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Aplicando o modelo Cass-Koopmans para dados da economia brasileira relativos
ao período de 1970 a 1998, o estudo revela uma brusca mudança de comportamento do
crescimento econômico nos dois sub-períodos avaliados. Entre 1970 e 1979, o Brasil
cresceu pouco acima de 5% a.a., enquanto que entre 1981 e 1998 este crescimento
despencou para menos de 0,3% a.a..
Adicionalmente, traz luz ao fato de que, mesmo dentro de cada um dos sub-
períodos analisados – 1971 a 1980 e 1981 a 1998 –, o perfil do crescimento econômico é
distinto, com os determinantes da expansão do PIB per capita oscilando no decorrer do
tempo. Para tal, o estudo utiliza como metodologia a função de produção agregada, onde
o fator de produção trabalho é calculado a partir do número de horas trabalhadas –
obtido por meio de dados agregados da PNAD – e a eficiência da economia é medida
pela PTF. O estoque de capital, por sua vez, é medido utilizando-se dados da formação
bruta de capital físico (FBKF) presente nas Contas Nacionais.
O estudo revela que o Brasil cresceu de maneira contínua ao longo da década de
70, com o PIB per capita registrando expansão média de 5,05% a.a. entre 1970 e 1979.
No entanto, o principal determinante do crescimento econômico é diferente no decorrer
do período. Entre 1971 e 1974, quando o PIB per capita cresceu, em média, 9,24% a.a.,
o comportamento da PTF constituiu-se no principal determinante deste crescimento,
contribuindo com 5,48 pontos percentuais deste total.
A partir do primeiro choque do petróleo, o ambiente internacional se deteriorou e
a natureza do crescimento econômico brasileiro, conseqüentemente, se modificou.
Assim, visando a sustentar as elevadas taxas de crescimento econômico do período
antecedente, foi implantado pelo Governo o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II