Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
VALTER JOVINIANO DE SANTANA FILHO
Depressão Pós-Estimulatória dos Barorreceptores Aórticos em
Ratos e Camundongos: Influência dos Derivados da Ciclooxigenase
e de Espécies Reativas de Oxigênio
Ribeirão Preto
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
VALTER JOVINIANO DE SANTANA FILHO
Depressão Pós-Estimulatória dos Barorreceptores Aórticos em
Ratos e Camundongos: Influência dos Derivados da Ciclooxigenase
e de Espécies Reativas de Oxigênio
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação do Departamento de Fisiologia da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo, para obtenção do
título de doutor em Ciências, área de
concentração: Fisiologia
Orientador: Prof. Dr. Rubens Fazan Jr.
Ribeirão Preto
2009
ads:
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULDAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
FICHA CATALOGRÁFICA
Santana-Filho, Valter Joviniano
Depressão Pós-Estimulatória dos Barorreceptores Aórticos em Ratos
e Camundongos
Ribeirão Preto, 2009. 127p
Tese de doutorado apresentada à Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto/USP. Área de concentração: Fisiologia
Orientador: Fazan Jr, Rubens
1. Rato. 2. Barorreceptor. 3. Estimulação Elétrica. 4. Coarctação de
Aorta. 5. Hipertensão
Folha de Aprovação
Valter Joviniano de Santana Filho
Depressão Pós-Estimulatória dos Barorreceptores Aórticos em Ratos
e Camundongos
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação do Departamento de Fisiologia da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo, para obtenção do
título de doutor em Ciências, área de
concentração: Fisiologia
Aprovado em:____/_____/_____
Banca Examinadora
Prof. Dr.____________________________________________________
Instituição:_________________ Assinatura:_______________________
Prof. Dr.____________________________________________________
Instituição:_________________ Assinatura:_______________________
Prof. Dr.____________________________________________________
Instituição:_________________ Assinatura:_______________________
Prof. Dr.____________________________________________________
Instituição:_________________ Assinatura:_______________________
Prof. Dr.____________________________________________________
Instituição:_________________ Assinatura:_______________________
Aos meus pais, Valter e Maria José, pelo amor incondicional, carinho,
crédito, sabedoria, incentivo e compreensão, em tudo, amo vocês
Ao meu amor, esposa-companheira, confidente, conselheira, amiga,
pelo amor, respeito, apoio, paciência, por tudo, Josi, amo você!
AGRADECIMENTOS
“Há pessoas que passam pela nossa vida e deixam um pouco de si.
Há pessoas que passam e levam um pouco de nós.
Há também aquelas que não passam, simplesmente ficam.”
Autor Desconhecido
A Deus, Pai fiel, comigo em todas as horas: da súplica, do
agradecimento e da entrega;
A meu orientador, Prof. Dr. Rubens Fazan Jr, pela disponibilidade
desde o início de minha jornada acadêmica em Ribeirão Preto,
credibilidade, orientações, conselhos, profissionalismo e amizade
que cresceu ainda mais durante esses anos de convívio;
A meus irmãos Regina, Tânia, Eurídice, Ana Paula e Adilson e
sobrinhos, amo vocês;
À minha grande família, tios maravilhosos e divertidos, primos que
são verdadeiros irmãos para mim, agradecendo especialmente a
tia Socorro e tio Helio, que num ato de carinho e estímulo
cuidaram com uma atenção ímpar de minha mãe durante minha
ausência;
Aos meus ex-orientadores da graduação, que hoje tenho orgulho
de tê-los como grandes amigos, cronologicamente, Prof. Dr.
Francisco Prado Reis, Prof. MSci. José Aderval Aragão, Prof. MSci.
Walderi Monteiro da Silva Junior e Prof. Esp. Ronaldo Queiroz
Gurgel, por sempre me incentivar, cobrar por melhores resultados
buscando sempre o melhor para mim;
Ao Prof. Dr. Helio Cesar Salgado, do Departamento de Fisiologia,
pelos ensinamentos e amizade que me proporcionou durante esses
anos;
Ao Prof. Dr. José Antunes Rodrigues que, com sua extrema
sabedoria e humildade, me mostrou o caminho que devo seguir e,
principalmente, como agir;
À secretaria da Fisiologia, Elisa, Claudia, Carlos e Fernandinho,
pela competência na execução de seus serviços, sempre com o
mesmo sorriso e delicadeza, amizade e companheirismo, vocês
são verdadeiros anjos e estarão sempre no meu coração;
À Coordenação do Departamento de Fisiologia, na pessoa do Prof.
Dr. Benedito Machado;
A Carlos Alberto Aguiar, Mauro de Oliveira e Jaci Castanhia,
técnicos do Laboratório de Fisiologia Cardiovascular, pelo apoio
técnico no decorrer da pesquisa;
A Betão, Maurão e Jaci pela amizade, ensinamento,
companheirismo, atenção e amizade, não há palavra no mundo
que reflita a gratidão que tenho por vocês;
Aos meus grandes amigos que, de uma forma ou de outra, estão
sempre comigo, aqueles que deixei no Nordeste, os grandes
amigos de Ribeirão Preto e de Iowa City. Obrigado por tudo!!!
Em especial, gostaria de agradecer ao Marcio (baiano) por ter me
acolhido em sua casa, se tornando mais que um amigo, um
conselheiro. Obrigado.
Aquelas pessoas que por esquecimento não citei, mas sabem que
estão no meu coração.
O meu MUITO OBRIGADO a todos vocês!!!
“Leva tempo para alguém ser bem
sucedido porque o êxito não é mais
do que a recompensa natural pelo
tempo gasto em fazer algo direito”
(Joseph Ross)
Lista de Figuras
Figura 1: Fotomicrografia eletrônica de um segmento proximal (próximo
do nervo laríngeo superior) de um nervo depressor aortico de um rato da
linhagem Wistar. ....................................................................... - 21 -
Figura 2: Histograma de distribuição de tamanho das fibras amielínicas e
mielínicas do nervo depressor aórtico de ratos normotensos da linhagem
Wistar. .................................................................................... - 21 -
Figura 3: Registro simultâneo da pressão arterial (PA) pulsátil e atividade
do nervo depressor aórtico (NDA) de rato. .................................... - 22 -
Figura 4: Representação esquemática da relação entre PA e atividade dos
barorreceptores. ....................................................................... - 25 -
Figura 5: Representação esquemática da PA (painel superior) e atividade
dos barorreceptores (painel inferior) mostrando o fenômeno de adaptação
e DPE. ..................................................................................... - 27 -
Figura 6: Representação esquemática da preparação utilizada para realizar
a Estimulação Antidrômica do NDA. ............................................. - 40 -
Figura 7: Registro representativo da pressão arterial pulsátil (painel
superior), e atividade integrada do NDA (painel inferior), durante
hipertensão mantida (10 minutos) pela coarctação da aorta.. .......... - 49 -
Figura 8: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA em
ratos submetidos a hipertensão mantida (10 minutos) através da
coarctação da aorta abdominal. ................................................... - 50 -
Figura 9: Registro simultâneo da pressão arterial média, painel superior, e
atividade integrada do NDA, painel inferior, durante hipertensão mantida
(3 minutos) pela coarctação da aorta. .......................................... - 51 -
Figura 10: Valores (Média±EPM) da PAM e da atividade integrada do NDA
em ratos submetidos a hipertensão mantida por 10 e 3 minutos através
da coarctação da aorta abdominal ............................................... - 52 -
Figura 11: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA em
ratos submetidos a hipertensão mantida (3 minutos) através da
coarctação da aorta abdominal. ................................................... - 53 -
Figura 12: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA em
ratos submetidos a hipertensão mantida (3 minutos) através da
coarctação da aorta abdominal antes e após PEG-catalase. ............. - 55 -
Figura 13: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA em
ratos submetidos a hipertensão mantida (3 minutos) através da
coarctação da aorta abdominal antes e após indometacina. ............. - 56 -
Figura 14: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA em
ratos submetidos a hipertensão mantida (3 minutos) pela coarctação da
aorta abdominal antes e após PEG catalase + indometacina. ........... - 58 -
Figura 15: Registro simultâneo da pressão arterial e atividade do NDA
antes (basal) e após estimulação antidrômica do NDA (seta). .......... - 59 -
Figura 16: Pressão arterial e atividade Integrada do nervo depressor
aórtico de um rato, antes (basal) e após a estimulação elétrica
antidrômica do NDA. .................................................................. - 60 -
Figura 17: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA dos
ratos submetidos a estimulação antidrômica do NDA. ..................... - 61 -
Figura 18: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA em
ratos submetidos a estimulação elétrica antidrômica do NDA antes e após
salina. ..................................................................................... - 62 -
Figura 19: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA em
ratos submetidos a estimulação antidrômica do NDA antes e após PEG-
catalase. .................................................................................. - 64 -
Figura 20: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA em
ratos submetidos a estimulação antidrômica do NDA antes e após
indometacina. ........................................................................... - 65 -
Figura 21: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA em
ratos submetidos a estimulação antidrômica do NDA antes e após
associação da PEG-catalase e indometacina. ................................. - 67 -
Figura 22: Valores (Média±EPM) da atividade integrada do NDA em
camundongos estimulados com várias freqüências. ........................ - 68 -
Figura 23: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA em
camundongos. .......................................................................... - 69 -
Figura 24: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA em
ratos submetidos a estimulação antidrômica do NDA antes e após PEG-
catalase. .................................................................................. - 70 -
Índice
1. INTRODUÇÃO ...................................................................... - 15 -
2. OBJETIVOS .......................................................................... - 33 -
3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................ - 35 -
Animais ................................................................................. - 36 -
Drogas Utilizadas .................................................................. - 37 -
Experimentos em Ratos ........................................................ - 37 -
Instrumentação e Registros ................................................. - 37 -
Coarctação da Aorta ............................................................. - 39 -
Estimulação Antidrômica do NDA. ......................................... - 39 -
Protocolos Experimentais ................................................ - 40 -
Experimentos em Camundongos ........................................... - 42 -
Instrumentação e Registros ................................................. - 42 -
Protocolos Experimentais ................................................ - 44 -
3.6. Processamento dos registros ......................................... - 45 -
Estatística ............................................................................. - 46 -
4. RESULTADOS ....................................................................... - 47 -
Estimulação dos Barorreceptores pela Coarctação da Aorta
Abdominal ............................................................................ - 48 -
Estimulação Antidrômica do Nervo Depressor Aórtico .......... - 58 -
Estimulação Elétrica Antidrômica do NDA em Camundongos - 67 -
5. DISCUSSÃO ......................................................................... - 71 -
6.Resumo ................................................................................ - 83 -
7.Abstract ................................................................................ - 85 -
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................... - 87 -
10. MANUSCRITO ................................................................... - 106 -
1. INTRODUÇÃO
- 16 -
O sistema nervoso central, bem como uma variedade de
reflexos, controla a atividade eferente autonômica para o coração, os
vasos sangüíneos, os rins e outros órgãos importantes na
determinação da homeostase circulatória. A pressão arterial (PA)
deve ser continuamente mantida dentro de estreitos limites de
variabilidade, a fim de que todos os órgãos e tecidos sejam
idealmente perfundidos. Essa manutenção é feita por meio de vários
mecanismos que, de certa forma, são interrelacionados. Dentre estes,
a regulação neural (autônoma) da circulação desempenha um papel
fundamental, especialmente para os ajustes rápidos da PA [Salgado e
cols 2004].
Alterações na regulação neural da circulação têm importantes
implicações em estados fisiológicos e patológicos, como:
envelhecimento, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, diabete
melito, obesidade. Fatores como aumento da atividade eferente
simpática, redução na sensibilidade do barorreflexo e menor
variabilidade da frequência cardíaca (FC) estão fortemente associados
ao aumento do risco de arritmias ventriculares e morte súbita [Podrid
e cols 1990, Kaye e Esler 1995]. O comprometimento da regulação
neural da circulação também leva a um aumento da variabilidade da
PA, causando lesões em órgãos-alvo e aumento do risco
cardiovascular [Mancia e cols 1994].
O mecanismo neural de controle da PA mais estudado e,
- 17 -
provavelmente, o mais importante, é o barorreflexo arterial. O
barorreflexo arterial é o principal responsável pela regulação
momento a momento da PA [Krieger e cols 1982], exercendo
importante papel na regulação da FC, do débito cardíaco, da
contratilidade miocárdica, da vasomotricidade e da distribuição
regional do fluxo sangüíneo.
A função primordial do barorreflexo é controlar a PA batimento
a batimento, em diferentes situações comportamentais (exercício
físico, mudança de postura, sono, entre outras), mantendo-a em uma
faixa de variação extremamente estreita [Krieger e cols 1982].
O barorreflexo inicia-se a partir da ativação dos barorreceptores
arteriais, que são terminações nervosas sensoriais, densamente
ramificadas, agrupadas na crossa da aorta (barorreceptores aórticos)
e nos seios carotídeos (barorreceptores carotídeos) [Krieger e
Marseillan 1963, Bock e cols 1976]. Os barorreceptores arteriais são
mecanorreceptores, portanto, sensíveis à deformação das paredes
dos vasos onde se localizam, cujo grau de ativação é constantemente
transmitido para o sistema nervoso central.
As terminações dos barorreceptores aórticos e carotídeos se
distribuem na camada adventícia da parede vascular, entre feixes de
fibras colágenas, próximas da camada muscular, sem, no entanto,
penetrar na mesma, sendo constituída de fibras nervosas aferentes
mielínicas - de condução rápida - e amielínicas - de condução lenta.
- 18 -
As aferências barorreceptoras carotídeas dão origem ao nervo
do seio carotídeo ou nervo de Hering, que se une ao nervo
glossofaríngeo para atingir o sistema nervoso central. As fibras
originadas nos barorreceptores aórticos formam o nervo depressor
aórtico (NDA), também conhecido como nervo de Cyon, que se
incorpora ao vago. O trajeto anatômico do NDA, até sua união com o
vago, varia bastante entre as espécies animais. Entretanto, via de
regra, ele caminha como um fascículo nervoso isolado, que carrega
quase que exclusivamente fibras barorreceptoras, por um longo
percurso na região cervical. Assim, esse nervo se apresenta como um
importante instrumento para estudos, morfológicos e funcionais, dos
barorreceptores arteriais [Zhang e Mifflin 2000].
O NDA foi descrito em 1866 pelos pesquisadores alemães Cyon
e Ludwig. A sua denominação de depressor se deve porque, após sua
estimulação elétrica, era observada queda da PA e redução da FC.
Desde então, definiu-se que o NDA é, primariamente, um conjunto de
fibras aferentes que transmitem, ao SNC, informações decorrentes
das mudanças na PA do território aórtico. Descrições detalhadas da
origem, curso na região cervical, terminação e tipos de fibras dos
NDA de coelhos, foram realizadas no início do século XX [Sarkar
1922].
O interesse sobre o NDA de ratos aumentou significativamente
a partir dos anos 50, quando essa espécie animal passou a ser
- 19 -
amplamente utilizada nas investigações das funções cardiovasculares.
Experimentos com registros da atividade elétrica do NDAs vinham
sendo realizados sem informações substanciais sobre a origem, o
trajeto e as terminações desse nervo no rato. Em 1958, McCubbin e
colaboradores descreveram o trajeto cervical do NDA em ratos
normotensos da linhagem Sprague-Dawley. Esses pesquisadores
verificaram que seu trajeto cervical é muito variável e esses nervos
estavam presentes, no lado esquerdo, como um fascículo isolado, em
apenas metade dos animais. No lado direito, a freqüência de
aparecimento do NDA isolado é ainda menor. Esses mesmos
pesquisadores observaram que, quando o NDA não era identificado
como um fascículo isolado, a atividade barorreceptora podia ser
registrada no vago ou no nervo laríngeo recorrente.
A anatomia macroscópica do NDA é relativamente bem
conhecida em várias espécies animais, tais como coelhos [McCubbin e
cols 1958], gatos [Agostini e cols 1957] e ratos [Krieger e Marseilan
1963]. Em 1964, Devanandan descreveu o NDA de gatos, sendo o
primeiro autor a contar, medir e distribuir as fibras mielínicas do NDA
em histogramas de tamanho de fibras, demonstrando que os NDAs
de gatos apresentam fibras mielínicas finas (menores que 7 µm de
diâmetro).
As características eletrofisiológicas das descargas dos potenciais
de ação das fibras mielínicas e amielínicas dos NDAs de ratos têm
- 20 -
sido estudadas desde os anos 70 [Brown e cols 1976 e 1978, Thóren
e cols 1977]. Tais estudos evidenciam que tanto as fibras mielínicas
quanto as amielínicas dos NDAs de ratos são barorreceptoras.
Embora muitas das características fisiológicas das fibras
mielínicas e amielínicas dos NDAs de ratos já fossem conhecidas,
apenas ao final dos anos 90, um estudo histológico detalhado,
incluindo informações sobre dimensões e números de fibras
mielínicas e amielínicas, do NDA de ratos normotensos foi realizado
[Fazan e cols 1997].
Fazan e colaboradores [1997] descreveram que o NDA de ratos
normotensos é monofasciculado, sendo o diâmetro desse fascículo
constante (~40 µm), desde sua origem (próxima da aorta) até sua
terminação (no nervo laríngeo superior), delimitado por um perineuro
formado por 2 a 3 camadas de células (Figura 1). O NDA apresenta,
em média, 440 axônios, sendo 20% mielinizados e 80% amielínicos.
O histograma de distribuição de tamanho das fibras mielínicas é
unimodal e mostra que, aproximadamente, 97% destas fibras
apresentam diâmetros menores que 4 µm, e apenas 16%
apresentam diâmetros maiores que 3 µm. O histograma de
distribuição de tamanho das fibras amielínicas é também unimodal e
o diâmetro médio das mesmas é de, aproximadamente, 0,5 µm
(Figura 2).
- 21 -
Figura 1: Fotomicrografia eletrônica de um segmento proximal
(próximo ao nervo laríngeo superior) de um nervo depressor aortico
de um rato da linhagem Wistar. Adaptado de Fazan e cols 1997.
Figura 2: Histograma de distribuição de tamanho das fibras
amielínicas e mielínicas do nervo depressor aórtico de ratos
normotensos da linhagem Wistar. Adaptado de Fazan e cols 1997.
- 22 -
Tem sido descrito que o principal, e provavelmente único,
mecanismo de ativação dos barorreceptores arteriais é a sua
deformação mecânica, proveniente do grau de distensão da parede
vascular [Salgado e Krieger 1978]. Na PA normal, a despolarização
dos terminais barorreceptores é intermitente e sincrônica com a fase
sistólica dos pulsos de pressão (figura 3).
Figura 3: Registro simultâneo da pressão arterial (PA) pulsátil e
atividade do nervo depressor aórtico (NDA) de rato.
Quando a PA se eleva, ocorre uma maior deformação mecânica
das terminações nervosas decorrente da distensão do vaso, levando a
- 23 -
um aumento do número de potenciais gerados nos barorreceptores
até atingir a frequência máxima de despolarizações (saturação).
Quando ocorrem quedas na PA, a atividade nos barorreceptores
diminui até cessar completamente (Figura 3). A relação entre a PA e
a atividade dos barorreceptores tem um formato sigmoidal, do limiar
de descarga até a atividade máxima dos barorreceptores, cujo ponto
médio situa-se próximo à PA média normal (Figura 4). A ativação dos
barorreceptores provoca inibição das descargas simpáticas para vasos
e coração, e aumento de atividade parassimpática cardíaca, o que
produz uma redução da resistência periférica total e, também, do
débito cardíaco, contribuindo assim para a volta da PA aos níveis
normais [Abboud e cols. 1976, Kirchheim 1976, Krieger e cols. 1982].
A sensibilidade dos barorreceptores à deformação da parede
vascular pode ser modulada por mecanismos físicos, neurais e
humorais [Li e Chapleau 1995]. O tono da musculatura lisa vascular
tem sido sugerido como um dos principais mecanismos moduladores
da atividade dos barorreceptores [Kunze e cols 1986, Salgado e
Krieger 1988]. De maneira geral, substâncias vasoconstrictoras,
como angiotensina II e noradrenalina, atuam diminuindo a atividade
dos barorreceptores arteriais, devido à sua ação de encurtamento das
fibras musculares lisas, aumentando assim, o limiar pressórico de
despolarização dos barorreceptores [Shen e cols. 1991, Wang e cols.
1992]. A vasopressina, ao contrário, parece aumentar a sensibilidade
- 24 -
dos barorreceptores, provavelmente por meio de uma ação no
componente central desse reflexo [O'Donnell 1992].
As células endoteliais produzem e liberam vários fatores que
podem atuar de maneira parácrina, modulando a atividade dos
barorreceptores [Chapleau 1991a, Salgado e cols 2006]. Os
metabólitos do ácido araquidônico (prostanóides) aumentam a
sensibilidade dos barorreceptores arteriais à distensão da parede dos
vasos [Chen e cols 1990, Chapleau e cols 1991b]. O endotélio
também pode liberar fatores que suprimem a atividade dos
barorreceptores [Chapleau e cols 1988a].
É amplamente conhecido que a exposição mantida dos
barorreceptores a um nível elevado de PA determina a adaptação
destes ao novo nível pressórico. Se a exposição for de curta duração
(minutos ou horas), ocorre o que chamamos de adaptação aguda, ou
seja, a faixa de funcionamento dos barorreceptores se desloca,
parcial ou totalmente, em direção aos níveis de hipertensão. Se a
exposição for prolongada (dias ou semanas), ocorre adaptação
crônica dos barorreceptores, o que, além de deslocar sua faixa de
atividade para níveis de hipertensão, reduz a atividade máxima dos
mesmos [Chapleau e cols 1988b, Salgado e Machado 1991, Salgado e
cols 2004] (Figura 4). As alterações visco-elásticas que a parede
vascular sofre com as alterações mantidas da PA, reduzindo o grau
de deformação das terminações neurais, têm sido apontadas como a
- 25 -
principal causa da adaptação dos barorreceptores [Chapleau e cols
1988b]. Entretanto, mecanismos intrínsecos (moleculares) do próprio
terminal barorreceptor (por exemplo, a ativação da Na
+
/K
+
ATPase no
terminal do nervo baroreceptor), assim como substâncias liberadas,
por exemplo, pelo endotélio vascular, parecem exercer um
importante papel no fenômeno de adaptação dos barorreceptores
arteriais.
Figura 4: Representação esquemática da relação entre PA e
atividade dos barorreceptores. Adaptado de Chapleau e cols 1988.
Um outro fenômeno descrito em receptores sensoriais [Blair e
Evans 1991], bem como nos barorreceptores arteriais, é a chamada
depressão pós-estimulação (DPE). Após um período, mesmo que
- 26 -
muito breve (3 minutos), de hipertensão arterial, quando a PA
retorna subitamente aos seus valores normais, a atividade dos
barorreceptores cai a valores bem inferiores àqueles observados
antes da elevação, caracterizando assim a DPE [Bronk e Stella 1935,
Landgren 1952, Franz 1969] (Figura 5). Inicialmente esse fenômeno
havia sido relacionado com a estimulação mecânica do receptor, pois
com a redução do estímulo hipertensor (que ativa os
barorreceptores) ocorreria uma alteração nas propriedades
viscoelásticas da parede do vaso reduzindo a atividade dos
barorreceptores e causando a DPE [Franz 1969]. Outros estudos
relacionaram esse fenômeno como sendo decorrente de alterações na
permeabilidade iônica das células do próprio terminal barorreceptor,
ocorrida quando o mesmo é ativado [Nakajima 1966, Nakajima
1969a, Nakajima 1969b].
- 27 -
Figura 5: Representação esquemática da PA (painel superior) e
atividade dos barorreceptores (painel inferior) mostrando o fenômeno
de adaptação e DPE. Adaptado de Chapleau e Abboud 1994.
Estudo de Sokolove e Cooke [1971] mostrou que a estimulação
elétrica de neurônios mecanorreceptores isolados levava à adaptação
da frequência de descarga dos mesmos, bem como uma
hiperpolarização do potencial de repouso desses mecanorreceptores
após o final do estímulo elétrico. Contudo, quando se utilizava
glicosídios cardíacos, ou meio que sem potássio (procedimentos que
bloqueiam a bomba de Na
+
/K
+
), havia um bloqueio desta
hiperpolarização pós estimulatória, sugerindo o envolvimento da
bomba de Na
+
/K
+
nesse fenômeno.
Apesar da existência desse e outros estudos para elucidar o
mecanismo da gênese da DPE [Nakagima e Takahashi 1966, Davis e
- 28 -
cols 1998], pouco se sabe no que concerne à identificação e função
de fatores químicos essenciais para gênese desse fenômeno e que
podem influenciar as terminações sensoriais aferentes do reflexo
barorreceptor. Além disso, todos esses estudos foram realizados em
preparações isoladas, e nunca in vivo.
Várias substâncias foram descritas como potenciais
moduladores da atividade dos barorreceptores. Fatores que diminuem
a sensibilidade dos barorreceptores como, por exemplo, o óxido
nítrico (NO) exógeno [Salgado e cols 2006] e as espécies reativas de
oxigênio (ROS) [Bechir e cols 2005], bem como os fatores que
aumentam a sensibilidade dos mesmos, tais como o metabólito da
ciclooxigenase, prostaciclina (PGI
2
) [Chapleau e cols. 1995, Wang e
cols. 2004]. Entretanto, a influência dessas substâncias na gênese
e/ou modulação da DPE nunca foi avaliada.
O estresse oxidativo é caracterizado por uma produção
excessiva de ROS, que supera a capacidade dos mecanismos
antioxidantes. O estresse oxidativo tem sido associado a diversos
processos fisiopatológicos que afetam o sistema cardiovascular, como
a hipertensão arterial, hipercolesterolemia, diabetes dentre outros
[Steinberg e Witztum 2002, Chisolm e Steinberg 2000, Cai e Harrison
2000, Feletou e Vanhoutte 2006]. No âmbito experimental, o estresse
oxidativo tem sido observado em ratos espontaneamente hipertensos
[Wu e Juurlink 2002], hipertensão renovascular [Lerman e cols
- 29 -
2001], e no modelo de hipertensão induzida pela obesidade em ratos
[Dobrian e cols 2001]. Entretanto, não está claro se esse aumento
nos níveis de ROS é causa ou consequência do processo de evolução
dessas doenças [Ward e Croft 2006, Chen e cols 2001]. Potenciais
fontes de radicais livres que poderiam estar envolvidos na redução da
atividade dos barorreceptores incluem a mitocôndria, via das enzimas
NADPH oxidase, xantina oxidase, óxido nitrico sintase endotelial livre
e enzimas do citocromo peroxidase [Fleming e cols 2001, Sarkis e
Roman 2004]. Além disso, enzimas como as lipoxigenases e a
ciclooxigenase também podem gerar ROS. Contudo, estudos
mostrando a participação dessas enzimas no processo de formação
de ROS são escassos [Droge 2002]. A ativação do sistema renina-
angiotensina, comumente encontrada na hipertensão, tem sido
proposta como mediadora da ativação da enzima NADPH oxidase
aumentando a produção de ROS [Zalba e cols 2001]. Angiotensina II
pode também regular a ativação da enzima NADPH oxidase
diretamente pela fosforilação e translocação da sua subunidade
citoplasmática p47phox para membrana celular [Touyz e cols 2003].
Além disso, o estresse mecânico promovido pelo aumento da
velocidade da passagem do sangue no vaso sanguíneo pode
promover a translocação da p47phox para a membrana e ativar a
enzima NADPH oxidase em células musculares lisas vasculares [Grote
e cols 2003]. Estudos em neurônios baroreceptores, isolados (em
- 30 -
cultura), sugerem que as ROS podem também ser formadas nas
terminações nervosas dos baroreceptores [Snitsarev e cols 2005].
Assim, é plausível sugerir uma possível participação da ROS na DPE
dos barorreceptores.
Outra substância extremamente importante no controle da
função barorreceptora é a prostaciclina (PGI
2
). Essa substância é
produzida nas células endoteliais vasculares em resposta a estímulos
fisiológicos e/ou patológicos que ativam reações enzimáticas
sequenciais que incluem a liberação do ácido aracdônico dos
fosfolipídeos, o qual é posteriormente convertido em prostaglandina
H
2
, quando, então, a enzima prostaciclina sintase o converte em PGI
2
[Smith e cols 1991]. A função primordial da PGI
2
tem sido descrita
como fator de inibição da agregação plaquetária, bem como
controlador da contração da musculatura lisa [Moncada e Vane
1978]. Porém, outros estudos mostram que a PGI
2
ativa neurônios
sensoriais, dentre eles os neurônios barorreceptores, por meio, da
alteração da condução iônica [Chapleau e cols 1991b]. Nesse estudo,
os pesquisadores administraram PGI
2
numa preparação do seio
carotídeo isolado e observaram um aumento na sensibilidade dos
baroreceptores sem alteração da relação de distensibiliade da parede
vascular, demonstrando uma ação dessa substância diretamente
sobre os terminais barorreceptores. Contudo, não há registro na
literatura de trabalhos demonstrando a ação das PGI
2
na geração ou
- 31 -
modulação da DPE.
A estimulação antidrômica de nervos sensoriais, técnica
descrita primeiramente por Holton [1958], pode ser observada em
uma variedade de condições experimentais [Decima 1969], sendo
vastamente utilizada até os dias atuais [Guo e cols 2008]. Davis e
colaboradores [1998] demonstraram que, sem qualquer alteração da
PA, a estimulação elétrica antidrômica do NDA é sucedida por uma
inibição de sua atividade elétrica espontânea (depressão pós-
estimulação) que pode durar de segundos a minutos e parece
depender do tipo de fibra estimulada (tipo A ou C). Desse modo, um
aumento sustentado na atividade dos baroreceptores conseguido
através da estimulação, que mimetizaria o aumento da atividade dos
barorreceptores durante a hipertensão, poderia fazer com que fatores
humorais fossem liberados ao nível das terminações nervosas dos
mesmos, modulando sua adaptação, sendo uma ferramenta bastante
útil no estudo da adaptação dos barorreceptores.
As últimas décadas foram marcadas por avanços tecnológicos
que permitiram maior conhecimento do genoma humano e de outras
espécies animais, gerando a expectativa de que a manipulação
individual de genes possa ser um passo decisivo para a solução de
diversas doenças [Francis e cols 2001, Finkel 1999]. Devido à grande
susceptibilidade à manipulação genética, o camundongo, tornou-se
referência em estudos dos fatores moleculares envolvidos na
- 32 -
regulação de funções fisiológicas e na fisiopatogenia de doenças,
incluindo as do sistema cardiovascular [Bader e cols 2000, Cvetkovic
e Sigmund 2000, Dalloz e cols 2001, Ma e cols 2003]. Assim, torna-
se importante a caracterização dos fenômenos cardiovasculares nos
camundongos normais para que essa informação possa ser utilizada,
nos animais geneticamente modificados [Gassmann e Hennet 1998,
James e cols 1998].
Quanto ao sistema cardiocirculatório, estudos recentes
envolvendo modelos de camundongos geneticamente alterados têm
sido de grande importância para a avaliação dos efeitos de mutações
gênicas específicas sobre fenótipos, mecanismos eletrofisiológicos e
moleculares envolvidos na regulação do sistema cardiovascular
[Mansier e cols 1996, Jumrussirikul e cols 1998, Uechi e cols 1998,
Wickman e cols 1998, Stauss e cols 1999, Chen e cols 2005, Tank e
cols 2007]. Entretanto, embora exista uma relativa facilidade na
obtenção de manipulações genéticas em camundongos, o pequeno
porte físico desses animais dificulta, sobremaneira, a sua utilização,
principalmente em estudos que dependem de instrumentação
cirúrgica. Assim, muito do conhecimento obtido em animais de
experimentação tais como o rato, ou outras espécies maiores, ainda
não se encontra disponível em camundongos normais ou
geneticamente manipulados.
- 33 -
2. OBJETIVOS
- 34 -
- Avaliar, em ratos anestesiados, a redução da atividade do nervo
depressor aórtico após sua estimulação por dois mecanismos
distintos: (1) estimulação elétrica do segmento distal do nervo
(estimulação elétrica antidrômica) ou (2) aumento súbito da pressão
arterial pela coartação da aorta.
- Determinar a participação de espécies reativas de oxigênio e
derivados da enzima ciclooxigenase na depressão pós-estimulação do
nervo depressor aórtico em ratos.
- Caracterizar a depressão pós-estimulação do nervo depressor
aórtico em camundongos normais e avaliar a influência das espécies
reativas de oxigênio nesse fenômeno.
- 35 -
3. MATERIAL E MÉTODOS
- 36 -
Animais
No presente trabalho foram utilizados ratos da linhagem Wistar
(200-300g) e camundongos normais da linhagem C57Bl/6J (20-25g).
Os experimentos em ratos foram realizados no Departamento de
Fisiologia na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP, sendo os
animais fornecidos pelo Biotério Central do Campus da USP de
Ribeirão Preto. Os experimentos em camundongos foram realizados
no Centro de Pesquisa Cardiovascular na Universidade de Iowa, EUA
sob a supervisão do Dr. Mark W. Chapleau (durante o estágio de
doutorado sanduíche apoiado pelo CNPq - processo n° 210258/2006-
3). Os animais foram mantidos no biotério de ambas as instituições,
alimentados com ração granulada e água “ad libitum”, com ciclo
claro-escuro de 12 horas na temperatura de 21
o
C. Todos os
protocolos experimentais foram realizados de acordo com as normas
e princípios éticos de experimentação em animais de laboratório
estabelecidos pelo National Institutes of Health (NIH) Guide for the
Care and Use of Laboratory Animals [DHHS Publicatoin N°. (NIH) 80-
23, Revised 1996] e obtiveram aprovação do comitê de ética em
experimentação animal das duas instituições onde os experimentos
foram realizados, de acordo com o protocolo n
o
0028/2006 da FMRP
USP e 0802028 da Universidade de Iowa.
- 37 -
Drogas Utilizadas
- pentobarbital sódico (Sigma, St. Louis, MO, USA);
- indometacina (Sigma, St. Louis, MO, USA);
- catalase conjugada com polietileno glicol (PEG- Catalase, Sigma, St.
Louis, MO, USA).
Experimentos em Ratos
Instrumentação e Registros
Os experimentos em ratos foram executados sob efeito de
anestesia com pentobarbital sódico (40mg/kg de peso corporal, i.p.
Sigma, St. Louis, MO, USA). Doses suplementares de anestésico
foram administradas, quando necessário.
Todos os procedimentos cirúrgicos foram realizados sob visão
ampliada de um microscópio cirúrgico (MC- M2222, D.F. Vasconcelos,
São Paulo, SP, Brazil). A técnica cirúrgica consistiu de uma ampla
cervicotomia mediana e, em seguida, a traquéia foi canulada (PE-
240, Intramedic;
Becton Dickinson, Sparks, MD, USA) para facilitar a
respiração espontânea dos animais. Posteriormente, foi realizada
dissecção cuidadosa dos tecidos do pescoço para identificação e
isolamento do NDA esquerdo dos animais abaixo da sua junção com o
nervo laríngeo. Um cateter de polietileno (PE-50, Intramedic;
Becton
- 38 -
Dickinson, Sparks, MD, USA) preenchido com solução salina
heparinizada (50 U/mL) foi introduzido na carótida contralateral ao
NDA isolado para registro da PA pulsátil, simultaneamente com a
atividade do NDA. Outro cateter foi posicionado na veia femoral
esquerda para administração de drogas.
Após seu isolamento, o NDA foi colocado sobre um par de
eletrodos de aço inoxidável e seccionado rostralmente ao eletrodo. A
identificação da atividade barorreceptora foi confirmada pelas
despolarizações típicas dos barorreceptores visualizadas num
osciloscópio (trens de potenciais associados à fase sistólica da PA,
modelo 5113 Tektronix Inc, Beaverton, OR, EUA) e ouvidas num
sistema de som acoplado. No estudo, foram utilizados somente
animais que possuíam uma boa relação sinal/ruído. O sinal
proveniente dos eletrodos foi amplificado (amplificação diferencial,
Princeton Applied Research, Oak Ridge, TN, EUA). A cânula da
carótida foi conectada a um transdutor de pressão (Statham, P23 Gb,
Hato Hey, EUA), e a PA pulsátil, bem como a atividade do NDA
(Figura 3), foram digitalizadas por meio de uma interface de
conversão de sinal analógico para digital (DI-220, Dataq Inc, Akron,
OH, EUA), e amostradas (10 kHz) em um microcomputador, por meio
do programa computacional (Windaq, Dataq Inc, Akron, OH, EUA).
- 39 -
Coarctação da Aorta
Em um grupo de ratos, após as cateterizações e isolamento do
NDA, a cavidade abdominal foi aberta, e um segmento de ± 0,5 cm
da aorta, logo abaixo do diafragma, foi dissecado. Um oclusor
pneumático, construído com tubos de polietileno e membrana de
látex, segundo técnica descrita por Maio e colaboradores [1981] foi,
então, implantado ao redor da aorta abdominal, imediatamente acima
das emergências das artérias renais. Após a implantação do oclusor,
a laparotomia foi fechada e teve início o registro de PA e atividade do
NDA.
Estimulação Antidrômica do NDA
Uma chave comutadora foi especialmente construída para que o
eletrodo do NDA fosse conectado ao sistema de registro ou a um
estimulador elétrico (AVS-100 Grass, West Warwick, RI, EUA, em
camundongos ou AVS Projetos, São Paulo, SP, Brasil, em ratos).
Assim, foi possível, no meio de um registro, estimular eletricamente o
NDA, sem a necessidade de manipular esse nervo (Figura 6).
Os parâmetros utilizados para o estímulo elétrico foram os
seguintes: pulso de onda quadrada com intensidade de 5 V para rato
e 3 V para camundongo, duração de pulso de 2 ms, e freqüências de
10 a 100 Hz, aplicadas durante 10 s. Foi aguardado um tempo
- 40 -
mínimo de, pelo menos, 5 minutos entre cada estímulo, suficiente
para a atividade do NDA retornar ao seu valor basal.
Figura 6: Representação esquemática da preparação utilizada para
realizar a Estimulação Antidrômica do NDA.
Protocolos Experimentais
Protocolo 1
: Com os animais anestesiados (ratos, n=6), foram
realizados registros basais da atividade do NDA e PA durante 3
minutos. Em seguida, a PA foi elevada em 30 a 40 mmHg, por meio
- 41 -
da coarctação parcial da aorta, e mantida, nesse novo nível, por 10
minutos quando, então, a coarctação foi liberada o suficiente para
que a PA voltasse, rapidamente, a valores semelhantes ao basal (pré-
oclusão). O registro foi continuado por mais 5 minutos com a PA
mantida estritamente nos valores basais. Em torno de 5 minutos após
o final do da coarctação da aorta, com a atividade do NDA já
completamente recuperada, os ratos foram tratados com solução
salina (0,1 mL, iv) e o registro foi reiniciado. Após 3 minutos de
registro basal, o protocolo da coarctação da aorta foi repetido. Ao
final do experimento os ratos foram mortos por sobredose de
anestésico.
Protocolo 1A: O segundo protocolo realizado foi essencialmente
semelhante ao primeiro, exceto pelo fato da duração do período de
coarctação da aorta ter sido de apenas 3 minutos (ao invés de 10
minutos).
Protocolo 1B: O terceiro protocolo realizado foi essencialmente
semelhante ao segundo (coarctação da aorta por 3 minutos),
entretanto, ao invés de receberem salina entre as duas coarctações,
os ratos foram tratados com indometacina (5 mg/kg I.V., n=7),
catalase conjugada com polietileno glicol (PEG- Catalase, 10
4
U/kg
- 42 -
I.V., n=7) ou a combinação de ambos (PEG-Catalase e indometacina
10
4
U/kg e 5 mg/kg, respectivamente, I.V., n=6).
Protocolo 2: Em ratos anestesiados, foram feitos os registros basais
da atividade do NDA e PA durante 3 minutos. Na seqüência, foi
realizada a estimulação antidrômica do NDA (com freqüência de 20
Hz) e o registro continuado por mais 5 minutos. Então, grupos
distintos de ratos foram tratados com solução salina (NaCl 0,9%, 0,1
mL/100g I.V., n=6), indometacina (5 mg/kg I.V., n=7), catalase
conjugada com polietileno glicol (PEG - Catalase, 10
4
U/kg I.V., n=7)
ou ainda a associação de ambos (PEG-Catalase e indometacina 10
4
U/kg e 5 mg/kg respectivamente, I.V., n=7) e o registro foi
reiniciado. Após 3 minutos de registro basal, a estimulação
antidrômica do NDA foi repetida.
Experimentos em Camundongos
Instrumentação e Registros
Os experimentos conduzidos em camundongos foram realizados
de forma semelhante aos realizados em ratos. Os animais foram
anestesiados com pentobarbital sódico (40 μg/g de peso corporal, i.p.
Sigma, St. Louis, MO, USA). Doses extras de anestésico foram
- 43 -
administradas, quando necessário.
Todos os procedimentos cirúrgicos foram realizados sob visão
ampliada de um microscópio cirúrgico (Wild TYP 376788, Heerbrugg,
Switzerland). Foi realizada uma cervicotomia mediana e em seguida
a traquéia foi canulada (PE-90, Intramedic;
Becton Dickinson, Sparks,
MD, USA). Posteriormente, foi feita uma dissecção cuidadosa dos
tecidos do pescoço para identificação e isolamento do NDA esquerdo
dos animais abaixo da sua junção com o nervo laríngeo. Um cateter
de polietileno (PE-10 fundido no PE-50, Intramedic;
Becton Dickinson,
Sparks, MD, USA) preenchido com solução salina heparinizada (50
U/mL) foi introduzido na carótida contralateral ao NDA isolado para
registro da PA pulsátil simultaneamente com a atividade do NDA.
Outro cateter foi posicionado na jugular esquerda para administração
de drogas.
Após seu isolamento, o NDA foi colocado sobre um par de
eletrodos de aço inoxidável e seccionado rostralmente ao local onde o
eletrodo estava fixado. A identificação da atividade barorreceptora foi
confirmada pelas descargas típicas dos barorreceptores visualizadas
no osciloscópio (trens de potenciais associados à fase sistólica da PA,
modelo 5113 Tektronix Inc, Beaverton, OR, EUA) e ouvidas num
sistema de som acoplado. No estudo, foram utilizados somente
animais que possuíam uma boa relação sinal/ruído. O sinal
proveniente dos eletrodos foi amplificado (amplificação diferencial,
- 44 -
Princeton Applied Research, Oak Ridge, TN, USA). A cânula da
carótida foi conectada a um transdutor de pressão (Statham, P23 Gb,
Hato Hey, EUA), e a PA pulsátil, bem como a atividade do NDA, foram
registradas (10 kHz) em um microcomputador (Mac OS), acoplado a
um sistema de registro (MacLab/8s – LabChart, ADInstruments,
Castle Hill, Australia).
Protocolos Experimentais
Protocolo 1: Para avaliar a DPE em camundongos, foi realizado um
protocolo que consistia na aplicação da estimulação antidrômica do
NDA com freqüências variadas (n=5). Assim, após um registro basal
simultâneo da PA e atividade do NDA por 3 min, o nervo foi
estimulado, durante 10 s, com pulsos de onda quadrada com duração
de 2 ms, intensidade de 3 V e frequências de 10, 20, 40 e 80 Hz em
ordem aleatória, no mesmo animal. Após cada estimulação, o registro
continuou por 5 minutos. Pelo menos 3 minutos foram aguardados
entre cada estimulação.
Protocolo 1A: No segundo protocolo realizado em camundongos, a
estimulação antidrômica do NDA foi realizada, também por 10 s, com
pulsos de onda quadrada de 2 ms de duração, intensidade de 3 V,
mas apenas na freqüência de 20 Hz. O registro continuou por 5
- 45 -
minutos após o estímulo e, então os camundongos foram tratados
com solução salina (NaCl 0,9%, 0,1 mL/kg, I.V., n=5) ou catalase
conjugada com polietileno glicol (PEG - Catalase, 10
4
U/kg I.V., n=7).
Após o tratamento, um novo registro basal de 3 minutos foi realizado
e a estimulação do NDA foi repetida com os mesmos parâmetros. Ao
final dos experimentos, os camundongos foram mortos por sobredose
de anestésico.
3.6. Processamento dos registros
Os arquivos com os registros da PA e da atividade elétrica do
NDA foram analisados off line com auxílios dos programas
computacionais (Windaq e Advanced CODAS, Dataq Inc, Akron, OH,
EUA). Séries temporais, batimento a batimento, da PA média foram
geradas, pela detecção automática de seus valores. A atividade do
NDA foi retificada e integrada (integral de voltagem) a cada 10 ms.
Os valores da atividade do NDA durante o último terço da fase
descendente (diastólica) do pulso de pressão foram identificados e
tomados como ruído do registro. Então, após subtração do ruído, a
atividade do NDA foi integrada a cada batimento cardíaco. Por se
tratar de um registro extracelular da atividade elétrica de um
fascículo nervoso (multifibras), as séries temporais de atividade
integrada do NDA foram normalizadas em função de sua atividade
- 46 -
basal (basal = 100%), permitindo, assim, a comparação entre os
diferentes animais.
Estatística
Os resultados foram expressos como média ± erro padrão da média
(EPM). As medidas dos parâmetros fisiológicos foram comparadas por
meio da análise de variância de dois fatores, corrigida para medidas
repetidas. Quando diferenças foram observadas na análise de
variância, os tempos estudados foram comparados aos pares por
meio do teste de Tukey. As diferenças foram consideradas
significativas quando o valor de P foi menor ou igual a 0,05.
- 47 -
4. RESULTADOS
- 48 -
Estimulação dos Barorreceptores pela Coarctação da Aorta
Abdominal
A figura 7 apresenta traçados representativos de um animal,
mostrando alterações na PA e atividade do NDA promovidas pela
coarctação da aorta abdominal durante 10 minutos. Os ratos
submetidos a esse protocolo experimental (N=6) apresentaram PAM
basal de 110±5 mmHg e FC de 348±10 bpm. A coarctação da aorta
abdominal promoveu um súbito aumento da PAM para 147±7 mmHg,
valor que se manteve estável durante todo o período da coarctação.
Concomitantemente ao aumento da PA, observou-se uma elevação
da atividade do NDA de 74±8 % quando comparado ao período basal.
Imediatamente (5 s), após o súbito retorno da PA aos valores iniciais
(antes da coarctação), foi observada uma queda da atividade do NDA
para 70±8 % do basal, que retornou para valores basais em
aproximadamente 30 s (96±8 % do basal). Ou seja, a depressão
pós-estimulação dos barorreceptores (DPE) foi evidenciada quando os
mesmos foram estimulados pela elevação da PAM, por coarctação da
aorta, em ratos anestesiados. Ambas as sessões de coarctação da
aorta apresentaram resultados semelhantes (Figura 8), mostrando a
total reprodutibilidade do fenômeno.
- 49 -
Figura 7: Registro representativo da pressão arterial pulsátil (painel
superior), e atividade integrada do NDA (painel inferior), durante
hipertensão mantida (10 minutos) pela coarctação da aorta. Linha
branca representa a PA média.
- 50 -
PAM (mmHg)
50
100
150
200
Atividade do NDA (% basal)
50
100
150
200
tempo após coarctação (s)
0 30 60 90 120 180 240 300
1
a
coarctação
2
a
coarctação
*
*
*
*
Figura 8: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do NDA
em ratos submetidos a hipertensão mantida (10 minutos) através da
coarctação da aorta abdominal (N=6). * p<0.05 comparado ao
período basal.
O estímulo dos barorreceptores por uma coarctação da aorta de
menor duração (3 min, N=6) produziu uma DPE semelhante àquela
induzida pela coarctação de 10 minutos (Figuras 9 e 10)
- 51 -
Pressão Arterial Média
90
110
130
150
Atividade Integrada do NDA
0
100
200
300
400
1 min
Coarctação
Aorta
Figura 9: Registro simultâneo da pressão arterial média, painel
superior, e atividade integrada do NDA, painel inferior, durante
hipertensão mantida (3 minutos) pela coarctação da aorta.
- 52 -
PAM (mmHg)
50
100
150
200
Atividade do NDA (% basal)
50
100
150
200
tempo após coarctação
0 30 60 90 120 180 240 300
10 min coarctação
3 min coarctação
*
*
*
Figura 10: Valores (Média±EPM) da PAM e da atividade integrada do
NDA em ratos submetidos a hipertensão mantida por 10 (N=6) e 3
(N=3) minutos através da coarctação da aorta abdominal. * p<0.05
comparado ao período basal.
A administração de solução salina isotônica entre os 2 episódios
de coarctação da aorta (3 min, N=3) levou a uma tendência de
elevação na PAM basal dos ratos (86±6 vs. 99±4 mmHg, p = 0,051).
Entretanto, tanto a resposta hipertensora, como o aumento da
atividade do NDA, assim como a DPE do NDA foram semelhantes
entre os 2 episódios de coarctação da aorta (figura 11). Tanto antes,
- 53 -
como após a administração de solução salina, 30 s após o final da
coarctação, a atividade do NDA já havia retornado aos valores
semelhantes ao do período basal (89±8 e 99±8 %).
PAM (mmHg)
50
100
150
200
Atividade do NDA (% basal)
50
100
150
200
0 30 60 90 120 180 240 300
basal
após salina
*
*
Figura 11: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do
NDA em ratos submetidos a hipertensão mantida (3 minutos) através
da coarctação da aorta abdominal (N=3). * p<0.05 comparado ao
período basal.
No grupo de animais tratados com PEG-catalse entre os 2
episódios de coarctação, a PAM basal não sofreu alteração (110±7 e
117±7 mmHg antes e após a catalase, respectivamente). Também,
- 54 -
tanto o aumento da PA como a ativação do NDA foram semelhantes
entre os 2 episódios de coarctação da aorta (figura 12). Na primeira
coarctação (antes da catalase), ocorreu a DPE do NDA, ou seja, a
atividade do NDA foi reduzida (61±5 % do basal) 5 s após a PAM ter
retornado ao nível basal, com recuperação completa da mesma
(91±5 % do basal) após 30 s. Entretanto, depois de administrada a
catalase, a queda na atividade do NDA após a coarctação da aorta
abdominal foi completamente bloqueada (97±3 e 104±1 % do basal
5 e 30 segundos após a coarctação, respectivamente). A figura 12
ilustra o efeito da catalase sobre DPE induzida pela coarctação da
aorta em ratos anestesiados.
- 55 -
PAM (mmHg)
50
100
150
200
Atividade do NDA (% basal)
50
100
150
200
tempo após coarctação
0 50 100 150 200 250 300
basal
após catalase
*
τ
*
τ
τ
Figura 12: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do
NDA em ratos submetidos a hipertensão mantida (3 minutos) através
da coarctação da aorta abdominal antes e após PEG-catalase (N=6).
* p<0.05 comparado ao período basal. τ p<0.05 comparado ao
mesmo momento antes da droga ou salina.
A administração de indometacina entre os 2 episódios de
coarctação (N=5) não alterou a PAM basal (106±5 e 109±6 antes e
após indometacina, respectivamente). Entretanto, a indometacina
aumentou a duração do fenômeno de DPE do NDA induzida pela
coarctação da aorta (figura 13). Embora a queda da atividade do NDA
- 56 -
tenha sido semelhante antes (60 ± 4 % do basal) e após
indometacina (55 ± 4 % do basal), nos animais que receberam
indometacina, a recuperação da DPE foi marcadamente retardada, de
modo que, mesmo 60 s após o término da coarctação, os animais
mantinham a atividade do NDA inferior ao período basal (90±5 % do
basal). A figura 13 ilustra o efeito da indometacina sobre DPE
induzida pela coarctação da aorta em ratos anestesiados.
PAM (mmHg)
50
100
150
200
Atividade do NDA (% basal)
50
100
150
200
tempo após estímulo
0 30 60 90 120 180 240 300
basal
após indometacina
*
*
*
*
*
*
τ
τ
Figura 13: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do
NDA em ratos submetidos a hipertensão mantida (3 minutos) através
da coarctação da aorta abdominal antes e após indometacina (N=5).
* p<0.05 comparado ao período basal. τ p<0.05 comparado ao
- 57 -
mesmo momento antes da administração da droga ou salina.
No grupo de animais no qual foi administrada PEG-catalase e
indometacina juntas, houve uma elevação significativa da PAM após a
administração das drogas (116±5 vs. 130±3 mmHg, p<0,05). Como
esperado, a resposta da atividade do NDA antes da administração das
drogas seguiu o mesmo padrão dos outros grupos, ou seja, uma
queda inicial (5 s) da atividade (62±7 % do basal), se recuperando
parcialmente aos 30 segundos (86±3 % do basal) e estando
totalmente recuperada aos 60 segundos (95±3 % do basal).
Entretanto, semelhante ao ocorrido no grupo de animais que só
recebeu PEG-catalase, a associação das duas drogas (PEG-catalase e
indometacina) aboliu completamente a DPE (97±4 e 94±3 % do
basal 5 e 30 s após a coarctação, figura 14).
- 58 -
PAM (mmHg)
50
100
150
200
Atividade do NDA (% basal)
50
100
150
200
tempo após estímulo
0 50 100 150 200 250 300
basal
após indometacina + catalase
*
*
τ
τ
τ
Figura 14: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do
NDA em ratos submetidos a hipertensão mantida (3 minutos) através
da coarctação da aorta abdominal antes e após PEG catalase +
indometacina (N=5). * p<0.05 comparado ao período basal. τ p<0.05
comparado ao mesmo momento antes da administração da droga ou
salina.
Estimulação Elétrica Antidrômica do Nervo Depressor Aórtico
As figuras 15 e 16 ilustram o efeito da estimulação elétrica
antidrômica do NDA sobre a PA e a atividade espontânea deste nervo.
- 59 -
Figura 15: Registro simultâneo da pressão arterial e atividade do
NDA antes (basal) e após estimulação antidrômica do NDA (seta).
- 60 -
50
100
PRESSÃO ARTERIAL
(mmHg)
150
0
100
ATIVIDADENDAINTEGRADA
(%atividade basal)
200
30s
Estimulação NDA
(5V,20Hz)
Figura 16: Pressão arterial e atividade Integrada do nervo depressor
aórtico de um rato, antes (basal) e após a estimulação antidrômica
do NDA.
A figura 17 mostra o resultado da estimulação antidrômica do
NDA sobre a PA e atividade elétrica deste nervo nos ratos avaliados
no presente estudo (N=26). Não foi observada qualquer alteração
significativa da PA, que se manteve dentro de uma faixa de variação
extremamente estreita, antes, durante e após a estimulação elétrica
antidrômica do NDA. Entretanto, uma drástica redução da atividade
do NDA, para 13±3 % do basal foi observada imediatamente (5
s) após sua estimulação elétrica. Ou seja, assim como quando a
atividade do NDA foi estimulada pela elevação da PA (coarctação da
- 61 -
aorta), a estimulação elétrica antidrômica do NDA também produziu
uma exuberante DPE. Aproximadamente 2 min foram necessários
para que a atividade do NDA retornasse aos níveis observados antes
da estimulação elétrica do nervo.
*
*
*
*
PAM (mmHg)
50
100
150
200
Atividade do NDA (% basal)
0
50
100
150
tempo após estimulação (s)
0 30 60 90 120 180 240 300
*
*
*
*
*
Figura 17: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do
NDA dos ratos submetidos a estimulação antidrômica do NDA
(N=26). * p<0.05 comparado ao período basal.
A figura 18 ilustra o efeito da administração de solução salina
isotônica entre os 2 episódios de estimulação elétrica do NDA. O
- 62 -
tratamento com salina não determinou qualquer alteração nos
valores basais da PAM (144±7 e 146±6 mmHg), assim como não
alterou o padrão da DPE induzida pela estimulação elétrica do NDA
(19±2 vs. 22±1 % do basal antes e após tratamento com salina,
respectivamente). A recuperação completa da atividade do NDA
ocorreu aproximadamente 2 min após o estímulo elétrico.
*
*
*
*
PAM (mmHg)
50
100
150
200
Atividade do NDA (% basal)
0
50
100
150
tempo após estimulação (s)
0 30 60 90 120 180 240
basal
após salina
*
*
*
*
*
*
*
*
Figura 18: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do
NDA em ratos submetidos a estimulação antidrômica do NDA antes e
após salina (N=6). * p<0.05 comparado ao período basal.
- 63 -
O efeito do tratamento com PEG-catalase sobre a PDE está
ilustrado na figura 19. A PAM basal foi semelhante antes (138±3
mmHg) e após administração de PEG-catalase (143±4 mmHg). Assim
como na coarctação da aorta, com a estimulação elétrica, a
administração de PEG-catalase também bloqueou completamente a
DPE da atividade do NDA (18±10 vs. 95±6 % do basal, antes e após
o tratamento com catalase, 5 s após a estimulação).
- 64 -
*
*
*
*
PAM (mmHg)
50
100
150
200
Atividade do NDA (% basal)
0
50
100
150
tempo após estimulação (s)
0 30 60 90 120 180 240 300
basal
após catalase
*
*
*
*
*
*
τ
τ
τ
τ
τ
Figura 19: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do
NDA em ratos submetidos a estimulação antidrômica do NDA antes e
após PEG-catalase (N=7). * p<0.05 comparado ao período basal. τ
p<0.05 comparado ao mesmo momento antes da administração da
droga ou salina.
A Figura 20 ilustra o resultado da estimulação antidrômica do
NDA sobre a atividade deste nervo e a PAM antes e após o
tratamento dos ratos com indometacina. A PAM basal não foi alterada
pela indometacina (136±4 vs. 137±3 mmHg). Entretanto, o efeito da
indometacina sobre a DPE induzida pela estimulação elétrica do
- 65 -
nervo, também foi semelhante àquele observado com a DPE induzida
pela coarctação da aorta. Ou seja, a magnitude da inibição da
atividade do NDA foi semelhante antes (9 ± 4 % do basal) e depois
do tratamento com indometacina (11 ± 1 % do basal), mas a
recuperação da DPE foi significativamente retardada após a droga.
Atividade do NDA (% basal)
0
50
100
150
tempo após estimulação (s)
0 30 60 90 120 180 240
basal
após indometacina
*
*
*
*
PAM (mmHg)
50
100
150
200
*
*
*
*
*
τ
τ
τ
*
*
*
*
Figura 20: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do
NDA em ratos submetidos a estimulação antidrômica do NDA antes e
após indometacina (N=7). * p<0.05 comparado ao período basal. τ
p<0.05 comparado ao mesmo momento antes da administração da
droga ou salina.
- 66 -
Os resultados do tratamento dos ratos com a associação entre
PEG-catalase e indometacina estão representados na figura 21. A
combinação dessas drogas não alterou a PAM basal (133±3 e 139±5
mmHg antes e após a administração das drogas em conjunto,
respectivamente). Entretanto, a magnitude da DPE observada após
estimulação elétrica do NDA foi menor (34±4 % do basal) após o
tratamento com PEG-catalase e indometacina e, praticamente, não
houve recuperação dessa atividade no período estudado.
- 67 -
*
*
*
*
PAM (mmHg)
50
100
150
200
Atividade do NDA (% basal)
0
50
100
150
tempo após estimulação (s)
0 30 60 90 120 180 240 300
basal
após catalase + indometacina
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
τ
τ
τ
τ
ττ
Figura 21: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do
NDA em ratos submetidos a estimulação antidrômica do NDA antes e
após associação da PEG-catalase e indometacina (N=7). * p<0.05
comparado ao período basal. τ p<0.05 comparado ao mesmo
momento antes da administração da droga ou salina.
Estimulação Elétrica Antidrômica do NDA em Camundongos
Em camundongos, a estimulação elétrica antidrômica do NDA
também produziu uma inibição da atividade deste nervo, sem causar
qualquer alteração na PAM.
Os resultados da estimulação elétrica antidrômica feita em
- 68 -
diferentes frequências no NDA de camundongos (N=5) estão
apresentados na figura 22. Nesses animais, observamos que 5 s após
o estímulo elétrico houve uma queda na atividade do NDA em todas
as frequências testadas, porém a recuperação da atividade do nervo
após o estímulo nas frequências mais altas (40 e 80 Hz) ocorreu mais
rapidamente, retornando aos seus valores basais em 30 s, enquanto
que, em estímulos com freqüências mais baixas (10 e 20 Hz), a
recuperação aconteceu em aproximadamente 2 min.
PAM (mmHg)
50
75
100
Atividade do NDA (% basal)
0
50
100
150
tempo após estimulação (s)
0 30 60 90 120 180 240
10 Hz
20 Hz
40 Hz
80 Hz
Figura 22: Valores (Média±EPM) da atividade integrada do NDA em
camundongos estimulados com várias freqüências (N= 5).
- 69 -
Não foi observada diferença entre os resultados obtidos com o
primeiro ou o segundo estímulo elétrico (após salina).
*
*
*
*
PAM (mmHg)
50
100
150
200
Atividade do NDA (% basal)
0
50
100
150
tempo após estimulação (s)
0 30 60 90 120 180 240
1
a
estimulação
2
a
estimulação
*
*
*
*
*
*
Figura 23: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do
NDA em camundongos (n= 6).
A Figura 24 ilustra o resultado da estimulação antidrômica do
NDA sobre a atividade deste nervo e a PAM antes e após o
tratamento dos camundongos com PEG-catalase. A PAM basal não foi
alterada pela catalase (75±6 vs. 75±7 mmHg). Entretanto, o efeito
da catalase sobre a DPE induzida pela estimulação elétrica do nervo
em camundongo foi semelhante àquele observado em ratos. Ou seja,
- 70 -
a magnitude da inibição da atividade do NDA foi abolida após a droga
(100 ± 4 % do basal) quando comparado à estimulação controle (50
± 6 % do basal).
*
*
*
*
PAM (mmHg)
50
100
150
200
Atividade do NDA (% basal)
0
50
100
150
tempo após estimulação (s)
0 30 60 90 120 180 240
basal
após catalase
*
*
*
*
τ
*
τ
τ
τ
Figura 24: Valores (Média±EPM) da PAM e atividade integrada do
NDA em ratos submetidos a estimulação antidrômica do NDA antes e
após PEG-catalase (N=7). * p<0.05 comparado ao período basal. τ
p<0.05 comparado ao mesmo momento antes da administração da
droga ou salina.
- 71 -
5. DISCUSSÃO
- 72 -
O presente estudo teve como objetivo avaliar, em ratos
anestesiados, fatores potencialmente envolvidos no fenômeno da
DPE. O papel de radicais livres de oxigênio e prostanóides derivados
da enzima ciclooxigenase foram avaliados pelo tratamento dos ratos
com catalase, um quelante de radicais livres ou indometacina, um
inibidor da ciclooxigenase.
A presença de uma inibição após a estimulação dos
barorreceptores por elevação da PA é um fenômeno conhecido [Bronk
e Stella 1935, Landgren 1952, Franz 1969], entretanto os
mecanismos responsáveis por essa inibição pós-estimulação
permanecem por serem elucidados. Essa redução excessiva da
atividade dos barorreceptores, evidenciada sempre que a PA retorna
abruptamente para valores normais, pode ser decorrente
exclusivamente da adaptação rápida que os barorreceptres sofrem
durante o período hipertensivo. Entretanto, existem evidências de
que a DPE pode ter a participação de fatores independentes àqueles
envolvidos na adaptação dos barorreceptores [Nakajima 1966,
Nakajima 1969a, Nakajima 1969b, Saum e cols, 1976].
A estimulação elétrica do NDA não causou qualquer alteração
na PA dos animais estudados. A lesão da conexão entre o NDA e o
sistema nervoso central foi eficiente em determinar que o estimulo
elétrico aplicado ao nervo atingisse apenas os terminais
barorreceptores (estimulação antidrômica). A grande inibição
- 73 -
observada na atividade do NDA após a sua estimulação elétrica, sem
qualquer alteração da PA, sugere, fortemente, que fatores humorais
que influenciam a atividade do NDA podem ser liberados no próprio
nervo ou nos terminais barorreceptores.
A magnitude da DPE foi significativamente maior quando o
nervo foi estimulado eletricamente, em relação ao estímulo dos
barorreceptores provocado pelo aumento da PA. É impossível se
comparar o grau de ativação do NDA com estímulos de natureza tão
diferente como a estimulação elétrica antidrômica do NDA e o
aumento da PA. Assim, estímulos distintos podem resultar em graus
também distintos de DPE.
A duração maior (10 min) ou menor (3 min) da coarctação da
aorta não teve influência na magnitude ou duração da DPE. É
amplamente conhecido que a manutenção da PA em nível elevado
promove a adaptação dos barorreceptores [Chapleau e cols 1988b,
Salgado e Machado 1991, Salgado e cols 2004], e esse fenômeno
deve estar envolvido na gênese ou na modulação da DPE quando a
PA retorna subitamente ao normal. A magnitude da adaptação dos
barorreceptores é fortemente influenciada pelo tempo de hipertensão
mantida [Chapleau e cols 1988b, Salgado e Machado 1991, Salgado e
cols 2004], entretanto, dentro da janela temporal utilizada no
presente estudo (3 ou 10 min), a DPE não foi diferente.
É amplamente conhecido que mecanismos regulatórios agem no
- 74 -
intuito de restaurar a PA quando são executadas manobras como a
coarctação da aorta. Além disso, as substâncias químicas liberadas no
intuito de restaurar a PA podem interferir na atividade dos
barorreceptores [Li e Chapleau 1995]. Assim, para minimizar uma
possível influência de substâncias liberadas pelos sistemas
regulatórios, que poderiam interferir na resposta dos barorreceptores
[O'Donnell 1992] à sua estimulação, optou-se por utilizar um menor
tempo de coarctação. Além disso, o perfil semelhante de inibição da
atividade do NDA apresentado pelos animais submetidos à coarctação
mais duradoura (10 minutos) ou mais rápida (3 minutos) forneceu a
base necessária para utilização do menor tempo de coarctação nos
protocolos seguintes.
A comparação entre as duas formas de estímulo também
mostra dados interessantes. A estimulação elétrica produz uma
inibição mais prolongada quando comparada a coarctação da aorta.
Com essa resposta mais pronunciada causada pela estimulação
elétrica, é possível analisar melhor o desenvolvimento e recuperação
da DPE. Além disso, foi demonstrado que a estimulação da porção
distal do NDA após a destruição da sua conexão central não altera a
PA, mas inibe significantemente a atividade do NDA por 2 minutos.
Existem evidências de que essa inibição é dependente da estimulação
de fibras do tipo C [Davis e cols, 1998]. Assim, a estimulação elétrica
pode ser considerada uma ferramenta útil para se diferenciar os
- 75 -
fenômenos de origem neural daqueles ocasionados pelas
propriedades viscoelásticas da parede endotelial que possam
influenciar a DPE.
O mecanismo primário de ativação dos barorreceptores é a
deformação mecânica da parede vascular [Chapleau e cols, 1995].
Entretanto, diversos outros fatores podem interferir na atividade dos
mesmos, modulando sua atividade [Chapleau e cols 1991, Li e cols
1997, Salgado e cols 2006]. A liberação de substâncias químicas
pelas próprias terminações barorreceptoras pode atuar alterando a
atividade do NDA e influenciando a inibição desse nervo após breves
períodos de estimulação [McDowell e cols, 1989; Chapleau e cols,
1991]. Alguns autores propõem que a ativação de canais de potássio
sensíveis a 4-aminopiridina [Chapleau e cols, 1991] contribui para
adaptação dos baroreceptores, enquanto a ativação da bomba Na
+
/K
+
[Saum e cols, 1976] tem efeito sobre a DPE. Entretanto, essas
evidências foram obtidas em preparações isoladas do seio carotídeo.
Assim, o presente estudo é o primeiro a examinar, in vivo, a
participação de eventuais fatores autócrinos, potencialmente
liberados nas próprias terminações barorreceptoras, envolvidos na
modulação da atividade do NDA.
É importante salientar que a DPE, quando avaliada em
camundongos, apresentou-se de forma semelhante ao observado em
ratos. É sabido que a estimulação elétricado NDA com baixas
- 76 -
frequências promove uma ativação tanto de fibras do tipo A (mais
grossas e mielinizadas) como também do tipo C (mais finas e pouco
mielinizadas) [Fan e Andresen 1998]. Assim, a estimulação de fibras
A em conjunto com as fibras C, em camundongo, apresentam uma
maior resposta da DPE quando comparado a estimulação de fibras A
isoladas. Essa resposta mais acentuada também foi observada em
ratos [Davies e cols 1998], demonstrando que há uma participação
importante das fibras C na gênese da DPE.
Espécies reativas de oxigênio (ROS) constituem uma família de
moléculas com marcantes efeitos sobre a função celular [Griendling e
cols, 2000]. Com relação ao sistema cardiocirculatório e, em especial,
na hipertensão arterial, é bem estabelecido que há uma participação
importante das ROS [Cai e Harrison 2000, Redon e cols 2003,
Paravicini e Touyz 2006, Lee e Griendling 2008]. Indivíduos com
hipertensão arterial apresentam níveis elevados de bioprodutos do
estresse oxidativo associados a uma redução na atividade de enzimas
antioxidantes endógenas no sangue e em células mononucleares
[Redon e cols 2003]. Além disso, há evidências que as ROS exercem
uma ação importante nas células que compõem a parede dos vasos
[Lee e Griendling 2008, Paravicini e Touyz 2006].
Assim, no presente estudo, a ação desenvolvida pelas ROS, em
especial o H
2
O
2
, na gênese da DPE do nervo depressor aórtico foi
avaliada pela administração de PEG-Catalase, droga que diminui a
- 77 -
concentração de H
2
O
2
, previamente à coarctação da aorta abdominal,
em ratos, ou estimulação elétrica antidrômica do nervo depressor
aórtico, em ratos e camundongos. Com esse protocolo, foi possível
observar que a administração de PEG-Catalase aboliu completamente
a inibição transitória da atividade do NDA após coarctação da aorta
abdominal ou estimulação elétrica antidrômica do NDA em ambos os
modelos animais utilizados. Esses achados sugerem fortemente que o
H
2
O
2
pode ser liberado nas terminações barorreceptoras quando
essas estruturas são estimuladas, inibindo transitoriamente a
atividade dos mesmos.
O H
2
O
2
tem sido descrito como um potente fator
hiperpolarizante derivado do endotélio devido a sua habilidade em
ativar canais de potássio na musculatura vascular [Sobey e cols
1997, Iida e Katusic 2000, Matoba e cols 2000]. Outro tipo de canal
iônico também descrito como sendo ativado pelo H
2
O
2
nos leitos
vasculares é o canal de cálcio ativado por potássio [Sobey e cols
1997, Iida e Katusic 2000, Matoba e cols 2000]. Uma característica
importante do H
2
O
2
na gênese da DPE é sua ação aumentando a
atividade da bomba de Na
+
/K
+
[Rounds e cols 1998]. Saum e
colaboradores [1976] demonstraram que, em preparação isolada do
arco aórtico, quando realizavam uma elevação da PA por breves
períodos e, em seguida, a PA era reduzida para valores semelhantes
ao do período basal, ocorria a DPE, sendo que, após a administração
- 78 -
de oubaína (bloqueador da atividade da bomba Na
+
/K
+
) ao banho,
este fenômeno foi totalmente bloqueado.
Os resultados do presente estudo corroboram estudos em
preparação isolada [Snitsarev e cols 2005] mostrando que a DPE dos
barorreceptores in vivo conta com a importante participação de ROS.
No presente estudo, além da avaliação da participação de ROS
na DPE da atividade do NDA, avaliou-se, também, a influência de
possíveis fatores produtos da enzima ciclooxigenase (COX) na
recuperação da atividade do NDA após a coarctação da aorta ou
estimulação elétrica antidrômica do NDA em ratos. Nesse protocolo,
foi utilizada indometacina como bloqueador da síntese da COX.
A administração intravenosa de indometacina não afetou a
inibição da atividade do NDA em resposta aos estímulos ativadores
dos barorreceptores, mas a indometacina aumentou o período de
inibição da atividade do NDA em resposta aos estímulos,
demonstrando a participação de metabólitos da COX ativando os
barorreceptores e, assim, auxiliando na recuperação da atividade
após sua inibição.
Dentre os vários metabólitos produzidos pela síntese da COX,
alguns estudos da função barorreceptora suportam que a PGI
2
pode
ser o principal fator liberado pelas terminações barorreceptoras que
influenciam diretamente no processo de recuperação da atividade dos
barorreceptores após a DPE [Chapleau e cols 1991(B), Snitsarev e
- 79 -
cols 2005]. Em preparação isolada do seio carotídeo de coelhos com
hipertensão renal crônica, a síntese de PGI
2
do ácido aracdônico
estava significativamente reduzida, causando uma diminuição na
sensibilidade dos barorreceptores [Xie e cols 1990, Chapleau e cols
1991]. Além disso, vários autores já demonstraram que PGI
2
pode
ativar neurônios sensoriais [Smith e cols 1991, Kwong e Lee 2002,
Harada e cols 2002]. Além disso, há evidências de que, durante o
aumento na tensão da parede vascular causado pelo aumento na PA,
a liberação de PGI
2
pelo endotélio também se encontra elevada
[Mombuli e Vanhoutte 1999]. Para determinar se a liberação de PGI
2
,
substância fundamental para restaurar atividade do nervo no terminal
barorreceptor, dependia do endotélio, foi realizado o protocolo de
ativação dos barorreceptores com e sem alteração da PA. E, de
acordo com os achados, é possível observar que a liberação de PGI
2
pelas terminações dos barorreceptores se deu por um mecanismo
que não foi devido ao aumento da tensão da parede vascular. Embora
a forma mais comum de liberação da PGI
2
esteja relacionada com
alteração na tensão da parede vascular [Mombuli e Vanhoutte 1999],
no protocolo em que foi realizada a estimulação antidrômica do NDA,
não houve alteração na PA e, conseqüentemente, não houve
alteração das propriedades visco-elásticas da parede vascular. Esse
resultado corrobora dados da literatura em que, em preparação
isolada do seio carotídeo de cães anestesiados, o limiar de ativação
- 80 -
dos barorreceptores a altas pressões estava preservado na presença
de indometacina, mesmo com o endotélio ausente [Wang e cols
1993]. Além disso, estudos anteriores mostram que a indometacina,
quando utilizada em preparações isoladas do seio carotídeo desloca a
curva de atividade dos barorreceptores para valores mais altos de
pressão, sem alterar o diâmetro vascular [Xie e cols 1990]. Assim, a
preparação utilizada nesse estudo permite avaliar a adaptação dos
barorreceptores em circunstâncias que não envolvem alteração na
PA.
Também pode ser evidenciado que as PGI
2
não exerceram
influência tônica na atividade do NDA, haja vista que, com a
administração de indometacina, não foi observada alteração na
atividade basal do NDA. Entretanto, como pode ser visto nos
resultados, após a estimulação antidrômica do NDA, a PGI
2
se tornou
essencial para restaurar a atividade do NDA. Esse dado corrobora
resultados de Snitsarev e cols [2005], no qual, em células isoladas do
gânglio nodoso, foi avaliada a produção de PGI
2
antes e após serem
estimuladas eletricamente. Esses autores observaram que, antes do
estímulo, a produção de PGI
2
era ínfima, porém, após a estimulação
elétrica, havia um aumento significativo na produção de PGI
2
por
essas células, aumento este que foi bloqueado pela adição de
indometacina ao banho. Baseado nesses dados, sugere-se que, após
a estimulação dos barorreceptores por ambos os estímulos, ocorreu
- 81 -
uma produção e liberação de PGI
2
nas terminações barorreceptoras
na tentativa de restaurar a atividade basal do NDA. É importante
ressaltar também, que a queda na atividade do NDA após a
administração de indometacina não é devida a uma perda da
responsividade do nervo a uma segunda estimulação do NDA pois,
em ambos os protocolos de estímulo, quando foi realizado o grupo
controle (antes e após a administração de salina), o padrão de
resposta do nervo foi o mesmo.
Assim, baseado nos resultados do presente estudo, pode-se
inferir que o H
2
O
2
produzido e liberado durante a ativação das
aferências barorreceptoras tem importante papel na gênese da DPE
dos barorreceptores, enquanto a PGI
2
, também produzida e liberada
durante a estimulação das aferências barorreceptoras, age no sentido
de restaurar a atividade basal dos mesmos. Mesmo que em situação
basal, o H
2
O
2
e as PGI
2
não modulam a excitabilidade das fibras
barorreceptoras, a produção e liberação de H
2
O
2
durante a
estimulação das aferências barorreceptoras é considerável e, através
de ações sobre canais iônicos, essa substâncias podem afetar a
atividade dos barorreceptores. Além disso, a produção neuronal de
PGI
2
nas próprias terminações barorreceptoras age no sentido de
reverter a DPE, restaurando a atividade basal dos barorreceptores.
Corroborando estudos prévios [Xie e cols 1990, Chapleau e cols
1991, Smith e cols 1991, Cai e Harrison 2000, Kwong e Lee 2002,
- 82 -
Harada e cols 2002, Paravicini e Touyz 2006, Lee e cols 2008],
nossos dados suportam a hipótese de que uma falha na produção de
PGI
2
neuronal associada a um aumento na produção de H
2
O
2
contribuem para a redução da sensibilidade dos barorreceptores,
situação que é comum em diversos estados patológicos, inclusive na
hipertensão.
A redução na atividade dos barorreceptores após sua
estimulação pode ser comparada, por analogia, ao fenômeno de
adaptação da atividade dos barorreceptores à hipertensão mantida.
Assim, a adaptação dos barorreceptores pode estar associada ao
aumento na produção de H
2
O
2
. Contudo, a fonte de liberação de H
2
O
2
responsável pela inibição da atividade dos barorreceptores não pode
ser determinada a partir dos nossos dados, entretanto com essa nova
metodologia, tem-se a oportunidade de usar agentes farmacológicos
específicos para locais de produção de H
2
O
2
. Ainda, a caracterização
da DPE após a estimullação antidrômica do NDA em camundongos
produz a base necessaria para se utilizar, em estudos futuros,
animais geneticamente modificados na tentativa de se avaliar a
participação de diferentes estruturas que, sabidamente, causam
aumento no estresse oxidativo, e que possam participar da gênese da
DPE dos barorreceptores.
- 83 -
6. Resumo
A atividade dos barorreceptores é transitoriamente inibida após
breves períodos de aumento na pressão arterial ou curtos períodos de
estimulação elétrica das aferências barorreceptoras. Esse fenômeno é
denominado “depressão pós-estimulação (DPE)”. Fatores inibitórios,
com espécies reativas de oxigênio, e excitatórios, como os
metabólitos da ciclooxigenase (COX), podem ser liberados das
terminações barorreceptoras durante sua ativação, podendo modular
a DPE. Avaliamos a hipótese que o bloqueio da produção de peróxido
de hidrogênio (H
2
O
2
) pela administração de PEG-catalase abole a DPE
enquanto que o bloqueio da produção de metabólitos da COX com a
indometacina retarda a recuperação da DPE após a ativação dos
barorreceptores com a oclusão da aorta abdominal ou estimulação
antidrômica das terminações barorreceptoras in vivo. A atividade
aferente dos barorreceptores foi avaliada pela atividade do nervo
depressor aórtico em ratos Wistar anestesiados com tiopental sódico
(40 mg/kg, ip) antes e após curtos períodos (10 ou 3 minutos) de
coarctação da aorta abdominal ou estimulação antidrômica do nervo
depressor aórtico (5 V, 2 ms, 20 Hz por 10 s). O protocolo de
estimulação também foi realizado em camundongos c57/Bl. Em
ambos os protocolos, a porção cranial do nervo depressor aórtico foi
seccionada antes de se iniciar o protocolo para evitar alterações
reflexas na pressão arterial. Os protocolos foram realizados antes e
após a administração do inibidor da COX, indometacina (5 mg/kg, iv,
somente em ratos), quelante de H
2
O
2
PEG-catalase (10
4
U/kg, IV, em
ratos e camundongos) ou salina (0.1 mL/100 g, iv). Não foram
observadas diferenças no padrão de resposta da atividade do nervo
depressor aórtico entre a coarctação de 10 ou 3 minutos. Foi
observada uma redução na atividade dos barorreceptores para 60±10
% do basal, imediatamente (5 s) após o retorno da pressão arterial a
- 84 -
valores normais após a coarctação da aorta abdominal. Houve uma
recuperação da atividade do NDA para 89±8 e 106±3 % do basal aos
30 e 60 s após o estímulo. Tanto a magnitude, como a duração da
DPE não foram alteradas após a administração de salina. A DPE foi
significantemente potencializada pela a administração de
indometacina (77±6 e 90±5 % do basal 30 e 60 s após a coarctação
da aorta), mas foi abolida pela administração de PEG-catalase (97±3
e 108±3 % do basal 5 e 60 s após a coarctação da aorta). Quando a
indometacina foi administrada junto com a PEG-catalase, a DPE
também foi abolida (97±4 e 103±3 % do basal 5 e 60 s após a
coarctação da aorta). No protocolo de estimulação elétrica, foi
observada uma grande queda na atividade dos barorreceptores após
sua estimulação, chegando a valores de 19±2 % da atividade basal,
imediatamente (5s) após a estimulação elétrica do nervo depressor
aórtico, não sendo associada a alterações na pressão arterial. Houve
uma recuperação da atividade dos barorreceptores para 69±3 e 92±3
% do basal aos 60 e 120 s após o estímulo. Semelhante ao protocolo
anterior, a DPE não foi alterada pela administração de salina. A DPE
foi significantemente prolongada pela indometacina (43±6 e 49±8 %
do basal aos 60 e 120 s após a estimulação dos barorreceptores) e
completamente abolida pela administração de PEG-catalase (95±6 e
107±8 % do basal aos 5 e 60s). A administração conjunta de
indometacina e PEG-catalse promoveu uma redução da atividade dos
barorreceptores, após sua ativação, de intensidade menor quando
comparado ao controle (34±4 % do basal 5 s após sua estimulação),
porém não houve uma recuperação da atividade dos barorreceptores
no período estudado, permanecendo em patamar inferior até o final
do experimento (60±7% do basal 300 s após sua estimulação). Os
experimentos em camundongos tiveram o mesmo comportamento
dos realizados com ratos.
- 85 -
7.Abstract
Baroreceptor activity is inhibited transiently after brief periods of
increased arterial pressure or electrical stimulation of baroreceptor
afferents. This phenomenon is referred as “post-excitatory
depression” (PED). It has been suggested that inhibitory factors like
reactive oxygen species and excitatory factors like cyclooxygenase
(COX) metabolites may be released from baroreceptor endings during
its activation and may modulate the development of PED. In the
present study, we tested the hypothesis that blockade of the
production of hydrogen peroxide (H
2
O
2
) with PEG-catalase will abolish
PED while blockade of the production of COX metabolites with
indomethacin attenuates the recovery of PED after baroreceptor
activation with either aortic occlusion or antidromical electrical
stimulation of baroreceptor afferents in vivo. Afferent baroreceptor
activity was recorded from the left aortic depressor nerve of
thiopental (40 mg/kg, ip) anesthetized Wistar rats before and after
short periods (10 or 3 minutes) of aortic coarctation or a brief period
of aortic depressor nerve stimulation (5 V, 2 ms, 20 Hz during 10 s).
The protocol with electrical stimulation was performed also in mice.
The central end of the aortic depressor nerve was sectioned
beforehand in both protocols to prevent reflex changes in arterial
pressure. The protocol was carried out before and after the
administration of COX inhibitor indomethacin (5 mg/kg, iv, only in
rats), membrane permeable H
2
O
2
scavenger PEG-catalase (10
4
U/kg,
IV, in rats and mice) or saline (0.1 mL/100 g, iv). There was no
difference in the pattern of response of the ADN activity after the
stimulus with 10 or 3 minutes of aortic coarctation. We observed a
fall in aortic depressor nerve activity to 60±10 % of baseline,
immediately (5 s) after the return of the arterial pressure to normal
values following the coarctation. Baroreceptor activity recovered to
- 86 -
89±8 and 106±3 % of baseline at 30 and 60 s after the stimulus. The
magnitude and time course of PED was not altered after saline
injection. In contrast, PED was significantly prolonged by
indomethacin, averaging 77±6 and 90±5 % of baseline 30 and 60 s
after aortic coarctation. However, PED was abolished by PEG-
catalase, averaging 97±3 and 108±3 % of baseline 5 and 60 s after
aortic coarctation. When indomethacin was administered together
with PEG-catalase the PED was also abolished, averaging 97±4 and
103±3 % of baseline 5 and 60s after aortic coarctation. When
antidromical electrical stimulation was applied we observed a
remarkable fall in aortic depressor nerve activity to 19±2 % of
baseline, immediately (5 s) after aortic depressor nerve stimulation
combined with no change in arterial pressure. Baroreceptor activity
recovered to 69±3 and 92±3 % of baseline at 60 and 120 s after the
stimulus. The magnitude and time course of PED was not altered
after saline injection. In contrast, PED was significantly prolonged by
indomethacin, averaging 43±6 and 49±8 % of baseline 60 and 120 s
after aortic depressor nerve stimulation. However, PED was
remarkably abolished by PEG-catalase, averaging 95±6 and 107±8 %
of baseline 5 and 60s after aortic depressor nerve stimulation. The
administration of indomethacin with PEG-catalase at this protocol
decreased the ADN activity not as much as the control (34±4 % of
baseline 5s after aortic depressor nerve activity) remaining lower
until the end of the experiment (60±7 % of baseline 300s after aortic
depressor nerve activity). In conclusion, the reactive oxygen species
H
2
O
2
yielded during activation of baroreceptor afferents caused PED,
while the blockage endogenous COX metabolites attenuated the
recovery of PED. We speculate that this mechanism may play a role
in rapid baroreceptor resetting during acute hypertension. The
pattern of response of the mouse protocol was similar to rat
response.
- 87 -
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- 88 -
Abboud FM, Heistad DD, Mark AL, Schmid PG. Reflex control of the
peripheral circulation. Prog Cardiovasc Dis. 1976; 18: 371-403.
Alexander N e Decuir M. Role of aortic and vagus nerves in arterial
baroreflex bradicardia in rabbits. Am J Physiol. 1963; 205:775-80.
Agostini E, Chinnock JE, De Burgh Daly M, Murray JG. Functional and
histological studies of the vagus nerve and its branches to the heart,
lungs and abdominal viscera in the cat. J Physiol. 1957; 135:182-
205.
Bader M, Bohnemeier H, Zollmann FS, et al. Transgenic animals in
cardiovascular disease research. Exp Physiol. 2000; 85: 713-31.
Béchir M, Enseleit F, Chenevard R, Muntwyler J, Lüscher TF, Noll G.
Folic Acid improves baroreceptor sensitivity in hypertension. J
Cardiovasc Pharmacol. 2005; 45(1): 44-48.
Blair RW, Evans AR. Responses of medullary raphespinal neurons to
electrical stimulation of thoracic sympathetic afferents, vagal
afferents, and to other sensory inputs in cats. J Neurophysiol.
1991; 66(6):2084-2094
Bock P and Gorgas K. Fine structure of baroreceptor terminals in the
- 89 -
carotid sinus of guinea pigs and mice. Cell Tissue Res. 1976; 170:
95-112.
Bronk DW and Stella G. The response to steady pressures of single
end organs in the isolated carotid sinus. Am J Physiol. 1935; 110:
708-714.
Brown AM, Saum WR, Tuley FH. A comparison of aortic baroreceptor
discharge in normotensive and spontaneously hypertensive rats. Circ
Res. 1976; 39: 488-496.
Brown AM, Saum WR, Yasui S. Baroreceptor dynamics and their
relationship to afferent fiber type and hypertension. Circ Res. 1978;
42:694-702.
Cai H and Harrison DG. Endothelial dysfunction in cardiovascular
diseases: The role of oxidant stress. Circ Res. 2000; 87: 840–844.
Chapleau MW, Hajduczok G, Shasby DM and Abboud FM. Activated
endothelial cells in culture suppress baroreceptors in the carotid sinus
of dog. Hypertension. 1988; 11: 586-90 (A).
Chapleau MW, Hajduczok G and Abboud FM. Mechanisms of resetting
of arterial baroreceptors: an overview. Am J Med Sci. 1988; 295:
- 90 -
327-34 (B).
Chapleau MW. Types of baroreceptor afferent neurons. Circ Res.
1991; 68: 619-20 (A).
Chapleau MW, Hajduczok G and Abboud FM. Paracrine role of
prostanoids in activation of arterial baroreceptors: an overview. Clin
Exp Hypertens A. 1991; 13: 817-24 (B).
Chapleau MW and Abboud FM. Modulation of baroreceptor activity by
ionic and paracrine mechanisms: an overview. Braz J Med Biol Res.
1994;27(4):1001-1015.
Chapleau MW, Hajduczok G, Sharma RV, et al. Mechanisms of
baroreceptor activation. Clin Exp Hypertens. 1995; 17: 1-13.
Chen HI, Chapleau MW and McDowell TS. Prostaglandins contribute to
activation of baroreceptors in rabbits. Possible paracrine influence of
endothelium. Circ Res. 1990; 67: 1394-404.
Chen Y, Joaquim Lf, Farah Vm, Wichi Rb, Fazan R Jr, Salgado Hc,
Morris M. Cardiovascular autonomic control in mice lacking
angiotensin AT1a receptors. Am J Physiol Regul Integr Comp
Physiol. 2005; 288: R1071-1077.
- 91 -
Chen X, Touyz RM, Park JB, Schiffrin EL. Antioxidant effects of
vitamins C and E are associated with altered activation of vascular
NADPH oxidase and superoxide dismutase in stroke-prone SHR.
Hypertension. 2001; 38: 606–611.
Chisolm GM and Steinberg D. The oxidative modification hypothesis
of atherogenesis: An overview. Free Radic Biol Med. 2000; 28:
1815–1826.
Cyon E, Ludwig C. Die reflexe eines der sensiblen nerven des herzens
auf die motorischen der blutgefässe. Arbeit Physiol Anstaltz. 1866;
128-150.
Cvetkovic B and Sigmund CD. Understanding hypertension through
genetic manipulation in mice. Kidney Int. 2000; 57: 863-74.
Dalloz F, Osinska H and Robbins J. Manipulating the contractile
apparatus: genetically defined animal models of cardiovascular
disease. J Mol Cell Cardiol. 2001; 33: 9-25.
Davies GJ, Fazan Jr R, Abboud FM, Chapleau MW. Sustained inhibition
of baroreceptor activity following brief activation of baroreceptor C-
fibers: a novel mechanism of barorecptor resetting. Annals of Iowa
Physiological Society Meeting. 1998.
- 92 -
Decima EE. An effect of postsynaptic neurons upon presynaptic
terminals. Proc Natl Acad Sci U S A. 1969; 63 (1): 58-64.
Devanandan MS. A study of the myelinated fibers of the aortic
depressor nerves of cats. J Physiol. 1964; 171:361-367.
Dobrian AD, Davies MJ, Schriver SD, Lauterio TJ, Prewitt RL.
Oxidative stress in a rat model of obesityinduced hypertension.
Hypertension. 2001; 37: 554–560.
Droge W. Free radicals in the physiological control of cell function.
Physiol Rev. 2002; 82: 47–95
Fan W, Andresen MC. Differential frequency-dependent reflex
integration of myelinated and nonmyelinated rat aortic baroreceptors.
Am J Physiol. 1998;275:H632-640.
Fazan VPS, Fazan Jr R, Salgado HC, Barreira AA.A descriptive and
quantitative light and electron study of the aortic depressor nerve in
normotensive rats. Hypertension. 1997; 30 [part 2]: 693-698.
Fazan VPS, Fazan Jr R, Salgado HC and Barreira AA. Morphology of
- 93 -
aortic depressor nerve myelinated fibers in normotensive Wistar-
Kyoto and spontaneously hypertensive rats. J Auton Nerv Syst.
1999; 77: 133-9.
Fazan VPS, Salgado HC, Barreira AA. Aortic depressor nerve
unmyelinated fibers in spontaneously hypertensive rats. Am J
Physiol Heart Circ Physiol. 2001; 280:H1560-H1564.
Fazan VPS, Salgado HC, Barreira AA. Relation between myelin area
and axon diameter in the aortic depressor nerve of spontaneously
hypertensive rats. J Neurosci Meth. 2005; 148:130-136.
Fazan VPS, Salgado HC, Barreira AA. Aortic depressor nerve
myelinated fibers in acute and chronic experimental diabetes. Am J
Hypertens. 2006; 19:153-160.
Feletou M and Vanhoutte PM. Endothelial dysfunction: A multifaceted
disorder. Am J Physiol Heart Circ Physiol. 2006; 291: 985–1002.
Fleming I, Michaelis UR, Bredenkotter D, Fisslthaler B, Dehghani F,
Brandes RP e cols. Endothelium-derived hyperpolarizing factor
synthase (Cytochrome P450 2C9) is a functionally significant source
of reactive oxygen species in coronary arteries. Circ Res. 2001; 88:
44–51.
- 94 -
Francis SC, Raizada MK, Mangi AA, et al. Genetic targeting for
cardiovascular therapeutics: are we near the summit or just
beginning the climb? Physiol Genomics. 2001; 7: 79-94.
Franz GN. Nonlinear rate sensitivity.of Jhe carotid sinus reflex as a
consequence of static and dynamic nonlineanties in baroreceptor
behavior. Ann NY Acad Sci. 1969; 156: 811-824.
Finkel T. Thinking globally, acting locally: the promise of
cardiovascular gene therapy. Circ Res. 1999; 84: 1471-1472.
Gassmann M, Hennet T. From Genetically Altered Mice to Integrative
Physiology. News Physiol Sci. 1998; 13:53-57.
Griendling KK, Ushio-Fukai M. Reactive oxygen species as mediators
of angiotensin II signaling. Regul Pept. 2000; 91(1-3):21-27.
Grote K, Flach I, Luchtefeld M, Akin E, Holland SM, Drexler H e cols.
Mechanical stretch enhances mRNA expression and proenzyme
release of matrix metalloproteinase- 2 (MMP-2) via NAD(P)H oxidase-
derived reactive oxygen species. Circ Res. 2003; 92: e80–e86.
Guo Y, Yao FR, Cao DY, Pickar JG, Zhang Q, Wang HS, Zhao Y.
Somatostatin inhibits activation of dorsal cutaneous primary afferents
- 95 -
induced by antidromic stimulation of primary afferents from an
adjacent thoracic segment in the rat. Brain Res. 2008; 1229: 61-71.
Hajduczok G, Chapleau MW, and Abboud FM. Rapid adaptationof
central pathways explains the suppressed baroreflexwith aging.
Neurobiol Aging 1991; 12: 601–604.
Harada N, Okajima K, Uchiba M, Katsuragi T. Ischemia/reperfusion-
induced increase in the hepatic level of prostacyclin is mainly
mediated by activation of capsaicin-sensitive sensory neurons in rats.
J Lab Clin Med. 2002; 139(4):218-226.
Holton P. The Liberation of Adenosine Thriposphate on Atidromic
Stimulation of Sensory Nerves. J Physiol. 1959; 145:494-504.
Iida Y, Katusic ZS. Mechanisms of cerebral arterial relaxations to
hydrogen peroxide. Stroke. 2000; 31(9):2224-2230
James Jf, Hewett Te, Robbins J. Cardiac physiology in transgenic
mice. Circ Res. 1998; 82(4): 407-415, Review.
Jumrussirikul P, Dinerman J, Dawson Tm, Dawson Vl, Ekelund U,
Georgakopoulos D, Schramm Lp, Calkins H, Snyder Sh, Hare Jm,
- 96 -
Berger Rd. Interaction between neuronal nitric oxide synthase and
inhibitory G protein activity in heart rate regulation in conscious mice.
J Clin Invest. 1998; 102(7):1279-1285.
Kaye DM and Esler MD. Abnormalities of the autonomic nervous
system in heart failure. Cardiol Rev. 1995; 3: 184-195.
Kirchheim HR. Systemic arterial baroreceptor reflexes. Physiol Rev.
1976; 56: 100-176.
Krieger EM, Marseillan RF. Aortic depressor fibers in rat: an
electrophysiological study. Am J Physiol. 1963; 205:771-774.
Krieger EM, Salgado HC and Michelini LC. Resetting of the
baroreceptors. Int Rev Physiol. 1982; 26: 119-46.
Kunze DL, Andresen MC and Torres LA. Do calcium antagonists act
directly on calcium channels to alter baroreceptor function? J
Pharmacol Exp Ther. 1986; 239: 303-10.
Kwong K, Lee LY. PGE(2) sensitizes cultured pulmonary vagal sensory
neurons to chemical and electrical stimuli. J Appl Physiol. 2002;
93(4):1419-1428.
Landgren S. On the excitation mechanism of the carotid
baroreceptors. Acta Physiol Scand. 1952; 26: 1-34.
- 97 -
Lantelme P, Lo M, Sassard J. Decreased cardiac baroreflex sensitivity
is not due to cardiac hypertrophy in NG-nitro-L-arginine methyl ester-
induced hypertension. J Hypertension. 1994 Jul;12(7):791-5.
Lee MY and Griendling KK. Redox signaling, vascular function, and
hypertension. Antioxid Redox Signal. 2008;10(6):1045-1059
Lerman LO, Nath KA, Rodriguez-Porcel M, Krier JD, Schwartz RS,
Napoli C e cols. Increased oxidative stress in experimental
renovascular hypertension. Hypertension. 2001; 37: 541–546.
Li Z and Chapleau MW. Platelets-induced suppression of baroreceptor
activity is mediated by a stable diffusible factor. J. Auton. Nerv.
Syst. 1995; 51: 59-65.
Ma X, Abboud FM and Chapleau MW. Neurocardiovascular regulation
in mice: experimental approaches and novel findings. Clin Exp
Pharmacol Physiol. 2003; 30: 885-93.
Matoba T, Shimokawa H, Nakashima M, Hirakawa Y, Mukai Y, Hirano
K, Kanaide H, Takeshita A. Hydrogen peroxide is an endothelium-
derived hyperpolarizing factor in mice. J Clin Invest. 2000
106(12):1521-1530.
- 98 -
McCubbin JW, Masson GMC, Page IH. Aortic depressor neerve of the
rat. Arch Int Pharmacodyn. 1958; 114:303-306.
Mancia G, Frattola A, Parati G, et al. Blood pressure variability and
organ damage. J. Cardiovasc. Pharmacol. 1994; 24: 6-11.
Mansier P, Médigue C, Charlotte N, Vermeiren C, Coraboeuf E,
Deroubai E, Ratner E, Chevalier B, Clairambault J, Carré F, Dahkli T,
Bertin B, Briand P, Strosberg D, Swynghedauw B. Decreased heart
rate variability in transgenic mice overexpressing atrial beta 1-
adrenoceptors. Am J Physiol. 1996; 271(4 Pt 2):H1465-1472.
Marquadt D. An algorithm for the least squares estimation of nom
linear parameters. J Soc Indust Appl Math. 1963; 11: 143-441.
McDonald DM. Morphology of the rat carotid sinus nerve. II. Number
and size of axons. J. Neurocytol. 1983; 12:373-392.
McDowell TS, Axtelle TS, Chapleau MW and Abboud FM.
Prostaglandins in carotid sinus enhance baroreflex in rabbits. Am J
Physiol. 1989; 257:445-450.
- 99 -
Mombouli JV, Vanhoutte PM. Endothelial dysfunction: from physiology
to therapy. J Mol Cell Cardiol. 1999; 31(1):61-74
Moncada S and Vane JR. Pharmacology and endogenous roles of
prostaglandin endoperoxides, thromboxane A2, and prostacyclin.
Pharmacol Rev. 1978; 30: 293–331.
Nakajima S, Onodcra K. Membrane properties of the stretch receptor
neurones of crayfish with particular reference to mechanisms of
sensory adaptation. J Physiol (Lond). 1969; 200: 161-185 (A).
Nakajima S, Onodera K. Adaptation of the generator potential in the
crayfish stretch receptors under constant length and constant
tension. J Physiol (Lond). 1969; 200: 187-204 (B).
Nakajima S, Takahashi K. Post-tetanic hyperpolarization and
electrogenic Na pump in stretch receptor neurone of crayfish. J
Physiol (Lond). 1966; 187: 105-127.
O'Donnell CP, Keil LC and Thrasher TN. Vasopressin responses to
unloading arterial baroreceptors during cardiac nerve blockade in
conscious dogs. Am J Physiol. 1992; 262: R51-60.
Paravicini TM, Touyz RM. Redox signaling in hypertension.
- 100 -
Cardiovasc Res. 2006; 71(2):247-258
Podrid PJ, Fuchs T and Candinas R. Role of the sympathetic nervous
system in the genesis of ventricular arrhythmia. Circulation 1990;
82: 3-13.
Rounds S, Cutaia M, Charles A, Meharg J, Dawicki D, Oldmixon E,
Kuhn C. Oxidant stress stimulates Na/K pump activity in bovine
pulmonary arterial endothelial cells. Chest. 1998; 114:22S-24S.
Rushton WAH. Theory of the effects of the fiber size in meullated
nerve. J Physiol. 1951; 115:101-122.
Salgado HC and Krieger EM. Time course of baroreceptor resetting in
short-term hypotension in the rat. Am J Physiol. 1978; 234: H552-
556.
Salgado HC and Krieger EM. Extent of baroreceptor resetting in
response to sodium nitroprusside and verapamil. Hypertension.
1988; 11: I121-5.
Salgado HC and Machado BH. Role of baroreceptor resetting in the
tachycardia observed during the onset of one-kidney, one clip
hypertension. Clin Exp Hypertens A. 1991; 13: 825-9.
- 101 -
Salgado HC, Fazan Jr. R, Salgado MO et al. Bases fisiológicas da
regulação neural da pressão arterial. In: Mion Jr. D, Oigman W and
Nobre F. Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial
(MAPA). São Paulo: Atheneu, 2004. p. 49-64.
Salgado MC, Justo SV, Joaquim LF, et al. Role of nitric oxide and
prostanoids in attenuation of rapid baroreceptor resetting. Am J
Physiol Heart Circ Physiol. 2006; 290: 1059-63.
Sarkar BB. The depressor nerve of the rabbit. Roy Soc Proc. 1922;
93:230-235.
Sarkis A and Roman RJ. Role of cytochrome P450 metabolites of
arachidonic acid in hypertension. Curr Drug Metab. 2004; 5: 245–
256.
Saum WR, Brown AM, Tuley FH. An electrogenic sodium pump and
baroreceptor function in normotensive and spontaneously
hypertensive rats. Circ Res. 1976; 39(4):497-505
Schmidt EM, Stromberg MW. The myelinated fibers in the aortic nerve
of swine. Anat Rec. 1967; 159:41-46.
- 102 -
Schmitt FO and Bear RS. Optical properties of the axon sheaths of
crustacean nerves. J. Cell. Comp. Physiol. 1937; 9:275.
Shen YT, Cowley AW Jr, Vatner SF. Relative roles of cardiac and
arterial baroreceptors in vasopressin regulation during hemorrhage in
conscious dogs. Circ Res. 1991 May;68(5):1422-36.
Smith RS and Koles ZJ. Myelinated nerve fibers: computed effect of
myelin thickness on conduction velocity. Am. J. Physiol. 1970;
219:1256-1258.
Smith WL, Marnett LJ, De Witt DL. Prostaglandin biosynthesis.
Pharmacol Ther. 1991; 49: 153–179.
Snitsarev V, Whiteis CA, Chapleau MW, Abboud FM. Neuronal
prostacyclin is an autocrine regulator of arterial baroreceptor
activity.Hypertension. 2005 Sep;46(3):540-6. Epub 2005 Aug 1.
Sobey CG, Heistad DD, Faraci FM. Mechanisms of bradykinin-induced
cerebral vasodilatation in rats. Evidence that reactive oxygen species
activate K+ channels. Stroke. 1997; 28(11):2290-2294.
Sokolove PG and Cooke M. Inhibition of impulse activity in a sensory
neuron by an electrogenic pump. J Gen Physiol. 1971; 57: 125-163.
- 103 -
Stauss Hm, Godecke A, Mrowka R, Schrader J, And Persson Pb.
Enhanced blood pressure variability in eNOS knockout mice.
Hypertension 1999; 33: 1359-1363.
Steinberg D and Witztum JL. Is the oxidative modification hypothesis
relevant to human atherosclerosis? Do the antioxidant trials
conducted to date refute the hypothesis? Circulation. 2002; 105:
2107–2111.
Tank J, Obst M, Diedrich A, Brychta Rj, Blumer Kj, Heusser K, Jordan
J, Luft Fc, Gross V. Sympathetic nerve traffic and circulating
norepinephrine levels in RGS2-deficient mice. Auton Neurosci.
2007; 136(1-2):52-57.
Thorén P, Saum WR, Brown AM. Characteristics of rat aortic
baroreceptors with nonmedullated afferent nerve fibers. Circ Res.
1977; 40:231-237.
Touyz RM, Yao G, Schiffrin EL. c-Src induces phosphorylation and
translocation of p47phox: Role in superoxide generation by
angiotensin II in human vascular smooth muscle cells. Arterioscler
Thromb Vasc Biol. 2003; 23: 981–987.
Uechi M, Asai K, Osaka M, Smith A, Sato N, Wagner Te, Ishikawa Y,
- 104 -
Hayakawa H, Vatner De, Shannon Rp, Homcy Cj, Vatner Sf.
Depressed heart rate variability and arterial baroreflex in conscious
transgenic mice with overexpression of cardiac Gsalpha. Circ Res.
1998; 82(4):416-423.
Wang W, McClain JM, Zucker IH. Aldosterone reduces baroreceptor
discharge in the dog. Hypertension. 1992; 19: 270-7.
Wang W, Zhu GQ, Gao L, Tan W, Qian ZM. Baroreceptor reflex in
heart failure. Sheng Li Xue Bao. 2004; 56:269-81. Review.
Ward NC and Croft KD. Hypertension and oxidative stress. Clin Exp
Pharmacol Physiol. 2006; 33: 872–876.
Wickman K, Nemec J, Gendler Sj, Clapham De. Abnormal heart rate
regulation in GIRK4 knockout mice. Neuron. 1998; 20(1):103-114.
Wu L and Juurlink BH. Increased methylglyoxal and oxidative stress
in hypertensive rat vascular smooth muscle cells. Hypertension.
2002; 39: 809–814.
Xie PL, Chapleau MW, McDowell TS, Hajduczok G, Abboud FM.
Mechanism of decreased baroreceptor activity in chronic hypertensive
rabbits. Role of endogenous prostanoids. J Clin Invest. 1990;
- 105 -
86(2):625-630.
Zalba G, San Jose G, Moreno MU, Fortuno MA, Fortuno A, Beaumont
FJ e cols. Oxidative stress in arterial hypertension: Role of NAD(P)H
oxidase. Hypertension. 2001; 38: 1395–1399.
Zhang J, Mifflin SW. Responses of aortic depressor nerve-evoked
neurones in rat nucleus of the solitary tract to changes in blood
pressure. J Physiol. 2000 Dec 1; 529 Pt 2:431-4.
- 106 -
10. MANUSCRITO
- 107 -
INFLUENCE OF PROSTACYCLIN AND REACTIVE OXYGEN SPECIES AS
AUTOCRINE REGULATORS OF ARTERIAL BARORECEPTOR ACTIVITY IN VIVO.
Valter J. Santana-Filho
1
; Jaci A. Castania
1
; Helio C. Salgado
1
; Mark W. Chapleau
2
;
Rubens Fazan Jr
1
Department of Physiology
1
, School of Medicine of Ribeirão Preto, University of São
Paulo, Ribeirão Preto, SP and Departments of Internal Medicine and Physiology and
Biophysics
2
, University of Iowa and Veterans Affairs Medical Center, Iowa City, Iowa.
Short Title:
Effects of Prostacyclin and Reactive Oxygen Species in ADN activity.
Correspondence:
Rubens Fazan Jr, PhD.
Department of Physiology,
School of Medicine of Ribeirao Preto - USP,
Av Bandeirante 3900,
Ribeirao Preto, SP, 14049-900, Brazil.
Phone: 55 (16) 3602 3331
FAX: 55 (16) 3633 0017
- 108 -
ABSTRACT
Baroreceptor activity is inhibited transiently after brief periods of increased arterial
pressure or electrical stimulation of baroreceptor afferents. This phenomenon is
referred as “post-excitatory depression” (PED). It has been suggested that inhibitory
factors like reactive oxygen species and excitatory factors like cyclooxygenase (COX)
metabolites may be released from baroreceptor endings during its activation and may
modulate the development of PED. In the present study, we tested the hypothesis that
blockade of the production of hydrogen peroxide (H
2
O
2
) with PEG-catalase will abolish
PED while blockade of the production of COX metabolites with indomethacin
attenuates the recover of PED after electrical stimulation of baroreceptor afferents in
vivo. Afferent baroreceptor activity was recorded from the left aortic depressor nerve of
thiopental (40 mg/kg, ip) anesthetized Wistar rats before and after a brief period of
aortic depressor nerve stimulation (5 V, 2 ms, 20 Hz during 10 s). The central end of
the aortic depressor nerve was sectioned beforehand to prevent reflex changes in
arterial pressure. The protocol was carried out before and after the administration of
COX inhibitor indomethacin (5 mg/kg, iv, N=7), membrane permeable H
2
O
2
scavenger
PEG-catalase (10
4
U/kg, IV, N=7) or saline (0.1 mL/100 g, iv, N=6). We observed a
remarkable fall in aortic depressor nerve activity to 19±2 % of baseline, immediately (5
s) after aortic depressor nerve stimulation combined with no change in arterial
pressure. Baroreceptor activity recovered to 69±3 and 92±3 % of baseline at 60 and
120 s after the stimulus. The magnitude and time course of PED was not altered after
saline injection. In contrast, PED was significantly prolonged by indomethacin,
averaging 43±6 and 49±8 % of baseline 60 and 120 s after aortic depressor nerve
stimulation. However, PED was remarkably abolished by PEG-catalase, averaging
95±6 and 107±8 % of baseline 5 and 60s after aortic depressor nerve stimulation. In
conclusion, the reactive oxygen species H
2
O
2
yielded during activation of baroreceptor
afferents caused PED, while endogenous COX metabolites attenuated the recovery of
PED. We speculate that this mechanism may play a role in rapid baroreceptor resetting
during acute hypertension.
Key words: Nerve endings, baroreceptors, baroreceptor reflex, prostacyclin and
autocrine signaling.
- 109 -
INTRODUCTION
Baroreceptors are mechanoreceptors stimulated by the stretch of the vessel
wall leading to reflex regulation of hemodynamic variables such as arterial pressure
and heart rate. Baroreceptor activity increases during a prompt rise in arterial pressure,
but decreases, or resets, as the elevated arterial pressure is maintained [Krieger et al,
1982].
Most of the knowledge of baroreceptor physiology comes from studies in which
baroreceptor activity was recorded from its afferent fibers during changes in arterial
pressure [Krieger et al, 1982; Chapleau et al 1995, Salgado et al, 2006; Do Carmo et
al, 2007], and neural and mechanical viscoelastic mechanisms involved in baroreceptor
activation, or in the resetting to abnormal levels of arterial pressure are difficult to
exam. Davis et al [1998] described an approach in which baroreceptor activity from
aortic depressor nerve of rats was measured in vivo before and after brief periods of
antidromic electrical stimulation of aortic depressor nerve terminals [Davis et al, 1998].
In this approach the aortic depressor nerve was crushed centrally to prevent
stimulation evoked reflex changes in arterial pressure and brief antidromic electrical
stimulation of both myelinated A-fiber and nonmyelinated C-fiber afferents was
performed. As a result of antidromic electrical stimulation a transitory inhibition of
baroreceptor activity was observed, a phenomenon called “post-excitatory depression”
(PED) [Davis et al, 1998]. With this approach, it is possible to evaluate neural
modulators of baroreceptor activity produced locally, without the influence caused by
changes in arterial pressure, once in this preparation there is no change in arterial
pressure levels.
Baroreceptor sensitivity can be modulated
by autocrine/paracrine factors
[Chapleau et al, 1994 and 1995]. Several studies indicate that, particularly,
prostaglandins and prostacyclin
(PGI
2
) activate baroreceptor neurons, as well as
cardiac vagal
afferents [Chen et al, 1990; Xie et al, 1990]. In the isolated carotid sinus
from anesthetized rabbits, cyclooxygenase (COX) inhibitors
attenuated, while PGI
2
enhanced baroreceptor sensitivity to increases
in arterial pressure without changing the
pressure-diameter
relationship; these findings suggest a role for prostanoids
modulating baroreceptor function [Chen et al, 1990]. Although a major source of PGI
2
is
believed to be the vascular endothelium [Spieker et al, 2006], Wang et al [1993] found
that removal of endothelium did not prevent the inhibitory effect
of indomethacin on
baroreceptor activity. It is well known that oxidative stress, defined as an imbalance
between oxidants and antioxidants that favors the former, is a prominent feature of
- 110 -
vascular disease including atherosclerosis, diabetes, and hypertension [Cai and
Harrison, 2000; Harrison et al, 2003]. Opposite to the effect of prostacyclin, reactive
oxygen species (ROS) decreases baroreceptor sensitivity [Chapleau et al, 1995;
Snitsarev et al, 2004]. A study in isolated carotid sinus from anesthetized rabbits
indicates that oxidative stress inhibits baroreceptor activity and that endogenous
oxyradicals produced in the atherosclerotic carotid sinus contributes to baroreceptor
dysfunction [Li et al, 1996]. Moreover, Snitisarev et al [2004 and 2005] showed that
prostacyclin provides an autocrine feedback that restores and enhances the
responsiveness of baroreceptor neurons after their inhibition from excessive neuronal
activation and that hydrogen peroxide (H
2
O
2
) generated in nodose sensory neurons,
during repetitive depolarization, mediates activity-dependent inhibition of action
potential firing. Taken together, the findings of Snitisarev et al [2004 and 2005] and
those from atherosclerotic carotid sinus [Li et al, 1996] provided a rationale for current
study.
Since most of the evidences which demonstrate an influence of COX and ROS
on baroreceptor activity have been obtained from isolated carotid sinus preparations [Li
et al, 1997] or from isolated baroreceptor neurons in culture [Snitisarev et al 2002 and
2005], the aim
of the present study was to investigate in vivo a possible role
of
prostanoids and ROS in modulating aortic baroreceptor activity after antidromic
electrical stimulation. To achieve this, we examined the effect of a COX inhibitor,
indomethacin, and membrane permeable H
2
O
2
scavenger, PEG-Catalase, on aortic
depressor nerve activity before and after its antidromic electrical stimulation.
METHODS
Male Wistar rats (270-340
g) were used in the present study. All procedures
were reviewed
and approved by the Committee of Ethics in Animal Research of the
School of Medicine of Ribeirão
Preto (University of São Paulo), Protocol Number
0028/2006.
The rats were anesthetized with thiopental
sodium (40 mg/kg, i.p; Sigma, St.
Louis, MO, USA). Supplemental doses of anesthetics were administered as needed. A
cervical midline
incision was performed and the trachea was cannulated with
polyethylene
tubing (PE-240 Intramedic,
Clay Adams, Parsippany, NJ, USA) to facilitate
ventilation during spontaneously
breathing. The carotid artery and femoral vein were
catheterized with polyethylene tubing (PE-50, Intramedic,
Clay Adams, Parsippany, NJ,
USA) for arterial pressure recording and
intravenous drug administration, respectively.
- 111 -
Arterial pressure was measured with a pressure transducer
(P23Gb; Statham
Instruments, Hato Hey, Puerto Rico, USA).
Recording of baroreceptor activity from the aortic depressor nerve.
The procedures for recording the whole nerve activity from the
aortic depressor
nerve have been described elsewhere [Salgado et al, 2006].
Using a dissecting
microscope (MC- M2222, D.F. Vasconcelos, São Paulo, SP, Brazil), a 4-6
mm length of
the left aortic depressor nerve was carefully isolated from surrounding connective
tissue, below its junction with the superior laryngeal nerve and placed on a bipolar
stainless steel
electrode with an inter electrode distance of 2 mm. The correct
identification of the nerve was confirmed by its typical pattern
of discharge synchronous
with arterial pulse pressure. Nerve activity
was amplified using a differential high
impedance amplifier (Princeton Applied Research, Oak Ridge, TN, USA) and digitally
sampled (10 kHz), simultaneously, with the carotid pressure, in an IBM/PC equipped
with an analog-to-digital
interface (DI-220, Dataq Inc, Akron, OH, USA).
Stimulation of aortic depressor nerve.
The same electrode that contains the aortic depressor nerve isolated for
recording was connected to a stimulator (AVS-100, AVS Projetos, São Paulo, SP,
Brazil) by means of a key that allowed to switch the electrode from recording to
stimulus. Before the stimulus, the nerve was sectioned at a point rostral to the
electrode. Thus,
the nerve was stimulated with rectangular (5 V, 2 ms, 20 Hz) pulses
delivered during 10s. After the antidromic electrical stimulation the key was
immediately returned to the recording position and the aortic depressor nerve activity
was continuously recorded during 5 min.
Protocol
Afferent aortic depressor nerve activity and arterial pressure were recorded
during 2 min prior to
antidromic electrical stimulation of the aortic depressor nerve. The
effect of the stimulation was evaluated during 5 min. After this first set of stimulus, the
COX inhibitor indomethacin (5 mg/kg, iv, N=7, Sigma, St. Louis, MO, USA), membrane
permeable H
2
O
2
scavenger PEG-Catalase (10
4
U/kg, IV, N=7, Sigma, St. Louis, MO,
USA) or vehicle (saline, 0.1 mL/100g, iv, N=6) was administrated and then proceeded
with new set of stimulus. The differences between the pre-stimulation
baseline levels of
mean arterial pressure and aortic depressor nerve activity measured
over 5 minutes
were quantified before and after drugs administration.
Data Analysis
Data are presented as means ± SE. Aortic depressor nerve activity was
- 112 -
normalized as a percentage of the baseline. Response
data for aortic depressor nerve
stimulation was analyzed by repeated-measures
one-way ANOVA. When ANOVA was
significant, Tukey's multiple
comparison post hoc test was used to assess the
differences between
means. Differences were considered significant when P <
0.05.
RESULTS
Basal level of mean arterial pressure was 147±7 mmHg, 136±4 mmHg and
138±3 mmHg, respectively, in saline, indomethacin and PEG-Catalase treated groups.
Neither, drug administration nor antidromic electrical stimulation changed mean arterial
pressure (Figure 1). Figure 2 shows a typical tracing of a rat illustrating the inhibition
and the recovery of aortic depressor nerve activity elicited by antidromic electrical
stimulation of the nerve. Notice that no change in AP is detected during this maneuver.
Group data corresponding to changes in aortic depressor nerve activity elicited by
antidromic electrical stimulation are presented in Figure 3, before and after
administration of saline (Figure 3, upper panel), indomethacin (Figure 3, middle panel)
or PEG-Catalase (Figure 3, lower panel). In control group (Figure 3, upper panel) it was
observed after antidromic electrical stimulation of the aortic depressor nerve a prompt
fall in nerve activity (Δ= -80% from baseline) which returned to the basal level
approximately 2 minutes after the end of the stimulus. After saline administration
(Figure 3, upper panel) this pattern of response was not changed. Antidromic electrical
stimulation before the administration of indomethacin (Figure 3, middle panel) or PEG-
Catalase (Figure 3, lower panel) provided the same pattern of response as observed in
the control group (Figure 3, upper panel). Even though, indomethacin did not affect the
prompt fall in nerve activity after antidromic electrical stimulation, it did attenuate,
significantly, the recover of aortic depressor nerve activity until the end of the
experiment (Figure 3, middle panel). Figure 4 shows a typical tracing of a rat illustrating
the attenuation of the recovery of aortic depressor nerve activity after antidromic
electrical stimulation of the nerve caused by indomethacin. In contrast, PEG-Catalase
completely blocked the fall in aortic depressor nerve following antidromic electrical
stimulation (Figure 3, lower panel). Figure 5 shows a typical tracing of a rat illustrating
the blockade of aortic depressor nerve activity elicited by antidromic electrical
stimulation of the nerve caused by PEG-Catalase.
DISCUSSION
In the present study, we tested the hypothesis that blockade of the production of
- 113 -
H
2
O
2
with PEG catalase will abolish PED while blockade of the production of COX
metabolites with indomethacin attenuates the recover of PED after electrical stimulation
of baroreceptor afferents in vivo.
The results showed that: (1) antidromic electrical
stimulation of aortic depressor nerve inhibited its activity without change in arterial
pressure; (2) recovery of
aortic depressor nerve activity occurs within 2 minutes after
antidromic electrical stimulation; (3) H
2
O
2
yielded during antidromic electrical
stimulation inhibited aortic depressor nerve activity which was abolished by PEG-
Catalase; (4) indomethacin did not affect the inhibition of aortic depressor nerve activity
after antidromic electrical stimulation, but attenuated its recovery to basal levels.
Previous studies from our laboratory showed that after a brief antidromic
stimulation of the aortic depressor nerve its firing rate was transiently inhibited without
change in arterial pressure [Davies et al, 1998]. It is well established that the primary
mechanism of activation of the baroreceptors is the mechanical deformation caused by
vascular stretching [Chapleau et al, 1995]. However, it is widely know that
neurohumoral factors may have strong effects on baroreceptor endings, modulating
their activity [Chapleau et al, 1991; Li et al, 1997; Salgado et al, 2006]. The release of
chemical substances at the baroreceptor endings may be involved in ionic channel
mechanisms playing a role in aortic depressor nerve activity inhibition after antidromic
electric stimulation (PED) [McDowell et al, 1989; Chapleau et al, 1991]. Nevertheless,
the present study is the first to examine, in vivo, the role of autocrine factors released
at baroreceptor endings involved in the modulation of baroreceptor activity.
ROS consist of several molecules which have extensive and opposite effects on
cellular function [Griendling et al, 2000]. It is well established, already, that ROS plays
a remarkable role in the development of arterial hypertension [Cai and Harrison, 2000;
Redon et al, 2003; Paravicini and Touyz, 2006; Lee et al, 2008]. Patients with arterial
hypertension show increased levels of oxidative stress byproducts associated with
decreased activity of endogenous antioxidant enzymes in blood and mononuclear cells
[Redon et al, 2003]. There are compelling evidences of action of ROS in vascular cells
[Lee and Griendling, 2008; Paravicini and Touyz, 2006]. In the present study the role
played by the ROS, H
2
O
2
, in PED of the aortic depressor nerve was evaluated by
means the administration of PEG-Catalase, an enzymatic scavenger of H
2
O
2
, previous
to antidromic electrical stimulation. We found that PEG-Catalase completely abolished
the transitory inhibition of aortic depressor nerve activity after antidromic electrical
stimulation. This finding indicated that H
2
O
2
was
released from the baroreceptor
endings during the antidromic electrical stimulation and inhibited transiently,
- 114 -
baroreceptor activity. It has been proposed that H
2
O
2
is a potential endothelial-derived
hyperpolarizing factor due to its ability to activate potassium channels in the
vasculature [Sobey et al, 1997; Iida and Katusic, 2000; Matoba et al, 2000]. Calcium-
activated potassium channels can be activated by H
2
O
2
in a number of vascular beds
[Sobey et al, 1997; Iida and Katusic, 2000; Matoba et al, 2000] and it has also been
demonstrated that H
2
O
2
increases Na/K pump activity [Rounds et al, 1998]. The effect
of H
2
O
2
obtained in the current study may be explained by means of an effect on ionic
pumps or channels [Matsuoka et al, 1990; Jabr and Cole, 1995], since it is has been
demonstrated that inhibition in Na/K pump activity with ouabain prevents, or
significantly attenuates, PED after a period of elevated pressure in isolated carotid
sinus preparation [Heesch et al, 1984].
In the present study it was also investigated the role played by autocrine factors
in the recovery of aortic depressor nerve activity after antidromic electrical stimulation.
Because indomethacin did not affect the inhibition of aortic depressor nerve activity
after antidromic electrical stimulation, but attenuated its recovery to basal levels we
concluded that COX metabolites mediate this phenomenon. Even though, a number of
metabolites produced by COX is well known, previous studies in the literature provide
support to the notion that PGI
2
may be the principal factor released by baroreceptor
endings in the process of recovery of its activity after antidromic stimulation. It was
demonstrated in the carotid sinus preparation from renal hypertensive rabbits that the
synthesis of PGI
2
from arachidonic acid was significantly
reduced, and that this
outcome caused a decrease of baroreceptor sensitivity [Xie et al, 1990; Chapleau et al,
1991]. In addition, it is well known that sensory
afferent neurons can be activated by
PGI
2
[Smith et al, 1991; Kwong and Lee, 2002; Harada et al, 2002; Segond et al,
2003; Gu et al, 2003]. There is also evidence that during the stretching of a vessel
caused by an increase in AP besides activating the baroreceptors, it also increases the
release of PGI
2
[Mombuli and Vanhoutte, 1999]. However, it is important to notice that
the release of PGI
2
in the
protocol carried out in the present study seems to occur by
means of a mechanism other than that related to viscoelastic properties of the arterial
wall, because no change in mean arterial pressure was observed during antidromic
electrical stimulation.
It was also found in the present study (data not shown) that PGI
2
does not exert
a tonic influence
on aortic depressor nerve activity because indomethacin by itself
produced no change in basal aortic depressor nerve activity. However, after antidromic
stimulation PGI
2
played a central role in the recovery of aortic depressor nerve activity.
- 115 -
This notion is supported by results obtained from the production
of PGI
2
in nodose
neurons in culture [Snitsarev et al, 2005]. In unstimulated nodose
neurons in culture,
PGI
2
generation is negligible and electrical stimulation of these neurons remarkably
increases PGI
2
, which is
suppressed by indomethacin [Snitsarev et al, 2005].
Therefore, it is hypothesized that the source of generation of PGI
2
after antidromic
electrical stimulation is the baroreceptor endings themselves, in an attempt to restore
its basal activity. It is important to stress that the prolonged suppression of aortic
depressor nerve activity observed after indomethacin is not due to a nonspecific loss of
responsiveness of the nerve because in the protocol when antidromic electrical
stimulation was performed before and after saline administration, the pattern of aortic
depressor nerve activity was not altered.
The results obtained in the present study suggest that H
2
O
2
yielded during
activation of baroreceptor afferents caused PED while PGI
2
, also produced during the
stimulatory maneuver, counteracts this inhibition. Even though the basal levels of local
H
2
O
2
and PGI
2
do not modulate the excitability
of baroreceptors fibers, the amount of
H
2
O
2
released during antidromic electrical stimulation is substantial and may act
throughout ionic and molecular mechanisms decreasing baroreceptor activity. In
addition, the neuronal PGI
2
produced at baroreceptors endings reverses the DPE,
presumably to restore the basal aortic depressor nerve activity.
Overall, the findings observed in the present study, associated with previous
observations in the literature [Xie et al, 1990; Chapleau et al, 1991;
Smith et al, 1991;
Cai and Harrison, 2000; Kwong and Lee, 2002; Harada et al, 2002; Segond et al,
2003; Gu et al, 2003; Redon et al, 2003; Paravicini and Touyz, 2006; Lee et al, 2008]
provide support to the hypothesis that a failure in the
generation of neuronal PGI
2
combined with an increase in the production of H
2
O
2
contributes to the decreased
baroreceptor sensitivity, a hallmark of hypertensive states.
PERSPECTIVES
It is well known that when arterial pressure is changed the baroreceptors reset
rapidly, in terms of seconds or minutes [Undesser et al, 1984], in order to recognize the
prevailing pressure as normal [Kasting et al, 1987; Chapleau et al, 1989; Tan and
Zucker, 1989; Salgado and Machado, 1990]. Our experimental model simulated the
period of transient
elevation of arterial pressure, which leads to a tremendous increase
in the activity of the baroreceptors, leading, over time, to the well known phenomenon
of baroreceptor resetting which, ultimately, represents a decrease in baroreceptor
- 116 -
activity [Krieger et al, 1982]
Our results do indeed show that right after antidromic electrical stimulation,
baroreceptors fibers remarkably decrease their activity. This decreased baroreceptor
activity can be compared, by analogy, to the phenomenon of resetting of baroreceptor
activity to sustained hypertension and might be associated with an increase in H
2
O
2
production. We also report
that endogenous neuronal PGI
2
, produced during antidromic
electrical stimulation, plays an autocrine role
in the recover of baroreceptor activity. The
source of H
2
O
2
responsible for inhibition
of baroreceptor activity cannot be determined
from our data, however this new approach raises the opportunity to use specifics
blockers of H
2
O
2
production, or genetic manipulated animals in the attempt to evaluate
the role played by different sources of ROS in PED. Moreover, these results indicate
that the release of PGI
2
in the aortic depressor nerve endings may have its main
source from neuronal origin because an endothelial source triggered by the shear
stress is no longer activated because no change in mean arterial pressure occurred.
This
notion is supported by data from the literature, showing in carotid sinus
preparation from anaesthetized dogs that the higher pressure thresholds for
baroreceptor activation in the presence of indomethacin
were preserved, even in the
absence of the endothelium [Wang et al, 1993]. In addition, previous studies showed
that indomethacin in the carotid sinus preparation shifts pressure-baroreceptor nerve
activity curve to hypertensive levels [Xie et al, 1990]. Therefore, the preparation used in
the current study allows to evaluate the baroreceptor resetting in a circumstance that
does not involve changes in arterial pressure.
Acknowledgements
This study was supported by grants from FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, Brazil), CAPES (Coordenadoria de
Aperfeiçoamento do Ensino Superior, Brasília, DF, Brazil) and CNPq (Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Brasília, DF, Brazil).
REFERENCES
Cai H and Harrison DG. Endothelial dysfunction in cardiovascular diseases: the role of
oxidant stress. Circ Res 87:840–844, 2000.
- 117 -
Chapleau MW, Abboud FM. Modulation of baroreceptor activity by ionic and paracrine
mechanisms: an overview. Braz J Med Biol Res. 27(4):1001-1015, 1994.
Chapleau MW, Hajduczok G, Abboud FM. Paracrine role of prostanoids in activation of
arterial baroreceptors: an overview. Clin Exp Hypertens 13(5):817-824, 1991.
Chapleau MW, Hajduczok G, Abboud FM. Peripheral and Central Mechanisms of
Baroreflex Resetting. Clin Exp Pharmacol Physiol Suppl. 15: 31-43, 1989.
Chapleau MW, Hajduczok G, Sharma RV et al. Mechanisms of baroreceptor activation.
Clin. Exp. Hypertens. 17: 1-13, 1995.
Chapleau MW, Lu J, Hajduczok G, Abboud FM. Mechanism of baroreceptor adaptation
in dogs: attenuation of adaptation by the K+ channel blocker 4-aminopyridine. J
Physiol. 462: 291–306, 1993.
Chen HI, Chapleau MW, McDowell TS, Abboud FM. Prostaglandins contribute to
activation of baroreceptors in rabbits. Possible paracrine influence of endothelium. Circ
Res. 67(6):1394-1404, 1990.
Davis GJ, Fazan Jr R, Abboud FM and Chapleau MW. Brief activation of baroreceptor
C-fibers causes sustained inhibition of baroreceptor activity: possible mechanism of
baroreceptor resetting following acute hypertension (abstr.). J. Invest. Med. 46(3):
200A, 1998.
Do Carmo JM, Huber DA, Castania JA, Fazan VP, Fazan R Jr, Salgado HC. Aortic
depressor nerve function examined in diabetic rats by means of two different
approaches. J Neurosci Methods. 161(1): 17-22, 2007.
Fan W, Andresen MC. Differential frequency-dependent reflex integration of myelinated
and nonmyelinated rat aortic baroreceptors. Am J Physiol. 275:H632-H640, 1998.
- 118 -
Fan W, Reynolds PJ, Andresen MC. Baroreflex frequency-response characteristics to
aortic depressor and carotid sinus nerve stimulation in rats. Am J Physiol. 271:H2218-
H2227 1996.
Fan W, Schild JH, Andresen MC. Graded and dynamic reflex summation of myelinated
and unmyelinated rat aortic baroreceptors. Am J Physiol. 277:R748-R756, 1999.
Griendling KK, Sorescu D, Lassegue B, Ushio-Fukai M. Modulation of protein kinase
activity and gene expression by reactive oxygen species and their role in vascular
physiology and pathophysiology. Arterioscler Thromb Vasc Biol. 20:2175–2183,
2000.
Gu Q, Kwong K, Lee Ly. Ca2+ Transient Evoked By Chemical Stimulation Is Enhanced
By Pge2 In Vagal Sensory Neurons: Role Of Camp/Pka Signaling Pathway. J
Neurophysiol. 89(4):1985-93, 2003.
Harada N, Okajima K, Uchiba M, Katsuragi T. Ischemia/Reperfusion-Induced Increase
In The Hepatic Level Of Prostacyclin Is Mainly Mediated By Activation Of Capsaicin-
Sensitive Sensory Neurons In Rats. J Lab Clin Med. 139(4):218-226, 2002.
Harrison D, Griendling KK, Landmesser U, Hornig B, and Drexler H. Role of oxidative
stress in atherosclerosis. Am J Cardiol 91: 7A–11A, 2003.
Heesch CM, Abboud FM, Thames MD. Acute resetting of carotid sinus baroreceptors.
II. Possible involvement of electrogenic Na
+
pump. Am J Physiol. 247: H833–H839,
1984.
Iida Y, Katusic ZS. Mechanisms of cerebral arterial relaxations to hydrogen peroxide.
Stroke. 31:2224– 2230, 2000.
Jabr RI, Cole WC. Oxygen-derived free radical stress activates nonselective cation
current in guinea pig ventricular myocytes: role of sulfhydryl groups. Circ Res. 76:812-
- 119 -
824, 1995.
Kasting GA, Eckberg Dl, Fritsch JM, Birkett Cl. Continuous Resetting Of The Human
Carotid Baroreceptor-Cardiac Reflex. Am J Physiol. 252:R732-736, 1987.
Krieger EM, Salgado HC, Michelini LC. Resetting of the baroreceptors. Int Rev
Physiol. 26:119-146, 1982
Kwong K, Lee Ly. PgE(2) Sensitizes Cultured Pulmonary Vagal Sensory Neurons To
Chemical And Electrical Stimuli. J Appl Physiol. 93(4):1419-1428, 2002.
Lee MY, Griendling KK. Redox signaling, vascular function, and hypertension.
Antioxid Redox Signal. 10(6):1045-1059, 2008.
Li Z, Lee HC, Bielefeldt K, Chapleau MW, Abboud FM. The prostacyclin analogue
carbacyclin inhibits Ca(2+)-activated K+ current in aortic baroreceptor neurones of rats.
J Physiol. 501:275-287, 1997.
Li Z, Mao HZ, Abboud FM, Chapleau MW. Oxygen-derived free radicals contribute to
baroreceptor dysfunction in atherosclerotic rabbits. Circ Res. 79(4):802-811 1996.
Matoba T, Shimokawa H, Nakashima M, Hirakawa Y, Mukai Y, Hirano K, et al.
Hydrogen peroxide is an endothelium-derived hyperpolarizing factor in mice. J Clin
Invest. 106:1521 – 1530, 2000.
Matsuoka T, Kato M, Kako KJ. Effect of oxidants on Na,K,ATPase and its reversal.
Basic Res Cardiol. 85:330-341, 1990.
McDowell TS, Axtelle TS, Chapleau MW, Abboud FM. Prostaglandins in carotid sinus
enhance baroreflex in rabbits. Am J Physiol. 257:R445-R450, 1989.
Mombuli JV and Vanhoutte PM. Endothelial dysfunction: from physiology to therapy. J
Mol Cell Cardiol 31: 61–74, 1999.
- 120 -
Paravicini TM, Touyz RM.Redox signaling in hypertension. Cardiovasc Res. 71:247-
258, 2006.
Redon J, Oliva MR, Tormos C, Giner V, Chaves J, Iradi A, et al. Antioxidant activities
and oxidative stress byproducts in human hypertension. Hypertension. 41: 1096–
1101, 2003.
Rounds S, Cutaia M, Charles A, Meharg J, Dawicki D, Oldmixon E, Kuhn C. Oxidant
stress stimulates Na/K pump activity in bovine pulmonary arterial endothelial cells.
Chest. 114:22S-24S, 1998.
Salgado HC, Machado BH. Baroreceptor Resetting Facilitates The Onset Of One-
Kidney, One Clip Hypertension. Braz J Med Biol Res. 23(11): 1165-1170, 1990.
Salgado MC, Justo SV, Joaquim LF, Fazan Jr R, Salgado HC. Role of nitric oxide and
prostanoids in attenuation of rapid baroreceptor resetting. Am J Physiol Heart Circ
Physiol. 290(3):H1059-1063, 2006.
Segond Von Banchet G, Scholze A, Schaible Hg. Prostaglandin E2 Increases The
Expression Of The Neurokinin1 Receptor In Adult Sensory Neurones In Culture: A
Novel Role Of Prostaglandins. Br J Pharmacol. 139(3):672-680, 2003.
Smith JA, Amagasu SM, Eglen RM, Hunter JC, Bley KR. Characterization of prostanoid
receptor-evoked responses in rat sensory neurones. Br J Pharmacol. 124: 513–523,
1998.
Snitsarev V, Whiteis CA, Abboud FM, Chapleau MW. Mechanosensory transduction of
vagal and baroreceptor afferents revealed by study of isolated nodose neurons in
culture. Auton Neurosci. 98(1-2):59-63, 2002.
Snitsarev V, Whiteis CA, Chapleau MW, Abboud FM. Neuronal prostacyclin is an
- 121 -
autocrine regulator of arterial baroreceptor activity. Hypertension. 46(3):540-546,
2005.
Snitsarev V, Yermolaieva O, Whiteis CA, Abboud FM, Chapleau MW. Activity
Dependent “Resetting” of Baroreceptor and Vagal Afferent Neurons Mediated by
Endogenous Generation of Hydrogen Peroxide/Hydroxyl Radical (Abstract).
Hypertension. 43:1346, 2004.
Sobey CG, Heistad DD, Faraci FM. Mechanisms of bradykinin induced cerebral
vasodilatation in rats. Evidence that reactive oxygen species activate K+ channels.
Stroke; 28:2290– 2294, 1997.
Spieker LE, Flammer AJ, Luscher T. The Vascular endothelium in hypertension.
Handb Exp Pharmacol. 176: 249-283, 2006.
Tan W, Zucker IH. Acute Carotid Baroreflex Resetting In Conscious Dogs. J Physiol.
416:557-569, 1989.
Undesser KP, Lynn MP and Bishop VS. Rapid resetting of aortic nerves in conscious
rabbits. Am. J. Physiol. 246: 302-305, 1984.
Wang W, Brandle M, Zucker IH. Indomethacin reduces acute baroreceptor resetting in
the dog. J Physiol. 469: 139–151, 1993.
Xie PL, Chapleau MW, McDowell TS, Hajduczok G, Abboud FM. Mechanism of
decreased baroreceptor activity in chronic hypertensive rabbits. Role of endogenous
prostanoids. J Clin Invest. 86: 625–630, 1990.
- 122 -
FIGURE LEGENDS
Figure 1: Group data (Mean±SEM) of mean arterial pressure obtained before (C) and
after (5, 10, 30, 60, 120, 180 and 240 seconds) antidromic electrical stimulation of ADN
in saline (upper panel), indomethacin (middle panel) and PEG-Catalase (lower panel)
treated groups.
Figure 2: Typical tracings from a representative animal of control group showing
pulsatile arterial pressure (top) and integrated ADN activity (bottom) before, during and
after 10 s of antidromic electrical stimulation of the left AND (5-V, 2-ms duration, 20Hz).
Figure 3: Group data (Mean±SEM) of integrated activity of ADN before (C) and after
(5, 10, 30, 60, 120, 180 and 240 seconds)antidromic electrical stimulation of ADN in
saline (upper panel), indomethacin (middle panel) and PEG-Catalase (lower panel)
treated groups. * p<0.05 compared with before drug administration.
Figure 4: Typical tracings from a representative animal of indomethacin group showing
pulsatile arterial pressure (top) and integrated ADN activity (bottom) before, during and
after 10 s of antidromic electrical stimulation of the left AND (5-V, 2-ms duration, 20Hz).
Figure 5: Typical tracings from a representative animal of PEG-Catalase group
showing pulsatile arterial pressure (top) and integrated ADN activity (bottom) before,
during and after 10 s of antidromic electrical stimulation of the left AND (5-V, 2-ms
duration, 20Hz).
- 123 -
Figure 1:
MAP
(mmHg)
125
150
175
MAP
(mmHg)
125
150
175
Time after ADN stimulation
0 60 120 180 240
MAP
(mmHg)
125
150
175
Before
After
C
s
- 124 -
Figure 2
50
100
ARTERIAL PRESSURE
(mmHg)
150
0
100
INTEGRATED ADN ACTIVITY
(% basal activity)
200
30 s
Antidromic
ADN Stimulation
50
100
ARTERIAL PRESSURE
(mmHg)
150
0
100
INTEGRATED ADN ACTIVITY
(% basal activity)
200
30 s
Antidromic
ADN Stimulation
- 125 -
Figure 3
Integrated ADN Activity
(% of baseline)
0
25
50
75
100
125
Integrated ADN Activity
(% of baseline)
0
25
50
75
100
125
Time after ADN stimulation
0 60 120 180 240
Integrated ADN Activity
(% of baseline)
0
25
50
75
100
125
Before
After
*
*
*
*
*
*
*
Cs
Figure 4:
- 126 -
30 s
50
100
ARTERIAL PRESSURE
(mmHg)
150
0
100
INTEGRATED ADN ACTIVITY
(% basal activity)
200
Antidromic
ADN Stimulation
30 s
50
100
ARTERIAL PRESSURE
(mmHg)
150
0
100
INTEGRATED ADN ACTIVITY
(% basal activity)
200
Antidromic
ADN Stimulation
- 127 -
Figure 5:
2D G raph 1
50
100
ARTERIAL PRESSURE
(mmHg)
150
0
100
INTEGRATED ADN ACTIVITY
(% basal activity)
200
30 s
Antidromic
ADN Stimulation
2D G raph 1
50
100
ARTERIAL PRESSURE
(mmHg)
150
0
100
INTEGRATED ADN ACTIVITY
(% basal activity)
200
30 s
Antidromic
ADN Stimulation
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo