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respectivamente como observado na Figura 22a. A resistência à compressão aumenta com o
aumento da densidade relativa, como esperado para materiais porosos (GIBSON e ASHBY,
1997).
Foi observado, ainda, que valores muito próximos de densidade relativa, apresentaram
valores em uma ampla faixa de resistência, o que provavelmente está relacionado às variações
locais na distribuição de tamanho das fibras, provenientes do processo de conformação. Isso
acarretou desvios substanciais na média de resistência à compressão para uma mesma
porosidade, como pode ser observado no gráfico.
Ajustando os dados experimentais pela Equação (14) e fixando o valor de n igual a 1,5
(modelo de Gibson-Ashby-curva sólida), um desvio maior pode ser observado para baixos
valores de densidade relativa.
Um melhor ajuste foi conseguido quando os dados experimentais foram ajustados com a
mesma equação, porém sem fixar o valor de n. Para a Figura 22a, foi encontrado para a estrutura
fibrosa n igual a 2,2 (curva não pontilhada). Para n = 1,5 o valor C
1
é igual a 0,011 (coeficiente
de correlação, R
2
=0,71) e, para n = 2,2 o valor de C
1
é igual a 0,04 (coeficiente de correlação,
R
2
=0,84). Pode-se observar na Figura 22b o n encontrado para a estrutura fibrosa é igual a 3,1
(curva não pontilhada). Para n = 1,5 o valor C
1
é igual a 0,011 (coeficiente de correlação,
R
2
=0,78) e, para n = 3,1 o valor de C
1
é igual a 0,05 (coeficiente de correlação, R
2
=0,97).
A diferença no valor de n entre os modelos pode ser explicada pelo fato do modelo de
Gibson e Ashby basear-se no colapso catastrófico de células homogêneas sem defeitos em seus
filamentos sólidos. Como o material é composto por uma rede de fibras heterogêneas, com
ampla distribuição de diâmetros, desvios do modelo são naturalmente esperados. Ainda, o valor
de n depende do modelo micro-mecânico utilizado para descrever a estrutura celular/fibrosa, dos
defeitos microestruturais existentes nos filamentos sólidos e também do mecanismo de
transferência de carga entre os constituintes do material (OLIVEIRA et al., 2006).