14
encontros, lazer, ócio e mesmo diversão. Desde o início, a grande, senão única,
preocupação dizia respeito às questões de saneamento básico e ocupação territorial
(aspectos econômicos) (SEGAWA, 1996).
Sposito (1991), citado por Moura (2004) diz que “entender a cidade de hoje,
aprender quais os processos que dão conformação à complexidade de sua organização e
explicar a extensão da urbanização neste século XX exige uma volta às suas origens e a
tentativa de reconstruir, ainda de forma sintética, a sua trajetória”. Segundo Silva Filho
(2003), é necessário “repensar o papel que os espaços públicos têm nos dias de hoje”.
E Groning (1976), citado em Cavalheiro (1982), dá uma categorização para os
espaços livres urbanos: “1. espaços livres de uso particular (quintais, jardins
particulares, e outros); 2. Espaços livres de uso potencial coletivo (pátios de escolas, de
igrejas, clubes, e outros); 3. espaços livres de uso público em geral (praças, jardins,
parques, entre outros)”.
Saldanha (1993), citado por Rechia (2003), aponta as diferenças entre jardim,
praça pública e parques públicos. Para ele, jardim é uma parte do espaço que circunda a
casa ou outro tipo de edificação, ou seja, uma área particular e específica pela posição
que ocupa e por suas características. A praça é pensada como um espaço amplo, como
uma confluência das ruas, muitas vezes uma interrupção nos blocos edificados. Um
espaço onde em geral se encontram árvores, bancos, eventualmente monumentos e em
alguns casos pequenos lagos artificiais. Já parques públicos são espaços públicos com
dimensões significativas e predominância de elementos naturais, principalmente
cobertura vegetal, e que são destinados à recreação.
Para Silva & Egler (1995), “os parques urbanos são espaços importantes para a
conservação dos elementos da natureza em duas perspectivas: uma é a real, dado que os
parques funcionam como “preventivos” de danos ambientais, pois se mantém atributo
natural de uma dada localidade e, outra é a potencial, uma vez que a manutenção desses
elementos é importante para amortecer ruídos, embelezar o ambiente, melhorar o micro-
clima local quanto à umidade e insolação, ajudar no controle de erosão, melhorar a
qualidade do ar, proteger mananciais e outros”.
Nas últimas décadas, muitos estudos foram realizados procurando se avaliar a
utilização dos espaços livres urbanos na trama da cidade, os principais modelos de
espaços, seus usos, seus equipamentos básicos e a capacidade de atender as populações
do entorno do local [MACEDO, (1995); ANGELIS & ANGELIS NETO, (2001);
PEGOLO & DEMATTÊ, (2002); MACEDO & SAKATA, (2002)].