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também, terminou por perder nesse processo, ao não conseguir reconhecer-se na
condição de profissional”. E assinalou: “Sem ter vocação, ninguém é bom
profissional, em área alguma, quer seja no magistério ou em outra qualquer,
inclusive na política. É preciso que se goste do que se vai fazer, caso contrário...”.
Deputada Capella assinalou que:
Tanto para a docência quanto para a atividade parlamentar, é
necessário ter-se vocação. O professor que não se sentir realizado dentro
de uma sala de aula, que não tiver essa vocação para retribuir à pergunta,
para estar em permanente convívio com os alunos, para criar um ambiente
favorável ao ensino, enfim, para manter um relacionamento diário na sala de
aula, sabendo posicionar-se, sabendo ouvir os estudantes, tendo paciência
para explicar, expressando as suas idéias e respeitando as idéias dos
contrários, deveria buscar outra forma de realização. Finalmente, é
necessário ter vocação para sentar na cadeira de docente. Para ser
professor, é preciso gostar muito do que se faz, até porque se é pouco
valorizado quanto à carreira, quanto aos salários. Por outro lado, é preciso
ter vocação para este tipo de atividade como em qualquer outra, mas, em
especial, por ser esta uma atividade muito importante na vida de qualquer
pessoa.
“O parlamentar, por sua vez”, disse Deputada Capella:
tem que ter vocação, gostar muito do que faz, visto ser sua
atividade extremamente desgastante, extremamente cobrada, isto é, a cada
minuto, os deputados são cobrados por toda a população, não só por
aqueles que votaram, que se agradaram de suas propostas, que
acreditaram, enfim, nas suas idéias.
“De outra parte”, emendou Deputada Capella:
os deputados são julgados diariamente por suas atitudes e
comportamentos. Têm que ter vocação, igualmente, para dialogar com os
adversários, com ideologias diferentes, visto que a política implica conversa,
conversa e conversa. E respeito, respeito e respeito. Então, é preciso haver
vocação para se gostar desse meio, para gostar das coisas que se faz.
Tanto o magistério quanto a atividade parlamentar implicam vocação e,
muitas vezes, uma paciência fora do comum; e, antes de mais nada,
conceber idéias claras, sabendo defendê-las.
Deputada Capella também referenciou que, freqüentemente, as pessoas têm
muito preconceito sobre a atividade política. No Brasil, infelizmente, verifica-se uma
forte tendência para generalizar-se tudo o que acontece, “tem-se a sensação,
inclusive, de que só se procuram os defeitos dos políticos, em detrimento de suas
qualidades”, registrou.