação da expressão gênica por nutrientes e
compostos bioativos dos alimentos” e “nutrigenômica e redução do risco de câncer, para
divulgação científica da nutrigenômica para profissionais da área da alimentação e nutrição e
da saúde.
25
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Material
As animações foram produzidas em computador tipo “desktop”, utilizando-se os
programas PowerPoint 2007 (Microsoft® Office Standard 2007) e o E.M PowerPoint Vídeo
Converter (EffectMatrix Inc).
3.2 Métodos
Para desenvolver o material educativo digital, foi utilizado esquema proposto por
Falkembach (2005), que se divide nas seguintes etapas: Análise e Planejamento; Modelagem;
Implementação; Avaliação e Manutenção; Distribuição.
3.2.1 Análise e Planejamento
Nessa fase do desenvolvimento do material educativo digital foi considerado o
produto a ser desenvolvido. Mais especificamente, foram definidos os temas e avaliados
aplicações similares e os recursos disponíveis. Além disso, estabeleceram-se os objetivos,
público alvo, bem como a forma, local e momento em que o material será utilizado.
26
3.2.2 Modelagem
Nessa etapa foi criado o modelo conceitual e de interface da aplicação hipermídia
(animações, sons e imagens). O modelo conceitual contemplou aspectos como o conteúdo em
si e forma de sua disponibilização.
Foi detalhada a distribuição do conteúdo em unidades e definidas as formas pela quais
as unidades serão exibidas. Além disso, foram estabelecidas as mídias a serem utilizadas e a
forma pela qual o usuário irá interagir com o material educativo digital.
A seqüência de eventos nas animações foi definida por meio de “storyboards”. Os
storyboards são ferramentas utilizadas no desenvolvimento de quadros que compõem uma
animação representando o esboço do modelo de uma aplicação, que podem ser criados
utilizando o PowerPoint ou simplesmente por meio de desenho feito a mão (FALKEMBACH,
2005). Os procedimentos para delineamento dos “storyboards” e produção das animações
foram baseados nas recomendações de O’Day 2006 e Falkembach, 2005. O conteúdo das
animações inclui, por exemplo, temas modulação da expressão gênica por nutrientes e
compostos bioativos dos alimentos” e “nutrigenômica e redução do risco de câncer”.
3.2.3 Implementação
Nessa etapa, foram produzidas e digitalizadas as mídias. Com base nos esquemas do
modelo de navegação (conteúdo estático) e “storyboards” das animações “modulação da
expressão gênica por nutrientes e compostos bioativos dos alimentos” e “nutrigenômica e
redução do risco de câncer”, foram produzidos os slides no programa de autoria PowerPoint
2007. Após a conclusão dessa etapa, os slides referentes às 2 animações foram então
exportados para o programa E.M PowerPoint Vídeo Converter e convertidos em arquivos de
vídeo (AVI), dando origem às animações, que podem ser visualizadas no programa Windows
Media Player (Microsoft). O arquivo PowerPoint contendo o conteúdo estático
(Fundamentos_da_Nutrigenômica.ppt) e os arquivos contendo as 2 animações
(Expressão_gênica_nutrientes.ppt e Nutrigenômica_redução_risco_cancer.ppt) foram
gravados em CD-ROM (Anexo A).
27
3.2.4 Avaliação e Manutenção
Para avaliação do material educativo digital foram convidados a utilizar e avaliar o
material educativo digital profissionais de ambos os sexos, com idade mínima de 18 anos,
matriculados ou não em Programas de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo das áreas
da Alimentação e Nutrição e da Saúde. Os critérios de não-inclusão foram idade menor que
18 anos e já ter cursado a disciplina NHA5705 “Fundamentos da biologia molecular
aplicados à nutrição humana” oferecida no âmbito dos Programas de Pós-Graduação em
Ciência dos Alimentos (FCF-USP) e Interunidades em Nutrição Humana Aplicada (FCF,
FEA e FSP-USP).
Dentre os 20 participantes do estudo, 9 encontravam-se matriculados na disciplina
NHA5705 “Fundamentos da biologia molecular aplicados à nutrição humana”. Esses foram
devidamente informados de que a participação ou não da pesquisa não implicaria em qualquer
impacto na nota final na disciplina. Independentemente de aceitar participar da avaliação do
material educativo digital, todos os alunos receberam o CD-ROM (ANEXO A) contendo o
mesmo. O CD-ROM foi entregue aos alunos no dia de aula da disciplina. Esses puderam
utilizar o material educativo digital livremente durante 5 dias, de acordo com sua
conveniência. Os demais participantes puderam utilizar o material durante período de 1
semana, também de acordo com sua conveniência. Todos os participantes foram informados
do objetivo do estudo e instruídos quanto à utilização do material educativo digital. Mais
especificamente, foram informados de que deveriam iniciar o uso do material por meio de
arquivo PowerPoint contendo o conteúdo estático (Fundamentos_da_Nutrigenômica.ppt).
Foram, ainda, informados de que a indicação para uso dos dois arquivos de vídeo
(Expressão_gênica_nutrientes.ppt e Nutrigenômica_redução_risco_cancer.ppt) estaria
sinalizada em dois slides desse arquivo PowerPoint. Além disso, a dispensa de Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido para o estudo em questão pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP foi, também, devidamente
informada (Protocolo CEP, 546; ANEXO B).
Após a utilização do material, todos participantes entregaram questionário (ANEXO
C), baseado em um previamente utilizado por Yokaichiya et al. (2000) para avaliação de
software educacional sobre radicais livres junto a alunos de graduação. Os participantes
forneceram no presente estudo informações referentes a sua formação universitária, curso de
Pós-Graduação e idade. Foram indagados se suas informações sobre nutrigenômica eram:
28
Insignificantes, Decorrentes de informações veiculadas pela mídia (revistas, jornais, TV),
provenientes de revistas de divulgação científica, Resultantes de disciplinas cursadas na
Universidade, Resultantes de cursos de educação continuada, Resultantes de palestras e/ou
conferências científicas, ou Originadas de outras fontes de informação. Além disso,
responderam às seguintes afirmações: (1) O material educativo digital é de fácil manuseio (2)
A utilização desse tipo de recurso tem vantagens sobre textos (3) O material educativo digital
trouxe conhecimentos novos sobre Nutrigenômica, (4) Os conceitos estão expostos de forma
clara, (5) Meus conhecimentos anteriores foram suficientes para aprender com o material
educativo digital, (6) Os textos estão redigidos com clareza, (7) As animações auxiliam a
compreender os fenômenos exibidos, (8) Aprendi bastante sobre os fundamentos da
Nutrigenômica com o material educativo digital. As respostas possíveis para cada afirmação
eram as seguintes: “Concordo fortemente”, “Concordo”, “Indeciso”, “Discordo” ou “Discordo
Fortemente”. Além disso, caso o participante tivesse interesse, poderia registrar em campo
específico do formulário suas críticas e sugestões a respeito do material educativo digital.
29
4. RESULTADOS
4.1 Desenvolvimento do material educativo digital “Fundamentos da Nutrigenômica”
O material educativo Fundamentos da Nutrigenômica foi desenvolvido utilizando-se
texto, som, imagem e animação (ANEXO A, encontra-se no CD-ROM). Esse é composto por
um arquivo PowerPoint que contém o conteúdo estático, bem como por duas animações em
arquivos (AVI).
4.1.2 Desenvolvimento do conteúdo estático
O conteúdo estático do material educativo digital foi desenvolvido no programa
PowerPoint 2007 e se encontra apresentado em slides. A Figura 1 apresenta a tela de abertura
do material educativo digital. Após a tela de abertura do material educativo digital, seguem-se
slides com os seguintes conteúdos: O que é nutrigenômica (Figura 2), “Como nosso
genoma funciona (Figuras 3 e 4), “A alimentação afeta o funcionamento do genoma (Figura
5), “Nutrigenômica e redução do risco de câncer (Figuras 6-8) e Sites de nutrigenômica
recomendados (Figura 9).
30
Figura 1: Tela de abertura do material educativo digital “Fundamentos da Nutrigenômica”.
Figura 2: Tela do item “O que é nutrigenômica?
31
Figura 3: Tela do item como nosso genoma funciona?
Figura 4: Tela do item como nosso genoma funciona?
32
Figura 5: Tela do item a alimentação afeta o funcionamento do genoma.
Figura 6: Tela do item nutrigenômica e redução do risco de câncer.
33
Figura 7: Tela do item nutrigenômica e redução do risco de câncer.
Figura 8: Tela do item nutrigenômica e redução do risco de câncer.
34
http://nutrigenomics.ucdavis.edu/
http://www.nugo.org/everyone
http://www.nutrigenomicabrasil.org/
http://www.biotechlearn.org.nz/
Sites Recomendados:
Figura 9: Sites recomendados.
4.1.3 Desenvolvimento das animações
4.1.3.1 Animação Modulação da expressão gênica por nutrientes e compostos bioativos
dos alimentos
A animação modulação da expressão gênica por nutrientes e compostos bioativos dos
alimentos apresenta aspectos básicos do processo de expressão gênica, ilustrando
componentes do processo como cromossomos, genes, transcrição, tradução, regiões
regulatórias (promotores) e codificadores no DNA, fatores de transcrição, RNA, códon,
ribossomos e proteínas (KAUWELL, 2005). Além disso, apresenta também a forma pela qual
nutrientes e compostos bioativos dos alimentos afetam de forma direta ou indireta a
transcrição do DNA em RNA (KAPUT; RODRIGUEZ, 2004). O “storyboard” no qual essa
animação se baseou encontra-se apresentado na Figura 10. Exemplos de “slides”, gerados a
partir desse “storyboard” e utilizados para a produção dessa animação, encontram-se
apresentados nas Figuras 11-23.
35
Figura 10: Storyboard da animação modulação da expressão gênica por nutrientes e compostos
bioativos dos alimentos.
Animação
Modulação da expressão nica por
nutrientes e compostos bioativos dos
alimentos
Autores:
Roberta Saraiva Giroto Patrício
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos
da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP
Prof. Dr. Thomas Prates Ong
Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP
Figura 11: Slide da tela de abertura da animação “modulação da expressão gênica por nutrientes e
compostos bioativos dos alimentos”.
36
Núcleo.
Citoplasma.
Figura 12: Slide mostra o núcleo e o citoplasma celular.
2
31 4 5 6
7 8 9 10 11 12
13 14 15 16
17 18
19
20 21 22 23
Figura 13: Slide que informa que humanos apresentam normalmente 22 pares de cromossomos
autossomos e 1 sexual.
37
16
Figura 14: Slide que destaca um cromossomo.
Nos cromossomos
estão distribuídos os
cerca de 25.000 genes
que comem o genoma
humano.
Gene 1
Gene 2
Gene 3
Figura 15: Slide que informa que nos cromossomos estão distribuídos os cerca de 25 mil genes que
compõem o genoma humano.
38
ACCTTCGGGGCGGGCTTCCCCCCCGTCCGTCGG
Gene 1
Gene 2
Gene 3
rego promotora
rego codificadora
Figura 16: Slide que apresenta a localização da região promotora e codificadora de um gene.
A primeira etapa do processo
de expressão gênica é a
transcrição do DNA em
RNA.
ACAGTACGACCGGATC
Figura 17: Slide que apresenta a etapa de transcrição do processo de expressão gênica.
39
FT
ACAGAUGCUGGCCUA
RNApol
ACAGTACGACCGGATC
Figura 18: Slide que apresenta a ativação da região promotora por um fator de transcrição (FT), com
transcrição da região codificadora do DNA em RNA, pela ação da enzima RNA polimerase
(RNApol).
AUG CUG GCC UAG
UAG é um códon de parada e
sinaliza o término da etapa de
tradução.
Aminoácido
1
Aminoácido
2
Aminoácido
3
Figura 19: Slide que ilustra que a etapa de tradução do RNA em proteína envolve a leitura dos códons
nos ribossomos.
40
Aminoácido
1
Aminoácido
2
Aminoácido
3
Proteína
Figura 20: Slide que ilustra a produção de proteína na etapa de tradução.
Figura 21: Slide que ilustra composto bioativo (representado por um triângulo vermelho) fornecido
por diferentes alimentos de origem vegetal.
41
ACAGTACGACCGGAT
Transcrição.
RNApol
FT
Figura 22: Slide que ilustra ativação direta de fator de transcrição (FT) por composto bioativo dos
alimentos (representado por um triângulo vermelho).
ACAGTACGACCGGAT
P
P
FT
P
Figura 23: Slide que ilustra ativação indireta de fator de transcrição (FT) por composto bioativo dos
alimentos (representado por um triângulo vermelho). Nesse exemplo, o composto bioativo exerce sua
ação interferindo em vias de sinalização celular.
42
ACAGTACGACCGGAT
O fator de transcrição
fosforilado ativa-se e
transloca-se do citoplasma
para o núcleo celular.
P
P
FT
P
Figura 24: Slide que ilustra a ativação indireta de fator de transcrição (FT) (representado por um
circulo verde) pelo composto bioativo dos alimentos.
ACAGTACGACCGGAT
No núcleo, o fator de
transcrição ativo associa-se a
região promotora do gene e
induz sua transcrição.
P
P
FT
P
Figura 25: Slide que ilustra a ligação do composto bioativo do alimento na região promotora do gene.
43
Transcrição.
ACAGTACGACCGGAT
FT
P
RNApol
Figura 26: Slide que ilustra a transcrição do gene através da ligação da enzima RNA pol na região
codificadora do gene.
AUGCUGGCCUA
Seguida pela etapa de
tradução.
ACAGTACGACCGGAT
Figura 27: Slide que ilustra a etapa de tradução do gene.
44
Proteína
Tradução
ACAGTACGACCGGAT
Figura 28: Slide que ilustra a etapa de tradução em proteína.
A partir da seqüência de slide que incluem aqueles apresentados nas Figuras (11-28),
produziu-se o arquivo de vídeo contendo a animação Modulação da expressão gênica por
nutrientes e compostos bioativos dos alimentos” (Anexo A, encontra-se no CD-ROM)
4.1.3.2 Animação Nutrigenômica e redução do risco de câncer
A animação “Nutrigenômica e redução do risco de câncer” apresenta fatores de risco
para o câncer, como radiação solar, rus e carcinógenos químicos. Destaca-se nesse sentido
carcinógeno químico representado pelo benzo[a]pireno, presente na fumaça do cigarro,
poluição ambiental e carnes submetidas a altas temperaturas (hambúrgueres), que pode
induzir mutações nos genes, resultando na produção de proteínas alteradas que promovem o
crescimento descontrolado das células e contribuindo para o desenvolvimento do câncer
(BÉLIVEAL; GINGRAS, 2007). Além disso, destaca-se a importância do consumo de
alimentos como frutas, legumes e verduras para a redução do risco de câncer
(NEPOMUCENO, 2005). Nesse sentido, apresenta-se o exemplo do sulforafano composto
bioativo oriundo do brócolis, que pode contribuir para inibição do desenvolvimento do câncer
45
através da produção da enzima glutationa S-transferase (CHEN; KONG, 2005). Essa enzima
tem como função eliminar do organismo os compostos considerados carcinogênicos como,
por exemplo, o benzo[a]pireno encontrados na poluição ambiental, fumaça do cigarro e carnes
submetidas a altas temperaturas. Na animação, ilustra-se a forma, no caso indireta, pela qual o
sulforafano induz a expressão do gene para essa enzima de destoxificação (ALBENA et al.,
2007; LAMPE, 2009). O “storyboard” no qual essa animação se baseou encontra-se
apresentado na Figura 29. Exemplos de “slides”, gerados a partir desse “storyboard” e
utilizados para a produção dessa animação, encontram-se apresentados nas Figuras 30-52.
Figura 29: “Storyboard da animação “nutrigenômica e redução do risco de câncer.
46
Animação
Nutrigenômica e
redução do risco de câncer
Autores:
Roberta Saraiva Giroto Patrício
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos
da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP
Prof. Dr. Thomas Prates Ong
Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP
Figura 30: Slide da tela de abertura da animação “Nutrigenômica e redução do risco de câncer”.
Física
Figura 31: Slide que apresenta fator de risco de natureza física (raios UV proveniente do sol) para o
câncer.
47
Biológica
Vírus
Figura 32: Slide que apresenta fator de risco de natureza biológica (vírus) para o câncer.
Hidrazinas Nitrosaminas
Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos
H
N
H
N
H H
R1
N
R2
N
O
Carcinógenos químicos
Os carcinógenosquímicos
podem ser encontrados na
poluição ambiental,fumaça
do cigarro e em carnes
submetidas a altas
temperaturas como, por
exemplo,hamrgueres.
Figura 33: Slide que apresenta fator de risco de natureza química (carcinógenos) para o câncer.
48
Figura 34: Slide que apresenta fontes em que o carcínógeno benzo[a]pireno pode ser encontrado.
ACTGGAGTACCG
DNA
TACGACCGGATC
Figura 35: Slide que mostra o benzo[a]pireno promovendo mutação no DNA.
49
ACTGGAGTACCG
DNA
TACGTCCGGATC
Figura 36: Slide que mostra o benzo[a]pireno promovendo a troca da base do DNA A (adenina ) por
T (timina).
RNApol
TACGTCCGGATC
Figura 37: Slide que ilustra a ligação da enzima RNA polimerase (RNApol) ao gene mutado.
50
RNApol
TACGTCCGGATC
AUGCAGGCCUAG
Figura 38: Slide que ilustra a transcrição do DNA mutado.
Aminoácido
1
Códon
Códon
com
mutação
pontual
Códon Códon
AUG CAG GCC UAG
Figura 39: Slide que mostra a leitura do códon com alteração em uma base, na etapa de tradução.
51
Aminoácido
1
Aminoácido
2
Aminoácido
3
Proteína
com função
alterada
Caso essa proteína com
função alterada participe
docontrole da divisão da
lula, uma conseência
podeser a sua
proliferão anormal,
favorecendo o aparecimento
do câncer.
Figura 40: Slide que mostra que a alteração na seqüência de aminoácidos gera proteína com função
alterada, que pode induzir a proliferação celular descontrolada e, com isso, o desenvolvimento
tumoral.
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Protna
Proteína
Proteína
Protna
Proteína
Proteína
Câncer
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Proteína
Figura 41: Slide que mostra o desenvolvimento do câncer.
52
Frutas e hortaliças
apresentam compostos
bioativos capazes de
estimular a expressão de
genesimportantes para a
reduçãodo riscode câncer.
Figura 42: Slide que mostra que frutas, verduras e legumes apresentam compostos bioativos capazes
de estimular a expressão de genes importantes para a redução do risco de câncer.
S
C
N
H3C
S
O
Figura 43: Slide que destaca o sulforafano, composto bioativo oriundo do brócolis.
53
C
N
H3C
S
O
S
NRF2
Figura 44: Slide que ilustra a iniciação da ativação indireta de fator de transcrição pelo sulforafano
C
N
H3C
S
O
S
NRF2
Figura 45: Slide que ilustra a cascata de ativação indireta do fator de transcrição NRF-2 pelo
sulforafano.
54
C
N
H3C
S
O
S
ACAGTACGACCGGATC
NRF2
P
Figura 46: Slide que ilustra o fator de transcrição NRF2 ativo ligado à região promotora do gene.
ACAGTACGACCGGATC
NRF2
RNApol
AUGCUGGCCUA
RNA
P
Figura 47: Slide que ilustra a ativação da transcrição pelo fator de transcrição NRF2.
55
A glutationa-S-transferaseé
uma enzima capaz de
conjugar uma molécula de
glutationaao benzopireno.
Glutationa-S-transferase
Figura 48: Slide que ilustra que a ativação do fator de transcrição NRF2 pelo sulforafano resulta na
indução da expressão do gene para a enzima glutationa-S-transferase.
Glutationa-S-transferase
Glutationa
Figura 49: Slide que ilustra que a glutationa S-transferase conjuga molécula de glutationa à molécula
de benzopireno.
56
Glutationa
Essa reação torna o
benzopireno hidrossolúvel,
facilitando a sua excreção
através da urina e fezes.
Figura 50: Slide que informa que a conjugação com molécula de glutationa torna o benzopireno
hidrossolúvel, facilitando sua excreção através da urina e fezes.
Glutationa
.
Excreção via
urina e fezes
A destoxificaçãodo
benzopirenoé uma forma de
se proteger o DNA contra
mutações e, com isso,
reduzir o risco de
desenvolvimento de câncer.
Figura 51: Slide que informa que destoxificação do benzopireno é uma forma de se proteger o DNA
contra mutações e, com isso, reduzir o risco de desenvolvimento de câncer.
57
O consumo regular defrutas
ehortaliças contribui para
reduçãodo riscode se
desenvolverncer devido
aos seus diferentes
compostos bioativos, que
são capazes de influenciar a
expressão de diferentes
genes.
Figura 52: Slide que informa que o consumo regular de frutas e hortaliças auxilia na destoxificação
de carcinógenos.
A partir dessa seqüência de slides, produziu-se o arquivo de vídeo contendo a
animação Nutrigenômica e redução do risco de câncer” (Anexo A, encontra-se no CD-
ROM).
4.2 Avaliação do material educativo digital “Fundamentos da Nutrigenômica”
A Tabela 1 apresenta informações a respeito da profissão e formação universitária dos
participantes do estudo. Observa-se que participaram da avaliação do material educativo
digital profissionais da área da alimentação e nutrição e da saúde, sendo a maioria de
nutricionistas. Além disso, a maior parte dos participantes cursava o mestrado e estava
vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos da FCF-USP. Os
resultados da avaliação encontram-se apresentados nas Figuras (53-56).
58
Tabela 1: Distribuição dos participantes (n = 20) de acordo com profissão e formação
universitária.
Participantes do estudo
n
%
Profissão
Nutricionista
10
50
Farmacêutico
Engenheiro de alimentos
Biólogo
Odontologista
Químico
Zootecnista
3
2
2
1
1
1
15
10
10
5
5
5
Formação universitária
Somente curso de graduação
2
10
Cursando mestrado
14
70
Cursando doutorado
3
15
Realizando estágio de Pós-doutorado
1
5
Vínculo com Programas de Pós-graduação
Ciência dos Alimentos (FCF-USP)
8
47
Interunidades em Nutrição Humana Aplicada (FCF, FEA, FSP USP)
3
17,6
Nutrição em Saúde Pública (FSP USP)
2
11,8
Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica (FCF-USP)
2
11,8
Microbiologia Agrícola (UFRGS)
1
5,9
Odontologia (FO-USP)
1
5,9
59
Como considera seu conhecimento sobre
nutrigenômica?
0%
20%
40%
60%
80%
100%
IS DM PRC RD RC RP OF
Respostas
Porcentagem das
Respostas
Resultados
Figura 53: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a questão Como considera
seu conhecimento sobre nutrigenômica?”. IS = Insignificante, DM = Decorrente de informações
veiculadas pela mídia, PRC = Proveniente de revistas de divulgação cientifica, RD = Resultante de
disciplina cursadas na universidade, RC = Resultante de cursos de educação continuada, RP =
Resultante de palestras e /ou conferencias cientificas, OF = Originada de outras fontes de informação.
De acordo com a Figura 53, a maior parte dos participantes informou que seus
conhecimentos sobre nutrigenômica eram provenientes de revistas de divulgação científica, de
disciplina cursada na universidade e palestras e/ou conferência científica. Além disso, uma
minoria relatou considerar insignificante seu conhecimento sobre a área.
Figura 54: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “O material
educativo é de fácil manuseio”. CF = Concordo fortemente, C = Concordo, I = Indeciso, D =
Discordo, DF =Discordo fortemente.
60
Figura 55: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “A utilização
desse tipo de recurso tem vantagens sobre textos”. CF = Concordo fortemente, C = Concordo, I =
Indeciso, D = Discordo, DF =Discordo fortemente.
Figura 56: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “O material
educativo digital trouxe conhecimentos novos sobre nutrigenômica”. CF = Concordo fortemente, C =
Concordo, I = Indeciso, D = Discordo, DF =Discordo fortemente.
61
Figura 57: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “Os conceitos
estão expostos de forma clara”. CF = Concordo fortemente, C = Concordo, I = Indeciso, D =
Discordo, DF =Discordo fortemente.
Figura 58: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “Meus
conhecimentos anteriores foram suficientes para aprender com o material educativo digital”. CF =
Concordo fortemente, C = Concordo, I = Indeciso, D = Discordo, DF =Discordo fortemente.
62
Figura 59: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação Os textos estão
redigidos com clareza”. CF = Concordo fortemente, C = Concordo, I = Indeciso, D = Discordo, DF
=Discordo fortemente.
Figura 60: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação Os textos estão
redigidos com clareza”. CF = Concordo fortemente, C = Concordo, I = Indeciso, D = Discordo, DF
=Discordo fortemente.
63
Figura 61: Distribuição das respostas dos participantes da pesquisa para a afirmação “Aprendi
bastante sobre os fundamentos da nutrigenômica com o material educativo digital”. CF = Concordo
fortemente, C = Concordo, I = Indeciso, D = Discordo, DF =Discordo fortemente.
De acordo com as Figuras 54-61, mais de 80% dos participantes assinalaram as
respostas concordo fortemente ou concordo para todas as afirmações realizadas em
relação ao material educativo digital. Em relação às respostas indeciso e discordo, essas
foram assinaladas por menos de 10% dos participantes e ocorreram apenas para as afirmações
que se referiam à vantagem do material educativo digital sobre textos e o fornecimento de
conhecimentos novos sobre nutrigenômica. Além disso, os participantes também puderam
manifestar, de forma espontânea, críticas comentários e/ou sugestões a respeito do material
educativo digital. Exemplos nesse sentido incluem:
1. Gostei muito do material.
2. Achei o material muito interessante e muito elaborado, apesar de desconhecer um
pouco a biologia molecular. Após assistir os vídeos consegui assimilar conceitos e aprendi os
princípios da nutrigenômica. Achei extremamente interessante o vídeo sobre o câncer e me
despertou interesse de me aprofundar mais no assunto. Parabéns pelo trabalho!.
3. Seria interessante aumentar o nível de interatividade com o aluno, pois da forma
como esta o aluno apenas assiste o vídeo e os slides, não existe interação. Ele não tem
autonomia para escolher um assunto ao qual gostaria de se aprofundar.
64
4. Gostei muito do material educativo digital e o considero de grande importância
pois facilita o aprendizado por meio das ilustrações e também fixa muito o aprendizado
Achei que o material foi montado de uma forma simples, com pouco texto, não muitas
imagens, explicações bem direcionadas e ótimos exemplos e isso tudo prende a atenção do
aluno.
5. Seria interessante inserir um hiperlink para que a pessoa pudesse acessar os
vídeos apenas clicando sobre os mesmos para facilitar o processo e instigar ainda mais o
leitor. Essa mesma atitude poderia ser tomada para os sites citados. O material está
adequado para introduzir os conceitos da nutrigenômica. Sugere-se continuidade no
trabalho, aprofundando os conceitos e explorando a ação de CBAs na transcrição de genes
que estão relacionados às doenças crônicas não transmissíveis.
6. Se o conteúdo fosse maior aprenderia mais. Gostei bastante do material, acho
importantíssimo ter material desse tipo feito no Brasil e pela USP.
7. “O espaço de tempo entre as frases (explicações) principalmente as iniciais,
poderia ser um pouco menor”.
8. “O recurso atende o objetivo de informar de forma geral o conceito de
nutrigenômica, no entanto, alguns termos podem atrapalhar o entendimento, se o público não
tiver o conhecimento prévio (proteína quinase; sinalização celular). As animações são bem
claras, mas podem ser melhor elaboradas. Os dois vídeos são um tanto lentos”.
9. “Em relação ao texto do PowerPoint achei que poderiam ser melhorados para
poder ter mais conexão entre eles (textos do mesmo slide)”.
10. Achei muito didático, podendo apenas ser um pouco mais dinâmico, uma vez que
o material educativo digital possui uma tendência de substituir ou reforçar uma aula”.
11. “A loucutora poderia falar ao mesmo tempo em que a animação ocorre, pois
ficaria mais dinâmico. Considerando ser um vídeo de apresentação geral sobre
nutrigenômica, acho que deva estar completo, mas não que substitua totalmente um texto.
65
Elas poderiam aparecer de forma mais lúdica, pensando na apresentação a um público leigo,
pois prenderia mais a atenção”.
66
5. DISCUSSÃO
Nutrigenômica representa disciplina científica relativamente recente que traz como
perspectiva revolucionar a forma como as recomendações nutricionais são estabelecidas. Mais
especificamente, essas deixariam de ser generalizadas e passariam a ser específicas, com base
no DNA de cada indivíduo. Um dos aspectos a ser considerado para tanto é a forma pela qual
variações genéticas influenciam a forma pela qual os indivíduos respondem à alimentação; o
outro é a forma pela qual os componentes dos alimentos influenciam o funcionamento do
genoma e, com isso, o fenótipo. Essa interação gene-nutriente é motivo de estudo da
nutrigenômica (KAPUT; RODRIGUES, 2004).
Para que a nutrição personalizada possa vir a ser aplicada no futuro, faz-se necessário que
profissionais que atuam na área da alimentação e nutrição e da saúde desenvolvam
competências e adquiram conhecimentos estruturados relacionados às interações entre
alimentação e o genoma (WHELAN, 2008). Por ser uma área de interface entre nutrição e
genômica, seu entendimento é considerado complexo mesmo por profissionais graduados que
atuam na área de alimentação e nutrição e da saúde (BUSSTRA et al., 2006; ROSEN et al.,
2006). Assim, por exemplo, realizou-se no Reino Unido pesquisa para avaliar o conhecimento
de nutricionistas a respeito de genética e nutrigenômica (WHELAN, 2008). Nesse caso,
questionário contendo 11 questões foi enviado pelo correio para 600 profissionais. Verificou-
se, por exemplo, que metade dos participantes não soube definir o significado de
polimorfismo e que houve poucos acertos para questões relacionadas à interação gene-
nutriente, indicando que para muitos nutricionistas conceitos e termos básicos da área não são
bem compreendidos.
Inquérito realizado com cerca de 1.000 nutricionistas norte-americanos revelou amplo
interesse desses profissionais em aprofundar seus conhecimentos a respeito da nutrigenômica
e que os principais conteúdos necessários do ponto de vista de educação continuada se
referiram aos fundamentos da nutrigenômica, sua aplicação clínica e divulgação científica
junto ao público leigo (ROSEN et al., 2006). Profissionais canadenses como nutricionistas,
médicos e farmacêuticos consideraram limitado seus conhecimentos a respeito da
nutrigenômica e ressaltaram a importância de materiais educativos que deveriam ser,
inclusive, disponibilizados na web (MORIN, 2009). Dessa forma, ênfase tem sido dada para a
necessidade de se desenvolver recursos educacionais de alta qualidade para ensino da
67
nutrigenômica (DEBUSK et al., 2005; ENGLER, 2009). Exemplos de opções nesse sentido
incluem educação à distância e educação online (MCCARTHY et al., 2008). Uma das poucas
iniciativas em relação à produção de material educativo digital sobre nutrigenômica foi
relatada por Busstra et al. (2006). Nesse caso, os autores desenvolveram material interativo
que abordava os tópicos de nutrição personalizada e obesidade e cujo uso era previsto no
contexto de disciplina de Pós-graduação na Universidade de Wageningen (Holanda) para
alunos com formação heterogênea.
No Brasil, não se encontraram informações publicadas a respeito do conhecimento e
interesse pela nutrigenômica por parte de profissionais da área de alimentação e nutrição e da
saúde. Algumas iniciativas para ensino da nutrigenômica em nível de Pós-graduação na USP
incluem as disciplinas “Fundamentos da Biologia Molecular Aplicados à Nutrição Humana”
(Programa de Pós-Graduação Interunidades em Nutrição Humana Aplicada, FCF, FEA, FSP-
USP), Tópicos avançados em nutrigenômica FBA5901 e Nutrição do Câncer-FBA5897
(Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos, FCF-USP), Nutrigenômica no
contexto das doenças crônicas não-transmissíveis-HNT5759 (Programa de Pós-Graduação em
Nutrição em Saúde Pública, FSP-USP) e Nutrigenômica básica e aplicada-RCM5852
(Programa de Pós-Graduação em Medicina da FMRP-USP)
(https://sistemas.usp.br/fenixweb/).
Entretanto, do ponto de vista da educação continuada são limitadas iniciativas para
divulgação científica da área, podendo-se destacar o site da Rede brasileira de nutrigenômica
(http://www.nutrigenomicabrasil.org/). Nesse contexto considerou-se ser importante a
produção de material educativo para divulgação científica da nutrigenômica para profissionais
da área de alimentação e nutrição e da saúde. Mais especificamente produziu-se material
educativo digital intitulado “Fundamentos da nutrigenômica”, baseado nas animações
“modulação da expressão gênica por nutrientes e compostos bioativos dos alimentos” e
“nutrigenômica e redução do risco de câncer”, para ser utilizado como recurso introdutório ao
tema. Animações foram escolhidas como recurso digital devido à facilidade proporcionada
por essa tecnologia para visualização de eventos de difícil compreensão, ao permitir que
conceitos abstratos sejam convertidos em objetos visuais específicos (MCCLEAN et al.,
2005) e à possibilidade de sua distribuição livremente pela internet (HUANG, 2005).
Considerando-se que a modulação da expressão gênica por nutrientes e compostos
bioativos dos alimentos é um dos aspectos fundamentais da interação gene-nutriente, optou-se
por abordar esse tópico no material educativo digital. Nesse sentido, na animação “modulação
da expressão gênica por nutrientes e compostos bioativos dos alimentos” são apresentados
68
conceitos básicos à respeito de genoma, cromossomos, genes, região promotora e
codificadora dos genes, fatores de transcrição e expressão gênica (KAUWELL, 2005). Além
disso, apesar de componentes dos alimentos modularem a expressão gênica de formas
bastante complexas e variadas, tanto em nível transcricional como pós-transcricional
(KAPUT; RODRIGUEZ, 2004), optou-se por restringir os exemplos às interferências tanto
diretas como indiretas, em nível transcricional, por parte dessas substâncias.
Com o objetivo de apresentar contexto em que se vislumbra aplicação futura da
nutrigenômica, optou-se por também produzir animação intitulada “Nutrigenômica e redução
do risco de câncer”. O câncer é um importante problema de saúde pública que tem origem
multi-fatorial e é influenciada pela alimentação. Na animação em questão são inicialmente
apresentados aspectos básicos relacionados a sua etiologia, destacando-se o papel de fatores
ambientais como os físicos, biológicos e químicos (FOGG-JOHNSON; KAPUT, 2003;
JOHNSON, 2004; HSU et al., 2009). É dada ênfase ao papel do benzo[a]pireno, carcinógeno
presente em diferentes fontes às quais os seres humanos se encontram expostos, tais como
poluição ambiental, fumaça do cigarro e mesmo carnes submetidas à altas temperaturas como
hambúrgueres (RIBARREN et al., 1999; KAZEROUNI et al., 2001; GUO et al., 2009).
Nesse caso, a animação apresenta um dos mecanismos de ação desse carcinógeno que se
relaciona à indução de mutação no genoma. Por outro lado, também se ilustra na animação em
questão a importância de um composto bioativo dos alimentos, no caso, o sulforafano,
oriundo do brócolis, para a redução do risco de câncer. Mais especificamente, apresenta-se a
ativação pelo isotiocianato da via do fator de transcrição NRF-2 necessária para indução da
expressão do gene para a enzima de destoxificação de carcinógenos glutationa-S-transferase
(SHAPIRO et al., 2001; ALBENA et al., 2007; BÉLIVEAU; GINGRAS, 2007; LAMPE,
2009).
Um aspecto a ser considerado no desenvolvimento de material educativo digital se refere
à sua avaliação (BUSSTRA et al., 2006; MCCARTHY et al., 2008). Dessa forma, optou-se
por realizar uma avaliação do material educativo digital “Fundamentos da Nutrigenômica”
junto a 20 profissionais matriculados ou não em Programas de Pós-Graduação da
Universidade de São Paulo nas áreas da alimentação e nutrição e da saúde. O questionário
utilizado nesse caso foi baseado naquele empregado por Yokaichiya et al. (2000) para avaliar
software educacional sobre radicais livres de oxigênio junto a alunos de graduação com
formação heterogênea. No caso do material educativo digital sobre nutrigenômica
desenvolvido por Busstra et al. (2006), a avaliação também foi realizada utilizando-se
questionário em que os alunos de Pós-graduação (n = 15-22) deveriam concordar ou não com
69
diferentes afirmações, como, por exemplo, “Aprendi bastante com o material”; “As questões e
atividades aumentaram minha motivação para estudar”; “Os aspectos visuais do material me
ajudaram a compreender conceitos importantes”, utilizando escala de 1 (ruim) a 5 (excelente)
em suas respostas.
De acordo com os resultados da avaliação, verificou-se que a maior parte dos
participantes (mais que 80%) concordou fortemente ou concordou com as diferentes
afirmações quanto às qualidades do material educativo digital. Esses dados indicam que
animações representem recurso pedagógico digital útil para divulgação científica da
nutrigenômica. No presente projeto, os participantes puderam relatar suas impressões sobre o
material educativo digital, sugerindo, inclusive, melhoramentos a serem introduzidos. De
forma geral, constatou-se boa aceitação do material educativo pelos usuários. Em relação às
críticas, um participante ressaltou a importância de introdução de hiperlink para acesso mais
fácil às animações a partir do arquivo PowerPoint. Outros destacaram a necessidade de maior
interatividade e dinamismo do material. Essas demandas se referem a importantes aspectos a
serem considerados no desenvolvimento de material educativo digital, inclusive sobre
nutrigenômica (BUSSTRA et al., 2006). Apesar de a proposta inicial ter sido o
desenvolvimento de ferramenta tutorial, entende-se que a partir do material educativo digital
produzido seria interessante e desejável a introdução de aspectos de interatividade no
material. Uma possibilidade nesse sentido seria a produção de módulo em que o usuário
pudesse simular a condução de um experimento laboratorial simples na área de
nutrigenômica. Isso proporcionaria aos usuários do material educativo digital, no caso
profissionais da área de alimentação e nutrição e da saúde, uma visão inicial de como são
gerados os dados em estudos nutrigenômicos. Além disso, outros aspecto que também pode
vir a enriquecer o material educativo digital é a introdução de módulos com perguntas e
respostas, inclusive com explicações para o caso de respostas erradas.
No material educativo digital “Fundamentos da Nutrigenômica” foram contemplados
aspectos genômicos da interação gene-nutriente, principalmente relacionados ao contexto do
câncer. Vale destacar que alguns participantes da avaliação mencionaram a necessidade de se
aumentar o conteúdo do material educativo . Considerando-se que o impacto de variações
genéticas também devem ser considerados do ponto de vista da interação gene-nutriente
(KAPUT; RODRIGUEZ, 2004), seria interessante complementar o material educativo com
módulo sobre os aspectos fundamentais de polimorfismos no contexto da nutrigenômica. Um
tema que tem vínculo inclusive com a animação “Nutrigenômica e redução do risco do
câncer” é o do impacto de deleções no gene para a glutationa-S-transferase. Descreve-se que
70
indivíduos com esse tipo de polimorfismo teriam maior risco para diferentes tipos de câncer e
poderiam, eventualmente, se beneficiar de maior consumo de crucíferas (NEBERT, 1991;
RAUNIO et al., 1995). Além disso, outras doenças crônicas não-transmissíveis poderiam ser
ainda contempladas. Um exemplo são as doenças cardiovasculares que tem origem multi-
fatorial (CORELLA, ORDOVAS, 2004). Existem polimorfismos presentes no gene APOA1,
principal apoproteína da lipoproteína de alta-densidade (HDL), fator de proteção contra essas
doenças, que influenciam a forma pela qual indivíduos respondem à alimentação. No caso,
verificou-se que em mulheres sem os polimorfismos, o consumo de maior quantidade ácido
graxos poliinsaturados diminui as concentrações plasmáticas de colesterol-HDL, enquanto
que em mulheres com o polimorfismo, o efeito foi o oposto (DEBUSK et al., 2005).
Vale ressaltar que a avaliação do material educativo digital foi realizada junto a
profissionais cuja maioria estava cursando o mestrado e tinha conhecimento sobre
nutrigenômica. Nesse sentido, a constatação de que a maior parte dos participantes concordou
fortemente ou concordou com a afirmação de que o material educativo trouxe novos
conhecimentos sobre nutrigenômica indica que ele possa ser útil para divulgação científica da
área para profissionais que não necessariamente estejam vinculados a programas de pós-
graduação e à pesquisa. Nesse sentido, torna-se relevante avaliar o material em questão junto
a maior número de profissionais da área da alimentação e nutrição e da saúde, inclusive fora
do contexto universitário. Uma possibilidade nesse sentido seria o estabelecimento de
colaborações com entidades de classes e com sociedades científicas.
Com o avanço das pesquisas em nutrigenômica, prevê-se que testes genéticos poderão ser
solicitados no futuro para conhecer a real necessidade nutricional do paciente e desta forma
oferecer dietas mais individualizadas (MORIN, 2009). Ressalta-se nesse contexto, a
importância de profissionais da área da alimentação e nutrição e da saúde aprimorar não
somente seus conhecimentos a respeito da interação gene-nutriente, mas também promover
reflexão sobre benefícios, riscos e questões éticas relacionados à essa disciplina genômica de
vertente nutricional (GILLIES, 2003; CASTLE; RIES, 2007). Nesse sentido, o material
educativo digital “Fundamentos da nutrigenômica” oferece possibilidade para divulgação
científica da nutrigenômica para tais profissionais.
71
6. CONCLUSÃO
O material educativo digital “Fundamentos da nutrigenômica” representa ferramenta
útil para divulgação científica da nutrigenômica junto a profissionais da área da alimentação e
nutrição e da saúde.
72
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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8. ANEXOS
ANEXO A - CD-ROM: Material educativo digital “Fundamentos da Nutrigenômica”.
ANEXO B Protocolo CEP
ANEXO C - Questionário para avaliação do material educativo digital “Fundamentos da
nutrigenômica”
1) Como o Sr.(a) considera seu conhecimento sobre nutrigenômica? Assinale a(s)
alternativa(s) que melhor represente(m) sua resposta.
( ) Insignificante.
( ) Decorrente de informações veiculadas pela mídia (revistas, jornais, TV).
( ) Proveniente de revistas de divulgação científica.
( ) Resultante de disciplinas cursadas na Universidade.
( ) Resultante de cursos de educação continuada.
( ) Resultante de palestras e/ou conferências científicas.
( ) Originada de outras fontes de informação.
2) Em relação ao material educativo digital “Fundamentos da nutrigenômica”, assinale uma
das alternativas para cada afirmação:
2.1 O material educativo digital é de fácil manuseio.
( ) Concordo fortemente ( ) Concordo ( ) Indeciso ( ) Discordo ( ) Discordo Fortemente
2.2 A utilização desse tipo de recurso tem vantagens sobre textos.
( ) Concordo fortemente ( ) Concordo ( ) Indeciso ( ) Discordo ( ) Discordo Fortemente
2.3 O material educativo digital trouxe conhecimentos novos sobre Nutrigenômica.
( ) Concordo fortemente ( ) Concordo ( ) Indeciso ( ) Discordo ( ) Discordo Fortemente
2.4 Os conceitos estão expostos de forma clara.
( ) Concordo fortemente ( ) Concordo ( ) Indeciso ( ) Discordo ( ) Discordo Fortemente
2.5 Meus conhecimentos anteriores foram suficientes para aprender com o material
educativo digital.
( ) Concordo fortemente ( ) Concordo ( ) Indeciso ( ) Discordo ( ) Discordo Fortemente
2.6 Os textos estão redigidos com clareza.
( ) Concordo fortemente ( ) Concordo ( ) Indeciso ( ) Discordo ( ) Discordo Fortemente
2.7 As animações auxiliam a compreender os fenômenos exibidos.
( ) Concordo fortemente ( ) Concordo ( ) Indeciso ( ) Discordo ( ) Discordo Fortemente
2.8 Aprendi bastante sobre os fundamentos da Nutrigenômica com o material educativo
digital.
( ) Concordo fortemente ( ) Concordo ( ) Indeciso ( ) Discordo ( ) Discordo Fortemente
9. ANEXOS OBRIGATÓRIOS
Currículo Lattes
Roberta Saraiva Giroto Patrício
Possui graduação em Nutrição pelo Centro Universitário Nove de Julho.
Atualmente cursando mestrado em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de
Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, no laboratório de Dieta
Nutrição e Câncer, sob supervisão do prof. Dr. Thomas Prates Ong. Tendo como
tema de pesquisa: Desenvolvimento de material educativo digital para
divulgação científica da nutrigenômica.
(Texto informado pelo autor)
Última atualização do currículo em 13/11/2009
Endereço para acessar este CV:
http://lattes.cnpq.br/0636779930298755
Dados pessoais
Nome
Roberta Saraiva Giroto Patrício
Nome em citações
bibliográficas
PATRÍCIO, R. S. G.
Sexo
Feminino
Endereço
profissional
Universidade de São Paulo.
Professor Lineu Prestes, 580. Bl.14
Butantã
05508-900 - Sao Paulo, SP - Brasil
Telefone: (11) 30913630 begin_of_the_skype_highlighting (11)
30913630 end_of_the_skype_highlighting
Formação acadêmica/Titulação
2008
Mestrado em andamento em Ciências dos Alimentos (Conceito CAPES 7) .
Universidade de São Paulo, USP, Brasil.
Título: Desenvolvimento de Material Educativo Digital para Divulgação
Científica da Nutrigenômica, Orientador: Thomas Prates Ong.
Bolsista do(a): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, , .
Grande área: Ciências da Saúde / Área: Nutrição.
2002 - 2006
Graduação em Nutrição .
Centro Universitário Nove de Julho.
Atuação profissional
Universidade de São Paulo, USP, Brasil.
Vínculo institucional
2008 - Atual
Vínculo: Mestrado, Enquadramento Funcional: Bolsista, Carga horária: 40,
Regime: Dedicação exclusiva.
Johnson & Johnson, JOHNSON & JOHNSO, Brasil.
Vínculo institucional
2006 - 2006
Vínculo: Estágio, Enquadramento Funcional: Estagiária de Nutrição
Outras informações
Gerenciamento de equipes e administração de mão de obra, elaboração do
cardápio para mensalistas e executivos, controle de medidas de segurança
alimentar, aplicação dos procedimentos operacionais padronizados (POPS) e
análise de perdas de produtos. Instrução e supervisão de higienização, controle
do estoque, pedido de compras, supervisão da distribuição das refeições,
planejamento e execução de eventos e datas comemorativas.
Hospital Panamericano, HOSPITAL PANAMER, Brasil.
Vínculo institucional
2006 - 2006
Vínculo: Estágio, Enquadramento Funcional: Estagiária de Nutrição, Carga
horária: 30
Outras informações
Acompanhamento nutricional de pacientes hospitalizados em unidade de
terapia intensiva (UTI), avaliação antropométrica de pacientes hospitalizados.
Acompanhamento da evolução clínica do paciente, participação em reuniões e
avaliação do perfil nutricional.
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, IDPC, Brasil.
Vínculo institucional
2006 - 2006
Vínculo: Estágio, Enquadramento Funcional: Estagiária de Nutrição, Carga
horária: 30
Outras informações
Atendimento nutricional de pacientes em ambulatório, orientação de acordo
com as patologias. Acompanhamento semanal de atletas com supervisão da
evolução clínica, cálculo de treinos, suplementação e elaboração de dietas.
Áreas de atuação
1.
Grande área: Ciências da Saúde / Área: Nutrição.
Idiomas
Inglês
Compreende Razoavelmente Lê Razoavelmente.
Espanhol
Compreende Razoavelmente Lê Razoavelmente.
Eventos
Participação em eventos
1.
10 Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição-SBAN. 2009.
(Congresso).
2.
Perspectivas em Nutrição na Era Pós-Genôma. 2009. (Simpósio).
3.
I Simpósio de Pesquisa e Ensino em Nutrigenômica. 2007. (Seminário).
4.
Workshop de Soja na Doença Cardiovascular. 2007. (Seminário).
5.
I Feira da Saúde para População Negra , na Qualidade de Orientadora Nutricional. 2007. (Oficina).
6.
XIX Congresso Brasileiro de Nutrição. 2006. (Congresso).
7.
1º Congresso Latino Americano de Gastronomia e Nutrição. 2005. (Congresso).
Ficha do aluno
- Sistema Administrativo da Pós-Graduação
Universidade de São Paulo
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Documento sem validade oficial
FICHA DO ALUNO
9132 - 6013579/2 - Roberta Saraiva Giroto Patricio
Email:
Data de Nascimento:
07/01/1981
Cédula de Identidade:
RG - 33.511.782-X - SP
Local de Nascimento:
Nacionalidade:
Graduação:
Bacharel em Nutrição - Centro Universitário Nove de Julho - São Paulo - Brasil - 2007
Curso:
Mestrado
Programa:
Ciência dos Alimentos
Área:
Nutrição Experimental
Data de Matrícula:
06/03/2008
Início da Contagem de Prazo:
06/03/2008
Data Limite:
06/09/2010
Orientador:
Prof(a). Dr(a). Fernando Salvador Moreno - 06/03/2008 a 12/06/2008 E.Mail:
Orientador:
Prof(a). Dr(a). Thomas Prates Ong - 13/06/2008 até o presente. E.Mail: [email protected]
Proficiência em Línguas:
Inglês, Aprovado em 06/03/2008
Data de Aprovação no Exame de Qualificação:
Aprovado em 14/12/2009
Data do Depósito do Trabalho:
Título do Trabalho:
Data Máxima para Aprovação
da Banca:
Data de Aprovação da Banca:
Data Máxima para Defesa:
Data da Defesa:
Resultado da Defesa:
Histórico de Ocorrências:
Ingressou no Mestrado em 06/03/2008
Matrícula de Acompanhamento em 25/07/2010
Última ocorrência: Matrícula de Acompanhamento em 25/07/2010
Impresso em: 27/07/10 18:23:25
- Sistema Administrativo da Pós-Graduação
Universidade de São Paulo
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Documento sem validade oficial
FICHA DO ALUNO
9132 - 6013579/2 - Roberta Saraiva Giroto Patricio
Sigla
Nome da
Disciplina
Início
Término
Carga
Horária
Cred.
Freq.
Conc.
Exc.
Situação
NHA5705-
2/1
Fundamentos
da Biologia
Molecular
Aplicados à
Nutrição
Humana
(Curso
Interunidades:
Nutrição
Humana
Aplicada -
Universidade
de São Paulo)
27/05/2008
30/06/2008
60
4
100
A
N
Concluída
NHA5701-
4/1
Fundamentos
Biológicos da
Nutrição
Humana
Aplicada
(Curso
Interunidades:
Nutrição
Humana
Aplicada -
Universidade
de São Paulo)
04/08/2008
12/10/2008
120
8
100
A
N
Concluída
EDM5053-
2/2
Ambientes de
Aprendizagem
Cooperativa
Apoiados em
Tecnologias
da Internet:
Novos
Desafios,
Novas
Competências
(Faculdade de
12/08/2008
03/11/2008
120
8
80
A
N
Concluída
Educação -
Universidade
de São Paulo)
EDM5791-
5/1
Metodologia
do Ensino
Superior
(Faculdade de
Educação -
Universidade
de São Paulo)
13/08/2008
04/11/2008
120
8
100
A
N
Concluída
Créditos mínimos exigidos
Créditos
obtidos
Para exame de
qualificação
Para depósito da
dissertação
Disciplinas:
25
25
28
Atividades
Programadas:
Seminários:
Estágios:
Total:
25
25
28
Créditos Atribuídos à Dissertação:
71
Conceito a partir de 02/01/1997:
A - Excelente, com direito a crédito; B - Bom, com direito a crédito; C - Regular, com direito a crédito;
R - Reprovado; T - Transferência.
Um(1) crédito equivale a 15 horas de atividade programada.
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