9
Todas essas ações resultaram em impacto positivo nos indicadores de saúde do
nosso Estado. Segundo o Ministério da Saúde, o Ceará apresentou em 2005 uma taxa de
mortalidade infantil de 27,5/1000 nascidos vivos (NV), taxa essa bastante inferior ao
apresentado em 1987, 106 por 1000 NV
9
. O Sistema de Informações da Atenção Básica
(SIAB) mostra ainda que o aleitamento materno, fortemente associado à sobrevivência e
boas condições de saúde da criança, tem no Ceará um dos melhores representantes do
país nessa prática. Dentre as crianças acompanhadas pela Estratégia Saúde da Família,
75,4% das crianças até 4 meses encontravam-se em aleitamento exclusivo, em 2007. O
Estado apresenta ainda um dos maiores números de Hospitais Amigo da Criança
10
.
Apesar de todo o avanço obtido, a redução da mortalidade infantil ainda é motivo
de preocupação para gestores e profissionais de saúde, principalmente em relação ao
componente neonatal que permanece em níveis elevados, inclusive em crianças
aparentemente sem risco. Segundo o Ministério da Saúde, no ano de 2005, 66,7% dos
óbitos infantis no país ocorreram no primeiro mês de vida, sendo encontrados valores
aproximados para a região Nordeste de 65,3% e para o estado do Ceará de 65,2%
9
. Este
indicador, embora se assemelhe ao de países desenvolvidos, refletindo enfrentamento
adequado na mortalidade infantil por causas pós-neonatais, mostra a necessidade do
direcionamento de esforços para a redução de causas relacionadas ao período
gestacional e neonatal. Observam-se, ainda, diferenças entre as causas desses óbitos
neonatais em nosso país em relação aos países desenvolvidos, uma vez que no Brasil
ainda existe um alto número de óbitos por causas evitáveis enquanto esse fator já se
encontra superado em outros países.
Estudo realizado em Fortaleza por Carvalho
11
aponta alta taxa de óbitos neonatais
por causas reduzíveis com adequado controle na gravidez (43,5%) e adequada atenção
ao parto (20,8%), indicando que as estratégias direcionadas, sobretudo à melhoria da
assistência pré-natal e do manejo obstétrico, devem ser priorizadas para reduzir a
mortalidade neonatal.
Outro estudo em nível nacional corrobora tal conclusão, ressaltando o papel de
intervenções como melhoria do acompanhamento pré-natal, melhoria do atendimento ao
parto e dos cuidados neonatais, prevenção do baixo peso ao nascer, redução do fumo na
gravidez e promoção do planejamento familiar na redução da mortalidade infantil,
especialmente relacionada ao período neonatal
3
. Considerando as malformações
congênitas como a segunda causa de óbitos neonatais, esses autores recomendam a
utilização de ácido fólico no início da gestação, o não consumo de álcool e outras
drogas ou medicamentos neste período, tratamento da diabetes
antes da concepção e seu