em Chapecó, no atual Bairro Passo dos Fortes. Percebe-se que começam as
primeiras retiradas de árvores do espaço central da atual cidade de Chapecó.
Em 1838/1839, nas cabeceiras do hoje riacho Passo dos Fortes, a menos
de seis mil metros do centro de hoje bela e próspera cidade de Chapecó,
com a derrubada de mais ou menos 15 alqueires de mata virgem, foi aberta
a primeira clareira no sertão, para ter inicio a fixação da primeira moradia,
(FORTES, 1990, p. 36/7).
Assim instalaram-se na região os primeiros moradores, ou seja, os caboclos,
que casaram com os índios. O próprio José Raimundo Fortes casou-se com uma
índia chamada Ana Maria de Jesus, estes usaram a natureza para sobrevivência.
Com a derrubada da mata e posteriormente com uso de queimadas, passaram a
cultivar produtos de subsistência: milho, feijão, abóbora, batata doce, mandioca e
outros.
Nesta época segundo Fortes (1990), a existência de floresta era visível, este
abrindo picadas a sombra de gigantescas árvores de cedro, canelas, imbuias,
angicos, guajuviras, canjaranas, grapiapunhas, louro, pau-ferro, sassafrás,
imbuzeiro, soita, marfim, pitanguira, cerejeira, jaboticabeira, uvaeira, e o imponente e
valoroso pinheiro-do-paraná, foi desbravando a região.
A fauna da região também era bem diversificada, pois segundo o mesmo
autor existiam espécies de pequenos insetos, tigres e leões, possuía uma hidrografia
privilegiada que contava com grande quantidade de diferentes espécies de peixes.
Os primeiros caboclos fixados em Chapecó usaram os recursos naturais de
forma racional, para conservação de hábitos e costumes, sem mudanças drásticas
no ecossistema natural, tanto que se as primeiras moradias firmaram-se por volta de
1838/39 e as empresas colonizadoras somente aqui chegaram em torno de 1920,
encontrando florestas intactas, para comercialização, pois para o autor e ex- prefeito
de Chapecó Wagner (2005, p. 32):
Os colonizadores de 1920, 1930 e 1940 tem grande mérito, com seu
trabalho e aventuras, enfrentaram dificuldades, avançando pelo sertão,
abrindo picadas, trilhos, caminhos, estradas, usando o machado, facão, a
foice, a picareta, o serrote, o boi, o cavalo, o carretão, a tropa, a garrucha, a
canoa enfrentando a mata virgem, animais peçonhentos... Podemos afirmar
que havia um fator muito favorável ao agricultor ao proceder com muito suor
a derrubada da mata.
Pela fala de Wagner (2005), percebe-se que o espaço era de mata virgem e
tem-se a compreensão de que o progresso estava chegando ao município com a