O Estado tem um papel importante a desempenhar na produção de
regulações apropriadas, na proteção e no bem-estar social. A discussão
não deveria ser o Estado deve envolver-se, mas sim como ele deve se
envolver. A questão central não pode ser, portanto, o tamanho do governo,
mas as atividades e os métodos do governo. (STIGLITZ apud Nogueira,
1999, p.72)
Para entendermos a reorganização do Estado, devemos
subentender que este é representado e estruturado em três instâncias: federal,
estadual e municipal. E as organizações do Terceiro Setor, apesar de não serem
vinculadas ao Estado, têm uma relação direta com essas três instâncias,
principalmente na medida em que estabelecem convênios, sejam eles parciais ou
até mesmo integrais, para a gestão e execução de políticas públicas.
Portanto, o que se tem claro é que o espaço delimitado como o do Terceiro
Setor é aquele cuja origem é a participação de cidadãos que, representando
a sociedade civil organizada, buscam intervir na realidade social, de forma
voluntária, em uma área específica (assistência social, educação, saúde,
meio ambiente, cultura, habitação, trabalho, etc.), com segmentos definidos
(crianças e adolescentes, mulheres, idosos, índios, famílias, dependentes
químicos, portadores de deficiência, portadores de HIV, dentre outros), no
sentido de garantir a esses condições de desenvolvimento integral,
existindo e coexistindo de forma satisfatória e adequada à condição
humana. Por isso, inserem-se na esfera pública não governamental,
mantendo sua autonomia administrativa em relação ao poder estatal,
embora muitas dessas organizações tenham com estes vínculos por força
de convênios e parcerias. (COSTA, 2003, p.95)
Assim, não podemos desconsiderar que, mesmo com o crescimento
e fortalecimento do Terceiro Setor, este não extingui e nem substitui o papel do
Estado, que por sua vez tende a desempenhar sua função, que é de absoluta
importância no sentido em que a universalização das políticas, depende do aparelho
estatal, pois dispõe de mecanismos fortemente estruturados para prover as políticas
sociais voltadas ao enfrentamento da questão social. Há a necessidade de um
Estado forte sem, contudo, extinguir ou exaurir as parcerias com outros atores
sociais, dando visibilidade aos diversos sujeitos sociais: Estado, a sociedade civil, o
mercado e a comunidade.
Embora as políticas públicas sejam de competência do Estado, não são
decisões impositivas e injunções do governo para a sociedade, mas
envolvem relações de reciprocidade e antagonismo entre essas duas
esferas. Portanto, mesmo considerando-se a primazia do Estado pela
condução das políticas públicas, a participação ativa da sociedade civil nos
processos de definição e controle da sua execução é fundamental para a