Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
CAMPUS DE BOTUCATU
DEGRADABILIDADE DE GRÃOS SECOS E ENSILADOS DE
SORGO, COM E SEM TANINO, SUBMETIDOS À
GRANULOMETRIAS
CARLA GISELLY DE SOUZA
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Zootecnia,
como parte das exigências para
obtenção de título de Mestre.
Maio - 2009
Botucatu – SP
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
CAMPUS DE BOTUCATU
DEGRADABILIDADE DE GRÃOS SECOS E ENSILADOS DE SORGO, COM E
SEM TANINO, SUBMETIDOS À GRANULOMETRIAS
Carla Giselly Souza
Zootecnista
O
rientador: Prof. Dr. Jozivaldo Prudêncio Gomes de Morais
Co-orientadores: Prof. Dr. Ciniro Costa
Prof. Dr. Wagner dos Reis
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Zootecnia,
como parte das exigências para
obtenção de título de Mestre.
Maio - 2009
BOTUCATU – SP
ads:
iii
iv
Ofereço à
À DEUS
PELAS OPORTUNIDADES
Dedico
À minha mãe Marta, que me ouviu e aconselhou nos momentos de aflição, pela força e
amor...
À meu pai Tadeu, pelo incentivo, apoio e carinho...
À meu irmão Tadeu Filho, por cuidar dos meus pais enquanto eu me ausentava...
À minha avó “Duquinha” que rezava a cada dia para que tudo desse certo...
“A mente que se abre a uma nova idéia
jamais voltará ao seu tamanho original”.
Albert Aistein
v
AGRADECIMENTOS
Em especial ao Prof. Dr. Jozivaldo Prudêncio Gomes de Morais, pelos
ensinamentos, orientação e apoio.
Ao Prof. Dr. Ciniro Costa, pela oportunidade da realização do meu experimento
em Botucatu e pela co-orientação.
Ao Prof. Dr. Wagner dos Reis, pelos dados cedidos e a valiosa co-orientação.
Ao CNPq, pela concessão da bolsa de mestrado.
Ao Prof. Dr. Heraldo César Gonçalves, pela amizade e orientação na execução
das análises estatísticas.
Aos funcionários da seção de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia (Posto de Serviço-Lageado), Seila Cristina Cassineli Vieira e
Danilo José Teodoro Dias pela atenção e auxílio prestados.
Aos colegas do Curso de Pós-Graduação pela colaboração nos trabalhos e
amizades compartilhadas durante o curso.
Aos colegas de república que agüentaram minhas chatices.
À Kátia de Oliveira, pela execução das análises de amido.
À Marco Aurélio Factori (Nhonho) pela colaboração nas desesperadoras dúvidas
surgidas fora de hora.
vi
SUMÁRIO
Página
CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS..................................................................................02
Referencias.................................................................................................................10
CAPÍTULO 2.
DEGRADABILIDADE RUMINAL DA MATÉRIA SECA, PROTEÍNA BRUTA E
AMIDO DE GRÃOS DE SORGO, COM E SEM TANINO, SOB
GRANULOMETRIAS...............................................................................................18
Resumo ......................................................................................................................19
Abstract ..................................................................................................................... 20
Introdução ................................................................................................................. 21
Material e Métodos.................................................................................................... 23
Resultados e Discussão ............................................................................................. 28
Conclusões..................................................................................................................39
Referências..................................................................................................................40
IMPLICAÇÕES................................................................................................................43
CAPÍTULO 1
2
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A boa alimentação é fator decisivo para que alcancemos os níveis máximos de
produção. Portanto, a qualidade dos alimentos oferecidos é extremamente importante na
dieta de animais de alta produção, aliando-se, produtividade com qualidade atentando
ainda para as condições adequadas de armazenagem e conservação de volumosos e
grãos.
O uso de volumosos no Brasil torna-se fator limitante quando se está sujeito a
variações climáticas que estacionalizam a produção de forrageiras, devido a irregular
distribuição pluviométrica, luminosa e redução de fotoperíodo. Devido a estes períodos
de escassez e baixa qualidade de algumas forrageiras cultivadas, a produção de silagem
pode ser uma importante aliada, por ser uma forma de processamento simples e eficaz,
capaz de romper as barreias físicas de grãos facilitando o ataque microbiano e a digestão
enzimática, favorecendo uma eficiente utilização da terra, produzindo volumosos de alto
valor nutritivo para serem utilizados no período de estiagem, e menos onerosos que
processamentos industriais.
A silagem é um método de armazenamento e preservação do valor nutritivo
da planta que, baseia-se no principio da fermentação anaeróbia, onde, por redução de
pH ocorre inibição do desenvolvimento de microorganismos aeróbios.
A utilização do sorgo para silagem vem aumentando ano a ano no país.
Molina et al., (2003) relata que da área total cultivada para silagem no Brasil, o sorgo
contribui com valores variando entre 10-12%. Este cereal possui boa adequação a
mecanização e ensilagem, além de ser menos exigente em fertilidade solos e umidade
que o milho (MARTINS et al., 2003).
O sorgo para silagem, de modo geral, tem apresentado produção de MS mais
elevada que o milho, especialmente em condições marginais de cultivo como aqueles de
regiões de solos de fertilidade mais baixa, e onde são freqüentes a ocorrência de longas
estiagens (MOLINA et al., 2002). Silva et al., (1978) classifica o sorgo conforme seu
propósito de produção como: tipo granífero, com até 60% de grãos, dupla finalidade,
com 20 a 30% de grãos e forrageiro que quase não produz grãos.
O sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) é um cereal de origem africana, e
atualmente situa-se na quinta posição entre os cereais mais plantados no mundo, ficando
3
atrás apenas para as produções de trigo, arroz, milho e cevada. Não possui problemas
quanto à expansão de sua cultura, pois se adapta facilmente aos diversos tipos de clima
e solo, sendo vantajoso seu cultivo em regiões de clima seco e solo arenoso
(MAGALHÃES ET AL., 1997)
Na Ásia, África, Rússia, China e América Central o grão de sorgo é
importante como alimento básico para humanos, ao passo que na América do Norte,
América do Sul, Europa e Austrália destinam-se principalmente à alimentação animal,
assim como no Brasil. Este fato permite que não haja competição no consumo de sorgo,
como principal ingrediente energético da dieta, tal como ocorre com o milho consumido
em larga escala tanto por humano como por animais (SILVA, 2003). O custo do sorgo
pode representar entre 80 a 85% do custo do milho (Martins et al., 2003)
Devido a suas características nutricionais, o sorgo tem sido avaliado como
substituto do milho e trigo (NOZELLA 2006) nas rações para aves e suínos,
principalmente nas regiões semi-áridas e tropicais, onde sua cultura apresenta melhor
rendimento de nutrientes por unidade de área (ROSTAGNO et al., 2000).
O sorgo é classificado como um alimento energético e sua composição
química é influenciada pela fertilidade do solo, adubação e cultivar (FIALHO e
BARBOSA, 1992), além disso tem elevado potencial de produção por hectare.
Comparativamente, tem seu consumo equivalente a cerca de 90% do
consumo do milho e entre 90 a 95% do valor nutritivo do milho (NRC, 1994), e
composição média de 65% de amido, 10% de proteína, que é um pouco superior ao
milho, 3% de gordura, 2,5% de fibra bruta, 1,5% de cinzas (Valadares Filho et al.,
2006), e 97% da energia metabolizável do milho (3.290 Kcal de EM/kg),
(Scheuermann, 1998), contêm ainda níveis de aminoácidos, metionina e lisina abaixo
dos encontrados no milho porém maior quantidade de triptofano (SCHEUERMANN,
2003), e níveis muito baixo de pigmentos.
Por outro lado alguns autores ressaltam o baixo desempenho animal quando
alimentados com silagem de sorgo, fato este que para Cummins (1971); e Demarchi
(1995), citado por Molina et al., (2002), é devido ao tanino, que está presente nos
cultivares, desenvolvidos para aumentar a resistência ao ataque de pássaros, aos fungos
causadores da podridão no grão antes da colheita, aos insetos e para redução da
4
germinação de grão na panícula, características estas que são responsáveis pelo sabor
amargo do grão e redução da digestibilidade e do consumo do alimento.
Os taninos são compostos fenólicos que precipitam proteínas, provenientes do
metabolismo secundário das plantas. Nestas os taninos estão localizados em vacúolos
celulares nas folhas e nas testas das sementes (NOZELLA 2006). Os taninos são
classificados em dois grupos principais, os hidrolisáveis e os condensados, que em
comum, apresentam a propriedade de se ligarem às proteínas e promoverem a formação
do couro no processo de curtimento.
Os taninos hidrolisáveis são os que após hidrólise ácida produzem carboidratos,
ácidos fenólicos (SGARBIERI, 1996), e o ácido tânico, um exemplo desse tipo de
tanino, é hidrolisado por enzimas ou espontaneamente (SINGLETON e KRATZER,
1973). Os taninos condensados são polímeros de flavonóides que estão presentes na
fração fibra alimentar da maioria dos alimentos consumidos e apresentam ação anti-
nutricional, principalmente para monogástricos, para ruminantes, seu efeito anti-
nutricional é amenizado pela ação dos microorganismos do rúmen.
São os taninos condensados os mais difíceis de serem degradados, podendo ser
tóxicos para uma variedade de microorganismos (NOZELLA 2006). O sorgo Possui
quantidades consideráveis desse tipo de tanino, sendo que este se encontra
principalmente na testa do grão e o teor de tanino varia de 1,3 a 3,6% para os cultivares
com alto tanino e 0,1 a 0,7% com baixo tanino (MYER ET AL., 1986), o qual
atualmente é denominado sorgo sem tanino (SCHEUERMANN, 2003). Em Revisão
NYACHOTI ET AL (1996), observaram variações nos teores de tanino de 1,04 a 5,6%
para o sorgo alto tanino e até 0,56% para o sorgo baixo tanino.
A presença do tanino nos alimentos tem como conseqüência alguns efeitos
indesejáveis na saúde e no desenvolvimento animal, tais como diminuição da
palatabilidade do alimento, da ingestão voluntária, da digestibilidade das proteínas, dos
carboidratos (CHANG et al., 1994, KNOX et al., 1995), do amido e dos lipídios
(LONGSTAFF e MAcNAB, 1991) e diminuição da absorção de cálcio (CHANG ET
AL., 1994).
Esses efeitos antinutricionais se devem à formação de complexos com proteínas,
carboidratos e outras macromoléculas alimentares; inibição da atividade de muitas
enzimas digestivas; diminuição da absorção de outros nutrientes através da parede
5
celular pela formação de quelatos com íons de metais e erosão de células epiteliais do
intestino (WARREHAM et al., 1994). O grau de toxicidade do tanino depende do seu
tipo, se hidrolisável ou condensado, das suas proporções na dieta, dos produtos finais da
hidrólise no intestino e da espécie animal (QUINTERO PINTO, 2000).
A diversidade de taninos é devida às diferenças nas capacidades fisiológicas dos
animais e as diferentes reações químicas apresentadas pelos diversos grupos de taninos.
Fato que demonstra a correlação entre o nicho alimentar e a espécie animal
(HAGERMAN et al., 1992).
Entre os maiores benefícios que os taninos podem trazer à nutrição animal estão:
a proteção das proteínas à degradação ruminal, o aumento da tolerância dos animais às
helmintoses e à prevenção ao timpanismo (GETACHEW, 1999 citado por CABRAL
FILHO, 2004) pela redução da formação de espuma.
Além disso tem sido relatado o efeito potencial dos taninos em reduzir o nível de
lipídeo corporal e de colesterol sangüíneo, podendo contribuir com propriedades
antimicrobianas e antioxidantes no processamento de alimentos e rações, e ainda
apresentar efeitos como acelerar a coagulação sanguinea e atuar como anticarcinogênico
(CHUNG ET AL., 1998). Tanto os efeitos benéficos como os antinutricionais dos
taninos condensados estão relacionados à capacidade desta molécula em formar
complexos com outras moléculas orgânicas. Portanto a avaliação da digestibilidade de
uma planta rica em tanino é altamente importante.
Na avaliação do efeito do tanino sobre a digestão do grão de sorgo, análises de
degradabilidade são importantes ferramentas para determinar a quantidade de nutriente
ingerido que está prontamente disponível para os microrganismos do rúmen e que
chegam ao intestino e o tempo necessário (MEHREZ e ORSKOV, 1977; BARBOSA et
al.,1998).
Na tentativa de melhorar a digestibilidade dos alimentos e o desempenho dos
ruminantes tem-se aplicado aos grãos vários tipos de processamentos, que podem ser
físicos ou químicos. Dentre os processamentos podemos encontrar moagem, extrusão,
micronização, tostagem, peletização, laminação, floculação, explosão, cozimento e
outros (ANTUNES e RODRIGUEZ, 2006).
Todas as formas de processamento fundamentam-se na melhoria da
digestibilidade dos grãos pela quebra das barreiras físicas que impedem o acesso dos
6
microorganismos ruminais aos alimentos (Mc Allister et al., 1990) e /ou a conservação,
isolamento de partes específicas, melhoria da palatabilidade ou detoxificação dos
alimentos (POND et al., 1995).
Os diferentes tipos de processamento atuam aumentando a área de superfície dos
grãos, reduzindo a interação da matriz protéica dos grânulos de amido e /ou aumentando
sua solubilidade em água (ANTUNES e RODRIGUEZ, 2006). O processamento pode
aumentar a disponibilidade de amido e proteína dos grãos no rúmen e intestino delgado
por meio da quebra das pontes de hidrogênio do grânulo de amido, alterar as
características da fermentação ruminal, taxa de passagem e o sítio de digestão
(THEURER et al., 1986 e OWENS et al., 1986).
Theurer (1986), revisando trabalhos de diversos autores, relata que a
digestibilidade no trato digestivo total varia com o tipo de grão e com a fração analisada
(proteína ou amido). Pesquisas mostram que há diferenças entre os diversos grãos
quanto à digestibilidade do amido e proteína, efeitos do processamento e resultados no
desempenho animal (ORSKOV, 1986; THEURER, 1986; STREETER et al., 1990;
OWENS et al., 1997).
Processamentos mecânicos como; moagem, trituração e laminação a seco e
térmicos como; calor na extrusão e floculação e químicos como; ácidos ou álcalis
podem induzir geleificação do amido, tornando-o mais digestível que o natural
(ROONEY e PFLUGFELDER, 1986). Segundo Owens et al., (1986) o aumento
progressivo do processamento (quebra, esmagamento, moagem, ensilagem e floculação)
favoreceram a digestão ruminal de amido em 17; 22; 32; 46 e 40,6%, respectivamente,
em relação ao milho inteiro, o que reduz o fluxo para o intestino delgado. Em alguns
casos, reduziu a porcentagem do amido ingerido que estava disponível para digestão no
intestino delgado em 30,2% no milho quebrado; 19,7% no amassado e 15,8% no moído.
No sorgo ensilado, o aumento na digestibilidade ruminal foi de 27,1% e a porcentagem
do amido ingerido foi de 83% em relação ao sorgo amassado (OWENS et al., 1986).
Os grânulos de amido podem ainda, quando geleificados, formar complexos com
proteínas, o que restringe a utilização de ambos, assim como a presença de fatores
antinutricionais como tanino, fitatos, lecitinas e outros inibidores de enzimas que afetam
a digestão do amido (THORNE 1983 et al., DREHER 1984 et al. e HAHN 1984 et al.,
citados por ROONEY e PFLUGFELDER, 1986).
7
Diversas pesquisas mostram que o sorgo deve ser processado mais intensamente
que milho, cevada ou trigo, pois possui valor nutricional menor, com digestibilidade de
proteína mais baixa devido à estrutura da matriz protéica apresentar endosperma
periférico mais denso, duro, resistente à absorção de água, com maior teor de proteína e
mais resistente à ação física e enzimática. Ocorrem também variações entre híbridos
devido à presença de tanino (ROONEY e PFLUGFELDER, 1986).
O processamento de grãos de milho ou de sorgo, através da floculação, promove
alterações químicas e físicas nas moléculas de amido, facilitando a digestão por parte
das enzimas amilolíticas dos microorganismos e/ou pancreáticas, resultando em
significativo aumento na degradação do amido, tanto no rúmen quanto no trato
digestivo total (HUNTINGTON, 1997).
A espécie de cereal, o tipo de grão e o método de processamento afetam o local e
a extensão da digestão do amido nos ruminantes, sendo que os valores entre 18 a 42%
do amido da dieta com grãos de sorgo e milho chegam ao intestino delgado e destes, 47
a 88% pode ser digerido. Outros fatores como o tempo e a superfície de exposição
podem limitar esta digestão. Dessa forma, processos que reduzem o tamanho da
partícula ou alteram a matriz protéica que cimentam os grânulos de amido, aumentam a
extensão da digestão no rúmen e intestino delgado (OWENS et al., 1997).
A armazenagem dos grãos na forma de silagem em condições de manejo
adequado pode eliminar ou reduzir consideravelmente o desenvolvimento de fungos e
conseqüentemente evitar a contaminação da ração com micotoxinas (REIS, 2006).
A silagem de grãos úmidos de milho vem sendo pesquisada há anos em países da
Europa, Estados Unidos e Canadá (Chandler et al., 1974; DeBrabander et al., 1992). No
Brasil, mesmo utilizando intensamente alguns grãos como o milho, seu emprego é
restrito ao Sul do Estado do Paraná (Jobim et al., 1996) e só recentemente o estudo e a
difusão desta tecnologia tem atingido outros Estados (JOBIM et al., 1997; COSTA et
al., 1997; e REIS et al., 2001).
São bastante conhecidos os graves problemas existentes nas propriedades
referentes às perdas de alimento devido ao ataque de insetos e roedores; ao grande
desperdício de grãos devido ao transporte e armazenagem inadequados, com
conseqüentes perdas no valor nutritivo, ou seja, elevado prejuízo para o Brasil em
8
termos de perdas qualitativas e quantitativas, o que contribui para que o custo de
produção seja um dos mais elevados.
Para Jobim et al., (1997), estas grandes perdas quali-quantitativas, podem ser
substancialmente reduzidas com a utilização da ensilagem. Além disso, a ensilagem
pode aumentar a digestibilidade do amido, pois o pH ácido do silo favorece a
solubilização parcial da matriz protéica desses grãos, facilitando o acesso dos
microorganismos ruminais aos grânulos de amido (ANTUNES e RODRIGUEZ, 2006).
Análises de degradabilidade têm como objetivo determinar quanto do nutriente
ingerido está prontamente disponível e quanto tempo será necessário para que este seja
completamente absorvido (aproveitado no rúmen) e a quantidade de nitrogênio que
alcança o intestino delgado (ARIELI et al., 1989).
As curvas de desaparecimento e cada fração dos alimentos retratam a cinética de
degradação ruminal assim, a taxa e a extensão da digestão, são importantes para
explicar as relações existentes entre a ingestão, digestão e desempenho dos animais
(ORSKOV, 1982).
A degradabilidade pode ser definida como potencial e efetiva. A degradabilidade
potencial é aquela em que o tempo não é fator limitante para a completa degradação,
uma hora qualquer ocorrerá a degradação. E degradabilidade efetiva é a que está
relacionada com o tempo, taxa de passagem e tamanho da partícula. É a que realmente
ocorre num determinado espaço de tempo.
A degradabilidade ruminal in situ baseia-se na colocação de uma pequena
quantidade do alimento teste em uma bolsa porosa não degradável e sua subseqüente
inserção (ou incubação) no conteúdo ruminal de animais canulados no rúmen. A bolsa é
removida em tempos definidos para se observar o desaparecimento de seu conteúdo e
para posterior análise (MEHREZ e ORSKOV, 1977; NOCEK, 1988; HUNTINGTON e
GIVENS, 1995). A técnica in situ foi desenvolvida por Balch em 1950, e tem sido
considerada como apropriada para estudos da degradabilidade ruminal dos alimentos
(ORSKOV et al., 1980, ARIELI et al., 1989).
Componente dos grãos de cereais, o amido é considerado a principal fonte de
reserva energética da maioria dos vegetais, utilizada na germinação, crescimento,
rebrota e períodos de dormência. A energia fornecida pelo amido é muito importante,
visto que a síntese de proteína microbiana pode ser limitada pela baixa disponibilidade
9
de carboidratos não estruturais (fonte de energia como ATP) e pela falta de esqueletos
de carbono (MELLO JR. 1991).
O amido é um polissacarídeo não estrutural de elevado peso molecular
constituído basicamente de duas frações; amilose e amilopectina. A porcentagem desses
dois compostos varia com a origem botânica do amido e parte da planta onde se
encontra, mas na maioria das espécies são compostos em média de 20 a 30% de amilose
e 70 a 80% de amilopectina, e em menor quantidade de lipídeos, proteínas e minerais
(ROONEY e PFLUGFELDER, 1986).
O amido do sorgo e milho denominados “cerosos” apresentam de 85% a
100% de amilopectina (ROONEY e PFLUGFELDER, 1986), o que é muito bom, pois a
digestibilidade do amido é inversamente proporcional ao conteúdo de amilose
(ZEOULAS e CALDAS NETO, 2001 citado por ANTUNES e RODRIGUEZ 2006).
Para que a energia do amido seja utilizada pelos microorganismos ruminais e
pelos ruminantes a digestão é o primeiro passo (Antunes e Rodriguez, 2006). A maior
parte do amido é rápida e facilmente fermentada no rúmen, embora o grau com que isso
ocorra possa ser influenciado principalmente por propriedades físicas e químicas de
seus grânulos, fatores anti-nutricionais, forma física do alimento fornecido e os
diferentes tipos e intensidades de processamentos aplicados aos alimentos do
ingrediente em questão (ROONEY e PFLUGFELDER, 1986).
O acesso dos microorganismos ruminais aos grânulos de amido é determinado
pelas taxas de degradação da parede celular das células endospermáticas e
principalmente da matriz protéica (ANTUNES e RODRIGUEZ, 2006). O amido do
milho e sorgo, portanto, não está facilmente disponível para a digestão enzimática, a
menos que a matriz protéica a ele associada também seja digerida (Mc Allister et al
1993), daí a importância do processamento dos grãos.
Diante disso, em muitas pesquisas há diferenças entre os diversos grãos quanto
à digestibilidade do amido e proteína, nos efeitos do processamento e em resultados no
desempenho animal (STREETER et al., 1990; OWENS et al., 1997).
Deste modo esta pesquisa objetivou avaliar o efeito das formas de conservação
(grão seco ou grão ensilado) do sorgo com e sem tanino, em três diferentes
granulometrias sobre a degradabilidade potencial da matéria seca, proteína bruta e
amido.
10
Referências
ANTUNES, R. C. ; RODRIGUEZ, N.M. Metabolismo dos carboidratos não
estruturais. In: BERCHIELLI, T. T., PIRES, A.V., OLIVEIRA, S.G. Nutrição de
Ruminantes.1ª. ed. Jaboticabal: Funep, 2006. p.231-36.
ARIELI, A., BRUCKENTAL, I., SMOLER, E. Prediction of duodenal nitrogen
supply from degradation of organic and nitrogenous matter in situ. J. of Dairy Sci.
v. 72, p. 2532-39, 1989.
BARBOSA, G.S.S.C.; SAMPAIO, I.B.M.; GONÇALVES, L.C. et al. Fatores que
afetam os valores de degradabilidade in situ da matéria seca de forrageiras
tropicais: I. dieta basal. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.50, p.731-35, 1998.
CABRAL FILHO, S. L. S. Efeito do teor de tanino do sorgo sobre a fermentação
ruminal e parâmetros nutricionais de ovinos. 2004. 88p. (Tese, Doutorado).
Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, USP, 2004.
CHANDLER, P.T., MILLER, C. N., JAHN, E. Feeding value and nutrient
preservation of high moisture corn ensiled in conventional silos for lactating dairy
cows. J. Dairy Sci., v.58, n.5,p 682-88, 1974.
CHANG, J.J., BAILEY, J.W., COLLINS, J.L. Dietary tannins from cowpeas and tea
transiently alter apparent calcium absorption and utilization of protein in rats. J.
Nutrition, v.124, p.283-88, 1994.
CHUNG, M.J., BAILEY. J.W., COLLINS, J.L. Dietary tannins from cowpeas and
tea transiently alter apparent calcium absorption and utilization of protein in rats.
J. Nutrition, v.124, p.283-88, 1994.
COSTA, C.; ARRIGONI, M. D. B. e SILVEIRA, A. C. Silagem de grãos úmidos de
milho. Ver. dos Criadores, n.804, p. 34-35, 1997. Artigo Técnico.
DeBRABANDER, D. L.; COTTYN, B. G.; BOUCQUE, C.H.V. Substitution of
concentrates by ensiled high-moisture maize grain in dairy cattle diets. Ani. feed
Sci. and Tech., n.38, p.57-67, 1992.
11
FIALHO, E.T., BARBOSA, H.P. Utilização do sorgo em rações para suínos e aves.
Circ. técnica, sete Lagoas, Minas Gerais, n.16, abril, 1992.
HAGERMAN, A.E.; BUTLER, L.G. The specificity of proanthocyanidin-protein
interactions. J. of Biological Chem. v.256, n.9, p.4494- 97, 1981.
HAGERMAN, A.E., ROBBINS, C.T., WEERASURITA, Y., WILSON, T.C.,
MCARTUR, C. Tannin chemistry in relation to digestion. J. Of Range Man. v. 45,
p.57-63, 1992.
HUNTINGTON, J.A.; GIVENS, D.I. The in situ technique for studying the rumen
degradation of feeds: a review of the procedure. Nutr. Abstr. Rev., Series B,
Wallingford. v.65, p.63-93, 1995.
HUNTINGTON, G. B. Starch utilization by ruminants: From basics to the bunk. J.
Anim. Sci., Savoy, v.75, n.3, p.852-67, 1997.
JOBIM, C. C., REIS, R,A; RODRIGUES,L.R.A. Avaliação da silagem de grãos
úmidos de milho (Zea mays L.). Pesq. Agropec. Bras., Brasília, v.32, n.3, p.311-31,
1997.
JOBIM, C. C.; REIS, R. A.; RODRIGUES, L.R.A. Avaliação o valor nutritivo das
silagens de grãos úmidos e de espigas de milho sem brácteas. Rev. Unimar, v. 18, n3,
p.545-52, 1996.
KNOX, A.I. McNEILL, L. McNAB, J.M. Selection between high and low tannin
diets by broiler chickens. British Poultry Sci. v.36, p. 849, 1995.
KUMAR, R., SINGH, M. Tannins: their adverse role in ruminant nutrition. J.
Agric. Food Chem., v.32, p.447-53, 1984.
LONGSTAFF, M., MAcNAB, J.M. The inhibitory effects of hull polysaccharides
and tannins of field beans (Vicia faba L.) on the digestion of aminoacids, starch
and lipids, and on digestive enzyme activities in young chicks. British J. of Nutr. v.
65, p. 199-216, 1991.
12
MAGALHÃES, P.C., RODRIGUES, W.A., DURÃES, F.O.M. Taninos no grão de
sorgo: bases fisiológicas e métodos de determinação. Sete Lagoas: EMBRAPA-
CNPMS, Circ. técnica, V.27, 1997, 26p.
MARINHO, A.A.M. Influência dos taninos no comportamento dos microrganismos
e suas implicações nas transformações microbianas no trato gastrintestinal dos
ruminantes. Rev. Portuguesa Ciênc. Vet, v.79, n.469, p.5-21, 1984.
MARTINS, R. G. R. et al. Consumo e digestibilidade aparente das frações fibrosas
de silagens de quatro genótipos de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) por
ovinos. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., Jun. 2003, vol.55 n.3, p.341-45.
McALLISTER, T. A., RODE, L.M., MAJOR, D. J., CHENG, K. J., e BUCHANAN-
SMITH, J. G. Effect of ruminal microbial colonization on cereal grain digestion.
Can. J. Anim. Sci. 1990. 70: 571- 79.
McALLISTER, T. A., PHILLIPPE, R. C., RODE, L. M., CHENG, K. J. Effect of the
protein matrix on the digestion of cereal grains by ruminal microorganisms J.
Anim Sci. 1993. 71: 205-12.
MEHREZ, A.Z.; e ORSKOV, E.R. A study of the artificial fibre bag technique for
determining the digestibility of feeds in the rumen. J. Agric. Sci.,Tokyo, v.88, p.645-
50, June 1977.
MELLO JR, C. do A. Processamento de grãos de milho e sorgo visando aumento do
valor nutritivo. In: Simp. sobre Nutr. de Bovinos, 4, 1991. Piracicaba: FEALQ, Anais...
p.284-302.
MOLINA, L.R.; GONÇALVES, L.C.; RODRIGUES, N.M. et al. Digestibilidade in
situ das frações fibrosas de silagens de seis genótipos de sorgo (Sorghum bicolor (L)
Moench) em diferentes estádios de maturação. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.54,
p.169-79, 2002.
MOLINA, L. R. et al. Parâmetros de degradabilidade Potencial da Matéria Seca e
da Proteína Bruta das Silagens de Seis Genótipos de Sorgo (Sorghum bicolor) (L.)
Moench), com e sem Tanino no Grão, avaliados pela técnica in situ. R. Bras.
Zootec., v.32, n.1, p.222-28, 2003.
13
MYER, R.O., GOBERT, D.W., COMBS, G.E. Nutritive value of high and low-tannin
grain sorghums harvested and stored in the high-moinstured state for growing
finishing swine. J. Anim. Sci. v. 62, p. 1290-97, 1986.
NOCEK, J.E. In situ and other methods to estimate ruminal protein and energy
digestibility: a review. J. Dairy Sci., v.71, p.2051-2069, 1988.
NOVAES, L. P.; CARNEIRO, J. C.; LOPES, F.C. F.; POSSAS, F. P; VIANA, A.C.;
OLIVEIRA, J. S.; e GONÇALVES, L.C. Avaliação da degradabilidade in situ da
matéria seca de silagens de sorgo (Sorghum bicolor) com ou sem tanino. Embrapa,
Cnpgl, [2004], 3p.
NOZELLA, E.F. Valor nutricional de espécies arbóreo-arbustivas nativas da
caatinga e utilização de tratamentos físico-quimicos para redução do teor de
taninos. 2006. 99p. (Tese, Doutorado). Centro de Energia Nuclear na Agricultura, USP,
Piracicaba, 2006.
NRC. Nutrient Requirements of Domestic Animals. Nutrient Requirement of Poltry. 9
th
edition. National Acemic Press, Washington, 1994.
NUÑEZ-HERNANDEZ, G., WALLACE, J.D., HOLECHEK, J.L. et al. Condensed
tannins and utilization by lambs and goats fed low-quality diets. J. Anim. Sci., v.69,
p.1167-77, 1991.
NYACHOTI, C.M., ATKINSON, J.L., LEESON, S. Response of broiler chicks fed a
high tannin sorghum diet. J. of applied Poultry Research, v.5, p.239-45, 1996.
ORSKOV, E.R. Starch digestion and utilization in ruminants. J. Anim. Sci., v.63,
n.1, p.1624-33, 1986.
ORSKOV, E. E. Protein nutrition in ruminant, London : Academic Press, 1982. 160p.
ORSKOV, E.R.; DEB HOVELL, F.D., MOULD, F. Uso de la tecnica de la bolsa de
nylon para valoraccion de los alimentos. Producion Animal Tropical, v.5, p. 213-33,
1980.
14
OWENS, N. F.; SECRIST, D.S., HILL, W.H., GILL, D.R. The effect of grain source
and grain processing on performance of feedlot cattle: a Review. J. Anim. Sci., v.75,
n. 1, p. 868-79, 1997.
OWENS, N. F.; ZINN, R.A.; KIM, Y. K. Limits starch digestion in the ruminant
small intestine. J. Anim. Sci., v.63, n.1, p.1634-1648, 1986.
POND, W. G.; CHURCH, D. C.; POND, K. R. Basic Animal Nutrition and feeding.
4ª ed. New York: John Willey and sons, 1995, p. 353-364.
QUINTERO PINTO, L.G. Tanino em rações para peixes comerciais. 55p. Dissertação
(Mestrado em Aquicultra)- Centro de aqüicultura UNESP (Universidade Estadual
Paulista), Jaboticabal, 2000.
REED, J.D. Nutritional toxicology of tannins and related polyphenols in forage
legumes. J. Anim. Sci., v.73, p.1516-1528, 1995.
REIS, W.; Degradabilidade de Grãos Secos e Ensilados de Híbridos de Milho
Submetidos a Formas de Processamento. 2006. 68p. Tese (Doutorado em Zootecnia).
UNESP- FMVZ, Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho, Botucatu, SP,
2006.
REIS, W., JOBIM, C.C., MACEDO, F.A. F., MARTINS, E.N., CECATO, U.,
SIVEIRA, A. Desempenho de cordeiros terminados em confinamento, consumindo
silagens de milho de grãos com alta umidade ou grãos de milho hidratados em
substituição aos grãos de milho seco na dieta. Rev. da Soc. Bras. Zootec., v.30, n. 2,
2001.
RODRIGUEZ, N.M., BORGES, A.L.C.C., GONÇALVES, L.C. et al. Silagens de
sorgo de porte alto com diferentes teores de tanino e de umidade no colmo. III –
Quebra de compostos nitrogenados. Arq. Bras. Med. Vet. Zoot., v.50, p.161-65, 1998.
ROSTAGNO, H.S., SILVA, D.J., COSTA, P.M. Composição de alimentos e exigências
nutricionais de aves e suínos. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG., p. 11-13,
2000.
15
ROONEY, W.L., e PFLUGFELDER, R.L. Factors affecting starch digestibility with
special emphasis on sorghum and corn. J. Anim. Sci., v. 63, n.1, p. 1607-23, 1986.
SCHEUERMANN. G.N. Utilização do sorgo em rações para frangos de corte. UBA-
Informa (Informativo técnico - União Brasileira de Avicultura), p.95-96, 2003.
SCHEUERMANN. G.N. Utilização do sorgo em rações para frangos de corte.
Concórdia: Embrapa suínos e aves, 1998.
SGARBIERI, V.C. Proteínas em alimentos protéicos: propriedades- degradações-
modificações. São Paulo: Varela, 1996, 517p.
SILVA, J. D. T.; Uso de sorgo com baixo teor em taninos na alimentação de frangos
de corte. 2003. 40p. Trabalho (Graduação em Zootecnia). UNESP- FCAV,
Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, SP, 2003.
SINGELTON, V.L., KRATZER, F.H. Plant phenolics. In: NAS-USA. Toxicants
accruing naturally in foods. Washington: NRCFP, 2ed, p.309-45, 1973.
STREETER, M.N.; WAGNER, D.G.; HIBBERD, C.A.; OWENS, F.N. The effect of
sorghum grain variety on site and extent of digestion in beef heifers. J. Anim. Sci.,
v.68, n.1, p.1121-32, 1990.
THEURER, C.B. Grain processing effects on starch utilization by ruminants. J.
Anim. Sci., v. 63, n.1, p.1649-62, 1986.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – UFV. Sistema de Análise Estatística e
Genéticas SAEG-. Versão 9.0. Viçosa, MG, 2000.
VALADARES FILHO, S. C., MAGALHÃES, K. A., ROCHA JÚNIOR, V. R.,
CAPELLLE, E. R., Tabelas brasileiras de composição de alimentos para bovinos.
2ed. Viçosa: UFV. DZO, 2006. xv, 329p.
VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2.ed. Ithaca, New York:
Cornell Uni. Press, 1994. 476 p.
16
VAN HOVEN, W., FURTENBURG, D. The use of purified condensed tannin as a
reference in determining its influence on rumen fermentation. Comp. Biochem. and
Physicology, v.101, p.381-85, 1992.
WARREAM, C.N. WISEMAN, J., COLE, D.J.A. Processing and antnutritive factors in
feedstuffs. In: COLE, D.J.A. VARLEY, M.A. Principles of pig sciences. Nottingham,
1994, 427p.
CAPITULO 2
DEGRADABILIDADE RUMINAL DA MATÉRIA SECA, PROTEÍNA BRUTA E
AMIDO DE GRÃOS DE SORGO, COM E SEM TANINO, SOB
GRANULOMETRIAS
18
Degradabilidade ruminal da matéria seca, proteína bruta e amido de grãos de
sorgo, com e sem tanino, sob granulometrias
RESUMO - O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da granulometria (moagem)
nos grãos de dois híbridos de sorgo (com e sem tanino), conservados secos ou ensilados
úmidos, sobre a degradabilidade in situ da matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e
amido em ovinos. Foram utilizados três ovinos adultos, fistulados no rúmen,
distribuídos em um delineamento experimental em blocos, com arranjo fatorial de 2 x 2
x 3 , sendo dois híbridos de sorgo (com e sem tanino), duas formas de conservação
(seco e ensilado), três granulometrias (inteiro, moído grosso e moído fino), e o tempo
como sub parcela.
Recomenda-se a moagem dos grãos de sorgo, pois proporciona aumento da
degradabilidade ruminal e efetiva da matéria seca, proteína bruta e amido. A presença
do tanino no grão de sorgo alterou a degradabilidade potencial da proteína bruta e
amido. Pelos resultados inferidos recomenda-se a moagem dos grãos de sorgo, por
aumentar a degradabilidade ruminal e efetiva da matéria seca, proteína bruta e amido. O
melhor tratamento foi a moagem grossa no grão sem tanino armazenado na forma de
grãos secos.
Termos para Indexação: Granulometrias, silagem de grãos úmidos, ovinos, amido
19
ABSTRACT
Ruminal dry matter degradability, crude protein and starch for sorghum grain,
with and without tannin, at grinding ways, at in situ availability
Abstract: The main research purpose was evaluate the grinding effect on two sorghum
genotypes grain with and without tannin, at dry grain or humid silage conservation
above the dry matter in situ degradability, crude protein and starch. Three rumen
fistulated sheep was used, in a bloc design, in a 2 x 2 x 3 factorial out line, with two
sorghum genotypes (with and without tannin), two conservation ways (dry grain and
high moisture grains silage) and three grinding ways (role, thick grinding and fine
grinding) and time like sub-portion. To sorghum grains is recommended the grinding
just because increases the dry matter and crude protein, ruminal and effective
degradability. The tannins presence depressed the crude protein and starch
degradability, in a soft way. The fine grinding became a huge increasing in dry matter
degradability rate. In this way the better treatment was the fine grinding without tannin
in dry grain. We recommend the grinding sorghum grains because increase the dry
matter, crude protein and starch ruminal and effective degradability. The thick griding
in dry grain was the better treatment.
Key words: Grinding, high moisture grains silage, sheep, starch
20
INTRODUÇÃO
Segundo, OWENS et al., (1986) os diferentes tipos de processamento de
grãos como; quebra, esmagamento, moagem, ensilagem e floculação, favorecem a
digestão ruminal do amido em relação a grãos inteiros, aumentando o acesso de
microorganismos aos grânulos de amido pela redução do tamanho da partícula e
aumento de área a ser degradada, aumentando sua solubilidade em água, desnaturando a
proteína geleificada que solidifica estes grânulos de amido, alterando as características
da fermentação ruminal, taxa de passagem e o sítio de digestão (THEURER et al., 1986,
ANTUNES e RODRIGUEZ, 2006).
Devido a suas características nutricionais, o sorgo tem sido avaliado como
substituto do milho e trigo (NOZELLA 2006) nas rações para aves e suínos,
principalmente nas regiões semi-áridas e tropicais, onde sua cultura apresenta melhor
rendimento de nutrientes por unidade de área (ROSTAGNO et al., 2000).
O sorgo é classificado como um alimento energético e sua composição
química é influenciada pela fertilidade do solo, adubação e cultivar (FIALHO e
BARBOSA, 1992).
Grãos de sorgo possuem em suas estruturas substâncias anti-nutricionais, e
compostos fenólicos capazes de precipitar proteínas em solução aquosa, os taninos.
Estes exercem efeitos inibidores de ações enzimáticas, podendo ainda formar
complexos com proteína, celulose, hemicelulose, pectina, amido, quitina e saponinas,
impedindo a degradação por ação microbiana e (NOVAES et al., 2004) reduzir a
digestibidade dos alimentos.
21
O tanino presente nos grãos de sorgo tem a capacidade de formar complexos
com a fração protéica, reduzindo assim sua degradabilidade, e conseqüentemente sua
disponibilidade para o animal (VAN SOEST, 1994). Deste modo, é necessário avaliar
quais processamentos são realmente efetivos quando se trata de sorgo.
A espécie, o tipo de grão, o método de processamento, o tempo e a superfície de
exposição podem limitar a extensão da digestão do amido nos ruminantes. Dessa forma,
processos que reduzem o tamanho da partícula ou alteram a matriz protéica que cimenta
os grânulos de amido, aumentam a extensão da digestão no rúmen e intestino delgado
(OWENS et al., 1997).
Na avaliação do efeito do tanino sobre a digestão do grão de sorgo, análises de
degradabilidade são importantes ferramentas para determinar a quantidade de nutriente
ingerido que está prontamente disponível para os microrganismos do rúmen e que
chegam ao intestino e o tempo necessário (MEHREZ e ORSKOV, 1977; BARBOSA et
al.,1998).
Um dos métodos mais utilizados na avaliação da degradabilidade ruminal dos
alimentos, tem sido a técnica in situ com sacos de náilon para determinar quanto do
nutriente ingerido está prontamente disponível e quanto tempo será necessário para que
este seja completamente absorvido no rúmen. A cinética de degradação ruminal é dada
pelo perfil da curva de desaparecimento de cada nutriente para cada alimento.
A maior parte do amido é rápida e facilmente fermentada no rúmen, embora o
grau com que isso ocorra possa ser influenciado principalmente por propriedades físicas
e químicas de seus grânulos, fatores anti-nutricionais, forma física do alimento
fornecido e os diferentes tipos e intensidades de processamentos aplicados aos
alimentos do ingrediente em questão (ROONEY & PFLUGFELDER, 1986).
22
O amido do sorgo, não está facilmente disponível para a digestão enzimática, a
menos que a matriz protéica a ele associada também seja digerida (Mc Allister et al.,
1993), daí a importância do processamento dos grãos. Todas as formas de
processamento fundamentam-se na melhoria da digestibilidade dos grãos pela quebra
das barreiras físicas que impedem o acesso dos microorganismos ruminais aos
alimentos (Mc Allister et al., 1990).
Neste contexto, esta pesquisa objetivou avaliar o efeito das formas de
conservação (grão seco ou grão ensilado) do sorgo com e sem tanino, em três
granulometrias sobre a degradabilidade ruminal da matéria seca, proteína bruta e amido.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido em duas etapas, na primeira foi realizado o
plantio e ensilagem do sorgo na Fazenda Experimental de Pesquisa e Produção da
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP – Campus de Botucatu, e a
segunda etapa, os ensaios de degradabilidade da matéria seca e proteína bruta no setor
de Unidade Animal de Estudos Digestivos e Metabólicos da Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias da UNESP - Campus de Jaboticabal. O objetivo desse estudo foi
avaliar o efeito das formas de conservação dos grãos armazenados secos e grãos
ensilados úmidos do sorgo com e sem tanino, sob três granulometrias (inteiro, moído
grosso e moído fino), sobre a degradabilidade ruminal da matéria seca, proteína bruta e
amido.
23
Os híbridos utilizados foram o BRS- 701 considerado alto tanino e o SAARA
considerado baixo tanino, nos teores de umidade 28% para grão ensilado úmido e 13%
para grão seco.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos com três repetições, com
parcelas subdivididas no tempo, em que os tratamentos dos blocos constituem esquema
fatorial do tipo 2 x 2 x 3, sendo dois híbridos de sorgo (com tanino e sem tanino), duas
formas de conservação (grão seco e grão ensilado úmido) sob três granulometrias
(inteiro, moído grosso (6mm) e moído fino (4mm)), e o tempo como sub-parcela, o
nível de significância utilizado foi P<0,01.
Para a confecção da silagem de grãos úmidos de sorgo a colheita foi efetuada
na fase de maturação fisiológica, (momento em que cessa a entrada de nutrientes no
grão), ocasião em que os grãos apresentaram em torno de 72% de MS, o que na prática
é verificado pela base do cacho farinácea.
Ao atingir o ponto determinado para a ensilagem, o sorgo foi colhido usando-
se o equipamento para ensilagem de grãos úmidos, para silos bag (BOELTER, modelo
OB 20). Alterando-se a regulagem, foi possível conseguir as três granulometrias
distintas para compor os tratamentos. Após triturado, o material foi acondicionado em
baldes, com capacidade para aproximadamente 20 kg, sendo devidamente vedados por
um período de 45 dias.
Para os grãos colhidos secos (87% MS), acoplou-se ao desintegrador de grãos
peneiras, onde na primeira moagem obteve-se partículas de 4 mm e segunda moagem
partículas de 6 mm, obtendo-se assim as três granulometrias distintas para compor os
tratamentos. Após triturado, o material foi acondicionado em sacos de ráfia com
capacidade média para 30kg.
24
No momento da ensilagem foram realizadas amostragens em todos os
tratamentos para determinar teor de matéria seca (MS), retirando amostras aleatórias em
diferentes momentos durante a ensilagem, permitindo-se realizar amostras compostas
para cada tratamento, de forma que representasse todo material.
Após a abertura dos silos foram feitas novas amostragens para análise da MS,
proteína bruta (PB), e fibra em detergente neutro (FDN) - conforme metodologia
descrita por SILVA (1991).
Para o experimento de degradabilidade foram utilizados três ovinos providos
de cânulas ruminais permanentes, do setor de Unidade Animal de Estudos Digestivos e
Metabólicos da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP - Jaboticabal,
onde os animais permaneceram 15 dias em adaptação às dietas de sorgo, e 10 dias em
coleta de material, sendo 25 dias de experimentação para cada animal dentro de cada
tratamento, totalizando 75 dias de tratamento, de modo que todos os animais passaram
por todos os tratamentos.
O sorgo foi oferecido aos animais como dieta na quantidade equivalente a 2%
em MS do peso vivo, para adaptação aos tratamentos experimentais, o farelo de canola
foi utilizado na dieta apenas para fechamento das exigências nutricionais dos animais.
Utilizou-se feno de coast cross (Cynodon dactylon (L.) Pers.) como volumoso, que foi
triturado no momento do fornecimento (com média de 86% de MS), os alimentos foram
homogeneizados e fornecidos duas vezes ao dia (às 7 e 17 horas) na quantidade
equivalente a 2% em MS do peso vivo. O volumoso e concentrado utilizados estão
descritos na Tabela 1.
25
Tabela 1. Composição da ração basal utilizada no experimento de degradabilidade
(% na matéria seca)
Alimento PB NDT FDN MS
Kg
Feno de Coat Cross 90,0 50,4 69,4 88,0
Farelo de Canola 10,0 7,5 3,1 9,1
A composição química dos ingredientes utilizados na formulação dos
tratamentos dos ensaios de degradabilidade são apresentados na Tabela 2.
Tabela 2. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e fibra em detergente neutro
(FDN) dos tratamentos utilizados no ensaio de degradabilidade (%)
Silagem Grãos secos
Sem tanino Com tanino Sem tanino Com tanino
Fn Gr In
Fn Gr In
Fn Gr In Fn Gr In
MS 72,8 73,6 78,4
72,8 68,8 72,9
88,3 88,8 87,8 88,2 88,1 88,3
PB 10,4 10,9 9,8
9,9 9,3 9,9
10,3 10 10,8 10,2 9,6 9,5
FDN 74,9 73,1 82,1
64,3 82,8 85,8
78,3 73,8 85,1 64,3 72,9 82,3
Fn = moído fino, Gr = moído grosso, In = inteiro
Foi utilizada a técnica de degradação ruminal in situ proposta por ORSKOV e
McDONALD (1979), utilizando-se sacos de náilon, 100% poliamida, medindo 14,00 x
7,00cm, com poros de 50 micrômetros, acondicionados in natura, ou seja, sem prévia
secagem e moagem das amostras (Huntington e Givens, 1995, Andrae et al, 2001).
Estes sacos foram mantidos sob refrigeração já pesados, para os tempos de incubação
mais distantes e eram introduzidos no rúmen através das cânulas ruminais.
Os períodos de permanência no rúmen foram de 0, 3, 6, 12, 24 e 48 horas, sendo
que os sacos correspondentes a cada horário foram introduzidos no rúmen, sempre após
o arraçoamento, de modo que os sacos relativos ao horário seguinte somente foram
inseridos depois de decorrido todo o período do primeiro.
26
As amostras relativas ao tempo zero foram colocadas em banho-maria, com
agitação e temperatura de 39ºC, durante uma hora e depois lavadas para quantificar a
perda por lavagem.
Transcorrido o tempo de permanência dos sacos no rúmen, estes foram retirados
e mergulhados por 30 minutos em água com gelo para interrupção da atividade
microbiana, e em seguida foram lavados com água corrente fria para retirada de
conteúdo ruminal. Posteriormente, foram lavados em máquina tipo tanquinho com
renovação de água, sendo o tempo (5 minutos para cada) e o número de batidas (5)
padronizadas para todas as lavagens. Após esta etapa, os sacos contendo os resíduos não
degradados no rúmen foram secos em estufa com circulação de ar forçada a temperatura
de 65ºC por um período de 72 horas. Os resíduos foram pesados após estarem secos e
em equilíbrio com temperatura ambiente.
Das amostras dos alimentos que restaram nos sacos após a incubação ruminal
foram obtidos os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e amido segundo
Silva (1991).
As porcentagens de desaparecimento da MS, PB e amido por tempo de
incubação foram calculadas pela proporção do resíduo nos sacos após incubação
ruminal.
Para o cálculo de degradabilidade efetiva (DE) nas taxas de passagens de 2, 5 e
8% h
-1
, e das frações solúvel (A), insolúvel potencialmente degradável (B),
indegradável (C) e taxa de fermentação (kd) da MS e PB, os dados foram ajustados pelo
programa Fit Curve (International Feed Resources), seguindo equação proposta por
Mehrez e Orskov (1977) com recomendações propostas por Nocek & Kohn (1988),
expressa por:
27
DP = a + b (1 - e
-ct
) ; DE= a +[(b x c)/ (c x kp)]; em que:
DP = degradabilidade potencial estimada (%);
DE= degradabilidade efetiva (%);
a= fração rapidamente solúvel (% do original), também denominado washing loss;
b= fração insolúvel em água, mas potencialmente degradável (% do original);
c = constante da taxa de degradação da fração b (% / hora);
kp= taxa de passagem da digesta no rúmen (% / hora);
e= logaritmos natural, que representa o tempo de colonização dos
migcroogansmos (lag time);
t= tempo de incubação (horas);
Os resultados foram submetidos à análise estatística através do programa
SAEG – Sistema de Análise Estatística e Genéticas, versão 9.0 (UFV, 2000). Foi
realizado o teste F para as comparações entre médias de tratamentos do bloco com 0,01
de significância e para o fator tempo foi estudado análises de regressão sendo avaliados
efeitos linear e quadrático.
Resultados e Discussão
Observou-se efeito significativo da matéria seca (P< 0,01) para, forma de
conservação x granulometria com o tempo como sub-parcela.
Na Figura 1, encontram-se representados os valores de degradabilidade da MS
para a interação Silagem de grãos úmidos x Granulometria com o tempo como sub-
parcela, onde, não houve interação entre sorgos. O grão ensilado úmido inteiro
28
comportou-se de forma linear, e os demais de forma quadrática, onde, às doze horas de
incubação já foi possível observar degradação 100%, da matéria seca incubada.
Observou-se a partir das curvas de degradação, que a diminuição da
granulometria aumentou a degradabilidade da MS incubada (Figura 1).
DMSsilagem%
y = 2,0258x + 0,7938
R
2
= 1
y = 0,9951x
2
+ 0,0123x + 19,616
R
2
= 1
y = 1,2345x
2
- 0,1142x + 38,314
R
2
= 1
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0102030405060
tempo
degradabilidade
Inteiro Grosso Fino
Linear (Inteiro) Polinômio (Grosso) Polinômio (Fino)
Figura 1. Degradabilidade da matéria seca da Silagem (DMSs) de grãos úmidos de
sorgo para a interação granulometria x forma de conservação com tempo
como sub parcela (h).
Na Figura 2, encontram-se representados os valores de degradabilidade da MS,
para a interação Grãos armazenados secos x Granulometria, com o tempo usado como
sub parcela, não havendo interação entre sorgos. As três granulometrias comportaram-
se de forma quadrática. Os grãos secos moídos grosso e fino conseguem atingir 100%
de degradação ruminal no tempo médio de seis horas, enquanto que o grão inteiro
atingiu a mesma degradação com quinze horas.
29
Reis (2006), submetendo cultivares de milho a granulometrias, observou que
quanto menor a granulometria, maior a degradabilidade da MS, o que concorda com os
resultados encontrados para a granulometria em grãos de sorgo.
DMSgrãos%
y = 0,7104x
2
- 1,343x + 7,3696
R
2
= 1
y = 2,3284x
2
- 1,8867x + 30,176
R
2
= 1
y = 2,8501x
2
- 5,7229x + 36,379
R
2
= 1
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 10203040506
Tempo
Degradabilidade
0
Inteiro Grosso Fino
Polinômio (Inteiro) Polinômio (Grosso) Polinômio (Fino)
Figura 2. Degradabilidade da matéria seca dos grãos secos de sorgo (DMSg) para a
interação granulometria x forma de conservação com o tempo como sub
parcela (h).
Para os valores referentes a degradabilidade efetiva da MS, é possível observar
na Tabela 3 que o processamento aumentou de forma vertiginosa a degradabilidade,
onde a taxa de passagem de 2%
h-1
, o aumento do inteiro para o moído grosso passa de
dez vezes o seu valor.
Reis (2006), submetendo cultivares de milho a diferentes granulometrias,
processado grosso (12 mm), médio (10 mm) e fino (8 mm), observou que quanto menor
30
a granulometria, maior a degradabilidade da MS, resultados estes semelhantes ao
encontrado neste experimento.
Andrae et al. (2001) trabalhando com processamento de milho com diminuição
do tamanho de partícula e estádios de colheita (30 e 40% de MS) verificaram que com
vinte e quatro horas de incubação, o processamento aumentou e degradabilidade da MS
predominando o segundo estádio, o que para processamento de grãos de sorgo, foi
verificado aumento em tempo ainda menor.
Na Tabela 3 é interessante notar que o processamento proporcionou melhora
numérica considerável mesmo na taxa de passagem mais rápida, a de 8% h
-1
, o que não
era esperado, pois a esta velocidade de passagem, acreditava-se que não haveria
melhora na digestibilidade.
Tabela 3. Degradabilidade efetiva da matéria seca para as taxas de passagens (TP) de 2,
5 e 8% h
-1
e percentagens das frações solúvel (A), insolúvel potencialmente
degradável (B), indegradável (C) e taxa de fermentação (kd)
Degradabilidade efetiva da matéria seca (%)
TP Híbrido com Tanino
Híbrido sem Tanino
(%) Silagem Grão Silagem
Grão
Fn Gr In Fn Gr In Fn Gr In Fn Gr In
2
55,5 31,3 0,5 68,0 58,9 6,0 59,0 31,7 -3,1 68,1 70,8 8,4
5
45,9 24,2 -5,4 45,2 42,2 1,1 47,1 21,8 -4,2 46,6 48,4 1,5
8
41,4 20,7 -6,7 37,7 34,4 -0,8 41,4 17,3 -4,8 38,0 39,8 -0,7
Frações e Taxa de Fermentação
A
29,4 10,2 -8,8 22,9 12,9 -5,0 27,8 5,6 -6,8 18,1 20,3 -5,2
B
42,7 31,8 -59,4 140,9 74,5 24,5 53,3 44,0 5,2 101,0 107,7 43,1
C
0,031 0,040 -0,003 0,009 0,032 0,016 0,028 0,029 0,050 0,020 0,018 0,009
Kd
0,77 1,18 1,42 2,11 3,57 1,13 1,35 1,70 5,43 3,07 4,42 0,61
Para proteína bruta, observou-se efeito significativo (P< 0,01) granulometria x
tempo como sub-parcela, hibrido de sorgo x processamento, e conservação x
processamento.
31
Na Figura 3 encontram-se os valores de degradabilidade da PB nas
granulometrias inteiro, moído grosso e moído fino em função do tempo. A granulometria
inteiro comportou-se de forma linear e os demais de forma quadrática. Onde foi possível
observar que o tratamento fino atingiu 100% da degradabilidade da PB em médias as 12h
de incubação.
DPB%
y = 3,9981x + 12,834
R
2
= 1
y = -2E-16x
2
- 0,4347x + 34,032
R
2
= 1
y = 1,9963x
2
- 4,7273x + 45,075
R
2
= 1
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 10203040506
Tempo
Degradabilidade
0
Inteiro Grosso Fino
Linear (Inteiro) Polinômio (Grosso) Polinômio (Fino)
Figura 3. Degradabilidade da proteína bruta dos grãos de sorgo (DMSg) para a
interação granulometria com o tempo como sub parcela (h)
Para a interação processamento x hibrido de sorgo, o sorgo com tanino
apresentou diferença (P<0,01) para os três tratamentos onde a melhor degradabilidade
da proteína ocorreu no processamento fino, e a menor no inteiro. Para o sorgo sem
tanino os processamentos fino e grosso não diferiram entre si sendo ambos superiores
ao inteiro. É possível observar que o simples processamento já quase duplica a
degradabilidade do grão, por aumentar a superfície de contato para o ataque microbiano.
32
Tabela 4. Degradabilidade ruminal da Proteína bruta dos grãos de sorgo em função da
interação tipo de sorgo x granulometria
Híbrido
Fn Gr In
Com tanino 52,13Aa 41,61Bb 24,37Ca
Sem tanino 53,57Aa 51,53Aa 25,28Ba
Letras maiúsculas diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey P<0,01.
Letras minusculas diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey P<0,01.
Molina et al., (2002) trabalhando com silagem de planta inteira de seis híbridos
de ensilados sorgo no estádio de grão farináceo observaram que o tanino presente nos
grãos das silagens de sorgo (BR 700 e BR 701) não exerceu efeito sobre o
desaparecimento médio da PB, não observando significância entre as silagens testadas,
o mesmo não foi observado neste trabalho, onde foi notado que a presença do tanino
depreciou a degradabilidade da PB na granulometria moído grosso.
Tabela 5. Degradabilidade ruminal da Proteína bruta dos grãos de sorgo em função da
interação tipo de conservação x granulometria
Híbrido
Fn Gr In
Silagem 58,70Aa 45,41Ba 29,19Ca
Grão 47,00Aa 47,72Aa 20,46Bb
Letras maiúsculas diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey P<0,01.
Letras minusculas diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey P<0,01.
Para a interação forma de conservação x processamento, foi observado que a
degradabilidade da proteína bruta diferiu (P<0,01) entre as três granulometrias na forma
de conservação silagem de grãos úmidos, sendo a moagem fina a superior, e na forma
de conservação grãos armazenados secos as granulometrias fino e grosso não diferiram
entre si (P<0,01), sendo ambas superiores a granulometria inteiro.
Para interação processamento x conservação houve diferença (P<0,01) apenas
na granulometria inteiro, onde a silagem foi superior ao grão. A silagem apresentou
melhor degradabilidade da PB, talvez pelo fato de o processo de ensilagem melhorar a
ação dos microorganismos ruminais sobre o material. Isso pode ser atribuído aos ácidos
33
orgânicos que são produzidos durante o processo fermentativo no silo (TONROY et al.,
1974; GOODRICH et al., 1975; BRANDT et al., 1985; MADER et al., 1991; STOCK
et al., 1991); citado por Reis (2006).
Para as taxas de degradabilidade efetiva da proteína bruta presentes na Tabela 6
podemos observar às taxas de passagem de 2% h
–1
para o híbrido com tanino na forma
de grão armazenado seco, que o aumento na degradabilidade do grão moído grosso para
o inteiro é quase o triplo. Desta forma é possível visualizar que de forma geral a simples
moagem já aumenta a degradabilidade da PB, porém, as melhores taxas da DE ocorrem
no híbrido sem tanino processado fino, na forma de grão armazenado seco.
Tabela 6. Degradabilidade efetiva da proteína bruta para as taxas de passagens (TP) de
2, 5 e 8% h
-1
e percentagens das frações solúvel (A), insolúvel
potencialmente degradável (B), indegradável (C) e taxa de fermentação (kd)
Degradabilidade efetiva da matéria seca (%)
TP Híbrido com Tanino
Híbrido sem Tanino
(%) Silagem Grão Silagem
Grão
Fn Gr In Fn Gr In Fn Gr In Fn Gr In
2
61,0 43,2 26,1 63,0 53,1 15,0 63,8 53,6 30,7 67,8 71,1 17,2
5
54,7 34,2 19,9 39,9 36,7 10,9 53,8 43,2 21,9 44,2 48,6 12,2
8
50,5 28,2 17,2 33,7 30,0 8,7 49,4 39,4 18,7 37,7 41,6 9,6
Frações e Taxa de Fermentação
A
28,0 -0,2 1,0 23,1 14,0 1,0 37,9 30,9 11,7 26,2 28,2 1,2
B
39,1 52,6 27,7 505,7 75,0 19,3 44,5 51,6 44,4 330,4 162,7 22,9
C
0,108 0,094 0,028 0,002 0,021 0,053 0,028 0,016 0,015 0,003 0,007 0,046
Kd
3,87 3,09 7,09 5,44 4,19 5,82 3,07 4,95 0,50 7,49 3,55 4,98
Reis (2006), submetendo cultivares de milho a diferentes granulometrias, moído
grosso (12 mm), médio (10 mm) e fino (8 mm), observou que quanto menor a
granulometria, maior a degradabilidade da PB, o que efetivamente foi observado neste
trabalho independente do hibrido ou forma de conservação.
34
Pode-se observar neste experimento e no relatado por Campos et al. (2003) que
a presença do tanino no grão de sorgo diminuiu a degradabilidade efetiva da PB do grão
e isto pode ser explicado pelo fato do tanino formar complexos tanino-proteína,
dificultando a digestão microbiana.
Para a degradabilidade ruminal do amido observou-se efeito significativo
(P<0,01) em função de; hibrido de sorgo x conservação, granulometria x conservação e
granulometria x tempo.
Tabela 7. Degradabilidade ruminal do amido de grãos ensilados úmidos e grãos
armazenados secos na interação híbrido de sorgo x forma de conservação
Sorgo Com Tanino Sorgo Sem Tanino
Silagem 38,58 Aa 37,77 Ba
Grão 38,61 Ab 47,82 Aa
Letras maiúsculas diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey P<0,01.
Letras minusculas diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey P<0,01.
Na interação hibrido de sorgo x conservação, é possível observar que o sorgo
com tanino não apresentou diferença para a forma de conservação silagem de grãos
úmidos ou grãos armazenados secos, já o sorgo sem tanino teve melhor degradabilidade
ruminal do amido na forma de conservação grão seco (P< 0,01). Na interação
conservação x hibrido de sorgo, observou-se que a forma de conservação silagem úmida
não apresentou diferença significativa (P< 0,01) para o sorgo com ou sem tanino, já a
forma de conservação grão armazenado seco mostrou-se superior (P< 0,01) para o sorgo
sem tanino. Mostrando que o tanino influenciou a degradabilidade do amido (Tabela 7),
fato este que pode ser explicado pela capacidade de os taninos interagirem com as
proteínas da matriz protéica do amido formando complexos tanino-proteína e tornando-
35
as mais resistentes ao ataque microbiano. A degradabilidade ruminal média do amido
foi de 40,7%.
Tabela 8. Degradabilidade ruminal do amido de grãos ensilados úmidos e grãos
armazenados secos na interação forma de conservação x granlometria
Fn Gr In
Silagem úmida 53,70 Aa 41,95 Bb 18,87 Ca
Grão seco 55,92 Aa 58,38 Aa 15,35 Ba
Letras maiúsculas diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey P<0,01.
Letras minusculas diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey P<0,01.
Para
a interação forma de conservação x granulometria foi possível observar que
a simples moagem do grão proporcionou aumento na degradabilidade ruminal do
amido. Houve diferença (P<0,01) para as três granulometrias na forma de conservação
silagem de grão úmido, sendo a forma moído fino a de melhor degradabilidade. Para o
grão armazenado seco as granulometrias, moído fino e moído grosso não diferiram
estatisticamente (P<0,01) entre sí, sendo ambas superiores a forma inteiro. De maneira
geral a conservação grão seco obteve melhor degradabilidade que a conservação
silagem, o que é contraditório à literatura que diz que a ensilagem favorece a
digestibilidade do amido, pois o pH ácido facilita a solubilização parcial da matriz
protéica e o acesso dos microorganismos ao amido.
36
DAMD%
y = 3,1542x + 7,6499
R
2
= 1
y = 10,875x + 17,542
R
2
= 1
y = 11,727x + 19,63
R
2
= 1
0
100
200
300
400
500
600
700
0 102030405060
Tempo
Deg radabilida de
Inteiro Grosso Fino
Linear (Inteiro) Linear (Grosso) Linear (Fino)
Figura 4. Degradabilidade do amido (DAMD) para a interação granulometria com o
tempo como sub parcela (h).
Para a interação granulometrias com o tempo como subparcela, é possível
observar na Figura 4 que a simples moagem do grão proporcionou que 100% da
degradabilidade ruminal do amido ocorresse ao tempo médio de oito horas de incubação
ruminal, enquanto que o material inteiro só veio a ser degradado no mesmo percentual
ao tempo médio de trinta horas.
Isto pode ser explicado pelo aumento da superfície de contato da partícula com o
meio ruminal, aumentando a solubilidade. Moron et al., (2000), trabalhando com
degradabilidade do amido de grãos de sorgo (BR 005) e milho em diferentes
processamentos observaram que a redução do tamanho da partícula promoveu melhor
degradabilidade para os grãos processados que os não processados, encontrando valores
médios de degradação do grão inteiro, partido ao meio e moído (2 mm) de 6,2; 33,4 e
48,6% respectivamente.
Na Tabela 9, para a degradabilidade efetiva do amido, os valores indicam
crescimentos significativos após a moagem, seja qual for o sorgo ou forma de
37
conservação, de modo que, é possível observar um aumento de mais de dezoito vezes na
taxa de degradação de 2%
h-1
para o híbrido com tanino na forma de grão seco, depois de
aplicado a moagem grossa ao grão, o que evidencia a eficiência da moagem. De acordo
com os resultados obtidos, observou-se que o processamento aumentou a fração de
amido rapidamente degradável no rúmen. Isso aconteceu porque o rompimento da
estrutura cristalina dos grânulos de amido aumentou a sua solubilidade tornando-os
mais acessíveis à degradação (Nocek, 1987). Moron et al., (2000), observaram que a
redução do tamanho da partícula promoveu melhora na degradabilidade efetiva do
amido dos grãos comparado ao grão inteiro, sem a necessidade de aplicação de calor na
intenção de geleificar o amido. Esta melhora pode ser explicada pela separação dos
grânulos de amido na matriz protéica, expondo-os ao ataque dos microorganismos do
rúmen.
Tabela 9. Degradabilidade efetiva do amido para as taxas de passagens (TP) de 2, 5 e
8%
h-1
e percentagens das frações solúvel (A), insolúvel potencialmente
degradável (B), indegradável (C) e taxa de fermentação (kd)
Degradabilidade efetiva do amido (%)
TP Híbrido com Tanino Híbrido sem Tanino
(%) Silagem Grão Silagem
Grão
Fn Gr In Fn Gr In Fn Gr In Fn Gr In
2
61,3 64,4 23,1 72,4 65,0 3,5 53,6 48,8 12,0 83,9 73,8 13,1
5
49,3 35,4 13,0 47,2 48,7 2,4 48,1 29,2 6,7 57,4 59,7 12,7
8
41,4 27,5 10,4 37,5 40,4 1,5 43,3 20,8 2,9 50,1 52,5 12,3
Frações e Taxa de Fermentação
A
-3,1 13,7 6,0 14,1 14,6 -17,9 -189,6 -2,9 -18,1 37,3 30,2 -4549,1
B
76,3 79,5 461,4 121,3 73,7 22,5 248,2 90,1 35,2 372,4 63,9 4592,8
C
0,104 0,002 0,001 0,018 0,043 0,249 0,595 0,027 0,119 0,003 0,043 0,855
Kd
5,47 9,41 11,98 3,18 3,21 7,87 11,24 3,50 8.74 2,49 13,91 4,44
38
Para a degradabilidade efetiva do amido, apesar de não ter sido feito
desdobramento estatístico é possível observar que a degradabilidade dos grãos secos é
bem maior que as da silagem úmida. A explicação para este fato pode ser
fundamentada, no estádio de colheita dos grãos secos, onde estes tiveram mais tempo
para fechamento dos grãos, e assim maior aporte de nutrientes até a colheita.
39
Conclusões
Pelos resultados obtidos podemos inferir que a moagem dos grãos de sorgo
proporcionou aumento da degradabilidade ruminal e efetiva da matéria seca, proteína
bruta e amido.
A presença do tanino no grão de sorgo não alterou a degradabilidade da matéria
seca.
A presença do tanino no grão de sorgo alterou a degradabilidade potencial da
proteína bruta nas granulometrias grosso e inteiro e do amido, apenas na forma de
conservação grão seco.
Recomendamos a moagem dos grãos de sorgo, sem tanino conservado na forma
de grão seco.
40
Referências
ANDRAE, J.G.; HUNT, C.W.; PRITCHARD, G.T.; KENNINGTON, L.R.;
HARRISON, J.H. Effect of hybrid, maturity, and mechanical processing of corn
silage on intake and digestibility by beef cattle. J. of Dairy Sci., Lancaster, v. 79, p.
2268–75, 2001.
ANTUNES, R. C. e RODRIGUEZ, N.M. Metabolismo dos carboidratos não
estruturais. In: BERCHIELLI, T. T., PIRES, A.V., OLIVEIRA, S.G. Nutrição de Rum.
1ª. ed. Jaboticabal: Funep, 2006. p.231-36.
CAMPOS, W.E., SATURNINO, H.M., SOUSA, B.M., BORGES, I., GONÇALVES,
L.C., FERREIRA, P.M., CARVALHO, A.U. Degradabilidade in situ da silagem de
quatro genótipos de sorgo com e sem tanino. I - Matéria seca e proteína bruta. Arq.
Bras. Med. Vet. Zootec. , Belo Horizonte, v. 55, n. 2, 2003 .
FIT CURVE, International Feed Resources, Unit Macaulay Institute
http://www.macaulay.ac.uk/IFRU. Acesso 18/01/2008.
HUNTINGTON, J.A.; GIVENS, D.I. The in situ technique for studying the rumen
degradation of feeds: a review of the procedure. Nutr. Abstr. Rev., Series B,
Wallingford. v.65, p.63-93, 1995.
MEHREZ, A.Z. e ORSKOV, E.R. A study of the artificial fibre bag technique for
determining the digestibility of feeds in the rumen. J. Agric. Sci., v.88, p.645-50,
1977.
McALLISTER, T. A., RODE, L.M., MAJOR, D. J., CHENG, K. J., and BUCHANAN-
SMITH, J. G. Effect of ruminal microbial colonization on cereal grain digestion.
Can. J. Anim. Sci. 70: 571- 79. 1990.
McALLISTER, T. A., PHILLIPPE, R. C., RODE, L. M., CHENG, K. J. Effect of the
protein matrix on the digestion of cereal grains by ruminal microorganisms. J.
Anim Sci. 1993 71: 205-12
41
MOLINA, L.R.; GONÇALVES, L.C.; RODRIGUES, N.M. et al. Digestibilidade in
situ das frações fibrosas de silagens de seis genótipos de sorgo (Sorghum bicolor (L)
Moench) em diferentes estádios de maturação. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.54,
p.169-79, 2002.
MORON, I. R.; TEIXEIRA, J. C.; OLIVEIRA, A. I. G.; PEREZ, J. R. O.; OLIVEIRA,
J. S. E. Cinética da Digestão Ruminal do Amido dos Grãos de Milho e Sorgo
Submetidos a Diferentes Formas de Processamento. Ciênc. Agrotec., Lavras, v.24,
n.1, p.208-12, 2000.
NOCEK, J.E. Evaluation of specific variables affecting “in situ” estimates of
ruminal dry matter and protein digestion. J. of Anim. Sci., Champaign, v.60, n.5,
p.1347-58, 1987.
NOCEK, J.E. and KOHN, R.A. In situ particle size reduction of alfafa timothy hay
as influence by form and particle size. J. of Dairy Sci., New York, v.71, n.2, p.932-
45, 1988.
NOVAES, L. P.; CARNEIRO, J. C.; LOPES, F.C. F.; POSSAS, F. P; VIANA, A.C.;
OLIVEIRA, J. S.; e GONÇALVES, L.C. Avaliação da degradabilidade in situ da
matéria seca de silagens de sorgo (Sorghum bicolor) com ou sem tanino. Embrapa,
Cnpgl, [2004], 3p.
ORSKOV, E.R.; Mc DONALD, L. The estimation of protein degradability in the
rumen from incubation measurements according to rate of passage. J. Agric. Sci.,v.
92, p. 499-503, 1979.
OWENS, N. F.; ZINN, R.A.; KIM, Y. K. Limits starch digestion in the ruminant
small intestine. J. Anim. Sci., v.63, n.1, p.1634-48, 1986.
ORSKOV, E.R. and Mc DONALD, L. The estimation of protein degradability in the
rumen from incubation measurements according to rate of passage. J. Agric. Sci.,v.
92, p. 499-503, 1979.
OWENS, N. F.; SECRIST, D.S., HILL, W.H., GILL, D.R. The effect of grain source
and grain processing on performance of feedlot cattle: a Review. J. Anim. Sci., v.75,
n. 1, p. 868-879, 1997.
42
OWENS, N. F.; ZINN, R.A.; KIM, Y. K. Limits starch digestion in the ruminant
small intestine. J. Anim. Sci., v.63, n.1, p.1634-48, 1986.
REIS, W.; Degradabilidade de Grãos Secos e Ensilados de Híbridos de Milho
Submetidos a Formas de Processamento. 2006. 68p. Tese (Doutorado em Zootecnia).
UNESP- FMVZ, Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho, Botucatu, SP,
2006.
ROONEY, W.L., PFLUGFELDER, R.L. Factors affecting starch digestibility with
special emphasis on sorghum and corn. J. Anim. Sci., v. 63, n.1, p. 1607-1623, 1986.
SAEG (SISTEMA para ANÁLISE ESTATÍSTICA E GENÉTICA). Viçosa:
Universidade Estadual de Viçosa. Central de Proc. de Dados, 1983. 68p.
SERAFIM, M. V., et al. Desaparacimentno in situ da matéria seca, proteína bruta e
fração fibrosa das silagens de híbridos de sorgo (Sorghum bicolor (L) Moench).
Rev. Bras. de Zootec. Vol.52. n.6. Belo Horizonte. 2000.
SILVA, D. J. Análise de Alimentos (Métodos Químicos e Biológicos). UFV,
Imprensa Universitária, 1991. 166 p.
THEURER, C.B. Grain processing effects on starch utilization by ruminants. J.
Anim. Sci., v. 63, n.1, p.1649-62, 1986.
VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2.ed. Ithaca, New York:
Cornell University Press, 1994. 476 p.
43
Implicações
Pouco material foi encontrado que avaliasse silagem de grãos de sorgo, e
quando encontrado não fazia uso das moagens mencionadas neste trabalho, o que
dificultou a comparação dos resultados encontrados nesta pesquisa com a literatura.
Estudos que focassem a avaliação da degradação da MS e amido de grãos
processados de sorgo com e sem tanino, sob diferentes formas de conservação seriam
pertinentes, para viabilização do uso de diferentes híbridos de sorgo na alimentação
animal.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo