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apenas da ascendência lusitana, mas de toda a história ocidental, por sua importância
política e econômica, mas também pelo que significam artística e arquiteturalmente.
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O arraial de Ribeirão do Carmo, considerado célula mater das Minas Gerais foi
criado ainda em 1696. O ouro de aluvião foi inicialmente encontrado no Ribeirão que corta
a região e seus afluentes, e nas encostas das serras que se unem no Italcolomi.
152
Já os
arraiais de Ouro Preto e Antônio Dias, que formariam o futuro espaço de Vila Rica, atual
Ouro Preto, foram fundados em 1698. Logo no primeiro decênio do século XVIII já se tem
notícia dos arraiais de Camargos, Antônio Pereira, Casa Branca, São Bartolomeu e
Cachoeira do Campo, e na medida em que mais ouro e outros metais iam sendo
descobertos, erigiam-se novas capelas e povoados que, mais tarde, comporiam as primeiras
vilas, criadas em 1711 sob o Governo de Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho.
153
As três primeiras Comarcas, Vila Rica, Rio das Velhas e Rio das Mortes, com suas
respectivas Ouvidorias, foram estabelecidas em 1714, e em 1720 tem-se a criação da
Capitania de Minas Gerais fruto do desmembramento da Capitania de São Paulo e Minas
do Ouro, que subsistiu por 11 anos, o que circunscreveu e institucionalizou a região política
e administrativamente.
154
A Comarca de Vila Rica era a menos extensa da Capitania, e
151
BASTOS, Rodrigo de Almeida. A Arte do Urbanismo Conveniente: o decoro na implantação de novas
povoações em Minas Gerais na primeira metade do século XVIII. Dissertação de Mestrado apresentada ao
Núcleo de Pós – Graduação da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais.
Belo Horizonte: UFMG. 2003, p. 13.
152
HALFELD, H. G. F. & VON TSCHUDI, J. J. A Província Brasileira de Minas Gerais. Fundação João
Pinheiro: Belo Horizonte. 1998. p. 65.
153
CARVALHO, Theophilo Feu de. Comarcas e Termos. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1922;
VASCONCELOS, Diogo de. História Média de Minas Gerais. 4ª ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1974, 2v;
PIRES, Maria do Carmo. Op. Cit. p. 12. SOUSA, Laura de Mello e. O Sol e a Sombra: política e
administração na América portuguesa do século XVIII. São Paulo: Cia. das Letras, 2007. Ainda na primeira
década dos setecentos temos a ereção de São Caetano, São Sebastião, Sumidouro, Furquim, Inficcionado,
Catas Altas, São José da Barra, Guarapiranga, Congonhas, Itatiaia, Itabira e Ouro Branco. Sob o governo
português houve nas Gerais 23 governadores efetivos e 9 interinos, perfazendo um total de 32 governadores,
que se mantiveram no poder por cerca de quatro anos.
154
Em 1714 estabelecem – se os limites das Comarcas, cada qual com sua Ouvidoria, embora já se nomeasse
magistrados portugueses para exercer tal função dois anos antes. A Comarca do Rio das Velhas era
inicialmente composta pelas Vilas de Sabará, Caeté, Pitangui, Paracatu e Serro Frio. Na Comarca do Rio das
Mortes temos São João Del Rey, Queluz, São Carlos do Jacuí, Santa Maria de Baependi, Campanha, Oliveira,
Barbacena, São José do Rio das Mortes (atual Tiradentes) e a Vila do Tamanduá. Posteriormente foi criada
outra Comarca, a do Serro Frio, composta pela Vila do Príncipe e por Minas Novas do Fanado. A respeito da
evolução da economia e riqueza da comarca do Rio das velhas ver: MAGALHÃES, Beatriz Ricardina (et ali).
Evolução da economia e da riqueza na Comarca do Rio das Velhas, Capitania das Minas Gerais, 1713-1763.
Anais do X Seminário sobre a Economia Mineira. CDEPLAR/UFMG.
http://www.cedeplar.ufmg.br/diamantina2002/textos/D04.PDF.