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FRANCIELE REYNAUD
DESAGREGAÇÃO ESPACIAL ESTATÍSTICA DA CHUVA PREVISTA PELO
MODELO ATMOSFÉRICO WRF
Dissertação apresentada como requisito
parcial à obtenção do grau de Mestre em
Engenharia de Recursos Hídricos e
Ambiental do Setor de Tecnologia da
Universidade Federal do Paraná.
Orientadora: Profª. Dra. Miriam Rita
Moro Mine
CURITIBA
2008
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FRANCIELE REYNAUD
DESAGREGAÇÃO ESPACIAL ESTATÍSTICA DA CHUVA PREVISTA PELO
MODELO ATMOSFÉRICO WRF
Dissertação apresentada como requisito
parcial à obtenção do grau de Mestre em
Engenharia de Recursos Hídricos e
Ambiental do Setor de Tecnologia da
Universidade Federal do Paraná.
Orientadora: Profª. Dra. Miriam Rita
Moro Mine
CURITIBA
2008
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i
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus por me guiar e me dar forças para superar as
dificuldades encontradas, pois sem Ele não sou ninguém;
Ao meu esposo Wilson pelo carinho, amor, companheirismo, confiança, por
sempre me incentivar e ajudar em todos os momentos;
Aos meus pais Beatriz e Zenio, pela educação e apoio, sem dúvida parte
fundamental da minha vida, e as minhas irmãs Franceline e Francine, por acreditarem na
minha capacidade;
À minha orientadora professora Miriam Rita Moro Mine, pelos conselhos,
sugestões, esclarecimentos, orientação e e-mails respondidos, mesmo que fosse
domingo;
Aos professores Augusto José Pereira Filho, Eloy Kaviski e Alexandre K.
Guetter por participarem da banca de avaliação desta dissertação;
Aos professores do programa de mestrado, em especial ao professor Eloy
Kaviski, pelas valiosas dicas e sugestões que muito ajudaram no desenvolvimento deste
trabalho;
Ao pesquisador Leonardo Calvetti do SIMEPAR, pela ajuda na caracterização
de chuvas;
Aos colegas de mestrado Ângelo Breda e Alex Conselvan de Oliveira pela
obtenção das chuvas observadas e das previsões de chuva, junto ao instituto SIMEPAR;
Aos amigos do mestrado Mariane, Raquel, Michael, Priscila, Ângelo, Jonas,
Carla e Luiz, por compartilhar momentos de aprendizado e descontração;
Ao Departamento de Hidráulica e Saneamento e a Coordenação do Programa de
Pós-graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental da UFPR pelo apoio e
confiança;
Ao CNPq pelo apoio financeiro através do edital CT-Hidro;
ii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................... iv
LISTA DE TABELAS.................................................................................................... vi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.................................................................. vii
LISTA DE SÍMBOLOS................................................................................................. ix
RESUMO ....................................................................................................................... xii
ABSTRACT.................................................................................................................. xiii
INTRODUÇÃO................................................................................................................1
1 – JUSTIFICATIVA.......................................................................................................3
2 – OBJETIVOS...............................................................................................................4
3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................5
3.1 – PRECIPITAÇÃO – FORMAÇÃO E TIPOS............................................................5
3.1.1 – Formação das Precipitações...................................................................................5
3.1.2 – Tipos de Precipitação.............................................................................................6
3.2 – DESAGREGAÇÃO ESPACIAL..............................................................................7
3.2 – MODELO ATMOSFÉRICO WRF.........................................................................10
4 – MÉTODO DE SKAUGEN......................................................................................14
4.1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS................................................................................14
4.2 – COBERTURA COMPLETA..................................................................................17
4.3 - COBERTURA PARCIAL.......................................................................................17
5 – ESTUDO DE CASO.................................................................................................19
5.1 – ÁREA DE ESTUDO...............................................................................................19
5.2 – COMPARAÇÃO DAS PREVISÕES COM CHUVAS OBSERVADAS..............20
5.2.1– Previsão de Precipitação .......................................................................................21
iii
5.2.2 – Estações Telemétricas..........................................................................................23
5.2.3 – Análise dos Dados................................................................................................24
5.3 – ESQUEMA DE DESAGREGAÇÃO .....................................................................34
5.3.1 - Descrição Geral do Procedimento de Desagregação............................................34
5.3.1.1 - Desagregação de uma célula da malha..............................................................34
5.3.1.2 - Desagregação do campo de precipitação...........................................................35
5.3 - DESCRIÇÃO DETALHADA DO PROCEDIMENTO DE DESAGREGAÇÃO..36
5.4 – APLICAÇÃO DO ESQUEMA DE DESAGREGAÇÃO.......................................37
6 – ANÁLISE DOS RESULTADOS DA DESAGREGAÇÃO ..................................43
6.1 – ANÁLISE DOS PARÂMETROS ESTATÍSTICOS.............................................43
6.2 - COMPARAÇÃO COM VALORES OBSERVADOS............................................49
6.3 - CORRELAÇÃO ESPACIAL..................................................................................51
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES....................................................................55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................58
APÊNDICE A COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA
..........................................................................................................................................61
APÊNDICE B – EXEMPLO E CÓDIGOS FONTES UTILIZADOS......................71
APÊNDICE C – MAPAS DOS EVENTOS DE CHUVA………...............................83
APÊNDICE D – GRÁFICOS DE CORRELAÇÃO ESPACIAL…………………105
iv
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – SISTEMA η DE COORDENADAS VERTICAIS....................................13
FIGURA 2 – BACIA DO RIO IGUAÇU EM UNIÃO DA VITÓRIA...........................19
FIGURA 3 – RELEVO DA BACIA DO RIO IGUAÇU EM UNIÃO DA VITÓRIA ...20
FIGURA 4 – BACIA DO RIO IGUAÇU COM PONTOS DE PREVISÃO
INTERPOLADOS PELO GrADs ............................................................22
FIGURA 5 – ESTAÇÕES TELEMÉTRICAS NA BACIA DO RIO IGUAÇU.............23
FIGURA 6 – CHUVA OBSERVADA E PREVISÕES ..................................................26
FIGURA 7 – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO METEOROLÓGICA CURITIBA ........................................30
FIGURA 8 – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA FRAGOSOS.............................................32
FIGURA 9– COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA SÃO BENTO ...........................................33
FIGURA 10 – PONTOS ESCOLHIDOS PARA O ESQUEMA DE DESAGREGAÇÃO
..................................................................................................................38
FIGURA 11 – EVENTO DE CHUVA EM 04/01/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS.....................................................................40
FIGURA 12 – EVENTO DE CHUVA EM 01/10/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS – CHUVA FRONTAL...............................41
FIGURA 13 – EVENTO DE CHUVA EM 22/01/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS – CHUVA CONVECTIVA .......................41
FIGURA 14 – COMPARAÇÃO ENTRE A MÉDIA DO MODELO WRF E DO
MÉTODO DE SKAUGEN.......................................................................46
FIGURA 15 – COMPARAÇÃO ENTRE O DESVIO PADRÃO DO MODELO WRF E
DO MÉTODO DE SKAUGEN................................................................47
FIGURA 16 – COMPARAÇÃO ENTRE OS VALORES MÁXIMOS DO MODELO
WRF E DO MÉTODO DE SKAUGEN...................................................48
FIGURA 17 – COMPARAÇÃO ENTRE OS VALORES MÍNIMOS DO MODELO
WRF E DO MÉTODO DE SKAUGEN...................................................48
FIGURA 18 – COMPARAÇÃO ENTRE A CHUVA MÉDIA OBSERVADA E A
CHUVA MÉDIA DESAGREGADA COM HP=24h..............................50
FIGURA 19 – COMPARAÇÃO ENTRE A CHUVA MÉDIA OBSERVADA E A
CHUVA MÉDIA DESAGREGADA COM HP=48h..............................51
FIGURA 20 – CORRELAÇÃO ESPACIAL – 01/10/2005 HP=24h..............................53
v
FIGURA 21 – CORRELAÇÃO ESPACIAL – 22/01/2006 HP=24h..............................53
FIGURA 22 – CORRELAÇÃO ESPACIAL – 29/10/2005 HP=24h..............................54
FIGURA 23 – CORRELAÇÃO ESPACIAL – 17/12/2005 HP=24h..............................54
vi
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – LOCALIZAÇÃO DAS ESTAÇÕES TELEMÉTRICAS E DOS PONTOS
DE PREVISÃO ........................................................................................24
TABELA 2 – ESTATÍSTICAS DAS ESTAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS E DO
MODELO WRF .......................................................................................25
TABELA 3 – ANÁLISE QUALITATIVA – CHUVA ACUMULADA 12 HORAS ....27
TABELA 4 – ANÁLISE QUALITATIVA – CHUVA ACUMULADA 24 HORAS ....28
TABELA 5 – CARACTERIZAÇÃO DOS EVENTOS ESCOLHIDOS ........................38
TABELA 6 – ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS EVENTOS COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS.....................................................................44
TABELA 7 – ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS EVENTOS COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS.....................................................................45
TABELA 8 – CHUVA MÉDIA NA ÁREA DESAGREGADA.....................................49
vii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ARW Advanced Research WRF
CAPS Center for Analysis and Prediction of Storms
CPTEC Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
FAA Federal Aviation Administration
FORTRAN Formula Translation ( Linguagem de Programação com Objetivos de
Computação Numérica
GCM General Circulation Model
GFS Global Forecast System
GIS Sistema de Informação Geográfica
GrADs Grid Analysis and Display System
HIRLAM High Resolution Limited Area Model
HP Horizonte de Previsão
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
MATLAB Matrix Laboratory (Ambiente de Computação Técnica de Alto
Desempenho em Cálculo Numérico e Visualizações
MBAR Modelo Brasileiro de Alta Resolução
NCAR National Center for Atmospheric Research
NCEP National Centers for Environmental Prediction
NMM Nonhydrostatic Mesoscale Model
NOAA National Oceanic and Atmospheric Administration
NRL Naval Research Laboratory
Pixel Picture Element
viii
PR Paraná
SIMEPAR Instituto Tecnológico SIMEPAR
UTC Universal Time Coordinated
WRF Weather Research and Forecasting
WRFSI WRF Standard Initialization
WSF WRF Software Framework
ix
LISTA DE SÍMBOLOS
a
τ
área com altura de precipitação correspondente a τ (mm)
A área da célula
b intensidade mínima de precipitação
c
p
capacidade calorífica do ar seco para pressão constante
c
v
capacidade calorífica do ar seco para volume constante
d
ix
distância entre dois pontos de grade
e exponencial; erro padrão das médias (capítulo 6)
E(z)
A
esperança de z na célula A
F termos forçantes para U, V, W e Θ
f(z) função densidade de probabilidade
F(z) função distribuição acumulada
h
τ
área fracional reduzida
h
x
intensidade de chuva
h
*
(x) combinação linear
I
τ
função indicador
m(z)
A
precipitação média na célula A
n número de simulações (capítulo 6)
N(h) número de pares distanciados por h
p pressão (capítulo 3); fração da célula com precipitação positiva
p
0
pressão de referência à nível do mar
Q
m
variável genérica de umidade acoplada
R
d
constante do gás para o ar seco
t intervalo de tempo
x
u componente horizontal da velocidade na direção x
U componente horizontal da velocidade acoplada na direção x
v componente horizontal da velocidade na direção y
v vetor velocidade tridimensional (u,v,w)
V componente horizontal da velocidade acoplada na direção y
V vetor velocidade acoplada tridimensional (U,V,W)
var(z) variância de z
w componente vertical da velocidade
W componente vertical da velocidade acoplada
z(x) precipitação acumulada no ponto x
z’ rie de precipitação incluindo pontos de precipitação iguais a zero
Z[i] campo desagregado
α inverso da densidade do ar
γ relação entre a capacidade de calor para o ar seco para pressão e volume
constantes
γ(h) semi-variograma
θ temperatura potencial
Θ temperatura potencial acoplada
λ parâmetro da distribuição exponencial
λ
i
(x) pesos da combinação linear
µ diferença da pressão hidrostática entre as superfícies inferior e superior
σ desvio padrão
τ intensidade discreta de chuva
∆τ intervalo de intensidades discretas
xi
φ
geopontencial
'
φ
perturbação geopontencial
Φ variável genérica
xii
RESUMO
O método de desagregação espacial de Skaugen foi aplicado para desagregar
chuvas previstas pelo modelo atmosférico de previsão numérica WRF Weather
Research and Forecasting para uma área dentro da bacia do rio Iguaçu, localizada no
estado do Paraná, Brasil. Esta bacia tem uma grande importância para o sistema elétrico
brasileiro. O método de desagregação estatístico propõe que a dependência espacial é
mantida por interpolação e que a precipitação é exponencialmente distribuída, podendo
ter dois ou três parâmetros dependendo se a cobertura de chuva nas células forem
intermitentes ou completas, respectivamente. Os resultados encontrados foram
satisfatórios, sendo mantida a média da malha e o desvio padrão, além dos valores do
erro padrão das médias terem sidos pequenos, indicando uma simulação estável. A
correlação espacial foi analisada, sendo que os eventos desagregados mantiveram a
estrutura de correlação das previsões do modelo WRF.
Palavras-chave: precipitação, desagregação espacial, distribuição exponencial, modelo
WRF.
xiii
ABSTRACT
The method of spatial disaggregation developed by Skaugen was applied to
disaggregate forecast precipitation from WRF forecast model Weather Research an
Forecasting for an area in the Iguaçu river basin, located in the state of Paraná, Brazil.
This basin is of a great importance to the Brazilian electrical system. The method of
statistical disaggregation considers that the spatial dependence are maintained by an
interpolation procedure and the precipitation is exponentially distributed, being able to
have a two or three parameters depending if the rainfall covering on the cell will be
partial or complete, respectively. The results are satisfactory, the grid average and the
standard deviation, beyond the values of the standard errors of the mean were small,
indicating a stable simulation procedure. The spatial correlation was analyzed, where the
disaggregated events had kept the structure of the correlation of WRF forecast model.
Key words: precipitation, spatial disaggregation, exponential distribution, WRF model.
1
INTRODUÇÃO
Os processos meteorológicos e hidrológicos normalmente são descritos em
escalas diferentes. Esta discrepância nas escalas espaciais requer dos pesquisadores
estudos para definição de métodos para desagregar a informação meteorológica. Alguns
modelos meteorológicos de mesoescala utilizados no Brasil, tais como o MBAR -
Modelo Brasileiro de Alta Resolução, utilizado pelo INMET Instituto Nacional de
Meteorologia, e o Modelo ETA, utilizado pelo CPTEC - Centro de Previsão de Tempo e
Estudos Climáticos usam malhas de tamanho 25 km x 25 km e 40 km x 40 km (HAAS
et al. 2003) respectivamente. No entanto, os modelos hidrológicos trabalham à escala da
bacia hidrográfica ou em unidades da resposta hidrológica, sejam eles semi-distribuídos
ou distribuídos.
A dificuldade no desenvolvimento de modelos hidrológicos está na distribuição
da rede de monitoramento dentro das bacias hidrográficas. As estações pluviométricas
são poucas e mal distribuídas, comprometendo a análise de eventos para aplicação
nesses modelos. Com isso, faz-se necessário o estudo de outros meios para determinar,
com maior precisão, a chuva dentro da bacia hidrográfica.
Para que a chuva prevista pelos modelos atmosféricos seja apropriada para os
modelos hidrológicos é importante ter um esquema de desagregação que transforme os
valores das malhas de previsão de chuva em escalas menores, sem que se atenuem
excessivamente os picos de chuva. Assumindo que a tecnologia de previsão de chuva
esteja estar bem calibrada para que não gere falsos alarmes ou ainda, que deixe de
prever eventos importantes que possam atingir a bacia.
O procedimento de desagregação das previsões de chuva provenientes de
modelos atmosféricos, proposto por SKAUGEN (2002) é um sistema dinâmico não
linear e foi aplicado pelo autor para desagregar campos de precipitação fornecidos pelo
modelo High Resolution Limited Area Model, HIRLAM (DNMI, 1996) que opera numa
malha de 11 km x 11 km. As chuvas foram desagregadas para serem utilizadas como
dados de entrada para um modelo hidrológico distribuído, operando na resolução de 1,1
km x 1,1 km. Para esta dissertação foi utilizado, no lugar do modelo HIRLAM, o
2
modelo WRF - Weather Research and Forecasting (SKAMAROCK et al, 2005), que
usa malhas de 15 km x 15 km. O estudo de caso foi realizado para uma área dentro da
bacia do rio Iguaçu, localizada nos estados do Paraná e Santa Catarina, Brasil. A
resolução espacial escolhida para desagregação é de 0,75 km x 0,75 km.
Em geral, sistemas dinâmicos não-lineares podem exibir comportamentos
irregulares. A evolução desses sistemas é influenciada por vários fatores, parecendo
razoável que sejam considerados como imprevisíveis (Kaplan & Glass, 1995). Sempre
que se utilizam modelos ou métodos que possuem as características descritas, como no
caso do método de desagregação espacial de Skaugen, é necessário que sejam realizadas
investigações numéricas, para que seja possível desenvolver uma intuição sobre a
representatividade do modelo ou método ao estudo de caso em questão.
Esta dissertação está divida em seis itens. Inicialmente, o capítulo 1 apresenta a
justificativa pela escolha do tema, no capítulo 2 são traçados os objetivos almejados. A
revisão bibliográfica está apresentada no capítulo 3, de forma a demonstrar alguns
trabalhos desenvolvidos sobre o mesmo tema; também traz alguns conceitos necessários
para o entendimento e a descrição do modelo atmosférico usado neste trabalho. No
capítulo 4 está a descrição do método de desagregação utilizado. O estudo de caso, com
a bacia hidrográfica utilizada para a comparação da chuva observada com as previsões
do modelo atmosférico e a aplicação do método de desagregação encontra-se no capítulo
5. Finalizando, o capítulo 6 com a análise dos resultados do método de desagregação.
3
1 – JUSTIFICATIVA
As previsões de precipitação através de modelos numéricos de previsão de
chuva, importantes para a previsão hidrológica, m baixa resolução. Os modelos
globais têm resoluções típicas da ordem de centenas de quilômetros quadrados, devido à
alta demanda de recursos computacionais. Embora tal resolução seja eficiente para
muitos propósitos, a utilização prática das informações obtidas nessas simulações, para
fins hidrológicos, necessita de uma resolução bem maior, mesmo considerando-se
previsões obtidas de modelos de mesoescala que são da ordem de dezenas de
quilômetros quadrados (MINE, 1998; HAAS et al. 2003).
Logo, aprofundar os conhecimentos a respeito da variabilidade espacial da
chuva trabalhando com chuvas previstas nos modelos atmosféricos desagregadas para a
escala da bacia hidrográfica é de grande importância para solucionar muitos problemas
de Hidrologia tais como: i) determinação do hidrograma de projeto de obras hidráulicas;
ii) desenvolvimento de sistemas de previsão de vazões de curtíssimo prazo para o
controle de cheias urbanas; iii) desenvolvimento de sistemas de previsão de afluências
de curto prazo para operação hidráulica de reservatórios, buscando otimizar objetivos
conflitantes; iv) sistemas de previsão de vazões de médio e longo prazo para
planejamento energético; v) análise comparativa entre a eficiência dos modelos
distribuídos quando comparados aos concentrados; vi) estudo das características dos
campos de precipitação; vii) ampliação do alcance das previsões hidrológicas para
diversos propósitos.
4
2 – OBJETIVOS
Esta dissertação tem por objetivo principal desagregar previsões de chuva do
modelo de previsão atmosférica de mesoescala WRF Weather Research and
Forecasting para a escala da bacia hidrográfica utilizando o método proposto por
SKAUGEN (2002) e verificar seu desempenho, uma vez que o método é um sistema
dinâmico não linear.
Tendo em vista ser o WRF um modelo atmosférico implantado pouco tempo
no Paraná, outro objetivo é verificar seus resultados, comparando-os com valores
observados na rede telemétrica de superfície.
Salienta-se que não é objetivo da dissertação fazer a consistência das previsões
de chuva do modelo atmosférico, corrigindo-as, mas sim aproveitar a oportunidade para
comparar seus resultados em termos qualitativos.
Para atingir os objetivos gerais propostos os seguintes objetivos específicos
devem ser atingidos:
i) Coleta de dados de precipitação observada na rede telemétrica de superfície;
ii) Coleta de previsões de chuva do modelo WRF;
iii) Comparação entre as informações obtidas nos itens acima;
iv) Seleção de eventos de precipitação prevista pelo WRF para serem
desagregados;
v) Escolha da área a ser considerada;
vi) Desenvolvimento de programa computacional para o algoritmo de
desagregação;
vii) Desagregação dos eventos selecionados para a escala da bacia hidrográfica;
vii) Análise dos resultados.
5
3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 – PRECIPITAÇÃO – FORMAÇÃO E TIPOS
A precipitação compreende todas as formas de umidade emanadas da atmosfera
e depositadas na superfície terrestre como a chuva, granizo, orvalho, neblina, neve ou
geada. Porém, quando se trata de hidrologia, apenas a chuva e a neve são importantes.
Como no Brasil não é comum a ocorrência de neve, nesta seção apenas será tratada a
ocorrência de precipitação em forma de chuva.
A chuva, no Brasil, é o principal elemento da maioria dos projetos hidrológicos.
Os problemas de engenharia relacionados com hidrologia são causados em
conseqüência de chuvas de grande intensidade ou da ausência de chuva em longos
períodos de estiagem.
As principais características de chuva são o seu total, duração e distribuição
temporal e espacial, e a análise dos dados de precipitação é, em geral, estatística.
3.1.1 – Formação das Precipitações
A umidade atmosférica é o elemento básico para a formação das precipitações,
porém a sua presença não é suficiente; são necessários outros requisitos para a
ocorrência de chuva, como o resfriamento do ar, a presença de núcleos para a
condensação e o crescimento dos hidrometeoros.
A formação da precipitação dá-se da seguinte maneira: o ar úmido das camadas
baixas da atmosfera é aquecido, tornando-se mais leve que o ar das camadas vizinhas e
sofre uma ascensão adiabática, ocorrendo a expansão e o resfriamento até atingir o nível
de condensação. Então, em condições favoráveis e com a existência de núcleos, o vapor
d’água condensa, formando minúsculas gotas em torno deste núcleos. Para vencer a
resistência do ar elas passam por um processo de crescimento por coalescência e/ou de
condensação até que a gota atinja o tamanho suficiente para precipitar (VILLELA e
MATOS 1975).
6
O processo de coalescência, nada mais é do que o aumento do tamanho das
gotas das nuvens pela colisão, provocada pelo deslocamento das gotas devido a
movimentos turbulentos do ar.
3.1.2 – Tipos de Precipitação
As precipitações podem ser classificadas de acordo com as condições que
produzem o movimento vertical das massas de ar.
a. Precipitações Ciclônicas: São associadas com o movimento de massas de ar de
regiões da alta pressão para regiões de baixa pressão. Essas diferenças são
causadas por aquecimento desigual da superfície terrestre. As precipitações
ciclônicas são de longa duração e apresentam intensidades baixas a moderadas,
abrangendo grandes áreas. As ciclônicas podem ser frontais ou não frontais
(VILLELA e MATOS, 1975).
- Frontal: Resulta da ascensão de ar quente sobre o ar frio na zona de contato entre
duas massas de ar de características diferentes.
- Não Frontal: Pode ser produzida por baixas barométricas, com a elevação do ar
devido à convergência horizontal em áreas de baixa pressão.
b. Precipitações Orográficas: Resultam da ascensão mecânica de correntes de ar
úmido horizontal sobre barreiras naturais (VILLELA e MATOS, 1975).
c. Precipitações Convectivas: São típicas das regiões tropicais. O aparecimento de
camadas de ar com densidades diferentes, provocados pelo aquecimento desigual
da superfície terrestre, gera uma estratificação térmica da atmosfera em equilíbrio
instável. Quando este equilíbrio é quebrado por algum fator, com o vento ou
superaquecimento, ele provoca uma ascensão brusca e violenta do ar menos denso,
capaz de atingir grandes altitudes. Suas características são a grande intensidade e a
curta duração, concentradas em pequenas áreas (VILLELA e MATOS, 1975).
7
3.2 – DESAGREGAÇÃO ESPACIAL
Os processos meteorológicos e hidrológicos são normalmente descritos em
escalas espaciais diferentes. Os modelos de mesoescala de previsão meteorológica da
chuva operam com tamanhos de malhas que variam de 11x11 km
2
a 50x50 km
2
,
enquanto que os modelos hidrológicos distribuídos trabalham em unidades da reposta da
bacia hidrográfica. A diferença entre as escalas desses modelos requer a proposição de
métodos de desagregação dos dados de precipitação meteorológicos. Consideráveis
esforços têm sido feitos para refinar a variabilidade espacial da chuva nos modelos de
Circulação Geral da Atmosfera – GCM.
Existem dois tipos de desagregação espacial, uma é a desagregação dinâmica
(downscaling dinâmico), que simula os processos físicos dentro dos modelos
atmosféricos de previsão de chuva em escalas menores, exigindo assim uma alta
demanda computacional dificultando o seu uso, e a outra é a desagregação estatística,
que trabalha com as previsões dos modelos atmosféricos, refinando a escala, tendo
como base a relação entre o clima e as resoluções espaciais do modelo atmosférico, ou
seja, a resolução horizontal e vertical (MAURER e HIDALGO, 2008). Para este estudo
foi utilizado um método de desagregação espacial estatístico.
Uma comparação entre seis modelos estatísticos e dois modelos dinâmicos de
desagregação foi realizada por HAYLOCK et al. (2006). Entre os modelos estatísticos,
quatro empregaram redes neurais artificiais e os outros dois utilizaram análise de
correlação canônica. Nos modelos dinâmicos, foram utilizados modelos de previsão
atmosférica com grades menores de resolução. Os modelos de redes neurais resultaram
melhores quando se trata de variabilidade interanual, porém tendem a subestimar
eventos extremos. Todos os oito modelos apresentaram coerência nos resultados de
desagregação quando existiu uma correlação elevada entre as chuvas observadas nas
estações e a quantidade de chuva prevista pelo modelo atmosférico. Outra conclusão
deste estudo é que, a variação entre as saídas de um mesmo modelo de desagregação é
similar a variação entre saídas de outros modelos.
8
Uma grande aplicação da desagregação espacial está na previsão de vazões
afluentes a reservatórios de usinas hidrelétricas para a operação hidráulica em tempo
real. HAAS et al. (2003) utilizaram um método bastante simplificado de desagregação
da chuva fornecida pelo modelo MBAR (escala 25 x 25 km
2
) do INMET Instituto
Nacional de Meteorologia, para uma bacia hidrográfica de 6000 km
2
, localizada na bacia
do rio Iguaçu, para a previsão de afluências ao reservatório de Foz do Areia. Os autores
obtiveram resultados melhores do que aqueles em que não consideraram uma previsão
de chuvas para ampliar o alcance das previsões de curto prazo para fins operacionais.
GAO & SOROOSHIAN (1994) investigaram um todo simples para
introduzir a variabilidade espacial por sub-malhas de precipitação. O método é baseado
em duas hipóteses: i) estacionariedade espacial, o que implica em supor que os
processos de precipitação são homogêneos na malha do modelo GCM; ii) a intensidade
de precipitação dentro da área de chuva pode ser representada por uma distribuição
exponencial.
Dois métodos de desagregação estatística foram utilizados por MAURER e
HIDALGO (2008), um método trabalha com uma combinação linear da série histórica
na área a ser desagregada e o outro traça gráficos de quantis das funções densidades de
probabilidade dos eventos observados para utilizar nas previsões futuras. O estudo foi
realizado com dados de chuva e temperatura, diárias e mensais, e observou-se que,
ambos os métodos resultaram próximos, para dados mensais, obteve-se um bom
desempenho, sendo que no caso de temperatura os métodos conseguiram um resultado
melhor do que para precipitações. para as séries diárias, o desempenho foi baixo,
conseguindo reproduzir algumas áreas secas e com chuva, no caso de precipitação.
Previsões realizadas por diferentes modelos climáticos dinâmicos foram
utilizadas no estudo de COELHO et al. (2005), onde as precipitações estavam em uma
escala regional e as vazões em uma escala local. O método de assimilação Bayesiana
(COELHO, 2005 e STEPHENSON et al., 2005) foi aplicado para duas regiões uma ao
norte e outra ao sul do Brasil, englobando alguns países vizinhos. As previsões obtidas
9
foram melhores sucedidas para o sul do Brasil. Este método melhorou tanto as médias
das previsões como as estimativas de incertezas.
BECKER e BRAUN (1999) dividiram a bacia do rio Stör em polígonos com
características iguais de tipo e uso do solo, topografia e vegetação através de um sistema
de informação geográfica (GIS), porém cada área deve ser modelada em separado. Eles
também utilizaram o método dos fractais, considerando a existência de similaridades
estruturais em sistemas naturais, ou seja, a existência de uma relação entre o
comprimento do rio e a área de drenagem correspondente, e aplicaram uma função
distribuição de probabilidade para obtenção de hidrogramas unitários sintéticos.
Com o objetivo de transferir previsões de precipitação sazonal produzidas por
um modelo de circulação global, GALVÃO e TRIGO (1999) utilizaram uma regressão
linear baseados nos fatos de que o padrão de distribuição espacial para a média de
precipitações sazonais durante o período de registro segue, aproximadamente, a
topografia da bacia e a alta correlação entre os registros observados na célula e na bacia.
A regressão linear também foi utilizada por UVO et al. (2001). O estudo foi
baseado na decomposição singular de valores para a bacia do rio Chikugo, com dados de
precipitação acumuladas em 12 horas. Os autores analisaram cada estação do ano
separadamente, a fim de verificar para qual delas o modelo obteve os melhores
resultados, que foram obtidos para o outono e o inverno, porém para a primavera e o
verão os resultados também foram satisfatórios. Como conclusão, observaram a
praticidade de estabelecer uma relação estatística significativa entre o estado
atmosférico e as chuvas com escalas de tempo menores que um dia.
O modelo de desagregação usado por CHEN et al. (2006) também teve como
base a regressão, porém neste caso as previsões eram mensais. Foram utilizadas as
previsões de dezessete modelos de GCM para a desagregação. Os autores concluíram
que a diferença entre os resultados de desagregação é devido às diferentes considerações
que cada modelo atmosférico utiliza.
10
Resultados promissores com relação a propriedades estatísticas e morfológicas
do campo desagregado foram obtidos por SKAUGEN (2002). O autor propõe um
método mais elaborado, combinando interpolação e simulação. O autor utiliza pontos do
modelo atmosférico para estimar parâmetros de uma distribuição exponencial para
simular precipitações e um procedimento simples de interpolação espacial para
determinar a posição da precipitação. Segundo SKAUGEN (2002) a distribuição
estatística espacial do campo de precipitação desagregado pode ser modelada como uma
mistura de distribuições exponenciais, enquanto as dependências espaciais (correlações)
são mantidas pelo procedimento de interpolação. Esta abordagem é considerada nesta
dissertação para desagregação dos campos de precipitação previstos pelo modelo WRF.
3.2 – MODELO ATMOSFÉRICO WRF
O modelo a ser utilizado no estudo é o WRF Weather Research and
Forecasting desenvolvido nos Estados Unidos pela união de esforços entre o Centro
Nacional de Pesquisas Atmosféricas (NCAR), Divisão de Meteorologia de Meso e
Microescala (MMM), a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), o
Centro Nacional de Previsão do Meio Ambiente (NCEP), o Laboratório de Pesquisa
Naval (NRL), o Centro de Análise e Previsão de Tempestades (CAPS) da Universidade
de Oklahoma, e a Administração Federal de Aviação (FAA), juntamente com a
participação de outros cientistas (SKAMAROCK et al., 2005).
O WRF fornece uma previsão meteorológica de mesoescala. Ele é um modelo
flexível, com códigos fontes simples, o que facilita o seu entendimento e aplicação.
Possui um sistema operacional de assimilação de dados com captação em três
dimensões. Além disso, pode ser usado em escala de metros até milhares de
quilômetros.
A estrutura do software do WRF, chamado de WSF, é composta por um sistema
que compreende quatro programas para alcançar o resultado final, entre eles estão o
ARW (Pesquisa Avançada do WRF) e o NMM (Modelo de Mesoescala Não
Hidrostático), que atualmente operam separadamente, porém, eles possuem os mesmos
componentes básicos que executam as mesmas funções dentro da estrutura do software.
11
O ARW utiliza as equações não hidrostáticas de Euler para caracterizar as
propriedades conservativas do fluido. As equações são formuladas, usando as
coordenadas verticais de pressão hidrostática (LAPRISE, 1992) e as equações de fluxo
no espaço cartesiano, para incluir o efeito da umidade na atmosfera.
Equações da conservação da quantidade de movimento:
Uxxxt
FppuU =++ )()()(
φφ
η
(1)
Vyyyt
FppvV =++ )()()(
φφ
η
(2)
Wt
FpgwW =+ )()(
µ
η
(3)
Equação da conservação de energia termodinâmica:
Θ
=+Θ F
t
)(
θ
(4)
Equação de conservação da massa:
0)( =+
µ
t
(5)
Equação geopontencial:
0])[(
1
=+
gW
t
φµφ
(6)
αµφ
η
=
(7)
Equação do estado termodinâmico:
γ
αθ
)(
00
pRpp
d
=
(8)
onde v = (u,v,w), θ é a temperatura potencial,
gz
=
φ
é o geopotencial, p é a pressão, α é
o inverso da densidade, γ = c
p
/c
v
=1,4, R
d
é a constante do gás para o ar seco, p
0
é a
pressão de referência a nível do mar, V = µv = (U,V,W) e Θ = µθ. F
U
, F
V
, F
w
e F
Θ
representam os termos forçantes devido a física do modelo, mistura turbulenta,
projeções esféricas e a rotação da Terra.
12
As equações representadas (1) a (5), são equações de balanço para o fluxo
atmosférico e estão na sua forma teórica. Na prática o WRF leva em conta o efeito da
força de Coriolis, umidade do ar e a projeção cartográfica da área onde será feita a
previsão.
Para a discretização temporal, o modelo utiliza o método de Runge-Kutta de 3ª
ordem para resolver modos de baixa freqüência, que são meteorologicamente
significantes, e o método de integração em escalas pequenas de tempo para modos
acústicos de alta freqüência. As variáveis são definidas como
),',',,,,(
m
QWVU
µφ
Θ=Φ
e
as equações do modelo,
)(Φ=Φ R
t
. São necessários três passos para avançar a solução
de
)(t
a
)( tt
+
:
)(
3
* tt
R
t
Φ
+Φ=Φ
(9)
)(
2
***
Φ
+Φ=Φ R
t
t
(10)
)(
**
Φ+Φ=Φ
+
tR
ttt
(11)
onde t é o passo de tempo utilizado para ondas lentas. Apesar de ser denominado
Runge-Kutta de 3ª ordem, ele tem precisão de 3ª ordem apenas para as equações
lineares, para as equações não lineares é de 2ª ordem.
Na discretização espacial, para estimar os momentos de até ordem de
advecção também é utilizado o método de Runge-Kutta de 3ª ordem.
A difusão é analisada de duas maneiras diferentes, uma ao longo da superfície e
a outra no espaço físico (x,y,z).
Para a aplicação do modelo é necessário definir e localizar uma malha
tridimensional, especificando as características da superfície, como vegetação, rios e
tipos de solo. Além disso, é necessário definir as condições iniciais e de contorno,
utilizando para tal, um modelo meteorológico de escala global, sendo utilizado o
Sistema Global de Previsão (GFS).
13
O sistema de coordenadas verticais do WRF é denominado η, representado na
figura 1, porém ele não utiliza como base o nível médio do mar. As variáveis calculadas
representam uma média para a parcela entre as duas superfícies e não um valor sobre a
superfície.
FONTE: SKAMAROCK et al. (2005)
FIGURA 1 – SISTEMA η DE COORDENADAS VERTICAIS
Este modelo está sendo testado pelo Instituto Tecnológico Simepar e tem sido
utilizado como um dos modelos na análise de previsão de chuvas no estado do Paraná.
Além deste, o SIMEPAR também utiliza outros modelos de mesoescala para o estudo da
bacia, como o MBAR e o ETA.
14
4 – MÉTODO DE SKAUGEN
4.1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
O método de desagregação espacial de chuva de SKAUGEN (2002) é uma
combinação de interpolação e simulação.
Os quatro pontos nodais da célula do modelo atmosférico são usados para
determinar os parâmetros da distribuição exponencial para valores simulados de
precipitação, e num procedimento simples de interpolação, para determinar a localização
espacial dos valores de precipitação. Uma distribuição truncada com dois parâmetros é
usada no caso de cobertura completa da célula e uma distribuição com um parâmetro é
usada quando há intermitência.
O objetivo deste capítulo é mostrar que a distribuição espacial da precipitação
numa célula da malha de um modelo atmosférico global é exponencial. Esta distribuição
é, também, escolhida para descrever a distribuição espacial da precipitação para
propósitos de desagregação, porque, em parte, requer apenas um parâmetro e porque
fornece uma desejável representação da chuva para propósitos de desagregação espacial
(ONOF et al., 1998).
O método de Skaugen é usado para desagregação de chuvas diárias assumindo
que a distribuição estatística espacial é exponencial para cada célula da malha e não
necessariamente para o campo de precipitação inteiro. A precipitação na célula A da
malha pode ser formulada como:
=
A
A
dxxz
A
zE )(
1
)(
(12)
onde z(x) é a precipitação acumulada no ponto x e E(z)
A
é o valor esperado da
precipitação na célula A, ou seja, o seu valor médio.
A área fracional, a
τ,
da cobertura espacial, é calculada para intensidades
discretas τ (mm), τ=0,1,2...T, onde T corresponde à chuva de maior intensidade.
Chamando ∆τ o intervalo separando dois passos discretos de intensidade τ (mm), no
15
caso, ∆τ =1 (mm) uma vez que τ=0,1,2...T, a precipitação média na célula A da malha
pode ser aproximada pela equação (13):
=
T
a
A
azm
τ
τ
τ
)(
(13)
onde a
τ
é a área com altura de precipitação correspondente a τ mm. Note-se que m(z)
A
tem uma dimensão de volume.
A área a
τ
, com precipitação maior que τ mm é:
=
A
dxxI
A
a )(
1
ττ
com
10
τ
a
(14)
onde I
τ
é uma função “indicador”, tal que
<
=
τ
τ
τ
)(0
)(1
)(
xz
xz
xI
Note-se que a equação (14) fornece a área da célula coberta por chuva de
intensidade igual ou superior à precipitação acumulada no ponto
x
. Se
0)(
=
xz
tem-se
0==
o
aa
τ
.
As áreas fracionais respeitam a propriedade dada pela equação (15), isto é, áreas
com chuvas mais intensas são menores.
T
aaaa >>>
++
...
21
τττ
(15)
onde T é a máxima intensidade quando
T
a
aproxima-se de zero.
A redução das áreas fracionais quando a intensidade da precipitação aumenta é:
τττ
aah
1
+
=
10 <<
τ
h
T,...,2,1
=
τ
(16)
Em principio, todas as áreas fracionais podem ser expressas em termos de h. A
área fracional para
1
+
τ
é
1
+
ττ
ha
, a consecutiva,
2
+
τ
a
é
21
++
τττ
hha
, etc. Combinando as
equações (15) e (16), a expressão para a precipitação média na área pode ser escrita
como:
=
=
T
j
joA
hazm
1
1
)(
τ
τ
τ
(17)
16
SKAUGEN et al. (1996) estudaram as áreas fracionais
τ
a
e sua relação h para
diversos eventos de chuvas extremas em bacias hidrográficas de diferentes tamanhos ao
Sul da Noruega. Observaram que o valor médio e o desvio padrão de h independem das
intensidades
τ
de chuva e do tamanho da bacia hidrográfica e notaram, também, uma
fraca correlação serial dos valores de h.
Com base nas observações acima, aceita-se a hipótese que h é uma variável
estocástica, independente e identicamente distribuída com média
h
. Se,
conseqüentemente,
o
a
é igual a 1, isto é, chove na célula inteira, a equação (17) pode ser
escrita como:
=
T
A
hzm
1
)(
τ
τ
τ
(18)
Considera-se uma divisão regular de (0,T) tal que
τ
=
nT /)0(
, então a
equação (18) é equivalente a uma soma de Rieman e a integral de uma função continua é
definida por:
dzhhzm
T
z
n
i
A
i
=
=
0
1
0
*
lim)(
τ
τ
τ
(19)
onde
*
i
τ
está compreendido no intervalo
[
]
ττ
,1
. Se T na equação (19) tende a infinito,
o integrando pode ser visto como uma função de distribuição acumulada de z:
z
hzF =1)(
0<z<
(20)
A função densidade de probabilidade é então:
z
hhzf )log()(
=
(21)
Escrevendo
λ
=
)log(h
, logo
λ
=
eh
e substituindo estas expressões na
equação (10), obtém-se a distribuição exponencial
z
ezf
λ
λ
=
)(
, com momentos
λ
1)( =
zE
e
2
1)var(
λ
=
z
. Quando a descrição das áreas fracionais com relação
constante
h
é apropriada, então a distribuição espacial estatística da precipitação é uma
distribuição exponencial com parâmetro
).log(h
=
λ
17
Há duas possibilidades de ocorrências de precipitação sobre uma célula da
malha do modelo de previsão atmosférica. A célula pode estar plenamente coberta por
precipitação, para a qual existe uma intensidade mínima positiva e as áreas fracionais
para esta intensidade mínima e menor que ela são iguais à unidade. Denotando a
intensidade mínima por b, isto é,
1
=
k
a
para todo
bk
τ
. A segunda ocorrência
considera um campo intermitente de chuva, onde somente uma fração da célula da
malha é coberta por precipitação. A distribuição espacial da precipitação pode, para
ambos os casos, ser descrita por uma distribuição exponencial com a introdução de um
parâmetro adicional para cada caso.
4.2 – COBERTURA COMPLETA
A intensidade mínima positiva b atua como um parâmetro de locação da
distribuição exponencial:
)(
)(
bz
ezf
=
λ
λ
<
<
zb
(22)
com momentos:
)log(
11
)(
h
bbzE
+=+=
λ
(23)
)(log
11
)var(
22
h
z ==
λ
(24)
4.3 - COBERTURA PARCIAL
O ponto de partida para este caso é o conhecimento a priori da média e
variância incondicional (momentos incluindo zeros), os quais são derivados de pontos
nodais da célula da malha. Assim, pode-se estimar a média condicional, a variância
(para valores positivos de precipitação) e a fração seca da célula.
Denotando por z e z’ séries de precipitação incluindo e não incluindo zeros
respectivamente, obtém-se os momentos:
18
)'()'(0)( zpEzE
n
m
n
mn
zE =+
=
(25)
onde
nmp
=
é a fração da célula com precipitação e similarmente:
)'()'(0)(
222
zpEzE
n
m
n
mn
zE =+
=
(26)
e a variância:
22
)()()var( zEzEz =
(27)
Substituindo a equação (26) na equação (27):
22
)()'()var( zEzpEz =
(28)
e assumindo que a distribuição de z’ é exponencial com parâmetro
λ
,
)'(
2
zE
pode ser
expresso em termos de E(z) usando o fato que para distribuição exponencial,
22
)'(2)'(
zEzE =
, e por meio das equações (25) e (28), obtém-se:
22
)()(
2
)var(
zEzE
p
z =
(29)
a qual fornece a fração p da precipitação positiva dentro da célula como:
1
)(
)var(
2
2
+
=
zE
z
p
(30)
É apropriado discutir aqui a relação entre a variância incondicional e o quadrado
da média incondicional na equação (30) e relacionar esta relação à estrutura espacial da
chuva. Para uma distribuição exponencial não-truncada, o desvio padrão espacial é igual
à média espacial e conseqüentemente a relação é igual à unidade. Da equação (30) isto
corresponde a p=1, isto é, cobertura completa. Quando esta relação é maior que um,
observa-se novamente da equação (30) que os valores de p estão no intervalo [0,1], isto
é, o campo é intermitente. Quando a relação é menor que um, a precipitação não pode
ser exponencialmente distribuída a menos que haja uma intensidade mínima b,
implicando em um truncamento da distribuição exponencial com momentos dados pelas
equações (23) e (24).
19
5 – ESTUDO DE CASO
5.1 – ÁREA DE ESTUDO
A bacia do rio Iguaçu vem sendo amplamente estudada ao longo dos anos
devido a sua importância no setor elétrico brasileiro, sua nascente está localizada na
Serra do Mar e seu sentido é leste-oeste, tendo sua foz localizada na cidade de Foz do
Iguaçu – PR. Esta bacia foi escolhida para este estudo pelo interesse de recursos
hídricos no gerenciamento de reservatórios e controle de cheias.
A área estudada, para fins de comparação entre as previsões com as chuvas
observadas nas estações telemétricas (seção 5.2) está localizada dentro da sub-bacia 65,
englobando desde a nascente do rio Iguaçu até o município de União da Vitória (Figura
2) totalizando uma área de drenagem de 24.000 km², sendo que os principais afluentes
do rio Iguaçu, neste trecho, são os rios da Várzea, Negro e Canoinhas.
FONTE: ARAUJO (2006)
FIGURA 2 – BACIA DO RIO IGUAÇU EM UNIÃO DA VITÓRIA
20
Nesta região o rio Iguaçu atravessa amplos vale com baixa declividade, apenas
na sub-bacia de rio Timbó que se observa um terreno acidentado, alcançando,
aproximadamente a altitude de 1300 m (Figura 3).
FONTE: BREDA (2008)
FIGURA 3 – RELEVO DA BACIA DO RIO IGUAÇU EM UNIÃO DA VITÓRIA
Para a desagregação de chuvas previstas pelo modelo WRF (seção 5.3 e 5.4), foi
selecionada uma área a montante de União da Vitória. A área escolhida tem importância
devido a sua localização a montante do reservatório de Foz do Areia. As características
observadas para a escolha da área foram a declividade do terreno na região do rio Timbó
e a quantidade de eventos de chuva coincidentes com as previsões nesta região.
5.2 – COMPARAÇÃO DAS PREVISÕES COM CHUVAS OBSERVADAS
As previsões de chuva foram avaliadas para obter sensibilidade quanto à
porcentagem de acerto e erro com as chuvas observadas pela rede telemétrica.
A comparação das previsões de chuva foi realizada do ponto de vista qualitativo
tanto no que diz respeito à porcentagem de acertos de dias secos e chuvosos e quanto às
21
porcentagens de superestimativas e subestimativas com relação às precipitações
observadas na rede telemétrica de superfície.
5.2.1– Previsão de Precipitação
As previsões de chuva através do modelo WRF, geradas diariamente pelo
SIMEPAR, têm como etapas: i) obtenção de dados do modelo global GFS, ii)
interpolação dos dados para a grade do WRF, iii) simulação e pós-processamento dos
dados (OLIVEIRA, 2006).
O modelo atmosférico global GFS Global Forecast System tem seus dados
disponíveis na internet pelo NCEP - National Centers for Environmental Prediction
em quatro simulações diárias (0h, 6h, 12h, 18h UTC), com resoluções espaciais de 0,5;
1; 2,5 graus de latitude e longitude e resolução temporal de 3 horas, com horizonte de
até 384 horas. Para a realização das simulações com o modelo WRF foram utilizados os
dados de 00h UTC, com resolução espacial de 1 grau.
Para a interpolação é utilizado o pacote WRFSI WRF Standart Inicialization
que transforma dados de topografia, uso do solo, cobertura vegetal, etc., e dados obtidos
do modelo atmosférico global em arquivos de condições de contorno e condições
iniciais.
É definida uma grade para interpolar os campos estáticos e em seguida os dados
do modelo atmosférico global são interpolados horizontalmente, no sistema de
coordenadas da grade, e verticalmente no sistema de coordenadas η.
A grade do modelo WRF abrange, além do estado do Paraná, grande parte do
Paraguai e dos estados de Santa Catarina e São Paulo. Esta região foi definida de modo
a evitar problemas relacionados aos “efeitos de borda”, que estão relacionados a eventos
de grande escala (OLIVEIRA, 2006).
As previsões quantitativas de precipitação m como resolução espacial 15 km x
15 km e o horizonte de previsão é de 48 horas com resolução temporal de 1 hora, sendo
realizadas simulações diárias a partir das 00h UTC.
22
As previsões obtidas do modelo WRF foram interpoladas por OLIVEIRA
(2006) pelo GrADs Grid Analysis and Display System para uma resolução espacial
de 7,5 km x 7,5 km (Figura 4). Esta interpolação parte de uma combinação linear em
função dos valores observados:
=
=
n
i
ii
xhxxh
1
*
)()()(
λ
(31)
onde λ
i
(x) são pesos que dependem diretamente da distância entre o pontos de grade x e
os pontos de grades locais com dados (x
1
, ...., x
n
). Este método é conhecido como
interpolação ponderada (KAVISKI, 1992).
Foram utilizadas as previsões do período de 24 de setembro de 2005 até 11 de
outubro de 2006 totalizando assim 382 dias.
26º
50º 49º
1 2
3 4 5 6
7
8 9
10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21
22 23
24 25 26
27 28
29
30 31
32 33
34
35
36
37 38 39
40 41 42 43 44 45 46
47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
71 72
73
74 75 76
7877
79 80 81 82
83
84 85 86
87 88
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98
99
100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 11911 120 1211 122 123 124 125 126
127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143
144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154
155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181
182 183
184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211
212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241
242 243 244 245 246 247 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270 271
272 273 274 275 276 277 278 279 280 281 282 283 284 285 286 287 288 290 291289 292 293 294 295 296 297 298 299 300 301
302 303 304 305 306 307 308 309 310 311 312 313 314 315 316 317 318 319 320 321 322 323 324 325 326 327
328 329 330 331 332 333 334 335 336 337 338 339 340 341 342 343 344 345 346 347 348 349 350 351 352
353 354 355 356 357 358 359 360 361 362 363 364 365 366 367 368 375374373372371370369
376 377 378 379 380 381 382 383 384 385 386 387 388 389 390 392391
393
394
395
396
397 398 399
400 401 402 403 404 405 406 407
408 409 410 411 412 413 414 415 416 417 418
419 420 421 422 423 424 425 426 427 428 429
430 431 432 433 434 435 436 437 438 439
440 441 442 443 444 445 446 447
448 449 450 451
452
X
Pontos com Previsão
FIGURA 4 – BACIA DO RIO IGUAÇU COM PONTOS DE PREVISÃO
INTERPOLADOS PELO GrADs
23
5.2.2 – Estações Telemétricas
As estações telemétricas utilizadas são da rede do SIMEPAR e estão divididas
em estações hidrológicas e meteorológicas. Na figura 5 estão localizadas as estações
dentro da bacia do Rio Iguaçu até a seção no rio Iguaçu em União da Vitória.
As informações de chuvas foram obtidas do banco de dados do SIMEPAR com
uma resolução temporal horária. Foram utilizados apenas os dados do mesmo período
das previsões, ou seja, de setembro de 2005 a outubro de 2006.
No período dos dados estudados, o comportamento de precipitações foi atípico
do ponto de vista meteorológico, pois na primavera de 2005, em quase todas as estações,
o registro de precipitações esteve acima do dobro da média mensal (OLIVEIRA, 2006)
e no outono houve baixa ocorrência de eventos pluviais.
51º
26º
Porto
Amazonas
São
Bento
Fragosos
Rio
Negro
Divisa
Pontilhão
Fluviópolis
Foz do Cachoeira
Santa Cruz do Timbó
Foz do Timbó
União da Vitória
Curitiba
Lapa
50º
49º
Estações Meteorológicas
Estações Hidrológicas
FIGURA 5 – ESTAÇÕES TELEMÉTRICAS NA BACIA DO RIO IGUAÇU
24
5.2.3 – Análise dos Dados
As previsões de chuva, espaçadas de 7,5 km, foram numeradas de 1 a 452
(Figura 3), para facilitar a identificação junto às estações telemétricas utilizadas.
Para avaliação das previsões foram utilizados os pontos que mais se aproximam
de cada uma das estações, como mostra a Tabela 1.
TABELA 1 LOCALIZAÇÃO DAS ESTAÇÕES TELEMÉTRICAS E DOS PONTOS
DE PREVISÃO
Estação Latitude Longitude Ponto de Previsão Latitude Longitude
Curitiba -25,4333 -49,2666 13 -25,4135 -49,2568
Divisa -26,0833 -50,3166 252 -26,0892 -50,3378
Fluviópolis -26,0333 -50,5833 217 -26,0216 -50,6081
Foz do Cachoeira -26,5833 -50,7500 411 -26,5622 -50,7432
Foz do Timbó -26,2833 -50,9000 330 -26,2919 -50,8784
Fragosos -26,1500 -49,3833 297 -26,1568 -49,3919
Lapa -25,7833 -49,7666 116 -25,7514 -49,7973
Pontilhão -25,9166 -50,5166 162 -25,8865 -50,5405
Porto Amazonas -25,5500 -49,8830 33 -25,5486 -49,8649
Rio Negro -26,1000 -49,8000 260 -26,0892 -49,7973
São Bento -25,9333 -49,7833 200 -25,9541 -49,7973
Santa Cruz do Timbó -26,3833 -50,8666 356 -26,3595 -50,8784
União da Vitória -26,2333 -51,0666 302 -26,2243 -51,0135
Foram calculadas estatísticas de chuva média, chuva máxima e desvio padrão
para analisar as diferenças básicas entre as chuvas observadas pelas estações
telemétricas e a chuva prevista pelo modelo atmosférico WRF. A tabela 2 apresenta
estes valores, onde se pode observar sempre, que os valores obtidos do modelo WRF
são superiores ao da chuva observada na estação. Em média, apresentam-se diferenças
de 2,4mm/dia tanto para previsão de 24 horas como para a de 48 horas para as médias
diárias, de 38,6 mm/dia e 43,6 mm/dia para as máximas de previsão de 24 horas e 48
horas, respectivamente, e 4,1 mm/dia e 5,1 mm/dia no caso do desvio padrão, também
para a previsão de 24 horas e 48 horas.
25
TABELA 2 ESTATÍSTICAS DA PRECIPITAÇÃO DE ESTAÇÕES
PLUVIOMÉTRICAS E DO MODELO WRF (Set/2005 a Out/2006)
Média (mm/dia) Máximo (mm/dia) Desvio Padrão (mm/dia)
Local
Estação
WRF-
HP
1
=24h
WRF-
HP=48h Estação
WRF-
HP=24h
WRF-
HP=48h Estação
WRF-
HP=24h
WRF-
HP=48h
Curitiba 2,7 4,6 4,5 51,4 101,1 58,1 7,2 10,2 10,1
Divisa 2,9 5,6 5,8 53,2 103,9 135,3 7,5 12,8 14,4
Fluviópolis 3,0 5,2 5,5 55,2 85,0 142,2 7,6 11,7 14,7
Foz do Cachoeira 3,8 5,5 5,1 67,4 90,9 86,5 9,6 12,6 11,8
Foz do Timbó 3,0 5,4 4,9 77,2 95,4 117,1 8,1 12,4 12,1
Fragosos 2,8 6,7 6,7 39,4 75,6 86,6 6,7 12,0 12,8
Lapa 3,2 5,1 5,4 67,4 86,3 97,4 8,4 10,8 12,6
Pontilhão 3,1 5,5 6,0 47,2 121,6 151,5 7,6 12,2 15,7
Porto Amazonas 2,7 5,1 5,0 50,6 161,7 84,2 7,0 12,3 11,1
Rio Negro 1,8 4,9 5,6 37,2 115,4 113,2 5,0 11,7 14,4
São Bento 2,8 5,1 5,5 102,2
104,1 113,7 8,3 11,8 13,9
Santa Cruz do Timbó 3,3 5,3 4,9 81,4 83,8 99,6 8,5 11,6 11,6
União da Vitória 3,3 5,4 4,9 99,4 105,9 110,0 9,6 12,5 11,9
NOTA: (1) HP = Horizonte de Previsão
Foram acumuladas, tanto as previsões como as observações de chuva em 12 e
24 horas. As previsões de 0 a 23 horas (horizonte de previsão de 24 horas) e de 24 a 48
horas (horizonte de previsão de 48 horas) foram separadas e avaliadas como sendo de
dois dias independentes; as previsões de 24 a 48 horas foram analisadas de maneira que
correspondessem com a data correta de ocorrência. Assim, para cada dia tem-se um par
de previsões, com a exceção do primeiro dia de observação (Figura 6).
Para a análise, foram avaliados os acertos, ou seja, quando o modelo de previsão
e a estação telemétrica estão de acordo se ocorreu ou não chuva e as falhas, quando, por
exemplo, houve chuva prevista pelo modelo, porém não registro de chuva na estação
ou vice e versa, sendo que não foi avaliada a quantidade de chuva em nenhum dos
casos. Também foram avaliados quando o modelo de previsão superestimou e
subestimou a chuva observada na estação, e quando ambos estiveram de acordo.
26
FIGURA 6 – CHUVA OBSERVADA E PREVISÕES
Na Figura 7 estão representadas as precipitações observadas pela rede do
SIMEPAR com as previsões de chuva feitas pelo modelo WFR para a estação Curitiba.
Na maioria das estações, conforme Apêndice A pode-se observar que a previsão de 24 a
48 horas apresenta uma dispersão maior do que a feita para as primeiras 24 horas. Além
disso, as previsões superestimam as observações da rede para os dois intervalos de
previsão. Esta superestimativa é confirmada pela análise qualitativa do modelo,
apresentada nas Tabelas 3 e 4.
27
TABELA 3 – ANÁLISE QUALITATIVA – CHUVA ACUMULADA 12 HORAS
Continua
Estação rede telemétrica
WRF – HP = 24 h WRF – HP = 48h
choveu não choveu
choveu não choveu
CURITIBA choveu 13,3% 3,4% 12,9% 4,3%
Meteorológica não choveu 15,3% 68,0% 16,2% 66,6%
superestimou 23,5% 22,5%
subestimou 7,3% 9,3%
acerto 69,2% 68,2%
DIVISA choveu 14,8% 2,6% 13,6% 3,4%
não choveu 17,4% 65,2% 16,8% 66,2%
superestimou 25,3% 23,7%
subestimou 8,0% 8,6%
acerto 66,7% 67,7%
FLUVIÓPOLIS choveu 14,6% 3,4% 13,5% 4,5%
não choveu 16,1% 65,9% 16,4% 65,6%
superestimou 24,3% 22,8%
subestimou 8,2% 9,4%
acerto 67,5% 67,8%
FOZ DO CACHOEIRA choveu 15,3% 2,5% 13,5% 3,8%
não choveu 14,1% 68,1% 14,7% 68,0%
superestimou 20,6% 20,5%
subestimou 9,5% 9,4%
acerto 69,9% 70,1%
FOZ DO TIMBÓ choveu 14,1% 2,1% 12,8% 3,5%
não choveu 17,4% 66,4% 14,8% 68,9%
superestimou 25,5% 21,3%
subestimou 7,0% 8,1%
acerto 67,5% 70,6%
FRAGOSOS choveu 16,2% 1,2% 15,4% 2,0%
não choveu 27,5% 55,1% 30,0% 52,6%
superestimou 36,2% 38,9%
subestimou 6,3% 7,5%
acerto 57,5% 53,6%
LAPA choveu 14,9% 2,5% 13,4% 3,9%
Meteorológica não choveu 14,2% 68,4% 17,4% 65,3%
superestimou 22,3% 23,3%
subestimou 8,0% 9,3%
acerto 69,7% 67,4%
PONTILHÃO choveu 14,9% 3,3% 14,4% 4,1%
não choveu 16,3% 65,5% 16,0% 65,5%
superestimou 25,7% 24,3%
subestimou 7,6% 8,6%
acerto 66,7% 67,1%
PORTO AMAZONAS choveu 14,0% 2,4% 12,4% 3,6%
não choveu 14,8% 68,8% 15,5% 68,5%
superestimou 23,4% 20,8%
subestimou 7,0% 9,2%
acerto 69,6% 70,0%
RIO NEGRO choveu 12,3% 2,1% 12,2% 2,4%
não choveu 17,4% 68,2% 17,3% 68,1%
superestimou 24,2% 24,6%
subestimou 5,9% 6,4%
acerto 69,9% 69,0%
28
Estação rede telemétrica
WRF – HP = 24 h WRF – HP = 48h
SÃO BENTO choveu 15,3% 1,6% 13,9%
não choveu 13,8% 69,3% 15,5% 67,9%
superestimou 22,8% 22,6%
subestimou 6,9% 8,2%
acerto 70,3% 69,2%
SANTA CRUZ DO
TIMBÓ choveu 14,5% 2,5% 12,4% 4,2%
não choveu 15,9% 67,1% 13,7% 69,7%
superestimou 23,1% 20,3%
subestimou 7,8% 8,9%
acerto 69,1% 70,8%
UNIÃO DA VITÓRIA choveu 13,2% 3,0% 11,8% 4,4%
Meteorológica não choveu 17,9% 65,9% 16,8% 67,0%
superestimou 24,4% 23,2%
subestimou 7,6% 8,2%
acerto 68,0% 68,6%
UNIÃO DA VITÓRIA choveu 13,8% 3,2% 11,5% 4,7%
não choveu 17,1% 65,9% 17,0% 66,8%
superestimou 24,5% 22,4%
subestimou 7,8% 8,9%
acerto 67,7% 68,7%
TABELA 4 – ANÁLISE QUALITATIVA – CHUVA ACUMULADA 24 HORAS
Continua
Estação rede telemétrica
WRF – HP = 24 h WRF – HP = 48h
choveu não choveu
choveu não choveu
CURITIBA choveu 24,5% 4,2% 23,3% 5,5%
Meteorológica não choveu 17,0% 54,3% 19,4% 51,8%
superestimou 33,4% 32,5%
subestimou 11,5% 14,4%
acertou 55,1% 53,1%
DIVISA choveu 26,4% 3,1% 25,9% 3,9%
não choveu 19,3% 51,2% 17,5% 52,7%
superestimou 35,2% 32,7%
subestimou 12,0% 12,3%
acerto 52,8% 55,0%
FLUVIÓPOLIS choveu 26,4% 3,7% 24,9% 5,0%
não choveu 17,2% 52,7% 18,8% 51,3%
superestimou 33,9% 30,9%
subestimou 11,2% 13,9%
acerto 54,9% 55,2%
FOZ DO CACHOEIRA choveu 25,8% 2,9% 24,9% 3,9%
não choveu 16,4% 54,9% 15,7% 55,5%
superestimou 30,0% 28,5%
subestimou 13,6% 13,9%
acerto 56,4% 57,6%
FOZ DO TIMBÓ choveu 25,3% 1,3% 23,0% 3,4%
não choveu 18,8% 54,6% 17,0% 56,6%
superestimou 33,7% 28,5%
subestimou 10,7% 12,3%
acerto 55,6% 59,2%
FRAGOSOS choveu 29,5% 1,0% 28,3% 1,6%
não choveu 29,8% 39,7% 34,3% 35,8%
superestimou 50,4% 52,1%
subestimou 8,4% 10,2%
acerto 41,2% 37,7%
29
Estação rede telemétrica
WRF – HP = 24 h WRF – HP = 48h
LAPA choveu 25,3% 2,6% 24,3% 4,2%
Meteorológica não choveu 15,7% 56,4% 20,9% 50,6%
superestimou 31,3% 33,5%
subestimou 11,2% 13,6%
acerto 56,7% 51,1%
PONTILHÃO choveu 25,6% 4,4% 25,4% 4,7%
não choveu 17,5% 52,5% 18,1% 51,8%
superestimou 34,2% 33,8%
subestimou 12,5% 12,6%
acerto 53,3% 53,6%
PORTO AMAZONAS choveu 24,5% 3,2% 23,2% 5,4%
não choveu 15,3% 57,0% 17,5% 53,9%
superestimou 30,6% 29,1%
subestimou 11,8% 14,3%
acerto 57,6% 56,6%
RIO NEGRO choveu 23,8% 2,6% 22,0% 2,6%
não choveu 19,6% 54,0% 21,7% 53,7%
superestimou 35,2% 35,9%
subestimou 8,9% 8,6%
acerto 56,2% 55,5%
SÃO BENTO choveu 26,4% 1,6% 25,1% 2,6%
não choveu 15,4% 56,6% 18,8% 53,5%
superestimou 32,1% 31,9%
subestimou 10,4% 11,5%
acerto 57,5% 56,6%
SANTA CRUZ DO
TIMBÓ choveu 25,6% 2,6% 24,1% 3,7%
não choveu 17,5% 54,3% 15,4% 56,8%
superestimou 33,2% 28,0%
subestimou 11,5% 12,3%
acerto 55,3% 59,7%
UNIÃO DA VITÓRIA choveu 24,3% 1,8% 22,3% 4,5%
Meteorológica não choveu 19,8% 54,1% 19,6% 53,6%
superestimou 33,7% 33,2%
subestimou 9,7% 11,8%
acerto 56,6% 55,0%
UNIÃO DA VITÓRIA choveu 24,8% 2,3% 23,3% 4,5%
não choveu 19,1% 53,8% 19,4% 52,8%
superestimou 26,4% 32,5%
subestimou 10,4% 12,8%
acerto 63,2% 54,7%
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 20 40 60 80
Estação Meteorológica Curitiba
P r e v i s ã o 2 4 h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
10
20
30
40
50
60
0 10 20 30 40 50 60
Estação Meteorológica Curitiba
P r e v is ã o 4 8 h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Meteorológica Curitiba
P r e v is ã o 2 4 h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
10
20
30
40
50
60
70
0 10 20 30 40 50 60 70
Estação Meteorogica Curitiba
P r e v is ã o 4 8 h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 7 – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO METEOROLÓGICA CURITIBA
Para a análise com chuvas acumuladas em 12 horas, observou-se que para um
horizonte de previsão de 24 horas a porcentagem média de acertos entre as estações,
dias com ou sem chuva, previstos pelo modelo, variou entre 35,6%, na estação de
Fragosos (Figura 8) e 42,3%, na estação São Bento (Figura 9). Para as falhas a
porcentagem média variou entre 7,7%, na estação São Bento e 14,3% na estação
31
Fragosos, sendo que a maior parte das falhas dá-se para dias secos em que o modelo
previu chuvas. Para um horizonte de previsão de 48 horas a porcentagem de acertos
esteve em torno destes mesmos valores, com uma diminuição de aproximadamente 1% e
em conseqüência um aumento nas falhas nesta mesma proporção. Esta diferença foi
menor do que o esperado, pois para um horizonte maior de previsão as probabilidades
de erros tendem a ser maiores!
Com chuvas acumuladas em 24 horas, houve uma diminuição nos acertos,
ficando em torno de 34,6%, na estação Fragosos (Figura 8) e 41,5%, na estação São
Bento (figura 9), em dia. Nas falhas, consequentemente, houve um aumento, ficando
entre 15,4% na estação Fragosos, e 8,5% na estação São Bento. Como para as chuvas
acumuladas em 12 horas, para o horizonte de 48 horas, o comportamento foi o mesmo.
Além disso, o modelo tende a superestimar as chuvas tanto para aquelas
acumuladas em 12 como em 24 horas. Em média 29% dos casos correspondem a
superestimativas e apenas 10% a subestimativas. A responsável pelo alto índice de
acerto, aproximadamente 60%, neste caso, é a previsão de dias secos pelo modelo.
32
0
10
20
30
40
50
60
0 10 20 30 40 50 60
Estação Hidrológica Fragosos
P r e v is ã o
2 4
h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Estação Hidrológica Fragosos
P r e v is ã o
4 8
h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 20 40 60 80
Estação Hidrológica Fragosos
P r e v is ã o
2 4
h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 20 40 60 80 100
Estação Hidrológica Fragosos
P r e v is ã o
4 8
h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 8 – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA FRAGOSOS
33
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 20 40 60 80
Estação Hidrológica o Bento
P r e v is ã o 2 4 h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica o Bento
P r e v is ã o 4 8 h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica o Bento
P r e v is ã o 2 4 h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica o Bento
P r e v is ã o 4 8 h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 9– COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA SÃO BENTO
34
5.3 – ESQUEMA DE DESAGREGAÇÃO
A abordagem teórica apresentada no capítulo 4 fornece ferramenta necessária
para estabelecer um esquema de desagregação da precipitação baseado no uso da
distribuição exponencial como a distribuição espacial estatística da precipitação. Nos
casos em que uma célula da malha for parcialmente coberta por precipitação, a
distribuição exponencial estima a fração molhada, p, da célula da malha. Também, em
casos onde uma intensidade mínima for maior que zero dentro da célula da malha, uma
distribuição exponencial é usada com um parâmetro de locação b. Apresenta-se,
primeiramente, a descrição geral do procedimento de desagregação de uma célula da
malha (SKAUGEN, 2002). Em seguida, apresenta-se um procedimento mais detalhado
para desagregação de um campo de precipitação previsto por um modelo atmosférico de
previsão.
5.3.1 - Descrição Geral do Procedimento de Desagregação
5.3.1.1 - Desagregação de uma célula da malha
O campo de precipitação dos modelos globais consiste, normalmente, de N
células (w x w em km) de uma malha, onde w depende do modelo, enquanto o campo
desagregado consiste de N x I pixels (Picture Element) (z x z em km), onde I é o número
de pixels e z depende das unidades de resposta hidrológica da bacia hidrográfica em
questão. Os valores interpolados de pixels numa célula podem ser expressos por:
X
A
Y
=
onde:
Y
- vetor (I x 1)
A
- matriz (I x J) de pesos derivados do método de interpolação escolhido;
X
- vetor (Jx1) de valores de entrada;
J – número de valores de entrada e depende do modelo atmosférico.
35
O vetor
Y
é obtido simplesmente dividindo a célula em pixels e identificando
cada pixel com um valor interpolado. Os componentes da matriz
A
são derivados do
método de interpolação escolhido. Pode-se utilizar, por exemplo, a técnica do inverso do
quadrado da distância, tal que um conjunto fixo de pesos pode ser designado para cada
pixel.
O método do inverso do quadrado da distância consiste em determinar as
variáveis utilizando a variável a ser interpolada dividida pela distância ao quadrado do
ponto de interesse, conforme a equação (32):
=
=
=
n
i
ix
n
i
ix
h
x
d
d
h
h
1
2
1
2
1
(32)
onde
V
é um vetor (I x 1) de valores simulados ordenados, obtido de uma distribuição
exponencial (com parâmetros determinados de
X
) e organizado em ordem crescente.
Então
Y
é um vetor da entrada interpolada organizada em ordem crescente, o
campo desagregado
Z
, pode ser expresso como:
]][[][
iYViZ =
para todo i=1,...,I (33)
onde os colchetes indicam os componentes do vetor e também a locação (ex. i=1 é o
pixel esquerdo mais baixo da célula da malha). O resultado pode ser descrito como um
campo com valores de precipitação não nula distribuídos exponencialmente, com média
e variância idênticas a das entradas (os valores nodais do modelo atmosférico) e com a
mesma dependência temporal do campo interpolado
Y
.
Este procedimento geral é local, no sentido que a interpolação de valores do
pixel e a simulação dos valores de precipitação (e frações de intermitência) são operadas
de acordo com os valores nodais de uma célula real da malha.
5.3.1.2 - Desagregação do campo de precipitação
Para desagregar um campo inteiro de um modelo GCM, pode-se repetir este
procedimento de acordo com o número de células da malha. Contudo, este esquema
36
fornece um máximo local para cada célula da malha resultando em muitos picos e uma
imagem irregular do evento espacial (SKAUGEN, 2001). Poder-se-ia, também,
considerar um método estritamente global, no qual a simulação dos valores de
precipitação, frações de intermitência e a interpolação são conduzidas baseadas em
estimativas globais dos parâmetros. Este procedimento, que poderia ser obtido
prontamente de parâmetros estatísticos globais e frações de zeros de diversos eventos,
não foi investigado por Skaugen em suas pesquisas, uma vez que a distribuição
exponencial não se aplica como uma distribuição espacial global. Este procedimento
levaria a uma solução onde a simulação de valores da precipitação é dada localmente e a
distribuição dos valores espaciais da precipitação é dada globalmente de acordo com a
ordem global de valores de pixels interpolados localmente.
5.3 - DESCRIÇÃO DETALHADA DO PROCEDIMENTO DE DESAGREGAÇÃO
1. A cada dos I pixels na célula da malha é designado um valor interpolado dos
valores nodais (valores dos quatro cantos). Utiliza-se o método do inverso do
quadrado da distância. Este procedimento é repetido para as N células da malha.
Aos pixels de valores interpolados é designado uma ordem (1 a NxI) de tal forma
a determinar a magnitude relativa da precipitação e sua localização dentro do
campo de precipitação interpolado. O valor da ordem
Y
da equação (33) é
determinado, mas com N x I componentes.
2. A média e a variância espaciais da célula são estimadas dos valores nodais.
3. Avalia-se a relação entre a variância e a média incondicional da equação (30). Se
esta relação é maior que a unidade, o campo de precipitação é intermitente com
cobertura fracional p determinada da equação (30) e precipitação positiva com a
célula distribuída exponencialmente,
(
)
λ
,
zf
. Se o raio for menor que a unidade,
a célula é completamente coberta com a intensidade mínima b, e precipitação
distribuída exponencialmente
(
)
bzf
,,
λ
.
37
4. No caso da intermitência da célula n, p
n
x I são simulados de
(
)
λ
,
zf
e
(
)
Ip
n
1
são nulos. No caso de cobertura completa, I valores são simulados de
(
)
bzf
,,
λ
.
5. Os passos 1 a 4 são repetidos para cada célula da malha 1,...,N.
6. Os N x I valores simulados são então ordenados e obtém-se o vetor
V
de
dimensão I x N. O campo desagregado é então determinado pela equação (33).
]][[][
iYViZ =
para todo i=1,...,I-N (33)
No caso de intermitência, os
( )
=
N
N
Ip
1
1
pixels mais baixos da ordem são
assinalados como zero.
5.4 – APLICAÇÃO DO ESQUEMA DE DESAGREGAÇÃO
Para o estudo de caso, escolheu-se a área apresentada na figura 10, pelo fato da
desagregação trabalhar com matrizes, quadradas ou retangulares. Com isso, esta região
foi escolhida pela sua localização e importância dentro da bacia do rio Iguaçu, além
disso, foi verificada a existência de eventos importantes que atendessem fatores como
uma quantidade mínima de chuva de 10 mm por evento, nas estações Foz do Timbó,
Santa Cruz do Timbó e Foz do Cachoeira, ou no caso de inexistência de chuvas
superiores a este valor, que fosse o evento mais importante, ou seja, com o maior
volume de chuva, ocorrido no mês, cobrindo assim todos os meses e estações do ano.
38
51º
26º
50º
49º
1 2
3 4 5 6
7
8 9
10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21
22 23
24
25
26
27 28
29
30 31
32 33
34 35 36
37 38 39
40 41 42 43 44 45 46
47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
71
72 73
74 75 76
7877 79
80 81
82 83
84 85 86
87 88 89
90 91
92 93
94 95 96
97 98
99
100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 11911 120 1211 122 123 124 125 126
127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154
155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181
182 183
184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211
212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 2 40 241
242 243 244 245 246 247 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270 271
272 273
274
275
276
277 278 279
280 281
282 283
284
285
286
287 288
290 291
289 292 293
294
295
296
297 298 299
300 301
302 303 304 305 306 307 308 309 310 311 312 313 314 315 316 317 318 319 320 321 322 323 324 325 326 327
328 329 330 331 332 333 334 335 336 337 338 339 340 341 342 343 344 345 346 347 348 349 350 351 352
353
354
355 356 357 358 359 360
361
362 363
364
365 366 367 368 375
374
373372
371
370369
376 377 378 379 380
381
382 383
384
385 386 387 388 389 390 392
391
393
394
395
396
397 398 399
400 401 402 403 404 405 406 407
408 409 410 411 4 12 413 414 415 416 417 418
419 420 421 422 423 424 425 426 427 428 429
430 431 432 433 434 435 436 437 438 439
440 441 442 443 444 445 446 447
448 449 450 451
452
X
Pontos com Previsão
X
Pontos com Previsão
utilizados no Esquema
de Desagregação
FIGURA 10 – PONTOS ESCOLHIDOS PARA O ESQUEMA DE DESAGREGAÇÃO
A partir das considerações citadas anteriormente, foram escolhidos 22 eventos,
que foram caracterizados por CALVETTI e ARAUJO (2007) e estão apresentadas na
tabela 5:
TABELA 5 – CARACTERIZAÇÃO DOS EVENTOS ESCOLHIDOS
DATA Caracterização
1/10/2005 Sistema frontal
17/10/2005 Interação de um sistema frontal com um sistema convectivo
29/10/2005 Sistema frontal com áreas convectivas
7/11/2005 Frente fria e linha de instabilidade (convecção) pós frontal
18/11/2005 Sistema convectivo
6/12/2005 Sistema frontal
17/12/2005 Sistema convectivo
4/1/2006 Estratiforme pela manhã e convecção no final da noite
18/1/2006 Sistema convectivo
22/1/2006 Sistema convectivo
5/2/2006 Áreas convectivas
20/2/2006 Linha de instabilidade no leste da bacia
2/3/2006 Sistema convectivo
4/3/2006 Áreas convectivas
21/3/2006 Várias áreas estratiformes com alguns núcleos convectivos
10/4/2006 Frente secundária
21/5/2006 Frente fria passou no dia anterior
11/6/2006 Frente fria passou no dia anterior
10/7/2006 Frente fria se propagou no dia anterior
17/8/2006 Pouca chuva e estratiforme
1/9/2006 Frente fria com bastante convecção em forma de núcleos e pequenas linhas
17/9/2006 Frente fria, mas na bacia as chuvas foram do tipo estratiforme.
39
O termo Linha de Instabilidade é utilizado para definir uma banda de
precipitação que em geral se propaga entre 3 a 6 horas. Estas linhas podem ter
comprimento de 50 a 200 km. Em geral, possuem uma linha de convecção, mas algumas
podem ser apenas estratiformes; e Núcleo Convectivo são nuvens com grande
profundidade vertical e que geram grande intensidade de chuva.
Tendo a caracterização dos tipos de chuva, para confirmação de que tanto
chuvas frontais quanto convectivas seriam desagregadas, foram recortados da saída do
modelo WRF, os pontos indicados na figura 10, para serem utilizados como entrada no
modelo de desagregação. Assim, uma matriz (16 x 10) elementos, tendo como distância
entre elementos 7,5 km, foi obtida para cada uma das datas escolhidas.
Para facilitar o acompanhamento do método em diversas etapas, o processo foi
divido em três etapas, a primeira, de interpolação dos dados, foi realizada em linguagem
FORTRAN, a segunda foi a de simulação estatística, realizada em Excel, e a terceira,
com os resultados obtidos, é a etapa gráfica, realizada em MATLAB. Um exemplo de
cada etapa e os códigos fontes utilizados estão demonstrados no Apêndice B.
Para cada data foi desagregado um par de dados, um com as previsões
realizadas para o horizonte de 24 horas e o outro com as previsões realizadas para a
mesma data, porém com 48 horas de antecedência. Com isso, para cada dia tem-se
quatro mapas, dois com o campo previsto pelo modelo WRF e dois com o campo
desagregado com seus respectivos horizontes de previsão.
De todos os eventos simulados, apenas os dias 04/01/2006 (Figura 11) e
18/01/2006, ambos com horizonte de previsão de 48 horas, continham células com
cobertura intermitente, no restante dos eventos todas as células eram cobertas
plenamente com uma intensidade de chuva mínima.
40
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 11 – EVENTO DE CHUVA EM 04/01/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
As Figuras 12 e 13 representam os eventos de chuva ocorridos em 01/10/2005 e
22/01/2006 com horizonte de previsão de 24 h, ilustram os dois tipos de chuva, frontal e
convectiva, respectivamente.
Observa-se que o campo de chuva é mais homogêneo para casos de chuva
frontal (figura 12) do que para casos de chuva convectiva, representado aqui pela Figura
13. Pode-se dizer que mais da metade do campo de chuva frontal é coberto pela mesma
intensidade de chuva e as áreas com isoietas diferentes estão um pouco distantes, o que
demonstra um evento mais uniforme. Nos gráficos de correlação espacial, apresentados
no próximo item, demonstram a diferença entre os dois eventos.
41
(a) Campo de chuva previsto pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 12 – EVENTO DE CHUVA EM 01/10/2005 COM HORIZONTE DE PREVISÃO DE 24
HORAS – CHUVA FRONTAL
(a) Campo de chuva previsto pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregado
FIGURA 13 – EVENTO DE CHUVA EM 22/01/2006 COM HORIZONTE DE PREVISÃO DE 24
HORAS – CHUVA CONVECTIVA
42
Em todos os mapas de campo pode-se observar a semelhança entre o campo
previsto pelo modelo atmosférico e o campo de chuva desagregada. A variação na
quantidade de chuva é a mesma para os dois campos, porém o campo de chuva
desagregada tende a ter intensidades de chuva mais altas do que a do campo previsto
pelo modelo atmosférico, representada pela barra de cores. Os demais eventos estão
apresentados no Apêndice C.
43
6 – ANÁLISE DOS RESULTADOS DA DESAGREGAÇÃO
6.1 – ANÁLISE DOS PARÂMETROS ESTATÍSTICOS
O esquema de desagregação tem potencial para traduzir as seguintes
propriedades estatísticas dos campos de precipitação: média espacial, variância espacial,
intermitência e estrutura de correlação espacial.
Para todos os eventos selecionados foi realizada uma análise estatística dos
campos do modelo atmosférico WRF e dos campos de chuva desagregados pelo método
de Skaugen. Foi considerado, para os campos desagregados, valores médios de 10
simulações.
A análise dos parâmetros estatísticos considerou:
- o potencial do modelo de desagregação para reproduzir as médias da malha
para todos os eventos selecionados;
- o comportamento do desvio padrão do campo de precipitação desagregado
para todos os eventos;
- os erros padrão das médias das simulações;
- os erros padrão das médias para os valores máximos do campo de precipitação
desagregado.
As tabelas 6 e 7 representam os resultados estatísticos, com horizonte de
previsão de 24 horas e 48 horas, respectivamente. Os valores entre parênteses (“( )”),
são os erros padrão das médias calculados pela relação ( OTT, 1992)
n
e
σ
=
, onde σ é o
desvio padrão das simulações do parâmetro calculado e n é o número de simulações
realizadas.
44
TABELA 6 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS EVENTOS COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
Data Fonte Média
Desvio
Padrão Máximo Mínimo
1/10/2005 WRF 17,2 7,33 26,6 2,4
Desagregado
17,57 (0,0060) 7,04 (0,0029) 36,8 (1,2554) 2,3 (0,0023)
17/10/2005 WRF 26,77 11,1 63,0 13,3
Desagregado
26,53 (0,0066) 10,83 (0,0118) 86,9 (2,0884) 13,5 (0,0018)
29/10/2005 WRF 1,71 1,65 8,1 0,1
Desagregado
1,59 (0,0008) 1,44 (0,0038) 15,2 (0,4489) 0,1 (0,0002)
7/11/2005 WRF 14,27 3,9 26,6 8,5
Desagregado
14,01 (0,0018) 3,73 (0,0033) 35,8 (0,8656) 8,4 (0,0031)
18/11/2008 WRF 1,99 2,35 13,0 0,0
Desagregado
1,99 (0,0014) 2,29 (0,0033) 21,2 (1,1259) 0,0 (0,0000)
6/12/2005 WRF 13,15 16,9 77,0 1,6
Desagregado
12,64 (0,0139) 15,98 (0,0295) 131,3 (6,7549) 1,6 (0,0009)
17/12/2005 WRF 6,07 1,85 14,3 3,4
Desagregado
5,92 (0,0018) 1,78 (0,0054) 26,8 (2,3655) 3,3 (0,0016)
4/1/2006 WRF 6,16 3,61 19,2 0,3
Desagregado
6,15 (0,0030) 3,34 (0,0072) 35,6 (1,5562) 0,2 (0,0007)
18/1/2006 WRF 5,6 5,91 24,4 0,1
Desagregado
5,24 (0,0015) 5,42 (0,0030) 35,0 (0,9144) 0,1 (0,0001)
22/1/2006 WRF 37,93 19,89 112,4 6,5
Desagregado
37,53 (0,0169) 19,34 (0,0257) 171,4 (5,6538) 6,4 (0,0066)
5/2/2006 WRF 20,34 4,17 28,0 12,5
Desagregado
20,47 (0,0029) 4,1 (0,0037) 40,7 (0,6729) 12,4 (0,0016)
20/2/2006 WRF 12,23 3,27 19,4 5,0
Desagregado
12,24 (0,0039) 3,44 (0,0036) 31,2 (0,7879) 4,8 (0,0013)
2/3/2006 WRF 13,23 3,99 21,6 7,0
Desagregado
12,79 (0,0027) 4 (0,0055) 32,2 (0,4101) 6,8 (0,0025)
4/3/2006 WRF 31,45 9,05 59,7 21,5
Desagregado
30,63 (0,0064) 8,66 (0,0112) 90,8 (1,5423) 21,6 (0,0081)
21/3/2006 WRF 12,09 6,82 25,2 1,4
Desagregado
12 (0,0029) 6,68 (0,0027) 33,3 (0,6890) 1,3 (0,0009)
10/4/2006 WRF 4,52 1,13 7,0 2,6
Desagregado
4,5 (0,0012) 1,12 (0,0008) 12,6 (0,5326) 2,6 (0,0005)
21/5/2006 WRF 1,02 0,65 3,1 0,0
Desagregado
1,03 (0,0003) 0,6 (0,0008) 4,8 (0,1228) 0,0 (0,0003)
11/6/2006 WRF 5,43 2,41 10,3 1,6
Desagregado
5,55 (0,0016) 2,44 (0,0019) 16,6 (0,5531) 1,5 (0,0011)
10/7/2006 WRF 3,64 3,32 11,8 0,6
Desagregado
3,51 (0,0011) 3,17 (0,0019) 17,2 (0,3513) 0,6 (0,0001)
17/8/2006 WRF 5,09 4,31 16,6 0,5
Desagregado
4,87 (0,0024) 4,08 (0,0030) 23,7 (0,6276) 0,5 (0,0001)
1/9/2006 WRF 19,85 1,85 24,6 14,9
Desagregado
19,92 (0,0015) 1,86 (0,0024) 33,0 (0,7737) 14,9 (0,0019)
17/9/2006 WRF 11,76 7,21 23,3 0,8
Desagregado
11,63 (0,0030) 7,12 (0,0017) 28,9 (0,5339) 0,8 (0,0013)
NOTA: Valores entre parênteses (“( )”), é o erro padrão das médias
45
TABELA 7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS EVENTOS COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
Data Fonte Média
Desvio
Padrão Máximo Mínimo
1/10/2005 WRF 0,69 0,21 1,4 0,3
Desagregado
0,67 (0,0002) 0,2 (0,0003) 2,4 (0,0461) 0,3 (0,0001)
17/10/2005 WRF 29,13 9,8 46,1 6,4
Desagregado
29,45 (0,0071) 9,23 (0,0056) 67,5 (1,7463) 6,2 (0,0040)
29/10/2005 WRF 13,26 6,6 34,2 6,8
Desagregado
12,83 (0,0033) 6,13 (0,0054) 53,3 (1,9143) 6,7 (0,0013)
7/11/2005 WRF 5,9 2,34 11,4 1,7
Desagregado
5,86 (0,0013) 2,21 (0,0019) 17,6 (0,4702) 1,6 (0,0004)
18/11/2008 WRF 1,48 0,97 5,2 0,1
Desagregado
1,43 (0,0005) 0,9 (0,0013) 8,4 (0,3335) 0,1 (0,0003)
6/12/2005 WRF 11,4 14,61 73,9 0,9
Desagregado
9,63 (0,0124) 12,72 (0,0201) 120,7 (6,4604) 0,5 (0,0030)
17/12/2005 WRF 19,95 6,72 38,2 10,2
Desagregado
19,85 (0,0056) 6,66 (0,0049) 56,7 (0,6343) 10,2 (0,0013)
4/1/2006 WRF 3,11 3,72 15,6 0,0
Desagregado
3,27 (0,0036) 3,84 (0,0075) 33,0 (2,5509) 0
18/1/2006 WRF 5,72 12,92 86,7 0
Desagregado
4,56 (0,0102) 10,58 (0,0416) 156,1 (5,5394) 0
22/1/2006 WRF 57,1 31,9 143,2 4
Desagregado
58,6 (0,0294) 31,3 (0,0372) 264,6 (8,6495) 2,6 (0,0366)
5/2/2006 WRF 9,24 4,76 21,9 1,6
Desagregado
9,07 (0,0030) 4,83 (0,0049) 30,6 (0,5141) 1,6 (0,0010)
20/2/2006 WRF 17,63 7,48 29,0 6,0
Desagregado
17,46 (0,0032) 7,38 (0,0022) 34,2 (0,2792) 6,2 (0,0008)
2/3/2006 WRF 16,14 5,45 30,7 8,4
Desagregado
15,98 (0,0030) 5,4 (0,0054) 39,3 (0,8595) 8,2 (0,0019)
4/3/2006 WRF 25,47 8,87 47,3 12,7
Desagregado
25,18 (0,0033) 8,71 (0,0024) 60,1 (1,8033) 12,7 (0,0019)
21/3/2006 WRF 15,42 2,64 24,1 10,5
Desagregado
15,27 (0,0021) 2,67 (0,0051) 36,8 (0,4564) 10,5 (0,4564)
10/4/2006 WRF 4,10 1,10 6,9 2,5
Desagregado
4,09 (0,0008) 1,09 (0,0016) 11,1 (0,3956) 2,4 (0,0008)
21/5/2006 WRF 0,67 0,46 1,7 0,0
Desagregado
0,67 (0,0004) 0,45 (0,0004) 2,8 (0,0568) 0,0 (0,0001)
11/6/2006 WRF 14,19 5,69 22,8 2,5
Desagregado
14,33 (0,0027) 5,54 (0,0013) 29,8 (0,5257) 2,5 (0,0005)
10/7/2006 WRF 3,37 0,91 5,5 1,9
Desagregado
3,29 (0,0007) 0,88 (0,0006) 7,8 (0,1265) 1,9 (0,0007)
17/8/2006 WRF 21,32 6,82 32,9 5,7
Desagregado
21,83 (0,0056) 6,58 (0,0044) 51,5 (2,2725) 5,6 (0,0026)
1/9/2006 WRF 28,36 11,65 52,0 11,2
Desagregado
27,96 (0,0034) 11,18 (0,0047) 66,5 (0,8574) 11,3 (0,0032)
17/9/2006 WRF 3,24 2,84 12,9 0,4
Desagregado
3,08 (0,0013) 2,61 (0,0017) 17,1 (0,4962) 0,5 (0,0001)
NOTA: Valores entre parênteses (“( )”), é o erro padrão das médias
As linhas em cinza representam os eventos que apresentaram células com cobertura intermitente de
chuva.
46
A média e o desvio padrão para toda a malha, para todos os eventos, são
preservados pelo modelo de desagregação de Skaugen, com valores de erros padrões
com magnitudes variando na ou 3ª casa decimal, o que indica um procedimento de
simulação estável. Nas figuras 14 e 15 estão representados a comparação entre o modelo
atmosférico de previsão de chuva WRF e o método de desagregação, as médias da
malhas e o desvio padrão, respectivamente, facilitando a visualização de cada evento.
Pode-se observar que para ambos casos o resultado está muito próximo da linha de 45
graus, o que realmente indica estabilidade.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 10 20 30 40
WRF
D e s a g r e g a d o
(a) Horizonte de previsão de 24 horas
0
10
20
30
40
50
60
0 10 20 30 40 50 60
WRF
D e s a g r e g a d o
(b) Horizonte de previsão de 48 horas
FIGURA 14 – COMPARAÇÃO ENTRE A MÉDIA DO MODELO WRF E DO
MÉTODO DE SKAUGEN
47
0
5
10
15
20
25
0 5 10 15 20 25
WRF
D e s a g r e g a d o
(a) Horizonte de previsão de 24 horas
0
5
10
15
20
25
30
35
0 5 10 15 20 25 30 35
WRF
D e s a g r e g a d o
(b) Horizonte de previsão de 48 horas
FIGURA 15 – COMPARAÇÃO ENTRE O DESVIO PADRÃO DO MODELO WRF E
DO MÉTODO DE SKAUGEN
Para os valores de máximos, os erros calculados foram maiores, pois a
variabilidade local é verificada pelos altos valores simulados, isso não implica em uma
deficiência do modelo, mas sim na sua capacidade em identificar magnitudes e locais
potenciais de ocorrência de valores máximos, o que é de importância fundamental para a
Hidrologia, especialmente para propósitos de previsão de cheias. Utilizando modelagem
hidrológica distribuída, o tempo de pico e a magnitude de cheias rápidas (flash floods)
podem ser melhor previstos com campos de chuva desagregados, os locais de pico e a
magnitude podem ser observados no mapas dos campos de chuva desagregada (figuras
11,12,13).
A comparação entre os valores máximos do modelo de previsão WRF e do
campo desagregado está demonstrada na figura 16, onde pode-se observar que, tanto
para o horizonte de 24 horas como para o de 48 horas, os valores máximos obtidos pelo
método de Skaugen são sempre maiores que o do previsto pelo WRF.
Os valores mínimos (figura 17) comparados entre o modelo e o método de
Skaugen, mantêm uma estabilidade, confirmando os erros padrões das médias
apresentados nas tabelas 6 e 7.
48
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0 50 100 150
WRF
D e s a g r e g a d o
(a) Horizonte de previsão de 24 horas
0
50
100
150
200
250
0 50 100 150 200 250
WRF
D e s a g r e g a d o
(b) Horizonte de previsão de 48 horas
FIGURA 16 – COMPARAÇÃO ENTRE OS VALORES MÁXIMOS DO MODELO
WRF E DO MÉTODO DE SKAUGEN
0
5
10
15
20
25
0 5 10 15 20 25
WRF
D e s a g r e g a d o
(a) Horizonte de previsão de 24 horas
0
5
10
15
0 5 10 15
WRF
D e s a g r e g a d o
(b) Horizonte de previsão de 48 horas
FIGURA 17 – COMPARAÇÃO ENTRE OS VALORES MÍNIMOS DO MODELO
WRF E DO MÉTODO DE SKAUGEN
49
6.2 - COMPARAÇÃO COM VALORES OBSERVADOS
Outro ponto importante considerado foi o cálculo da chuva média na bacia,
onde foi realizada a comparação entre os eventos desagregados e chuva nas estações
telemétricas que se encontram na área de estudo. Como era esperado, devido as
diferenças entre o previsto pelo modelo WRF e a chuva observada pelas estações
apresentadas na seção 5.2, a chuva média calculada variou conforme os resultados do
modelo, tanto para o horizonte de previsão de 24 horas como para o de 48 horas.
O método de Thiesen foi utilizado para o cálculo da chuva média nas estações
que se encontram dentro da área ou que exercem influência sobre ela, sendo as estações
utilizadas: Divisa, Pontilhão, Fluviópolis, União da Vitória, Foz do Timbó, Santa Cruz
do Timbó e Foz do Cachoeira. Para o cálculo da chuva média no campo de chuva
desagregada, usou-se o método das isoietas, a partir dos mapas traçados no método de
simulação. Os resultados para ambos estão apresentados na tabela 8 e nas figuras 18 e
19.
TABELA 8 – CHUVA MÉDIA NA ÁREA DESAGREGADA
Evento Data Chuva Observada
Método de Skaugen
HP=24h
Método de Skaugen
HP=48h
1 01/10/2005 20,1 17,1 0,6
2 17/10/2005 32,8 26,9 29,1
3 29/10/2005 55,0 1,7 13,0
4 07/11/2005 27,2 13,9 5,8
5 18/11/2005 8,3 2,41 1,5
6 06/12/2005 10,8 15,7 11,2
7 17/12/2005 6,4 6,6 18,7
8 04/01/2006 12,8 6,2 3,3
9 18/01/2006 25,9 6,6 6,6
10 22/01/2006 5,5 37,8 60,7
11 05/02/2006 8,3 20,3 8,8
12 20/02/2006 5,7 12,2 17,4
13 02/03/2006 9,7 13,1 16,0
14 04/03/2066 9,0 30,3 25,4
15 21/03/2006 20,2 11,9 15,0
16 10/04/2006 11,7 4,5 4,1
17 21/05/2006 4,7 1,1 0,8
18 11/06/2006 1,7 6,2 4,8
19 10/07/2006 20,8 3,5 3,3
20 17/08/2006 33,7 4,9 22,2
21 01/09/2006 16,2 20,6 28,3
22 17/09/2006 10,5 11,7 3,3
50
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Evento
Chuva Média (mm/dia)
Chuva Observada
Chuva Desagregada HP=24h
FIGURA 18 – COMPARAÇÃO ENTRE A CHUVA MÉDIA OBSERVADA E A
CHUVA MÉDIA DESAGREGADA COM HP=24h.
No evento 7, referente a data de 17/12/2005, verificou-se o melhor resultado,
onde a chuva observada e o modelo de previsão mais se aproximaram na quantidade de
chuva precipitada sobre a área, no evento 3, em 29/10/2005, foi verificada a maior
diferença entre a previsão do modelo WRF e a chuva observada pelas estações
telemétricas, para o horizonte de previsão de 24 horas (Figura 18).
Para o horizonte de previsão de 48 horas (Figura 19), os eventos que
apresentaram os melhores resultado foram o 6, em 06/12/2005, e o 11, em 05/12/2006.
A maior diferença entre a quantidade de chuva observada e prevista observa-se no
evento 10, em 22/01/2006.
51
0
10
20
30
40
50
60
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Evento
Chuva Média (mm/dia)
Chuva Observada
Chuva Desagregada HP=48h
FIGURA 19 – COMPARAÇÃO ENTRE A CHUVA MÉDIA OBSERVADA E A
CHUVA MÉDIA DESAGREGADA COM HP=48h.
Os valores máximos verdadeiros de precipitação do campo desagregado são
difíceis de serem avaliados devido à não disponibilidade de observações da chuva
máxima no campo real de precipitação. Também, quando da validação do campo
desagregado em função do observado, fica difícil distinguir se os erros são provenientes
do modelo atmosférico ou do modelo de desagregação proposto por Skaugen, ou ainda,
da própria série observada.
6.3 - CORRELAÇÃO ESPACIAL
Analise da estrutura de correlação dos campos de chuva dos modelos
atmosféricos e de desagregação é de grande importância. Este tipo de estudo permite
verificar se a estrutura de correlação do campo desagregado reproduz a do campo do
modelo atmosférico.
É possível analisar a estrutura de correlação dos diversos eventos estudados que
pode variar muito em função do tipo de precipitação, frontal ou convectiva e do método
de interpolação utilizado. Esta observação é consistente com o obtido por SKAUGEN
52
(1997) onde diferentes estruturas de correlação para interpolações de Kriging foram
usadas numa classificação de processos em pequena escala (temporais) e grande escala
(chuvas frontais).
Para obtenção da correlação espacial é necessária a obtenção do semi-
variograma, neste caso obtido pelo programa Surfer 8.0, Golden Software, Inc. O semi-
variograma permite descrever quantitativamente a variação no espaço de um evento
regionalizado (HAINING, 2003). Sua expressão matemática experimental é:
=
)(),(
2
)(
)(2
1
)(
hji
ji
zz
hN
h
γ
(34)
onde: N é o número de pares de z distanciados em h, z são os valores a serem estudados.
A relação entre o semi-variograma e a correlação espacial é dada pela equação:
)0(
)(
0,1)(
C
h
hR
γ
=
(35)
onde: R(h) é a correlação espacial e C(0) é a covariância quando h = 0. Sendo que C(0)
= γ() , tendo em vista que todas estas relações são experimentais (HAINING,2003).
A diferença entre a correlação espacial de uma precipitação frontal para uma
convectiva é a taxa de decaimento. Para a chuva frontal (Figura 20), ela é menor, ou
seja, a curva de correlação tem um ângulo de inclinação menor do que para chuvas
convectivas (Figura 21). Outra observação importante é o fato de que a correlação
decresce quanto maior for a distância entre os pontos.
Analisando as figura 20 e 21, pode-se observar que, para estes casos, o método
de desagregação reproduziu com certa exatidão o campo do modelo atmosférico WRF, o
que se deve ter cuidado que nem sempre o modelo atmosférico reproduz o mesmo tipo
de chuva observada.
nas figura 22 e 23, apesar de, nos dois casos, as curvas de correlação entre o
modelo WRF e o método de Skaugen não coincidirem totalmente, pode-se observar que
elas possuem a mesma tendência no decaimento. Para o caso do evento 29/10/2005
(Figura 22), a dispersão dos pontos de correlação do modelo WRF é devido ao fato de
53
ser um evento frontal, porém com áreas de instabilidade (Tabela 8). As curvas de
correlação para o evento 17/12/2005, (Figura 23), coincidem nos primeiros quilômetros,
porém para distâncias maiores ocorre um deslocamento.
Os demais gráficos de correlação estão apresentados no Apêndice D.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 20 – CORRELAÇÃO ESPACIAL – 01/10/2005 HP=24 h
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 21 – CORRELAÇÃO ESPACIAL – 22/01/2006 HP=24 h
54
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 22 – CORRELAÇÃO ESPACIAL – 29/10/2005 HP=24 h
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 23 – CORRELAÇÃO ESPACIAL – 17/12/2005 HP=24 h
55
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O objetivo principal deste trabalho consiste em aplicar o método de
desagregação proposto por SKAUGEN (2002) para o modelo atmosférico de previsão
de chuva WRF e verificar sua evolução, uma vez que o método é um sistema dinâmico
não linear.
A bacia do rio Iguaçu foi escolhida, primeiramente pela sua importância no
setor elétrico e depois pela quantidade de dados disponíveis na região tanto da rede
telemétrica como do modelo de previsão, para comparar e fazer uma análise qualitativa
das previsões numéricas de chuva com cada estação de observação da bacia. Os
resultados desta análise indicaram uma baixa relação entre a quantidade de chuva
prevista pelo modelo atmosférico e a das observações pelas estações telemétricas.
Apesar disso o modelo tem uma boa capacidade de prever eventos de chuva ou dias
secos, o que também é importante para o caso.
O método de desagregação da chuva adota a dependência espacial derivada da
interpolação e utiliza a distribuição estatística global da precipitação com uma mistura
de distribuições exponenciais dependendo do tipo de cobertura de chuva na célula. A
distribuição exponencial representa bem, tanto eventos de chuva intermitentes, f(z,λ),
quanto eventos com uma intensidade mínima na célula da malha do modelo atmosférico,
f(z,λ,b).
Para a aplicação do esquema de desagregação foi utilizada uma área de 7594
km², ou seja, uma malha de (16 x 10) elementos espaçados em 7,5 km, pois era
necessária uma malha quadrada ou retangular, essa área foi escolhida por cobrir toda a
região a montante de União da Vitória.
A escala de desagregação escolhida foi de (0,75 km x 0,75 km) uma vez que a
saída do modelo atmosférico havia sido previamente interpolada em (7,5 km x 7,5 km),
facilitando assim a simulação, o que não impede de ser escolhida outra escala,
dependendo do uso a que se destine.
56
Os eventos de chuva foram selecionados avaliando a quantidade de chuva
ocorrida na região e que foram previstas pelo modelo, que houvesse pelo menos um
evento em cada mês de forma a cobrir o período de 1 ano e todas as suas estações e
também conforme o tipo de chuva ocorrida, tanto oriundas de sistemas frontais como
convectivos. Vinte e dois eventos foram selecionados, onde cada um foi previsto para os
horizontes de 24 e 48 horas.
Com a região e os eventos a serem desagregados aplicou-se o método de
desagregação de Skaugen; além da saída numérica foram gerados mapas de isoietas para
facilitar a visualização do resultado.
Foram analisadas a média e o desvio padrão do campo desagregado, onde
obteve-se um resultado favorável, pois o campo reproduziu os valores encontrados para
o modelo atmosférico. Os erros padrão das médias também foi pequeno o que indica um
procedimento de simulação estável. Para os valores de máximo, o método encontrou
valores maiores do que os do WRF, porém isso era esperado, pois avalia a capacidade
de prever a variabilidade local.
A correlação espacial também foi avaliada, com ela é possível saber qual o tipo
de chuva que o modelo prevê e verificar se o campo desagregado reproduz a correlação
do campo do modelo atmosférico.
Concluindo, o método de desagregação proposto por Skaugen cumpre com seus
objetivos, com isso, pode-se dizer que a meta principal e todos os objetivos específicos
propostos para este trabalho foram alcançados.
Como recomendações para estudos futuros, sugere-se que: i) o método deva ser
testado com um modelo atmosférico de previsão de chuvas que consiga prever com
maior exatidão os eventos; ii) como complementação, seja avaliada a precipitação
desagregada pontualmente sobre as estações telemétricas e comparar com as do modelo
atmosférico, traçando um diagrama de quantis para avaliar qual resulta mais
significativo. Espera-se que os valores desagregados estejam em uma melhor
concordância com os valores observados, uma vez que a chuva desagregada corresponde
57
a uma célula muito menor do que a do modelo atmosférico; iii) verificar a freqüência de
zeros e de valores baixos de precipitação tanto do modelo atmosférico quanto do campo
desagregado. Espera-se uma freqüência de zeros baixa e uma freqüência de valores
pequenos de precipitação alta em relação aos valores observados, isto porque tanto o
modelo atmosférico como o modelo de desagregação fornece chuva média nas lulas
respectivas. Acredita-se que os modelos atmosféricos têm uma tendência a ser relutantes
em prever dias sem chuva nos campos intermitentes. Evidentemente se está comparando
valores médios das células de ambos os modelos com chuvas pontuais nas estações de
observação. O problema é basicamente de escala, que envolve complexas interações
específicas da região em questão, variabilidade espacial e freqüência da precipitação. O
efeito de redução da variância devido à média na área é conhecido (RODRIGUES-
ITURBE & MEJIA, 1974).
58
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Brasil, 1975.
61
APÊNDICE A – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA
PERÍODO DE SETEMBRO DE 2005 A OUTUBRO DE 2006
i
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica Divisa
P r e v is ã o 2 4 h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
20
40
60
80
100
120
140
0 20 40 60 80 100 120 140
Estação Hidrológica Divisa
P r e v is ã o 4 8 h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica Divisa
P r e v is ã o
2 4
h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica Divisa
P r e v i s ã o
4 8
h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 1A – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA DIVISA
ii
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Estação Hidrológica Fluviópolis
P r e v is ã o
2 4
h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
20
40
60
80
100
120
140
0 20 40 60 80 100 120 140
Estação Hidrológica Fluvpolis
P r e v is ã o
4 8
h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Estação Hidrológica Fluviópolis
P r e v is ã o
2 4
h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Estação Hidrológica Fluviópolis
P r e v i s ã o
4 8
h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 2A – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA FLUVIÓPOLIS
iii
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 20 40 60 80 100
Estação Hidrológica Foz do Cachoeira
P r e v is ã o
2 4
h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Estação Hidrológica Foz do Cachoeira
P r e v i s ã o
4 8
h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 20 40 60 80 100
Estação Hidrológica Foz do Cachoeira
P r e v is ã o
2 4
h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Estação Hidrogica Foz do Cachoeira
P r e v is ã o
4 8
h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 3A – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA FOZ DO CACHOEIRA
iv
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 20 40 60 80 100
Estação Hidrogica Foz do Tim
P r e v is ã o
2 4
h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
20
40
60
80
100
120
140
0 20 40 60 80 100 120 140
Estação Hidrogica Foz do Tim
P r e v is ã o
4 8
h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 20 40 60 80 100
Estação Hidrogica Foz do Tim
P r e v is ã o
2 4
h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrogica Foz do Tim
P r e v is ã o
4 8
h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 4A – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA FOZ DO TIMBÓ
v
0
10
20
30
40
50
60
70
0 10 20 30 40 50 60 70
Estação Meteorológica Lapa
P r e v is ã o
2 4
h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 20 40 60 80 100
Estação Meteorológica Lapa
P r e v is ã o
4 8
h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 20 40 60 80 100
Estação Meteorogica Lapa
P r e v is ã o
2 4
h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Meteorogica Lapa
P r e v is ã o
4 8
h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 5A – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO METEOROLÓGICA LAPA
vi
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Estação Hidrológica Pontilhão
P r e v is ã o
2 4
h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Estação Hidrogica Pontilhão
P r e v is ã o
4 8
h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
20
40
60
80
100
120
140
0 20 40 60 80 100 120 140
Estação Hidrológica Pontilhão
P r e v is ã o
2 4
h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Estação Hidrológica Pontilhão
P r e v is ã o
4 8
h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 6A – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA PONTILHÃO
vii
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica Porto Amazonas
P r e v is ã o
2 4
h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Estação Hidrológica Porto Amazonas
P r e v is ã o
4 8
h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Estação Hidrológica Porto Amazonas
P r e v is ã o
2 4
h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Estação Hidrológica Porto Amazonas
P r e v is ã o
4 8
h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 7A – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA PORTO AMAZONAS
viii
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 20 40 60 80 100
Estação Hidrológica Rio Negro
P r e v is ã o
2 4
h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica Rio Negro
P r e v is ã o
4 8
h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica Rio Negro
P r e v is ã o
2 4
h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica Rio Negro
P r e v is ã o 4 8 h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 8A – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA RIO NEGRO
ix
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Estação Hidrológica Santa Cruz do Timbó
P r e v is ã o 2 4 h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica Santa Cruz do Tim
P r e v i s ã o 4 8 h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Estação Hidrológica Santa Cruz do Tim
P r e v is ã o 2 4 h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica Santa Cruz do Timbó
P r e v is ã o 2 4 h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 9A– COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA SANTA CRUZ DO TIMBÓ
x
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica União da Vitória
P r e v i s ã o 2 4 h
(a) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 12 h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica União da Vitória
P r e v i s ã o 2 4 h
(b) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 12h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica União da Vitória
P r e v is ã o 2 4 h
(c) Previsão de 24h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Estação Hidrológica União da Vitória
P r e v is ã o 4 8 h
(d) Previsão de 48h com Chuva Observada
Acumuladas em 24h
FIGURA 10A – COMPARAÇÃO ENTRE PREVISÃO E CHUVA OBSERVADA –
ESTAÇÃO HIDROLÓGICA UNIÃO DA VITÓRIA
65
APÊNDICE B – EXEMPLO E CÓDIGOS FONTES UTILIZADOS
i
1 B – PRIMEIRA ETAPA: INTERPOLAÇÃO
Como exemplo, é utilizado um evento hipotético, com uma matriz de entrada
(3x3), que tem um mero menor de elementos que as matrizes estudadas, para que a
visualização da solução seja melhor pelas dimensões da matriz de saída, que neste caso
é de (21x21). Como é um evento hipotético, tomou-se cuidado na escolha dos valores da
matriz para que dentro dela ocorressem tanto o caso de célula completamente coberta de
chuva e célula com intermitência.
Na primeira etapa, calculada a partir do digo fonte exposto abaixo, tem-se
como saída, dois arquivos, com os mesmos valores diferindo na forma de formatação. O
primeiro (saida.txt) o arquivo está na forma de uma matriz, e o segundo arquivo de saída
(saida1.txt) a formatação está em forma de um vetor, este segundo é usado como entrada
para a segunda etapa.
A matriz de saída aqui representada é resultante do primeiro arquivo, a outra
saída pode ser observada na segunda etapa do processo.
Matriz de Entrada:
Código Fonte:
IMPLICIT DOUBLE PRECISION (A-H,O-Z)
PARAMETER (N=11,DX=0.75)
DIMENSION U(1:21,1:21)
DIMENSION D(1:N,1:N,1:N,1:N),DENO(1:N,1:N),SOMA(1:N,1:N)
OPEN(1,FILE='exemplo.txt')
OPEN(2,FILE='saida.txt')
OPEN(3,FILE='saida1.txt')
READ(1,*)((U(I*10-9,J*10-9),I=1,10),J=1,16)
DO 10 J = 1,N
DO 15 I = 1,N
DO 20 L = 1,N,N-1
DO 25 K = 1,N,N-1
D(I,J,L,K) = ((K-I)*DX)**2+((L-J)*DX)**2.
25 CONTINUE
ii
20 CONTINUE
15 CONTINUE
10 CONTINUE
DO 2 MK = 1,2
DO 5 ML = 1,2
DO 30 J = 1,N
DO 35 I = 1,N
DO 40 L = 1,N,N-1
DO 45 K = 1,N,N-1
IF((I.EQ.1.OR.I.EQ.N).AND.(J.EQ.1.OR.J.EQ.N)) THEN
DENO(I,J) = 0.
SOMA(I,J) = 0.
ELSE
DENO(I,J) = DENO(I,J)+1./D(I,J,L,K)
SOMA(I,J) = SOMA(I,J)+U(K+10*(MK-1),L+10*(ML-1))/D(I,J,L,K)
END IF
45 CONTINUE
40 CONTINUE
35 CONTINUE
30 CONTINUE
DO 50 J = 1,N
DO 55 I = 1,N
IF((I.EQ.1.OR.I.EQ.N).AND.(J.EQ.1.OR.J.EQ.N)) THEN
U(I+10*(MK-1),J+10*(ML-1)) = U(I+10*(MK-1),J+10*(ML-1))
ELSE
U(I+10*(MK-1),J+10*(ML-1)) = SOMA(I,J)/DENO(I,J)
END IF
WRITE(3,97) U(I+10*(MK-1),J+10*(ML-1))
55 CONTINUE
50 CONTINUE
DO 80 J = 1,N
DO 85 I = 1,N
DENO(I,J) = 0.
SOMA(I,J) = 0.
85 CONTINUE
80 CONTINUE
5 CONTINUE
2 CONTINUE
DO 60 J = 1,21
WRITE(2,98)(U(I,J),I=1,21)
60 CONTINUE
97 FORMAT(F8.3)
98 FORMAT(91F8.3)
CLOSE(1)
CLOSE(2)
CLOSE(3)
STOP
END
iii
Matriz de Saída da 1ª Etapa:
iv
2B – SEGUNDA ETAPA: SIMULAÇÃO
Esta etapa está separada em duas planilhas, na primeira estão calculadas as
estatísticas necessárias da matriz de entrada e de cada célula para fazer a simulação na
segunda planilha.
2B.1 – PLANILHA 1
Esta planilha está separada em campos de preenchimento e de cálculo direto
(Figura 1B).
FIGURA 1B – PLANILHA 1 – 2ª ETAPA
Campo 1 Matriz de entrada: São as células onde deverá ser colocada a matriz de
entrada, a mesma usada na etapa 1 para a interpolação, para o cálculo das estatísticas
nos demais campos. Ao lado da matriz de entrada estão as células de estatística geral da
malha, onde são calculados a média geral, a variância e o desvio padrão.
Campo 2 Média: Nesse campo é calculada a média de cada lula (passo 2 do
esquema de desagregação).
v
Campo 3 – Variância: Aqui é calculada a variância de cada célula (passo 2 do esquema
de desagregação).
Campo 4 Variância/média²: É calculada a relação
2
)(
)var(
zE
z
, onde var (z) variância dos
quatro valores nodais das células e E(z) é a média desses quatro valores, para cada
célula da malha como requisito para a avaliação se a célula é coberta completamente ou
intermitentemente pela chuva.
Campo 5 – Lambda: Cálculo de λ, a partir da relação :
)(
1
zE
=
λ
, para usar na
simulação, na equação da distribuição exponencial.
Campo 6 Campo 4 >1,0: Para facilitar a identificação de células com intermitência
encontradas pela relação do campo 4, este campo retorna “VERDADEIRO” quando a
célula correspondente do campo 4 for maior que a unidade, identificando assim células
com intermitência e “0” quando o valor correspondente for menor que 1,0, ou seja,
células com cobertura completa (passo 3 do esquema de desagregação).
Campo 7 b: Calcula a intensidade mínima b, para usar na equação da distribuição
exponencial truncada, quando a célula for totalmente coberta.
Campo 8 p: Quando a célula tem cobertura intermitente, faz-se necessário o cálculo
de p, pela equação (30).
Campo 9 p.I: No caso de cobertura intermitente, somente pxI são simulados, onde I é
a quantidade de pontos simulados dentro de cada célula, no caso, 121.
2B.2 – PLANILHA 2
A planilha 2 está subdividida em colunas, cada qual exercendo uma função
dentro do conjunto da simulação, como demonstra a figura 2B.
vi
NOTA: Espaços preenchidos por pontos indicam a continuidade da planilha.
FIGURA 2B – PLANILHA 2 - SIMULAÇÃO
Coluna A: Vetor de saída da 1ª Etapa, arquivo (saida.txt).
Coluna B:
Classificação do vetor da coluna A quanto a sua posição dentro da malha.
vii
Coluna C: meros aleatórios uniformemente distribuídos entre 0 e 1.
Coluna D: Cálculo de z, intensidade da chuva, em função da distribuição exponencial
com dois parâmetros
),(
λ
zf
, a partir da geração de variáveis aleatórias. Segundo a
equação (KAVISKI, 2006):
λ
)ln(
u
z =
(1.B)
onde: λ é calculado na Planilha 1, Campo 5, e u é a variável aleatória da Coluna C da
Planilha 2.
Coluna E: Como para a distribuição exponencial truncada tem-se outro parâmetro (b
intensidade mínima), ele é introduzido nesta coluna, somando a Coluna D com o valor
correspondente calculado para célula da Planilha 1, Campo 7. Com atenção para o caso
de células com cobertura intermitente (células em azul), que não têm adição deste
parâmetro, também para estas mesmas células, deve-se observar o Campo 9 da Planilha
1, para verificação do número de valores a ser simulado e com isso completar os valores
restantes com zero (passo 4 do esquema de desagregação). Assim, é obtida a série
simulada (passo 5).
Colunas F e G: São os valores das Colunas A e B, respectivamente, sendo a Coluna F
ordenada de maneira crescente e a Coluna G indicando sua posição original dentro da
malha.
Coluna H: Indica a posição final das Colunas S1 a S10, na ordem crescente.
Colunas S1 a S10: São as séries simuladas na Coluna E, com números aleatórios
diferentes, ordenadas crescentemente e em seguida reordenas crescentemente com base
na Coluna G para que ocupem sua real posição no campo desagregado (passo 6).
Coluna dia: É o vetor do campo desagregado final, obtido da média das 10
simulações realizadas.
Como última etapa, depois de realizadas as simulações, o vetor do campo
desagregado é transformado em matriz:
viii
Campo Desagregado:
ix
3B- TERCEIRA ETAPA: MAPAS
Nesta etapa foram utilizados algoritmos produzidos no programa MATLAB,
para a confecção dos mapas, o primeiro (Figura 3B, Código Fonte 1) é do campo
produzido pelo modelo atmosférico WRF, e o segundo (Figura 4B, Código Fonte 2) é o
campo desagregado, obtido da simulação realizada.
Os mapas gerados, para este exemplo, conservam a mesma distância entre as
células que a dos eventos reproduzidos para a dissertação.
FIGURA 3B – CAMPO DE CHUVA PREVISTO PELO WRF
x
FIGURA 4B – CAMPO DE CHUVA DESAGREGADA
Código Fonte 1:
%Graficos Chuva Sem Desagregar
%MATLAB 7.0
%Franciele Reynaud
%==========================================================================
%Limpando a memória
clear all;
clc;
%==========================================================================
%Introdução
disp('Gráficos');
%==========================================================================
%Gerando o mapa de Cores
a=[0:0.01:1];
a=rot90(a);
graf=[a,a,a];
%Lendo o arquivo de entrada
z=load('exemplo.txt'); % Nome do arquivo
%Gerando vetores do eixos
x=0:7.5:15;
xi
y=0:7.5:15;
%Grafico
surf(x,y,z)
view(0,90);
xlabel('Distância (km)')
ylabel('Distância (km)')
grid off
shading flat
axis equal
axis tight
box on
colormap(graf)
colorbar
Código Fonte 2:
%Graficos Chuva Desagregada
%MATLAB 7.0
%Franciele Reynaud
%==========================================================================
%Limpando a memória
clear all;
clc;
%==========================================================================
%Introdução
disp('Gráficos');
%==========================================================================
% Gerando Mapa de cores
a=[0:0.01:1];
a=rot90(a);
graf=[a,a,a];
%Vetor da isoietas
v=[0:5:150];
% Lendo arquivo de entrada
z=load('desagregada.txt'); % Nome do arquivo
%Vetores dos Eixos
x=0:0.75:15;
y=0:0.75:15;
%Grafico
[C,h]=contourf(x,y,z,v);
clabel(C,h,'manual')
xlabel('Distância (km)')
ylabel('Distância (km)')
grid off
axis equal
axis tight
box on
colormap(graf)
colorbar
i
APÊNDICE C – MAPAS DOS EVENTOS DE CHUVA
i
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 1C – EVENTO DE CHUVA EM 01/10/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 2C - EVENTO DE CHUVA EM 17/10/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
ii
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 3C - EVENTO DE CHUVA EM 17/10/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 4C - EVENTO DE CHUVA EM 29/10/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
iii
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 5C - EVENTO DE CHUVA EM 29/10/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 6C – EVENTO DE CHUVA EM 07/11/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
iv
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 7C – EVENTO DE CHUVA EM 07/11/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 8C – EVENTO DE CHUVA EM 18/11/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
v
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 9C – EVENTO DE CHUVA EM 18/11/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 10C – EVENTO DE CHUVA EM 06/12/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
vi
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 11C – EVENTO DE CHUVA EM 06/12/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 12C – EVENTO DE CHUVA EM 17/12/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
vii
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 13C – EVENTO DE CHUVA EM 17/12/2005 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 14C – EVENTO DE CHUVA EM 04/01/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
viii
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 15C – EVENTO DE CHUVA EM 18/01/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 16C – EVENTO DE CHUVA EM 18/01/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
ix
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 17C – EVENTO DE CHUVA EM 22/01/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 18C – EVENTO DE CHUVA EM 05/02/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
x
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 19C – EVENTO DE CHUVA EM 05/02/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 20C – EVENTO DE CHUVA EM 20/02/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
xi
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 21C – EVENTO DE CHUVA EM 20/02/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 22C – EVENTO DE CHUVA EM 02/03/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
xii
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 23C – EVENTO DE CHUVA EM 02/03/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 24C – EVENTO DE CHUVA EM 04/03/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
xiii
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 25C – EVENTO DE CHUVA EM 04/03/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 26C – EVENTO DE CHUVA EM 21/03/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
xiv
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 27C – EVENTO DE CHUVA EM 21/03/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 28C – EVENTO DE CHUVA EM 10/04/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
xv
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 29C – EVENTO DE CHUVA EM 10/04/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 30C – EVENTO DE CHUVA EM 21/05/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
xvi
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 31C – EVENTO DE CHUVA EM 21/05/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 32C – EVENTO DE CHUVA EM 11/06/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
xvii
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 33C – EVENTO DE CHUVA EM 11/06/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 34C – EVENTO DE CHUVA EM 10/07/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
xviii
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 35C – EVENTO DE CHUVA EM 10/07/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 36C – EVENTO DE CHUVA EM 17/08/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
xix
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 37C – EVENTO DE CHUVA EM 17/08/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 38C – EVENTO DE CHUVA EM 01/09/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
xx
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 39C – EVENTO DE CHUVA EM 01/09/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 40C – EVENTO DE CHUVA EM 17/09/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 24 HORAS
xxi
(a) Campo de chuva prevista pelo WRF
(b) Campo de chuva desagregada
FIGURA 41C – EVENTO DE CHUVA EM 17/09/2006 COM HORIZONTE DE
PREVISÃO DE 48 HORAS
i
APÊNDICE D – GRÁFICOS DE CORRELAÇÃO ESPACIAL
i
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 1D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 01/10/2005 – HP=48 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 2D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 17/10/2005 – HP=24 horas
ii
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 3D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 17/10/2005 – HP=48 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 4D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 29/10/2005 – HP=48 horas
iii
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 5D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 07/11/2005 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 6D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 07/11/2005 – HP=48 horas
iv
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 7D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 18/11/2005 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 8D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 18/11/2005 – HP=48 horas
v
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 9D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 06/12/2005 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 10D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 06/12/2005 – HP=48 horas
vi
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 11D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 17/12/2005 – HP=48 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 12D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 04/01/2006 – HP=24 horas
vii
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 13D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 04/01/2006 – HP=48 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 14D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 18/01/2006 – HP=24 horas
viii
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 15D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 18/01/2006 – HP=48 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 16D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 22/01/2006 – HP=48 horas
ix
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 17D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 05/02/2006 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 18D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 05/02/2006 – HP=48 horas
x
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 19D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 20/02/2006 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 20D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 20/02/2006 – HP=48 horas
xi
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 21D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 02/03/2006 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 22D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 02/03/2006 – HP=48 horas
xii
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 23D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 04/03/2006 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 24D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 04/03/2006 – HP=48 horas
xiii
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 25D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 21/03/2006 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 26D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 21/03/2006 – HP=48 horas
xiv
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 27D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 10/04/2006 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 28D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 10/04/2006 – HP=48 horas
xv
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 29D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 21/05/2006 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 30D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 21/05/2006 – HP=48 horas
xvi
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 31D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 11/06/2006 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 32D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 11/06/2006 – HP=48 horas
xvii
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 33D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 10/07/2006 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 34D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 10/07/2006 – HP=48 horas
xviii
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 35D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 17/08/2006 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 36D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 17/08/2006 – HP=48 horas
xix
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 37D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 01/09/2006 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 38D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 01/09/2006 – HP=48 horas
xx
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 39D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 17/09/2006 – HP=24 horas
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Distância (km)
Correlação
Desagregado
WRF
FIGURA 40D – CORRELAÇÃO ESPACIAL – EVENTO 17/09/2006 – HP=48 horas
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