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Sobre a condição de pobreza Yazbek (1993) identifica:
...São pobres aqueles que, temporária ou permanentemente, estejam
impedidos do acesso a um mínimo de recursos e, portanto, excluídos, em
níveis diferenciados, da riqueza social. Entre eles, estariam: os privados de
meios de prover a própria subsistência, e que sobrevivem com ajuda dos
outros; os trabalhadores assalariados ou por conta própria situados nas
mais baixas faixas de renda; os desempregados ou subempregados com
possibilidade remota ou nenhuma possibilidade de absorção pelo mercado.
(YAZBECK, 1993, p.62).
Os mais recentes estudos sobre pobreza (YAZBECK, 1993; JAGUARIBE,
1988; SANTOS, 1979; PEREIRA, 1996; dentre outros) são enfáticos em considerar
que suas dimensões extrapolam o caráter econômico. Na realidade brasileira, o lado
material, obviamente mais visível aos estudiosos do tema, têm merecido maior
abundância de formulações, mas entende-se que não é possível tratar um fenômeno
dessa natureza, isolando os aspectos econômicos daqueles políticos, culturais e
sociais, dentre outros.
Já não se discute o fato de que a pobreza não é fenômeno puramente
econômico. Ela não se caracteriza apenas pela falta de acesso às riquezas
produzidas, mas, também, pela falta de acesso à: educação, condição de vida
saudável, participação, enfim, aos direitos sociais e humanos.
Diante da retomada de compreensão dessas falácias é importante
destacar o papel do Estado, como indutor do desenvolvimento. A esse respeito vale
lembrar o pensamento de Stern (2001), economista chefe do Banco Mundial: “O
crescimento econômico é maior em países onde a distância entre ricos e pobres é
menor, e o governo possui programas para melhorar a equidade”.
A Assistência Social, entendida como política pública para a garantia dos
direitos aos que dela necessitam, tem diante de si um enorme contingente de pobres
nos quatro cantos do País. Assumir esse desafio, pressupõe compreender, antes de
mais nada, o caráter intersetorial indispensável à garantia dos direitos dessas
populações, permeados por acesso, a outras políticas de saúde, habitação,
saneamento básico, educação, profissionalização, trabalho e renda, dentre outras,
cujas dimensões se complementam e se ajustam ao paradigma do olhar para o ser