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4.1 A cartografia como recurso para o estudo da cidade
A função da cartografia no ensino de Geografia é debatida por alguns autores.
Compartilham idéias Simielli (1993), Le Sann (1997) e Almeida e Passini (1994), as quais
seguem, na mesma direção em relação à cartografia de sala de aula. Conforme estes autores,
por meio da cartografia são possíveis sintetizar informações, expressar conhecimentos,
estudar situações, entre outras, sempre envolvendo a produção do espaço, sua organização e
distribuição. Assim, o objetivo da Geografia, enquanto ciência interdisciplinar, é compreender
a importância das diferentes linguagens, na leitura da paisagem, buscando diversas fontes de
informações de modo que interprete, analise e relacione conhecimentos sobre o espaço.
Certamente a cartografia escolar possibilita uma análise do espaço geográfico, ou seja, estuda
o espaço como sendo expressão de uma realidade física e social, constitui-se em um
instrumento básico utilizado por vários profissionais da área de geociências, dentre estes,
geógrafos, cartógrafos, geólogos, ecólogos, e outros de áreas afins.
Não se questiona sua importância para o processo de ensino-aprendizagem,
pois, segundo o professor 6,
³todos são importantes e necessários para uma análise
abrangente do espaço em estudo
´, mas questiona-se quanto a sua disposição nos livros
didáticos por não possibilitarem uma leitura visual instantânea, não possuírem todos os
elementos de identificação necessária (título, legenda, escala, orientação, fonte), ficar presos a
convenções, não utilizar as representações gráficas, por estar prontos e acabados, não
permitirem que o aluno seja um construtor de seus mapas, ou seja, que aprenda fazendo.
Deve-se, estimular, portanto, a capacidade de o aluno estabelecer inter-relações entre os
elementos do espaço geográfico, pois, além de ler um mapa, localizando geograficamente um
rio ou uma cidade, é fundamental que (o aluno) desenvolva um senso crítico, tecendo
interpretações e análises sobre este.
Os mapas, tal como constam nos livros didáticos, são limitados ao estudo de
fenômenos isolados como, por exemplo, relevo, clima, densidade demográfica, etc. Como já
referimos não se discute seu papel enquanto instrumento de informação, e sobre isto se
concorda com Castrogiovanni e Goulart (1999, p. 129):
O livro didático, frente às atuais condições de trabalho do professor de Geografia,
torna-se cada vez mais um instrumento, senão indispensável, pelo menos, necessário
como complemento às atividades didático-pedagógicas, devendo ser utilizado
apenas como um dos recursos entre tantos disponíveis.