Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
INSTITUTO DE BIOLOGIA MOLECULAR DO PARANÁ
INSTITUTO CARLOS CHAGAS – FIOCRUZ/PR
!
DENGUE: CARACTERIZAÇÃO DE MARCADORES MOLECULARES DE
VIRULÊNCIA UTILIZANDO A TECNOLOGIA DE GENOMAS INFECCIOSOS
LUANA DE BORBA
CURITIBA
MARÇO 2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
LUANA DE BORBA
DENGUE: CARACTERIZAÇÃO DE MARCADORES MOLECULARES DE
VIRULÊNCIA UTILIZANDO A TECNOLOGIA DE GENOMAS INFECCIOSOS
Tese apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Biologia Celular e Molecular,
Área de Concentração em Biologia Molecular,
Departamento de Biologia Celular e
Molecular, Setor de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Paraná, como parte
das exigências para obtenção do título de
Doutor em Biologia Celular e Molecular.
Orientadora: Dra. Claudia N. Duarte dos
Santos
CURITIBA
2010
ads:
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
Aos meus pais, Itané e Vanize, e ao meu irmão,
Henrique, por toda dedicação, confiança,
paciência, compreensão, e que nunca mediram
esforços para me ajudar a chegar até aqui.
AGRADECIMENTOS
Agradeço imensamente aos meus pais, Itané de Borba e Vanize R. M. de
Borba, que, com carinho, amor e paciência, me ensinaram a trilhar os caminhos em
busca de meus ideais e sonhos. A todos os meus familiares e amigos que sempre
me apoiaram e torceram pelo meu sucesso. E ao Carlos A. Palacios, por me
incentivar, apoiar e tranquilizar perante os obstáculos, independente da distância
física que nos separa.
À Dra. Claudia N. Duarte dos Santos, agradeço pelos muitos anos de
confiança em meu trabalho, sempre disponibilizando o espaço e oportunidade para
meu desenvolvimento profissional.
Aos diretores e fundadores do Instituto Carlos Chagas, Dr. Samuel
Goldenberg, Dr. Marco Aurélio Krieger, Dr. Stênio P. Fragoso e Dra. Claudia N.
Duarte dos Santos, agradeço pela confiança e oportunidade de fazer parte da
equipe, disponibilizando recursos e um ambiente de alta tecnologia, fazendo com
que nosso trabalho seja cada vez melhor.
Agradeço ao Dr. Peter W. Mason, que com paciência e dedicação, me
ensinou toda a base da tecnologia utilizada neste trabalho. Sem este conhecimento,
o trabalho não seria possível.
A todos os amigos e colegas que fazem ou fizeram parte do laboratório de
Virologia Molecular do ICC: Ana Luiza P. Mosimann, Andrea C. Koishi, Aurélio S.
Zeferino, Camilla N. da Costa, Daisy M. Strottmann, Eleonora Campos, Federico
Hoffmann, Florencia Meyer, Giovanny C. A. Mazzarotto, Guilherme F. Silveira,
Juliano Bordignon, Lorena C. Pena, Marina R. T de Araujo, Mário H. Queiroz, Meg C.
C. Costa, Meri B. Nogueira, Paula R. Zanello, Sonia M. Raboni, Suzana Carstensen
e Vanessa Stella, muito obrigada por todo apoio, crítica e companheirismo ao longo
de todos estes anos. Em especial à Ana, Daisy, Marina, Suzana e Vanessa que
sempre estiveram dispostas a auxiliar em meus experimentos práticos na minha
ausência do laboratório, à Ana pela paciência, sugestões e revisão da escrita, e ao
Giovanny por todo apoio e colaboração nos experimentos animais.
À Dra. Lucia Noronha e às técnicas, Ana Paula Martins e Marina Luise Viola
de Azevedo, do Laboratório de Patologia Clínica da PUC/PR, agradeço pela
colaboração, execução das lâminas histológicas e orientação nas análises de
histopatologia por microscopia óptica.
Agradeço a todo pessoal do preparo, Nilson J. Fidencio, Vanessa M. dos
Santos, Tânia R. Schepainski, Rafael C. Brito e Janaina S. da Silva, pela dedicação
e preparo cuidadoso dos materiais e reagentes indispensáveis para realização de
nossos trabalhos. Aos funcionários da manutenção, Leszek Gadja e Frederico
Torres Martins, por estarem sempre dispostos a realizar pequenos detalhes que
fazem diferença. Ao Paulo R. C. Arauco por todo auxílio na utilização do
sequenciador automático, e a todos da secretaria do ICC, Luiz C. Casarotto, Edilaine
Azevedo, Maria Cristina P. Barreto e Marcele T. N. Stimamiglio, e da secretaria da
UFPR, Marlene B. de Camargo, pela ajuda em todas as questões burocráticas
necessárias, facilitando nossa jornada.
Agradeço a todos os demais colegas e amigos do ICC aqui não mencionados,
pelo companheirismo, sempre dando uma ajudinha aqui e outra ali.
Aos membros da banca, Dr. Peter W, Mason, Dra. Myrna C. Bonaldo, Dr.
Stênio P. Fragoso e Dr. Bruno D. Muniz, e suplentes, Dr. Juliano Bordignon e Dra.
Andrea A. Ávila, por aceitarem o convite de participar desta banca.
Ao TECPAR, agradeço por conceder o espaço do biotério, sem o qual este
trabalho não seria possível. Aos órgãos de fomento, Fundação Araucária, PROSUL,
FIOCRUZ e CNPq pelo apoio financeiro, e à CAPES pela concessão da bolsa.
Luana de Borba
!
A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.
Albert Einstein
Somente aqueles que arriscam ir um pouco mais longe,
sabem até onde podem chegar!
RESUMO
A dengue é hoje a principal arbovirose tropical, em termos de morbidade e
mortalidade, e é transmitida ao homem através da picada de mosquitos do gênero Aedes. O
vírus da dengue pertence à família Flaviviridae, gênero Flavivírus e possui 4 sorotipos
(DENV1-4), e até o momento não existe uma vacina disponível ou tratamento especifico
para a dengue. A infecção por qualquer um dos sorotipos pode causar desde quadros
assintomáticos, febre clássica da dengue, ou ainda casos graves da doença, com eventos
hemorrágicos, e eventualmente óbito. Dados recentes têm demonstrado que o perfil das
manifestações cnicas da doença tem modificado nos últimos anos, e o aparecimento de
episódios de encefalite associados à infecção pelo DENV tem aumentado
significativamente. Com o intuito de estudar a neuropatologia associada à infecção por
DENV, Desprès et al. (1998) e Bordignon et al. (2007), utilizando modelo murino, geraram
variantes de DENV1 altamente neurovirulentas, que se replicam eficientemente no SNC de
camundongos. Os determinantes genéticos potencialmente responsáveis pelo fenótipo
neurovirulento dessas variantes virais mapeiam nas proteínas E (E402 e E405) e NS3 (NS3-
209, NS3-435 e NS3-480). Para confirmar o envolvimento dessas mutações e visando
compreender alguns aspectos dos mecanismos moleculares envolvidos na
neuropatogênese da dengue, foram gerados clones infecciosos recombinantes contendo
cada uma das mutações isoladamente ou em conjunto. Os vírus gerados a partir desses
clones foram avaliados quanto ao seu potencial de replicação em células de inseto,
infectividade no SNC de camundongos Swiss neonatos, modulação de resposta imune e
análises histopatológicas do tecido cerebral de animais infectados. Foi observado que os
vírus contendo as mutações NS3-435, NS3-480, E405/NS3-435 ou E402/NS3-480 eram
capazes de provocar sintomas similares aos das cepas neurovirulentas em camundongos,
como sinais de encefalite e paralisia parcial dos membros inferiores. Os grupos de animais
infectados com os outros vírus recombinantes exibiram comportamento normal, sugerindo
que as mutações NS3-435 e NS3-480 desempenhem um papel importante na
neuropatogênese da dengue em camundongos. A replicação viral no SNC, avaliada por
qPCR, foi maior nos animais inoculados com os vírus E405/NS3-435 e E402/NS3-480, que
tiveram altas taxas de mortalidade. Além disso, os mesmos grupos de animais
apresentaram uma maior modulação na transcrição de genes relacionados à resposta imune
inata. Esse conjunto de dados indica que esses vírus são capazes de se replicarem de
forma eficiente no SNC dos animais, desencadeando uma resposta imune exacerbada que
está provavelmente envolvida na imunopatogênese da dengue. As análises histológicas das
amostras de tecido cerebral dos animais evidenciaram a presença de infiltrado mononuclear
em vasos, necrose neuronal, nódulo microglial, além de meningite, moderada a aguda, em
todas as amostras, sendo os danos de maior extensão nos animais inoculados com os vírus
E405/NS3-435 e E402/NS3-480. Os resultados gerados neste trabalho indicaram que vírus
recombinantes contendo mutações pontuais no domínio helicase da proteína NS3
apresentaram maior habilidade de replicação e produção de partículas virais infectivas no
SNC murino, causando encefalite e altas taxas de mortalidade. A geração de vírus contendo
a dupla de mutações nas proteínas helicase e E, parece potencializar este efeito
aumentando o dano no SNC, a resposta imune e a taxa de mortalidade dos animais.
Atualmente estamos avaliando o comportamento biológico de novos vírus recombinantes
exibindo diferentes aminoácidos na posição NS3-480 e estudando a interação da NS3hel
com fatores virais e celulares, visando desvendar alguns aspectos relacionados à
neuropatogênese da dengue.
Palavras-chave: Vírus da dengue sorotipo 1. Clone infeccioso. Modelo murino.
Neurovirulência. Marcadores moleculares de virulência. Proteína E. Proteína NS3.
ABSTRACT
Nowadays, dengue is the main tropical arbovirus in terms of morbidity and mortality
and is transmitted to humans by the bite of mosquitoes of the genus Aedes. The dengue
virus belongs to the family Flaviviridae, genus Flavivirus, and has 4 characterized serotypes
(DENV1-4), and so far there is no vaccine available. The infection by any of the serotypes
can cause asymptomatic cases, classical dengue fever, or severe cases of the disease,
hemorrhagic events, and eventually death. Recent data have shown that the profile of the
clinical manifestations of the disease has changed in recent years and the number of
episodes of encephalitis associated with DENV infection has increased significantly. In order
to study the neuropathology associated with infection by DENV, Després et al. (1998) and
Bordignon et al. (2007), using a mouse model, generated DENV1 variants highly
neurovirulent, which replicate efficiently in the CNS of mice. The genetic determinants
potentially responsible for the neurovirulent phenotype of these variants map in the E protein
(E402 and E405) and NS3 (NS3-209, NS3-435 and NS3-480). To confirm the involvement of
these mutations and trying to understand some aspects of the molecular mechanisms
involved in the neuropathogenesis of dengue, infectious recombinant clones were generated
containing each mutation alone or in combination. Viruses generated from these clones were
assessed for their potential of replication in insect cells, infectivity in the CNS of newborn
Swiss mice, modulation of immune response and pathological examinations of brain tissue
from infected animals. It was observed that viruses containing mutations NS3-435, NS3-480,
E405/NS3-435 or E402/NS3-480 were able to cause similar symptoms to the neurovirulent
strains in mice, as signs of encephalitis and partial paralysis of limbs. The groups of animals
infected with other recombinant viruses exhibited normal behavior, suggesting that mutations
NS3-435 and NS3-480 play an important role in the neuropathogenesis of dengue in mice.
Viral replication in the CNS, evaluated by qPCR, was higher in animals inoculated with the
virus E405/NS3-435 and E402/NS3-480, which had high mortality rates. Moreover, the same
groups of animals showed a greater modulation in the transcription of genes related to innate
immune response. This set of data indicates that these viruses are able to replicate efficiently
in the CNS of animals, triggering an exacerbated immune response that is probably involved
in the immunopathogenesis of dengue. Histological analysis of samples of brain tissue of
animals showed the presence of mononuclear cells in blood vessels, neuronal necrosis,
microglial nodules, and meningitis, moderate to acute, in all the samples, and the larger
damage was observed in the animals inoculated with the virus E405/NS3-435 and
E402/NS3-480. The results generated in this study indicated that recombinant viruses
containing mutations in the helicase domain of NS3 protein showed higher ability of
replication and production of infective viral particles in the murine CNS, causing encephalitis
and high mortality rates. The generation of viruses containing double mutations in helicase
proteins and E, appears to enhance this effect by increasing the damage in the CNS, the
immune response and the mortality rate of animals. We are currently evaluating the
biological performance of new recombinant viruses exhibiting different amino acid at position
NS3-480 and examining the interaction of NS3hel with viral and cellular factors, in order to
uncover some aspects related to the neuropathogenesis of dengue.
Keywords: Dengue virus serotype 1. Infectious clone. Murine model. Neurovirulence.
Molecular markers of virulence. E protein. NS3 protein.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1.1
Distribuição mundial das áreas de risco de dengue (laranja) em
2009...............................................................................................
27
Figura 1.2
Reinfestação com mosquito Aedes aegypti na América Latina e
Caribe............................................................................................
29
Figura 1.3
Número de casos de dengue no Brasil de 1986 a 2009...............
30
Figura 1.4
Representação de partículas de Flavivirus imaturas.....................
32
Figura 1.5
Representação esquemática da organização do genoma do
vírus da dengue e clivagem da poliproteína em três proteínas
estruturais e sete não-estruturais por proteases viral e do
hospedeiro.....................................................................................
33
Figura 1.6
Representação de uma porção das sequências e predição das
estruturas secundárias das regiões 5’NTR e 3’NTR, indicando
seus elementos.............................................................................
34
Figura 1.7
Representação esquemática da vista lateral de um homodímero
da proteína E e seus elementos....................................................
37
Figura 1.8
Representação esquemática do genoma e estrutura tri-
dimensional do domínio helicase da proteína NS3 de JEV...........
40
Figura 1.9
Representação gráfica do mecanismo de fusão mediado por
proteínas virais de fusão da classe II……………………………….
43
Figura 1.10
Esquema da morfogênese do vírus da dengue……………………
45
Figura 1.11
Esquema da neuroadaptação da cepa FGA/89 em modelo
murino............................................................................................
49
Figura 3.1
Representação esquemática das etapas da amplificação dos
fragmentos contendo as mutações de interesse (fragm A, fragm
B e fragm fusão) e as respectivas enzimas de restrição
utilizadas para cada estratégia de clonagem................................
57
Figura 3.2
Mapa do plasmídeo pGEM-T Easy (Promega).............................
58
Figura 3.3
Representação esquemática do mapa do genoma infeccioso
pBACDV1......................................................................................
62
!
Figura 3.4
Representação esquemática da digestão dos clones pBACDV1
e E402pGEM ou E405pGEM (Emut-pGEM) com as enzimas de
restrição NotI e MluI......................................................................
63
Figura 3.5
Representação esquemática da digestão do clone pBACDV1 e
do fragmento de PCR NS3-209 com as enzimas de restrição
MluI e BsiWI..................................................................................
63
Figura 3.6
Representação esquemática da digestão dos clones pBACDV1
e NS3-435-pGEM com as enzimas de restrição BsiWI e
RsrII...............................................................................................
64
Figura 3.7
Representação esquemática da digestão do clone pBACDV1 e
do fragmento de PCR NS3-480 com as enzimas de restrição
BsiWI e NheI..................................................................................
64
Figura 3.8
Representação esquemática da digestão do clone pBACDV1
com enzimas de restrição SwaI.....................................................
72
Figura 4.1
Localização das mutações da proteína de Envelope....................
91
Figura 4.2
Localização das mutações na proteína NS3.................................
92
Figura 4.3
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das amplificações dos
fragmentos mutados......................................................................
93
Figura 4.4
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreparações em
pGEM-T Easy dos clones confirmados por sequenciamento.......
94
Figura 4.5
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das digestões dos
fragmentos contendo as mutações para cada estratégia..............
95
Figura 4.6
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps e PCRs das
minipreps dos clones E402pBAC..................................................
97
Figura 4.7
Representação esquemática do perfil da digestão BstBI
confirmatória dos PCRs de colônia dos clones E405pBAC..........
98
Figura 4.8
Eletroforese em gel de agarose 0,8% da digestão confirmatória
dos PCRs de colônia dos clones E405pBAC................................
98
Figura 4.9
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps e PCRs das
minipreps dos clones E405pBAC..................................................
99
Figura 4.10
Representação esquemática do perfil da digestão EcoRV
confirmatória dos PCRs de colônia dos clones NS3-209pBAC....
100
!
Figura 4.11
Eletroforese em gel de agarose 0,8% da digestão confirmatória
dos PCRs de colônia dos clones NS3-209pBAC..........................
100
Figura 4.12
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps e PCRs a
partir das minipreps dos clones NS3-209pBAC............................
101
Figura 4.13
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps e PCRs das
minipreps dos clones NS3-435pBAC............................................
102
Figura 4.14
Representação esquemática do perfil da digestão BsaBI
confirmatória dos PCRs de colônia dos clones NS3-480pBAC....
102
Figura 4.15
Eletroforese em gel de agarose 0,8% da digestão confirmatória
dos PCRs de colônia dos clones NS3-480pBAC..........................
103
Figura 4.16
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps e PCRs das
minipreps dos clones NS3-480pBAC............................................
104
Figura 4.17
Esquema das estratégias dos clones duplo e triplo mutantes
pela substituição de fragmentos. Nos clones E405/NS3-435,
E402/NS3-209 e E402/NS480, as cores representam o
backbone e fragmentos utilizado para a clonagem da segunda
mutação. As estrelas pretas representam a localização de cada
mutação.........................................................................................
105
Figura 4.18
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das digestões dos
fragmentos contendo as mutações para estratégias dos duplos
mutantes........................................................................................
105
Figura 4.19
Eletroforese em gel de agarose 0,8% da amplificação dos PCRs
de colônia dos clones E405/NS3-435...........................................
106
Figura 4.20
Eletroforese em gel de agarose 0,8% da amplificação e
digestão confirmatória dos PCRs de colônia dos clones
E402/NS3-209...............................................................................
107
Figura 4.21
Eletroforese em gel de agarose 0,8% da amplificação e
digestão confirmatória dos PCRs de colônia dos clones
E402/NS3-480...............................................................................
108
Figura 4.22
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps dos clones
duplo mutantes..............................................................................
108
Figura 4.23
Eletroforese em gel de agarose 0,8% da amplificação dos PCRs
das minipreps E402/NS3-209 (10, 13 e 17) e E402/NS3-480
(89, 90 e 91)..................................................................................
109
!
Eletroforese em gel de agarose 0,8% da amplificação e
digestão confirmatória dos PCRs de colônia dos clones
E402/NS3-209/NS3-480................................................................
110
Eletroforese em gel de agarose 0,8% dos clones triplo
mutantes........................................................................................
111
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps de cada
clone confirmado por sequenciamento..........................................
112
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das digestões SwaI das
minipreps de cada clone confirmado por sequenciamento...........
113
Eletroforese em gel de agarose 0,8% dos RNAs resultantes das
transcrições in vitro de cada clone................................................
114
Representação gráfica dos títulos virais obtidos nas diferentes
metodologias de transfecção em células de inseto (em azul) e
mamífero (em vermelho)...............................................................
115
Representação gráfica dos títulos virais obtidos na transfecção
dos clones recombinantes em cultura de células de inseto..........
116
Representação gráfica dos títulos virais obtidos nas passagens
1 e 2 dos vírus gerados a partir dos clones recombinantes, em
cultura de células de inseto...........................................................
117
Eletroforeses em gel de agarose 0,8% das amplificações por
PCR dos genomas completos dos vírus recombinantes...............
120
Alinhamento de aminoácidos das amostras pBACDV1,
E402pBAC_cl.12.2, E405pBAC_cl.9.13, NS3-209pBAC_cl.85,
NS3-435pBAC_cl.11.4, NS3-480pBAC_cl.9, E402/NS3-
209_cl.17, E402/NS3-480_cl.89, E405/NS3-435_cl.3 e
E402/NS3-209/NS3-480_cl.27......................................................
121
Alinhamento de aminoácidos das amostras pBACDV1,
E402pBAC_cl.12.2, E405pBAC_cl.9.13, NS3-209pBAC_cl.85,
NS3-435pBAC_cl.11.4, NS3-480pBAC_cl.9, E402/NS3-
209_cl.17, E402/NS3-480_cl.89, E405/NS3-435_cl.3 e
E402/NS3-209/NS3-480_cl.27, destacando as regiões de
localização das mutações estudadas............................................
122
Efeito citopático produzido pelos vírus recombinantes em cultura
de células de inseto C6/36 nos tempos de 5, 6 e 7 dias pós-
infecção.........................................................................................
124
Figura 4.35
Análise comparativa da reação de imunofluorescência dos vírus
recombinantes em cultura de células de inseto C6/36 com 5
dias pós-infecção...........................................................................
126
Figura 4.36
Representação gráfica da sobrevivência dos animais inoculados
i.c. com pBACDV1, no ensaio de DL
50
..........................................
128
!
Figura 4.37
Representação gráfica da sobrevivência dos animais inoculados
com os vírus recombinantes e controles ao longo de 21 dias.......
130
Figura 4.38
Resultado da amplificação por qPCR para TMEV nas amostras
dos vírus recombinantes e das cepas neuroadaptadas FGA/NA-
P6 e FGA/NA-d1d..........................................................................
131
Figura 4.39
Representação gráfica da amplificação do RNA viral por qPCR
dos vírus recombinantes e das cepas neuroadaptadas FGA/NA-
P6 e FGA/NA-d1d..........................................................................
132
Figura 4.40
Quantificação da modulação de genes diferencialmente
expressos durante a infecção do SNC de camundongos com os
vírus recombinantes gerados neste trabalho................................
134
Figura 4.41
Ilustração das regiões do cérebro e local de inoculação dos
vírus...............................................................................................
135
Figura 4.42
Histopatologia do córtex fronto-parietal do SNC de
camundongos, destacando os critérios que caracterizam o
quadro de encefalite, lâminas coradas com hematoxilina-eosina.
137
Figura 4.43
Histopatologia do SNC de camundongos inoculados com vírus
recombinantes, áreas da meninge, córtex frontal e córtex
temporal………………………………………………………………...
138
Figura 4.44
Análises por imunohistologia do SNC de camundongos
inoculados com vírus recombinantes............................................
140
Figura 4.45
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das amplificações dos
novos fragmentos mutados NS3-480............................................
143
Figura 4.46
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das amplificações por
PCR de fusão dos novos fragmentos mutados NS3-480..............
143
Figura 4.47
Eletroforese em gel de agarose 0,8% das digestões BsiWI/NheI
dos fragmentos contendo as novas mutações NS3-480...............
144
Figura 4.48
Eletroforese em gel de agarose 0,8% da digestão confirmatória
dos PCRs de colônia dos novos clones NS3-480 com
endonuclease de restrição BsaBI..................................................
145
Figura 4.49
Estrutura química dos aminoácidos escolhidos para clonagem
na posição NS3-480......................................................................
146
Figura 4.50
Eletroforeses em gel de agarose 0.8% dos novos clones NS3-
480.................................................................................................
147
LISTA DE QUADROS
Quadro 1.1
Substituições de aminoácidos identificadas nos genomas dos
vírus neuroadaptados FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6, em
comparação com a cepa parental FGA/89 e o genoma do clone
infeccioso pBACDV1....................................................................
49
Quadro 3.1
Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para amplificação dos
fragmentos contendo as mutações de interesse para
clonagem......................................................................................
56
Quadro 3.2
Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para sequenciamento
dos possíveis clones recombinantes clonados em pGEM-T
Easy.............................................................................................
61
Quadro 3.3
Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para amplificação por
PCR de colônia e enzimas de restrição utilizadas para digestão
dos PCRs, para confirmação de clones.......................................
66
Quadro 3.4
Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para amplificação de
PCR dos possíveis clones recombinantes clonados em pBAC...
68
Quadro 3.5
Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para sequenciamento
dos PCR dos possíveis clones recombinantes clonados em
pBAC............................................................................................
69
Quadro 3.6
Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para amplificação dos
PCR dos possíveis clones, duplos e triplo mutante, para
confirmação por sequenciamento................................................
71
Quadro 3.7
Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para amplificação por
PCR do genoma completo dos clones a partir do RNA dos vírus
purificados por gradiente de sacarose.........................................
77
Quadro 3.8
Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para sequenciamento
do genoma completo dos clones a partir das amplificações por
PCRs dos vírus purificados em gradiente de sacarose...............
79
Quadro 3.9
Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para reações de
amplificação por qPCR.................................................................
85
Quadro 3.10
Identificação dos genes e vias escolhidas para o estudo do
perfil da expressão gênica no tecido cerebral de camundongos
infectados com os vírus recombinantes e controles....................
85
!
Quadro 3.11
Oligonucleotídeos iniciadores utilizados nas reações de
amplificação por qPCR para o estudo do perfil da expressão
gênica no tecido cerebral de camundongos infectados com os
vírus recombinantes e controles..................................................
87
Quadro 3.12
Novos aminoácidos selecionados para clonagem na posição
NS3-480, para avaliação da importância da característica do
aminoácido no processo de neurovirulência. Identificado em
azul, o aminoácido do vírus parental não virulento FGA/89, e
em vermelho, o aminoácido na cepa neurovirulenta FGA/NA-
P6.….............................................................................................
89
Quadro 3.13
Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para amplificação dos
fragmentos NS3-480....................................................................
90
Quadro 4.1
Resumo da identificação dos clones gerados..............................
111
Quadro 4.2
Classificação da lesão observada no tecido cerebral dos
camundongos infectados com os diferentes vírus, de acordo
com o grau de comprometimento.................................................
136
Quadro 4.3
Compilação resumida dos resultados obtidos com os clones
construídos neste trabalho, com o respectivo esquema da
localização de cada mutação.......................................................
142
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
%
por cento
!
infinito
"
alfa
4G2
anticorpo monoclonal anti-Envelope, Flavivirus-específico
Å
angstrom
aa
aminoácidos
ADE
fenômeno dos anticorpos potencializadores da infecção (antibody
dependent-enhancement)
Ala
– aminoácido alanina
AP61
linhagem celular de mosquito Aedes pseudocutellaris
Arg
aminoácido arginina
Asn
aminoácido asparagina
AVE
tampão de eluição de extração de RNA
#
beta
BAC
cromossomo artificial de bactéria (bacterial artificial chromosome)
BCIP
5-Bromo-4-chloro-3-indolyl phosphate
BeAn
cepa de baixa virulência do vírus da encefalomielite murina de
Theiler
BHK-21
linhagem celular de mamífero – baby hamster kidney
BR/90
cepa de vírus da dengue sorotipo 1
C6/36
linhagem celular de glândula salivar de mosquito Aedes albopictus
C1r
gene complement component 1, subcomponent r
C3a
– elemento do sistema complemento
C5a
– elemento do sistema complemento
C
proteína de capsídeo do vírus da dengue
CaCl
2
– cloreto de cálcio
Ccl5
gene ligante de quimiocina 5
CCR5
receptor do gene Ccl5
cDNA
DNA complementar
!
CEP/UFPR
Conselho de ética em pesquisa da Universidade Federal do
Paraná
cl.
clone
CMC
carboxi metil celulose
CNS
– sistema nervoso central (central nervous system)
CO
2
gás carbônico
CPE
efeito citopático
CR
– complexo de replicação viral
cryoEM
– crio-microscopia eletrônica
CSs
– regiões de sequências conservadas (conserved sequences)
C-terminal
– porção carboxi-terminal
DA
cepa de baixa virulência do vírus da encefalomielite murina de
Theiler
DAB
3,3' - diaminobenzidina
DCC
– dengue com complicação
DC-SIGN
– receptor celular (dendritic-cell-specific ICAM-grabbing non-integrin)
DEAH
– sequência de aminoácidos do motivo II das RNA helicases,
aspartato-glutamato-alanina-histidina
DENV1
– vírus da dengue sorotipo 1
DENV2
– vírus da dengue sorotipo 2
DENV3
– vírus da dengue sorotipo 3
DENV4
– vírus da dengue sorotipo 4
DF
– febre da dengue (dengue fever)
DHF
– febre hemorrágica da dengue (dengue hemorrhagic fever)
DL50
– 50% da dose letal
DNA
– ácido desoxirribonucléico
dpi
– dias pós inoculação ou infecção
Dra
– doutora
DSS
– síndrome do choque da dengue (dengue shock syndrome)
E
– aminoácido ácido glutâmico
E
proteína de envelope do vírus da dengue
!
E402pBAC
– clone infeccioso de dengue 1 pBACDV1 contendo a mutação na
posição 402 da proteína de envelope
E402/NS3-209
– clone infeccioso de dengue 1 pBACDV1 contendo as mutações
nas posições 402 da proteína de envelope e 209 da proteína NS3
E402/NS3-480
– clone infeccioso de dengue 1 pBACDV1 contendo as mutações
nas posições 402 da proteína de envelope e 480 da proteína NS3
E405pBAC
– clone infeccioso de dengue 1 pBACDV1 contendo a mutação na
posição 405 da proteína de envelope
E405/NS3-435
– clone infeccioso de dengue 1 pBACDV1 contendo as mutações
nas posições 405 da proteína de envelope e 435 da proteína NS3
EB
– tampão de eluição (elution buffer)
EDTA
Diaminoethane-tetraacetic acid
F
– aminoácido fenilalanina
FA
– cepa neurovirulenta do vírus da encefalomielite murina de Theiler
ffu
– unidade formadora de foco (focus forming unit)
ffu/mL
– unidade formadora de foco por mililitro de cultura
FGA/NA-d1d
– cepa neurovirulenta do vírus da dengue sorotipo 1
FGA/NA-P6
– cepa neurovirulenta do vírus da dengue sorotipo 1
FGA/89
– cepa de vírus da dengue tipo 1
fragm
– fragmento
g
– grama
G
– aminoácido glicina
GBS
– síndrome de Guillain-Barré
GDVII
– cepa neurovirulenta do vírus da encefalomielite murina de Theiler
GenBank
– base de dados de sequências de livre acesso produzida pelo
National Center for Biotechnology Information (NCBI)
Gln
– aminoácido glutamina
Glu
aminoácido ácido glutâmico
Gly
– aminoácido glicina
GRP78/BiP
– receptor celular
GSGKT
– sequência de aminoácidos do motivo I das RNA helicases, glicina-
serina-glicina-lisina-treonina
!
!
H
– aminoácido histidina
h.
– horas
H1 ou H1
pred
– estrutura em "-hélice da haste de proteína de envelope
H2 ou H2
pred
– estrutura em "-hélice da haste de proteína de envelope
H
2
O
água
HCl
– ácido clorídrico
HCV
– vírus da hepatite C
HDV-RZ
– ribozima do vírus da hepatite delta
His
– aminoácido histidina
HSP70
– receptor celular (heat shock protein 70)
HSP90
– receptor celular (heat shock protein 90)
HSV-2
vírus Herpes Simples-2
i.c.
– intracerebral
IFN
– interferon
IgM
imunoglobulina do tipo M
Ile
aminoácido isoleucina
i.p.
– intraperitoneal
IPTG
Isopropyl !-D-1-thiogalactopyranoside
Irf1
gene interferon regulatory factor 1
ISG
– genes estimulados por interferon
ISG15
– proteína tipo-ubiquitina
JAK1
– quinase do tipo Janus (Janus kinase 1)
JEV
– vírus da encefalite japonesa
Kb
– quilobase
KCl
– cloreto de potássio
kDa
quilodaltons
KH
2
PO
4
– fosfato de potássio monobásico
KUNV
– vírus Kunjin
L
– aminoácido leucina
L15
– meio de cultivo de células de inseto C6/36 – Leibovitz L-15 (Gibco)
LB
– meio de cultivo de bactérias Luria Broth
Leu
– aminoácido leucina
!
LGTV
– vírus Langat
L-SIGN
– receptor celular
Lys
– aminoácido lisina
!
– micro
!F
– microfaraday
!g/mL
– microgramas por mililitro
!L
– microlitro
!M
– micromolar
M
molar
Mg
2+
– magnésio
MgCl
2
– cloreto de magnésio
mg/mL
– miligramas por mililitro
MHC
– complexo de histocompatibilidade (major histocompatibility
complex)
MHV
vírus da hepatite murina
min.
minutos
mL
– mililitro
mM
milimolar
Met
– aminoácido metionina
mock
– controle negativo de infecção
MOI
– multiplicidade de infecção (multiplicity of infection)
mRNA
– RNA mensageiro
MTase
metiltransferase
murGAPDH
– gene de expressão constitutiva gliceraldeído-3-fosfato
desidrogenase de Mus musculus
MVE
Encefalite de Murray Valley
n
nano
NaCl
– cloreto de sódio
Na
2
HPO
4
– fosfato de sódio dibásico
NBT
Nitro blue tetrazolium chloride
ng
– nanograma
NK
– células natural killers
nm
– nanômetros
!
NS
não-estrutural
NS1
– proteína não-estrutural do vírus da dengue NS1
NS2a
– proteína não-estrutural do vírus da dengue NS2a
NS2b
– proteína não-estrutural do vírus da dengue NS2b
NS3
– proteína não-estrutural do vírus da dengue NS3
NS3hel
– domínio helicase da proteína não-estrutural NS3
NS3pro
– domínio protease da proteína não-estrutural NS3
NS3-209pBAC
– clone infeccioso de dengue 1 pBACDV1 contendo mutação na
posição 209 da proteína NS3
NS3-435pBAC
– clone infeccioso de dengue 1 pBACDV1 contendo mutação na
posição 435 da proteína NS3
NS3-480pBAC
– clone infeccioso de dengue 1 pBACDV1 contendo mutação na
posição 480 da proteína NS3
NS4a
– proteína não-estrutural do vírus da dengue NS4a
NS4b
– proteína não-estrutural do vírus da dengue NS4b
NS5
– proteína não-estrutural do vírus da dengue NS5
nt
– nucleotídeos
N-terminal
– porção amino-terminal
NTP
– nucleosídeo 5’-trifosfatado
NTR
não traduzida
ºC
– grau Celsius
OMS
– Organização Mundial de Saúde
ORF
– quadro aberto de leitura (open reading frame)
P
– aminoácido prolina
PAHO
Pan American Health Organization
pb
– pares de bases
pBACDV1
– clone infeccioso de dengue 1 (cepa BR/90)
PBS
– phosphate buffered saline
PBMC
células polimorfonucleares
PCR
– reação em cadeia da polierase (polymerase chain reaction)
PEG
polyethylene glycol
PF
– peptídeo de fusão
Phe
– aminoácido fenilalanina
pmol/!L
– picomol por microlitro
prM
– proteína de pré-membrana do vírus da dengue
prM/E
– quimera construída com as proteína prM e de envelope
Pro
– aminoácido prolina
Profa
– professora
prom
– promotor
Psmb8
– gene proteosome subunit beta type 8
PUC/PR
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Q
– aminoácido glutamina
qPCR
– reação em cadeia da polimerase em tempo real
QRRGRVGR
– sequência de aminoácidos do motivo VI das RNA helicases,
glutamina-arginina-arginina-glicina-arginina-valina-glicina-arginina
qRT-PCR
– transcrição reversa associada à reação em cadeia da polimerase
em tempo real
R
– aminoácido arginina
RdRp
– RNA polimerase dependente de RNA
RE
– retículo endoplasmático
RNA
– ácido ribonucléico
RT-PCR
– transcrição reversa associada à reação em cadeia da polimerase
S
– aminoácido serina
SDS
– Sodium Dodecyl Sulfate
seg.
– segundos
SFB
– soro fetal bovino
SL
– estruturas secundárias em forma de grampo de cabelo
(hairpin/stem-loop)
SLEV
– vírus da encefalite de Saint Louis
SNC
– sistema nervoso central
(-) ssRNA
– RNA simples fita polaridade negativa
(+) ssRNA
– RNA simples fita polaridade positiva
SVS/MS
– Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde
T
– aminoácido treonina
T7
– bacteriófago T7
TB
– meio de cultivo de bactérias Terrific Broth
!
!
TBEV
– vírus da encefalite causada por carrapatos
term
– terminador
TGN
– rede trans-Golgi
Thr
aminoácido treonina
TMEV
– vírus da encefalomielite murina de Theiler
TNE
– tampão para gradiente de sacarose
TNF"
– fator de necrose tumoral alfa (tumor necrosis factor-alpha)
TO
cepa de baixa virulência do vírus da encefalomielite murina de
Theiler
TOP10
– linhagem comercial bacteriana de Escherichia coli
TOP10F’
– linhagem comercial bacteriana de Escherichia coli
TPP
– marca das garrafas de cultivo celular
Tyr
– aminoácido tirosina
U/!L
– unidades por microlitro
UAR
upstream UAG region
UFPR
– Universidade Federal do Paraná
USP18
gene ubiquitin specific protease 18
V
– aminoácido valina
V
volts
v/v
volume/volume
Val
– aminoácido valina
VLPs
– partículas semelhantes a vírus (virus like particles)
WHO
World Health Organization
WNV
– vírus da febre do Oeste do Nilo (West Nile virus)
WW
cepa de baixa virulência do vírus da encefalomielite murina de
Theiler
X-Gal
bromo-chloro-indolyl-galactopyranoside
xg
– força da gravidade
Y
– aminoácido tirosina
YFV
– vírus da febre amarela (yellow fever virus)
!
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................
27
1.1 A dengue.........................................................................................................
27
1.2 A dengue no Brasil..........................................................................................
28
1.3 O mosquito vetor e o ciclo de transmissão.....................................................
31
1.4 O vírus.............................................................................................................
32
1.4.1 Regiões não-traduzidas.........................................................................
34
1.4.2 Proteínas estruturais..............................................................................
35
1.4.3 Proteínas não-estruturais.......................................................................
37
1.5 Morfogênese viral............................................................................................
42
1.6 Patogênese.....................................................................................................
45
1.6.1 Modelo murino no estudo da patogênese da dengue............................
48
1.7 Clones infecciosos e replicons como ferramentas genéticas.........................
50
2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS..........................................................................
53
3. MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................
55
3.1 Construção de clones recombinantes.............................................................
55
3.1.1
Amplificação dos fragmentos contendo as mutações de interesse......
55
3.1.2
Clonagem dos fragmentos mutados em vetor pGEM-T Easy...............
57
3.1.3
Preparo de células bacterianas de Escherichia coli (E.coli) linhagens
TOP10 e TOP10F’ cálcio competentes.................................................
58
3.1.4
Transformação de bactérias cálcio-competente TOP10F’ com
plasmídeos pGEM-T Easy....................................................................
59
3.1.5
Minipreparação do DNA plasmidial dos clones recombinantes em
pGEM-T Easy e sequenciamento.........................................................
60
3.1.6
Minipreparação do genoma infeccioso pBACDV1................................
61
3.1.7
Sub-clonagem em pBACDV1 – clones com mutação única.................
62
3.1.8
Transformação de bactérias cálcio-competente TOP10 com
plasmídeos pBACDV1...........................................................................
65
!
3.1.9
Seleção de clones recombinantes pela técnica de PCR de colônia e
confirmação por digestão......................................................................
66
3.1.10
Minipreparação dos clones recombinantes pBACDV1-mut e
sequenciamento....................................................................................
67
3.1.11
Construção de clones recombinantes – duplos e triplo mutantes.........
70
3.2. Geração de vírus recombinantes...................................................................
71
3.2.1
Linearização dos clones recombinantes por digestão..........................
71
3.2.2
Transcrição in vitro................................................................................
72
3.2.3
Determinação da linhagem celular e método de transfecção...............
73
3.2.3.1 Eletroporação.................................................................................
73
3.2.3.2 Transfecção por lipossomos...........................................................
74
3.2.4
Transfecção de RNA recombinante em células de inseto C6/36..........
74
3.2.5
Titulação viral por imunodetecção de foco............................................
74
3.2.6
Amplificação de estoques virais em cultura de células de inseto.........
75
3.2.7
Purificação viral em gradiente de sacarose..........................................
76
3.2.8
Sequenciamento completo dos vírus recombinantes............................
77
3.3. Análise in vitro dos vírus recombinantes........................................................
80
3.3.1
Análise comparativa do efeito citopático dos vírus recombinantes e
controles em cultura de células de inseto C6/36...................................
80
3.3.2
Imunofluorescência indireta de cultura de células de inseto C6/36
com os vírus recombinantes e controles...............................................
80
3.4 Análise in vivo dos vírus recombinantes.........................................................
81
3.4.1
Inoculação de camundongos ensaio de DL50 do genoma
infeccioso pBACDV1 e infecção com vírus recombinantes e controles
81
3.4.2
Extração RNA de tecido cerebral infectado com vírus recombinantes
e controles.............................................................................................
83
3.4.3
Avaliação de possível contaminação com vírus da encefalomielite
murina de Theiler no sistema nervoso central de camundongos por
PCR em tempo real...............................................................................
83
!
3.4.4
Análise da replicação viral dos vírus dengue recombinantes e
controles no sistema nervoso central de camundongos por PCR em
tempo real.............................................................................................
84
3.4.5
Análise do perfil da expressão gênica no sistema nervoso central de
camundongos infectados com vírus recombinantes e controles por
PCR em tempo real...............................................................................
85
3.4.6
Análise histopatológica dos vírus recombinantes e controles...............
87
3.5. Novas mutações NS3-480.............................................................................
89
4. RESULTADOS.....................................................................................................
91
4.1
Localização das mutações no genoma viral................................................
91
4.2
Construção de clones recombinantes..........................................................
93
4.3
Geração de vírus recombinantes.................................................................
112
4.3.1
Preparação do DNA dos clones e transcrição in vitro...........................
112
4.3.2
Determinação da linhagem celular e método de transfecção...............
114
4.3.3
Transfecção de RNA recombinante em células de inseto C6/36..........
116
4.3.4
Amplificação de estoques virais em cultura de células de inseto e
purificação viral em gradiente de sacarose...........................................
117
4.4
Caracterização genética completa dos vírus recombinantes.......................
118
4.5
Análise comparativa do efeito citopático produzido pelos vírus
recombinantes em culturas de células de inseto C6/36...............................
123
4.6
Análise comparativa do padrão de infecção dos vírus recombinantes por
imunofluorescência indireta em cultura de células de inseto C6/36............
126
4.7
Ensaio de DL50 para inoculação do genoma infeccioso pBACDV1, vírus
recombinantes e controles, em camundongos neonatos.............................
128
4.8
Exclusão de possível contaminação com vírus da encefalomielite murina
de Theiler no sistema nervoso central de camundongos por PCR em
tempo real....................................................................................................
130
4.9
Análise das taxas de replicação viral dos vírus recombinantes no SNC de
camundongos por PCR em tempo real........................................................
132
4.10
Análise do perfil da expressão gênica no SNC de camundongos
infectados com vírus recombinantes por PCR em tempo real.....................
133
!
4.11
Análise histopatológica e imunohistoquimica do tecido cerebral dos
camundongos infectados com vírus recombinantes....................................
135
4.12
Construção de novos clones contendo aminoácidos de diferentes famílias
na posição NS3-480.....................................................................................
142
5. DISCUSSÃO........................................................................................................
148
6. CONCLUSÕES....................................................................................................
166
7. PERSPECTIVAS..................................................................................................
168
REFERÊNCIAS.......................................................................................................
169
APÊNDICES............................................................................................................
205
A. ARTIGOS PUBLICADOS………………………………………………………….
205
ANEXOS..................................................................................................................
232
A. SOLUÇÕES E TAMPÕES...............................................................................
232
B. MEIOS DE CULTURA.....................................................................................
233
C. LINHAGENS BACTERIANAS DE Escherichia coli..........................................
233
!
27
1. INTRODUÇÃO
1.1 A dengue
A dengue é a principal arbovirose (doença viral transmitida por artrópodes)
tropical transmitida ao homem através de mosquitos fêmeas hematófagos do gênero
Aedes (HENCHAL; PUTNAK, 1990), e está distribuída por todas as regiões tropicais
e sub-tropicais do planeta (Figura 1.1), sendo hoje um dos principais problemas de
saúde pública no mundo (GUZMÁN, M.; KOURI, 2003; WHO, 2008). Estima-se que
cerca de 2,5 bilhões de pessoas vivem em áreas de risco, principalmente no sul e
sudeste da Ásia, Américas Central e do Sul e Caribe (WHO, 2009). Além disso,
cerca de 80 milhões de pessoas se infectam anualmente e mais de 550 mil
necessitam de hospitalização com pelo menos 20 mil casos de morte decorrente da
doença (WHO, 2007).
Figura 1.1 Distribuição mundial das áreas de risco de dengue (laranja) em 2008. * As linhas de
contorno das isotermas de janeiro e julho (vermelho) indicam as áreas de risco, definidas pelos limites
geográficos dos hemisférios norte e sul para o ciclo de sobrevivência do Aedes aegypti, o principal
mosquito vetor dos vírus da dengue. (WHO, 2008).
*
28
A emergência global da dengue está diretamente ligada à carência de um
programa eficiente de combate ao mosquito transmissor em áreas onde a dengue é
endêmica. Além disso, o aumento populacional mundial, a rápida urbanização e o
crescente número de viagens aéreas internacionais contribuem para a manutenção
e aumento de epidemias de dengue no mundo (KYLE; HARRIS, 2008)
Apesar dos esforços das pesquisas (WEBSTER; FARRAR; ROWLAND-
JONES, 2009) e da necessidade imediata, não existem vacinas contra a dengue
disponíveis para a população, e seu desenvolvimento esbarra em várias limitações.
A vacina deve conferir proteção de longa duração contra os quatro sorotipos do
vírus, não um modelo animal adequado capaz de reproduzir as formas graves de
dengue (BENTE; RICO-HESSE, 2006) e ainda existe o fenômeno da infecção
secundária potencializada pelos anticorpos heterólogos (ADE) (HALSTEAD;
O’ROURKE, 1977). Além disso, existem relatos na literatura sobre a capacidade de
recombinação (HOLMES et al., 1999; TOLOU et al., 2001; ABUBAKAR; WONG;
CHAN, 2002; CARVALHO et al., 2010) e de interferência viral entre sorotipos (SUN
et al., 2006; GUY et al., 2009).
1.2 A dengue no Brasil
No Brasil, a dengue tem sido objeto de uma das maiores campanhas de
saúde pública realizadas nos últimos anos (http://www.combatadengue.com.br). O
mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, que havia sido erradicado de
vários países do continente americano nas décadas de 50 e 60, volta a se
disseminar na década de 70 e hoje é detectado em praticamente todo território
nacional (Figura 1.2). Este fato deve-se a falhas no sistema de vigilância
epidemiológica e pelas mudanças sociais e ambientais (GUZMÁN; KOURI, 2003;
TAPIA-CONYER; MÉNDEZ-GALVÁN; GALLARDO-RINCÓN, 2009).
29
Em 1986, após um período de mais de 60 anos sem notificação, o vírus da
dengue (sorotipo 1, DENV1) foi detectado no Brasil, inicialmente no estado do Rio
de Janeiro, causando uma grande epidemia (SCHATZMAYR et al., 1986). Em 1990,
quatro anos após a re-introdução da doença, foi detectado o primeiro caso de
dengue causado pelo sorotipo 2 do vírus (DENV2) (NOGUEIRA et al., 1990) e, em
2000, do sorotipo 3 (DENV3) (NOGUEIRA et al., 2001), ambos também no Rio de
Janeiro. Com a co-circulação dos três sorotipos ocorreu, em 2002, a mais grave
epidemia de dengue no país (Figura 1.3). O sorotipo 4 foi identificado no Brasil por
um grupo do Amazonas em amostras coletadas de três pacientes residentes em
Manaus, em 2006 (FIGUEIREDO et al., 2008; DE MELO; ROMANO; ZANOTTO,
2009), porém existem controvérsias com relação a origem desses casos e este dado
não é confirmado pelo Ministério da Saúde.
No Brasil, atualmente ocorre a co-circulação de DENV1, DENV2 e DENV3
em todas as regiões do país, sendo que apenas o estado de Santa Catarina não
apresentou casos autóctones na última epidemia de 2009 (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2009). Atualmente, o Brasil se encontra em uma situação epidemiológica alarmante,
e contribui com 80% dos casos de dengue registrados nas Américas (NOGUEIRA;
ARAÚJO; SCHATZMAYR, 2007; TEIXEIRA et al., 2009).
Figura 1.2 Reinfestação do mosquito Aedes aegypti na América Latina e Caribe. Figuras
compiladas por PAHO. Áreas infestadas marcadas em amarelo. (TAPIA-CONYER
MÉNDEZ-GALVÁN; GALLARDO-RINCÓN, 2009).
30
De acordo com dados epidemiológicos de 2009 da Secretaria de Vigilância
em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), foram confirmados 1.386 casos de
febre hemorrágica da dengue (DHF), com 98 óbitos. Também foram confirmados
2.510 casos de dengue com complicação (DCC) com 58 óbitos. Em 2008, no
mesmo período, ocorreram 3.660 casos de DHF e 16.569 de DCC, o que mostra
uma importante redução de 80,7% no número de casos graves em 2009. Além
disso, a análise do monitoramento da circulação viral demonstra o isolamento dos
sorotipos DENV1, DENV2 e DENV3, com o predomínio para o sorotipo DENV2, em
50% dos casos de isolamento de 2009 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
Número de casos confirmados
Anos de epidemia
Figura 1.3 Número de casos de dengue no Brasil de 1986 a 2009. (Dados
obtidos do Ministério da Saúde e Secretaria de Vigilância em Saúde).
31
1.3 O mosquito vetor e o ciclo de transmissão
Várias espécies de mosquito do gênero Aedes podem agir como vetor para
DENV, dependendo da área geográfica e do tipo de ciclo de transmissão, entre elas
A. albopictus, A. aegypti e A. polynesiensis, sendo as duas primeiras encontradas
em diversas regiões do Brasil e o A. aegypti, o principal vetor urbano da dengue
(GUBLER, 1998; WEAVER; BARRET, 2004).
Atualmente, o mosquito transmissor é encontrado numa larga faixa do
continente americano (GUZMÁN; KOURI, 2003), desde o Uruguai até o sul dos
Estados Unidos. registro de surtos importantes de dengue em vários países
como Venezuela, Cuba, Brasil e Paraguai (SEIJO et al., 2001; THOMAS et al., 2003;
CARVALHO et al., 2010).
No Brasil, o mosquito está restrito às vilas e cidades, sempre ligado ao
peridomicílio e domicílio humano, e raramente em ambientes semi-silvestres. É
pequeno, preto e branco, altamente adaptado ao ambiente doméstico, tem hábito
diurno e deposita seus ovos em recipientes contendo água limpa parada (GUBLER,
1998; THOMAS et al., 2003; MALAVIGE et al., 2004; WEAVER; BARRET, 2004).
A infecção pelo vírus da dengue ocorre através da picada de fêmeas de
mosquitos do gênero Aedes. Após a picada por um mosquito infectado, o vírus
inicia, no indivíduo, um período de incubação que leva de 3 a 14 dias, passando a
causar sintomas e sinais não-específicos, além de febre (SILER et al., 1926).
Durante o período febril, que varia de 2 a 10 dias, as partículas virais circulam no
sangue periférico (GUBLER et al., 1981) podendo assim ser transmitidas caso um
mosquito venha a picar a pessoa doente. Os mosquitos então se tornam infectados
e, após um período de incubação de 8 a 12 dias, denominado período de incubação
extrínseca, passam a transmitir o vírus (GUBLER, 1998; THOMAS et al., 2003).
32
1.4 O vírus
O vírus da dengue (DENV) pertence ao gênero Flavivirus da família
Flaviviridae (CALISHER, 1988), uma grande família de patógenos virais
responsáveis por inúmeras doenças e mortalidade em humanos e animais. O nome
Flavivirus tem origem do latim, onde “flavus” significa amarelo, relacionando à
icterícia causada pela febre amarela (YFV). Este gênero compreende mais de 70
vírus, incluindo, além da dengue e febre amarela, os vírus da encefalite japonesa
(JEV), encefalite causada por carrapatos (TBEV), febre do oeste do Nilo (WNV)
(MUKHOPADHYAY; KUHN; ROSSMANN, 2005), entre outros. O DENV pode ser
classificado em quatro sorotipos distintos: DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4, que
embora epidemiologicamente semelhantes, são geneticamente e antigenicamente
distintos, e a infecção por qualquer um dos quatro causa manifestações clínicas
similares (CALISHER et al., 1989).
O virion maduro é uma partícula esférica com diâmetro entre 40 e 60 nm, e é
composto por uma única molécula de RNA de fita simples com polaridade positiva,
empacotada pela protna viral de capsídeo (C) e uma bicamada lipídica derivada da
célula hospedeira. Esta camada é envolta por 180 cópias das glicoproteínas de
envelope (E) (KUHN et al., 2002) e de membrana (M), que estão ancoradas na
membrana lipídica por seus domínios C-terminal (LINDENBACH; RICE, 2001;
MUKHOPADHYAY; KUHN; ROSSMANN, 2005) (Figura 1.4).
Figura 1.4 Representação de partículas de Flavivirus imaturas. A Reconstrução da
estrutura sombreada de crio-microscopia eletrônica (cryoEM) de uma partícula imatura de
DENV2 numa resolução de 16Å. B Superposição da proteína E em cima da densidade
cryoEM. A preteína prM que cobre o trimero é visível. C Organização da proteína E na
partícula imatura. (MUKHOPADHYAY; KUHN; ROSSMANN, 2005).
A
B
C
33
O genoma viral contém aproximadamente 11.000 nucleotídeos (nt) e possui
uma única fase de leitura (ORF) que codifica uma poliproteína, que é flanqueada por
duas regiões não traduzidas (NTR) (Figura 1.5) (CHAMBERS et al., 1990; RICE,
1996), que parecem ser responsáveis por conferir estabilidade ao RNA viral, além de
desempenharem um papel importante na regulação da síntese de moléculas de
RNA e na expressão das proteínas virais (KHROMYKH et al., 2001; ALVAREZ et al.,
2005a; CHIU; KINNEY; DREHER, 2005), e que provavelmente interagem com
fatores celulares envolvidos nestas funções. O RNA genômico possui um cap na
região 5’NTR e não apresenta cauda poli(A) na região 3’NTR. O cap desempenha
um papel importante atuando no início do processo de tradução e protegendo o RNA
viral de degradação por exonucelases (BOLLATI et al., 2009). A tradução da ORF
resulta em uma única poliproteína precursora, de aproximadamente 3.390
aminoácidos (aa), que é clivada co- e pós-traducionalmente por proteases virais e
derivadas do hospedeiro, gerando um conjunto de três proteínas estruturais (C, prM
e E), e de sete proteínas não estruturais (NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A, NS4B e
NS5) (CHAMBERS et al., 1990; RICE, 1996; MURRAY; JONES; RICE, 2008)
(Figura 1.5).
Figura 1.5 Representação esquemática da organização do genoma do vírus da dengue e
clivagem da poliproteína em três proteínas estruturais e sete não-estruturais por proteases
viral e do hospedeiro.
34
1.4.1 Regiões não-traduzidas
As regiões 5’ e 3’NTR apresentam sequências conservadas (conserved
sequences, CSs) que parecem desempenhar papéis importantes no processo de
replicação do genoma viral (HAHN et al., 1987; KHROMYKH et al., 2001; ALVAREZ
et al., 2005a; VILLORDO; GAMARNIK, 2009). O fragmento 5’CS, localizado na
região que codifica a porção N-terminal da proteína C, é complementar a 3’CS,
situado no 3’NTR. A região 5’UAR, localizada antes do AUG que codifica o primeiro
aminoácido da poliproteína, é complementar a 3’UAR, situada no 3’SL (stem-loop)
(Figura 1.6) (ALVAREZ et al., 2005a; VILLORDO; GAMARNIK, 2009). Tem sido
descrito que essa complementaridade é essencial para a replicação viral em cultura
celular (BREDENBEEK et al., 2003; LO et al., 2003; ALVAREZ et al., 2005a,
ALVAREZ et al., 2005b), o que corrobora com a hipótese de que a circularização do
RNA é necessária para o sucesso do ciclo replicativo (KHROMYKH et al., 2001).
Figura 1.6 Representação de uma porção das sequências e predição das
estruturas secundárias das regiões 5’NTR e 3’NTR, indicando seus
elementos: 5’SLA (5’ stem-loop A), 5’SLB (5’ stem-loop B), 5’cHP (5’ capsid
region hairpin) e 3’SL (3’ stem-loop). A linha pontilhada representa o genoma
viral. (Modificado de VILLORDO; GAMARNIK; 2009).
35
1.4.2 Proteínas estruturais
A proteína do capsídeo (C), responsável pela forma estrutural da partícula
viral, possui caráter básico e sua região C-terminal pode estar envolvida na
associação ao RNA viral (MA et al., 2004; WANG et al., 2002). Sugere-se que esta
associação forme um complexo evitando o contato do RNA com a proteína de
envelope (MURRAY; JONES; RICE, 2008). Apesar do processo de recrutamento de
partículas de RNA e proteínas C para a formação do nucleocapsídeo não ser muito
bem compreendida, a interação entre a proteína e o RNA parece ser crucial para a
produção de partículas virais viáveis (JONES et al., 2003).
A proteína glicosilada prM faz parte da estrutura dos virions imaturos e é
clivada por uma protease tipo furina como última etapa antes da liberação da
partícula infecciosa da célula, protegendo a proteína fusogênica de envelope durante
seu trânsito pelos compartimentos ácidos da via secretória (MURRAY; JONES;
RICE, 2008). Esta clivagem gera a proteína estrutural M, que juntamente com E
formam a estrutura externa da partícula viral madura (CHAMBERS et al., 1990;
RICE, 1996; MUKHOPADHYAY; KUHN; ROSSMANN, 2005).
A proteína de envelope (E) é uma proteína de fusão da classe II (KIELIAN,
2006), sendo responsável pelas principais propriedades biológicas do vírus. Além de
ser o principal componente antigênico da superfície do virion (GROMOWSKI;
BARRETT, 2007), age como hemaglutinina viral, apresenta capacidade fusogênica
com membranas da célula hospedeira (STIASNY et al., 2009), induz resposta imune
protetora (WAHALA et al., 2009) e interage com receptores na superfície de células
alvo (CHEN; MAGUIRE; MARKS, 1996; HUERTA et al., 2008). A proteína E possui
dois sítios de N-glicosilação, nas posições Asn-67 e Asn-153, sendo a glicosilação
no sítio Asn-153 conservada na maioria dos Flavivirus e Asn-67 exclusiva dos vírus
dengue (HEINZ; ALLISON, 2003; BRYANT et al., 2007; MONDOTE et al., 2007).
Evidências indicam que a proteína E desempenha um papel na patogenicidade de
diversos flavivírus, não apenas pela definição do tropismo celular como também
afetando a penetração do vírus (GOLLINS; PORTERFIELD, 1986; REY et al., 1995).
A estrutura cristalográfica da proteína E foi descrita para os Flavivirus DENV1,
DENV2, DENV3, TBEV e WNV (NAYAK et al., 2009; BRESSANELLI et al., 2004;
MODIS et al., 2003; 2004; 2005; REY et al., 1995; ZHANG et al., 2004; KANAI et al.,
36
2006; NYBAKKEN et al., 2006), o que possibilitou a obtenção de informações com
relação à disposição espacial das proteínas de superfície, sua função e os
mecanismos de fusão. O monômero nativo da proteína E é formado por três
domínios distintos: I, II e III. O domínio I é formado por 8 fitas de !-barril contendo 2
inserções em loop e 2 "-hélices que funcionam como uma dobradiça para a
reorganização da proteína E em meio de pH baixo. O domínio II contém o peptídeo
de fusão (PF aa 98–111), uma região altamente conservada entre os Flavivirus. O
PF reage com anticorpos monoclonais que possuem reação cruzada entre Flavivirus
e com inibidores da fusão de membranas. É responsável pelo início do processo de
fusão entre as membranas do virion e do endossomo. O domínio III é formado por
10 fitas de !-barril tipo-imunoglobulina, com motivos putativos de ligação de receptor
celular e elícita altos títulos de anticorpos neutralizantes específicos (HUANG et al.,
2010). A região logo abaixo do domínio III representa a porção C-terminal, que é
formada por uma haste e uma âncora transmenbrana (Figura 1.7), e que
corresponde a 20% da proteína E, para a qual apenas estruturas preditas, baseadas
em sequências nucleotídicas, estão disponíveis. A haste é composta por duas
estruturas em "-hélice chamadas H1
pred
(aa 401–413) e H2
pred
(aa 431–449) que são
separadas por um elemento CS (aa 414–430). Na âncora transmenbrana estão os
segmentos TM1 (aa 450–471) e TM2 (aa 473–496). H2
pred
é contíguo ao TM1 e
juntos constituem uma "-hélice contínua que se estende até a membrana viral. TM2,
que possui função de sequência sinal para a proteína NS1, foi também descrito
cruzando a membrana viral, mas não se sabe ao certo se realmente permanece
embebida na membrana após a clivagem por signalases, que separa E e NS1
durante o processamento da poliproteína viral (ALLISON et al., 1999).
37
1.4.3 Proteínas não-estruturais
As proteínas não-estruturais são essenciais para a replicação do RNA viral,
estando envolvidas no complexo de replicação viral (CR) (BOLLATI et al., 2009). A
glicoproteína não-estrutural NS1 pode ser detectada em células de vertebrados,
intracelularmente, associada a superfície celular ou secretada no meio extracelular
sob a forma hexamérica (WINKLER et al., 1988; 1989; FLAMAND et al., 1999) e
também no soro de pacientes infectados com o vírus (LIBRATY et al., 2002;
RAMIREZ et al., 2009). Os níveis dessa proteína circulante no soro de pacientes
infectados têm sido correlacionados com a gravidade da doença (AVIRUTNAN et al.,
2006). Tanto as formas solúveis da proteína NS1 ou associadas à superfície celular
podem desempenhar um importante papel na patogênese da dengue (LIBRATY et
al., 2002; ALCON-LEPODER et al., 2005), provocando a formação auto-anticorpos
que reagem com plaquetas e proteínas da matriz extracelular induzindo disfunção
plaquetária e hemorragia (FALCONAR, 1997; CHANG et al. 2002, 2009; SUN et al.,
2007), pode diretamente reforçar a infecção (ALCON-LEPODER et al., 2005), ou
ainda promover a formação do complexo terminal do complemento (KUROSU et al.,
2007). Estudos demonstraram que a proteína NS1 foi identificada sendo um
determinante grupo e sorotipo-específicos, e marcador de diagnóstico precoce
(FALCONAR; YOUNG, 1991; HENCHAL et al., 1987; SHU et al., 2000). Além disso,
Figura 1.7 Representação esquemática da vista lateral de um homodímero da
proteína E e seus elementos: domínios I em vermelho, domínio II em amarelo,
domínio III em azul, peptídeo de fusão (PF) em laranja, haste em roxo e âncora
transmembrana em verde, além da membrana viral em cinza (modificado de
KIERMAYR; STIASNY; HEINZ, 2009).
38
foi demonstrado que a NS1 de flavivírus desempenha um papel essencial no
processo de replicação viral (MACKENZIE; JONES; YOUNG, 1996; MUYLAERT;
GALLER; RICE, 1997; LINDENBACH; RICE, 1997), porém, sua função direta ainda
não é conhecida. Entretanto, foi comprovado que o sítio de glicosilação, localizado
na posição 130 da proteína NS1, é necessário para replicação viral (TAJIMA;
TAKASAKI; KURANE, 2008).
A proteína NS3 está envolvida no processamento da poliproteína e na
replicação do genoma viral. É uma proteína multifuncional com no mínimo três
atividades distintas (ASSENBERG et al., 2009). A região N-terminal (180 resíduos
de aminoácidos NS3pro), tendo como co-fator o domínio hidrofóbico da proteína
NS2B, apresenta atividade de serina-protease, catalisando as clivagens de várias
proteínas virais (CHEN et al., 1997; LI et al., 1997; CUI et al., 1998; KHROMYKH et
al., 1999a, 1999b; LINDENBACH; RICE, 2003). Os dois terços finais da proteína
NS3 (região C-terminal) apresentam homologia com a família das RNA helicases
(GORBALENYA et al., 1989; XU et al., 2005; SAMPATH et al., 2006). Além disso,
também possui atividade de RNA trifosfatase, que promove a desfosforilação da
região 5’NTR para a adição do cap (WENGLER; WENGLER, 1991; KHROMYKH et
al., 1999a, 1999b, LINDENBACH; RICE, 2003). O fragmento correspondente aos
resíduos de aminoácido 180 a 618 da NS3 de DENV compreende dois motivos
chamados Walker A GK(S/T) e Walker B DEx(D/H). Estes motivos estão presentes
em uma vasta família de proteínas ligadoras de nucleotídeos que participam de uma
grande variedade de funções celulares como hidrólise de nucleosídeos 5’-
trifosfatados (NTP) com movimento direcional, desestabilização de fitas duplas de
ácido nucléico, processamento de RNA, além de recombinação e reparo de DNA
(SINGLETON; WIGLEY, 2002). As helicases são enzimas motoras que utilizam a
energia derivada da hidrólise de NTP para catalisar o desenovelamento e
remodelamento de fitas duplas de ácido nucléico, e são classificadas em 3 grandes
superfamílias, baseado na comparação de sequências e motivos conservados. Além
disso, as helicases ainda podem ser classificadas nas subfamílias DEAD, DExD e
DExx, dependendo da sequência do motivo II (SCHMID; LINDER, 1992). As
helicases se ligam a NTP por dois elementos estruturais, o motivo I ou Walker A,
que é um loop de ligação a fosfato, e o motivo II ou Walker B, que é um loop de
ácido aspártico de ligação a Mg
2+
(KOONIN, 1991). A presença dos motivos Walker
A e Walker B e de outros cinco motivos conservados, classifica a helicase de DENV
39
dentro da superfamília 2 das RNA helicases/NTPases (UTAMA et al., 2000a). A
superfamília 2 das RNA helicases, também chamada helicases DEAD(D/H)-box,
possui sete motivos conservados, que sugerem estar associados à hidrólise de NTP
e ligação à ácidos nucléicos (YAMASHITA et al., 2008). A helicase de DENV é
formada por três subdomínios com tamanhos aproximadamente iguais formando, na
sua junção, uma grande fissura positivamente carregada, onde se encontra o sitio de
ligação ao RNA (ASSENBERG et al., 2009). Os sete motivos conservados da
superfamília 2 estão localizados nos subdomínios 1 e 2 (Figura 1.8). O subdomínio 1
é composto por quatro !-hélices e cinco folhas-", e possui os motivos Walker A
(motivo I, GSGKT) e Walker B (motivo II, DEAH). O subdomínio 2 é composto por
três !-hélices e oito fitas-" e é dividido em duas subunidades. Uma subunidade é
cercada por seis fitas-" e três !-hélices, enquanto a outra subunidade possui duas
fitas-" penetrando no domínio 3. Acredita-se que o “dedo de arginina” no motivo VI
(QRRGRVGR) no subdomínio 2 seja crucial para a hidrólise de NTP (AHMADIAN et
al., 1997). O subdomínio 3 é composto de sete !-hélices e duas fitas-"
(YAMASHITA et al., 2008). As atividades helicase e NTPase da proteína NS3
foram caracterizadas funcionalmente para diversos membros da família Flaviviridae,
como o vírus da hepatite C (HCV), DENV, WNV, YFV e JEV (WARRENER;
TAMURA; COLLETT, 1993; GWACK et al., 1996; BOROWSKI et al., 2001; UTAMA
et al., 2000b; BENARROCH et al., 2004), e a estrutura cristalográfica do domínio
helicase foi descrita para os Flavivirus DENV, YFV, JEV, KUNV (XU et al., 2005;
WU et al., 2005; MASTRANGELO et al., 2007; YAMASHITA et al., 2008).
40
A maior das proteínas não estruturais (NS5) apresenta sequências
conservadas entre os membros do gênero Flavivirus, e possui dois domínios
caracterizados. A região N-terminal da proteína apresenta atividade de
metiltransferase (MTase), que está associada com a reação de adição do cap ao
RNA (KOONIN, 1993; LINDENBACH; RICE, 2003). A região C-terminal apresenta
motivos de atividade de RNA polimerase dependente de RNA (RdRp) (replicase
viral) (KAMER; ARGOS, 1984; CHAMBERS et al., 1990; BRUENN, 2003). A
estrutura cristalográfica da MTase foi determinada para DENV (EGLOFF et al.,
2002), WNV (ZHOU et al., 2007) e YFV (GEISS et al., 2009), além de outros
flavivírus trasnmitidos por carrapatos (BOLLATI et al., 2009). Enquanto apenas duas
estruturas de RdRp de flavivírus são conhecidas, KUNV (MALET et al., 2007) e
DENV3 (YAP et al., 2007). Ambas estruturas de RdRp adotam a estrutura típica de
“mão direita”, compreendendo três domínios, denominados dedos, palma e polegar
(MALET et al., 2008). A região entre os resíduos de aminoácidos 320 a 368 é
Figura 1.8 Representação esquemática do genoma e estrutura tri-
dimensional do domínio helicase da proteína NS3 de JEV. A Estrutura do
genoma de JEV com destaque para os sete motivos conservados do domínio
helicase. B Diagrama em fita do domínio helicase de JEV mostrando os
domínios 1 e 2 no topo e o domínio 3 na parte inferior em vista lateral
(esquerda) e vista superior (direita). Os sete motivos estão representados por
cores distintas: motivo I, roxo; motivo Ia, vermelho; motivo II, ciano; motivo III,
laranja; motivo IV, rosa; motivo V, azul e motivo VI, verde. (modificado de
YAMASHITA et al., 2008)
41
extremamente conservada entre os flavivírus e está implicada na interação com a
proteína NS3 (KAPOOR et al., 1995a; JOHANSSON et al., 2001). Nas infecções por
DENV, a proteína NS5 foi localizada dentro do núcleo, entretanto, isso não é comum
entre todos os flavivírus. A explicação para esta localização nuclear, uma vez que a
função enzimática da RdRp no ciclo de vida do vírus é requerida no citoplasma de
célula, é desconhecida, mas está sendo investigada (PRYOR et al., 2007). No
entanto, estas observações sugerem que, além de suas funções enzimáticas, a NS5
também pode participar em interações vírus-hospedeiro, interagindo ativamente com
o hospedeiro (PERERA; KUHN, 2008).
A proteína NS2B age como co-fator da NS3pro, sendo esta interação
responsável pelos eventos de clivagem e maturação da poliproteína viral
(CHAMBERS et al., 1990; FALGOUT et al., 1991; LIN et al., 1993). Não se tem
evidências diretas sobre a função das proteínas NS2A, NS4A e NS4B. No entanto,
estudos sugerem que a proteína NS4A está ancorada à membrana do retículo e
interage com as proteínas NS1, NS3 e NS5 (WESTAWAY; MACKENZIE;
KHROMYKH, 2003). Outros estudos demonstram que durante a replicação viral, a
proteína NS4B pode estar localizada no núcleo da célula hospedeira, e sua
interação com a NS3 pode modular a replicação viral, porém seu papel específico
ainda não foi determinado (LINDENBACH; RICE, 2003; UMAREDDY et al., 2006).
Foi demonstrada a presença da proteína NS2A e possivelmente NS4A associadas a
frações da membrana do retículo endoplasmático, confirmando a presença de
múltiplos domínios hidrofóbicos observados anteriormente (RICE et al., 1986;
MANDL et al., 1989; CHU; WESTAWAY, 1992, KAPOOR et al., 1995a; RICE, 1996;
CHEN et al., 1997; CUI et al., 1998; KHROMYKH et al., 1999a, 1999b). Resultados
recentes sugerem que a proteína NS2A interage com a região 3’NTR
(LINDENBACH; RICE, 2003), e que serve como ponte para a interação das
proteínas NS5 e NS4A. Além disso, a NS2A é necessária para a clivagem
proteolítica da região C-terminal da NS1 (FALGOUT; CHANOCK; LAI, 1989).
Recentemente, foi demonstrado que a NS4B e, com menor importância, a NS2A e
NS4A são capazes de bloquear a via de interferon (IFN) (MUÑOZ-JORDAN et al.,
2003, 2005; LIU et al., 2004). As funções específicas de cada uma destas proteínas
estão sendo determinadas e estudos utilizando a tecnologia de replicons e genomas
infecciosos têm demonstrado que elas estão envolvidas na formação e manutenção
do CR viral (KHROMYKH et al., 1999a, 1999b; LINDENBACH; RICE, 2003).
42
1.5 Morfogênese viral
A superfície da partícula viral madura de DENV é revestida por uma
armação de 90 cópias da proteína E, organizadas em homodímeros (KUHN et al.,
2002; MUKHOPADHYAY; KUHN; ROSSMANN, 2005), sendo responsável pela
interação entre o vírus e a célula hospedeira. A entrada do vírus na célula alvo
acontece por endocitose mediada pela interação com receptores, porém as
proteínas de superfície celular que estariam envolvidas neste processo ainda não
foram totalmente definidas. Muitos estudos têm sido realizados visando caracterizar
os receptores celulares envolvidos na penetração do DENV nas células hospedeiras,
e no caso de células de vertebrados, vários receptores têm sido propostos, como
heparan sulfato, proteínas de choque térmico 70 (heat shock protein 70, HSP70) e
90 (heat shock protein 90, HSP90), GRP78/BiP, CD14, receptor de 37/67-kDa de
alta afinidade pela laminina, L-SIGN e DC-SIGN (CLYDE; KYLE; HARRIS, 2006),
sendo este último o melhor caracterizado (SAKUNTABHAI et al., 2005; LOZACH et
al., 2005; KWAN et al., 2005; 2008). DC-SIGN são receptores transmembrana tipo-C
(dependente de cálcio), compostos por quatro domínios, um citoplasmático, um
transmembrana, um envolvendo sete a oito prolongamentos extracelulares e um
domínio de reconhecimento de carboidrato. Estes receptores são principalmente
expressos em células dendríticas e macrófagos alveolares (ALEN et al., 2009). O
DC-SIGN é capaz de mediar a infecção dos quatro sorotipos do DENV, e a sua
expressão ectópica confere permissividade à infecção pelo DENV em linhagens
celulares normalmente não permissivas (NAVARRO-SÁNCHEZ et al., 2003;
TASSANEETRITHEP et al., 2003).
Uma vez internalizada no endossomo, a partícula viral encontra um
ambiente ácido, o que desencadeia um rearranjo conformacional na proteína E,
onde ocorre a dissociação de seus dímeros e a re-associação irreversível em
trímeros, expondo o peptídeo de fusão (PF) (MODIS et al., 2004) (Figuras 1.9a-c).
Na conformação pré-fusão, o loop interno do PF está localizado na ponta do domínio
II da subunidade monomérica e está escondido no bolso hidrofóbico formado pela
interação dos domínios I e III da subunidade adjacente (Figura 1.9a). Para o início
da fusão, o PF precisa ser liberado desta interação permitindo sua associação com a
membrana do endossomo. Este passo inicial é então seguido pela trimerização e
43
realocação do domínio III (STIASNY et al., 2009). O rearranjo sofrido pela proteína E
gera energia necessária capaz de dobrar a membrana da célula em direção à
membrana do vírus, induzindo a fusão das membranas (MODIS et al., 2004). Este
processo se dá pela inserção do peptídeo de fusão na parte externa da bicamada da
membrana celular (Figura 1.9b-c), seguido do dobramento da proteína E,
direcionando a região C-terminal da âncora em direção ao peptídeo de fusão (Figura
1.9c-d). Este dobramento força a membrana da célula (ligada pelo peptídeo de
fusão) contra a membrana viral (ligada pela região C-terminal da âncora
transmembrana), resultando na fusão das duas membranas (Figura 1.9e) (NAYAK et
al., 2009). O processo de fusão é crítico para a entrada do vírus e liberação do
genoma viral no citoplasma da célula, onde ocorre a tradução e replicação
simultânea do RNA viral.
Figura 1.9 Representação gráfica do mecanismo de fusão mediado por proteínas virais de
fusão da classe II. Os domínios e estruturas da proteína E estão representados como na Figura
1.7. (a) Estrutura da partícula viral pré-fusão, proteína E organizada em homodímeros; (b) O pH
ácido do endossomo induz a dissociação dos dímeros em monômeros expondo o peptídeo de
fusão (PF) e permitindo sua interação com a membrana do endossomo; (c) A inserção do PF
na membrana da célula hospedeira promove a formação do trímero; (d) Os trímeros se unem e
o domínio III é deslocado para promover um dobramento da proteína da porção C-terminal em
direção ao peptídeo de fusão, promovendo uma hemi-fusão; (e) Formação de poros de fusão.
(Modificado de STIASNY et al., 2009)
44
Uma vez no citoplasma da célula, ocorre a tradução do RNA viral associada
ao retículo endoplasmático (RE), seguida do processo de replicação do RNA viral. A
replicação é semiconservativa, aonde o RNA de polaridade positiva (que atua como
um RNA mensageiro) serve como molde para a síntese de moléculas de RNA de
polaridade negativa, que servirão de molde para geração de novas cadeias de RNA
de polaridade positiva, e também para da tradução das proteínas virais
(WESTAWAY, 1987).
Durante o processo de tradução, as proteínas virais NS são clivadas, por
proteases virais do tipo serina e por signalases da célula hospedeira, e estão
envolvidas no processo de replicação do RNA viral. A proteína NS5, que é uma RNA
polimerase dependente de RNA (RdRp), associa-se a proteína NS3 (BOOKS et al.,
2002) e a outras proteínas virais para formar o complexo de replicação.
A montagem das partículas imaturas é realizada na superfície do RE quando
as proteínas estruturais e as fitas de RNA recém sintetizadas brotam no lúmen do
RE. As partículas não-infecciosas, virais imaturas e sub-virais resultantes são
transportadas através da rede trans-Golgi (TGN), onde ocorre a glicosilação das
proteínas prM, E e NS1. Apesar da biossíntese e montagem da proteína E ocorrer
nas membranas do RE, pouco se sabe sobre a interação de chaperonas do RE no
processo de dobramento e montagem desta proteína. Algumas proteínas estão
sendo investigadas quanto ao seu papel neste processamento, e a imunoglobulina
de cadeia pesada ligadora de proteína, calnexina e calreticulina parecem ser
essenciais para produção viral (LIMJINDAPORN et al., 2009). As partículas imaturas
do virion sofrem uma clivagem tardia pela protease tipo furina do hospedeiro
(clivagem da glicoproteína prM para gerar a proteína M), resultando em partículas
maduras e infecciosas. Esta maturação é necessária para manter a conformação da
proteína E, sem expor o PF, durante o transporte pelas cisternas da TGN, que
apresentam um pH ácido, e assim, manter o potencial de infectividade dos vírus
(HEINZ et al., 1994; HEINZ; ALLISON, 2003; LI et al., 2008). Posteriormente, as
partículas infecciosas resultantes são liberadas para o meio extracelular pelo
mecanismo de exocitose (Figura 1.10) (CHAMBERS et al., 1990; RICE, 1996;
MUKHOPADHYAY; KUHN; ROSSMANN, 2005).
45
1.6 Patogênese
Os quatro sorotipos de DENV podem ser responsáveis por estados
assintomáticos da doença, febres indiferenciadas e até febres hemorrágicas mortais.
Até o momento, não foi possível associar um sorotipo ou uma variante específicos
do vírus da dengue a um quadro clínico particular.
A febre da dengue (DF) é caracterizada por sintomas inespecíficos como
cefaléia, febre de início súbito, dor retro-orbitária, artralgia, bradicardia, mialgia,
náuseas, vômitos, exantema maculopapular, dor nos ossos e fraqueza generalizada,
podendo ser confundindo com os sintomas de outras doenças infecciosas co-
circulantes. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Pequenas manifestações
hemorrágicas também podem ser observadas em alguns casos.
Figura 1.10 Esquema da morfogênese do vírus da dengue. (Modificado de
MUKHOPADHYAY; KUHN; ROSSMANN, 2005)
46
A febre hemorrágica da dengue (DHF) além dos sintomas da DF se
caracteriza também por hemorragias diversas (que incluem petéquias, púrpuras e
equimoses), trombocitopenia, extravasamento de plasma, que é atribuído pelo
aumento da permeabilidade vascular, e manifestado por valores elevados de
hematócrito, hipoproteinemia ou efusão no interior das cavidades serosas
(ROTHMAN, 1997; WHO, 1997; MALAVIGE et al., 2004). Este quadro pode se
agravar rapidamente e o indivíduo entrar em choque hipovolêmico (síndrome de
choque da dengue - DSS), e evoluir para óbito. Alguns dos mecanismos
fisiopatológicos responsáveis por esse fenômeno ainda são desconhecidos,
principalmente pela falta de um modelo animal que reflita as formas graves da
doença (BENTE; RICO-HESSE, 2006; VASILAKIS; WEAVER, 2008).
Algumas teorias são propostas para explicar o desenvolvimento da DHF.
Mecanismos imunopatológicos desempenhariam um importante papel no
desenvolvimento da DHF/DSS (KURANE; ENNIS, 1994, ROTHMAN; ENNIS, 1999).
Uma prevalência de DHF é observada mais frequentemente após uma infecção
secundária por um segundo sorotipo de vírus da dengue, possivelmente decorrente
do fenômeno dos anticorpos potencializadores da infecção (antibody dependent-
enhancement ADE) (HALSTEAD; O’ROURKE, 1977; MALAVIGE et al., 2004). Os
anticorpos produzidos durante a primeira infecção seriam não neutralizantes ou sub-
neutralizantes contra o segundo sorotipo, potencializando a infecção através da
interação da porção Fc do complexo partícula viral-imunoglobulina, facilitando a
penetração em células alvo do hospedeiro (HALSTEAD; O’ROURKE, 1977).
Observações recentes indicam que o perfil clínico da doença tem se
modificado e complicações como manifestações neurológicas (SUMARMO et al.,
1978; GUBLER; TRENT, 1993; MIAGOSTOVICH et al., 1997; SANTOS et al., 2004;
FERREIRA et al., 2005; MISRA et al., 2006; DOMINGUES et al., 2007) e
hepatomegalia com falha hepática fulminante (RIGAU-PÉREZ et al., 1998;
NOGUEIRA et al., 2002; LING; WILDER-SMITH; LEO, 2007) têm sido descritas com
relativa frequência. O atual diagnóstico de doença neurológica associada com
dengue é baseada no desenvolvimento de manifestações neurológicas em pacientes
com sorologia IgM positiva para dengue. Estas manifestações incluem síndrome de
Guillain-Barré (GBS), encefalite/encefalopatia, mielite, meningite, encefalomielite
aguda, polineuropatia, mononeuropatia facial e ulnar, além de hemorragias
cerebromeningeais (PATEY et al., 1993; SOLOMON et al., 2000; YAMAMOTO et al.,
47
2002; PALMA-DA-CUNHA-MATTA et al., 2004; CHOTMONGKOL et al., 2004;
PUCCIONI-SOHLER et al., 2009). A fisiopatologia do quadro neurológico na
infecção pelo DENV pode ser causada por fatores indiretos como edema cerebral,
hemorragia cerebral, falência hepatica fulminante com encefalopatia portosistêmica,
anóxia cerebral, hemorragia microcapilar e liberação de produtos tóxicos
(SUMARMO et al., 1983; LUM et al., 1996) ou estar diretamente relacionado com a
replicação viral no SNC causando meningites, encefalites, mononeuropatia e
polineneuropatias (BHOOPAT et al., 1996; MIAGOSTOVICH et al., 1997; RAMOS et
al., 1998).
Os casos que apresentam manifestações clínicas não usuais são atualmente
classificados pelo Ministério da Saúde do Brasil como dengue com complicações
(DCC) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). A mudança do perfil clínico associado à
dengue pode ser devido a inúmeros fatores, incluindo a cepa do vírus infectante, o
estado imunológico do hospedeiro, ou ainda, o maior poder infectivo de mosquitos
vetores (RICO-HESSE et al., 1997; MANGADA; IGARASHI, 1998; LEITMEYER et
al., 1999, DUARTE DOS SANTOS et al., 2002). Provavelmente, tanto os fatores
virais como do hospedeiro devem contribuir para a gravidade da doença, porém a
importância de cada um permanece indeterminada.
Estratégias que visam avaliar a interação entre o vírus da dengue e as
células do hospedeiro têm sido utilizadas para uma melhor compreensão sobre os
processos de morfogênese e patogenicidade desses vírus.
48
1.6.1 Modelo murino no estudo da patogênese da dengue
A falta de um modelo animal apropriado que reflita as formas graves da
doença dificulta a caracterização de alguns aspectos envolvidos na patogênese da
dengue. Nos últimos anos, embora com limitações, o modelo de infecção em
camundongos vêm sendo caracterizado no estudo da patogênese do vírus da
dengue. Estes estudos incluem infecção por diferentes vias, infecção com cepas
neuroadaptadas em camundongos, linhagens de camundongos quiméricos
transplantados com células humanas e linhagens de camundongos knockout para
diversos genes (YAUCH; SHRESTA, 2008; WILLIAMS et al., 2009). Isolados clínicos
do DENV adaptados em cérebro de camundongos, apresentam aumento da
neurovirulência nestes animais (SABIN; SCHLESINGER, 1945; COLE; WISSEMAN,
1969) e atenuação em voluntários humanos (HOTTA, 1952; SABIN, 1952). Este
modelo foi predominantemente utilizado para testar a eficácia de vacinas de DENV
(KAUFMAN et al., 1987; BRAY et al., 1989; FALGOUT et al., 1990, VAN DER MOST
et al., 2000). Para se obter camundongos que pudessem ser inoculados via
periférica, e não pelo sistema nervoso central, foram desenvolvidas linhagens
quiméricas e imunocomprometidas, entre elas camundongos SCID, AG129, Balb/c,
A/J, entre outros (SHRESTA et al., 2006; YAUCH; SHRESTA, 2008; WILLIAMS et
al., 2009; RICO-HESSE, 2010). Em contrapartida, o uso de linhagens não
isogênicas, como linhagem Swiss, fornece um background imunológico heterogêneo
da população de camundongos (RICE; O’BRIEN, 1980; CUI; CHESSON; HOPE,
1993), o que reproduziria o cenário encontrado nas epidemias de dengue na
população.
Em 1998, Desprès et al., com o intuito de estudar alguns aspectos da
patogênese da dengue, estabeleceram um modelo murino de encefalite da dengue
através de passagens seriadas e alternadas do isolado clínico FGA/89 em cérebro
de camundongos Swiss e em células de linhagem AP61 (Aedes pseudocutellaris),
tentando mimetizar o ciclo de transmissão natural do vírus (Figura 1.11A). Após seis
passagens, duas variantes neurovirulentas foram geradas, denominadas FGA/NA-
d1d e FGA/NA-a5c, ambas causando encefalite fatal nos animais. Os genomas
dessas variantes, quando comparados com a cepa parental, apresentaram
substituições de aminoácidos nas proteínas E e NS3, implicando o aparecimento
49
dessas mutações no processo de neuroadaptação desses vírus (DESPRÈS et al.,
1998; DUARTE DOS SANTOS et al. 2000; BORDIGNON et al., 2007). Visando
confirmar estes achados, Bordignon et al. (2007) realizaram experimentos similares
através da passagem seriada da mesma cepa viral parental (FGA/89) em cérebro de
camundongos, porém, excluindo a etapa de infecção em culturas celulares (Figura
1.11B). Esse protocolo gerou a cepa neurovirulenta FGA/NA-P6 que, quando
comparada com a cepa parental, apresentou substituições de aminoácidos que,
embora não sendo idênticas àquelas previamente identificadas na cepa FGA/NA-
d1d, mapeavam nos mesmos domínios das proteínas E e NS3 (Quadro 1.1).
Quadro 1.1 Substituições de aminoácidos identificadas nos genomas dos vírus neuroadaptados
FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6, em comparação com a cepa parental FGA/89 e com o genoma do
clone infeccioso pBACDV1.
Figura 1.11 Esquema da neuroadaptação da cepa FGA/89 em modelo murino. A. Geração da
cepa FGA/NA-d1d (DESPRÈS et al., 1998). B. Geração da cepa FGA/NA-P6 (BORDIGNON et al.,
2007).
50
As mutações identificadas em ambos os trabalhos parecem estar
relacionadas com o processo de neuroadaptação do DENV. Desta maneira, a
caracterização destes marcadores moleculares poderia contribuir para o
entendimento da patogênese da infecção pelo vírus da dengue, bem como, fornecer
subsídios que possam explicar o envolvimento do SNC em casos graves da doença.
1.7 Clones infecciosos e replicons como ferramentas genéticas
A tecnologia do DNA recombinante permite a análise e modificação
molecular de genomas, obtendo desta forma conhecimentos mais profundos em sua
organização e expressão. Os clones infecciosos de vírus RNA de polaridade positiva
são construções genéticas compostas pela sequência genômica completa do vírus
na forma de DNA. A inserção de sítios que permitem a transcrição in vitro ou in vivo,
possibilita a geração de uma molécula de RNA infecciosa que apresenta as mesmas
propriedades do RNA viral, sendo capaz de gerar partículas virais indistinguíveis de
vírus naturais (RICE et al., 1989; MEYERS; THIEL; RÜMENAPF, 1996; RUGGLI;
RICE, 1999; KUMMERER; RICE, 2002). A vantagem da obtenção de um clone a
partir de um genoma viral em um vetor é a sua fácil propagação em sistema
eucarioto e ampliação da progênie viral homogênea em cultura celular (RUGGLI;
RICE, 1999), diferentemente das amostras biológicas onde o RNA viral se apresenta
sob a forma de quasispecies (HOLMES, 2003; LIN et al., 2004). Clones infecciosos
são, portanto uma ferramenta indispensável para o estudo, por exemplo, do efeito de
mutações pontuais no genoma viral, funções biológicas do vírus, processamento da
poliproteína e virulência.
Uma alternativa aos clones infecciosos é a utilização de clones
subgenômicos, os replicons, que possuem todos os elementos necessários para
replicação do material genético em células, porém não possuem as sequências
codificadoras das proteínas estruturais e, portanto não são capazes de gerar novas
partículas virais (JONES; PATKAR; KUHN, 2005). Alguns autores demonstraram
que a omissão total da sequência das proteínas estruturais resulta na ausência de
replicação (KHROMYKH; WESTAWAY, 1997). É necessária a presença dos
nucleotídeos que codificam a porção N-terminal da proteína C, onde está localizada
51
a sequência 5’CS, que é complementar a sequência 3’CS da região 3’NTR (HAHN et
al., 1987), sendo essa complementaridade essencial para a replicação
(BREDENBEEK et al., 2003; LO et al., 2003; ALVAREZ et al., 2005a). Além disso, a
manutenção da sequência sinal da proteína NS1, codificada pela porção C-terminal
da proteína E, garante o correto endereçamento e processamento da mesma
(CHAMBERS et al., 1990; LINDENBACH; RICE, 2001). A maior vantagem dos
sistemas subgenômicos de replicons é o fato de permitirem análise de variáveis que
estão envolvidas no processo de replicação viral, pois isolam as proteínas não-
estruturais das estruturais que estão mais relacionadas aos processos de montagem
da partícula viral (KHROMYKH; WESTAWAY, 1997).
foram descritos clones infecciosos para vários vírus do gênero Flavivírus,
como YFV (RICE et al. 1989), os quatro sorotipos do vírus da dengue (LAI et al.,
1991; KAPOOR et al., 1995b; BLANEY JR et al., 2004a; SUZUKI et al., 2007), vírus
da encefalite japonesa (SUMIYOSHI; HOKE; TREND, 1992), vírus Kunjin
(KHROMYKH; WESTAWAY, 1994), vírus da encefalite transmitida por carrapatos
(GRITSUN; GOULD, 1995); vírus do Oeste do Nilo (YAMSHCHIKOV et al., 2001),
entre outros. Assim como os clones infecciosos, vários replicons também foram
descritos, para vírus da dengue tipo 1, 2 e 3 (SUZUKI et al., 2007; PANG; ZHANG;
DAYTON, 2001; ALVAREZ et al., 2005a; JONES et al., 2005; HOLDEN et al., 2006;
NG et al., 2007, MOSIMANN et al., 2010), vírus da febre amarela (CORVER et al.,
2003; JONES; PATKAR; KUHN, 2005), vírus Kunjin (KHROMYKH; WESTAWAY,
1997), vírus da encefalite transmitida por carrapatos (GEHRKE et al., 2003), vírus da
Febre hemorrágica de Omsk (YOSHII; HOLBROOK, 2009), vírus da encefalite
japonesa (YUN et al., 2007) e vírus do Oeste do Nilo (YAMSHCHIKOV et al., 2001;
SHI; TILGNER; LO, 2002; SCHOLLE et al., 2004; ROSSI et al., 2005).
Os primeiros sistemas de clones infecciosos desenvolvidos para Flavivirus
foram para o vírus da febre amarela (RICE et al., 1989) e DENV4 (LAI et al., 1991).
A estratégia para contornar os problemas de instabilidade de clonagem do genoma
viral completo em um único plasmídeo de E.coli foi a utilização de dois plasmídeos
contendo fragmentos separados, seguido de ligação in vitro para gerar um molde
para a produção de RNAs sintéticos do genoma completo. Outras estratégias foram
desenvolvidas na tentativa de se propagar cDNAs do genoma inteiro, que pudessem
ser utilizados diretamente como moldes para a produção de RNAs infecciosos, como
o uso de plasmídeos de levedura (POLO et al., 1997; PURI et al., 2000), plasmídeos
52
de baixa cópia (GUALANO et al., 1998) e vetores de cromossomos artificiais de
bactérias (BAC) (VAN DER MOST; CORVER; STRAUSS,1999). A instabilidade de
alguns clones em sistemas bacterianos pode ser devido a potencial toxicidade de
alguns fragmentos dos genomas virais, porém não existem dados no caso de DENV
comprovando esta hipótese. (BOYER; HAENNI, 1994).
Com o uso da tecnologia de genomas infecciosos e replicons é possível
inserir uma ou um conjunto de mutações, para ensaiar o seu possível papel na
patogênese decorrente da infecção viral. Essas construções têm sido utilizadas para
avaliação de potenciais vacinas, como vetores para expressão de proteínas
heterólogas ou para se estudar o papel de mutações e deleções tanto nas proteínas
virais quanto nas regiões 5’NTR e 3’NTR do genoma (GUIRAKHOO et al., 2002,
2004, 2006; HUANG et al., 2003; MATEU et al., 2007; KINNEY et al., 1997;
GUALANO et al., 1998; CAMPBELL; PLETNEV, 2000; KÜMMERER; RICE, 2002;
HAYASAKA et al., 2004; SUZUKI et al., 2007; PLETNEV, 2001; SHI et al., 2002;
BREDENBEEK et al., 2003; YUN et al., 2003; TAJIMA et al., 2006; BONALDO et al.,
2007).
A grande maioria dos ensaios utilizando clones infecciosos no estudo de
marcadores de virulência para o vírus da dengue se restringe à porção estrutural do
vírus, ou ainda, utilizam clones quiméricos, onde as proteínas estruturais são
substituídas por proteínas similares de outros flavivirus (KAWANO et al.,1993;
CHEN et al.,1995; GUALANO et al.,1998; BRAY et al., 1998; WEI et al., 2003;
PURDY; CHANG, 2005; PIERRO et al., 2006; HSIEH et al., 2008).
53
2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
Doenças hemorrágicas virais são síndromes multi-sistêmicas caracterizadas
por dano vascular difuso e alteração na homeostase do sistema imunológico, que
frequentemente são acompanhadas por hemorragias. Os vírus geralmente
associados a essas síndromes são vírus que possuem envelope, de genoma RNA e
zoonóticos. Os quatro sorotipos da dengue podem causar desde uma febre
indiferenciada até casos mais graves, como o desenvolvimento de DHF e DSS,
devido ao extravasamento excessivo de plasma (HALSTEAD, 1988; GUBLER, 1994;
MONATH, 1994). Observações recentes indicam que as formas clínicas da doença
têm mudando e manifestações neurológicas são observadas frequentemente (LUM
et al., 1996; RAMOS et al., 1998; SOLOMON et al., 2000; CAM et al., 2001;
DOMINGUES et al., 2007). Os mecanismos precisos envolvidos no desenvolvimento
das formas graves e não-usuais da dengue ainda permanecem desconhecidos.
Estratégias genéticas que permitam caracterizar mecanismos moleculares
associados à virulência e a resposta do hospedeiro deverão contribuir para interferir
de forma controlada em etapas críticas durante a infecção viral. A tecnologia de
replicons/clones infecciosos se mostra bastante atraente para este propósito, pois
permite que mutações relacionadas a um determinado fenótipo viral possam ser
ensaiadas in vitro e in vivo. Em uma etapa mais avançada, essas construções
podem ser testadas quanto sua capacidade de replicação e/ou produção de
partículas virais na ausência e presença de potenciais inibidores.
Visando estudar a neuropatologia da dengue e mapear possíveis
marcadores moleculares de virulência, foram realizados estudos com cepas
neuroadaptadas em cérebro de camundongos, e algumas mutações, que poderiam
estar relacionadas com este fenótipo, foram identificadas (Quadro 1.1) (DESPRÈS et
al., 1998; DUARTE DOS SANTOS et al., 2000; BORDIGNON et al., 2007)
Para definir o envolvimento de cada uma destas substituições de
aminoácidos na aquisição do fenótipo de neurovirulência, o objetivo geral deste
trabalho foi gerar e caracterizar clones infecciosos contendo as mutações
identificadas, inseridas isoladamente ou em conjunto no genoma infeccioso
pBACDV1 da cepa viral DENV1 BR/90, previamente estabelecido (SUZUKI et al,
2007).
54
Os objetivos específicos foram:
Amplificar os fragmentos contendo as mutaçõs de interesse e cloná-los no
contexto do genoma infeccioso de dengue sorotipo 1, pBACDV1;
Transfectar os RNAs gerados por transcrição in vitro a partir dos clones
infecciosos mutados em células de inseto C6/36;
Amplificar os estoques virais em culturas celulares de inseto C6/36;
Determinar a sequência nucleotídica completa dos vírus amplificados em
culturas de células;
Caracterizar os vírus recombinantes contendo as mutações de interesse
in vitro e in vivo.
Analisar a modulação da expressão de alguns genes do hospedeiro em
resposta a infecção pelos vírus parental e neurovirulentos.
55
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Construção de clones recombinantes
3.1.1 Amplificação dos fragmentos contendo as mutações de interesse
A amplificação das mutações em estudo, localizadas nas proteínas de
Envelope e não-estrutural NS3 (Quadro 1.1, item 1.6.1), foi realizada pela reação em
cadeia da polimerase (PCR - polymerase chain reaction) de fusão, utilizando como
molde o genoma viral do clone infeccioso pBACDV1. A amplificação dos fragmentos
consistiu em duas reações: na primeira reação eram amplificados dois fragmentos
(fragm A e fragm B) para cada mutação, e na segunda, também chamada PCR de
fusão, era feita a fusão dos dois fragmentos (fragm fusão representação
esquemática na Figura 3.1) através da complementariedade das sequências dos
oligonucleotídeos iniciadores de polaridade negativa do fragm A e positiva do fragm
B, que continham a mutação (Quadro 3.1). Com exceção da mutação NS3-435, que
foi amplificada em uma única reação.
Os oligonucleotídeos iniciadores complementares de polaridade negativa do
fragm A e positiva do fragm B foram desenhados a fim de possuírem, além da
mutação de interesse, uma mutação silenciosa que modifica a sequência de um sítio
de enzima de restrição, o que facilita a triagem de possíveis clones em etapas
posteriores. Os sítios mutados foram: BstBI para E405, EcoRV para NS3-209 e
BsaBI para NS3-480. A mutação E402 está localizada na sequência do sítio da
enzima BstBI, também podendo, portanto, ser utilizado na triagem dos clones. A
estratégia da mutação NS3-435 não possui outra mutação para triagem de clones.
As reações de PCR foram realizadas utilizando o kit comercial TripleMaster
System (Eppendorf), seguindo instruções do fabricante. A amplificação dos fragm A
e B foi submetida aos seguintes ciclos: 95ºC por 3 min., 25 ciclos de 95ºC por 30
seg., 50ºC por 30 seg. e 68ºC por 5 min., enquanto a amplificação do PCR de fusão
foi submetida a 95ºC por 3 min., 35 ciclos de 95ºC por 30 seg., 60-62ºC por 30 seg.
e 68ºC por 5 min. Alíquotas de 10% das reações de PCR foram visualizadas por
eletroforese em gel de agarose 0,8% contendo 0,5µg/mL de brometo de etídio.
56
Para a purificação, os amplicons foram excisados de géis de agarose e
purificados utilizando o kit comercial QIAquick Gel Extraction kit (QIAgen), seguindo
instruções do fabricante e recuperados em 50 a 100µL de tampão EB fornecido no
kit.
Quadro 3.1 Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para amplificação
dos fragmentos contendo as mutações de interesse para clonagem.
57
3.1.2 Clonagem dos fragmentos mutados em vetor pGEM-T Easy
Os fragmentos amplificados e purificados E-402, E-405 e NS3-435 que que se
mostraram de difícil clonagem em pBACDV1 (genoma infeccioso DENV1), foram
utilizados para clonagem em Sistema pGEM-T Easy (Promega) para posterior
transferência do fragmento para pBACDV1.
O pGEM-T Easy é um vetor de alta cópia, utilizado para clonagem direta de
produtos de PCR, preparado pela digestão com a enzima EcoRV e adição de uma
timidina em cada 3’ terminal. O vetor também contém promotor do bacteriófago T7 e
marcador de seleção para o antibiótico ampicilina (Figura 3.2). A reação de ligação
foi realizada seguindo recomendações do fabricante. A clonagem do inserto em
vetor pGEM-T Easy interrompe a sequência que codifica para o gene da !-
galactosidase. Clones recombinantes podem ser triados pelo sistema de "-
complementação, sendo identificados pela coloração das colônias bacterianas
quando crescidas em placas de cultura contendo agente indutor e seu substrato.
Figura 3.1Representação esquemática das etapas da amplificação dos fragmentos contendo as
mutações de interesse (fragm A, fragm B e fragm fusão) e as respectivas enzimas de restrição
utilizadas para cada estratégia de clonagem.
58
3.1.3 Preparo de células bacterianas de Escherichia coli (E.coli)
linhagens TOP10 e TOP10F’ cálcio competentes
Foi seguido o método de Mandel & Higa (1970). Estoques em glicerol das
linhagens TOP10 e TOP10F’, armazenados em N
2
líquido, foram estriados em
placas contendo meio Luria Broth (LB) sem antibiótico para TOP10 e LB contendo
12.5µg/mL de tetraciclina para TOP10F’, e incubados a 37°C por 16 horas. Uma
colônia bacteriana isolada de cada linhagem foi inoculada em 20 mL de meio líquido
LB1x sem antibiótico para TOP10 e LB1x contendo 12.5µg/mL de tetraciclina para
TOP10F’. A cultura foi incubada a 37°C por 16 horas sob agitação constante. O pré-
inóculo foi diluído 1:10 em 200mL de meio LB1x contendo o antibiótico apropriado.
As células foram incubadas a 37°C sob agitação constante até o início da fase de
crescimento exponencial atingindo uma absorbância entre 0.4 e 0.6 a 600nm. Após
20 min. no gelo, a cultura foi centrifugada a 4.000xg por 5 min. a 4°C (Centrífuga
Sorvall RC 5B Plus, rotor SLA 1500), o sobrenadante desprezado, e o sedimento
ressuspenso em metade do volume da cultura original (100mL) de uma solução
100mM CaCl
2
/10mM Hepes gelada e estéril. As células foram incubadas no gelo
durante 20 minutos. A suspensão foi submetida a uma centrifugação nas mesmas
condições anteriores. O sobrenadante foi descartado cuidadosamente e o sedimento
ressuspenso em 1/50 do volume da cultura original (4mL) da solução 100mM
CaCl
2
/10mM Hepes/10% glicerol gelada e estéril, incubado no gelo por 2 horas e
Figura 3.2 Mapa do plasmídeo pGEM-T
Easy (Promega).
59
estocado em alíquotas de 100µL em tubos eppendorf a –70°C até a utilização.
Durante todo o procedimento as amostras eram mantidas em gelo.
3.1.4 Transformação de bactérias cálcio-competente TOP10F’ com
plasmídeos pGEM-T Easy
Para a transformação de bactérias competentes com as ligações inserto-vetor
pGEM-T Easy, células competentes TOP10F’ foram descongeladas em banho de
gelo (1 tubo com 100µL para cada transformação). Todo o volume das ligações era
adicionado diretamente nos tubos contendo as bactérias competentes, e esses eram
mantidos no gelo por 30 min. Em seguida era realizado choque térmico a 42ºC por 2
min., adicionados 900µL de meio SOC e os tubos incubados por 1 hora a 37ºC sob
agitação constante para a recuperação das células transformadas. Após este
período, alíquotas de 50µL e 100µL das bactérias transformadas foram semeadas
em placas contendo meio LB sólido suplementado com 100µg/mL de ampicilina,
0.4mM de IPTG (Isopropil-!-D-tiogalactopirosídeo) e 0.04mg/mL de X-gal (bromo-
chloro-indolyl-galactopyranosídeo) e incubadas a 30ºC por 16 horas. Colônias
brancas (recombinantes) foram transferidas para uma placa-mãe que consistia do
mesmo meio descrito acima, para a identificação de cada eventual clone através de
um papel quadriculado numerado colado no fundo. Cada clone candidato era
transferido da placa de crescimento para um quadrado numerado da placa-mãe com
o auxílio de um palito de dente e a placa era incubada a 30ºC, por 16 horas. Este
procedimento permite uma segunda seleção de colônias supostamente brancas e a
análise de possíveis colônias recombinantes de forma inequívoca.
60
3.1.5 Minipreparação do DNA plasmidial dos clones recombinantes em
pGEM-T Easy e sequenciamento
Após a triagem e identificação das colônias brancas na placa-mãe, algumas
colônias contendo os prováveis clones foram selecionadas e inoculadas em 3mL de
meio LB líquido suplementado com 100µg/mL de ampicilina e crescidas a 30ºC por
16 horas sob agitação constante. As culturas crescidas em meio líquido eram
sedimentadas por uma breve centrifugação para minipreparação dos plasmídeos
com o kit Wizard Plus SV Minipreps kit (Promega), de acordo com protocolo descrito
pelo fabricante. Todos os clones positivos foram estocados em glicerol 50% v/v, em
um volume total de 1mL, a 70ºC.
Para a confirmação da sequência nucleotídica dos clones recombinantes e
verificação de eventuais mutações indesejadas, os clones E402pGEM e NS3-
435pGEM foram sequenciados no Instituto Carlos Chagas (ICC) usando BigDye
Terminator v3.1 Cycle Sequencing Kit (Applied Biosystems) em um ABI PRISM 3100
Genetic Analyzer (Applied Biosystems), e os clones E405pGEM foram enviados para
sequenciamento na Macrogen (Seoul, Coréia do Sul) (Quadro 3.2).
61
3.1.6 Minipreparação do genoma infeccioso pBACDV1
O genoma infeccioso pBACDV1 (SUZUKI et al., 2007) foi construído em um
cromossomo artificial de bactéria (BAC), vetor de cópia única, e contém o genoma
completo do vírus da dengue tipo 1, cepa BR/90 (número de acesso GenBank
AF226685), a sequência do promotor da T7 RNA polimerase (T7 prom) adicionado
de uma base G, imediatamente antes do primeiro nucleotídeo do genoma viral e, a
sequência da ribozima do vírus da hepatite delta (HDV-RZ), o sítio de terminação da
T7 RNA polimerase (T7 term) e o sítio de restrição SwaI, imediatamente após o
término do genoma viral. O vetor ainda possui marcador de seleção para o
antibiótico cloranfenicol, origem de replicação OriS e fator de fertilidade F de E. coli
(Figura 3.3).
Quadro 3.2 Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para sequenciamento dos possíveis
clones recombinantes clonados em pGEM-T Easy.
62
Estoques em glicerol do genoma infeccioso pBACDV1 foram inoculados em
20mL de meio Terrific Broth (TB) líquido suplementado com 15µg/mL de
cloranfenicol e cultivados a 30ºC por 16 horas sob agitação constante. As culturas
crescidas em meio líquido eram sedimentadas por uma breve centrifugação para
minipreparação dos plasmídeos com o kit Wizard Plus SV Minipreps kit (Promega),
de acordo com protocolo descrito pelo fabricante. Os DNAs eram recuperados em
50µL de água livre de nucleases fornecida no kit.
3.1.7 Sub-clonagem em pBACDV1 – clones com mutação única
O genoma infeccioso pBACDV1, os fragmentos de PCR purificados e os
clones pGEM confirmados por sequenciamento foram digeridos para sub-clonagem
utilizando diferentes estratégias para cada mutação.
E402 e E405: O pBACDV1 e os clones E402pGEM e E405pGEM foram tratados
com as enzimas de restrição NotI 10U/µL e MluI 10U/µL (New England Biolabs),
de acordo com os tampões e condições descritas pelo fabricante das enzimas.
Os fragmentos gerados estão representados na Figura 3.4.
Figura 3.3 Representação esquemática do mapa do genoma
infeccioso pBACDV1.
63
NS3-209: O vetor pBACDV1 e o fragmento NS3-209, amplificado e purificado,
foram digeridos com as enzimas MluI 10U/µL e BsiWI 10U/µL (New England
Biolabs), de acordo com os tampões e condições descritas pelo fabricante das
enzimas. Os fragmentos gerados estão representados na Figura 3.5.
NS3-435: O genoma infeccioso pBACDV1 e o clone NS3-435-pGEM foram
digeridos com as enzimas BsiWI 10U/µL e RsrII 5U/µL (New England Biolabs), de
A
B
C
D
Figura 3.4 Representação esquemática da digestão dos clones pBACDV1 e E402-pGEM ou E405-
pGEM (Emut-pGEM) com as enzimas de restrição NotI e MluI. Em A e C, a representação do mapa
dos plasmídeos, destacando a localização dos sítios das enzimas (setas vermelhas), em B e D, o
perfil dos fragmentos gerados pela digestão, destacando os fragmentos a serem utilizados (setas
azuis).
A
B
C
D
Figura 3.5 Representação esquemática da digestão do clone pBACDV1 e do fragmento de PCR
NS3-209 com as enzimas de restrição MluI e BsiWI. Em A e C, a representação do mapa do
plasmídeo e do PCR, destacando a localização dos sítios das enzimas (setas vermelhas), em B e D,
o perfil dos fragmentos gerados pela digestão, destacando os fragmentos a serem utilizados (setas
azuis).
64
acordo com os tampões e condições descritas pelo fabricante das enzimas. Os
fragmentos gerados estão representados na Figura 3.6.
NS3-480: O vetor pBACDV1 e o fragmento NS3-480, amplificado e purificado,
foram tratados com as enzimas BsiWI 10U/µL e NheI 10U/µL (New England
Biolabs), de acordo com os tampões e condições descritas pelo fabricante das
enzimas. Os fragmentos gerados estão representados na Figura 3.7.
A
B
C
D
Figura 3.6 Representação esquemática da digestão dos clones pBACDV1 e NS3-435-pGEM
com as enzimas de restrição BsiWI e RsrII. Em A e C, a representação do mapa dos plasmídeos,
destacando a localização dos sítios das enzimas (setas vermelhas), em B e D, o perfil dos
fragmentos gerados pela digestão, destacando os fragmentos a serem utilizados (setas azuis).
Figura 3.7 Representação esquemática da digestão do clone pBACDV1 e do fragmento de
PCR NS3-480 com as enzimas de restrição BsiWI e NheI. Em A e C, a representação do mapa
do plasmídeo e do PCR, destacando a localização dos sítios das enzimas (setas vermelhas), em
B e D, o perfil dos fragmentos gerados pela digestão, destacando os fragmentos a serem
utilizados (setas azuis).
A
B
C
D
65
A substituição dos fragmentos liberados do genoma infeccioso pBACDV1 foi
realizada pela ligação dos respectivos fragmentos mutados, seguindo o protocolo da
enzima T4 DNA ligase (New England Biolabs ou USB), para um volume final de
reação de 15µL. As reações foram incubadas a 16ºC ou 4ºC por 16 horas. As
quantidades de DNA, necessárias para as reações de ligação entre o vetor
pBACDV1 e os insertos, foram determinadas visualmente por eletroforeses em gel
de agarose ou pela sua dosagem utilizando espectrofotômetro (Nanodrop
Thermo). Foi utilizada uma relação de 3:1 (inserto:vetor), de acordo com a fórmula
representada no quadro abaixo.
3.1.8 Transformação de bactérias cálcio-competente TOP10 com
plasmídeos pBACDV1
Células bacterianas TOP10 foram transformadas com todo o volume da
ligação e incubadas por 30 min. no gelo. Em seguida eram submetidas a um choque
térmico a 42°C por 40 seg., adicionados 250µL de meio SOC e as células incubadas
a 37ºC por 1 h. sob agitação constante para sua recuperação. Após esse período,
todo o volume das bactérias transformadas eram semeadas em placas contendo
meio TB sólido contendo 15µg/mL de cloranfenicol e incubadas a 30°C por 16 a 48h.
Após a verificação da presença de possíveis colônias recombinantes na placa, era
feita uma placa mãe para a identificação de cada eventual clone, como já descrito no
item 3.1.4.
66
3.1.9 Seleção de clones recombinantes pela técnica de PCR de colônia e
confirmação por digestão
As colônias obtidas a partir da ligação com vetor pBACDV1 foram triadas pela
técnica de PCR de colônia. Cada colônia era passada da placa mãe, com auxílio de
um palito de dente estéril, para um tubo eppendorf (identificado com o número
correspondente) contendo 10µL de água ultrapura e cada tubo era incubado a 98ºC
por 5 minutos. Em seguida, os tubos eram centrifugados a 16000xg por 30 seg. e
1µL do sobrenadante era utilizado na reação de PCR, utilizando o kit Taq DNA
Polimerase (5U/µL, Invitrogen). Os oligonucleotídeos utilizados para amplificação
das regiões mutadas estão contidos na Quadro 3.3. A reação era submetida a um
ciclo a 94ºC por 3 min. e a 35 ciclos a 94ºC por 30 seg., 52ºC por 30 seg. e 72ºC por
1 min. Alíquotas das amostras de DNA amplificadas (1:10) foram analisadas por
eletroforese em gel de agarose 0,8% contendo 0.5µg/mL de brometo de etídio.
Os fragmentos que apresentavam amplificação positiva eram, então,
confirmados pela digestão com a enzima de restrição que reconhece o sítio mutado
silenciosamente, de acordo com cada estratégia. Os sítios mutados para
confirmação dos clones são: BstBI para E-402 e E-405, EcoRV para NS3-209 e
BsaBI para NS3-480 (Quadro 3.3). A estratégia da mutação NS3-435 não possui
modificações para triagem de clones.
Quadro 3.3 Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para amplificação por PCR de colônia e
enzimas de restrição utilizadas para digestão dos PCRs, para confirmação de clones.
67
As digestões foram realizadas de acordo com o protocolo do fabricante
(Biolabs) e incubadas por 1h 30 min. em sua temperatura ideal. Os clones positivos
eram identificados pela não clivagem do sítio de restrição.
3.1.10 Minipreparação dos clones recombinantes pBACDV1-mut e
sequenciamento
As colônias dos clones confirmados por digestão foram inoculadas em 20mL
de meio TB líquido suplementado com 15µg/mL de cloranfenicol e crescidos a 30ºC
por 16 horas sob agitação constante. As culturas foram utilizadas para
minipreparação de DNA, como já descrito anteriormente no item 3.1.6.
Como a clonagem é feita em vetor BAC, para a confirmação da sequência
nucleotídica por sequenciamento, fez-se necessária a amplificação das regiões de
interesse com enzima de alta fidelidade para um melhor resultado e qualidade da
região sequenciada. Para tanto, foi feita a amplificação por PCR das regiões que
abrangiam os fragmentos substituídos (Tabela 3.4), utilizando os kits comerciais
TripleMaster System (Eppendorf) ou LongRange PCR (QIAgen), seguindo instruções
dos fabricantes, e foram submetidas aos seguintes ciclos: 93ºC por 3 min., 40 ciclos
de 93ºC por 30 seg., 52ºC por 30 seg. e 68ºC por 4 min. Alíquotas de 10% da reação
de PCR foram visualizadas por eletroforese em gel de agarose 0,8% contendo
0,5µg/mL de brometo de etídio. Para a purificação, os amplicons foram excisados de
géis de agarose e purificados utilizando o kit comercial QIAquick Gel Extraction kit
(QIAgen), seguindo instruções do fabricante e recuperados em 30µL de tampão EB
fornecido no kit. Os clones E-402, NS3-209 e NS3-480 foram sequenciados no
Instituto Carlos Chagas (ICC) usando BigDye Terminator v3.1 Cycle Sequencing Kit
(Applied Biosystems) em um ABI PRISM 3100 Genetic Analyzer (Applied
Biosystems). Os demais clones foram enviados para sequenciamento na Macrogen
(Seoul, Coréia do Sul) (Quadro 3.5).
68
Quadro 3.4 Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para amplificação de PCR dos possíveis
clones recombinantes clonados em pBAC.
69
Quadro 3.5 Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para sequenciamento dos PCR dos
possíveis clones recombinantes clonados em pBAC.
70
3.1.11 Construção de clones recombinantes – duplos e triplo mutantes
Os clones duplos e triplo mutantes foram construídos com a combinação das
mutações localizadas nas proteínas E e NS3, de cada vírus neuroadaptado (Quadro
1.1, item 1.5.1). A construção foi feita a partir dos clones contendo uma única
mutação, confirmados por sequenciamento, onde foi clonada a segunda mutação. A
substituição do novo fragmento mutado foi feita com os fragmentos liberados dos
clones em pGEM-T Easy ou dos clones em pBACDV1 com sua sequência
confirmada.
Para tanto, foram construídos os seguintes clones:
E405/NS3-435: contém as duas mutações do vírus FGA/NA-d1d, e foi construído
pela inserção do fragmento NS3-435, liberado do clone em NS3-435pGEM, no
clone E405pBAC, que foram digeridos com as enzimas BsiWI 10U/µL e RsrII
5U/µL (New England Biolabs), de acordo com os tampões e condições descritas
pelo fabricante das enzimas.
E402/NS3-209: contém a combinação de duas mutações do vírus FGA/NA-P6, e
foi construído pela inserção do fragmento mutado NS3-209, liberado do clone em
NS3-209pBAC, no clone E402pBAC, que foram digeridos com as enzimas MluI
10U/µL e BsiWI 10U/µL (New England Biolabs), de acordo com os tampões e
condições descritas pelo fabricante das enzimas.
E402/NS3-480: contém a combinação de duas mutações do vírus FGA/NA-P6, e
foi construído pela inserção do fragmento mutado NS3-480, liberado do clone em
NS3-480pBAC, no clone E402pBAC, que foram digeridos com as enzimas BsiWI
10U/µL e NheI 10U/µL (New England Biolabs), de acordo com os tampões e
condições descritas pelo fabricante das enzimas.
E402/NS3-209/NS3-480: contém as a combinação das três mutações
encontradas no vírus FGA/NA-P6, e foi construído pela inserção do fragmento
mutado NS3-480, amplificado por PCR de fusão, no clone E402/NS3-209, que
foram digeridos com as enzimas BsiWI 10U/µL e NheI 10U/µL (New England
71
Biolabs), de acordo com os tampões e condições descritas pelo fabricante das
enzimas.
Os novos clones recombinantes, duplos e triplo mutantes, seguiram os
mesmos protocolos e condições dos clones contendo uma única mutação para
construção, confirmação de clones (Quadro 3.6) , sequenciamento, amplificação e
análise dos vírus recombinantes.
3.2. Geração de vírus recombinantes
3.2.1 Linearização dos clones recombinantes por digestão
Um clone de cada estratégia de construção, todos confirmados por
sequenciamento, foram selecionados para prosseguir para as próximas etapas.
As minipreparações foram linearizadas pela digestão com a enzima de
restrição SwaI 10U/µL, de acordo com os tampões e condições descritas pelo
fabricante das enzimas. A reação foi incubada a 25°C por 16 horas. O fragmento
gerado está representado na Figura 3.8.
Quadro 3.6 Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para amplificação dos PCR dos
possíveis clones, duplos e triplo mutante, para confirmação por sequenciamento.
72
A purificação da digestão foi feita com reagentes livres de nucleases, e foram
adicionados 12µL 1M NaCl, 1µL SDS10%, 2µL 0.5M EDTA e 1µL de glicogênio de
ostra (10mg/mL) em cada tubo. As amostras foram extraídas com
fenol/clorofórmio/álcool isoamílico e a mistura foi precipitada com 3 volumes de
etanol absoluto, a 20°C por 16 horas. Após este período, o material foi centrifugado
a 16.000xg por 15 min. a 4°C, lavado com etanol 70% e centrifugado novamente por
10 min. O DNA foi recuperado em 5µL de água livre de nucleases, fornecida no kit
de transcrição in vitro.
3.2.2 Transcrição in vitro
O DNA linearizado e purificado foi utilizado como molde para a reação de
transcrição in vitro, utilizando o kit comercial T7 MEGAscript High Yield Transcription
(AMBION). A reação foi composta por 2,5µL do DNA linearizado e purificado, 1µL de
tampão de reação 10x, 1µL de ATP, 1µL de CTP, 1µL de UTP, 0,5µL de GTP, 1µL
de m
7
G(5')ppp(5')G RNA Cap Structure Analog (New England Biolabs), 1µL de água
livre de nucleases e 1µL de T7 RNA polimerase, e foi incubada a 38°C por 3 horas.
Alíquotas de 5% da reação de transcrição foram visualizadas por eletroforese
em gel de agarose 0,8% contendo 0,5µg/mL de brometo de etídio, livres de
nucleases.
Figura 3.8 Representação esquemática da digestão do clone pBACDV1 com
enzimas de restrição SwaI. Em A, a representação do mapa do plasmídeo, destacando
a localização do sítio da enzima (seta vermelha), em B, o perfil do fragmento gerado
pela digestão, apontado pela seta azul.
A
B
73
3.2.3 Determinação da linhagem celular e método de transfecção
Para determinar a melhor linhagem celular para o estudo, células de inseto
C6/36 (glândula salivar de mosquito Aedes albopictus) e células de mamífero BHK-
21 (baby hamster kidney) foram testadas em diferentes condições de transfecção. O
método de transfecção do RNA também foi avaliado quanto à sua eficácia e
rendimento. Foram testados os protocolos de eletroporação e transfecção por
lipossomos.
3.2.3.1 Eletroporação
Culturas de células C6/36 e BHK-21 com 60% de confluência em garrafa
T150 (TPP) foram utilizadas para o teste de eletroporação. As monocamadas de
células foram destacadas das garrafas, por raspagem física para C6/36 e pela ação
da tripsina para BHK-21, centrifugadas a 4°C e lavadas com 1xPBS gelado, por três
vezes. As células eram contadas em câmara de Neubauer e recuperadas em 1xPBS
gelado para 2x10
6
células/mL. Uma quantidade de 8x10
5
células foi eletroporada
com o RNA do clone pBACDV1, nas seguintes condições: 2 pulsos de 750V,
capacitância 25µF e resistência !. Após o choque, as células foram incubadas por 5
min. a temperatura ambiente e, em seguida, adicionadas a 10mL de meio de cultura
específico e distribuídas em placas de 4 poços (TPP). As placas foram incubadas
por 4 horas e o meio substituído em seguida. Os sobrenadantes foram recolhidos
nos tempos de 48, 72, 96 e 120 horas pós eletroporação, aliquotados e
armazenados a –70°C para posterior titulação.
74
3.2.3.2 Transfecção por lipossomos
Células C6/36 (1x10
5
células/poço) e BHK-21 (5x10
4
células/poço) foram
semeadas em placas de 4 poços (TPP) para transfecção do RNA pBACDV1. Foram
utilizadas 2,5µg de lipofectina (Invitrogen) para cada poço, que era misturada com
meio OptiMEM (GIBCO/Invitrogen) e incubada a temperatura ambiente por 30 min.
As células foram lavadas uma vez com 1mL de OptiMEM e os RNAs misturados com
o mesmo meio, em um novo tubo mantido em gelo. O meio das células era então
removido, a mistura meio/lipofectina era distribuída nos tubos contendo RNA/meio e
a combinação lipofectina/RNA/meio era adicionada aos poços contendo as células.
As placas foram incubadas a 28°C (para C6/36) e 37°C (para BHK), por 3 horas para
adsorção do RNA. Após este período, o inóculo foi substituído por 1,5mL de meio
correspondente, e a cultura mantida em temperatura adequada até o momento de
seu recolhimento. Os sobrenadantes foram recolhidos nos tempos de 48, 72, 96 e
120 horas pós-transfecção, aliquotados e armazenados a –70°C para posterior
titulação.
3.2.4 Transfecção de RNA recombinante em células de inseto C6/36
A metodologia escolhida para a transfecção dos RNAs foi o protocolo por
lipossomos. Os RNAs recombinantes resultantes das transcrições in vitro (item
3.2.2) foram utilizados para transfectar células de inseto C6/36, utilizando o protocolo
da lipofectina, como descrito acima (item 3.2.3.2).
3.2.5 Titulação viral por imunodetecção de foco
A presença de partículas virais no sobrenadante das transfecções foi avaliada
através da técnica de titulação viral por imunodetecção de foco. Foi utilizada uma
quantidade de 1x10
5
células C6/36 por poço, semeadas em placas de 24 poços
75
(TPP). As células eram infectadas com 400µL de diluições seriadas (1:10) dos
sobrenadantes em meio L15 (Leibovitz L-15) suplementado com 0,26% de triptose
(Sigma) e 25µg/mL de solução de gentamicina (GIBCO/Invitrogen), denominado L15
sem soro. O inóculo foi incubado, em duplicata, com as células por 1h a 28°C e, em
seguida, substituído por uma mistura (1:2) de meio de cultura L15 completo
suplementado com 10% de SFB e solução 3,2% Carboxi Metil Celulose (CMC)
(Sigma). As placas eram seladas com fita e incubadas em estufa a 28°C por 7 dias.
Para a revelação dos focos de infecção, as células foram lavadas com solução
1xPBS para a completa remoção do CMC, fixadas com solução 3% paraformaldeído
(Sigma) por 20 min. a temperatura ambiente, permeabilizadas com 0,5% Triton X-
100 (Sigma) por 4 min. a temperatura ambiente, lavadas três vezes com solução
1xPBS e incubadas com anticorpo monoclonal anti-E, 4G2 flavivirus-específico,
diluído 1:200 em solução 1xPBS, por 1h a 37ºC. Em seguida, as células foram
lavadas novamente com 1xPBS e incubadas com anticorpo anti-IgG de camundongo
conjugado com fosfatase alcalina (Promega), diluído 1:10.000 em solução 1xPBS
por 1 hora a 37ºC. Após a reação com o anticorpo secundário, as células foram
novamente lavadas com 1xPBS e a reação foi revelada pela adição dos substratos
da enzima (BCIP e NBT, 50mg/mL, Promega) diluídos em tampão fosfatase alcalina
(AP buffer), por 30 min. sob agitação leve e constante, a temperatura ambiente e ao
abrigo da luz. O título viral é expresso em unidades formadoras de foco por mL
(ffu/mL) que é determinado pela fórmula abaixo:
3.2.6 Amplificação de estoques virais em cultura de células de inseto
A fim de amplificar o estoque viral das amostras transfectadas, gerando
quantidades suficientes de vírus de mesmo lote para utilização em todos os
experimentos subsequentes, foram feitas duas passagens subsequentes em células
de inseto (C6/36), a partir do sobrenadante recolhido após a transfecção.
76
Para essas passagens, células C6/36 foram infectadas com esses
sobrenadantes em uma multiplicidade de infecção (MOI) de 0.01. O inóculo foi
incubado com as células por 1h a 28°C e, em seguida, substituído por meio L15
completo. As infecções eram acompanhadas por 5 a 7 dias, até o aparecimento de
efeito citopático. As culturas eram recuperadas por raspagem, transferidas para
tubos e centrifugadas a 480xg, por 10 min., a 4°C em centrífuga Sorvall Super T21.
Os sedimentos de células eram então separados dos sobrenadantes, que eram
aliquotados em tubos de 1.5mL, no caso da primeira passagem, ou utilizados para
purificação dos vírus por gradiente de sacarose, no caso da segunda passagem.
Todo o material era estocado a –70°C e a presença de partículas virais nos
sobrenadantes foi avaliada através da técnica de titulação viral por imunodetecção
de foco, exatamente como descrito no item 3.2.5.
3.2.7 Purificação viral em gradiente de sacarose
A fim de se obter estoques virais purificados e concentrados, os
sobrenadantes das culturas da segunda passagem foram precipitados com 7% de
polietileno glicol (PEG P.M. 8.000) e 2,3% NaCl, sob agitação leve e constante, por
16 horas a 4ºC. Após este período, as culturas precipitadas foram centrifugadas a
12.000xg, por 30 min., a 4ºC em centrífuga Sorvall Super T21. Os sedimentos
contendo as partículas virais foram ressuspensos em 3mL de tampão TNE (50mM
Tris (pH7.5), 100mM NaCl, 1mM EDTA) e adicionados sobre gradientes
descontínuos de sacarose 60% e 30% (preparada no mesmo tampão). O material foi
centrifugado em ultracentrífuga (Itachi) a 250.000xg, por 2 a 3 horas. Após a
ultracentrifugação, as bandas contendo os vírus concentrados eram visualizadas
com o auxílio de um anteparo escuro, coletadas com pipetas Pasteur descartáveis,
aliquotadas e armazenadas a –70ºC. A quantificação das partículas virais nos
sobrenadantes precipitados e purificados foi avaliada através da técnica de titulação
viral por imunodetecção de foco, exatamente como descrito no item 3.2.5.
É importante ressaltar que o genoma infeccioso, pBACDV1, e o controle
negativo, mock, foram igualmente processados com os mesmos critérios de
passagem em cultura de células e purificação por gradiente de sacarose, e foram
77
utilizados como parâmetros de controle nos experimentos de infecção celular e
posteriormente, nos experimentos de inoculação em camundongos, para assegurar
a infectividade e letalidade dos vírus recombinantes.
3.2.8 Sequenciamento completo dos vírus recombinantes
Para a confirmação da sequência nucleotídica completa dos vírus
recombinantes amplificados e concentrados, 100µL de vírus purificado por gradiente
foram utilizados para extração de RNA utilizando o kit comercial QIAamp Viral RNA
Mini Kit (QIAgen), seguindo recomendações do fabricante, e eluídos em 60µL de
tampão AVE fornecido pelo kit.
O RNA viral foi convertido em cópia complementar de DNA (cDNA) utilizando
o kit Improm II Reverse Transcriptase (Promega) e o oligonucleotídeo iniciador
Random Primer (100pmol/µL – Invitrogen), seguindo especificações do kit.
Os cDNAs foram utilizados como molde para amplificação, por PCR, de seis
ou sete fragmentos que cobriam o genoma inteiro do vírus, utilizando
oligonucleotídeos iniciadores específicos (Quadro 3.7).
Quadro 3.7 Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para amplificação por PCR do genoma
completo dos clones a partir do RNA dos vírus purificados por gradiente de sacarose.
78
As reações de PCR foram realizadas utilizando o kit comercial LongRange
PCR (QIAgen), seguindo instruções do fabricante, e foram submetidas aos seguintes
ciclos: 93ºC por 5 min., 40 ciclos de 93ºC por 30 seg., 52ºC por 30 seg. e 68ºC por 4
min. Alíquotas de 10% da reação de PCR foram visualizadas por eletroforese em gel
de agarose 0,8% contendo 0,5µg/mL de brometo de etídio. Para a purificação, os
amplicons foram excisados de géis de agarose e purificados utilizando o kit
comercial QIAquick Gel Extraction kit (QIAgen), seguindo instruções do fabricante e
recuperados em 30 a 60µL de tampão EB fornecido no kit.
Os fragmentos e os oligonucleotídeos iniciadores específicos (Quadro 3.8)
foram enviados para sequenciamento na Macrogen (Seoul, Coréia do Sul). As
seqüências nucleotídicas foram analisadas através do pacote de programas
Phred/Phrap/Consed (www.phrap.org). O software CLUSTALx (HIGGINS; SHARP,
1988) foi utilizado para alinhar as sequências e o software GENEDOC (NICHOLAS;
NICHOLAS JR; DEERFIELD, 1997) para visualizar as diferenças de nucleotídeos e
aminoácidos entre os vírus mutados.
79
Quadro 3.8 Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para sequenciamento do genoma
completo dos clones a partir das amplificações por PCRs dos vírus purificados em gradiente
de sacarose.
80
3.3. Análise in vitro dos vírus recombinantes
3.3.1 Análise comparativa do efeito citopático dos vírus recombinantes e
controles em cultura de células de inseto C6/36
Para a análise do efeito citopático dos vírus recombinantes, foi utilizada uma
quantidade de 5x10
5
células C6/36, semeadas em uma garrafa T25 (TPP) por
amostra. As células eram infectadas com MOI de 0.01 dos sobrenadantes
purificados por gradiente de sacarose, diluídos em meio L15 sem soro para volume
final de 1mL. Para uma análise comparativa, além dos vírus recombinantes, foram
realizadas infecções em paralelo com vírus gerados a partir do genoma infeccioso
pBACDV1, os vírus neuroadaptados FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6 e o controle
negativo (mock). O inóculo foi incubado com as células por 1h a 28°C e, em seguida,
substituído por 5mL de meio L15 completo. As infecções eram acompanhadas por
até 7 dpi e o efeito citopático era observado nos dias 5, 6 e 7 dpi, com microscópio
invertido Nikon Eclipse TE300 e fotografado para registro.
3.3.2 Imunofluorescência indireta de cultura de células de inseto C6/36
com os vírus recombinantes e controles
Para a análise comparativa da infecção com os vírus recombinantes por
imunofluorescência, foi utilizada uma quantidade de 1x10
5
células C6/36, semeadas
em quatro placas de 24 poços (TPP). A monocamada de células era infectada com
MOI de 0.01 dos sobrenadantes purificados por gradiente de sacarose, diluídos em
meio L15 sem soro para volume final de 500µL por poço. Para uma análise
comparativa, além dos vírus recombinantes, foram realizadas infecções em paralelo
com vírus gerados a partir do genoma infeccioso pBACDV1 e o controle negativo
(mock). O inóculo foi incubado em duplicata com as células por 1h a 28°C e, em
seguida, substituído por 1,5mL de meio L15 completo. As placas eram seladas com
fita e incubadas em estufa a 28°C por 5 e 7 dias.
81
Para a reação de imunofluorescência, duas placas foram fixadas com 5 dpi e,
outras duas, com 7dpi. Os sobrenadantes foram retirados e descartados, e as
células fixadas em solução acetona/metanol (1:1) por 1 hora e meia, a 20°C. Após
este período, a solução de fixação era descartada e uma placa era reagida com
anticorpo monoclonal anti-E, 4G2 flavivirus-específico, diluído 1:100 em solução
1xPBS, e outra placa, com sobrenadante de cultura de um hibridoma secretor de
anticorpo monoclonal anti-helicase DENV1, 1402-7B. As placas eram incubadas a
37ºC por 1h. Em seguida, as células foram lavadas novamente com 1xPBS e
incubadas com anticorpo anti-IgG de camundongo conjugado com FITC (Gibco-
BRL), diluído 1:300 em solução 1xPBS contendo 3µL/mL de Azul de Evans 1%, por
1 hora a 37ºC. Após a reação com o anticorpo secundário, as células foram
novamente lavadas com 1xPBS e incubadas com DAPI (Sigma), diluído 1:2.000 em
solução 1xPBS, por 5 min., a temperatura ambiente e ao abrigo da luz. As células
foram, então, abundantemente lavadas com 1xPBS, a solução de lavagem foi
completamente evaporada e foram adicionados 200µL de solução 1xPBS contendo
10% glicerol para proceder a visualização e fotodocumentação com microscópio
invertido de fluorescência Nikon Eclipse TE300.
3.4. Análise in vivo dos vírus recombinantes
3.4.1 Inoculação de camundongos ensaio de DL
50
do genoma
infeccioso pBACDV1 e infecção com vírus recombinantes e controles
Os vírus recombinantes purificados por gradiente de sacarose foram
utilizados para inoculação via intracerebral (i.c.) (GOULD; CLEGG, 1985) em
camundongos Swiss neonatos (até 48h após o nascimento). A dose viral
estabelecida para inoculação com os vírus recombinantes foi 10
-2
ffu (dois logs a
menos) de 50% da dose letal (DL
50
) (DESPRÈS et al. 1998). Para determinar essa
dose foi utilizado o vírus gerado a partir do genoma infeccioso pBACDV1. Quatro
grupos de animais (entre 7 e 10 filhotes) foram inoculados com as doses de 10
5
, 10
4
,
10
3
e 10
2
ffu e um grupo de animais (10 filhotes) foi inoculado com o controle
negativo, mock. Os animais foram acompanhados por 21 dias para observação de
82
morbidade e mortalidade. A dose viral correspondente a DL
50
foi estabelecida
através de cálculo, conforme fórmula abaixo, baseando-se nos resultados de
mortalidade obtidos para as diferentes doses testadas.
Cada vírus recombinante, o vírus parental (gerado a partir do genoma
infeccioso pBACDV1), o mock e os vírus neuroadaptados FGA/NA-d1d e FGA/NA-
P6, todos purificados em gradiente de sacarose, foram diluídos em meio de cultura
celular L15 sem soro para uma concentração de 1x10
2,75
ffu e inoculados via i.c. em
grupos de camundongos neonatos (40µL por animal). Todos os inóculos foram feitos
em triplicata e os animais foram observados por 21 dias para análise do
aparecimento dos sinais de encefalite e morte. Oito dias pós-inoculação (dpi), três
animais de cada grupo eram sacrificados por anóxia, utilizando CO
2
, para a coleta
do tecido cerebral. Os tecidos cerebrais dos animais sacrificados (pool de três
animais) foram homogeneizados, pesados e utilizados para a extração do RNA viral.
Outro animal de cada grupo foi sacrificado no décimo dpi, da mesma maneira
descrita anteriormente, e os tecidos cerebrais foram fixados em solução de 10%
formalina e utilizados para ensaios de histopatologia.
Todo o manejo dos animais infectados foi realizado em câmara de segurança
nível 2. Os animais eram mantidos em gaiolas isoladas com filtros de ar, com
comida, água ad libitum e ciclo claro-escuro de 12 horas. As gaiolas eram forradas
de cepilho, sendo a troca de cama e a higienização das caixas realizadas duas
vezes por semana. Os camundongos eram sacrificados, utilizando-se câmara de
CO
2
. Os experimentos com animais foram aprovados pelo comitê de ética em
experimentação animal da Universidade Federal do Paraná (CEP/UFPR 23075-
0429663/2007-97).
83
3.4.2 Extração RNA de tecido cerebral infectado com vírus
recombinantes e controles
O RNA total foi extraído a partir de 30mg de tecido cerebral macerado de um
pool de três camundongos 8 dpi, utilizando o kit comercial RNeasy Mini Kit
(QIAGEN), de acordo com as instruções do fabricante, eluído em 60µL de tampão
de eluição fornecido pelo kit e mantido a –70ºC.
3.4.3 Avaliação de possível contaminação com vírus da encefalomielite
murina de Theiler no sistema nervoso central de camundongos por PCR em
tempo real
O vírus da encefalomielite murina de Theiler (TMEV) é um patógeno entérico
de camundongos, pertencente ao gênero Cardiovirus da família Picornaviridae
(RUECKERT, 1996), que possui cepas neurovirulentas (GDVII e FA) que induzem
uma encefalite aguda e fatal, e cepas de baixa virulência (TO, WW, DA e BeAn) que
persistem no sistema nervoso central, induzindo doença crônica, caracterizada por
desmielinização (LIPTON, 1975).
Com a finalidade de descartar uma possível contaminação das ninhadas com
TMEV, tendo em vista que os sinais de encefalite dos animais infectados com TMEV
são semelhantes aos sintomas dos animais inoculados com os vírus dengue
mutados e neuroadaptados, foi realizada uma reação em cadeia da polimerase
quantitativa em tempo real (qPCR), de acordo com o protocolo de Jin et al. (2007).
Para tanto, 4µg do RNA total extraído de cada cérebro infectado (item 4.2) foi
submetido a uma reação de transcrição reversa (cDNA) utilizando o kit Impron II
Reverse Trasnscriptase (Promega), seguindo recomendações do fabricante,
contendo 20µM do oligonucleotídeo iniciador oligo(dT) e a reação foi incubada a
42ºC por 2 horas. Após o término da reação, as amostras foram diluídas para
concentração final de 2ng/µL com água livre de RNases. O cDNA resultante foi
utilizado na reação de qPCR com 100nM dos oligonucleotídeos iniciadores
específicos (Quadro 3.9) e SYBR Green Master Mix (Applied Biosystems) conforme
84
recomendação do fabricante. Nesse protocolo foram utilizadas as seguintes
condições de temperatura: 50ºC por 2 min., 95ºC por 10 min., seguidos de 40 ciclos
de 95ºC for 15 seg. e 60ºC por 1 min., em um ABI PRISM 7500 Detection System
(Applied Biosystem). Curvas de dissociação foram utilizadas para verificar a
especificidade do produto e consistiu de uma incubação em que temperatura foi
aumentada de 60ºC a 96ºC numa taxa de aproximadamente 1ºC/40 seg., com leitura
contínua da fluorescência.
3.4.4 Análise da replicação viral dos vírus dengue recombinantes e
controles no sistema nervoso central de camundongos por PCR em tempo real
Para quantificar o RNA viral presente no tecido cerebral de camundongos
infectados com os vírus recombinantes e controles, foi realizada uma reação de
qRT/PCR, de acordo com o protocolo descrito por Poersch et al., (2005).
A qRT/PCR foi realizada no ABI PRISM 7500 Detection System (Applied
Biosystem). O RNA total extraído dos tecidos cerebrais (item 4.2) foi utilizado na
reação contendo a concentração recomendada de MultiScribe Enzyme plus RNase
Inhibitor e TaqMan Universal RT-PCR Master Mix (Applied Biosystems), 400nM dos
oligonucleotídeos específicos para DENV1 e 300nM da sonda específica para
DENV1 (Quadro 3.9). As condições de temperatura foram: 1 ciclo de 48ºC por 30
min. e 1 ciclo de 95ºC por 10 min., seguidos de 40 ciclos de 95ºC por 15 seg. e 60ºC
por 1 min.
Os dados da amplificação do RNA viral por qRT/PCR foram normalizados,
utilizando o gene de expressão constitutiva gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase de
Mus musculus (murGAPDH). Para tanto, o RNA de cada vírus recombinante e
controles foi submetido a uma reação de transcrição reversa (cDNA) conforme
descrito no item 3.4.3. O cDNA resultante foi utilizado na reação de qPCR com
250nM dos oligonucleotídeos iniciadores específicos de murGAPDH e SYBR Green
Master Mix (Applied Biosystems) conforme recomendações do fabricante, e
submetidas às seguintes condições de temperatura: 50ºC por 2 min., 96ºC por 10
min., seguidos de 40 ciclos de 96ºC for 15 seg. e 62ºC por 30 seg. A curva de
dissociação foi utilizada para verificar a especificidade do produto.
85
3.4.5 Análise do perfil da expressão gênica no sistema nervoso central
de camundongos infectados com vírus recombinantes e controles por PCR em
tempo real
Baseando-se em dados anteriores do grupo (BORDIGNON et al., 2008), que
mostram o perfil da expressão gênica em vias diferencialmente expressas durante a
infecção do SNC de camundongos com cepas neurovirulentas, foram escolhidos 7
genes (Quadro 3.10) para análise por qPCR do perfil da expressão gênica no tecido
cerebral dos camundongos infectados com os vírus recombinantes e controles.
Quadro 3.9Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para reações de amplificação por qPCR.
Quadro 3.10 Identificação dos genes e vias escolhidas para o
estudo do perfil da expressão gênica no tecido cerebral de
camundongos infectados com os vírus recombinantes e controles.
86
Para tanto, 4µg do RNA total extraído de cada cérebro infectado foi submetido
a uma reação de transcrição reversa (cDNA), conforme descrito no item 3.4.3. Após
o término da reação, as amostras foram diluídas para concentração final de 2ng/µL
com água livre de RNases. As amostras foram aliquotadas e armazenadas a 20ºC
até o momento de sua utilização. O cDNA resultante foi utilizado na reação de qPCR
com 250nM dos oligonucleotídeos iniciadores específicos para cada um dos genes-
alvo (Quadro 3.11) e SYBR Green Master Mix (Applied Biosystems) conforme
instruções do fabricante. Nesse protocolo foram utilizadas as seguintes condições de
temperatura: 50ºC por 2 min., 96ºC por 10 min., seguidos de 40 ciclos de 96ºC for 15
seg. e 60ºC por 30 seg. e extensão a 72ºC por 1 min., em um ABI PRISM 7500
Detection System (Applied Biosystem). Curvas de dissociação foram utilizadas para
verificar a especificidade do produto.
O gene GAPDH foi utilizado para normalizar os resultados de cada um dos
genes testados. A normalização foi realizada dividindo o valor obtido por qPCR para
o gene em uma amostra, pelo valor do gene GAPDH da mesma amostra. A
modulação da expressão dos genes nos animais infectados foi definida como: a
razão entre o valor do gene normalizado de uma amostra, dividido pelo valor de
pBACDV1 para o mesmo gene. Desta forma, se obtém o valor da modulação na
expressão de um dado gene por qPCR, para cada mutação em estudo.
87
3.4.6 Análise histopatológica dos vírus recombinantes e controles
Para avaliar o comprometimento do sistema nervoso central (SNC) durante a
infecção pelos vírus recombinantes, foram analisados cérebros de animais
infectados, pela técnica de histopatologia. Os cérebros dos animais infectados foram
coletados com 10 dpi, quando os animais começaram a apresentar sinais de doença
e envolvimento do SNC, e foram imediatamente fixados por imersão em solução de
10% formalina. O processamento dos materiais e a análise das lâminas foram feitos
em colaboração com a Profa. Dra. Lucia Noronha, do Laboratório de Patologia
Experimental da PUC/PR.
Quadro 3.11 Oligonucleotídeos iniciadores utilizados nas reações de amplificação
por qPCR para o estudo do perfil da expressão gênica no tecido cerebral de
camundongos infectados com os vírus recombinantes e controles. Fonte:
BORDIGNON, 2008.
88
Os tecidos cerebrais foram fixados por um período de aproximadamente 48
horas e, em seguida, foram desidratados em banhos sucessivos em álcool 70%,
80%, 90% e dois banhos em álcool 100%, diafanizados em três banhos de xilol e
impregnados por três banhos em parafina líquida a 65ºC, todos por 1 hora,
utilizando-se o equipamento histotécnico marca Leica, modelo TP1020. As amostras
foram então incluídas em parafina utilizando-se o inclusor marca Leica, modelo
EG1160. Os cortes histológicos com cerca de 5 micrômetros foram obtidos
utilizando-se micrótomo marca Leica, modelo RM2145.
Para observação dos danos no tecido cerebral, os cortes histológicos em
parafina foram cuidadosamente estirados em banho-maria a 60ºC, colocados em
lâmina de vidro com albumina, para aderência do corte histológico à lâmina, e
secados em estufa a 60ºC por aproximadamente 1 hora. Posteriormente, as lâminas
contendo os cortes histológicos foram submetidas aos processos de
desparafinização, desidratação e re-hidratação. A desparafinização consistiu de três
banhos sucessivos de 5 min. com xilol aquecido, enquanto a desidratação consistiu
de três banhos sucessivos de 2 min. com álcool etílico absoluto, sendo então os
cortes re-hidratados com água por 10 min. Os tecidos foram corados com
hematoxilina e eosina (coloração básica para núcleo e citoplasma das células),
analisados em microscópio de luz Nikon Eclipse E600 e fotografados utilizando-se o
programa Image-Pro Plus versão 4.5 (MediaCybernetics, Bethesda MD).
Para as análises de imunohistoquímica, as amostras de tecido fixadas foram
incubadas com anticorpo monoclonal, específico para flavivirus (4G2) diluído (1:100
em 1xPBS), incubadas por 30 min. a 37ºC e lavadas 3 vezes por 5 min.
Posteriormente, foram incubadas com anticorpo secundário de cabra anti-
camundongo conjugado com peroxidase em polímero de dextran
(Envision/Peroxidade, DakoCytomation) também por 30 min., a 37ºC. A reação foi
revelada utilizando-se o Liquid DAB (DaKoCytomation), e a recuperação do antígeno
com o ImmunoRetriever Bio SB Kit.
89
3.5. Novas mutações NS3-480
Para tentar definir a importância da característica do aminoácido no processo
de neurovirulência, foram gerados 10 novos clones substituindo a mutação NS3-480
por novos aminoácidos com diferentes características de carga e índices de
hidrofobicidade (Quadro 3.12).
Quadro 3.12 Novos aminoácidos selecionados para clonagem na posição NS3-480,
para avaliação da importância da característica do aminoácido no processo de
neurovirulência. Identificado na primeira linha, o aminoácido do vírus parental não
virulento FGA/89, e na segunda, o aminoácido na cepa neurovirulenta FGA/NA-P6.
FONTE: Lehninger Principles of Biochemistry, 4ª edição.
90
A amplificação das mutações (Quadro 3.12) e a inserção de uma mutação
silenciosa que modifica a sequência de um sítio da enzima de restrição BsaBI foi
realizada por PCR de fusão conforme descrito no item 3.1.1 (Quadro 3.13),
utilizando como molde o genoma viral do clone infeccioso pBACDV1. Todos os
fragmentos foram clonados e amplificados em células de inseto, seguindo a mesma
metodologia empregada para gerar os demais clones descritos neste trabalho.
Quadro 3.13Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para amplificação dos fragmentos NS3-480.
91
4. RESULTADOS
4.1 Localização das mutações no genoma viral
A primeira etapa do trabalho foi a identificação e o mapeamento das
mutações no genoma viral potencialmente responsáveis pelo fenótipo de
neurovirulência observado nos animais. As mutações na proteína de Envelope
(E402 e E405) estão localizadas na estrutura predita da haste, na região !-hélice
putativa denominada elemento H1
pred
(item 1.4.2) (ALLISON et al., 1999) (Figura
4.1).
Figura 4.1 Localização das mutações da proteína de Envelope. A. Representação esquemática
da proteína E inteira, onde o domínio I está indicado em vermelho, o domínio II em amarelo e
domínio III em azul. A região da haste está representada em lilás e a âncora transmembrana em
verde. B. Vista detalhada da sequência de aminoácidos 333 a 495, mostrando as regiões preditas
H1
pred
e H2
pred
da haste, e domínios TM1 e TM2 da âncora transmembrana. As setas vermelhas
indicam a posição das mutações. C. Representação esquemática do monômero da proteína de
Envelope do vírus TBE (Tick-Borne Encephalitis), seguindo o mesmo esquema de cores da figura
(A), adaptado de Allison et al. (1999), não escalonado. Além dos domínios da proteína, haste e
âncora transmembrana, estão também representados, o local de clivagem da tripsina e a posição
do peptídeo de fusão.
92
As mutações na proteína NS3 estão localizadas no domínio helicase, o qual
compreende os aminoácidos 180 a 619 (Item 1.4.3). A mutação NS3-209 está
localizada no domínio I da helicase, logo após o motivo I, também chamado de
Walker A. as mutações NS3-435 e NS3-480 estão localizadas no domínio II, logo
após os motivos V e VI, respectivamente (XU et al., 2005) (Figura 4.2).
Figura 4.2 Localização das mutações na proteína NS3. A. Representação da protna NS3
inteira, onde domínio serina protease está indicado em vermelho e o domínio helicase está
em diferentes tons de azul. B. Vista detalhada da sequência dos aminoácidos 167 a 498,
mostrando os domínios conservados na superfamília 2 das helicases, indicados pelas cores
lilás (motivo I ou Walker A), salmão (motivo Ia), verde (motivo II ou Walker B), azul (motivo
III), amarelo (motivo IV), bordô (motivo V) e cinza (motivo VI). As setas vermelhas indicam a
posição das mutações. C. Representação diagratica do domínio helicase da protna NS3
e localização das mutações, sendo os subdomínios I, II e III representados em rosa, azul e
marrom, respectivamente. As setas pretas indicam a posição das mutações (modificado de
BORDIGNON, J. (2008) e STROTTMANN, D.M. (2008)).
C
93
4.2 Construção de clones recombinantes
Uma vez mapeadas as mutações a etapa seguinte foi a construção dos
clones recombinantes. O DNA do clone infeccioso pBACDV1 serviu como molde
para a síntese dos fragmentos contendo as mutações em estudo, pela amplificação
dos genes correspondentes às proteínas de E e NS3. Para tanto, foi realizada uma
PCR de fusão, que consistiu em duas etapas: na primeira reação eram amplificados
dois fragmentos (fragm A e fragm B) para cada mutação, e na segunda etapa era
feita a fusão destes fragmentos (fragm fusão – F) através da complementaridade das
sequências dos oligonucleotídeos iniciadores de polaridade negativa do fragm A e
polaridade positiva do fragm B. A estratégia utilizada para a inserção da mutação
NS3-435 foi a amplificação por PCR de um fragmento único (Tabela 3.1 item
3.1.1).
A Figura 4.3 mostra o perfil eletroforético dos fragmentos de DNA
amplificados e purificados em kit comercial, referentes a cada estratégia, sendo o
tamanho de cada fragmento correspondente ao esperado (Tabela 3.1 – item 3.1.1).
Os fragmentos de fusão purificados das mutações E402, E405 e NS3-435,
que apresentaram dificuldades na clonagem clássica em pBACDV1, foram
primeiramente clonados diretamente em sistema pGEM-T Easy para posterior
transferência do fragmento para pBACDV1. A clonagem foi realizada seguindo
Figura 4.3 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das amplificações dos fragmentos
mutados. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus (Invitrogen), A fragm A, B
fragm B, e F fragm de fusão, para cada estratégia de mutação.
94
protocolo do fabricante, com uma proporção de 1:3 (vetor:inserto) e as reações
foram incubadas a 16°C ou 4°C por um período de 16 horas.
As ligações foram utilizadas para transformar bactérias TOP10F’ cálcio-
competentes. As colônias brancas resultantes foram transferidas para uma nova
placa numerada para identificação dos possíveis clones. Algumas colônias (entre 4 e
6) de cada clone foram inoculadas em 3mL de meio LB líquido. As culturas foram
então sedimentadas por uma breve centrifugação e foram utilizadas para extração
do DNA plasmidial com o kit Wizard Plus SV Miniprep kit, seguindo protocolo do
fabricante. Estes DNAs foram submetidos a sequenciamento nucleotídico para
confirmação de sua sequência, sendo imprescindível a ausência de mutações
aleatórias. A Figura 4.4 mostra o perfil eletroforético das minipreps dos clones
confirmados por sequenciamento, E402pGEM_cl.12, E405pGEM_cl.9 e NS3-
435pGEM_cl.11.
As minipreps dos clones confirmados por sequenciamento E402pGEM_cl12,
E405pGEM_cl.9 e NS3-435pGEM_cl.11 (Figura 4.4), e os fragmentos de PCR
purificados NS3-209 e NS3-480 (Figura 4.3) foram digeridos com as endonucleases
de restrição de acordo com a respectiva estratégia de clonagem, seguindo protocolo
do fabricante.
Os clones E402pGEM_cl12. e E405pGEM_cl.9 foram digeridos com as
endonucleases de restrição NotI e MluI, gerando cinco fragmentos de diferentes
Figura 4.4 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das
minipreparações em pGEM-T Easy dos clones
confirmados por sequenciamento. 1Kb+ marcador de
peso molecular 1Kb plus (Invitrogen), E402 miniprep do
clone 12, E405 miniprep do clone 9, e NS3-435
miniprep do clone 11.
95
tamanhos devido à presença de outros sítios NotI e MluI na sequência do plasmídeo
pGEM-T Easy. O fragmento de interesse de 2.625 pares de base (pb) (Figura 3.4
item 3.1.7) foi purificado pela excisão de gel de agarose (Figura 4.5). O clone
pBACDV1 foi digerido com as mesmas enzimas, e o fragmento de 15.245pb foi
igualmente purificado (Figura 4.5).
O fragmento de DNA purificado NS3-209 foi digerido com as endonucleases
de restrição MluI e BsiWI, gerando três fragmentos. O fragmento de interesse de
2.571pb (Figura 3.5 item 3.1.7) foi purificado pela sua excisão do gel de agarose
(Figura 4.5). O clone pBACDV1 foi digerido com as mesmas enzimas, e o fragmento
de 15.299pb foi igualmente purificado (Figura 4.5).
O clone NS3-435pGEM_cl.11 foi digerido com as endonucleases de restrição
BsiWI e RsrII, gerando dois fragmentos, sendo que o de 683pb (Figura 3.6 item
3.1.7) foi purificado por excisão de gel de agarose (Figura 4.5). O clone pBACDV1 foi
digerido com as mesmas enzimas, e o fragmento de 17.187pb foi igualmente
purificado (Figura 4.5).
O fragmento de DNA purificado NS3-480 foi digerido com as endonucleases
de restrição BsiWI e NheI, gerando três fragmentos. O fragmento de interesse de
1.604pb (Figura 3.7 – item 3.1.7) foi purificado por excisão de gel de agarose (Figura
4.5). O clone pBACDV1 foi digerido com as mesmas enzimas, e o fragmento de
16.266pb foi igualmente purificado (Figura 4.5).
Figura 4.5 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das digestões dos fragmentos contendo as
mutações para cada estratégia. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus (Invitrogen). 1
pBACDV1 NotI/MluI, 2 E402pGEM_cl.12 NotI/MluI, 3 E405pGEM_cl.9 NotI/MluI, 4 pBACDV1
MluI/BsiWI, 5 NS3-209 MluI/BsiWI, 6 pBACDV1 BsiWI/RsrII, 7 NS3-435pGEM_cl.11
BsiWI/RsrII, 8 pBACDV1 BsiWI/NheI e 9 NS3-480 BsiWI/NheI.
96
Cada amostra de DNA gerada foi utilizada para clonagem no clone pBACDV1
pela substituição da região correspondente, seguindo protocolo da enzima T4 DNA
ligase. As ligações foram utilizadas para transformar bactérias TOP10 cálcio-
competentes. As colônias resultantes foram transferidas para uma nova placa
numerada para identificação dos possíveis clones. Algumas colônias de cada clone
foram submetidas à triagem através da técnica de PCR de colônia e posterior
digestão para confirmação de prováveis clones. Os sítios de restrição utilizados para
confirmação dos clones eram modificados pela inserção de uma mutação silenciosa
no oligonucleotídeo iniciador do PCR de fusão de acordo com cada estratégia
(Tabela 3.3 – item 3.1.9).
A transformação da reação de ligação E402pBAC resultou em apenas 5
colônias, identificadas como col.12.1, col.12.2, col.12.3, col.12.4 e col.12.5. Por ser
um número pequeno, não foi realizada a etapa de PCR de colônia e as colônias
foram diretamente inoculadas em 20mL de meio TB líquido e crescidas a 30ºC por
16 horas. As culturas foram sedimentadas e utilizadas para extração do DNA
plasmidial utilizando kit Wizard Plus SV Miniprep kit e eluídas em 50µL de água
fornecida no kit. Como o sequenciamento de clones em vetor BAC é dificultado pelo
seu baixo rendimento, a região clonada foi amplificada por PCR para posterior
sequenciamento. Foram realizadas 3 amplificações por clone (Tabela 3.4 item
3.1.10), que foram purificadas por excisão de gel de agarose e submetidas a
sequenciamento (Tabela 3.5 item 3.1.10). A Figura 4.6A mostra o perfil
eletroforético das minipreparações (minipreps) dos clones E402pBAC e a Figura
4.6B, a amplificação por PCR dos fragmentos enviados para sequenciamento.
97
As colônias bacterianas transformadas com o clone E405pBAC foram triadas
por PCR de colônia utilizando os oligonucleotídeos iniciadores D1DomB+ e NarXho-,
resultando em fragmentos de 589pb (tabela 3.3 item 3.1.9). Estes fragmentos
foram submetidos à digestão pela endonuclease de restrição BstBI para
confirmação. Os clones negativos, que não possuem a mutação de interesse nem a
mutação silenciosa no sítio BstBI, apresentam um perfil de digestão com duas
bandas, de 307pb e 282pb. os clones positivos, que possuem as mutações, não
são digeridos, resultando no fragmento de 589pb intacto (Figura 4.7). A Figura 4.8
mostra o perfil eletroforético dos fragmentos de DNA gerados por PCRs de colônia
do clone E405pBAC e suas respectivas digestões confirmatórias.
Figura 4.6 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps e
PCRs das minipreps dos clones E402pBAC. 1Kb+ marcador de
peso molecular 1Kb plus (Invitrogen). A minipreps, onde 12.1 a 12.5
é a identificação da miniprep de cada colônia testada. B fragmentos
amplificados por PCR, não purificados, das minipreps E402pBAC,
para sequenciamento.
98
Todas as colônias bacterianas do clone E405pBAC foram positivas para
presença da mutação de interesse E405. Por ser imprescindível a ausência de
mutações aleatórias, os clones E405pBAC cl.9.5, cl.9.7, cl.9.13 e cl.9.17 foram
escolhidos para confirmação de sua sequência nucleotídica por sequenciamento.
Estes clones foram inoculados em meio líquido e a extração do DNA plasmidial foi
realizada como descrito anteriormente para os clones E402. O DNA das reações de
minipreps foram amplificadas por PCR com os oligonucleotídeos D1+ e D18- (Tabela
3.4 item 3.1.10), resultando em fragmentos de DNA de 2.720pb, que foram
purificadas por excisão de gel de agarose e submetidas a sequenciamento (Tabela
Figura 4.8 Eletroforese em gel de agarose 0,8% da digestão confirmatória dos PCRs de
colônia dos clones E405pBAC. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus (Invitrogen).
A PCRs de colônia, onde 1 a 20 é a identificação de cada colônia testada e CN é o
controle negativo (PCR do clone pBACDV1). B digestão dos PCRs de colônia com
enzima BstBI, onde 1 a 20 é a identificação de cada colônia testada e CN é o controle
negativo.
Figura 4.7 Representação esquemática do perfil da digestão BstBI confirmatória dos PCRs de
colônia dos clones E405pBAC. A representação do clone negativo. B representação do
clone positivo.
99
3.5 item 3.1.10). A Figura 4.9A mostra o perfil eletroforético do DNA obtido por
minipreps dos clones E405pBAC e a Figura 4.9B, a amplificação dos fragmentos de
DNA respectivos.
Todas as 13 colônias bacterianas obtidas do processo de clonagem da NS3-
209pBAC foram amplificadas com os oligonucleotídeos iniciadores CN10+ e CN20-,
resultando em fragmentos de 831pb. Estes fragmentos foram submetidos à digestão
pela endonuclease de restrição EcoRV para confirmação. Como o fragmento
amplificado possui um sítio EcoRV a mais, fora da região da mutação, os clones
negativos apresentam um perfil de digestão com três bandas, com os tamanhos de
499, 215 e 117pb. os clones positivos, apresentam um perfil de dois fragmentos,
de 499 e 332pb (Figura 4.10). A Figura 4.11 mostra o perfil eletroforético das
amostras de DNA obtidas por PCRs de colônia de NS3-209pBAC e suas respectivas
digestões confirmatórias.
Figura 4.9 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps e PCRs das minipreps
dos clones E405pBAC. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus (Invitrogen). A
minipreps, onde 9.5 a 9.17 é a identificação da miniprep de cada colônia testada. B
PCRs não purificadas das minipreps E405pBAC, para sequenciamento, onde BR é o
controle negativo (água).
100
Das 13 colônias geradas no processo de clonagem de NS3-209pBAC
testadas pela técnica de PCR colônia e digestão, 7 foram positivas para presença da
mutação de interesse NS3-209. Por ser imprescindível a ausência de mutações
aleatórias, todos clones NS3-209pBAC positivos, denominados cl.83, cl.85, cl.86,
cl.87, cl.92, cl.93 e cl.94, foram escolhidos para confirmação de sua sequência
Figura 4.10 Representação esquemática do perfil da digestão EcoRV confirmatória dos PCRs
de colônia dos clones NS3-209pBAC. A representação do clone negativo. B representação do
clone positivo.
Figura 4.11 Eletroforese em gel de agarose 0,8% da digestão confirmatória
dos PCRs de colônia dos clones NS3-209pBAC. 1Kb+ marcador de peso
molecular 1Kb plus (Invitrogen). A PCRs de colônia, onde 82 a 94 é a
identificação de cada colônia testada e CN é o controle negativo (PCR do clone
pBACDV1). B digestão dos PCRs de colônia com enzima EcoRVI, onde 82 a
94 é a identificação de cada colônia testada e CN é o controle negativo.
101
nucleotídica. Estes clones foram inoculados em meio líquido e a extração do DNA
plasmidial foi realizada como descrito anteriormente para os clones E402. O DNA
das minipreps foram amplificadas com os oligonucleotídeos PhD20+ e CN20-
(Tabela 3.4 – item 3.1.10), resultando em fragmentos de peso molecular de 3.550pb,
que foram purificadas por excisão de gel de agarose e submetidas ao
sequenciamento (Tabela 3.5 item 3.1.10). A Figura 4.12 mostra o perfil
eletroforético do DNA referente aos clones NS3-209pBAC e a amplificação dos
mesmos por PCR.
Quatro colônias bacterianas obtidas após a transformação da ligação NS3-
435pBAC foram escolhidas e identificadas como col.11.1, col.11.2, col.11.3 e
col.11.4. Para se verificar a inserção desta mutação no clone, as colônias foram
diretamente inoculadas em meio liquido para a miniprep de DNA do clone (Figura
4.13 A). Após a obtenção do DNA plasmidial, a região clonada foi amplificada por
PCR com os oligonucleotídeos D23+ e Hel3’ (Quadro 3.4 item 3.1.10), resultando
em fragmentos de 1.500pb, que foram utilizados para o seqüenciamento nucleotidico
(Figura 4.13B) (Quadro 3.5 – item 3.1.10).
Figura 4.12 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps e PCRs a partir das
minipreps dos clones NS3-209pBAC. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus
(Invitrogen). A minipreps, onde 83 a 94 é a identificação de cada colônia testada. B
fragmentos de DNA das amplificações por PCR não purificados das minipreps do clone NS3-
209pBAC, para sequenciamento.
102
As colônias bacterianas obtidas no processo de clonagem da amostra NS3-
480pBAC foram amplificadas com os oligonucleotídeos iniciadores CN14+ e Hel3’,
resultando em fragmentos de 753pb (Quadro 3.3 item 3.1.9). Estes fragmentos
foram submetidos à digestão pela endonuclease de restrição BsaBI para
confirmação. Os clones negativos apresentam um perfil de digestão com duas
bandas, de 411 e 342pb. os clones positivos, não são digeridos, resultando no
fragmento de 753pb intacto (Figura 4.14). A Figura 4.15 mostra o perfil eletroforético
dos PCRs de colônia NS3-480pBAC e suas respectivas digestões confirmatórias.
Figura 4.14 Representação esquemática do perfil da digestão BsaBI confirmatória dos PCRs de
colônia dos clones NS3-480pBAC. A representação do clone negativo. B representação do
clone positivo.
Figura 4.13 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps e PCRs das minipreps
dos clones NS3-435pBAC. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus (Invitrogen). A
minipreps, onde 11.1 a 11.4 é a identificação da miniprep de cada colônia testada. B
PCRs purificadas das minipreps NS3-435pBAC, para sequenciamento, onde BR é o
controle negativo (água).
103
Das 11 colônias bacterianas obtidas da clonagem da amostra NS3-480pBAC
que foram testadas pela técnica de PCR colônia e digestão, 6 foram positivas para
presença da mutação de interesse NS3-480. Por ser imprescindível a ausência de
mutações aleatórias, todos os clones NS3-480pBAC positivos, denominados cl.2,
cl.3, cl.4, cl.5, cl.8 e cl.9, foram escolhidos para confirmação de sua sequência
nucleotídica. Estes clones foram inoculados em meio líquido e a extração do DNA
plasmidial foi realizada como descrito anteriormente para os clones E402. As
minipreps referentes a esses clones foram amplificadas por PCR com os
oligonucleotídeos CN10+ e D6-, resultando em fragmentos de 2.083pb (Quadro 3.4
item 3.1.10), que foram purificados e seqüenciados (Quadro 3.5 item 3.1.10). A
Figura 4.16 mostra o perfil eletroforético das minipreps dos clones NS3-480pBAC e a
amplificação dos respectivos PCRs.
Figura 4.15 Eletroforese em gel de agarose 0,8% da digestão confirmatória
dos PCRs de colônia dos clones NS3-480pBAC. 1Kb+ marcador de peso
molecular 1Kb plus (Invitrogen). A PCRs de colônia, onde 1 a 11 é a
identificação de cada colônia testada. B digestão dos PCRs de colônia com
enzima BsaBI, onde 1 a 11 é a identificação de cada colônia testada.
104
Os clones em que cada uma das mutações de interesse foi inserida foram
identificados como: E402pBAC_cl.12.2, E405pBAC_cl.9.13, NS3-209pBAC_cl.85,
NS3-435pBAC_cl.11.4 e NS3-480pBAC_cl.9 (Quadro 4.1). Estes clones foram
utilizados para a inserção de outras mutações para a obtenção dos clones duplos e
triplo mutantes (Item 3.1.11), referentes à combinação das mutações localizadas nas
proteínas E e NS3, de cada um dos vírus neuroadaptados (FGA/NA-d1d e FGA/NA-
P6 – Quadro 1.1, item 1.5).
O clone duplo mutante E405/NS3-435 foi construído pela inserção da
mutação NS3-435, do clone NS3-435pGEM_cl.11, no clone E405pBAC_cl.9.13,
através da substituição do fragmento BsiWI/RsrII. Para o clone E402/NS3-209, a
construção foi feita pela inserção da mutação NS3-209 do clone NS3-
209pBAC_cl.85, na construção E402pBAC_cl.12.2, com a substituição do fragmento
MluI/BsiWI. O duplo mutante E402/NS3-480 foi gerado pela inserção da mutação
NS3-480 do clone NS3-480pBAC_cl.9, no clone E402pBAC_cl.12.2, pela
substituição do fragmento BsiWI/NheI, e o clone triplo mutante E402/NS3-209/NS3-
480 foi construído pela inserção da mutação NS3-480 do PCR de fusão purificado,
no clone duplo mutante E402/NS3-209_cl.85 pela substituição do fragmento
BsiWI/NheI (Figura 4.17).
Figura 4.16Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps e PCRs das
minipreps dos clones NS3-480pBAC. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus
(Invitrogen). A minipreps, onde 2 a 9 é a identificação da miniprep de cada colônia
testada. B fragmentos da amplificação dos PCR não purificados das minipreps NS3-
480pBAC, para sequenciamento.
105
A Figura 4.18 mostra o perfil eletroforético das digestões purificadas para
construção dos clones duplos e triplo mutantes.
Figura 4.18 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das digestões dos fragmentos
contendo as mutações para estratégias dos duplos mutantes. 1Kb+ marcador de peso
molecular 1Kb plus (Invitrogen). 1 E405pBAC_cl.9.13 BsiWI/RsrII, 2 NS3-
435pGEM_cl.11 BsiWI/RsrII, 3 E402pBAC_cl.12.2 MluI/BsiWI, 4 NS3-209pBAC_cl.85
MluI/BsiWI, 5 E402pBAC_cl.12.2 BsiWI/NheI, 6 NS3-480pBAC_cl.9 BsiWI/NheI, 7
E402/NS3-209_cl.85 BsiWI/NheI e 8 NS3-480 BsiWI/NheI.
Figura 4.17 Esquema das estratégias dos clones duplo e triplo mutantes pela substituição de
fragmentos. Nos clones E405/NS3-435, E402/NS3-209 e E402/NS480, as cores representam o
backbone e os fragmentos utilizados para a clonagem da segunda mutação. As estrelas pretas
indicam a localização de cada mutação.
106
A Figura 4.19 mostra o perfil eletroforético da triagem das colônias
bacterianas obtidas na construção E405/NS3-435, pela técnica de PCR de colônia.
Estes fragmentos foram amplificados com os oligonucleotídeos iniciadores D23+ e
Hel3’ (1.500pb) (Quadro 3.4 item 3.1.10), com enzima de alta fidelidade, e
seqüenciados (Quadro 3.5 – item 3.1.10).
Após a determinação da seqüência nucleotidica o clone 3, identificado como
E405/NS3-435_cl.3, foi selecionado para prosseguir com as costruções. (Figura
4.21).
Todas as colônias bacterianas crescidas, para a obtenção do clone
E402/NS3-209, foram amplificadas com os oligonucleotídeos iniciadores CN10+ e
CN20-, gerando fragmentos de 831pb, que foram submetidos à digestão pela
endonuclease de restrição EcoRV para confirmação. A Figura 4.20 mostra o perfil
eletroforético da triagem destas colônias, pela técnica de PCR de colônia, e suas
respectivas digestões confirmatórias.
A Figura 4.21 mostra o perfil eletroforético da triagem das únicas 6 colônias
bacterianas resultantes do processo para obtenção do clone E402/NS3-480. Os
oligonucleotídeos iniciadores CN14+ e Hel3’, foram usados para amplificar
fragmentos de 753pb, que foram submetidos à digestão pela endonuclease de
restrição BsaBI para confirmação.
Figura 4.19 Eletroforese em gel de agarose 0,8% da amplificação dos PCRs de colônia
dos clones E405/NS3-435, onde 1Kb+ é o marcador de peso molecular 1Kb plus
(Invitrogen) e 1 a 11 é a identificação de cada colônia testada, CO é o controle positivo da
amplificação (PCR do clone E405pBAC_cl.9.13) e BR é o branco (água).
107
Figura 4.20 Eletroforese em gel de agarose 0,8% da amplificação e digestão confirmatória dos
PCRs de colônia dos clones E402/NS3-209. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus
(Invitrogen). A PCRs de colônia, onde 1 a 29 é a identificação de cada colônia testada, CN é o
controle negativo (PCR do clone pBACDV1) e CP é o controle positivo (PCR do clone NS3-
209pBAC_cl.85). B digestão dos PCRs de colônia com enzima EcoRV, onde 1 a 29 é a
identificação de cada colônia testada, CN é o controle negativo (PCR do clone pBACDV1) e CP é
o controle positivo (PCR do clone NS3-209pBAC_cl.85).
108
Três colônias bacterianas positivas de cada clonagem, E402/NS3-209
colônias 10, 13 e 17, e E402/NS3-480 colônias 89, 91 e 94 foram selecionadas e o
DNA plasmidial purificado e caracterizadas. (Figura 4.22).
Figura 4.21 Eletroforese em gel de agarose 0,8% da amplificação e digestão confirmatória dos
PCRs de colônia dos clones E402/NS3-480. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus
(Invitrogen). A PCRs de colônia, onde 89 a 94 é a identificação de cada colônia testada, CN é o
controle negativo (PCR do clone pBACDV1), CP é o controle positivo (PCR do clone NS3-
480pBAC_cl.9) e BR é o branco (água). B digestão dos PCRs de colônia com enzima BsaBI,
onde 89 a 94 é a identificação de cada colônia testada, CN é o controle negativo (PCR do clone
pBACDV1), CP é o controle positivo (PCR do clone NS3-480pBAC_cl.9).
Figura 4.22 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps dos
clones duplo mutantes. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus
(Invitrogen). A Minipreps dos clones E402/NS3-209 e E402/NS3-480
enviados para sequenciamento, onde 10, 13, 17, 89, 91 e 94 é a
identificação dos possíveis clones. B Mniprep do clone E405/NS3-435
cl.3 confirmado por sequenciamento.
A
B
109
O DNA das minipreps correspondente aos clones E402/NS3-209 e E402/NS3-
480 foi amplificado com diferentes pares de oligonucleotídeos (Quadro 3.6 item
3.1.11) e posteriormente purificado (Figura 4.23).
A Figura 4.24 mostra o perfil eletroforético das amostras de DNA plasmidial
provenientes das colônias bacterianas obtidas na construção E402/NS3-209/NS3-
480, pela técnica de PCR de colônia. Estes fragmentos foram amplificados com os
oligonucleotídeos iniciadores iniciadores CN14+ e Hel3’, gerando fragmentos de
753pb, que foram submetidos à digestão pela endonuclease de restrição BsaBI para
confirmação (Quadro 3.3 – item 3.1.9).
Figura 4.23 Eletroforese em gel de agarose 0,8% da amplificação dos PCRs das
minipreps E402/NS3-209 (10, 13 e 17) e E402/NS3-480 (89, 90 e 91), onde 1Kb+
marcador de peso molecular 1Kb plus (Invitrogen), 1 a 3 é a identificação do
fragmento amplificado e BR é o branco (água).
110
As colônias bacterianas, identificadas como 10, 15 19, 23, 27 e 30, foram
amplificadas pela técnica de PCR de colônia com os oligonucleotídeos D23+ e D6-,
gerando fragmentos de 2.118pb que foram seqüenciados (Quadro 3.6 item 3.1.11)
(Figura 4.25A).
Após a caracterização genética, o clone 27 foi selecionado e purificado para
prosseguir nas construções, sendo identificado como E402/NS3-209/NS3-480_cl.27.
(Figura 4.25B).
Figura 4.24 Eletroforese em gel de agarose 0,8% da amplificação e digestão confirmatória dos PCRs
de colônia dos clones E402/NS3-209/NS3-480. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus
(Invitrogen). A PCRs de colônia, onde 1 a 31 é a identificação de cada conia testada, CN é o controle
negativo (PCR do clone pBACDV1), CP é o controle positivo (PCR do clone NS3-480pBAC_cl.9 e BR é o
branco). B digestão dos PCRs de colônia com enzima BsaBI, onde 1 a 30 é a identificação de cada
colônia testada, CN é o controle negativo (PCR do clone pBACDV1) e CP é o controle positivo (PCR do
clone NS3-480pBAC_cl.9).
111
Os novos clones que continham a sequência correta foram identificados da
seguinte maneira: E405/NS3-435_cl.3, E402/NS3-209_cl.17, E402/NS3-480_cl.89 e
E402/NS3-209/NS3-480_cl.27 (Quadro 4.1), completando as construções de forma a
obter todas as combinações das mutações localizadas nas proteínas E e NS3,
referente a cada um dos vírus neuroadaptados (FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6
Quadro 1.1, item 1.5).
Quadro 4.1 Resumo da identificação dos clones gerados.
Figura 4.25 - Eletroforese em gel de agarose 0,8% dos clones triplo mutantes.
1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus (Invitrogen). A Amplificações por
PCRs dos clones triplo mutante E402/NS3-209/NS3-480 enviados para
sequenciamento, onde 10, 15, 19, 23, 27 e 30 é a identificação dos possíveis clones.
B Miniprep do clone E402/NS3-209/NS3-480 cl.27 confirmado por sequenciamento.
112
4.3 Geração de vírus recombinantes
4.3.1 Preparação do DNA dos clones e transcrição in vitro
A etapa subseqüente da geração de todos os clones contendo as mutações
de interesse isoladamente ou em conjunto foi a geração dos vírus recombinantes.
Para tal, após a construção e confirmação da correta sequência dos fragmentos
clonados, as minipreps de DNA de cada clone (Figura 4.26) foram linearizadas pela
digestão com a enzima de restrição SwaI, de acordo com os tampões e condições
descritas pelo fabricante. Em seguida, as reações eram purificadas pela extração
com fenol e precipitação com etanol (Figura 4.27).
Figura 4.26 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das minipreps de cada clone
confirmado por sequenciamento. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus
(Invitrogen). 1 E402pBAC_cl.12.2, 2 E405pBAC_cl.9.13, 3 NS3-209pBAC_cl.85, 4
NS3-435pBAC_cl.11.4, 5 NS3-480pBAC_cl.9, 6 E405/NS3-435_cl.3, 7 E402/NS3-
209_cl.17, 8 E402/NS3-480_cl.89, 9 E402/NS3-209/NS3-480_cl.27, 10 pBACDV1.
113
O sítio de reconhecimento da endonuclease de restrição SwaI está
localizado logo após a sequência da ribozima do vírus da hepatite delta (HDV-RZ) e
do sitio de terminação da T7 RNA polimerase (T7 term). As amostras de DNA
clivadas foram utilizadas como molde para reações de síntese de RNA, utilizando o
kit de transcrição in vitro T7 MEGAscript (Ambion) com adição de cap. A transcrição
é iniciada no sitio do promotor da T7 RNA polimerase localizado imediatamente
antes do início do genoma viral e é finalizada no sitio T7 term, transcrevendo
inclusive a sequência HDV-RZ. A ribozima, por ser um RNA com atividade catalítica,
é autoclivada, liberando o RNA exatamente no último nucleotídeo do genoma viral, o
que é de extrema importância para a viabilidade/estabilidade do RNA para o
processo de replicação viral.
Após a reação, as amostras de RNA transcritas foram observadas em gel de
agarose 0,8% livre de RNAses para análise de sua integridade e concentração
(Figura 4.28).
Figura 4.27 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das digestões SwaI das minipreps de
cada clone confirmado por sequenciamento. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus
(Invitrogen). 1 E402pBAC_cl.12.2, 2 E405pBAC_cl.9.13, 3 NS3-209pBAC_cl.85, 4
NS3-435pBAC_cl.11.4, 5 NS3-480pBAC_cl.9, 6 E405/NS3-435_cl.3, 7 E402/NS3-
209_cl.17, 8 E402/NS3-480_cl.89, 9 E402/NS3-209/NS3-480_cl.27, 10 pBACDV1, 11
controle negativo (pBACDV1 não digerido).
114
4.3.2 Determinação da linhagem celular e método de transfecção
Para determinar a linhagem celular mais adequada e o melhor método de
transfecção dos RNAs, foi realizada uma etapa de padronização, na qual o RNA do
clone pBACDV1 foi utilizado. Foram avaliados protocolos de transfecção por
lipossomo, utilizando lipofectina, e eletroporação em culturas de células de inseto
(C6/36) e mamífero (BHK). A seleção das metodologias e linhagens celulares para
teste foi baseada em experiências anteriores.
As células foram transfectadas com os dois métodos e os sobrenadantes das
culturas foram recolhidos nos tempos de 48, 72, 96 e 120 horas pós-transfecção
para avaliação da eficácia do método através da produção de progênie viral pela
técnica de titulação viral por imunodetecção de foco. Os títulos virais de cada ponto
foram utilizados para gerar gráficos para melhor visualização (Figura 4.29).
Figura 4.28 Eletroforese em gel de agarose 0,8% dos RNAs resultantes das
transcrições in vitro de cada clone. RL marcador de peso molecular 0.5-10Kb
RNA (Invitrogen). 1 E402pBAC_cl.12.2, 2 E405pBAC_cl.9.13, 3 NS3-
209pBAC_cl.85, 4 NS3-435pBAC_cl.11.4, 5 NS3-480pBAC_cl.9, 6
E405/NS3-435_cl.3, 7 E402/NS3-209_cl.17, 8 E402/NS3-480_cl.89, 9
E402/NS3-209/NS3-480_cl.27, 10 pBACDV1.
115
Foi possível observar que as culturas células de inseto C6/36 apresentaram
um padrão crescente de titulo viral dentro do intervalo de tempo analisado, enquanto
as culturas de células de mamífero BHK apresentaram um padrão decrescente ao
longo do tempo. A técnica de transfecção por lisossomo resultou em um maior título
viral em 120h pós-transfecção quando comparada com a técnica de eletroporação.
Baseado nestas análises foi escolhida a metodologia de transfecção com lipofectina
em culturas de células de inseto C6/36 para a continuidade do trabalho.
Figura 4.29 Representação gráfica dos títulos virais obtidos nas
diferentes metodologias de transfecção em células de inseto (em azul)
e mamífero (em vermelho). A Títulos resultantes do protocolo de
eletroporação. B tulos resultantes do protocolo de transfecção por
lipossomo.
A
B
116
4.3.3 Transfecção de RNA recombinante em células de inseto C6/36
Os RNAs recombinantes transcritos (Figura 4.27) foram utilizados para
transfecção em células de inseto C6/36 utilizando protocolo com lipofectina. Os
RNAs eram misturados com o lipossomo e a mistura era incubada com a cultura por
um período de 3 horas para sua adsorção. Após este período, o inóculo era
substituído por meio de cultura completo, e a cultura mantida a temperatura
adequada. Os sobrenadantes foram recolhidos nos tempos de 48, 72, 96 e 120
horas pós transfecção, aliquotados e armazenados a –70°C para sua posterior
titulação.
Para avaliar e quantificar a produção de progênie viral, os sobrenadantes
recolhidos foram titulados pela técnica de titulação viral por imunodetecção de foco.
Os títulos virais de cada ponto foram utilizados para gerar um gráfico para melhor
visualização. A Figura 4.30 mostra o gráfico com o crescimento gradual dos títulos
virais dos vírus recombinantes ao longo das horas pós transfecção.
Figura 4.30 Representação gráfica dos títulos virais obtidos na transfecção dos clones
recombinantes em cultura de células de inseto.
117
4.3.4 Amplificação de estoques virais em cultura de células de inseto e
purificação viral em gradiente de sacarose
Os vírus recombinantes foram amplificados em células de inseto, a fim de
gerar estoques virais de trabalho das amostras transfectadas, produzindo
quantidades suficientes de vírus de mesmo lote para utilização nos experimentos
subsequentes. Para tanto, foram feitas duas passagens em células C6/36, infecções
com MOI de 0.01, a partir do sobrenadante recolhido na transfecção. Os
sobrenadantes da primeira passagem foram recuperados e utilizados tanto para
determinação de seu título, quanto para a infecção subsequente (segunda
passagem). As infecções foram acompanhadas de 5 a 7 dias e foram avaliadas
quanto ao aparecimento de efeito citopático (CPE) quando comparadas com o
controle negativo, mock. Os sobrenadantes da segunda passagem foram
recuperados e precipitados com PEG e NaCl para sua purificação por gradientes de
sacarose, a fim de se obter estoques virais purificados e concentrados. Os estoques
virais foram aliquotados e seus títulos determinados. Os títulos virais das duas
passagens foram utilizados para obter um gráfico para melhor visualização (Figura
4.31).
Figura 4.31 Representação gfica dos títulos virais obtidos nas passagens 1 e
2 (pós-gradiente) dos vírus gerados a partir dos clones recombinantes, em cultura
de células de inseto.
118
4.4 Caracterização genética completa dos vírus recombinantes
Após a produção de estoques virais purificados em gradiente de sacarose a
partir dos clones recombinantes, foi realizada a extração de RNA para amplificação e
confirmação da sequência nucleotídica completa do genoma dos vírus.
Para tanto, uma alíquota de 100!L proveniente dos vírus purificados em
gradientes de sacarose foi utilizada para extração de RNA. Os RNAs foram
convertidos em cDNA na presença de Random Primer (100pmol/µL Invitrogen),
que foram utilizados como molde para amplificação por PCR de fragmentos que
compreendiam o genoma completo dos vírus (Figura 4.32).
Devido à presença de estruturas secundárias, muitas vezes a amplificação da
região 3’UTR não é eficiente, assim sendo, não foi possível realizar a amplificação
do fragmento 6a (Quadro 3.6 item 3.2.8) na primeira tentativa para alguns clones
(E402pBAC_cl.12.2, E405pBAC_cl.9.13 e NS3-435pBAC_cl.11.4). No entanto, esta
região foi amplificada com as estratégias de amplificação dos fragmentos 6b e 7
(Quadro 3.6 – item 3.2.8) (resultado não mostrado).
Todos os fragmentos foram purificados com kit comercial, por extração de gel
de agarose e foram enviados para sequenciamento na Macrogen (Seoul, Coréia do
Sul) (Quadro 3.7 item 3.2.8). As sequências nucleotídicas resultantes foram
analisadas e organizadas em uma sequência consenso (contig) utilizando os
programas Phred/Phrap/Consed. As sequências consenso de cada clone foram
alinhadas utilizando o software CLUSTALx e o alinhamento foi analisado e editado
pelo software GENEDOC para melhor visualização das diferenças de nucleotídeos e
aminoácidos entre os vírus mutados.
As Figuras 4.33A e 4.33B mostram o alinhamento das sequências de
aminoácidos dos 10 vírus recombinantes gerados neste trabalho na seguinte ordem:
pBACDV1, E402pBAC_cl.12.2, E405pBAC_cl.9.13, NS3-209pBAC_cl.85, NS3-
435pBAC_cl.11.4, NS3-480pBAC_cl.9, E402/NS3-209_cl.17, E402/NS3-480_cl.89,
E405/NS3-435_cl.3 e E402/NS3-209/NS3-480_cl.27. É possível observar, em preto,
as regiões conservadas entre as sequências. As diferenças de aminoácidos
aparecem em branco e foram destacadas em quadros vermelhos com sua
respectiva identificação. Todas as amostra possuíam apenas a mutação em estudo,
não apresentando outras mutações aleatórias, com exceção da amostra E402/NS3-
119
209/NS3-480_cl.27 que possui uma mutação na posição do nucleotídeo 4.257,
localizado na proteína NS2b, a qual modifica o aminoácido Valina para Alanina,
destacado em azul. Esta mutação extra inviabilizou a utilização do clone, pois pode
mascarar ou modificar os resultados, uma vez que a finalidade do estudo é inferir o
potencial papel de cada mutação individual ou em conjunto dentro do contexto do
fenótipo da neurovirulência. Portanto, este clone foi descartado e a sua clonagem foi
reiniciada pela substituição do fragmento MluI/BsiWI contendo a mutação NS3-209
dentro do clone E402/NS3-480_cl.89.
120
Figura 4.32 Eletroforeses em gel de agarose 0,8% das amplificações por PCR dos genomas
completos dos vírus recombinantes. A numeração dos fragmentos segue a mesma da Quadro 3.6
item 3.2.8. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus (Invitrogen). A pBACDV1, B
E402pBAC_cl.12.2, C E405pBAC_cl.9.13, D NS3-209pBAC_cl.85, E NS3-435pBAC_cl.11.4, F
NS3-480pBAC_cl.9, G E405/NS3-435_cl.3, H E402/NS3-209_cl.17, I E402/NS3-480_cl.89, J
E402/NS3-209/NS3-480_cl.27.
121
Figura 4.33A Alinhamento de aminoácidos das amostras pBACDV1, E402pBAC_cl.12.2,
E405pBAC_cl.9.13, NS3-209pBAC_cl.85, NS3-435pBAC_cl.11.4, NS3-480pBAC_cl.9,
E402/NS3-209_cl.17, E402/NS3-480_cl.89, E405/NS3-435_cl.3 e E402/NS3-209/NS3-
480_cl.27.
122
Figura 4.33B Ampliação do alinhamento de aminoácidos das amostras pBACDV1,
E402pBAC_cl.12.2, E405pBAC_cl.9.13, NS3-209pBAC_cl.85, NS3-435pBAC_cl.11.4, NS3-
480pBAC_cl.9, E402/NS3-209_cl.17, E402/NS3-480_cl.89, E405/NS3-435_cl.3 e E402/NS3-
209/NS3-480_cl.27, destacando as regiões de localização das mutações estudadas.
123
4.5 Análise comparativa do efeito citopático produzido pelos vírus
recombinantes em culturas de células de inseto C6/36
As cepas virais pBACDV1 (cepa BR/90), FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6
utilizadas neste trabalho diferem quanto a produção de efeito citopático (CPE) em
células de inseto. Visando analisar a influência das mutações na possível alteração
do fenótipo em culturas de células de inseto, infecções com todos os vírus em
paralelo foram acompanhadas por 5 a 7 dias e fotografadas.
Na Figura 4.34 é possível observar que as culturas infectadas com as cepas
FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6 permanecem sem CPE, não apresentando diferenças
visuais quando comparadas com as culturas infectadas com mock. Entretanto, as
infecções com o vírus pBACDV1 começam a apresentar alguns pontos de fusão
celular com 4 dias pós infecção, tomando grandes proporções ao longo do tempo
(5 a 7 dias).
Quando as infecções com os vírus mutados foram analisadas, foi possível
observar fusão celular em quase todas as amostras, semelhante ao pBACDV1.
Porém, interessantemente, os vírus E405 e E405/NS3-435 apresentam uma
alteração no fenótipo de fusão, não apresentando CPE, semelhante ao vírus
FGA/NA-d1d, de onde as mutações foram identificadas. É importante ressaltar, que
o vírus contendo apenas a mutação NS3-435 apresenta fusão celular, mas quando
combinado com a mutação E405, deixa de apresentar este efeito na cultura celular.
124
continua na próxima página…
125
Figura 4.34 Efeito citopático produzido pelos vírus recombinantes em cultura de células de
inseto C6/36 nos tempos de 5, 6 e 7 dias pós-infecção. Aumento de 200x e barra equivalente a
120!m.
126
4.6 Análise comparativa do padrão de infecção dos vírus recombinantes
por imunofluorescência indireta em cultura de células de inseto C6/36
Os vírus recombinantes foram utilizados para infectar células de inseto e
avaliar a sua habilidade de infecção. A Figura 4.35 mostra o padrão de infecção
destes vírus, mostrando que todos os vírus recombinantes infectam eficientemente
células de inseto da linhagem C6/36, sendo capaz de sintetizar proteínas virais,
evidenciado pelo padrão de infecção nas culturas com 5 dpi.
continua na próxima página…
127
Figura 4.35 Análise comparativa da reação de imunofluorescência dos vírus recombinantes em
cultura de células de inseto C6/36 com 5 dias pós-infecção. Culturas celulares marcadas com
anticorpo 4G2, seguido de anti-camundongo conjugado com FITC. Aumento de 400x e barra
equivalente a 70!m.
128
4.7 Ensaio de DL
50
para inoculação do genoma infeccioso pBACDV1,
vírus recombinantes e controles, em camundongos neonatos
Para dar início à inoculação dos camundongos com os vírus recombinantes
purificados, foi necessário estabelecer a dose ideal do inóculo para o genoma
infeccioso pBACDV1, uma vez que é uma cepa diferente dos demais vírus
estudados em modelo murino em nosso laboratório. Para tanto, foi realizado um
ensaio de DL
50
para determinação da dose letal desta cepa.
No grupo inoculado com a maior dose (1.0x10
5
ffu), a taxa de mortalidade dos
animais atingiu 69.2%, enquanto no grupo dos animais inoculados com a dose
1.0x10
4
ffu, apenas 22.3% morreram. Todos os animais inoculados com as doses
mais baixas (1.0x10
3
ffu e 1.0x10
2
ffu) e com o mock sobreviveram (Figura 4.36).
A dose viral para inoculação foi determinada sendo 10
-2
(dois logs a menos)
do valor obtido pelo ensaio de DL
50
, como descrito anteriormente em DESPRÈS et
al. 1998. Portanto, baseado nas porcentagens de mortalidade dos animais
inoculados com pBACDV1, ficou estabelecida a dose de 1.0x10
2,75
ffu para
Figura 4.36 Representação gráfica da sobrevivência dos animais inoculados
i.c. com pBACDV1, no ensaio de DL
50
. Os animais foram acompanhados por 21
dias.
1.0x10
5
ffu
1.0x10
4
ffu
1.0x10
3
ffu
1.0x10
2
ffu
mock
129
inoculação dos vírus recombinantes nos ensaios da avaliação do potencial papel das
mutações no processo de neuropatogênese.
Os vírus recombinantes, o pBACDV1 e o mock foram inoculados i.c. em
camundongos Swiss neonatos com a dose estabelecida, e os animais foram
observados por um período de 21 dias para análises de morbidade e mortalidade
(Figura 4.37).
Os grupos de animais inoculados com mock, pBACDV1, e com os vírus
contendo as mutações E402, E405, NS3-209 e E402/NS3-209 exibiram
comportamento normal durante o período analisado. Entretanto, todos os animais
inoculados com os vírus NS3-435, NS3-480, E405/NS3-435 e E402/NS3-480
desenvolveram sintomas similares aos das cepas neurovirulentas FGA/NA-d1d e
FGA/NA-P6, como sinais de encefalite e paralisia parcial dos membros inferiores,
iniciando entre os dias 9 e 10 pós-inoculação.
As taxas de mortalidade mostraram que 27% dos animais inoculados com o
vírus NS3-435 morreram, enquanto os demais animais do mesmo grupo se
recuperaram completamente dos sinais de doença após 21dpi. 51% dos animais
inoculados com o vírus NS3-480 morreram em consequência da doença (Figura
4.37). Estes resultados sugerem o papel destas mutações no fenótipo de
neurovirulência viral em camundongos. Além disso, no grupo de animais inoculado
com o vírus contendo as mutações E405/NS3-435, apenas 29% sobreviveram (taxa
de mortalidade próxima de 70%), enquanto o vírus E402/NS3-480 foi responsável
pela morte de 100% dos animais (Figura 4.37), evidenciando um efeito sinérgico das
mutações na doença e morte dos animais.
Estes resultados evidenciam que, as mutações E402 e E405 quando
ensaiadas de forma isolada, não foram suficientes para causar doença ou morte dos
animais, mas quando combinadas com as mutações da proteína NS3,
desempenham um papel importante desencadeando doença neurológica e morte.
Outro dado interessante é observado nas taxas de mortalidade dos vírus
recombinantes E405/NS3-435 e E402/NS3-480, que seguem o mesmo padrão de
cepas neuroadaptadas, FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6 (Figura 4.37).
130
4.8 Exclusão de possível contaminação com vírus da encefalomielite
murina de Theiler no sistema nervoso central de camundongos por PCR em
tempo real
O vírus da encefalomielite murina de Theiler (TMEV) é um patógeno entérico
de camundongos, pertencente ao gênero Cardiovirus da família Picornaviridae
(RUECKERT, 1996), que possui cepas neurovirulentas (GDVII e FA) que induzem
uma encefalite aguda e fatal, e cepas de baixa virulência (TO, WW, DA e BeAn) que
persistem no sistema nervoso central, induzindo doença crônica, caracterizada por
desmielinização (LIPTON, 1975).
Com o intuito de descartar uma eventual contaminação dos animais com
outro vírus encefalítico, foram realizadas reações de amplificação por qPCR, com
oligonucleotídeos específicos para TMEV, que é um contaminante freqüente em
biotérios de experimentação, e para o qual, o teste estava disponível em nosso
laboratório. As reações de qPCR foram realizadas a partir de amostras de RNAs
extraídas dos tecidos cerebrais dos camundongos infectados com 8dpi. Como
Figura 4.37 Representação gráfica da sobrevivência dos animais inoculados com
os vírus recombinantes e controles ao longo de 21 dias. Os camundongos infectados
via i.c., foram observados por 21 dias.
131
controle da reação foi utilizado o RNA de uma amostra positiva, denominada
MR/NA-P6.
A Figura 4.38A mostra a lista contendo o resultado das informações geradas
pelo programa com a identificação da amostra, o detector utilizado, tipo de amostra
e o valor de Ct para cada amostra ensaiada. A amostra MR/NA-P6 foi classificada
como controle positivo, a reação com água (branco) como controle negativo e as
demais amostras como “não conhecido”. O resultado, expresso em valor de Ct, se
refere ao número de ciclos de PCR necessários para que o sinal o fluorescente
atinja o limiar de detecção. O valor de Ct foi indeterminado para todas as amostras
analisadas, portanto negativo para infecção por TMEV. Os resultados são também
facilmente visualizados pelos gráficos gerados no programa. A Figura 4.38B mostra
a amplificação dos produtos em um gráfico que representa a intensidade de
fluorescência relativa (delta Rn) em cada ciclo da PCR, onde é possível observar
apenas a curva de amplificação do controle positivo MR/NA-P6, sendo as demais
amostras negativas.
Figura 4.38 Resultado da amplificação por
qPCR para TMEV nas amostras dos vírus
recombinantes e das cepas neuroadaptadas
FGA/NA-P6 e FGA/NA-d1d. A Lista contendo o
resultado das informações geradas pelo programa
com a identificação da amostra, o detector
utilizado, tipo de amostra e o valor de Ct para cada
amostra ensaiada. B Representação gráfica da
amplificação dos produtos, onde o eixo x do
gráfico representa a intensidade de fluorescência
relativa (delta Rn) e o eixo y o ciclo da PCR.
A
B
A
132
4.9 Análise das taxas de replicação viral dos vírus recombinantes no
SNC de camundongos por PCR em tempo real
A fim de identificar e quantificar o RNA viral presente no tecido cerebral de
camundongos infectados foram realizadas reações de amplificação por qPCR, com
oligonucleotídeos específicos para DENV1, a partir de amostras de RNAs extraídas
de tecidos do SNC de camundongos infectados com 8dpi. Os dados da amplificação
do RNA viral foram normalizados utilizando-se o gene de expressão constitutiva
gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase de Mus musculus (murGAPDH).
Os valores obtidos foram utilizados para gerar um gráfico em logaritmo para
uma melhor visualização dos dados. Na Figura 4.39 é possível observar que os vírus
contendo as duplas mutações E402/NS3-480 e E405/NS3-435 apresentaram as
maiores taxas de replicação viral no cérebro dos animais, quando comparados com
as demais amostras, o que corrobora os resultados das taxas de mortalidade
observadas nos ensaios in vivo.
Figura 4.39 Representação gráfica da amplificação do RNA viral por
qPCR dos vírus recombinantes e das cepas neuroadaptadas FGA/NA-P6 e
FGA/NA-d1d. Os resultados foram normalizados com a quantificação do
gene murino GAPDH (murGAPDH).
AMOSTRAS
RNA viral / mRNA murGAPDH (log)
133
4.10 Análise do perfil da expressão gênica no SNC de camundongos
infectados com vírus recombinantes por PCR em tempo real
Dados anteriores do grupo (BORDIGNON et al., 2008) revelaram o perfil da
expressão gênica de vias diferencialmente expressas durante a infecção do SNC de
camundongos com cepas neurovirulentas. Portanto, baseado nos dados obtidos
previamente e com a finalidade de analisar e comparar o perfil da expressão gênica
no tecido cerebral de camundongos infectados com os vírus recombinantes gerados
neste estudo, foram escolhidos alguns genes representantes de vias previamente
identificadas: sinalização de interferon (Irf1 interferon regulatory factor), interferon
alfa e beta, apresentação de antígeno (Psmb8 proteosome subunit beta type 8),
ubiquitinação de proteína (Usp18 ubiquitin specific protease 18), complemento
(C1r component 1, r subcomponent), e quimiocinas (Ccl5 ligante de quimiocina 5
– motivo C-C). Os dados da amplificação dos mRNAs dos genes foram normalizados
utilizando-se o gene de expressão constitutiva murGAPDH e a modulação dos
genes foi calculada em relação ao vírus pBACDV1 (ver cálculo no item 3.4.5) (Figura
4.40).
134
A linha preta marca o limiar entre a expressão gênica de pBACDV1 (1x
modulado) em relação às demais amostras. É possível observar que, de uma
maneira geral, a modulação da expressão gênica é maior na infecção com os vírus
neuroadaptados (FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6) e com os vírus duplo-mutantes
E402/NS3-480 e E405/NS3-435.
Figura 4.40 Quantificação da modulação de genes diferencialmente expressos durante a infecção
do SNC de camundongos com os vírus recombinantes gerados neste trabalho. No eixo x estão
indicadas as amostras, e no eixo y, o valor da modulação dos genes normalizados com gene
murGAPDH, expresso em número de vezes que o gene está aumentado para cada amostra. As
linhas pretas delimitam a expressão dos genes para pBACDV1 em relação às demais amostras.
135
4.11 Análise histopatológica e imunohistoquimica do tecido cerebral dos
camundongos infectados com vírus recombinantes
Para avaliar o comprometimento do SNC durante a infecção pelos vírus
recombinantes, foram analisados o cérebros dos animais infectados, que foram
coletados com 10 dpi, quando os animais começaram a apresentar sinais de doença
e envolvimento do SNC, e foram imediatamente fixados por imersão em solução
10% formalina. Foi realizada a coloração com hematoxilina-eosina, para análise
morfológica dos danos nos tecidos (Figura 4.43), e a marcação com anticorpo
monoclonal anti-E, 4G2 flavivirus-específico, para a localização do antígeno viral nos
tecidos (Figura 4.44).
A Figura 4.41 ilustra as regiões do cérebro, destacando em vermelho as
regiões onde foram encontrado danos no tecido e marcação de proteína viral com
anticorpo monoclonal nos cérebros dos camundongos infectados, quando analisado
por histologia. Em verde, está representada a área do córtex frontal onde é realizado
o inóculo dos vírus.
Figura 4.41 Ilustração das regiões do cérebro e local de
inoculação dos vírus. A região do hipocampo está
internalizada e a seta aponta apenas a direção.
136
A análise do material revelou que todas as amostras infectadas com vírus
apresentaram meningite, moderada a aguda, e os critérios que caracterizam
encefalite, sendo graduada em discreta, moderada ou acentuada, de acordo com
seu grau de comprometimento (Quadro 4.2). Os critérios que caracterizam uma
encefalite são: necrose neuronal (neurônio vermelho), cerebrite (infiltrado
mononuclear em vasos) e nódulo microglial, e estão representados na Figura 4.42.
Quadro 4.2 Classificação da lesão observada no tecido cerebral dos camundongos
infectados com os diferentes vírus, de acordo com o grau de comprometimento.
137
Além dos vírus FGA/NA-P6 e FGA/NA-d1d, anteriormente caracterizados e
sabidamente neuropatogênicos, as secções do cérebro dos camundongos
infectados com os vírus NS3-435, NS3-480, E402/NS3-480 e E405/NS3-435
apresentaram um grande comprometimento do SNC, atingindo principalmente
neurônios motores e de equilíbrio, localizados nos córtices frontal e temporal. Estes
Figura 4.42Histopatologia do córtex fronto-parietal do SNC de camundongos,
destacando os critérios que caracterizam o quadro de encefalite, lâminas coradas
com hematoxilina-eosina. A Secção do cérebro do camundongo inoculado com
mock, (1) meninge, (2) neurônios saudáveis, (3) vaso sanguíneo saudável. B a E
Secções de cérebros de camundongos infetados com vírus dengue recombinantes,
(I) meningite moderada, (II) necrose neuronal (neurônio vermelho), (III) cerebrite
(infiltrado mononuclear ao redor de vasos), (IV) nódulo microglial, (V) hiperplasia
microglial. Aumento de 400x e barras equivalentes a 50!m.
138
dados coincidem com o período de aparecimento de doença nos animais infectados
com os mesmos vírus (ver item 4.7).
continua na próxima página…
139
Figura 4.43 Histopatologia do SNC de camundongos inoculados com vírus
recombinantes, áreas da meninge, córtex frontal e rtex temporal. (M) meninge, (IM)
infiltrado mononuclear, (C) cerebrite, (NV) neurônio vermelho, (NS) neurônio sadio.
Aumentos de 400x, barra equivalente a 70!m.
140
continua na próxima página…
141
Figura 4.44 Análises por imunohistologia do SNC de camundongos inoculados com vírus
recombinantes. As flechas apontam algumas células marcadas. Aumentos de 200x, barra
equivalente a 150!m. Aumentos de 400x, barra equivalentes a 70!m.
142
4.12 Construção de novos clones contendo aminoácidos de diferentes
famílias na posição NS3-480
Observando os resultados obtidos, é possível inferir que a mutação NS3-480
possui um papel importante no processo de neurovirulência em cepas virais
neuroadaptadas. Sendo assim, na tentativa de definir a importância da característica
do aminoácido no processo de neurovirulência, foram gerados 10 novos clones
substituindo a mutação NS3-480 por outros aminoácidos com diferentes
características de carga e índices de hidrofobicidade (Tabela 3.12 – item 3.5).
O DNA do clone infeccioso pBACDV1 serviu como molde para a síntese dos
fragmentos contendo as mutações, pela amplificação por PCR de fusão, seguindo
mesmo protocolo já descrito para os demais clones (ver item 4.2).
As Figuras 4.45 e 4.46 mostram o perfil eletroforético das amplificações,
referentes a cada mutação, sendo o tamanho de cada fragmento correspondente ao
esperado.
Quadro 4.3 Compilação resumida dos resultados obtidos com os clones construídos neste
trabalho, com o respectivo esquema da localização de cada mutação.
143
Os novos fragmentos NS3-480 fusionados foram purificados e digeridos com
as endonucleases de restrição BsiWI e NheI. O fragmento de interesse de 1.604pb
foi purificado por excisão de gel de agarose (Figura 4.47). O clone pBACDV1
previamente digerido com as mesmas enzimas (Figura 4.5 item 4.2) foi utilizado
como vetor.
Figura 4.45 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das amplificações dos novos
fragmentos mutados NS3-480. 1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus
(Invitrogen), A fragm A, B fragm B, para cada estratégia de mutação.
Figura 4.46Eletroforese em gel de agarose 0,8% das amplificações por PCR de
fusão dos novos fragmentos mutados NS3-480. 1Kb+ marcador de peso
molecular 1Kb plus (Invitrogen).
144
Cada fragmento de DNA foi utilizado para clonagem no clone pBACDV1 pela
substituição da região correspondente, seguindo protocolo da enzima T4 DNA
ligase. As ligações foram utilizadas para transformar bactérias TOP10 cálcio-
competentes. As colônias resultantes foram transferidas para uma nova placa
numerada para identificação dos possíveis clones. Algumas colônias de cada clone
foram submetidas à triagem através da técnica de PCR de colônia (dado não
mostrado) e posterior digestão com a endonuclease de restrição BsaBI para
confirmação de prováveis clones (Figura 4.48).
Figura 4.47 Eletroforese em gel de agarose 0,8% das digestões BsiWI/NheI
dos fragmentos contendo as novas mutações NS3-480. 1Kb+ marcador de
peso molecular 1Kb plus (Invitrogen).
145
Aproximadamente 79% das colônias testadas foram confirmadas por
digestão. A partir disso, foram escolhidas algumas colônias dos clones Thr, Val, Glu
e Arg para confirmação por sequenciamento e continuidade do trabalho. As colônias
foram amplificadas e sequenciadas com a mesma estratégia já utilizada para o clone
NS3-480 (item 4.2 dado não mostrado). A escolha dos aminoácidos foi baseada
nas características de cada um (ver Tabela 3.12 item 3.5). Para tanto, foram
Figura 4.48 Eletroforese em gel de agarose 0,8% da digestão confirmatória dos
PCRs de colônia dos novos clones NS3-480 com endonuclease de restrição BsaBI.
1Kb+ marcador de peso molecular 1Kb plus (Invitrogen), CO- controle negativo
(digestão das amplificações de colônias crescidas da clonagem do vetor sem inserto).
146
escolhidos dois aminoácidos semelhantes ao estudados, como a treonina (Thr)
que é polar e nucleofílico, semelhante a serina do vírus neuroadaptado FG/NA-P6, e
a valina (Val) que é apolar e hidrofóbico, como a leucina no vírus pBACDV1. Os
outros aminoácidos foram escolhidos por possuírem característica bem diferentes,
como o acido glutâmico (Glu), por ser ácido e carregado negativamente, e arginina
(Arg), por ser básico e carregado positivamente. A Figura 4.49 mostra as estruturas
químicas destas moléculas.
Após o sequenciamento, não foi identificado nenhum clone Thr contendo a
sequencia correta, sem mutações extras. Os clones das outras mutações que
continham sua sequencia correta, foram identificados como: 480Val_cl.9,
480Glu_cl.40 e 480Arg_cl.75. As minipreps de DNA destes clones (Figura 4.50A)
foram linearizadas pela digestão com a enzima de restrição SwaI, de acordo com os
tampões e condições descritas pelo fabricante. Em seguida, as reações eram
purificadas pela extração com fenol e precipitação com etanol (Figura 4.50B). As
amostras de DNA clivadas foram utilizadas como molde para reações de síntese de
RNA, utilizando o kit de transcrição in vitro T7 MEGAscript, com adição de cap.
Figura 4.49 Estrutura química dos aminoácidos escolhidos para clonagem
na posição NS3-480.
147
Os RNAs recombinantes transcritos (Figura 4.50C) foram utilizados para
transfecção em células de inseto C6/36 utilizando protocolo com lipofectina, como
descrito anteriormente (ver item 4.3.3). Os sobrenadantes foram recolhidos com 120
horas pós transfecção, aliquotados e armazenados a –70°C para sua posterior
titulação.
Foram obtidos os títulos 2.5x10
2
ffu/mL para Val_cl.9, 3.7x10
6
ffu/mL para
Glu_cl.40 e 3.25x10
6
ffu/mL para Arg_cl.75. Estes vírus recombinantes estão sendo
amplificados em culturas de células C6/36 (como descrito no item 4.3.4) para
purificação em gradiente de sacarose, inoculação em camundongos Swiss e análise
de fenótipo in vivo.
Figura 4.50 Eletroforeses em gel de agarose 0.8% dos novos clones
NS3-480. A Minipreps. B Digestões SawI. C RNAs resultantes das
transcrições in vitro.
!
148
5. DISCUSSÃO
Apesar dos recentes avanços no conhecimento da biologia do vírus da
dengue, resultado de estudos das proteínas virais e dos mecanismos de replicação
e tradução, a patogênese relacionada à infecção por DENV continua sendo um
desafio, principalmente pela falta de um modelo animal que desenvolva a doença
de forma similar ao homem (CLYDE; KYLE; HARRIS, 2006).
Sabe-se que a infecção por qualquer um dos quatro sorotipos da dengue
pode causar desde quadros assintomáticos até quadros graves da doença, com
eventos hemorrágicos, podendo resultar em óbito. Porém, os achados clínicos da
doença têm se modificado nos últimos anos, e o aparecimento de episódios de
encefalite associados à infecção com o vírus da dengue vêm aumentado
significativamente (SUMARMO et al., 1978; LUM et al., 1996; HOMMEL et al., 1998;
RAMOS et al., 1998; SOLOMON et al., 2000; CAM et al., 2001; NOGUEIRA et al.,
2002; MALAVIGE et al., 2004; MIAGOSTOVICH et al., 2006; DOMINGUES et al.,
2007). Alguns dos possíveis mecanismos sugeridos para explicar a patogênese
neurológica na infecção pelo DENV seriam, a invasão direta do SNC pelo vírus, a
ocorrência de danos sistêmicos indiretos, reações autoimunes secundárias à
infecção sistêmica, ou ainda, ocorrência de episódios de trombocitopenia seguidos
de hemorragia cerebromeningeal (RAMOS et al., 1998; PUCCIONI-SOHLER et al.,
2009). Acredita-se que os flavivírus atravessem a barreira hematoencefálica por
transporte passivo através do endotélio, pela replicação ativa nas células endoteliais,
ou pelo mecanismo de “Cavalo de Tróia”, pelo qual os vírus são carregados para
dentro do cérebro por células inflamatórias infectadas, e assim infectem células do
SNC. Porém, o mecanismo específico pelo qual os vírus da dengue atravessam
essa barreira ainda não está totalmente compreendido, e qualquer que seja o
mecanismo envolvido no rompimento da barreira hematoencefálica, representa um
evento-chave na patogênese da encefalite causada por flavivírus (DIAMOND, 2003;
MISHRA et al., 2009).
Uma abordagem para melhor entender a neuropatologia da dengue, seria
determinar quais sequências ou estruturas virais estariam envolvidas na virulência,
comparando o genoma viral completo, amplificado diretamente de amostras
biológicas de pacientes com diferentes quadros clínicos da doença, incluindo os
!
149
neurológicos. Inúmeros trabalhos têm sido realizados nos últimos anos no sentido de
identificar alterações genéticas que possam estar relacionadas ao aumento da
gravidade dos casos de dengue. A primeira evidência da presença de determinantes
genéticos associados à maior gravidade nos casos de dengue foi identificada em
estudos com cepas de DENV2, indicando que o genótipo asiático está mais
associado à doença grave em relação ao genótipo americano (RICO-HESSE et al.,
1997). Leitmeyer et al. (1999) estudaram o genoma completo de 11 amostras de
DENV2, associados à DF ou DHF. Foram observadas seis diferenças na sequência
de aminoácidos dos genes que codificam as proteínas prM, E, NS4B e NS5, porém
não havia associação direta destas mutações com a gravidade da doença. Um
possível determinante de virulência foi identificado na posição 390 da proteína de
envelope, que alterações nesta posição, que está envolvida com a ligação a
receptores na célula hospedeira (CHEN; MAGUIRE; MARKS, 1996), endocitose
mediada por receptor, tropismo celular e estímulo à produção de anticorpos
neutralizantes (CHAO et al., 2005), aumentam a neurovirulência do DENV2 em
camundongos recém-nascidos (SÁNCHEZ; RUIZ, 1996). Muitos trabalhos têm
comparado as sequências de isolados de DENV obtidos de pacientes que
apresentaram doença grave (DHF/DSS) com outros isolados de casos de DF. A
maioria identifica variações genéticas entre os isolados, mas não diferenças
consistentes na sequência, que sejam marcadores moleculares de gravidade de
doença (MANGADA; IGARASHI, 1998; PANDEY; IGARASHI, 2000; UZCATEGUI et
al., 2001; AQUINO et al., 2006).
Inúmeros trabalhos descrevendo casos de pacientes com manifestações
neurológicas relacionadas à infecção por DENV têm sido relatados, mas até o
momento não foi realizada a caracterização genética completa do DENV a partir
deste material e, portanto nenhum marcador molecular de neurovirulência foi
determinado. A abordagem normalmente utilizada é a identificação de anticorpos
contra dengue no soro e fluído cerebroespinhal desses pacientes, ou ainda o
protocolo de isolamento viral para determinação do sorotipo infectante (PATEY et
al., 1993; ROW; WEINSTEIN; MURRAY-SMITH, 1996; SOLOMON et al., 2000;
KANKIRAWATANA et al., 2000; NOGUEIRA et al., 2005; GARCIA-RIVERA;
VORNDAM; RIGAU-PÉREZ, 2009).
Na ausência de determinantes genéticos caracterizados que estejam
relacionados à neuropatologia da dengue em humanos e visando compreender
!
150
melhor a patogênese dessa doença, Desprès et al. (1998) e Bordignon et al. (2007),
utilizando um modelo murino, geraram variantes de DENV1 altamente
neurovirulentas, FGA/NA-d1d, FGA/NA-a5c e FGA/NA-P6, que se replicam
eficientemente no SNC de camundongos. Os determinantes genéticos
potencialmente responsáveis pelo fenótipo neurovirulento dessas variantes foram
identificados pelo sequenciamento completo do genoma das cepas virais e mapeiam
nas proteínas E e NS3 do vírus da dengue (Quadro 1.1) (DUARTE DOS SANTOS et
al., 2000; BORDIGNON et al., 2007).
Para confirmar o envolvimento das mutações identificadas por Duarte dos
Santos et al., 2000 e Bordignon et al., 2007 durante o processo de neuroadaptação,
e tentando compreender os mecanismos implicados no desenvolvimento de doença
neurológica nos animais, foram gerados, nesse trabalho, clones infecciosos
recombinantes contendo cada uma das mutações identificadas nas cepas
neuroadaptadas isoladamente ou em conjunto. Os clones foram construídos pela
inserção das mutações no clone infeccioso pBACDV1, construído a partir da cepa
DENV1 BR/90 (SUZUKI et al., 2007). Os vírus recombinantes gerados foram
avaliados quanto ao seu potencial de replicação em células de inseto, infectividade
no SNC de camundongos Swiss neonatos, indução de resposta imune no SNC dos
animais e perfil histopatológico do tecido cerebral considerando as lesões
ocasionadas pela infecção.
As cepas FGA/89 (cepa parental utilizada no estudo de neuroadaptação) e
BR/90 (utilizada na construção do clone infeccioso pBACDV1) possuem uma
diferença de 21 resíduos de aminoácidos na totalidade da poliproteína. A inserção
de mutações pontuais de uma cepa viral no contexto do genoma de outra cepa
distinta torna os resultados mais robustos, tendo em vista que, os resultados
observados reproduziram o fenótipo das cepas neuroadaptadas, o que reforça o
envolvimento destas mutações na neuropatogênese da dengue.
O clone infeccioso pBACDV1, utilizado para a construção dos vírus
recombinantes deste estudo, foi construído no BAC, um vetor de cópia única,
visando contornar o problema da instabilidade da clonagem desses genomas nos
sistemas bacterianos (YUN et al., 2003; PIERRO et al., 2006; SUZUKI et al., 2007).
O clone compreende a sequência completa do genoma da cepa BR/90 e possui
algumas características que visam o maior rendimento do RNA sintético no protocolo
de transcrição in vitro, como a sequência promotora T7 RNA polimerase, adicionada
!
151
de uma base G, imediatamente antes da região 5’NTR. A presença do nucleotídeo
extra parece estar associada a uma maior taxa de transcrição do que o A que
constitui o primeiro nucleotídeo dos genomas de flavivírus (RICE et al., 1989;
IMBURGIO et al., 2000); e a sequência da ribozima do vírus da hepatite delta, que
parece aumentar a eficiência de transfecção de 20 a 100 vezes quando comparada
à estratégia tradicional de linearização com endonuclease, seguida de tratamento
com exonuclease (ROSSI et al., 2005).
As mutações testadas nesse estudo foram identificadas no genoma viral das
variantes neuroadaptadas, FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6, sendo as mutações E402
(Phe
402
Leu) e E405 (Thr
405
Ile), mapeadas na haste da proteína E, e as mutações
NS3-209 (Val
209
Ile), NS3-435 (Leu
435
Ser) e NS3-480 (Leu
480
Ser), no domínio
helicase da proteína NS3, sugerindo a participação dessas duas proteínas no
desenvolvimento do fenótipo de neurovirulência em camundongos. As demais
mutações que foram identificadas apenas na cepa FGA/NA-d1d (E196 e E365)
foram desconsideradas (BORDIGNON et al., 2007).
Outros trabalhos utilizando clones infecciosos do vírus da dengue,
relacionando neurovirulência em camundongos com a presença de mutações,
geralmente mapeiam na proteína E. Kawano et al. (1993) analisaram genomas
infecciosos quiméricos construídos pela clonagem da região estrutural de diferentes
cepas de DENV4 no esqueleto de uma variante não neurovirulenta. Os autores
identificaram um clone altamente neurovirulento, que continha as proteínas
estruturais de uma cepa sabidamente neurovirulenta de DENV4, indicando que essa
região estaria associada ao fenótipo. Nesse trabalho foram identificadas 2 mutações
localizadas na proteína E, Thr
155
Ile, que elimina um dos dois sitio de glicosilação de
E e Phe
401
Leu, ambas possivelmente relacionadas aos resultados observados nos
camundongos. Chen et al. (1995) estudaram, em um clone quimérico
DENV3/DENV4, o efeito de duas substituições na proteína E (Glu
406
Lys e
Thr
435
Leu), identificadas em DENV2 e DENV4, respectivamente, e que conferem
neurovirulência em camundongos. Experimentos de inoculação i.c. em
camundongos revelaram que a quimera mutante contendo a subtituição Glu
406
Lys,
que mapeia no mesmo domínio das cepas neurovirulentas deste estudo,
apresentava caráter neurovirulento, enquanto o vírus parental, não. Gualano et al.
(1998) construíram um clone infeccioso da cepa Nova Guiné C de DENV2
(MON501), altamente virulenta, e substituíram as proteína prM/E pelas de uma cepa
!
152
não neurovirulenta, também do sorotipo 2 (MON310). Os autores identificaram sete
mutações na região prM/E, sendo uma delas não-conservativa, no resíduo 126 da
proteína E (Glu
126
Lys). Foram inseridas substituições Glu
126
Lys e Lys
126
Glu nos
clones MON310 e MON501, respectivamente. As propriedades destes mutantes
demonstraram claramente que o resíduo Lys na posição 126 era o determinante da
neurovirulência em camundongos. Outro grupo identificou essa mesma substituição
Glu
126
Lys, que representa a mudança de um aminoácido negativamente carregado
por um positivamente carregado, como provável responsável por desempenhar um
papel importante na aquisição do fenótipo de neurovirulência em camundongos
(BRAY et al., 1998). Zhao et al. (2003) geraram duas variantes do clone MON501,
de DENV2, contendo as substituições Lys
62
Glu e Asn
203
Asp. Os vírus gerados a
partir desses clones foram utilizados para inocular camundongos neonatos via i.c.
Quando comparados com os animais inoculados com o vírus MON501, foi possível
observar que um número menor de animais apresentou sinais de encefalite e o
tempo de sobrevivência foi maior. Desse modo, os autores concluem que as
posições E62 e E203 estão diretamente ligadas ao desenvolvimento do fenótipo de
neurovirulência em camundongos. Lee e Lobigs (2000) construíram um clone
infeccioso de Encefalite de Murray Valley (MVE) e investigaram o impacto da
mudança de aminoácido na posição Asp
390
no tropismo celular, entrada do vírus e
virulência. Três vírus mutantes, Asp
390
Gly, Asp
390
Ala e Asp
390
His, demonstraram
diferenças em relação ao clone controle quando crescidos em células de mamífero e
de mosquito. Neste estudo, foram observadas alterações no tropismo celular
relacionadas à entrada do vírus na célula, aumento da dependência de
glicosaminoglicanos para a ligação dos vírus a células de mamíferos e diminuição da
virulência em camundongos. Estes resultados confirmam o papel funcional desta
região da proteína de Envelope na entrada do vírus e sugere que a entrada de
Flavivírus encefalíticos possa ocorrer via ligação a glicosaminoglicanos.
Muitos outros autores vêm demonstrando que mutações na proteína E do
vírus da dengue e outros Flavivírus podem modular a infectividade e virulência
desses vírus (HOLZMANN et al., 1990; HASEGAWA et al., 1992; SÁNCHEZ; RUIZ,
1996; RYMAN et al., 1997; LEITMEYER et al., 1999; MONATH et al., 2002;
GUIRAKHOO et al., 2004; ZHAO et al., 2005; ZHANG et al., 2006; BORDIGNON et
al., 2007; NICKELLS et al., 2008; PRESTWOOD et al., 2008; YU et al., 2008;
KROSCHEWSKI; SAGRIPANTI; DAVIDSON, 2009; TAJIMA et al., 2010). Dados
!
153
desses estudos indicam que normalmente estas mutações estão localizadas em três
regiões diferentes: na base do domínio II (resíduos 52-136 e 190-284), região que
atua como dobradiça durante a mudança conformacional fusogênica da proteína; na
região de contato entre a interface dos domínios I e III, que constitui o sítio de
dimerização ou trimerização dos monômeros da proteína E após o contato do vírus
com a membrana celular; ou ainda, na face distal do domínio III (resíduos 303-395),
que possui uma conformação tipo-IgG. Mutações nessa última, modificam a
capacidade do vírus se ligar à célula hospedeira, afetando a internalização viral ou o
tropismo celular (REY et al., 1995; SÁNCHEZ; RUIZ, 1996).
As mutações estudadas no presente trabalho, identificadas na proteína E
(Phe
402
Leu e Thr
405
Ile), estão localizadas na haste, em uma estrutura !-hélice
denominada H1
pred
, logo abaixo do domínio III, na porção C-terminal da proteína
(Figuras 1.7 e 4.1) (ALLISON et al., 1999). Todas as estruturas atômicas da proteína
E determinadas para os Flavivírus foram obtidas apenas para o ectodomínio da
proteína (domínios I, II e III), excluindo-se as regiões da haste e âncora
transmembrana, para as quais somente estruturas preditas, baseadas em
sequências nucleotídicas, estão disponíveis.
Muitos grupos vêm investigando o papel da haste da proteína E na formação
de homotrímeros, na interação com a proteína prM, formação de partículas e
retenção intracelular, utilizando clones quiméricos (ALLISON et al., 1999; CHANG et
al., 2003; PURDY; CHANG, 2005; HSIEH et al., 2008). Allison et al. (1999)
construíram uma série de clones truncados na região C-terminal e tentaram
determinar regiões específicas que seriam importantes na interação da proteína E
com prM, na formação de partículas virais e nas mudanças estruturais induzidas
pelo pH reduzido do meio. Os autores sugerem que o elemento H1
pred
participa na
formação da estrutura trimérica durante o processo de fusão de membranas. Clones
truncados desta sequência eram secretados na forma de dímeros que se
dissociavam em pH baixo, mas não chegavam a formar trímeros, enquanto clones
que possuíam deleções imediatamente após o elemento H1
pred
, foram capazes de
converter irreversivelmente a proteína E na forma de trímeros. Purdy e Chang (2005)
inseriram diversas mutações em um clone quimérico (prM/E), nas regiões H1
e H2
da haste de E, e identificaram três substituições de aminoácidos na !-hélice H1
(Ile
398
Leu, Met
401
Ala e Met
412
Leu) que aumentariam a secreção de VLPs. Além
disso, observaram que construções duplas ou triplas contendo essas mutações
!
154
estão associadas a um aumento na secreção de VLPs, quando comparadas com os
clones contendo apenas uma mutação. Em um outro estudo, com o vírus Langat
(LGTV), flavivírus transmitido por carrapatos, os autores compararam a
patogenicidade em camundongos da cepa parental TP21 com quatro cepas
variantes, que foram isoladas e caracterizadas como não ligantes à receptores de
membrana. Foram identificadas mutações na região da haste da proteína E das
cepas variantes (Leu
416
Ala, Asn
473
Lys, Val
440
Ala, His
438
Tyr) e ensaios de DL
50
em
camundongos demonstraram que todas as cepas variantes eram atenuadas
(HOLBROOK et al., 2001). Estudos com TBEV e WNV demonstraram o
envolvimento da região da haste na interação prM/E e a contribuição dessa
interação heterodimérica, assim como da N-glicosilação do resíduo 154 de WNV, na
produção de VLPs (ALLISON et al., 1999; HANNA et al., 2005). Hsieh et al. (2008)
geraram uma série de clones quiméricos prM/E (DENV2/JEV) para investigar os
mecanismos envolvidos na produção de VLPs por DENV2 e demonstraram que a
haste-âncora da proteína E de DENV2 continha um forte sinal de retenção no
retículo endoplasmático (RE), o que poderia contribuir para a produção ineficiente de
VLPs. Este dado foi apoiado por relatos recentes de que o domínio transmembrana
da proteína E dos vírus YFV e as proteínas E1 e E2 do vírus da hepatite C (HCV)
continham um sinal de retenção no RE (COCQUEREL et al., 1998, 1999; OP DE
BEECK et al., 2004).
Baseado nos dados descritos na literatura, a presença de mutações na região
H1
pred
do vírus da dengue poderia facilitar o processo de trimerização e
consequentemente o processo de fusão de membranas e liberação do
nucleopcapsídeo no citoplasma das células, aumentar a secreção de novas
partículas virais para o exterior das células, e desta forma, alterar a patogenicidade
viral. Sendo assim, a presença dessas mutações poderia estar associada a um
processo de fusão de membranas mais eficiente e à liberação de um número maior
de nucleocapsídeos no citoplasma, desencadeando a tradução e replicação do
genoma viral em maior escala, e consequentemente na produção de mais progênie
viral, resultando em um aumento na virulência e patogenicidade da infecção.
A proteína NS3, juntamente com as demais proteína do CR, desempenha
função essencial na replicação do RNA viral (KAPOOR et al., 1995a; MATUSAN; et
al., 2001; LUO et al., 2008; BOLLATI et al., 2009). O papel-chave da atividade
helicase da NS3 na replicação viral foi demonstrado através de estudos de
!
155
mutagênese sítio-dirigida (GRASSMANN et al., 1999; MATUSAN et al., 2001;
SAMPATH et al., 2006). O domínio helicase da proteína NS3 parece ser responsável
por auxiliar na inicialização da síntese de moléculas de RNA simples fita de
polaridade negativa, (-)ssRNA, através do desenovelamento de estruturas
secundárias de RNA, permitindo assim o acesso da maquinaria de replicação
(TAKEGAMI et al., 1995; MATUSAN et al., 2001). Especula-se que a helicase
viabilize a montagem da maquinaria de replicação pelo estabelecimento das
estruturas de RNA das regiões 5’ e 3’NTR, além de auxiliar na liberação de fitas do
genoma viral recém-sintetizadas a partir de intermediários de replicação (WANG et
al., 2009). Mutações ao longo da sequência da proteína NS3 demonstraram efeitos
sobre a replicação viral e sobre as atividades ATPase e helicase in vitro (MATUSAN
et al., 2001). Liu, Chen e Khromykh (2003) avaliaram a importância das mudanças
de aminoácidos Tyr
518
His e Ser
557
Pro, do domínio helicase da NS3, utilizando um
sistema subgenômico de replicon do vírus Kunjin, na replicação viral e/ou na
montagem de partículas. Foi observado que a mutação Tyr
518
His era responsável
por um decréscimo na infectividade dos RNA transcritos e inibia a replicação viral,
enquanto a mudança Ser
557
Pro não apresentava nenhum efeito sobre a replicação.
Utilizando um sistema subgenômico de replicon e o clone infeccioso de febre
amarela, Patkar e Kuhn (2008), ao estudarem a mutação Trp
394
Ala no domínio
helicase da NS3, observaram um bloqueio na produção de partículas virais
infecciosas, sugerindo um papel ainda desconhecido dessa proteína nesse
processo, uma vez que essa mutação não teve efeito sobre a replicação viral.
Apesar dos diversos estudos, relativamente pouco se sabe sobre o mecanismo de
atuação das helicases dos Flavivírus, como por exemplo sua polaridade de
desenovelamento das fitas, a especificidade de substrato de fita dupla, ou ainda a
processividade da enzima (WANG et al., 2009).
A mutação NS3-209 (Val
209
Ile), estudada no presente trabalho, está
localizada entre os motivos Walker A e Walker B, do subdomínio 1, na região N-
terminal da helicase (Figuras 1.8 e 4.2). Esses motivos estão relacionados com
funções de interação com substratos de NTP e ligação a Mg
2+
, respectivamente.
Bordignon et al. (2007) analisaram o alinhamento da sequência de aminoácidos do
domínio helicase da NS3 abrangendo essa região, e observaram a presença de uma
Ile na posição correspondente a 209 da proteína NS3 de DENV1 nos vírus JEV,
!
156
WNV e TBEV (XU et al., 2005), todos pertencentes ao grupo de vírus que causam
encefalite.
As demais mutações estudadas, NS3-435 (Leu
435
Ser) e NS3-480 (Leu
480
Ser),
estão localizadas no subdomínio 2 da helicase, logo após os motivos V e VI,
respectivamente (Figuras 1.8 e 4.2). Essa região está envolvida na ligação da
proteína ao RNA e hidrólise de ATP e é requerido para a movimentação da helicase
ao longo de substratos de ácido nucléico (TUTEJA; TUTEJA, 2004). De acordo com
resultados obtidos por Duarte dos Santos et al. (2000) a mutação NS3-435 aumenta
a habilidade de replicação do vírus in vitro. Da mesma forma que para mutação
NS3-209, o alinhamento da sequência de aminoácidos do subdomínio 2 identificou
um resíduo Ser na posição correspondente a NS3-480 de DENV1 nos vírus JEV e
YFV (cepa 17D, neurovirulenta) (XU et al., 2005), sugerindo uma relação entre a
presença desse resíduo e o caráter encefalítico da cepa viral. Além disso, um estudo
demonstra a interação da helicase de dengue com a proteína NS4b, sugerindo que
esta interação module a replicação viral (UMAREDDY et al., 2006).
Baseado nos relatos da literatura e resultados prévios de nossa equipe,
podemos inferir que as mutações identificadas na proteína NS3 de DENV1, estariam
afetando a atividade da helicase, requerida nas funções replicativas do vírus,
aumentando a eficiência da replicação, seja pela função direta desta mutação no
genoma ou pela interação da proteína com outras proteínas virais e,
consequentemente, resultando na síntese de um número maior de moléculas de
RNA, o que levaria ao aumento da progênie viral e agravamento da infecção.
Os vírus recombinantes gerados neste trabalho foram inicialmente avaliados
quanto à sua habilidade de causar efeito citopático (CPE) em culturas de células de
inseto C6/36 (Figura 4.34). Sabe-se que algumas cepas de DENV são capazes de
produzir CPE em cultura como por exemplo, fusão celular tipo-sincício, lise ou ainda
a inibição do crescimento celular, porém, os mecanismos envolvidos neste processo
e os fatores que determinam qual cepa viral desencadeia qual tipo de CPE ainda
são desconhecidos. Randolph e Stollar (1990) sugeriram que a formação de fusão
tipo-sincício em células de mosquitos infectadas com DENV pode ser iniciada por
virions recém liberados, que se tornam engajados na fusão com a membrana
plasmática de células vizinhas infectadas ou não. As variantes neuroadaptadas,
FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6, assim como sua cepa parental, FGA/89, não são
capazes de produzir CPE em culturas de C6/36, sendo visualmente indistinguíveis
!
157
das culturas infectadas com mock. No entanto, o vírus gerado a partir do clone
pBACDV1 (cepa BR/90) desencadeia uma intensa fusão celular em culturas
(DESPRÈS; FRENKIEL; DEUBEL, 1993). Nas infecções com os vírus
recombinantes gerados nesse trabalho, foi possível observar o aparecimento de
fusão celular em quase todas as amostras, similar ao pBACDV1, exceto com os
vírus contendo as substituições E405 (Thr
405
Ile) e E405/NS3-435
(Thr
405
Ile/Leu
435
Ser), que não apresentaram CPE, semelhante ao vírus FGA/NA-d1d,
a partir do qual essas mutações foram inicialmente identificadas. Interessantemente,
o vírus contendo apenas a mutação NS3-435 apresenta fusão celular, mas quando
combinado com a mutação E405, deixa de apresentar esse efeito, sugerindo que
essa mutação desempenhe um papel importante na alteração do fenótipo em cultivo
celular. Estudos complementares serão necessários para determinar o potencial
papel e importância da mutação E405 no processo de inibição do efeito citopático
em culturas de células.
A falta de um modelo animal não-humano que seja susceptível à infecção
pelo vírus da dengue impulsiona o desenvolvimento de diferentes linhagens murinas,
e embora vários modelos murinos tenham sido relatados, nenhum é capaz de refletir
todo espectro da doença (BENTE; RICO-HESSE, 2006; SHRESTA et al., 2006;
VASILAKIS; WEAVER, 2008). Alguns estudos sugerem que, embora linhagens de
camundongos de laboratório sejam permissivas à infecção e replicação do vírus da
dengue, não são observados sinais clínicos evidentes, e cepas selvagens do vírus
replicam em níveis muito baixos, praticamente indetectáveis. Para superar esta
barreira, são utilizadas doses muito altas de vírus (até 1x10
8
pfu), cepas adaptadas
em modelo murino ou ainda inoculação pela via intracraniana (BENTE; RICO-
HESSE, 2006). No entanto, dados de um estudo comparativo que avaliou a
neurovirulência de vacinas quiméricas (ChimeriVax-JE e ChimeriVax-DEN1)
utilizando o modelo de primatas não humanas e um modelo murino (camundongos
ICR inoculados por via i.c.), concluiu que o modelo murino era mais sensível para
detectar diferenças na virulência das vacinas e que, portanto, poderia eventualmente
substituir o teste em primatas não humanos (MONATH et al., 2005).
Na tentativa de avaliar o papel das mutações, optamos por utilizar o modelo
experimental desenvolvido por Desprès et al. (1998), a fim de comparar in vivo os
vírus recombinantes gerados nesse trabalho com as variantes neuroadaptadas,
previamente descritas (FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6). Esse protocolo consistia na
!
158
inoculação por via i.c. de camundongos Swiss neonatos com os vírus gerados a
partir dos clones recombinantes seguido de 21 dias de observação. A cepa BR/90,
que serviu de molde para construção do clone infeccioso pBACDV1, é um isolado
clínico do Rio de Janeiro de 1990 (DESPRÈS; FRENKIEL; DEUBEL, 1993), que foi
amplificado em laboratório por passagens sucessivas em culturas de células de
inseto, nunca tendo sido inoculada em camundongos durante esse processo. Assim,
antes de dar início aos experimentos animais, foi realizado um ensaio de DL
50
para
determinar a dose a ser utilizada para inocular os animais, tendo sido
demonstrado previamente que a cepa BR/90 é mais neurovirulenta do que a FGA/89
(DESPRÈS; FRENKIEL; DEUBEL, 1993; DESPRÈS et al., 1996). No ensaio de
DL
50
, foi constatado que, em doses mais elevadas (1x10
4
1x10
5
ffu), o vírus era
naturalmente neurovirulento, e portanto, estabeleceu-se a dose inicial como sendo
de 2 logs abaixo do valor de DL
50,
como descrito anteriormente por Desprès et al.,
1998. Nessa dose, o vírus do clone pBACDV1 não era capaz de causar sinais de
encefalite nos animais, enquanto as variantes neuroadaptadas, FGA/NA-d1d e
FGA/NA-P6, inoculadas com a mesma dose, resultavam em morte. Ao analisarmos
os animais inoculados com os vírus recombinantes, pudemos observar que os
grupos inoculados com os vírus NS3-435 (Leu
435
Ser), NS3-480 (Leu
480
Ser),
E405/NS3-435 (Thr
405
Ile/Leu
435
Ser) e E402/NS3-480 (Phe
402
Leu/Leu
480
Ser),
desenvolviam sintomas similares aos das cepas neurovirulentas, como sinais de
encefalite e paralisia parcial dos membros inferiores, enquanto os grupos de animais
inoculados com mock, pBACDV1, E402 (Phe
402
Leu), E405 (Thr
405
Ile), NS3-209
(Val
209
Ile) e E402/NS3-209 (Phe
402
Leu/Val
209
Ile) não apresentaram nenhum sinal de
doença. Dentre os grupos de animais que desenvolveram doença, foi constatado
que 27% dos animais inoculados com NS3-435 (Leu
435
Ser) e 51% dos inoculados
com NS3-480 (Leu
480
Ser) sucumbiram à doença (Figura 4.37), sugerindo que estas
mutações desempenhem um papel importante no desencadeamento do fenótipo de
neurovirulência viral em camundongos. No entanto, para comprovar o papel exato
dessas mutações, serão necessários estudos complementares visando confirmar a
importância do caráter dos aminoácidos nessas posições. Outro dado interessante
foi observado nos grupos de animais inoculados com os vírus E405/NS3-435
(Thr
405
Ile/Leu
435
Ser) e E402/NS3-480 (Phe
402
Leu/Leu
480
Ser), que foram
responsáveis pela morte de 70% e 100% dos animais, respectivamente,
evidenciando um efeito sinérgico dessas mutações. Esses resultados demonstram
!
159
que, mesmo que as mutações E402 (Phe
402
Leu) e E405 (Thr
405
Ile) isoladas não
sejam suficientes para causar doença ou morte dos animais, quando combinadas
com as mutações da proteína NS3, desempenham um papel importante
desencadeando doença neurológica e morte.
Dados da literatura e experiências prévias do nosso grupo apontam a
importância da utilização de camundongos neonatos em ensaios de
neuropatogênese por dengue, devido ao seu sistema imune ainda não estar
completamente maduro (DESPRÈS; FRENKIEL; DEUBEL, 1993; DESPRÈS et al.,
1998). Baseado neste dado, experimentos complementares foram realizados com o
intuito de observar o possível efeito desses vírus em animais adultos jovens ou
ainda, avaliar a rota de inoculação em animais neonatos, utilizando a mesma dose
determinada anteriormente. Para tanto, grupos de camundongos Swiss com
aproximadamente 6 semanas de vida foram inoculados i.c. com mock e com os vírus
pBACDV1 e NS3-480 (Leu
480
Ser). Outros três grupos de camundongos Swiss
neonatos foram inoculados com as mesmas amostras, porém, por via intraperitoneal
(i.p.). Os animais foram acompanhados por 21 dias e, durante esse período, nenhum
dos camundongos, adultos ou neonatos, desenvolveu qualquer sintoma de doença,
perda de peso ou mudança comportamental. Esse dado sugere que não houve
replicação viral no cérebro nos animais adultos, provavelmente pela ação de seu
sistema imune maduro no combate à infecção, e que o vírus não foi capaz de
atravessar a barreira hematoencefálica dos animais neonatos. Estudos mais
aprofundados serão realizados para confirmar estes achadaos.
Diferenças na gravidade da infecção por dengue podem ser observadas entre
indivíduos ou ainda entre populações (COFFEY et al., 2009). Sendo a dengue uma
doença multifatorial, a resposta imune do hospedeiro desempenha um importante
papel no desenvolvimento da doença, portanto, a habilidade do vírus escapar desta
resposta imune é crucial para o sucesso da infecção. Após a detecção da infecção
viral, as células iniciam imediatamente uma resposta antiviral mediada por interferon
(IFN) e outras citocinas, na tentativa de prevenir a propagação da infecção
(PASIEKA et al., 2006). Bordignon (2008) comparou dados de genômica funcional
(microarranjo de DNA) do SNC de camundongos infectados com DENV1 com
fenótipos distintos, sendo uma cepa neurovirulenta (FGA/NA-a5c) e outra não-
neurovirulenta (FGA/89), demonstrando uma grande indução de mRNA de genes
estimulados por interferon (ISG), que possuem atividade antiviral conhecida. Foi
!
160
observado que as principais vias moduladas, em função da infecção do SNC dos
camundongos com DENV1, estavam envolvidas com a via de sinalização por IFN,
processamento e apresentação de antígenos, cascata do complemento e
ubiquitinação. Ambas cepas induziam as vias supracitadas, apresentando apenas
diferenças na intensidade de modulação dos genes. Estes dados foram confirmados
por quantificação, pela técnica de PCR em tempo real, dos genes selecionados
como diferencialmente expressos na infecção com a cepa FGA/NA-a5c
(neuroadaptada) versus a cepa FGA/89 (parental). Baseado nesses achados, no
presente trabalho, avaliamos o perfil de expressão de alguns desses genes
representantes das principais vias moduladas durante a infecção tais como: IFN-!,
IFN-", Irf1, Psmb8, C1r, Usp18 e Ccl5, comparando a modulação dos genes entre
as cepas neurovirulentas, o clone infeccioso pBACDV1 e suas variantes mutantes.
Nos resultados obtidos a partir das análises da expressão nica nos
cérebros dos camundongos infectados com os vírus recombinantes, foi observada
uma modulação maior nos grupos de animais inoculados com os vírus duplo-
mutantes, E405/NS3-435 (Thr
405
Ile/Leu
435
Ser) e E402/NS3-480
(Phe
402
Leu/Leu
480
Ser), e neuroadaptados (FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6), em relação
aos demais vírus para todos os genes analisados (Figura 4.40). Os nossos dados
corroboram os resultados de Bordignon (2008), demonstrando que cepas mais
neurovirulentas possuem uma modulação gênica maior em relação aos vírus menos
patogênicos. Essa reposta imune exacerbada está associada a altas taxas de
mortalidade (Figura 4.37) e replicação viral no SNC dos animais inoculados com
esses vírus (Figura 4.39).
O processamento de antígenos e sua apresentação à linfócitos T é um
processo muito importante na geração da resposta imune adaptativa (GROETTRUP
et al., 1996; VAN DEN EYNDE, MOREL, 2001). Tendo em vista os dados que
indicam a modulação positiva dos genes da via de apresentação de antígenos,
Bordignon et al. (2008) sugerem três hipóteses para explicar esses resultados:
expressão dessas moléculas em neurônios infectados; células “acessórias”, como a
micróglia, oligodendrócitos ou células endoteliais, induzida por citocinas secretadas
por neurônios infectados; ou ainda, por células periféricas que infiltram no SNC em
processo inflamatório.
Interferon do tipo 1 (IFN-!/") tem atraído atenção dos pesquisadores nos
últimos anos devido ao significativo papel que estas citocinas desempenham no
!
161
estabelecimento da proteção contra patógenos (GARCIA-SASTRE; BIRON, 2006).
Foi demonstrado que DENV induz uma forte resposta IFN-!/" em infecções naturais
(KURANE et al., 1993). Estudos dos níveis de citocinas em amostras de plasma de
pacientes infectados com DENV demonstraram padrões característicos de respostas
dessas citocinas durante o curso da infecção por DENV, sendo que a liberação de
IFN-! ocorre nos primeiros momentos da infecção, parecendo ser crítico para a
resposta imune precoce e resistência à infecção por DENV (SHRESTA et al., 2004;
NAVARRO-SÁNCHEZ, DESPRÈS, CEDILLO-BARRON, 2005). Johnson e Roehrig
(1999) evidenciaram o papel fundamental de IFN-!/" na proteção contra infecções
por dengue em experimentos com animais knockout para IFN-!/" e receptores de
IFN-# (AG129), que resultou em alta letalidade e consistente viremia no soro e
tecidos dos animais. A expressão de IFN-! foi muito baixa para todas as amostras
virais ensaiadas neste trabalho (Figura 4.40), muito provavelmente pelo fato de a
expressão desse tipo de IFN ocorrer nas primeiras horas de infecção e as amostras
analisadas terem sido coletadas com 8dpi. Em contrapartida, os níveis de IFN-!
foram mais elevados.
O processo de ubiquitinação clássica tem como objetivo a degradação de
proteínas intracelulares, através da marcação destas moléculas para
reconhecimento pelo proteassomo. A expressão de ISG15, uma proteína tipo-
ubiquitina, e de proteínas de ISGylation, uma via funcionalmente semelhante à
ubiquitinação clássica, foram identificadas sendo altamente induzidas em infecções
virais (KIM; ZHANG, 2003). A proteína Usp18, ou também conhecida como UBP43,
foi identificada como sendo uma ISG15 protease “desconjugadora” (MALAKHOV et
al. 2002). Foi demonstrado que a Usp18 é capaz de se ligar a um receptor celular
que interage com a quinase do tipo Janus (JAK1), bloqueando toda a via
subsequente de ativação de IFN, reduzindo sua expressão e consequentemente,
diminuindo a resistência a infecções virais. Desta maneira, a Usp18 funciona como
uma reguladora negativa da via de IFN, sendo importante no controle das respostas
mediadas por IFN, auxiliando na manutenção da homeostasia (MALAKHOVA et al.,
2006). Assim como o IFN-!, a expressão do gene Usp18 foi baixa (menos de 9
vezes modulado), em comparação com os outros genes.
Todos os demais genes analisados, Irf1, C1r, Psmb8 e Ccl5, tiveram uma
modulação intermediária (variando entre 10.5 a 16 vezes modulados), para os vírus
!
162
E405/NS3-435 (Thr
405
Ile/Leu
435
Ser) e E402/NS3-480 (Phe
402
Leu/Leu
480
Ser) em
comparação com os demais vírus e controles.
O sistema complemento, sendo considerado um pilar da imunidade inata, tem
sido reconhecido como um modulador-chave da imunidade adaptativa, atuando
diretamente, regulando e modificando as respostas dos linfócitos estimulados
(NAVARRO-SÁNCHEZ; DESPRÈS; CEDILLO-BARRON, 2005). O sistema
complemento é constituído tanto por proteínas de superfície celular quanto solúveis,
que atuam na lise celular, opsonização de antígenos promovendo a fagocitose,
ligação a receptores desencadeando eventos imunoregulatórios e remoção de
imunocomplexos da circulação (GOLDSBY et al., 2002; CARROLL, 2004). A cascata
do complemento é ativada pelo complexo vírus-anticorpo, além de diversas
citocinas, para liberação dos elementos C3a e C5a que possuem efeito direto na
permeabilidade vascular. O efeito sinérgico de IFN-! e TNF-! acabam ativando as
proteínas do complemento a provocar um vazamento em células endoteliais durante
infecções secundárias (SHAIO et al., 1992; LEI et al., 2001).
As quimiocinas são moléculas de pequeno peso molecular com atividade
quimioatrativa, que podem desempenhar um papel importante na patogenia da
encefalite pelo vírus da dengue. Podem ser divididas em quatro grupos, de acordo
com a posição do aminoácido cisteína na sua porção N-terminal, sendo
quimioatrativas para linfócitos T ativados, monócitos/macrófagos, eosinófilos, células
dendríticas, basófilos, células NK e neutrófilos, dependendo do grupo a que
pertençam (KARPUS, 2001; HUANG et al., 2000). Foi visto que a quimiocina Ccl5
está envolvida no processo de patogênese de doenças neurodegenerativas, sendo
demonstrada melhora significativa da função neurológica em camundongos,
associada à redução da desmielinização e do acúmulo de macrófagos e células T no
SNC, após a administração de anticorpos anti-Ccl5 em modelo murino de esclerose
múltipla induzida pela infecção com o MHV (vírus da hepatite murina) (GLASS et al.,
2004). Além disso, a Ccl5 também desempenha um papel protetor em infecções
virais, tendo sido demonstrado que animais deficientes para o seu receptor (CCR5)
apresentaram maior suscetibilidade à infecção pelo vírus Herpes Simples-2 (HSV-2)
(THAPA; KUZIEL; CARR, 2007).
Recentemente, Sariol et al. (2007), utilizando modelo de macacos Rhesus,
avaliaram as alterações de perfil de expressão de citocinas após infectar esses
animais com DENV1. Foi demonstrado que a infecção de linfócitos B, macrófagos e
!
163
células polimorfonucleares (PBMC) de macacos com DENV1 induz a manifestação
de uma potente resposta imune após 5 dias de infecção, induzida pela expressão de
genes estimulados por IFN (ISGs) que apresentam atividade antiviral. Além disso,
não foi detectada a superexpressão dos genes de IFN-!, IFN-" ou IFN-#, bem como
de IL-10, IL-8, IL-6, TNF-!. A ausência dessas citocinas pode explicar porque
macacos não apresentam sinais clínicos da infecção pelo vírus da dengue, apesar
de serem susceptíveis à infecção e realizarem soroconversão.
Um outro estudo avaliou o perfil de expressão gênica do sangue total de
pacientes com DSS e com DHF. Foram identificados 24 genes diferencialmente
modulados entre esses pacientes, sendo observada uma menor taxa de transcrição
gênica nos pacientes com DSS. Dentre esses genes, a maioria era induzida por IFN
tipo I, sugerindo que a DSS pode ser desencadeada pela atenuação de alguns
fatores da resposta imune inata (SIMMONS et al., 2007).
As encefalites virais se apresentam com lesões mediadas tanto pela
replicação viral quanto pela resposta imunológica do hospedeiro. A resposta imune
frente a infecções por flavivírus pode provocar sérios prejuízos ao hospedeiro
(KREIL; EIBL 1996; MORI et al., 1997). Porém, o espectro e a intensidade das
respostas imunes no SNC devem ser finamente regulados, a fim de limitar os danos,
uma vez que se trata de um tecido não-regenerativo. Em algumas infecções por
flavivírus, como o vírus da encefalite de St. Louis (SLEV) (MURPHY et al., 1968),
JEV (ESIRI, 1989; LIAO et al.,1997, KUMAR et al., 2009; MISHRA et al., 2009),
WNV (CAMENGA; NATHANSON; COLE, 1974; SHRESTHA, GOTTLIEB,
DIAMOND, 2003; DAI et al., 2008) e DENV (HOTTA, 1952; DESPRÈS et al., 1996,
1998; DUARTE DOS SANTOS et al., 2000; NOGUEIRA et al., 2002; BORDIGNON
et al., 2007), têm sido observados a indução de dano e morte neuronal, associados
à encefalite. A presença de antígenos do vírus da dengue foi identificada em tecido
cerebral, aparentemente em neurônios, astrócitos, micróglia e células endoteliais, de
um caso fatal de DHF, pela técnica de imunohistoquímica utilizando anticorpo
dengue-específico. Também foram detectadas partículas virais do sorotipo 4 de
DENV em amostras da medula e cerebelo do mesmo paciente (RAMOS et al.,
1998). Outros autores descreveram um caso fatal de dengue no Brasil no qual
detectaram células com marcação positiva antígeno-específica contra dengue em
neurônios e isolamento positivo para DENV2 em células do tecido cerebral, fígado e
linfonodos (NOGUEIRA et al., 2002).
!
164
Os dados histológicos observados nesse estudo sugerem que as principais
células-alvo da infecção no SNC murino são os neurônios, principalmente os
localizados no córtex frontal e temporal, além do hipocampo, regiões relacionadas
ao equilíbrio e controle motor, o que indica a relação entre estas lesões e os
sintomas observados nos animais infectados. Foi evidenciada a presença de
infiltrado mononuclear, morte neuronal, nódulo microglial, além de meningite. Os
danos de maior extensão foram identificados nos animais inoculados com os vírus
E405/NS3-435 (Thr
405
Ile/Leu
435
Ser) e E402/NS3-480 (Phe
402
Leu/Leu
480
Ser),
corroborando com os dados de carga viral. A presença de processo inflamatório e
ativação da micróglia no SNC de camundongos infectados sugere que o processo
de morte celular por necrose seja o mecanismo mais provável para o
desenvolvimento de encefalite fatal nos camundongos.
Os dados obtidos nesse trabalho são muito consistentes, tendo em vista que
mutações associadas com uma determinada cepa viral foram ensaiadas no contexto
de uma outra cepa e seus efeitos foram analisados levando em conta diferentes
aspectos com relação à infecção viral (replicação, resposta imune, dano tecidual),
permitindo assim avaliar sua real importância no desenvolvimento do fenótipo de
neurovirulência em camundongos.
A mutação no domínio NS3hel aumentaria a eficiência de replicação do RNA
viral enquanto a mutação na proteína E poderia estar alterando a conformação da
proteína, levando a uma interação mais eficiente com membranas celulares ou
receptores, e potencializando a infecção.
O conjunto de resultados deste trabalho demonstrou que vírus recombinantes
exibindo mutações pontuais únicas no domínio helicase da proteína NS3,
associadas à mutação na região E H1
pred
de DENV1 são capazes de exibir um
fenótipo de neurovirulência em modelo murino. O desencadeamento do quadro de
encefalite dos animais está diretamente relacionado com uma maior habilidade de
replicação viral no SNC, produção de progênie e indução de resposta imune inata
exacerbada (não-fisiológica) levando ao dano tecidual e morte.
Considerando que o conhecimento sobre as bases moleculares do processo
de neuropatogênese decorrente da infecção por DENV é limitado, este modelo de
estudo poderá contribuir para a determinação de bases de atenuação de cepas
vacinais, processos de interação vírus/hospedeiro e fornecer novas informações
!
165
sobre os mecanismos da patogênese da dengue, podendo eventualmente nortear
estratégias de controle da infecção.
!
166
6. CONCLUSÕES
As mutações implicadas no fenótipo viral de neurovirulência da dengue foram
inseridas no contexto do clone infeccioso pBACDV1, gerando vírus
recombinantes capazes de replicar eficientemente em culturas de células de
inseto, sendo produzidos lotes purificados em gradiente de sacarose e com
altos títulos virais.
Os vírus recombinantes gerados foram avaliados quanto à sua habilidade de
causar efeito citopático em culturas de células de inseto C6/36 e foi constatado
que a mutação E405 é capaz de inibir o fenótipo de fusão celular nestas
culturas.
Os animais inoculados com os vírus recombinantes NS3-435, NS3-480,
E405/NS3-435 e E402/NS3-480, desenvolveram sintomas similares aos das
cepas neurovirulentas, como sinais de encefalite e paralisia parcial dos
membros inferiores, enquanto os grupos de animais inoculados com mock, e
com os vírus recombinantes pBACDV1, E402, E405, NS3-209 e E402/NS3-
209, não apresentaram nenhum sinal de doença.
Alguns dos animais que apresentaram sinais de doença acabaram sucumbindo
à infecção, sugerindo que as mutações NS3-435 e NS3-480 desempenhem um
papel importante no desencadeamento da neuropatogênese em camundongos.
As mutações E402 e E405 isoladas não são capazes de causar doença ou
morte dos animais. Porém, quando combinadas com as mutações da proteína
NS3, desempenham um papel importante desencadeando doença neurológica
e morte, evidenciando um efeito sinérgico das mutações na doença e morte
dos animais.
As taxas de replicação viral no tecido cerebral foram mais expressivas nos
animais inoculados com os vírus recombinantes E405/NS3-435 e E402/NS3-
480, que também apresentaram as taxas de mortalidade mais altas.
As principais células-alvo da infecção no SNC murino são os neurônios,
principalmente os do córtex frontal e temporal, além do hipocampo. Estas
regiões afetadas estão relacionadas ao equilíbrio e controle motor, o que
explica os sintomas observados nos animais infectados.
!
167
Todos os animais inoculados com os vírus recombinantes apresentaram danos
no tecido cerebral, sendo evidenciada a presença de infiltrado mononuclear,
necrose neuronal, nódulo microglial, além de meningite, moderada a aguda, e
os danos de maior extensão foram identificados nos animais inoculados com
os vírus recombinantes E405/NS3-435 e E402/NS3-480, resultados esses que
estão diretamente relacionados com os dados de carga viral.
Os experimentos de expressão gênica demonstraram uma maior modulação da
expressão de genes relacionados a resposta imune inata, nos grupos de
animais inoculados com os vírus duplo-mutantes E402/NS3-480 e E405/NS3-
435, dado que indica que uma resposta imune mais exacerbada poderia estar
associada a altas taxas de mortalidade.
As assinaturas moleculares nas proteínas NS3hel e E identificadas nas cepas
neurovirulentas estão diretamente envolvidas na aquisição do fenótipo, pois
quando inseridas em um novo contexto, isto é, uma outra cepa viral (DENV1
BR/90), foram capazes de causar os mesmos sintomas neuropatológicos dos
vírus neuroadaptados (FGA/NA-d1d e FGA/NA-P6).
!
168
7. PERSPECTIVAS
Obter o clone triplo-mutante (E402/NS3-209/NS3-480) e caracterizar, in vitro e
in vivo, o vírus recombinante resultante.
Realizar estudos complementares sobre o papel da mutação E405 no processo
de inibição do efeito citopático em culturas de células de inseto.
Realizar ensaios funcionais (atividade helicase e ATPase) da proteína NS3
recombinante contendo as mutações Leu
435
Ser e Leu
480
Ser.
Estudar a interação das proteínas NS3 mutadas, Leu
435
Ser e Leu
480
Ser, com
outras proteínas do complexo de replicação ou fatores celulares através de
ensaios de co-imunoprecipitação.
Realizar caracterizações complementares das mutações Leu
435
Ser e Leu
480
Ser
utilizando sistema subgenômico de replicon.
Analisar o possível papel do caráter do resíduo de aminoácido na posição 480
da proteína NS3 no fenótipo de neurovirulêcia, através da clonagem e geração
de vírus recombinantes com diferentes aminoácidos nesta posição.
Realizar a caracterização funcional do papel da via de sinalização de IFN no
curso da infecção com os vírus recombinantes e controles em animais
knockouts para o receptor de IFN tipo I.
169
REFERÊNCIAS
ABUBAKAR, S.; WONG, P.F.; CHAN, Y.F. Emergence of dengue virus type 4
genotype IIA in Malaysia. J Gen Virol, v.83, n.10, p.2437-42, 2002.
AHMADIAN, M.R.; STEGE, P.; SCHEFFZEK, K.; WITTINGHOFER, A. Confirmation
of the arginine-finger hypothesis for the GAP-stimulated GTP-hydrolysis reaction of
Ras. Nat Struct Biol, v.4, n.9, p.686-9, 1997.
ALCON-LEPODER, S.; DROUET, M. T.; ROUX, P.; FRENKEL, M. P.; ARBORIO, M.;
DURAND-SCHNEIDER, A. M.; MAURICE, M.; LE BLANC, I.; GRUENBERG, J.;
FLAMAND, M. The secreted form of dengue virus nonstructural protein NS1 is
endocytosed by hepatocytes and accumulates in late endosomes: implications for
viral infectivity. J Virol, v.79, n.17m p.11.403-11, 2005.
ALEN, M. M. F.; KAPTEIN, S. J. F.; BURGHGRAEVE, T. de.; BALZARINI, J.;
NEYTS, J.; SCHOLS, D. Antiviral activity of carbohydrate-binding agents and the role
of DC-SIGN in dengue virus infection. Virology, v.387, n.1, p.67-75, 2009.
ALLISON, S.L.; STIASNY, K.; STADLER, K.; MANDL, C.W.; HEINZ, F.X. Mapping of
functional elements in the stem-anchor region of tick-borne encephalitis virus
envelope protein E. J Virol, v.73, n.7, p. 5605-12, 1999.
ALVAREZ, D.E.; EZCURRA, A.L.D.L.; FUCITO, S.; GAMARNIK, A.V. Role of RNA
structures present at the 3'UTR of dengue virus on translation, RNA synthesis, and
viral replication. Virology, v. 339, n. 2, p. 200-212, 2005a.
ALVAREZ, D.E.; LODEIRO, M.F.; LUDUEÑA, S.J.; PIETRASANTA, L.I.;
GAMARNIK, A.V. Long-range RNA-RNA interactions circularize the dengue virus
genome. J Virol, v. 79, n. 11, p. 6631-6643, 2005b.
AQUINO, V. H.; ANATRIELLO, E.; GONÇALVES, P. F.; SILVA, E. V.;
VASCONCELOS, P. F. C.; VIEIRA, D. S.; BATISTA, W. C.; BOBADILLA, M. L.;
VAZQUEZ, C.; MORAN, M.; FIGUEIREDO, L. T. M. Molecular epidemiology of
dengue type 3 virus in Brazil and Paraguay, 2002-2004. Am J Trop Med Hyg, v.75,
n.4, p.710-15, 2006.
170
ASSENBERG, R.; MASTRANGELO, E.; WALTER, T.S.; VERMA, A.; MILANI, M.;
OWENS, R.J.; STUART, D.I.; GRIMES, J.M.; MANCINI, E.J. Crystal structure of a
novel conformational state of the flavivirus NS3 protein: implications for polyprotein
processing and viral replication. J Virol, v.83, p.12895-906, 2009.
AVIRUTNAN, P.; PUNYDEE, N.; NOISAKRAN, S.; KOMOLTRI, C.; THIEMMECA,
S.; AUETHAVORNANAN, K.; JAIRUNGSRI, A.; KANLAYA, R.;
TANGTHAWORNCHAIKUL, N.; PUTTIKHUNT, C. Vascular leakage in severe
dengue virus infections: a potential role for nonstructural viral protein NS1 and
complement. J Infect Dis, v.193, p.1078-88, 2006.
BENARROCH, D.; SELISKO, B.; LOCATELLI, G. A.; MAGA, G.; ROMETTE, J. L.;
CANARD, B. The RNA helicase, nucleotide 5'-triphosphatase, and RNA 5'-
triphosphatase activities of dengue virus protein NS3 are Mg2+ - dependent and
require a functional Walker B motif in the helicase cataclytic core. Virology, v.328,
n., p.208-18, 2004.
BENTE, D. A.; RICO-HESSE, R. Models of dengue virus infection. Drug Discov
Today Dis, v.3, n.1, p.97-103, 2006.
BHOOPAT, L.; BHAMARAPRAVATI, N.; ATTASIRI, C.; YOKSARN, S.; CHAIWUN,
B.; KHUNAMORNPONG, S.; SIRISANTHANA, V. Immunohistochemical
characterization of a new monoclonal antibody reactive with dengue virus-infected
cells in frozen tissue using immunoperoxidase technique. Asian Pac J Allergy
Immunol, v.14, p.107-13, 1996.
BLANEY JR., J.E. HANSON CT, FIRESTONE CY, HANLEY KA, MURPHY BR,
WHITEHEAD S.S. Genetically modified, live attenuated dengue virus type 3 vaccine
candidates. Am J Trop Med Hyg, v. 71, n. 6, p. 811-821, 2004a.
BOLLATI, M.; ALVAREZ, K.; ASSENBERG, R.; BARONTI, C.; CANARD, B.; COOK,
S.; COUTARD, B.; DECROLY, E.; DE LAMBALLERIE, X.; GOULD, E.A.; GRARD,
G.; GRIMES, J.M.; HILGENFELD, R.; JANSSON, A.M.; MALET, H.; MANCINI, E.J.;
MASTRANGELO, E.; MATTEVI, A.; MILANI, M.; MOUREAU, G.; NEYTS, J.;
OWENS, R.J.; REN, J.; SELISKO, B.; SPERONI, S.; STEUBER, H.; STUART, D.I.
UNGE, T.; BOLOGNESI, M. Structure and functionality in flavivirus NS-proteins:
Perspectives for drug design. Antiviral Res, 2009. Article in Pres.
BONALDO, M.C.; MELLO, S.M.; TRINDADE, G.F.; RANGEL, A.A.; DUARTE, A.S.;
OLIVEIRA, P.J.; FREIRE, M.S.; KUBELKA, C.F.; GALLER, R. Construction and
characterization of recombinant flaviviruses bearing insertions between E and NS1
genes. Virol J, v.4, p.115, 2007.
171
BOOKS, A. J.; JOHANSSON, M.; CRISWELL, E; JANS, D. A; VASUDEVAN, S. G.
The interdomain region of dengue NS5 protein interacts with NS3 and host proteins.
Dengue Bulletin, v.26, p.155-161, 2002.
BORDIGNON, J.; STROTTMAN, D.M.; MOSIMANN, A.L.P.; PROBST, C.M.;
STELLA, V.; NORONHA, L.; ZANATA, S.M.; DUARTE DOS SANTOS, C.N. Dengue
Neurovirulence in Mice: Identification of Molecular Signatures in E and NS3 Helicase
Domains. Journal of Medical Virology, v. 79, n. 10, p. 1506-1517, 2007.
BORDIGNON, J.; PROBST, C.M.; MOSIMANN, A.L.P.; PAVONI, D.P.; STELLA, V.;
BUCK, G.A.; SATPROEDPRAI, N.; FAWCETT, P.; ZANATA, S.M.; DE NORONHA,
L.; KRIEGER, M.A.; DUARTE DOS SANTOS, C.N. Expression profile of interferon
stimulated genes in central nervous system of mice infected with dengue virus Type-
1. Virology, v.377, p.319329, 2008.
BORDIGNON, J. Genômica funcional da neurovirulência por vírus da dengue
sorotipo-1 em modelo murino. 102 p. Tese (Doutorado em Biologia Celular e
Molecular) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.
BOROWSKI, P.; NIEBUHR, A.; MUELLER, O.; BRETNER, M.; FELCZAK, K.;
KULIKOWSKI, T.; SCHMITZ. H. Purification and characterization of West Nile virus
nucleoside triphosphatase (NTPase)/helicase: evidence for dissociation of the
NTPase and helicase activities of the enzyme. J Virol, v.75, p.32203229, 2001.
BOYER, J.C.; HAENNI, A.N. Infectious Transcripts and cDNA Clones of RNA
Viruses. Virology, v.198, p.415-426, 1994.
BRAY, M.; ZHAO, B.T.; MARKOFF, L.; ECKELS, K.H.; CHANOCK, R.M.; LAI, C.J.
Mice immunized with recombinant vaccinia virus expressing dengue 4 virus structural
proteins with or without nonstructural protein NS1 are protected against fatal dengue
virus encephalitis. J Virol, v.63, n.6, p.2853-6, 1989.
BRAY, M.; MEN, R.; TOKIMATSU, I.; LAI, J. C. Genetic Determinants Responsible
for Acquisition of Dengue Type 2 Virus Mouse Neurovirulence. J Virol, v.72, n.2,
p.1647-51, 1998.
BREDENBEEK, P.J. KOOI, E.A.; LINDENBACH, B.; HUIJKMAN, N.; RICE, C.M.;
SPAAN, W.J. A stable full-length yellow fever virus cDNA clone and the role of
conserved RNA elements in flavivirus replication. J Gen Virol, v.84, p.1261-1268,
2003.
172
BRESSANELLI, S.; STIASNY, K.; ALLISON, S.L.; STURA, E.A.; DUQUERROY, S.;
LESCAR, J.; HEINZ, F.X.; REY, F.A. Structure of a flavivirus envelope glycoprotein
in its low-pH-induced membrane fusion conformation. EMBO J, v.23, n.4, p.728-38,
2004.
BRYANT, J.E.; CALVERT, A.E.; MESESAN, K.; CRABTREE, M.B.; VOLPE, K.E.;
SILENGO, S.; KINNEY, R.M.; HUANG, C.Y.; MILLER, B.R.; ROEHRIG, J.T.
Glycosylation of the dengue 2 virus E protein at N67 is critical for virus growth in vitro
but not for growth in intrathoracically inoculated Aedes aegypti mosquitoes. Virology,
v.366, n.2, p.415-23, 2007.
BRUENN, J.A. A structural and primary sequence comparison of the viral RNA-
dependent RNA polymerases. Nucleic Acids Res, v.31, n.7, p.1821-9, 2003.
CALISHER, C.H. Antigenic classification and taxonomy of flaviviruses (family
Flaviviridae) emphasizing a universal system for the taxonomy of viruses causing
tick-borne encephalitis. Acta Virol, v.32, n.5, p.469-78, 1988.
CALISHER, C. H.; KARABATSOS, N.; DALRYMPLE, J. M.; SHOPE, R. E.;
PORTERFIELD, J. S.; WESTAWAY, E. G.; BRANDT, W. E. Antigenic relationships
between flaviviruses as determined by cross-neutralization tests with polyclonal
antisera. J Gen Virol, v.70, p.37-43, 1989.
CAM, V.B.; FONSMARK, L.; HUE, B.N.; PHUONG, T.N.; POULSEN, A.;
HEEGAARD, D.E. Prospective case–control study of encephalopathy in children with
dengue hemaorrhagic fever. Am J Trop Med Hyg, v. 65, p. 84851, 2001.
CAMENGA, D.L.; NATHANSON, N.; COLE, G.A. Cyclophosphamide-potentiated
West Nile viral encephalitis-Relative influence of cellular and humoral factors. J
Infect Dis, v.130, p.63441, 1974.
CAMPBELL, M.S.; PLETNEV, A.G. Infectious cDNA Clones of Langat Tick-Borne
flavivirus that differ from their parent in peripheral neurovirulence. Virology, v. 269,
p. 225-237, 2000.
CARROLL, M.C. The complement system in regulation of adaptative immunity.
Nature Immun, v.5, p.981-986, 2004.
173
CARVALHO, S.E.; MARTIN, D.P.; OLIVEIRA, L.M.; RIBEIRO, B.M.; NAGATA, T.
Comparative analysis of American Dengue virus type 1 full-genome sequences.
Virus Genes, v.40, n.1, p.60-6, 2010.
CHAMBERS, T.J.; HAHN, C.S.; GALLER, R.; RICE, C.M. Flavivirus genome
organization, expression, and replication. Ann Rev Microb, v. 44, p. 649-688, 1990.
CHANG, H.H.; SHYU, H.F.; WANG, Y.M.; SUN, D.S.; SHYU, R.H.; TANG, S.S.;
HUANG, Y.S. Facilitation of cell adhesion by immobilized dengue viral nonstructural
protein 1 (NS1): arginine-glycine-aspartic acid structural mimicry within the dengue
viral NS1 antigen. J Infect Dis., v.186, p.743-51, 2002.
CHANG, Y.S.; LIAO, C.L.; TSAO, C.H.; CHEN, M.C.; LIU, C.I.; CHEN, L.K.; LIN, Y.L.
Membrane permeabilization by small hydrophobic nonstructural proteins of Japanese
encephalitis virus. J Virol, v.73, n.8, p.6257-64, 2009.
CHAO, D.Y.; KING, C.C.; WANG, W.K.; CHEN, W.J.; WU, H.L.; CHANG, G.J.J.
Strategically examining the full-genome of dengue virus type3 in clinical isolates
reveals its mutation spectra. Virol J, v.2, p.72, 2005.
CHEN, W.; KAWANO, H.; MEN, R.; CLARK, D.; LAI, C.J. Construction of Intertypic
Chimeric Dengue Viruses Exhibiting Type 3 Antigenicity and Neurovirulence for Mice.
J Virol, v.69, n.8, p. 51865190, 1995.
CHEN, Y.; MAGUIRE, T.; MARKS, R.M. Demonstration of binding of dengue virus
envelope protein to target cells. J Virol, v.70, n.12, p.8765-72, 1996.
CHEN, C.J.; KUO, M.D.; CHIEN, L.J.; HSU, S.L.; WANG, Y.M.; LIN, J.H. RNAprotein
interactions: involvement of NS3, NS5, and 3' noncoding regions of Japanese
encephalitis virus genomic RNA. J Virol, v.71, n.5, p.3466-73, 1997.
CHIU, W.; KINNEY, R.M.; DREHER, T.W. Control of translation by the 5’- and 3’-
terminal regions of the dengue virus genome. J Virol, v. 79, n.13, p. 8303-8315,
2005.
CHOTMONGKOL, V.; SAWANYAWISUTH, K. Case report: Dengue hemorrhagic
fever with encephalopathy in an adult. Southeast Asian J Trop Med Public Health,
v.35, n.1, p.160-1, 2004.
174
CHU, P.W.; WESTAWAY, E.G. Molecular and ultrastructural analysis of heavy
membrane fractions associated with replication of Kunjin virus RNA. Arch Virology,
v.125, p.177-191, 1992.
CLYDE, K.; KYLE, J.L.; HARRIS, E. Recent advances in deciphering viral and host
determinants of dengue virus replication and pathogenesis. J Virol, v.80, n.23,
p.11418-11431, 2006.
COCQUEREL, L.; MEUNIER, J.C.; PILLEZ, A.; WYCHOWSKI, C.; DUBUISSON, J.
A retention signal necessary and sufficient for endoplasmic reticulum localization
maps to the transmembrane domain of hepatitis C virus glycoprotein E2. J Virol,
v.72, n.3, p.2183-91, 1998.
COFFEY, L.L.; MERTENS, E.; BREHIN, A.C.; FERNANDEZ-GARCIA, M.D.;
AMARA, A.; DESPRÉS
,
P.; SAKUNTABHAI, A. Human genetic determinants of
dengue virus susceptibility. Microbes and Infection, Paris, v. 11, n. 2, p. 143-156,
2009.
COLE, G.A.; WISSEMAN, C.L. Jr. Pathogenesis of type 1 dengue virus infection in
suckling, weanling and adult mice. 1. The relation of virus replication to interferon and
antibody formation. Am J Epidemiol, v.89, n.6, p.669-80, 1969.
CORVER, J.; LENCHES, E.; SMITH, K.; ROBISON, R.A.; SANDO, T.; STRAUSS,
E.G.; STRAUSS, J.H. Fine mapping of a cis-acting sequence element in yellow fever
virus RNA that is required for RNA replication and cyclization. J Virol, v.77, n.3,
p.2265-2270, 2003.
CUI S.; CHESSON C.; HOPE R. Genetic variation within and between strains of
outbred Swiss mice. Lab Anim, v.27, p.116123, 1993.
CUI, T.; SUGRUE, R. J.; XU, Q.; LEE, A. K.; CHAN, Y. C.; FU, J. Recombinant
dengue virus type 1 NS3 protein exhibits specific viral RNA binding and NTPase
activity regulated by the NS5 protein. Virology, v.246, n.2, p.409-17, 1998.
DAI, J.; WANG. P.; BAI, F.; TOWN, T.; FIKRIG, E. Icam-1 participates in the entry of
West Nile Virus into the central nervous system. J Virol, v.82, n.8, p.4164-8, 2008.
DE MELO, F.L.; ROMANO, C.M.; ZANOTTO, P.M. de A. Introduction of Dengue
Virus 4 (DENV-4) Genotype I into Brazil from Asia? PLoS Negl Trop Dis. v.3, n.4,
p.e390, 2009.
175
DESPRÈS, P.; FRENKIEL, M.P.; DEUBEL, V. Differences between cell membrane
fusion activities of two dengue type-1 isolates reflect modifications of viral structure.
Virology, v.196, n.1, p.209-19, 1993.
DESPRÈS, P.; FLAMAND, M.; CECCALDI, P.E.; DEUBEL, V. Human Isolates of
Dengue Type 1 Virus Induce Apoptosis in Mouse Neuroblastoma Cells. J Virol, v.70,
n.6, p. 40904096, 1996.
DESPRÈS P.; FRENKIEL M.P.; CECCALDI P.E.; DUARTE DOS SANTOS C.N.;
DEUBEL V. Apoptosis in the mouse central nervous system in response to infection
with mouse-neurovirulent dengue viruses. J Virol, v.72, p.823829, 1998.
DIAMOND, M.S. Evasion of innate and adaptive immunity by flaviviruses. Immunol
Cell Biol, v.81, p.196206, 2003.
DOMINGUES, R. B.; KUSTER, G. W.; ONUKI-CASTRO, F. L.; SOUZA, V. A.; LEVI,
J. E.; PANNUTI, C. S. Involvement of the central nervous system in patients with
dengue virus infection. J Neurol Science, v.267, n.1-2, p.36-40, 2007.
DUARTE DOS SANTOS, C. N.; FRENKIEL, M. P.; COURAGEOT, M. P.; ROCHA, C.
F.; VAZEILLE-FALCOZ, M. C.; WIEN, M. W.; REY, F. A.; DEUBEL, V.; DESPRÈS,
P. Determinants in the envelope E protein and viral RNA helicase NS3 that influence
the induction of apoptosis in response to infection with dengue type 1 virus.
Virology, v.274, n.2, p.292-308, 2000.
DUARTE DOS SANTOS,C.N.; ROCHA,C.F.; CORDEIRO,M.; FRAGOSO,S.P.;
REY,F.; DEUBEL,V.; DESPRES, P. Genome analysis of dengue type-1 virus isolated
between 1990 and 2001 in Brazil reveals a remarkable conservation of the structural
proteins but amino acid differences in the non-structural proteins. Virus Res, v.90,
n.1-2, p.197-205, 2002.
EGLOFF, M.; BENARROCH, D.; SELISKO, B.; ROMETTE, J.L.; CANARD, B. An
RNA cap (nucleoside-2’-O-)-methyltransferase in the flavivirus RNA polymerase
NS5: crystal structure and functional characterization. EMBO J, v.21, n.11, p.2757-
2768, 2002.
ESIRI, M.M.; READING, M.C.; SQUIER, M.V.; HUGHES, J.T. Immunocytochemical
characterization of the macrophage and lymphocyte infiltrate in the brain in six cases
of human encephalitis of varied aetiology. Neuropathol. Appl. Neurobiol, v.15, n.4,
p.289-305, 1989.
176
FALCONAR, A.K.; YOUNG, P.R. Production of dimer-specific and dengue virus
group cross-reactive mouse monoclonal antibodies to the dengue 2 virus non-
structural glycoprotein NS1. J Gen Virol, v.72, p.961-5, 1991.
FALCONAR, A.K.I. The dengue vírus nonstructural-1 protein (NS1) generates
antibodies to common epitopes on human blood clotting, integrin/adhesion Proteins
and binds to human endothelial cells: potential implications in haemorrhagic fever
pathogenesis. Arch Virol, v.142, p.897-916, 1997.
FALGOUT, B.; CHANOCK, R.; LAI, C.J. Proper processing of dengue virus
nonstructural glycoprotein NS1 requires the N-terminal hydrophobic signal sequence
and the downstream nonstructural protein NS2a. J Virol, v.63, n.5, p.1852-60, 1989.
FALGOUT, B.; BRAY, M.; SCHLESINGER, J.J.; LAI, C.J. Immunization of mice with
recombinant vaccinia virus expressing authentic dengue virus nonstructural protein
NS1 protects against lethal dengue virus encephalitis. J Virol, v.64, n.9, p.4356-63,
1990.
FALGOUT, B.; PETHEL, M.; ZHANG, Y-M.; LAI, C-J. Both nonstructural proteins
NS2B and NS3 are required for the processing of dengue virus nonstructural
proteins. J Virol, v.65, p.2467-75, 1991.
FERREIRA, M.L.B.; CAVALCANTI, C.G.; COELHO, C.A.; MESQUITA, S.D.
Manifestações neurológicas de dengue: estudo de 41 casos. Arq de Neuro-
psiquiatria, v. 63, n. 2-B, p. 488-493, 2005.
FIGEIREDO, R.M.P.; NAVECA, F.G; BASTOS, M.S.; MELO, M.N.; VIANA,S.S.;
MOURÃO, M.P.G.; COSTA, C.A.; FARIAS, I.P. Dengue virus type 4, Manaus, Brazil.
Emerg Infect Dis, Atlanta, v. 14, n. 4, p. 667-669, 2008.
FLAMAND, M.; MEGRET, F.; MATHIEU, M.; LEPAULT, J.; REY, F.A.; DEUBEL, V.
Dengue virus type 1 nonstructural glycoprotein NS1 is secreted from mammalian
cells as a soluble hexamer in a glycosilation-dependent fashion. J Virol, v.73, n.7,
p.6104-10, 1999.
GARCIA-RIVERA, E.J.; VORNDAM, V.; RIGAU-PÉREZ, J.G. Use of an enhanced
surveillance system for encephalitis and aseptic meningitis for the detection of
neurologic manifestations of dengue in Puerto Rico, 2003. P R Health Sci J, v.28,
n.2, p.114-20, 2009.
177
GARCíA-SASTRE, A.; BIRON, C.A. Type 1 interferons and the virus-host
relationship: a lesson in détente. Science, v.312, p.879-82, 2006.
GEHRKE, R.; ECKER, M.; ABERLE, S.W.; ALLISON, S.L.; HEINZ, F.X.; MANDL,
C.W. Incorporation of Tick-borne encephalitis virus replicons into virus like particles
by a packaging cell line. J Virol, v.77, n.16, p.8924-8933, 2003.
GEISS, B.J.; THOMPSON, A.A.; ANDREWS, A.J.; SONS, R.L.; GARI, H.H.;
KEENAN, S.M.; PEERSEN, O.B. Analysis of flavivirus NS5 methyltransferase cap
binding. J Mol Biol, v.385, n.5, p.1643-54, 2009.
GLASS, W.G.; HICKEY, M.J.; HARDISON, J.L.; LIU, M.T.; MANNING, J.E.; LANE,
T.E. Antibody Targeting of the CC Chemokine Ligand 5 Results in Diminished
Leukocyte Infiltration into the Central Nervous System and Reduced Neurologic
Disease in a Viral Model of Multiple Sclerosis. J Immun, v.172, p.4018-4025, 2004.
GOLLINS, S.W.; PORTERFIELD, J.S. PH-dependent fusion between the flavivirus
West-Nile and liposomal model membranes. J Gen Virol, v.67, p.157-66, 1986.
GORBALENYA, A.E.; KOONIN, E.V.; DONCHENKO, A.P.; BLINOV, V.M. Two
related superfamilies of putative helicases involved in replication, recombination,
repair and expression of DNA and RNA genomes. Nucleic Acids Res, v.17, p.4713-
4729, 1989.
GOULD, E.A.; CLEGG, J.C.S. Growth, Titration and Purification of Togaviruses. In:
MAHY, B.W.J. (ed). Virology: a pratical approach. Washington DC: IRL Press. p.
43-78, 1985.
GRASSMANN, C.W.; ISKEN, O.; BEHRENS, S.E. Assignment of the multifunctional
NS3 protein of bovine viral diarrhea virus during RNA replication: an in vivo and in
vitro study. J Virol, v.73, n.11, p.9196-205, 1999.
GRITSUN, T.S.; GOULD, E.A. Infectious transcripts of tick-borne encephalitis virus,
generated in days by RT-PCR. Virology, v.214, p.611-618, 1995.
GROETTRUP, M.; KRAFT, R.; KOSTKA, S.; STANDERA, S.; STOHWASSER, R.;
KLOETZEL, P.M. A third interferon-gamma induced subunit exchange in the 20S
proteasome. Eur J Immunol, v.26, p.863-869, 1996.
178
GROMOWSKI, G.D.; BARRETT, A.D. Characterization of an antigenic site that
contains a dominant, type-specific neutralization determinant on the envelope protein
domain III (ED3) of dengue 2 virus. Virology, v.366, n.2, p.349-60, 2007.
GUALANO, R.C.; PRYOR, M.J.; CAUCHI, M.R.; WRIGHT, P.J.; DAVIDSON, A.D.
Identification of a major determinat of mouse neurovirulence of dengue virus type 2
using stably cloned genomic-length cDNA. J Gen Virol, v.79, p.437-446, 1998.
GUBLER, D.J.; SUHARYONO, W.; TAN, R.; ABIDIN, M.; SIE, A. Viraemia in patients
with naturally acquired dengue infection. Bull WHO, n.59, p.623-30, 1981.
GUBLER, D. J.; TRENT, D. W. Emergence of epidemic dengue/dengue hemorrhagic
fever as a public health problem in the Americas. Infect Ag Dis, v.2, n.6, p.383-393,
1993.
GUBLER, D.J. Perspectives on the prevention and control of dengue hemorrhagic
fever. Gaoxiong Yi Xue Ke Xue Za Zhi, Suppl:S15-8, 1994.
GUBLER, D. J. Dengue and dengue hemorrhagic fever. Clin Microb Rev, v.11, n.3,
p.480-496, 1998.
GUIRAKHOO, F.; PUGACHEV, K.; ARROYO, J.; MILLER, C.; ZHANG, Z.-X.;
WELTZIN, R.; GEORGAKOPOULOS, K.; CATALAN, J.; OCRAN, S.; DRAPER, K.;
MONATH, T.P. Viremia and immunogenicity in nonhuman primates of a tetravalent
yellow fever-dengue chimeric vaccine: genetic reconstructions, dose adjustment, and
antibody responses against wild-type dengue virus isolates. Virology, v.298, p.146-
159, 2002.
GUIRAKHOO, F.; PUGACHEV, K.; ZHANG, Z.; MYERS, G.; LEVENBOOK, I.;
DRAPER, K.; LANG, J.; OCRAN, S.; MITCHELL, F.; PARSONS, M.; BROWN, N.;
BRANDLER, S.; FOURNIER, C.; BARRERE, B.; RIZVI, F.; TRAVASSOS, A.;
NICHOLS, R.; TRENT, D.; MONATH, T. Safety and efficacy of chimeric yellow fever-
dengue virus tetravalent vaccine formulations in nonhuman primates. J Virol, v.78,
n.9, p.4761-4775, 2004.
GUIRAKHOO, F.; KITCHENER, S.; MORRISON, D.; FORRAT, R.; MCCARTHY, K.;
NICHOLS, R.; YOKSAN, S.; DUAN, X.; ERMAK, T.H.; KANESA-THASAN, N.;
BEDFORD, P.; LANG, J.; QUENTIN-MILLET, M.J.; MONATH, T.P. Live attenuated
chimeric yellow fever dengue type 2 (ChimeriVaxTM – DEN2) vaccine: phase I
clinical trial for safety and immunogenicity. Hum Vaccin, v.2, n.2, p.60-67, 2006.
179
GUY, B.; BARBAN, V.; MANTEL, N.; AGUIRRE, M.; GULIA, S.; PONTVIANNE, J.;
JOURDIER, T.M.; RAMIREZ, L.; GREGOIRE, V.; CHARNAY, C.; BURDIN, N.;
DUMAS, R.; LANG, J. Evaluation of interferences between dengue vaccine
serotypes in a monkey model. Am J Trop Med Hyg, v.80, n.2, p.302-11, 2009.
GUZMÁN, M. G.; KOURI, G. Dengue and dengue hemorrhagic fever in the
Americas: lessons and challenges. J Clin Virol, v.27, p.1-13, 2003.
GWACK, Y.; KIM, D.W.; HAN, J.H.; CHOE, J. Characterization of RNA binding
activity and RNA helicase activity of the hepatitis C virus NS3 protein. Biochem
Biophys Res Commun, v.225. n.2, p.654-9, 1996.
HAHN, C.S.; HAHN, Y.S.; RICE, C.M.; LEE, E.; DALGARNO, L.; STRAUSS, E.G.;
STRAUSS, J.H. Conserved elements in the 3’ untranslated region of flavivirus RNAs
and potential cyclization sequences. J Mol Biol, London, v. 198, n. 1, p.33-41, 1987.
HALSTEAD, S.B.; O’ROURKE, E. J. Antibody-enhanced dengue virus infection in
primate leucocytes. Nature, v.265, p.739-741, 1977.
HALSTEAD, S. Pathogenesis of Dengue: Challenges to Molecular Biology. Science,
v.239, p.476-481, 1988.
HANNA, S.L.; PIERSON, T.C.; SANCHEZ, M.D.; AHMED, A.A.; MURTADHA, M.M.;
DOMS, R.W. N-Linked Glycosylation of West Nile Virus Envelope Proteins Influences
Particle Assembly and Infectivity. J Virol, v.79, n.21, p.1326213274, 2005.
HASEGAWA, H.; YOSHIDA, M.; SHIOSAKA, T.; FUJITA, S.; KOBAYASHI, Y.
Mutations in the envelope protein of Japanese encephalitis virus affect entry into
cultured cells and virulence in mice. Virology. v.191, n.1, p.158-65, 1992.
HAYASAKA, D.; GRITSUN, T.S.; YOSHII, K.; UEKI, T.; GOTO, A.; MIZUTANI, T.;
KARIWA, H.; IWASAKI, T.; GOULD, E.A.; TAKASHIMA, I. Amino acid changes
responsible for attenuation of virus neurovirulence in an infectious cDNA clone of the
Oshima strain of tick-borne encephalitis virus. J Gen Virol, v.85, p.1007-1018, 2004.
HEINZ, F.X.; STIASNY, K.; PÜSCHNER-AUER, G.; HOLZMANN, H.; ALLISON, S.L.;
MANDL, C.W.; KUNZ, C. Structural changes and functional control of the tick-borne
encephalitis virus glycoprotein E by the heterodimeric association with protein prM.
Virology, v.198, n.1, p.109-17, 1994.
180
HEINZ, F.X.; ALLISON, S.L. Flavivirus strucuture and membrane fusion. Adv Virus
Res, v.59, p.63-97, 2003.
HENCHAL, E.A.; HENCHAL, L.S.; THAISOMBOONSUK, B.K. Topological mapping
of unique epitopes on the dengue-2 virus NS1 protein using monoclonal antibodies. J
Gen Virol, v.68, p.845-51, 1987.
HENCHAL, E.A.; PUTNAK, R. The dengue virus. Clin Microb Review, v.67, p.376-
96, 1990.
HIGGINS, D.G.; SHARP, P.M. CLUSTAL: a package for performing multiple
sequence alignment on a microcomputer. Gene, v.73, p.237-244, 1988.
HOLBROOK, M.R; NI, H.; SHOPE, R.E.; BARRETT, A.D.T. Amino Acid
Substitution(s) in the Stem-Anchor Region of Langat Virus Envelope Protein
Attenuates Mouse Neurovirulence. Virology, v.286, p.54-61, 2001.
HOLDEN, K.L.; STEIN, D.A.; PIERSON, T.C.; AHMED, A.A.; CLYDE, K.; IVERSEN,
P.L.; HARRIS, E. Inhibition of dengue virus translation and RNA synthesis by a
morpholino oligomer targeted to the top of the terminal 3' stem-loop structure.
Virology, v.344, n.2, p.439-52, 2006.
HOLMES, E.C.; WOROBEY M.; RAMBAUT A. Phylogenetic evidence for
recombination in dengue virus. Mol Biol Evol, v.16, n.3, p.405-9, 1999.
HOLMES, E.C. Patterns of intra- and interhost nonsynonymous variation reveal
strong purifying selection in dengue virus. J Virol, v.77, n.20, p.11296-11298, 2003.
HOLZMANN, H.; HEINZ, F.X.; MANDL, C.W.; GUIRAKHOO, F.; KUNZ, C. A single
amino acid substitution in envelope protein E of tick-borne encephalitis virus leads to
attenuation in the mouse model. J Virol, v.64, n.10, p.5156-9, 1990.
HOMMEL, D.; TALARMIN, A.; DEUBEL, V.; REYNES, J.M.; DROUET, M.T.;
SARTHOU, J.L.; HULIN, A. Dengue encephalitis in French Guiana. Res Virol, v.149,
n.4, p.235-8,1998.
HOTTA, S. Experimental studies on dengue. I. Isolation, identification and
modification of the virus. The Journal of Infectious Diseases, v.90, n.1, p.1-9,
1952.
181
HSIEH, S.C.; LIU, I.J.; KING, C.C.; CHANG, G.J.; WANG, W.K. A strong
endoplasmic reticulum retention signal in the stem–anchor region of envelope
glycoprotein of dengue virus type 2 affects the production of virus-like particles.
Virology, v.374, p.338350, 2008.
HUANG, K.J.; LI, S.Y.J.; CHEN, S.C.; LIU, H.S; LIN, Y.S.; YEH, T.M.; LIU, C.C.; LEI,
H.Y. Manifestation of thrombocytopenia in dengue-2-virus-infected mice. J Gen
Virol, v.81, p.21772182, 2000.
HUANG, C.Y.; BUTRAPET, S.; TSUCHIYA, K.R.; BHAMARAPRAVATI, N.;
GUBLER, D.J.; KINNEY, R.M. Dengue PDK-53 virus as a chimeric carrier for
tetravalent dengue vaccine development. J Virol, v.77, n.21, p.11436-11447, 2003.
HUANG, C.Y.; BUTRAPET, S.; MOSS, K.J.; CHILDERS, T.; ERB, S.M.; CALVERT,
A.E.; SILENGO, S.J.; KINNEY, R.M.; BLAIR, C.D.; ROEHRIG, J.T. The dengue virus
type 2 envelope protein fusion peptide is essential for membrane fusion. Virology,
v.396, n.2, p.305-15, 2010.
HUERTA, V.; CHINEA, G.; FLEITAS, N.; SARRÍA, M.; SÁNCHEZ, J.; TOLEDO, P.;
PADRÓN, G. Characterization of the interaction of domain III of the envelope protein
of dengue virus with putative receptors from CHO cells. Virus Res, v.137, n.2, p.225-
34, 2008.
IMBURGIO, D.; RONG, M.; MA, K.; MCALLISTER, W.T. Studies of promoter
recognition and start site selection by T7 RNA polymerase using a comprehensive
collection of promoter variants. Biochemistry, v.39, p.10419-10430, 2000.
JIN, Y.H.; MOHINDRU, M.; KANG, M.H.; FULLER, A.C.; KANG, B.; GALLO, D.; KIM,
B.S. Differential Virus Replication, Cytokine Production, and Antigen-Presenting
Function by Microglia from Susceptible and Resistant Mice Infected with Theiler’s
Virus. J Virol, v.81, n.21, p.11690-11702, 2007.
JOHANSSON, M.; BROOKES, A.J.; JANS, D.A.; VASUDEVAN, S.G. A small region
of the dengue virus-encoded RNA-dependent RNA polymerase, NS5, confers
interaction with both the nuclear transport receptor importin-b and the viral helicase,
NS3. J Gen Virol, v.82, p.735-745, 2001.
JOHNSON, A.J.; ROEHRIG, J.T. New mouse model for dengue virus vaccine
testing. J Virol, v.73, p.783786, 1999.
182
JONES, C.T.; MA L.; BURGNER, J.W.; GROESCH,
T.D.; POST, C.B.; KUHN, R.J.
Flavivirus capsid is a dimeric !-helical protein. J Virol, v.77, n.12, p.71437149,
2003.
JONES C.T.; PATKAR, C.G; KUHN, R.J. Construction and applications of yellow
fever virus replicons. Virology, v.331, n.2, p.247-59, 2005.
KAMER, G.; ARGOS, P. Primary structural comparison of RNA-dependent
polymerases from plant, animal, and bacterial viruses. Nucleic Acids Res, n.12,
p.7269-7282, 1984.
KANAI, R.; KAR, K.; ANTHONY, K.; GOULD, L.H.; LEDIZET, M.; FIKRIG, E.;
MARASCO, W.A.; KOSKI, R.A.; MODIS, Y. Crystal structure of west nile virus
envelope glycoprotein reveals viral surface epitopes. J Virol, v.80, n.22, p.11000-8,
2006.
KANKIRAWATANA, P.; CHOKEPHAIBULKIT, K.; PUTHAVATHANA, P.; YOKSAN,
S.; APINTANAPONG, S.; PONGTHAPISIT, V. Dengue infection presenting with
central nervous system manifestation. J Child Neurol, v.15, n.8, p.544-7, 2000.
KAPOOR, M.; ZHANG, L.; RAMACHANDRA, M.; KUSUKAWA, J.; EBNER, K.E.;
PADMANABHAN, R. Association between NS3 and NS5 proteins of dengue virus
type 2 in the putative RNA replicase is linked to differential phosphorylation of NS5. J
Biol Chem, v.270, p.19100-19106, 1995a.
KAPOOR, M.; ZHANG
L.; MOHAN
,
P.M.; PADMANABHAN, R. Synthesis and
characterization of an infectious dengue virus type-2 RNA genome (New Guinea C
strain). Gene, v.162, p.175-180, 1995b.
KARPUS, W.J. Chemokines and central nervous system disorders. J Neurov, v.7,
p.493-500, 2001.
KAUFMAN, B.M.; SUMMERS, P.L.; DUBOIS, D.R.; ECKELS, K.H. Monoclonal
antibodies against dengue 2 virus E-glycoprotein protect mice against lethal dengue
infection. Am J Trop Med Hyg, v.36, n.2, p.427-34, 1987.
KAWANO, H.; ROSTAPSHOV, V.; ROSEN, L.; LAI, C.J. Genetic Determinants of
Dengue Type 4 Virus Neurovirulence for Mice. J Virol, v.67, n.11, p.6567-6575,
1993.
183
KHROMYKH, A.A.; WESTAWAY, E.G. Completion of Kunjin virus RNA sequence
and recovery of an infectious RNA transcribed from stably cloned full-length cDNA. J
Virol, v.68, n.7, p.4580-4588, 1994.
KHROMYKH, A.A.; WESTAWAY, E.G. Subgenomic replicons of the flavivirus Kunjin:
construction and applications. J Virol, v.71, n.2, p.1497-505, 1997.
KHROMYKH, A.A.; SEDLAK, P.L.; WESTAWAY, E.G. transComplementation
analysis of the flavivirus Kunjin NS5 gene reveals an essential role for translation of
its N-terminal half in RNA replication. J Virol, v. 73, p. 9247- 9255, 1999a.
KHROMYKH, A.A.; SEDLAK, P.L.; GUYATT, K.J.; HALL, R.A.; WESTAWAY, E.G.
Efficient trans-complementation of the flavivirus Kunjin NS5 protein but not of the
NS1 protein requires its coexpression with other components of the viral replicase. J
Virol, v.73, p.10272-10280, 1999b.
KHROMYKH, A.A.; MEKA, H.; GUYATT, K.J.; WESTAWAY E.G. Essential role of
cyclization sequences in flavivirus RNA replication. J Virol, v.75, n.14, p.6719-28,
2001.
KIELIAN, M. Class II virus membrane fusion proteins. Virology, v,344, p.3847,
2006.
KIERMAYR, S.; STIASNY, K.; HEINZ, F.X. Impact of Quaternary Organization on the
Antigenic Structure of the Tick-Borne Encephalitis Virus Envelope Glycoprotein E. J
Virol, v.83, n.17, p.84828491, 2009.
KIM, K.I.; ZHANG, D.E. ISG15, not just another ubiquitin-like protein. Biochem
Biophys Res Commun, v.307, p.431434, 2003.
KINNEY, R.M. BUTRAPET, S.; CHANG, G.J.J.; TSUCHIYA, K.R.; ROEHRIG, J.T.;
BHAMARAPRAVATI, N.; GUBLER, D.J. Construction of infectious cDNA clones for
dengue 2 virus: strain 16681 and its attenuated vaccine derivative, strain PDK53.
Virology, v.230, p.300-308, 1997.
KOONIN, E.V. Similarities in RNA helicases. Nature, v.352, p.290, 1991.
KOONIN, E. V. Computer-assisted identification of a putative methyltransferase
domain in NS5 protein of flaviviruses and lambda 2 protein of reovirus. J Gen Virol,
v.74, p.733-40, 1993.
184
KREIL, T.R.; EIBL, M.M. Nitric oxide and viral infection-No antiviral activity against a
flavivirus in vitro, and evidence for contribution to pathogenesis in experimental
infection in vivo. Virology, v. 219, p. 30430, 1996.
KROSCHEWSKI, H.; SAGRIPANTI, J.L.; DAVIDSON, A.D. Identification of amino
acids in the dengue virus type 2 envelope glycoprotein critical to virus infectivity. J
Gen Virol, v.90, p.2457-61, 2009.
KUHN, R. J.; ZHANG, W.; ROSSMANN, M. G.;PLETNEV, S. V.; CORVER, J.;
LENCHES, E.; JONES, C. T.; MUKHOPADHYAY, S.; CHIPMAN, P. R.; STRAUS, E.
G.; BAKER, T. S.; STRAUSS, J. H. Structure of dengue virus: implications for
flavivirus organization, maturation and fusion. Cell, v.108, n.5, p.717-25, 2002.
KUMAR, S.; KALITA, J.; SAXENA, V.; KHAN, M.Y.; KHANNA, V.K.; SHARMA, S.;
DHOLE, T.N.; MISRA, U.K. Some observations on the tropism of Japanese
encephalitis virus in rat brain. Brain Res.v.1268, p.135-41, 2009.
KÜMMERER, B.M.; RICE, C. Mutations in the yellow fever virus nonstructural protein
NS2A selectively block production of infectious particles. J Virol, v.76, n.10, p.4773-
4784, 2002.
KURANE, I.; INNIS, B.L.; NIMMANNITYA, S.; NISALAK, A.; MEAGER, A.; ENNIS,
F.A. High levels of interferon alpha in the sera of children with dengue virus infection.
Am J Trop Med Hyg, v.48, n.2, p.222-9, 1993.
KURANE, I.; ENNIS, F.A. Cytokine in dengue virus infections: Role of cytokines in
the pathogenesis of dengue. hemorrhagic fever. Sem Virol, n.5, p.443-448, 1994.
KUROSU, T.; CHAICHANA, P.; YAMATE, M.; ANANTAPREECHA, S.; IKUTA, K.
Secreted complement regulatory protein clusterin interacts with dengue virus
nonstructural protein 1. Biochem Biophys Res Commun, v.362, n.4, p.1051-1056,
2007.
KWAN W.H.; HELT A.M.; MARAÑÓN C.; BARBAROUX J.B.; HOSMALIN A.;
HARRIS E.; FRIDMAN W.H.; MUELLER C.G. Dendritic cell precursors are
permissive to dengue virus and human immunodeficiency virus infection. J Virol, v.
79, n. 12, p. 7291-9, 2005.
185
KWAN, W.H.; NAVARRO-SÁNCHEZ, E.; DUMORTIER, H.; DECOSSAS, M.;
VACHON, H.; DOS SANTOS, F.B,.; FRIDMAN, H.W.; REY, F.A.; HARRIS, E.;
DESPRES, P.; MUELLER, C.G. Dermal-type macrophages expressing CD209/DC-
SIGN show inherent resistance to dengue virus growth. PLoS Negl Trop Dis, v.2,
n.10, p.e311, 2008.
LAI, C.J.; ZHAO, B.T.; HORI, H.; BRAY, M. Infectious RNA transcribed from stably
cloned full-length cDNA of dengue type 4 virus. Proc Natl Acad Sci USA, v.88,
p.5139-5143, 1991.
LEE, E.; LOBIGS, M. Substitutions at the Putative Receptor-Binding Site of an
Encephalitic Flavivirus Alter Virulence and Host Cell Tropism and Reveal a Role for
Glycosaminoglycans in Entry. J Virol, v.74, n.19, p.88678875, 2000.
LEI, H.Y.; YEH, T.M.; LIU, H.S.; LIN, Y.S.; CHEN, S.H.; LIU, C.C.
Immunopathogenesis of dengue virus infection. J Biomed Sci, v.8, p.377388, 2001.
LEITMEYER, K. C.; VAUGHN, D. W.; WATTS, D. M.; SALAS, R.; VILLALOBOS, I.;
DE CHACON RAMOS, C.; RICO-HESSE, R. Dengue Virus Structural Differences
That Correlate with Pathogenesis. J Virol, v.73, p.4738-47, 1999.
LI, H.; CLUM, S.; YOU, S.; ER, K.R.; PADMANABHAN, R. The serine protease and
RNA-stimulated nucleoside triphosphatase and RNA helicase functional domains of
dengue type 2 NS3 converge within a region of 20 amino acids. J Virol, v.73,
p.3108-16, 1997.
LI, L.; LOK, S.M.; YU, I.M.; ZHANG, Y.; KUHN, R.J.; CHEN, J.; ROSSMANN, M.G.
The Flavivirus Precursor Membrane-Envelope Protein Complex: Structure and
Maturation. Science, v.319, p.1830-1834, 2008.
LIAO, C.L.; LIN, Y.L.; WANG, J.J.; HUANG, Y.L.; YEH, C.T.; MA, S.H.; CHEN, L.K.
Effect of enforced expression of human bcl-2 on Japanese encephalitis virus-induced
apoptosis in cultured cells. J Virol, v.71, n.8, p.5963-71, 1997.
LIBRATY, D. H.; YOUNG, P. R.; PICKERING, D.; ENDY, T. P.; KALAYANAROOJ,
S.; GREEN, S.; VAUGHN, D. W.; NISALAK, A.; ENNIS, F. A.; ROTHMAN, A. L. High
circulating levels of the dengue virus nonstructural protein NS1 early in dengue
illness correlate with the development of dengue hemorrhagic fever. J Infect Dis,
v.186, n.8, p.1165-68, 2002.
186
LIMJINDAPORN, T.; WONGWIWAT, W.; NOISAKRAN, S.; SRISAWAT, C.;
NETSAWANG, J.; PUTTIKHUNT, C.; KASINRERK, W.; AVIRUTNAN, P.;
THIEMMECA, S.; SRIBURI, R.; SITTISOMBUT, N.; MALASIT, P.;
YENCHITSOMANUS, P.T. Interaction of dengue virus envelope protein with
endoplasmic reticulum-resident chaperones facilitates dengue virus production.
Biochem Biophys Res Commun, v.379, n.2, p.196-200, 2009.
LIN, C. AMBERG, S.M., CHAMBERS, T.J.; RICE, C.M. Cleavage at a novel site in
the NS4a region by he yellow fever virus NS2b-3 proteinase is a prerequisite for
processing at the downstream 4AAB signalase site. J Virol, v.67, p.2327-35, 1993.
LIN, S.R.; HSIEH, S.C.; YUEH,
Y.Y.; LIN,
T.H.; CHAO,
D.Y.; CHEN,
W.J.; KING,
C.C.;
WANG
,
W.K. Study of sequence variation of dengue type 3 virus in naturally infected
mosquitoes and human hosts: implications for transmission and evolution. J Virol,
v.78, n.22, p.12717-12721, 2004.
LINDENBACH, B.D.; RICE, C.M. trans-Complementation of Yellow Fever Virus NS1
Reveals a Role in Early RNA Replication J Virol, v.71, p.96089617, 1997.
LINDENBACH, B. D.; RICE, C. M. Flaviviridae: the viruses and their replication. In:
FIELDS, B. N.; KNIPE, D. M.; HOWLEY, P. M. (Ed.). Fields Virology. 4th ed.
Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2001. p. 991-1041.
LINDENBACH, B.D.; RICE, C.M. Molecular biology of flaviviruses. In: CHAMBERS,
T.J.; MONATH, T.P. Advances in Virus Research, The Flaviviruses: Detection,
Diagnosis and Vaccine Development, California: Elsevier Academic Press, vol. 59,
p.235-289, 2003.
LING, L.M.; WILDER-SMITH, A.; LEO, Y.S. Fulminant hepatitis in dengue
haemorrhagic fever. J Clin Virol, v.38, n.3, p.265-268, 2007.
LIPTON, H.L. Theiler’s virus infection in mice: an unsual biphasic disease process
leading to demyelination. Infect Immun, v.11, p.1147-1155, 1975.
LIU, W.J.; CHEN, H.B.; KHROMYKH, A.A. Molecular and functional analyses of
Kunjin virus infectious cDNA clones demonstrate the essential roles for NS2A in virus
assembly and for a nonconservative residue in NS3 in RNA replication. J Virol, v.77,
n.14, p.7804-13, 2003.
187
LIU, W.J.; CHEN, H.B.; WANG, X.J.; HUANG, H.; KHROMYKH, A.A. Analysis of
Adaptive Mutations in Kunjin Virus Replicon RNA Reveals a Novel Role for the
Flavivirus Nonstructural Protein NS2A in Inhibition of Beta Interferon Promoter-Driven
Transcription. J Virol, v.78, n.22, p.12225-12235, 2004.
LO, M.K.; TILGNER,
M.; BERNARD,
K.A.; SHI, P.Y. Functional analysis of mosquito-
borne flavivirus conserved sequence elements within 3’ untranslated region of West
Nile virus by use of a reporting replicon that differentiates between viral translation
and RNA replication. J Virol, v.77, n.18, p.10004-10014, 2003.
LOZACH, P.Y.; BURLEIGH, L.; STAROPOLI, I.; NAVARRO-SÁNCHEZ, E.;
HARRIAGUE, J.; VIRELIZIER, J.L.; REY, F.A.; DESPRÈS, P.; ARENZANA-
SEISDEDOS, F.; AMARA, A. Dendritic cell-specific intercellular adhesion molecule 3-
grabbing non-integrin (DC-SIGN)-mediated enhancement of dengue virus infection is
independent of DC-SIGN internalization signals. J Biol Chem, v.280, n.25, p.23698-
708, 2005.
LUM, L. C. S.; LAM S. K.; CHOY, Y. S.; GEORGE, R.; HARUN, F. Dengue
Encephalitis: A True Entity? Am J Trop Med Hyg, v.54, p. 256-9, 1996.
LUO, D. XU, T.; HUNKE, C.; GRÜBER, G.; VASUDEVAN, S.G. LESCAR, J. Crystal
Structure of the NS3 Protease-Helicase from Dengue Virus. J Virol, v.82, n.1, p.
173183, 2008.
MA, L.; JONES, C.T.; GROESCH, T.D.; KUHN, R.J.; POST, C. B. Solution structure
of dengue virus capsid protein reveals another fold. Proc Natl Acad Sci U S A.,
v.101, p. 3414-3419, 2004.
MACKENZIE, J.M.; JONES, M.K.; YOUNG, P.R. Immunolocalization of the Dengue
Virus Nonstructural Glycoprotein NS1 Suggests a Role in Viral RNA Replication.
Virology v.220, n.1, p.232240, 1996.
MALAKHOV, M.P.; MALAKHOVA, O.A.; KIM, K.I.; RITCHIE, K.J.; ZHANG, D.E.
UBP43 (USP18) specifically removes ISG15 from conjugated proteins. J Biol Chem,
v.277, p.99769981, 2002.
MALAKHOVA, O.A.; KIM, K.I.; LUO, J.K.; ZOU, W.; KUMAR, K.G.; FUCHS, S.Y.;
SHUAI, K.; ZHANG, D.E. UBP43 is a novel regulator of interferon signaling
independent of its ISG15 isopeptidase activity. EMBO Journal, v.25, n.11, p.2368-
67, 2006.
188
MALAVIGE, G.N.; FERNANDO, S.; FERNANDO, D.J.; SENEVIRATNE, S.L. Dengue
Viral Infections. Postgrad Med J, v.80, n.948, p.588-601, 2004.
MALET, H.; EGLOFF, M.P.; SELISKO, B.; BUTCHER, R.E.; WRIGHT, P.J.;
ROBERTS, M.; GRUEZ, A.; SULZENBACHER, G.; VONRHEIN, C.; BRICOGNE, G.;
MACKENZIE, J.M.; KHROMYKH, A.A.; DAVIDSON, A.D., CANARD, B. Crystal
structure of the RNA polymerase domain of the West Nile virus non-structural protein
5. J Biol Chem, v.282, p.1067810689, 2007.
MALET, H.; MASSÉ, N.; SELISKO, B.; ROMETTE, J.L.; ALVAREZ, K.; GUILLEMOT,
J.C.; TOLOU, H.; YAP, T.L.; VASUDEVAN, S.; LESCAR, J.; CANARD, B. The
flavivirus polymerase as a target for drug discovery. Antiviral Res, v.80, p.2335,
2008.
MANDEL, M.; HIGA, A. Calcium-dependent bacteriophage DNA infection. J Mol
Biol, v.53, p.159-62, 1970.
MANDL, C.W.; GUIRAKHOO, F.; HOLZMANN, H.; HEINZ, F.X.; KUNZ, C. Antigenic
structure of the flavivirus envelope protein E at the molecular level, using tick-borne
encephalitis virus as a model. J Virol, v.63, p.564-571, 1989.
MANGADA, M.N.M.; IGARASHI, A. Molecular and in vitro analysis of eight dengue
type 2 viruses isolated from patients exhibiting different disease severities. Virology,
v.244, p.458-66, 1998.
MASTRANGELO, E.; MILANI, M.; BOLLATI, M.; SELISKO, B.; PEYRANE, F.;
PANDINI, V.; SORRENTINO, G.; CANARD, B.; KONAREV, P.V.; SVERGUN, D.I.;
DE LAMBALLERIE, X.; COUTARD, B.; KHROMYKH, A.A.; BOLOGNESI, M. Crystal
structure and activity of Kunjin virus NS3 helicase; protease and helicase domain
assembly in the full length NS3 protein. J Mol Biol, v.372, n.2, p.444-55, 2007.
MATEU, G.P.; MARCHEVSKY, R.S.; LIPRANDI, F.; BONALDO, M.C.; COUTINHO,
E.S.F.; DIEUDONNÉ, M.; CARIDE, E.; JABOR, A.V.; FREIRE, M.S.; GALLE, R.
Construction and biological properties of yellow fever 17D/dengue type 1
recombinant virus. Trans R Soc Trop Med Hyg, v.101, n.3, p. 289-298, 2007.
MATUSAN, A.E.; PRYOR, M.J.; DAVIDSON, A.D.; WRIGHT, P.J. Mutagenesis of
the Dengue virus type 2 NS3 protein within and outside helicase motifs: effects on
enzyme activity and virus replication. J Virol, v.75, n.20, p.9633-43, 2001.
189
MEYERS, G.; THIEL, H.J; RÜMENAPF, T. Classical swine fever virus: recovery of
infectious viruses from cDNA constructs and generation of recombinant
cytopathogenic defective interfering particles. J Virol, v.70, n.3, p.1588-95, 1996.
MIAGOSTOVICH, M.P.; RAMOS, R.G.; NICOL, A.F.; NOGUEIRA, R.M.; CUZZI-
MAYA, T.; OLIVEIRA, A.V.; MARCHEVSKY, R.S.; MESQUITA, R.P.;
SCHATZMAYR, H.G. Retrospective study on dengue fatal cases. Clin Neuropathol,
v.16, n.4, p.204-208, 1997.
MIAGOSTOVICH, M.P.; RAMOS, R.G.; NICOL, A.F.; NOGUEIRA, R.M.; CUZZI-
MAYA, T.; OLIVEIRA, A.V.; MARCHEVSKY, R.S.; MESQUITA, R.P. SCHATZMAYR,
H.G. Retrospective study on dengue fatal cases. Clin Neuropathol, v.16, n.4, p.204-
8, 2006.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Dengue diagnóstico e manejo clínico. 2ª ed. Brasília:
Ministério da Saúde, 2005. 24p.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Vigilância em Saúde, Dengue no Brasil –
Informe epidemiológico 17/2009. Disponível em:
<www.combatadengue.com.br/downloads/boletimEpidemiologico_n026.pdf>
MINISTÉRIO DA SÁUDE. Campanha contra dengue.
Disponível em: <www.combatadengue.com.br>
MISHRA, M.K.; DUTTA, K.; SAHEB S.K.; BASU, A. Understanding the molecular
mechanism of blood-brain barrier damage in an experimental model of Japanese
encephalitis: correlation with minocycline administration as a therapeutic agent.
Neurochem Int. v.55, n.8, p.717-23, 2009.
MISRA, U.K.; KALITA, J.; SYAM, U.K.; DHOLE, T.N. Neurological manifestations of
dengue virus infection. J Neurol Sci, v.244, n.1, p.117-122, 2006.
MODIS, Y.; OGATA, S.; CLEMENTS, D.; HARRISON, S.C. A ligand-binding pocket
in the dengue virus envelope glycoprotein. PNAS, v.100, n.12, p.6986-6991, 2003.
MODIS, Y.; OGATA, S.; CLEMENTS, D.; HARRISON, S.C. Structure of the Dengue
virus envelope protein after membrane fusion. Nature, v.427, n.6972, p.313-319,
2004.
190
MODIS, Y.; OGATA, S.; CLEMENTS, D.; HARRISON, S. C. Variable surface
epitopes in the chystal structure of dengue virus type 3envelope glycoprotein. J
Virol, v.79, p.1223-1231, 2005.
MONATH, T. P. Yellow fever and dengue: the interactions of virus, vector and host in
the re-emergence of epidemic disease. Sem Virol, v.5, n.2, p.133-145, 1994.
MONATH, T. P.; ARROYO, J.; LEVENBOOK, I.; ZHANG, Z-X.; CATALAN, J.;
DRAPER, K.; GUIRAKHOO, F. Single mutation in the lavivirus envelope protein
hinge region increases neurovilulence for mice and monkeys but decreases
viscerotropism for monkeys: relevance to development and safety testing of live,
attenuated vaccines. J Virol, v.76, n.4, 2002.
MONATH, T.P.; MYERS, G.A.; BECK, R.A.; KNAUBER, M.; SCAPPATICCI, K.;
PULLANO, T.; ARCHAMBAULT, W.T.; CATALAN, J.; MILLER, C.; ZHANG, Z.X.;
SHIN, S.; PUGACHEV, K.; DRAPER, K.; LEVENBOOK, I.S.; GUIRAKHOO F. Safety
testing for neurovirulence of novel live, attenuated flavivirus vaccines: Infant mice
provide anaccurate surrogate for the test in monkeys. Biologicals, v. 33, p. 131-144,
2005.
MONDOTE, J.A.; LOZACH, P.Y.; AMARA, A.; GAMARNIK, A.V. Essential role of
dengue virus envelope protein N glycosylation at asparagine-67 during viral
propagation. J Virol, v.81, n.13, p.7136-48, 2007.
MORI, M.; KURANE, I.; JANUS, J.; ENNIS, F.A. Cytokine production by dengue virus
antigen-responsive human T lymphocytes in vitro examined using a double
immunocytochemical technique. J Leukoc Biol, v.61, n.3, p.338-45, 1997.
MOSIMANN A. L.P.; BORBA L.; BORDIGNON J.; MASON P.W.; DUARTE DOS
SANTOS C.N. Construction and characterization of a stable subgenomic replicon
system of a Brazilian dengue virus type 3 strain (BR DEN3 290-02). J Virol Meth,
v.163, p.147-152, 2010.
MUKHOPADHYAY, S.; KUHN, R.J.; ROSSMANN, M.G. A structural perspective of
flavivirus life cycle. Nat Rev Microbiol, v.3, p.13-22, 2005.
MUÑOZ-JORDAN, J.L.; SANCHEZ-BURGOS, G.G.; LAURENT-ROLLE, M.;
GARCIA-SASTRE, A. Inhibition of interferon signaling by dengue virus. Proc Natl
Acad Sci USA, v.100, p.14333-14338, 2003.
191
MUÑOZ-JORDAN, J.L.; LAURENT-ROLLE, M.; ASHOUR, J.; MARTINEZSOBRIDO,
L.; ASHOK, M.; LIPKIN, W.I.; GARCIA-SASTRE, A. Inhibition of alpha/beta interferon
signaling by the NS4B protein of flaviviruses. J Virol, v.79, p.8004-13, 2005.
MURPHY, F.A.; HARRISON, A.K.; GARY, G.W.; WHITFIELD, M.S.; FORRESTER
F.T. St. Louis encephalitis virus infection of mice. Lab Invest, v.19, p.65262,1968.
MURRAY, C. L.; JONES, C. T.; RICE, C. M. Architects of assembly: roles of
nonstructural proteins in virion morphogenesis. Nature Rev Microbiol, v.6, n.9,
p.699-708, 2008.
MUYLAERT, I.R.; GALLER, R.; RICE, C.M. Genetic analysis of yellow fever virus
NS1 protein: identification of a temperature-sensitive mutation which blocks RNA
accumulation. J Virol, v.71, p.291298, 1997.
NAVARRO-SÁNCHEZ, E.; ALTMEYER, R.; AMARA, A.; SCHWARTZ, O.; FIESCHI,
F.; VIRELIZIER, J.L.; ARENZANA-SEISDEDOS, F.; DESPRES P. Dendritic-cell-
specific ICAM3-grabbing non-integrin is essential for the productive infection of
human dendritic cells by mosquito- cell-derived dengue viruses. EMBO Rep, v.4, p.1-
6, 2003.
NAVARRO-SÁNCHEZ, E.; DESPRÈS, P.; CEDILLO-BARRÓN, L. Innate Immune
Response to Dengue Virus. Arch Med Res, v.36, p.425-435, 2005.
NAYAK, V.; DESSAU, M.; KUCERA, K.; ANTHONY, K.; LEDIZET, M.; MODIS, Y.
Crystal Structure of dengue virus type 1 envelope protein in the postfusion
conformation and its implications for membrane fusion. J Virol, v.83, n.9, p.4338
4344, 2009.
NG, Y.C.; GU, F.; PHONG, W.Y.; CHEN, Y.L.; LIM, S.P.; DAVIDSON, A.;
VASUDEVAN, S.G. Construction and characterization of a stable subgenomic
dengue virus type 2 replicon system for antiviral compound and siRNA testing.
Antiviral Res, v.76, n.3, p.222-231, 2007.
NICHOLAS, K. B.; NICHOLAS H. B. JR.; DEERFIELD, D. W. II. GeneDoc: Analysis
and Visualization of Genetic Variation, EMBNEW. NEWS, v.4, p.14, 1997.
NICKELLS, J.; CANNELLA, M.; DROLL, D.A.; LIANG, Y.; WOLD, W.S.;
CHAMBERS, T.J. Neuroadapted yellow fever virus strain 17D: a charged locus in
domain III of the E protein governs heparin binding activity and neuroinvasiveness in
the SCID mouse model. J Virol, v.82, n.24, p.12510-9, 2008.
192
NOGUEIRA R.M.R.; MIAGOSTOVICH M.P.; LAMPE E.; SCHATZMAYR H.G.
Isolation of dengue virus type 2 in Rio de Janeiro. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, v. 85,
n. 2, p. 253, 1990.
NOGUEIRA, R.M.R.; MIAGOSTOVICH, M.P.; FILIPPIS, A.M.; PEREIRA, M.A.;
SCHATZMAYAR, H.G. Dengue virus type 3 in Rio de Janeiro, Brazil. Mem Inst
Oswaldo Cruz, v.96, n.7, p.925-6, 2001.
NOGUEIRA, R.M.R.; FILIPPIS, A.M.B.; COELHO, J.C.O.; SEQUEIRA, P.C.;
SCHATZMAYR, H.G.; PAIVA, F.G.; RAMOS, A.M.O.; MIAGOSTOVICH, M.P.
Dengue virus in Central Nervous System (CNS) in Brazil. Southeast Asian J Trop
Med Public Health, v.33, n.1, p.68-71, 2002.
NOGUEIRA, R.M.R.; SCHATZMAYR, H.G.; DE FILIPPIS, A.M.; DOS SANTOS, F.B.;
DA CUNHA, R.V.; COELHO, J.O.; DE SOUZA, L.J,; GUIMARÃES, F.R.; DE
ARAÚJO, E.S.; DE SIMONE, T.S.; BARAN, M.; TEIXEIRA JR, G.; MIAGOSTOVICH
M.P. Dengue virus type 3, Brazil, 2002. Emerg Infect Dis, v.11, n.9, p. 1376-81,
2005.
NOGUEIRA, R.M.R.; ARAÚJO, J.M.G.; SCHATZMAYR, H.G. Dengue viruses in
Brazil, 1986-2006. Revista Panamericana de Salud Pública, v.22, n.5, p.358-363,
2007.
NYBAKKEN, G.E.; NELSON, C.A.; CHEN, B.R.; DIAMOND, M.S.; FREMONT, D.H.
Crystal structure of the West Nile virus envelope glycoprotein. J Virol, v.80, n.23,
p.11467-74, 2006.
OP DE BEECK, A.; ROUILLÉ, Y.; CARON, M.; DUVET, S.; DUBUISSON, J. The
transmembrane domains of the prM and E proteins of yellow fever virus are
endoplasmic reticulum localization signals. 2004
PALMA-da-CUNHA-MATTA, A.; SOARES-MORENO, S.A.; CARDOSO-DE
ALMEIDA, A.; AQUILERA-DE-FREITAS, V.; CAROD-ARTAL, F.J. Neurological
complications arising from dengue virus infection. Ver Neuro, v. 39, p. 233-37, 2004.
PANDEY, B.D.; IGARASHI, A. Severity-related molecular differences among
nineteen strains of dengue type 2 viruses. Microbiol Immunol, v.44, n.3, p.179-88,
2000.
193
PANG, X.; ZHANG, M.; DAYTON A. I. Development of dengue virus type 2 replicons
capable of prolonged expression in host cells. BMC Microbiology, 1:18, 2001.
Disponível em: <http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=56997>.
PASIEKA, J.T.; BAAS, T.; CARTER, S.V.; PROLL, C.S.; KATZE, G.M.; LEIB, A.D.
Functional Genomics Analysis of Herpes Simplex Virus Type 1 Counteraction of the
Host Innate Response. J Virol, v.80, n.15, p.7600-7612, 2006.
PATEY, O.; OLLIVAUD, L.; BREUIL, J.; LAFAIX, C. Unusual neurologic
manifestations occurring during dengue fever infection. Am J Trop Med Hyg, v.48,
n.6, p.793-802, 1993.
PATKAR, C.G; KUHN, R.J. Yellow Fever Virus NS3 Plays an Essential Role in Virus
Assembly Independent of Its Known Enzymatic Functions. J Virol, v.82, n.7, p.3342
3352, 2008.
PERERA, R; KUHN, R.J. Structural proteomics of dengue virus. Curr Opin Microb,
v.11, n.4, p.1-9, 2008.
PIERRO, D.J.; SALAZAR, M.I.; BEATY, B.J.; OLSON, K.E. Infectious clone
construction of dengue virus type 2, strain Jamaican 1409, and characterization of a
conditional E6 mutation. J Gen Virol, v.87, p.2263-2268, 2006.
PLETNEV, A. G. Infectious cDNA clone of attenuated Langat tick-borne flavivirus
(strain E5) and a 3’ deletion mutant constructed from it exhibit decreased
neuroinvasiveness in immunodeficient mice. Virology, v.282, p.288-300, 2001.
POERSCH C.P.O.; PAVONI, DP, QUEIROZ, M.H.; DE BORBA, L.; GOLDENBERG,
S.; DOS SANTOS C.N.; KRIEGER, M.A. Dengue virus infections: comparison of
methods for diagnosing the acute disease. J Clin Virol, p. 32, v. 4, p. 272-77, 2005.
POLO, S.; KETNER, G.; LEVIS, R.; FALGOUT, B. Infectious RNA transcripts from
full-length dengue virus type 2 cDNA clones made in yeast. J Virol, v.71, p.5366
5374, 1997.
PRESTWOOD, T.R.; PRIGOZHIN, D.M.; SHARAR, K.L.; ZELLWEGER, R.M.;
SHRESTA, S. A mouse-passaged dengue virus strain with reduced affinity for
heparan sulfate causes severe disease in mice by establishing increased systemic
viral loads. J Virol, v.82, n.17, p.8411-21, 2008.
194
PRYOR, M.J.; RAWLINSON, S.M.; BUTCHER, R.E.; BARTON, C.L.;
WATERHOUSE, T.A.; VASUDEVAN, S.G.; BARDIN, P.G.; WRIGHT, P.J.; JANS,
D.A.; DAVIDSON, A.D. Nuclear localization of dengue virus nonstructural protein 5
through its importin alpha/beta-recognized nuclear localization sequences is integral
to viral infection. Traffic, v.8, p.795-807, 2007
PUCCIONI-SOHLER, M.; SOARES, C.N.; PAPAIZ-ALVARENGA, R.; CASTRO,
M.J.; FARIA, L.C.; PERALTA, J. Neurologic dengue manifestations associated with
intrathecal specific immune response. Neurology, v.73, n.17, p.1413-7, 2009.
PURI, B.; POLO, S.; HAYES, C.G.; FALGOUT, B. Construction of a full length
infectious clone for dengue-1 virus western pacific, 74 strain. Virus Genes, v.20, n.1,
p.57-63, 2000.
PURDY, D.E.; CHANG, G.J. Secretion of noninfectious dengue virus-like particles
and identification of amino acids in the stem region involved in intracellular retention
of envelope protein. Virology, v.333, n.2, p.239-50, 2005.
RAMIREZ, A.H.; MOROS, Z.; COMACH, G.; ZAMBRANO, J.; BRAVO, L.; PINTO, B.;
VIELMA, S.; CARDIER, J.; LIPRANDI, F. Evaluation of dengue NS1 antigen
detection tests with acute sera from patients infected with dengue virus in Venezuela.
Diagn Microbiol Infect Dis, v.65, n.3, p.247-53, 2009.
RAMOS, C.; SÁNCHEZ, G.; PANDO, H. R.; BAQUERA, J.; HERNÁNDEZ, D.;
MOTA, J.; RAMOS, J.; FLORES, A.; LLAUSÁS, E. Dengue virus in the brain of fatal
case of hemorrhagic dengue fever. J Neurovirol, v.4, p.465-8, 1998
RANDOLPH, V.B; STOLLAR, V. Low pH-induced cell fusion in flavivirus-infected
Aedes albopictus cell cultures. J Gen Virol, v.71, p.1845-1850, 1990.
REY, F.A.; HEINZ, F.X.; MANDL, C.; KUNZ, C.; HARRISON, S.C. The envelope
glycoprotein from tick-borne encephalitis virus at 2Å resolution. Nature, v.375, p.291-
8, 1995.
RICE, M.C.; O’BRIEN, S.J. Genetic variance of laboratory outbred Swiss mice.
Nature v.283, p.157161,1980.
RICE, C.M.; AEBERSOLD, R.; TEPLOW, D. B.; PATA, J.; BELL, J.R.; VORNDAM,
A.V.; TRENT, D.W.; BRANDRISS, M.W.; SCHLESINGER, J.J.; STRAUSS, J.H.
Partial N-terminal amino acid sequences of three nonstructural proteins of two
flaviviruses. Virology, v.151, p.1 -9, 1986.
195
RICE, C.M.; GRAKOUI, A.; GALLER, R.; CHAMBERS, T.J. Transcription of
infectious yellow fever RNA from full-length cDNA templates produced by in vitro
ligation. New Biol, v.1, n.3, p.285-296, 1989.
RICE, C.M. Flaviviridae: The viruses and their replication. In: FIELDS, B. N.; KNIPE,
D. M.; HOWLEY, P. M. Virology. New York: Raven Press, 1996. p.931-60.
RICO-HESSE, R.; HARRISON, L.M.; SALAS, R.A.; TOVAR, D.; NISALAK, A.;
RAMOS, C.; BOSHELL, J.; DE MESA, M.T.R.; NOGUEIRA, R.M.R; DA ROSA, A.T.
Origins of dengue type 2 viruses associated with increased pathogenicity in the
Americas. Virology, v.230, p.244-251, 1997.
RICO-HESSE, R. Dengue Virus Virulence and Transmission Determinants. Curr Top
Microbiol Immunol, v.338, p.45-5, 2010.
RIGAU-PÉREZ, J.; CLARK, G.; GUBLER, D.; REITER, P.; SANDERS, E.;
VORNDAM, A. Dengue and dengue haemorrhagic fever. Lancet, v.352, p.971 977,
1998.
ROSSI, S.L.; ZHAO, Q.; O'DONNELL, V.K.; MASON, P.W. Adaptation of West Nile
virus replicons to cells in culture and use of replicon-bearing cells to probe antiviral
action. Virology, v.331, p.457-470, 2005.
ROTHMAN, A. L. Viral pathogenesis of dengue infections. In: GUBLER, D. J.;
KUNO, G. Dengue and Dengue Hemorrhagic Fever, New York: CAB International,
1997.
ROTHMAN, A.L.; ENNIS, F.A., Immunopathogenesis of Dengue hemorrhagic fever.
Virology, n. 257, p. 1-6, 1999.
ROW, D.; WEINSTEIN, P.; MURRAY-SMITH, S. Dengue fever with encephalopathy
in Australia. Am J Trop Med Hyg, v.54, n.3, p.253-5, 1996.
RUECKERT, R.R. – Picornaviridae and their replication. In: Virology. Fields, B.N.;
KNIPE, R.M.; CHANOCK, M.S.; HIRSCH, J.L.; MELNICK, T.P. Monath & B.
Roizman, (Eds.). Raven New York, 1996.
196
RUGGLI, N.; RICE, C. M. Functional cDNA clones of the Flaviviridae: strategies and
applications. Advances in Virus Research, New York, v. 53, p. 183-207, 1999.
RYMAN, K.D.; XIE, H.; LEDGER, T.N.; CAMPBELL, G.A.; BARRETT, A.D. Antigenic
variants of yellow fever virus with an altered neurovirulence phenotype in mice.
Virology, v.230, n.2, p.376-80, 1997.
SABIN, A.B.; SCHLESINGER, R.W. Production of immunity to dengue with virus
modified by propagation in mice. Science, v.101, p.640-642, 1945.
SABIN, A.B. Research on dengue during World War II. Am J Trop Med Hyg, v. 1, p.
30-50, 1952.
SAKUNTABHAI, A.; TURBPAIBOON, C.; CASADÉMONT, I.; CHUANSUMRIT, A.;
LOWHNOO, T.; KAJASTE-RUDNITSKI, A.; KALAYANAROOJ, S.M.;
TANGNARARATCHAKIT, K.; TANGTHAWORNCHAIKUL, N.; VASANAWATHANA,
S.; CHAIYARATANA, W.; YENCHITSOMANUS, P.T.; SURIYAPHOL, P.;
AVIRUTNAN, P.; CHOKEPHAIBULKIT, K.; MATSUDA, F.; YOKSAN, S.; JACOB, Y.;
LATHROP, G.M.; MALASIT, P.; DESPRÈS, P.; JULIER, C. A variant in the CD209
promoter is associated with severity of dengue disease. Nat Genet, v.37, n.5, p.507-
13, 2005.
SAMPATH, A.; Xu, T.; Chao, A.; Luo, D.; Lescar, J.; Vasudevan, S.G. Structure-
Based Mutational Analysis of the NS3 Helicase from Dengue Virus. J Virol, v.80,
n.13, p. 66866690, 2006.
SÁNCHEZ, I.J.; RUIZ, B.H. A single nucleotide change in the E protein gene of
dengue virus 2 Mexican strain affects neurovirulence in mice. J Gen Virol, v.77, p.
2541-2545, 1996.
SANTOS, N.Q.; AZOUBEL A.C.B.; LOPES, A.A.; COSTA, G.; BACELLAR, A.
Guillain-Barré syndrome in the course of dengue. Arquivos de Neuro-psiquiatria,
v.62, n.1, p.144-146, 2004.
SCHATZMAYR, H.G.; NOGUEIRA R.M.; TRAVASSOS DA ROSA, A.P. An outbreak
of dengue virus at Rio de Janeiro-1986. Mem Inst Oswaldo Cruz, v.81, p.245- 46,
1986.
SCHMID, S.R.; LINDER, P. D-E-A-D protein family of putative RNA helicases. Mol
Microbiol, v.6, n.3, p.283-91, 1992.
197
SCHOLLE, F.; GIRARD, Y.A.; ZHAO, Q.; HIGGS, S.; MASON, P.W. trans-packaged
West Nile virus-like particles: infectious properties in vitro and in infected mosquito
vectors. J Virol, v.78, n.21, p.11605-11614, 2004.
SEIJO, A.; CERNIGOI, B.; DEODATO, B. Dengue imported from Paraguay to
Buenos Aires. Clinical and epidemiological report of 38 cases. Medicina (B Aires),
v.61, n.2, p.137-41, 2001.
SHAIO, M.F.; CHANG, F.Y.; HOU, S.C. Complement pathway activity in serum from
patients with classical dengue fever. Trans R Soc Trop Med Hyg, v.86, p.672675,
1992.
SHI, P.; TILGNER, M.; LO, M. K. Construction and characterization of subgenomic
replicons of New York strain of West Nile virus. Virology, v.296, p.219-233, 2002.
SHI, P.Y.; TILGNER, M.; LO, M.K.; KENT, K.A.; BERNARD, K.A. Infectious cDNA
clone of the epidemic West Nile virus from New York city. J Virol, v.76, n.12, p.5847-
5856, 2002.
SHRESTA, S.; KYLE, J.L.; SNIDER, H.M.; BASAVAPATNA, M.; BEATTY, P.R.;
HARRIS, E. Interferon-dependent immunity is essential for resistance to primary
dengue virus infection in mice, whereas T- and B-cell-dependent immunity are less
critical. J Virol, v.78, p.27012710, 2004.
SHRESTA, S.; SHARAR, K.L.; PRIGOZHIN, D.M.; BEATTY, P.R.; HARRIS, E.
Murine model for dengue virus-induced lethal disease with increased vascular
permeability. J Virol, v.80, n.20, p.10208-17, 2006.
SHRESTHA, B.; GOTTLIEB, D.; DIAMOND, M.S. Infection and injury of neurons by
West Nile encephalitis virus. J Virol, v.77, n.24, p.13203-13, 2003.
SHU, P.Y.; CHEN, L.K.; CHANG, S.F.; YUEH, Y.Y.; CHOW, L.; CHIEN, L.J.; CHIN,
C.; LIN, T.H.; HUANG, J.H. Dengue NS1-specific antibody responses: isotype
distribution and serotyping in patients with Dengue fever and Dengue hemorrhagic
fever. J Med Virol, v.62, n.2, p.224-32, 2000.
SILER, J.F.; HALL, M.W.; HITCHENS, A.P. Dengue: Its history, epidemiology,
mechanism of transmission, etiology, clinical manifestations, immunity, and
prevention. The Philippine Journal of Science, v.29, p.1252, 1926.
198
SINGLETON, M.R.; WIGLEY, D.B. Modularity and specialization in superfamily 1 and
2 helicases. J Bacteriol, v.184, n.7, p.1819-26, 2002.
SOLOMON, T.; DUNG, M.N.; VAUGHN, W.D.; KNEEN, R.; THAO, T.T.L.;
RAENGSAKULRACH, B.; LOAN, T.H.; DAY, J.P.N.; FARRAR, J.; MYINT, A.S.K.;
WARRELL, J.M.; JAMES, S.W.; NISALAK, A.; WHITE, J.N. Neurological
manifestations of dengue infection. Lancet, v.355, p.1053-9, 2000.
STIASNY, K.; FRITZ, R.; PANGERL, K.; HEINZ, F.X. Molecular mechanisms of
flavivirus membrane fusion. Amino Acids. 2009.
Disponível em < www.springerlink.com/content/l0147203jh354154/fulltext.pdf>
STROTTMANN, D. Neuroadaptação de vírus dengue em modelo murino:
identificação de marcadores moleculares. 101 p. Dissertação (Mestrado em
Biologia Celular e Molecular) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.
SUMARMO, H.W.; JAHJA, E.; GUBLER, D.J.; SUTOMENGGOLO, T.S.; SAROSO,
S.J. Encephalopathy associated with dengue virus. Lancet, p.449-50, 1978.
SUMARMO, H.W.; JAHJA, E.; GUBLER, D.J.; SUHARYONO, W.; SORENSEN, K.
Clinical observations on virologically confirmed fatal dengue infections in Jakarta,
Indonesia. Bull WHO, v.61, p.693-701, 1983.
SUMIYOSHI, H.; HOKE, C.H.; TRENT, D.W. Infectious Japanese encephalitis virus
RNA can be synthesized from in vitro-ligated cDNA templates. J Virol, v.66, n.9,
p.5425-5431, 1992.
SUN, W.; NISALAK, A.; GETTAYACAMIN, M.; ECKELS, K.H.; PUTNAK, J.R.;
VAUGHN, D.W.; INNIS, B.L.; THOMAS, S.J.; ENDY, T.P. Protection of Rhesus
monkeys against dengue virus challenge after tetravalent live attenuated dengue
virus vaccination. J Infect Dis, v.193, n.12, p.1658-65, 2006.
SUN, D.S.; KING, C.C.; HUANG, H.S.; SHIH, Y.L.; LEE, C.C.; TSAI, W.J.; YU, C.C.;
CHANG, H.H. Antiplatelet autoantibodies elicited by dengue virus non-structural
protein 1 cause thrombocytopenia and mortality in mice. J Thromb Haemost, v.5,
n.11, p.2291-9, 2007.
199
SUZUKI, R.; DE BORBA, L.; DUARTE DOS SANTOS, C.N.; MASON, P.W.
Construction of an infectious cDNA clone for a Brazilian prototype strain of dengue
virus type 1: characterization of a temperature-sensitive mutation in NS1. Virology,
v.326, n.2, p.374-83, 2007.
TAJIMA, S.; NUKUI Y.; ITO M.; TAKASAKI T.; KURANE I. Nineteen nucleotides in
the variable region of 3’ non-translated region are dispensable for the replication of
dengue type 1 virus in vitro. Virus Res, v.116, p.38-44, 2006.
TAJIMA, S.; TAKASAKI, T.; KURANE, I. Characterization of Asn130-to-Ala mutant of
dengue type 1 virus NS1 protein. Virus Genes, v.36, n.2, p.323-9, 2008.
TAJIMA, S.; NEROME, R.; NUKUI, Y.; KATO, F.; TAKASAKI, T.; KURANE, I. A
single mutation in the Japanese encephalitis virus E protein (S123R) increases its
growth rate in mouse neuroblastoma cells and its pathogenicity in mice. Virology,
v.396, p.298-304, 2010.
TAKEGAMI, T.; SAKAMURO, D.; FURUKAWA, T. Japanese encephalitis virus
nonstructural protein NS3 has RNA binding and ATPase activities. Virus Genes, v.9,
n.2, p.105-12,1995.
TAPIA-CONYER, R.; MÉNDEZ-GALVÁN, J. F.; GALLARDO-RINCÓN, H. The
growing burden of dengue in Latin America. J Clin Virol, v.46, 2009.
TASSANEETRITHEP, B.; BURGESS, T. H.; GRANELLI-PIPERNO, A.;
TRUMPFHERER, C.; FINKE, J.; SUN, W.; ELLER, M.A.; PATTANAPANYASAT, K.;
SARASOMBATH, S.; BIRX, D.L.; STEINMAN, R.M.; SCHLESINGER, S.;
MAROVICH, M. A. DC-SIGN (CD209) mediates dengue virus infection in human
dendritic cells. J Exp Med, v.197, p.823-9, 2003.
TEIXEIRA, M.G.; COSTA, M. DA C.; BARRETO, F.; BARRETO, M.L. Dengue:
twenty-five years since reemergence in Brazil. Cad. Saúde Pública, v.25, supl.1,
2009.
THAPA, M.; KUZIEL, W.A.; CARR, D.J.J. Susceptibility of CCR5-Deficient Mice to
Genital Herpes Simplex Virus Type 2 Is Linked to NK Cell Mobilization. J Virol, v.81,
n.8, p.3704-3713, 2007.
200
THOMAS, S.J.; STRICKMAN, D.; VAUGHN, D.W. Dengue Epidemiology: virus
epidemiology, ecology, and emergence. In: CHAMBERS, T.J. & MONATH, T.P.
Advances in Virus Research, The Flaviviruses: Detection, Diagnosis and Vaccine
Development, California: Elsevier Academic Press, v.61, p.235-289, 2003.
TOLOU, H.J.; COUISSINIER-PARIS, P.; DURAND, J.P.; MERCIER, V.; DE PINA,
J.J.; DE MICCO, P.; BILLOIR, F.; CHARREL, R.N.; DE LAMBALLERIE, X. Evidence
for recombination in natural populations of dengue virus type 1 based on the analysis
of complete genome sequences. J Gen Virol, v.82, n.6, p.1283-90, 2001.
TUTEJA, N.; TUTEJA, R. Unraveling DNA helicases: Motif, structure, mechanism
and function. Eur J Biochem, v. 271, n. 10, p. 1.849-63, 2004.
UMAREDDY, I.; CHAO, A.; SAMPATH, A.; GU, F.; VASUDEVAN, S.G. Dengue virus
NS4B interacts with NS3 and dissociates it from single-stranded RNA. J Gen Virol,
v.87, p.26052614, 2006.
UTAMA, A.; SHIMIZU, H.; HASEBE, F.; MORITA, K.; IGARASHI, A.; SHOJI, I.;
MATSUURA, Y.; HATSU, M.; TAKAMIZAWA, K.; HAGIWARA, A.; MIYAMURA, T.
Role of the DExH motif of the Japanese encephalitis virus and hepatitis C virus NS3
proteins in the ATPase and RNA helicase activities. Virology, v.273, p.316324,
2000a.
UTAMA, A.; SHIMIZU, H.; MORIKAWA, S.; HASEBE, F.; MORITA, K.; IGARASHI,
A.; HATSU, M.; TAKAMIZAWA, K.; MIYAMURA, T. Identification and
characterization of the RNA helicase activity of Japanese encephalitis virus NS3
protein. FEBS Lett, v.465, p.7478, 2000b.
UZCATEGUI, N. Y.; CAMACHO, D.; COMACH, G.; UZCATEGUI, R. C.; HOLMES,
E. C.; GOULD, E. A. Molecular epidemiology of dengue type2 virus in Venezuela:
evidence for in situ virus evolution and recombination. J Gen Virol, v.82, p.2945-53,
2001.
VAN DEN EYNDE, B.J; MOREL, S. Differential processing of class-I-restricted
epitopes by the standard proteasome and the immunoproteasome. Curr Opin
Immunol, v.13, p.147-53, 2001.
VAN DER MOST, R.G.; CORVER, J.; STRAUSS, J.H. Mutagenesis of the RGD motif
in the yellow fever virus 17D envelope protein. Virology, v.265, p.8395, 1999.
201
VASILAKIS, N.; WEAVER, S.C. The history and evolution of human dengue
emergence. Adv Virus Res, v.72, p.1-76, 2008.
VILLORDO, S.M.; GAMARNIK, A.V. Genome cyclization as strategy for flavivirus
RNA replication. Virus Res, v.139, n.2, p.230-239, 2009.
WAHALA, W.M.; KRAUS, A.A.; HAYMORE, L.B.; ACCAVITTI-LOPER, M.A.; DE
SILVA, A.M. Dengue virus neutralization by human immune sera: role of envelope
protein domain III-reactive antibody. Virology. v.392, n.1, p.103-13, 2009.
WANG, S.H.; SYU, W.J.; HUANG, K.J.; LEI, H.Y.; YAO, C.W.; KING, C.C.; HU, S.T.
Intracellular localization and determination of a nuclear localization signal of the core
protein of dengue virus. J Gen Virol, v.83, p.3093-4102, 2002.
WANG, C.C, HUANG, Z.S.; CHIANG, P.L.; CHEN, C.T.; WUA, H.N. Analysis of the
nucleoside triphosphatase, RNA triphosphatase, and unwinding activities of the
helicase domain of dengue virus NS3 protein. FEBS Letters, v.583, p.691696,
2009.
WARRENER, P.; TAMURA, J.K.; COLLETT, M.S. RNA-stimulated NTPase activity
associated with yellow fever virus NS3 protein expressed in bacteria. J Virol, v.67,
n.2, p.989-96, 1993.
WEAVER, S.C.; BARRET, A.D.T. Transmission cycles, host range, evolution and
emergence of arboviral disease. Nature Reviews. v.2, p.789-801, 2004.
WEBSTER, D.P.; FARRAR, J.; ROWLAND-JONES, S. Progress towards a dengue
vaccine. Lancet Infect Dis, v.9, n.11, p.678-87, 2009.
WENGLER, G.; WENGLER, G. The carboxy-terminal part of the NS3 protein of the
West Nile flavivirus can be isolated as a soluble protein after proteolytic cleavage and
represents an RNA- stimulated NTPase. Virology, n.184, p.707-715, 1991.
WESTAWAY, E.G. Flavivirus replication strategy. Adv Virus Res, v.33, p.45-90,
1987.
WESTAWAY, E.G.; MACKENZIE, J.M.; KHROMYKH, A.A. Kunjin RNA replication
and applications of Kunjin replicons. Adv Virus Res, v.59, p.99-140, 2003.
202
WILLIAMS, K.L; ZOMPI, S.; BEATTY, P.R.; HARRIS, E. A Mouse Model for Studying
Dengue Virus Pathogenesis and Immune Response. Ann N Y Acad Sci, v.1171
Suppl 1:E12-23, 2009.
WINKLER, G.; RANDOLPH, V.B.; CLEAVES, G.R.; RYAN, T.E.; STOLLER, V.
Evidence that the mature form of the flavivirus nonstructural protein NS1 is a dimer.
Virology, v.162, p.187-96, 1988.
WINKLER, G.; MAXWELL, S.E.; RUEMMLER, C.; STOLLAR, V. Newly synthesized
dengue -2 virus nonstructural protein NS1 is a soluble protein but becomes partially
hydrophobic and membraneassociated after dimerization. Virology, n.171, p.302-5,
1989.
WHO, WORLD HEALTH ORGANIZATION. Dengue haemorrhagic fever:
diagnosis, treatment, prevention and control. 2a ed. Geneva : World Health
Organization, 1997. 84p.
WHO, WORLD HEALTH ORGANIZATION. What is dengue and how is it treated?
Geneva, Switzerland: World Health Organization.
<http://www.who.int/features/qa/54/en/>. Acesso em 2007.
WHO, WORLD HEALTH ORGANIZATION. Disease distribution maps, 2008.
<gamapserver.who.int/mapLibrary/Files/Maps/Global_DengueTransmission_ITHRisk
Map.png>
WHO, WORLD HEALTH ORGANIZATION. Vector distribution and bioecology.
<http://www.searo.who.int/LinkFiles/Dengue_chap-7.pdf>. Acesso em 2009.
WU, J.; BERA, A.K.; KUHN, R.J.; SMITH, J.L. Structure of the Flavivirus Helicase:
Implications for Catalytic Activity,Protein Interactions, and Proteolytic Processing. J
Virol, v.79, n.16, p.1026810277, 2005.
XU, T.; SAMPATH, A.; CHAO, A.; WEN, D.; NANAO, M.; CHENE, P.; SUBHASH, G.;
LESCAR, J. Structure of the dengue virus helicase/nucleoside triphosphatase
catalytic domain at a resolution of 2.4Å. J Virol, v.79, n.16, p.10.278-88, 2005.
YAMAMOTO, Y.; TAKASAKI, T.; YAMADA, K.; KIMURA, M.; WASHIZAKI, K.;
YOSHIKAWA, K.; HITANI, A.; NAKAMURA, T.; IWAMOTO, A. Acute disseminated
encephalomyelitis following dengue fever. J Infect Chemother, v.8, n.2, p.175-7,
2002.
203
YAMASHITA, T.; UNNO, H.; MORI, Y.; TANI, H.; MORIISHI, K.; TAKAMIZAWA, A.;
AGOH, M.; TSUKIHARA, T.; MATSUURA, Y. Crystal structure of the catalytic
domain of Japanese encephalitis virus NS3 helicase/nucleoside triphosphatase at a
resolution of 1.8 Å. Virology, v.373, p.426436, 2008.
YAMSHCHIKOV, V.; WENGLER, G.; PERELYGIN, A.A.; BRINTON, M.A.;
COMPANS, R.W. An infectious clone of the West Nile flavivirus. Virology, v.281,
p.294-304, 2001.
YAP, T.L.; XU, T.; CHEN, Y.L.; MALET, H.; EGLOFF, M.P.; CANARD, B.;
VASUDEVAN, S.G.; LESCAR, J. Crystal structure of the dengue virus RNA-
dependent RNA polymerase catalytic domain at 1 85-angstrom resolution. J Virol.
v.81, p.47534765, 2007.
YAUCH, L.E.; SHRESTA, S. Mouse models of dengue virus infection and disease.
Antiviral Res, v.80, n.2, p.87-93, 2008.
YOSHII, K; HOLBROOK, M. R. Sub-genomic replicon and virus-like particles of
Omsk hemorrhagic fever virus. Arch Virol, v.154, p.573-580, 2009.
YU, L.; ROBERT PUTNAK, J.; PLETNEV, A.G.; MARKOFF, L. Attenuated West Nile
viruses bearing 3'SL and envelope gene substitution mutations. Vaccine. v.26, n.47,
p.5981-8, 2008.
YUN, S.I.; KIM,
S.Y.; RICE,
C.M.; LEE, Y.M. Development and application of a
reverse genetics system for Japanese encephalitis virus. J Virol, v.77, n.11, p.6450-
6465, 2003.
YUN, S.I.; CHOI, Y.J.; YU, X.F.; SONG, J.Y.; SHIN, Y,H.; JU, Y.R.; KIM, S.Y.; LEE,
Y.M. Engineering the Japanese encephalitis virus RNA genome for the expression of
foreign genes of various sizes: Implications for packaging capacity and RNA
replication efficiency. J Neurovirol, v.13, n.6, p.522-535, 2007.
ZHANG, Y.; ZHANG, W.; OGATA, S.; CLEMENTS, D.; STRAUSS, J.H.; BAKER,
T.S.; KUHN, R.J.; ROSSMANN, M.G. Conformational changes of the flavivirus E
glycoprotein. Structure, v.12, n.9, p.1607-18, 2004.
204
ZHANG, S.; LI, L.; WOODSON, S.E.; HUANG, C.Y.; KINNEY, R.M.; BARRETT, A.D.;
BEASLEY, D.W. A mutation in the envelope protein fusion loop attenuates mouse
neuroinvasiveness of the NY99 strain of West Nile virus. Virology. v.353 n.1, p.35-
40, 2006.
ZHAO, W.; FAN, B.; HU, Z.; CHEN , S.; WANG, P.; YUAN, X.; LI, X.; YU, M.; QIN,
E.; YANG, P. Study on the determinants of suckling mice neurovirulence of dengue 2
virus. Science in China, v.46, n.1, p.95-103, 2003.
ZHAO, Z.; DATE, T.; LI, Y.; KATO, T.; MIYAMOTO, M.; YASUI, K.; WAKITA, T.
Characterization of the E-138 (Glu/Lys) mutation in Japanese encephalitis virus by
using a stable, full-length, infectious cDNA clone. J Gen Virol, v.86, v.8, p.2209-20,
2005.
ZHOU, Y.; RAY, D.; ZHAO, Y.; DONG, H.; REN, S.; LI, Z.; GUO, Y.; BERNARD,
K.A.; SHI, P.Y.; LI, H. Structure and function of flavivirus NS5 methyltransferase. J
Virol, v.81, n.8, p.3891-903, 2007.
205
APÊNDICE
A. ARTIGOS PUBLICADOS
SUZUKI, R.; BORBA, L.; DUARTE DOS SANTOS, C.N.; MASON, P.W. Construction
of an infectious cDNA clone for a Brazilian prototype strain of dengue virus type 1:
Characterization of a temperature-sensitive mutation in NS1. Virology, v. 362, p.
374-383, 2007.
NOGUEIRA, M.B.; STELLA, V.; BORDIGNON, J.; BATISTA, W.C.; BORBA, L.;
SILVA, L.H.P.; HOFFMANN, F.G.; PROBST, C.M.; DUARTE DOS SANTOS, C.N.
Evidence for the co-circulation of dengue virus type 3 genotypes III and V in the
Northern region of Brazil during the 2002-2004 epidemics. Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz, v. 103, p. 483-488, 2008.
RABONI, S.M.; BORBA, L.; HOFFMANN, F.G.; DE NORONHA, L.; AZEVEDO, M.L.
V.; CARSTENSEN, S.; MAZZAROTTO, G.A.C.A.; BORDIGNON, J.; DUARTE DOS
SANTOS, C.N. Evidence of circulation of Laguna Negra-like hantavirus in the Central
West of Brazil: Case report. Journal of Clinical Virology, v. 45, p. 153-156, 2009.
MOSIMANN A. L.P.; BORBA L.; BORDIGNON J.; MASON P.W.; DUARTE DOS
SANTOS C.N. Construction and characterization of a stable subgenomic replicon
system of a Brazilian dengue virus type 3 strain (BR DEN3 290-02). Journal of
Virological Methods, v. 163, p. 147-152, 2010.
Construction of an infectious cDNA clone for a Brazilian prototype strain of
dengue virus type 1: Characterization of a temperature-sensitive
mutation in NS1
Ryosuke Suzuki
a,b
, Luana de Borba
a,c
, Claudia N. Duarte dos Santos
c
, Peter W. Mason
a,d,
a
Department of Pathology, University of Texas Medical Branch, 3.206B Mary Moody Northen Pavilion, 301 University Boulevard,
Galveston, TX 77555-0436, USA
b
Department of Virology II, National Institute of Infectious Diseases, Shinjuku-ku, Tokyo, 162-8640, Japan
c
Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), FIOCRUZ, Curitiba, Paraná, 81350-010, Brazil
d
Sealy Center for Vaccine Development, University of Texas Medical Branch, Galveston, TX 77555, USA
Received 11 October 2006; returned to author for revision 1 November 2006; accepted 16 November 2006
Available online 6 February 2007
Abstract
To help understand the mechanism of pathogenesis of dengue virus (DV), we set out to create an infectious cDNA of the Brazilian prototype
strain of DV serotype 1 (DV1-BR/90). PCR-amplified fragments of DV1-BR/90 cDNA were readily assembled into a subgenomic cDNA that
could be used to produce replicating RNAs (replicons), lacking the structural protein-encoding regions of the genome. However, assembly of a
cDNA capable of producing infectious virus was only possible using a bacterial artificial chromosome plasmid, indicating that DV1 sequences
were especially difficult to propagate in E. coli. While characterizing our cDNA we discovered a fortuitous temperature-sensitive mutation in the
NS1 encoding region. Using our infectious cDNA and a renilla luciferase-expressing replicon we were able to demonstrate that this mutation
produced a defect in RNA replication at 37 °C, demonstrating that the DV1 NS1 protein plays an essential role in RNA replication.
© 2006 Elsevier Inc. All rights reserved.
Keywords: Dengue virus; Replicon; NS1; Temperature-sensitive mutant; Replication
Introduction
Dengue viruses (DV) are the etiologic agents of dengue fever
(DF), dengue hemorrhagic fever and dengue shock syndrome.
The viruses are transmitted to humans by Aedes mosquitoes.
DV infections are a serious cause of morbidity and mortali ty in
most tropical and subtropical areas of the world. Dengue cases
are estimated to occur in up to 100 million individuals annually.
DV belongs to the Flavivirus genus in the family Flaviviridae
and there are four serotypes (DV1 to 4) (Burke and Monath,
2001). The four serotypes of DV do not confer cross-protective
immunity, and epidemiological evidence indicates that immu-
nity to one serotype of DV increases the chance of more severe
diseases upon infection with a second serotype by about ten-
fold (Kurane and Ennis, 1997).
Flaviviruses are single-stranded, positive-sense RNA viruses
that have an approximately 11-kb genome consisting of a single
open reading frame encoding three structural proteins (C, preM/
M and E) and seven non-structural proteins (NS1, NS2A,
NS2B, NS3, NS4A, NS4B and NS5), with non-translated
regions at its 5 and 3 terminal (5UTR and 3UTR). Flavivirus
RNA replication occurs in the cytoplasm via a negative-strand
intermediate, leading to the accumulation of positive-strand
RNAs. Several NS proteins have been implicated in the process.
The NS2B/NS3 serine proteinase is required for processing at
multiple sites in the NS polyprotein. NS3 also possesses RNA
triphosphatase and RNA helicase activities. NS5 contains
methyltransferases and RNA-dependent RNA polymerase
(Lindenbach and Rice, 2001).
NS1 is a highly conserved glycoprotein containing 12
invariant C residues and two potential N-linked glycosylation
Virology 362 (2007) 374 383
www.elsevier.com/locate/yviro
Corresponding author. Department of Pathology, University of Texas
Medical Branch, 3.206B Mary Moody Northen Pavilion, 301 University
Boulevard, Galveston, TX 77555-0436, USA. Fax: +1 409 747 8150.
E-mail address: [email protected] (P.W. Mason).
0042-6822/$ - see front matter © 2006 Elsevier Inc. All rights reserved.
doi:10.1016/j.virol.2006.11.026
sites. Although the functions of NS1 have not been fully
elucidated, several lines of evidence suggest that NS1 is
involved in viral RNA replication (Lindenbach and Rice, 1997;
Mackenzie et al., 1996; Muylaert et al., 1997; Westaway et al.,
1997).
Infectious clones have been obtained for multiple flavi-
viruses. The first systems, develo ped for yellow fever virus
{YFV (Rice et al., 1989)} and DV4 (Lai et al., 1991), overcame
the genetic instability of flaviviral genomes in standard E. coli
plasmids by propagating the 5 and 3 halves of the genomes
into separate fragments, followed by in vitro ligation of the
fragments to produce a template for production of synthetic
genome-length RNAs. Subsequent strategies that have been
used to propagate genom e-length cDNAs that could be used
directly as templates for the production of infectious RNAs have
included the use of yeast plasmids (Polo et al., 1997), low-copy
plasmids (Gualano et al., 1998) or bacterial artificial chromo-
somes (BAC) plasmids (Van der Most et al., 1999) to overcome
these E. coli instability problems.
Based on our successful strategy of using low-copy plasmids
to propagate cDNAs for flavivirus replicons that were readily
converted into genome-length clones for West Nile virus
(WNV) (Rossi et al., 2005) and Japanese encephalitis virus
(JEV) (Ishikawa, Ko nish i and Maso n, unpu blished ), we
designed a similar strategy to produce an infectious cDNA for
DV1. Although our low-copy plasmid was suitable for DV1
replicon construction, we were unable to use this plasmid to
produce an infectious genome-length DV1 cDNA. However, an
infectious cDNA was readily obtained in a BAC plasmid.
Furthermore, while characterizing this cDNA we discovered a
fortuitous mutation in NS1 that produced a temperature-
sensitive (ts) form of the protein that permitted us to
demonstrate the importance of NS1 in DV genome replication.
Results
Construction of cDNA encoding a replicon and an infectious
DV1 RNA
Standard methods were used to create a subgenomic replicon
from DV1-BR/90, the prototype strain of DV1 isolated in 1990
from a DF patient in Rio de Janeiro, Brazil. The viral RNA was
extracted from infected C6/36 cells, reverse transcribed into
cDNA and amplified in individual dsDNA fragments as shown
in Fig. 1. The five individual fragments required to produce a
replicon-length cDNA were readily assembled into the low-
copy plasmid pACDV1poly. Synthetic RNAs produced from
this plasmid (designated pACDV1repNS1*NS3*; see below)
replicated well when introduced into BHK cells (see Fig. S1).
Comparison of the sequence of this replicon and the PCR
amplicons used to generate it revealed two changes in encoded
amino acids, one in NS1 and a second in NS3 (see Table 1,
discussed in detail below). Nevertheless, cells transfected with
this replicon produced high levels of antigen when detected
with either a polyclonal sera (results not shown) or a MAb to
NS1 (Fig. S1).
Fig. 1. (A) Schematic representation of the DV1-BR/90 genome showing the position of the restriction enzymes sites (NotI, BspTI, NgoMIV, PshAI, PmlI, SapI, XhoI
and MluI) and fragments used to assemble the replicon cDNA encoded by pACDV1repNS1*NS3*. Position of the T7 promoter is shown on the left, and positions of
the SapI and the HDV-RZ/bacteriophage T7 terminator fragments (which included a downstream SwaI site for linearization and an XhoI site for insertion) are shown at
the right. (B) Schematic representation of the structural protein-encoding cDNA fragment present in pACDV1T7-C-NS1 and the cDNA present in BAC plasmid
pBACDV1flcNS1*NS3*. (C) Structure and position of Rluc encoding cistron added to the 3 UTR of DV1repNS1*. The * above NS1 and NS3 are used to indicate
the position of coding differences with the BR/90 amplicon (see Table 1 and text for details).
375R. Suzuki et al. / Virology 362 (2007) 374383
To construct a genome-length, infectious cDNA from
pACDV1repNS1*NS3*, we created a low-copy plasmid
encoding the 5UTR and C-NS1 polyprotein of DV1-BR/90
(designated pACDV1T7-C-NS1; Fig. 1). Sequence analyses of
pACDV1T7-C-NS1 confirmed that its sequence was identical
to that in the DV1-BR/90 amplicons used to create it. Using
multiple different restriction endonuclease assembly strategies,
genome-length cDNAs were very difficult to assemble from
pACDV1repNS1*NS3 * and pACDV1T7-C -NS1. Furthermore,
even when obtained, bacterial colonies harboring plasmids that
had restriction maps consistent with full-length cDNAs grew
very poorly. Moreover, when RNAs produced from the cDNA
templates prepared from these bacter ia were transfected into
BHK cells, they failed to produce cells expressing any
detectable DV1 antigen (results not shown). Since we
successfully applied these same assembly methods to recover
infectious cDNAs for WNV (Rossi et al., 2005) and JEV
(Ishikawa, Konishi, and Mason, unpublished), these results
suggested an especially severe genetic incompatibility/instabil-
ity of full-length DV1 cDNAs in E. coli (see Introduction).
To overcome the apparent genetic instability/incompatibil-
ity of the DV1 cDNA sequences with our low-copy plasmid,
we transferred the subgenomic replicon cDNA to a BAC
plasmid and then added back the 5 end of the genome en-
coding the structural proteins from pACDV1T7-C-NS1 (see
Fig. 1). Initial analyses demonstrated that synthetic RNAs from
all three full-length BAC plasmid clones isolated from the first
assembly attempt produced large numbers of antigen-positive
cells (Fig. S2). One of these BAC p lasmids , designated
pBACDV1flcNS1*NS3*, was sequenced in its entirety (see
Table 1) and used for all further studies.
Characterization of DV1flcNS1*NS3*
BHK cells transfected with synthetic RNA produced from
pBACDV1flcNS1*NS3* produced large numbers of antigen-
positive cells when stained with antibodies specific for either E
or NS1 (up to 50% of the cells in these cultures were antigen-
positive 2 days after electroporation). However, the number of
immunopositive cells in these cultures did not increase upon
further cultivat ion, and infectious titer of DV in the supernatant
fluid recovered from cells at all days up to and including day
8 post-electroporation was undetectable (Fig. S2 and results not
shown). When C7/10 cells were electroporated with this RNA
transcribed from this cDNA, a small number of immunopositive
cells were detected on day 2, indicating that our electroporation
methods were less efficient with mosquito cells than with BHK
cells. However, by day 4, most of the cells in these transfected
cultures were immunopositive, and by day 6, all cells stained
strongly with DV-specific antibodies (Fig. 2). These results
suggest that DV1 infection spread in these C7/10 cells,
furthermore, titration of the supernatant fluid recovered from
these electroporated cells revealed viral replication (approxi-
mately 4 × 10
3
focus-forming units (ffu)/ml on day 5 when
titrated on C7/10 cells), indicating that pBACDV1flcNS1*NS3*
was an infectious cDNA. However, the foci size of this virus,
designated DV1flcNS1*NS3*, appeared smaller than parental
DV1-BR/90 on C7/10, C6/36 and especially Vero cells (Fig. S3.
Table 1
Summary of nucleotide and amino acid sequence
a
differences between the GenBank-deposited sequences of BR/90, the BR/90 amplicons used to generate our
infectious cDNAs and various cloned cDNAs
Base position
(codon)
b
Coding
region
BR/90
GenBank
c
BR/90
amplicons
pACDV1rep
NS1*NS3*
pACDV1
T7-C-NS1
pBACDV1flc
NS1*NS3*
pBACDV1flc
325 C A G G G G
1213 E A U U U U
1258 E U C C C C
1291 E U C C C C
1378 E A G G G G
1639 E C U U U U
1648 E U C C C C
2719 NS1 G A A A A
3159 (247) NS1 A (Y)
d
A (Y)
d
G (C) G (C) A (Y)
d
3265 NS1 C U U U U
3346 NS1 U U C C U
3424 NS1 C U U U U
3907 (144) NS2A C (H) G (Q)
d
G (Q)
d
G (Q)
d
G (Q)
d
4627 NS3 G A A A A
5250 (211) NS3 A (Q)
d
A (Q)
d
G (R) G (R) A (Q)
d
5413 NS3 A A A A G
6148 NS3 U U C C C
6598 NS4A A A G G G
10,195 NS5 G G A A A
10,258 NS5 A A G G G
a
Encoded amino acid sequences, when different, are shown in ().
b
Position of nucleotide change (within genome) and codon change (within the individual protein-encoding region).
c
AF226685.
d
Amino acid encoded at this position in all GenBank-deposited DV1 sequences examined (AY145121, AB178040, NC_001477, AY732483, AY726555,
DQ193572, AB204803, AF311956, AF311957, AF311958, and AF513110) except for AF226685 (see text).
376 R. Suzuki et al. / Virology 362 (2007) 374383
Generation of repaired DV1 cDNA clones
To begin to dissect the reason of phenotypic difference bet-
ween DV1flcNS1*NS3* and DV1-BR/90, a detailed comparison
was made between the entire cDNA in pBACDV1flcNS1*NS3*,
the RNA stock used to create it and various DV1 sequences
(summarized in Table 1). These analyses confirmed that the
assembly of the genomic fragments from the low-copy plas-
mids pACDV1repNS1*NS3* and pACDV1T7-C-NS1 into
pBACDV1flcNS1*NS3* did not result in the selection of any
nucleic acid differences, confirming the utility of the BAC
plasmid in propagating the DV1 cDNAs. These analyses also
confirmed that there were only 3 coding differences between the
GenBank-deposited sequence of BR/90 (AF226685) and
pBACDV1flcNS1*NS3*. Although a number of sequence diffe-
rences appeared to be restricted to particular cloned fragments, it
is unclear if the differences obtained in the E. coli-propagated
cDNA fragments represented quasispecies in the viral RNA or a
combination of PCR-introduced errors and E. coli selection
(Table 1 and results not shown).
In the case of the three coding mutations, the NS2A position
#144 difference between the GenBank-deposited sequenc e for
DV1-BR/90 and our PCR amplicon was discounted from consi-
deration since the Q encoded by our parental virus PCR
amplicon and all of our cloned cDNAs (Fig. 1, Table 1 and results
not shown) was shared by multiple other GenBank sequences for
DV1 (see Table 1). The NS1 Y at position 247 and the NS3 Q at
aa position 211 were present in our BR/90 amplicon, and all
GenBank-deposited DV1 sequences examined (see above, and
Table 1), but were altered in pBACDV1flcNS1*NS3*, and the
low-copy plasmid-propagated cDNAs used to create it (Table 1).
Furthermore, sequencing of several other low-copy plasmid
clones of DV1-BR/90 cDNA spanning these regions demon-
strated that it was possible to clone cDNA plasmids with the
consensus sequence contained in the parent al viral cDNA
amplicon (results not shown), thus these two differences were
considered mutations associated with PCR amplification and/or
cloning in low-copy plasmids.
To examine the role of the NS1 and NS3 mutations on the
DV1flcNS1*NS3* phenotype, several additional infectious
cDNAs were engineered with wild-type (WT) codons at one or
both of these positions (Fig. 3). The infectivity of these full-length
DV1 transcripts was tested in BHK and C7/10 cells. Cells were
transfected with RNA transcripts by using Lipofectin and cultured
for 4 days under a semi-solid overlay followed by immunostaining
for DV1 antigen as shown in Fig. 3B. When RNAs were
transfected into C7/10 cells, foci formation was observed in all
clones, however, foci produced by RNAs obtained from
pBACDV1flcNS1*NS3* and pBACDV1fl NS 3* were small er
than the foci produced from the cDNA plasmids encoding the WT
NS3 Q, indicating that the R mutation in NS3 resulted in small foci
size in C7/10 cells. In the case of transfected BHK cells, RNAs
derived from clones with the WT NS1 sequences
(pBACDV1flcNS3* and pBACDV1flc) produced foci (Fig. 3B),
whereas RNAs from pBACDV1flcNS1*NS3* did not produce
foci, and very small foci were observed with RNAs produced from
pBACDV1flcNS1* (Fig. 3B). These results suggest that, although
mutations in either NS1 or NS3 affected viral production in BHK
cells, the NS1 mutation was the primary cause of defect of DV1
growth in these cells. As expected, side-by-side plaque assays of
DV1flc and the parental virus on C7/10 cells and Vero cells
showed indistinguishableplaquemorphologies(Fig. 3C).
Phenotypic characterization of NS1 mutant
To further investigate the effect of the NS1 mutation on viral
production from our infectious cDNAs, we compared the
production of virus from cells infected with WT and NS1 mutant
viruses at 30 °C or 37 °C. To this end, BHK cells were
electroporated with transcribed RNA from pBACDV1flcNS1* or
pBACDV1flc, diluted with naive BHK cells, and following
attachment, the cell monolayers were cultured for 5 days under a
semi-solid overlay and then immunostained to reveal DV1 foci. As
shown in Fig. 4,focimorphologywassimilarfortheprogeny
viruses derived from both pBACDV1flcNS1* or pBACDV1flc
RNAs in BHK cells at 30 °C. However , in contrast, foci produced
by RNA from pBACDV1flcNS1* were smaller than those
produced by RNA from pBACDV1flc when these viruses were
propagated in the cells at 37 °C (Fig. 4). To further explore the
effect of temperature on the replication of DV1flcNS1*, side-by-
side growth curves were generated with this virus and DV1flc in
infected Vero cells grown at 30 °C and 37 °C (Fig. 5). These
studies showed that at 30 °C, DV1flcNS1* replicated at similar
levels to DV1flc. However , at 37 °C, DV1flcNS1* growth was
delayed relative to DV1flc. T aken together, these results indicate
that a C at codon 247 in NS1 produces a ts defect in NS1.
Effect of NS1 mutation on virus entry
Since NS1 is retained in the same cellular compartment as
immature flavivirus provirions (Lindenbach and Rice, 2001),
we reasoned that mutation 247 in NS1 could alter virus
maturation and/or NS1 could be associated with the virion,
Fig. 2. Micrograph of monolayers of C7/10 cells electroporated with the in vitro
transcript of pBACDV1flcNS1*NS3* and then fixed at the indicated time post-
electroporation and stained with MAb D2-7E11.
377R. Suzuki et al. / Virology 362 (2007) 374383
altering virion infectivity. To determine if the NS1 247 ts
mutation altered virion maturation and/or its infectivity at the
non-permissive temperature, we performed a temperature shift
experiment. In this assay, WT and mutant virus were incubated
with Vero cells at 30 °C or 37 °C for 5 h (long enough to bind,
penetrate and uncoat the genome of DV) and then incubated for
5 days at either of these temperatures. The results of this
experiment, shown in Fig. 6, demonstrate that the NS1 mutation
does not affect virus binding or establishment of replication
since the WT and mutant viruses produce similar numbers of
foci and similar-sized foci if the infection is conduct ed at 30 °C
or 37 °C and then followed by a 5-day incubation at 30 °C.
However, the number and size of foci produced by DV1flcNS1*
were both drastically reduced when the post-entry phase of the
experiment was performed at 37 °C (Fig. 6). These results
suggest that this NS1 mutation has little (or no) effect on virus
entry and uncoating and is likely to effect RNA genome
replication and/or packaging and virion relea se.
Effect of NS1 ts mutation on RNA replication
To evaluate the role of the NS1 mutation in RNA replication,
we developed a replicon of DV1 containing the renilla
Fig. 3. Demonstration of the effect of NS1 and NS3 mutations on recombinant
virus focus formation on monolayers of C7/10 and BHK cells. (A) Schematic
representation of the genome of DV1 showing all of the amino acid coding
differences between DV1-BR/90 and our BAC plasmid encoded genomes. The
position of amino acid residues of NS1 and NS3 that differed between these
genomes is shown at the top; bold type has been used to designate the amino
acids of consensus sequence in DV1 (see text and Table 1). (B) Photographs of
monolayers C7/10 and BHK cells transfected with Lipofectin using similar
amounts of synthetic RNA (20 ng) from the indicated BAC clones, overlaid with
semi-solid media and stained with anti-NS1 antibody 4 days after transfection.
(C) Photographs of monolayers C7/10 and Vero infected with DV1-BR/90 or
DV1flc, overlaid with semi-solid media and fixed and immunostained with anti-
NS1 antibody 4 days (C/710) or 5 days (Vero) after incubation at 30 °C (C7/10)
or 37 °C (Vero).
Fig. 4. Photographs of monolayers of cells transfected with synthetic RNA from
pBACDV1flcNS1* and pBACDV1flc and then grown at 30 °C or 37 °C. BHK
cells were electroporated with transcribed RNA from pBACDV1flcNS1* and
pBACDV1flc, diluted with naive BHK cells, incubated for 5 days at indicated
temperature then fixed and stained with MAb D2-7E11. In all cases, the same
dilution (10-fold) of electroporated cells is shown.
Fig. 5. Growth curves of DV1flcNS1* and DV1flc on Vero cells at 30 °C or
37 °C. Monolayers of Vero cells were infected with the indicated virus at a
multiplicity of infection (MOI) of 0.01 and incubated at the indicated
temperature. At each time point, the media were removed and frozen for
subsequent titration and fresh media were added. Virus titers in cell culture
medium were determined by plaque assay in Vero cells incubated at 30 °C.
378 R. Suzuki et al. / Virology 362 (2007) 374383
luciferase (Rluc) reporter gene with or without the position 247
NS1 mutation (see Materials and methods and Fig. 1). These
replicon RNAs were electroporated into BHK cells, and
luciferase activities were measured at 6 h and 4 days post-
electroporation. The values obtained 6 h after electroporation
were nearly identical for both replicons at both temperatures,
indicating that as expected the differences in NS1 position 247
had no effect on the initial translational activity of the reporter
gene encoded by the transfected replicon RNA. For the later time
point, these 6-h activities were used to normalize for transfection
efficiency (see legend for Fig. 7). These Rluc data show that the
replicon harboring the NS1 mutation (DV1repNS1*) replicated
much more poorly than the WT replicon at 37 °C (Fig. 7). In
contrast, Rluc activities detected in lysates obtained from the
same electroporations and then incubated at 30 °C contained
indistinguishable levels of Rluc activity. These data indicate that
the ts NS1 mutation reduces viral replication by reducing RNA
replication.
Effect of NS1 mutation on polyprotein processing and NS1
secretion
To examine whether the ts mutation in NS1 affected
processing and secretion of NS1 in infected cells, cells were
infected with DV1flcNS1* or DV1flc for 5 days at 30 °C and
then incubated for an additional 2 days at 37 °C. As shown in
Fig. 8A, Western blot analyses revealed no obvious difference
in the electrophoretic migration of NS1* versus NS1 or the
amount of NS1 and NS1* present in cells at this time point.
Furthermore, Western blot analyses of the NS1 present in
the culture fluid harvested from these cells failed to reveal any
gross defect in the dimerization or release of NS1* or NS1 from
these cultures (Fig. 8B). Specifically, a heat-labile NS1 form
matching the predicted dimer MW of 90 k was present in culture
fluid harvested from cells infected with either DV1flcNS1* or
DV1flc. Despite the lack of detectable differences in the quality
of NS1 produced by DV1flcNS1* or DV1flc in cells grown at
the non-permissive temperature for DV1flcNS1*, we did note a
slight reduction in NS1* production from cells infected with the
mutant virus, likely the result of the reduction in RNA repli-
cation detected with this virus when grown at this temperature
(see above, and Fig. 7). Since the ts mutation consisted of the
Fig. 7. Effect of NS1 mutation on DV1 RNA replication. BHK cells were
electroporated with identical amount of Rluc-expressing DV1 subgenomic
replicon RNAs (with or without the NS1 position 247 mutation), seeded in
multi-well plates, and incubated at 30 °C or 37 °C prior to harvesting lysates for
the determination of Rluc activity (see Materials and methods). Rluc activities
were measured at 6 h and 4 days post-electroporation. The Rluc activity obtained
at 4 days is shown normalized to the activity obtained at 6 h to account for slight
differences in transfection efficiency (see text). Data from each condition are
shown as an average of triplicate values with error bars showing standard
deviations.
Fig. 8. Affect of NS1 mutation on NS1 synthesis and secretion. Western blots
prepared from samples of cell lysates and supernatant fluids obtained from Vero
cells infected at an MOI of 0.01 ffu with either DV1flcNS1* and DV1flc viruses
(or mock-infected), incubated for 5 days at 30 °C (to allow both viruses to infect
the entire monolayer) and then shifted to 37 °C for 2 days. The media were
changed three times with serum free medium 1 day before harvest to insure that
the NS1 protein analyzed represented protein produced at the final incubation
temperature. (A) Replica of Western blot showing the NS1 protein (detected
with MAb D2-7E11) present in cell lysates. (B) Replica of Western showing the
NS1 protein released from the indicated cell monolayers at 37 °C, following
electrophoresis after denaturation in the presence or absence (to preserve dimers)
of heating, and detection with MAb D2-7E11.
Fig. 6. Effect of temperature shift on infectious foci formation by cells infected
with same numbers of ffu of DV1flcNS1* and DV1flc. The left side of the figure
shows the incubation temperatures utilized for the 5-h attachment/infection and
5-day growth/spread portion (performed under semi-solid overlay) of the
experiment, and the right side of the figure shows the resulting monolayers,
fixed and stained with MAb D2-7E11 to reveal infectious foci (see Materials and
methods).
379R. Suzuki et al. / Virology 362 (2007) 374383
addition of a C residue to NS1* that could have altered disulfide
bond formation in NS1*, we compared the electrophoretic
migration of non-reduced forms of NS1 and NS1* in lysates of
cells prepared at th e non-permis sive tem perature . These
analyses failed to reveal any altered migration (specifically
aggregation, associated with improper disulfide formation;
(Lorenz et al., 2002); results not shown) suggesting that the ts
mutation was not exerting its influence on RNA replication
through a gross alteration in NS1 structure or intracellular
localization.
Discussion
Infectious cDNAs have been reported for a large number of
flaviviruses, including most of the important human pathogens.
In some cases, the apparent incompatibility of full-length viral
cDNAs with commonly used E. coli recombinant DNA
propagation syst ems has hampered development of these
important reagents. Here we have demonstrated the utility of
a BAC plasmid system for propagation of a highly infectious
cDNA from a South American strain of DV1. Specifically, the
cDNAs propagated in BAC plasmids could be used as template
for RNA transcription that generated highly infectious RNAs
with a specific infectivity of more than 10
4
ffu/μg of RNA.
BAC plasmids have been used by others to produce infectious
cDNA clones for YFV (Van der Most et al., 1999), JEV (Yun et
al., 2003) and DV2 (Pierro et al., 2006), but these investigators
did not directly compare BAC plasmid s to low-copy plasmids,
which have been recently employed by several investigators to
produce full-length clones of flaviviruses (see Introduction). In
our hands, precisely the same low-copy plasmid methods that
were used to successfully establish replicons and infectious
cDNAs for WNV (Rossi et al., 2005) and JEV (Ishikawa,
Konishi and Mason, unpublished) were successfully used to
produce infectious DV1 replicons, but these methods were not
able to be used to produce infectious full-length DV1 genomes.
It is not clear the reason for the differences between these
flaviviruses, but one possibility is that DV1 cDNAs or
spontaneously produced translation products are more toxic to
E. coli cells than the product s produced from other flavivirus
cDNAs.
The strain selected for our studies, DV1-BR/90, is a well-
characterized South Am erican prototype strain derived from an
isolate obtained early after the introduction of DV1 to Brazil.
We selected this strain due to the availability of animal-adapted
derivatives (Duarte dos Santos et al., 2000) and the fact that
DV1-BR/90 provides a useful starting point for comparisons to
strains of DV1 that have evolved in Brazil since the introduction
of DV1 to South America (Duarte dos Santos et al., 2002).
Thus, this cDNA will be useful for understanding the
involvement of animal-adapted and naturally evolved mutations
in DV1 replication, transmission and pathogenesis.
The DV NS1 protein contains two N-l inked glycosylation
sites and 12 conserved C residues that have been shown to form
6 disulfides (Wallis et al., 2004). NS1 is se creted from
mammalian, but not mosquito cells (Mason, 1989) and exists
as a heat-labi le homodimer (Winkler et al., 1988). Alteration of
selected C residues, or the N residues that are glycosylated
during NS1 processing, results in the loss of dimerization and
secretion of the NS1 protein, suggesting that dimerization is
necessary for NS1 secretion (Pryor and Wright, 1993 ).
However, cells infected with a Kunjin virus with a defect in
NS1 dimer formation were able to secrete NS1, and the virus
could replicate, suggesting that dimerization of NS1 is not an
absolute requirement for NS1 secretion as well as NS1 function
(Hall et al., 1999). Although a specific function of extra cellular
forms NS1 has not yet been demonstrated, NS1 has been shown
to be important for replication of YFV. Specifically, mutations
at the first or both N-linked glycosylation sites of YFV NS1 led
to dramatic defects in RNA replication and virus production
(Muylaert et al., 1996). Furthermore, a single amino acid
substitution at position 299 in the YFV NS1 protein resulted in a
defective for RNA accumulation and delayed viral production
in a ts manner (Muylaert et al., 1997). Finally, trans-
complementation studies revealed that NS1 has an important
function at a very early stage in RNA replication (Lindenbach
and Rice, 1997).
Our ts NS1 mutant virus, DV1flcNS1*, encodes an
additional C residue between the naturally occurring C residues
number 6 and 7. At the permissive temperature (30 °C), this
virus is indistinguishable from the WT virus (DV1flc) in terms
of grow th and infecti ous focus for mati on. In additi on,
DV1flcNS1* appears to infect and uncoat with equal efficiency
as the WT virus. However, DV1flcNS1* is retarded with respec t
to virion production at 37 °C. By using a subgenomic replicon
encoding an Rluc reporter gene, we were able to demonstrate
that the ts defect due to the additional C residue was manifest at
the level of reduced RNA replication.
Examination of the processing of NS1* at the non-
permissive temperature showed no obvious differences relative
to WT NS1. Since the alteration in NS1* resulted in the
substitution of a n extra C residue for a Y residue, we
specifically tested to see if this alteration was associated with
changes in dimerization, secretion or misfolding, which could
accompany the addition of an unnatural C, resulting in impaired
disulfide bond formation. However, we were unable to detect
any difference in synthesis, secretion or dimerization of NS1*
when the ts mutant virus was grown at the non-permissive
temperature (37 °C). These results suggest that the Y residue at
position 247 in NS1, which is highly conserved in all DV1
examined (Table 1), might be important for function of NS1.
Interestingly, a P to L substitution at residue 250 in Kunjin virus
NS1 also produced a mutant virus with delayed replication (Hall
et al., 1999), and an R to A mutation at residue 299 in YFV NS1
was also responsible for a ts RNA synthesis phenot ype
(Muylaert et al., 1997), indicating that this C-terminal region
of NS1 plays a critical role in RNA replication for multiple
flaviviruses.
The NS1* mutation resulted in a significant delay in virus
production at the non-permissive temperature during firs t 5 days
of DV1flcNS1* infection in Vero cells, consistent with a role for
NS1 in the early phases of viral RNA replication. However,
DV1flcNS1* titers were indistinguishable from DV1flc titers at
9 days post-infection, suggesting that later stages of virus
380 R. Suzuki et al. / Virology 362 (2007) 374383
replication were less affected by this mutation. Interestingly, the
ts mutation in NS1* appeared to be relatively stable since we
were unable to detect revertants following attempts to grow the
virus at 37 °C.
The mutation that we detect ed in DV1flcNS1* reduces virus
yield at 37 °C, suggesting that it could attenuate viremia in vivo,
a property that is correlated with disease severity in man
(Murgue et al., 2000; Vaughn et al., 2000). Thus, our NS1*
mutation (or alternative mutations in the C-terminal region of
NS1) might be a useful additions to live-attenuated vaccine
candidates for dengue.
In summary, our work on an infectious cDNA system for
DV1 has demonstrated the advantage of the BAC plasmid over
a widely utilized low-copy plasmid and has identified a novel ts
mutation in NS1 that has been used to demonstrate a role for
NS1 in DV RNA synthesis.
Materials and methods
Plasmids, viruses and cell lines
A low-copy plasmid, design ated pACDV1poly, was derived
from pACNR (Ruggli et al., 1996) by adding a custom
polylinker containing NotI, BspTI, BspEI, NgoMIV, PshAI,
PmlI and XhoI res triction end onuclease sites to facilitate
cloning of DV1 cDNA fragments. A BAC plasmid designated
pBACDV1poly was derived from pBeloBAC11 (a BAC
plasmid containing the Ori2 origin of replication and F (fertility)
factor of E. coli (Shizuya et al., 1992); obtained from I. Frolov)
by removal of a no n-essential NotI fragment and substitution of
a directional polylinker containing a NotI, BamHI, XhoI and
SwaI restriction endonuclease sites to facilitate directional
insertion of DV1 cDNAs fragments cloned into low-copy
plasmids.
DV1-BR/90, a Brazilian DV1 strain isolated from an adult
male with DF in Rio de Janeiro, RJ, Brazil, in 1990 has been
previously described (Despres et al., 1993; Nogueira et al.,
1993). This isolate was obtained from P. Despres (Interactions
Moleculaires Flavi virus-Hôtes, Institut Pasteur, 25 rue du Dr.
Roux, 75724, Paris, cedex 15, France) and then was passaged
an additional 4 times in C6/36 cells, prior to use. Virus stocks
were maintained at 80 °C.
BHK cells were maintained at 37 °C in minimal e ssential
medium (MEMInvitrogen) supplemented with 10% fetal
bovine serum (FBSGemini) and antibiotics. Vero cells were
maintained at 37 °C in MEM containing 6% FBS and
antibiotics. C7/10 and C6/36 mosquito cell lines were
maintained at 30 °C in Leibovitz's L15 medium (Invitrogen)
supplemented with 10% FBS, 10% tryptose phosphate broth
(Sigma) and antibiotics.
cDNA synthesis, amplification and cloning
Total cellular RNA was extracted from BR/90-infected C6/
36 cells using RNAqueous (Ambion). DV1 RNA present in this
preparation was reverse-transcribed using random hex oligo-
nucleotide primers and Improm-II reverse transcriptase (Pro-
mega). Fragments of DV1-BR/90 cDNA were amplified by the
polymerase chain reaction (PCR) using specific oligonucleotide
primers (see Fig. 1) and a high-fidelity Taq polymerase (Sigma).
The resul ting double -stranded cDNA fragments were resolved
by gel electrophoresis, p urified by stand ard methods (Qiagen),
digested with restriction endonucleases and cloned into
pACDV1poly (see Fig. 1). The oligonucleotide used to amplify
the 5UTR included a T7 promoter recognition site and an
additional G preceding the first base of the viral genome. In
addition, a synthetic anti sense oligonucleotide was used to add a
BspTI site at codons 3031 of the C-coding region (following
the cyclization sequence), and a sense oligonucleotide was
designed that added the same site preceding the final
transmembrane domain of the E protein coding sequence to
permit the ligation of C to NS1, permitting the construction of a
subgenomic replicon (Fig. 1). Finally, two alternative strategies
were designed to create synthetic run-off transcripts that
contained a 3 terminus identical to the viral RNA. The first
consisted the introduct ion of a type IIS restriction endonuclease
site (SapI) downstream of the 3 end of the cDNA by using an
antisense oligo containing an XhoI site and the SapI site fused
to the comp le me n t of t he 3 end of the DV1 genome
(CCGCTCGAGGCTCTTCGAGAACCTGTTGATTCAA-
CAGC). The second strategy consisted of using oligonucleo-
tides to fuse a hepatitis delta virus ribozyme (HDV-RZ)/
bacteriophage T7 terminator fragment (Mason et al., 2002) to
the 3 end of the cDNA using an overlap PCR construction
strategy (Higuchi et al., 1988). PCR-generated cDNA fragments
were individually inserted into pACDV1poly (in some cases by
a multiple step-wise addition process recreating the natural
junctions) and the resulting molecularly cloned plasmids were
isolated by standard techniques and sequences were checked by
automatic nucleotide sequencing and compared to the sequence
of PCR amplicons obtained from mosquito cells infected with
DV1-BR/90 and the original DV1-BR/90 sequence deposited
with GenBank (AF226685). Fragments were assembled into
genome-length cDNAs in the pACDV1poly and pBACDV1-
poly by standard methods (see Fig. 1).
To construct subgenomic DV1 replicons expressing a
humanized Rluc reporter, overlap PCR (Higuchi et al., 1988)
was used to fuse an EMCV IRES to a humanized Rluc gene
derived from pGL4.73 (Promega), and this cassette was inserted
into the variable region of the 3-UTR (in place of bases 447 to
279 from the last base in the DV1 genome in pBACDV1rep
and related plasmids (see Fig. 1)).
RNA synthesis using in vitro transcription reactions
Plasmids were purified by centrifugation in CsCl gradients
using standard methods. Plasmids were prepared for run-off
transcription by digestion with SapI restriction endonucleases
or SwaI (in the case of HDV-RZ-encoding plasmids), and the
resulting template DNAs were in vitro transcribed using
MegaScript T7 synthesis kit (Ambion) supplemented with a
7mG(ppp)G c ap analo gue (NEB) . This 7mG( ppG) cap
analogue was added to permit efficient cappin g of this synthetic
transcript, which was designed to encode an unnatural G in front
381R. Suzuki et al. / Virology 362 (2007) 374383
of the normal DV A residue in order to facilitate high level
synthesis with phage T7 polymerase (which produces much
higher levels of RNA from transcripts beginning with a G). The
yield and integrity of transcripts wer e ana lyzed by gel
electrophoresis under nondenaturing condition, and aliquots
of transcription reactions were used for transfection without
additional purification.
RNA transfection
RNA was transfected into BHK or C7/10 monolay ers using
Lipofectin (Invitrogen) by a slight modification of the
manufacturer's suggested protocol. Three hours after transfec-
tion, the RNA/Lipofectin/media was removed from the cell
layer and the cells were re-fed with growth media and incubated
at 30 or 37 °C, as required. BHK or C7/10 cells were
electroporated with T7 transcription reactions as previously
described (Rossi et al., 2005).
Detection of DV-antigen in transfected cells by
immunohistochemical staining
DV1 antigen expressing cells were labeled by a modification
of previously described methods (Rossi et al., 2005). Briefly,
cell monolayers were rinsed with PBS, fixed in co ld acetone/
methanol (1:1), air-dried, rehydrated with PBS containing 1%
normal horse serum (NHS; Sigma) and incubated with DV-
specific antibodies (polyclonal hyperimmune murine ascitic
fluid (HIMAF) from DV1-infected mice (supplied by R.B.
Tesh), an E-specific monoclonal antibody (MAb) D1-4G2
(Gentry et al., 1982) (supplied by R.B. Tesh) or the NS1-
specific MAb D2-7E11 (Mason et al., 1990) (provided by J.R.
Putnak, WRAIIR, Washington DC)) followed by a peroxidase-
conjugated anti-mouse secondary anti body (KPL), an d perox-
idase-labeled cells were stained with the VIP substrate (Vector
Laboratories).
Western blot analysis
Proteins present in cell culture fluid or obtained from triton-
lysed monolayers (lysed in 0.1% triton X-100, 300 mM NaCl,
50 mM Tris, pH 7.6) of infected cells were resolved by SDS-
PAGE (NuPAG E; Invitrogen) and then electrophoretically
transferred to polyvinylidene difluoride membranes (Immobi-
lon). After blocking, these membranes were probed with MAb
D2-7E11 (anti-NS1) and then washed and incubated with a
peroxidase-conjugated anti-mouse antibody (KPL). The deco-
rated NS1 proteins were then detected with the ECL Plus
Western Blotting Detection System (GE Healthcare) and the
image was captur ed on X-ray film.
Viral titrations and growth curves
Cell monolayers prepared in multi-well plates were incubat-
ed with dilutions of virus and then overlaid with growth media
(in some cases co ntaining 0.8% carboxymethyl cellulose
(CMC; Sigma, medium viscosity)) and incubated for the
indicated times and then fixed and immunostained as described
above, and foci were counted a nd used to calculate a titer of ffu/
ml. For grow th curves, Vero cells were infected and then
incubated at the indicated temperature and at selected intervals
the media was removed for storage at 80 °C (for subsequent
titration) and replaced with fresh media.
Renilla luciferase assay
Monolayers of BHK cells electroporated with Rluc-expres-
sing plasmids were lysed by addition of Reporter Lysis Buffer
(Promega), and the lysates were stored at 20 °C for
subsequent assay. Prior to assay, the extracts were thawed
and clarified to remove insoluble debris, and a portion of each
extract was mixed with 5 volumes of an Rluc reaction buffer
(100 mM EDTA, 50 mM Tris, pH 8.0, containing 5 μg/ml
Coelenterazine; Nanolight technology) in black-walled 96-well
microtitration plates. Following a 1 min incubation period,
luminescence was determined using a Microplate Luminometer
(Applied Biosystems).
Acknowledgments
We thank Dr. J.R. Putnak, WRAIIR, Washington, DC for
providing the anti-NS1 MAb, and Dr. R.B. Tesh of UTMB for
providing the polyclonal anti-DV1 HIMAF, and hybridoma
cells producing the E-specific Mab, D1-4G2, and I. Frolov for
supplying pBeloBAC11. We also thank I. Frolov and D.
Beasley for helpful discu ssion and suggestions. This work was
supported by a grant from NIAID to PWM through the Western
Regional Center of Excellence for Biodefense and Emerging
Infectious Disease Research (NIH grant number U54
AI057156). We also acknowledge Fundacao Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ) and Conselho de Desenvolvimento Cientifico e
Tecnologico (CNPq, Brazil) for their support.
Appendix A. Supplementary data
Supplementary data associated with this article can be found,
in the online version, at doi:10.1016/j.virol.2006.11.026.
References
Burke, D.S., Monath, T.P., 2001. Flaviviruses, Fourth ed. In: Roizman, B.
(Ed.), Fields Virology, vol. 1. Lippincott Williams and Wilkins, Philadelphia,
pp. 10431125.
Despres, P., Frenkiel, M.P., Deubel, V., 1993. Differences between cell
membrane fusion activities of two dengue type-1 isolates reflect modifica-
tions of viral structure. Virology 196, 209219.
Duarte dos Santos, C.N., Frenkiel, M.P., Courageot, M.P., Rocha, C.F.S.,
Vazeille, F.M.C., Wien, M.W., Rey, F.A., Deubel, V., Despres, P., 2000.
Determinants in the envelope E protein and viral RNA helicase NS3 that
influence the induction of apoptosis in response to infection with dengue
type 1 virus. Virology 274, 292308.
Duarte dos Santos, C.N., Rocha, C.F., Cordeiro, M., Fragoso, S.P., Rey, F.,
Deubel, V., Despres, P., 2002. Genome analysis of dengue type-1 virus
isolated between 1990 and 2001 in Brazil reveals a remarkable conservation
of the structural proteins but amino acid differences in the non-structural
proteins. Virus Res. 90, 197205.
382 R. Suzuki et al. / Virology 362 (2007) 374383
Gentry, M.K., Henchal, E.A., McCown, J.M., Brandt, W.E., Dalrymple, J.M.,
1982. Identification of distinct antigenic determinants on dengue-2 virus
using monoclonal antibodies. Am. J. Trop. Med. Hyg. 31, 548555.
Gualano, R.C., Pryor, M.J., Cauchi, M.R., Wright, P.J., Davidson, A.D., 1998.
Identification of a major determinant of mouse neurovirulence of dengue
virus type 2 using stably cloned genomic-length cDNA. J. Gen. Virol. 79,
437446.
Hall, R.A., Khromykh, A.A., Mackenzie, J.M., Scherret, J.H., Khromykh, T.I.,
Mackenzie, J.S., 1999. Loss of dimerisation of the nonstructural protein NS1
of kunjin virus delays viral replication and reduces virulence in mice, but
still allows secretion of NS1. Virology 264, 6675.
Higuchi, R., Krummel, B., Saiki, R.K., 1988. A general method of in vitro
preparation and specific mutagenesis of DNA fragments: study of protein
and DNA interactions. Nucleic Acids Res. 16, 73517367.
Kurane, I., Ennis, F.A., 1997. Immunopathogenesis of dengue virus infections.
In: Gubler, D.J., Kuno, G. (Eds.), Dengue and Dengue Hemorrhagic Fever.
CABI Publishing, Oxon, UK, pp. 273290.
Lai, C.J., Zhao, B.T., Hori, H., Bray, M., 1991. Infectious RNA transcribed from
stably cloned full-length cDNA of dengue type 4 virus. Proc. Natl. Acad.
Sci. U.S.A. 88, 51395143.
Lindenbach, B.D., Rice, C.M., 1997. trans-Complementation of yellow fever
virus NS1 reveals a role in early RNA replication. J. Virol. 71, 96089617.
Lindenbach, B.D., Rice, C.M., 2001. Flaviviridae: the viruses and their
replication, Fourth ed. In: Knipe, D.M., Howley, P.M., Griffin, D.G., Lamb,
R.A., Martin, M.A., Roizman, B. (Eds.), Fields Virology, vol. 1. Lippincott
Williams and Wilkins, Philadelphia, pp. 9911041.
Lorenz, I.C., Allison, S.L., Heinz, F.X., Helenius, A., 2002. Folding and
dimerization of tick-borne encephalitis virus envelope proteins prM and E in
the endoplasmic reticulum. J. Virol. 76, 54805491.
Mackenzie, J.M., Jones, M.K., Young, P.R., 1996. Immunolocalization of the
dengue virus nonstructural glycoprotein NS1 suggests a role in viral RNA
replication. Virology 220, 232240.
Mason, P.W., 1989. Maturation of Japanese encephalitis virus glycoproteins
produced by infected mammalian and mosquito cells. Virology 169,
354364.
Mason, P.W., Zugel, M.U., Semproni, A.R., Fournier, M.J., Mason, T.L., 1990.
The antigenic structure of dengue type 1 virus envelope and NS1 proteins
expressed in Escherichia coli. J. Gen. Virol. 71, 21072114.
Mason, P.W., Bezborodova, S.V., Henry, T.M., 2002. Identification and
characterization of a cis-acting replication element (cre) adjacent to the
internal ribosome entry site of foot-and-mouth disease virus. J. Virol. 76,
96869694.
Murgue, B., Roche, C., Chungue, E., Deparis, X., 2000. Prospective study of the
duration and magnitude of viraemia in children hospitalised during the
19961997 dengue-2 outbreak in French Polynesia. J. Med. Virol. 60,
432438.
Muylaert, I.R., Chambers, T.J., Galler, R., Rice, C.M., 1996. Mutagenesis of the
N-linked glycosylation sites of the yellow fever virus NS1 protein: effects on
virus replication and mouse neurovirulence. Virology 222, 159168.
Muylaert, I.R., Galler, R., Rice, C.M., 1997. Genetic analysis of the yellow fever
virus NS1 protein: identification of a temperature-sensitive mutation which
blocks RNA accumulation. J. Virol. 71, 291298.
Nogueira, R.M., Miagostovich, M.P., Lampe, E., Souza, R.W., Zagne, S.M.,
Schatzmayr, H.G., 1993. Dengue epidemic in the stage of Rio de Janeiro,
Brazil, 19901: co-circulation of dengue 1 and dengue 2 serotypes.
Epidemiol. Infect. 111, 163170.
Pierro, D.J., Salazar, M.I., Beaty, B.J., Olson, K.E., 2006. Infectious clone
construction of dengue virus type 2, strain Jamaican 1409, and
characterization of a conditional E6 mutation. J. Gen. Virol. 87, 22632268.
Polo, S., Ketner, G., Levis, R., Falgout, B., 1997. Infectious RNA transcripts
from full-length dengue virus type 2 cDNA clones made in yeast. J. Virol.
71, 53665374.
Pryor, M.J., Wright, P.J., 1993. The effects of site-directed mutagenesis on the
dimerization and secretion of the NS1 protein specified by dengue virus.
Virology 194, 769
780.
Rice, C.M., Grakoui, A., Galler, R., Chambers, T.J., 1989. Transcription of
infectious yellow fever RNA from full-length cDNA templates produced by
in vitro ligation. New Biol. 1, 285296.
Rossi, S.L., Zhao, Q., O'Donnell V, K., Mason, P.W., 2005. Adaptation of West
Nile virus replicons to cells in culture and use of replicon-bearing cells to
probe antiviral action. Virology 331, 457470.
Ruggli, N., Tratschin, J.D., Mittelholzer, C., Hofmann, M.A., 1996. Nucleotide
sequence of classical swine fever virus strain Alfort/187 and transcription of
infectious RNA from stably cloned full-length cDNA. J. Virol. 70,
34783487.
Shizuya, H., Birren, B., Kim, U.J., Mancino, V., Slepak, T., Tachiiri, Y., Simon,
M., 1992. Cloning and stable maintenance of 300-kilobase-pair fragments of
human DNA in Escherichia coli using an F-factor-based vector. Proc. Natl.
Acad. Sci. U.S.A. 89, 87948797.
van der Most, R.G., Corver, J., Strauss, J.H., 1999. Mutagenesis of the RGD
motif in the yellow fever virus 17D envelope protein. Virology 265, 8395.
Vaughn, D.W., Green, S., Kalayanarooj, S., Innis, B.L., Nimmannitya, S.,
Suntayakorn, S., Endy, T.P., Raengsakulrach, B., Rothman, A.L., Ennis, F.
A., Nisalak, A., 2000. Dengue viremia titer, antibody response pattern, and
virus serotype correlate with disease severity. J. Infect. Dis. 181, 29.
Wallis, T.P., Huang, C.Y., Nimkar, S.B., Young, P.R., Gorman, J.J., 2004.
Determination of the disulfide bond arrangement of dengue virus NS1
protein. J. Biol. Chem. 279, 2072920741.
Westaway, E.G., Mackenzie, J.M., Kenney, M.T., Jones, M.K., Khromykh, A.
A., 1997. Ultrastructure of Kunjin virus-infected cells: colocalization of NS1
and NS3 with double-stranded RNA, and of NS2B with NS3, in virus-
induced membrane structures. J. Virol. 71, 66506661.
Winkler, G., Randolph, V.B., Cleaves, G.R., Ryan, T.E., Stollar, V., 1988.
Evidence that the mature form of the flavivirus nonstructural protein NS1 is
a dimer. Virology 162, 187196.
Yun, S.I., Kim, S.Y., Rice, C.M., Lee, Y.M., 2003. Development and application
of a reverse genetics system for Japanese encephalitis virus. J. Virol. 77,
64506465.
383R. Suzuki et al. / Virology 362 (2007) 374383
483Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 103(5): 483-488, August 2008
online | memorias.ioc.fiocruz.br
Evidence for the co-circulation of dengue virus type 3 genotypes III and
V in the Northern region of Brazil during the 2002-2004 epidemics
Meri Bordignon Nogueira/
1
/
2
, Vanessa Stella, Juliano Bordignon, Weber Cheli Batista
3
,
Luana de Borba, Luis Hildebrando Pereira da Silva
3
, Federico Guillermo Hoffmann,
Christian Macagnan Probst, Claudia Nunes Duarte dos Santos/
+
Instituto Carlos Chagas-Fiocruz, Rua Prof. Algacyr Munhoz Maeder 3.775, Cidade Industrial, 81350-010 Curitiba, PR, Brasil
1
Departa-
mento de Patologia Médica
2
Laboratório de Virologia, Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Parará, Curitiba, PR, Brasil
3
Unidade
de Virologia, Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais, Porto Velho, RO, Brasil
The reintroduction of dengue virus type 3 (DENV-3) in Brazil in 2000 and its subsequent spread throughout the
country was associated with genotype III viruses, the only DENV-3 genotype isolated in Brazil prior to 2002. We report
here the co-circulation of two different DENV-3 genotypes in patients living in the Northern region of Brazil during the
2002-2004 epidemics. Complete genomic sequences of viral RNA were determined from these epidemics, and viruses
belonging to genotypes V (Southeast Asia/South Pacific) and III were identified. This recent co-circulation of different
DENV-3 genotypes in South America may have implications for pathological and epidemiological dynamics.
Key words: dengue virus type 3 - genotype III and V - co-circulation - phylogenetic analysis - Amazon
Dengue is an emerging infectious disease affecting
almost 50 million people in tropical and subtropical re-
gions of the world. Dengue fever (DF) and dengue hem-
orrhagic fever (DHF) are caused by four closely related,
but antigenically different dengue virus serotypes 1-4
(DENV-1-4) (Gubler & Clark 1995). Since the introduc-
tion of the DENV into Brazil in 1986, more than four
million cases of dengue have been reported (Cordeiro et
al. 2007), and the incidence of severe clinical symptoms
has increased. No vaccine or specific therapeutic antivi-
ral measures are available.
Several studies have suggested that individuals ex-
periencing a second dengue infection with a heterolo-
gous serotype are at greater risk for developing DHF or
dengue shock syndrome (DSS) (Cummings et al. 2005,
Halstead et al. 2005). However, DHF and DSS are also
observed in primary cases, and not all secondary infec-
tions correspond to severe forms of the disease. Studies
based on molecular epidemiology have provided evi-
dence that differences in virulence between viral strains
could play a role in the severity of the disease (Mangada
& Igarashi 1998, Rico-Hesse 2003).
Major dengue virus epidemics occurred in Brazil in
1986 and 1990, due to the introduction of DENV-1 and
-2, respectively, and the subsequent spread of these se-
rotypes throughout the country. DENV-3 reappeared in
1994 in Central America (Nicaragua and Panama) after
17 years of absence, and later spread to Mexico and the
Caribbean (CDC 1995, Guzman et al. 1996, Usuku et
al. 2001). In 2000, the presence of this serotype was re-
Financial support: Fiocruz, CNPq (proc. 410593/2006-0), Fundão
Araucária (proc. 5-1-8892), CYTED/RIVE network
+ Corresponding author: clsantos@tecpar.br; clsantos@fiocruz.br
Received 11 March 2008
Accepted 4 July 2008
ported in two countries in South America: Brazil and
Venezuela (Nogueira et al. 2001, Uzcategui et al. 2003).
DENV-3 was initially isolated in December 2000 in
the state of Rio de Janeiro (RJ), in Southeastern Brazil
(Nogueira et al. 2005). The virus has since been detected
in almost all Brazilian states, establishing conditions of
hyperendemicity with serotypes 1, 2 and 3. DENV-3 gen-
otype III (Sri Lanka/India) was identified in all affected
states during the epidemics of 2001 to 2004, and caused
the one of most severe epidemic with the largest number of
reported cases, greatest severity of clinical manifestations
in primary infections in particular, and the largest num-
ber of confirmed deaths (Nogueira et al. 2005). In 2002,
Brazil contained almost 80% of the one million cases of
dengue infection in the Americas, with almost 800,000
dengue cases and 150 deaths attributed to DENV-3 (www.
saude.gov.br). Recently, Figueiredo et al. (2008) reported
the circulation of DENV-3 genotype I in Minas Gerais.
In the Amazonian state of Rondônia (RO), located in
the Northern region of Brazil, the first confirmed cases of
dengue dated from 1997, and the first outbreak occurred in
2000, with 2,759 cases (http://portal.saude.gov.br/portal/
arquivos/pdf/taxa_incidencia_dengue2007.pdf). DENV-1
was isolated in 2001 in Porto Velho (the largest city in the
state). In 2002, following the introduction of DENV-3, the
state experienced an epidemic, in which unusual clinical
symptoms, such as meningoencephalitis, were observed
(Nogueira et al. 2005, WC Batista, unpublished observa-
tions). Given the high incidence of severe clinical symp-
toms related to primary DENV infections observed in the
2002 epidemic, we decided to characterize the genome
of the virus circulating in the Northern region of Brazil
and determine its phylogenetic relationship with other
DENV-3 strains. Identification of the circulating DENV
genotypes is important, as it has been demonstrated that
some strains are more frequently associated with severe
disease than others (Leitmeyer et al. 1999, Pandey & Iga-
rashi 2000, Rico-Hesse 2003).
'HQJXHYLUXVW\SHJHQRW\SHVLQ1RUWKHUQ%UD]LO0HUL%1RJXHLUDHWDO
484
PATIENTS, MATERIALS AND METHODS
Clinical samples and viruses - A serum sample from
a dengue positive patient who had traveled to an area of
epidemic dengue in RJ in Southeastern Brazil, and eight
serum samples from patients living in Acre (AC) and RO
in Northern Brazil (Table I, Fig. 1) were kindly provided
by LACEN, Curitiba and IPEPATRO, Porto Velho, respec-
tively. All patients were diagnosed with DF. These samples
were used for the characterization of DENV genomes.
RNA extraction and RT-PCR - Viral RNA was isolat-
HGIURPȝORISDWLHQWVHUXPVDPSOHVWDNHQGXULQJWKH
DFXWHSKDVHRIWKHGLVHDVHDQGRUIURPȝORISXULILHG
virus prepared from cell culture supernatants after three
passages in C6/36 cells, as described elsewhere (Duarte
dos Santos et al. 2002). The QIAamp Viral RNA Mini Kit
(Qiagen, Valencia, USA) was used, following the manu-
facturer’s instructions. Complete genomes were amplified
E\PHDQVRIRYHUODSSLQJ573&5SURGXFWVXVLQJȝORI
RNA and random primers (Invitrogen, Carlsbad, USA)
and Improm II Reverse Transcriptase (Promega, Madi-
VRQ86$IRUKDW&ȝORIF'1$ZHUHXVHGIRU
the amplification reaction with the High Fidelity Triple-
Master® PCR System (Eppendorf, Hamburg, Germany)
and specific primers, according to the protocols supplied
with the kit. Briefly, the thermocycling conditions con-
sisted of 94ºC/3 min, followed by 35 cycles of 94ºC/30 s,
55-58ºC/30 s and 68ºC/3 min.
Sequencing strategy, multiple sequence alignment
and phylogenetic analysis - The amplicons were di-
rectly sequenced using a Thermo Sequenase kit (USB
Inc, Ohio, USA) on an ABI3100 device, with the Big-
Dye7 Terminator method (Applied Biosystems, War-
rington, UK). Nucleotide sequences were analyzed with
a Phred/Phrap/Consed package (www.phrap.org). Se-
quences were obtained from the 5’ and 3UTR of the BR
DEN3/290-02, BR DEN3/95-04, BR DEN3/97-04, BR
DEN3/98-04, BR DEN3/RO1-02 and BR DEN3/RO2-02
samples after uncapping and RNA ligation, as described
elsewhere (Duarte dos Santos et al. 2000). Primer se-
quences are available upon request.
Sequence analyses - For phylogenetic and compara-
tive purposes, we assembled a representative panel of
complete DENV-3 genome sequences from GenBank
(supplementary data). All sequences were aligned using
CLUSTALW (Thompson et al. 1994). Phylogenies were
estimated in a Maximum likelihood framework using
Treefinder (version April, Jobb et al. 2004). We selected
the best-fit model of nucleotide substitution based on the
TABLE I
Patient code, GeneBank accession number, origin, data, nucleotide sequence and genotype
DENV-3
Patient GeneBank State of origin/city Month/year Genome sequence/nt Genotype
BR DEN3/290-02 EF629369 RJ/Rio de Janeiro 01/2002 Complete/10707 III
BR DEN3/95-04 EF629366 AC/Rio Branco 11/200 4 Complete/10707 III
BR DEN3/97-04 EF629367 AC/Rio Branco 11/200 4 Complete/10707 III
BR DEN3/98-04 EF629368 AC/Rio Branco 11/200 4 Complete/10707 III
BR DEN3/RO1-02 EF629370 RO/Porto Velho 11/20 02 Complete/10696 V
BR DEN3/RO2-02 EF629373 RO/Porto Velho 03/2002 Partial/10324 V
BR DEN3/RO3-02 1810-3470 (EF629375) RO/Porto Velho 02/2002 Partial/7070
a
V
4300-5500 (EF629374)
6010-10220(EF629376)
BR DEN3/RO4-02 EF629371 RO/Porto Velho 08/2002 Partial/367
b
V
BR DEN3/RO5-02 EF629372 RO/Porto Velho 11/20 02 Partial/227
b
V
a: 1810-3470 (genes E and NS1), 4300-5500 (genes NS2B and NS3), 6010-10220 (genes NS3, NS4A, NS4B and NS5); b: gene C;
AC: Acre; RJ: Rio de Janeiro; RO: Rondônia.
Fig. 1: map of Brazil, showing the areas from which DENV-3 viruses
were isolated ( ) and the borders of the countries of South America.
*
485
Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 103(5), August 2008
Bayesian Information Criterion using the Model Propos-
al routine from Treefinder. Support for the nodes was
evaluated by running 500 bootstrap pseudoreplicates.
The likelihood scores of competing hypotheses were
obtained using the Shimodaira-Hasegawa (SH) topology
test (Shimodaira & Hasegawa 1999), as implemented in
Treefinder (Jobb et al. 2004).
RESULTS
In order to characterize the DENV strains circu-
lating in Brazil and determine their relationships with
other DENV strains, we examined clinical samples from
RO (epidemic in 2002) and AC (epidemic in 2004), and
from RJ (epidemic in 2002), located in the Northern and
Southeastern regions of Brazil, respectively. Nine DENV
isolated from human samples collected in these three
different geographical areas of Brazil were sequenced
after three passages in C6/36 cells. Complete genome se-
quences were determined for five of these viral isolates:
BR DEN3/290-02, BR DEN3/95-04, BR DEN3/97-04,
BR DEN3/98-04 (alignment of 10707 nt) and BR DEN3/
RO1-02 (alignment of 10696 nt). In addition, an almost
complete genome sequence of the BR DEN3/RO2-02
virus (starting at position 378 and ending at position
10696), as well as three fragments covering ~70% of
the genome from the BR DEN3/RO3-02 strain (corre-
sponding to positions 1810-3470, 4300-5500 and 6010-
10220) were determined. The BR DEN3/RO1-02 and BR
DEN3/RO2-02 sequences had an 11 bp deletion in the
3´UTR. We also determined partial genomic sequences
from viral RNA extracted directly from the plasma of
two Rondônian patients (BR DEN3/RO5-02, from nt
135 to 361 and BR DEN3/RO4-02, from nt 132 to 498
of DENV-3 RNA). Both samples were identified as be-
longing to genotype V. We compared complete genomic
sequences between five dengue viruses and 7070 nt
between seven dengue viruses (due mainly to the frag-
mentation of BR DEN3/RO3-02). Their nucleotide and
amino acid similarities are displayed in Table II.
Comparisons of complete genome nucleotide se-
quences showed that BR DEN3/290-02 was most similar
to BR74886/02 (99.6% identity, AY679147), which was
isolated from the liver of a patient who died from the dis-
ease in RJ (Miagostovich et al. 2002, 2006). BR DEN3/
RO1-02 was found to be closely related to 80-2 (99.7%
identity, AF317645), a virus from a DF patient isolated in
1980 in China. As can be seen in Fig. 2, the samples from
RO formed a separate cluster, which was closely related
to the DENV-3 H-87 (M93130), D3-73NIID (AB111085)
and 80-2 (AF317645) isolates, which belong to genotype
V (Southeast Asia/South Pacific), and are clearly different
from those from AC and RJ isolates, which clustered with
genotype III (Sri Lanka/India, AY099336). This finding
is remarkable, as the three genotype V viruses were iso-
lated in Asia in 1956, 1973 and 1980, respectively.
Brazilian DENV-3 isolates grouped into two separate
clides: all samples isolated from Acre grouped with an iso-
late from RJ, whereas all samples isolated from RO were
clustered in a separate clade (Fig. 2). Bootstrap support for
nodes separating the two groups of Brazilian samples was
strong (Fig. 2), and a tree where all sequences from Brazil
were clustered in a single group providing significantly
worse fit to the data (SH test p < 0.001).
DISCUSSION
A displacement of serotypes 1 and 2 of DENV was
documented in Brazil after the introduction of a highly
virulent genotype of DENV-3 (genotype III, Sri Lanka/
India) in 2002 (Nogueira et al. 2005). The rapid spread
of DENV-3 caused severe epidemics in almost all Bra-
zilian regions in the three years following its introduc-
tion (Nogueira et al. 2005, De Simone et al. 2004). The
Northern region of Brazil suffered DENV-3 epidemics
between 2002 and 2004. Different clinical profiles were
observed during this epidemic period, with DHF/DSS
and encephalitis cases identified in RO, whereas only DF
was observed in AC. During the DENV-3 epidemic in RO
in 2002, several atypical encephalitis cases were observed
in patients testing positive serologically for dengue, but
it was not possible to isolate virus from those patients. It
remains unclear whether that clinical pattern was exclu-
sively related to DENV-3, or was the result of co-infection
with other viruses, such as the SLE or Rocio viruses (Roc-
co et al. 2005, Mondini et al. 2007). However, we cannot
exclude the possibility that the observed unusual clinical
presentations were exclusively due to the DENV infec-
tions, taking into account the results of Domingues et al.
(2008) which showed that 21.2% of patients with dengue
infection exhibited involvement of the central nervous
system. In AC, DENV-3 was first isolated in 2004 and no
severe case was observed at that time (Brazilian Ministry
of Health, SVS, www.saude.gov.br).
We compared viral genomes amplified directly from
serum samples or from insect cells infected with viruses
TABLE II
Nucleotide (bottom) and amino acid (top) similarity between brazilian dengue virus type 3 (BR DEN3) isolates
described in this paper
DEN3/95-04 DEN3/98-04 DEN3/290-02 DEN3/97-04 DEN3/RO2-02 DEN3/RO1-02 DEN3/RO3-02
DEN3/95-04 99.9 99.9 99.6 98.1 98.1 98.1
DEN3/98-04 99.9 99.8 99.6 98.1 98.1 98.1
DEN3/290-02 99.6 99.6 99.7 98.1 98.1 98.1
DEN3/97-04 99.4 99.4 99.5 97.9 97.9 97.9
DEN3/RO2-02 94.5 94.5 94.5 94.4 100.0 100.0
DEN3/RO1-02 94.5 94.5 94.5 94.4 100.0 100.0
DEN3/RO3-02 94.5 94.5 94.5 94.4 100.0 100.0
'HQJXHYLUXVW\SHJHQRW\SHVLQ1RUWKHUQ%UD]LO0HUL%1RJXHLUDHWDO
486
circulating in Northern Brazil, samples of DENV-3 from
RJ, and those retrieved from databases. It should be em-
phasized that only DENV-3 genotype III was identified
during the 2002 to 2003 epidemic in samples from Porto
Velho (Aquino et al. 2006) and RJ (Nogueira et al. 2005),
and this genotype is the only one to have been implicat-
ed in DENV-3 epidemics in the Americas (Usuku et al.
2001, Messer et al. 2003, Uzcategui et al. 2003, Peyrefitte
et al. 2005, Rigau-Pérez & Laufer 2006, Ocazionez et al.
2006). When samples received from Porto Velho were
used to infect C6/36 cells, they displayed a cytotoxic ef-
fect not seen with other DENV-3 viral isolates (data not
shown). These findings led to the molecular character-
ization of these samples. Viral genome sequences of five
isolates indicated that DENV-3 genotypes III and V co-
circulated during the 2002 epidemic in RO. We analyzed
three samples from AC, all of which were of genotype
III, as well as the isolate from RJ. However, due to the
small number of samples studied, we cannot rule out the
possibility that another genotype was also circulating in
those regions. The virus collection of our institute (ICC-
Fiocruz) does not include DENV-3 strains H87 (M93130,
Osatomi & Sumiyoshi 1990), 80-2 (AF317645), or any
other DENV-3 genotype V strain, and these strains had
never been manipulated in our laboratories. Sample
contamination was therefore highly unlikely. Further-
more, two of the eight samples from RO and seven of
the 12 samples from AC tested negative. Moreover, vi-
ral RNA for BR DEN3/RO4-02 and BR DEN3/RO5-02
was obtained directly from plasma samples. It is worth
mentioning that our data was recently corroborated
by similar findings in Colombia (José Usme Ciro and
Juan Carlos Gallego-Gómez, unpublished observations)
which showed that DENV-3 genotype V had also been
isolated from human cases in Colombia during the 2003-
2005 epidemics.
Aquino et al. (2006) recently demonstrated by phylo-
genetic analysis with partial nucleotide sequences for the
E protein and 3’UTR that Brazilian DENV-3 (particular-
ly from RO) are grouped with samples from Sri Lanka,
Samoa and other American genotype III DENV-3. These
authors also suggested that DENV-3 had been introduced
at least twice into Brazil, once via RJ and the second via
the Caribbean countries. More recently, Figueiredo et al.
(2008) demonstrated the co-circulation of two genotypes
of DENV-3 in Minas Gerais from 2002 to 2004. A larger
number of viral isolates should be analyzed in other Bra-
zilian states and South American countries to identify
the circulating dengue genotypes, and to track the dy-
namics of virus introduction and maintenance in nature.
The DENV-3 genotype classification is a controversial
matter. Wittke et al. (2002) have re-classified the China
Fig. 2: maximum likelihood phylogram describing phylogenetic relationships among the Brazilian DENV-3 isolates and the reference panel
based on the complete genome nucleotide sequences. Brazilian samples are in italics and in bold. Bootstrap values are provided next to the
relevant nodes. GenBank accession numbers of all virus strains included in this analysis are listed in the supplementary data.
487
Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 103(5), August 2008
80-2 strain, formerly classified as genotype I, as geno-
type V based on E gene sequences. Aquino et al. (2006)
have followed this classification. On the other hand,
Figueiredo et al. (2008), using C/prM gene sequences,
classified the same strain as belonging to genotype I. We
decided to adopt the Wittke et al. (2002) classification
as it provided a higher level of genotype discrimination.
Following this, we classified our strains as belonging to
genotypes III (AC) and V (RO). However, we acknowl-
edge that DENV-3 genotype classification is still con-
troversial. Intra-serotype genetic diversity in DENV
vary greatly on a temporal scale, and it has became clear
that individual lineages or entire virus clades frequently
arise, persist for a period of time, and then disappear
(Zhang et al. 2005). Therefore, more precise criteria for
genotype classification of dengue virus are essential to
avoid different nomenclature for similar strains.
The results obtained in this study raise some intrigu-
ing questions: how can a recent clinical viral isolate
from South America display 99.9% identity with a labo-
ratory viral strain (DENV-3 80-2) isolated from a DF
patient in China? Will it be possible to trace the route by
which these viruses entered the Americas? Interestingly,
the DENV-3 genotype V strains H-87 (L11423) isolated
from a human case in the Philippines in 1956, D3-73NI-
ID (AB111085) isolated in 1973 from an imported human
case in Japan, and 80-2 (AF317645) isolated in China
in 1980, also display a remarkably high level of nucle-
otide sequence conservation (over 99%) with each other
and with some of the viruses included in this study. The
most dramatic case of sequence similarity is illustrated
by the three viral isolates from RO; they display 100%
sequence identity with each other. These three cases are
probably linked epidemiologically, but further efforts
are needed to elucidate whether they represent a single
chain of infection.
Further genome characterization of viruses from other
South American countries that have also experienced un-
usual DENV-3 epidemics should shed light on this issue.
ACKNOWLEDGEMENTS
To Paulo Arauco for technical help with sequencing and
Anaclete Felinni, from LACEN-Curitiba, for the dengue se-
rum samples.
REFERENCES
Aquino VH, Anatriello E, Gonçalves PF, Silva EV, Vasconcelos PFC,
Vieira DS, Batista WC, Bobadilla ML, Vasquez C, Moran M,
Figueiredo LTM 2006. Molecular epidemiology of dengue type
3 virus in Brazil and Paraguay, 2002-2004. Am J Trop Med Hyg
75: 710-715.
CDC - Center for Disease Control and Prevention 1995. Dengue type
3 infection: Nicaragua and Panama. JAMA 273: 840-841.
Cordeiro MT, Schstzmayr HG, Nogueira RMR, Oliveira VF, Melo
WT, Carvalho EF 2007. Dengue and dengue hemorrhagic fever
in the State of Pernambuco, 1995-2006. Rev Soc Bras Med Trop
40: 605-611.
Cummings DA, Schwartz IB, Billings L, Shaw LB, Burke DS 2005.
Dynamic effects of antibody-dependent enhancement on the fit-
ness of viruses. Proc Natl Acad Sci USA 102: 15259-15264.
De Simone TS, Nogueira RMR, Araújo ESM, Guimaes FR, Santos
FB, Schatzmayr HG, Souza RV, Teixeira FG, Miagostovich MP
2004. Dengue virus (DENV) surveillance: the co-circulation of
DENV-1, 2 and 3 in the state of Rio de Janeiro, Brazil. Trans R
Soc Trop Med Hyg 98: 553-562.
Domingues RB, Kuster GW, Onuki-Castro FL, Souza VA, Levi JE,
Pannuti CS 2008. Involvment of the central nervous system in
patients with dengue virus infection. J Neurol Sci 267: 36-40.
Duarte dos Santos CN, Frenkiel MP, Courageot MP, Rocha CF,
Vazeille-Falcoz MC, Wien MW, Rey FA, Deubel V, Desps P
2000. Determinants in the envelope E protein and viral RNA he-
licase NS3 that influence the induction of apoptosis in response
to infection with dengue type 1 virus. Virology 274: 292-308.
Duarte dos Santos CN, Rocha CF, Cordeiro M, Fragoso SP, Rey FA,
Deubel V, Desps P 2002. Sequence analysis of dengue type-1
virus strains obtained in Brazil in 1990 and 2001 reveal a remark-
able conservation of the structural proteins but amino acid differ-
ences in the non-structural proteins. Virus Res 90: 197-205.
Figueiredo L, Cecillio AB, Ferreira GP, Drumond BP, Oliveira JG,
Bonjardim CA, Ferreira PCP, Kroon EG 2008. Dengue virus 3
genotype 1 associated with dengue fever and dengue hemorrhag-
ic fever, Brazil. Emerg Infect Dis 14: 314-316.
Gubler DJ, Clark GG 1995. Dengue/Dengue hemorrhagic fever: the
emergence of a global health problem. Emerg Infect Dis 1: 55-57.
Guzman MG, Vazquez S, Martinez E, Rodriguez AM, Kouri RG, De
Los Reyes J, Acevedo F 1996. Dengue in Nicaragua, 1994: rein-
troduction of serotype 3 in the Americas. Bol Of Sanit Panam
121: 102-110.
Halstead SB, Heinz FX, Barrett AD, Roehrig JT 2005. Dengue vi-
rus: molecular basis of cell entry and pathogenesis. Vaccine 4:
849-856.
Jobb G, von Haeseler A, Strimmer K 2004. TREEFINDER: a power-
ful graphical analysis environment for molecular phylogenetics.
BMC Evol Biol 4: 18.
Leitmeyer KC, Vaughn DW, Watts DM, Salas R, Chacon IV, Ramos
C, Rico-Hesse R 1999. Dengue virus structural differences that
correlate with pathogenesis. J Virol 73: 4738-4747.
Mangada MN, Igarashi A 1998. Molecular and in vitro analysis of
eight dengue type 2 viruses isolated from patients exhibiting dif-
ferent disease severities. Virology 244: 458-466.
Messer WB, Gubler DJ, Harris E, Sivananthan K, Silva AM 2003.
Emergence and global spread of a dengue serotype 3, subtype III
virus. Emerg Infect Dis 9: 800-809.
Mondini A, Bronzoni RV, Cardeal IL, Dos Santos TM, Lázaro E,
Nunes SH, Silva GC, Madrid MC, Rahal P, Figueiredo LT, Chi-
aravalloti FN, Nogueira ML 2007. Simultaneous infection by
DENV-3 and SLEV in Brazil. J Clin Virol 40: 84-86.
Miagostovich MP, Santos FB, Fumian TM, Guimarães FR, Costa EV,
Tavares FN, Oliveira JC, Nogueira RMR 2006. Complete genetic
characterization of a Brazilian dengue virus type 3 strain isolated
from a fatal outcome. Mem Inst Oswaldo Cruz 101: 307-313.
Miagostovich MP, Santos FB, Simone TS, Costa EV, Filippis AMB,
Schatzmayr HG, Nogueira RM 2002. Genetic characterization of
dengue virus type 3 isolates in the State of Rio de Janeiro, 2001.
Braz J Med Biol Res 35: 869-872.
Nogueira RMR, Miagostovich MP, Filippis AMB, Pereira MAS,
Schatzmayr HG 2001. Dengue virus type 3 in Rio de Janeiro,
Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz 96: 925-926.
Nogueira RMR, Schatzmayr HG, Filippis AMB, Santos FB, Cunha
'HQJXHYLUXVW\SHJHQRW\SHVLQ1RUWKHUQ%UD]LO0HUL%1RJXHLUDHWDO
488
RV, Coelho JO, De Souza LJ, Guimarães FR, de Araújo ES, De
Simone TS, Baran M, Teixeira G Jr, Miagostovich MP 2005. Den-
gue virus type 3, Brazil, 2002. Emerg Infect Dis 11: 1376-1381.
Ocazionez RE, Cortés FM, Villar LA, Gómez SY 2006. Temporal
distribution of dengue virus serotypes in Colombian endemic
area and dengue incidence. Re-introduction of dengue-3 asso-
ciated to mild febrile illness and primary infection. Mem Inst
Oswaldo Cruz 101: 725-731.
Osatomi K, Sumiyoshi H 1990. Complete nucleotide sequence of den-
gue type 3 virus genome RNA. Virology 176: 643-647.
Pandey BD, Igarashi A 2000. Severity-related molecular differences
among nineteen strains of dengue type 2 viruses. Microbiol Im-
munol 44: 179-188.
Peyrefitte CN, Pastorino BAM, Bessaud M, Gravier P, Tock F, Cou-
issinier-Paris P, Martial J, Huc-Anais P, Césaire R, Grandadam
M, Tolou HJ 2005. Dengue type 3 virus, Saint Martin, 2003-
2004. Emerg Infect Dis 11: 757-761.
Rico-Hesse R 2003. Microevolution and virulence of dengue viruses.
Adv Virus Res 59: 315-341.
Rigau-Pérez JG, Laufer MK 2006. Dengue-related deaths in Puerto
Rico, 1992-1996: Diagnosis and clinical alarm signals. Clin Infect
Dis 42: 1241-1246.
Rocco IM, Santos CLS, Bisordi I, Petrella SMCN, Pereira LE, Souza
RP, Coimbra TLM, Bessa TAF, Oshiro FM, Lima LBQ, Cerroni
MP, Marti AT, Barbosa VM, Katz G, Suzuki A 2005. ST Louis
Encephalitis virus: first isolation from a human in São Paulo
State, Brazil. Rev Inst Med Trop Sao Paulo 47: 281-285.
Shimodaira H, Hasegawa H 1999. Multiple comparisons of log-likeli-
hoods with applications to phylogenetic inference. Mol Biol Evol
16: 1114-1116.
Thompson JD, Higgins DG, Gibson TJ 1994. CLUSTAL W: improv-
ing the sensitivity of progressive multiple sequence alignment
through sequence weighting, position-specific gap penalties and
weight matrix choice. Nucleic Acids Res 22: 4673-4680.
Usuku S, Castillo L, Sugimoto C, Noguchi Y, Yogo Y, Kobayashi
N 2001. Phylogenetic analysis of dengue-3 viruses prevalent in
Guatemala during 1996-1998. Arch Virol 146: 1381-1390.
Uzcategui NY, Comach G, Camacho D, Salcedo M, Cabello de Quin-
tana M, Jimenez M, Sierra G, Uzcategui RC, James WS, Turner
S, Holmes EC, Gould EA 2003. Molecular epidemiology of den-
gue virus type 3 in Venezuela. J Gen Virol 84: 1569-1575.
Wittke V, Robb TE, Thu HM, Nisalak A, Nimmannitya S, Kalayan-
rooj S, Vaughn DW, Endy TP, Holmes EC, Aaskov JG 2002. Ex-
tinction and rapid emergence of strains of dengue 3 virus during
an interpidemic period. Virology 301: 148-156.
Zhang C, Mammen Jr MP, Chinnawirotpisan P, Klungthong C, Rod-
pradit P, Monkongdee P, Nimmannitya S, Kalayanarooj S, Hol-
mes EC 2005. Clade replacements in dengue virus serotypes 1
and 3 are associated with changing serotype prevalence. J Virol
79: 15123-15130.
Author's personal copy
Journal of Clinical Virology 45 (2009) 153–156
Contents lists available at ScienceDirect
Journal of Clinical Virology
journal homepage: www.elsevier.com/locate/jcv
Case report
Evidence of circulation of Laguna Negra-like hantavirus in the Central West of
Brazil: Case report
Sonia Mara Raboni
a,b
, Luana de Borba
a
, Federico G. Hoffmann
a
, Lucia de Noronha
c
,
Marin Luize Viola Azevedo
c
, Suzana Carstensen
a
, Giovanny A.C.A. Mazzarotto
a
,
Juliano Bordignon
a
, Claudia Nunes Duarte dos Santos
a,
a
Instituto Carlos Chagas, ICC/Fiocruz/PR, Brazil
b
Universidade Federal do Paraná, Brazil
c
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, PUCPR, Brazil
article info
Article history:
Received 13 March 2009
Accepted 23 March 2009
Keywords:
Hantavirus pulmonary syndrome
Genetic characterization
Phylogeny
Laguna Negra-like virus
abstract
Background: Hantavirus pulmonary syndrome has been reported with increasing frequency in some
Brazilian regions, but information about viral genetic identification is still limited. Recently, the state
of Mato Grosso, in the Legal Amazon of Brazil, experienced a growing number of hantavirus pulmonary
syndrome (HPS) cases but the genetic characterization of the causative hantavirus is still missing.
Objectives: Our goal was to identify the hantavirus strain involved in a fatal HPS case in the Central region
of Brazil.
Study design: Nested RT-PCR was conducted on blood clot samples from an HPS patient from Mato Grosso.
PCR-positive samples were sequenced, and the resulting sequences were compared with reference sam-
ples. Viral antigens were detected by immunohistological analyses in lung and liver tissues.
Results: Analyses of the viral RNA isolated from the patient identified a Laguna Negra (LN)-like virus as
the causative agent and histological analysis of lung sections were compatible with the genetic charac-
terization.
Conclusions: This is the first report of circulation and human infection by a Laguna Negra-like hantavirus
in Brazil.
© 2009 Elsevier B.V. All rights reserved.
1. Background
Hantaviruses are serologically related members of the family
Bunyaviridae that occur worldwide in association with rodents and
insectivore carriers. These viruses have been linked with two dis-
tinct diseases: hemorrhagic fever with renal syndrome (HFRS) and
hantavirus pulmonar y syndrome (HPS).
1
In Brazil, a surveillance program was implemented in 1993 to
monitor HPS cases.
2
Afterwards, evidence for hantavirus infection
was described in various regions. In order to identify the hantavirus
strain involved with human infections, rodents have been sampled
in diverse ecosystems and these studies have uncovered significant
genetic diversity among the viruses described. Four different han-
taviruses have been associated with HPS cases in Brazil so far, all of
them associated with rodent species as hosts. Juquitiba-like virus
is associated with Oligoryzomys nigripes and is found in the Atlantic
Corresponding author at: Instituto Carlos Chagas, ICC/Fiocruz/PR, Rua Prof. Alga-
cyr Munhoz Mader 3775, CIC, 81350 010, Curitiba, PR, Brazil. Tel.: +55 41 316 3230;
fax: +55 41 316 3267.
E-mail address: clsantos@tecpar.br (C.N. Duarte dos Santos).
rainforest and in the south and southeast, Araraquara virus is asso-
ciated with Necromys lasiurus and is found in the savanna (cerrado)
region and the central plateau, Castelo dos Sonhos virus is associ-
ated with Oligoryzomys moojeni and occurs in the Amazon region,
and Anajatuba virus is associated with Olygoryzomys fornesii and is
detected in the northeastern region.
3–10
The state of Mato Grosso is located in the central west region
of Brazil, it is part of legal Amazon and in its west borders Bolivia.
Most of the state is covered by equatorial forest. In the west region
the cerrado, formed by trees up 10 m high used to predominate.
However, the cerrado has now been replaced by agricultural pro-
duction and pasture in large parts of the state. Human population
in the region has grown sharply in the last decade because of migra-
tion. Associated with the increase in human population, a growing
number of HPS cases have been noted by the Brazilian Ministry of
Health.
2. Objectives
The objective of this study is identifying the hantavirus strain
related to a fatal HPS case in Mato Grosso state, Brazil and
1386-6532/$ see front matter © 2009 Elsevier B.V. All rights reserved.
doi:10.1016/j.jcv.2009.03.015
Author's personal copy
154 S.M. Raboni et al. / Journal of Clinical Virology 45 (2009) 153–156
determined its phylogenetic relationship with circulating South
American hantaviruses.
3. Study design
Serum and clot samples from a patient with suggestive symp-
toms of hantavirus infection were tested using specific IgM and
IgG antibody assays (ELISA) and RT-PCR for viral RNA detection.
Partial viral genomic S segment was sequenced and genotyped
by phylogenetic reconstruction. In addition, histopathological and
immunohistochemical studies were performed in tissues sections
of lung and liver aiming to characterize the main target sites during
hantavirus infection.
4. Results
The patient was a 19-year-old man farm worker, previously
healthy, who lived in Campo Novo do Parecis, in the west of
Mato Grosso (13
40
31

S57
53
31

W). He was admitted to hospi-
tal reporting 3 days of flu-like symptoms, and after hospitalization,
he developed malaise, high fever, myalgia, headache, dry cough,
tiredness, dispnea, back pain, nausea, vomits, abdominal pain and
diarrhea. The initial treatment was intravenous administration of
one liter of normal saline solution and symptomatic drugs. Due
to ongoing hypotension and hypoxia, the patient was maintained
with oxygenoterapy. Vasopressors and inotropes drugs were used
to uphold blood pressure and cardiac output. Three hours after his
admission at the hospital, he had an asystolic cardiac arrest and
resuscitation efforts were unsuccessful.
In the postmortem examination, the main histopathological
features were seen in the lung, where microscopic examination
revealed a moderate interstitial pneumonitis with evidence of
marked pulmonary edema and very mild and focal lymphoid infil-
trate. Extensive amounts of edema fluid were seen within the
alveoli. Vascular thrombi, endothelial cell necrosis, focal hemor-
rhages, ischemic necrosis lesions, cellular responses of neutrophils
and respiratory epithelium lesions were absent. Morphological
changes of the endothelium, when present, consisted of swollen
endothelial cells. Microscopic examination of the liver revealed a
severe degree of congestion and clusters of hypertrophic and hyper-
plasic Kupffer cells.
Liver and lung tissues were analyzed by immunohistochem-
istry (IH) assays; the sections of paraffin-embedded tissues were
stained with monoclonal antibody to JUQ-like virus (also known as
ARAUV) nucleoprotein and a polymer-HRP anti-mouse secondary
antibody (Envision
System, DakoCytomation, Inc., CA, USA). The
specificity of IH staining was confirmed by replacing first antibodies
with phosphate-buffered saline (PBS) or isotypes-identical murine
antibodies and a flavivirus monoclonal antibody (4G2). Control tis-
sues included hantavirus infected cells as well as non-HPS autopsy
tissues. Viral nucleoproteins were detected in the cytoplasm of the
endothelial cells and in infiltrated mononuclear cells from lung
(Fig. 1).
Serologic examination of blood samples, using JUQ-like virus
recombinant nucleoprotein antigen
11
were positive for IgM and
IgG. Viral RNA was extracted from blood clot using the High Pure
Viral RNA kit (Roche Inc., Mannhein, GE), PCR products were synthe-
sized by nested reverse transcriptase-PCR, primers were selected to
amplify S and M segments, as previously reported.
12,13
One genomic
fragment that covers the complete coding sequence of the nucle-
ocapsid protein gene from the S segment was obtained (1.584 bp).
The amplified PCR product was purified using Wizard PCR Preps.
(Promega, Madison, WI, USA), and cloned into the pGEM-T easy
vector (Promega, Madison, USA). Four independent clones were
sequenced using an ABI 310 instrument. The nucleotide sequence
had been deposited in the GenBank under the accession number
Fig. 1. Pathological findings in lung and liver tissues of a fatal case of HPS (A), and immunohistochemistry reaction (B). Hematoxilin–eosin reaction demonstrated severe
capillary congestion (arrow) and extensive edema fluid in alveoli (*) (A-a). In the liver a severe degree of microvasculature congestion is noted (arrows) (A-b). The immuno-
histochemistry reaction confirms the HPS diagnosis, as demonstrated by the positive reaction with JUQ-like virus Mab 313/11E in contrast with the reaction using the isotype
control 4G2 Mab (anti-flavivirus group-specific) (B-b and B-a).
Author's personal copy
S.M. Raboni et al. / Journal of Clinical Virology 45 (2009) 153–156 155
Fig. 2. Panel A. Neighbor-joining tree based on an 1.287 bp alignment of the complete coding sequence of the gene encoding for the nueclocapsid protein (N), depicting
phylogenetic relationships between viral sequences from the human patient in our study (HMT 08/02), and a reference panel obtained from Genbank. Panel B. Neighbor-
joining tree based on a 291-basepairs alignment of the gene encoding for the nueclocapsid protein (N), depicting phylogenetic relationships between viral sequences from the
human patient in our study (HMT 08/02), and a reference panel obtained from Genbank, with 3 additional sequences from Carroll et al.
14
In the two cases sequences collected
in the human patient HMT 08/02 were similar to sequences from the Laguna Negra virus (from western Paraguay and Bolivia). Sequences were aligned with ClustalW
19
and in MEGA version 4
20
using the maximum composite likelihood estimates of the Tamura-Nei distance.
21,22
Support for the nodes was evaluated with 1000 bootstrap
pseudoreplicates.
23
FJ816031. A comparison of the sequence from nucleocapsid gene
showed that the closest match to the new sequence was the Laguna
Negra virus, which was 86% similar at the nucleotide level, and 96%
at the amino acid level. These results were confirmed by neighbor-
joining phylogenies (Fig. 2).
Experiments involving human samples were approved by Eth-
ical Committee from Brazilian Ministry of Health (CONEP) under
protocol no. 10573.
5. Discussion
In Brazil, despite the increasing training of medical personnel
to recognize the clinical symptoms of HPS, mortality rate is still
high (40%). The demarcation of hantavirus transmission areas and
the characterization of circulating virus should contribute to better
direct control measures. To identify its causative agent, we studied
a fatal HPS case from the state of Mato Grosso, in the central region
of Brazil. This area is of special interest because it presents a grow-
ing number of hantavirus infections, and borders Bolivia, where
hantavirus circulation is well documented.
14–16
In an ecological assessment in Santa Cruz, Bolivia, Carroll et al.
14
found two rodent species with antibodies for hantavirus, Oligory-
zomys microtis and Calomys callosus. The viral nucleotide sequences
isolated from two C. callosus were 87–88% similar to the Laguna
Negra virus and 99% identical to viral sequences obtained from HPS
patients in this area, implicating C. callosus as the host of Laguna
Negra virus. More recently, IgG anti-hantavirus positive Calomys
launcha rodents were detected in Mato Grosso.
17
Our phylogenetic
analysis from the hantavirus of a fatal HPS case grouped this virus
with the Laguna-Negra hantavirus (Fig. 2).
The observed pulmonary histopathological features arein agree-
ment with those described by Zaki et al.
18
consisting of an
interstitial pneumonitis with a variable mononuclear cell infil-
trate, edema, and focal hyaline membranes. IHC analysis showed
widespread presence of hantaviral antigens in endothelial cells of
the microvasculature in the lung. Hantaviral antigens were also
observed within follicular dendritic cells, macrophages, and lym-
phocytes.
In this report we confirmed the circulation of a Laguna Negra-
like hantavirus virus in the west of Brazil and emphasize the
importance of monitoring the seroprevalence for hantaviruses in
rodent hosts from different regions of Brazil. In addition, the genetic
characterization of the involved viruses, is critical to implementing
adequate control measures to protect the exposed populations in
regions which were previously free of hantavirus infection.
Conflict of interest
The authors have declared that no competing interests exist.
Acknowledgments
We are indebted with Gisélia Rubio from Departamento
de Vigilância, SESA-PR and Irene Skraba from LACEN-PR. The
authors thank CNPq, CNPq/Prosul, Fiocruz, Fundac¸ ão Araucária,
CYTED/RIVE and Fundo Paraná for financial support. LB, FGH, SC,
GACA, JB and CNDS are CNPq fellowship recipients.
References
1. Butler JC, Peters CJ. Hantaviruses and hantavirus pulmonary syndrome. Clin
Infect Dis 1994;19:387–95.
2. Coordenac¸ ão de Controle de Vetores e Antropozoonoses SdVeSMdSB. Dados
do Programa de Controle da Hantavirose no Brasil de 1993 a 2008.
http://www.saude.gov.br/svs.
3. Johnson AM, de Souza LT, Ferreira IB, Pereira LE, Ksiazek TG, Rollin PE, et al.
Genetic investigation of novel hantaviruses causing fatal HPS in Brazil. J Med
Virol 1999;59:527–35.
4. Suzuki A, Bisordi I, Levis S, Garcia J, Pereira LE, Souza RP, et al. Identifying rodent
hantavirus reservoirs, Brazil. Emerg Infect Dis 2004;10:2127–34.
5. Figueiredo LT, Moreli ML, Campos GM, Sousa RL. Hantaviruses in São Paulo State,
Brazil. Emerg Infect Dis 2003;9:891–2.
6. Rosa ES, Mills JN, Padula PJ, Elkhoury MR, Ksiazek TG, Mendes WS, et al. Newly
recognized hantaviruses associated with hantavirus pulmonary syndrome in
northern Brazil: partial genetic characterization of viruses and serologic impli-
cation of likely reservoirs. Vector Borne Zoonotic Dis 2005;5:11–9.
7. Figueiredo LTM, Moreli ML, Borges AA, Figueiredo GG, Souza RLM, Aquino VH.
Expression of a hantavirus N protein and its efficacy as antigen in immune
assays. Braz J Med Biol Res 2008;41:596–9.
8. Rosa ES, Lemos ERS, Medeiros DBA, Nunes MRT, Smith DB, Silva OV, et al.
Associac¸ ão dos casos de síndrome cardiopulmonar por hantavírus na área de
influência da BR 324 com o vírus Laguna Negra. In: Abstract of the II work-
shop Nacional sobre Pesquisas aplicadas em Hantavirus. 2008, abstract 05. Health
Ministry of Brazil.
9. Rosa ES, Medeiros DBA, Teixeira MR, Smith DB, Pereira AS, Lavocat M, et al.
Identificac¸ ão do vírus Castelo dos Sonhos em roedores Oligoryzomys moojeni
em Campo Novo do Parecis. In: Abstract of II workshop Nacional sobre Pesquisas
aplicadas em Hantavirus. 2008, abstract 32. Health Ministry of Brazil.
Author's personal copy
156 S.M. Raboni et al. / Journal of Clinical Virology 45 (2009) 153–156
10. Delfraro A, Tomé L, D’Elía G, Clara M, Achával F, Russi JC, et al. Juquitiba-
like hantavirus from 2 nonrelated rodent species, Uruguay. Emerg Infect Dis
2008;14 :1447–51.
11. Raboni SM, Levis S, Rosa EST, Bisordi I, Delfraro A, Lemos E, et al. Hantavirus
infection in Brazil: development and evaluation of an enzyme immunoassay
and immunoblotting based on N recombinant protein. Diagn Microbiol Infect
Dis 2007;58:89–97.
12. Raboni SM, Probst CM, Bordignon J, Zeferino A , Duarte dos Santos CN. Han-
taviruses in Central South America: phylogenetic analysis of the S segment
from HPS cases in Paraná, Brazil. J Med Virol 2005;76:553–62.
13. Johnson AM, Bowen MD, Ksiazek TG, Willians RJ, Bryan RT, Mills JN, et al. Laguna
Negra virus associated with HPS in western Paraguay and Bolivia. Virology
1997;238:115–27.
14. Carroll DS, Mills JN, Montgomery JM, Bausch DG, Blair PJ, Burans JP, et al.
Hantavirus pulmonary syndrome in Central Bolivia: relationships between
reservoir hosts, habitats, and viral genotypes. Am J Trop Med Hyg 2005;72:42–6.
15. Padula P, Della Valle MG, Alai MG, Cortada P, Villagra M, Gianella A. Andes virus
and first case report of Bermejo virus causing fatal pulmonary syndrome. Emerg
Infect Dis 2002;8:437–9.
16. Padula PJ, Colavecchia SB, Martínez VP, Gonzalez Della Val le MO, Edelstein
A, Miguel SD, et al. Genetic diversity, distribution, and serological features
of hantavirus infection in five countries in South America. J Clin Microbiol
2000;38:3029–35.
17. Rosa ES, Lemos ERS, Medeiros DBA, Nunes MRT, Smith DB, Silva OV, et al.
Associac¸ ão dos casos de síndrome cardiopulmonar por hantavírus na área de
influência da BR 324 com o vírus Laguna Negra. In: Abstract of II workshop
Nacional sobre Pesquisas aplicadas em Hantavirus. 2008, abstract 05. Health
Ministry of Brazil.
18. Zaki SR, Greer PW, Coffield LM, Goldsmith CS, Nolte KB, Foucar K, et al. Han-
tavirus pulmonary syndrome. Pathogenesis of an emerging infectious disease.
Am J Pathol 1995;146:552–79.
19. Thompson JD, Higgins DG, Gibson TJ. CLUSTAL W: improving the sensitiv-
ity of progressive multiple sequence alignment through sequence weighting,
position specific gap penalties and weight matrix choice. Nucleic Acid Res
1994;22:4673–80.
20. Tamura K, Dudley J, Nei M, Kumar S. MEGA4: molecular evolutionary genetics
analysis (MEGA) software version 4.0. Mol Biol Evol 2007;24:1596–9.
21. Tamura K, Nei M. Estimation of the number of nucleotide substitutions in the
control region of mitochondrial DNA in humans and chimpanzees. Mol Biol Evol
1993;10:512–26.
22. Tamura K, Nei M, Kumar S. Prospects for inferring 253 very large phylogenies by
using the neighbor-joining method. Proc Natl Acad Sci USA 2004;101:11030–5.
23. Felsenstein J. Confidence limits on phylogenies: an approach using the boot-
strap. Evolution 1985;39:783–91.
Journal of Virological Methods 163 (2010) 147–152
Contents lists available at ScienceDirect
Journal of Virological Methods
journal homepage: www.elsevier.com/locate/jviromet
Short communication
Construction and characterization of a stable subgenomic replicon system of
a Brazilian dengue virus type 3 strain (BR DEN3 290-02)
Ana Luiza Pamplona Mosimann
a
, Luana de Borba
a
, Juliano Bordignon
a
,
Peter W. Mason
b
, Claudia N. Duarte dos Santos
a,
a
Instituto Carlos Chagas-Fiocruz/PR, Rua Prof. Algacyr Munhoz Mader, 3775 Curitiba, Paraná, Brazil
b
Department of Pathology, University of Texas Medical Branch, 3.206B Mary Moody Northen Pavilion, 301 University Boulevard, Galveston, TX 77555-0436, USA
Article history:
Received 15 May 2009
Received in revised form 25 August 2009
Accepted 7 September 2009
Available online 15 September 2009
Keywords:
Flavivirus
Dengue virus serotype 3
Replicon
abstract
Dengue viruses (DENV) cause the most common arboviral disease afflicting men. Clinical manifestations
range from asymptomatic to dengue hemorrhagic fever/dengue shock syndrome (DHF/DSS). The mech-
anisms involved in the disease pathogenesis are not fully understood. The severity of the disease seems
to be influenced by both viral and host factors. Subgenomic replicons of DENV can be used to study
viral replication mechanisms and evaluate the effects of antiviral drugs on viral replication. The objective
was to generate and characterize biologically a replicon from a clinical isolate of DENV-3, as part of our
studies to understand how this new isolate interacts with cells. To obtain this replicon several RT-PCR
fragments encoding the non-structural proteins genes were cloned in high-copy vectors, and used to
assemble the replicon in a BAC plasmid vector containing a synthetic DNA molecule encoding the 5
and
3
ends of a viral cDNA with a T7 DNA-dependent RNA polymerase promoter and a ribozyme. In vitro
transcribed RNA recovered from this BAC plasmid was transfected into C6/36 mosquito cells, and dengue
virus protein expression was assessed by indirect immunofluorescence using polyclonal antibodies. The
results showed that the replicon was replicated efficiently in cells, demonstrating successful assembly
of a DENV-3 replicon.
© 2009 Elsevier B.V. All rights reserved.
Dengue viruses (DENV) are the causative agent of the most
prevalent arthropod-borne viral disease afflicting mankind. These
viruses belong to the genus Flavivirus, family Flaviviridae and are
single-stranded RNA viruses with a genome of approximately 11 kb
in length. The viral genome contains two terminal untranslated
regions (UTRs) and encodes for three structural (C, prM and E)
and seven non-structural proteins (NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A,
NS4B and NS5) which are translated into a polyprotein that is pro-
cessed by viral and host proteases (Chambers et al., 1990). DENV
are classified immunologically in four different serotypes: DENV-
1, DENV-2, DENV-3 and DENV-4, all of which have the potential
to cause disease in man. The spectrum of clinical manifestations
is broad and can range from an asymptomatic infection to dengue
hemorrhagic fever/dengue shock syndrome (DHF/DSS). The mecha-
nisms involved in the disease pathogenesis are not well understood
and are still a challenge. The severity of clinical presentation
seems to result from both viral factors and host immune response
(Halstead et al., 1973; Halstead and O’rourke, 1977; Rosen, 1977;
Mongkolsapaya et al., 2003). No specific treatments or licensed vac-
Corresponding author. Tel.: +55 41 33163234; fax: +55 41 33163267.
E-mail address: [email protected] (C.N.D.d. Santos).
cines are available to treat or prevent dengue. In this manuscript the
construction of a subgenomic replicon from a DENV-3 strain that
has emerged recently in South America is described. This replicon
should be useful for studying many aspects of DENV-3 replication,
and will be valuable for the development of a reverse genetics
system that should aid in our studies to understand this newly
emerged strain of DENV-3.
Replicons have all the elements needed for the replication of
the viral genetic material in cells, but do not encode the func-
tional structural proteins and consequently are not able to generate
new viral particles (Jones et al., 2005a). Among the Flaviviruses the
only viruses for which subgenomic replicon systems have been
reported are: DENV-2 (Pang et al., 2001; Alvarez et al., 2005a;
Jones et al., 2005b; Holden et al., 2006; Ng et al., 2007), DENV-1
(Suzuki et al., 2007), Yellow fever virus (Corver et al., 2003; Jones
et al., 2005a), Kunjin virus (Khromykh and Westaway, 1997), Tick-
borne encephalitis virus (Gehrke et al., 2003), Japanese encephalitis
virus (Yun et al., 2007), Omsk hemorrhagic fever virus (Yoshii and
Holbrook, 2009) and West Nile virus (Yamshchikov et al., 2001;
Shi et al., 2002; Scholle et al., 2004; Rossi et al., 2005)(Table 1).
Currently these replicons represent powerful research instruments
and are being used to help define the role of mutations in the non-
structural proteins (Suzuki et al., 2007), to study viral replication
0166-0934/$ see front matter © 2009 Elsevier B.V. All rights reserved.
doi:10.1016/j.jviromet.2009.09.004
148 A.L.P. Mosimann et al. / Journal of Virological Methods 163 (2010) 147–152
Table 1
Flavivirus replicons.
Virus Vector Bacterial or
yeast strain
Promoter Extra 5
and 3
nucleotides
5
C3
E Ribozyme Structure of the reporter
gene/Resistance gene
(location)
CPE Cell RNA introduction References
KUNV pBR322 DH5 SP6(+G) Yes (5
and 3
) 321 nt or
60 nt
66 nt No IRES-CAT or IRES-NEO
(3
UTR76)
No BHK-21 Electroporation Khromykh and
Westaway (1997)
WNV pBR322 HB101 SP6(+G) Yes (5
and 3
) 69 nt X No No Yes BHK-21 Electroporation Yamshchikov et
al. (2001)
DENV2 pBR424 STBL2 and
YPH857
SP6 or CMV X 363 nt or
60 nt
72 nt Yes/No No X LLC-MK2 Electroporation Pang et al. (2001)
WNV pBR322 HB101 T7(+G) No 93 nt 90 nt No IRES-GFP or IRES-NEO
(3
UTR)
No BHK-21 Electroporation Shi et al. (2002)
TBEV pBR322 HB101 T7(+G) Yes (5
) 300 nt or
81 nt
69 nt No No No BHK-21 Electroporation Gehrke et al.
(2003)
YFV pBeloBAC11 X SP6 X 291 nt, 150
nt or 60 nt
X No No X BHK-21 Lipofectamine Corver et al.
(2003)
WNV X X T7 X 93 nt X No IRES-tat-2A-NEO or
IRES-GFP-2A-NEO
(3
UTR)
X BHK-21 Electroporation Scholle et al.
(2004)
WNV pACNR X T7 Yes (3
) X X Yes IRES-tat-2A-NEO,
IRES-LUC-2A-NEO or
IRES-GFP-2A-NEO
(3
UTR)
X BHK-21,
Vero and
Huh7
Electroporation Rossi et al. (2005)
YFV pACNR X SP6(+G) Yes (5
and 3
) 63 nt 72 nt No IRES-GFP, IRES-LUC or
IRES-NEO
(3
UTR)/GFP-2A or
LUC-2A (C-ssNS1)
No or
little
BHK- 15 Electroporation Jones et al.
(2005a)
DENV2 pBR322 X T7 Yes (3
) 102 nt 72 nt No LUC-2A (C-ssNS1) X BHK-21
and C6/36
Lipofectamine Alvarez et al.
(2005a)
DENV2 pWSK29 DH5 T7(+G) Yes (5
and 3
) 81 nt 72 nt No PAC-2A (C-ssNS1) X K562 and
THP-1
X Jones et al.
(2005b)
DENV2 pBR322 X T7 No 72 nt 90 nt Yes LUC-2A (C-ssNS1) X BHK-15 Lipofectamine Holden et al.
(2006)
DENV1 pACNR and
pBeloBAC11
X T7(+G) Yes (5
) X X Yes/No No or IRES-LUC
(3
UTR169)
X BHK-21 Electroporation Suzuki et al.
(2007)
DENV2 pWSK29 Top10 T7(+G) Yes (5
or 5
and
3
)
66 nt 72 nt Yes/No PAC-2A-GFP-IRES or
PAC-2A-LUC-IRES
(C-ssNS1)
X BHK-21 Electroporation Ng et al. (2007)
JEV pBeloBAC11 X SP6(+G) Yes (5
)X
*
X
*
No IRES-LUC, IRES-LacZ or
IRES-GFP (3
UTR)
X BHK-21 Electroporation Yun et al. (2007)
OHFV pACNR X T7(+G) Yes (5
) 81 nt 69 nt Yes GFP-2A or LUC-2A
(C-ssNS1)
No BHK-21 TransIT-mRNA Yoshii and
Holbrook (2009)
X = no information available: 5
C = number of nucleotides coding for the 5
end of the C protein that were retained; 3
E = number of nucleotides coding for the 3
end of the E Protein that were retained; nt = nucleotides; 3
UTR = gene
insertion at the 3
UTR; C-ssNS1 = gene insertion at the junction of the retained capsid and NS1 signal sequence; = deletion; DENV = Dengue virus; JEV = Japanese encephalitis virus; KUNV = Kunjin virus; OHFV = Omsk hemorrhagic
fever virus; TBEV = Tick borne encephalitis Virus; WNV = West Nile virus; YFN = Yellow fever virus;2A = autoproteolytic peptide from foot and mouth disease virus; CAT = chloramphenicol acetyltransferase; GFP = green fluorescent
protein; IRES = Internal ribosome entry site; LacZ = -galactosidase; LUC = luciterase; NEO = neomycin phosphotransferase; PAC = puromycin n-acetyltransferase.
*
These authors deleted or completely the ectodomins of the structural proteins and maintained all or part of their tansmembrance dominos.
A.L.P. Mosimann et al. / Journal of Virological Methods 163 (2010) 147–152 149
(Alvarez et al., 2005a; Alvarez et al., 2005b; Bredenbeek et al., 2003)
and to test antiviral drugs (Holden et al., 2006; Ng et al., 2007; Rossi
et al., 2005). They are also being used in the development of differ-
ent genetic vaccines based on self-replicating non-infectious RNA,
either through the expression of heterologous genes or through the
partial expression of its structural genes (prM-E) (Kofler et al., 2004;
Ishikawa et al., 2008; Widman et al., 2008).
The objective of this work was to construct and character-
ize biologically a replicon generated from a recent clinical isolate
of a Brazilian dengue virus serotype 3 (GenBank accession no.
EF629369, BR DEN3 290-02 BR) (Nogueira et al., 2008). The choice
of this serotype was due to its predominance in Brazil in the last
epidemics (Ministério da saúde, 2006; Ministério da Saúde, 2007,
2008a). Furthermore, the introduction of this new DENV-3 into
Brazilian territory in 2000 (Nogueira et al., 2007) coincided with
a raise in the disease severity and fatalities (Ministério da saúde,
2008b). To our knowledge this is the first description of a DENV-3
replicon, the main advantage of which is to provide the best back-
ground for testing differences in the non-structural region that are
peculiar to serotype 3 viruses.
The first step to produce this replicion was to amplify by
RT-PCR the different segments of the BR DEN3 290-02 strain using
high-fidelity enzymes (ImProm-II
TM
Reverse Transcription System,
Promega, Madison, WI, USA and TripleMaster
®
PCR System, Eppen-
dorf, Westbury, NY, USA). The sequence of the primers (5
3
)
used for RT-PCRs are: D3.7: GGAGTTCTCTTGACTTGG, D3.29:
GCAATTGCTCCTATTTCCCCTG, U449: CTGAAACGCGTGAAAAACA-
CATCCATGTCATTTTCATGC, D3.10: CATGGGAGGAAGAGGCTGAGC,
D3.27: CTTCCCAGGTGATCCTTCCCAGAG, D3.28: GGAAGAGTGC-
CTTCACACCTAGCCC, D3.15: GTCACCATGGGCACCACATCCC, D3.37:
AAGTGTGACACCCTGTTGTGTGAC, D3.17: CGTCCTGGGGTCT-
GCAGGG. The resulting segments named D3.7/D3.29, D3.10/D3.27,
D3.28/D3.15 and D3.37/D3.17 (see Fig. 1) have been inserted
in high-copy plasmids (pGEM
®
-T and pGEM
®
-T-easy, Promega,
Madison, WI, USA). Potential clones were identified using the
toothpick technique (Barnes, 1977) and their identity confirmed
by restriction reactions with SacII (New England Biolabs, Ipswich,
MA, USA) and SacI endonucleases (Amersham Biosciences, Little
Chalfont, UK). All positive clones were fully sequenced and used
to assemble the replicon in the #50pBAC vector. The U449/D3.6
RT-PCR fragment (Fig. 1) was cloned directly in a low copy plasmid,
#49pAC. The two low-copy vectors #49pAC and #50pBAC used
in this study are derived from the plasmids pACDV1poly and
pBACDV1poly, respectively, developed by Suzuki et al. (2007).
Both were modified so that a synthetic DNA cassette was inserted
between BamHI/SwaI restriction sites in the pACDV1poly and
NotI/SwaI in the pBACDV1poly (Bio Basic Inc., Markham, ON,
Canada). This synthetic cassette comprised a NotI restriction
site, the T7 RNA polymerase promoter sequence plus a G, the
5
UTR, the first 56 nucleotides coding for the capsid protein of
the BR DEN3 290-02 BR strain, a multiple cloning site (MluI, XhoI,
AflII/BspTI, XmaI/SmaI, NheI, AvrII, SphI, NruI, EcoRV and ClaI),
the 693 nucleotides coding for the C-terminal portion of the NS5
protein and the 3
UTR of BR DEN3 290-02 strain followed by the
hepatitis delta virus ribozyme sequence and a SwaI restriction
site. The choice for low copy plasmids was based on previous
reports describing insert instability during the construction of
flaviviruses infectious clones and replicons (Gritsun and Gould,
1998; Hurrelbrink et al., 1999; Pierro et al., 2006; Shi et al., 2002;
Suzuki et al., 2007; Yun et al., 2003). This strategy is believed
to circumvent cloning instability and to diminish potential toxic
effects related to the cloning of these genomes.
All nucleotide sequencing was performed using the BigDye
®
Terminator v3.1 Cycle Sequencing Kit (Applied Biosystems, Fos-
ter City, IA, USA) in a ABI PRISM
®
3100 Genetic Analyzer (Applied
Biosystems, Foster City, IA, USA). The strategy used to assemble
the DENV-3 replicon is illustrated in Fig. 1. Basically it consisted
of serial subcloning procedures into low-copy vectors of the frag-
ments comprising the NS1 signal-sequence and all non-structural
proteins that had been cloned previously in the high-copy vec-
tors. The structural coding region is absent in the final construct
except for the first 56 nucleotides coding for the C protein, which
play an important role in the RNA cyclization and are essential for
the replication to occur (Bredenbeek et al., 2003; Lo et al., 2003;
Alvarez et al., 2005a). This C fragment is fused in frame to the NS1
signal sequence, which is coded in the C-terminal of the E pro-
tein, followed by the sequence of all non-structural proteins (NS1
to NS5), the 3
UTR and the sequence corresponding to the hepati-
tis delta virus ribozyme. The ribozyme assures correct processing
of the 3
end. All cloning procedures were done according to stan-
dard procedures using Top10 and Top10F
E. coli strains (Invitrogen,
Carlsbad, CA, USA). All plasmid DNA purifications were done using
Fig. 1. Schematic representation of the strategy used for the DENV-3 replicon assembly. The BR DEN3 290-02 strain genome is schematically represented in black and white
and the enzymes used in the cloning procedures are depicted above it. The steps involved in the replicon assembly are represented below. First the amplified RT-PCR segments
(white boxes in bold) were cloned in high-copy vectors (pGEM-T and pGEM-T easy) and then subcloned in low-copy vectors (#49pAC and #50pBAC) as shown. The final
construct is represented in the dashed-line box and the intermediate constructs from which it originated are represented above and below it.
150 A.L.P. Mosimann et al. / Journal of Virological Methods 163 (2010) 147–152
Fig. 2. Immunofluorescence of the C6/36 cultures transfected with the replicon clone BR DEN3 290-02. For immunofluorescence the cells were fixed and incubated with
DENV-3 polyclonal antibody followed by anti-mouse conjugated to FITC. Pictures were taken with 200× magnification factor and the scale bar in the bright field pictures
corresponds to 100 m.
the Wizard
®
Plus SV Minipreps DNA Purification System (Promega,
Madison, WI, USA) according to manufacturer’s recommendations.
Top10 and Top10F
strains were chosen because of their recA1
genotype which makes these strains less prone to recombination.
To assess whether the replicon was functional, it was linearized
with the SwaI restriction enzyme downstream of the ribozyme
(Supplementary Fig. 1), and the resulting template was transcribed
in vitro using the MEGAscript
®
T7 High Yeld Transcription Kit
(Ambion, Austin, TX, USA) in the presence of the m
7
G(5
)ppp(5
)G
cap analog (New England Biolabs, Ipswich, MA, USA). The in vitro
synthesized RNA was used to transfect C6/36 mosquito cells with
lipofectin (Invitrogen, Carlsbad, CA, USA). Viral RNA isolated from
the supernatant of cell cultures infected with the BR DEN3 290-
02 strain was transfected in the same way and used as a positive
control. Non-transfected cells were used as a negative control
(mock). At different time points (48, 72, 96 and 120 h) posttransfec-
tion the supernatants were removed, the cells fixed and analyzed
by indirect immunofluorescence assay using DENV-3 polyclonal
antibodies (-DENV-3) or scraped, lysed and subjected to RNA
extraction using the RNeasy kit (QIAGEN, Valencia, CA, USA) and
used in quantitative PCR (qPCR) experiments as described by
Poersch et al. (2005). The supernatants from the transfected cul-
tures were titrated to check for virus particles formation by the
focus immunodetection technique (Dèspres et al., 1993).
As shown in Fig. 2, the cells transfected with either the viral
or synthetic replicon RNAs showed positive reaction with DENV-3
polyclonal antibody. From these results it can be concluded that
the RNAs were transfected efficiently and translated into proteins
that could be recognized by the specific antibody. A raise in the
number of positive cells with time could also be observed. This
raise was clearly more pronounced in the cultures transfected with
the positive control RNA, as expected, but it could also be seen in
the cultures transfected with the replicon. This is a good indication
that the replicon is effectively replicating. The supernatants from
cultures at the different times posttransfection (48 h, 72 h, 96 h and
120 h) were also titrated. As expected, it was not possible to detect
the formation of any viral particle from cell cultures that had been
transfected with the replicon, as opposed to the positive control-
transfected cells which produced infectious virus (Supplementary
Fig. 2).
To be certain that these results were not due to contamina-
tion an immunofluorescence analysis of the replicon in parallel to
the positive and negative controls at 120 h posttransfection using
anti-E (-E, 4G2) (Gentry et al., 1982) and anti-NS1 (-NS1, 7E11)
(Mason et al., 1990) monoclonal antibodies was also performed. As
expected, the negative control did not react with any of the anti-
bodies, the viral RNA positive control reacted with both antibodies
and the replicon-transfected cells only reacted with the anti-NS1
monoclonal antibody (Supplementary Fig. 3).
To prove that the subgenomic replicon was in fact replicat-
ing RNA was extracted from the transfected cells and subjected
to qPCR using primers from the structural (DENV-3Fow: CCCATC-
CATGACAATGAGATGT and DENV-3Rev: TCAACCCACGTAGCTCCT-
GAT) and non-structural (D3.16: GCCACAGGCTCAGCCTCCTCC
and D3.15: GTCACCATGGGCACCACATCCC) regions. As shown in
Supplementary Fig. 4 there is no sign of replication when the struc-
A.L.P. Mosimann et al. / Journal of Virological Methods 163 (2010) 147–152 151
tural region is evaluated but when using non-structural primers
it is evident the amplification of the replicon, although in a much
smaller extent than the positive control.
The possibility that translation was from input RNA appeared
highly unlikely since other researchers have tested this hypothesis
and demonstrated that replication-defective replicons cannot drive
detectable protein synthesis at 48 h posttransfection (Alvarez et al.,
2005a; Jones et al., 2005a; Khromykh and Westaway, 1997). The
increase in the number of positive cells in the replicon transfected
cultures is consistent with the need for viral replication, as the input
RNA cannot produce detectable antigen unless it is amplified within
the infected cells (Khromykh and Westaway, 1997).
Recently, it has been demonstrated the co-circulation of two dif-
ferent DENV-3 genotypes (III and V) in Brazil (Nogueira et al., 2008).
DENV-3 belonging to genotype III has been associated to the devel-
opment of more severe forms of the disease (Messer et al., 2003;
Silva et al., 2008). We are currently engaged on the biological and
genetic characterization of some DENV-3 clinical isolates obtained
during epidemics in Brazil between 2002 and 2004 (Nogueira et
al., 2008). Preliminary data point to some interesting differences in
the non-structural proteins sequence which were associated with
different viral phenotypes. The next step will be to insert molecular
markers (luciferase or GFP) in the replicon system so that we can
better evaluate the effects of these amino acid substitutions in the
modulation of virus replication.
Acknowledgements
The authors are indebted with Paulo Arauco and Vanessa Stella
for technical help with sequencing and cell cultures procedures,
respectively. Financial support: Fiocruz, CNPq, CNPq/PROSUL,
Fundac¸ ão Araucária. ALPM and LB are supported by fellowships
from CAPES. CNDS is a CNPq fellowship recipient.
Appendix A. Supplementary data
Supplementary data associated with this article can be found, in
the online version, at doi:10.1016/j.jviromet.2009.09.004.
References
Alvarez, D.E., De Lella Ezcurra, A.L., Fucito, S., Gamarnik, A.V., 2005a. Role of RNA
structures present at the 3
UTR of dengue virus on translation, RNA synthesis,
and viral replication. Virology 339 (2), 200–212.
Alvarez, D.E., Lodeiro, M.F., Ludue
˜
na, S.J., Pietrasanta, L.I., Gamarnik, A.V., 2005b.
Long-range RNA-RNA interactions circularize the dengue virus genome. J. Virol.
79 (11), 6631–6643.
Barnes, W.M., 1977. Plasmid detection and sizing in single colony lysates. Science
195, 393–394.
Bredenbeek, P.J., Kooi, E.A., Lindenbach, B., Huijkman, N., Rice, C.M., Spaan, W.J., 2003.
A stable full-length yellow fever virus cDNA clone and the role of conserved RNA
elements in flavivirus replication. J. Gen. Virol. 84, 1261–1268.
Chambers, T.J., Hahn, C.S., Galler, R., Rice, C., 1990. Flavivirus genome organization,
expression, and replication. Annu. Rev. Microbiol. 44, 649–688.
Corver, J., Lenches, E., Smith, K., Robinson, R.A., Sando, T., Strauss, E.G., Strauss, J.H.,
2003. Fine mapping of a cis-acting sequence element in yellow fever virus RNA
that is required for RNA replication and cyclization. J. Virol. 77 (3), 2265–2270.
Dèspres, P., Frenkiel, M.P., Deubel, V., 1993. Differences between cell membrane
fusion activities of two dengue type-1 isolates reflect modifications of viral
structure. Virology 196 (1), 209–219.
Gehrke, R., Ecker, M., Aberle, S.W., Allison, S.L., Heinz, F.X., Mandl, C.W., 2003. Incor-
poration of Tick-borne encephalitis virus replicons into virus-like particles by a
packaging cell line. J. Virol. 77 (16), 8924–8933.
Gentry, M.K., Henchal, E.A., McCown, J.M., Brandt, W.E., Dalrymple, J.M., 1982. Identi-
fication of distinct antigenic determinants on dengue-2 virus using monoclonal
antibodies. Am. J. Trop. Med. Hyg. 31, 548–555.
Gritsun, T.S., Gould, E.A., 1998. Development and analysis of a tick-borne encephalitis
virus infectious clone using a novel and rapid strategy. J. Virol. Methods 76,
109–120.
Halstead, S.B., Chow, J.S., Marchette, N.J., 1973. Immunological enhancement of
dengue virus replication. Nat. New Biol. 243, 24–26.
Halstead, S.B., O’rourke, E.J., 1977. Antibody-enhanced dengue virus infection in
primate leucocytes. Nature 265, 739–741.
Holden, K.L., Stein, D.A., Pierson, T.C., Ahmed, A.A., Clyde, K., Iversen, P.L., Harris, E.,
2006. Inhibition of dengue virus translation and RNA synthesis by a morpholino
oligomer targeted to the top of the terminal 3
stem-loop structure. Virology
344, 439–452.
Hurrelbrink, R.J., Nestorowicz, A., Mcminn, P.C., 1999. Characterization of infectious
Murray Valley encephalitis virus derived from a stably cloned genome-length
cDNA. J. Gen. Virol. 80, 3115–3125.
Ishikawa, T., Widman, D.G., Bourne, N., Konishi, E., Mason, P.W., 2008. Construction
and evaluation of a chimeric pseudoinfectious virus vaccine to prevent Japanese
encephalitis. Virology 26, 2772–2781.
Jones, C.T., Patkar, C.G., Kuhn, R.J., 2005a. Construction and applications of yellow
fever virus replicons. Virology 331, 247–259.
Jones, M., Davidson, A., Hibbert, L., Gruenwald, P., Schalaak, J., Ball, S., Foster, G.R.,
Jacobs, M., 2005b. Dengue virus inhibits alpha interferon signaling by reducing
STAT2 expression. J. Virol. 79 (9), 5414–5420.
Kofler, R.M., Aberle, J.H., Aberle, S.W., Allison, S.L., Heinz, F.X., Mandl, C.W., 2004.
Mimicking live flavivirus immunization with a noninfectious RNA vaccine. Proc.
Natl. Acad. Sci. U.S.A. 101 (17), 1951–1956.
Khromykh, A., Westaway, E., 1997. Subgenomic replicons of the flavivirus Kunjin:
construction and applications. J. Virol. 71 (2), 1497–1505.
Lo, M.K., Tilgner, M., Bernard, K.A., Shi, P., 2003. Functional analysis of
mosquito-borne flavivirus conserved sequence elements within 3
untranslated
region of West Nile virus by use of a reporting replicon that differentiates
between viral translation and RNA replication. J. Virol. 77 (18), 10004–10014.
Mason, P.W., Zugel, M.U., Semproni, A.R., Fournier, M.J., Mason, T.L., 1990. The anti-
genic structure of dengue type 1 virus envelope and NS1 proteins expressed in
Escherichia coli. J. Gen. Virol. 71, 2107–2114.
Messer, W.B., Gubler, D.J., Harris, E., Sivananthan, K., De Silva, A., 2003. Emergence
and global spread of a dengue serotype 3, subtype III virus. Emerg. Infect. Dis. 9
(7), 800–809.
Ministério da saúde, 2006. Situac¸ ão Epidemiológica da Dengue até Dezem-
bro de 2006. Available at: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/
boletim dengue dez2006.pdf>.
Ministério da Saúde, 2007. Informe Epidemiológico da Dengue, Janeiro a Dezem-
bro de 2007. Available at: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/
boletim dengue 010208.pdf>.
Ministério da Saúde, 2008a. Informe epidemiológico da dengue Janeiro a Novem-
bro de 2008. Available at: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/
boletim
dengue janeiro novembro.pdf>.
Ministério da saúde, 2008b. Casos confirmados de FHD, segundo ano de confirmac¸ ão.
Brasil, Grandes Regiões e Unidades Federadas, 1990–1991, 1994–2008. Available
at: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/casos conf fhd.pdf>.
Mongkolsapaya, J., Dejnirattisai, W., Xu, X., Vasanawathana, S., Tagthawornchaikul,
N., Chairunsi, A., Sawasdivorn, S., Duangchinda, T., Dong, T., Rowland-Jones, S.,
Yenchitsomanus, P., Mcmichael, A., Malasit, P., Screaton, G., 2003. Original anti-
genic sin and apoptosis in the pathogenesis of dengue hemorrhagic fever. Nat.
Med. 9 (7), 921–927.
Ng, Y.C., Gu, F., Phong, W.Y., Chen, Y., Lim, S.P., Davidson, A., Vasudevan, S.G., 2007.
Construction and characterization of a stable subgenomic dengue virus type 2
replicon system for antiviral compound and siRNA testing. Antiviral Res. 76 (3),
222–231.
Nogueira, R.M.R., Araújo, J.M.G., Schatzmayr, H.G., 2007. Dengue viruses in Brazil,
1986–2006. Rev. Panam. Salud Publica. 22 (5), 358–363.
Nogueira, M.B., Stella, V., Bordignon, J., Batista, W.C., De Borba, L., Silva, L.H.P., Hoff-
mann, F.G., Probst, C.M., Santos, C.N.D., 2008. Evidence for the co-circulation of
dengue virus type 3 genotypes III and V in the northern region of Brazil during
the 2002–2004 epidemics. Mem. Inst. Oswaldo Cruz. 103 (5), 483–488.
Pang, X., Zhang, M., Dayton, A.I., 2001. Development of dengue virus type 2 replicons
capable of prolonged expression in host cells. BMC Microbiol. 1, 18.
Pierro, D.J., Salazar, M.I., Beaty, B.J., Olson, K.E., 2006. Infectious clone construction of
dengue virus type 2, strain Jamaican 1409, and characterization of a conditional
E6 mutation. J. Gen. Virol. 87, 2263–2268.
Poersch, C.O., Pavoni, D.P., Queiroz, M.H., De Borba, L., Goldenberg, S., Dos Santos,
C.N.D., Krieger, M.A., 2005. Dengue virus infections: comparison of methods for
diagnosing the acute disease. J. Clin. Virol. 32, 272–277.
Rosen, L., 1977. The emperor’s new clothes revisited, or reflections on the patho-
genesis of dengue hemorrhagic fever. Am. J. Trop. Med. Hyg. 26 (3), 337–343.
Rossi, S.L., Zhao, Q., O’Donnell, V.K., Mason, P.W., 2005. Adaptation of West Nile virus
replicons to cells in culture and use of replicon-bearing cells to probe antiviral
action. Virology 331, 457–470.
Scholle, F., Girard, Y.A., Zhao, Q., Higgs, S., Mason, P.W., 2004. trans-packaged West
Nile virus-like particles: infectious properties in vitro and in infected mosquito
vectors. J. Virol. 78 (21), 11605–11614.
Shi, P., Tilgner, M., Lo, M.K., 2002. Construction and characterization of subgenomic
replicons of New York strain of West Nile virus. Virology 296, 219–233.
Silva, R.L.A., Silva, A.M., Harris, E., Macdonald, G.H., 2008. Genetic analysis of dengue
3 virus subtype III 5
and 3
non-coding regions. Virus Res. 135, 320–325.
Suzuki, R., De Borba, L., Dos Santos, C.N., Mason, P.W., 2007. Construction of an
infectious cDNA clone for a Brazilian prototype strain of dengue virus type 1:
characterization of a temperature-sensitive mutation in NS1. Virology 362 (2),
374–383.
Widman, D.G., Ishikawa, T., Fayzulin, R., Bourne, N., Mason, P., 2008. Construction
and characterization of a second-generation pseudoinfectious West Nile virus
vaccine propagated using a new cultivation system. Vaccine 26, 2762–2771.
Yamshchikov, V.F., Wengler, G., Perelygin, A.A., Brinton, M.A., Compans, R.W., 2001.
An infectious clone of the West Nile flavivirus. Virology 281, 294–304.
152 A.L.P. Mosimann et al. / Journal of Virological Methods 163 (2010) 147–152
Yoshii, K., Holbrook, M.R., 2009. Sub-genomic replicon and virus-like particles of
Omsk hemorrhagic fever virus. Arch. Virol. 154 (4), 573–580.
Yun, S., Kim, S., Rice, C.M., Lee, Y., 2003. Development and application of a reverse
genetics system for Japanese encephalitis virus. J. Virol. 77 (11), 6450–6465.
Yun, S., Choi, Y., Yu, X., Song, J., Shin, Y., Ju, Y., Kim, S., Lee, Y., 2007. Engineering the
Japanese encephalitis virus RNA genome for the expression of foreign genes of
various sizes: Implications for packaging capacity and RNA replication efficiency.
J. Neurovirol. 13 (6), 522–535.
232
ANEXOS
A. SOLUÇÕES E TAMPÕES
10x TBE: 890 mM Tris-base, 890 mM Ácido bórico, 20 mM EDTA (pH 8.0)
1xPBS: 137 mM NaCl, 2.7mM KCl, 4.3mM Na
2
HPO
4
.7H
2
0, 1.5mM KH
2
PO
4
1xPBS/glicerol: 1xPBS, 10% glicerol
Paraformaldeído 3%: solução de paraformaldeído 3% em PBS 1x. Pesar com
mascará e dissolver na capela
SDS 10%: para 1 litro, dissolver 100 g de SDS em água ultrapura e filtrar em 0,45!m
Solução 2.5 mM dNTPs: mistura de 2.5 mM de cada desoxiribonucleotídeos
trifosfatados (dATP, dCTP, dGTP e dTTP, Pharmacia)
Solução CaCl
2
/Hepes: 100 mM CaCl
2
, 10 mM HEPES (pH 7.0)
Solução CaCl
2
/Hepes/glicerol: 100 mM CaCl
2
, 10 mM HEPES, 10% glicerol estéril
(pH 7.0)
Solução Carboxi Metil Celulose (CMC): 32% de CMC em água MQ, homogenizar
até a dissolver
Solução Clorofórmio/Álcool isoamílico: 24 volumes de clorofórmio, 1 volume de
álcool isoamílico
Solução de sacarose 30%: 30% de sacarose em tampão TNE. Preparar livre
RNase
Solução de sacarose 60%: 60% de sacarose em tampão TNE. Preparar livre de RNase
Solução Fenol/Clorofórmio/Álcool isoamílico: 25 volumes de fenol (pH 7,0,
saturado com 10mM Tris-base) , 24 volumes de clorofórmio, 1 volume de álcool
isoamílico
Solução Triton: 0,5% de triton X100 diluído em 1xPBS
Tampão da Fosfatase Alcalina (AP-BUFFER): 100 mM Tris-HCl pH 9.5 1M, 100
mM NaCl, 5 mM MgCl
2
Tampão de amostra para DNA 10x: 25% Ficoll (tipo 400), 0.25% azul de
bromofenol, 25% xyleno cianol FF
Tampão STE: 10 mM Tris HCl pH 7.5, 10 mM NaCl 5M, 1 mM EDTA 0.5 M pH 8
Tampão TNE: 50mM tris pH 7.5, 100 mM NaCl, 1mM EDTA
233
B. MEIOS DE CULTURA
Leibovitz’s L-15 Medium completo (Meio de cultura para célula de inseto C
6/36
):
Meio L-15 comercial (GIBCO) suplementado com 5% de Soro Fetal Bovino (SFB),
Triptose e 25 !g/ml Gentamicina
Meio SOC: 2% Bactotriptona, 0.5 % Extrato de levedura, 10 mM NaCl, 2.5 mM KCl,
10 mM MgCl
2
, 10 mM MgSO
4
, 20 mM glicose
Meio líquido TB1x (Meio de cultura Terrific Brothpara E.coli): 12g/L Caseína
digerida, 24g/L Estrato de levedura, 9.4g/L K
2
HPO
4
, 2.2g/L KH
2
PO
4
Meio TB/Cloranfenicol: Meio TB1x suplementado com 15 µg/ml de cloranfenicol
Meio LB1x sólido (Meio de cultura Luria Broth para E.coli):: 10g/L Bacto-
Triptona, 5g/L Estrato de levedura, 5g/L NaCl, 15g/L ágar
Placas de meio LB sólido/Ampicilina: Meio LB1x sólido suplementado com 100
µg/ml de ampicilina
C. LINHAGENS BACTERIANAS DE Escherichia coli
TOP 10F´ (Invitrogen): F´{lacIq Tn10 (TetR)} mcrA "(mrr-hsdRMS-mcrBC)
#80lacZ"M15 "lacX74 recA1´araD139 "(ara-leu)7697 galU galK rpsL endA1 nupG
TOP10 (Invitrogen): F- mcrA "(mrr-hsdRMS-mcrBC) $80lacZ"M15 "lacX74 recA1
araD139 "(araleu)7697 galU galK rpsL (StrR) endA1 nupG
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo