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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE MATERNO-INFANTIL
MESTRADO ACADÊMICO
JULIANA MARIA TRINDADE BEZERRA
DENSIDADE POPULACIONAL DE Aedes aegypti (DIPTERA: CULICIDAE) E
TAXA DE INFECÇÃO POR VÍRUS DENGUE EM SÃO LUÍS, MARANHÃO
São Luís, 2010
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JULIANA MARIA TRINDADE BEZERRA
DENSIDADE POPULACIONAL DE Aedes aegypti (DIPTERA: CULICIDAE) E
TAXA DE INFECÇÃO POR VÍRUS DENGUE EM SÃO LUÍS, MARANHÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Materno-Infantil da
Universidade Federal do Maranhão para
obtenção do Título de Mestre em Saúde
Materno-Infantil.
Orientadora: Dra. Valéria Cristina Soares
Pinheiro
Co-orientador: Prof. Dr. Wanderli Pedro Tadei
São Luís, 2010
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3
Bezerra, Juliana Maria Trindade.
Densidade populacional de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) e taxa
de infecção por vírus dengue em São Luís, Maranhão / Juliana Maria
Trindade Bezerra. – São Luís, 2010.
97 f.
Impresso por computador (fotocópia).
Orientadora: Valéria Cristina Soares Pinheiro.
Co-orientador: Wanderli Pedro Tadei.
Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Maranhão.
Programa de Pós-Graduação em Saúde Materno-Infantil, 2010.
1. Aedes aegypti Variáveis climáticas São Luís MA. 2. Dengue. 3.
Vírus. I. Título.
CDU 578.42 (812.1)
4
JULIANA MARIA TRINDADE BEZERRA
DENSIDADE POPULACIONAL DE Aedes aegypti (DIPTERA: CULICIDAE) E
TAXA DE INFECÇÃO POR VÍRUS DENGUE EM SÃO LUÍS, MARANHÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Materno-Infantil da
Universidade Federal do Maranhão para
obtenção do Título de Mestre em Saúde
Materno-Infantil.
Aprovada em: ____ / ____ / ____
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________
Profa. Dra. Valéria Cristina Soares Pinheiro (Orientadora)
Universidade Estadual do Maranhão – UEMA
______________________________________________________________
Profa. Dra. Ana Cecília Ribeiro Cruz
Universidade Estadual do Pará – UEPA
______________________________________________________________
Prof. Dr. Elmary da Costa Fraga
Universidade Estadual do Maranhão – UEMA
______________________________________________________________
Profa. Dra. Emygdia Rosa do Rego Barros Pires Leal Mesquita
Universidade Federal do Maranhão – UFMA
5
Aos meus maiores incentivadores,
meus pais José e Lucimar.
6
AGRADECIMENTOS
A realização desta pesquisa contou com a colaboração de amigos, colegas de
laboratório e instituições, aos quais agradeço sinceramente.
À Universidade Federal do Maranhão e ao Programa de Pós-Graduação em
Saúde Materno-Infantil pelos conhecimentos adquiridos nesses dois anos de vivência
como pós-graduanda.
À Coordenação e aos professores do Programa de Pós-Graduação em Saúde
Materno-Infantil, em especial à Doutora Luciane Maria Oliveira Brito e à secretária
Helena Ribeiro.
À Fundação de Amparo ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do
Maranhão (FAPEMA) pela concessão da Bolsa de Mestrado.
À Professora Doutora Valéria Cristina Soares Pinheiro, pela oportunidade
oferecida, pelo incentivo ao ingresso no mundo científico, pela confiança em mim
depositada, por ser uma amiga, pela paciência, pelas correções e sugestões, pelos
ensinamentos e por tudo que não consigo descrever em palavras.
Ao Professor Doutor Wanderli Pedro Tadei, que apesar da distância sempre
esteve presente em todos os momentos desta pesquisa ao me orientar, pelo apoio
financeiro, pelos bons momentos, pelas conversas de incentivo nos encontros
científicos, e por ser um exemplo de profissional e pessoa a ser seguido.
À Professora Doutora Ana Cecília Ribeiro Cruz pelo precioso auxílio nas
análises moleculares e por proporcionar meu estágio no Instituto Evandro Chagas (IEC)
em Ananindeua (PA). Por ser esta pessoa humilde que me acolheu com muito carinho e
muito me ensinou sobre ciência e vida.
Aos profissionais dos Laboratórios de Entomologia, Cultura de Células e
Biologia Molecular do IEC pela colaboração, ensinamentos e paciência durante meu
período de estágio.
Ao Professor Doutor Jivanildo Pinheiro Miranda pela realização das análises
estatísticas e pelas contribuições na escrita desta dissertação.
Ao amigo João Alberto Santos Porto, pela formatação dos bairros de coleta.
À Secretaria Municipal de Saúde, em especial a Pedro Souza Tavares,
Verônica de Sousa Lopes, Raqueline de Jesus Barreto, pelo apoio material na cessão de
transporte, e à disponibilização dos agentes de endemias e supervisores que me
7
acompanharam durante as coletas de alados e contribuíram grandemente para a
realização desta pesquisa.
A todos do Laboratório de Entomologia Médica do Centro de Estudos
Superiores de Caxias Universidade Estadual do Maranhão (CESC-UEMA), em
especial aos meus amigos Meiriany Araújo Lucena, Sebastiana Silva Ibiapina, Janaína
Kelly Pinho Bezerra Silva, Joelma Soares da Silva, Francisco das Chagas Santana e
Irene Alves da Silva Neres, por terem feito parte desta pesquisa, ao me auxiliarem nas
coletas, pelo incentivo, e pelos momentos de descontração nestes anos de convivência.
Ao técnico em entomologia da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA),
Francisco Santos Leonardo, pelo auxílio nas coletas, pela atenção, ensinamentos e pela
amizade que firmamos.
Aos moradores dos imóveis visitados por permitirem a entrada da equipe e a
realização das coletas.
Aos membros das bancas de qualificação e defesa por participarem da
avaliação deste trabalho.
Aos amigos e colegas de turma do mestrado, pelos bons momentos vividos
nesta etapa de nossas vidas e especialmente à Elda Pereira Noronha e à Heliana
Trindade Marinho pela amizade, pelas caronas, pelos trabalhos e conversas jogadas
fora.
De modo particular agradeço à amiga Lila Isabel Câmara de Paula e a toda sua
família, pela atenção, carinho e amizade durante minha estada em São Luís, por sempre
me auxiliar nos trabalhos de mestrado, pelos passeios, pelos conselhos e por ser alguém
tão abençoada que tanto amo e um exemplo de vida.
À Zélia Xeres, que também foi como uma mãe, nesse período de estada na
capital do Estado.
Ao casal Tomás e Antonia Melo, e à Bruna Melo por terem me acolhido
durante quatro meses em seu lar.
Às pessoas mais importantes da minha vida. Ao meu pai José Rodrigues
Bezerra Filho e a minha mãe Lucimar Trindade Bezerra que não mediram esforços
físicos ou financeiros para a realização desta meta, por terem se transformado em
biólogos por minha causa, por me ampararem, por me amarem. Agradeço pela vida.
Acima de tudo a Deus, pela vida, pela força, pela coragem, por me iluminar e
me fazer acreditar que se lutar posso realizar um sonho.
8
“A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos,
mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda”.
Confúcio
9
RESUMO
Este estudo objetivou obter a densidade populacional de Aedes aegypti e identificar a
presença de vírus dengue em formas aladas do vetor coletadas em diferentes períodos
do ano no município de São Luís, Maranhão. Foram coletados mosquitos em três
períodos: seco (novembro e dezembro de 2008), chuvoso (março e abril de 2009), e
intermediário (julho e agosto de 2009). Foram visitados 320 imóveis em oito bairros
previamente sorteados de dois distritos: Coréia de Baixo, Lira, Goiabal e João Paulo
(Distrito Centro); e Itapiracó, Residencial Canudos, Conjunto Cohatrac I e Vila Luisão
(Distrito Cohab). Utilizou-se aspirador mecânico ligado a bateria para captura dos
alados. Após contagem, identificação e armazenamento, os espécimes foram
encaminhados ao Instituto Evandro Chagas, em Ananindeua, Estado do Pará, para
realização das análises viral e molecular por isolamento viral e Transcrição Reversa
seguida pela Reação em Cadeia da Polimerase (RT-PCR). Também foram obtidos os
dados climatológicos referentes ao período de estudo. Foram coletados 563 mosquitos
A. aegypti, com predominância de alados no período chuvoso, não havendo diferença
significativa na quantidade de espécimes por período. Também não foi observada
correlação positiva e negativa entre os fatores abióticos e o número de alados. Em
relação aos bairros, o João Paulo e o Goiabal obtiveram densidades estatisticamente
significantes. Os exemplares de A. aegypti foram divididos em lotes, considerando-se os
bairros de coleta, sendo formados 13 no período seco, 23 no chuvoso e 15 no
intermediário. O isolamento viral e a RT-PCR das amostras não atestaram positividade
para os vírus dengue. Esses resultados mostram que a densidade do A. aegypti aumentou
no período chuvoso e os bairros João Paulo e Goiabal apresentaram a maior quantidade
de exemplares, evidenciando que em São Luís, os fatores climáticos influenciam a
flutuação sazonal do vetor.
Palavras-chave: A. aegypti. Variáveis climáticas. Dengue. Vírus.
10
ABSTRACT
This study aimed to obtain Aedes aegypti density population and to identify the
presence of dengue virus in adults vector collected at different periods of the year in São
Luís, Maranhão. Mosquitoes were collected in three periods: dry (November and
December 2008), rainy (March and April 2009) and intermediate (July and August
2009). Were visited 320 properties in eight neighborhoods previously drawn from two
districts: “Coréia de Baixo”, “Lira”, “Goiabal” and “João Paulo” (“Distrito Centro”) and
“Itapiracó”, “Residential Canudos”, “Conjunto Cohatrac I” and “Vila Luisão” (“Distrito
COHAB”). We used mechanical vacuum on the battery to catch A. aegypti adults. After
counting, identification and storage, the specimens were sent to the “Instituto Evandro
Chagas”, in Ananindeua, State of Pará, to carry out the molecular and viral analysis for
virus isolation and Reverse Transcription followed by Polymerase Chain Reaction (RT-
PCR). Also obtained climatological data for the period of study. We collected 563
mosquitoes A. aegypti, with predominance of adults in the rainy season, but not have
significant difference in the amount of specimens of A. aegypti per period. There was
also no positive and negative correlation between the factors and the number of A.
aegypti adults. About the neighborhoods, “João Paulo” and “Goiabal” were obtained
statistically significant densities. Specimens of A. aegypti were divided into pools,
considering the neighborhoods of collection, with 13 formed in the dry season, 23 in the
rainy season and 15 in the intermediate period. Viral isolation and RT-PCR of samples
were not positive for the attested dengue virus. These results show that A. aegypti
density increased during the rainy season and the “João Paulo” and “Goiabal”
neighborhoods had the largest number of specimens, showing that in São Luís, the
climatic factors may to influence the vector seasonal fluctuation.
Key Words: A. aegypti. Climatic variables. Dengue. Virus.
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Estrutura molecular do vírus dengue........................................................... ..............26
Figura 2. Mapa dos bairros de realização das coletas, município de São Luís, Maranhão.......33
Figura 3. Aspirador mecânico acoplado à bateria, utilizado na captura de alados de A.
aegypti ........................................................................................................ ................38
Figura 4. Coleta de alados de A. aegypti no intradomicílio em imóvel do bairro Coréia
de Baixo, São Luís, Maranhão.................................................................... ................38
Figura 5. Coleta de alados de A. aegypti no peridomicílio em imóvel do bairro Coréia
de Baixo, São Luís, Maranhão.................................................................... ................38
Figura 6. Adultos de A. aegypti registrados nos períodos seco, chuvoso e intermediário,
em bairros do município de São Luís, Maranhão. Teste Kruskal-Wallis =
3,253983; p = 0,1965.................................................................................. ................46
Figura 7. Adultos de A. aegypti registrados entre os meses de novembro de 2008 e
agosto de 2009, nos períodos seco, chuvoso e intermediário em bairros do
município de São Luís, Maranhão. Teste Kruskal-Wallis = 6,719955; p =
0,2423......................................................................................................... ................47
Figura 8. Adultos de A. aegypti registrados por bairro, no município de São Luís,
Maranhão. Teste Kruskal-Wallis = 18,63852; p = 0,0094 ......................... ................52
Figura 9. Amostras de A. aegypti, referentes ao período seco, visualizadas em gel de
agarose a 2%, após coloração com brometo de etídio................................ ................53
Figura 10. Amostras de A. aegypti, referentes ao período chuvoso, visualizadas em gel
de agarose a 2%, após coloração com brometo de etídio........................... ................55
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Frequência de exemplares de A. aegypti coletados nos períodos seco, chuvoso
e intermediário, em bairros do município de São Luís, Maranhão, 2008-2009.......45
Tabela 2. Frequência de exemplares de A. aegypti coletados mensalmente nos períodos
seco, chuvoso e intermediário, em bairros do município de São Luís,
Maranhão, 2008-2009.............................................................................. ................46
Tabela 3. Médias mensais de temperatura registradas no município de São Luís,
Maranhão, no período de novembro de 2008 a agosto de 2009.............. ................48
Tabela 4. Médias mensais relativas à umidade relativa do ar, registradas no município
de São Luís, Maranhão, no período de novembro de 2008 a agosto de 2009..........48
Tabela 5. Precipitação pluviométrica mensal registrada no município de São Luís,
Maranhão, no período de novembro de 2008 a agosto de 2009.............. ................48
Tabela 6. Associação entre quantidade de alados de A. aegypti e fatores abióticos nos
períodos seco, chuvoso e intermediário, em bairros do município de São
Luís, Maranhão........................................................................................ ................49
Tabela 7. Frequência de exemplares de A. aegypti coletados por bairro, em São Luís,
Maranhão, no período de novembro e dezembro de 2008 ...................... ................50
Tabela 8. Frequência de exemplares de A. aegypti coletados por bairro em São Luís,
Maranhão, no período de março e abril de 2009..................................... ................50
Tabela 9. Frequência de exemplares de A. aegypti coletados por bairro em São Luís,
Maranhão, no período de julho e agosto de 2009.................................... ................51
13
Tabela 10. Relação de lotes de mosquitos A. aegypti por bairro, referente ao período
seco (novembro e dezembro de 2008)..................................................... ................53
Tabela 11. Relação de lotes de mosquitos A. aegypti por bairro, referente ao período
chuvoso (março e abril de 2009) ............................................................. ................54
Tabela 12. Relação de lotes de mosquitos A. aegypti por bairro, referente ao período
intermediário (julho e agosto de 2009).................................................... ................56
14
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Oligonucleotídeos usados na RT-Semi-Nested-PCR.............................. ................42
Quadro 2. Tamanho dos amplicons do VDEN produzido na RT-Semi-Nested-PCR...............43
15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
% – Percentagem
µg – Micrograma
Abr. – Abril
Ago. – Agosto
AR – Artrópode
C6/36 – Clone de células de mosquito Aedes albopictus
cDNA – Ácido Desoxirribonucléico complementar ou DNA complementar
cm
2
– Centímetro quadrado
D1 – Ciclina 1
D2 – Ciclina 2
DC – Dengue Clássico
Dez. – Dezembro
DNAse – Desoxirribonuclease
dNTPs – Deoxinucleotídeos
DS – Distrito Sanitário
DTT – Ditiotreitol
Fc – Receptor de superfície
FD – Febre do Dengue
FHD – Febre Hemorrágica do Dengue
FNS – Fundação Nacional de Saúde
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEC – Instituto Evandro Chagas
IgG – Imunoglobulina G
Jul. – Julho
km
2
– Quilômetro quadrado
m – Metro
Mar. – Março
Máx. – Máxima
MgCl
2
– Cloreto de Magnésio
Mín. – Mínima
16
mL – Mililitro
mm – Milímetro
mRNA – Ácido Ribonucléico mensageiro ou RNA mensageiro
MS – Ministério da Saúde
Nov. – Novembro
NS – Proteína não estrutural (non-structural protein)
NS1 – Proteína não estrutural 1
NS2a – Proteína não estrutural 2a
NS2b – Proteína não estrutural 2b
NS3 – Proteína não estrutural 3
NS4a – Proteína não estrutural 4a
NS4b – Proteína não estrutural 4b
NS5 – Proteína não estrutural 5
ºC – Grau Celsius
OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde
p – Valor de p ou p-level
PBS – Solução Salina Fosfato Tamponada (Phosphate Buffered Saline solution)
pC – Proteína do Capsídeo
PCR – Reação em Cadeia da Polimerase (Polimerase Chain Reaction)
pE – Proteína do Envelope
pH – Potencial de hidrogênio
pM – Proteína da Membrana
PP – Precipitação Pluviométrica
prM – Proteína precursora da Proteína da Membrana
PVC – Policloreto de Vinila
R – Correlação de Spearman
RNA – Ácido Ribonucléico
RNAse – Ribonuclease
RT – Transcriptase Reversa ou ARN polimerase dependente
SBF – Soro Bovino Fetal
SCD – Síndrome de Choque por Dengue
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SMS – Secretaria Municipal de Saúde
17
T – Temperatura
TAQ DNA polimerase – Thermus aquaticus DNA polimerase
UI – Unidade Internacional
URA – Umidade Relativa do Ar
VDEN1 – Vírus Dengue 1
VDEN2 – Vírus Dengue 2
VDEN3 – Vírus Dengue 3
VDEN4 – Vírus Dengue 4
WHO – World Health Organization (Organização Mundial da Saúde)
18
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................. ............... viii
ABSTRACT .............................................................................................................. .................ix
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... .................x
LISTA DE TABELAS .............................................................................................. .................xi
LISTA DE QUADROS............................................................................................. ............... xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS............................................................... ................xiv
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... ................19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... ................22
2.1 Histórico do Dengue............................................................................................ ................22
2.2 Dengue no Brasil................................................................................................. ................23
2.3 Dengue no Maranhão........................................................................................... ................24
2.4 Dengue em crianças e mulheres .......................................................................... ................24
2.5 Vírus dengue........................................................................................................ ................25
2.6 Incubação intrínseca e extrínseca do vírus dengue.............................................. ................27
2.7 Transmissão transovariana do vírus dengue........................................................ ................27
2.8 Vetores do dengue e dinâmica da transmissão.................................................... ................28
3 OBJETIVOS........................................................................................................... ................30
3.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... ................30
3.2 Objetivos Específicos.......................................................................................... ................30
4 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... ................31
4.1 Área de estudo..................................................................................................... ................31
4.2 Amostragem ........................................................................................................ ................31
4.2.1 Cálculo do Tamanho da Amostra..................................................................... ................34
4.2.2 Critérios de Não Inclusão e Exclusão............................................................... ................35
4.3 Caracterização das áreas de coleta....................................................................... ................35
4.4 Coleta dos alados................................................................................................. ................36
4.4.1 Período de coleta .............................................................................................. ................36
4.4.2 Técnica de captura de A. aegypti...................................................................... ................36
4.5 Registro de material e Análises Viral e Molecular.............................................. ................39
4.5.1 Preparação dos espécimes para as análises....................................................... ................39
4.5.2 Manutenção de cultura de células clone da linhagem C6/36 de A. albopictus..................39
19
4.5.3 Inoculações em cultura de células.................................................................... ................40
4.5.4 Técnica de Imunofluorescência Indireta........................................................... ................40
4.5.5 Extrações do RNA viral.................................................................................... ................41
4.5.6 RT-Semi-Nested-PCR...................................................................................... ................41
4.6 Análise estatística................................................................................................ ................43
5 RESULTADOS...................................................................................................... ................45
5.1 Densidade populacional de A. aegypti e variáveis climáticas............................. ................45
5.2 Densidade populacional de A. aegypti por bairros.............................................. ................49
5.3 Análises Viral e Molecular.................................................................................. ................52
6 CONCLUSÕES...................................................................................................... ................57
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ ................58
APÊNDICES............................................................................................................. ................64
1 Apêndice 1.............................................................................................................. ................65
1.1 Primeiro Artigo Científico................................................................................... ................65
1.1.1 Classificação do Qualis do Periódico na Área de Medicina II......................... ................65
1.1.2 Normais Editoriais............................................................................................ ................65
1.1.3 Artigo Completo............................................................................................... ................69
2. Apêndice 2............................................................................................................. ................83
2.1 Segundo Artigo Científico................................................................................... ................83
2.1.1 Classificação do Qualis do Periódico na Área de Medicina II......................... ................83
2.1.2 Normais Editoriais............................................................................................ ................83
2.1.3 Artigo Completo............................................................................................... ................86
20
1 INTRODUÇÃO
O dengue é considerado a doença de transmissão vetorial com maior
crescimento no mundo. Essa enfermidade tem como agente etiológico tipos de vírus do
Gênero Flavivirus, caracterizados por apresentarem quatro sorotipos antigenicamente
distintos: Vírus Dengue 1 (VDEN1), Vírus Dengue 2 (VDEN2), Vírus Dengue 3
(VDEN3) e Vírus Dengue 4 (VDEN4) (RICO-HESSE, 1990; BENTE; RICO-HESSE,
2006).
A doença é transmitida por mosquitos do Gênero Aedes Aedes (Stegomyia)
aegypti (Linnaeus, 1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse, 1894) e a transmissão
é feita pela picada de fêmeas infectadas (MARZOCHI, 1994). Após alimentar-se do
sangue de um indivíduo doente e se tornar um vetor potencial, a fêmea está apta a
transmitir o vírus, depois de oito a doze dias de incubação extrínseca. A doença se
manifesta clinicamente em quinze dias após a picada do mosquito infectado. Humanos e
mosquitos são os principais hospedeiros do vírus dengue, sendo que o vetor permanece
infectado por toda a sua vida (GUBLER, 1997; WHO, 2001).
As características clínicas do dengue dependem da idade do paciente. Os
lactentes e as crianças podem apresentar uma doença febril inespecífica, geralmente
com uma erupção cutânea maculopapular. Adolescentes e adultos podem apresentar um
sintoma febril discreto ou a doença incapacitante clássica, Dengue Clássico (DC) ou
Febre do Dengue (FD) com febre alta de início abrupto, cefaléia intensa, dor
retroorbital, mialgia e artralgia, náusea e vômitos, e erupção cutânea (WHO, 1997).
Em casos mais graves, o dengue pode ser acompanhado de epistaxe,
hemorragia gengival e gastrointestinal, hematúria e metrorragia, caracterizando casos
típicos de Febre Hemorrágica do Dengue (FHD), sendo a principal alteração
fisiopatológica que determina a gravidade da doença, o extravasamento de plasma
(WHO, 2006).
Na Síndrome de Choque por Dengue (SCD), a condição física dos pacientes
deprime repentinamente, depois de uma febre que dura de dois a sete dias. sinais
típicos de insuficiência respiratória: a pele se torna fria, manchada e congestionada, e,
além disso, a frequência do pulso torna-se mais rápida. Os pacientes em estado de
choque podem morrer se um tratamento adequado não for aplicado imediatamente
(WHO, 2007).
21
O dengue é hoje a mais importante arbovirose (termo derivado do idioma
inglês, como abreviatura da expressão arthropod borne virus, criada para designar os
tipos de agentes virais veiculados por artrópodes) que afeta o homem e constitui um
problema de saúde pública no mundo, ocorrendo principalmente em países tropicais.
Cerca de 50 a 100 milhões de pessoas são infectadas anualmente por vírus dengue, em
mais de 100 países, e estima-se que destas, 400.000 sejam acometidas pela FHD, 550
mil doentes precisam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da doença
(WHO, 2007; MACIEL et al., 2008).
O Brasil permaneceu por mais de 20 anos sem ocorrência da doença, desde a
erradicação do A. aegypti, principal vetor do dengue, do território brasileiro em 1955
(TAUIL, 1986). A dispersão dos vírus dengue pelos países vizinhos levou a
reintrodução do dengue no Brasil em 1981 com a epidemia ocasionada por VDEN1, em
Boa Vista, Estado de Roraima (OSANAI, 1983; TRAVASSOS-DA-ROSA et al., 1998).
Em 1986, o dengue apareceu no Estado do Rio de Janeiro, iniciando a grande epidemia
causada por VDEN1 (SCHATZMAYR et al., 1986), que atingiu cerca de 95.000 casos
até 1987 (FIGUEIREDO et al., 1998).
O problema da transmissão do dengue no Brasil tem se agravado nos últimos
anos. O maior número de casos ocorreu em 1998, sendo registradas cerca de 560 mil
notificações. Nos dois anos seguintes houve uma redução acentuada, chegando a 238
mil em 2000 (MS, 2001). Em 2009, o país registrou 387.158 casos no período de janeiro
a junho (MS, 2009).
O aumento de casos do dengue é resultante da recente reinfestação do país
pelo mosquito A. aegypti, também responsável pela transmissão da febre amarela
urbana (FORATTINI, 2002). A expansão das áreas de ocorrência da doença associa-se
ainda à urbanização, sem a devida estrutura de saneamento (COSTA et al., 2008). Tais
fatores contribuem tanto para a dispersão ativa do mosquito como também para a
disseminação dos quatro sorotipos da doença.
Considerando-se o dengue como problema de saúde pública e pelo fato de não
existir vacina, a detecção e a sorotipagem de rus dengue por Transcrição Reversa
seguida pela Reação em Cadeia da Polimerase (RT-PCR), utilizando amostras do vetor
são uma poderosa ferramenta para a vigilância epidemiológica. A presença do vírus em
mosquitos coletados no campo permite a detecção de epidemias em um período anterior
à explosão dos casos (ZEIDLER et al., 2008).
22
O presente estudo objetiva identificar a presença do vírus dengue em
mosquitos A. aegypti, coletados no município de São Luís, Estado do Maranhão e
relacionar a densidade dos vetores com dados climatológicos, nas estações seca e
chuvosa da região.
23
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Histórico do Dengue
Os primeiros relatos de uma epidemia semelhante ao DC aconteceram em
1779 e 1780, quando casos ocorreram em Batávia (Jacarta), no Cairo e na Filadélfia.
Essa ocorrência simultânea de casos em três continentes indica que o vírus dengue,
assim como o mosquito vetor, apresentava uma distribuição mundial nos trópicos
mais de 200 anos (HENCHAL; PUTNAK, 1990).
Após uma epidemia de dengue em Brisbane (Austrália) em 1905, na qual se
estimou que um terço da mão-de-obra ficou incapacitada de trabalhar, Bancroft, um
médico clínico geral que trabalhava na área rural de Brisbane, demonstrou que os
mosquitos da espécie A. aegypti que se alimentaram em pacientes com dengue, foram
capazes de transmitir o dengue para pessoas sadias (AASKOV, 2003). Em 1944, Sabin
fez o primeiro isolamento do vírus dengue, tendo identificado dois sorotipos conhecidos
como VDEN1 e VDEN2 (SABIN, 1952 apud. RUDNIK, 1967).
Até a II Guerra Mundial, as epidemias de dengue aconteciam em intervalos de
10 a 30 anos. Durante esse período, o dengue era considerado uma doença benigna de
curso não fatal, proveniente dos visitantes dos trópicos. No referido período, ocorreu a
co-circulação de sorotipos do vírus dengue no Sudeste Asiático com um aumento da
atividade epidêmica. A primeira descrição de uma epidemia de FHD, foi em Manila, no
ano de 1953 (GUBLER, 1998), quando foram isolados em pacientes com esta nova
síndrome, os vírus dengue tipos 3 e 4 (SABIN, 1952 apud. RUDNIK, 1967).
Juntamente com o crescimento descontrolado das cidades, epidemias de FHD se
tornaram grandes problemas de saúde pública em vários países desta região (RIGAU-
PÉREZ et al., 1998).
No período de 1950 até meados de 1970 era rara a ocorrência de epidemias de
dengue no continente americano, uma vez que o principal vetor da doença, o A. aegypti
havia sido erradicado na maioria dos países da América Central e do Sul, devido à
campanha realizada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). No final da
década de 70, o programa perdeu forças e o mosquito voltou a ocupar os lugares dos
quais havia sido eliminado. Durante o século XX, a transmissão urbana do vírus tornou-
24
se problema de saúde pública de relevância e não mais a necessidade de transmissão
enzoótica (exclusivamente entre animais) (GUBLER, 2002; GUZMÁN; KOURI, 2002).
2.2 Dengue no Brasil
No Brasil o dengue é hoje objeto da maior campanha de saúde pública, que se
concentra no controle do A. aegypti, único vetor reconhecido como transmissor do vírus
do dengue no país. Este mosquito está adaptado a se reproduzir nos ambientes
doméstico e peridoméstico, utilizando-se de recipientes descartáveis e / ou que
armazenam água potável e que acumulam água de chuvas, comumente encontrados nos
lixos das cidades
(TAUIL, 2001)
.
A primeira epidemia de dengue no país, com casos confirmados
laboratorialmente, foi ocasionada pelos sorotipos 1 e 4 na cidade de Boa Vista, Estado
de Roraima, e
a
pós um silêncio epidemiológico, o sorotipo VDEN1 invadiu o Sudeste
(Rio de Janeiro) e o Nordeste (Alagoas, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais) em
1986-1987, espalhando-se pelo país desde então, com a entrada dos sorotipos VDEN2
em 1990-1991, e VDEN3 em 2001-2002. O dengue encontra-se presente em 3.794
municípios brasileiros, sendo responsável por cerca de 60% das notificações nas
Américas. Além disso, os três sorotipos do dengue estão circulando em 25 dos 27
Estados brasileiros, contribuindo para a incidência das formas graves do dengue (FHD e
SCD) nas cidades onde se registraram epidemias sequenciais por pelo menos dois
sorotipos diferentes (SCHATZMAYR et al., 1986; HALSTEAD, 1990; NOGUEIRA et
al., 1991;
DONALISIO, 1999; NOGUEIRA et al., 2001;
MIAGOSTOVICH et al., 2002; MS, 2008
).
A região Nordeste sempre apresentou incidência elevada de casos de dengue.
No período decorrido entre 1998 e 2001, chegou-se a 652.448 registros, correspondendo
a 46,30% dos casos nacionais (FNS, 2002). Em 2006, foram registrados 83.365 casos, e
em 2007, 148.303 ocorrências na mesma região do país (MS, 2007). No período de
janeiro a junho de 2008, houve 242.740 casos confirmados na região, e em 2009, no
mesmo período verificou-se uma redução para 128.322 casos (MS, 2009).
2.3 Dengue no Maranhão
25
No Estado do Maranhão, o A. aegypti foi introduzido em São Luís, capital do
Estado, em 1969, mas chamou a atenção dos órgãos de saúde no ano de 1995,
quando se detectaram os primeiros casos de DC no setor da Cohab-Anil. Em 1996
ocorreu a primeira epidemia na ilha de São Luís, com 4.641 casos notificados, que
prosseguiu até 1998, havendo dificuldade para confirmação dos casos em laboratório.
Em 2001 foi isolado o sorotipo VDEN2, e até julho de 2006, os sorotipos VDEN1,
VDEN2 e VDEN3 foram detectados como circulantes no Maranhão (MS, 2006). Em
2006 e em 2007 ocorreram 6.540 e 14.616 notificações, respectivamente (MS, 2006;
2007). Além disso, verifica-se o aumento da forma de FHD e a ocorrência de óbitos:
foram registrados 163 casos durante o ano de 2007, sendo que destes, 7,97% evoluíram
para óbito. O Maranhão também foi o terceiro Estado com o maior número de registros
de FHD da região Nordeste e segunda posição em número de mortes pela doença em
2007, abaixo apenas do Piauí (MS, 2007).
Em 2008, foram notificados 1.256 casos suspeitos de dengue em São Luís.
Destes, 608 foram confirmados para o DC e 82 para a FHD (SINAN, 2008). De janeiro
a junho de 2009, foram notificados três casos de FHD no Estado e nenhum óbito (MS,
2009).
2.4 Dengue em crianças e mulheres
Os primeiros relatos de FHD no Sudeste Asiático, foram registrados
principalmente em crianças, pois nessa fase concentravam-se 95% dos casos, o que se
considerou devido à imunidade existente na população adulta (CHAN, 1987). No
entanto, algumas epidemias na Índia e em ilhas do Pacífico têm afetado em sua maioria,
adultos (BHARAJ et al., 2008). Nos países da América conforme o local e a época, ora
predomina em crianças, ora em adultos. Em alguns casos como na epidemia de Santiago
de Cuba de 1997 por VDEN2 todos os pacientes que tiveram FHD eram adultos, pois a
infecção precedente por VDEN1 havia ocorrido 20 anos antes (GUZMÁN et al., 2002).
O estudo cuidadoso da epidemia de 1981 em Cuba, causada por VDEN2,
permitiu comparar adultos e crianças quanto à ocorrência das formas mais graves da
doença, e verificou-se que as taxas de letalidade em crianças de três a quatro anos
corresponderam a 25,4 por 10 mil infecções secundárias por VDEN2, taxas bem mais
26
altas do que nas crianças acima de cinco anos. Esses dados estabelecem uma poderosa
associação entre a idade do indivíduo e o risco de morrer por uma síndrome de
permeabilidade vascular durante uma segunda infecção por VDEN2 (GUZMÁN et al.,
2002).
No Brasil, vários autores têm demonstrado a predominância dos casos de
dengue em mulheres e crianças. Um estudo feito no município de Caxias, Estado do
Maranhão, revelou que dos 905 casos da doença registrados na cidade entre os anos de
2000 a 2006, 53,48% corresponderam ao sexo feminino (FREITAS, 2007). Resultados
semelhantes foram encontrados por Vasconcelos (1993) em Araguaína, Estado do
Tocantins; e Nascimento et al. (2003) em Belém, Estado do Pará. Uma das explicações
para esta diferença entre os sexos seria a maior permanência da mulher no
intradomicílio ou peridomicílio, locais onde predominantemente ocorre a transmissão
do dengue (FORATTINI, 2002).
Ainda, em decorrência do processo de endemização do dengue no Brasil, após
sua reermegência há 26 anos, vem ocorrendo uma mudança na sua distribuição etária,
havendo um progressivo aumento da incidência e da gravidade em menores de 15 anos.
No Maranhão, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde de São Luís, entre
2003 e 2007, foram notificados 9.046 casos de dengue na capital maranhense. Destes,
33% foram em crianças menores de 15 anos e a taxa de mortalidade foi de 74% nessa
faixa etária, o que tem comprovado a maior agressividade do dengue em pessoas de
menor idade (SMS, 2007). O mesmo quadro epidemiológico foi verificado em Manaus,
Estado do Amazonas, entre 2006 e 2007, com aumento significativo da proporção de
casos de dengue em menores de 15 anos e da proporção de casos graves neste grupo
etário (ROCHA; TAUIL, 2009).
2.5 Vírus dengue
O vírus dengue é classificado em 04 sorotipos como um complexo dentro da
Família Flaviviridae. A partícula viral madura é esférica com um diâmetro de cerca de
50 nanômetros, contendo uma única fita de mRNA (Ácido Ribonucléico mensageiro),
com polaridade positiva e de aproximadamente 11.000 nucleotídeos (JONES et al.,
2003) (Figura 1). O genoma apresenta uma pequena região 5’ capeada e o
codificadora, uma região aberta de leitura contendo mais de 10.000 nucleotídeos, e a
27
região não codificadora terminal 3’, que é desprovida de cadeia poli-A. A janela aberta
de leitura codifica três proteínas estruturais na terminação 5’, que são as proteínas do
capsídeo (pC), da membrana (pM) e do envelope (pE). A forma imatura do vírus
contém a proteína precursora da proteína de membrana M (prM) (HENCHAL;
PUTNAK, 1990; MONATH; HEINZ, 1996). A proteína C é a primeira a ser traduzida e
se associa com o RNA para formar o nucleocapsídeo. A proteína prM é clivada após a
saída do vírus da célula, deixando uma pequena proteína estrutural M ancorada no
envelope do rus e abandonando a maior parte, o segmento pr no meio extracelular. A
formação da proteína M parece ser crucial, finalizando o evento da morfogênese do
vírion (HENCHAL; PUTNAK, 1990). A glicoproteína do envelope é responsável por
um grande espectro de atividades biológicas incluindo: ligação aos receptores celulares
do hospedeiro, fusão à membrana e entrada nestas células, além do mais, ela estimula o
sistema imune do hospedeiro através da indução de proteção (SAEJUNG et al., 2006).
O genoma do vírus dengue apresenta ainda sete proteínas NS (não
estruturais): NS1, NS2a, NS2b, NS3, NS4a, NS4b e NS5, cujas funções ainda não estão
totalmente identificadas. O vírus se acopla às células susceptíveis por dois mecanismos:
o complexo vírus-anticorpo (não neutralizante tipo Imunoglobulina IgG) une-se ao
receptor Fc dos macrófagos e monócitos; ou ainda pela união aos monócitos por via de
um receptor viral sensível à tripsina (LEITMEYER et al., 1999).
Imagem disponível em: http://ww2.prefeitura.sp.gov.br
Figura 1. Estrutura molecular do vírus dengue.
28
2.6. Incubação intrínseca e extrínseca do vírus dengue
A transmissão do vírus dengue compreende dois ciclos: o intrínseco, que
ocorre no organismo humano durante a viremia, que vai de um dia antes do
aparecimento da febre até o sexto dia da doença; e o extrínseco que ocorre no mosquito
que após realizar repasto sanguíneo em indivíduo infectado na fase aguda aguda da
doença, adquire juntaente com o sangue o vírus que se multiplica, por um período de
oito a doze dias e, a seguir, migra para as glândulas salivares do inseto. A partir de
então, o vetor torna-se competente para transmitir a doença, até o final da vida, que é de
seis a oito semanas para o A. aegypti (GUBLER, 1997; WHO, 2001).
Assim como outros arbovírus, a dinâmica de replicação do VDEN em
mosquitos infectados oralmente, depende da temperatura nas quais os mosquitos são
mantidos, a cepa, quantidade de vírus ingerido e possivelmente a espécie e cepa do
mosquito. Todavia, o tempo entre a ingestão do VDEN pelo mosquito e sua habilidade
de transmitir a infecção (período de incubação extrínseco) é altamente dependente da
temperatura ambiental e da quantidade de vírus ingerido (RICO-HESSE, 1990;
CONSOLI; LOURENÇO-DE-OLIVEIRA 1994; FORATTINI, 2002).
2.7 Transmissão transovariana do vírus dengue
A transmissão transovariana do vírus dengue, onde a fêmea passa o patógeno
para sua descendência, ocorre em laboratório e na natureza. Tipicamente, a fêmea do
artrópode infecta seus descendentes em taxas bem reduzidas (BEATY; MARQUARDT,
1996). Rosen et al. (1983)
observaram maior taxa de transmissão vertical em A.
albopictus em comparação com A. aegypti, tendo sido detectada a transmissão do
sorotipo 1 por esta espécie. Em outros trabalhos, a transmissão transovariana dos
sorotipos 2, 3 e 4 também foi detectada em A. aegypti (KHIN; THAN, 1983; HULL et
al., 1984). Segundo Joshi et al. (2002) a transmissão transovariana permite ao rus
dengue persistir em gerações sucessivas de mosquitos, a taxas de 5% a 26% em
laboratório, embora na natureza não deva ocorrer taxa maior que 20%.
29
2.8 Vetores do dengue e dinâmica da transmissão
O A. aegypti, vetor do dengue e também da febre amarela urbana, é um
mosquito altamente doméstico. Esta espécie pertence à Ordem Diptera, Família
Culicidae. Os Dípteros se desenvolvem através de metamorfose completa
(holometabolia), e o ciclo de vida compreende quatro fases: ovo, larva (quatro estádios
larvários), pupa e adulto (CONSOLI; LOURENÇO-DE-OLIVEIRA 1994;
FORATTINI, 2002).
O A. aegypti foi importado da África para a América durante a colonização e o
tráfico de escravos, disseminou-se para toda a faixa tropical em vista de seu peculiar
modo de reprodução e hoje é considerado cosmopolita (EIRAS, 2000). No Hemisfério
Ocidental a espécie está inteiramente relacionada com a população humana. Depósitos
artificiais utilizados em abundância pela sociedade moderna, constituem os mais
importantes criadouros responsáveis pela produção e manutenção de grandes
populações do vetor. Esse mosquito costuma picar durante o dia e tem preferência
acentuada por sangue humano (GADELHA; TODA, 1985; FORATTINI 2002).
A circulação dos vírus dengue depende da forma em que se organiza o espaço
geográfico dos centros urbanos, a migração humana, o modo de vida de suas populações
e os seus reflexos no ambiente. Esses fatores criam condições para a proliferação dos
vetores, bem como a circulação e introdução de cepas virais (TEIXEIRA et al., 1999).
Em muitas regiões tropicais as deficiências no abastecimento de água encanada fazem
com que muitos habitantes passem a armazenar o líquido nos domicílios. Por sua vez, a
aglomeração humana propicia condições para o aumento do número de mosquitos que
entram em contato com a população. Outro hábito encontrado nas comunidades pobres
vem a ser o acúmulo do lixo, no qual é possível encontrar recipientes passíveis de servir
como criadouros (FORATTINI, 2002; PINHEIRO; TADEI, 2002).
Além disso, a propagação dos vírus causadores do dengue é facilitada pelo
aumento da intensidade e velocidade do tráfego aéreo e terrestre. Esses agentes podem
ser rapidamente transportados no sangue de pessoas portadoras da infecção, e, como o
período de viremia é de aproximadamente oito dias, facilita sua disseminação pelo
mosquito vetor (GUBLER, 1997).
30
Atualmente o eixo dos programas de controle do dengue tem sido o combate
aos mosquitos vetores mediante a vigilância vetorial e a aplicação de inseticidas, que
vem apresentando baixa eficácia e altos custos (PENNA, 2003; MACIEL et al., 2008).
O desenvolvimento de uma vacina contra os vírus do dengue, com eficácia e
segurança, permitiria o controle da doença, de maneira semelhante ao controle da febre
amarela. Entretanto, antes da disponibilização de uma vacina, recomenda-se estudos de
soroincidência e/ou prevalência para avaliação epidemiológica de base populacional.
Esta situação representa um desafio, pois grande parte dos municípios brasileiros não
apresenta estrutura física, como a existência de laboratórios para a realização de análises
moleculares que agilizem a diagnose em pacientes (MACIEL et al., 2008).
Considerando-se esta realidade, a detecção e a sorotipagem dos rus dengue
por RT-PCR, em mosquitos vetores vem se mostrando uma importante ferramenta na
vigilância epidemiológica. A presença de vírus em mosquitos coletados em campo
permite sua detecção de seis a oito semanas antes do início da epidemia (PINHEIRO et
al., 2005; URDANETA et al., 2005; ZEIDLER et al., 2008). Vários protocolos de RT-
PCR em amostras clínicas para detecção e identificação de sorotipos dengue têm sido
utilizados para a detecção dos sorotipos do dengue em vários países (LANCIOTTI et
al., 1992; HOUNG et al. 2001).
No Estado do Maranhão, foram iniciadas pesquisas para detectar e monitorar a
circulação dos sorotipos do dengue em mosquitos na cidade de Caxias (LUCENA et al.,
2007) e em São Luís (LUCENA et al., 2008). No entanto, estudos mais abrangentes
tornam-se necessários, com coletas de mosquitos em diversas áreas da cidade e em
diferentes períodos do ano para se obter informações do comportamento do vírus
dengue de acordo com a sazonalidade e com os índices de densidade do vetor nos
bairros do município de São Luís, Maranhão.
31
3 OBJETIVOS
3.1 Geral
Estimar a densidade populacional de A. aegypti e a taxa de infecção por vírus
dengue em diferentes períodos no município de São Luís, Maranhão.
3.2 Específicos
Calcular o índice de densidade populacional de alados de A. aegypti nos bairros
de São Luís em diferentes períodos do ano;
Correlacionar o índice populacional de A. aegypti com os fatores climáticos de
precipitação pluviométrica, umidade relativa do ar e temperatura;
Detectar os sorotipos do vírus dengue em A. aegypti coletados em diferentes
bairros, usando as técnicas de RT-PCR e Isolamento Viral;
Mapear as áreas das cidades de São Luís, com maior densidade de A. aegypti
para subsidiar os Programas de Controle.
32
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Área de estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal, realizado no município de São
Luís, situado na Ilha de São Luís, ao norte do Estado do Maranhão (02º 31’ 47” Sul e
44º 18’ 10” Oeste), altitude de 24,391 m e área de 827 Km
2
que corresponde
aproximadamente a 0,24% do território do Estado. O município ocupa mais da metade
da Ilha (57%) e a população se distribui entre centro urbano, com 122 bairros (que
constituem a região semi-urbana) e em 122 povoados (que formam a zona rural). A
cidade está dividida em 15 setores fiscais e 233 bairros, loteamentos e conjuntos
residenciais (FUNDAÇÃO IBGE, 2002).
Atualmente o município encontra-se dividido em sete distritos sanitários (DS):
Centro, Itaqui-Bacanga, Coroadinho, Cohab, Bequimão, Tirirical e Vila Esperança. Em
2000, a população era de 855.442 habitantes, dos quais 822.935 urbanos (381.019
masculinos; 441.916 femininos) e 32.507 rurais (16.676 masculinos e 15.831
femininos). A contagem da população em 2007 apontou 957.515 habitantes no Estado
(IBGE, 2008).
O clima é tropical quente e úmido, com duas estações: a chuvosa (janeiro a
junho), com precipitação pluviométrica média de 1.954 mm; e a de estiagem (julho a
dezembro). A temperatura varia entre 28 a 30ºC, em média. A umidade relativa do ar
apresenta valor máximo em abril, quando a região encontra-se no período chuvoso e
temperaturas mais amenas, chegando a 79% em novembro, quando a região encontra-se
na época seca e com temperaturas mais elevadas. O município de São Luís é cortado por
diversos rios e estuários, entre eles pode-se citar: Anil, Bacanga, Tibiri, Mosquito,
Mocajituba, Antônio Neves, São João e Paciência (SEBRAE-LEGAL, 2008).
4.2 Amostragem
Foram selecionados aleatoriamente dois distritos do município de São Luís e
em cada um destes, sorteados quatro bairros, totalizando oito bairros: Distrito Centro
Coréia de Baixo, Lira, Goiabal e João Paulo; e Distrito Cohab Itapiracó, Residencial
Canudos, Conjunto Cohatrac I e Vila Luisão (Figura 1). Em cada um dos bairros foram
33
sorteados quatro quarteirões e dez imóveis por quarteirão, perfazendo um total de 32
quarteirões e 320 imóveis. As visitas foram feitas juntamente com supervisores e
agentes de controle do dengue da Secretaria Municipal de Saúde de São Luís.
Foram obtidos os níveis de precipitação pluviométrica, umidade relativa do ar e
temperatura no Laboratório de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão.
34
João Paulo
Coréia de Baixo
Lira
Goiabal
Itapiracó
Residencial Canudos
Con
junto Cohatrac I
Vila Luisão
Bairros de Coleta
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v41n4/a07v41n4.pdf. Modificado por: PORTO, J. A. S., 2010.
Figura 2
.
Mapa dos bairros de realização das coletas, município de São Luís, Maranhão.
35
4.2.1 Cálculo do Tamanho da Amostra
Os oito bairros pesquisados apresentam um total de 11.640 imóveis, segundo
a listagem de Distritos e Bairros fornecida pela Vigilância Epidemiológica de São Luís.
Considerando-se um erro amostral tolerável de 6% (E
0
= 0,06), o número representativo
de imóveis para a realização das coletas, segundo Barbetta (2002), foi obtido pelas
fórmulas:
Onde:
n
0
= Primeira aproximação do tamanho da
amostra;
E
0
2
= Erro amostral tolerável.
Onde:
n = Tamanho da amostra;
N = Número de elementos da população;
n
0
= Primeira aproximação do tamanho da
amostra.
Sendo:
E
0
= 0,06.
Temos:
Sendo:
n
0
= 277,7;
N = 11.640.
Temos:
n
0
E
0
2
1
=
n
N x n
0
=
N + n
0
n
0
E
0
2
1
=
n
0
1
=
(0,06)
2
n
0
1
=
0,0036
n
0
277,7
=
n
N x n
0
=
N + n
0
n
11.640 x 277,7
=
11.640 + 277,7
n
3.232.428
=
11.917,7
n
271, 2 imóveis
=
36
O número obtido no cálculo amostral (271,2 imóveis) fora arredondado para
272 imóveis, e dividido pela quantidade de bairros, ou seja, oito, resultando em 34
imóveis por bairro. Para que o número de imóveis fosse exato e distribuído de forma
igual em cada quarteirão (ou seja, quatro quarteirões por bairro), preferiu-se aumentar
em seis o número de imóveis para cada bairro, totalizando 40 imóveis visitados por
bairro, sendo dez por quarteirão. No total foram pesquisados 320 imóveis.
4.2.2 Critérios de Não Inclusão e Exclusão
Não foram incluídos nesta pesquisa os imóveis sorteados que no momento da
visita, encontravam-se abandonados, ou aqueles em que os proprietários estavam
ausentes ou ainda nos que estivessem apenas menores de idade. Foram excluídos e
substituídos na pesquisa, os imóveis que na segunda ou terceira coletas, houve recusa
dos proprietários à entrada da equipe, ou que estivessem fechados.
4.3 Caracterização das áreas de coletas
No Distrito Centro os bairros de realização das coletas foram Coréia de Baixo,
Lira, Goiabal e João Paulo. Estes se caracterizam pela existência de esgoto a céu aberto
ou mesmo córregos próximos às residências, o que favorece o acúmulo de lixo jogado
pela população. Nos imóveis é frequente o encontro de recipientes utilizados para
armazenar água por falha no sistema de abastecimento público, o que propicia locais
para o desenvolvimento de formas imaturas do A. aegypti. Apresentam pouca
vegetação, grande parte das ruas é asfaltada e a maioria das casas possui terrenos
extensos onde é comum a criação de animais domésticos.
No Distrito Cohab as coletas foram realizadas nos bairros Itapiracó,
Residencial Canudos, Conjunto Cohatrac I e Vila Luisão. Com exceção do Conjunto
Cohatrac I, os demais bairros apresentam extensa área de vegetação, o que contribui
para a criação de insetos, e algumas ruas sem asfaltamento. No entanto, em todos, é
possível observar lixo jogado em terrenos baldios, reservatórios para armazenamento de
água e sistema de saneamento básico deficiente.
37
4.4 Coleta dos alados
4.4.1 Período de Coleta
As coletas foram feitas de novembro de 2008 a agosto de 2009, e eram
realizadas de segunda-feira à sexta-feira, das 08h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00,
sendo realizadas em três períodos: seco (de 20 de novembro ao dia 12 de dezembro de
2008), chuvoso (de 23 de março a 03 de abril de 2009), e intermediário (término do
chuvoso e início do seco) (de 23 de julho a 05 de agosto de 2009). Os bairros foram
visitados de forma alternada, sendo feitas coletas diárias em 20 imóveis por bairro
(seguindo-se a sequência: Coréia de Baixo, Lira, Goiabal, João Paulo, Itapiracó,
Residencial Canudos, Conjunto Cohatrac I e Vila Luisão) e ao término dos quatro dias
de visita no último bairro, retornava-se ao primeiro, repetindo-se a seqüência, em mais
20 imóveis, totalizando 40 imóveis por bairro e 320 imóveis no total.
Nos três períodos, tanto nos quarteirões como nos imóveis, quando ocorria
algum imprevisto pelo imóvel estar fechado ou haver recusa, fazia-se a visita no imóvel
mais próximo. Adotou-se este procedimento em todos os bairros, para manter constante
o número de 10 imóveis visitados por quarteirão (em 10), e permitir as análises
comparativas da densidade de mosquitos entre os bairros, além de minimizar os efeitos
de variação dos fatores climáticos, como chuvas e mudanças de temperatura.
Do primeiro para o segundo ciclo de coletas, houve apenas 02 recusas de
moradores (0,62% do total de imóveis visitados) e 23 imóveis fechados (7,18% do total
de imóveis visitados). Após a substituição dos referidos imóveis, do segundo para o
terceiro ciclo de coletas obteve-se 03 recusas (0,93% do total de imóveis visitados) e 29
imóveis fechados (9,06% do total de imóveis visitados).
4.4.2 Técnica de captura de A. aegypti
A captura dos alados foi feita utilizando-se aspirador mecânico movimentado
embaixo dos móveis e nas partes mais elevadas da residência para aspiração dos
mosquitos que estivessem em repouso. O aspirador constituiu-se de um tubo de material
PVC de cerca de um metro de comprimento contendo uma hélice no seu interior
(movimentada por bateria de 12 volts), que provoca uma corrente de ar que puxa os
mosquitos (NASCI, 1981) (Figura 2). Realizou-se a aspiração em todos os cômodos do
38
imóvel (Figura 3) e na área peridomiciliar (Figura 4) em que havia a possibilidade de
abrigar mosquitos. O esforço de coleta foi padronizado em 15 minutos para cada
residência.
Os espécimes capturados foram anestesiados com algodão embebido em
acetato de etila no interior do tubo vedado e em seguida, foram transferidos para gaiolas
entomológicas, colocadas no interior de caixas de isopor, para manter a umidade
necessária para mantê-los vivos durante o transporte até o laboratório onde foi feita a
identificação em nível de espécie, com chaves de identificação (FORATTINI, 2002), no
microscópio estereoscópico. A seguir, os espécimes foram separados por sexo, contados
e acondicionados em microtubos, numerados sequencialmente e identificados com
informações do bairro, local e data da coleta, quantidade de espécimes e sexo dos
indivíduos, e mantidos em freezer a -86ºC no Centro de Pesquisa Clínica do Hospital
Universitário da Universidade Federal do Maranhão (CEPEC/UFMA).
39
Foto: IBIAPINA, S. S. 2008
Figura 4
.
Coleta de alados de A. aegypti no
intradomicílio em imóvel do bairro
Coréia de Baixo, São Luís, Maranhão.
Figura
3
.
Aspirador mecânico acoplado à
bateria, utilizado na captura de
alados do A. aegypti.
Foto: BEZERRA, J. M. T. 2009
Figura 5
.
Coleta de alados de A. aegypti no
peridomicílio em imóvel do bairro
Coréia de Baixo, São Luís, Maranhão.
Foto: IBIAPINA, S. S. 2008
40
4.5 Registro de material e Análises Viral e Molecular
Essa fase da pesquisa foi realizada no Instituto Evandro Chagas (IEC) em
Ananindeua, Estado do Pará. Os espécimes coletados foram encaminhados ao
Laboratório de Entomologia onde foi feita a confirmação da identificação dos
exemplares e aos Laboratórios de Cultura de Células e Biologia Molecular para o
isolamento viral e a realização da RT-PCR, respectivamente.
Os exemplares de A. aegypti foram divididos em lotes que continham de 1 a 37
mosquitos para as análises viral e molecular, considerando-se os bairros e os períodos
de coleta. Os exemplares machos e fêmeas foram analisados separadamente, para
verificação de transmissão transovariana do vírus dengue. Quando houve o encontro de
apenas um mosquito A. aegypti macho ou fêmea durante as coletas, o exemplar único
constituía um lote.
Os lotes foram registrados no Livro de Identificação de Amostras da Seção de
Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do IEC. O número de lotes diferiu em cada
período: 13 no seco, 23 no chuvoso e 15 no intermediário.
4.5.1 Preparação dos espécimes para as análises
Os espécimes de A. aegypti foram macerados em solução de PBS (tampão
salino fosfato pH 7,4) contendo albumina bovina a 0,75%, penicilina (100 UI/mL) e
estreptomicina (100 µg/mL), de acordo com o Protocolo de Reynes (1995). O
sobrenadante foi filtrado e a solução resultante armazenada a -86ºC até a realização da
extração do RNA.
4.5.2 Manutenção de cultura de células clone da linhagem C6/36 de A.
albopictus
As técnicas para o isolamento viral foram a propagação e a manutenção das
células clone C6/36 de A. albopictus (American Type Culture Cell Colection/ATCC),
utilizando-se o meio Leibowitz modificado com glutamina (L-15), acrescido de triptose,
aminoácidos não essenciais, penicilina (100 UI/mL), estreptomicina (100 µg/mL), soro
bovino fetal (SBF) a 5% para meio de crescimento e a 2% para o de manutenção. As
41
células foram mantidas à temperatura ambiente (em torno de 28ºC) com repiques
semanais em garrafas plásticas de 25 cm
2
com 10 mL de meio de crescimento. A
suspensão de células foi utilizada na proporção de 1:30 de meio de crescimento, sendo
distribuídos 10 mL por garrafa de 25 cm
2
e 1 mL por tubo de 16 X 125 mm que se
desejasse preparar para a inoculação.
4.5.3 Inoculações em culturas de células
A inoculação foi realizada em tubos de 16 X 125 mm com monocamadas
celulares semiconfluentes, três a quatro dias após o repique. A suspensão de mosquitos
foi filtrada e inoculada em tubos contendo células clone C6/36. Os tubos foram
deixados à temperatura ambiente (em torno de 28ºC), e observados diariamente em
microscópio óptico invertido até a verificação de efeito citopático ou até o 14º dia.
Nesse ponto as suspensões de células foram coletadas, preparadas lâminas para
confirmação da infecção viral por imunofluorescência indireta e extração de RNA para
preparação do DNA complementar (cDNA) por RT-PCR ou armazenada em freezer -
80ºC até o uso.
4.5.4 Técnica de Imunofluorescência Indireta
O método utilizado foi o descrito previamente por Gubler et al. (1984). Foram
usadas células clone C6/36 inoculadas com suspensão de mosquitos e como controle
negativo foram usadas células não infectadas. Os materiais contidos nas minas (20 µL
em cada orifício) foram secos e fixados com acetona durante 10 minutos à temperatura
de -20ºC. Em seguida, foram acrescidos 10 µL de anticorpos policlonais antiflavivirus
na diluição de 1:20 em PBS (pH 7,4) e as lâminas incubadas a 37ºC em câmara úmida
durante 30 minutos. A seguir, as lâminas foram lavadas em PBS por dez minutos, e uma
vez, rapidamente, em água destilada e, secas à temperatura ambiente. Em seguida,
foram adicionados 10 µL de conjugado (antianticorpo de camundongo ligado a
isotiocianato de fluoresceína) na diluição de 1:900 em PBS pH 7,4, sendo então, as
lâminas incubadas a 37ºC em câmara úmida durante 30 minutos. Foi repetido o
processo de lavagem com PBS e água destilada. Para as amostras positivas na triagem
com anticorpos policlonais, foi feito um segundo procedimento desta vez utilizando
42
anticorpos monoclonais para identificar o sorotipo viral (VDEN1, VDEN2, VDEN3 e
VDEN4). Finalmente, as lâminas foram secas à temperatura ambiente, montadas com
glicerina tamponada pH 8,2 e lamínulas de vidro.
4.5.5 Extrações do RNA viral
O método usado para extração do RNA viral foi o do reagente Trizol LS
(Invitrogen/San Diego/USA), seguindo orientações do fabricante. Para extração do
RNA foi utilizado 0,25 mL de cada amostra e adicionado 0,75 mL de Trizol LS. Em
seguida foi adicionado 0,2 mL de clorofórmio para cada 0,75 mL de Trizol LS. Após
centrifugação a fase aquosa foi retirada cuidadosamente evitando perturbar as outras
fases e colocadas em microtubos novos. Para precipitação do RNA, foi acrescido 0,5
mL de álcool isopropílico (essa quantidade é para cada 0,75 mL de Trizol LS), seguida
de centrifugação e descarte do sobrenadante. Após o sobrenadante ser desprezado e o
microtubo seco à temperatura ambiente (em torno de 28ºC), adicionou-se ao precipitado
de RNA total 20 µL de água livre de RNase, e incubou-se 5 min a 65 °C, e resfriou-se
por 5 min a temperatura ambiente. O RNA foi utilizado imediatamente, ou estocado a -
86 °C até o momento do uso.
4.5.6 RT-Semi-Nested-PCR
O RNA extraído foi eluído em água livre de RNAse. A Reação em Cadeia da
Polimerase Transcrição Reversa Semi-Nested (RT-Semi-Nested-PCR) foi realizada
de acordo com o Protocolo de Lanciotti et al. (1992), que inclui o gene proteína prM/M,
onde a região amplificada neste teste corresponde a este gene proteína. Esta reação foi
feita em duas etapas, iniciando com a síntese de cDNA a partir de RNA viral extraído.
O RNA viral passou pelo processo de desnaturação inicial (90ºC por dois minutos mais
cinco minutos no gelo), depois foi preparada a mistura de reação contendo água (livre
de RNAse e DNAse), Tampão 10X, MgCl
2
, dNTPs, DTT, oligonucleotídeos (D1+D2)
(Quadro 1), Inibidor de Ribonuclease (5 U), TAQ DNA polimerase (1,25 U), enzima
RT-MMLV (1,125 U) adicionada a mesma para ser levada ao termociclador com o
seguinte programa: 1 ciclo a 45ºC por 65 minutos, a 94ºC por dois minutos; 35 ciclos
43
com oscilação de tempo e temperatura: 94ºC por 60 segundos, 55ºC por dois minutos,
72ºC por três minutos; 72ºC por 10 minutos.
A partir do produto da primeira PCR, foi realizada a segunda PCR, diluindo-a
em água livre de RNAse e DNAse (1:100). Em seguida, foi retirada uma alíquota de 5
µL e preparada a mistura e reação: água livre de RNAse e DNAse, Tampão 10X,
MgCl
2
, dNTPs, oligonucleotídeos (D1+TS 1-4) (Quadro 1), TAQ DNA polimerase
(1,25 U), para ser adicionada a esta e levada ao termociclador com o seguinte programa:
18 ciclos a 94ºC por 30 segundos; 55ºC por um minuto; 72ºC por dois minutos. O
produto final foi analisado em gel de agarose a 2%, após coloração com brometo de
etídio e a seguir exposto à luz ultravioleta, sendo fotografado, para análise comparativa
do produto do RT-PCR com o marcador de peso molecular e controles (Quadro 2).
Quadro 1. Oligonucleotídeos usados na RT-Semi-Nested-PCR.
Oligo Sequência
Posição no genoma
(prM/M)
D1 5’-TCAATATGCTGAAACGCGCGAGAAACCG -3’ 134-161
D2 5’-TTGCACCAACAGTCAATGTCTTCAGGTTC -3’ 616-644
TS1 5’-CGTCTCAGTGATCCGGGGG-3’ 568-586
TS2 5’-CGCCACAAGGGCCATGAACAG-3 232-252
TS3 5’-TAACATCATCATGAGACAGAGC-3’ 400-421
TS4 5’-CTCTGTTGTCTAAAACAAGAGA-3’ 506-527
Fonte: Lanciotti et al. (1992).
44
Quadro 2. Tamanho dos amplicons do VDEN
produzido na RT-Semi-Nested-PCR.
Tamanho do Amplicon
Vírus
1°PCR (pb)
Dengue 511
Vírus 2°PCR (pb)
VDEN1 482
VDEN2 119
VDEN3 290
VDEN4 395
Fonte: Lanciotti et al. (1992).
4.6 Análise estatística
Os dados referentes à quantidade de alados de A. aegypti registrados por
bairro, mês e períodos do ano, bem como os climáticos (temperatura, umidade relativa
do ar e precipitação pluviométrica) foram avaliados quanto ao ajuste à distribuição
normal, por meio do teste de Lilliefors e à homocedasticidade, por meio do teste de
Levene (ZAR, 1999; STATSOFT, 2001). Sempre que os dados não se ajustaram à
distribuição normal ou não tiveram variâncias homogêneas, estes foram transformados
(ZAR, 1999) e, novamente, submetidos ao exame de ajuste à normalidade e à
homocedasticidade. Sempre que as premissas relativas à utilização de testes
paramétricos não puderam ser observadas, análises não-paramétricas correspondentes
foram utilizadas.
Para examinar a variação da quantidade de alados de A. aegypti ao longo do
período de amostragem foi utilizado o Teste de Kruskal-Wallis (ZAR, 1999). Para
examinar a relação entre quantidade de alados A. aegypti e as variáveis climáticas de
umidade relativa do ar, precipitação pluviométrica e temperatura do ar, foi utilizada a
Correlação por postos de Spearman (ZAR, 1999). O nível de significância adotado para
45
se rejeitar a hipótese nula foi 5%. O banco dados deste estudo foi elaborado utilizando-
se o software Microsoft Excel 2007 e as análises de dados foram realizadas por meio do
pacote estatístico STATISTICA 6.0 (STATSOFT, 2001).
46
5 RESULTADOS
5.1 Densidade populacional de A. aegypti e variáveis climáticas
Foram coletados 563 mosquitos A. aegypti, nos oito bairros do município de
São Luís em três períodos de realização da pesquisa: 141 no seco (novembro e
dezembro de 2008), 272 no chuvoso (março e abril de 2009) e 150 no intermediário
(julho e agosto de 2009). Destes 368 eram fêmeas (65,37%) e 195 machos (34,63%). O
período chuvoso foi o que obteve a maior frequência de alados com 48,32% dos
mosquitos coletados e o seco a manor, com 25,04% (Tabela 1), no entanto os testes
estatísticos do número de espécimes em relação aos períodos de coleta, não mostraram
diferença significativa (p = 0,1965) (Figura 5).
Na comparação entre os meses, observou-se que em março de 2009 foi obtido
o maior percentual de alados, com 30,75% e o mês de dezembro de 2008 o menor
índice, com 9,41% (Tabela 2). A análise da densidade de A. aegypti por mês também
não mostrou significância (p = 0,2423) (Figura 6).
Tabela 1. Frequência de exemplares de A. aegypti coletados nos períodos seco, chuvoso e
intermediário, em bairros do município de São Luís, Maranhão, 2008-2009.
Mosquitos A. aegypti
Período
Fêmeas () Machos ()
Total
Seco
94 47 141 (25,04%)
Chuvoso
182 90 272 (48,32%)
Intermediário
92 58 150 (26,64%)
Total
368 (65,37%) 195 (34,63%) 563 (100,00%)
47
Tabela 2. Frequência de exemplares de A. aegypti coletados mensalmente nos períodos seco,
chuvoso e intermediário, em bairros do município de São Luís, Maranhão, 2008-
2009.
Mosquitos A. aegypti
Mês e Ano
Fêmeas () Machos ()
Total
Novembro de 2008
51 37 88 (15,63%)
Dezembro de 2008
43 10 53 (9,41%)
Março de 2009
122 51 173 (30,75%)
Abril de 2009
60 39 99 (17,58%)
Julho de 2009
58 35 93 (16,51%)
Agosto de 2009
34 23 57 (10,12%)
Total
368 (65,37%) 195 (34,63%) 563 (100,00%)
Figura 6
.
Adultos de A. aegypti registrados nos períodos seco, chuvoso e
intermediário, em bairros do município de São Luís, Maranhão. Teste
Kruskal-Wallis = 3,253983; p = 0,1965.
48
Em relação aos dados climatológicos, observou-se que o mês de novembro de
2008 registrou a maior temperatura média mensal, com 29,14ºC, e o mês de abril de
2009 a menor do período de estudo, com 26,22ºC (Tabela 3). Quanto à umidade relativa
do ar média mensal, o mês de abril apresentou maior percentual com 87,43% e o mês de
novembro a menor, com 68,16% (Tabela 4). Na comparação entre os meses em relação
à precipitação pluviométrica mensal, novamente os meses de novembro e abril tiveram
destaque. No primeiro não houve o registro de chuvas e no segundo, a maior incidência
com o acumulado de 537,6 mm (Tabela 5). Os dados climatológicos foram fornecidos
pelo Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual
do Maranhão, no município de São Luís, Maranhão.
Figura 7
.
Adultos de A. aegypti registrados entre os meses de novembro de 2008 e
agosto de 2009, nos períodos seco, chuvoso e intermediário em bairros do
município de São Luís, Maranhão. Teste Kruskal-Wallis = 6,719955; p =
0,2423.
49
Tabela 3. Médias mensais de temperatura registradas no município de São Luís, Maranhão, no
período de novembro de 2008 a agosto de 2009.
Mês / Ano
Temperatura Média
Máxima Mensal
(ºC)
Temperatura Média
Mínima Mensal
(ºC)
Temperatura Média
Mensal
(ºC)
Nov. / 2008 32,88 25,40 29,14
Dez. / 2008 32,05 25,17 28,61
Mar. / 2009 29,90 23,46 26,68
Abr. / 2009 29,24 23,21 26,22
Jul. / 2009 32,16 22,30 27,23
Ago. / 2009 32,70 23,06 27,88
Fonte: Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão, São Luís,
Maranhão.
Tabela 4. Médias mensais relativas à umidade relativa do ar, registradas no município de São
Luís, Maranhão, no período de novembro de 2008 a agosto de 2009.
Mês / Ano
Umidade Relativa do
Ar Média Máxima
Mensal
(%)
Umidade Relativa do
Ar Média Mínima
Mensal
(%)
Umidade Relativa do
Ar Média Mensal
(%)
Nov. / 2008 82,26 54,06 68,16
Dez. / 2008 88,83 57,03 72,93
Mar. / 2009 97,93 72,45 85,19
Abr. / 2009 98,70 76,16 87,43
Jul. / 2009 99,41 65,29 82,35
Ago. / 2009 96,70 60,64 78,67
Fonte: Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão, São Luís,
Maranhão.
Tabela 5. Precipitação pluviométrica mensal registrada no município de São Luís, Maranhão,
no período de novembro de 2008 a agosto de 2009.
Mês / Ano
Precipitação Pluviométrica Mensal
(mm)
Nov. / 2008 0
Dez. / 2008 40,6
Mar. / 2009 442,2
Abr. / 2009 537,6
Jul. / 2009 82,4
Ago. / 2009 23,2
Fonte: Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão, São Luís,
Maranhão.
50
Os resultados da correlação entre a quantidade de exemplares de A. aegypti e
variáveis climáticas encontram-se na Tabela 6. Em relação aos fatores abióticos (médias
de temperatura, umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica) e o número de
alados não foi observada correlação positiva e negativa. Os maiores valores de
Correlação de Spearman referiram-se à associação entre número total de alados e a
umidade relativa do ar média mensal, e número total de alados e a umidade relativa do
ar média mensal mínima com 0,771429 (p = 0,072397). A Correlação de Spearman
mostrou menor valor de associação, em relação a número de alados e temperatura média
mensal mínima, com - 0,771429 (p = 0,072397).
Tabela 6. Associação entre quantidade de alados de A. aegypti e fatores abióticos nos períodos
seco, chuvoso e intermediário, em bairros do município de São Luís, Maranhão.
Pares de Variáveis N R t p-level
Alados x PP 6 0,714286
2,04124 0,110787
Alados x URA Média Mensal 6 0,771429
2,42467 0,072397
Alados x URA Média Mensal Máx. 6 0,6 1,5 0,208
Alados x URA Média Mensal Min. 6 0,771429
2,42467 0,072397
Alados x T Média Mensal 6 -0,2 -0,40825 0,704
Alados x T Média Mensal Máx. 6 -0,542857
-1,29279 0,265703
Alados x T Média Mensal Min. 6 -0,771429
-2,42467 0,072397
PP = Precipitação Pluviométrica; URA = Umidade Relativa do Ar; T = Temperatura; Máx. = máxima; Min. =
mínima; R = Correlação de Spearman.
Fonte: Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão , São Luís,
Maranhão.
5.2 Densidade populacional de A. aegypti por bairros
Os espécimes foram coletados nos bairros previamente sorteados nos distritos
Centro e Cohab. No período seco, o bairro João Paulo (Distrito Centro) apresentou
maior percentual de alados, com 39,75%, (56 exemplares, sendo 37 fêmeas e 19
machos), sendo seguido pelo Goiabal (Distrito Centro) com 27,66% (39 espécimes,
sendo 23 fêmeas e 16 machos). No mesmo período, o Coréia de Baixo (Distrito Centro)
registrou a menor incidência de A.aegypti, com apenas 2,12% (3 exemplares fêmeas),
sendo seguido pelos bairros Residencial Canudos (Distrito Cohab) (4 mosquitos, sendo
3 fêmeas e 1 macho) e Conjunto Cohatrac I (Distrito Cohab) (4 fêmeas) com 2,83%
cada (Tabela 7).
51
Tabela 7. Frequência de exemplares de A. aegypti coletados por bairro, em São Luís, Maranhão, no
período de novembro e dezembro de 2008.
Formas adultas Bairros Número de
exemplares (%)
Fêmeas () Machos ()
Coréia de Baixo 3 (2,12) 3 -
Lira 6 (4,25) 6 -
Goiabal 39 (27,66) 23 16
João Paulo 56 (39,75) 37 19
Itapiracó 8 (5,67) 4 4
Residencial Canudos 4 (2,83) 3 1
Conjunto Cohatrac I 4 (2,83) 4 -
Vila Luisão 21 (14,89) 14 7
Total 141 (100) 94 (72,86%) 47 (27,14%)
Em relação ao período chuvoso, o bairro com maior quantidade de espécimes
coletados também foi o João Paulo, com 84 exemplares (51 fêmeas e 33 machos), o
equivalente a 30,91%. O segundo com maior densidade de alados de A. aegypti foi o
Lira com 21,32% (58 exemplares, com 43 fêmeas e 15 machos). Os bairros com
menores valores foram o Residencial Canudos, com 1,83% (5 alados, sendo 3 fêmeas e
2 machos) e o Itapiracó com 4,41% (12 exemplares, sendo 7 fêmeas e 5 machos)
(Tabela 8).
Tabela 8. Frequência de exemplares de A. aegypti coletados por bairro em São Luís, Maranhão, no
período de março e abril de 2009.
Formas adultas Bairros Número de
exemplares (%)
Fêmeas () Machos ()
Coréia de Baixo 21 (7,72) 13 8
Lira 58 (21,32) 43 15
Goiabal 42 (15,44) 29 13
João Paulo 84 (30,91) 51 33
Itapiracó 12 (4,41) 7 5
Residencial Canudos 5 (1,83) 3 2
Conjunto Cohatrac I 36 (13,23) 30 6
Vila Luisão 14 (5,14) 6 8
Total 272 (100) 182 (66,91%) 90 (33,09%)
52
No período intermediário, os bairros com maior quantidade de espécimes
coletados foram o Goiabal (Distrito Centro) com 33,35% (50 exemplares, sendo 33
fêmeas e 17 machos) e novamente o João Paulo com 23,33% (35 alados, com 22 fêmeas
e 13 machos). Os menores valores foram registrados no Conjunto Cohatrac I com
2,00% (3 fêmeas) e Residencial Canudos com 3,33% (5 espécimes, sendo 2 fêmeas e 3
machos) (Tabela 9).
Tabela 9. Frequência de exemplares de A. aegypti coletados por bairro em São Luís, Maranhão, no
período de julho e agosto de 2009.
Formas adultas Bairros Número de
exemplares (%)
Fêmeas () Machos ()
Coréia de Baixo 12 (8,00) 9 3
Lira 21 (14,00) 9 12
Goiabal 50 (33,35) 33 17
João Paulo 35 (23,33) 22 13
Itapiracó 10 (6,66) 7 3
Residencial Canudos 5 (3,33) 2 3
Conjunto Cohatrac I 3 (2,00) 3 -
Vila Luisão 14 (9,33) 7 7
Total 150 (100) 92 (61,33%) 58 (38,67%)
O Teste de Kruskal-Wallis mostrou que a quantidade de alados variou
significativamente entre os bairros (p = 0,0094), sendo o João Paulo e o Goiabal os que
apresentaram as densidades mais elevadas considerando-se o total de espécimes
coletados nos três períodos (Figura 7).
53
5.3 Análises Viral e Molecular
Foi realizado o isolamento viral de todas as amostras, porém não foi
constatada positividade para os vírus dengue. Também se utilizou a RT-PCR para
detecção do vírus dengue em todas as amostras com exceção da AR757003 (4 fêmeas
de A. aegypti do Conjunto Cohatrac I), devido à reduzida quantidade de material
sobrenadante. A Tabela 10 mostra a relação dos A. aegypti coletados no período seco,
com os resultados das análises viral e molecular. Não se encontrou positividade em
nenhum dos lotes (Figura 8).
Figura 8
.
Adultos de A. aegypti registrados por bairro, no município de São Luís,
Maranhão. Teste Kruskal-Wallis = 18,63852; p = 0,0094.
54
Tabela 10. Relação de lotes de mosquitos A. aegypti por bairro, referente ao período seco (novembro e
dezembro de 2008).
Número de
registro
Mosquitos
/lote
Bairro Resultado do
Isolamento Viral
Resultado da
RT-PCR
AR756993 3 Coréia de Baixo Negativo Negativo
AR756994 6 Lira Negativo Negativo
AR756995 23 Goiabal Negativo Negativo
AR756996 16 Goiabal Negativo Negativo
AR756997 37 João Paulo Negativo Negativo
AR756998 19 João Paulo Negativo Negativo
AR756999 4 Itapiracó Negativo Negativo
AR757000 4 Itapiracó Negativo Negativo
AR757001 3 Residencial Canudos Negativo Negativo
AR757002 1 Residencial Canudos Negativo Negativo
AR757003 4
Conjunto Cohatrac I Negativo Não realizado
AR757004 14
Vila Luisão Negativo Negativo
AR757005 7 Vila Luisão Negativo Negativo
Legenda
1. AR756993
2. AR756994
3. AR756995
4. AR756996
5. AR756997
6. AR756998
7. AR756999
8. AR757000
9. AR757001
10. AR757002
11. AR757004
12. AR757005
13. C + VDEN1 (482 pb)
14. C + VDEN2 (119 pb)
15. C + VDEN3 (290 pb)
16. C + VDEN4 (392 pb)
17. C - Água (H
2
O)
18. Peso Molecular (Low DNA
Mass Ladder)
Figura 9
.
Amostras de A. aegypti, referentes ao período seco, visualizadas em gel de agarose a 2%,
após coloração com brometo de etídio.
55
Em relação ao período chuvoso, a tentativa de isolamento viral e a RT-PCR
das amostras também não atestaram positividade para os vírus dengue (Tabela 11 e
Figura 9).
Tabela 11. Relação de lotes de mosquitos A. aegypti por bairro, referente ao período chuvoso (março e
abril de 2009).
Número de
registro
Mosquitos
/lote
Bairro Resultado do
Isolamento Viral
Resultado da
RT-PCR
AR759640 13 Coréia de Baixo Negativo Negativo
AR759641 8 Coréia de Baixo Negativo Negativo
AR759642 33 Lira Negativo Negativo
AR759643 10 Lira Negativo Negativo
AR759544 15 Lira Negativo Negativo
AR759645 16 Goiabal Negativo Negativo
AR759646 13 Goiabal Negativo Negativo
AR759647 13 Goiabal Negativo Negativo
AR759648 21 João Paulo Negativo Negativo
AR759649 20 João Paulo Negativo Negativo
AR759650 9 João Paulo Negativo Negativo
AR759651 25 João Paulo Negativo Negativo
AR759652 8 João Paulo Negativo Negativo
AR759653 1 João Paulo Negativo Negativo
AR759654 7 Itapiracó Negativo Negativo
AR759655 5 Itapiracó Negativo Negativo
AR759656 3 Residencial Canudos Negativo Negativo
AR759657 2 Residencial Canudos Negativo Negativo
AR759658 13 Conjunto Cohatrac I Negativo Negativo
AR759659 17 Conjunto Cohatrac I Negativo Negativo
AR759660 6 Conjunto Cohatrac I Negativo Negativo
AR759661 6 Vila Luisão Negativo Negativo
AR759662 8
Vila Luisão Negativo Negativo
56
Legenda
1. AR759640
2. AR759641
3. AR759642
4. AR759643
5. AR759644
6. AR759645
7. AR 759646
8. AR759647
9. AR759648
10. AR759649
11. AR759650
12. AR759651
13. AR759652
14. AR759653
15. AR759654
16. AR759655
17. AR759656
18. AR759657
19. AR759658
20. AR759659
21. AR759660
22. AR759661
23. AR759662
24. C+ D1 (482 pb)
25. C + VDEN2 (119 pb)
26. C + VDEN3 (290 pb)
27. C + VDEN4 (392 pb)
28. C - Água (H
2
O)
29. Peso Molecular (Low DNA
Mass Ladder)
Figura 10
.
Amostras de A. aegypti referentes ao período chuvoso, visualizadas em gel de agarose a 2%, após
coloração com brometo de etídio.
57
Quanto ao período intermediário, a tentativa de isolamento viral e a RT-PCR
das amostras mais uma vez não mostraram positividade para os vírus dengue (Tabela
12).
Tabela 12. Relação de lotes de mosquitos A. aegypti por bairro, referente ao período intermediário
(julho e agosto de 2009).
Número de
registro
Mosquitos
/lote
Bairro Resultado do
Isolamento Viral
Resultado da
RT-PCR
AR765222 9 Coréia de Baixo Negativo Negativo
AR765223 3 Coréia de Baixo Negativo Negativo
AR765226 9 Lira Negativo Negativo
AR765227 12 Lira Negativo Negativo
AR765230 33 Goiabal Negativo Negativo
AR765231 17 Goiabal Negativo Negativo
AR765234 22 João Paulo Negativo Negativo
AR765235 13 João Paulo Negativo Negativo
AR765238 7 Itapiracó Negativo Negativo
AR765239 3 Itapiracó Negativo Negativo
AR765256 2
Residencial Canudos Negativo Negativo
AR765257 3 Residencial Canudos Negativo Negativo
AR765269 3
Conjunto Cohatrac I Negativo Negativo
AR765271 7
Vila Luisão Negativo Negativo
AR765272 7 Vila Luisão Negativo Negativo
58
6 CONCLUSÕES
- A maior densidade de alados de A. aegypti foi registrada no período chuvoso, no
município de São Luís, Maranhão;
- Não foi verificada correlação positiva e/ou negativa entre os fatores climáticos
(precipitação pluviométrica, umidade relativa do ar e temperatura) e quantidade de
alados de A. aegypti coletados;
- Todas as amostras de A. aegypti coletadas no município de São Luís foram negativas
para o vírus dengue;
- O Distrito Centro apresentou os bairros com maior índice de infestação por A. aegypti,
sendo o João Paulo e o Goiabal os que obtiveram densidade significativa em relação aos
outros bairros no período de estudo.
59
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65
APÊNDICES
66
1 Apêndice 1
1.1 Primeiro Artigo Científico
1.1.1 Classificação do Qualis do Periódico na área de Medicina II:
ISSN Título Estrato Área de Avaliação
0034-8910
Revista de Saúde Pública
(USP. Impresso)
B2 MEDICINA II
1.1.2 Normas Editoriais:
Artigos Originais. Incluem estudos observacionais, estudos experimentais
ou quase-experimentais, avaliação de programas, análises de custo-efetividade, análises
de decisão e estudos sobre avaliação de desempenho de testes diagnósticos para triagem
populacional. Cada artigo deve conter objetivos e hipóteses claras, desenho e métodos
utilizados, resultados, discussão e conclusões. Incluem também ensaios teóricos (críticas
e formulação de conhecimentos teóricos relevantes) e artigos dedicados à apresentação
e discussão de aspectos metodológicos e técnicas utilizadas na pesquisa em saúde
pública. Neste caso, o texto deve ser organizado em tópicos para guiar os leitores quanto
aos elementos essenciais do argumento desenvolvido.
Preparação do Manuscrito. Devem ser digitados em extensão .doc, .txt ou
.rtf, com letras Arial, corpo 12, página em tamanho A-4, incluindo resumos,
agradecimentos, referências e tabelas. Todas as páginas devem ser numeradas. Deve-se
evitar no texto o uso indiscriminado de siglas, excetuando as conhecidas. Os critérios
éticos da pesquisa devem ser respeitados. Para tanto os autores devem explicitar em
Métodos que a pesquisa foi conduzida dentro dos padrões exigidos pela Declaração de
Helsinque e aprovada pela comissão de ética da instituição onde a pesquisa foi
realizada. Aceitam-se manuscritos nos idiomas português, espanhol e inglês. Para
aqueles submetidos em português oferece-se a opção de tradução do texto completo
para o inglês e a publicação adicional da versão em inglês em meio eletrônico.
Independentemente do idioma empregado, todos manuscritos devem apresentar dois
67
resumos, sendo um em português e outro em inglês. Quando o manuscrito for escrito em
espanhol, deve ser acrescentado um terceiro resumo nesse idioma.
Dados de identificação:
a) Título do artigo - deve ser conciso e completo, limitando-se a 93 caracteres, incluindo
espaços. Deve ser apresentada a versão do título em inglês.
b) Título resumido - com até 45 caracteres, para fins de legenda nas páginas impressas.
c) Nome e sobrenome de cada autor, seguindo formato pelo qual é indexado.
d) Instituição a que cada autor está afiliado, acompanhado do respectivo endereço (uma
instituição por autor).
e) Nome e endereço do autor responsável para troca de correspondência.
f) Se foi subvencionado, indicar o tipo de auxílio, o nome da agência financiadora e o
respectivo número do processo.
g) Se foi baseado em tese, indicar o nome do autor, título, ano e instituição onde foi
apresentada.
h) Se foi apresentado em reunião científica, indicar o nome do evento, local e data da
realização.
Descritores. Devem ser indicados entre 3 e 10, extraídos do vocabulário
"Descritores em Ciências da Saúde" (DeCS), quando acompanharem os resumos em
português, e do Medical Subject Headings (MeSH), para os resumos em inglês. Se não
forem encontrados descritores disponíveis para cobrirem a temática do manuscrito,
poderão ser indicados termos ou expressões de uso conhecido.
Agradecimentos. Devem ser mencionados nomes de pessoas que prestaram
colaboração intelectual ao trabalho, desde que não preencham os requisitos para
participar da autoria. Deve haver permissão expressa dos nomeados (ver documento
Responsabilidade pelos Agradecimentos). Também podem constar desta parte
agradecimentos a instituições quanto ao apoio financeiro ou logístico.
68
Referências. As referências devem ser ordenadas alfabeticamente,
numeradas e normalizadas de acordo com o estilo Vancouver. Os títulos de periódicos
devem ser referidos de forma abreviada, de acordo com o Index Medicus, e grafados no
formato itálico. No caso de publicações com até 6 autores, citam-se todos; acima de 6,
citam-se os seis primeiros, seguidos da expressão latina "et al". Exemplos:
Fernandes LS, Peres MA. Associação entre atenção básica em saúde bucal e indicadores
socioeconômicos municipais. Rev Saude Publica. 2005;39(6):930-6.
Forattini OP. Conceitos básicos de epidemiologia molecular. São Paulo: Edusp; 2005.
Karlsen S, Nazroo JY. Measuring and analyzing "race", racism, and racial
discrimination. In: Oakes JM, Kaufman JS, editores. Methods in social epidemiology.
San Francisco: Jossey-Bass; 2006. p. 86-111.
Zinn-Souza LC, Nagai R, Teixeira LR, Latorre MRDO, Roberts R, Cooper SP, et al .
Fatores associados a sintomas depressivos em estudantes do ensino médio de São Paulo,
Brasil. Rev Saude Publica. 2009; 42(1):34-40.
Para outros exemplos recomendamos consultar o documento "Uniform
Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: Writing and Editing
for Medical Publication" (http://www.icmje.org). Comunicação pessoal, não é
considerada referência bibliográfica. Quando essencial, pode ser citada no texto,
explicitando em rodapé os dados necessários. Devem ser evitadas citações de
documentos não indexados na literatura científica mundial e de difícil acesso aos
leitores, em geral de divulgação circunscrita a uma instituição ou a um evento; quando
relevantes, devem figurar no rodapé das páginas que as citam. Da mesma forma,
informações citadas no texto, extraídas de documentos eletrônicos, não mantidas
permanentemente em sites, não devem fazer parte da lista de referências, mas podem ser
citadas no rodapé das páginas que as citam.
Citação no texto. Deve ser indicado em expoente o número correspondente
à referência listada. Deve ser colocado após a pontuação, nos casos em que se aplique.
Não devem ser utilizados parênteses, colchetes e similares. O número da citação pode
ser acompanhado ou não do (s) nome (s) do (s) autor (es) e ano de publicação. Se forem
69
citados dois autores, ambos são ligados pela conjunção "e"; se forem mais de dois, cita-
se o primeiro autor seguido da expressão "et al". Exemplos:
Segundo Lima et al
9
(2006), a prevalência se transtornos mentais em estudantes de
medicina é maior do que na população em geral.
Parece evidente o fracasso do movimento de saúde comunitária, artificial e distanciado
do sistema de saúde predominante.
12,15
A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação no texto
são de responsabilidade do (s) autor (es) do manuscrito.
Tabelas. Devem ser apresentadas separadas do texto, numeradas
consecutivamente com algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto. A
cada uma deve-se atribuir um título breve, não se utilizando traços internos horizontais
ou verticais. As notas explicativas devem ser colocadas no rodapé das tabelas e não no
cabeçalho ou título. Se houver tabela extraída de outro trabalho, previamente publicado,
os autores devem solicitar autorização da revista que a publicou, por escrito, para sua
reprodução. Esta autorização deve acompanhar o manuscrito submetido à publicação.
Quadros são identificados como Tabelas, seguindo uma única numeração em todo o
texto.
Figuras. As ilustrações (fotografias, desenhos, gráficos, etc.), devem ser
citadas como figuras. Devem ser numeradas consecutivamente com algarismos
arábicos, na ordem em que foram citadas no texto; devem ser identificadas fora do
texto, por número e título abreviado do trabalho; as legendas devem ser apresentadas ao
final da figura; as ilustrações devem ser suficientemente claras para permitir sua
reprodução, com resolução nima de 300 dpi. Não se permite que figuras representem
os mesmos dados de Tabela. Não se aceitam gráficos apresentados com as linhas de
grade, e os elementos (barras, círculos) não podem apresentar volume (3-D). Figuras
coloridas são publicadas excepcionalmente. Nas legendas das figuras, os símbolos,
flechas, números, letras e outros sinais devem ser identificados e seu significado
esclarecido. Se houver figura extraída de outro trabalho, previamente publicado, os
autores devem solicitar autorização, por escrito, para sua reprodução. Estas autorizações
devem acompanhar os manuscritos submetidos à publicação.
70
1.1.3 Artigo Completo:
Título original: Estudo da circulação de vírus dengue em Aedes aegypti
(Diptera: Culicidae) no município de São Luís, Maranhão.
Título em inglês: Study of the circulation of virus dengue in Aedes aegypti
(Diptera: Culicidae) in São Luís, Maranhão.
Título corrido: Sorotipos do dengue em São Luís, Maranhão.
Juliana Maria Trindade Bezerra
1,4
Ana Cecília Ribeiro Cruz
2
Mayra de Oliveira e Silva
2
Eliana Vieira Pinto da Silva
2
Wanderli Pedro Tadei
3
Valéria Cristina Soares Pinheiro
4
1. Programa de Pós Graduação em Saúde Materno-Infantil da Universidade
Federal do Maranhão – Mestrado Acadêmico. A correspondência deve ser
dirigida a: Juliana Maria Trindade Bezerra. Curso de Ciências Biológicas,
Laboratório de Entomologia Médica, Universidade Estadual do Maranhão –
Centro de Estudos Superiores de Caxias. Praça Duque de Caxias s/n Morro do
Alecrim, Caxias MA, 65600-000, Brasil. E-mails: [email protected];
2. Instituto Evandro Chagas Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas.
Rodovia BR-316 km 7 s/n Levilândia, Ananindeua – PA, 67030-000, Brasil.
3. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Laboratório de Malária e
Dengue. Avenida André Araújo 2936 Aleixo, Manaus – AM, 69060-001, Brasil.
4. Universidade Estadual do Maranhão Centro de Estudos Superiores de
Caxias. Curso de Ciências Biológicas, Laboratório de Entomologia Médica,
Universidade Estadual do Maranhão Centro de Estudos Superiores de
Caxias. Praça Duque de Caxias s/n Morro do Alecrim, Caxias MA, 65600-
000, Brasil.
71
Parte da dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Materno-Infantil da Universidade Federal do Maranhão
em 2010.
RESUMO
OBJETIVO: Detectar a presença do vírus dengue em alados de Aedes aegypti.
MÉTODOS: Oito bairros foram selecionados aleatoriamente para coleta de
alados de Aedes aegypti no município de São Luís Maranhão, no Nordeste do
Brasil. Foram visitados 320 imóveis, sendo 40 por bairro, em três períodos:
seco (novembro e dezembro de 2008), chuvoso (março e abril de 2009) e
intermediário (julho e agosto de 2009), tanto no intradomicílio quanto no
peridomicílio. Para coleta dos alados, utilizou-se aspirador mecânico acoplado
a uma bateria. Após contagem, identificação e armazenamento a 86ºC, os
espécimes foram submetidos a análises de detecção viral por métodos
moleculares (RT-PCR) e Isolamento Viral em cultura de células de Aedes
albopictus, linhagem C6/36.
RESULTADOS: Foram coletados 563 mosquitos Aedes aegypti, com maior
frequência de alados no período chuvoso, 272 espécimes (48,32%). Os testes
estatísticos do número de alados em relação aos períodos e meses de coleta,
não mostraram diferença significativa. Os exemplares de Aedes aegypti foram
divididos em lotes para as análises moleculares, considerando-se os bairros de
coleta. O número de lotes diferiu em cada período: 13 no seco, 23 no chuvoso
e 15 no intermediário. O isolamento viral e a RT-PCR dos mosquitos foram
negativos.
CONCLUSÕES: A não detecção de vírus dengue em mosquitos pode estar
relacionada ao reduzido número de casos de dengue registrados no município
de São Luís no período de estudo, indicando baixa endemicidade, o que
dificulta a detecção viral em vetores artrópodes.
DESCRITORES: Aedes aegypti. Vírus Dengue. Isolamento viral. RT-PCR.
ABSTRACT
72
OBJECTIVE: To detect the presence of dengue virus in winged Aedes aegypti.
METHODS: Eight districts were selected randomly for collection of winged Aedes aegypti in the
municipality of São Luís, Maranhão, in northeastern Brazil. 320 properties were visited, with 40
per quarter, in three periods: dry (November-December 2008), rainy (March-April 2009) and
intermediate (July / August 2009), both indoors and outside the home. For collection of winged
insects, we used mechanical vacuum attached to a battery. After counting, identification and
storage at - 86 ° C, the specimens were submitted t o analysis of viruses by molecular methods
(RT-PCR) and viral isolation in cell cultures of Aedes albopictus, C6/36 strain.
RESULTS: We collected 563 mosquitoes Aedes aegypti, with higher frequency of winged in the
rainy season, 272 specimens (48.32%). Statistical tests of the number of winged individuals in
respect of periods and months of collection, showed no significant difference. Copies of Aedes
aegypti were divided into pools for molecular analysis, considering the neighborhoods of
collection. The number of pools differed in each period: 13 in the dry, 23 in rainy and 15 in the
intermediate. The virus isolation and RT-PCR of mosquitoes were negative.
CONCLUSIONS: The failure to detect dengue virus in mosquitoes may be related to the low
number of reported dengue cases in the city of São Luís during the study period, indicating low
endemic, making it difficult to detect viral vector arthropods.
KEY WORDS: Aedes aegypti. Dengue Virus Dengue.
Viral isolation
. RT-PCR.
INTRODUÇÃO
No Brasil o dengue é hoje objeto da maior campanha de saúde
pública, que se concentra no controle do Aedes aegypti, único vetor
reconhecido como transmissor do vírus do dengue no continente americano.
Este mosquito está adaptado a se reproduzir nos ambientes doméstico e
peridoméstico, utilizando-se de recipientes descartáveis e / ou que armazenam
água potável e que acumulam água de chuvas, comumente encontrados nos
lixos das cidades
1
.
No Estado do Maranhão, o Aedes aegypti foi introduzido em São Luís,
capital do Estado, em 1969, mas chamou a atenção dos órgãos de saúde
pública no ano de 1995, quando foram notificados os primeiros casos de
dengue clássico (DC). Em 2001 foi isolado o vírus dengue sorotipo 2 (VDEN2),
e até julho de 2006, os sorotipos VDEN1, VDEN2 e VDEN3 foram detectados
como circulantes no Estado
2
. Nos anos de 2006 e 2007 ocorreram 6.540 e
73
14.616 notificações, respectivamente
2,3
. Além disso, foi observado o aumento
da forma hemorrágica do Dengue (FHD) e a ocorrência de óbitos. durante o
ano de 2007 foram notificados 163 casos, sendo que destes, 7,97% evoluíram
para óbito
3
. Em 2008, foram notificados 1.256 casos suspeitos de dengue em
São Luís, destes, 608 foram confirmados para DC e 82 evoluíram para a FHD
4
.
De janeiro a julho de 2009, o Estado registrou 291 casos suspeitos da doença,
com apenas três casos confirmados para a FHD e nenhum óbito
5
.
Considerando-se o dengue como problema de saúde pública e pelo
fato de não existir vacina, a detecção e a sorotipagem do vírus dengue por
Transcriptase Reversa seguida por Reação em Cadeia da Polimerase (RT-
PCR) são uma poderosa ferramenta para a vigilância epidemiológica, utilizando
amostras do vetor, pois a presença do vírus em mosquitos coletados no campo
permite a detecção de sorotipos de seis a oito semanas antes do início das
epidemias
6,7
.
O objetivo do presente estudo foi identificar a presença do vírus
dengue em adultos de Aedes aegypti em diversas áreas do município de São
Luís, Maranhão, e em diferentes períodos do ano para se obter informações do
comportamento do vírus dengue de acordo com as estações seca e chuvosa.
MÉTODOS
Área de Coleta
A pesquisa foi realizada no Município de São Luís, situado na Ilha de
São Luís, ao norte do Estado do Maranhão (0 31’ 47” Sul e 44º 18’ 10”
Oeste), altitude de 24,391 m e área de 827 Km
2
que corresponde
aproximadamente a 0,24% do território do Estado, e com população de
957.515 habitantes
8
. O clima é tropical quente e úmido, com duas estações: a
chuvosa (janeiro a junho), com precipitação pluviométrica média de 1.954 mm;
e a de estiagem (julho a dezembro). A temperatura varia entre 28 a 30ºC, em
média
9
.
Foram selecionados aleatoriamente dois distritos do município de São
Luís e em cada um destes, sorteados quatro bairros, totalizando oito bairros:
Distrito Centro Coréia de Baixo, Lira, Goiabal e João Paulo; e Distrito Cohab
74
– Itapiracó, Residencial Canudos, Conjunto Cohatrac I e Vila Luisão. As coletas
foram realizadas em quatro quarteirões e dez imóveis por quarteirão,
perfazendo um total de 32 quarteirões e 320 imóveis visitados. As visitas foram
feitas juntamente com supervisores e agentes de controle do dengue da
Secretaria Municipal de Saúde de São Luís.
Coleta dos Alados
As coletas foram realizadas em três peodos: seco (novembro e
dezembro de 2008), chuvoso (março e abril de 2009) e intermediário,
caracterizando o término do chuvoso e início do seco (julho e agosto de 2009).
A captura dos alados foi feita utilizando-se aspirador mecânico segundo Nasci
10
(1981). Os espécimes foram anestesiados com acetato de etila e transportados
ao Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário da Universidade
Federal do Maranhão, para realização da identificação usando as chaves de
identificação de Forattini
11
(2002) e posterior armazenamento em freezer a
86º C.
Detecção e sorotipagem do vírus dengue (VDEN)
Os espécimes coletados foram encaminhados ao Laboratório de
Entomologia onde foi feita a confirmação da identificação dos exemplares e aos
Laboratórios de Cultura de lulas e Biologia Molecular para tentativa de
isolamento viral e realização da RT-PCR, da Seção de Arbovirologia e Febres
Hemorrágicas, do Instituto Evandro Chagas, em Ananindeua, Pará.
Os espécimes de Aedes aegypti foram divididos em lotes que
continham de 1 a 37 mosquitos e foram macerados em solução de PBS
(tampão salino fosfato pH 7,4) contendo albumina bovina a 0,75%, penicilina
(100 UI/mL) e estreptomicina (100 µg/mL), de acordo com o Protocolo de
Reynes (1995)
12
.
O sobrenadante foi filtrado para ser utilizado na extração de RNA e
isolamento viral. As suspensões de mosquitos adultos foram inoculadas em
cultura de células de Aedes albopictus, linhagem C6/36 (American Type
Culture Cell Colection/ATCC), e observadas para verificação de efeito
75
citopatogênico (ECP) durante 14 dias e analisadas quanto à presença do
VDEN por imunofluorescência indireta utilizando-se anticorpos monoclonais. O
método utilizado foi o descrito previamente por Gubler et al.
13
(1984)..
. O método de extração de RNA usado foi o do reagente Trizol LS
(Invitrogen/San Diego/USA), seguindo orientações do fabricante. O RNA
extraído foi eluído em água livre de RNAse. O teste de RT-Semi-Nested-PCR
de acordo com Lanciotti et al.
14
(1992), inclui o gene proteína prM/M. A reação
foi feita em duas etapas, iniciando com a síntese de cDNA a partir de RNA viral
extraído
14
.
Análise estatística
Para examinar diferenças entre os períodos e bairros de coleta, foi
utilizado o Teste de Kruskal-Wallis. O nível de significância adotado para se
rejeitar a hipótese de nulidade foi de 5%. As análises estatísticas foram
realizadas no software System Analysis Statistical
15
(2001).
RESULTADOS
Foram coletados 563 mosquitos Aedes aegypti, sendo 368 fêmeas
(65,37%) e 195 machos (34,63%). Quanto à distribuição de alados por período,
141 foram coletados no período seco, 272 no chuvoso e 150 no intermediário.
O período chuvoso foi o mais produtivo com 48,32% dos mosquitos coletados e
o seco o menos, com 25,04% (Tabela 1), no entanto os testes estatísticos do
número de espécimes em relação aos períodos de coleta, não mostraram
diferença significativa (p = 0,1965).
Os espécimes foram coletados nos bairros previamente sorteados nos
distritos Centro e Cohab. A quantidade de alados variou significativamente
entre os bairros, sendo o João Paulo e o Goiabal os que apresentaram as
densidades mais elevadas considerando-se o total de espécimes coletados nos
três períodos (p = 0,0094) (Tabela 2). Em relação aos períodos de coleta, no
período seco, o bairro João Paulo (Distrito Centro) apresentou maior percentual
de alados, com 39,75%, (56 exemplares), sendo seguido pelo Vila Luisão
(Distrito Cohab) com 14,89% (21 espécimes). No período chuvoso, o bairro
com maior quantidade de espécimes coletados também foi o João Paulo, com
76
84 exemplares, o equivalente a 30,91%. O segundo com maior densidade de
alados de Aedes aegypti no mesmo período foi o Lira com 21,32% (58
exemplares). Em relação ao período intermediário, os bairros com maior
quantidade de espécimes coletados foram o Goiabal (Distrito Centro) com
33,35% (50 exemplares) e novamente o João Paulo com 23,33% (35 alados).
Os exemplares de Aedes aegypti foram divididos em lotes que
continham de 1 a 37 mosquitos para as análises moleculares, considerando-se
os bairros de coleta. O número de lotes diferiu em cada período: 13 no seco, 23
no chuvoso e 15 no intermediário. Foi realizado o isolamento viral em todos os
lotes, porém o foi constatada positividade para os vírus dengue. Também se
utilizou a RT-PCR para detecção do rus dengue em todas as amostras. Não
se encontrou positividade em nenhum dos lotes.
DISCUSSÃO
Os espécimes de Aedes aegypti coletados foram analisados para
detecção e identificação dos sorotipos do dengue circulantes utilizando
técnicas de isolamento viral e análise molecular por RT-PCR. No entanto, não
se registrou positividade em nenhum dos lotes de mosquitos. Este resultado
deve estar relacionado pela redução acentuada de notificações da doença no
município de São Luís, durante o período de estudo. Houve uma baixa
endemicidade no ano de 2008, quando comparado a 2007, e esta situação se
repetiu devendo-se destacar que de janeiro a junho de 2009, não houve
registro de isolamento de VDEN no Estado
5
, o que atesta a baixa circulação
viral, em comparação ao ano anterior em que se notificou 5.699 casos de
dengue notificados no mesmo período
4
.
No Maranhão, na cidade de Caxias e em São Luís Lucena et al.
16
(2008) realizaram coletas de Aedes aegypti e detectaram a circulação de dois
sorotipos do dengue, o VDEN2 e o VDEN3, respectivamente. Os bairros com
positividade em Caxias foram Castelo Branco e Cangalheiro, e em São Luís,
Pirapora. Os resultados do referido trabalho foram corroborados pelos exames
positivos de pacientes diagnosticados com dengue, confirmando a circulação
dos sorotipos nas duas cidades. Deve-se enfatizar que essas coletas foram
direcionadas aos bairros com ocorrência de casos de dengue em humanos
16
.
77
O isolamento viral e a RT-PCR são alternativas para se conhecer as
taxas de infecção em vetores e monitorar a introdução de novos sorotipos em
áreas com circulação prévia de outros sorotipos
7
. Pinheiro et al.
17
(2005) em
estudo feito na cidade de Manaus, Estado do Amazonas, encontraram o
sorotipo VDEN3 em 15 grupos de fêmeas de Aedes aegypti no período anterior
a maior ocorrência de casos de dengue. Em Porto Triunfo, na Colômbia,
Romero-Vivas et al.
18
(2000) isolaram os sorotipos VDEN1 e VDEN2 em
fêmeas de Aedes aegypti. Outros estudos também têm demonstrado a
importância do isolamento de vírus dengue em mosquitos antes da
disseminação do agente etiológico para a população humana
19,20
.
Estudos utilizando fêmeas adultas coletadas no campo, obtiveram
altas taxas de infecção, como os 8,52% detectados por Lourenço-de-Oliveira et
al.
21
(2002) no Rio de Janeiro, e 16% detectados por Urdaneta et al.
7
(2005),
que coletaram adultos de Aedes aegypti em casas de pessoas infectadas na
Venezuela. Kow et al.
22
(2001), encontraram uma taxa de 0,133% ao isolar
vírus dengue de machos adultos de Aedes aegypti coletados no campo. Estes
resultados sugerem que a transmissão transovariana do vírus dengue em
Aedes aegypti pode ocorrer com uma freqüência muito baixa na natureza, e
seu papel na persistência viral em áreas urbanas pode não ser muito extensa
6
.
Zeidler et al.
6
(2008) em tentativa de isolamento de vírus dengue em
44 lotes de larvas de Aedes aegypti, coletadas em um bairro com alta
incidência de dengue e alta infestação do vetor, na cidade de Boa Vista, Estado
de Roraima, também não conseguiram detectar positividade nas amostras. O
método para triagem de vírus dengue em larvas de Aedes aegypti não é o mais
adequado para predição de epidemias, dada a sua baixa taxa de infecção
quando comparada com a seleção de fêmeas adultas. Isto pode estar
relacionada ao fato de que as fêmeas, que necessitam de repastos
sanguíneos, têm muito mais probabilidade de se infectar com vírus dengue
6
.
No entanto, no Brasil, ainda existem poucos estudos voltados para a
detecção viral do dengue em mosquitos
23
. Muitas pesquisas se restringem a
apenas analisar dados epidemiológicos, por meio da coleta de soro de
pacientes quando a epidemia já está estabelecida.
Para Pinheiro et al.
17
(2005) a investigação das taxas de infecção em
mosquitos fornece informações sobre o sorotipo circulante numa localidade,
78
antes que a doença seja transmitida em níveis elevados, possibilitando a
implementação de medidas preventivas evitando assim epidemias de grandes
proporções.
Em conclusão, a realização de análises de mosquitos pode dar
respostas sobre o período de início da circulação viral e também em que
períodos do ano há intensificação da presença dos vírus dengue, o que permite
o combate ao vetor de forma antecipada à ocorrência de casos de dengue na
população. Sugere-se, portanto, a realização da pesquisa de alados em um
período de tempo mais prolongado, ininterruptamente e de forma simultânea
em diferentes áreas de uma localidade, para aumentar as chances do encontro
de espécimes infectados. O conhecimento do sorotipo que está circulando é
uma informação fundamental para alertar a população da possibilidade de
ocorrência de formas mais graves da doença.
Agradecimentos
Ao Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário da Universidade
Federal do Maranhão pelo armazenamento dos espécimes após a
identificação. À Secretaria Municipal de Saúde de São Luís pela
disponibilização dos agentes de controle do dengue e do transporte para
deslocamento aos bairros. Ao Laboratório de Meteorologia do Núcleo
Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão pelo fornecimento dos
dados climatológicos.
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81
Tabela 1. Percentual de exemplares de A. aegypti coletados nos períodos seco,
chuvoso e intermediário, em bairros do município de São Luís, Maranhão.
Mosquitos A. aegypti
Período
Fêmeas () Machos ()
Total
Seco 94 47 141 (25,04%)
Chuvoso 182 90 272 (48,32%)
Intermediário 92 58 150 (26,64%)
Total 368 (65,37%) 195 (34,63%) 563 (100,00%)
Teste Kruskal-Wallis = 3,253983; p = 0,1965
82
Tabela 2. Número de alados coletados por período em bairros de São Luís,
Maranhão, 2008-2009.
Número de alados (%)
Período Seco
Período
Chuvoso
Período
Intermediário
Bairros
Nov. e Dez. /
2008
Mar. e Abr. /
2009
Jul. e Ago. / 2009
Total
Coréia de Baixo
3 (2,12) 21 (7,72) 12 (8,00)
36 (6,39)
Lira 6 (4,25) 58 (21,32) 21 (14,00)
85 (15,09)
Goiabal
39 (27,66) 42 (15,44) 50 (33,35)
131 (23,26)*
João Paulo 56 (39,75) 84 (30,91) 35 (23,33)
175 (31,13)*
Itapiracó
8 (5,67) 12 (4,41) 10 (6,66)
30 (5,32)
Residencial
Canudos
4 (2,83) 5 (1,83) 5 (3,33)
14 (2,48)
Conjunto
Cohatrac I
4 (2,83) 36 (13,23) 3 (2,00)
43 (7,63)
Vila Luisão 21 (14,89) 14 (5,14) 14 (9,33)
49 (8,70)
Total 141 (100,00)
272 (100,00)
150 (100,00)
563 (100,00)
Teste Kruskal-Wallis = 18,63852; p = 0,0094
Significativo a nível de 5%.
83
Tabela 3. Resultados das análises moleculares por Isolamento Viral e RT-
PCR em mosquitos Aedes aegypti coletados por período em bairros de São
Luís, Maranhão, 2008-2009.
Período Número de
pools
Resultado do
Isolamento Viral
Resultado da
RT-PCR
Seco 13 Negativo Negativo
Chuvoso 23 Negativo Negativo
Intermediário 15 Negativo Negativo
84
2 Apêndice 2
2.1 Segundo Artigo Científico
2.1.1 Classificação do Qualis do Periódico na área de Medicina II:
ISSN Título Estrato Área de Avaliação
0001-706X Acta Tropica B1 MEDICINA II
2.1.2 Normas Editoriais:
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inibição de vetores com extratos ou frações, onde os ingredientes ativos não são
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85
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Pacientes) e Métodos – Resultados – Discussões – Agradecimentos – Referências.
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(d) Um resumo, não superior a 5% do comprimento do artigo, deve ser
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colocado após o ano de publicação. No texto, quando se refere a um trabalho de mais de
dois autores, o nome do primeiro autor deve ser seguido de et al. Referências
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documento referido, o título abreviado do periódico, número do volume e da primeira e
última páginas do jornal. Periódicos, livros e vários livros do autor deve estar em
conformidade com os seguintes exemplos:
- Musaka, RA, Nayambati, VM, Nantulya, VM, Majiwa, PAO, Moloo, SK,
Musoke, AJ, 1988. Os perfis de cromossomo Trypanosomacongolese isolados de Kilifi,
Quênia e sua relação com a serodema identidade. Mol. Biochem. Parasitol. 30, 105-112.
- Garcia, L.S., Bruckner, D.A., 1988. Diagnostic Medical Parasitology.
Histológica identificação dos parasitas. Elsevier Sci. Publ. Co. Inc., New York, NY, pp.
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- Scorza, JV, Medina, R., Pérez, H., Hernandez, AG, 1985. Leishmaniose na
Venezuela. In: K.-P. Chang e R.S. Bray (Eds.), Human Doenças Parasitárias, vol. 1,
leishmaniose, Elsevier, Amsterdam, pp. 283-296.
- Títulos das revistas devem ser abreviados de acordo com theList de Serial
Title Word Abbreviations (disponível a partir International Serials Data System, 20 rue
86
Bachaumont, 75002 Paris, França. ISBN 2-904938-02-8). Referências relativas a dados
não publicados não devem ser citados na lista de referência; trabalhos aceitos para
publicação devem ser referidos como na imprensa. Referências incompleta pode resultar
em atraso da publicação.
87
2.1.3 Artigo Completo:
Variação sazonal de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) no município de São Luís,
Maranhão, Brasil.
Seasonal variation of Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) in São Luís, Maranhão,
Brazil.
Juliana Maria Trindade Bezerra
1
Jivanildo Pinheiro Miranda
2
Joaquim Pinto Nunes Neto
3
Ana Cecília Ribeiro Cruz
3
Wanderli Pedro Tadei
4
Valéria Cristina Soares Pinheiro
5
1. Programa de Pós Graduação em Saúde Materno-Infantil da Universidade Federal do
Maranhão – Mestrado Acadêmico. A correspondência deve ser dirigida a: Juliana Maria
Trindade Bezerra. Curso de Ciências Biológicas, Laboratório de Entomologia Médica,
Universidade Estadual do Maranhão Centro de Estudos Superiores de Caxias. Praça
Duque de Caxias s/n Morro do Alecrim, Caxias MA, 65600-000, Brasil. E-mails:
2. Universidade Federal do Maranhão Centro de Ciências Agrárias e Ambientais.
Rodovia BR-222 km 74 s/n Boa Vista, Chapadinha – MA, 65500-000, Brasil.
3. Instituto Evandro Chagas Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas. Rodovia
BR-316 km 7 s/n Levilândia, Ananindeua – PA, 67030-000, Brasil.
4. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Laboratório de Malária e Dengue.
Avenida André Araújo 2936 Aleixo, Manaus – AM, 69060-001, Brasil.
5. Universidade Estadual do Maranhão – Centro de Estudos Superiores de Caxias.
Curso de Ciências Biológicas, Laboratório de Entomologia Médica, Universidade
Estadual do Maranhão – Centro de Estudos Superiores de Caxias. Praça Duque de
Caxias s/n Morro do Alecrim, Caxias – MA, 65600-000, Brasil.
88
Resumo: Este estudo objetivou estimar a densidade populacional sazonal do Aedes
aegypti em bairros do município de São Luís, Estado do Maranhão, e analisar a
influência da temperatura, umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica na
distribuição dessa espécie. Foram visitados 320 imóveis em oito bairros previamente
sorteados do município: Coréia de Baixo, Lira, Goiabal, João Paulo, Itapiracó,
Residencial Canudos, Conjunto Cohatrac I e Vila Luisão. As coletas foram realizadas
em três períodos: seco (novembro e dezembro de 2008), chuvoso (março e abril de
2009) e intermediário (julho e agosto de 2009), nos turnos matutino (08h00 às 12h00) e
vespertino (14h00 às 18h00). Foram coletados 563 mosquitos Aedes aegypti, sendo 141
no seco, 272 no chuvoso e 150 no intermediário. O período chuvoso foi considerado o
mais produtivo em número de mosquitos, sendo no mês de março coletada a maior
quantidade de alados, com 173 espécimes. A análise da quantidade de adultos de Aedes
aegypti em relação aos períodos (p = 0,1965) e meses (p = 0,2423) de coleta, não
mostrou diferenças significantes. Os testes mostraram que a quantidade de alados variou
significativamente entre os bairros, sendo o João Paulo e o Goiabal, localizados na Zona
Central de São Luís, os que apresentaram as densidades mais elevadas considerando-se
o total de espécimes coletados nos três períodos (p = 0,0094). Os dados expostos neste
trabalho demonstram que em São Luís, os fatores climáticos apesar de influenciarem o
desenvolvimento do Aedes aegypti não foram apontados como os principais
responsáveis pela flutuação sazonal desse vetor, o que deve estar relacionado a fatores
sociais, culturais e outros fatores como a concentração populacional e problemas de
saneamento.
Palavras-chave: Aedes aegypti, sazonalidade, densidade populacional.
Abstract: This study aimed to estimate the seasonal population density of Aedes
aegypti in districts of o Luís, Maranhão, and to analyze the influence of temperature,
relative humidity and rainfall distribution of this species. 320 properties were visited in
eight districts previously drawn of the city: “Coréia de Baixo”, “Lira”, “Goiabal”, “João
Paulo”, Itapiracó”, “Residencial Canudos”, “Conjunto Cohatrac I” and “Vila Luisão”.
Samples were collected in three periods: dry (November-December 2008), rainy
(March-April 2009) and intermediate (July / August 2009), shifts in the morning (08h00
to 12h00) and afternoon (14h00 to 18h00). We collected 563 mosquitoes Aedes aegypti,
with 141 in the dry season, 272 in the rainy and 150 in the intermediate. The rainy
89
season was considered the most productive in the number of mosquitoes, and in March
collected the largest amount of winged, with 173 specimens. The analysis of the number
of Aedes aegypti adults in relation to periods (p = 0.1965) and months (p = 0.2423)
collection, showed no significant differences. Tests showed that the quantity of winged
varied significantly between districts, and the “João Paulo” and “Goiabal”, located in
the Central Zone of São Luís who had higher densities considering the total of
specimens collected in three periods (p = 0.0094). The data presented in this paper show
that in São Luís despite the climatic factors influence the development of Aedes aegypti
were not indicated as the main responsible for the seasonal fluctuation of this vector,
which should be related to social, cultural and other factors such as population density
and poor sanitation.
Introdução
O Aedes aegypti é o principal vetor do Dengue Clássico (DC) e da Febre
Hemorrágica do Dengue (FHD) nas Américas (Forattini, 2002). A prevenção de
epidemias do dengue depende fundamentalmente da redução populacional do vetor no
domicílio e peridomicílio principais locais nos quais ocorre a transmissão (Tauil,
2002). Aliado a isso, a eliminação dos recipientes que acumulam água e servem de
habitat para as larvas do Aedes aegypti se constitui no modo mais efetivo de reduzir sua
reprodução e dispersão nos centros urbanos brasileiros, em especial nos municípios da
Região Nordeste do país, que apresentam deficiência nos sistemas de abastecimento
(Gubler, 2002; Caprara et al., 2009).
A expansão geográfica de populações de Aedes aegypti sofre influência de
vários fatores, dentre os quais estão os climáticos (Glasser e Gomes, 2002). A
precipitação pluviométrica é um fator importante na abundância de Aedes aegypti, a
qual influi principalmente na densidade de criadouros devido ao aumento de recipientes
artificiais e naturais com acúmulo de água no extradomicílio, nos períodos e locais com
mais frequência e intensidade de chuva (Costa et al., 2008). Além disso, são cada vez
maiores as evidências de que a ampliação das áreas de disseminação do vetor, e
consequente transmissão da doença, deve-se ao aumento da temperatura do planeta,
especialmente nos últimos 100 anos (Hurtado-Díaz et al., 2007).
No Estado do Maranhão, o Aedes aegypti foi introduzido em 1969, mas
chamou a atenção dos órgãos de saúde pública no ano de 1995, quando se detectaram os
90
primeiros casos de DC. No município de São Luís verifica-se alta densidade de imóveis
infestados, o que se deve, entre outros fatores, à grande concentração populacional em
aglomerados de habitações sem saneamento básico na periferia da capital (Rebêlo et al.,
1999). É possível observar acúmulo de lixo nos quintais das residências e em terrenos
baldios, especialmente em áreas de ocupação irregular com condições de vida mais
desfavoráveis onde é limitado o alcance das políticas públicas de saneamento
(Gonçalves Neto et al., 2006).
Esta situação favorece a manutenção do vetor, além da circulação simultânea
de vários sorotipos do dengue no município, o que propicia a ocorrência de casos de
dengue. Em 2008, foram notificados 1.256 casos suspeitos em São Luís, sendo 608
confirmados para o DC e 82 para a FHD (SINAN, 2008). Em 2009, até junho houve
redução acentuada das notificações, com o registro de apenas três casos de FHD e
nenhum óbito (MS, 2009). No entanto, considerando-se a curva epidemiológica do
dengue, as medidas de controle tornaram-se constantes para evitar ou minimizar os
casos anualmente.
Dessa forma, considerando a importância das condições climáticas na dispersão
das populações de Aedes aegypti e a localização do município de São Luís numa área de
transição geográfica, o presente trabalho objetivou estimar a densidade populacional do
vetor em bairros do município nos diferentes períodos do ano, e analisar a influência da
temperatura, umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica na distribuição dessa
espécie.
Material e Métodos
A pesquisa foi realizada no município de São Luís, situado na Ilha de São Luís,
ao norte do Estado do Maranhão (02º 31’ 47” Sul e 44º 18’ 10” Oeste), altitude de
24,391 m e área de 827 Km
2
que corresponde aproximadamente a 0,24% do território
do Estado, e com população de 957.515 habitantes (IBGE-Cid@des, 2008). O clima é
tropical quente e úmido, com duas estações: a chuvosa (janeiro a junho), com
precipitação pluviométrica média de 1.954 mm; e a de estiagem (julho a dezembro). A
temperatura varia entre 28 a 30ºC, em média (GEPLAN, 2002).
Foram selecionados aleatoriamente dois distritos do município de São Luís e
em cada um destes, sorteados quatro bairros, totalizando oito bairros: Distrito Centro
Coréia de Baixo, Lira, Goiabal e João Paulo; e Distrito Cohab Itapiracó, Residencial
Canudos, Conjunto Cohatrac I e Vila Luisão. As coletas foram realizadas em 320
91
imóveis, sendo visitados 40 por bairro. As visitas foram feitas juntamente com
supervisores e agentes de controle do dengue da Secretaria Municipal de Saúde de São
Luís.
O Distrito Centro localizado na área central do município, caracteriza-se por
apresentar casarões antigos, alguns inclusive abandonados, com bairros possuindo
esgoto a céu aberto ou mesmo córregos próximos às residências, o que favorece o
acúmulo de lixo jogado pela população. O Distrito Cohab, situado mais à periferia do
município compreende uma área com extensa vegetação, o que contribui para a criação
de insetos, e nos bairros algumas ruas não possuem asfaltamento, além de apresentarem
sistema de saneamento básico deficiente.
As coletas foram realizadas em três períodos: seco (novembro e dezembro de
2008), chuvoso (março e abril de 2009) e intermediário, caracterizando o término do
chuvoso e início do seco (julho e agosto de 2009). A captura dos alados foi feita
utilizando-se aspirador mecânico acoplado a uma bateria de 12 volts (Nasci, 1981)
movimentado embaixo dos móveis e nas partes mais elevadas dos imóveis para
aspiração dos mosquitos que estivessem em repouso tanto no intradomicílio quanto no
peridomicílio. Os espécimes foram anestesiados e transportados ao Centro de Pesquisa
Clínica do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, para realização
da identificação em nível de espécie, com chaves de identificação de Forattini (2002) e
posterior armazenamento em freezer a – 86º C.
Para o tratamento estatístico, foram utilizados os dados da quantidade de
alados coletados por bairro, mês e período (seco, chuvoso e intermediário), bem como
os climáticos (temperatura, umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica). Para
examinar diferenças entre os períodos de coleta foi utilizado o Teste de Kruskal-Wallis,
e para examinar as relações entre quantidade de mosquitos adultos e dados climáticos,
foi utilizada a Correlação de Spearman. O nível de significância adotado para se rejeitar
a hipótese de nulidade foi de 5%. As análises estatísticas foram realizadas no software
System Analysis Statistical (Statsoft, 2001).
Resultados
Foram coletados 563 mosquitos Aedes aegypti, em oito bairros do município de
São Luís, nos três períodos de realização da pesquisa: 141 no seco (novembro e
dezembro de 2008), 272 no chuvoso (março e abril de 2009) e 150 no intermediário
92
(julho e agosto de 2009). Do total de alados, 368 eram fêmeas (65,37%) e 195 (34,63%)
eram machos. O período chuvoso foi o mais produtivo em número de mosquitos e no
mês de março foi coletada a maior quantidade de alados, com 30,75% (173 espécimes)
(Tabela 1). No entanto, a análise da quantidade de adultos de Aedes aegypti em relação
aos períodos (p = 0,1965) e meses (p = 0,2423) de coleta, não mostrou diferenças
significantes.
A pesquisa revelou que o mês com maior índice acumulado de chuvas foi abril
de 2009, alcançando o registro de 537,6 mm, sendo este o que apresentava o segundo
maior número de alados (17,58%). Registrou a temperatura média máxima, o mês de
novembro de 2008, com 32,88 ºC, sendo o mês mais quente, e também foi o período
sem ocorrência de chuvas. Neste mês foram coletados 15,63% dos espécimes. Em
relação à umidade relativa do ar, observou-se o maior registro médio mensal no mês de
julho de 2009, quando foram coletados 93 alados (Tabela 1).
Os resultados da correlação entre a quantidade de exemplares de Aedes aegypti
e variáveis climáticas encontram-se na Tabela 2. Em relação aos fatores abióticos
(médias de temperatura, umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica) e o
número de alados não foi observada correlação positiva e negativa. Os maiores valores
de Correlação de Spearman referiram-se à associação entre número total de alados e a
umidade relativa do ar média mensal, e número total de alados e a umidade relativa do
ar média mensal mínima com 0,771429 (p = 0,072397). A Correlação de Spearman
mostrou menor valor de associação, em relação a número de alados e temperatura média
mensal mínima, com - 0,771429 (p = 0,072397).
Os espécimes foram coletados nos bairros previamente sorteados nos distritos
Centro e Cohab. A quantidade de alados variou significativamente entre os bairros,
sendo o João Paulo e o Goiabal os que apresentaram as densidades mais elevadas
considerando-se o total de espécimes coletados nos três períodos (p = 0,0094). Em
relação aos períodos de coleta, no período seco, o bairro João Paulo (Distrito Centro)
apresentou maior percentual de alados, com 39,75%, (56 exemplares), sendo seguido
pelo Vila Luisão (Distrito Cohab) com 14,89% (21 espécimes). No período chuvoso, o
bairro com maior quantidade de espécimes coletados também foi o João Paulo, com 84
exemplares, o equivalente a 30,91%. O segundo com maior densidade de alados de
Aedes aegypti no mesmo período foi o Lira com 21,32% (58 exemplares). Em relação
ao período intermediário, os bairros com maior quantidade de espécimes coletados
93
foram o Goiabal (Distrito Centro) com 33,35% (50 exemplares) e novamente o João
Paulo com 23,33% (35 alados) (Tabela 3).
Discussão
A abundância de populações de mosquitos Aedes aegypti pode sofrer
influência de fatores bióticos e abióticos, potencialmente envolvidos com flutuações das
populações. No presente trabalho, foram realizadas coletas de Aedes aegypti em três
períodos: seco, chuvoso e intermediário, obtendo-se um total de 563 mosquitos, sendo
que a maioria dos espécimes foi coletada no período chuvoso. Os resultados de
correlação entre quantidade de exemplares de Aedes aegypti e variáveis climáticas não
mostrou associação entre os fatores abióticos (médias de temperatura, umidade relativa
do ar e precipitação pluviométrica) e número de alados em cada estação e mês de coleta.
No entanto, observou-se variação no número de exemplares coletados, com 141 no
período seco, 272 no chuvoso e 150 no período intermediário. Esse resultado mostra
que os fatores climáticos podem influenciar na densidade de mosquitos nos diferentes
períodos do ano, com aumento do número de espécies na época das chuvas.
Estudos têm mostrado associações entre a variação sazonal e a densidade de
mosquitos do gênero Aedes. Serpa et al. (2006) constataram no município de Potim, São
Paulo, a associação entre o Aedes aegypti e temperatura máxima, e entre Aedes
albopictus e pluviosidade. Na pesquisa realizada por Glasser e Gomes (2002) para
identificar a influência de fatores climáticos e a distribuição das populações de Aedes
aegypti e Aedes albopictus no Estado de São Paulo, observou-se a influência dos índices
pluviométricos nos padrões de expansão geográfica somente para o Aedes aegypti.
No presente estudo observou-se uma densidade significativamente elevada de
alados de Aedes aegypti nos bairros João Paulo e Goiabal. Estes bairros estão situados
no Distrito Centro e apresentam saneamento básico deficiente e esgoto a céu aberto. O
João Paulo é um dos bairros mais populosos de São Luís, e apresenta muitos
estabelecimentos comerciais e feiras, o que certamente propicia grande quantidade de
criadouros para o Aedes aegypti. O Goiabal possui algumas áreas com ampla vegetação,
grande parte das ruas é asfaltada e a maioria das casas possui terrenos extensos onde é
comum a criação de animais domésticos como galinhas e porcos, locais também
considerados estratégicos para o desenvolvimento de vetores.
94
Nos imóveis do João Paulo e do Goiabal foi comum o encontro de recipientes
utilizados para o armazenamento de água, o que também pode favorecer essa infestação.
Esse aspecto foi apontado por um estudo realizado na Ilha de São Luís, no qual a alta
densidade de imóveis infestados devia-se, entre outros motivos, à grande concentração
populacional em habitações aglomeradas sem saneamento básico na periferia da capital,
situação ainda observada atualmente (Rêbelo et al., 1999). Gonçalves Neto et al. (2006)
em estudo na capital maranhense também detectaram que a maioria da população dispõe
de água do sistema público, entretanto, a descontinuidade no abastecimento desencadeia
a estocagem, que em muitas ocasiões a água somente chega nas torneiras no período
da madrugada, obrigando a população a armazená-la em depósitos de grande porte.
Nesse contexto, a caixa d’água como criadouro merece atenção especial, uma vez que é
encontrada na maioria das residências como reservatório permanente. Esses depósitos e
outros usados para armazenar podem se transformar em locais ideais para a proliferação
de mosquitos, favorecendo a manutenção de sua população, mesmo em períodos com
baixas precipitações (Forattini e Brito, 2003; Penna, 2003; Caprara et al., 2009). Os
achados de Almeida et al. (2009) em pesquisa feita no Rio de Janeiro, também apontam
que problemas relacionados ao saneamento básico contribuem decisivamente para o
aumento do risco de dengue, devido a constante presença do Aedes aegypti.
Entretanto, embora os mecanismos de dispersão passiva de Aedes aegypti
sejam conhecidos, é importante que se estude a influência de diversos fatores na
expansão geográfica de suas populações, para subsidiar a formulação de estratégias de
vigilância entomológica (Glasser e Gomes, 2000). Os índices de infestação Predial, de
Breteau e de Tipo de Recipiente são ferramentas utilizadas pelos programas de controle
do dengue para medir o nível de infestação vetorial, referentes ao Levantamento de
Índice Rápido para Aedes aegypti LIRAa (MS, 2007). No entanto, não avaliam a
produtividade dos habitats de Aedes aegypti e não são considerados seguros e
suficientes para mensurar a distribuição e a intensidade dessa infestação (Kuno, 1995).
Quanto ao ambiente do imóvel no qual se encontrou mosquitos em São Luís, a
maioria dos alados foi coletada no intradomicílio, o que demonstra o comportamento
endofílico e endofágico desse mosquito. O ambiente interno do imóvel com
características próprias de temperatura, sombra, locais para repouso, e oferta de sangue
humano, mostra-se bastante propício para esse inseto que está adaptado às condições
antrópicas. Resultado semelhante foi encontrado em estudo realizado em São José do
Rio Preto, São Paulo, que demonstrou que mais de 80% dos adultos de Aedes aegypti
95
coletados estavam no intradomicílio. Essa permanência no intradomicílio diminui a
eficácia de uma das medidas de controle químico do vetor, a nebulização e o ultra baixo
volume com máquinas acopladas a veículos motorizados. Nesse caso, o inseticida é
aspergido de viaturas que circundam os quarteirões, e a entrada do produto no interior
das residências é dificultada por barreiras físicas como árvores, portas e janelas
fechadas (Barata et al., 2001). Deve-se ressaltar ainda que muitas vezes os agentes de
endemias têm dificuldades para inspecionar o ambiente interno das residências, por
resistência dos moradores, o que possibilita a permanência do vetor na habitação.
Embora os dados expostos neste trabalho não tenham comprovado a influência
dos fatores climáticos temperatura, umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica
isoladamente como responsáveis pela flutuação sazonal deste vetor, deve-se ressaltar
que o período de coleta foi restrito a um ano, com amostras para cada estação, sendo
ideal, coletas mensais e repetições anuais. As análises mostraram uma tendência ao
desenvolvimento do mosquito em períodos do ano com aumento da temperatura e
ocorrência de chuvas, pois estes fatores abióticos podem interferir na sua dinâmica
populacional potencializando o aumento do mero de criadouros e permitindo o
crescimento da população do mosquito. Deve-se ressaltar que vários outros fatores
precisam ser considerados nos estudos sobre densidade do Aedes aegypti como
criadouros, imóveis, frequência de aplicação de inseticidas, entre outros, pois são tipos
de condições dos fatores que influenciam na densidade populacional do vetor. Além
disso, a urbanização não planejada, com a existência de um sistema deficiente de
abastecimento de água e de saneamento básico nos bairros de São Luís, tem criado
novas oportunidades para reprodução de insetos.
Agradecimentos
Ao Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário da Universidade Federal do
Maranhão pelo armazenamento dos espécimes após a identificação. À Secretaria
Municipal de Saúde de São Luís pela disponibilização dos agentes de controle do
dengue e do transporte para deslocamento aos bairros. Ao Laboratório de Meteorologia
do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão pelo fornecimento dos
dados climatológicos.
96
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Tabela 1. Número de alados de Aedes aegypti e informação relativa aos fatores abióticos no município de São Luís,
Maranhão, 2008-2009.
Temperatura Média Mensal
(ºC)
Umidade Relativa do Ar
Média Mensal (%)
Mês / Ano
Número de
alados (%)
Precipitação
pluviométrica
(mm)
Máxima Mínima Máxima Mínima
Nov. /
2008
88 (15,63) 0 32,88 25,40 82,26 54,06
Dez. /
2008
53 (9,41) 40,6 32,05 25,17 88,83 57,03
Mar. /
2009
173 (30,75) 442,2 29,90 23,46 97,93 72,45
Abr. /
2009
99 (17,58) 537,6 29,24 23,21 98,70 76,16
Jul. / 2009 93 (16,51) 82,4 32,16 22,30 99,41 65,29
Ago. /
2009
57 (10,12) 23,2 32,70 23,06 96,70 60,64
Tabela 2. Associação entre quantidade de alados de Aedes aegypti e fatores abióticos nos períodos seco, chuvoso e
intermediário, em bairros do município de São Luís, Maranhão.
Pares de Variáveis N R t p-level
Alados x PP 6 0,714286 2,04124 0,110787
Alados x URA Média Mensal 6 0,771429 2,42467 0,072397
Alados x URA Média Mensal Máx. 6 0,6 1,5 0,208
Alados x URA Média Mensal Min. 6 0,771429 2,42467 0,072397
Alados x T Média Mensal
6 -0,2 -0,40825 0,704
Alados x T Média Mensal Máx.
6 -0,542857 -1,29279 0,265703
Alados x T Média Mensal Min.
6 -0,771429 -2,42467 0,072397
PP = Precipitação Pluviométrica; URA = Umidade Relativa do Ar; T = Temperatura; máx. = máxima; min. =
mínima; R = Correlação de Spearman.
Fonte: Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão , São Luís,
Maranhão.
Tabela 3. Número de alados coletados por período em bairros de São Luís, Maranhão, 2008-2009.
Número de alados (%)
Período Seco Período Chuvoso
Período
Intermediário
Bairros
Nov. e Dez. / 2008
Mar. e Abr. / 2009
Jul. e Ago. / 2009
Total
Coréia de Baixo 3 (2,12) 21 (7,72) 12 (8,00) 36 (6,39)
Lira 6 (4,25) 58 (21,32) 21 (14,00) 85 (15,09)
Goiabal 39 (27,66) 42 (15,44) 50 (33,35) 131 (23,26)
João Paulo 56 (39,75) 84 (30,91) 35 (23,33) 175 (31,13)
Itapiracó 8 (5,67) 12 (4,41) 10 (6,66) 30 (5,32)
Residencial
Canudos
4 (2,83) 5 (1,83) 5 (3,33) 14 (2,48)
Conjunto Cohatrac
I
4 (2,83) 36 (13,23) 3 (2,00) 43 (7,63)
Vila Luisão 21 (14,89) 14 (5,14) 14 (9,33) 49 (8,70)
Total 141 (100,00) 272 (100,00) 150 (100,00) 563 (100,00)
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